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Revista O Lojista | Maio e Junho de 2017
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ANĂšNCIO
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Mensagem do Presidente
Nosso Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos no país, avançou 1,0% no primeiro trimestre do ano em relação ao último trimestre de 2016, tecnicamente tirando o Brasil da pior recessão da história do país, segundo o IBGE em 1º de junho passado. Após dois anos de queda, a economia dá sinais de vida, puxada pela safra recorde de grãos que aumentou em 13,4%. Já a indústria subiu apenas 0,9%, enquanto o setor de serviços, que representa mais de 73,3% do valor adicionado total da economia, não teve variação. Considerando que o tímido crescimento relacionado à safra recorde é sazonal, e que o desempenho da indústria e do comércio de bens e serviços permanece travado, pois os investimentos e o consumo das famílias continuam retraídos, ainda não há o que comemorar.
lojasRio e o CDLRio, os quais tenho a honrosa responsabilidade de presidir – estão mobilizadas para apoiar as reformas estruturais que o Brasil necessita para retomar o seu rumo, buscando o diálogo com todos os atores envolvidos, nas esferas privada, pública e sindical.
A prolongada crise política vem atrasando a implantação de reformas vitais à retomada do desenvolvimento e inibindo investimentos, impedindo a abertura de novos postos de trabalho em um momento que o país tem 14 milhões de pessoas procurando emprego, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Somando cerca de outros 10 milhões de pessoas que estão trabalhando de forma precária ou desistiram de procurar emprego, chegamos a um total de 24 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho!
Sendo aprovado – e é vital que o seja – o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 38/2017, que moderniza a legislação trabalhista, irá gerar não apenas um novo ambiente empresarial, mas, também, um novo ambiente sindical. No evento, o professor da USP e especialista em Relações do Trabalho, José Pastore, destacou que, enquanto os empresários devem compreender que atuarão em uma nova realidade, um novo ambiente sindical empresarial emergirá com essas mudanças. Caberá às entidades do comércio a liderança deste processo, no sentido de preparar as empresas para o que ele chamou de “novo mundo”, lembrando que, do lado laboral, as demandas virão fortes e rápidas.
Mais do que nunca, o comércio tem fundamental e decisiva importância, como a maior fonte geradora de trabalho e renda no país, pela vasta gama de oportunidades que oferece. É o comércio que movimenta a economia, dando o pulso do nosso desenvolvimento. Neste grave momento da vida nacional, as mais representativas e reconhecidas entidades empresariais do comércio do país – aí incluídos o Sindi-
Com este objetivo, estivemos reunidos com outros empresários, autoridades e especialistas de diversas áreas no 33º Congresso Nacional de Sindicatos Empresariais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, realizado no fim de maio, em João Pessoa (PB), para debater propostas visando viabilizar as urgentes soluções para as questões previdenciária e trabalhista, sem esquecer da igualmente urgente necessidade de soluções para a burocracia e as questões tributárias.
Com esta responsabilidade, o SindilojasRio e o CDLRio estão empenhados na implantação das reformas em nível nacional, enquanto seguem atuando e cobrando, junto às esferas públicas municipal, estadual e federal, por soluções para os graves problemas que atingem o Rio de Janeiro.
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O Brasil tem pressa
Aldo Gonçalves Presidente do SindilojasRio e do CDLRio
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SUMÁRIO 8
ESPECIAL
VIOLÊNCIA SEM FIM Em um ano, lojistas no Rio gastaram R$1,2 Bi em segurança
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ENTREVISTA
esOCIAL Helio Donin Jr., diretor da Fenacon, comenta o novo sistema que começa a ser testado
ATUAÇÃO INSTITUCIONAL E PARCERIAS ARTIGOS
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7, 14 e 18
SAÚDE E BEM-ESTAR
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HISTÓRIA E CURIOSIDADES DO COMÉRCIO
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PESQUISAS
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LEGISLAÇÃO E TRIBUTOS
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SERVIÇOS PARA O LOJISTA
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O LOJISTA RESPONDE
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DESTAQUES
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OPINIÃO
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CAPA
O NOVO CONSUMIDOR Para satisfazer clientes cada vez mais exigentes e conectados, marcas estão se reinventando
expediente Presidente do SindilojasRio e do CDLRio Aldo Carlos de Moura Gonçalves Diretoria do SindilojasRio Vice-Presidente: Julio Martin Piña Rodrigues Vice-Presidente de Relações Institucionais: Roberto Cury Vice-Presidente de Administração: Ruvin Masluch Vice-Presidente de Finanças: Gilberto de Araújo Motta Vice-Presidente de Patrimônio: Júlio Moysés Ezagui Vice-Presidente de Marketing: Juedir Viana Teixeira Vice-Presidente de Associativismo: Pedro Eugênio Moreira Conti Superintendente: Carlos Henrique Martins
Diretoria do CDLRio Vice-Presidente: Luiz Antônio Alves Corrêa Diretor de Finanças: Szol Mendel Goldberg Diretor de Administração: Carlos Alberto Pereira de Serqueiros Diretor de Operações: Ricardo Beildeck Diretor Jurídico: João Baptista Magahães Diretor de Assiciativismo: Jonny Katz Superintendente Operacional: Ubaldo Pompeu Superintendente Administrativo: Abraão Flanzboym Conselho de Redação SindilojasRio: Juedir Teixeira Carlos Henrique Martins Andréa Mury
CDLRio: Ubaldo Pompeu Abraão Flanzboym Lúcio Ricardo Barbara Santiago Editor Responsável: Luiz Bravo (Registro Profissional MTE nº7.750) Reportagem: Igor Monteiro Publicidade: (21) 2217-5000 Ramais 202, 272 e 273 Corretores: Santos: (21) 98682-1128 Lucélia Rosáro: (21) 99639-9379
Revisão: Andréa Mury Lúcio Ricardo Fotógrafo: Arthur Eduardo Silva Pereira Secretário: Eduardo Farias Supervisão Gráfica e capa: Leonardo Lisboa Diagramação: Márcia Rodrigues Eduardo Farias O Lojista: Publicação bimestral do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro – SindilojasRio e do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – CDLRio
Versão On-line: www.cdlrio.com.br e www.sindlojasrio.com.br
ATUAÇÃO INSTITUCIONAL E PARCERIAS
Reformas em pauta
A palestra “O Comércio e a Economia Brasileira” foi mediada por Aldo Gonçalves (RJ) e Bruno Breithaupf (SC), com os debatedores Marcelo Maia (DF), Carlos Thadeu de Freitas (RJ) e Mario Gazin (PR)
Dirigentes empresariais apoiam mudanças essenciais ao desenvolvimento do País Cerca de 1.300 empresários, dirigentes de sindicatos empresariais de todo o País, autoridades e especialistas estiveram reunidos entre os dias 24 a 26 de maio, em João Pessoa, Paraíba, no 33º Congresso Nacional de Sindicatos Empresariais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, que debateu propostas para o setor superar o atual momento que o Brasil atravessa.
