EmbalagemMarca 203

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Ano XVII • Nº 203 • Julho 2016 • R$ 15,00

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entrevista Maria Eugênia Rocha, gerente de marketing JBS, fala da importância da embalagem na construção da marca Friboi

fechamentos Fitilho facilita abertura e serve para refechar embalagens de biscoito

AUTOADESIVOS mostram força e crescem puxados por mercados como o de bebidas



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Rumo à forma híbrida Leitores

mais atentos devem ter notado que o conteúdo editorial de EmbalagemMarca vem ganhando crescente caráter exclusivo. É possível que, dada a complexidade do processo de assimilação da realidade pelo cérebro humano, boa parte deles tenha simplesmente absorvido – mas não formulado conscientemente – essa característica, que se insere em nossa orientação de inovar e nos renovar continuamente. Como definido no lema que assumimos, isso significa “fazer melhor do que os outros fazem e sempre melhor do que nós mesmos fazemos”. Em outras palavras, esta revista se empenha cada vez mais em transformar informação em conhecimento e em ser rigorosa na seleção de “press releases”, que chegam à redação como nuvens de gafanhotos. A opção pela oferta sempre maior de conteúdo especializado, selecionado e ampliado em profundidade é motivada pela dinâmica do mercado editorial. Até por questão de sobrevivência do negócio, cabe às editoras encontrar formas adequadas de atendimento às necessidades de bom conteúdo de seu público. Para maior clareza, convém lembrar o atual quadro desse mercado. A disseminada (e equivocada) crença de que a busca e a localização de informação e conhecimento “fatalmente” se tornará majoritária na forma digital esbarra pelo menos num fato e em incontáveis pareceres de especialistas. Na via oposta à da afirmação de que cada vez mais livros são lidos em tablets eletrônicos, o que se observa na prática é verdadeiro maremoto de lançamentos de volumes impressos em papel. O fato é que se lê mais. Ao mesmo

tempo, técnicos e estudiosos das áreas gráfica e editorial, bem como de suas tecnologias, entendem ser aquela afirmação válida nos casos de livros em si e de publicações como jornais diários e revistas de assuntos gerais. É mais ou menos consensual entre eles que será longa a sobrevida das publicações especializadas – justamente por serem isso e portanto conterem informação e conhecimento concentrados, não esparsos. Na verdade, o que ocorre é convergência. Agências de leitura digital vêm se tornando editoras, e editoras buscam inovar na forma como podem entregar conteúdo a seus públicos. Isso ocorre de maneira simultânea e não excludente, de modo que se caminha para a consolidação de um mercado de editoras híbridas. É nesse quadro que atua EmbalagemMarca, com sua edição impressa e com seus desdobramentos on line, a começar pelo site (www.embalagemmarca.com.br), recentemente renovado e com alcance mais amplo e mais profundo. Ao nos diferenciarmos dessa maneira em nosso segmento, procuramos utilizar ao máximo a expertise adquirida por nossa equipe em termos de conhecimento técnico e de mercado na área de embalagem e naquelas a ela relacionadas. Não fazemos isso apenas para oferecer aos leitores um instrumento de informação que lhes sirva de puro deleite. Nosso objetivo e nossa missão consistem em reforçar continuamente a já consolidada condição que alcançamos de referência indispensável à cadeia de valor da embalagem. Até agosto.

Wilson Palhares

“Agências de leitura digital vêm se tornando editoras, e editoras buscam inovar na forma como podem entregar conteúdo a seus públicos. É nesse quadro que EmbalagemMarca atua, com sua edição impressa e com seus desdobramentos on line”




Sumário

Edição 203 • Julho 2016

3 Editorial Na aparente definição sobre os rumos da mídia, o que se percebe é que a saída é uma forma híbrida entre impressa e digital

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8 Institucional Reformulado, site EmbalagemMarca agora traz informações exclusivas em destaque e dá mais visibilidade aos anunciantes

foto de capa: © Han Van Vonno | Dreamstime.com

Reportagem de capa

9 Fechamentos Nestlé usa fitilho de abertura para resselar pacotes do biscoito Passatempo

Na esteira de tendência global, autoadesivos substituem rótulos aplicados com cola fria. Veja os exemplos da Diageo e da Jurupinga e as apostas das águas minerais Prata e Platina nessa forma de decoração

12 Painel Estampagem baseada em nanotecnologia pode simplificar uso de efeitos metálicos em embalagens • Braskem inaugura Complexo Petroquímico no México • Certificação reafirma avanço de café em cápsulas • Solução inovadora para stand-up pouches de papel • Abihpec entrega selo de qualificação para indústrias de embalagem 18 Entrevista Maria Eugenia Rocha, da JBS, ressalta o papel primordial das embalagens para transformar a carne de commodity em produto com marca de valor 24 Inovação Brasileiro Carlos Costa, no comando de estudos sobre embalagem na matriz da Dow, descreve o caminho para desencadear inovações

25 Internacional Formato especial de bag-in-box vira brinquedo infantil e atrai consumidor adulto

32 Especial autoadesivos Rótulos feitos a partir de filmes com

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aditivo antimicrobiano prometem combater contaminação

34 Artigo Engenheiro de embalagem não deve tratar as especificações como protocolo, mas como algo vital na relação com fornecedores Por Jorge Maquita

36 Artigo Avanço da engenharia especializada rompe barreiras para o uso de materiais de embalagem

Por Rogério Oliveira

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38 Premiação Passos que podem ajudar a obter bons resultados no Prêmio Grandes Cases de Embalagem

39 Display Atuante em cosméticos veganos, Feito Brasil estreia em

dermocosmética com nova marca • Deo-colônia homenageia mulher da mitologia guarani • Cheetos passa a ser também pipoca • Xuxa agora está em latas • Portfólio de Toddy inclui versão shake pronta para beber • Lançamentos variados no mercado de cervejas

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42 Almanaque O que sempre permanece no hidratante da Nivea • Lux vem do inglês ou do latim? • No começo, maionese vinha embarcada • Tinha uma Guiness que era do gato

Empresas que anunciam nesta edição Avery Dennison..........................................42

da Matta 3D................................................. 31

Indexlabel............................................10 e 11

Baumgarten........................................... 4 e 5

Designful...................................................... 27

Innovapack.................................................. 13

Congraf.......................................................... 2

Grandes Cases................................. 22 e 23

Spice Design................................................. 7

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Redação: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br Diretor de comercial: Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Gerente comercial: Roberto Inson | roberto@embalagemmarca.com.br Arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas: assinaturas@embalagemmarca.com.br

Publicação mensal da Bloco Comunicação Ltda. Rua Carneiro da Cunha, 1192 6º andar • CEP 04144-001 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 • (11) 3805-5930 www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.



Institucional

Mais informação, mais visibilidade Portal EmbalagemMarca foi reformulado, e agora traz em destaque informações exclusivas e dá mais visibilidade aos anunciantes

Entrou no ar

no início de junho o novo portal EmbalagemMarca (embalagemmarca.com.br), com muitas novidades para os internautas. Mais ágil, mais organizada e mais fácil de navegar, a nova página da revista passa a priorizar, cada vez mais, conteúdos exclusivos, que ficam em destaque na Home Page. Também foi criado um espaço para artigos exclusivos de profissionais do mercado de embalagens, publicados semanalmente. Há ainda espaço para a publicação de vídeos. Novas possibilidades comerciais também foram criadas, na trilha do que estão fazendo os grandes geradores de conteúdo ao redor do mundo. Além disso, os anúncios no site ganharam espaço maior, com mais destaque.

Novo site tem mais conteúdo exclusivo, que aparece em destaque na Home Page

Artigos de interesse do mercado de embalagens são publicados semanalmente

Espaço para vídeos produzidos pela equipe da revista ou para material publicitário

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Nova área destaca reportagens especiais e informes publicitários Anunciantes têm muito mais visibilidade


fechamentos

Dois em um Fitilho que abre as embalagens de biscoito é utilizado também para refechar os pacotes

adotou um sistema abre-fecha para os biscoitos Passatempo. O fitilho que abre a embalagem das bolachas serve para refechar o pacote. Ao ser retirado da embalagem, esse acessório funciona como uma fita adesiva. Basta destacar a parte do invólucro colada nele e que serve como uma espécie de liner (proteção para a parte adesivada). Assim, o fitilho fica com o adesivo na superfície interna e pode ser utilizado para refechar a embalagem. “O fitilho já era usado para abertura dos pacotes de biscoitos, e após alterações no processo de conversão, na dimensão, na comunicação, conseguimos usar o mesmo material com uma nova funcionalidade de refecho”, explica Cristiane Oliveira, gerente de Inovação e Renovação de Embalagens da Nestlé Brasil. Para facilitar a separação do fitilho do envoltório flexível, foi aumentada a largura e incluída uma área de reserva de adesivo, na qual é impressa a mensagem “Descole aqui”. Isso facilita a visualização pelo consumidor, indicando o local onde é possível separar o fitilho da embalagem para o uso como refecho. Segundo a Nestlé, a funcionalidade da resselagem e a instrução de uso foram aprovadas em sucessivos testes e com base em resultados de pesquisas com consumidores. O sistema foi projetado de acordo com o tamanho da porção média de consumo do produto (cinco biscoitos para a versão leite e três

biscoitos para a versão recheado). A solução desenvolvida visou reduzir a complexidade com o uso de outros sistema de refecho, com o intuito principal de manter por mais tempo o frescor e a crocância dos biscoitos. A ideia foi apresentada pelo coordenador de embalagens da Nestlé, Rogério Bastos, que observou o uso do fitilho convencional por parte dos consumidores como refecho das embalagens. Notou também que nesse procedimento eles encontravam certa dificuldade em separar o fitilho da embalagem flexível. Após sucessivos testes e reuniões com os fornecedores do fitilho e das máquinas, cujos nomes a Nestlé não revela por questões de confidencialidade, foi desenvolvida a solução implementada, com a definição da área de reserva do adesivo, o texto a ser impresso, o modo de uso e a comunicação ao consumidor. Desde a concepção até a implementação, o projeto consumiu doze meses, e foram necessários investimentos e adequações nos equipamentos de envase da Nestlé e no fabricante das embalagens. De acordo com a multinacional de origem suíça, a iniciativa é pioneira no Brasil, e até o momento não há outros produtos no mercado que tenham adotado solução semelhante. Veja o vídeo produzido pela Nestlé sobre o novo sistema abre-fecha:

reprodução vídeo

A Nestlé

emb.bz/203fitilho

Destacado da embalagem no momento da abertura, fitilho funciona como uma fita adesiva

