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Ano XV • Nº 176 • Abril 2014 • R$ 15,00
o tr Pa ad o ra do App gr ui at to
entrevista
Diogo Marra, da Page Personnel, fala da situação do profissional de embalagem no Brasil
Combo sem tombo Os cuidados que separam a valorização da depreciação no trabalho com kits de produtos
bebidas
Elevação do poder de compra inspira renovações e upgrades no mercado de destilados
Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR
Para valorizar quem também merece Em consultas que temos feito a agentes do packaging com o objetivo de saber como é julgado a esta altura o trabalho por nós desenvolvido nos quase quinze anos que marcam a existência de EmbalagemMarca, temos a satisfação de ver reconhecido nosso esforço pelo fortalecimento da embalagem brasileira e por sua valorização. Com grande alegria constatamos também que foram e são cada vez mais bem recebidas outras iniciativas nossas que visam àquelas mesmas metas, em outros meios que não a revista impressa, a saber: seus desdobramentos eletrônicos (versão para iPad, newsletter semanal, ações no Linkedin, no Facebook e outras), eventos de transformação levados a efeito no âmbito do Ciclo de Conhecimento e o Prêmio Grandes Cases de Embalagem, que este ano entrou em sua oitava edição. Um dos aspectos que percebemos ao fazer essa enquete informal, mas nem por isso rasa e curta, se refere à necessidade de operarmos com maior eficiência em prol da valorização do trabalho dos profissionais da embalagem. Embora tenha sido sempre essa nossa intenção, demonstrada não só na maneira diferenciada de cobrir o setor desde o primeiro número da revista, em junho de 1999, e em suas variantes, até o formato integrado e abrangente da premiação, notamos que o mercado não dá a esse agente a importância que ele merece. Fique claro que não estamos tendo a absurda pretensão de “julgar” o setor. Mas acontece que nem sempre a importância desse profissional fica evidente e muito menos seu nome e os de seus colegas de equipe são citados ao se abordarem questões relativas ao desenvolvimento de embalagens.
Tampouco alimentamos a fantasia de que poderemos mudar esse panorama e transformar os profissionais de embalagem – engenheiros de variadas especialidades, tecnólogos, técnicos e seus assistentes – em estrelas ou primas donas do packaging. Mas, nos limites do que os meios por nós administrados permitirem, passaremos a partir de edições futuras a buscar formas de ressaltar e valorizar essa função. Para tanto, já estão sendo planejadas formas de materializar essa intenção. A propósito, sugerimos a leitura, a partir da página 24 desta edição, da Entrevista com Diogo Marra, consultor sênior de recrutamento e seleção da Page Personell, empresa do Page Group, referência mundial em recrutamento especializado de profissionais de suporte à gestão. Ele é um dos vários especialistas que, além de executivos de empresas fabricantes e usuárias de embalagem, estamos consultando para levar adiante nosso projeto. Aguardem. Essa é uma das novidades entre outras que pretendemos incorporar a nossas iniciativas no conjunto a ser introduzido por ocasião do 15º aniversário de EmbalagemMarca, com vistas a que se fortaleça cada vez mais como uma ferramenta realmente útil para a cadeia de valor da embalagem no Brasil. Até maio.
“Não é muito comum ressaltar-se a importância do profissional de embalagem e a de seus colegas de equipe quando são abordadas questões relativas ao desenvolvimento de embalagens”
WILSON PALHARES
Março 2014 |
3
Edição 176 • Abril 2014
Sumário 3 Editorial Esta revista reforçará seu trabalho em prol da
Reportagem de capa:
valorização do profissional de embalagem, cuja importância nem sempre tem seu valor reconhecido pelo mercado
Combo certo
5 Espaço aberto Opiniões, críticas e sugestões de nossos
Ações de bundling, em que produtos são oferecidos em kits, devem valorizar marcas – e não depreciá-las, como pode ocorrer
leitores
6 Desodorantes Old Spice, para homens vaidosos mas viris, entra no mercado local
Por Guilherme Kamio
8 Painel Coesia inaugura nova sede no Brasil • Greif ganha
foto de capa: andré godoy
prêmio internacional de sustentabilidade • Furnax é nova representante da Komori • Braskem amplia pesquisas em nanotecnologia • Piovan comemora cinquentenário
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14 Lácteos Bebidas com pedaços de frutas acondicionadas em embalagens cartonadas assépticas estreiam no País
16 Higiene pessoal Picolés e ilustrações do Brasil colonial inspiram linha de sabonetes em barra 24 Entrevista Diogo Marra, consultor de recrutamento e seleção da Page Personell, aborda a questão da carreira do profissional de embalagem
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28 Artigo Lançamento de Sou da Natura em stand-up pouches lembra chegada de garrafas de PET para refrigerantes Por Marcos Palhares
32 Destilados Maior poder de compra do brasileiro estimula renovações e upgrades no segmento de bebidas quentes
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36 Display Melão da Turma da Mônica se destaca por rótulo e caixa • Sabonetes Johnson’s passam por redesign • Fugini lança amido de milho • Eparema tem nova tampa
40 Display Especial Copa Com a proximidade da Copa do Mundo, crescem os lançamentos de embalagens promocionais relacionadas ao evento 42 Almanaque O formato quase imutável do Yakult • Quase
100 anos depois, alimento em lata não tinha bactérias • Kibon já foi gemada • A velocidade do ketchup Heinz
Empresas que anunciam nesta edição Baumgarten..........................................22 e 23 Congraf............................................................15 Dugraf..............................................................39 EFI........................................................... 2ª capa Grandes Cases.....................................30 e 31
Ibema................................................................17 Indexflex................................................ 3ª capa MLC.................................................................. 41 MWV Rigesa................................................... 35 Optima...............................................................7
Papirus..............................................................13 Pharma Summit............................................ 37 Prakolar............................................................. 9 Tetra Pak............................................... 4ª capa
Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Comercial: Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca. com.br • Gerente comercial: Roberto Inson | roberto@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$ 150): assinaturas@embalagemmarca.com.br
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Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.
Espaço Aberto Opiniões, críticas e sugestões dos nossos leitores
Uso de imagem A empresa Bandai Namco Games Inc. esclarece que foi indevidamente utilizada a marca e imagem do personagem Pac-Man na capa e em artigo da edição de dezembro de 2013 desta revista, vez que a Bandai Namco é a legítima e exclusiva detentora dos direitos de propriedade intelectual sobre a marca e personagem Pac-Man. Laura Leite Marques Advogada Kaznar Leonardos Propriedade Intelectual Rio de Janeiro, RJ Nota da redação: as ilustrações utilizadas na capa e na abertura da reportagem “Pontos e Brindes”, veiculada na edição nº 172 de EmbalagemMarca, foram adquiridas, rigorosamente dentro da lei, de um banco de imagens que as disponibiliza em seu catálogo. Lamentamos se esse fornecedor eventualmente desrespeitou alguma norma legal.
O Capri-Sun ainda brilha Por meio de sua assessoria da imprensa, a Sol Bebidas entrou em contato com EmbalagemMarca para comunicar que, diferentemente do que consta na reportagem de capa da edição de março de 2014 (nº 175), a produção e comercialização no Brasil da linha de bebidas Capri-Sun não foi suspensa. Segundo nota, sua fabricação continua a ocorrer em espaço do Grupo Imperial, que o lançou no mercado nacional em 2011 – agora, porém, em operação administrada pela parceria Sol Bebidas/i9 Business. A redação esclarece que o equívoco resultou de consulta feita à Imperial, que declarou, laconicamente, não mais trabalhar com a marca. Informações sobre a situação do Capri-Sun no País também foram solicitadas, por e-mail, à assessoria de imprensa da alemã Wild, criadora e gestora da marca. Não houve retorno.
Venda do produto não foi suspensa no Brasil
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desodorantes
Aporte de força Old Spice, desodorante para homens vaidosos, mas viris, passa a ser vendido – e fabricado – no Brasil sucesso da Procter & Gamble no exterior, Old Spice atraca no mercado brasileiro de desodorantes masculinos. O produto chega ao País em três modelos: spray antitranspirante, roll-on antitranspirante e spray para o corpo. Todas as opções prometem ação prolongada, com 48 horas de proteção contra o suor e elevada duração das fragrâncias – desenvolvidas com apoio de equipes de perfumistas e anunciadas como de nobreza superior na categoria. Os sprays, em aerossol, são oferecidos em latas de alumínio com 150 mililitros de conteúdo. Os recipientes incorporam tampa plástica com mecanismo giratório para travar o atuador (ver imagem). Por seu turno, os desodorantes roll-on, no volume de 50 mililitros, são apresentados em frasco de polietileno de alta densidade (PEAD) decorado com rótulos autoadesivos. O vermelho, cor que é equity da marca, predomina no visual dos produtos. Líder de vendas na América do Norte, segundo dados da Nielsen, Old Spice tentará brigar com desodorantes masculinos de outras grandes multinacionais – como Nivea Men, da Beiesdorf, e Axe e Rexona Men, da Unilever. Enquanto esses concorrentes são importados, a novidade da P&G tem produção nacional. Os roll-on são feitos pela Provider, sendo acondicionados em frascos da Oxyplas. Os sprays são fabricados pela Fareva. Procurada por meio de sua assessoria, a P&G não informou o nome do fornecedor das latas. Old Spice consagrou-se, nos últimos anos, como grife para os homens que se importam com a aparência, mas sem o exagero metrossexual. “São homens vaidosos e que querem projetar masculinidade”, define Leonardo Romero, diretor local da marca. A proposta é transmitida por meio de comerciais irreverentes, que no Brasil terão como protagonista o ator Malvino Salvador. De acordo com a P&G, outros produtos da marca, como xampus e itens de barbear, serão trazidos ao País.
