Agroenergético - ed 67 - out 2015

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Informativo da Embrapa Agroenergia • Edição nº 67 • 03/11/2015

Embrapa busca viabilizar o cultivo da Macaúba em sistemas sustentáveis Páginas 6 a 9

II ENCONTRO DE PESQUISA E INOVAÇÃO Páginas 4 a 5

Energia renovável é um dos elos entre Brasil e China Páginas 14 a 15


Esta edição do Agroenergético esta bastante interessante. A primeira grande razão para isso é o conjunto de informações sobre o segundo encontro de pesquisa e inovação da Embrapa Agroenergia que ocorrerá no próximo mês de novembro. Na sua segunda edição, este encontro vai além da apresentação dos diversos trabalhos de pesquisa sendo realizados por estudantes (graduação, mestrado, doutorado) e por bolsistas de DTI e PósDoutores aqui na nossa UD, sob orientação do nosso corpo técnico de pesquisadores e analistas de P&D. Além de permitir uma interação dinâmica entre os participantes para melhor conhecer os trabalhos de pesquisa aqui realizados, também estaremos utilizando este evento para discutir a PD&I da UD, com a participação de convidados externos à mesma, no simpósio Agroenergia em Foco - Produção e uso de enzimas para a desconstrução de biomassa. Vale a pena participar! Continuando a leitura desta edição do Agroenergético, o leitor irá também aprofundar seu conhecimento sobre os trabalhos que estamos realizando com a Macaúba. Palmeira nativa do Brasil, com ampla dispersão no território nacional, a Macaúba tem sido estudada pela Embrapa quanto ao seu potencial de ser uma alternativa na produção de óleo vegetal para uso nas cadeias de produção de biodiesel e de biocombustível de aviação. A avaliação desta espécie vegetal em sistemas agroflorestais sustentáveis no Nordeste Brasileiro é apenas uma das frentes de trabalho que estamos conduzindo com esta palmeira. A Embrapa Agroenergia, juntamente com outras UDs (Embrapa Cerrados, Embrapa Meio Norte, Embrapa Algodão, para citar algumas) tem trabalhado também na prospecção e avaliação de recursos genéticos, desenvolvimento de sistemas de cultivo,

e até genética molecular e genômica. Temos muito a aprender com esta palmeira que pode ter papel importante nas iniciativas de reflorestar margens de rios e topo de morros, para atender da metas decorrentes do novo Código Florestal Brasileiro. Recentemente estive no World Agroforestry Centre (ICRAF), em Nairóbi - Quênia, onde foi apresentado relatório do projeto MacSaf, que faz parte do Programa para o Desenvolvimento de Cultivos Alternativos para Biocombustíveis do ICRAF-IFAD. Embora estejamos no início deste projeto, o comitê gestor do citado programa elogiou muito o primeiro relatório apresentado, e tem uma expectativa muito grande frente a todo o trabalho de pesquisa com esta palmeira realizado pela Embrapa. Temos nos esforçado, apesar das limitações no orçamento vividas no corrente ano, para viabilizar a presença do nosso corpo técnico em eventos científicos, e informações sobre alguns destes eventos são também apresentadas nesta edição do Agroenergético. Por fim, o último destaque que quero dar neste editorial diz respeito ao 9th World Bioenergy Symposium, evento que ocorrerá na primeira semana de novembro na Embrapa Sede, com uma organização conjunta da Embrapa Agroenergia, da COPPE-UFRJ e da Tsinghua University, no escopo do Centro China Brasil. Este evento tem por finalidade estreitar os laços entre estes dois países que acreditam e investem na Bioenergia, permitindo a interação entre pesquisadores brasileiros e chineses que trabalham no tema e que buscam parcerias sinérgicas. Boa leitura a todos!

Manoel Teixeira Souza Júnior Chefe-Geral

EXPEDIENTE

Embrapa Agroenergia Parque Estação Biológica - PqEB s/n° Av. W3 Norte (final) Edifício Embrapa Agroenergia Caixa Postal: 40.315 70770-901 - Brasília (DF) Tel.: 55 (61) 3448 1581 www.embrapa.br/agroenergia http://twitter.com/cnpae

Esta é a edição nº 67, de 03 de novembro de 2015, do jornal Agroenergético, publicação mensal de responsabilidade da Núcleo de Comunicação Organizacional da Embrapa Agroenergia. ChefeGeral: Manoel Teixeira Souza Júnior. ChefeAdjunto de Pesquisa e Desenvolvimento: Guy de Capdeville. Chefe-Adjunta de Transferência de Tecnologia: Marcia Mitiko Onoyama Esquiagola.

Chefe-Adjunta de Administração: Elizete Floriano. Jornalista Responsável: Daniela Garcia Collares (MTb/114/01 RR). Redação: Daniela Collares e Vivian Chies (MTb 42.643/SP). Projeto gráfico e Diagramação: Maria Goreti Braga dos Santos. Fotos da capa: Daniela Collares, Goreti Braga e Wikipedia.org/Planaldo.gov. Revisão: Manoel Teixeira Souza Júnior.

Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução das matérias desde que citada a fonte.


Edição nº 67

SIMPÓSIO

Agroenergia em Foco “Produção e uso de enzimas para desconstrução de biomassa”

Data: 23 a 27 de Novembro de 2015 Local: Embrapa Agroenergia INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES https://www.embrapa.br/agroenergia/enpi

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SIMPÓSIO VAI DISCUTIR PRODUÇÃO E USO DE ENZIMAS NO CONTEXTO NACIONAL Por: Vivian Chies, jornalista da Embrapa Agroenergia, e colaboração de Elvis Costa (estagiário de Jornalismo)

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O chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville, explica que o tema foi escolhido pela importância que enzimas têm para a bioenergia. “É um campo amplo que está muito pouco explorado e existem, hoje, poucas empresas atuando nesse mercado. Como nós temos biodiversidade, competência técnica e infraestrutura, temos como desenvolver tecnologia nacional nessa área”, ressalta. O Simpósio dará origem a um documento elencando prioridades de pesquisa em etanol 2G e bioprodutos, que norteiem as ações de pesquisa não só na Embrapa, mas também no contexto nacional. Na primeira manhã do Simpósio, a Embrapa Agroenergia vai apresentar suas linhas de pesquisa e os participantes poderão conhecer os laboratórios da instituição. Na parte da tarde, o debate será voltado para o mercado de enzimas, dentro e fora do Brasil. Para tanto, participarão da mesa-redonda especialistas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), da Universidade de São Paulo (USP) e da empresa Novozymes, detentora de quase 50% do mercado mundial de enzimas comerciais. Coordenadora da mesa-redonda de que eles farão parte, a economista Daniela Tatiana de Souza, analista da Embrapa Agroenergia, espera que a discussão possa traçar um quadro de informações, estratégias e oportunidades nesse segmento. A desconstrução de biomassa lignocelulósica será o tema das discussões do segundo dia do Simpósio. Enzimas são