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

IMPRESSÃO

Um anúncio que reluz Novo método de estampagem, fundamentado na nanotecnologia, promete descomplicar e popularizar a aplicação de efeitos metálicos em embalagens A aplicação de efeitos metálicos em embalagens é apreciada por atrair olhares e enobrecer produtos. Contudo, não raro o recurso é considerado custoso por empresas usuárias – e embaraçoso por convertedores, pelo fato de os processos que o viabilizam geralmente implicarem grandes volumes de refugo. A Landa promete mudar esse panorama. Sua nova tecnologia, denominada nano-metalografia, permitiria imprimir metalizações pela metade da cotação atual e quase sem a geração de resíduos. “Com tempo, custo e complexidade reduzidos, gráficas e brand owners ganham mais produtividade e lucratividade na criação de rótulos, cartuchos, embalagens flexíveis, impressos comerciais e material editorial”, afirma a empresa israelense. Assim como a nanografia, categoria de impressão digital anunciada com barulho pela

Landa há quatro anos, a nano-metalografia baseia-se na nanotecnologia, ciência que lida com a manipulação de materiais em escala molecular, ou de nanômetros (milionésimos de milímetros). O novo sistema utiliza como matéria-prima o NanoFlake, insumo metálico de espessura inferior a 50 nanômetros. O elemento é transferido ao substrato de aplicação através de um módulo, compatível com impressoras convencionais que operem por flexografia (banda larga ou estreita), rotogravura ou offset. Segundo a Landa, o processo nano-metalográfico não exige grande expertise, como nos métodos típicos de metalização por estampagem. As gravações são feitas sem descarte de sobras, diferentemente do que costuma ocorrer nas metalizações baseadas em películas (foils). Não é necessário o uso de

Gravação de efeitos metálicos nanográficos é feita por meio do acoplamento de um módulo à impressora. Abaixo, o módulo conjugado a um equipamento de banda estreita. No detalhe, o componente da Landa

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facas, o que diminui gastos e agiliza o trabalho, abreviando o time to market. A aplicação precisa e sob demanda eliminaria a necessidade de uso de branco opaco nas áreas em que se deseja limitar o efeito, além de permitir variações da camada, para alto relevo. Um detalhe da nova tecnologia é lembrado por Benny Landa, fundador da Landa e celebridade no mundo da impressão: “Como os NanoFlakes não conduzem eletricidade, embalagens contempladas com o artifício podem ir ao forno de micro-ondas”, destaca. “É algo que sem dúvida encantará os fabricantes de alimentos”. As primeiras demonstrações da nano-metalografia ocorreram na Drupa 2016, feira do setor gráfico ocorrida entre 31 de maio e 10 de junho na Alemanha. A Landa promete revelar pormenores do novo sistema nos próximos meses.



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

CELULÓSICAS

Ineditismo vertical Um projeto conjunto entre uma fornecedora de material e uma fabricante de equipamentos de embalagem resultou no anúncio de uma solução apontada como inédita: bolsas herméticas feitas somente de papel, formatadas e seladas em máquina form-fill-seal vertical (VFFS). O desenvolvimento é fruto de uma parceria entre a BillerudKorsnäs, produtora sueca de papéis, e a Bosch Packaging Technology. Diferentemente dos sacos de papel convencionais, os invólucros originados pelo sistema garantiriam vedação total do conteúdo, aprimorando o acondicionamento de produtos secos em pó, como açúcar e farinha, ou granulados, como cereais Anteriormente, a produção de pouches de papel a partir de um único material era apenas possível a partir de bolsas pré-formadas por meio da colagem ou formatadas em sistema de mandril. O conceito VFFS, popular no mercado e mais flexível em termos de modelos de embalagens, permitia somente a produção de

bolsas a partir de filmes plásticos ou papel totalmente revestido. A nova solução tornou-se possível graças a um papel de alta resistência desenvolvido sob medida para o projeto, o Axello ZAP, e ao módulo aplicador ZAP, que dispensa uma quantidade mínima de agente selante durante o processo de acondicionamento, permitindo a selagem por calor do papel na máquina VFFS da Bosch. A sustentabilidade é um forte apelo do novo sistema. Segundo a Bosch Packaging Technology, a produção das novas bolsas de papel gera pegada de carbono 65% menor que a confecção de embalagens plásticas tradicionais. A máquina seria de fácil uso e permitiria o trabalho com diversos formatos de flexíveis, sejam com topos planos ou do tipo gable top (cumeeira). “Viabilizamos uma solução que revolucionará o mercado de alimentos secos”, aposta a fabricante de equipamentos. Assista a um vídeo sobre a novidade (em inglês): emb.bz/203bosch

Solução, com foco em grãos e pós, permite obter diversos tipos de bolsas de papel em sistema VFFS

Virtual Glass facilita simulações 3D de garrafas e potes

VIDRO

Projeções no tablet Um aplicativo capaz de criar, testar e compartilhar modelos virtuais de embalagens de vidro é a novidade lançada no Brasil pela Verallia. O Virtual Glass visa permitir a designers e profissionais de empresas usuárias projetar em tablets simulações tridimensionais de garrafas ou potes, com aparência final realística, a partir de um banco diversificado de formatos, cores, tipos de rótulos e opções de tampa. Por meio da tecnologia de realidade aumentada, os simulacros podem ser inseridos em prateleiras ou em outros ambientes. Os ensaios podem ser enviados por e-mail ou publicados em redes sociais. “Isso significa menos tempo de design e economia significativa na geração de conteúdos visuais e protótipos”, assinala a vidraria. O software, desenvolvido com apoio da empresa espanhola de tecnologia LTC, estará disponível em breve nas lojas de apps da Apple e do Google. Saiba mais: www.verallia.com.br/virtual-glass

SOFTWARES

Adaptação aguardada A Siemens PLM agendou para 30 de julho a versão em português do novo Solid Edge, o ST9. Anunciado nos Estados Unidos em meados de maio, o update do software de modelagem integra novas ferramentas de migração que permitem conversão rápida dos dados legados de projetos de praticamen-

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te qualquer sistema CAD. Também traz recursos inéditos para computação na nuvem, aprimorando a colaboração entre equipes de projeto remotas. Licenças e preferências podem ser armazenadas online, permitindo aos usuários acesso ao ambiente virtual a qualquer momento e em qualquer lugar.

GENTE

Mudança em vendas Após mais de vinte anos dirigindo a área comercial da Prakolar, no final de maio último Cees Chatziefstratiou decidiu desligar-se da empresa. Seu cargo foi assumido por Rafael Buglione, que atua há mais de dez anos no departamento de vendas da fornecedora de rótulos. Sediada em São Paulo, a Prakolar integra o grupo industrial japonês Sato desde o final de 2015.


CARTONADAS ASSÉPTICAS

PAPELÃO ONDULADO

Nova interface com os clientes

Otimização para garrafas

Atenta à importância crescente da conectividade móvel nos negócios, a SIG Combibloc lança um aplicativo que afirma ser inédito no mercado de embalagens cartonadas assépticas. O recurso, disponível para smartphones e tablets das plataformas iOS e Android, permite aos clientes da fornecedora solicitar e realizar diversas tarefas, entre elas fechar e acompanhar pedidos, rastrear entregas, acompanhar designs de embalagens prontos e em progresso e baixar manuais. “A proposta é otimizar o tempo e facilitar o controle da produção da clientela”, diz Luciana Galvão, diretora de marketing da SIG Combibloc para as Américas. O app foi desenvolvido no Brasil e conta com versão web, para acesso em computadores.

Caixas de papelão ondulado com divisórias integradas são a nova aposta da WestRock para o transporte de garrafas de vidro de bebidas como cervejas e vinhos. O conceito inclui modelos para o acomodamento de seis a doze unidades, oferecendo uma alternativa às embalagens convencionais, do tipo maleta com divisórias manuais. Em relação a estas, as caixas com divisórias integradas garantiriam a engarrafadores um tempo de montagem até 60% menor e redução de até 45% na área de estoque, proporcionando maior produtividade e economia com logística. Segundo a WestRock, as caixas foram desenvolvidas com menor consumo de materiais, minimizando resíduos e uso de recursos naturais. Entre os modelos já disponíveis estão os adequados para o transporte de garrafas de 600 mililitros e de 1 litro, mas são possíveis adaptações conforme a necessidade das empresas usuárias. As caixas podem receber impressão em apenas uma cor ou aplicações mais sofisticadas, baseadas na tecnologia Rigegraphics de decoração em alta definição.

RESINAS

Abertura no México Num marco em sua estratégia de internacionalização, a Braskem inaugurou no final de junho o Complexo Petroquímico do México. A instalação, resultado de uma parceria com a mexicana Idesa, terá capacidade de produção integrada de 1,05 milhão de toneladas de eteno e polietileno por ano. Os materiais atenderão clientes mexicanos e serão também direcionados aos mercados dos Estados Unidos, Europa, Ásia e Américas Central e do Sul. O Complexo, com quase 900 000 metros quadrados de área construída, reúne um cracker de produção de eteno base gás e

três plantas de polietileno – duas de polietileno de alta densidade linear e a terceira de polietileno de baixa densidade linear. Fruto de um aporte de 5,2 bilhões de dólares, ele é considerado o maior investimento industrial greenfield já realizado por uma empresa brasileira no exterior. Com a nova planta, a Braskem passa a ter capacidade de produzir 8,7 milhões de toneladas de resinas termoplásticas por ano, entre polietileno, polipropileno e PVC. O volume mantém a companhia entre os cinco maiores players mundiais do setor.

Caixas com divisórias podem alojar quantidades variadas de garrafas

Braskem Idesa: marco importante no exterior

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

GENTE

Bis da distinção

ROTULAGEM

Aval para cápsulas Uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) reitera o cenário promissor para os cafés em cápsulas no Brasil, assunto de reportagem recente de EmbalagemMarca (ver emb.bz/199). No âmbito de seu programa de qualidade, e nos moldes do que existe desde 1989 para o segmento de café torrado e moído, a entidade concederá um selo de certificação para cafés em cápsulas. A metodologia para avaliação do produto foi desenvolvida nos últimos doze meses com

apoio do Instituto de Tecnologia de Alimentos de São Paulo (Ital) e do Laboratório Carvalhaes. O programa é gerenciado pelo Instituto Totum. O selo, de requisição voluntária, deverá estampar as embalagens de cafés encapsulados em breve. “A expectativa é de que haja inicialmente adesão de duas a três empresas e que ao longo do tempo outras marcas usem o diferencial para conseguir reconhecimento no mercado”, prevê Fernando Lopes, diretor do Instituto Totum.