Ao girar-se a tampa dos aerossóis, atuador pode ser travado
6 | Abril 2014
Sprays e roll-on compõem as opções da nova aposta da P&G para o Brasil
Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS
EQUIPAMENTOS
Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br
Ciclo de expansão
Grande família
Disposta a expandir negócios no mercado de máquinas de embalagem, Coesia inaugura nova sede no Brasil
AcmaVolpak. Fabrica empacotadoras, enchedoras e sistemas form-fill-seal horizontais para alimentos, bebidas, cosméticos e materiais de limpeza. ADMV. Produz alimentadores giratórios, despaletizadores, paletizadores, robôs e sistemas de visão.
Prédio em Jundiaí reúne catorze operações
Em cerimônia realizada no dia 11 de março último, o grupo italiano Coesia, controlador de diversas empresas especializadas em soluções industriais, inaugurou sua nova sede no Brasil. Fruto de um investimento de 15 milhões de reais, ela fica localizada em Jundiaí (SP), e integrará fábrica e escritório corporativo numa área de 17 000 metros quadrados. Serão gerados 360 empregos diretos e indiretos. A unidade agrupa atividades que até então eram distribuídas em três endereços, situados na capital e na região metropolitana de São Paulo. O espaço é cerca de 40% maior do que a soma das áreas das operações antigas. “Concentraremos em um único prédio a estrutura para as catorze empresas do grupo, impulsionando sinergia entre diferentes soluções disponibilizadas ao mercado, como máquinas de envase, acondicionamento para segmentos de bens de consumo, tabaco, cuidados com a saúde e eletrônicos”, explica o diretor-geral da Coesia na América Latina, Stefano Nanni. Segundo a Coesia, as novas instalações darão agilidade à produção de equipamentos de embalagem. O maior recinto para estoque de 8 | Abril 2014
peças reduzirá o tempo de reposições, minimizando o risco de linhas paradas nos clientes. Stefano Nanni diz que o investimento “marca o início de um ciclo de expansão na América Latina”, região que atualmente responde por cerca de 9% do faturamento mundial do grupo. O executivo informa que há planos para a montagem no Brasil de um centro de inovação, nos moldes do que a empresa tem na Itália. “O foco será o desenvolvimento de novas tecnologias para sistemas de envase e acondicionamento, assim como novidades em formatos de embalagens, em um modelo de criação conjunta com parceiros e clientes.”
Criada em Bolonha no final da década de 1930, a Coesia originou-se da G.D, uma cultuada fabricante de motocicletas. Hoje, a companhia possui 92 unidades operacionais espalhadas por 31 países. Juntas, suas catorze afiliadas (ver quadro) empregam mais de 5 800 pessoas e registraram, em 2013, vendas de 1,4 bilhão de euros. A acionista única do grupo é a italiana Isabella Seràgnoli, que participou da solenidade de abertura do novo prédio em Jundiaí.
As catorze empresas que compõem o grupo Coesia
Cima. Desenvolve sistemas de transmissão e engrenagens para aplicações de alto desempenho. Diversas equipes de Fórmula 1 estão entre suas clientes. Citus Kalix. Referência em máquinas para a produção de batons, produz também envasadoras para cremes, bases e desodorantes, além de encartuchadoras para frascos de perfumes. Flexlink. Fundada na Suécia, é uma importante provedora de soluções em movimentação industrial, como esteiras transportadoras. G.D. Brande a liderança mundial em máquinas para produção e acondicionamento de cigarros. GDM. Fabrica linhas de produção para artigos de higiene descartáveis (fraldas para bebês, fraldas geriátricas, lenços). HAPA. Produz sistemas de impressão “sob demanda” para fornecedores de embalagens de medicamentos e cosméticos. IPI. Dedicada ao segmento de embalagens cartonadas assépticas. Produz máquinas de envase, acessórios e material de embalagem, combinando polietileno, papel e folhas de alumínio. Laetus. Fornecedora de sistemas de inspeção e soluções de rastreamento para medicamentos, cosméticos e bens de consumo em geral. Norden. Desenvolve sistemas automáticos de enchimento para bisnagas, abrangendo aplicações em diversos segmentos. R.A Jones. Fabrica máquinas de acondicionamento de diversos gêneros, incluindo envasadoras de garrafas e enchedoras para aerossóis. Tem sede nos Estados Unidos. Sacmo. Projeta linhas de embalagem completas e oferece serviços de manutenção e atualização de equipamentos, além de treinamento técnico. Sasib. Fundada em 1915 em Bolonha (Itália), fabrica linhas de produção e acondicionamento para a indústria de tabaco.
Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS
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Blanquetas em detalhes Cerviflan, CMP e Prada, importantes players nacionais em embalagens metálicas, receberam em março, workshops ministrados pela Phoenix Xtra Blankets. A empresa alemã é referência na produção de blanquetas – borrachas que transferem a tinta para a superfície de impressão, em máquinas offset. Nos encontros, foram abordados procedimentos técnicos para o melhor aproveitamento dos insumos, com destaque para o uso da blanqueta de alto desempenho Ruby Carat – destinada ao trabalho com tintas ultravioleta (UV), de uso crescente pelos fabricantes de latas. Affonso Henriques Carvalhaes, representante técnico da Phoenix, diz que o mercado bra-
sileiro é promissor para esse tipo de solução. “As metalgráficas locais têm procurado utilizar insumos mais nobres”, afirma. Segundo o profissional, o uso de uma blanqueta de qualidade garante vantagens como manutenção da estabilidade do impresso, com reprodução fiel e estável dos pontos de retícula; alta durabilidade, pela resistência elevada às tintas, aos solventes e demais substâncias químicas; e redução nas perdas, pelo excelente quick release (QR), que favorece a livre passagem das folhas metálicas entre as unidades durante a impressão. Os workshops foram realizados em parceria com a Dugraf, distribuidora dos produtos da Phoenix no Brasil.
Ruby Carat: características detalhadas para metalgráficas
GENTE
Novo gerente de Fiery A EFI, empresa especializada em impressão digital, tem novo gerente de vendas para a linha Fiery. É Marcelo Tomoyose (foto). Com mais de quinze anos de experiência no mercado gráfico, o profissional passou por empresas como Agfa e Kodak. É, também, um dos autores do livro Web to Print, da editora Bytes & Types. Carro-chefe da EFI, o Fiery é um servidor de impressão cujo principal intuito é minimizar os problemas de registro de cores. Compatível com diversos sistemas operacionais, a solução oferece ferramentas de controle e precisão de cores, gerenciamento de fluxos de trabalho e segurança.
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PRÊMIOS
Duplamente “verde” Promovido pela consultoria Frost & Sullivan para apontar ideias visionárias do setor industrial, o prêmio internacional Manufacturing Leadership Award 2014 consagrou, em sua categoria Sustentabilidade, uma solução desenvolvida no Brasil pela Greif. Trata-se da DoubleGreen COEX 10L, bombona de 10 litros cuja composição leva o polietileno I’m Green, produzido pela Braskem a partir do etanol da cana-de-açúcar. Além do emprego de matéria-prima de fonte renovável (que representaria mais de 50% da estrutura), a embalagem também se destaca pelo design empilhável, que elimina a necessidade de uso de caixas de papelão para o transporte. Isso explicaria o nome comercial adotado, que alude a dois atributos “verdes”. A DoubleGreen COEX 10L é especialmente voltada ao acondicionamento de agroquímicos. Segundo cálculos da Greif com base em números do mercado de defensivos agrícolas no Brasil, a utilização do polietileno “verde” no novo modelo de bombona reduziria emissões de CO2 em cerca de 1 400 toneladas ao ano. A eliminação da caixa de papelão, por sua vez, pouparia o corte de 3 643 árvores e evitaria a emissão de 23 toneladas de CO2 na atmosfera. “É uma honra sermos reconhecidos por nossa dedicação com a inovação focada em embalagens derivadas de uma das fontes mais renováveis do mundo, e que ainda promove a eliminação de embalagens extras para transporte,” afirma Eduardo Simoniello, vice-presidente e gerente geral da Greif América Latina.
DATAS
Piovan cinquentenária Completa cinco décadas de atividades, neste ano, a Piovan. Referência em máquinas auxiliares para processamento de plásticos, a empresa originou-se da Constante Piovan & Figli, oficina especializada em ferramentaria sediada em Pádua, na Itália. Hoje, é constituída por cinco unidades de produção (Itália, Alemanha, Brasil, China e Estados Unidos), representantes em mais de setenta países e 900 funcionários. Os carros-chefes da companhia são equipamentos de refrigeração e controle de temperatura, mas também são oferecidos sistemas de alimentação, dosagem, secagem e reciclagem de materiais plásticos. A fornecedora estima ter atendido, em seus cinquenta anos, algo próximo a 50 000 clientes em todo o mundo.
EVENTOS
númeroS
Show na Pack Expo
Aço em alta
Famoso por seu talk show, que ficou no ar por mais de vinte anos na tevê americana, o comediante Jay Leno foi confirmado como uma das atrações da Pack Expo International, feira de embalagem que ocorre em Chicago, nos Estados Unidos, entre os dias 2 e 5 de novembro próximo. Leno fará, na tarde do dia 3, uma palestra no evento. “Soubemos que ele estava ocioso e decidimos dar-lhe algo para fazer”, brinca Jim Pittas, vice-presidente do PMMI, entidade organizadora da Pack Expo.
A Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) divulgou em março o balanço setorial de 2013. O saldo no período, segundo a entidade, foi positivo. Veja alguns números do levantamento:
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novos produtos foram lançados em latas de aço no mercado brasileiro em 2013. Frutas e legumes lideraram os lançamentos
16ª
foi a posição alcançada pelo Brasil no ranking mundial dos países que mais lançaram produtos em embalagens de aço. Os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar, seguidos por Reino Unido, Espanha, Alemanha e Canadá
O primeiro granulador da Piovan, lançado em 1964
2,8% EQUIPAMENTOS
Um pé nos EUA Visando ampliar as exportações, a Raumak inaugurou sua primeira filial no exterior. Fruto de um investimento inicial de 1 milhão de dólares, a operação fica em Atlanta, nos Estados Unidos. O local foi escolhido pelo fato de o mercado americano ser o maior consumidor mundial de equipamentos para acondicionamento e movimentação de produtos, especialidade da empresa fundada em 1981 em Jaraguá do Sul (SC). “Teremos profissionais de administração, vendas e área técnica para atender clientes daquela região”, detalha o presidente da Raumak, Raulino Kreis Junior. As exportações representam mais de 50% da receita da Raumak. Em 2013, a empresa faturou 40 milhões de reais.
é a previsão de crescimento do setor no País em 2014. A aposta da Abeaço é de que o incremento seja puxado especialmente pelo maior consumo de alimentos enlatados, como os pescados
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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS
EMBALAGENS E DAS MARCAS
IMPRESSÃO
GENTE
Mudança de agente
Olho nas Américas Patrick Avelange (foto) foi nomeado vice-presidente da TNA para as Américas. O executivo, que está desde 1999 na empresa, controlará de Dallas, nos Estados Unidos, todas as operações na região. Criada na Austrália no início da década de 1980 e hoje com negócios em mais de 120 países, a TNA produz diversos equipamentos para embalagem – entre eles sistemas de aspersão, distribuição, secagem, pesagem, embalagem e detecção de metais, além de soluções para controle e integração de linhas. Desde 2013 a empresa conta com escritório no Brasil, situado em São Paulo.
A Komori, autoridade mundial em impressão offset, tem nova representante no Brasil. É o Grupo Furnax. A empresa será responsável por vendas e assistência pós-venda dos equipamentos da marca japonesa, utilizados em gráficas editoriais e de embalagem. O serviço contará com equipe técnica dedicada. Haverá apoio do centro latino-americano de operações da Komori, que ficará instalado na matriz da Furnax, em São Paulo. A representação da Komori no Brasil vinha sendo feita pela Gutenberg.
PLÁSTICOS
INSPEÇÃO
Fomento à nanotecnologia
Detecção com precisão
Numa ação apoiada pela Agência Brasileira de Inovação (Finep), a Braskem ampliará pesquisas para aplicação da nanotecnologia em embalagens plásticas. O projeto visa ao desenvolvimento de resinas plásticas com alta barreira a gases, vapores e solventes químicos para uso na produção de invólucros rígidos e flexíveis de polietileno e polipropileno. Os estudos serão concentrados no Centro de Tecnologia da Braskem, loca-
lizado no Polo Petroquímico de Triunfo (RS). Em caráter de subvenção, a Finep destinará ao projeto 2,97 milhões de reais. A fabricante de resinas, por sua vez, aportará 1,66 milhão de reais. A iniciativa deve estar concluída até o final de 2016. O acordo é resultado de uma chamada pública sobre nanotecnologia, ciência dedicada a explorar modificações de materiais em escala 50 000 vezes menor que a espessura de um fio de cabelo.
TINTAS
Foco em tintas “inteligentes” Nome de peso em tintas para impressão de embalagens, a Sun Chemical anunciou a formação de uma parceria com a T+ink para a formação da T+sun. O novo negócio será dedicado à aplicação da tecnologia de tinta condutiva na criação de embalagens e objetos “animados”, capazes de interagir com o consumidor e facilitar o gerenciamento de sistemas de inventário. Sediada nos Estados Unidos, a T+ink tem se notabilizado pelo desenvolvimento de sistemas eletrônicos impressos sensíveis ao toque e a movimentos. No início do ano,
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uma solução da empresa viabilizou que um anúncio do telefone celular Moto X, do Google, publicado na revista Wired, mudasse de cor (ver link). A proposta da T+sun é permitir que a T+ink aproveite as estruturas de pesquisa, produção e marketing da Sun para aprimorar seus sistemas e criar novos produtos. “Essa parceria estratégica visa proporcionar aos nossos clientes, agora e no futuro, embalagens com design inovador”, declarou Felipe Mellado, diretor de marketing da Sun. http://emb.bz/176tinta
Os sensores de cor BFS33M estão entre os mais novos produtos da Balluff, multinacional alemã especializada no desenvolvimento de sensores e soluções para automação industrial. Segundo a fabricante, eles são especialmente indicados para detectar desvios de padrões de cores em embalagens e rótulos, permitindo melhor controle de qualidade da produção. A precisão do aparelho derivaria da emissão de luz branca, e não vermelha, verde ou azul como nos demais modelos oferecidos no mercado. “Isso evita parametrizações constantes nas mudanças de produtos analisados”, diz Eduardo Ribeiro Lopes, da área de marketing da Balluff. Outro diferencial seria a condução de luz feita por fibra óptica, capaz de alcançar locais em que os sensores convencionais não podem ser instalados. BFS33M: sensor detecta desvios de cores em embalagens
Lácteos
Novidade nos pedaços Bebidas com fragmentos de frutas, e acondicionadas em embalagens cartonadas assépticas, estreiam no mercado local
Nas novas caixinhas, pedaços de frutas podem ter até 6 milímetros de largura por 6 milímetros de comprimento
bebidas com pedaços de frutas, oferecidas em embalagens cartonadas assépticas, começaram a ser produzidas no Brasil. A aposta é da Latco Alimentos. A empresa investiu quantia não revelada para a adoção, em caráter inédito no mercado nacional, da tecnologia Drinksplus, da SIG Combibloc. O primeiro fruto da aquisição é a Choco Latco +, linha de bebidas lácteas acrescidas de raspas de coco. Os produtos já estão à venda em caixinhas longa vida de 250 mililitros, com design gráfico assinado pela agência DBox. “O lançamento é resultado de pelo menos um ano de pesquisas no Brasil”, comenta Ricardo Rodriguez, diretor geral da SIG Combibloc para a América do Sul. De acordo com o executivo, a Drinksplus foi desenvolvida originalmente na China, com pesquisas posteriores de aplicações potenciais desdobradas na Alemanha. A tecnologia permite o envase de produtos com até 10% do conteúdo de pedaços de frutas, cereais, vegetais ou outros alimentos sólidos. Os fragmentos podem ter até 6 milímetros de comprimento por 6 milímetros de largura.
Além de China e Brasil, o sistema Drinksplus está disponível outros quatro países – Taiwan, Tailândia, Japão, Arábia Saudita e Rússia. Desde sua introdução, em 2007, já foram vendidas no mundo 5 bilhões de embalagens com pedaços sólidos no conteúdo. De acordo com a SIG Combibloc, a vantagem para os fabricantes é que essas bebidas são processadas e envasadas assepticamente nas máquinas padrão
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fotos: carlos curado
Sensação em países da Ásia, as
Caminho livre da empresa. Basta acrescentar um kit aos equipamentos. A expectativa da SIG Combibloc é que o produto (bebida mais embalagem) marque uma nova fase para as caixinhas longa vida no Brasil, com foco em aplicações diferenciadas, e estimule a consolidação de uma nova categoria no mercado local. “A Latco é nosso primeiro cliente no Brasil a utilizar a nova tecnologia de envase, mas pelo menos cinco outras empresas já estão em fase de estudos avançados”, revela Ricardo Rodriguez.
Para permitir o consumo adequado de suas novas bebidas com pedaços de frutas, a Latco desenvolveu canudinhos mais largos. Eles têm 7,45 milímetros de diâmetro. Os canudos tradicionalmente utilizados em cartonadas assépticas têm diâmetro de 4 milímetros.
Canudinho mais largo (branco) facilita consumo de bebida com pedaços
Higiene pessoal
Império tropical Picolés e ilustrações da época do Brasil colonial são inspirações de nova linha de sabonetes em barra
os mais novos sabonetes da Feito Brasil, fabricante de cosméticos artesanais, condizem com seu lema de primar por irreverência, ousadia, brasilidade e criatividade. A coleção Dom Tropical traz barras em formato de picolé, com direito a um palito de madeira incrustado. A brincadeira se estende às embalagens utilizadas, que são aquelas características do produto inspirador: flexíveis do tipo flow pack. Os envoltórios são produzidos pela Flexoprint em filme de polipropileno biorientado (BOPP) selável, de acabamento branco perolizado na parte interna e efeito matte (laminação fosca) na face exterior. A impressão reproduz projeto gráfico que é outro aspecto de destaque do lançamento. O design foi inspirado em frutos e flores tropicais retratados em estudos botânicos e científicos realizados no Brasil no século 19, na época do Império.
placa de pedra. Os desenhos mostram as frutas que inspiram as seis fragrâncias dos sabonetes: Amora, Carambola, Coco, Manga, Jabuticaba e Pitanga. O nome da linha é explicado por Giulio Peron, gerente de marketing da Feito Brasil. “‘Dom’ tem o sentido de dádiva e presente, os dons que a terra nos deu. Além disso, a palavra ‘casa’ com o contexto histórico do Brasil devido ao
Concebidas pelo departamento de marketing da Feito Brasil, as ilustrações aplicadas nas embalagens aludem à técnica de litografia. Tal processo de impressão foi muito utilizado no período colonial, consistindo na reprodução das imagens através de uma matriz gravada em uma
Como os picolés, sabonetes da Feito a Mão têm palito e embalagem flow pack
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título honorífico dado aos membros da família real”, justifica. “A composição ‘tropical’ abrange as frutas da coleção como um todo. Além das três nativas (amora-do-mato, pitanga e jabuticaba), as demais foram introduzidas no Brasil durante a época imperial.” A linha Dom Tropical será comercializada com exclusividade nas lojas Sephora.