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Na cerimônia de abertura do evento, que contou com a presença do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, o presidente da Confederação Nacional do Comércio – CNC, Antônio Oliveira Santos, fez um apelo aos dirigentes sindicais do setor terciário para que mobilizem suas bases em apoio às reformas consideradas essenciais para a retomada do desenvolvimento do país.
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Dentre os debates, destacaram-se os painéis sobre a Reforma Trabalhista e a valorização da negociação trabalhista; o papel do Comércio no atual cenário
econômico brasileiro; e a relação entre ética, política e empresas. A importância da representatividade sindical na defesa dos interesses do Comércio e a sustentabilidade das atividades sindicais também foram temas centrais do encontro. Questões que estão na ordem do dia para o setor, como as relacionadas aos shopping centers, ao comércio de rua, ao comércio eletrônico e ao Código Comercial também foram discutidas. No âmbito sindical, executivos das diferentes entidades reunidas no 33º Congresso abordaram temas específicos como inovação, negociações coletivas, administração e marketing. O SindilojasRio apresentou seu bem-sucedido programa de Sócio Aspirante, destinado a apoiar àqueles que desejam empreender como lojistas, prestando orientações e dando o suporte jurídico necessário à abertura da empresa.
ATUAÇÃO INSTITUCIONAL E PARCERIAS
Renegociação: Saia da crise e retome o controle O SindilojasRio e o Sebrae/RJ reuniram lojistas, em 4 de maio, para falar sobre a renegociação de dívidas com instituições financeiras, com informações importantes para se obter uma boa negociação e conhecer os seus direitos na hora de fazer um acordo com o banco. O palestrante foi Alberto Stassen (foto), empresário e consultor, com mestrado em Administração pelo IBMEC e MBA Executivo em Negócios Financeiros pela Fundação Getúlio Vargas – FGV.
Custos fixos, prazos para pagamento, recebimento de valores provenientes de vendas por cartões de débito e de crédito e muita atenção à formação de preço dos produtos foram aspectos citados por ele.
Devido ao atual cenário econômico do País, especialmente do Rio de Janeiro, muitos lojistas precisam recorrer a empréstimos para conseguir capital de giro ou fôlego financeiro para dar continuidade ao seu negócio.
Caso seja realmente necessário, Stassen orienta que se negocie as melhores condições para a obtenção de um valor que possa ser pago pelo empresário. Pois de nada adianta negociar o valor da dívida e acabar aceitando uma proposta do banco que você não terá condições de pagar. Ele sugere, ainda, que não se aceite a primeira proposta e que, caso seja preciso, faça a portabilidade em outra instituição financeira, pesquisando taxas de juros, prazos e benefícios oferecidos.
Alberto Stassen recomenda que, em primeiro lugar, o empresário faça uma avaliação financeira completa do momento da sua empresa. “O fluxo de caixa é a ferramenta essencial para isto. É preciso conhecer os números do seu negócio e ter uma projeção de faturamento e também de despesas”, afirma o consultor.
Após esta análise, ele diz que é preciso identificar os custos que podem ser cortados e se há algum bem que possa ser vendido para quitar dívidas, antes de recorrer a empréstimos.
Após a palestra, representantes de bancos e do Sicoob Empresas/RJ participaram de uma rodada de negócios com os empresários presentes.
ATUAÇÃO INSTITUCIONAL E PARCERIAS
ENTIDADES PEDEM COMBATE AOS CAMELÔS ILEGAIS
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No último dia 10 de maio, o presidente do SindilojasRio e do CDLRio, Aldo Gonçalves, se reuniu com o secretário municipal de Ordem Pública (SEOP), Cel. Paulo Amendola, para levar o pleito das empresas lojistas do Rio de Janeiro visando ao combate ao comércio ilegal, que tomou conta dos principais corredores comerciais da cidade.
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Considerada produtiva, a reunião serviu para discutir medidas que podem ser adotadas para coibir a ação dos ambulantes ilegais, que vendem mercadorias de origem desconhecida, produtos piratas e não respeitam sequer o espaço reservado à circulação de pedestres, contribuindo para a desordem urbana e, também, para a ocorrência de delitos como roubos e furtos a transeuntes, o que ajuda a afastar ainda mais os consumidores. Hoje, importantes áreas comerciais, como o Centro, Copacabana, Tijuca, Méier, Campo Grande e Bangu estão tomadas por camelôs. O secretário municipal de Ordem Pública se comprometeu em ampliar as ações da SEOP, por meio da Guarda Municipal e de outros órgãos municipais, para atender às reclamações do setor, que vem sendo fortemente afetado pela recessão, em particular pela crise financeira do Estado, e é um dos principais geradores de emprego e renda do Rio de Janeiro.
Barracas de camelôs ocupam toda a extensão da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, um dos principais corredores comerciais da Zona Sul do Rio.
ARTIGO
Comércio ilegal O problema ainda sem solução Roberto Cury Presidente da Sociedade de Amigos da Rua da Carioca e Adjacências – Sarca e Vice-presidente de Relações Institucionais do SindilojasRio
Empresário lojista desde 1957, assisti à evolução da camelotagem no Rio. No início dos anos 80, havia poucos camelôs na capital, que vendiam pentes, canetas, carteiras e cintos expostos nas calçadas. Já nesta época, fiscais da Prefeitura do Rio tentavam reprimir os camelôs, inclusive apreendendo as suas mercadorias. Os ambulantes de carrocinhas de sorvetes e de pipocas eram licenciados. As primeiras barracas de camelôs surgiram na Rua Uruguaiana e adjacências. As “licenças” eram obtidas por meio de políticos. Muitos lojistas chegavam a chorar quando viam camelôs diante de suas lojas. Camelôs, sem obrigações fiscais e trabalhistas, vendiam artigos muitas vezes de procedência duvidosa, concorrendo com o comércio estabelecido que pagava aluguel, impostos e salários. Em 1991, iniciou-se uma campanha para retirar os camelôs das calçadas, cuja coordenação me coube, por solicitação de Sylvio Cunha, então presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio (CDLRio) e vice-presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio). Mantive contatos com autoridades estaduais e municipais visando à retirada dos camelôs, especialmente os que ficavam em frente às lojas. Certo dia, chegando à Rua Uruguaiana, no momento em que ocorria a repressão por parte dos fiscais, fui cercado e agredido com barra de ferro pelos camelôs, sendo ferido na cabeça. Como solução para o problema, foi construído o chamado camelódromo, na área que abrange a esquina da Avenida Presidente Vargas com a Rua Uruguaiana até a Rua Buenos Aires. Entretanto, os camelôs rejeitaram a ideia. No dia 19 de março de 1992, a imprensa noticiava
o retorno dos ambulantes às calçadas do Centro. Outros “camelódromos” se multiplicaram, então, pela cidade. Hoje, o problema vem se intensificando. Os camelôs prosseguem nas calçadas do Centro e de vários bairros da cidade, enquanto milhares de lojas fecharam suas portas nos últimos meses. Na capital, já são cerca de duas mil lojas fechadas, com milhares de comerciários desempregados. A luta dos lojistas, com o apoio do SindilojasRio e do CDLRio, continua.
