EmbalagemMarca 204

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Ano XVII • Nº 204 • Agosto 2016 • R$ 15,00

CI O TR PA DA VI

RE A ST C NI RÔ ET

EL A

É hora de inovar e de mostrar a cara Com a economia em compasso de espera a palavra de ordem é aproveitar para crescer

ENTREVISTA

IMPRESSÃO

A força da embalagem nos oitenta anos da Vedacit, segundo Ana Paula Vales

Tecnologia de pigmentos reativos a laser dá maior flexibilidade ao marketing



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Em vez de inércia, inovação AO PRODUZIR a reportagem de capa desta edição, a redação concluiu, com agradável surpresa, que independentemente dos rumos da política nos últimos tempos há empresas que se guiam pela convicção de que vale a pena apostar em mudanças para melhor. É bom ver também que não se limitam a esperar a passagem da tempestade. Preferem agir. Vale dizer que, enquanto muitos lamentam o atual quadro dos negócios e da economia, outros aproveitam as oportunidades que as crises trazem, sempre com foco na inovação. Em poucas palavras, em vez de inércia, inovação. Nos casos selecionados para compor a reportagem, um ponto em comum são as expectativas e os resultados animadores das empresas que os protagonizam. Ao mesmo tempo é um tanto surpreendente, nesse panorama, que muitas empresas podem estar inovando sem se dar conta disso, de modo que acabam pagando impostos que poderiam economizar – de maneira plenamente legal, como explica artigo que integra esta reportagem de capa. “É incrível que dentro de um universo de cerca de 180 000 empresas em todo o Brasil tributadas pelo lucro real apenas 787 delas tenham aproveitado no último ano benefícios da Lei do Bem”, comentou o autor do artigo,

advogado tributarista Aloísio Watzl. “É um incentivo fiscal que simplesmente não poderia ser deixado de lado.” É também gritante o desinteresse das empresas (ou das pessoas que nelas trabalham) em divulgar suas iniciativas, mesmo quando convidadas a fazê-lo, e sem custos. Por outro lado cabe ressaltar o cuidado de protagonistas da cadeia de valor da embalagem em buscar destaque e reconhecimento para seu trabalho. Podemos falar disso com segurança, com base no exame das fichas de inscrição no Prêmio Grandes Cases de Embalagem, que este ano chega à sua décima edição. Procurando responder ao interesse demonstrado pelos participantes pelo intercâmbio de ideias e de conhecimento, como é propiciado pela cerimônia de premiação, seus organizadores introduziram algumas modificações no evento. O que se buscou, além de homenagear os integrantes da cadeia de valor da embalagem que vierem a ser escolhidos pelos jurados do Prêmio, foi reforçar as possibilidades de networking, num ambiente agradável, com pessoas interessantes sob os mais diversos pontos de vista. Vale conferir. Até setembro.

WILSON PALHARES

“Independentemente dos rumos da política nos últimos tempos, há empresas que se guiam pela convicção de que vale a pena apostar em mudanças para melhor. E não se limitam a esperar a tempestade passar, preferindo agir”




Sumário

Edição 204 • Agosto 2016

3 Editorial Nem todos esperam a tempestade passar para

Reportagem de capa:

aproveitar oportunidades, inclusive benefícios fiscais. E há quem inove sem saber – perdendo a chance de obter esses benefícios

FOTO DE CAPA: © REMUS GRIGORE | DREAMSTIME.COM

INOVAR E MOSTRAR

7 Painel Tintura para cabelo em inédita bisnaga laminada

Com a economia em compasso de espera, empresas mais ágeis aproveitam para inovar, contar o que fazem e crescer. Veja em

• KlearCan, uma nova lata plástica • Avery Dennison lança adesivos especiais para adicionar valor aos produtos • Chega ao Brasil máquina da Krones com sistema integrado • Uma embalagem para melancia, da West Rock

Cores em jatos Drinques “reinovados”

11 Premiação Reforço às oportunidades de networking,

Obra de aproximação

um dos atrativos da cerimônia de premiação de Grandes Cases de Embalagem

Agora em garrafinha

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Artigo: Benefícios a ganhar Por Aloísio Watzl

12 Impressão Empresa inglesa desenvolve tecnologia que permite gravação monocromática mas com diferentes opções de cores e dados variáveis

14 Entrevista Ana Paula Vales, da Otto Baumgart, descreve com a empresa transformou os produtos Vedacit em marca presente na maior parte de obras de construção civil no Brasil e qual a importância da embalagem nesse desempenho

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20 Cosméticos Plástico Verde chega às embalagens de cosméticos naturais

28 Fechamentos Busca por flexíveis com sistema abrefecha leva Zip-Pack a aumentar produção de zíperes

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30 Display Ingá sofistica linha premium de águas • Urbana usa gato para apresentar sua cerveja em lata • Coca-Cola estreia em café • Sucos de fruta gaseificados da Gloops vão para o vidro • Whey Protein integral sai pela janela • Força de pimenta para crescimento de cabelos

35 Almanaque Barrinhas Nutry não são mais o que foram •

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Egito Antigo já tinha vending machines • Se não fosse o negro Green, Jack Daniels não existiria

Empresas que anunciam nesta edição ARclad........................................ 29

Indexlabel.........................2ª capa

Baumgarten..........................4 e 5

Zip Pak........................................ 25

Grandes Cases.................18 e 19

Redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br Diretor de comercial: Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Gerente comercial: Roberto Inson | roberto@embalagemmarca.com.br Arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas: assinaturas@embalagemmarca.com.br

Publicação mensal da Bloco Comunicação Ltda. Rua Carneiro da Cunha, 1192 6º andar • CEP 04144-001 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 • (11) 3805-5930 www.embalagemmarca.com.br

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: GUILHERME KAMIO guma@embalagemmarca.com.br

PLÁSTICOS

Um colorido novo Projeto de seis anos viabiliza a adoção de bisnaga laminada no mercado de tinturas para cabelos

TINTURAS de cabelos tradicionalmente têm a bisnaga (ou tubo) de alumínio como embalagem primária, pelo fato de o metal garantir barreira elevada ao oxigênio, elemento nocivo às fórmulas dos produtos. A L’Oréal, contudo, acaba de fugir a esse padrão na Europa, com o acondicionamento de suas tinturas Casting Crème Gloss em bisnagas laminadas (feitas de camadas de diferentes materiais). Seriam os primeiros recipientes do gênero no mercado em tela. O lançamento da tintura em bisnaga laminada de alta barreira é fruto de seis anos de estudos, realizados pela L’Oréal em conjunto com a Albéa, player de peso em embalagens para artigos de cuidados pessoais. De acordo com a convertedora, a inovação foi possível graças ao uso de uma tecnologia denominada O2 Wall Tube. “Trata-se da única maneira de garantir proteção integral ao longo do tubo laminado, da cabeça à área selada na base”, diz um comunicado sobre a iniciativa. Apesar de uma provável vantagem de custo da bisnaga laminada em relação à de alumínio, ganhos financeiros não são citados como objetivos do projeto. Comenta a ��� Albéa: “As embalagens feitas com a tecnologia O2 Wall Tube proporcionam todas as qualidades de design dos tubos laminados convencionais, com um toque em flexibilidade e possibilidades ilimitadas de decoração. Ademais, têm pegada de carbono menor”. Em junho, em cerimônia na Alemanha, a embalagem O2 Wall Tube faturou o troféu de melhor bisnaga laminada de 2016 no prêmio da ETMA (Associação Europeia de Fabricantes de Tubos). A expectativa é de que a adoção da tecnologia ganhe escala mundial, pela parceria mantida entre L’Oréal e Albéa em diversas regiões. Vale lembrar que a fornecedora de embalagens tem atuação destacada no mercado brasileiro.

Desenvolvimento da embalagem consumiu seis anos de estudos. Expectativa é de adoção em escala mundial

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

IDEIAS

Mais uma lata plástica Uma lata plástica transparente é a aposta da Milacron para mudar o panorama da venda de alimentos processados. A companhia americana, especializada em tecnologias para processamento de plásticos, batizou a invenção de Klear Can. Trata-se de um recipiente de polipropileno diáfano moldado por co-injeção e que no topo traz uma tampa easy open como a das latas metálicas. De acordo com a Milacron, o recipiente é compatível com linhas convencionais de enchimento e fechamento de latas, suportando esterilização em autoclave (retort). O corpo plástico integra uma camada de EVOH como agente de barreira, garantindo shelf life de dois anos a alimentos em conserva. O aro

para selagem da tampa, de metal, não impede o aquecimento em forno de micro-ondas (após a remoção da tampa). A embalagem seria livre de Bisfenol A (BPA), substância potencialmente insalubre encontrada em alguns plásticos. Não se trata de uma aposta isolada em latas plásticas transparentes para alimentos. Recentemente, a americana Sonoco anunciou o desenvolvimento de uma solução do gênero, a TrueVue (ver emb.bz/truevue). Esta, porém, integra base metálica, enquanto a da Klear Can é feita de plástico. A Milacron anunciou que a nova embalagem deve ter seu primeiro uso comercial no início de 2017, na Ásia. O nome da empresa usuária não é revelado.