reportagem de capa
Combos na dose certa Além de maior giro, kits promocionais podem render às indústrias vantagens estratégicas. Mas é preciso saber usar o recurso Por Guilherme Kamio
O grande volume de promoções de bens não duráveis leva a crer que mais e mais o mercado se convence de que o brasileiro gosta, mesmo, de levar vantagem – e não se trata de um endosso à famosa Lei de Gérson, aquela sobre a busca descomedida de privilégios por estas bandas. A convicção em questão se comprovaria, por exemplo, pelo avanço nas lojas daquilo que o marketing chama de bundling. Consiste em comercializar produtos diferentes, mas muitas vezes
correlatos, na forma de kits. Os pacotes normalmente oferecem descontos, preços menores do que o consumidor pagaria na compra avulsa dos itens. Ou, então, um brinde – uma unidade extra de um componente, uma amostra de outro produto, um utensílio doméstico. Sinal do endurecimento das disputas nos pontos de venda, os “combos” proliferam especialmente no comércio de artigos de higiene pessoal e beleza. Já é difícil encontrar supermercados,
farmácias e perfumarias imunes aos conjuntos do tipo xampu e condicionador, escova e creme dental, aparelho e espuma de barbear, desodorante e colônia. O fenômeno tem impacto positivo no setor de embalagens, uma vez que as ações normalmente se apoiam no uso de um invólucro adicional, de agrupamento. É uma função que recai predominantemente sobre estojos de papel cartão. “A demanda evoluiu bastante”, confirma Fábio Victor Silva, diretor comercial da Ycar Artes Gráficas, de São Bernardo do
fotos: carlos curado
Estojos produzidos pela Congraf. Gráfica relata aumento dos pedidos
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Colgate-Palmolive utiliza acabamentos similares em embalagens primárias e em estojos de kits
Campo (SP). Trinta por cento da receita da empresa, especializada na produção de cartuchos e caixas para o setor de cosméticos, já proviriam dos kits promocionais. A Congraf, também perita em cartonagem, confirma o aquecimento. Diretor industrial da gráfica, Sidney Anversa Victor Júnior relata elevações dos pedidos de recipientes para combinados promocionais, inclusive de companhias de venda direta de artigos de beleza, como Natura, Jequiti e Mary Kay. “A tendência é de que a procura, que cresceu bastante, aumente ainda mais nos próximos anos”, aposta o profissional. Em sua sede, em São Paulo, a Congraf montou uma sala do cliente reservada a reuniões para criação e aperfeiçoamento de kits.
Para os fornecedores, gestores de marcas não devem ignorar a importância de caprichar na embalagem de agrupamento. Quando ela não permitir a visualização do conteúdo, soa razoável que exiba apuro gráfico equivalente, ou no mínimo não muito destoante, ao das embalagens primárias (ou secundárias) dos itens contidos em seu interior. O estojo acaba assumindo, afinal, a função vendedora dos invólucros encerrados. A Colgate-Palmolive, por exemplo, procura replicar em seus kits os mesmos efeitos metálicos e holográficos aplicados nos cartuchos, tubos laminados e rótulos de seus produtos. Sistemas de gerenciamento de cores e de reprodutibilidade de designs, de companhias como Esko, Agfa e EFI, podem ser de enorme valia para a harmonização de
resultados. “Caixas mal projetadas fatalmente enfraquecem a iniciativa”, ajuíza Victor Júnior, da Congraf. O desafio mais óbvio do bundling é o financeiro. Afora o ônus do repasse de um benefício ao consumidor, a indústria tem de arcar com o incremento de custo representado pelo invólucro adicional – e pelas operações manuais de montagem e arranjo por ele desencadeadas, geralmente assumidas por prestadores de serviços em acondicionamento (co-packers). Ocorre que as dimensões e os pesos diferentes dos produtos, os formatos peculiares dos kits e a efemeridade das promoções inviabilizam a automatização dos processos. Há, ainda, os eventuais desembolsos para obtenção de respaldo do varejo. “Os kits são expostos com mais cuida-
Devido ao custo relativamente baixo, às vastas possibilidades de decoração e à conveniência proporcionada em termos de logística, o estojo de papel cartão é uma opção coerente para a materialização dos kits – ainda que soluções de outros gêneros possam, é claro, ser cogitadas. “Nas aplicações em kits, a embalagem cartonada permite aliar uma ótima organização dos produtos com uma exibição fantástica”, sentencia Eduardo Petry, coordenador de contas da Box Print, fornecedora de atuação expressiva sediada em Campo Bom (RS). “Uma infinidade de modelos pode ser criada utilizando acabamentos que agregam valor aos kits, melhorando margens de lucro e ajudando a decidir a compra nos pontos de venda.”
Os benefícios do bundling Quatro fatores associados ao trabalho com kits promocionais Evidência.
Divulgação.
Nos kits, produtos e marcas ganham visibilidade nitidamente maior do que na exposição em embalagens unitárias tradicionais. A função de chamariz é reforçada quando os estojos incorporam acabamentos atraentes e linguagem chamativa.
O bundling pode auxiliar na divulgação de um lançamento ou de uma roupagem diferente do mesmo produto – como um refil. Isso pode ser explicitado por meio de um conjunto que combine uma embalagem principal e uma de recarga.
Oferta.
Valor.
A cessão de brindes ou descontos é invariavelmente assimilada como uma vantagem pelo consumidor. Além disso, a reunião de produtos complementares pode ser vista como uma entrega de conveniência.
Um kit pode acrescentar valor a produtos que, isolados, não têm glamour. Um estojo projetado com esmero pode até funcionar como embalagem de presente, conferindo ao produto um novo apelo.
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do, ocupam mais espaço, são guarnecidos por comunicação especial nas lojas. Isso dificilmente deixa de ser cobrado pelo supermercadista”, observa Nuno Fouto, diretor de estudos e pesquisas e professor do Provar – Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA). Dado o contexto, o especialista vê cabimento para alianças entre marcas distintas, porém conexas, em kits compartilhados. As parcerias garantiriam maior força nas negociações. “É preciso arrojo”, ele opina, “porque esse tipo de convênio não é comum e nem de fácil instituição.” O professor do Provar recomenda a priorização de combos calcados em objetivos mais importantes do que o simples giro. Um deles é o estímulo à experimentação de um novo produto, como no caso de agregar uma novidade a um best-seller. Essa ação, diz Fouto, propende a custar menos e a render melhores resultados do que blitze em pontos de venda. “Ante o panorama atual de oferta abundante e de dificuldade para ‘prender’ o público, o sucesso justifica os contratempos para a execução da iniciativa”, acredita. “Notamos que muitas vezes, mesmo com dinheiro curto, o consumidor é arrebatado pelo kit. Se precisar, ele aperta o cinto em outros itens de sua cesta.” No mercado de limpeza doméstica, uma finalidade estratégica cada vez mais atribuída aos kits é dar notorie-
Kits podem dar visibilidade a refis, como mostram os dois exemplos da área de limpeza
dade aos refis criados para estimular recompras dos produtos. A Reckitt Benckiser e a SC Johnson, por exemplo, têm seguido caminho parecido em kits para as linhas Veja e Mr. Músculo. Bolsas plásticas com alça cumprem o papel de agrupamento, reunindo um frasco e um stand-up pouch de recarga, oferecido com desconto significativo. O custo acessível torna a embalagem flexível uma plataforma atraente para ações em segmentos de margens mais estreitas e mais suscetíveis a preços. Como qualquer outro instrumento de marketing, porém, o bundling não
está livre de ressalvas. Um risco virtual de sua prática intensiva, comentado à boca pequena por variados peritos em gestão de marcas, seria a depreciação do negócio. O perigo seria de a profusão de combos engendrar no consumidor a sensação de que o produto ou a categoria não se vendem sozinhos, tendo de oferecer continuamente a promoções e brindes. Como anabolizantes, o uso contínuo poderia criar dependência. “Penso que o uso de kits deva ser focado em datas especiais e ações pontuais”, reconhece Eduardo Petry, da Box Print. Fábio Victor Silva acredita que a
Ycar entende que kits acrescentam valor, o que ficaria patente em projetos desenvolvidos para cervejas da Uniland e cosméticos da Biotropic
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Coelho integrado Um dos destaques da fornada recente de kits promocionais da Congraf é o projeto desenvolvido para a ação Chocobichos da Fazenda, da Cacau Show. Consiste numa embalagem de papel cartão que conjuga um ovo de Páscoa e um coelhinho de pelúcia, oferecido como brinde. Enquanto a guloseima fica armazenada dentro de uma área fechada, somente com o “penacho” do envoltório primário e um detalhe do rótulo autoadesivo à mostra, por meio de áreas vazadas, o mimo fica exposto num espaço adjacente, rodeado por uma estrutura cartonada alusiva a uma cerca de madeira. “O principal desafio foi representar a fazenda por meio da faca da embalagem, deixando o brinde exposto para que a caixa não fosse violada”, explica Rafael Altavista, gerente de criação da Cacau Show. Segundo o profissional, a montagem do kit é feita numa esteira de produção na própria fábrica da produtora de chocolates. “Temos certeza de que desenvolvemos um projeto que nos diferencia no mercado”, afirma Altavista.
Estojo desenvolvido pela Antilhas explicita apelo de presente de kit de Oral B
perda de reputação somente possa ocorrer nas ações estritamente alicerçadas em descontos. Os kits, em sua visão, devem funcionar pela lógica inversa, agregando valor a produtos. “Temos diversos cases de sucesso em que, ao agrupar diversos itens com baixo valor, criamos kits interessantes e com apelo de presente”, argumenta. O diretor comercial da Ycar cita como exemplo um estojo de papel cartão desenvolvido para a importadora de bebidas Uniland. A embalagem acomoda duas cervejas especiais e um copo. “Separados, os itens não teriam grande apelo. A caixa que os combina, no entanto, acrescenta valor
e transmite imagem de um presente sofisticado.” A conotação de mimo é mais clara em uma caixa adotada pela Procter & Gamble para a venda de um kit com dentifrícios de sua linha premium Oral B 3D White. Produzida pela Antilhas, a embalagem incorpora detalhes em verniz texturizado que simulam a aplicação de uma fita de cetim, além de um espaço para que sejam escritos os nomes do oferecedor e do destinatário do presente. A área que estampa a inscrição da gratuidade do creme dental e da escova integrados ao conjunto leva um picote nas extremidades, permitindo a remoção.