ESPECIAL
O comércio pede socorro!
Quase 4 mil lojas fecharam no estado do Rio de Janeiro, entre janeiro e março deste ano, devido à crise e à violência
Em um ano, gastos com segurança superaram um bilhão
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De abril de 2016 até abril passado, o comércio varejista carioca gastou R$1,2 bilhão em segurança com a contratação de vigilantes, equipamentos eletrônicos, grades, blindagens de portas e reforço de vitrines. Este valor absurdo foi levantado pela pesquisa “Gastos com segurança em estabelecimentos comerciais”, realizada pelo Centro de Estudos do CDLRio, que ouviu 750 lojistas. A pesquisa mostra também que, dos entrevistados, 150 já tiveram seus estabelecimentos assaltados, furtados ou roubados, 20% a mais do que no ano passado.
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No rastro da crise e com o recrudescimento da violência, quase quatro mil lojas cerraram suas portas, entre janeiro e março deste ano, no estado do Rio de Janeiro. No mesmo período, 1.693 estabelecimentos fecharam na capital, sendo a maioria deles na Zona Norte. Para o presidente do CDLRio e do SindilojasRio, Aldo Gonçalves, é como se fosse mais um imposto pago pelos lojistas, já massacrados pela burocracia e pela alta carga tributária. “A falta de segurança prejudica muito o comércio, já afetado pela recessão, em especial pela crise do Estado do Rio. Além de reduzir os seus gastos, o consumidor ainda fica com medo de sair de casa”, ressaltou.
Gonçalves recordou que esse R$1,2 bilhão poderia ter sido investido na ampliação dos negócios, como novas lojas, reformas e treinamento de pessoal, gerando mais empregos e renda. “O retrocesso na Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro preocupa a sociedade e inibe os investimentos dos setores produtivos. As entidades do comércio veem com muita tristeza o enfraquecimento das UPPs, que trouxeram esperança à população e ânimo aos comerciantes”, disse ele, acrescentando que o sucesso inicial do programa, especialmente nas comunidades da Zona Norte, refletiu-se na dinamização e no desempenho do comércio. “Várias lojas fechadas nos bairros adjacentes àquelas comunidades, que causavam prejuízo de milhões de reais, deram lugar a novos estabelecimentos, com vitrines e decorações modernas, retomando a geração de emprego e movimentando a economia local”, concluiu ele. O SindilojasRio e o CDLRio estão unidos a outras entidades representativas da sociedade civil organizada na interlocução com os poderes públicos municipal, estadual e federal, cobrando medidas urgentes para o problema da violência.
PESQUISAS
Comércio do Rio vendeu menos 7,7 % em abril A pesquisa mostra que abril foi o quarto mês consecutivo de resultado negativo, registrando queda de 7,7% em relação ao ano passado, no pior resultado para o mês desde 2005. Segundo o presidente do CDLRio, Aldo Gonçalves, o resultado reflete a crítica situação que o país atravessa. “Esse clima de insegurança afasta o consumidor das compras e o empresário de fazer investimentos. Além disso, o mês de abril também foi influenciado pelos feriados da Sexta-Feira Santa e de Tiradentes (que também caiu numa sexta-feira) resultando em dois fins de semana prolongados”.
Termômetro de Vendas AS VENDAS ACUMULADAS COMPARADAS COM AS VENDAS DO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR
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VENDAS DO COMÉRCIO DO RIO CAÍRAM 8,7% NO PRIMEIRO QUADRIMESTRE DO ANO
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As vendas do comércio carioca registraram resultado negativo de 8,7% no acumulado dos primeiros quatro meses do ano (janeiro/abril) em comparação com o mesmo período de 2016. Foi o pior resultado do quadrimestre nos últimos 15 anos. Os números são da pesquisa Termômetro de Vendas, divulgada mensalmente pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – CDLRio, que ouviu cerca de 750 estabelecimentos comerciais. A pesquisa mostra, também, que no mês de abril todos os setores do Ramo Mole (bens não duráveis) e do Ramo Duro (bens duráveis) apresentaram resultados negativos. Os que registraram as maiores quedas no faturamento no Ramo Mole foram: Tecidos
(-10,3%), Calçados (-7,3%) e Confecções (-6,5%). No Ramo Duro (bens duráveis) foram: Óticas (-12,1%), Móveis (-11,1%), Joias (-10,2%) e Eletrodomésticos (-8%). A venda a prazo com menos 9,9% e a venda à vista com menos 5,2% foram as formas de pagamento preferidas pelos consumidores. Também o faturamento das lojas, conforme a localização dos estabelecimentos, foi negativo. No Ramo Mole (bens não duráveis), as lojas do Centro venderam menos 18%, as da Zona Sul menos 8,3% e as da Zona Norte menos 2,9%. No Ramo Duro (bens duráveis), as lojas do Centro, da Zona Sul e da Zona Norte venderam menos 10,8%, -9,2% e -7,2%, respectivamente.
PESQUISAS
PESQUISAS
SCPC Inadimplência no comércio do Rio cresceu 1,2% no primeiro quadrimestre do ano A inadimplência no comércio lojista da Cidade do Rio de Janeiro cresceu 1,2% no acumulado dos quatro meses deste ano (janeiro/abril) em relação ao mesmo período de 2016. As dívidas quitadas também aumentaram 0,4% e as consultas registraram queda de 8%, de acordo com os registros do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) do CDLRio. Em abril, a inadimplência cresceu 0,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi o quarto mês consecutivo de aumento da inadimplência
(1,9% em janeiro, 1,3% em fevereiro e 1,1% em março). As dívidas quitadas (item que mostra o número de consumidores que colocaram suas contas em dia) aumentaram 1,2% e as consultas (item que indica o movimento do comércio) diminuíram 9,1%. Ao comparar abril com o mês anterior (março), os registros do SCPC mostram que a inadimplência, as dívidas quitadas e as consultas cresceram, respectivamente, 4,8%, 4% e 7,6%.