Pelo segundo ano consecutivo, Walter Schalka (foto), presidente da Suzano Papel e Celulose, foi eleito CEO do ano da América Latina pela RISI, principal fornecedor de informações para a indústria global de produtos florestais. A premiação, que existe desde 2007, será concedida na Conferência da América Latina, no dia 16 de agosto próximo, em São Paulo. Executivo dos mais bem cotados atualmente, Schalka começou a se destacar na antiga Dixie Toga (hoje Bemis). Trabalhou naquela fabricante de embalagens de 1989 a 2005.

númeroS ADESIVOS

Foco em segurança Novos adesivos da linha Loctite Liofol passam a ser oferecidos pela Henkel para a laminação de embalagens flexíveis para alimentos e bebidas. Os novos produtos, fabricados na planta de Jundiaí (SP) da multinacional alemã, garantiriam maior força de adesão e produtividade, alinhando-se às mais exigentes regulamentações de segurança para alimentos de órgãos de vigilância sanitária nacionais (Anvisa) e internacionais (FDA, dos Estados Unidos, e EFSA, da Europa). Figuram entre os lançamentos o adesivo base solvente Loctite Liofol LA 3821/ LA 6201, o adesivo solventless (isento de solvente) de baixa viscosidade Liofol LA 7791/LA 6145 e o adesivo solventless monocomponente para múltiplas aplicações Loctite Liofol LA 7599.

O primeiro ofereceria alto desempenho em laminações com filmes de polietileno, enquanto o segundo seria voltado a substratos críticos, como aqueles de embalagens submetidas a processamentos rigorosos. O terceiro se destacaria pela ampla gama de possibilidades de uso.

Novos adesivos são voltados à laminação de flexíveis para alimentos

PROMOÇÃO

Tudo numa só mão A startup Kleckernix começa a oferecer no Brasil o Snaxcup, embalagem de conveniência criada pela empresa alemã Future Cups. Trata-se de um recipiente que conjuga um copo cartonado com um canudo e um pratinho de plástico (polipropíleno), permitindo ao consumidor portar um alimento e uma bebida ocupando apenas uma das mãos. O encaixe dos com-

ponentes impediria vazamentos e queda de comes em bebes. O copo pode receber impressão ao gosto da empresa usuária. Redes de fast food e eventos estão entre as ocasiões de apelo da solução. A Kleckernix já teria negociado o uso do Snaxcup por quiosques da orla carioca durante os Jogos Olímpicos que ocorrerão em agosto no Rio. Snaxcup tem como apelo o uso em eventos

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138%

Foi o crescimento do número de cidades brasileiras que desenvolveram programas de coleta seletiva desde a promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010. O dado consta da Pesquisa Ciclosoft 2016. “Apesar do aumento expressivo, o índice representa apenas 18% do total de municípios do País”, observa o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), realizador do estudo.

31,9 milhões

Foi o número de lares brasileiros que consumiram produtos de marcas próprias do varejo em 2015, segundo pesquisa realizada pela Kantar Worldpanel em parceria com a Associação Brasileira de Marcas Próprias (Abmapro). O número aponta aumento de 500 000 domicílios em relação a 2014 e representa crescimento de 35% comparado a cinco anos atrás.


QUALIDADE

PME

Sete menções ao setor

Flexíveis acessíveis

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) realizou dia 8 de junho, em São Paulo, a entrega do selo de qualificação para 33 empresas participantes do 9º Programa de Qualificação de Fornecedores. Iniciativa da associação, com suporte da consultoria Embala Ideias, o Programa reconhece todos os anos as melhores práticas das empresas de embalagens, fragrâncias, ingredientes e serviços. Na área de embalagens foram qualificadas as empresas Adhespack, Box Print, Grossplast, Kingraf, Qualipac, Sigmaplasth e Wheaton. A avaliação é feita com base em pesquisa qualitativa realizada junto a empresas associadas consumidoras dos produtos e serviços de fornecedores naqueles segmentos.

A Saberpack lançou um programa de contract packaging para facilitar a adoção de embalagens plásticas flexíveis por pequenas e médias empresas usuárias. Intitulado IncubaPack, o sistema de terceirização oferece uma solução completa para embalagens flexíveis, passando pela formatação da embalagem, impressão e envase do produto. Participam do projeto a Dow, como fornecedora de resinas, e a Camargo, que realiza a impressão. “Por meio de uma única plataforma, oferecemos todas as etapas para criação e produção da embalagem, viabilizando que pequenos e médios clientes consigam posicionar melhor seu produto no PDV e ganhem competitividade”, afirma César Saber, sócio da Saberpack. A solução também está disponível para grandes empresas que buscam testar novos produtos no mercado.

Saiba mais em emb.bz/203qualidade

TRANSPORTE

Proteção expandida Maior transformadora de poliestireno expandido (EPS) da América Latina, a Termotécnica passa a oferecer embalagens feitas de uma versão daquele material plástico dotada de propriedade antimicrobiana. Os recipientes e componentes para transporte com a tecnologia serão comercializados pela empresa brasileira sob a marca Safe Pack. A ação antimicrobiana decorre do uso da nanotecnologia. Regina Zimmermann, diretora de operações da Termotécnica, evita dar detalhes do desenvolvimento da novidade, dizendo apenas que “a tecnologia é baseada em metais, entre eles prata”. O Safe Pack garantiria 99% de eficácia na eliminação de micro-orga-

nismos nocivos nas superfícies de contato dos recipientes de EPS, índice que teria comprovação científica. Conhecido popularmente como isopor, marca criada pela BASF e hoje pertencente à Knauf, o EPS ainda não contava com opção antimicrobiana no mercado brasileiro. A Termotécnica, aliás, afirma desconhecer produto similar no mundo. Regina Zimmermann assegura que o atributo antimicrobiano não interfere na reciclagem do material. “A concentração é muito baixa e não existe incompatibilidade”, diz. Pelo fato de as embalagens Safe Pack agregarem assepsia à proteção contra variações de temperatura e umidade, a expectativa da Ter-

motécnica é de adesão à novidade por fabricantes de alimentos, entre eles os de frutas e pescados, e pela indústria farmacêutica. “Outra grande aposta para o produto é o uso profissional, em conservadoras para os segmentos de saúde humana e animal e em peças técnicas de refrigeradores, filtros e aparelhos de ar condicionado”, acrescenta Adriano Dessimoni, diretor comercial da companhia. O executivo diz já haver marcas utilizando a solução, mas que não tem como identificá-las uma vez que as vendas têm sido feitas no varejo. Sobre preços, Dessimoni limita-se a dizer que “a relação custo-benefício é muito boa, já que a tecnologia ajuda a evitar contaminações”.

Safe Pack teria 99% de eficácia no combate a micróbios. Alvos são os mercados alimentício e farmacêutico

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entrevista

“A embalagem ajudou a construir a marca” Maria Eugênia Rocha, gerente executiva de marketing da divisão de carnes da JBS, conta como a embalagem teve papel fundamental para transformar uma commodity em marca de valor

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A Friboi pretende estreitar o relacionamento com novos consumidores e fidelizar ainda mais os que já eram fãs da marca, facilitando a escolha na hora da compra e ampliando a variedade de produtos e aumentando as faixas de preços. Além disso, objetiva elevar ganhos em um cenário de retração do consumo em que não há previsão de expansão por volume de vendas e aumento de demanda. Nesta entrevista, a gerente executiva de marketing da divisão de carnes da JBS desde 2013 descreve qual a importância das embalagens na reestruturação da marca e como contribuíram para agregar valor a ela. Qual o posicionamento da Friboi no portfólio de marcas da JBS, isto é, a que público visa e de que canais se utiliza? Qual o papel da embalagem nesse trabalho? Trabalhamos nossos negócios de forma separada. Nossa estratégia é bastante complementar quando vemos o portfólio como um todo e quando olhamos Swift e Seara. Tecnicamente temos até os mesmos públicos, e os posicionamentos, nos casos de Friboi e Seara, são complementares. Todo mundo come carne, mas o público da Friboi é composto por consumidores de ambos os sexos, com 25 anos ou mais. Com Friboi alcançamos desde casas de pequeno varejo até o atacado, passando por food service. O que vimos fazendo nos últimos dois anos e que está chegando ao mercado agora é um portfólio de marcas. Para cada canal e para cada público é endereçada uma marca específica dentro do guarda-chuva Friboi. Aí a embalagem passa a ter um papel super importante, porque é o primeiro ponto de contato das pessoas com a marca. O plano da JBS de fortalecer marcas e de se aproximar do consumidor final, iniciado há quase cinco anos, parece vir tendo sucesso. Que importância tiveram as embalagens nessa ação? Quando iniciamos o trabalho de comunicação da Friboi, a embalagem consistia só da etiqueta interna do filme transparente, aquela


do verso com as descrições técnicas do produto. Na frente não tinha nenhum tipo de identificação de marca. O primeiro movimento de transformar uma commodity em marca foi via embalagem, colocando o que chamamos de etiqueta promo, que é o rótulo externo, com as cores da marca, suas identidades e seus atributos. A embalagem desempenhou então talvez o papel mais importante. Ela levava a pessoa a identificar no ponto-de-venda que uma picanha produzida pela Friboi era diferente de uma produzida por um concorrente. Aí voltamos aos primórdios do papel das embalagens, que é o papel da identificação, mesmo. Como nos situamos numa categoria que está começando agora, estamos tendo atitudes de marca que outras categorias tiveram décadas atrás. Se pegar o exemplo da Coca-Cola, quando ela colocou a marca na primeira garrafa, há mais de cem anos, era para as pessoas identificarem que aquilo era uma Coca-Cola no ponto de venda. Esse é um pouco o o processo pelo qual a categoria de carne bovina passou nestes últimos cinco anos. Lembro-me como se fosse hoje do dia em que decidimos quais cortes de carnes teriam as novas embalagens coloridas. Começou com um número bem mais restrito de cortes, e hoje todos os nossos cortes têm a identificação da marca, aí sim já entregando muito mais atributos, porque construímos uma marca. Essa é a grande questão no mercado de carne bovina hoje. Todos passaram a colar etiquetas, mas não construíram marcas. Esse mercado precisa ainda amadurecer para entender que simplesmente colar a etiqueta e dar um nome não significa vir a ser uma marca. Mas aos poucos os concorrentes menores têm feito isso, têm começado a criar uma história, uma promessa, um propósito para suas marcas. Na reestruturação foi feita uma divisão, com novas submarcas sob o guarda-chuvas Friboi. Como foi? Inicialmente estamos colocando os produtos no mercado para depois fazer o trabalho de construção dessas marcas.