Klear Can, “lata” de polipropileno com tampa easy open, como as embalagens metálicas

RÓTULOS GENTE

Na condução das pesquisas Multinacional americana influente no mercado de embalagens, a Bemis anunciou a criação de uma divisão específica de pesquisa e desenvolvimento para os mercados da América Latina. A área será dirigida pela brasileira Priscila Troian (foto). Engenheira química, a executiva atua na Bemis (antiga Dixie Toga no Brasil) desde 1999, tendo liderado o departamento de Qualidade e gerenciado P&D no negócio de embalagens rígidas. “O principal desafio será conduzir a criação de plataformas tecnológicas diferenciadas para produtos inovadores, que garantam vantagem competitiva em longo prazo para mercados tradicionais e emergentes”, diz Priscila.

8 | Agosto 2016

Destaque aos diferenciados Referência em materiais para rótulos, a Avery Dennison lança a Série Especialidades. É uma seleção de materiais autoadesivos diferenciados, para diversas aplicações finais em decoração de embalagens, que procura agregar valor aos produtos e ao negócio de seus clientes diretos (convertedores) e indiretos (end-users). Isabela Monteiro Galli, diretora de marketing e vendas da empresa na América Latina, diz tratar-se de uma nova forma de exibir as soluções mais avançadas em termos visuais ou funcionais. “Organizamos as informações de maneira simples e prática”, diz a executiva. A Série foi iniciada com dois temas, “Identificação e Logística” e “Promoção e Varejo”. Na primeira, são apresentados materiais autoadesivos voltados a aprimorar as etapas de identificação, rastreamento e transporte de produtos. Entre as aplicações estão lacres para caixas de papelão, etiquetas térmicas com maior resistência ao atrito e etiquetas para bandejas de alimentos, Especialidades em autoadesivos são exibidas de nova forma pela Avery Dennison

especialmente de carnes. A segunda coleção destaca etiquetas que armazenam fragrâncias, materiais holográficos, blockout labels (etiquetas para corrigir informações ultrapassadas ou erradas), etiquetas dupla face e etiquetas de duplo uso (piggyback). As próximas seleções a ser lançadas serão “Removíveis e Resseláveis” e “Linha Farmacêutica”. A Série pode ser visualizada na área de soluções do site da Avery Dennison. label.averydennison.com.br


EQUIPAMENTOS

SOFTWARES

Bloco chega ao Brasil

Fluxos atualizados

A Krones anuncia a chegada ao Brasil do ErgoBloc L. Trata-se de um sistema em bloco que integra máquina de sopro, rotulagem e enchimento para produzir e envasar garrafas de PET a altas velocidades. O primeiro cliente nacional é um grande player do mercado de bebidas, de identidade resguardada pela fabricante de equipamentos. Anunciado em 2009, o ErgoBloc L já tem cem unidades instaladas no mundo, em operações de engarrafamento de águas e refri-

gerantes. O sistema tem rendimento entre 27 000 a 82 000 garrafas por hora, dependendo do tamanho do recipiente e do tipo de produto. Melhorias desde o lançamento fazem os novos modelos ocuparem 30% a menos de espaço e terem custos de operação até 10% menores. “É uma tecnologia que vem para se consolidar”, diz Silvio Rotta, diretor comercial da Krones do Brasil. “O nível tecnológico da solução é alto, mas estamos preparados para atender as demandas dos clientes.”

A americana EFI lançou uma nova plataforma de ERP para empresas fabricantes de embalagens. O EFI Packaging Suite 4.0 inclui vinte fluxos de trabalho certificados, oferecendo “níveis sem precedentes” para automação e fluidez da produção e dos demais processos de conversão de embalagens e rótulos. Cada fluxo combina a solução em ERP Radius, da EFI, com componentes modulares da própria companhia e tecnologias de terceiros, como o Automation Engine da Esko. É possível configurar fluxos personalizados, para necessidades específicas de gerenciamento de produção. Entre as produções contempladas estão as de embalagens plásticas rígidas ou flexíveis, caixas de papelão ondulado e rótulos, inclusive termoencolhíveis.

ErgoBloc K, máquina de sopro, rotulagem e enchimento de garrafas PET, tem primeiro usuário no Brasil

GENTE REGISTRO

Querida e engajada

ANTES…

Ênfase e presença A espanhola Comexi, referência em equipamentos para a produção de embalagens flexíveis, reformulou sua identidade corporativa. “O objetivo é ressaltar a marca e dar-lhe maior presença”, diz David Centelles, diretor de marketing da companhia. Nesse sentido, a mudança mais visível é a exclusão do termo “Group” do logotipo, para tornar “Comexi” o principal elemento de identificação. A autoria do redesign não foi informada.

…E DEPOIS

Morreu no dia 3 de julho último, em São Paulo, Esmeralda de Almeida Frias, que há mais de duas décadas atuava como secretária executiva da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis (Abief). A profissional não resistiu a complicações de uma doença renal contra a qual lutava nos últimos anos. “Não perdemos apenas uma funcionária exemplar, mas uma das pessoas mais queridas e engajadas no setor, conhecedora profunda de empresas e empresários”, lamentou o presidente da Abief, Herman Moura.

Em movimento Em agosto, Paulo Pereira (foto) inicia nova fase na carreira. Após passar oito anos como sócio-diretor e executivo de novos negócios da agência paulista Prodesign, o profissional abrirá sua própria consultoria em embalagem, a Pack in Motion. A empresa prestará serviços de orientação em desenvolvimento estrutural, especificações técnicas, otimização logística e projetos de melhoria e redução de custos, entre outros. Pereira tem 34 anos de experiência no campo do packaging, 26 deles dedicados à Johnson & Johnson. Na Prodesign, atendeu clientes como J&J, Avon, Unilever, Hypermarcas, Coty, Natura, Bimbo, Reckitt Benckiser, Danone e Pepsico.

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Painel

NÚMEROS

55,7 bilhões

MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

CELULÓSICAS

Ideal para melancias A WestRock desenvolveu uma nova embalagem de papelão ondulado para transporte e venda de melancias. A SmartGuard para Melancia surge como alternativa à movimentação de frutas soltas, em caminhões, e à sua exposição em expositores metálicos, cujas grades podem causar avarias ao produto. A solução comporta até 360 quilos e pode ser utilizada desde a packing house dos produtores, pas-

de dólares sando por entrepostos e chegando ao varejo. Marcos Rocha, diretor de vendas da divisão de embalagens de papelão ondulado da WestRock, ressalta que a SmartGuard oferece espaço para a impressão de dizeres e marcas. “A aceitação do produto está sendo muito positiva e, por isso, já estamos estudando sua aplicação para atender a demanda de outras frutas, como coco”, diz o executivo.

É o quanto deverá movimentar em 2016 o mercado mundial de embalagens para cosméticos e artigos de cuidados pessoais. A projeção faz parte de um novo estudo da consultoria Visiongain, que aponta o Brasil como um dos mercados mais promissores para o negócio nos próximos dez anos

54%

É o percentual da renda que mulheres direcionam com cuidados com o corpo e beleza. O índice equivale a um gasto mensal de 1 480 reais, conforme resultados de uma pesquisa feita pela rede social MeuPatrocínio.com junto a 2 591 associados. Os homens desembolsariam menos de 1% de seus salários à mesma finalidade, segundo o levantamento.

SmartGuard foi desenvolvida para o transporte de melancias

EQUIPAMENTOS GENTE

Desafio em digital Renato Barbieri (foto) foi escolhido pela HP como diretor geral para a área de Artes Gráficas (GSB) no Brasil. Trata-se de uma nova diretoria para unificar negócios correlatos da empresa na área de impressão digital, entre eles os voltados aos segmentos de embalagens, grandes formatos, arquitetura e material promocional. Barbieri está há dezenove anos na HP, tendo ocupado diversos cargos nos departamentos de produtos, marketing e vendas. Antes, passou por Xerox, Siemens e IBM.

10 | Agosto 2016

Marco importante A P.E. Latina Labellers, do grupo italiano P.E. Labellers, alcançou o número de 800 máquinas rotuladoras vendidas no mercado brasileiro. A marca foi atingida com a instalação de uma rotuladora linear autoadesiva Essencial Plus na indústria de alimentos Cepêra. O equipamento, que funciona na linha de envase de ketchup, mostarda e molho barbecue, tem capacidade de produção de até 13 200 frascos rotulados por hora. Este é o terceiro projeto da Cepêra com a P.E. Latina Labellers. A primeira máquina foi adquirida pela indústria de alimentos em 2014, para uma linha similar, entretanto apenas para frascos cilíndricos.