CONSULTAS
REALIZADAS EM NOSSO BANCO DE DADOS, ACUMULADAS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR
NOVAS INCLUSÕES - INADIMPLÊNCIA
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REGISTROS INCLUÍDOS EM NOSSO BANCO DE DADOS, ACUMULADOS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR
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CANCELAMENTOS - DÍVIDAS QUITADAS
REGISTROS CANCELADOS EM NOSSO BANCO DE DADOS, ACUMULADOS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR
Movimentação de Cheques Janeiro a Abril de 2017 Segundo o LIGCheque, registro de cadastro do Serviço Central de Proteção ao Crédito do CDLRio, no acumulado dos quatro meses deste ano (janeiro/abril) em relação ao mesmo período de 2016, a inadimplência e as dívidas quitadas cresceram, respectivamente, 0,9% e 0,4%, e as consultas diminuíram 8,3%.
Em abril, em relação ao mesmo mês de 2016, a inadimplência e as dívidas quitadas aumentaram, respectivamente, 0,7% e 0,8% e as consultas diminuíram 8,9%. Comparando-se abril com o mês anterior (março), a inadimplência e as consultas aumentaram, respectivamente, 0,3% e 2,9%, e as dívidas quitadas caíram 0,3%.
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PESQUISAS
Cheques
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CONSULTAS
AO CADASTRO DE CHEQUES, ACUMULADAS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR
NOVAS INCLUSÕES - INADIMPLÊNCIA
CANCELAMENTOS - DÍVIDAS QUITADAS
REGISTROS CANCELADOS NO CADASTRO DE CHEQUES, ACUMULADOS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR
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REGISTROS INCLUÍDOS NO CADASTRO DE CHEQUES, ACUMULADOS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR
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ARTIGO
O que é bom para a sociedade é bom para o comércio ALDO GONÇALVES
presidente do SindilojasRio e do CDLRio *Publicado no jornal Monitor Mercantil em 18/04/2017
O vento forte da turbulência política e econômica deixa a descoberto na sua larga franja de incertezas os caminhos e os vestígios da corrupção e dos malfeitos que parecem não ter fim. É esse vendaval de assombrosas denúncias que surpreende diariamente a todos nós, assusta a sociedade e inibe os investimentos dos setores produtivos e, consequentemente, emperra a roda que faz girar a economia.
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Para aumentar ainda mais as nossas agruras, nós que vivemos no Estado do Rio de Janeiro enfrentamos a maior crise financeira de sua história, que também parece não terminar tão cedo, tal é a situação de descalabro em que se encontra, enxovalhado por denúncias de corrupção e prisões.
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Tudo isso tem causado um grande desestímulo em toda a sociedade. Especialistas e estudiosos afirmam que é o bom desempenho da economia que propicia um clima de otimismo que, por sua vez, viabiliza as compras e os investimentos. “Portanto – dizem eles – o ambiente econômico influencia o comportamento de compra do consumidor, que influencia o ambiente econômico. Esse fenômeno leva aos ciclos econômicos. Quando a economia vai bem, crescem o emprego e a produção.” Para se ter ideia desse argumento defendido por várias especialistas, no caso específico do comércio, o ano passado foi marcado pelo fraco desempenho das vendas, principalmente das datas comemorativas que não atingiram o esperado movimento, culminando com o pior Natal dos últimos dez anos, cujas vendas correspondem a 25% do faturamento anual do comércio e normalmente garantem o fôlego do setor para enfrentar os três primeiros meses do ano seguinte. Foi o Natal da recessão, dos juros altos, da inflação e do desemprego – conjunto de fatores negativos que corrói o salário e diminui dramaticamente o poder de compra.
ARTIGO É com este mesmo cenário que adentramos 2017. O comércio do Rio de Janeiro deve se preparar para enfrentar tempos difíceis, caso a situação econômica e política do país não se resolva com mais rapidez. Estes problemas, aliados aos custos de operação cada vez maiores, têm provocado, dentre outras consequências nefastas, uma onda de fechamentos de lojas. Exemplo disso, segundo pesquisa do Centro de Estudos do CDLRio, mais de 730 estabelecimentos comerciais fecharam as portas apenas em janeiro no Município do Rio, 37,9% a mais do que no mesmo mês do ano passado. Em todo o Estado do Rio de Janeiro, também em janeiro, foram extintas 1.678 empresas, um aumento de 31,2% em relação ao mesmo mês de 2016 e, no ano passado, entre janeiro/dezembro, mais de 4.700 estabelecimentos comerciais do Município do Rio encerraram suas atividades, 23,1% mais em comparação com o mesmo período de 2015. Em todo o Estado do Rio de Janeiro foram extintas mais de 11.950 em 2016, mais 25,2% em comparação com 2015. Mas o comerciante, otimista por natureza, não pode esmorecer. O comércio quer e precisa crescer. Insiste em dar emprego e gerar renda, apesar do quadro caótico que o país atravessa, que inviabiliza investimentos e trata tão mal os setores produtivos, notadamente o comércio e os serviços. No caso específico da cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella tem um gigantesco desafio pela frente que só será vencido com trabalho árduo e disposição ao diálogo com a sociedade e suas entidades civis organizadas. É assim que, desde as suas fundações, em 1932 e 1955, respectivamente, o SindilojasRio e o CDLRio, investidos pela grande responsabilidade que é representar mais de 25 mil empresas lojistas associadas, cumprem o papel de estimular e defender as atividades do comércio, trabalhando sempre no sentido de ampliar o diálogo com o Poder Público e buscar um consenso que proteja as atividades comerciais, evitando um agravamento do quadro geral.
O momento exige atenção para questões cruciais que penalizam o comércio varejista e a cidade: a proliferação de ambulantes ilegais, que vendem mercadorias de origem duvidosa, produtos piratas e/ou roubados, prejudicando comerciantes e, também, o próprio consumidor; feiras varejistas temporárias, carga tributária e burocracia excessivas; e os aspectos relacionados à ordem e à segurança pública. A atuação da Guarda Municipal deve ir além do Centro, Zona Sul e pontos turísticos, para atender também os bairros das zonas Norte e Oeste, onde importantes áreas comerciais, que precisam ser revitalizadas, sofrem com a desordem urbana e a falta de segurança. O comércio sabe que 2017 será um ano difícil. Mas vamos trabalhar firme para que seja também o ano da superação das dificuldades e da volta aos trilhos do desenvolvimento social e econômico do nosso estado.