Criatividade marca união de ovo de chocolate a brinde
Aplicações como essa dão uma amostra de como os kits promocionais, a despeito de sua função primordial de propor benefícios de custo, podem ser oportunos até mesmo para produtos de maior sofisticação. “Aqui, o bundling ainda tende a ser associado ao comércio popular, voltado à baixa renda. Em outros países, porém, a estratégia está disseminada tanto no hard discount (lojas espartanas focadas em preço) quanto no high street (comércio de vizinhança com perfil sofisticado)”, observa Nuno Fouto, do Provar. “O recurso é capaz de ‘falar’ com consumidores de qualquer faixa de renda. Cabe às indústrias escutar essa voz do mercado”.
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entrevista
O que as
Uma área em busca de valor Apesar de a importância das embalagens ser cada vez mais clara para as empresas, o papel de quem as desenvolve é confuso. Diogo Marra, consultor sênior de recrutamento e seleção da Page Personell, empresa do Page Group, explica como isso dificulta a formação de uma classe e complica a procura por esse tipo de profissional
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empresas fabricantes de bens de consumo esperam de um profissional de desenvolvimento de embalagens? Como se dá a participação desse profissional – em tese responsável pela materialização de ideias recebidas de outras áreas – no processo de decisão sobre embalagens dentro da indústria? Sua opinião é levada em conta em tais ocasiões? A propósito, qual é o perfil desse profissional? Questões como essas surgem ante a falta de consenso no universo corporativo, evidenciada pela variação de atribuições que cada indústria delega ao seu departamento de packaging. A indefinição provoca, por exemplo, um aspecto que é frequentemente comentado “em off” por quadros dos fornecedores de embalagens, e que é abordado nesta entrevista: esse tipo de profissional parece não existir como alguém que deveria dominar ao mesmo tempo conhecimentos técnicos, de design gráfico e estrutural e de marketing e informações sobre materiais e processos. Além disso, costuma ser visto, em geral, como um agente secundário dentro do processo decisório das empresas. Veja a seguir o que diz sobre o assunto Diogo Marra, consultor sênior de recrutamento e seleção da Page Personnel, empresa do Page Group que é referência em recrutamento especializado de profissionais de suporte à gestão e primeira gerência – o que, em certa medida, define a importância que as indústrias usuárias dão aos profissionais de embalagem. Qual a participação da indústria de bens não duráveis nas consultas à Page Personnel no Brasil? Na área de vendas, onde trabalho há dois anos na Page Personel, perce-
Quando se trata de um designer, da criação da embalagem, requerem-se profissionais muito mais voltados ao marketing do que a engenharia
bemos com mais intensidade como funciona a demanda de mercado por profissionais. A demanda está concentrada em determinados nichos do mercado, e tem aumentado a cada dia, com foco sobretudo em profissionais para a área de vendas e operações de indústrias de bens não duráveis, onde se inclui o item embalagem. Neste campo, buscam-se não só designers de embalagem, mas em maior intensidade profissionais da área de logística e supply chain, mais especificamente para o processo posterior à produção, ou seja, a paletização/organização na área de expedição. É um reflexo de que as empresas estão prevendo um aumento da demanda de despachos nos próximos meses, e que vai ser alavancado enormemente pela Copa do Mundo de futebol. As empresas estão contratando, e nós, particularmente, estamos negociando algumas propostas para várias posições, como operadores, técnicos de manutenção e também vendedores de robôs que montam paletes ou então máquinas que os envolvem com filmes (stretch). O senhor está se referindo a pessoal direcionado basicamente à parte operacional. As empresas não procuram, especificamente, profissionais de desenvolvimento de embalagens? Por que essa categoria não consta entre as áreas de oportunidades nos sites do Page Group? Quando relacionada a processos, à questão operacional, a embalagem está incluída na classificação de Engineering e manufacturing, e para esse fim ela não necessita de desenvolvimento muito sofisticado. Já em termos de design de embalagem final os requisitos necessários são bem maiores, pois aí se entra no terreno
do marketing. Quando se trata de um designer de embalagem, de uma pessoa que precisa se envolver no processo de criação da embalagem, ou que vai se dedicar a pensar numa embalagem inovadora para impressionar o consumidor, ou em alguma embalagem funcional, como acontece muito, requerem-se profissionais muito mais voltados ao marketing do que propriamente a engenharia, a menos que se estejamos falando de demandas extremamente específicas, como para desenvolver uma embalagem de agrotóxico que proteja o produto contra roubo ou eventuais falsificações. Enfim, demandas específicas como essas estão no campo da engenharia, enquanto demandas de visual, de apelo comercial, estão mais concentradas em marketing. Então, as oportunidades são maiores nessa área... De certa forma, sim, mas muitas vezes o profissional que faz o desenvolvimento de embalagem também faz um pouco de vendas. Já entrevistei profissionais que desenvolvem embalagens que estavam com interesse de migrar para vendas. A maioria esmagadora dos profissionais que já entrevistei tem formação em marketing. Mesmo fazendo uma busca pela divisão de marketing, não encontramos um cargo específico que faça menção a embalagem. Isso demonstraria que não existe uma procura com esse grau de especificidade pelas indústrias… Concordo. Não estamos sentindo demanda por cargos de suporte à gestão, para um analista de desenvolvimento de embalagem, um técnico de desenvolvimento de embalagem
ou um analista de desenvolvimento de produtos. Esses são os nomes dos cargos para desenvolvimento de embalagens. Um nome alternativo é gerente de projetos, cuja função é justamente gerir todos os projetos de embalagem na empresa. Mas não tem ocorrido muita procura por esse tipo de profissional. Se pensarmos nos GPs, que são os gerentes de projetos, a última posição que tivemos nesse sentido foi no final de 2013, para a área de embalagens flexíveis. Ele gere os projetos e alinha com o cliente, coordenando as especificações feitas pelo designer de modo a atender a necessidade apontada pelo cliente para rodar a embalagem em linha. O que a Page Personnel costuma fazer quando chega uma demanda por esse tipo de vaga? É feita a mesma abordagem tradicional de quando é para outro tipo de vaga, ou há um approach mais específico? Quando surge a necessidade de um profissional desse tipo, primeiro procuramos em nossa base instalada, que é a maior entre todas as empresas de recrutamento do Brasil. Se não encontramos quem corresponda ao perfil desejado dentro da base, seguimos para outros veículos ou parceiros de base de CV, ou então buscamos diretamente em empresas que sabemos dispor desses profissionais. Um bom canal para o profissional que quer ser visualizado é se cadastrar nos bancos de dados das empresas de recrutamento. Cadastrar-se nos veículos de pesquisa de profissionais é a chave para esse profissional ser encontrado. Desviando um pouco para a questão mais genérica de que muitas empresas
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encontram dificuldade para recrutar mão de obra qualificada: quão acentuada é essa carência de preparo das pessoas que postulam cargos em atividades de pesquisa e desenvolvimento – em geral, não especificamente em embalagem – nas indústrias? Nas áreas de engenharia, na parte de produto, há de fato essa carência, mas é uma deficiência funcional que envolve profissionais com funções específicas, como um engenheiro de produto necessário para desenvolver um projeto. Quando se pensa na estrutura das empresas, esse tipo de demanda é constante, mas bem acomodada no que já existe. Ou seja, sempre tem um engenheiro de processos mais sênior que consegue rodar o projeto, aquele profissional multivalente, que fica suprindo diferentes funções, de modo que nem sempre surge muita necessidade de especializar a mão de obra ou formar bons talentos. Mas é a queixa quanto a essa carência é cada vez mais generalizada… Imaginemos uma situação em que ocorre um pico de demanda e então se faz necessário contratar um profissional para poder executar o trabalho. O que normalmente acontece é que como existe bastante segmentação das atividades profissionais, sempre fica a dúvida de por onde encontrá-lo, pois para ocupar a posição é preciso encontrar um profissional extremamente capaz e treinado num nicho. É nesse caso que surge essa carência. Os profissionais que existem e são experientes já ocupam boas posições, estão estáveis e não se deslocariam a menos que tivessem uma proposta que compensasse a movimentação. Como
grande parte das companhias passam por limitações de budget, principalmente num cenário de crescimento muito lento da economia, as vagas ficam abertas esperando profissionais “top de linha” com pretensões salariais modestas para seu nível de desenvolvimento (que são raros). Algumas nesse cenário ou formam seus profissionais na base e os absorvem ou então “pagam o passe” para ter um time de alta performance. Enfim, como se resolve a contratação de profissionais que vão trabalhar na área de embalagem? Na maioria das vezes, quando falamos de um profissional de embalagem, ele foi formado dentro da empresa, e os RH’s e a consultoria retiram os candidatos justamente dessas fontes. Um exemplo: O candidato entrou na área de desenvolvimento como assistente de criação, cresceu nela, formou uma base técnica e dali já tem subsídios para entender com alguma segurança como funciona o produto/necessidades da empresa que pretende contratá-lo. Mas nem por isso está pronto para o mercado. Não existe esse profissional pronto à deriva, na superfície, para podermos retirá-lo e colocá-lo numa posição muito específica em outra indústria. Sabemos não ser essa exatamente a especialidade da Page Personel, mas existe nas empresas dificuldade para encontrar mão de obra também na parte operacional, de engenharia, por exemplo, nos cargos de embalagens que são voltados para tarefas mais mecânicas? Existe sim essa dificuldade, principal-
mente quando se trata de manutenção, inspeção e operação do processo de produção da embalagem. Esse profissional anda escasso porque o ensino técnico ainda não é uma prioridade na educação, e além disso, com fácil acesso ao ensino superior, muitos profissionais simplesmente não se dispõem ao ensino técnico, em busca de alçar maiores vôos. É perceptível inclusive o aumento salarial de posições operacionais, como técnicos de manutenção e operação de equipamentos. Retomando sua informação de que o profissional encara a ocupação na área de embalagem como algo estático: alguns especialistas em marketing e em gestão dizem que devido à importância estratégica da embalagem no negócio de uma empresa de bem não durável – os executivos de embalagem deveriam ocupar cargos de alta hierarquia nas empresas. Na Procter & Gamble, por exemplo, existe uma vice-presidência de embalagem. O senhor poderia citar algum outro caso semelhante, de valorização de profissional saído da área de embalagem que tenha galgado até um posto importante? Não tenho isso na minha memória, até porque essa é uma área muito específica em marketing e não disponho de conhecimento profundo nessa seara. Mas intuitivamente concordo que as áreas de embalagens das indústrias de consumo que usam esse insumo como apelo comercial fazem bem em criar uma estrutura que permita a esse tipo de profissional progredir. Acho completamente viável isso ocorrer em empresas B2C, como é o caso da P&G, já que o apelo da embalagem, comercialmente falando, é intenso nesse mercado.