Com instalação de rotuladora na Cepêra, P.E. Latina Labellers chega a 800 máquinas vendidas no Brasil


PREMIAÇÃO

Vem aí a festa da interação do setor Oportunidade de networking é um dos atrativos da cerimônia de premiação

APROXIMA-SE

a data – 27 de outubro – em que serão dadas a conhecer importantes realizações relacionadas a embalagens que se destacaram no segmento ao longo dos últimos dezoito meses. Trata-se da cerimônia de entrega dos troféus da 10ª edição do Prêmio Grandes Cases de Embalagem, que os agentes da área reconhecem cada vez mais como ocasião de trocar ideias e conhecimento com seus pares. O evento, além de materializar de forma solene a importância dos trabalhos que envolveram embalagens nos dezoito meses anteriores, constitui-se em homenagem aos vencedores com a entrega de troféus. Mas é, de maneira crescentemente acentuada, também um momento de networking. Pensando sempre em aperfeiçoar a integração entre as diversas empresas do setor

que participam do evento, a organização do Prêmio está preparando para esta edição, marcada por um chamado “número mágico”, algumas mudanças no formato da festa. A importância do diálogo entre as empresas atuantes na área de embalagem é algo valorizado pelo concurso – abrangendo desde o tema da campanha de anúncios institucionais do Prêmio (“Compartilhando conhecimento com a cadeia de embalagem”) até o incentivo para as empresas responsáveis pelas inscrições citarem em seus formulários os demais parceiros comerciais que contribuíram para a materialização do projeto. Ao citar uma empresa parceira, o responsável pela inscrição oferece a ela a oportunidade de concorrer a um troféu assinado pelo internacionalmente

consagrado designer egípcio-americano Karim Rashid. Estar presente na cerimônia premiação traz a possibilidade de celebrar com os parceiros a vitória de um trabalho bem sucedido e estreitar relacionamentos comerciais com os demais participantes do evento. No entendimento dos organizadores da iniciativa, esse não deixa de ser um dos incentivos para adquirir seus convites. O julgamento das embalagens inscritas será realizado nas próximas semanas nas dependências do Centro Universitário Senac Santo Amaro, em São Paulo, e quando esta edição de EmbalagemMarca estiver em circulação os jurados – em número de sete –estarão recebendo as apostilas contendo os textos e as fotos com as defesas dos cases candidatos a troféus. Em breve será realizada a reunião para avaliação física das embalagens inscritas e definição dos vencedores de 2016, os quais serão conhecidos apenas na noite de premiação. Os convites já podem ser adquiridos, com desconto para aqueles quitados antecipadamente.

Entrega dos troféus Data: 27 de Outubro, a partir das 18h00 Local: Centro Universitário Senac Santo Amaro (Av. Engenheiro Eusébio Stevaux, 823 – São Paulo - SP) Convites à venda em www.grandescases.com.br Informações: (11) 5181-6533 ou premio@grandescases.com.br

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IMPRESSÃO

Flexibilidade e agilidade para o marketing Tecnologia de pigmentos reativos a laser se apresenta como alternativa híbrida à impressão digital

DURANTE a mais recente realização da Drupa (feira de tecnologia gráfica encerrada em junho na Alemanha), a DataLase, uma empresa inglesa, mostrou o que diz poder “revolucionar o mundo da impressão”. Trata-se da possibilidade de gravação monocromática, mas com diferentes opções de cores, de informações variáveis em nível unitário ou em lotes de embalagem, em alta velocidade e com custos alegadamente competitivos. De acordo com o fabricante, é possível, com um único laser, gravar textos e desenhos com até 10 centímetros de altura a uma velocidade de 2 metros por segundo, em diferentes substratos, como filmes, papel cartão e papelão ondulado.

Crescente demanda por impressão de informações variadas estimulou o avanço da Variprint para além das soluções de marcação e codificação a laser

Como funciona? Pensada para ser uma alternativa mais simples à impressão digital tradicional, a tecnologia Variprint propõe-se a resolver necessidades mais simples de aplicação de dados variáveis em diferentes substratos. Segundo informações disponibilizadas pela empresa que desenvolveu a solução – a inglesa DataLase – é possível utilizá-la em rótulos, embalagens flexíveis, cartuchos de papel cartão e caixas de embarque. Veja a seguir como é o processo:

12 | Agosto 2016

1) O pigmento reativo é incorporado a um verniz aplicado em áreas determinadas usando processos tradicionais como flexografia, offset, rotogravura e serigrafia.

2) A exposição ao feixe de laser faz o verniz assumir uma cor predeterminada, “imprimindo” as informações desejadas.

3) Com alta definição, os textos e elementos gráficos gravados no substrato não borram e são resistentes ao atrito.


Mais performance na marcação de plásticos

A novidade, batizada de Variprint, é uma evolução da já consolidada tecnologia de mudança de cores por meio de reação à exposição a um feixe de laser – desses usados em marcação e codificação. Consiste, basicamente, na aplicação, durante o processo de impressão, de um verniz incolor ao qual é adicionado um pigmento reativo que, ao ser atingido pelo laser, assume uma cor pré-estabelecida pelo brand owner (veja no quadro ao lado como a tecnologia funciona). Segundo a DataLase, por não se utilizar tinta no processo de gravação, não haveria riscos de migração ou de contaminação, no caso de produtos sensíveis. Existiria ainda a vantagem de permitir a inclusão das informações variáveis apenas na linha de acondicionamento. Consultada por EmbalagemMarca, a DataLase sugere ser essa uma ótima alternativa para a gravação de todas as informações hoje aplicadas com as codificadoras a laser e inkjet convencionais, como lotes de produção, dados de rastreabilidade e datas de validade, e também de textos e grafismos requeridos pelo marketing. Para ilustrar, a DataLase cita o caso hipotético de uma água mineral saborizada com diferentes frutas, comercializada em mais de um país, podendo trazer mensagens promocionais customizadas. No processo convencional, essa operação demandaria múltiplos rótulos, que poderiam ser substituídos por uma única arte geral em que fossem gravados, posteriormente, os dados variáveis.

Na edição de 2015 do Prêmio Grandes Cases de Embalagem, a gravação a laser mereceu destaque. Os troféus entregues aos vencedores traziam as informações referentes ao case premiado marcadas na própria peça. O segredo para a boa visibilidade das informações estava em um aditivo da Clariant chamado CESA-laser incorporado aos masterbatches. “Esse produto tem o intuito de melhorar o contraste, a resolução e a velocidade de marcação”, explica Edson Marçal, responsável, na fabricante, por aditivos e líquidos na América Latina. “As informações podem ser aplicadas em qualquer tipo de superfície, dispensando pré-tratamentos.” Recomendado para ser utilizado integrado nos pellets e a outros aditivos, o CESA-laser pode ser adicionado também à parte, em grânulos ou na forma líquida. “Mas o uso como combibatch simplifica a operação do cliente e minimiza erros de dosagem, permitindo maior controle do resultado final da marcação”, defende Marçal.

A agilidade é, efetivamente, um dos pontos fortes da tecnologia. “Normalmente, embalagens que são associadas a eventos esportivos, por exemplo, devem ser impressas com alguma antecedência”, diz o gerente de desenvolvimento de negócios da DataLase, Mark Naples. “Com a nossa tecnologia, seria possível parabenizar o vencedor de uma partida já no dia seguinte.” Para os convertedores, o sistema seria uma alternativa a investimentos

mais robustos em equipamentos digitais, por viabilizar a personalização de embalagens em linhas convencionais de impressão já existentes. Os pigmentos reativos a laser produzidos pela DataLase são licenciados a uma série de fabricantes de tintas e vernizes, como a Sun Chemical (através da linha SunLase), ficando a empresa inglesa responsável pela venda e distribuição da tecnologia a laser.

