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Ano XVII • Nº 198 • Fevereiro 2016 • R$ 15,00
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É hora de repensar Ante a pressão para cortar custos, ajustes em embalagens podem ser vantajosos
sorvetes
fechamentos
Com planos de inovar em apresentação, referência em paletas mexicanas começa a diversificar atividades
As principais opções em tampas para embalagens cartonadas assépticas
Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR
O que torna bom um projeto Ouve-se com crescente frequência a afirmação de que a mão de obra no Brasil é ruim e que talvez seja a principal das causa da falta de competitividade dos produtos nacionais industrializados. Sem querermos enveredar pela discussão desse problema e muito menos contestar a parte inicial da afirmação – a de que a mão de obra é ruim – queremos aqui colocar em discussão o tema da falta de competitividade. Conforme está colocado no contexto da reportagem de capa desta edição, em que são apresentadas sugestões para reduzir custos de embalagens (ver na página 14), um dos motivos do mau desempenho às vezes observado nessa cadeia é a gestão inadequada de projetos desde seu início, e fora de tempo e de foco ao longo do processo de implantação. Acreditamos que o mesmo pode ocorrer na indústria de modo geral. Afinal, qual seria, por exemplo, a culpa do operador de uma máquina na qual se fabrica um recipiente que, na linha de envase, se revela inadequado, mesmo tendo sido feito exatamente conforme foi encomendado? Vale dizer que a culpa, no caso, é do projeto. “Muitas empresas, pequenas, médias ou grandes, começam a perder dinheiro já no lançamento de um novo produto”, diz num artigo na internet o engenheiro de alimentos (com pós-graduação em produção e materiais) Hélio Kinoshita. “Isso se deve ao fato de não ter sido planejado adequadamente o sistema de embalagem como um todo”, ele afirma. “Na maioria das vezes, no
desenvolvimento de uma nova embalagem, quase nenhum critério é adotado para se chegar à otimização de todo o sistema.” Tudo o que acima está escrito vem a propósito da aproximação da fase de inscrições para a décima edição do Prêmio Grandes Cases de Embalagem, que se enquadra nas recomendações desse e de muitos outros especialistas e consultores do setor. Criado com o objetivo de homenagear as empresas e os profissionais atuantes na cadeia de valor da embalagem no Brasil, o Prêmio promovido por EmbalagemMarca tem também a finalidade de estimular a ação conjugada de todos os agentes de projetos, desde sua concepção e seu desenvolvimento até sua aplicação prática. Entendemos que ao incentivar essa interação estamos contribuindo para valorizar o trabalho de quem opera na área. Regozijamo-nos com o fato de notar que a cada edição o espírito que rege nossa iniciativa vem obtendo crescente compreensão por parte dos interessados. Para que esse avanço seja ainda mais acentuado, na página 6 podem ser encontradas algumas orientações úteis para a realização de inscrições bem feitas. Esperamos que elas sejam vistas também como uma forma de entrosamento. E, sem sermos por demais pretensiosos, que a ideia vá além da área de embalagem. Até março.
Wilson Palhares
“Qual seria a culpa do operador de uma máquina na qual se fabrica um recipiente que, na linha de envase, se revela inadequado, mesmo tendo sido feito exatamente conforme foi encomendado?”
Sumário
Edição 198 • Fevereiro 2016
14 foto de capa: © Mreco99 | Dreamstime.com
Reportagem de capa
3 Editorial O que torna bom um projeto 6 Prêmio Os dez mandamentos de uma boa inscrição no Prêmio Grandes Cases de Embalagem 7 Cervejas Budweiser muda embalagens e retoma logotipo azul nas latas 8 Painel HP leva aos Estados Unidos ação com embalagens personalizadas da Coca-Cola • Krones desenvolve equipamento de envase em latas para pequenos volumes • Innovia Films e Bio4Pack criam estrutura laminada compostável para embalagens flexíveis • Clariant apresenta ColorForward 2017, guia de tendências de cores
Crise é um momento oportuno para empresas reverem a gestão de embalagens, cortando superdimensionamentos, excessos de cores e inventários complexos
12 Artigo Novas tecnologias em embalagens podem abrir alternativas nem sempre percebidas para novos produtos e negócios Por Wilson Palhares
13 Cosméticos Natura inova com primeiro hidratante para pele em spray 20 Entrevista Doce gelado em embalagem especial de papel cartão marca início de um voo mais alto da Los Paleteros. Bruno Montejorge, diretor de marketing da marca de paletas mexicanas, fala sobre os planos para a diversificação do negócio
Por Equipe EmbalagemMarca
24 Fechamentos As principais opções para embalagens cartonadas assépticas
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26 Evento Connect 2016, realizado pela EFI, mostrou que o gerenciamento adequado da impressão é caminho para criar valor a brand owners e assegurar rentabilidade para a indústria gráfica Por Marcos Palhares, de Las Vegas 28 Internacional Champanhe Veuve Clicquot utiliza subprodutos da atividade vinícola na confecção de estojos 29 Artigo Engenheiro de embalagem deve acrescentar valor às tarefas que desempenha Por Jorge Maquita, gerente global de embalagem da Pepsico
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30 Artigo Estudo mostra potencial da embalagem como veículo de publicidade Por Guilherme Kamio
31 Display Tirolez moderniza logotipo e reformula embalagens • Itaipava tem lata para o verão • Sinuelo desenvolve garrafa exclusiva para suco de uva • Empresa mineira lança iogurte vegano • Pepsi Twist adota novo layout
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34 Almanaque Molico, o primeiro leite em pó da Nestlé • A história das cores nos rótulos de Johnnie Walker • As goiabadas da Nolasco, fábrica de doces fluminense • Solitárias higienizadas, remédio para emagrecer • Shell, do antiquário ao petróleo
Empresas que anunciam nesta edição Almanaque...................................................5
Bemis.............................................................9
Innovapack................................................ 23
Avery Dennison........................................ 34
Designful...........................................3ª capa
UPM Raflatac.............................................15
Baumgarten......................................18 e 19
Indexlabel.........................................2ª capa
Yupo...................................................4ª capa
Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br Diretor de comercial: Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Gerente comercial: Roberto Inson | roberto@embalagemmarca.com.br Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas: assinaturas@embalagemmarca.com.br
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Prêmio
Os dez mandamentos Como ser bem sucedido na 10ª edição do Prêmio Grandes Cases de Embalagem
Números redondos sempre têm simbolismos relevantes. Quando estão atrelados a datas, geram celebrações especiais. Por isso, ao chegar à sua décima edição, o Prêmio Grandes Cases de Embalagem promete inovações e uma grande festa de confraternização a ser realizada no dia da entrega dos troféus, 27 de outubro. EmbalagemMarca lista abaixo os Dez Mandamentos para quem quer ter boas chances de estar entre os vencedores da premiação. São dicas simples para que o processo de inscrição não se torne uma novela.
1º “Não deixarás para a última hora.” Apesar de as inscrições, que se iniciam em março, se estenderem até o final de agosto, é prudente não deixar para fazer tudo na última semana, pois talvez seja preciso levantar informações que não estarão disponíveis de imediato.
2º “Não esquecerás de quem foi importante.” Entre os vencedores, recebem troféus todas as empresas que tiveram atuação relevante no projeto, desde que tenham sido citadas nas fichas de inscrição. Parceria e integração entre clientes e fornecedores são feitas, também, de pequenos gestos.
motivos que levaram ao seu desenvolvimento, as soluções adotadas e os benefícios obtidos. Argumentos meramente retóricos ou genéricos com o intuito de impressionar os jurados podem ter efeito contrário ao desejado.
4º “Demonstrarás o que descreves.” O uso de informações objetivas que evidenciem a argumentação feita na ficha de inscrição é altamente recomendável. Não é necessário revelar dados estratégicos da empresa.
5º “Confirmarás com imagens.” Ainda na ficha de inscrição, recomenda-se a inclusão de imagens que esclareçam aos jurados os diferenciais citados na descrição do projeto. Em caso de redesenhos, é importante mostrar como era antes, e como ficou depois.
6º “Reforçarás teus argumentos com amostras adequadas.”
3º “Não usarás argumentos inócuos.”
Apesar de as fichas terem grande importância no processo de julgamento, é com base no cotejamento delas com as amostras enviadas que os jurados conseguem formar opiniões conclusivas sobre os projetos. O cuidado com a integridade das embalagens enviadas é necessário para evitar problemas como vazamentos, deterioração e odores indesejados.
Um dos elementos importantes da mecânica de julgamento do prêmio é a descrição do projeto, enfatizando os
7º “Não participarás sem autorização.”
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Os organizadores da premiação estimulam os brand owners a liderar o processo de inscrição (ou pelo menos participar dele). São eles, afinal, os detentores dos detalhes relevantes sobre o projeto. Nos casos em que a inscrição é feita por fornecedores, contudo, é preciso ter a devida autorização para evitar constrangimentos futuros.
8º “Guardarás a tua senha.” O processo de inscrição é feito online, e não precisa ocorrer de uma única vez. Ao iniciá-lo, o usuário poderá definir uma senha de acesso, necessária para retomar inscrições já iniciadas.