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Foto: Daniela Collares

rodução e uso de enzimas para desconstrução de biomassa é o tema do Simpósio "Agroenergia em Foco", que a Embrapa promove de 23 a 24 de novembro, em Brasília/DF. O evento faz parte da programação do II Encontro de Pesquisa e Inovação da Embrapa Agroenergia, em que serão apresentados trabalhos de estagiários e bolsistas que participam dos projetos da instituição. As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser feitas até 13/11, pelo e-mail agroenergia. eventos@embrapa.br.

Enzimas são insumos com papel importante no mercado de bioenergia

peças-chave para a desconstrução desse tipo de material, que é base para a produção de etanol celulósico (2G) e diversos bioprodutos de valor agregado. Participam do debate pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE). A recalcitrância da biomassa, bem como formas de pré-tratamento e aplicação das enzimas estão entre os pontos que serão tratados. Durante toda a Semana do EnPI 2015 (23 a 27 de novembro), pôsteres com pesquisas desenvolvidas nos laboratórios da Embrapa Agroenergia estarão em exposição. Haverá também apresentações orais e os melhores trabalhos serão premiados. A apresentação de trabalhos é restrita aos colaboradores que possuem vínculo com a Embrapa Agroenergia, mas a participação ao longo do evento é livre e gratuita. O evento conta com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) e da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). Saiba mais: https://www.embrapa.br/agroenergia/enpi. 


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RESULTADOS DE PESQUISAS EM AGROENERGIA SERÃO DIVULGADOS NA EMBRAPA Por: Vivian Chies, jornalista da Embrapa Agroenergia, e colaboração de Elvis Costa (estagiário)

Foto: Daniela Collares

Microrganismos também são objetos de destaque nos estudos. As pesquisas abordam desde a busca de linhagens eficientes para uso industrial até a engenharia genética de espécies para obter, por exemplo, leveduras capazes de converter uma biomassa em produtos químicos específicos. Produção de etanol e biodiesel, destoxificação de tortas de oleaginosas e obtenção de biopolímeros serão outros temas divulgados.

Pesquisadores e analistas de laboratório desenvolvendo pesquisas com a desconstrução da matéria-prima para etanol 2G

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uarenta e nove estudos envolvendo a cadeia produtiva dos biocombustíveis estarão em exposição na sede da Embrapa Agroenergia, em Brasília/DF, de 23 a 27 de novembro. Os trabalhos foram desenvolvidos principalmente por estudantes de graduação e pós-graduação, além de profissionais que atuam como colaboradores dos projetos de pesquisa da instituição. A divulgação acontece no II Encontro de Pesquisa e Inovação da Embrapa Agroenergia (EnPI), com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal/FAPDF e da Ubrabio. Os trabalhos expostos em forma de pôsteres estão organizados em cinco áreas temáticas: Genética e Biotecnologia Vegetal; Genética e Biotecnologia Microbiana; Processos Bioquímicos; Processos Químicos e Química de Biocombustíveis e Biomassa. Dessa forma, o dendê, por exemplo, está presente em pesquisas sobre a genética da palmeira que lhe dá origem, assim como em estudos para cultivo de microalgas e macrofungos em resíduos do seu processamento.

Nessa edição do Encontro, enzimas são assunto de destaque. Nos pôsteres, resultados de pesquisas sobre a produção e uso delas, com foco principalmente em etanol celulósico (2G). Também será realiza Simpósio dedicado ao debate sobre o mercado de enzimas no Brasil e no exterior, as políticas nacionais e as tecnologias envolvidas ,para tanto, foram convidados especialistas do Governo, instituições de pesquisa e empresas. Além dos pôsteres, alguns trabalhos serão selecionados para apresentação oral. Os autores dos três melhores estudos nas categorias Graduação, Graduados e Doutores serão premiados. O pesquisador Félix Siqueira é orientador de sete pesquisas que serão divulgadas no II EnPI. Para ele, o evento fortalece a interação entre grupos com diferentes áreas de atuação na Embrapa Agroenergia. Siqueira diz que, atuando como colaboradores da instituição, os estudantes têm a oportunidade de conhecer a área de pesquisa numa empresa e descobrir se querem seguir na área. “Boa parte dos que estão aqui já decidiram ser pesquisadores”, conta. O II EnPI é aberto e gratuito. Para participar do Simpósio “Agroenergia em Foco”, que tratará da produção e uso de enzimas, envie e-mail para agroenergia.eventos@ embrapa.br, até o dia 13 de novembro. Mais informações: https://www.embrapa.br/agroenergia/enpi. 

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Fotos: Daniela Collares

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EMBRAPA BUSCA VIABILIZAR O CULTIVO DA MACAÚBA EM SISTEMAS SUSTENTÁVEIS Por: Daniela Garcia Collares, jornalista da Embrapa Agroenergia, e colaboração de Stephane Paula, estagiária de jornalismo

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ustentabilidade é uma das palavras chaves para as pesquisas que são desenvolvidas por cientistas na Embrapa Agroenergia. Seguindo essa linha, a macaúba, árvore nativa do Brasil e com grande potencial para produção de frutos, não poderia ser deixada de lado, que coerentemente, tem recebido atenção e investimento por parte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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A Macaúba é encontrada em maiores concentrações, nas regiões onde o cerrado é predominante, como é o caso do estado de Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins e nas áreas do Distrito Federal, mas também ocorre em outras áreas, como no Nordeste Brasileiro. Mais recentemente a Macaúba tem sido apontada como alternativa para o desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais (SAF’s) e no contexto da integração, lavoura, pecuária e florestas (iLPF). 