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Com essa disposição, o SindilojasRio e o CDLRio enviaram carta ao prefeito renovando o apoio e a disposição de unir esforços no enfrentamento dos problemas que impedem o crescimento da nossa economia e, consequentemente, a geração de mais empregos e renda.
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CAPA
Mudança de hábitos
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Como conquistar o consumidor cada vez mais exigente e conectado
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No rastro das velozes transformações tecnológicas e do alcance cada vez maior das mídias digitais, o comércio varejista vem passando por profundas mudanças em todo o mundo. Se antes era importante conhecer bem o cliente, agora isto tornou-se ainda mais necessário. Tornou-se uma questão de sobrevivência. Entender essas mudanças, sabendo identificar oportunidades e como implementar ações visando conquistar seu público consumidor é o desafio permanente de empresas e marcas do varejo. No Brasil, além da forte influência das inovações tecnológicas, o cenário político e econômico é, também, fator preponderante na mudança de hábitos do consumidor, que está mais exigente, mais informado e ainda mais atento aos seus gastos. Depois
de um período de prosperidade, com um boom de consumo entre 2006 e 2012 que permitiu a ascensão das classes C, D e E, a chamada nova classe média, o país atravessa uma prolongada recessão, agravada pelas incertezas na esfera política. Sem saber o que vem pela frente, o consumidor se retrai, evita gastar além do necessário, troca as marcas de sua preferência por outras mais baratas ou com valores agregados, investe só no que realmente importa para ele. O consumidor não quer abrir mão de seu padrão de vida, mas precisa decidir com equilíbrio em tempos de incerteza econômica. Com essa perspectiva, o consumidor está se reinventando. E as marcas, também, para atendê-lo de acordo com os seus novos desejos.
CAPA
Transparência – Pesquisa recente da Havas, com mais de 10 mil consumidores ao redor do mundo, mostrou que para 78% deles é “um pouco ou muito importante para uma empresa ser transparente”. E 70% disseram que “atualmente, faz questão de saber mais sobre as empresas das quais é consumidor”. Com esta perspectiva, a diferença entre o que é interno e o que é externo ao negócio está sumindo. Processos, cultura e valores internos são propriedade pública e parte da marca. Por isto, é preciso falar a linguagem dos seus consumidores: rápida, prática, informal. Eles já têm muita informação para lidar e algo que soa ineficiente pode não ser uma boa ideia. É preciso conectar os consumidores aos seus pares, porque eles confiam mais nas informações deles do que nas suas (leia artigo na página 18). Aspiração – Com o incremento das mídias sociais, a busca pelo status cresce em tamanho e intensifica-se, com o surgimento de uma classe média realmente global. Mais do que ambição no sentido de ter, a aspiração é ser. Ser mais bonito, mais saudável, mais inteligente, ter mais seguidores. Como aproveitar sua expertise para se aproximar deste consumidor? Mais uma vez, entre as respostas, está conectar seus consumidores uns aos outros.
Segundo a TrendWatching, agência que identifica e analisa tendências de consumo ao redor do planeta, com atuação em mais de 180 países para ajudar empresas a entenderem o novo consumidor e a identificarem oportunidades de inovação, o futuro ainda pertence àqueles que acreditam no progresso. E o progresso vem através da inovação. Em entrevista para a Endeavor Brasil, a estrategista em tendências para as Américas do Sul e Central da TrendWatching, Luciana Stein, elencou cinco aspectos que devem servir, mais do que nunca, como pilares para a inovação: transparência, aspiração, impacto positivo, tolerância e fortalecimento ou, para usar um conceito em voga, empoderamento. Ela afirma que, ao ter como referência um ou mais destes aspectos, os quais ela chama de “verdades”, a empresa fundamentará sua inovação em algo significativo e duradouro.
Tolerância – Aos diferentes contextos sociais, estilos de vida, escolhas e identidades. Muitas marcas já perceberam isto e sinalizam para seus consumidores a mudança, através de novos produtos, campanhas e ações publicitárias tendo como ponto de partida a tolerância às diferenças. Empoderamento – De acordo com Luciana Stein, esta verdade é a mais abrangente, por englobar as anteriores. “Estamos no meio de uma mudança de poder épico, que passa das instituições — leia-se governo, mídia e grandes empresas — para o indivíduo”, ressaltou a estrategista em tendências do consumo, lembrando que “ao colocar em prática uma dessas verdades, a empresa estará empoderando os indivíduos para que eles assumam o controle de suas vidas, seus espaços compartilhados e instituições, assim como o próprio futuro de cada um deles.” E conclui: “O que, por consequência, é a melhor maneira de garantir um futuro brilhante para a sua marca.”
Fontes: TrendWatching e Endeavor Brasil
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O QUE VOCÊ QUER DIZER, EM QUE VOCÊ ACREDITA E COMO VOCÊ FAZ O MUNDO MELHOR
Impacto positivo – Atuar com transparência e ética, investindo em modelos de inovação que priorizem o meio ambiente e o bem-estar social, é o caminho a ser trilhado pelas empresas que buscam perenidade. Causar impacto positivo, criando valores positivos para a marca é inserí-la no futuro.
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ARTIGO
Marketing Influenciador: o cliente é a sua melhor propaganda RENATO GUEDES Consultor de Marketing e Comunicação
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Você sabia que uma em dez pessoas pode afetar o comportamento de outras nove?