Num exemplo hipotético, água saborizada com diferentes aromas poderia ter rótulo básico único e informações variáveis gravadas posteriormente a laser

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ENTREVISTA

NO INÍCIO de 2016 – exatamente

“Temos nosso próprio caminho” Ana Paula Vales, gerente de marketing da Vedacit, explica como a embalagem contribuiu para a empresa fornecer da maior parte de produtos químicos para construção civil no Brasil e, aos oitenta anos, continuar mantendo o controle de 100% de seu capital

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no dia 2 de janeiro – a Otto Baumgart, mais conhecida pela marca de seus produtos, Vedacit, completou oitenta anos de fundação, ocorrida na cidade de São Paulo. É de certa forma uma proeza no Brasil, país em que escasso número de empresas consegue sobreviver por mais de dois anos, segundo diferentes estudos. Mais interessante é observar que essa trajetória se deu sem que a empresa abrisse mão do controle de seus 100% do capital. Isso não impediu que nestes oito decênios crescesse ininterruptamente, possuindo hoje duas fábricas, em São Paulo e em Salvador, com nove filiais e mais de 100 representantes em todos os Estados brasileiros, além de distribuidores em países da América Latina. Com um portfólio de mais de 300 itens (321 SKUs), como impermeabilizantes, argamassas, adesivos, revestimentos e outros destinados à proteção de superfícies, a Vedacit atende a mais de 30 mil pontos de venda. A empresa se orgulha de ser atualmente responsável pelo fornecimento da maior parte de produtos químicos para construção civil no Brasil, incluindo obras como a Usina de Itaipu e a Ponte Estaiada do Morumbi, que se transformou em cartão postal da capital paulista. Além do contínuo investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para manter-se em sintonia com o estado da arte da tecnologia em seu segmento, a Otto Baumgart atribui às embalagens de seus produtos substancial contribuição para o sucesso, como comenta nesta entrevista a gerente de marketing da empresa, Ana Paula Vales. Qual a dimensão da presença da marca Vedacit no mercado, isto é, os produtos alcançam todo o território nacional ou se restringem a praças específicas? Neste caso, quais são? Os produtos da Vedacit chegam a mais de 30 mil pontos de venda em todo o território, com cobertura de praticamente 100% das lojas de materiais de construção que trabalham com produtos do setor. A empresa possui 25 mil clientes ativos e está presente também em alguns países da América Latina, em especial Bolívia, Colômbia e Paraguai.


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Patrocínio


Qual a política da Vedacit para inovação e lançamento de produtos? Estamos alinhados com as mais modernas metodologias que orientem nossa jornada na busca por novas e melhores soluções para as necessidades de nossos consumidores, profissionais aplicadores e lojistas parceiros. Investimos constantemente em pesquisas mercadológicas que nos auxiliam a entender, verificar, conferir, periodicamente, as mudanças e hábitos comportamentais que possam influenciar a relação e se traduzam em oportunidades para a marca Vedacit solucionar. Como exemplo, podemos citar desde percepções de conceito de novas soluções, até testes de campo com usuários. Métodos como design thinking e outras modernas metodologias contribuem para um processo mais robusto da inovação. Assim nos colocamos em sintonia com o que há de mais moderno no mundo da impermeabilização. Os pilares dessa política se apoiam nas necessidades dos consumidores e usuários. Nessa prática a empresa se inspiraria no que é feito e oferecido em mercados externos mais desenvolvidos que o brasileiro ou está focada em soluções nacionais? Estamos sempre acompanhando o mercado mundial de químicos para a construção. No entanto, dadas as características de mercados como o brasileiro e outros mercados em desenvolvimento, o Brasil dispõe de tecnologia para liderar essa corrida tecnológica na região. Nossa empresa tem oitenta anos de Brasil. Nascemos aqui, conhecemos o Brasil e os brasileiros. O mercado externo é um item a mais em nosso composto de inovação, atuando como uma variável influente como tendência para nosso mercado. Mas acreditamos que temos nosso próprio caminho para continuar recebendo o respeito e a confiança de nossos consumidores. É mantido algum acordo de desenvolvimento e/ou de transferência de tecnologia com empresas ou entidades estrangeiras? Não.

16 | Agosto 2016

Impermeabilização em aerossóis, imnovação da Vedacit

Qual a importância do insumo embalagem na estratégia e no desempenho de vendas? A embalagem tem um papel de extrema importância para a venda dos produtos. Com uma comunicação mais dirigida e de fácil compreensão, aliada à estratégia de posicionamento das nossas embalagens por categorias no ponto de venda, obtemos um desempenho melhor nas vendas. A empresa usa recursos de interação nas embalagens, como site de relacionamento, realidade aumentada e outros, digitais? Em nossas embalagens colocamos nossos pontos de contato direto: SAC e site de relacionamento. Há pouco mais de um ano a Vedacit adotou nova identidade de marca e novas embalagens, com mais cores e imagens mais ricas nos rótulos. As embalagens são desenvolvidas internamente ou a Vedacit recorre a serviços de agências e/

ou profissionais terceirizados para isso? Temos uma agência parceira para o desenvolvimento do design de nossas embalagens. Os consumidores enxergaram uma Vedacit mais moderna, atual. Através no novo design os consumidores puderam conhecer o mix de produtos de que dispomos. Os produtos passaram a dialogar melhor com os usuários. Uma mudança significativa é o emprego de rótulos in-mold ou heat transfer na decoração dos baldes plásticos, no lugar da serigrafia. Como essa ação foi recebida pelo trade e pelos consumidores finais? Houve um feedback extremamente positivo de nossos clientes e consumidores finais. Os revendedores passaram a colocar nossas embalagens na vitrine das lojas, dando maior visibilidade no ponto de venda. O uso de embalagens com decoração mais requintada naturalmente acarreta


incremento de custos. Qual foi o impacto das mudanças nos gastos operacionais da empresa? O impacto de custos foi pequeno. O “faça você mesmo” parece crescer no Brasil, haja vista o sucesso dos home centers. Como a Vedacit tem respondido ao desafio de tornar as embalagens mais didáticas e “amigáveis” aos usuários diletantes, que não têm o conhecimento dos profissionais de construção? O “faça você mesmo” em países em desenvolvimento é proporcional ao momento de sua economia: economia em ascensão, “faça você mesmo” baixo. Com a economia menos aquecida o “faça você mesmo” retoma sua força. O grande desafio das indústrias da construção em países como o nosso está em investir em conveniência, como embalagens mais amigáveis, novas formas de aplicação, geralmente mais práticas, produtos que simplifiquem e reduzam o tempo de obra e o transtorno no dia a dia. A Vedacit inovou ao trazer sua tecnologia de impermeabilização para os aerossóis, inovou ao trazer o Novo Vedapren Parede, que reúne num só produto a selagem, a impermeabilização e o acabamento final, reduzindo o intervalo de

aplicação e melhorando a qualidade de vida dos consumidores. Nos pontos de venda, qual é o público que define majoritariamente a compra – o proprietário do imóvel ou o profissional que vai desenvolver o serviço? A decisão de compra é do proprietário. Isso influi de alguma forma na apresentação dos produtos, ou seja, na definição dos materiais, nos formatos e na decoração das embalagens? Com certeza. O consumidor final é ponto focal de nossas estratégias e ações, buscamos uma comunicação mais dirigida, produtos fáceis de ser aplicados, embalagens práticas. A crise econômica atingiu o desempenho comercial da empresa? A crise não nos atingiu. Em que proporção do faturamento os produtos Vedacit são exportados? Para que países? Nossos produtos são exportados, representando perto de 5% do volume de vendas da empresa. Os destinos mais comuns são: Argentina, Bolívia, Colômbia, México e Paraguai.

Selagem, impermeabilização e acabamento na mesma embalagem para facilitar a vida do consumidor




COSMÉTICOS

“Invasão verde” Plástico verde ganha mercado e chega aos cosméticos

JÁ DISSEMINADO

em alguns mercados, como o de tampas para bebidas e de alimentos, o plástico verde começa a ganhar espaço em cosméticos. Dois lançamentos recentes da indústria nacional dão fôlego à iniciativa I’m Green, polietileno produzido pela Braskem com etanaol de cana de açúcar. A Almanati, nova marca brasileira de cosméticos naturais, lança quinze produtos voltados para cuidados facial e corporal, além de itens destinados especificamente ao público masculino. Os lançamentos trazem fragrâncias naturais provenientes da combinação de óleos essenciais puros, que, além do aroma, são responsáveis por trazer ainda mais eficácia às fórmulas. Os compostos são 100% naturais e utili-

zam o máximo possível de ingredientes originados de produção orgânica e biodinâmica. “Nós dialogamos muito a respeito de todos os processos, muito além do produto em si, por isso as matérias-primas, embalagens e todos os atributos da linha de produtos são escolhidos com muita atenção e inúmeros critérios”, afirma Zezé Ferri Viesi, diretora de Desenvolvimento da Almanati. Alguns produtos da linha são identificados com o selo I’m green, por terem suas embalagens produzidas com o plástico verde.

OUTRA NOVIDADE em plástico verde são as embalagens dos cosméticos naturais e veganos da Aroma e Magia. As resinas de polietileno de cana

de açúcar são usadas na nova marca Bio Vegan, criada para atender à demanda do consumidor por produtos fabricados de forma ambientalmente responsável. Por isso, os cosméticos são desenvolvidos de forma a gerar menos impacto na natureza e trazer um ritual de harmonia e bem-estar para quem os utiliza. Entre os lançamentos estão o esfoliante corporal, sabonete líquido, óleo para banho e loção hidratante corporal. “A cada ano conquistamos clientes focados em contribuir com o meio ambiente. Apostar na utilização do plástico verde reafirma o compromisso das duas companhias com a inovação e a sustentabilidade em seus negócios”, afirma Gustavo Sergi, diretor de Renováveis da Braskem.