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A Embrapa tem investido em pesquisas com o objetivo de recuperar áreas de pastagens degradadas com iLPF, juntando na mesma propriedade diversos sistemas produtivos, como por exemplo, grãos, fibras, carne, leite e agroenergia. Seguindo esse viés, a Embrapa pretende intensificar o plantio da macaúba dentro do programa de agricultura familiar em diversas regiões do Brasil. Para isso, tem parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA que estimula as pesquisa e a produção pelos pequenos agricultores. Com o objetivo de viabilizar tal cenário, a Embrapa por meio das unidades Agroenergia e Cerrados vêm desenvolvendo ao longo dos últimos anos uma série de trabalhos, que vão desde o estabelecimento de sistemas de produção, consorciados ou não, até a determinação de parâmetros de qualidade do óleo para diversas aplicações, incluindo a produção de biocombustíveis. Esses trabalhos fazem parte de projetos que contam com o apoio do governo federal, por meio da agência de inovação (FINEP), como é o caso do projeto PROPALMA; e recursos de apoiadores do exterior, um exemplo é o ICRAF-IFADWorld Agroforestry Centre – International Fund for Agricultural Developmentque financia o projeto MacSaf.

Perspectiva da macaúba no País O fruto da palmeira pode ser utilizado para diversas finalidades, seja para ração animal, no desenvolvimento de carvão ou na produção de biodiesel e biocombustíveis de aviação. No entanto, a inserção da palmeira nessas cadeias produtivas ainda depende de desenvolvimento tecnológico em diversas etapas do sistema produtivo. “Em vários locais onde a palmeira é encontrada já existe produção agropecuária, a macaúba é vista como uma árvore que dá sombra e fruto” diz Alexandre Alonso, pesquisador da Embrapa Agroenergia. Alexandre acredita que é necessário difundir os múltiplos usos da palmeira para que os produtores identifiquem uma oportunidade de incrementar a produção e a renda de sua propriedade. “Isso aliado ao desenvolvimento de tecnologias e sistemas de cultivo certamente dará novo folego para a exploração desta palmeira, hoje totalmente realizada de modo extrativista”, destaca o pesquisador. O produtor rural, Waldomiro Cardoso da Silva, da Cooperativa, de Mirabela/MG conta que a partir da macaúba podem ser desenvolvidos uma variedade de artigos,

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desde produtos de limpeza, cosméticos, até óleos comestíveis. Com isso, os ganhos são direcionados tanto para a parte ambiental quanto econômica, já que a palmeira é sabidamente produtiva por décadas. O agricultor tem ainda, ao cultivar/explorar a árvore, a vantagem de a mesma permitir o cultivo concomitante de outras culturas em sistemas consorciados ou pastagens. Dessa forma os pequenos agricultores têm a oportunidade de diversificar sua renda ao final do mês.

Projetos de pesquisa O projeto MacSaf, desenvolvido na região Nordeste do País no contexto do Programa para o Desenvolvimento de Cultivos Alternativos para Biocombustíveis do –ICRAF-IFAD, busca desde o ano passado agregar a palmeira em SAF’s, explorando principalmente, o conceito de cultivos integrados com potencial de introdução de atividades agrícolas. “A macaúba foi plantada utilizada como componente de floresta das áreas que farão parte do projeto”, ressalta o coordenador do Projeto e pesquisador da Embrapa Agroenergia, Alexandre Cardoso.

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Ele conta ainda que, além da macaúba, o pinhão-manso e culturas de uso alimentar como o amendoim, feijão e soja também devem entrar na composição. “Já foram implantadas áreas englobando macaúba, feijão caupi e milho, nos experimentos implantados”, diz Cardoso. O projeto PROPALMA, financiado pela FINEP, também busca viabilizar o cultivo da macaúba. Esse projeto foca especificamente em pesquisas que tem como finalidade a produção de biocombustíveis e aproveitamento de coprodutos e resíduos. Alexandre Alonso, pesquisador da Embrapa Agroenergia e coordenador do projeto, enfatiza que o projeto visa desenvolver tecnologias que conjuntamente permitam a consolidação de um sistema de produção para a espécie. “O projeto tem ações voltadas para o desenvolvimento de tecnologias que visam à produção de mudas, métodos de plantio, sistemas de irrigação, estratégias de adubação, e manejo de pragas e doenças” diz o pesquisador. Segundo Alonso, outro componente importante do projeto, são as ações focadas no desenvolvimento e caracterização de recursos genéticos e melhoramento genético. “Nosso objetivo é desenvolver novas variedades de


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Ouça a Entrevista sobre Macaúba na edição do Prosa Rural deste ano: https://www.embrapa.br/ busca-de-noticias/-/noticia/3763381/prosa-rural--usos-e-perspectivas-da-macauba Conheça alguns trabalhos desenvolvidos pela maior empresa de pesquisa do País. Macaúba, com características mais adequadas e promissoras para os agricultores”, ressalta o pesquisador. Em comum a esses dois últimos projetos, existe a visão da empresa para espécies vegetais ditas alternativas. A Embrapa busca viabilizar o plantio destas espécies, em sistemas intensivos, sem deixar de apoiar ações voltadas aos pequenos produtores com a exploração extrativista. A integração entre essas estratégias ocorre naturalmente uma vez que o sistemas e tecnologias em desenvolvimento permitirão aos pequenos produtores iniciarem um plantio em escala comercial, ao mesmo tempo em que permite que produtores que já adquiriam experiência com a palmeira em sistemas extrativistas, possam continuar a explorá-la desse modo, mas de uma forma sustentável, e eventualmente também de maneira intensiva com auxilio de um pacote tecnológico. Com tudo, os profissionais de pesquisa esperam que os resultados destes projetos possam abrir novas possibilidades para aqueles que têm interesse na espécie. 

VÍDEOS Documentário Energia Verde Amarela: https://www.embrapa.br/agroenergia/videos Documentário Energia Verde Amarela – Biodiesel - https://goo.gl/7ZiRoM Macaúba: https://goo.gl/7ZiRoM Mais informações: No site da Embrapa - www.embrapa.br/agroenergia - podem ser lidas outras matérias e publicações a respeito das pesquisas com macaúba ou junto ao Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) www. embrapa.br/fale-conosco/sac/.