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Pois este é um relato presente no livro “The Influentials”, escrito por Jon Berry e Ed Keller, considerado uma referência no estudo da influência das pessoas na dinâmica do consumo. Baseado neste conceito, muitas empresas estão lançando mão do Marketing Influenciador, que é o conjunto de ações que ativa indivíduos que podem influenciar, via redes sociais, a preferência de outros a respeito de produtos, serviços e marcas. Esta ferramenta parte de um princípio muito simples. Na maioria das vezes, as pessoas se relacionam devido a coisas que as fazem se sentir conectadas, compartilhando ideias, desejos e propósitos. Por isso, empresas estão usando clientes como promotores de suas marcas. O cinema já retratou este
comportamento no filme “Amor por Contrato”, estrelado por Demi Moore. Nele, uma falsa família bem-sucedida é, na verdade, formada por vendedores profissionais, contratados por empresas, que têm a função de influenciar a vizinhança a comprarem os produtos que utilizam. Da fantasia para a realidade, é exatamente isto que acontece no dia a dia das pessoas. Algumas marcas de moda, por exemplo, presenteiam, com vales-compras, clientes que possuem uma boa rede de relacionamento virtual. Em troca, elas devem postar em suas redes sociais seu “estilo” com as roupas da loja. Estes looks reverberam através de curtidas e compartilhamentos, sendo promovidos intensamente. A Hershey's, uma das maiores produtoras de chocolates do mundo, fez uma ação onde dava
ARTIGO Existem inúmeras ideias, como a participação de clientes em catálogos e campanhas das empresas ou consumidoras que fazem suas receitas culinárias em espaços gourmet de algumas lojas. Certamente, todos irão compartilhar suas experiências e, também, seus “15 minutos de fama”, como diria o artista plástico Andy Warhol. Com planejamento e criatividade, as empresas podem elaborar ações e inserir seus clientes
no contexto, promovendo seus negócios e influenciando grande parte de sua rede virtual com suas experiências. O Marketing Influenciador é uma ótima opção, pois as pessoas julgam autênticas as recomendações de indivíduos de sua confiança. Tendo os clientes como “atores” e “promotores” de suas ações, as empresas se beneficiam dessa influência para alavancar o seu conteúdo, produto ou serviço. Em um mercado cada vez mais tecnológico, que está na ponta dos dedos, dê adeus ao “boca a boca” e se jogue no marketing “like a like”! Cada vez mais as informações são “curtidas” e compartilhadas de modo instantâneo. Se a sua empresa não tiver uma estratégia digital, não terá estratégia alguma. Já as marcas que usarem os “clientes influenciadores” a seu favor, conseguirão promover ainda mais o seu negócio.
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amostras de seus produtos. Para ganhar o mimo, a pessoa se posicionava em frente a um totem, era fotografada junto à marca da empresa e, depois, era incentivada a postar a imagem. Já a empresa de cruzeiros Royal Caribbean deu viagens de presente para que pessoas postassem suas experiências durante os passeios. O que vai junto de tudo isso? A marca!
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ENTREVISTA Helio Donin Jr., diretor da Fenacon
eSocial entra em vigor em 2018 Sistema começa a ser testado em junho A partir de janeiro de 2018, a utilização do eSocial será obrigatória para as grandes empresas. E, em julho do ano que vem, será estendida para as demais empresas.
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O sistema é similar ao eSocial de empregada doméstica, porque unifica as informações trabalhistas e fiscais.
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O sistema está sendo homologado para testes neste mês de junho. Segundo a Receita Federal, a implantação do eSocial diminuirá o custo das empresas, além de coibir a sonegação. Para esclarecer dúvidas sobre o eSocial, a revista O Lojista ouviu Helio Donin Jr., diretor da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis - Fenacon e suplente da Diretoria do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Periciais, Informações e Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – Sescon-RJ.
O eSOCIAL SERÁ OBRIGATÓRIO PARA EMPRESAS DE TODOS OS PORTES OU HÁ EXCEÇÕES? – O Comitê Gestor do eSocial determina que as empresas com faturamento superior a R$ 78.000.000,00/ano (base 2016) devem, obrigatoriamente, aderir ao eSocial em janeiro de 2018 e as demais empresas em julho do ano que vem. Todas as empresas são obrigadas a aderir ao eSocial nestes prazos, inclusive as empresas enquadradas no Simples Nacional. Não há exceções, sendo todas obrigadas à adesão.
O SISTEMA COMEÇA A SER TESTADO AGORA, EM JUNHO. COMO SERÃO ESSES TESTES? – Na realidade, os testes internos já estão em andamento. As empresas-piloto e empresas de software, integrantes do Grupo de Trabalho do eSocial da Fenacon, fizerem testes em maio. O cronograma prevê a abertura externa do ambiente de testes agora, em junho, para que as empresas de software em geral e os contribuintes possam iniciar seus testes. É importante ressaltar que esse ambiente de testes é funcional. Os dados serão descartados e não têm valor legal, dando segurança e liberdade às empresas para testar essas estruturas. É uma ótima oportunidade para validarmos nossos sistemas e estruturas internas, antes do eSocial entrar em vigor de forma definitiva.
– O eSocial é uma ação conjunta entre Secretaria da Receita Federal do Brasil, Ministério do Trabalho, Instituto Nacional do Seguro Social e Caixa Econômica Federal, estando seu desenvolvimento tecnológico a cargo do Serpro. O Comitê Gestor do eSocial é responsável pela sua gestão e regulamentação. Cada órgão acessará o ambiente do eSocial, exclusivamente nas informações de sua competência, tornando-o, assim, um repositório único dessas informações, que são distribuídas para cada ente participante. Isto representa um marco na estrutura de entrega de informações ao governo.
ENTREVISTA
QUAL ÓRGÃO GOVERNAMENTAL SERÁ RESPONSÁVEL PELO CADASTRAMENTO DAS EMPRESAS E PELO ACOMPANHAMENTO DAS INFORMAÇÕES NO eSOCIAL?
O esocial atende uma solicitação da classe empresarial pelo fornecimento único de informações, evitando duplicidade de entrega e reduzindo o risco de divergências nos dados.
O NOVO SISTEMA IRÁ, REALMENTE, SIMPLIFICAR O COTIDIANO DAS EMPRESAS, SUBSTITUINDO OBRIGAÇÕES COMO O CAGED, RAIS, SEFIP E OUTRAS? – Sem dúvida, existe um custo inicial de implantação, como ocorre com qualquer novo sistema. Mas, depois de implantado, trará benefícios. Hoje, temos o departamento de pessoal muito manualizado e oneroso para as empresas. São muitos arquivos em papel, processos manuais e, inclusive, anotações feitas à mão em carteiras de trabalho e no Livro de Registro de empregados. Tudo isso deve mudar. Não teremos mais as entregas de DIRF, CAGED, RAIS, SEFIP e DCTF (as informações de funcionários serão automáticas na DCTF-WEB) e isso facilitará muito o compliance tributário e fiscal das empresas. Ressalto que as empresas devem ter, nos seus planejamentos de implantação, o cuidado de parametrizar e colocar em prática os benefícios internos do eSocial. Outro ponto importante será a guarda de informações de forma eletrônica no ambiente do eSocial, por meio de entregas por certificado digital, não mais necessitando a guarda física de documentos em várias situações. Isto reduzirá os custos de armazenamento e manipulação de documentos.