Na maioria das vezes, o profissional de embalagem foi formado dentro da empresa. Não existe esse profissional pronto, à deriva, para retirar e colocar em outra indústria
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Hoje o profissional que entra no mercado busca o crescimento rápido. E a embalagem, por ser uma área específica, exige bastante tempo para evoluir
A gente tem observado uma rotatividade muito grande nos quadros das indústrias de bens de consumo, e os departamentos de embalagem não escapam dessa situação. Em geral, porque a permanência dos executivos nos cargos é cada vez menor? Hoje o profissional que entra no mercado, principalmente o mais jovem, está buscando muito o crescimento rápido. E a embalagem, por ser uma área específica, exige bastante tempo para evoluir, para crescer, requer muita experiência para que se possa passar para outro cargo. Principalmente os profissionais de criação, obviamente sem generalizar, têm um perfil comportamental que os impele para novos desafios, fazendo-os perder rapidamente o interesse por uma posição constante e que o faz cair numa rotina. Então acontece que, sendo a área de embalagens vista em algumas empresas como área-acessória e em algumas outras como área que tem demanda constante e sem desafios, sem que exista um plano de carreira por trás dela, o profissional se questiona: “O que eu vou fazer daqui? Para onde vou?”. Então, quando não vislumbra uma abertura para crescer em sua área, para a área de marketing ou para outras que julgue mais atraentes, o profissional se desinteressa por ficar no segmento e acaba se direcionando para outras empresas. Em geral, o que prepondera para essa rotatividade é a ansiedade do profissional jovem, ou existem outros fatores? Existem outros fatores. A ansiedade é dos profissionais que entram nesse mercado e não veem crescimento de curto prazo. Muitas empresas não
veem a embalagem como prioridade, então a área não cresce, e não tem para onde o profissional se deslocar para cima. Se a pessoa não se qualifica, se não busca um curso ou outras maneiras de agregar valor ao seu perfil, a empresa não vai ter o que fazer com ela, e aí não tem para onde ela ir. Desse momento em diante, ou ela acaba se desligando para buscar, a empresa a desliga para dar espaço à outra, ou então o profissional sai da empresa diretamente para outra. Temos observado que essa dança das cadeiras tem atrapalhado o desenvolvimento e até levado ao engavetamento de projetos de embalagens inovadoras em geral. É possível fazer alguma coisa para minimizar esse problema? Com sinceridade, dentro das empresas que dependem desses profissionais, e na estrutura que foi construída, acho que é uma questão de gestão de carreira e portfólio. É preciso dar aos profissionais uma linha de trabalho que permita que cresçam e desenvolvam um trabalho e que fiquem perenes dentro da empresa. O ideal é que movimentações sem passagem de bastão não ocorram, o que é uma tarefa da gestão direta e também do plano de carreira e sucessão. Este deve ficar na empresa, treinar um sucessor e garantir a permanência dos resultados já alcançados. Do contrário, até que o projeto e o conceito que estava sendo desenvolvido sejam retomados, perde-se muito tempo. Não vejo uma alternativa para isso não acontecer se não houver a gestão do portfólio das vagas para design dentro das empresas que dependem desse profissional e
criar a estrutura para que ele fique. É uma questão muito mais de retenção desse profissional. Essa baixa permanência, esse pular de galho em galho, não é uma resposta à demanda do mercado? Isto é, ao exigir um profissional que tenha diversas passagens as empresas não estão valorizando essa “infidelidade”? Acho que não. Quando o profissional tem a carreira muito instável, ele não vê a conclusão do projeto do qual participou, e o conhecimento de ponta a ponta do projeto é uma das habilidades que se procura nesse tipo de profissional. O que se quer é quem tenha visão sistemática da cadeia, desde a criação até a efetivação no cliente ou no fornecedor, no alinhamento dos requisitos de produção para aquela embalagem, no alinhamento das cores, do design, de tudo. Um projeto é composto por várias etapas, e o profissional que não permanece na empresa o tempo suficiente para concluir um projeto não vai ser completo. Toda empresa, quando busca um profissional, quer alguém que vá ficar dentro do seu quadro. São poucas as empresas que contratariam um profissional que passou por quatro empresas em três anos. É necessário investir tempo e capital na formação dele, no perfil de carreira, na qualificação. Quem gostaria que essa pessoa fosse embora rapidamente, após tanto investimento? Um contraste interessante é das empresas que contratam freelancers e até mesmo agências. Essas alternativas já sabem que aquele projeto teria curta duração, entregam o trabalho e procuram novos clientes posteriormente.
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Jogada de mestre ou “tubainizaç Celebrado lançamento de Natura Sou em stand-up pouches tem semelhanças com chegada da garrafa de PET no Brasil – inovação que trouxe dor de cabeça às grandes marcas Por Marcos Palhares*
Um dos mais
importantes desenvolvimentos de embalagem em 2013 no Brasil foi, sem dúvida, a adoção de stand-up pouches, pela Natura, para a linha Sou de cuidados com a pele e com o cabelo. O uso de bolsas flexíveis no setor de higiene pessoal e cosméticos (HPC) não era novidade no Brasil, mas a decisão de uma grande marca de referendar essa solução como embalagem primária quebrou paradigmas. Daí o seu caráter inovador, e a razão de ter recebido o Prêmio Grandes Cases de Embalagem naquele ano. Num setor em que frascos plásticos decorados com rótulos autoadesivos sofisticados sempre deram o tom, restava aos stand-up pouches um papel secundário, de refil, invariavelmente com apelo de redução de preço para o consumidor final. Esse posicionamento, aliás, contribuiu para – naquela categoria – associar esse tipo de embalagem a uma percepção de menor valor.
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Ao centrar a divulgação da linha Sou na embalagem, enfatizando aspectos como a redução no consumo de matéria-prima, a possibilidade de utilização total do conteúdo, a eficiência logística e o menor volume de resíduos pós-consumo, a Natura educou o consumidor a entender os benefícios do stand-up pouch, fazendo-o aceitar uma mudança de padrão. De quebra, a empresa conseguiu chegar ao mercado com valores competitivos e um grande apelo a consumidores que admiravam a marca, mas não conseguiam encaixá-la em seus orçamentos. O caso foi celebrado como um grande sucesso de marketing, graças a uma inteligente ação de embalagem. Mas qual o significado dessa mudança no longo prazo? Já ouvi quem dissesse que essa iniciativa traz ameaças ao valor da marca Natura, por associá-la a uma embalagem “pior”. Pior entre aspas mesmo, pois esse é um julgamento de
valor provavelmente enviesado – se não por interesses comerciais, no mínimo por preconceito, por apego ao tradicionalismo. O consumidor muda rápido, e não tenho dúvidas de que, hoje, aceita o stand-up pouch sem maiores restrições. Prova disso são as gôndolas dessa mesma categoria de produtos na Ásia, na Europa e em alguns países da América Latina, recheadas por stand-up pouches, nem sempre com o conceito de refilagem.
Olhando os aspectos envolvidos no caso de Natura Sou, contudo, o que me veio à cabeça foi uma história que se iniciou há quase 25 anos, com desdobramentos que fugiram do controle de quem a protagonizou. Refiro-me à introdução das garrafas de PET no mercado brasileiro de refrigerantes, anunciada, em julho de 1988, pelo jornal Nova Embalagem (à época editado por nossa empresa)
Desenvolvimento das embalagens da linha Sou foi exaltado por quebrar paradigmas na categoria de higiene pessoal e cosméticos
ão” da beleza?
como grande novidade do ano a ser apresentada pela Pepsi-Cola e pela Coca-Cola, que então traziam para o Brasil uma inovação já adotada por elas em outros países. A garrafa de PET era uma estratégia das fabricantes de refrigerante para atingir novos consumidores, já que, por ainda não haver produção local estabelecida para aquelas embalagens, não havia vantagens relevantes de custo sobre o vidro, material dominante no segmento. O design simplório das embalagens – semelhantes a cilindros de oxigênio – e as limitações técnicas impostas pela tecnologia disponível, que resultavam em embalagens pesadas (uma garrafa de 2 litros pesava inacreditáveis 52 gramas!) empurravam para baixo a percepção de valor da solução que se introduzia. Mas as perspectivas de marketing eram animadoras. Num curto espaço de tempo, a cadeia do PET se estruturou no Brasil. Mercados como o de óleos vegetais ajudaram a impulsionar o consumo de embalagens feitas com aquela resina, gerando ganhos de escala. Aprimoramentos técnicos afinaram as paredes e reduziram o peso dos vasilhames, ajudando a puxar os custos para baixo. Esse movimento de introdução de garrafas plásticas descartáveis, no entanto, viabilizou o surgimento de inúmeras marcas regionais (popularmente conhecidas por “tubaínas”), antes limitado pela complexa e custosa operação de logística reversa imposta pelo sistema de embalagens retornáveis. As garrafas cilíndricas tornaram-se sinônimo de categoria em volumes acima de 1,5 litro, avalizadas pelas duas principais marcas do segmento, cujas embalagens em nada se diferenciavam das usadas pelos fabricantes de pequeno porte.