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Foto: Ronaldo Rosa

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ESTADO DO PARÁ CONTA COM ZONEAMENTO PARA MILHO E SOJA Por: Izabel Drulla Brandão, jornalista da Embrapa Amazônia Oriental

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático - Zarc para as culturas de milho e soja no Pará, safra 2015-2016, foi divulgado na manhã desta terça-feira (20) em Belém. Os produtores que seguirem as recomendações previstas no instrumento de gestão de risco e nos calendários de plantio elaborados por município passam agora, pela primeira vez, a ter garantia de seguro rural caso haja perda de produção devido ao clima. Nesta noite (20) o zoneamento será apresentado também no município de Paragominas, região nordeste do estado. As áreas definidas para o plantio são as prioritárias para grãos, nos municípios com aptidão agrícola para milho e soja, conforme indicado nos zoneamentos ecológico-econômicos (ZEE) do Pará, sem causar impactos ambientais

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sobre recursos naturais por uso indiscriminado da terra. Segundo dados do IBGE para o ano de 2013, a área plantada de milho e soja no Pará corresponde a 221 mil e 189 mil hectares, respectivamente. Somente no polo de Paragominas, produtores e técnicos estimam que a área plantada de grãos já alcance 160 mil hectares. “A atividade agrícola no Pará deve estar em conformidade com o ZEE do Estado, que começou a ser elaborado há dez anos pela Embrapa, depois de pronto originou leis estaduais em 2009 e 2010 e possibilitou a realização do zoneamento agrícola de risco climático. Precisávamos do ZEE para fazer o zoneamento para milho e soja, assegurando assim o uso adequado da terra”, destaca Adriano Venturieri, pesquisador que coordenou os estudos do


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ZEE no Pará e chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA), unidade descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Mapa. O Zarc é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura, elaborado a partir de estudo da Embrapa sobre as exigências mínimas de cada cultura a ser zoneada. Após passar por revisão anual no Mapa, o zoneamento agrícola de risco climático é publicado em portarias divulgadas no Diário Oficial da União e no site do ministério, editadas por cultura agrícola e por Unidade da Federação, para vigência na safra Indicada. As portarias resultam da análise e modelagem de dados de clima, solos e informações fenológicas (relacionadas às culturas). Os parâmetros são analisados a partir de metodologia validada pela Embrapa e adotada pelo Mapa. Para o Zarc da safra 2015-2016 de milho e soja no Pará, foram utilizados também dados do ZEE estadual e do Programa de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal - Prodes, em observância ao Código Florestal Brasileiro. Além de ser a primeira vez que o Pará é contemplado com o Zarc para milho e soja, o Estado é também o primeiro a ter o resultado publicado (portarias 223 e 224, de 29 de setembro de 2015, da SPA/Mapa) do estudo produzido pela Embrapa em nível nacional para o zoneamento das duas culturas no Brasil.

Aryeverton de Oliveira, da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP). Segundo ele, como um todo, já foram estudadas 59 culturas e 80 sistemas de cultivo diferentes para efeitos de zoneamento agrícola de risco climático ao longo dos últimos anos. O primeiro zoneamento do gênero foi usado na safra 1996 para a cultura do trigo e desde então vem sendo utilizado como referência para aplicação racional do crédito agrícola, permitindo o acesso do produtor ao programas de garantia da atividade agropecuária (Proagro e Proagro Mais) e de subvenção ao prêmio do seguro rural (PSR). Os trabalhos relacionados ao zoneamento de risco climático envolvem cerca de 80 profissionais de 21 unidades da Embrapa, dos quais 30 trabalharam especificamente com milho e soja. “O Zarc é algo dinâmico, em constante aprimoramento, e anualmente é feita revisão das recomendações publicadas nas portarias “, ressalta Balbino Evangelista, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas TO), unidade descentralizada da Embrapa que, além dos estudos de pesca e aquicultura, mantém um núcleo de pesquisa focado em sistemas agrícolas. Entre os parceiros da Embrapa na elaboração dos zoneamentos agrícolas de risco climático estão o Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Instituto de Tecnologia de Pernambuco - Itep e Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul - Fepagro.

“Há uma demanda atual do Mapa para atualizarmos informações sobre 27 culturas”, informa o pesquisador

Veja o que o pesquisador Adriano Venturieri, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, diz sobre esse assunto: https://www.embrapa.br/documents/1354300/6469601/Zoneamento+para+milho+e+soja/5909028f-c422-4eed83c9-6ff725251c96?version=1.1&videoPreview=1&type=mp4

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ARTIGO

Arquivo Embrapa

DEMOGRAFIA, TECNOLOGIA E O FUTURO DO TRABALHO

Maurício Antônio Lopes , Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa.

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mundo vem passando por acelerada transição demográfica. Antes, as populações eram reguladas por alta fertilidade e alta mortalidade. Hoje, há menos nascimentos, menos mortes. Vida mais longa. Maior longevidade gera mudanças significativas na distribuição etária das pessoas. Como o comportamento e as necessidades dos indivíduos variam com a idade, alterações na distribuição etária da população trarão mudanças econômicas e sociais. Vivendo mais, as pessoas permanecerão ativas por prazos mais longos, o que exigirá ajustes no mundo do trabalho, que se tornará mais multigeracional. Segundo o Bureau de Estatísticas do Trabalho, dos Estados Unidos, em 1992 menos de 3% da força de trabalho americana tinha 65 anos ou mais. Hoje, essa proporção quase dobrou, e é esperado que chegue a 8,3% em 2022. No Brasil, mostra o IBGE, a população idosa é a que mais cresce: o grupo acima de 60 anos atingiu 19,6 milhões em 2010, com projeções de 41,5 milhões, em 2030, e 73,5 milhões, em 2060. Outra realidade que pressionará o mundo do trabalho é a urbanização. A ONU mostrou que, em 2010, pela

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primeira vez no mundo, a população urbana superou a população rural. Além de mega-aglomerados capazes de catalisar crescimento econômico, os centros urbanos estão se tornando verdadeiros laboratórios de inovação, reinventando nosso estilo de viver. Apesar de visões pessimistas sobre o futuro das cidades, em razão de passivos de infraestrutura, segurança e poluição, o ambiente urbano é mais propenso à criação de redes e relações. Várias cidades do mundo desenvolvido nos mostram que, com ganhos de produtividade e eficiência, as demais podem se tornar potentes motores de desenvolvimento. Essas mudanças ocorrem ao mesmo tempo e em sinergia com avanços rápidos e profundos que revolucionam a ciência e a tecnologia. A transformação digital provoca rápida queda das barreiras entre as ciências tradicionais, alterando de forma radical os métodos, os conceitos e as ferramentas de inovação. A mudança tecnológica está em evolução exponencial, remodelando as organizações e a sociedade, de forma nunca antes vista. A sociedade digital conecta pessoas e objetos e automatiza o trabalho humano. Estima-se que, até 2020, mais de 6 bilhões de pessoas estarão conectadas por telefones celulares e