9º “Observarás o regulamento e as datas importantes.” Muitas das dúvidas que podem surgir no processo de inscrição já estão devidamente esclarecidas no regulamento da premiação. Entre elas, as datas e o local para enviar as amostras.
10º “Não deixarás de ir à cerimônia.” A festa de premiação é, acima de tudo, uma oportunidade para se relacionar com seus pares. Participar apenas se os organizadores informarem se “o projeto tem chances” (algo que eles não farão em hipótese alguma) é, portanto, um grande equívoco. Pense nos negócios que podem ser iniciados com esses contatos, e acredite na força dos seus projetos acima de tudo.
Cervejas
Mudança global Pela primeira vez, embalagens da Budweiser têm a mesma identidade visual no mundo todo
A cerveja americana Budweiser, marca da AB-Inbev que completa 140 anos neste ano, está de cara nova, e pela primeira vez terá a mesma identidade visual em todo o mundo. A cor prata ganhou mais espaço que o vermelho nas latas. O nome Budweiser agora aparece na posição horizontal e é novamente escrito em azul, cor que esteve presente no logotipo da Bud nos últimos sessenta anos e foi retirada no mais recente redesign das embalagens, ocorrido em 2011, o que gerou protestos de consumidores nos Estados Unidos. O brasão tradicional da cervejaria Anheuser-Busch ganhou destaque na parte de cima das latas. A gravata borboleta que circundava o logotipo desapareceu. O logo, que era em 3D, agora é aplicado em 2D. Nos rótulos das garrafas de vidro, o amarelo de fundo foi trocado pelo branco, e a frase “King of Beers”, antes escrita em azul, agora aparece em prata. O rótulo também ganhou a assinatura da cervejaria Anheuser-Busch. O vice-presidente de marketing da AB-Inbev para a América do Norte,
Brian Perkins, explica o motivo da alteração das embalagens: “Nós olhávamos para as embalagens e nos perguntávamos: ‘Podemos dizer honestamente que os níveis de detalhe, cuidado e atenção refletem o que vai para a cerveja? Não.’” O trabalho de redesign, comandado pela agência Jones Knowles Ritchie (jkr), durou alguns meses e teve o custo estimado por especialistas em algumas dezenas de milhões de dólares (a Budweiser não divulga os números). “Todo o nosso posicionamento de marca é mostrar o quanto nos preocupamos com a cerveja, que estamos fabricando a bebida do ‘jeito difícil’, e isso precisava ser mostrado nas embalagens”, explica o VP Perkins. Segundo a fabricante, a Budweiser demora cerca de trinta dias para ser preparada. As novas embalagens começaram a chegar às prateleiras dos Estados Unidos no final de setembro de 2015, e gradualmente, até o final de fevereiro deste ano, devem estar disponíveis nos sessenta países em que a marca está presente. No Brasil, já está nas prateleiras.
No novo design, logotipo da Anheuser-Busch ganha destaque e nome da cerveja volta a ser escrito em azul nas latas (acima). Abaixo, a lata antiga
Novo logotipo, em, 2D (acima), substitui a antiga arte, em 3D
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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS
Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br
promoções
Repetidas as não repetidas Depois de Israel, Coca-Cola leva aos Estados Unidos ação com embalagens personalizadas em nível unitário A partir de fevereiro, por tempo limitado, consumidores americanos poderão comprar Diet Coke em garrafas de vidro decoradas com rótulos termoencolhíveis únicos, diferentes uns dos outros. A ação faz parte de uma campanha chamada It’s Mine (“É minha”) e marca a primeira vez que a Coca-Cola utiliza, nos Estados Unidos, embalagens personalizadas em nível unitário. A ação é viabilizada pelo uso de tecnologia da HP Indigo. Inicialmente, a Coca-Cola projetou 36 desenhos básicos de rótulos inspirados nas bolhas, na espuma, na cor e em outros atributos de seu refrigerante dietético. Com base nesses designs, a HP utilizou seu software SmartStream Mosaic para gerar automaticamente milhões de artes singulares, gravadas nos filmes termoencolhíveis por meio de impressoras digitais HP Indigo. No final de 2014, em Israel, a companhia de bebidas utilizara o mesmo artifício numa iniciativa similar com Diet Coke. A campanha no Oriente Médio ofereceu 2 milhões de garrafas com artes distintas nos rótulos. A Coca-Cola não informa a quantidade exata de exemplares que serão distribuídos na nova promoção em solo americano. A campanha compreenderá, ainda, o uso de desenhos especiais em latas, garrafas de alumínio e garrafas de PET de Diet Coke. Contudo, somente a garrafa de vidro no formato contour, com capacidade de 12 onças líquidas (350 mililitros), trará rótulos sem repetições. Na ação implantada em Israel, cada embalagem chegava ao varejo com um código único, que permitia ao consumidor adquirir mercadorias (sacolas, camisetas, capas de smartphones, entre outras) com a mesma estampa da garrafa – e diferente de qualquer outra. Pelo que se sabe por ora, essa estratégia não se repetirá nos Estados Unidos.
A partir de 36 desenhos, software da HP gerou milhões de artes distintas para envoltórios de garrafa de vidro
Garrafas de PET e latas também entrarão no clima da campanha, mas sem decorações singulares
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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS
EMBALAGENS E DAS MARCAS
PME
PET para regionais e emergentes Referência em embalagens de PET, a Amcor Rigid Plastics lançou, nos Estados Unidos, a UpStart, uma plataforma de negócios dedicada à produção de pequenas quantidades de garrafas com custo acessível. Com a iniciativa, a multinacional australiana visa incrementar negócios com startups em bebidas, além de ampliar parcerias com grandes engarrafadores dispostos a ingressar em nichos de mercado. A UpStart garantiria reduções de até 75% em ferramental, normalmente de custo impeditivo para empresas principiantes ou pequenas. “Nosso objetivo é ajudar marcas regionais e emergentes a lançar produtos inovadores, capazes de migrar, no futuro, para linhas maiores”, declarou Frank Lin, diretor de marketing da fornecedora. A operação para pequenos volumes alicerça-se em quatro plantas americanas da Amcor Rigid Plastics. Os centros oferecem equipamentos de sopro de baixa escala e estão próximos a co-packers aptos a envasar produtos para testes de mercado, com custo reduzido do frete das garrafas. Entre os clientes da nova plataforma está a marca de águas Alkaline Water. A Amcor não revelou se pretende implantar modelo parecido no Brasil, onde tem atuação destacada. Alkaline Water já usufrui a solução da Amcor para pequenos
Conjuntos para rendimentos mais baixos reduziriam custos nos trabalhos com garrafas de PET ou de PEAD
EQUIPAMENTOS
Blocos para produções menores Atenta à tendência da vinculação mecânica de diversos equipamentos de embalagem para a formação de um conjunto único, a Kosme, subsidiária do Grupo Krones, desenvolveu uma solução desse gênero voltada a pequenos fabricantes de bebidas e a linhas de engarrafamento com rendimentos menores. O Kosme 3Bloc é um sistema em bloco para o acondicionamento de bebidas em garrafas de PET ou de polietileno de alta densidade (PEAD). A versão para embalagens de PET inclui, sincronizadas em série, sopradora, enchedora
e rotuladora (em dois modelos, um para autoadesivos e outra para rótulos envolventes do tipo wrap-around). O rendimento máximo é de 16 000 garrafas por hora. Por sua vez, a versão para PEAD apresenta um posicionador de garrafas no lugar da sopradora e é capaz de processar até 25 000 unidades por hora. Comparados a “combos” convencionais, os blocos assegurariam menor custo de investimento, menor consumo de energia e menor espaço para instalação, devido à eliminação de transportadores.
BIOPLÁSTICOS
Garantia de boas práticas A Braskem recebeu por mais um ano as certificações internacionais ISCC PLUS e Bonsucro para suas unidades PE5 (polietileno) e UNIB2 (petroquímicos básicos), ambas situadas no Polo Petroquímico de Triunfo (RS). Os selos asseguram que a petroquímica brasileira ado-
ta critérios de sustentabilidade na produção de seu plástico I’m green, derivado do etanol da cana-de-açúcar. Lançado há cinco anos, o material é o primeiro polietileno de origem renovável a ser produzido em escala industrial no mundo.
GENTE
Retorno à PepsiCo A PepsiCo brasileira iniciou o ano com novo gerente de embalagem para sua divisão de Salgadinhos e Alimentos (Snacks & Foods). É Eduardo Yugue (foto). O executivo, com mais de 25 anos de experiência em packaging, já integrou os quadros da PepsiCo entre 1996 e 2003. Deixou a companhia para gerenciar a equipe de embalagem da Nestlé Brasil por quase dez anos. Nos últimos meses, vinha trabalhando na Mondelez.