– Alguma barreiras são visíveis, tais como: mudança cultural e estruturação do setor de DP e RH, entre outras. Precisamos entender a nova filosofia que o eSocial traz, adequando os processos das empresas nesse novo formato. O eSocial não altera a Lei, mas faz com que ela seja cumprida. Algumas práticas não previstas em Lei são efetuadas pelo mercado de uma forma geral e, no eSocial, precisarão ser ajustadas. Um exemplo simples é a pré-admissão do funcionário. No mercado, muitas vezes, o processo de admissão é feito após o início do trabalho do funcionário, o que não é permitido em Lei. Esses ajustes e alterações devem ser planejados no processo de implantação, para evitar problemas no ambiente do eSocial. Planejamento é o ponto principal do processo de implantação. As empresas podem recorrer ao mercado, para contratar profissionais especializados no eSocial, a fim de ter uma correta implantação e aproveitar os benefícios que o sistema oferece.
O eSocial atende uma solicitação da classe empresarial pelo fornecimento único de informações
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QUAIS DIFICULDADES AS EMPRESAS PODEM ENFRENTAR NA TRANSIÇÃO PARA O eSOCIAL?
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SERVIÇOS PARA O LOJISTA Revista O Lojista | Maio e Junho de 2017
Registros na Jucerja devem ser regularizados até 14 de julho
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A Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro – Jucerja informa aos empresários individuais e sociedades empresariais, que estão há mais de 10 anos sem procederem qualquer arquivamento, mas desejam manter-se em funcionamento, que têm prazo de 60 dias a partir da publicação do edital, no último dia 17 de maio, para regularizarem seus registros. Isto porque a Jucerja promoverá o cancelamento do respectivo registro e a consequente perda do nome comercial das empresas. O prazo para esta regularização se encerra no dia 14 de julho. Para verificar a situação de sua empresa, basta consultar, no site da Jucerja, (www.jucerja.rj.gov.br), por meio do NIRE e do CNPJ o respectivo status. Caso conste como inativa e quiser mantê-la ativa, será preciso apresentar petição de comunicação de funcionamento, conforme modelo disponibilizado
no próprio site. Esta obrigação encontra-se fundamentada no Decreto Federal de nº 1.800/96, art. 32, inciso II, alínea h, na Lei Federal de nº 8.934/94 e na instrução normativa DREI nº 5/13. Além da petição, o empresário deverá adquirir a capa da Junta comercial em qualquer papelaria e retirar a guia na internet no site do órgão, referente à taxa de registro, no valor de R$ 159,00 (cento e cinqüenta e nove reais). O Núcleo de despachantes do SindilojasRio está à disposição para mais esclarecimentos, pelo e-mail: sindilojas.despachante@gmail.com ou pelo telefone (21) 2217-5049. Empresas lojistas associadas ao SindilojasRio podem regularizar sua situação utilizando os serviços do sindicato.
SERVIÇOS PARA O LOJISTA
Torne a sua empresa mais conhecida e aumente as suas vendas Quer ter mais resultados divulgando sua empresa em nosso site? Sabemos que, atualmente, cada vez mais empresários estão preocupados em saber como divulgar uma empresa na internet, mas nem sempre encontram uma resposta objetiva para essa questão.
É um excelente canal para apresentar sua empresa na mídia. Afinal, uma boa chamada atrai a curiosidade do público que está visitando nossa página, levando-o a conhecer o seu negócio. Nosso painel, banner do site, fica destinado aos anúncios de nossos produtos e serviços e este mesmo formato de divulgação está aberto para outras divulgações. Sua empresa também pode aparecer em nosso site com mais detalhamento, atingindo milhares de pessoas com uma simples inserção de um banner de seu negócio.
Estamos sempre trabalhando pelo sucesso do comércio e do seu negócio e convidamos sua empresa a fazer parte de nossas divulgações digitais: mais informações, contate-nos pelo telefone 21 2506-1228 ou pelo e-mail: abraao@cdlrio.com.br
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Por conta disso, resolvemos criar este pequeno canal através de nosso portal. O site do CDLRio (www.cdlrio. com.br) tem o propósito de fornecer subsídios ao lojista e aos nossos associados quanto às informações da nossa entidade e de nossos produtos e serviços. Hoje nosso site é considerado um dos líderes da categoria sendo acessado diariamente por diversos públicos.
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DESTAQUES
Dia das Mães Uma data sempre especial
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Para celebrar o Dia das Mães, uma das datas mais importantes para o comércio, o SindilojasRio e o CDLRio promoveram sua tradicional homenagem às mães lojistas e comerciárias no último dia 18 de maio, na sede do sindicato.
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Na ocasião, foram homenageadas a empresária lojista Maryelly Novais Prado, proprietária da Vegas Plastic, com estabelecimentos na Avenida Marechal Floriano, no Centro, e no Cadeg, em Benfica, e a comerciária Priscila Cruz da Silva Guilherme, funcionária das Lojas Americanas do Shopping RioSul, que foi indicada pelo Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro. O vice-presidente do SindilojasRio, Julio Martins Piña Rodrigues, representando o presidente das duas entidades, Aldo Gonçalves, abriu o evento, exaltando o papel da mãe como alicerce da família e da sociedade. Destacou as razões que levaram à escolha das mães de 2017 e parabenizou as mães, colaboradoras das entidades que participaram da cerimônia, pela data.
O presidente do Sindicato dos Comerciários – SEC-RJ, Márcio Ayer – que elogiou a iniciativa e frisou a importância da união e do diálogo para a construção do país – e o superintendente-administrativo do CDLRio, Abraão Flanzboym, integraram a mesa da cerimônia. Mãe da pequena Valentina, além de cumprir sua rotina familiar e de empresária, Maryelly Prado ainda arruma tempo para se dedicar aos mais carentes, com um belo trabalho na área social. Junto com empresas parceiras, ela desenvolve diferentes ações voltadas às crianças das comunidades do Santa Marta, Cantagalo, Pavão-Pavãozinho e Vidigal, na Zona Sul do Rio, e, também, ajuda na preparação de crianças de comunidades na área da Central do Brasil para o desfile das escolas de samba do Amanhã, durante o carnaval. A empresa é especializada em sacos e sacolas para lixo, sendo a matéria-prima dos produtos reciclada pela indústria do pai, em Uberlândia (MG). Lá, também, Maryelly cumpre um
Ao comentar a homenagem, ela agradeceu o convite feito pelo empresário Roberto Cury, presidente da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca – Sarca e vice-presidente de Relações Institucionais do SindilojasRio; agradeceu aos pais, que vieram de Minas especialmente para o evento; e, otimista, como todo bom lojista, declarou que, apesar de o País atravessar um momento difícil, a união de todos ajudará a vencer a crise. “Bola pra frente, que o Brasil é nosso!”, conclamou Maryelly.