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bilhões de máquinas com sensores estarão monitorando e controlando desde cortadores de grama até tratores e motores a jato. As intersecções entre demografia, tecnologia e trabalho suscitam debates e preocupações no âmbito de diversos setores econômicos, com grande destaque para a agricultura e a produção de alimentos. O estudo Visão 2014-2034: o futuro do desenvolvimento tecnológico da agricultura brasileira, da Embrapa, aponta que o envelhecimento e a contínua migração para as cidades já reduzem de forma drástica o número de trabalhadores no campo. Assim, automação, digitalização e processos de precisão se tornam essenciais neste setor vital para o futuro da humanidade, com ganhos em produtividade, qualidade, segurança dos produtos e redução do trabalho penoso e insalubre. A economia será, portanto, cada vez mais baseada no conhecimento, sempre pressionada a incorporar inovações. Teremos que ser sábios para acolher as mudanças na sociedade e o crescimento exponencial da tecnologia como fontes de mudança positiva e de geração de valor para a humanidade. Teremos que ser hábeis para

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lidar com as incertezas. Muitas profissões hoje comuns provavelmente não mais existirão em breve. O avanço tecnológico criará novas profissões. Muitos bebês que nascem hoje trabalharão em profissões que ainda não foram inventadas. Questões difíceis vão nos desafiar o tempo todo. O que significará, para as empresas, uma força de trabalho diversa e experiente, usando tecnologias digitais para conectar países, culturas e fusos horários e, assim, realizar um trabalho virtual? Como preparar os jovens para esse cenário de trabalho cada vez mais digitalizado, diverso e multigeracional? Como garantir um sistema educacional com currículos, mestres e métodos capazes de formar profissionais ajustados aos múltiplos desafios que despontam no horizonte? Por mais difíceis que sejam as perguntas, o futuro está sendo construído hoje. Talvez de forma dispersa, em muitos lugares. Mas, eventualmente, o conhecimento se aglutina e gera mudanças, inovações e respostas para perguntas difíceis. A curiosidade e o engenho humano são as forças motoras desse processo.

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A pesquisadora Thaís Salum com pesquisadores do Centro China-Brasil, na Universidade de Tsinghua, em Pequim, China

ENERGIA RENOVÁVEL É UM DOS ELOS ENTRE BRASIL E CHINA Por: Daniela Garcia Collares, jornalista Embrapa Agroenergia, e colaboração: Stephane Paula

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evolução tecnológica está a cada dia abrindo novos caminhos que vão de encontro à preservação do meio ambiente e ao resguardo de um futuro sustentável para todos nós. Algumas das principais tecnologias visam o desenvolvimento e melhoramento de energias renováveis - aquelas que são originadas de fontes naturais, mas que possuem capacidade rápida de regeneração. Fora o Brasil, outro país que vem trabalhando para que novas dessas alternativas sejam desenvolvidas, é a China. Esse país promissor tem como principais fontes de energia renovável, a eólica e a solar. De acordo com estudos realizados em 2014 pela BP Statistical Review of World Energy, a maior parte da energia na China é proveniente

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do carvão mineral, totalizando cerca de 3,8 bilhões de toneladas, sendo que no Brasil este total é de 8,6 milhões de toneladas. De acordo com a economista da Embrapa Agroenergia, Daniela Souza, comparando os dados, em todos os tipos de energias utilizados pela China, o país supera em grande medida, o consumo brasileiro. Daniela salienta que a produção de biocombustíveis na China é bem inferior à produção brasileira. No Brasil, o consumo de petróleo gira em torno 142,5 milhões de toneladas, de gás natural 39,6 bilhões de m³, de energia nuclear 15,4 terawatts/hora, de energia hidroelétrica 369,5 terawatts/hora e de energia eólica 2,7 milhões de toneladas de óleo equivalente.


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O consumo de petróleo também é altamente significativo na China, chegando a aproximadamente 520 milhões de toneladas. , de gás natural 185,5 bilhões de m³, de energia nuclear 126,3 terawatts/hora, de energia hidroelétrica 1.064 terawatts/hora e de energia eólica 35,8 milhões de toneladas de óleo equivalente. “Em 2014, segundo dados da BP, foram produzidos 2.083 milhões de toneladas de óleo equivalente de biocombustíveis na China, ao passo que no Brasil este total foi de 16.656 milhões de toneladas de óleo equivalente”, diz Daniela.

Projetos equivalentes No intuito de conhecer projetos em comum com o Brasil, em outubro, a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Thaís Salum, foi a Pequim visitar o Centro China – Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, para saber quais os trabalhos que estão sendo desenvolvidos com energia renovável utilizando a biomassa como matéria-prima, e também apresentar as linhas de pesquisas realizadas na Unidade. Para saber mais a respeito dessas pesquisas acesse o link www.centrochinabrasil.coppe.ufrj.br A pesquisadora ressalta que muitos trabalhos interessantes são feitos pelo grupo de cientistas chineses, como por exemplo, com microalgas. Thaís Salum também observou que são realizados trabalhos na área da utilização de glicerol proveniente da produção de biodiesel para a produção de polióis, usando microrganismos. Outra linha que a pesquisadora destacou foram as ações com materiais lignocelulósicos. Algumas das pesquisas desenvolvidas na China também são focos de atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Aqui no Brasil a Empresa trabalha com pesquisas desde o sistema de produção de matérias-primas até os processos de transformação em diversas formas de energia e a utilização de seus coprodutos em materiais de alto valor agregado.

para atividades de pesquisas que estão em desenvolvimento no Brasil, principalmente, no que se refere aos conceitos de bioenergia, biocombustíveis, tecnologias de produção, matérias-primas, ciclo de vida dos biocombustíveis, qualidade dos biocombustíveis e questões voltadas para a área de logística e economia na operação dessas estruturas. Durante o período do evento, os participantes irão conhecer as usinas de biodiesel - Granol, que fica em Anápolis, e a de etanol - Jalles Machado, em Goianésia, ambas localizadas no estado de Goiás. Para o Chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Souza, o Brasil e a China são fortes parceiros comerciais no setor agropecuário. Ao passo que a produção de energia (biocombustíveis e bioeletricidade) a partir da biomassa é um importante componente da matriz energética brasileira, e existe um grande interesse da China de fortalecer a presença da bioenergia na matriz energética chinesa. O Centro China – Brasil é um importante ator neste processo de fortalecimento das parcerias entre estes países no âmbito da geração de energia renovável. O Simpósio Internacional de Bioenergia é um fórum anual, organizado pelo Centro China – Brasil, que promove o encontro de instituições de PD&I e pesquisadores para ampliar as discussões visando à identificação de temas de interesse comum, os quais poderão se tornar foco da ação de projetos de PD&I bilaterais. “Este ano a Embrapa Agroenergia uniu esforços com a COPPE-UFRJ e a Tsinghua University para organizar este evento pela primeira vez em Brasília, como um passo a mais para a integração da Embrapa ao Centro China – Brasil”, concluiu Manoel Souza. Para saber mais a respeito do evento, acesse: wbsrio.com/ Default.aspx 