Antes tínhamos uma única marca, que era Friboi, atingindo todo o público. Agora passamos a ter, por exemplo, Maturatta Friboi, que é marca de churrasco, destinada ao público masculino, de 25 a 75 anos. Nesse caso a embalagem traz exatamente os atributos que queremos passar para a marca. É uma embalagem que traz a imagem de fogona parte traseira, buscando materializar na imaginação do consumidor o universo do churrasco, para que ele se

identifique com aquele momento de consumo que queremos que a marca tenha. Nesse trabalho, temos uma segunda marca focada no food service, a Do Chef Friboi, que também tem características específicas de produto e que tem uma embalagem muito mais clean, mas transparente, mais focada no consumidor que é o transformador. Temos ainda Angus Friboi, que é a marca premium desse portfólio e que tem uma exclusividade, uma emba-


lagem dourada. Vimos trabalhando um portfólio de marcas dentro de Friboi cuja meta é conseguir atender todas as necessidades do consumidor. Foi estudada alguma estratégia centrada no papel das embalagens enquanto mídia para a marca? Fizemos um estudo de um ano e meio com uma consultoria de branding, a Sonne, que desenvolveu um trabalho destinado a possibilitar o entendimento do universo de cada um desses consumidores, bem como da necessidade da empresa e da estratégia do negócio frente ao apurado. O resultado desse trabalho de construção e posicionamento das novas marcas apontou a embalagem como principal instrumento. É onde conseguimosmaterializar o que construímos como estratégia. Foi o primeiro passo dessa materialização. A marca Friboi tem oferecido pratos prontos refrigerados, apresentados em embalagens de papel cartão ou em bolsas plásticas. Seria essa uma correção de rota ao caminho tomado com os pratos prontos shelf stable? Se pensarmos nos primórdios do negócio de carnes bovinas, antes vendíamos o que chamamos de carne com osso, que são as meias carcaças. Passamos então de carne com osso para carne embalada, que é a carne a vácuo, tipo Cryovac. O movimento natural de agregação de valor num mercado como esse é ir para os produtos industrializados. É o que temos feito: procurar entender um pouco o mercado e nossas capacidades internas. Vender carne in natura é diferente de vender hambúrguer, quibe e almôndega. Vimos colocando esses produtos no mercado e identificando como o consumidor valoriza, qual o espaço de gôndola que tem para isso. O business para montar essa entrega ao mercado é complexo. Temos trabalhado com papel cartão, com bags, além de manter no portfólio prontos para consumo em shelf stable. Esse item tem uma menor representatividade, até por conta de seu custo e da cultura do consumidor. Quando se vende

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carne in natura não há incidência de imposto, mas quando se vende um prato congelado incidem pelo menos trinta por cento. Em última instância, é uma questão também de preço ao consumidor. Ele vai comparar o preço do estrogonofe pronto com o do filé mignon in natura oferecido na gôndola e que terá de preparar. Aí entra a questão da praticidade versus custos, um desafio que temos dentro da cadeia. Passamos por algumas reestruturações, mas esses produtos continuam no portfólio. Que outros tipos de embalagens a Friboi apresenta no mercado? Temos em nosso portfólio produtos com atmosfera modificada, que são as carnes já porcionadas em bandejas. Isso é super inovador, e um aspecto importante é que nos porcionados o consumidor tem garantia de origem da Friboi. É uma categoria na qual apostamos firmemente, pois deve crescer nos próximos anos. Outro ponto importante que diz respeito a embalagens é que se registra fortemovimentação do mercado de carne in natura. Não é só a Friboi, todos os players vêm se mexendo. Por outro lado, existe o desafio tecnológico de se criar coisas diferentes. Fora do Brasil existem formas de comercializar que aqui ainda não conseguiram vin-

O resultado desse trabalho de construção e posicionamento de novas marcas apontou a embalagem como principal instrumento gar devido a barreiras de logística e de temperatura. Mas é um desafio que estamos encarando. Para ampliar o diálogo com o consumidor final, a Friboi apresentou recentemente a plataforma online Academia da Carne Friboi. Em que consiste essa ação e como está sendo feita a comunicação com o consumidor? O projeto nasceu com o objetivo de ficar mais perto do consumidor após a compra. Nossa comunicação era muito direta: “Vá ao ponto de venda e compre Friboi”. Não assistíamos esse consumidor durante a produção, na execução das receitas. Vimos então uma oportunidade, porque em geral as pessoas não entendem muito de carne. Concluímos que nós, como detentores de conhecimento e líderes de categoria, deveríamos instruir o consumidor para que ele soubesse o que fazer com cada pedaço de carne. As

O projeto de reestruturação O projeto de reestruturação da marca Friboi foi feito pela Sonne Consultoria ao longo dos últimos deezoito meses e culminou em uma nova identidade para o logotipo Friboi e das demais marcas que passam a compor o portfólio. Para definir e implementar as mudanças, a Sonne, em conjunto com as equipes de Negócios e de Marketing da JBS, responsáveis pelas marcas Friboi, desenvolveram um extenso projeto de pesquisas de mercado, análise da concorrência, tendências e necessidades não atendidas para, então, construir a definição do posicionamento mercadológico, linguagem, embalagens e proposta de valor, estrategicamente dispostas em uma nova arquitetura para atingir o máximo desempenho no mercado junto a cada um dos públicos de

interesse da empresa. Durante o processo de reestruturação, foram utilizadas ferramentas de metodologia da Sonne, considerando diferenciais competitivos identificados nos produtos e serviços Friboi para diferentes públicos e canais. Para tanto, foram analisados todos os concorrentes diretos e indiretos da JBS em cada canal de vendas. “Com informações reais de mercado e o cruzamento de dados internos da organização, o primeiro passo foi a compreensão do contexto do mercado de carnes no Brasil e no mundo, considerando seus principais players e acumulando conhecimento para embasar qualquer tomada de decisão posterior”, explica Maximiliano Tozzini Bavaresco, sócio-diretor da Sonne.


pessoas têm um repertório muito baixo em relação a carne. Normalmente compram quatro ou cinco produtos, no máximo, quando uma rês tem quarenta cortes diferentes. O que fizemos foi criar um portal junto com a Globo. com em que fosse possível instruir os consumidores na fase pós-compra, sobre como cortar o produto e prepará-lo corretamente. A Academia da Carne surgiu para colocar a marca mais próxima do consumidor. Investimento no ponto de venda, em comunicação digital, em mídia era muito importante. Mas concluímos que na hora da verdade, que é a hora da compra, o contato do consumidor com a Academia da Carne poderia ajudá-lo inclusive a escolher a nossa marca. Por isso todas as embalagens estão saindo da fábrica já com etiquetas das marcas e submarcas Friboi. No final de 2006 a JBS anunciou uma renovação importante da marca Swift, acompanhada, entre outras novidades, pelo lançamento de uma linha de pratos prontos acondicionados em stand-up pouches e independentes de distribuição refrigerada. Esses produtos continuam no mercado? Os stand-up pouches, aquelas bolsas plásticas que ficam em pé, não existem mais com a marca Swift. Quando fizemos a transição, essa categoria ficou com a Friboi. Ocorreu um cancelamento, uma transferência de portfólio, uma transição de marca. Como vai o desempenho da rede de açougues Mercado da Carne Swift? O brasileiro tem assimilado bem a proposta de produtos fracionados na origem e vendidos congelados, em embalagens especiais? O mercado da carne está indo super bem. O maior desafio era a seção ser em congelados. O benefício da embalagem, do serviço, a qualidade do produto. . . tudo isso contribuiu para que desse certo. Quem chega a ir à loja vira consumidor. A qualidade do produto e do atendimento, além da praticidade das embalagens, leva as pessoas a assumirem fidelidade ao projeto inteiro da Swift. Já são 38 lojas.

As novas marcas da Friboi

Friboi: com uma longa história de confiança, a marca garante alimentos nutritivos e seguros, com garantia de origem e rigorosos controles de qualidade

Maturatta Friboi: produtos para quem quer saborear e tem paixão pelo verdadeiro churrasco. São nove cortes que passam por um processo de maturação natural no qual se quebram as fibras e se garante uma carne saborosa e macia

Reserva Friboi: carnes selecionadas para quem busca novas experiências gastronômicas, com cortes diferenciados

Angus Friboi: produtos que, segundo a empresa, promovem uma experiência única, transformadora e premium

Do Chef Friboi: com uma linha completa de produtos voltados para o food service, a marca traz cortes maiores, criados na medida certa para o setor

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INOVAÇÃO

Foco no outside-in À frente dos estudos sobre embalagem na matriz da Dow, brasileiro fala de inovações e da integração como tendência para desencadeá-las

Como diversas outras multinacionais, a Dow tem em seus quadros executivos brasileiros em posições de destaque. Um deles é Carlos Costa. Com mais de vinte anos de casa, ele ocupa há dois anos o cargo de diretor de pesquisa e desenvolvimento para embalagens e plásticos de especialidades na matriz da companhia química. É o primeiro estrangeiro a comandar essa divisão. Costa ausentou-se brevemente de seu escritório em Freeport, no Texas, onde rege 65 engenheiros e vinte técnicos dedicados a inovações em embalagem, para visitar o Brasil no início de junho. EmbalagemMarca conversou com o profissional sobre seu trabalho e suas perspectivas para o mercado. Como o senhor vê os cenários para inovação em embalagem nos Estados Unidos e no Brasil? O mercado dos Estados Unidos é maior e mais maduro que o brasileiro. Lá, praticidade é uma linha mestra. O americano não tem tempo para nada. Outro driver é a sustentabilidade. Os Estados Unidos sempre foram reticentes quanto a questões ambientais, mas isso vem mudando. No Brasil, há versatilidade. Todo mundo tem de fazer alguma coisa diferente para sobreviver. Muitas vezes algo que a gente começa a desenvolver nos Estados Unidos vira realidade antes aqui. Lá as etapas de desenvolvimento são mais lentas, tomam mais tempo. A disposição para assumir riscos é menor. Os donos de marcas não admitem fracassar com uma embalagem. Aqui, o pessoal é mais atirado. Como os anseios dos brand owners têm influenciado seu trabalho? Um trabalho crescente nos Estados Unidos é com embalagens resseláveis. É uma demanda em alta no setor de quei-