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BIOPLÁSTICOS
Bioplásticos constituem flow pack de barrinhas
Laminado ecológico Uma parceria entre a Innovia Films e a Bio4Pack, da Holanda, resultou na criação de uma nova estrutura laminada “verde” para a produção de embalagens flexíveis. Denominado BBII80, o material utiliza o filme de base celulósica e compostável NatureFlex NK Matt, de aparência fosca, como camada externa, simulando nos envoltórios uma aparência de papel. Na parte interna, uma
variante metalizada do NatureFlex aprimora a barreira à umidade. A selagem é garantida por um filme de polietileno de base vegetal, de origem não revelada. O laminado já é utilizado no acondicionamento das barras de cereais orgânicas Sapana Delibar, da Aardse Droom. O material também é indicado para embalagens de outros gêneros alimentícios, entre eles café.
GENTE
Da beleza para o geral A partir de maio, a Henkel terá novo diretor geral. O atual CEO, Kasper Rorsted, decidiu não renovar seu contrato. Seu sucessor será o belga Hans Van Bylen (foto), atual responsável pela divisão Beauty Care da multinacional alemã, que tem atuação destacada em adesivos para embalagem. Van Bylen está há 31 anos na Henkel, integrando o conselho de administração da empresa desde 2005.
18,14 bilhões de dólares
É o valor total que o mercado global de tecnologias de embalagem antipirataria movimentará em 2016, segundo a consultoria inglesa Visiongain. Os principais contribuintes para o alcance da quantia serão os sistemas de serialização e de rastreamento de produtos, como os que estão sendo implantados nos medicamentos brasileiros.
21%
Foi o crescimento do consumo interno de chapas de alumínio para a produção de embalagens, excetuadas as latas de bebidas, entre janeiro e novembro de 2015. O desempenho decorreria especialmente do maior uso de tubos de alumínio para aerossóis pela indústria de higiene pessoal. Grande fornecedora de chapas, a Novelis projeta um crescimento anual médio de 4,7% do mercado brasileiro de aerossóis até 2018.
CORES
Suaves, escuras e até ambíguas A Clariant acaba de finalizar seu mais novo ColorForward, guia de previsão de cores para a indústria de plásticos. Em sua 11ª edição, dedicada a 2017, o catálogo prevê oportunidade para cores menos vívidas e radiantes como as sugeridas para 2016. “Em geral, as cores estão mais suaves, escuras e até mesmo ambíguas”, diz Judith van Vliet, designer do ColorWorks,
Clariant publica novo guia de previsão de cores para plásticos
laboratório de cores da multinacional suíça. “As pessoas estão ficando mais amedrontadas e introspectivas, refletindo a sensação de desconexão que muitos parecem sentir atualmente”. O trabalho enumera temas/tendências representados por uma paleta de cinco cores. Informações sobre o volume podem ser obtidas em: www.clariant.com
PAPÉIS
Sociedade sacramentada No dia 4 de janeiro, Suzano Celulose e Papel e Ibema assinaram acordo que oficializa a sociedade entre as empresas, anunciada em março de 2015. O documento transfere para o comando da Ibema a fábrica da Suzano em Embu das Artes (SP), que abriga uma máquina de papel cartão com capacidade de 50 000 toneladas anuais. Somada ao rendimento da unidade que mantém em Turvo (PR), a Ibema passa a ser capaz de produzir 140 000 toneladas/ano de papel cartão. O acordo de operação foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no final de setembro do ano passado.
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artigo
Oportunidades que se perdem Novas tecnologias podem abrir alternativas nem sempre percebidas para novos produtos e negócios Por Wilson Palhares
São frequentes
no meio empresarial e entre profissionais de marketing na área de bens de consumo as queixas de que se torna cada vez mais difícil vislumbrar possibilidades de inovar, de encontrar alternativas de consumo e de negócios. Por acompanharmos no dia a dia o que ocorre na cadeia de valor da embalagem – isto é, tudo aquilo que se insere no ato de transformar bens naturais em artigos industriais para consumo, como os alimentos – concluímos que esse modo de ver talvez se deva em boa parte a certa desatenção dos protagonistas. Seria o caso de aplicar aos negócios as vantagens que novas tecnologias podem oferecer, mas nem sempre são notadas. Veja-se como exemplo o caso de recente trabalho desenvolvido pelo professor adjunto da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA, Marabá) José Anchieta de Araujo e dos mestrandos em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG, PR) Laercio Galvão Maciel e Jânio Sousa
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Santos. O objetivo desse trabalho foi “avaliar a aceitação de conserva termoprocessada elaborada com mandi (Pimelodus blochii) como alternativa alimentar na Região Amazônica”. Esse é um peixe de água doce, superabundante não só no norte do País, mas nos rios brasileiros em geral, cujo aproveitamento o estudo acadêmico cogitou preliminarmente fazer nos diferentes tipos de embalagens disponíveis. Porém, utilizou no acondicionamento “sacos para esterilização de alimentos em autoclave (retort pouches)”. Não cabe aqui descrever cada etapa do trabalho (cuja leitura pode ser feita em emb.bz/198mandi). Mais importante é o fato de suas conclusões – todas positivas – apontarem para uma boa oportunidade de as empresas usarem essa tecnologia, de uso ainda incipiente no mercado local, em inovações que podem ir além da conserva dos óbvios vegetais. Como reitera o trabalho, que
vale a pena ler, é uma boa oportunidade de negócio. Ao que se pode acrescentar serem muito mais amplas do que a conserva de legumes e de pescado as possibilidades de aplicação de retortable pouches, como será analisado em edição próxima. O que se adianta é não ter justificativa o argumento de indisponibilidade de fontes locais para o suprimento. Indústrias aqui instaladas já a oferecem com fartura e segurança, podendo suprir os mais diversos segmentos na área de alimentação. Um problema que atrapalhava um melhor desempenho dos fabricantes, que era a dependência de importação no fornecimento de insumos, foi superado, com a nacionalização de praticamente todos eles. Hoje, o suprimento de embalagens desse tipo, produzidas com filmes de alta barreira e transparência, é garantido. Assim, a ampla variedade de usos da tecnologia que aparece no noticiário e na literatura de outros países pode servir de estímulo à exploração de oportunidades no mercado local.
Cosméticos
Aplicação facilitada Natura apresenta primeiro hidratante em spray contínuo do mercado brasileiro, com tecnologia bag on valve A Natura traz para o mercado brasileiro o primeiro hidratante em spray contínuo do mercado, o Natura Tododia Hidraspray Algodão. O sistema de aplicação em spray contínuo já vem sendo bastante utilizado no Brasil por fabricantes de protetores solares, mas é inédito na categoria de hidratantes para a pele. Segundo a Natura, a ideia de criar o produto partiu de uma pesquisa recente do mercado de produtos para o corpo. O estudo mostrou que, apesar de o Brasil ocupar o segundo lugar no ranking mundial do consumo dessa categoria de produtos, apenas 66,7% das brasileiras usam hidratantes habitualmente, enquanto nos Estados Unidos a penetração dos hidratantes chega a 96% das mulheres. A resistência de absorção da pele e a dificuldade de aplicação foram alguns dos problemas relatados pelas entrevistadas. De acordo com a fabricante, o novo hidratante em spray tem textura leve que seca rapidamente. Pesquisa sensorial realizada pela empresa com 120 mulheres mostrou que entre os principais atributos do Hidraspray estão: “é fácil de usar”, “tem bom rendimento”, “a pele fica hidratada imediatamente após a aplicação” e “tem rápida absorção”. A aplicação em spray contínuo foi viabilizada com o uso da tecnologia bag on valve (BoV). O sistema consiste em uma bolsa de alumínio ligada a uma válvula de aerossol. O produto é envasado dentro da bolsa, enquanto o propelente – gás comprimido – fica no espaço entre a bolsa e a lata. Quando o botão do spray é pressionado, a bolsa fica comprimida e o produto é dispensado para fora. A liberação do produto pela válvula, por meio da ação do ar comprimido na embalagem, proporciona um jato contínuo. A aplicação pode ocorrer em qualquer ângulo, mesmo quando a emba-
lagem estiver de cabeça para baixo. A fabricante de cosméticos afirma que o uso do bag on valve traz diversas vantagens, além de ser ambientalmente correta (ver quadro).
Vantagens do bag on valve • Utiliza apenas ar comprimido para a propulsão do produto (sem propulsores inflamáveis) • O produto é isolado em uma bolsa estanque no interior do tubo metálico, não entrando em contato com o propelente • Produtos esterilizados permanecem estéreis • Fórmula não precisa ser alterada para acomodar o propelente • Pode ser pulverizado em qualquer ângulo (mesmo de cabeça para baixo) • Produto é totalmente expelido da lata (não há desperdício) • Pressão contínua de pulverização do começo ao fim
Como funciona 1) A bolsa de alumínio com válvula inserida no tubo metálico. 2) O ar comprimido é adicionado à lata, ao redor da bolsa e a válvula é recravada na lata, vedando o ar comprimido. 3) O produto é envasado através da válvula. 4) À medida que a bolsa enche, o volume remanescente na lata é reduzido, aumentando a pressão do ar comprimido. 5) É instalado o atuador, que quando pressionado, expele o produto com um padrão de pulverização contínuo.