WBS 2015 Nesta semana, até o dia 6/11, a Embrapa Agroenergia irá sediar o 9º Simpósio Internacional de Bionergia “9th World Bionergy Symposium”. A ação que faz parte das atividades comemorativas em homenagem aos 50 anos da COPPE/UFRJ tem por objetivo proporcionar visibilidade

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Ações da Embrapa Agroenergia são apresentadas para alunos da UnB Por: Daniela Garcia Collares, jornalista Embrapa Agroenergia, e colaboração: Stephane Paula

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esquisas e as ações institucionais desenvolvidas na Embrapa Agroenergia foram apresentadas a alunos de diferentes cursos da Universidade de Brasília (UnB). A instituição recebe alunos dos mais diversos níveis, desde o fundamental até pós-graduação no intuito de capacitar e informar sobre a importância da pesquisa e como os resultados obtidos podem influenciar na qualidade de vida da sociedade.

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Dessa vez, quem fez as honras da casa foi a pesquisadora Silvia Belém, e o engenheiro de bioprocesso que trabalha na Planta-piloto, Felipe Brandão. A ação de divulgação da Unidade para alunos, principalmente aqueles que estão ligados às pesquisas voltadas para a área da agricultura. Durante o encontro, os alunos foram orientados sobre as perspectivas do mercado de trabalho e sobre as opções de estágio na área, principalmente na Embrapa.


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Nesta linha, Silvia Belém reforçou aos alunos que visitaram o Centro Pesquisa, no dia 26/10, sobre a disciplina de Biocombustíveis ministrada pela professora Juscéia Camillo da UnB. “Nas nossas palestras, por trabalharmos com agroenergia, exploramos a necessidade de pesquisarmos energias provenientes de fontes renováveis, em especial de biomassa”, enfatizou Sílvia.

Atualmente, a Embrapa Agroenergia conta com 30 pesquisadores e 23 analistas que atuam nas áreas de agronomia, engenharia química, química, farmácia, engenharia de bioprocessos, biologia e engenharia de alimentos. Estes funcionários orientam bolsistas de diversas universidades brasileiras e de outros países em diferentes temas da Agroenergia.

“Foi interessante ver o entusiasmo dos alunos com a unidade piloto de produção de biodiesel, e pela unidade de explosão a vapor,equipamento instalado na Embrapa Agroenergia que faz a desconstrução da biomassa,. Esta infraestrutura é um pouco diferenciada das outras unidades da Embrapa, pois os trabalhos da Unidade são mais voltados para a área de processos enquanto as demais unidades descentralizadas da Embrapa trabalham principalmente com agricultura e pecuária”, conta Felipe.

Segundo a pesquisadora, a intenção foi mostrar o papel da Embrapa. Como ela está estruturada no Brasil e como atua no exterior, em especial a unidade de Agroenergia. Itânia ressaltou também, a importância da pesquisa para o País, bem como o retorno que a Empresa traz para a sociedade brasileira.

Curso de Engenharia de Energia A Embrapa Agroenergia esteve presente na Semana Matriz (21/10), semana dedicada aos alunos do curso de Engenharia de Energia da Universidade de Brasília – UnB, no Campos do Gama. De acordo com Diego Duarte, diretor-presidente da empresa júnior Matriz que promoveu o evento, a proposta do encontro foi apresentar aspectos da qualificação técnica e de gestão para os estudantes presentes. Além disso, o evento focou as perspectivas do setor de energia, bem como possibilidades de atuação em diferentes frentes do mercado de trabalho. “A Embrapa já tem uma aproximação forte com a UnB, por isso, convidamos a Agroenergia que está diretamente relacionada com a Engenharia de Energia para mostrar aos estudantes este mercado. Organizamos essa semana com objetivo de apresentar os diversos campos de atuação para os alunos do curso”, disse Duarte. No evento, a pesquisadora da Embrapa, Itânia Soares que é formada em química, com mestrado em ciências, doutorado e pós-doutorado em Química (biocombustíveis), contou sua história acadêmica até sua iniciação na Empresa, onde trabalha com processos de produção de biodiesel e com o desenvolvimento de metodologias para determinação da qualidade de biocombustíveis.

De acordo com informações divulgadas no Balanço Social de 2014, a cada R$ 1,00 investido na Embrapa, a Empresa retorna para o país R$ 8,53 na forma de tecnologias, conhecimento e emprego. Essas informações são divulgadas anualmente no Balanço Social. Ainda durante o evento, a pesquisadora também falou um pouco da estrutura da Embrapa Agroenergia. “Desenvolvemos pesquisas em quatro laboratórios, uma planta piloto e um Núcleo de Apoio a Culturas Energéticas”. Ela explicou detalhadamente a função dos Laboratórios de Genética e Biotecnologia, de Processos Bioquímicos, de Processos Químicos, de Química de biomassa e da Planta-Piloto. Ela mostrou ainda, quais as linhas de atuação em cada um destes laboratórios e como acontece o ingresso de estudantes e bolsistas na Embrapa. Segundo ela, os interessados devem identificar qual a linha de interesse, procurar a Unidade, por meio do SAC ou diretamente com o pesquisador responsável pelo projeto. Saiba mais como fazer estágio na Embrapa Agroenergia no link: https:// www.embrapa.br/agroenergia/estagios-e-bolsas. As escolas e as instituições que tiverem interesse em visitar a Embrapa Agroenergia, podem entrar em contato com o Núcleo de Comunicação Organizacional pelo e-mail agroenergia.eventos@embrapa.br. Mais informações a respeito da atuação da Unidade no site www.embrapa.br/agroenergia e no folder institucional http://issuu.com/embrapa/docs/folder__institucional_2013web . 