Plástico à base de matéria-prima renovável é a aposta de marcas de cosméticos naturais

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REPORTAGEM DE CAPA

Mais que nunca, não é hora de se esconder Com a economia e os negócios em compasso de espera, há oportunidades para crescer – aproveitadas por quem inova POR GUILHERME KAMIO

MSTIM | DREA ZMIN DREYK U FOTO : © AN

e de economia em compasso de espera, enquanto muitos lamentam os mais espertos aproveitam o momento e as oportunidades que as crises trazem. Assim, é animador constatar que nem todas deixam de seguir um dos mais elementares mandamentos de qualquer manual de marketing: investir sempre em inovação e comunicação. É verdade que em geral o dinheiro anda curto e se aceita sem muita discussão a estratégia de não gastar, esperando a tempestade passar. É acreditar que não se mostrando se desaparece, como talvez imagine o avestruz, que enterra a cabeça no chão ante o avanço do tigre – e acaba sendo devorado. O que se depreende dessas duas posturas, como se verá adiante, é que vale mais a pena apostar no otimismo do que no contrário. Se valerem os ensinamentos de especialistas em estratégia de negócios e de marketing, é justamente em momentos complicados que as empresas devem reinventar-se, renovar e inovar em produtos e em seus processos de gestão e levantar a cabeça, isto é, comunicar o que estão fazendo. Como registrado inicialmente, muitas empresas vêm atuando dessa forma, como demonstram os casos aqui selecionados, todos eles com expectativas e com resultados animadores. Um fato surpreendente nesse panorama é que muitas empresas podem estar inovando sem dar-se conta disso, de modo que acabam pagando impostos que poderiam economizar – de maneira plenamente legal, como explica artigo integrante desta reportagem de capa.

E.COM

EM QUADROS como o atual, de negócios

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REPORTAGEM DE CAPA

Drinques “reinovados” Em linha de coquetéis prontos, pouch e cadeia fria são trocados por garrafa de PET especial e distribuição ambiente

A EMBALAGEM teve papel decisivo na materialização de uma proposta inovadora para o negócio de coquetéis prontos, a CaipiOne. Lançada há quase dez anos pela Natural Drinks, do empresário Ricardo Ermirio de Moraes, a linha chamou a atenção pelas caipirinhas e bebidas similares vendidas congeladas, em pequenas bolsas plásticas. O produto vingou no mercado, mas a fabricante, hoje mais conhecida por sua bem-sucedida marca de sucos, a Natural One, decidiu renová-lo – ou “reinová-lo”. As embalagens flexíveis e a cadeia fria foram substituídas por garrafas de PET e a distribuição é feita em temperatura ambiente. Pode-se dizer que se trata de um produto novo. A propriedade shelf stable é fruto da pasteurização dos coquetéis e de seu acondicionamento em recipientes de PET feitos a partir de preformas fabricadas com um aditivo sequestrante de oxigênio (oxygen scavenger). “A embalagem garante uma barreira ativa que conserva todas as propriedades das bebidas durante seu tempo de prateleira”, afirma Rodolfo Salles, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Amcor Rigid Plastics, fornecedora das preformas. A tampa de rosca adotada, fornecida pela Costapacking, é do tipo double seal, dispensando o uso de selo de vedação nas

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garrafas. O diâmetro largo facilita o manuseio pelo consumidor final.

COM CAPACIDADE para 250 mililitros, os recipientes de PET também se destacam pelo visual. O uso de um pigmento preto na injeção das preformas confere apelo premium, enquanto a texturização fosca dá aparência de que o produto está gelado. A garrafa é decorada com rótulos de BOPP metalizado, confeccionados pela Finepack e aplicados com adesivo hot melt. Para a empresa usuária da nova embalagem, a mudança de apresenta-

ção proporcionará uma série de benefícios mercadológicos e operacionais. “Com o produto agora em temperatura ambiente, ganhamos mais facing de exposição e trânsito em todos os canais de vendas, além de permitir ao público o consumo das bebidas diretamente nas embalagens”, diz Fernando Martin, diretor de operações da Natural One. Segundo o executivo, o pouch e a distribuição fria vinham acarretando alguns inconvenientes. “A embalagem flexível podia apresentar vazamentos. Além disso, o canal congelado é mais caro que o de temperatura ambiente”.

Embalagem garante barreira ativa que conserva propriedades da bebida em temperatura ambiente


REPORTAGEM DE CAPA

Obra de aproximação Com embalagens menores, player de peso procura ocupar lacunas do mercado de cimento

NUM TROCADILHO irresistível, é raro achar quem não ache um saco os típicos sacos de cimento. Com 50 ou 25 quilos, são chatos de manusear e acabam não atendendo os consumidores que precisam de pouca quantidade do material, para reparos ou benfeitorias pequenas. Soa oportuna, portanto, a aposta de uma das principais expoentes do mercado cimenteiro, a InterCement, em embalagens menores. A empresa, pertencente ao grupo Camargo Corrêa, começou no início do ano a oferecer seu cimento Cauê em opções de 10 e de 5 quilos. Os invólucros não são de papel kraft, como nas opções peso-pesado, mas de filme plástico, seguindo o modelo já praticado por alguns fabricantes menores na oferta de “cimentinhos”. A resposta do mercado, de acordo com Adriano Nunes, diretor de inovação e sustentabilidade da InterCement, “tem sido excelente”.

Números de produção ou vendas não são divulgados, mas a explicação do ânimo com as novidades é franca. “O produto é o mesmo das embalagens grandes, mas garante, proporcionalmente, margem cinco vezes maior”, calcula Nunes. “Esse ganho paga toda a operação e ainda gera um bom lucro”. O custeio mencionado pelo executivo refere-se ao acordo de co-packing firmado com a Argos (sem relação com uma fabricante de cimentos homônima), empresa que presta o serviço de envase dos novos produtos. A compra do material das embalagens, de fornecedor não identificado, é gerida pela InterCement.

SEGUNDO o diretor de inovação, o lançamento das opções menores foi acompanhado por um programa de aproximação com os depósitos de bairro, normalmente atendidos por grandes distribuidores. Um dos objetivos é coibir uma prática corriqueira em tais

estabelecimentos: a venda de pequenas porções de cimento por meio do fracionamento de sacos grandes. “Queremos convencer o pequeno comerciante de que rasgar sacos, pesar o cimento e vendê-lo em outro saco, sem marca, não compensa. Na ponta do lápis, é melhor trabalhar com nossos novos produtos”, explica Nunes. Os cimentos menores são frutos de pesquisas da NeoGera, braço de inovação do grupo Camargo Corrêa. Adriano Nunes admite não ser simples incrementar a apresentação de uma commodity como o cimento, mas que existem esforços para fazê-lo. Um projeto em andamento é o da criação de sacos de cimento feitos de plástico hidrossolúvel, que se desintegram na mistura das massas e não geram resíduos. “Temos entusiasmo e abertura para inovações em embalagens, mas nos ressentimos de pró-atividade dos fornecedores”, lamenta o executivo.

Com embalagens menores e substituição do papel kraft por filme plástico, margem da InterCement é cinco vezes maior

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REPORTAGEM DE CAPA

Cores em jatos Apelo de praticidade dos aerossóis é testado por fabricantes de esmaltes para unhas

PASSAR ESMALTE nas unhas parece merecer a acepção de ritual. O formato clássico de venda do produto, o vidrinho com pincel, determina um processo de aplicação que requer paciência e destreza, muitas vezes desanimando consumidoras a fazê-lo por conta própria. Para vencer essa barreira, empresas brasileiras começam a apostar nos esmaltes em spray. O movimento é uma nova amostra de como aerossóis podem desencadear inovações. Entre as expoentes da novidade estão a Aspa Cosméticos, a Diva Cosmetics e a Impala. O uso é simples. Deve-se passar nas unhas uma camada de base, espargir o spray colorido, aplicar uma camada de verniz incolor, aguardar a secagem e lavar as mãos com água e sabão para retirar o excesso de tinta. “Muitas mulheres têm dificuldade para esmaltar as unhas do modo tradicional. Deixar a cor homogênea nas

unhas exige habilidade. O spray neutraliza os problemas”, comenta Vivian Silverio, gerente de produto da Impala. A empresa oferece seis tons em sua linha Impala Nail Spray. Os esmaltes são acondicionados em tubinhos de alumínio contendo 50 mililitros, rendendo quatro aplicações. Cada unidade é vendida em conjunto com um dois em um (base e verniz), envasado em vidrinho.