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Ajustes providenciais Crise é um momento oportuno para empresas reverem a gestão de embalagens, cortando superdimensionamentos, excessos de cores e inventários complexos
© Mreco99 | Dreamstime.com
reportagem de capa
Por equipe embalagemmarca
Nas fábricas,
a queda das vendas e a perspectiva de que o quadro recessivo não se reverterá em curto prazo avivaram a preocupação com cortes de custos. Gestores vidrados em calculadoras e planilhas procuram definir o que dá para enxugar, de modo a compensar o giro mais baixo e a tornar produtos um pouco mais competitivos. O marketing, muitas vezes, acaba pagando o pato – ou, numa analogia célebre no meio corporativo, tende a ser o “boi de piranha” das crises. Mas o fato é que, pelo que se observa nos pontos de venda e nos ambientes fabris, o uso mais criterioso de embalagens talvez pudesse proporcionar economias que evitassem sacrifícios mais perigosos pelas empresas. A ponderação não se relaciona a ações como aliviamento de peso e substituições de sistemas e materiais de embalagem – que, embora logicamente tenham potencial de gerar savings, constituem exercícios mais complexos, pela dependência de inovações tecnológicas dos fornecedores e de investimentos virtualmente altos. Mais simples, e capazes de influir decisivamente na redução de custos no acondicionamento, são movimentos como melhor dimensionamento das
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embalagens, diminuição do uso de cores e uso de recipientes padronizados para diversos itens, com diferenciação através de rótulos. A oportunidade no tocante às dimensões se manifesta, por exemplo, em cartuchos de papel cartão frequentemente utilizados como embalagem secundária de diversos produtos, desde alimentos e artigos de higiene pessoal até medicamentos. Esses contenedores, quase sempre com ótimos acabamentos, costumam trazer frascos ou outros tipos de recipientes primários, como sachês ou tubos, desproporcionais em tamanho (para menos) em relação ao material gasto em sua produção. São exemplares de superdimensionamento que, muitas vezes, representam uma forma garantida de fazer pontos contra a marca e, no mínimo, contra a logística, com oneração de fretes. Com essas embalagens projetadas com espaços de sobra, veículos de transporte passam a carregar ar em vez de produto. Convém considerar que a definição do tamanho da embalagem pode depender de imposições normativas, como ocorre com medicamentos, ou de racionalização de insumos e de
processos. É, por exemplo, o caso em que se utiliza num item de menor tamanho uma embalagem secundária normalmente destinada a itens de maiores proporções cujos lotes de produção sejam de escala mais ampla. Em tal situação, a possível economia em materiais necessários para uma embalagem na medida exata pode não compensar os custos de setup em linha. Mas não parece ser essa a regra que conduz à prática do superdimensionamento. A sensação é de que empresas se utilizam desse recurso por uma lamentável ausência de gestão nos projetos de embalagem, com consequências negativas não só na oneração do processo fabril, ou no prejuízo à eficiência. Além do custo além do necessário, o
consumidor pode se sentir ludibriado ao “pagar mais por menos”, decepção seguida de perda de lealdade para com a marca. É aí que entra em cena – ou, mais propriamente, não entra – a questão de projetos mal encaminhados desde sua concepção. Segundo um consultor de embalagens cujo nome, a pedido, não será revelado, “impera no quadro brasileiro a falta de critérios para definir como a embalagem de um produto deve ser”. Diz esse profissional: “A embalagem é órfã, e é vista nas empresas como custo, não como instrumento de adição de valor ao produto. Em geral, ao se perguntar por que uma ou outra tem determinadas características, ninguém na empresa fabricante sabe responder. Quando muito se ouve que é ‘padrão do mercado’. Equivale a dizer que um copia do outro, inclusive os erros.” O especialista atribui a essa conjuntura a proliferação de embalagens subdimensionadas, em que a economia de dinheiro resulta em empobrecimento estrutural, material e de apresentação; e, naturalmente, a propagação de embalagens superdimensionadas,
A compra de recipientes lisos e sua decoração com rótulos pode gerar agilidade e simplificar inventários
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Utilizar embalagens secundárias mais bem dimensionadas tende a evitar desperdícios na distribuição
nas quais prevalecem os objetivos de marketing em prejuízo de fatores como a produtividade e a logística. “Casos justificados, como o da necessidade de apresentar informações bem visíveis, são bem mais raros”, ele avalia. Reduzir o número de cores nas embalagens também soa como medida interessante para empresas dispostas a conter gastos. Paulo Monteiro, vice-presidente de vendas na América
Latina para a GMG, ilustre fornecedora alemã de softwares para gerenciamento de cores em processos de impressão, diz se tratar de uma tendência mundial que vem avançando a passos largos no mercado brasileiro. “Já houve uma inclinação muito forte do mercado para a adoção de cores especiais e arranjos intrincados. Agora, a onda é a simplificação dos conjuntos, com maior uso da quadricromia e um ou outro (tom) Pantone”, comenta o profissional. O abatimento dos custos não decorreria somente da abdicação das cores especiais, dependentes de formulações de tintas mais caras, mas da própria aplicação mais racional das matrizes tonais básicas (ciano, magenta, amarelo, preto) dos processos industriais de impressão. É um tema sobre o qual brand owners preferem não se pronunciar, receosos de que possa ser interpretado como depreciação dos produtos – e não como ação coerente, entre outras metas, em termos de sustentabilidade. Uma exceção é a Unilever. Há pouco mais de cinco anos, a companhia divulgou a execução de um plano para a diminuição das cores aplicadas nas embalagens de suas operações europeias. No projeto, denominado Rainbow, os mais de 100 tons aplicados nos recipientes de margarinas e molhos para saladas, por exemplo, seriam reduzidos para seis. Pelas estimativas de analistas, as ações previstas seriam capazes de poupar até 26 milhões de dólares em despesas. Especulou-se que, se todas as indústrias europeias
Simplificar artes e reduzir o número de cores pode proporcionar economias significativas em impressão
seguissem a mesma senda, uma economia de 5 bilhões de dólares poderia ser alcançada. Mas como garantir resultados satisfatórios e evitar que as mudanças pareçam downgrade aos olhos do consumidor? Para isso, a GMG oferece um software de perfis de cores e provas, o OpenColor, que facilita simulações de tonalidades especiais por meio de composições com cores básicas, além de permitir a confecção de prévias fiéis ao que se extrairá das impressoras sem necessidade de paradas de trabalho. Paulo Monteiro acredita que o movimento de racionalização no uso de cores tende a ganhar força por não beneficiar somente as empresas usuárias das embalagens, mas também o próprio mercado fornecedor. “Os convertedores podem usufruir de uma gestão mais simples das tintas, muito custosa e complexa nos moldes tradicionais”, argumenta o executivo da GMG. Para ele, os designers terão de se adaptar à nova realidade, privilegiando projetos gráficos mais comedidos em termos de cores e efeitos. A padronização de invólucros, seguida da diferenciação de SKUs por meio do uso de rótulos, é outra tática conhecida que poderia ser mais cogitada pelas indústrias brasileiras. Consiste numa abordagem especialmente atraente para negócios abastecidos por embalagens de decorações custosas e que acarretam muitas atribulações em termos de administração de inventário,
como recipientes plásticos ou metálicos entregues já ornamentados pelos fornecedores. Para simplificar estoques, ganhar agilidade produtiva e, claro, economizar, um importante player do mercado brasileiro de artigos de cuidados pessoais vem implantando com discrição um projeto de padronização para seus desodorantes em aerossol. Tubos (latas) de alumínio decorados na origem serão substituídos por tubos “lisos”, capazes de serem empregados no envase de qualquer uma das diversas variantes de desodorante da empresa. A identificação será feita a posteriori, por meio da aplicação de rótulos termoencolhíveis que simularão as artes antes gravadas diretamente nos recipientes. É a mesma lógica utilizada, por exemplo, pela Ultrapan, empresa sediada em Valinhos (SP) que atua com pratas da casa e como co-packer no segmento de bebidas não alcoólicas. O uso de rótulos termoencolhíveis permite à companhia variar o envase de diversos produtos, entre próprios e de terceiros, em latas de alumínio nuas. Para parcela dos clientes atendidos, de produção modesta ou atuação regional, um benefício extra é o acesso à lata, cuja aquisição exige lotes mínimos altos (e já impressos). No entender da Ultrapan, a substituição da habitual litografia pelo uso de rótulos não implica prejuízo à percepção de valor dos produtos. “Em diversos casos, clientes e nós mesmos preferimos manter a arte em plástico”,
afirmou a EmbalagemMarca a superintendente de operações da empresa, Maria Isabel Lopez de Heredia, em entrevista concedida recentemente (nº 193, setembro de 2015). Cumpre ressaltar que a decoração de embalagens admite outros tipos de adaptação em prol da contenção de custos. Veja-se um trabalho recente da Coca-Cola Brasil, que figurou entre os vencedores da mais recente edição do prêmio Grandes Cases de Embalagem. A companhia adotou um novo design de garrafa de PET de modo a uniformizar o dimensional dos painéis de rotulagem dos recipientes utilizados para os diferentes refrigerantes de seu portfólio. Com isso, passou a poder utilizar um mesmo kit de rotulagem em diversos produtos, diminuindo tempos de setup e de downtime. A manobra permitiu também reduzir o tamanho dos rótulos. Os exemplares utilizados nas garrafas de 600 mililitros tiveram altura reduzida em 47%. Os das garrafas de 2 litros ficaram 35% menores (ver emb.bz/196cocapainel). Apesar de a Coca-Cola não revelar o quanto espera poupar com o projeto, certamente não será dinheiro de troco, em mais uma amostra de que quando o assunto é embalagem, pequenos ajustes podem gerar ganhos enormes. Fevereiro 2016 |
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entrevista
de tempos em tempos um produto novo soa promissor para muitos e muitos empreendedores, deflagrando um boom de oferta nas cidades. Foi o que provocaram recentemente, no Brasil, as paletas mexicanas. Os picolés incrementados fizeram a fama da Los Paleteros, rede paranaense que acaba de completar três anos com mais de 100 lojas espalhadas pelo País através do sistema de franquias. O plano da empresa, agora, é diversificar as atividades. Sua fábrica em Barracão (PR) recebeu investimentos de cerca de 3 milhões de reais para poder produzir outras iguarias. O primeiro exemplar da nova safra é o Poëse, doce gelado vendido num recipiente especial de papel cartão, com formato de balão. “A embalagem será fundamental no nosso plano de nos tornarmos uma empresa de inovação em sorvetes”, afirma o diretor de marketing Bruno Montejorge. O profissional fala a seguir dessa relação e dá detalhes da criação do novo produto.