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PESQUISAS DA EMBRAPA AGROENERGIA ESTARÃO NO 13º CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍMEROS Por: Daniela Garcia Collares e Vivian Chies, jornalistas da Embrapa Agroenergia, e colaboração de Elvis Costa, estagiário de jornalismo

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O pesquisador Leonardo Valadares, da Embrapa Agroenergia, apresentou o trabalho que lidera sobre a extração de celulose dos cachos vazios de dendê e sua utilização como reforço da borracha natural. “É importante buscarmos formas de utilizar os resíduos dessa planta, que tem potencial de integrar a cadeia produtiva de biodiesel, graças à alta produtividade. Ela pode render até seis toneladas de óleo por hectare. No entanto, para cada tonelada de óleo, gera-se 1,1 toneladas de cachos vazios, usados na fertilização do solo. O objetivo do nosso trabalho é obter maior valor agregado utilizando esse material”, explicou Valadares. Já o estudo com a lignina foi desenvolvido pela pesquisadora Sílvia Belém, em parceria com o professor Fabrício Machado, da Universidade de Brasília, e a estudante Priscilla Victor. A lignina é um polímero natural presente em todos os materiais vegetais. Para extraí-la, os cientistas utilizaram o método kraft, mesmo empregado nas indúsPesquisadores estão extraindo celulose de cachos vazios de dendê trias de celulose e papel. Esse material foi submetido a processos de esterificação, resultando em composto com potencial aplicação como biomaterial na medicina, bem como em instrumentos para análises químicas. Tanto a lignina quanto a celulose dos cachos vazios de dendê podem ser resíduos do setor agroenergético, que gera produtos como etanol e biodiesel. Por isso, a Embrapa Agroenergia tem atuado no desenvolvimento de tecnologias para aproveitá-los, agregando valor à cadeia produtiva. O CBPOL conta com outras grandes pesquisas na área dos polímeros. Para mais informações, acesse: http://www. cbpol.com.br/ .

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Foto: Zineb Benchekchou

ignina e cachos vazios de dendê são as matérias-primas principais dos dois estudos da Embrapa Agroenergia que foram apresentados no 13º Congresso Brasileiro de Polímeros (CBPOL). Mais importante fórum de discussão de temas de caráter científico, tecnológico e mercadológico envolvendo polímeros no contexto nacional, o evento começou no domingo (18), em Natal/RN.


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EMBRAPA AGROENERGIA LEVA A NATAL/RN RESULTADOS DE PESQUISAS COM MICROALGAS

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atal não é só um ponto turístico com praias exuberantes, essa região potiguar também apresenta condições propícias para a produção de matérias-primas para geração de energia renovável e limpa. E é seguindo esse viés que entre os dias 16 e 18 de novembro, pesquisadores da área estarão reunidos no 3° Simpósio Brasileiro do Potencial Energético das Microalgas, sediado no Praiamar Natal Hotel & Convention para discussões a respeito da questão da matéria-prima na produção de biocombustíveis no País. “A região Nordeste do País se mostra muito promissora para o desenvolvimento do biodiesel, justamente porque apresenta um alto nível de irradiação solar distribuída ao longo de todo o ano”, ressalta o pesquisador da Embrapa Agroenergia, Bruno Brasil, que estará apresentando no evento pesquisas promissoras nessa área. Além disso, salienta, que na costa marítima há disponibilidade de água salgada e salobra para o cultivo de microalgas. Durante o Simpósio, Bruno Brasil, irá participar e apresentar resultados de trabalhos científicos referentes ao aproveitamento de um importante resíduo de usinas sucroenergéticas, ou seja, a vinhaça, para o cultivo de microalgas nativas que tenham potencial para a produção de biocombustíveis. Em Brasília, Bruno Brasil tem desenvolvido ao longo dos últimos anos projetos que visam desenvolver microalgas geneticamente modificadas para a produção de enzimas utilizadas na conversão da celulose da palha e do bagaço-de-cana em etanol de segunda-geração. Esse

projeto é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), junto com as unidades da Embrapa: Pantanal (Corumbá – MS), Amazônia Oriental (Belém – PA) e Suínos e Aves (Concórdia – SC).

O Simpósio De acordo com o cientista da Embrapa, o evento é de suma importância para os profissionais que desenvolvem pesquisa nesse segmento. “Trata-se de um evento nacional com calendário regular que se dedica exclusivamente à temática de produção de energia e bioprodutos a partir de microalgas”, diz Bruno. Sendo assim, a expectativa é de que haja uma expansão tanto dos conhecimentos na área, quanto dos aspectos relacionados ao meio ambiente – incentivando e auxiliando a comunidade científica com relação a decisões de políticas públicas a serem tomadas visando a produção de biocombustível, bem como a redução de impactos ambientais pelo tratamento de efluentes da cadeia. O pesquisador diz ainda que o Simpósio será muito importante para mostrar e debater o andamento dos trabalhos dos principais grupos de pesquisa que atuam no Brasil. Adicionalmente, parcerias estratégicas com empresas privadas do setor poderão ser iniciadas. Confira a programação do evento: www.algasenergia.com.br, e visite também o site da Embrapa www. embrapa.br para conhecer as pesquisas desenvolvidas pela empresa.

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Agroenergético

FAÇA SUA INSCRIÇÃO PARA A NOVA EDIÇÃO DO PRÊMIO DE REPORTAGEM

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s inscrições para o Prêmio Embrapa de Reportagem 2016 estão abertas desde o dia 5 de outubro. É a 14ª edição do concurso, que irá premiar as melhores reportagens em quatro categorias – Impresso, Vídeo, Rádio e Internet - com o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para o primeiro colocado de cada uma delas. O tema desta edição é defesa da agropecuária. O conteúdo das reportagens deve versar sobre pesquisa e inovação em sua relação com a proteção à agropecuária brasileira, buscando sanidade, qualidade e inocuidade de produtos e processos agroalimentares e agroindustriais.