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jos, de bolachas. No mercado americano tem muitas embalagens de biscoito que abrem na parte central e depois podem ser refechadas. Temos trabalhado forte em soluções que combinam a parte de resinas com a de adesivos. Outro pedido é por embalagens com menos material. É fazer mais com menos, embalagens mais leves, mais finas. Vai ao encontro disso lá, como no Brasil, o uso cada vez maior de stand-up pouches. Na parte de reciclagem, temos como foco as embalagens monomaterial. Nosso projeto do pouch 100% de polietileno (ver emb.bz/142sup) tem um approach em que o dono da marca poderá anunciar essa vantagem estrutural, que favorece a reciclagem, por meio de um selo. Temos trabalhado com aditivos que chamamos de compatibilizantes, ou seja, capazes de viabilizar a recuperação de estruturas normalmente conflitantes na reciclagem, como as que têm barreiras, poliamidas, nylon. Isso já é realidade nos Estados Unidos. O pouch 100% de polietileno já tem usuários? Nos Estados Unidos sim, em marcas de detergentes para máquinas de lavar louça. Alguns end-users já exploram a propriedade “100% PE” na embalagem. E outros setores estão aderindo, como os de lava-roupas em pods (cápsulas) e o de balas, como solução para agrupamento. Na América Latina já existe uso no México e na Argentina. Na Argentina, aliás, ocorreu recentemente a primeira aplicação do pouch 100% PE para líquidos (um hidratante capilar). No Brasil ainda não temos cases. A introdução de todos esses conceitos, de monocomponente, de sair da embalagem rígida para a flexível, demanda um tempo de adaptação de toda a cadeia. Por isso o conceito de estar todo mundo junto,

Carlos Costa, diretor de pesquisa e desenvolvimento para embalagens e plásticos de especialidades da Dow

senão não conseguimos fazer com que o mercado final se converta. A Dow tem procurado se aproximar dos usuários de embalagens? Sim. Nossos clientes são os convertedores, mas o approach é com toda a cadeia de valor da embalagem, incluindo os brand owners. Colocamos todo mundo junto, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento e torná-lo mais efetivo. Todos entendem o que o dono da marca precisa. Isso quebrou um paradigma nos Estados Unidos. No princípio os clientes não entendiam muito bem o approach, achando que estávamos pulando uma etapa. Explicamos: nosso cliente é você. O que queremos é ver como podemos ajudar você e o fabricante de máquina a atender melhor o dono da marca. Aquele modelo de inventar algo no laboratório e depois sair a campo para descobrir um propósito acabou. Hoje, grande parte dos desenvolvimentos de novas famílias de resinas se dá através do “outside-in”, ou seja, do que o mercado está precisando e como podemos criar uma solução diferenciada para permitir aos nossos clientes se diferenciar também. Tem sido uma experiência gratificante.

Leia na íntegra em: emb.bz/203dow


internacional

Ciclo criativo Formato especial de bag-in-box procura impressionar consumidor e garantir uma brincadeira para crianças

Clube de vinhos sediado em Barcelona, a Viajes de un Catador (“Viagens de um Provador de Vinhos”, em tradução para o português) decidiu oferecer para seus assinantes variedades da bebida acondicionadas em bag-in-box. Esse tipo de embalagem, composto por uma bolsa plástica com torneira acomodada numa caixa de papelão ondulado ou papel cartão, já é de grande uso no mercado vinícola. O exemplar adotado pela empresa espanhola, porém, se destaca pelo formato peculiar do recipiente externo, cujo propósito vai além de impressionar o público. A caixa, idealizada pela agência de design catalã Nutcreatives, é formada por uma série de dobras em figura de triângulo. O recurso permite trabalhar as faces da embalagem em forma de diamante (losango) e sustenta a proposta de que o recipiente seja aproveitado, após o consumo do conteúdo, como brinquedo. A ideia é que pais recortem conjuntos de triângulos e os deem para crianças montarem figuras através de dobraduras. O papelão ondulado empregado tem aparência parda (kraft) e é fornecido à Viajes de un Catador já com vincos e corte final pela Gràfiques APR, responsável também pela impressão do rótulo de papel afixado à embalagem. Informações sobre o processo de envase e sobre o provedor da bolsa de laminado plástico, com capacidade de 3 litros, não são divulgadas. Além da sustentabilidade e da ludicidade, o bag-in-box traz ainda a praticidade como apelo. Seu topo incorpora uma alça de papelão que facilita o manuseio e o transporte, dispensando o uso de uma sacola, e que permite pendurar o produto em displays, nas lojas, ou em suportes, na casa dos consumidores.

Dobras da caixa compõem um visual chamativo. Recortadas, transformamse em peças de montagem. Alça integrada à embalagem facilita o manuseio

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especial autoadesivos

Caminho sem volta

© Bizoon | Dreamstime.com

Seguindo tendência global, autoadesivos avançam sobre rótulos aplicados com cola fria

Uma das explicações por trás do interesse dos grandes fornecedores da cadeia de autoadesivos pelo Brasil, na última década, é o enorme potencial que esse sistema de decoração tem para substituir os ainda populares rótulos aplicados com cola. Na contramão da crença de que a crise por que passamos pode ter arrefecido os ânimos dos investidores estrangeiros, esse mercado tem registrado movimentações importantes, como a recente compra da Prakolar, uma das principais convertedoras nacionais de prime labels, pela japonesa Sato, e a entrada da fabricante américo-colombiana de substratos autoadesivos ARclad, através da incorporação das atividades da Celeris Works, distribuidora de insumos gráficos (ver quadro na próxima página). No mundo inteiro, os rótulos de papel com cola vêm perdendo participação para outras tecnologias. “As bebidas carbonatadas estão migrando 26 | Julho 2016

para o roll label de BOPP aplicado com hot melt, que é uma alternativa muito adequada às características dessa indústria, mas outros segmentos, como o de bebidas quentes, estão partindo para soluções com autoadesivos”, explica Marco Oliveira, diretor comercial da PE Latina Labellers, fabricante de rotuladoras. O executivo acredita que nos próximos cinco anos essa tendência deva se fortalecer para além do mercado de bebidas, invadindo outro segmento enorme: o de higiene e limpeza. “É um caminho sem volta.” Os preços mais competitivos da cadeia do autoadesivo nos últimos anos ajudam a explicar a aceleração dessa tendência no Brasil, mas os fatores principais desse impulso são a qualidade visual e a grande versatilidade de formatos e dos equipamentos de aplicação, que abrem muitas opções para os profissionais de marketing, além dos índices de produtividade e

eficiência desse sistema, que agradam a área industrial e o setor de compras. “Nosso mercado está amadurecendo e olha cada vez mais para os números de produtividade, o custo total de aplicação, deixando o preço unitário do rótulo em segundo plano”, explica Oliveira. Para o especialista da PE Latina, contudo, o principal ponto a ser levado em conta para definir se vale a pena migrar para o autoadesivo é a necessidade do cliente, a ser avaliada caso a caso. “Quando há apenas um produto em linha, com formato básico, a simples troca de tecnologia pode criar expectativas que depois não serão atendidas, porque nesses casos os ganhos de produtividade tendem a ser pequenos ou nulos, já que a empresa possivelmente tem domínio total do seu processo de rotulagem com cola fria e sabe extrair o máximo de seus equipamentos”, explica. “Mas se a proposta for dar vida nova ao produto, aí sim o investimento se justifica.”



especial autoadesivos » case

Para sair bonita na foto “Jurupinga é um produto voltado para o público jovem, predominantemente universitário”, descreve Diego Burgo, gerente de marketing da Jurupinga Dinalle, fabricante do vinho branco de mesa suave que tem forte presença nas baladas. A bebida, lançada em 2000, é um fenômeno de vendas, a ponto de a empresa, que chegou a ter mais de setenta itens em seu portfólio, hoje concentrar nela todos os seus esforços. O sucesso se repete nas redes sociais. E foi justamente essa a razão para a troca, em março desse ano, dos rótulos aplicados com cola fria por autoadesivos. “Somos uma das empresas nacionais de bebidas com mais seguidores no Facebook, com cerca de 550 000 curtidas, e como nossos consumidores postam muitas fotos com o produto, ganhamos grande publicidade espontânea”, celebra Burgo. “Mas em alguns posts os rótulos de papel apareciam danificados, e o alcance desses compartilhamentos é enorme”, complementa. “Precisávamos cuidar da marca.” Após inúmeros testes com diferentes tipos de papel e cola, em busca de uma alternativa que mantivesse a integridade do rótulo quando expostos à umidade no processo de resfriamento da bebida (feito, muitas vezes, em baldes de gelo), a Jurupinga optou por autoadesivos de BOPP. “Os rótulos não soltam, não rasgam, e garantem uma ótima apresentação”, justifica o executivo. “As garrafas agora saem bonitas na foto”, brinca.

Para essa transição de tecnologias, a empresa investiu numa rotuladora linear com dois cabeçotes, da PE Latina, para poder trocar as bobinas sem precisar parar o processo de aplicação. “Não era a solução mais barata, mas foi a que melhor atendeu às especificidades de nosso projeto, que demandava aplicação ininterrupta”, explica o profissional. Com mídia espontânea, principalmente em redes sociais, rótulo da Jurupinga precisava sair “bonito na foto”

Acreditando no Brasil Empresa américo-colombiana aposta no crescimento do mercado brasileiro de autoadesivos Contrariando os ares pessimistas que pairam sobre o Brasil, o grupo industrial américo-colombiano ARclad anunciou, no início de maio, sua entrada no País, através da aquisição da maioria acionária na Celeris Works, empresa brasileira de distribuição de insumos gráficos. A ARclad do Brasil é a 11ª

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unidade internacional do grupo, fabricante de materiais autoadesivos e outros produtos para a indústria gráfica. A empresa enxerga o investimento no Brasil como sendo estratégico para a consolidação de sua posição na América Latina. “A ARclad acredita no mercado brasileiro”, explica Fábio

Fonseca, gerente geral da nova operação da empresa. “Apesar da crise, o mercado não deixou de existir, sempre há espaço para quem investe continuamente em qualidade, inovação e bons serviços, que é o que a ARclad vem fazendo nos dez países em que atua.”


especial autoadesivos » case

Aposta firme Uma das gigantes do universo das bebidas quentes, a Diageo, eleva suas apostas em rótulos autoadesivos. “Pelo lado técnico, o autoadesivo pode gerar melhor produtividade e velocidade de linha”, sentencia Daniel Sandrini, gerente de supply chain da empresa. “No aspecto ambiental, isso traz benefícios durante reciclagem do vidro, já que paramos de utilizar papel metalizado.” O flerte com a tecnologia iniciou-se em 2010, quando a empresa lançou o saquê Jun Daiti com rótulos autoadesivos. Em 2014, as linhas Smirnoff Caipiroska e Smirnoff Flavors seguiram na mesma trilha, abandonando os rótulos de papel aplicados com cola fria, substituídos por autoadesivos. Um ano depois, o carro-chefe da marca – Smirnoff 21 – fez o mesmo movimento. Os rótulos são, em sua maior parte, da Baumgarten. A maior padronização no processo de rotulagem trouxe, segundo Sandrini, impacto positivo na percepção do consumidor. “O indicador de qualidade de embalagem foi melhorado em cerca