O futuro das paletas Doce gelado em embalagem especial de papel cartão marca o início de um voo mais alto de referência em paletas mexicanas. Bruno Montejorge, diretor de marketing da Los Paleteros, fala do novo produto e dos planos para a diversificação do negócio
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Após proliferar no Brasil, diversos negócios de paletas mexicanas começam a fechar as portas. O que garantiu a prosperidade da Los Paleteros? Destaco três fatores. O primeiro é aquele conceito importante de marketing, o de sair na frente. Apesar de não termos sido a primeira paleteria, fomos os primeiros a montar uma rede de franquias. Isso nos permitiu crescer muito rápido, ocupando os melhores pontos de venda, o que foi precioso. A segunda coisa é a qualidade do produto. Os consumidores dizem que nossa paleta é sem igual, superior à da concorrência. É de fato diferente. O terceiro aspecto é gestão. Muita gente achou que a paleta fosse uma mina de ouro, que poderia simplesmente abrir um negócio na garagem, com uma tina para ingredientes e um congelador, e ficar milionário. A Los Paleteros desde o início aplicou à operação muito cuidado e profissionalismo. Sorvete é um alimento, uma operação delicada, que implica o atendimento a diversas complexidades. A embalagem seria um dos complicado-
res da operação? Não. Para a empresa, a embalagem sempre foi mais um apoio do que um problema. Claro que, no começo, representou um desafio, como deve ser para qualquer empreendimento novo. Existe até uma história que, no futuro, esperamos que faça parte do folclore da empresa. No início, a Los Paleteros comprava embalagens flexíveis previamente seladas de um lado e que, por questões de custo, não tinham impressão do sabor. Vinham com o logotipo impresso e espaços em branco para a colagem de etiquetas – na frente, para a descrição do sabor; no verso, para informações nutricionais. Nas primeiras semanas, os sócios-fundadores chamavam os familiares e todos vestiam avental e iam para a fábrica aplicar essas etiquetas, de modo a deixar embalagens prontas. Só que o negócio explodiu, e o pessoal passou a não dar conta de tanta etiqueta para colar... Só com algum tempo, e com o aumento da escala, foi possível automatizarmos os processos. Hoje, tudo é automático. Que tipo de embalagem é utilizado nas paletas? Ele difere dos flow packs normalmente empregados em picolés tradicionais? É uma embalagem semelhante às de picolés. São flow packs de BOPP (polipropileno biorientado), com duas camadas de filme intercaladas com tinta, sendo que uma das camadas recebe verniz. Não existe, do ponto de vista tecnológico, nenhum diferencial em relação ao que está espalhado na categoria. Estamos, agora, no meio de um processo de evolução. Ultimamente, as embalagens das paletas vinham tendo basicamente quatro tipos de arte, sendo que só mudávamos o sabor. Já começamos a customizar cada sabor com uma arte diferente. Cada vez mais enxergamos oportunidades para a embalagem desempenhar um papel mais importante dentro da nossa estratégia. Trabalhei muitos anos em empresas grandes e multinacionais que valorizam muito a embalagem. É o que estamos tentando estabelecer na Los Paleteros e que se manifesta de forma mais evidente em nosso novo produto, o Poëse.
Começamos a customizar cada sabor de paleta com uma arte diferente. Cada vez mais enxergamos oportunidades para a embalagem ter um papel mais importante em nossa estratégia
Embalagens das paletas levam duas camadas de filme de BOPP intercaladas com tinta, mais verniz
Em que consiste o lançamento? O que sua embalagem traz de especial? O Poëse é algo totalmente novo. Consiste numa minibola de sorvete com recheio de paleta e cobertura de chocolate. O produto resulta de um insight surgido através do contato com o público. Muitas pessoas dizem que, para elas, a refeição só termina depois de um doce. Mas, durante a semana, uma paleta pode ser muito grande para ser consumida depois das refeições. Imaginamos, então, um doce menor, mas que também tivesse certa sofisticação. Acabamos desenvolvendo um produto muito atraente, rico em texturas, que pede um ritual de consumo. Nisso, pensamos: seria legal se a embalagem ajudasse o consumidor a apreciar o produto, a degustá-lo com satisfação. Foi essa a inspiração para adotarmos uma
caixinha de papel cartão com formato inusitado, que lembra um balão ou um diamante. Queríamos que a abertura do produto também convidasse a um ritual, e isso foi obtido graças à construção cartonada, que exige dobras e descolamentos de lâminas até o acesso ao produto. É quase uma mecânica de descascar a embalagem (ver pág. 22). O comunicado sobre a chegada do produto também fala de mensagens gravadas na embalagem. Do que se trata? Esse é outro ponto importante. As mensagens são o que chamamos de pílulas de conteúdo. Imaginamos o momento do consumo de Poëse como uma ocasião para parar e pensar em outra coisa, para esquecer um pouco os problemas, para refletir e despertar para algum outro lado da vida. Resolvemos inserir na face
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interna da embalagem frases, citações e haicais (poemas curtos) criados pelo (escritor curitibano) Alvaro Posselt. A poesia tem a ver com o nome do produto, que alude a essa arte. Temos a ideia de variar o conteúdo, seguindo um pouco o conceito dos biscoitos da sorte. Como o material é o papel cartão, conseguimos trabalhar lotes com tiragens mais baixas e, assim, variar as mensagens. Foi a própria Los Paleteros que projetou a embalagem de Poëse? Ou foi uma solução oferecida por um fornecedor? Foi uma ideia desenvolvida com apoio de escritórios de design, a Valente Branding e a Kennsühn. A participação ocorreu desde o comecinho do projeto, o que facilitou o entendimento da essência do que queríamos e a chegada à embalagem. A solução nos atende em todos os aspectos. É bastante competitiva do ponto de vista de custo, é fácil para encontrar fornecedores e, acima de tudo, é conveniente em termos de logística. Não tivemos de alterar caixas de transporte, quebrar a cabeça com ajustes, improvisar no empilhamento. Foi um golaço nosso. Que reação o público demonstra ao conhecer a embalagem? A receptividade é incrível. O formato tem uma ludicidade que estimula o consumidor a brincar com a embalagem. Já observamos clientes brincando de abrir e fechar a embalagem. Outros ficam curiosos com o que está escrito dentro, então já pegam e verificam os textos. O produto tem pouco tempo no mercado, mas já houve uma repercussão muito legal. O público elogia não apenas o doce, mas todo o conceito, inclusive a apresentação. A Los Paleteros pretende desenvolver novos produtos e embalagens com esse perfil inovador? O Poëse marca o início de uma estratégia de diversificação das nossas atividades. A intenção é reposicionar a marca de modo a não sermos mais percebidos simplesmente como paleteria, mas como uma empresa de inovação em sorvetes. Para isso, temos engatilhada uma série de lançamentos para os
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Poëse: caixinha em formato de balão exige ritual de abertura que revela frases e poemas no lado interno
quais a embalagem será um elemento importante, assim como o é para o Poëse. Infelizmente não posso antecipar detalhes, mas temos novidades sendo colocadas no forno – ou melhor, no freezer. Elas serão apresentadas no decorrer do ano. A decisão de diversificar a produção é influenciada por incertezas quanto ao futuro do mercado de paletas? Praticamente todos os veículos que nos entrevistam perguntam se tememos que a paleta seja uma moda passageira. É moda? Tudo mostra que sim. Será passageira? Acho que não. A dúvida é
compreensível, faz parte da curva de estabelecimento de qualquer negócio novo. No entanto, acreditamos que o mercado, apesar do grande boom inicial, ainda vai crescer e amadurecer. E a paleta, no final das contas, não deixa de ser um sorvete, de ser um picolé, que são produtos já inseridos no hábito de consumo do brasileiro. Por uma decisão muito natural, continuaremos acreditando e investindo nas paletas. Mas decidimos voar mais alto e em outras direções, ampliando o perfil, para continuar entregando valor para os franqueados, para o público e para nós mesmos.