Cuidados na inscrição

Serviço Inscrições

Poderão ser inscritas reportagens veiculadas no período de 1º de janeiro de 2015 a 15 de fevereiro de 2016. A reportagem inscrita pode ser produção individual ou em grupo. Conforme consta no regulamento, o material inscrito deve ser enviado à Secretaria de Comunicação da Embrapa em três vias. Para a categoria Internet, deve ser apresentada a URL da página, além de declaração de veiculação emitida pelo editor do site, atestando que o material foi produzido originalmente para a Internet. Todos os candidatos devem enviar também histórico descritivo com, no máximo, três mil caracteres em três vias, contextualizando a reportagem, e ficha de inscrição preenchida. Para as categorias vídeo e rádio, é necessário o envio da prova de veiculação ou de atestado expedido pelo veículo de comunicação. O regulamento está disponível no endereço www. embrapa.br/premio-de-reportagem

De 5 de outubro de 2015 a 25 de fevereiro de 2016 Valem reportagens veiculadas entre 1º de janeiro de 2015 e 15 de fevereiro de 2016, que atendam ao tema “Defesa da agropecuária”. A partir de 5 de outubro de 2015, os trabalhos poderão ser entregues pessoalmente ou enviados via correio para o endereço: Secretaria de Comunicação da Embrapa Edifício Sede da Embrapa, Sala 212 Parque Estação Biológica - PqEB s/n Avenida W3 Norte (final) Brasília/DF CEP: 70770-901

Mais informações sobre o tema Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Encontre mais notícias sobre prêmio embrapa de reportagem

https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/ noticia/4683440/embrapa-abrira-em-outubroinscricoes-para-nova-edicao-do-seu-premio-dereportagem

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Por aí, por aqui... 18TH INTERNATIONAL OIL PALM CONFERENCE A pesquisadora Simone Mendonça e a bolsista Paula Carmona estiveram em Cartagena de Indias, na Colômbia, participando do 18th International Oil Palm Conference, que aconteceu entre os dias 22 e 25/09. Simone apresentou o trabalho “Comparison of different protocols for conservation of palm oil fruit mesocarp for oil quality analysis” e a Paula apresentou o trabalho “Obtención de extracto acuoso y aceite rico em carotenoides a partir de la fibra del prensado de frutos de palma de aceite del híbrido interespecífico BRS-Manicoré (E. oleifera x E. guineensis). O congresso contou com 1.700 participantes.

ICRAF/FIDA Nos dias 28 e 29/09, o Chefe geral da Embrapa Agroenergia Manoel Souza e o pesquisador Alexandre Cardoso participaram da reunião anual do ‘Comitê do Programa para Desenvolvimento de Culturas Alternativas para Biocombustíveis’ do ICRAF/FIDA, que aconteceu em Nairóbi, no Quênia. Na ocasião, o Alexandre apresentou as ações desenvolvidas no Projeto MACSAF, sob sua liderança, financiado por este Programa ICRAF/FIDA.

VISITA À ALGAE O pesquisador Bruno Brasil foi a Piracicaba/SP, nos dias 30/09 à 01/10, visitar a empresa Algae. Ele conheceu a estrutura do projeto Biofixação de CO2 por Microalgas, executado pela Algae em parceria com a Intercement.

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Agroenergético

Por aí, por aqui... VISITA À UNB A Chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia Marcia Mitiko, os pesquisadores Dilcio Rocha, da Embrapa Agroenergia, e Marcelo Aires, da Embrapa Cerrados e a colaboradora Érika Medeiros, visitaram a fazenda da Universidade de Brasília (UnB) para conhecer os equipamentos utilizados na colheita de capim-elefante. A visita aconteceu no dia 01/10.

CIENTISTA POR UM DIA A Embrapa Agroenergia levou A exposição “Cientista por Um Dia” e o projeto “Mover” ao colégio Mackenzie, no dia 26/09. A exposição foi montada em dois ambientes. O primeiro era voltado para alunos do 1º ao 5º ano e o segundo para alunos do 6º ao 9º ano. Os empregados da Unidade que foram ao colégio foram: Daniela Collares, José Dilcio, Gislaine Ghiselli e Rolando Lisboa. No dia 29/10, a exposição também foi montada no Instituto Federal de Brasília em Samambaia. A pesquisadora Silvia Belém ministrou a palestra “aproveitamento de resíduos para produção de energia” e a analista de laboratório Gislaine Ghiselli, produziu com junto com os participantes o biodiesel.

ALEMANHA ARGENTINA No evento Encuentro Nacional de Bioenergia que aconteceu entre os dias 06 a 11 de outubro, em Buenos Aires/Argentina. A Embrapa Agroenergia esteve representada pelo Chefe-geral Manoel Souza, que ministrou palestras nos dias 07 e 08. O tema das palestras foram: • Situación de la Bioenergía en Brasil; • Embrapa y la investigación y desarrollo para el sector de la bioenergía en Brasil - Soluciones para una mayor eficiencia y competitividade.

O Chefe-geral Manoel Souza participou da Conferência em Bioenergia e Desenvolvimento: O caso de Investimento em Sistemas de Produção Sustentáveis, em Berlim/Alemanha, nos dias 19 e 20/10. Na ocasião também ministrou palestra.

COMITIVA DA FINLÂNDIA O chefe de P&D Guy de Capdeville recebeu a comitiva da Finlândia, no dia 08/10, para discutir a possibilidade de cooperação em agroenergia com foco em biogás, além de possíveis testes em equipamentos para fracionamento de biomassa e diferentes biomassas para bioenergia, especialmente com a empresa Nestoil.

CURSO DE TECNOLOGIA ENZIMÁTICA A pesquisadora da Unidade, Patrícia Abdelnur, ministrou palestra no curso de Tecnologia Enzimática da Universidade de Brasília (UnB). A palestra teve como tema “Ações de Pesquisa em Metabolômica e Espectrometria de Massas na Embrapa Agroenergia“, o evento aconteceu no dia 19/10.

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Por aí, por aqui... VISITA AO VICE- GOVERNADOR O chefe de P&D, Guy de Capdeville, participou de almoço no palácio do Buriti, no dia 29/09, com o Vice-governador, Renato Santana, o administrador de Brasília, Igor Tokarski e o superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski. Na reunião foram abordados os benefícios do uso de 20% de biodiesel adicionado ao diesel fóssil que abastece os ônibus do transporte público da capital.

ITAMARATY O embaixador Reinaldo Salgado, que assumiu o Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), no lugar da embaixadora Mariângela Rebuá, visitou a Embrapa Agroenergia, no dia 14/10. Na ocasião, foi recebido pelos Chefes geral, Manoel Souza, e de P&D, Guy de Capdeville e pelo pesquisador Alexandre Cardoso.

LIGNINA O professor Cláudio Mota, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) esteve na Unidade, no dia 15/10, para acompanhar resultados de ações de pesquisa de projeto visando o craqueamento de lignina. Participaram da reunião as analistas de laboratório Anna Letícia Pighinelli, Larissa Andreani e Patrícia Kalil.

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Foto: Stephane Paula


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