Categorias superiores da Diageo, assim como as standard, estão migrando para autoadesivos

Nova linha de envase de Smirnoff, carro-chefe da Diageo no Brasil, foi projetada para trabalhar com autoadesivos

de dez vezes, e não temos dúvidas de que a mudança para o autoadesivo teve grande participação nisso”, explica o gerente da companhia. Para fazer a transição, a nova linha Smirnoff, adquirida durante o período de redesign das embalagens e instalada na fábrica da Ypióca, já foi projetada para trabalhar com autoadesivos em alto desempenho. “Com a mudança de tecnologia para autoadesivo, somada a tecnologias mais atuais, temos uma velocidade de linha cerca de 50% maior que a anterior”, estima Sandrini. “Outros benefícios são relacionados à redução de tempo de troca de produtos na linha e também à sua higienização, pois não temos mais o uso de cola branca, que gerava maior complexidade para setup e manutenção da limpeza.” As rotuladoras são da Kosme, empresa do grupo Krones. A Diageo planeja mudar para autoadesivos produtos classificados como standard e também as categorias superiores, com posicionamento mais premium. “Recentemente, já aplicamos a tecnologia nas marcas Black & White, Ypióca 5 Chaves e Ypióca 150 e 160”, explica Sandrini. “Inovações com esse perfil seguirão a tendência.” Julho 2016 |

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Especial autoadesivos » Águas

Aposta no valor Maior produtividade e melhor visual seduzem marcas de água fora do segmento premium

O Brasil

é um país onde algumas regras tácitas parecem ajudar a definir categorias de produtos. É assim com as águas minerais em garrafas de PET, que usualmente carregam rótulos wrap around de BOPP. Algumas exceções existem, especial-

mente nas embalagens destinadas às chamadas águas de mesa – aquelas com maior cuidado visual, voltadas ao consumo durante as refeições mais caprichadas. Nos últimos anos, contudo, essas regras passaram a ser colocadas em

xeque. Ganhos de eficiência nas linhas produtivas e imagem mais primorosa nas gôndolas têm feito algumas marcas refazerem contas, tirando o foco do custo unitário do rótulo e olhando o resultado final, como mostram os exemplos a seguir.

Eficiência, aparência e experiência Águas minerais e rótulos autoadesivos são parceiros no segmento premium, especialmente nas embalagens destinadas a figurar em mesas mais refinadas, durante as refeições. Garrafões com volumes maiores, por sua vez, via de regra são decorados com rótulos de papel aplicados com cola fria ou com roll label de BOPP. Mas o consumidor mais atento já deve ter notado que a Águas Prata foge desse clichê. Desde 2004 a empresa trabalha com autoadesivos no galão de 5 litros. Em 2013, colocou no mercado a embalagem de 2,5 litros, também com esse sistema de rotulagem – o mesmo escolhido, dois anos depois, para identificar o galão de 10 litros descartável. A aparência melhor explica a opção da Águas Prata pelos autoadesivos. Mas a empresa reconhece também os ganhos em eficiência. “Quando comparamos com o processo de rotulagem do galão de 20 litros, que ainda é feito com papel e cola fria, a produtividade do autoadesivo é muito superior, pois a rotuladora trabalha sem intervenção manual”, detalha Luciano Rizzetto, gerente industrial da companhia. Por conta disso, os projetos mais recentes já nasceram pensados para

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rótulos sensíveis à pressão. “Tínhamos o sistema e precisávamos apenas fazer algumas adaptações”, explica Rizzetto. Segundo ele, as maiores barreiras encontradas não se referem ao rótulo, e estão ligadas ao desenvolvimento da embalagem de 2,5 litros. “Passamos meses pesquisando o formato e a capacidade volumétrica ideal, e estudamos muito para chegar ao bocal de 38 milímteros com três filetes”, conta o executivo. “Mas as

preformas que achamos no mercado nacional eram destinadas ao ramo de higiene e limpeza, e as tampas disponíveis não atendiam nosso projeto, porque não havia rompimento do lacre”, continua. “Hoje, trazemos as preformas da Europa e as tampas do Uruguai.”

Fugindo dos padrões, galões da Águas Prata usam autoadesivos: “Produtividade superior”


Leveza e maciez antecipadas Para fugir da comoditização, a Fonte Platina optou por rotular todas as apresentações de sua água mineral engarrafadas em PET (310ml, 510ml e 1,5 litro, nas versões natural e com gás) com autoadesivos transparentes -- o chamado no-label look, que simula a decoração direta. Trata-se de mais um exemplo de uso de autoadesivos como elemento de diferenciação no concorridíssimo mercado brasileiro de águas minerais, dominado pelos rótulos wrap around de BOPP. Com esse movimento, a Fonte Platina conferiu unidade visual com as garrafas serigrafadas de vidro de 310ml destinadas ao canal de bares e restaurantes,

que por sua sofisticação e eficiência como ferramenta de posicionamento de marca receberam o Prêmio Grandes Cases de Embalagem em 2015. “Quando partimos para a decoração com autoadesivos, nosso maior objetivo era usar a transparência e a luminosidade da embalagem para transmitir ao consumidor a leveza e a maciez de nossas águas”, explica Walter Monici, diretor industrial e comercial da Fonte Platina. Os produtos foram lançados em janeiro de 2015. O substrato transparente é o Raflex, da UPM Raflatac, uma estrutura poliolefínica que combina PP com PE. Fonte platina optou por rótulos autoadesivos nas garrafas de PET não voltadas ao segmento premium


Especial Autoadesivos » Tecnologia

Toque limpo Rótulos feitos a partir de filmes com aditivo antimicrobiano prometem combater contaminação Produtos

manuseados por inúmeras pessoas são, naturalmente, candidatos a se transformar em focos de contaminação por microorganismos. Quando se pensa no universo dos bens de consumo, não faltam exemplos de situações em que o contato com embalagens pode apresentar esse tipo de risco, como é o caso dos molhos e condimentos compartilhados em lanchonetes e restaurantes. Enxergando o enorme potencial que esse contexto abre, a Prakolar, convertedora de rótulos, iniciou o desenvolvimento de autoadesivos que levantariam uma barreira de proteção a essa possível contaminação. Os adereços, que levam a marca Dr. Antigerme, são elaborados a partir de filmes plásticos aditivados com o agente antimicrobiano d2pAM, fabricado pela empresa britânica Symphony Environmental, distribuídos no Brasil pela RES Brasil. Munidos do agente químico, os rótulos funcionariam como “escudo” para as embalagens, impedindo que micróbios nelas se alojem. Plásticos com esse aditivo já estariam sendo usados em outros países diretamente na embalagem, especificamente no mercado de alimentos. O objetivo seria aumentar a vida de prateleira dos produtos, já que o d2pAM teria se mostrado eficaz no combate a

fungos e bactérias que atuam na deterioração de leite, queijos, peixes, carnes e produtos que contenham farinhas em sua formulação. Segundo informações passadas pela RES Brasil, o aditivo praticamente elimina a necessidade de conservantes em alimentos. A ideia de usar a solução em rótulos autoadesivos foi concebida no Brasil, pela RES Brasil (que é a detentora da patente), e desenvolvida pela Prakolar. “É uma ação inédita, e acreditamos muito no potencial inovador do produto”, explica Rafael Buglione, diretor comercial da convertedora de rótulos. Segundo o executivo, o olhar da empresa não se restringe ao universo das embalagens. “A solução é tão inovadora e de tão fácil aplicação que enxergamos uma amplitude praticamente ilimitada de usos, que incluem telas táteis, bandejas de praças de alimentação, carrinhos de supermercados, canos de apoio no transporte público e todo tipo de produto infantil”, comenta Buglione. A Prakolar irá compartilhar o desenvolvimento com as outras empresas do Grupo Sato, ao qual foi incorporada recentemente.

Adesivação de objetos manuseados por muitas pessoas, como bandejas de lanchonetes e carrinhos de supermercado, é outro alvo da tecnologia

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ARTIGO

Da estrada para o mapa Engenheiro de embalagem não deve tratar as especificações como protocolo, mas como mediadoras vitais para o relacionamento com os fornecedores Por Jorge Maquita*

devido a questões pessoais e de trabalho, retorno a este espaço para falar sobre um assunto que pode parecer tedioso se pensado somente como um documento para o cumprimento do protocolo, para fechar o processo. Tal pensamento não nos permite pensar sobre a sua utilidade e sua preponderância em nosso trabalho. Falo sobre a especificação. A especificação é o mapa que você desenha depois de percorrer a estrada. É a bíblia para fornecedores e clientes terem um entendimento comum. Através dela é estabelecido um acordo técnico entre as partes. A verificação e a assinatura dos pormenores por parte do fornecedor é primordial. Com essa concordância, o provedor se compromete a cumprir os parâmetros, dimensões, tolerâncias, materiais e afins estabelecidos na especificação, pactuando a não fazer qualquer alteração sem o consentimento da indústria usuária e sem a validação por meio de testes. Importante: não aceite a assinatura de vendedores. Peça sempre a subscrição de um responsável técnico. Mas qual é o propósito das especificações? Existem objetivos básicos, que convém enumerarmos: • Definir parâmetros para equipamentos funcionarem de acordo com a eficiência, a velocidade e o nível de refugo esperados; • Definir o que é necessário para salvaguardar a integridade do produto