Números da Los Paleteros 3 anos no mercado 76 milhões de reais faturados em 2015 100 lojas espalhadas por doze Estados brasileiros 54% de crescimento no número de lojas em 2015
fechamentos
Para fechar caixinhas Um apanhado das principais opções em tampas para embalagens cartonadas assépticas
Ficou para trás o tempo em que o uso de uma tesoura ou faca era indispensável para a abertura de cartonadas assépticas. As fornecedoras desenvolveram tecnologias para a oferta de embalagens dotadas de tampas, cuja gama de modelos disponíveis vem sendo ampliada nos últimos anos. O mercado de indústrias usuárias no Brasil tem respondido favoravelmente a essa tendência. A Tetra Pak, por exemplo, calcula que a metade das caixinhas aprovisionadas para leites ou sucos nacionais já contem com uma de suas soluções em fechamentos. “Isso se deve à deman-
da do consumidor, que cada vez mais busca praticidade”, opina Vivian Leite, diretora de marketing da multinacional sueca. A outra grande fornecedora instalada no Brasil, a SIG Combibloc, repassa que algo entre 30% e 35% das embalagens destinadas a clientes locais incorporam tampas. A adoção de cartonadas assépticas com dispositivos de abertura e vedação exige das indústrias usuárias a aquisição de um equipamento aplicador do componente extra. “O retorno do investimento se dá em curto prazo, já que a aplicação da tampa agrega valor à embalagem e, consequentemente, ao
produto final”, garante Vivian Leite. No caso da SIG Combibloc, cujas máquinas de enchimento não operam a partir de bobinas, mas de caixinhas pré-formadas, o espaço para aplicação da tampa é definido desde a origem. “Nas instalações do cliente, a tampa é aplicada após o envase asséptico do produto e a selagem”, descreve Carolina Boni, coordenadora de marketing da fornecedora. Mostramos, a seguir, as principais opções de tampas para caixinhas que estão ao alcance das empresas usuárias nacionais. Informações adicionais podem ser obtidas diretamente com as companhias fornecedoras.
Tetra Pak
DreamCap. Apresenta abertura do gargalo (26 milímetros) e a altura da tampa que visam garantir o adequado posicionamento dos lábios e o controle do volume de líquido. Indicada para aplicação em embalagens menores, para consumo “on-the-go” (em movimento).
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LightCap. Tampa de rosca que procura oferecer comodidade aos consumidores e mais eficiência na utilização dos paletes, aumentando o espaço para a marca e a promoção de produtos. Disponível nos diâmetros 24 milímetros e 30 milímetros. Indicadas para embalagens de leites, leites enriquecidos, leites aromatizados, bebidas de soja, sucos e néctares.
HeliCap. Tampa de rosca projetada para proporcionar uma boa aderência e com um lacre antiviolação claramente visível. A tampa e anel de selo de integridade podem ser coloridos, enquanto a estrutura de base e o gargalo podem ser brancos ou na mesma cor da tampa. Indicada para embalagens de sucos, sendo o diâmetro 27 para embalagens litro e o diâmetro 23 para embalagens menores.
Tetra Pak
FlexiCap. Tampa do tipo flip-cap constituída por uma base ligada a uma aba. Na primeira abertura, o acionamento da aba rompe o lacre antiviolação. A flip-cap é formada e aplicada dentro da máquina de envase, antes da esterilização e do envase das embalagens. No mercado brasileiro é utilizada em embalagens de leite de 1 litro.
ReCap3. É composta por uma base retangular ligada a uma tampa e a uma tira pull tab, que cobre o orifício de abertura e atua como proteção antiviolação. Propõe uma abertura em duas fases: uma vez que a tampa é levantada, o pull tab pode ser removido. Indicada para leites, sucos, água de coco e outras bebidas, normalmente em embalagens tamanho-família.
Huron. Fechamento do tipo single-use constituído por uma película removível que recobre todo o topo da embalagem. A ampla abertura permite servir produtos refrigerados mais espessos como iogurtes e outros lácteos. Disponível para o modelo Tetra Top Midi.
SIG Combibloc
combiSwift. Tampa de rosca capaz de ser aberta em um único movimento e que possui lacre evidente antiviolação. Indicada especialmente para os modelos de embalagem combiblocMidi, combifitMidi e combiblocStandard – os três podem ter os volumes de 500 mililitros, 750 mililitros ou 1 litro.
combiSmart. Tampa de rosca com design “de asa”, que visa facilitar a primeira abertura. Indicada especialmente para o modelo de caixinha combifitSmall – disponível nos volumes 200, 250, 300, 330 ou 350 mililitros e de uso recomendado para bebidas “on-the-go”. Também incorpora lacre evidente antiviolação.
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evento
Integrar, automatizar e customizar Gerenciamento adequado da impressão é caminho para criar valor para brand owners e assegurar rentabilidade sustentável para a indústria gráfica Por Marcos Palhares
Las Vegas é mais do que um grande playground para adultos. A cidade, construída no meio do deserto no estado americano de Nevada, é palco de grandes eventos corporativos, como foi o Connect 2016, que de 19 a 21 de janeiro reuniu centenas de clientes e parceiros da EFI (Electronic For Imaging) para compartilhar conhecimentos e discutir o futuro da indústria de impressão – inclusive a de embalagens. EmbalagemMarca acompanhou a conferência dirigida a clientes e parceiros da EFI, empresa de tecnologia voltada para o mercado de impressão (inclusive – mas não apenas – de embalagens), dona de um amplo portfólio de produtos que inclui de sistemas de gerenciamento de informações a impressoras industriais. O objetivo do evento, realizado anualmente, é estimular o networking e compartilhamento de informações, além de apresentar tendências e novidades que podem influenciar o futuro da impressão. Única revista de embalagens do Brasil presente no evento, EmbalagemMarca apresenta abaixo as principais conclusões extraídas das 26 | Fevereiro 2016
apresentações – que incluíram palestras de Guy Gecht, CEO da EFI, e Steve Wynn, lendário dono de resorts e cassinos nos Estados Unidos, além de sessões técnicas e de apresentações de produtos.
apostar também é uma aposta. Mas é uma aposta ruim”, definiu Gecht, convidando os presentes a questionarem paradigmas consolidados. Segundo o executivo, não dá, por exemplo, para a indústria gráfica ignorar a força online. “Não lute contra ela. Use-a a seu favor.”
Tecnologia e Mudanças O grande avanço da tecnologia e o acesso cada vez mais fácil do consumidor final a ela estão acelerando a velocidade com que os mercados mudam. Para as empresas, mesmo as mais bem-sucedidas, não apostar nessas mudanças pode ser sinônimo de obsolescência. “Não
Integração e Automação O processo de participação humana em etapas da linha de produção que podem ser executadas por máquinas é um caminho natural, impulsionado pela elevação do custo de mão de obra e pelas constantes pressões por ganhos
Guy Gecht, CEO da EFI, durante palestra de abertura do Connect 2016
EFI lança site para conectar seus clientes aos clientes deles Aproveitando a conferência Connect 2016, que ocorreu entre os dias 19 e 21 de janeiro, em Las Vegas (EUA), a EFI anunciou o lançamento do site www.ImagingofThings.com, uma comunidade online para que os clientes da empresa compartilhem ideias com outros profissionais de impressão, e para que se conectem com os print buyers, que são os clientes das gráficas. Os clientes da EFI podem, gratuitamente, mostrar fotos e vídeos de seus trabalhos mais criativos, o que os ajudaria a promover suas empresas a um público mais amplo e a gerar novos negócios.
de produtividade e de eficiência. Na mesma linha, os complexos fluxos de trabalho na área de impressão e os prazos cada vez mais curtos para execução dos serviços exigem integração entre os diferentes fornecedores e crescente automação de processos. “Não toque no que pode ser automatizado”, foi a recomendação dada por Gecht. “Erros e desperdícios podem ser virtualmente eliminados com a menor interferência humana no processo.”
das em rentabilidade de longo prazo, criando valor para os brand owners. Sistemas web-to-print, controle rigoroso do fluxo de trabalho e impressoras digitais são vistos como grandes aliados nessa busca, que ainda esbarra em aspectos de distribuição para se tornar mainstream. A produção de itens personalizados ainda é, afinal, antônimo de eficiência logística.