Enquanto concorrentes utilizam latas litografadas, Aspa decora embalagens com rótulos autoadesivos

Os esmaltes em spray nacionais surgem no rastro de recentes anúncios de marcas internacionais. No entanto, a Aspa Cosméticos, de origem grega e atuante no Brasil desde a década de 1960, afirma ser pioneira nesse campo. Demetre Giokaris, diretor da empresa, relata: “Desenvolvemos o produto em 1977 e fizemos um lançamento experimental em 1983. Em 2015 houve um relançamento limitado, e o definitivo este ano. Entendemos que chegou a hora certa.” A Aspa disponibiliza dezenove cores, divididas em duas coleções, mas promete para breve um leque com mais de quarenta opções. A produção é feita pela fluminense Aerojet, especialista em aerossóis e que fabrica produtos para a marca há quase cinquenta anos. Giokaris diz que o esmalte em spray “é completamente diferente” dos convencionais. Uma preocupação foi o

Impala informa cor do esmalte pelas tampas

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desenvolvimento de fórmulas antialérgicas. “No tocante à embalagem, vários pontos tiveram de ser parametrizados, como a velocidade do jato e sua amplitude”, conta o executivo.

ISENÇÃO DE alergênicos também é um atributo destacado pela Diva Cosmetics, cuja série de esmaltes em spray conta com dez cores. “Nossos produtos são 3 Free, ou seja, livres das substâncias DBP (dibutilftalato), tolueno e formaldeído”, declara Ralph Moura, sócio-diretor da empresa. Ele conta que não foi fácil achar um fornecedor da lata de alumínio, embaraço também expresso pelo porta-voz da Aspa. Moura prefere não identificar o fornecedor, assim como a indústria parceira que realiza o envasamento da nova linha. A produção da Impala também é terceirizada, mas os nomes do parceiro e da fonte da embalagem são igualmente omitidos.

Na Diva, etiquetas coladas nas tampas indicam a cor do produto

Apesar de terem em comum o uso de recipientes de alumínio, as embalagens das três marcas exibem algumas diferenças. As latas da Impala e da Diva são litografadas, enquanto as da Aspa são decoradas com rótulos autoadesivos, de fonte não revelada. Como ocorre em sprays de tintas para uso geral, a Impala procura comunicar a cor presente no recipiente por meio de tampas com tonalidades correspondentes. A Diva, entretanto, faz essa distinção por meio de etiquetas afixadas às tampas

brancas de seus esmaltes. Os representantes das empresas descrevem uma receptividade calorosa aos lançamentos. “Nas mídias sociais, as consumidoras demonstram alto interesse em adquirir o produto”, diz Vivian Silverio, da Impala. “Os clientes têm gostado muito por conta da praticidade e do apelo inovador do produto”, expõe Ralph Moura, da Diva. Giokaris, por sua vez, fala em pedidos repetidos por consumidoras. “Estamos muito felizes com os resultados”.


REPORTAGEM DE CAPA

Agora em garrafinha Fabricante paulista de laticínios aposta em embalagem de PET para a venda de doses pequenas de iogurte para beber UMA JOGADA

da Salute faz o PET vencer novo degrau num mercado que lhe parece promissor: o de iogurtes. Uma garrafa feita do material será utilizada pela fabricante de laticínios de São Carlos (SP) no acondicionamento de iogurtes para beber – mas não em formato grande, como algumas empresas do setor passaram a fazer de cinco anos para cá. O fato novo é o uso do PET em garrafinhas para consumo individual do produto, moldadas tradicionalmente com polietileno de alta densidade (PEAD). A embalagem estreia no mercado em iogurtes para beber da Salute e também naqueles produzidos para a Select, marca própria da rede Tenda Atacado. “Fomos pioneiros no Brasil na adoção de garrafas de PET para iogurtes, cinco anos atrás, na versão tamanho-família, de 900 gramas”, afirma Elder Marcelo Duarte, proprietário da Salute. “Decidimos ser também precursores na opção pequena, de 180 gramas”. O principal benefício da troca de material da embalagem é a economia, comenta Duarte. O empresário evita expor valores, mas observa que a garrafinha desenvolvida em PET pesa aproximadamente 7 gramas, contra quase 11 gramas daquelas de PEAD atualmente em uso no mercado nacional. “Não há prejuízos de desempenho ou resistência, assim como quando substituímos o modelo de PEAD de 38 gramas pelo de PET de 29 gramas para a venda da porção maior”, diz.

A GARRAFINHA adotada pela Salute é produzida pela Macpet Embalagens, de Almirante Tamandaré (PR), em equipamento da japonesa Aoki. A moldagem, por injeção e sopro com estiramento (ISBM), se dá em estágio único, com o uso de Direct Heatcon. A

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tecnologia aproveita o calor da injeção das pré-formas no processo consecutivo de sopro, o que garantiria redução de custos e maior produtividade. Durante quase seis meses de projeto foram feitas três versões do frasco até a obtenção do resultado aprovado por convertedor e indústria usuária. A embalagem é entregue já decorada com rótulo termoencolhível (da Flexoprint), o que trouxe desafios. “Como o recipiente é leve e decorado ainda vazio, tivemos de trabalhar bastante em seu equilíbrio na esteira transportadora e, principalmente, em sua passagem no forno de encolhimento do adereço”, conta Armando Machado, diretor da Macpet. “A conhecida suscetibilidade do PET ao calor implicava riscos de deformações.” Vedada com um selo de alumínio, a novidade da Salute exemplifica o que a Aoki define como One Shot: garrafas de PET pequenas e com filme-tampa de alumínio para doses únicas. Segundo a Plusmach, representante da companhia japonesa no Brasil, o conceito é oportuno para diversos produtos. Adoções em leites fermentados, no lugar dos flaconetes de poliestireno, ou em águas e chás prontos, em substituição aos copos de polietileno ou polipropileno, figurariam entre ações com resultados virtualmente similares aos verificados com os iogurtes. Com a mesma capacidade de conteúdo de uma garrafa de PEAD, a de PET pesa 30% menos


REPORTAGEM DE CAPA / ARTIGO

Oportunidades que não devem ser ignoradas Uma empresa pode estar inovando sem se dar conta e, assim, recolher impostos que poderia evitar POR ALOÍSIO WATZL (*)

AS EMPRESAS em geral tendem a considerar como inovação tecnológica algo inédito no mercado, uma invenção absolutamente criativa. Além disso, de forma ampla, empresários creem que o incentivo fiscal relativo à inovação tecnológica é endereçado somente a empresas de logística, informática, design etc. Evidentemente essas empresas, cujo core business é desenvolver sempre algo novo, fazem jus a se beneficiar do incentivo. Todavia, este tem alcance bem mais abrangente. Na verdade qualquer empresa pode estar desenvolvendo pesquisas voltadas à inovação de seus processos operacionais ou produtos sem se dar conta disso. Assim, deixam de beneficiar-se de incentivos propiciados pela chamada Lei do Bem (nº 11.196/05), o que no entanto não é complicado. Ao implantar processos que melhorem sua produtividade, sua competitividade e suas vendas e gerem empregos em função disso, as empresas também fazem jus ao gozo dos incentivos fiscais correspondentes. Não é preciso que desenvolvam tecnologias inéditas para o mercado em que atuam. Basta que a tecnologia seja nova para a própria empresa. Também não é preciso que essa tecnologia seja desenvolvida dentro da empresa, por seus próprios técnicos. Ela pode ser desenvolvida em parceria com terceiros. Empresas que contratem serviços de empresas de pequeno porte ou micro empresas também fazem jus aos benefícios. O mesmo vale para aquelas que efetuem gastos com treinamento de seus profissionais para o fim de se adequar às inovações

tecnológicas introduzidas. Anteriormente, uma empresa que pretendesse tomar tais benefícios deveria formalizar um requerimento prévio ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI). O Ministério estudava o assunto e dava sua resposta, num processo que poderia tomar muito tempo. Ocorre que os empresários precisavam (e sempre vão precisar) de respostas rápidas para compor seus custos e formar seus preços, e não podiam aguardar esse tempo. A Lei do Bem veio mudar esse cenário. Em seus termos, as empresas que desenvolvam pesquisas e novos processos ou criem equipamentos conceituáveis como inovação tecnológica não precisam mais da aprovação prévia do MCTI. Agora elas identificam internamente o que pode ser enquadrado como inovação tecnológica e tomam imediatamente os benefícios, devendo apenas informar ao MCTI, até 31 de julho do ano subsequente, quais itens foram considerados como inovação. Embora não seja um requisito legal, para facilitar o entendimento do MCTI é recomendável solicitar um laudo técnico emitido por entidade independente, reconhecida e sobretudo qualificada atestando e validando os critérios das empresas. Esse laudo, que poderia ser preparado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT ou por outras entidades respeitáveis como a FIA (formada por professores da USP), a UNICAMP, a Fundação Vanzolini etc., daria todo respaldo e confiabilidade de que as empresas necessitam. Um ponto básico é que a empresa seja lucrativa e esteja efetivamente pagando imposto de renda e contri-

buição social com base no lucro real. Atendidos esses requisitos os benefícios poderão ser imediatamente aproveitados via redução das parcelas de antecipação mensais ou trimestrais. As empresas que aproveitam esses incentivos são obrigadas por lei a informar essa circunstância ao (MCTI), que publica anualmente a relação das empresas inovadoras. Nessas listas aparecem todos os tipos de empresas, principalmente industriais, mas também prestadoras de serviços, financeiras e até comerciais varejistas (veja em emb.bz/mtci; na parte final dessa página estão as listas relativas à lei nº 11.196/05). Nosso escritório está habilitado a reconhecer e identificar tecnologias ou processos que possam ser admitidos como inovação tecnológica nos termos da Lei do Bem. Cabe ressaltar que o trabalho é remunerado apenas em caso de êxito e se a empresa contratante resolver beneficiar-se dos incentivos legais. São benefícios muito interessantes. Veja no link emb.bz/204artigo quais são e quais os passos a dar para consegui-los.