O resultado foi que, nos anos seguintes, as inúmeras marcas regionais, espalhadas por todo o país, ganharam espaço e chegaram a dominar quase um terço do importante mercado nacional de refrigerantes. Esse avanço rápido e vigoroso, mas pulverizado, recebeu a alcunha de “tubainização”, e
Design simplório das primeiras garrafas PET para refrigerantes mudou dinâmica competitiva da categoria
exigiu das grandes fabricantes muito esforço e investimentos para que fosse debelado. Estaríamos assistindo a uma reprise desse filme?
O lançamento de Natura Sou não seguiu a mesma lógica da introdução das garrafas de PET no Brasil, é verdade. Mas é possível identificar similaridades entre as situações. Em ambos os casos, grandes marcas assumiram a vanguarda e bancaram uma embalagem com percepção menor de valor do que as alternativas existentes, visando atingir nova gama de consumidores. De olho, claro, em apetitosas reduções de custo. Ao educarem o consumidor, mostrand-lhes predicados da solução oferecida, essas empresas, referências em seus setores de atuação, avalizam a novidade e credenciam fabricantes menores a seguirem a mesma trilha, sem o risco de serem percebidos necessariamente como soluções de segunda categoria que viram nas embalagens “piores” um meio de se tornarem competitivas. Os próximos anos (ou meses) nos mostrarão se o desenvolvimento das embalagens de Natura Sou foi, de fato, um movimento magistral, como se fala hoje, ou se abriu espaço para um processo de tubainização do mercado de HPC. * Marcos Palhares é diretor da revista EmbalagemMarca. Formado em Administração pela FGV e pós-graduado em Gestão Estratégica de Embalagem pela ESPM, é mestre em Administração pela FEA/USP e MSc em Pesquisa de Administração pela Universidade de Oxford (Inglaterra). É professor de Tendências de Consumo e de Planejamento Estratégico no Istituto Europeo di Design. Abril 2014 |
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destilados
Nem tanto o de sempre Maior poder de compra do brasileiro inspira renovações e upgrades em um segmento não muito afeito a mudanças: o de bebidas destiladas Por Wilson Palhares
O impacto causado pela ascensão de grandes contingentes de brasileiros, em anos recentes, a faixas mais elevadas de renda do que as de mera subsistência reflete-se antes na qualidade do que no aumento quantitativo do consumo, influindo de maneira significativa nas embalagens. A comparação entre o que se via dez anos atrás com itens hoje expostos no varejo torna evidente o salto de qualidade. Há expressiva movimentação rumo à melhora, para atender à elevação das expectativas, aspirações e exigências dos consumidores. Nesse quadro, chama a atenção o fato de que a onda de renovação e upgrade ocorre fortemente num segmento não muito inclinado a mudanças, o de bebidas destiladas, formado basicamente por cachaça, uísque, vodca, rum, gim, conhaque e tequila. A movimentação se dá principalmente em prejuízo da cachaça. Enquanto as vendas do destilado mais consumido no País caem no varejo(*), a vodca, por desfrutar de imagem de “produto superior” tem aumentado sua participação próximo a 4% ao ano, segundo dados da Nielsen. O uísque e o rum também ganham da migração para o consumo conside(*) Segundo diferentes estimativas, o consumo em 2013, foi de aproximadamente 1,2 bilhão de litros; há cerca de um decênio girava em torno de 1,5 bilhão de litros.
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rado de mais qualidade, que sempre ocorre quando o poder de compra das pessoas se eleva. “Vodca e uísque são os dois tipos de bebidas que mais se têm beneficiado do aumento do poder de compra do consumidor”, ressalta Emerson Zanette, gerente de comunicação da Mintel para o Brasil, com base em relatório de pesquisa lançado em julho de 2013 por aquela empresa. Marcas internacionais consagradas e aqui presentes, como
Difusão das opções de frutas, como as de Absolut, evidencia maior inclinação a mudanças
Bacardi, Campari, Cinzano, Martini e Smirnoff, tomam espaço de marcas de menor força. Ao mesmo tempo, as multinacionais se movimentam para proteger e engordar suas fatias de mercado frente a produtos domésticos, e investem para incrementar seus portfólios, inclusive importando cada vez mais marcas de renome. Nesse avanço, ampliam também suas linhas com produtos saborizados, sendo corriqueiro ver-se em supermercados e
88 Viramel e 88 Limão: versões mais elaboradas de cachaça da Cereser
lojas de bebidas vodcas como Smirnoff, Orloff e Absolut, rum Bacardi e outros ícones dos destilados em variados sabores de frutas. Em tal cenário, empresas produtoras de destilados mainstream reagem introduzindo mudanças em seus produtos, a começar pela seara da própria cachaça. Há um movimento generalizado de redução do teor alcoólico desse tipo de bebida e de lançamentos com sabores, como pode ser constatado nas gôndolas dos supermercados, onde poucos anos atrás a presença desses produtos era nula e hoje se multiplica. O objetivo é tornar a cachaça mais receptiva pelo público jovem, para beber em casa, em festas e nas baladas, onde predominam as vodcas saborizadas (ou puras, misturadas a energéticos). No enfrentamento, além de melhorar a qualidade das bebidas em si, donas de marcas desse nível procuram levar o consumidor a perceber o ganho de valor já na simples visualização das embalagens, mais do que motivá-lo com ações de marketing e propaganda. Investem, então, na modernização de recipientes e principalmente em seus sistemas de fechamento e de decoração. A palavra que sintetiza essa tendência é premiunização, neologismo que define a inclinação cada vez maior das empresas de transformar itens corriqueiros em algo superior (ver EmbalagemMarca nº 171, novembro de 2013). Ao mesmo tempo, intensificam os lançamentos de bebidas com sabor.
A Cereser , maior fabricante nacional de vinhos, filtrados e destilados populares, colocou recentemente no mercado, por exemplo, a 88 Limão, cachaça light com sabor da fruta e 25% de teor alcoólico, e a 88 Viramel, com mel e limão e 17% de graduação alcoólica. Ambas são acondicionadas em garrafas de vidro de 900 mililitros, decoradas com rótulos plásticos termoencolhíveis, da Baumgarten, de muito maior impacto visual que os rótulos de papel da 88 tradicional. Aproveitando a onda favorável às vodcas, a empresa lançou uma edição especial dessa bebida, em duas versões (Black e White), também com rótulos termoencolhíveis, da Kadov, que já constava de seu porfólio. Na Fante Indústria de Bebidas, de Flores da Cunha (RS), foram totalmente reformuladas as embalagens do uísque Black Stone, presente há 25 anos no mercado, e da quarentona Vodka Rajska. Além de novas garrafas, exclusivas, os dois produtos receberam rótulos autoadesivos e tampas Guala. “Quando se disputa o consumidor na área de vendas, a embalagem tem papel importantíssimo na atribuição de valor, juntamente com o relaciona-
mento de preço e produto; a inovação e a renovação dos recipientes são atrativos motivadores para o consumo”, diz Julio Fante, diretor proprietário daquela indústria gaúcha. A Contini (Casa Di Conti), tradicional fabricante de bebidas de Jundiaí (SP), se encontra em meio a um processo de renovação de embalagens e de lançamentos de diferentes novos produtos direcionados em boa parte a esse público. O diretor de marketing
Rótulos termoencolhíveis distinguem as versões Black e White da vodca Kadov
Vodca Rajska, da Fante, ganhou garrafa exclusiva e novos rótulos e tampas
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da empresa, Abílio Nogueira Duarte Neto, entende que “no segmento de bebidas as marcas envelhecem com seus consumidores, e isso atrapalha, num momento de mercado em que o público jovem é o principal consumidor.” Dentre os lançamentos ele destaca a vodca Barkov e, com a mesma marca, uma linha de bebidas ice com oito sabores, todas já no mercado. As mudanças envolvem a decisão de utilizar “desde garrafas de vidro de primeira linha até o que há de mais avançado em termos de tampas, rótulos
Casa Di Conti procurou caprichar na apresentação da vodca Barkov
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e mesmo embalagens de transporte”, fornecidos por Guala (tampas), Mack Color e Gesa (rótulos autoadesivos) e Klabin (caixas de papelão). Na seara específica da cachaça pura, sobressai iniciativa da Diageo. A gigante multinacional do setor adquiriu em 2012 o tradicional rótulo cearense Ypióca e o relançou como Ypióca Brasilizar. O produto deixou de ser apresentado como “aguardente de cana”, passando a ser simplesmente “cachaça”, para beneficiar-se do reconhecimento internacional dessa categoria como bebida típica brasileira, segundo Eduardo Bendzius, diretor de marketing e vendas da empresa. Além de ter sido promovida a evolução do blend e de a empresa gerenciar desde a qualidade da cana até o envelhecimento da bebida, os rótulos foram modernizados (pela agência americana de branding Landor). Agora com formato mais moderno (“porém sem perda de equities e da tradição”), são autoadesivos plásticos, em lugar dos rótulos magazine, de papel com cola. O consagrado revestimento da embalagem, de palha trançada em malha “fechada”, foi abolido, após pesquisa em que os consumidores apontaram preferência pela “aberta”, que permanece. Para completar, o código de barras mudou da face da garrafa para o rótulo traseiro, e as tampas receberam cápsulas mais modernas e mais bem acabadas que as anteriores. Basicamente, a Ypióca foi reposicionada alguns degraus acima de seu status anterior de mainstream. O preço ao consumidor final foi aumentado, mas o produto ficou aquém das faixas de valor das cachaças artesanais (“de alambique”), de cuja maioria se destaca em termos de embalagem.