Rótulos produzidos digitalmente em impressora EFI Jetrion, expostos no evento de Las Vegas
Personalização e Customização Reflexo das preferências de consumo das novas gerações, das infinitas ofertas de produtos, serviços e experiências que disputam a renda (finita) das pessoas, ganham peso as estratégias de fabricantes de bens de consumo de ofertarem produtos customizados. Isso traz complexidade ainda maior para o processo produtivo, e cria barreiras econômicas para a produção de lotes pequenos. O uso da tecnologia pode ser um aliado da indústria gráfica na transformação dessas tiragens fragmentaFevereiro 2016 |
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internacional
Com casca de uva Em ação inédita, marca ilustre de champanhe utiliza estojos feitos de subproduto da atividade vinícola Fabricantes de
bens de consumo têm se mostrado propensos à adoção de novas matérias-primas para substituir, nas embalagens, plásticos derivados do petróleo e fibra de papel virgem. Cana-de-açúcar, milho, raízes de cogumelos, calcário, fécula de batata, sacos de juta reciclados e até lã de ovelha estão entre os insumos já testados com esse fim. A Veuve Clicquot, ilustre grife de champanhes do grupo francês Louis Vuitton Möet Hennessy (LVMH), recentemente ampliou a lista com um subproduto orgânico de sua própria atividade: casca de uva. No final de 2015, a companhia apresentou o Naturally Clicquot 3, terceira edição de um projeto voltado ao uso de embalagens de menor impacto ambiental. O champanhe ganhou um estojo cartonado feito de uma combinação de água, fibras naturais e casca de uva. Comparado com estojos convencionais, levaria 25% a menos de fibra virgem em sua composição. As versões anteriores
do projeto consistiam em embalagens secundárias isotérmicas e biodegradáveis feitas de fécula de batata e papel. O material da nova embalagem, de aspecto pardo, é produzido especialmente para a Veuve Clicquot pela Favini, empresa italiana com experiência na fabricação de papéis à base de subprodutos agroindustriais. Sua linha Crush de papéis ecológicos é feita, em parte, por resíduos de frutas (como laranja, kiwi, café e cereja) e castanhas (entre elas amêndoa e avelã). Segundo a Favini, restos de uva têm conteúdo elevado de celulose e de lignina, o que ajuda na ligação das fibras de celulose no processo de produção de papel.
o estojo acomoda uma garrafa do champanhe brut Yellow Label e é impresso em offset UV pela DS Smith, com o uso de tintas sem solventes. O famoso rótulo amarelo da garrafa do produto é também aplicado na embalagem secundária, por meio
de um adesivo à base de substâncias da cana-de-açúcar. Os elementos gráficos utilizados na caixa “apoiam a reputação da marca em termos de estilo”, descreve a Veuve Clicquot. “Com quatro designs modernos para cada um de seus quatro lados, as embalagens podem ser alinhadas para combinar suas formas e ilustrações de uva, ou para apresentar um esboço da garrafa contida. É um estojo discreto e ao mesmo tempo revolucionário”, acrescenta a empresa francesa. Para noticiar seu caráter diferenciado, a embalagem estampa um aviso de que é 100% biodegradável e reciclável. Estados Unidos, Japão, Europa e Austrália são os mercados em que o Naturally Clicquot 3 já se encontra disponível. Assista a um vídeo sobre a novidade: emb.bz/198clicquot Conteúdo publicado originalmente em Packaging World (www.packworld.com). Todos os direitos reservados.
Resíduo de uva abreviaria em até 25% o uso de fibra virgem na nova caixa. Nos detalhes, versões anteriores da embalagem, feitas de fécula de batata e papel
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artigo
A regra de ouro O engenheiro de embalagem deve acrescentar valor às tarefas que desempenha. Para isso, convém a ele deixar sua zona de conforto Por Jorge Maquita
O que um engenheiro de embalagem deve e não deve ter como atribuições? Quais atividades fazem parte de seu métier e quais não? É habitual todas as demais divisões da empresa nos abordar com pedidos bastante variados – desde os mais simples, como a colagem de um protótipo para uma análise de viabilidade, até outros mais complexos, como especificações, plantas, guias técnicos. E, às vezes, começamos a investigar coisas por iniciativa própria, supondo que estamos cumprindo nosso papel. Eis a regra de ouro que aprendi em minha extensa carreira: para uma tarefa ser do engenheiro de embalagem, ou passar por ele, é necessário que esse profissional acrescente à incumbência um valor relacionado intimamente com sua função, aplicando conhecimento e habilidades específicas. São exemplos desses valores a criação e a definição de estruturas; a validação de design e funcionalidade na linha de produção e junto ao consumidor; a seleção de materiais que forneçam proteção para o produto, de modo a mantê-lo intacto ao longo da cadeia de distribuição; e o estabelecimento de documentações e especificações que assegurem a compra, a inspeção e o uso de material de embalagem de forma consistente. A atividade de inovação é também uma amostra clara de valor agregado,
quando o seu conhecimento do negócio da empresa e seu expertise técnico são combinados para identificar oportunidades para adoção de tecnologias, materiais ou equipamentos novos, criando uma vantagem competitiva para a sua empresa. Acho importante ressaltar que o engenheiro de embalagem deve determinar testes e protocolos de análise para verificar a viabilidade de um produto/embalagem não só do ponto de vista técnico, mas também do ponto de vista do consumidor. Fazer essa análise de valor agregado melhora o seu impacto na empresa, aumenta a sua produtividade e permite que você mostre claramente como a função de packaging engineer contribui para os resultados da empresa.
Vale levar em conta, no entanto, que ao fazer essa análise e esses esforços orientados para incrementar valor para a empresa, o engenheiro de embalagem sairá de sua zona de conforto, da área em que é feliz, onde todos o apreciam por sempre lhes dar uma mãozinha, e na qual ele recebe tapinhas nas costas por ser um jogador de equipe, fazendo experimentos sem qualquer risco profissional. O trabalho em equipe é louvável, claro, contanto que todas as atividades e responsabilidades da equipe estejam distribuídas entre todos. Ser feliz no trabalho é importante, desde que essa
condição se alie a contribuições reais para o negócio. A zona de conforto não é nossa parte mais produtiva, porque nela não arriscamos, não desafiamos o status quo, não questionamos como as coisas são feitas. Uma característica forçosa sobre Engenharia de Embalagem é que, por natureza, o ofício não admite uma zona de conforto, porque deve constantemente questionar o status quo. Seus profissionais devem se perguntar o tempo todo se há maneiras mais eficazes de fazer as coisas, se existem chances de obter melhores resultados, se os hábitos e necessidades dos consumidores são atendidos satisfatoriamente por meio dos invólucros. Em alguma hora, o profissional de embalagem deve descobrir que se deslocar para fora da zona de conforto faz dele um elemento valioso para as empresas. Nos próximos textos, pretendo discutir outros temas que me vêm à mente, como a capacidade de vender projetos e as leis da gravidade na carreira. Continue a desfrutar e a ser feliz como profissional de embalagem. O mexicano Jorge Maquita é gerente global de embalagem da PepsiCo. Acumula mais de 35 anos de experiência no campo do packaging, tendo passagens por Unilever, Gillette e Kraft Foods. Contato: jmaquita@prodigy.net.mx
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© Stuart Miles | Dreamstime.com
artigo
Também um canal Estudo mostra o potencial da embalagem como veículo de publicidade Por Guilherme Kamio
Jornais, revistas, canais de tevê, outdoors, internet. Marcas de bens não duráveis encontram diversas opções para trombetear suas ações de publicidade. Um veículo, porém, permanece pouco lembrado, embora seu uso pareça oportuno e ele esteja à mão das empresas: a embalagem. Não se trata da falta de reconhecimento da força das embalagens enquanto elemento midiático – até porque, por representarem os produtos na forma mais interessante para seus fabricantes, ou seja, em suas apresentações comerciais, elas são estrelas habituais de anúncios. O que se coloca em pauta é o pouco uso das embalagens como mídia – como instrumento para noticiar lançamentos, promover outros itens, falar de ações das marcas. O potencial para tanto fica claro pelos resultados de uma pesquisa feita na Europa. Segundo o estudo Touchpoint, realizado pela consultoria Pointlogic por encomenda da Associação Alemã da Indústria de Papel Cartão (FFI) e da Pro Carton, entidade que visa estimular o uso do mesmo material, embala30 | Fevereiro 2016
gens garantem um número de impactos (pontos de contato) similar ou maior que o de meios tradicionais de propaganda. Pelas constatações do trabalho, o giro de 664 milhões de embalagens de doces e confeitos na Alemanha, em 2014, teria criado 22,3 bilhões de pontos de contato junto a consumidores.