(*) O autor acumula experiência de cerca de vinte anos em três das chamadas “Big Four Audit Companies” (Coopers & Lybrand, Deloitte e Ernst & Young, da qual se desligou como diretor responsável em nível nacional da área de Mergers & Acquisition). Hoje atua como consultor independente em parceria com importantes escritórios de advocacia. awatzl@marcattoliberali.com Agosto 2016 |

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FECHAMENTOS

Abertura à resselagem Interesse crescente em flexíveis com sistema abre-fecha faz referência em fechos aumentar produção no Brasil

CONTRARIANDO

discursos pessimistas, certos fatos mostram que a situação não é tão adversa para melhorias em apresentação de produtos no Brasil. Um deles, patente no varejo de alimentos, é o crescimento do número de embalagens flexíveis dotadas de fechos para resselagem, popularmente chamados de “zíperes”. A Zip-Pak, empresa do grupo americano ITW e referência na produção desses acessórios, confirma a ascensão. “O volume de zíperes comercializados no mercado nacional mais que dobrou nos últimos três anos”, afirma Flávio Zampirolli, gerente técnico de vendas da fornecedora. O resultado favorável refletiria um maior interesse das indústrias usuárias aliado à redução de custos. A Zip-Pak atua no mercado brasileiro desde a década de 1990, mas em 2013 inaugurou sua primeira fábrica no País, em Cabreúva (SP). “Houve nacionalização de modelos, com queda de preços na faixa de 20% a 25% devido à eliminação de taxas de importação e transporte”, relata Zampirolli. A produção nacional foi acompanhada por esforços em marketing de relacionamento. “É nítida a diferença de procura e receptividade”, avalia o profissional. “Hoje recebemos consultas de clientes finais à procura do material, às vezes até com menções a exemplares de nosso leque de soluções.”

CONTRIBUINTES notáveis para o avanço no emprego de flexíveis com zíperes têm sido os frigoríficos, por meio dos pedaços de carnes e aves congelados um a um – frutos do emprego de uma tecnologia de congelamento ultrarrápido conhecida como IQF (Individually Quick Frozen). A embalagem resselável reforça a possibilidade de consumo gradual do conteúdo, tornando os produtos

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especialmente atraentes às pessoas que moram sozinhas (singles) e às famílias pequenas. BRF, JBS, Aurora e Fenix estão entre as companhias da área que utilizam os fechos da Zip-Pak. Foi no negócio de cárneos congelados, aliás, o primeiro uso no Brasil do Inno-Lok, sistema considerado promissor pela Zip-Pak. A Aurora começou a utilizá-lo, no final de 2014, para o acondicionamento de seus nuggets de frango Auroggets. A solução consiste na

pré-aplicação de zíperes a filmes plásticos de maneira transversal, gerando bobinas para confecção de embalagens que já trazem integrado o acessório para resselagem. O fecho fica posicionado na parte frontal dos envoltórios, e não selado entre duas lâminas (faces) de filme, como acontece normalmente. De acordo com a Zip-Pak, o Inno-Lok facilita a abertura e propicia alta hermeticidade, auxiliando a manutenção de propriedades de barreira. O

Slider Select, fecho plástico baseado no deslizamento de um cursor, tem primeiro usuário no Brasil


recurso acaba de ser adotado pela Bimbo nas embalagens dos brioches Du-ni-tê. Assim como no caso da Aurora, as bobinas impressas e com zíper acoplado são fabricadas pela Plastrela.

OUTRA APOSTA para o mercado brasileiro é o Slider Select, fecho plástico que não é de contato, e sim baseado no deslizamento de um cursor. “A abertura e a resselagem são muito mais fáceis”, observa Zampirolli. Por ora, o único usuário local do modelo é a Adimax, de Salto de Pirapora (SP), em embalagens de rações para cães. O executivo ainda vê potencial para a adoção de modelos especiais do portfólio da empresa, como o Pour & Lok, aplicado somente numa quina da embalagem, funcionando como dosador de produtos granulados ou em pó, e nos fechos de contato não baseados no mecanismo macho e fêmea, dispensando alinhamento. “Temos, nos Estados Unidos, muitas opções para embalagens de frios e queijos fatiados, que é um segmento que tem evoluído no Brasil”, acrescenta Zampirolli. Numa prova do bom momento e num sinal de confiança no avanço dos pedidos, a Zip-Pak prepara uma ampliação da capacidade de sua fábrica brasileira. O valor investido e o ganho em output não são informados. A companhia dilatará a produção de diversas opções tradicionais e inaugurará uma nova linha para a produção do CZT (Constructed Zipper Tape), zíper fornecido integrado a uma fita de polietileno. O modelo é atualmente utilizado em cortes IQF da Seara (JBS). “Nosso sonho é que a maioria das embalagens flexíveis apresente capacidade de resselagem”, diz Zampirolli. “Muitos consumidores também devem sonhar com isso.”

Zíper Inno-Lok chegou ao Brasil no negócio de carnes, mas já tem aplicações em panificados


Display

Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE FORNECEDORES DAS EMBALAGENS ESTÃO NOS LINKS EM VERMELHO NO FINAL DOS TEXTOS.

ÁGUAS

INGÁ SOFISTICA LINHA PREMIUM Com 40 anos de mercado, a água mineral Ingá , de Minas Gerais, traz sofisticação à sua linha Premium das águas minerais com e sem gás. Os rótulos das garrafas de vidro de 300 mililitros foram redesenhados. As cores vermelha – para a Água Mineral com Gás – e azul – para a Água Mineral sem Gás – foram mantidas, mas chegam com uma tonalidade mais escura, concedendo requinte ao produto. O tom dourado foi incorporado à embalagem, tanto na tag que indica se o produto contém ou não gás, quanto no ícone da coroa desenvolvido exclusivamente para esta linha. emb.bz/204inga

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Edição: FLAVIO PALHARES flavio@embalagemmarca.com.br


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BEBIDAS

LÁCTEOS

EMBALAGEM CHAMPANHEIRA

FERMENTADO COM MINIONS

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Elaborado pela primeira vez em 2005 para comemorar os 130 anos da chegada da família Valduga ao Brasil, o espumante Casa Valduga Brut 130 acaba de ganhar embalagem funcional de luxo que atua como champanheira. Trata-se de um recipiente metálico, sem isolamento, importado do fornecedor chinês Starvision. A garrafa é decorada com rótulo autoadesivo. emb.bz/204valduga

SNACKS 2

As embalagens do Leite Fermentado Vigor agora têm formato dos personagens Minions. São seis novos modelos, cada um dedicado a um personagem diferente. O produto está disponível em packs com seis unidades de 75 gramas. emb.bz/204minions

PÃO DE QUEIJO PARA FOOD SERVICE 3 A Vilma Alimentos lança uma mistura para a produção de pão de queijo com 5 quilos, destinada ao segmento de food service. Trata-se de uma bolsa flexível de polietileno, não resselável. Quando os bolinhos, que podem ser moldados a mão ou em máquina ficam prontos, são imediatamente assados ou congelados. O shelf life é de 180 dias. emb.bz/204vilma

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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

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CERVEJAS

CAFÉS

ALIMENTOS

ESPUMANTES

FOOD SERVICE

SUCOS

GATO NA LATA 1

LEÃO, O CAFÉ DA COCA 2

TEMPEROS EM PET 3

RÓTULO “SOCIAL”

POTÃO PARA SORVETE 5

GLOOPS NO VIDRO

A cervejaria artesanal Urbana agora também tem cerveja em lata de 355 mililitros. Cat in The Box, como foi batizada, é uma Imperial Stout, preta. A embalagem é decorada com rótulos termoencolhíveis que têm ilustrações psicodélicas e de um gato preto. emb.bz/204cat

