4 jornal do commercio
Recife I 1º de fevereiro de 2015 I domingo
economia
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Caruaru por cima
IMÓVEIS Mercado imobiliário da capital do Agreste reflete o avanço da economia da cidade, com ofertas para todos os segmentos Emídia Felipe
emidiafelipe@jc.com.br
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as raízes na Fazenda Caruru, no século 17, até se tornar referência de negócios no interior de Pernambuco, Caruaru viu muita coisa acontecer sobre suas terras. Nos últimos cinco anos, porém, o desenvolvimento da cidade se acelerou: a oferta de muitos dos confortos das grandes cidades aumentou vertiginosamente, do café expresso ao curso de ensino superior. Mas quando se chega ao município, o que primeiro salta aos olhos é a grande quantidade de edifícios, reflexo direto da demanda por novas moradias, tanto por parte de moradores quanto de forasteiros. Além da paisagem, como se vê no alto desta página, o desenvolvimento do mercado imobiliário caruaruense pode ser constatado nos números (veja infográfico). Somente os financiamentos feitos pela Caixa Econômica Federal para compra de imóveis na cidade movimentaram R$ 100,5 milhões no ano passado, referentes a 1.179 moradias, 48,6% a mais do que no ano anterior. Considerando apenas residências que usaram crédito com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) – ou seja, foram vendidas por mais de R$ 650 mil –, o avanço na quantidade de unidades foi de 71,6%. O perfil encontrado na estrutura é semelhante ao que se vê no Recife, com apartamentos a partir de 55 metros quadrados. De acordo com as empresas ouvidas pelo JC, há demanda de investidores, mas a maior parte é vendida para o consumidor que vai usar a unidade para morar, permanentemente ou temporariamente – por viver em outra cidade e só trabalhar ou estudar em Caruaru. Essas informações não consideram as habitações enquadradas no Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Contudo, de acordo com a Prefeitura de Caruaru, nos últimos dois anos foram mais de duas mil unidades enquadradas no programa nas faixas comerciais (vendidas no mercado imobiliário como quaisquer outras) e estão em construção mais 3.800 casas na faixa 1, de habitação social, em que o valor é praticamente todo subsidiado pelo governo. Outro dado do executivo municipal é que, fora os 80 prédios em construção, há mais 30 na fase de análise de projetos. A prefeitura se diz atenta a esse movimento e, este ano, vai fazer a segunda revisão em seu Plano Diretor, criado em 1977. Hoje os gabaritos da cidade variam entre 3 e 4,5 – o que significa que, numa área de mil metros quadrados, é possível ter entre três e 4,5 mil m² de área construída. Hoje, encontram-se edifícios de mais de 30 andares na cidade. Pelos cálculos do presidente da Câmara de Construção Civil da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), João Bezerra, cerca de 20 empresas se instalaram em Caruaru nos últimos cinco anos para trabalhar na área da construção civil. Entre elas, está a Brapor, construtora de origem portuguesa que começou a investigar Caruaru ao mesmo tempo em que chegou ao Recife, em 2007. Naquela época, o mercado imobiliário caruaruense ainda era dominado pelo regime de condomínio fechado, em que o empreendimento é vendido para um grupo de investidores que tem que pagar à construtora até a entrega das unidades. Atualmente, a incorporação tem uma presença muito forte. Somente a Brapor já entregou ou está para entregar 1.054 unidades, com previsão de lançar mais 285 este ano. Marcas já consolidadas no Recife também garantiram seu espaço entre os caruaruenses. A Moura Dubeux implantou na cidade não apenas um projeto residencial de 360 apartamentos, o Cosmopolitan Shopping Park, mas também lançou no ano passado o primeiro flat com operação hoteleira na cidade, da linha Beach Class, a mesma que usa no Recife. A Maxplural está em seu segundo empreendimento: o Alto Indianópolis deverá ser lançado oficialmente em fevereiro, com 320 apartamentos em 10 torres e preços a partir de R$ 215 mil.
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Nossa economia é diversificada e o crescimento da cidade vai respaldar principalmente o crescimento do Minha Casa, Minha Vida. Mas o sentimento daqui é o mesmo do Recife: precaução.” João Bezerra, da Acic
CASAS Vilar Pontual oferece moradias entre 58 m² e 80 m² em Caruaru (foto) e Garanhuns