A pesquisa baseou-se na observação de 2 016 consumidores, com idades entre 18 e 64 anos. Foram examinados a compra, o uso e o manuseio diário de dezesseis grupos de produtos, o que permitiu a aferição dos totais de interações visuais e táteis com os objetos de estudo. Para determinar o valor dos impactos, os pesquisadores utilizaram um plano de mídia costumeiro e utilizaram o preço médio por mil contatos de dois canais: cartazes (6,52 euros), para interações visuais, e anúncios impressos (20,85 euros), para interações táteis. Um cartucho de cereal matinal, por exemplo, garantiu uma média de 45 pontos de contato com cada consumidor (32 contatos visuais e treze manuseios). “Os impactos gerados por apenas
10 milhões de embalagens equivaleriam a um investimento de 4,8 milhões de euros em mídia estática”, observa o relatório do estudo. Apesar de o estudo restringir-se às cartonadas, é plausível que outros tipos de embalagem originassem resultados parecidos. Admitido um sentido geral, resta torcer para que as indústrias utilizem melhor as embalagens em suas estratégias de comunicação – ou que elas passem a ser vistas não só como veículos de venda, mas também como emissárias de mensagens. Não é o caso de depreciar os formatos clássicos de publicidade, comprovadamente úteis (ainda mais para as empresas que não aparecem no grande varejo, como aquelas de insumos e bens de produção). Ante a abundância da oferta nos supermercados e a míngua de budget, porém, esse olhar diferente soa mais do que oportuno para quem milita com bens não duráveis. Guilherme Kamio, jornalista, é editor executivo de EmbalagemMarca. E-mail: guma@embalagemmarca.com.br
Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br
Informações adicionais sobre fornecedores das embalagens estão nos links em vermelho no final dos textos.
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1990
Queijos
Layout repaginado A Tirolez lança sua nova identidade visual, com logotipo que busca rejuvenescer a marca. Com isso, as embalagens dos produtos foram reformuladas e o portfólio dividido em quatro linhas, de acordo com o momento de consumo dos produtos: “Irresistíveis”
(gorgonzola, parmesão e gouda, entre outros), “Companheiros” (mussarela, prato, coalho, requeijão e creme de leite), “Moderninhos” (creme de ricota, creme de minas frescal, cottage, ricota e minas frescal) e “Zero Lactose”. emb.bz/198tirolez
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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
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Biscoitos
Sucos
Cervejas
Ingredientes
Refrescos
em preto e branco 1
Naturais em caixinha 2
Verão na lata
Janela discreta
novo Coco
A Fhom traz ao mercado os biscoitos de tapioca e quinoa, primeiros da linha sem glúten da empresa. Os produtos são acondicionados em caixas de papel cartão com 100 gramas. Nas embalagens predominam as cores preta e branca, com uma janela transparente que possibilita ver os biscoitos. emb.bz/198fhom
A biO2 lança sua linha de sucos e chás biO2 Juice. São dois sabores de sucos de frutas, dois sucos mistos e um chá. As bebidas são acondicionadas em embalagens cartonadas assépticas de 1 litro. A marca também aposta em uma linha kids, em embalagens de 200 mililitros com desenhos de animais (macaco, girafa e coelho), criadas pelo artista plástico Presto. emb.bz/198bio2
O Grupo Petrópolis lançou, no mercado carioca, uma edição limitada da cerveja Itaipava Pilsen para homenagear a cidade do Rio de Janeiro. A bebida é vendida em uma lata decorada com desenhos de objetos típicos de quem vai à praia: raquete de frescobol, óculos de sol, bola, remo de stand up, pé de pato, chinelo de dedo, entre outros. emb.bz/198itaipava
32 | Fevereiro 2016
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A Arcólor apresenta as novas embalagens de suas pastas de açúcar, produto utilizado na decoração de bolos. As bandejas plásticas contam com filme-tampa do tipo abre-fecha, que simplifica o manuseio e possibilita abrir e fechar o invólucro cinco vezes. O filme-tampa tem um visor entre as dobras da fita dourada que aparece na ilustração. emb.bz/198arcolor
A Amazonia Tropical Blends apresenta ao mercado a água de coco Bendito Coco. A bebida é acondicionada em embalagens cartonadas assépticas de 200 mililitros e de 1 litro. emb.bz/198coco
Magia vermelha
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A Bombril amplia sua linha de amaciantes com o Mon Bijou Magia. A nova fragrância é acondicionada em embalagem vermelha, com tampa dourada e rótulo autoadesivo. emb.bz/198bijou
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4 2
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amaciantes 5
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Antes . . .
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Refrigerantes
Listras circulares A Pepsi mudou o design das embalagens do refrigerante de cola com limão Pepsi Twist. As novas latinhas trazem um padrão com listras circulares. Os limões, personagens que marcaram o lançamento da bebida em 2002, estão de volta nas campanhas do refrigerante, em ações online e off-line que se complementam com as mudanças na identidade visual do produto. emb.bz/198twist
Sucos
Iogurtes
Cafés
Garrafa exclusiva
Para veganos
Volta ao mercado
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A vinícola Sinuelo desenvolveu uma nova garrafa de vidro exclusiva para seus sucos de uva. O projeto começou a ser desenvolvido há três anos e foram criados diversos protótipos até se chegar ao formato atual. A garrafa possui design anatômico, o que facilita seu manuseio. Inicialmente estão disponíveis as garrafas de 1 litro e de 1,5 litro. Devido à curvatura da embalagem, a decoração é feita com dois rótulos autoadesivos. emb.bz/198sinuelo
8
Chega aos pontos de venda brasileiros o iogurte vegano da marca mineira VidaVeg, produto que não leva ingredientes de origem animal em sua fórmula. A embalagem traz o selo 100% vegano junto com os dizeres “Bem Natural”. No verso, aparecem os atributos da amêndoa, coco, arroz e ameixa, bases na composição dos iogurtes. Os potes de 450 gramas são decorados com rótulos termoencolhíveis com acabamento fosco. emb.bz/198veg
Biscoitos 9
Com visual renovado, o Café Tropical retorna ao mercado. Elaborado pela Cia Cacique a partir de grãos selecionados, o produto chega às gôndolas nas versões torrado e moído, em embalagem a vácuo e em almofada de 500 gramas, e também em grãos, em pacote de 1 quilo. emb.bz/198cafe
Cookies saudáveis
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A Leben Glúten Free lança cookies com ingredientes livres de glúten. Os biscoitos tem os sabores baunilha com chocolate, baunilha, café, amendoim, castanha de caju com banana, castanha de caju com coco,entre outros. Os produtos são vendidos em embalagens de papel cartão, com acabamento em verniz soft touch no formato roof-shaped top (telhado). Também foi lançada uma linha para consumo infantil. emb.bz/198cookies
. . . e depois 8
Fevereiro 2016 |
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APOIO
Almanaque de acordo com a idade
Nolasco na lata A Fábrica de Doces Nolasco, inaugurada em 1974, é a mais conhecida da cidade de Campos dos Goytacazes (RJ). É famosa por oferecer grande variedade de doces caseiros, como o tradicional chuvisco, melado e goiabadas. Até o final da década de 1990, a empresa utilizava latas de aço como embalagens. Depois, as goiabadas passaram a ser acondicionadas em potes plásticos e as compotas em frascos de vidro.
Os rótulos coloridos do uísque Johnnie Walker surgiram em 1906. Foi quando o produto, ainda chamado Walker’s Old Highland, passou a ter três classes, definidas por tempo mínimo de maturação: White Label (branco), de cinco anos; Red Label (vermelho), de nove anos; e Black Label, de doze anos.
Ninho veio depois
Lata de goiabada da Nolasco datada provavelmente da década de 1970
Emagrecimento de risco Métodos perigosos para perder peso não são coisa recente. No começo do século 20, surgiram nos Estados Unidos as Sanitized Tapeworms, ou “tênias de boi higienizadas”. A ideia era convencer pessoas – mulheres, sobretudo – a ingerir propositalmente o verme que, também conhecido como solitária, se aloja no intestino e se alimenta das ingestões do hospedeiro, fazendo-o emagrecer. Pela prática ser arriscada, podendo provocar anemia e teníase, doença infecciosa, o produto teve vendas proibi- Frasco em que as tênias de boi eram vendidas nos das na década de 1930.
Estados Unidos. Produto foi proibido por ser perigoso
34 | Fevereiro 2016
O primeiro leite em pó lançado pela Nestlé no Brasil, em 1923, foi o Molíco (com acento agudo no “I”). Era puro da vaca, ou seja, consistia simplesmente na extração da água do leite. Fabricado na Argentina, o produto era importado a granel e acondicionado em latas de aço nas fábricas de Araras (SP) e Barra Mansa (RJ). Ficou conhecido como “o leite em pó da Nestlé” e, mais tarde, foi substituído pelo Leite Ninho. A marca Molico é hoje utilizada pela Nestlé em produtos lácteos sem gordura.
Do antiquário ao petróleo Pressentindo que conchas do mar poderiam se transformar numa febre para a decoração de interiores, Marcus Samuel começou em 1833 a importar remessas do Oriente para a venda em seu antiquário, em Londres. Ganhou muito dinheiro e decidiu especializar-se em comércio exterior. No final do século 19, os filhos de Samuel começaram a lidar com petróleo, atividade que se tornaria a vocação da empresa. Num tributo ao pai, adotaram o nome Shell (“concha” em inglês) e, como logotipo, o desenho daquele elemento marinho.
Concha no logotipo alude ao produto que enriqueceu Marcus Samuel , dando origem à Shell