A Coca-Cola Brasil lança no mercado brasileiro o Café Leão, produto com grãos 100% arábica. O lançamento marca a entrada da Coca-Cola no segmento de cafés. O produto tem duas torras: escura e média. O café está disponível em bags valvulados de 500 gramas e de 250 gramas. emb.bz/204leao

A fim de reduzir os custos de seus temperos elaborados à base de azeite de oliva extra virgem importado da Espanha e de Portugal, a Cisal Indústria Sul-Americana de Alimentos substituiu as garrafas de vidro em que os acondicionava por garrafas de PET de 500 mililitros. A empresa diz que os ganhos de custos residem na economia de frete e no aliviamento de peso da próprias garrafas. As embalagens, cilíndricas, são decoradas com rótulos e contrarrótulos autoadesivos metalizados, e fechadas com tampas de alumínio pilfer-proof encapsuladas. emb.bz/204azeite

A Sidra Cereser terá uma edição especial com rótulo termoencolhível. A embalagem foi definida em votação realizada na página da marca no Facebook de 27 a 29 de junho. Durante as 48 horas de votação, os internautas puderam escolher entre um rótulo verde e um dourado, que acabou vencendo. emb.bz/204sidra

A Sorvetes Jundiá lança uma linha de sabores light em embalagens de 7 Litros. Trata-se de uma linha de massa, especialmente desenvolvida para festas, sorveterias, restaurantes, lanchonetes e buffets. Agora a linha, que já possuía 26 sabores, passa a ter quatro opções light: chocolate, coco, creme e morango. emb.bz/204jundia

A Gloops leva seus sucos de frutas gaseificados para garrafas de vidro. A empresa oferece duas opções de sabores em embalagens de 269 mililitros: guaraná e framboesa com limão siciliano. Os produtos são livres de conservantes e corantes e possuem apenas o doce da própria fruta. O vidro substitui as garrafas de PET, e a versão em lata continua no mercado. emb.bz/204gloops

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MATINAIS

ÁGUAS

REFRIGERANTES

VINHOS

LÁCTEOS

CABELOS

WHEY PROTEIN MATINAL 7

NOVA ÁGUA NOVA PLUS 8

A VOLTA DA ONE-WAY 9

NOVIDADE DA ZANLORENZI 10

IOGURTE COM PROTEÍNA 11

PIMENTA PARA CRESCER 12

A New Millen desenvolveu o Whey Flakes, um cereal a base de arroz integral, com whey protein, batata doce e proteína da soja. Rico em fibras, o Whey Flakes demora mais tempo para ser digerido. As embalagens de papel cartão têm uma janela, por onde o produto pode ser visualizado. emb.bz/204whey

A água mineral Água Nova Plus teve as embalagens reformuladas. A DZ Design foi responsável pelo novo layout dos frascos, rótulos e materiais de comunicação e de PDV. As novidades estão presentes no mercado do Mato Grosso do Sul. emb.bz/204novaplus

Uma nova embalagem de Coca-Cola chega às prateleiras: a garrafa de vidro de um litro em versão descartável. Até então, a Coca-Cola de 1 litro era vendida apenas em garrafas retornáveis. O recipiente tem a cor georgia green, original do vidro de Coca-Cola. A opção Zero entra em breve no mercado. emb.bz/204cocacola

A Famiglia Zanlorenzi apresenta o rótulo Las Fuentes. A linha de vinhos é composta pelas variedades Cabernet Sauvignon/Merlot Suave, Cabernet Sauvignon e Merlot. Produzidos na unidade da empresa em São Marcos (RS), com uvas da Serra Gaúcha, os vinhos são engarrafados na fábrica da empresa em Campo Largo (PR). emb.bz/204lasfuentes

A Verde Campo apresenta o Natural Whey, um whey protein natural combinado com iogurte da marca sem lactose. O produto é acondicionado em frascos de polietileno de alta densidade (PEAD) decorados com rótulços termoencolhíveis. emb.bz/204naturalwhey

A Bio Extratus Cosméticos Naturais apresenta sua linha Força com Pimenta, para tratamento intensivo de força e crescimento dos cabelos. A linha é composta por xampu, condicionador, máscara, finalizador e loção. As embalagens são pretas, decoradas com rótulos autoadesivos pretos com inscrições em branco e dourado e detalhes em vermelho. As bisnagas têm decoração direta. emb.bz/204bioextratus

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Display ESPECIAL JOGOS OLÍMPICOS

CAFÉS

3 CORAÇÕES TEM EMBALAGEM ESPECIAL PARA AS OLIMPÍADAS 1

REFRIGERANTES

REFRI

COCA-COLA EM EDIÇÕES ESPECIAIS DE VIDRO... 1

...E DE ALUMÍNIO

A Coca-Cola lança uma edição de garrafas colecionáveis. São dezesseis embalagens de vidro de 200 mililitros, não retornáveis, que fazem uma viagem pela história dos Jogos Olímpicos. Os rótulos termoencolhíveis representam os países

A Coca-Cola também lançou duas embalagens de alumínio exclusivamente por conta dos Jogos Olímpicos, que serão comercializadas até o final de setembro. Com o visual dourado, as garrafas de Coca-Cola regular e Coca-Cola Zero contêm 250 mililitros de bebida. emb.bz/cocaaluminio

que foram sede das Olimpíadas desde 1928, ano em que a Coca-Cola se tornou patrocinadora oficial do evento. As embalagens mesclam símbolos esportivos das cidades com as cores de referência dos países. emb.bz/204cocavidro

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O café 3 Corações conquistou o selo de fornecedor oficial de café torrado e moído dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Com a iniciativa, a empresa irá servir mais de 3 milhões de doses de café na Vila dos Atletas. Para

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comunicar a novidade aos consumidores, as embalagens das versões Extraforte e Tradicional ganharam uma edição especial para o período, com o selo de fornecedor oficial. emb.bz/204cafe

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34 | Agosto 2016


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Almanaque CHONK, ANTES DE NUTRY Você sabia que as barrinhas de cereal Nutry, da Nutrimental, nasceram com outro nome? Quando foram lançadas, em 1992, as primeiras barrinhas fabricadas no Brasil se chamavam Chonk. Sua criação foi o primeiro projeto brasileiro de desenvolvimento sustentável utilizando produtos da Amazônia. Parte dos lucros com o Chonk era revertida para comunidades carentes daquela região, através do IEA – Instituto de Estudos Amazônicos. Em 1994,

a barrinha Chonk teve o nome mudado para Nutry. Naming e projeto gráfico das embalagens foram criados pela (na época) Pantani Komatsu Criação Gráfica.

a primeira vending machine As vending machines, máquinas de venda automática que hoje estão espalhadas por supermercados, academias, cinemas, shoppings, empresas, aeroportos e outros locais com intenso movimento, foram inventadas há cerca de 2000 anos. A primeira “máquina automática” vendia água benta em um templo de Alexandria, no Egito. Com o peso de uma moeda de cinco dracmas, o aparelho mecânico movimentava uma pequena alavanca, abrindo uma válvula que permitia a saída da água. Em seguida, a moeda mergulhava no interior do vaso e a válvula retornava à sua posição original, interrompendo o fluxo. O criador da engenhoca foi o matemático Heron de Alexandria (10 DC - 80 DC), que fez o registro de seu invento no livro Pneumática, no século I. Estava criado o conceito das vending machines, que hoje vendem desde bebidas e alimentos até flores e jornais, passando por milhares de outros itens.

UM ESCRAVO NO CAMINHO DE JACK O uísque Jack Daniel’s, criado em 1875, no Tennessee (EUA), revelou recentemente que a bebida jamais teria existido se não fosse pelos conhecimentos de um escravo negro chamado Nearis Green. A marca sempre explorou suas raízes na descendência branca do filho de colonos galeses, escoceses e irlandeses Jack Daniel. A versão oficial da criação do destilado norte-americano era de que Jack aprendeu ainda adolescente a dominar o processo de produção da bebida com um pastor chamado Dan Call. No entanto, o verdadeiro mestre teria sido Green, um dos escravos de Call. Na época, os estados do Sul dos Estados Unidos usavam nas destilarias mão de obra dos escravos negros, que tinham domínio das técnicas de fabricação do uísque. Em 1865, quando a escravidão no país chegou ao fim, Green foi liberto, mas continuou a trabalhar com Call. Daniel teria começado a trabalhar em seu uísque em 1866. A abertura oficial da destilaria, com Jack Daniel e Dan Call como sócios, aconteceu em 1875. Os filhos do ex-escravo Nearis Green foram funcionários da empresa.

fac simile da página do livro pneumática, de heron de alexandria

Jack Daniel e um dos filhos do ex-escravo Nearis Green


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