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© Anttoniu | Dreamstime.com

Após um tempo sem escrever

e da embalagem durante a distribuição; • Como será constituído o material de embalagem? Ou seja, quais materiais serão utilizados? Em que ordem? Sob qual processo de fabricação? Quais aditivos devem ser utilizados e em que percentual?; • O que devo inspecionar na chegada e como fazê-lo? Isto é, quais análises são obrigatórias e quais são complementares? As avaliações suplementares não são aquelas executadas em cada inspeção, mas que podem ser feitas com alguma frequência, ou realizadas no caso de conflitos de ordem técnica com os fornecedores; e • Para definir parâmetros importantes para o consumidor, como torque de remoção de uma tampa, recursos de evidência de adulteração para

manutenção da integridade do produto, resistência à ruptura e a ciclos em dobradiças de tampas flip-top e por aí vai. Quando falamos sobre o que o equipamento necessita para funcionar, ou sobre como a integridade da embalagem é mantida durante a distribuição, falamos sobre: • Os parâmetros funcionais. São as características mecânicas e térmicas do material necessárias para garantir que o equipamento de embalagem opere na velocidade nominal e sob uma eficiência que não gerem defeitos nos invólucros tais como vazamentos e rugas. É preciso atentar a atributos como coeficiente de atrito (COF), rigidez, carga vertical, perpendicularidade, estabilidade da embalagem, espessura,


curva de temperatura de selagem. Este tópico é muito interessante, porque ele está intimamente relacionado com o conhecimento que você tem sobre os equipamentos. Sem esse conhecimento pode ser que, ao escrever a especificação, você esteja apenas repetindo dados que não fazem sentido... Saber desses parâmetros permite identificar oportunidades de economia, ajustando os materiais para parâmetros ótimos, obtendo assim redução de custos em peso, em eliminação de aditivos, em substituição de materiais. Lembro-me de quando desenvolvi, com minha equipe na BestFoods (Unilever), o primeiro laminado na América Latina feito de BOPP de alta barreira e poliéster para substituir laminados com camada de alumínio em embalagens flexíveis para sopas desidratadas. O desafio era rodar o material em uma máquina form-fill-seal horizontal (HFFS), por meio de uma laminação que mantivesse rigidez específica, para permitir ao equipamento abrir o pouch e preenchê-lo com o produto. Ao identificar o módulo secante como parâmetro funcional, desenvolvemos um material alternativo que funcionou perfeitamente e que nos permitiu economizar 100 000 dólares em um ano. Como consultor, num caso semelhante, identifiquei com o cliente a possibilidade de eliminar um aditivo que estava fornecendo rigidez e substituir o laminado por outro que atendia à mesma finalidade; • Parâmetros dimensionais. São os dados necessários para moldar e formatar a embalagem em seu dimensional final, e para fazê-la ter desempenho adequado no equipamento. Aqui dis-

cutimos dimensões per se, tais como comprimento, largura, diâmetro e espessura requeridos no caso de filmes ou laminados, bem como as dimensões máximas de uma bobina, o diâmetro do núcleo de um cartucho de papel cartão e dimensões específicas que podem ser refletidas no desenho técnico da embalagem. Podemos incluir aqui o tamanho da marca da fotocélula. Em relação aos parâmetros dimensionais, um fato que é pouco compreendido são as tolerâncias, cuja importância é enorme. Trata-se das faixas dentro das quais parâmetros podem ser trabalhados sem afetar a operação ou a eficiência do equipamento. A adesão a esses índices é a chave para garantir que máquinas funcionarão corretamente. Conhecer as tolerâncias deixa-o preparado para selecionar o fornecedor certo, com as capacidades técnicas adequadas para atender às especificações – o que significa manutenção adequada de moldes, ferramentas e facas, para não fugir às margens estipuladas. Atente, porém, que o fato de o fornecedor dizer que os pontos de dados estão dentro da tolerância não significa que todo o lote também o estará. Portanto, com esses parâmetros é necessário também solicitar que a capacidade de processamento (CPK) do fornecedor seja maior ou igual a 1,33, de modo a assegurar que todo o trabalho esteja dentro da especificação, mesmo com a média variando levemente para a esquerda ou para a direita. Lembre-se que os equipamentos, bem como os seres humanos, não percebem valores médios, e sim valores individuais. É muito fácil calcular, através do Excel, que percentagem do lote inspecionado

estará, na realidade, fora das especificações. Podemos falar sobre isso em outra ocasião. Como um exemplo de tolerâncias, lembro-me de uma auditoria que realizei em um fornecedor de rótulos. Era uma gráfica muito boa para fazer bulas e livretos, mas sem expertise para a confecção de etiquetas de papel. Ao chegar à área de corte daquela empresa, expressei a necessidade de termos uma tolerância de mais ou menos 0,3 milímetro. O parceiro disse ser capaz de atendê-la. Perguntei sobre suas tolerâncias atuais, e ele me disse que era de 0,5 milímetro. Questionei-o sobre como iria atender à tolerância por mim requerida, e ele só respondeu que iria cumpri-la. Eu já sabia como aquilo poderia ser alcançado, mas a realidade é que ele não sabia a resposta. Paro por aqui para não cansá-los. Por favor, escrevam. Sua opinião é muito valiosa. Por fim, gostaria de compartilhar com vocês que o conceito Drinkfinity (ver emb.bz/drinkfinity), cuja cápsula foi desenvolvida com participação minha e de meus colegas na PepsiCo, ganhou as honrarias President’s Silver Award e Marketing Silver Award do Prêmio WorldStar, da Organização Mundial de Embalagem (WPO), bem como um troféu na categoria Bebidas Não Alcoólicas da mesma competição. Fico feliz com esse reconhecimento.

* O mexicano Jorge Maquita é gerente global de embalagem da PepsiCo. Acumula mais de 35 anos de experiência no campo do packaging, tendo passagens por Unilever, Gillette e Kraft Foods. Contato: jmaquita@prodigy.net.mx Julho 2016 |

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artigo

É pau, é pedra, é “um milhão de caminhos…” Graças ao estado da arte da engenharia de materiais, praticamente não há limites ao uso de materiais em embalagens Por Rogério Oliveira*

Diferentemente do que diz a famosa canção de Tom Jobim, o fim do caminho não existe quando nos referimos à disponibilidade de materiais de embalagem. Graças ao atual estado da arte da engenharia dos materiais, virtualmente qualquer coisa pode ser utilizada como elemento técnico, inspirador ou criativo pelos designers de embalagem. Vejamos por exemplo a fragrância Coeur de Musc, lançado em 2016 pela empresa francesa Maison Incens. A embalagem do produto utiliza de forma inédita o granito rústico como material decorativo e de identidade de marca! Sim, aquele granito que você utiliza em pias de cozinha foi aplicado em uma embalagem! Uma fina camada da

Alexa Lixfeld levou concreto para as tampas de suas fragrâncias

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Granito rústico é o destaque do perfume Coeur de Musc, da Maison Icens

pedra foi colocada sobre um substrato e este foi aplicado sobre o frasco de vidro. O uso dessa decoração impede que existam dois frascos iguais, já que cada “recorte” da pedra formará um padrão único e exclusivo para cada unidade do produto. Um outro produto de perfumaria que utilizou um material inusitado para este mercado é o conjunto de perfumes de Alexa Lixfeld, uma ex-modelo que se tornou uma talentosa artista plástica, que em seu estúdio na Alemanha faz vários trabalhos utilizando os mais diversos materiais, entre eles tecido, vidro e madeira. Alexa utilizou concreto pigmentado em três diferentes cores como material para a tampa das variantes da fragrância que leva o seu nome. Assim como no exemplo anterior, é impossível

Issey Miyake recorreu à madeira no acabamento da embalagem

ter duas tampas com o mesmo padrão estético devido à natureza do processo de produção das peças, e esse era o resultado esperado. A madeira também é um material que já foi bastante utilizado em embalagens de perfumes. As questões ambientais já estão bem equalizadas e a madeira reapareceu nos últimos anos como material de embalagem viável. O uso mais emblemático de madeira em embalagens de perfume é a edição L’Eau d’Issey pour Homme Edition Bois, de Issey Miyake, que reproduziu em madeira o frasco de vidro das outras edições do perfume. Thierry Mugler também utilizou madeira em sua versão Pure Wood da fragrância A*Men, de 2014, com um grau acima de dificuldade técnica,pois a embalagem previa um spraycap.


John Varvatos utiliza palha nos frascos da fragrância Artisan

Borracha reveste o frasco de Swiss Unlimited, da Victorinox

A abordagem de John Varvatos para o produto Artisan utiliza palha aplicada de diversas maneiras e em diversas cores nas suas versões da fragrância Artisan. Já a borracha e seus similares também deixaram o interior das peças técnicas com pumps e válvulas, onde são comumente utilizados como elemento de vedação, e foram utilizados como elemento de design em embalagens. O perfume Swiss Unlimited, da Victorinox, revestiu totalmente seu frasco de vidro com uma capa composta de borracha e outros elementos sintéticos, o que também permitiu o uso de refil para o produto, em uma demonstração

interessante de como design e desenvolvimento de embalagem contribuem para o alinhamento estético e acomunicação dos valores da marca. O destaque nacional no uso de materiais não usuais vai para a fragrância brasileiríssima Exuberánce, de O Boticário. Na época do seu lançamento, ainda no século passado, utilizava vidro opaline branco e tampa de pedra sabão! Um luxo estético e um desafio técnico enorme, já que as tampas eram torneadas individualmente até que tomassem o formato que já pode ser considerado icônico das ânforas da marca. Claro que todos esses produtos também utilizam metal das mais diversas formas, seja na sua aplicação mais comum, como coberturas de atuadores e caches, mas também como elemento decorativo, como no próprio Couer de Musc, que utiliza placas de metal coladas no

Com frasco de vidro opaline, branco, Exuberance, de O Boticário, tinha tampa de pedra sabão

Thierry Mugler também apostou na madeira nas embalagens da fragrância A*Men

vidro como lettering, e papel, utilizado em cartuchos de forma geral. O objetivo deste artigo é demonstrar que o limite para o uso inteligente e diferenciado dos materiais simplesmente não existe. Se existe, ele está somente na falta de ousadia das empresas, que na maioria das vezes confunde produtividade com engessamento dos processos fabris, não se permitindo ousar e abrir caminho para a inovação. Para saber mais: 4www.arganes.com/maison-incens/ produit/coeur-de-oud-extrait-de-parfum-50ml-copier-copier/ 4www.fragrantica.com/news/Esxence-2016-Coeur-de-Parfums-by-Maison-Incens-7733.html 4 p a c k b y d a y. b l o g s p o t . c o m . br/2010/04/exuberance-o-boticario. html 4 p a c k b y d a y. b l o g s p o t . c o m . br/2009/11/alexa-lixfeld-eau-de-parfum.html 4www.alexalixfeld.com/about/ * Rogério Oliveira é antes de tudo um curioso por embalagem e também designer com mais de vinte anos de experiência em design e desenvolvimento de embalagens para perfumes e cosméticos. É editor do blog Packbyday: packbyday.blogspot.com Julho 2016 |

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premiação

Uma grande festa de integração Para obter o máximo do Prêmio Grandes Cases de Embalagem, detalhes podem ajudar muito

Com a aproximação do período de envio de amostras das embalagens inscritas para concorrer a troféus na décima edição do Prêmio Grandes Cases de Embalagem, que vai de 1º a 12 de agosto próximo, cabe um lembrete importante aos interessados. Considerando que o local de entrega das amostras, o Centro Universitário Senac Santo Amaro, em São Paulo, estará fechado para férias durante o mês de julho, não convém fazer o envio antes da data de início para as entregas. Da mesma forma, não é recomendável fazê-lo após o prazo de encerramento, sob risco de as inscrições serem invalidadas. As empresas candidatas a troféus devem levar em conta que o preenchimento adequado das fichas de inscrição podem contribuir fortemente para o entendimento dos atributos das embalagens. Ocorre que muitas vezes o case em si contém minúcias difíceis de perceber a um simples exame visual. É o caso, para citar um exemplo aleatório, de um eventual aliviamen-

to de peso, por economia de material na fabricação, obtido com pequena mudança no design do recipiente. É também o que pode acontecer com a adoção de algum dispositivo interno na embalagem que facilite seu uso e que necessariamente não é percebido pelo mero olhar dos jurados. Os exemplos podem ser muitos. Recomenda-se, assim, que vantagens como essas – ou outras – sejam destacadas nas fichas e mostradas, na medida do possível, nas fotos anexadas.