Adquirida pela Diageo, Ypióca teve imagem reposicionada degraus acima da anterior
De certa forma, a nova Ypióca lidera o movimento da categoria para não perder – e para ganhar – mercado. Significa, em outras palavras, tomar fatias de cachaças populares e comoditizadas, de resto premidas pelo uptrade rumo a marcas superpremium, cujos lançamentos se sucedem com vistas a vendas de preço unitário maior. Em suma, tudo indica que o mercado das chamadas bebidas quentes tende a perder alguns graus na dosagem alcoólica e a ganhar outros mais na intensidade da disputa e do aprimoramento da apresentação dos produtos. Veja artigo sobre cachaças premium e superpremium na versão de EmbalagemMarca para tablets. Baixe gratuitamente o aplicativo: iPad: emb.bz/ipad Android: emb.bz/android
Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
Informações adicionais sobre fornecedores das embalagens estão nos links em vermelho no final dos textos.
Frutas
Melão com turma no rótulo e na caixa A Itaueira, que produz o conhecido melão Rei, fez uma parceria com a Mauricio de Sousa Produções para lançar o melão da Turma da Mônica. Na novidade, chama a atenção o ornamento das frutas. Elas são envolvidas com rótulos termoencolhíveis, que dedicam espaço para a reprodução de trechos de histórias em quadrinhos com os personagens. O mesmo recurso foi aplicado no design gráfico da caixa de papelão ondulado, utilizada para o transporte do produto.
emb.bz/176melao
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Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br
Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
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Cervejas
Farináceos
Amaciantes
Chocolates
Sabonetes
Energéticos
como em portugal
padrão respeitado
mais dois frascões
apenas 50 calorias 4
Destaque à marca 5
six-Pack renovado
A Neugebauer lança o 50k, minitablete de chocolate com 50 calorias. Acondicionadas em flexíveis do tipo flow pack, as barrinhas de 9 gramas serão vendidas inicialmente na região Sudeste. emb.bz/176choco
Nas novas embalagens de seus sabonetes em barra, a Johnson & Johnson decidiu dar mais ênfase à marca. Os produtos, em sete versões, são acondicionados em envelopes de papel laminado. emb.bz/176johnson
O envoltório (shrink) com seis latas de 250 mililitros do energético Vulcano Energy Drink teve a arte renovada. Segundo a i9 Business, proprietária da marca, o nome do produto e as chamas associadas a ele ganharam mais destaque no novo design gráfico. emb.bz/176vulcano
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A cerveja portuguesa Super Bock passa a ser produzida no Brasil pela Cervejaria Riograndense. A distribuição será da Globalbev. Assim como na Europa, a bebida será oferecida em garrafa de vidro de 250 mililitros com tampa pull-off, cujo anel facilita a abertura. emb.bz/176bock
Em duas opções, 200 ou 500 gramas, o amido de milho é a novidade da Fugini. Segundo a empresa, as embalagens seguem o padrão do mercado: sachês de polietileno são acomodados em cartuchos de papel cartão, em que predomina o amarelo. emb.bz/176fugini
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Comfort Concentrado ganha duas novas versões de 1,9 litro em sua série Super Sensorial: Óleos Essenciais Energy e Criações Orquídea e Morango Silvestre. Os frascos, feitos de polietileno, são decorados pela Unilever com rótulos autoadesivos. emb.bz/176comfort
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Antes . . .
Alimentos
bacalhau a vácuo 7
Medicamentos
em nome da praticidade Os flaconetes de Eparema, medicamento fitoterápico indicado para os distúrbios do fígado e da digestão, ganharam nova tampa. A Takeda, fabricante do produto, diz que a mudança visa facilitar o manuseio pelo consumidor. Isso ocorreria pelo fato de o fechamento contar agora com uma saliência na borda superior. As embalagens também trazem um benefício adicional para o varejo. Cada unidade passa a
… e depois
incorporar um código de barras individual, o que facilitaria o controle de estoque nas lojas. emb.bz/176eparema
O Bacalhau Cozido com Batatas é a novidade da Vapza. Pronto para consumo ou preparo de receitas, o produto é acondicionado a vácuo em embalagem plástica flexível, inserida em cartucho de papel cartão para a distribuição ao varejo. A porção oferecida é de 400 gramas, dos quais metade é do pescado. emb.bz/176vapza
Display ESPECIAL COPA
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Esponjas
Xampus
Cervejas
Sucos
molhos
craque versátil
futebol e música
trampolim para a one 3
três opções de caixinha 4
elefante não esqueceu 5
As latas da cerveja Devassa ganham novas cores: vermelho, branco, preto, verde, amarelo e azul. A ação faz parte da campanha “Pelada, o lado Devassa do futebol”, que usa a Copa do Mundo como trampolim e marca o lançamento da edição limitada da cerveja Devassa One. emb.bz/176devassa
Frutas do Brasil é a nova edição limitada do néctar de frutas Sufresh, da WOW! Nutrition. O produto é comercializado em embalagem cartonada asséptica de 1 litro com arte em três versões. Elas exploram as cores da bandeira brasileira e alguns dos ícones mais conhecidos no País, como o tucano, a arara e a fita do Senhor do Bonfim. emb.bz/176sufresh
Jotalhão, o mascote do extrato de tomate Elefante, entrou no clima da Copa. O personagem criado por Mauricio de Sousa aparece com uma camisa amarela e segurando uma bola nas latas de aço de 130 gramas e de 340 gramas do produto da Cargill. emb.bz/176elefante
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A Bombril lançou uma edição especial de sua esponja de aço. Até a Copa do Mundo, a inscrição Bom Bril dará lugar a “Bom de Bola” nos pacotes plásticos do produto – que destacam, ainda, as cores da bandeira brasileira. emb.bz/176bomdebola
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Com formato alusivo a um microfone, o frasco do xampu Trá Lá Lá Kids, da Phisalia, agora alude também à Copa, no rótulo. Na arte, os personagens da marca vestem camisetas amarelas. O plano de fundo exibe bolas de futebol. emb.bz/176tralala
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Amenities
Alimentos
copa com ajuda ao campo Referência em amenities (artigos de cuidados pessoais oferecidos em hotéis), a Realgem’s fechou parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Ministério do Turismo e o Sebrae para lançar a linha Talentos do Brasil. Vinculados à Copa do Mundo, os produtos têm sua principal matéria-prima, o extrato de mel, adquirido
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de pequenos agricultores. “Do total da venda, 5% são direcionados à Avapis– cooperativa gaúcha do Programa Agricultura Familiar –, que fornece os extratos”, explica Mauro Carvalho, diretor da Realgem’s. A linha é composta por xampu, condicionador, sabonete líquido, loção hidratante e sabonete em barra. emb.bz/176amenities
Copas nos copos
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A Nissin-Ajinomoto lança embalagens colecionáveis do macarrão instantâneo em copo Cup Noodles. Tema: seleções de futebol que marcaram a história das Copas. Cada sabor está alinhado, por meio de cores e de ícones específicos, a um vencedor marcante do torneio de futebol: Brasil 70, Uruguai 50, França 98, Argentina 86, Holanda 74, Alemanha 90, Espanha 2010 e Itália 82. Os copos trazem no verso textos com informações sobre as equipes. emb.bz/176noodles
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Almanaque EmbalAgens que (quase) não mudam O leite fermentado Yakult tem o mesmo formato de frasco plástico nos mais de trinta países em que é vendido – seja na sua versão mais popular, de 65 mililitros (80 gramas), ou na de 100 mililitros, utilizada em algumas regiões da Ásia. A inspiração para o design da embalagem teria sido as Kokeshis, bonecas de madeira originárias do norte do Japão. Por um bom tempo desde seu lançamento em escala industrial, em 1935, a bebida foi distribuída em pequenos recipientes de vidro, parecidos a ampolas. O atual modelo do recipiente, feito de poliestireno, foi adotado em 1968. primeira embalagem do yakult, no japão, era de vidro
formato do frasco plástico de yakult seria inspirado em bonecas japonesas
Conservação secular
Flui corretamente?
O cargueiro Bertrand teve vida efêmera. Um ano após sua inauguração, em 1864, o barco a vapor naufragou ao chocar-se com troncos submersos no Rio Missouri, nos Estados Unidos. Seus destroços foram localizados em 1968, atraindo caçadores de relíquias. Latas de alimentos fizeram parte dos objetos resgatados. Ao abri-las, cientistas se surpreenderam. Apesar da aparência, do gosto e do valor nutricional das conservas terem se deteriorado, não foi detectada a presença de bactérias nocivas. A comida, passado mais de um século de sua fabricação, ainda era segura para o consumo. barco a vapor navegando no rio missouri, no século 19
tampa de lata de extrato de limão resgatada em 1968
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Entre os testes de qualidade a que é submetido, o ketchup Heinz passa por um curioso, relativo à consistência e ao fluxo de saída da embalagem. Segundo a fabricante, o produto só é aprovado quando sai do tradicional frasco de vidro a uma velocidade de 0,045 quilômetro por hora.
Gemada em pó, para toda refeição A Kibon, hoje marca da Unilever, não produzia apenas sorvetes. Na década de 1950, a empresa fabricava a Gemada em Pó Kibon. O produto, segundo anúncios em revistas da época, podia ser usado “misturado ao Vinho do Porto, pelo papai”, “para o lanche escolar das crianças” e para “completar qualquer refeição”. Acondicionada em lata de aço, a gemada em pó era feita de ovos, açúcar, leite em pó e canela.