A experiência de nove edições anteriores de Grandes Cases de Embalagem demonstra que boas descrições dos atributos e das vantagens oferecidas pelas peças inscritas são mais fáceis de se fazer quando estão envolvidos todos os agentes que participaram dos desenvolvimentos. Ou seja, é interessante destacar – e assim homenagear – desde os responsáveis pela concepção do projeto até as empresas que o implementaram e as que utilizaram as embalagens para

acondicionar seus produtos. Afinal, embora envolvam muito talento, know how e investimento financeiro para obter uma embalagem eficiente, bonita, vendedora e ambientalmente correta em sua fabricação e em seu descarte, na hora de contar o que foi feito há empresas que atribuem a função a um só profissional, nem sempre informado de toda a complexidade do trabalho. Um resultado adicional ao envolvimento de todos os agentes da cadeia de embalagem na descrição do case é que se reforça a integração e a interatividade entre eles, um dos objetivos da premiação. Também com vistas ao reforço do networking entre os presentes no local, os organizadores do Prêmio estudam formato mais dinâmico para a cerimônia de revelação dos cases ganhadores, marcada para 27 de outubro próximo. A expectativa é que a décima edição de Grandes Cases de Embalagem fique registrada, mais ainda do que das vezes anteriores, como uma grande festa de integração do setor.

Anote as datas: ENTREGA DE AMOSTRAS de 1º a 12 de agosto CERIMÔNIA DE PREMIAÇÃO 27 de outubro, a partir das 17 horas. Reservas de convites e mais informações: premio@grandescases.com.br ou (11) 5181-6533 com Marcella.

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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br

Informações adicionais sobre fornecedores das embalagens estão nos links em vermelho no final dos textos.

cosméticos

Feito no Quintal Há quase doze anos no mercado, a Feito Brasil se dedica a produzir cosméticos veganos, artesanais e sustentáveis, feitos de maneira natural, sem testes em animais e com compromisso ético com o meio ambiente. Agora, a empresa inova entrando no mercado de dermocosmética com a marca Quintal – Terra de Cores. São produtos para quatro tipos de tratamen-

tos da pele: clareador, antissinais, antiacne e regenerador, levando em conta se a pele é oleosa, seca ou mista, e se apresenta acne, manchas e rugas. As embalagens e toda a comunicação da marca foram criadas internamente na Feito Brasil. Os frascos são decorados com rótulos de BOPP com laminação fosca. emb.bz/203feito

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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

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Fragrâncias

Snacks

Refrigerantes

Higiene pessoal

Lácteos

Inspiração indígena 1

Estreia em pipoca 2

Lata da Xuxa 3

rótulo clean 4

Shake em PET

Águas

A deo colônia Amaú, da Avatim, homenageia Amaú, tida como a primeira mulher representada na mitologia guarani. O frasco tem formato de prisma quadrangular, com base espessa, que evidencia a transparência do vidro. A decoração da embalagem é feita com serigrafia e pintura em degradê translúcido com tons de verde. emb.bz/203amau

A Elma Chips lança sua primeira linha de pipocas prontas com a marca Cheetos, nos sabores queijo e caramelo. O produto tem dois tipos de embalagem: individual (27 gramas) e familiar (78 gramas e 165 gramas). As embalagens maiores são as mesmas introduzidas no Brasil pela Lay’s, marca que também pertence à PepsiCo. O invólucro abre no sentido horizontal e pode ser colocado em pé emb.bz/203cheetos

Embaixadora dos refrigerantes Viva Schin, a apresentadora Xuxa agora tem o seu rosto estampado nas latinhas da bebida. O artista responsável pelas ilustrações é Lobo, um dos ícones da pop arte brasileira. São cinco embalagens com desenhos diferentes. Cada lata tem um nome: “Xou”, “Rainha”, “Beijinho, Beijinho”, “Loira” e “LadyX”. emb.bz/203xuxa

O Gel Antisséptico Hi Clean chega ao mercado com nova embalagem. Os frascos de PET agora apresentam o logotipo em alto relevo, para evitar a falsificação do produto, e aumentaram de tamanho. As versões de bolso e bancada passam a conter 70 mililitros e 500 mililitros, respectivamente. Uma embalagem de 250 mililitros foi incorporada a linha. O rótulo traz informações em braile. emb.bz/

A PepsiCo amplia o portfólio de Toddy com a versão Shake de 270 mililitros pronto para beber. A bebida é acondicionada em garrafas de PET asséptico, decorada com rótulos termoencolhíveis coloridos, que seguem os códigos da marca e apresentam as tradicionais vacas, mascotes da marca. emb.bz/

garrafa inovadora

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A Fonte Sarandi, de Barra Funda (RS), aposta na renovação de suas embalagens. A garrafa de PET da água mineral Floresta Ativa foi desenhada para facilitar o manuseio e oferecer conforto ao ser transportada. A embalagem foi projetada para quem pratica atividade física, como se fosse um squeeze descartável. Com formato anatômico, nas cores cristal, azul, rosa e verde, a garrafa possui uma alça que pode ser presa nos dedos durante o uso. emb.bz/203sarandi


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cervejas

Stella renovada

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Já estão sendo comercializadas no Brasil as garrafas da cerveja Stella Artois com novo formato. Segundo a cervejaria, a long neck foi desenhada para ter um perfil mais “aerodinâmico”, com os ombros mais elevados. A tuba que faz uma homenagem a Den Horn, primeiro nome da cervejaria, aparece em alto relevo nas garrafas. O rótulo de papel do gargalo, que também serve como lacre, passou por melhorias, que tornaram mais fácil rasgá-lo na hora de abrir a garrafa. emb.bz/203stella

Homenagem a Petrópolis 8 A Cervejaria Bohemia apresenta três novas cervejas artesanais: Weissbier, Viena Lager e Pale Ale. Os rótulos fazem referência à cidade de Petrópolis (RJ), sede da cervejaria. A Aura Lager faz alusão ao nascer do sol entre as montanhas. A 14 Weiss é uma homenagem ao 14-Bis, avião criado por Santos Dumont, que tinha uma casa de veraneio na cidade. A 838 Pale Ale faz alusão à altitude da cidade. emb.bz/203bohemia

Sena da Quinta 9 A Cervejaria Quinta do Malte, localizada na cidade de Socorro (SP), apresenta seis cervejas artesanais: Taipan (Amber Lager), Krait (Hop Lager), Mamba (IPA – India Pale Ale), Rubra (Orange Wheat Ale), Adventure Lager e Timber (Weiss Bier). Todas são envasadas em garrafas de 355 mililitros, exceto a Timber (500 mililitros). Os rótulos foram desenhados pelo artista plástico local Alcindo de Oliveira Santos Junior. emb.bz/203quinta

Rolhadas renovadas

Queijos 10

A Cervejaria Wäls renova sua marca e a arquitetura gráfica da linha de cervejas rolhadas –lacrada com rolha sintética. Composta por sete cervejas artesanais (Dubbel, Trippel, Quadruppel, Niobium, 42, Petroleum e Unique), a marca agora apresenta rótulos mais clean e modernos. emb.bz/203wals

Chocolates

Caixa expositora

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A La Serenissima comercializa com exclusividade no Brasil a nova versão do Queijo Parmesão Ralado. Cada caixa-display vem com dez pacotes de 40 gramas. O objetivo do display é garantir a exposição dos produtos em pequenos espaços, além de oferecer fácil manuseio aos operadores das lojas. emb.bz/203serenissima

Minis em pouches

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A Neugebauer, marca de chocolates da Vonpar, lança chocolate monodose Minis em stand-up pouches (bolsas plásticas que ficam em pé). O chocolate já era vendido em cartuchos de papel cartão com vinte unidades. emb.bz/203neuge

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APOIO

Almanaque Evolução do azul Desde seu lançamento, em 1963, o creme hidratante Nivea Milk já teve embalagens de diversos formatos. O que (quase) não mudou foi a cor, sempre azul, com pequenas variações. Os frascos já tiveram formatos que lembravam lâmpadas na década de

60 e gotas nos anos 70 e 80, seguidos dos designs altos e retos da década de 90. A embalagem atual tem curvas suaves, e está no mercado desde 2013.

Luz de luxo Há controvérsia se o nome do sabonete Lux, da Unilever, tem origem no latim ou no inglês. Em latim significa luz. Em inglês, é uma abreviatura de luxury (luxo). Em qualquer caso, o nome foi adequado para caracterizar um produto que trazia a “luz” da limpeza e era considerado um artigo de luxo no início do século 20, quando foi lançado nos Estados Unidos, ainda como sabão em flocos para lavar roupas.

Maionese embarcada O pote de vidro, adotado a partir de 1910, é apontado por muitos como a primeira embalagem da maionese Hellmann’s. Há quem atribua o marco, porém, a outro recipiente: uma barqueta de madeira. Foi com esse utensílio que o imigrante alemão Richard Hellmann começou a vender sua

receita do molho, logo após abrir uma delicatessen em Nova York, em 1905. A barqueta, utilizada originalmente para pesar manteiga, foi a solução encontrada pelo comerciante para atender ao súbito interesse de consumidores em levar a maionese para casa.

A Guiness do gato Uma das marcas de cerveja mais conhecida do mundo é a irlandesa Guinness. Mas outra Guiness (com um “N” apenas), escura como a irlandesa, era comercializada no Brasil no século 19, importada da Inglaterra. Curiosamente, a mascote das duas marcas era um animal: tucano, na Guinness, e Gato, na Guiness. Anúncios de 1889 diziam que a cerveja preta de Guiness, “marca registrada do Gato”, era “recomendada em todo o mundo pela Faculdade de Medicina, pelas suas qualidades medicinais e fortificantes”. Nota publicada no Almanaque Especial EmbalagemMarca nº 4

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