As mães lojista e comerciária receberam diplomas, buquês de rosas e presentes, que foram entregues pelo presidente do SEC-RJ, Márcio Ayer, pelos vice-presidentes do SindilojasRio Julio Piña, Roberto Cury e Pedro Conti, pelo superintendente do CDLRio, Abraão Flanzboym, e pelas senhoras Sandra Regina Conti, Heloísa Piña e Ana Maria Alves (foto da página ao lado). Há 44 anos, o SindilojasRio homenageia a mãe comerciária. A partir de 1997, junto com o CDLRio, passou a prestigiar, também, a mãe lojista. Comemorar o Dia das Mães representa, para as entidades do comércio, sempre uma oportunidade de celebrar o exemplo de tantas mulheres que conciliam sua dedicação à família com as exigências profissionais.
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Já a rotina da comerciária Priscila Guilherme não é diferente de tantas mães brasileiras. Mãe de três filhos – Karina, Kayque e Katherine – ela sai cedo de Nova Iguaçu, onde vive, na Baixada Fluminense, para trabalhar nas Lojas Americanas do RioSul, se revezando entre as funções de caixa e de atendimento ao consumidor. As crianças ficam sob os cuidados da sogra e da cunhada, até Priscila voltar, à
noite, ainda com fôlego para dar atenção aos filhos, ao marido e à casa. Durante a homenagem, com a pequena Katherine no colo, de apenas cinco meses, ela disse que estava muito feliz com a indicação do seu nome pelo Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro e declarou que aprender todos os dias é uma de suas principais motivações para o trabalho.
DESTAQUES
importante papel social: reformou a creche Maria Cândida, construiu um berçário para mães carentes terem onde deixar seus bebês e presta assistência a cerca de dois mil catadores de papéis e plásticos.
A comerciária Priscila Guilherme (à esq.) e a lojista Maryelly Prado posam com as filhas, após serem homenageadas como as mães do comércio em 2017
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SAÚDE E BEM-ESTAR
TABACO - UMA AMEAÇA AO DESENVOLVIMENTO No dia 31 de maio foi celebrado com diversas ações, ao redor do mundo, o Dia Mundial Sem Tabaco, por meio de uma parceria da Organização Mundial da Saúde (OMS) com seus 192 países membros, dentre os quais o Brasil, onde a campanha é coordenada pelo INCA. A data visa a chamar a atenção, informar, conscientizar governos e toda a sociedade sobre os danos que o tabaco causa, não só ao seu usuário, o fumante, como a todos os que convivem em ambientes poluídos pela fumaça do tabaco. O tabagismo é reconhecido, cada vez mais, como um grave problema de Saúde Pública, devido à enorme complexidade de danos causados à saúde, à economia, ao meio ambiente e à sociedade de um modo geral. È a maior causa isolada, evitável, de doença e morte no mundo, e, pelo número cada vez maior de fumantes, é considerado uma grave pandemia. No Brasil o tabagismo é responsável, em média, por 100 mil mortes anuais, ou seja, 10 mortes a cada hora. A última pesquisa nacional do IBGE sobre o tabagismo mostrou que, hoje, existem, no Brasil,
30,6 milhões de fumantes, equivalendo a 32,6% da população maior que cinco anos. Em 2017, o tema escolhido foi “Tabaco – Uma ameça ao desenvolvimento”. Além dos danos à saúde pública, a produção e o consumo de produtos do tabaco geram importantes impactos socioambientais pouco conhecidos pela população. No Brasil, estudo sobre o impacto econômico do tabagismo no sistema brasileiro de saúde, revelou que, em 2011, foram gastos R$ 23 bilhões com o tratamento de algumas das mais de 50 doenças tabaco-relacionadas. A epidemia global do tabaco mata quase 6 milhões de pessoas por ano, das quais mais de 600 mil são não fumantes, vítimas do fumo passivo. Sem alterações de cenário, estão previstas mais de 8 milhões de mortes por ano a partir de 2030. Mais de 80% dessas mortes evitáveis atingirão pessoas que vivem em países de baixa e média renda. Daí a importância de ações que alertem e mobilizem a sociedade, cobrando medidas que controlem e reduzam o tabagismo.
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BENEFÍCIOS DE PARAR DE FUMAR
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Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro. Saiba o que acontece, segundo o INCA, se alguém parar de fumar agora: - Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal; - Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue; - Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza; - Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor; - Após 2 dias, o olfato já percebe melhor cheiros e o paladar já degusta melhor a comida; - Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora; - Após 1 ano, o risco de morte por infarto é reduzido à metade; - Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram; Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, menor será o risco de adoecer.
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HISTÓRIA E CURIOSIDADES DO COMÉRCIO
CURIOSIDADES Dia dos Namorados no Brasil
É comemorado na véspera do 13 de junho, Dia de Santo Antônio, reverenciado como santo casamenteiro. A proximidade das datas é coincidência, pois tudo começou em 1949, em São Paulo, quando o publicitário João Dória trouxe a ideia do exterior como uma possível alternativa para melhorar as vendas de junho que era, na época, o mês mais fraco para o comércio. Ele instituiu a data com o slogan “Não é só com beijos que se prova o amor”. Para a felicidade dos comerciantes, a moda pegou e, desde então, o dia 12 de junho tornou-se o Dia dos Namorados no Brasil.
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Dia das Mães no Brasil
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O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre (RS), em 12 de maio de 1918. Em 1932, a data foi oficializada no segundo domingo de maio, mas permaneceu desconhecida por mais de 16 anos. Uma agência de propaganda, em 1948, inseriu a data no calendário promocional do País. A Exposição (uma das empresas fundadoras do CDLRio), que sugerira a campanha nos moldes americanos, apostou na ideia e obteve uma boa resposta. O sucesso se repetiu até o dia tornar-se a segunda data mais importante para o comércio.
Alta-costura
Para diferenciar ainda mais os ricos das demais classes sociais, o costureiro inglês Charles Frederick Worth desenvolveu, no século 19, a alta-costura na França, caracterizada pela produção de peças exclusivas, muito caras e para poucos clientes. Worth criou, ainda, roupas de acordo com as estações do ano, que, hoje, conhecemos como coleções ou moda primavera-verão e outono-inverno.
Tradição em uniformes Até a década de 50, os colégios no Rio de Janeiro disputavam entre si para ver qual tinha a farda mais elegante e bonita. E para colaborar nessa competição, havia A Colegial, loja que tinha a primazia de liderar o comércio de uniformes no Rio. A empresa mantinha uma grande confecção, onde as fardas eram produzidas em série para atender à demanda. Criada em 8 de outubro de 1925, seus fundadores entraram firme nesse ramo comercial, pois, na época, faltava um estabelecimento que atendesse à procura por uniformes escolares. A primeira loja ficava no Largo de São Francisco, no Centro do Rio. A Colegial criava os modelos e enviava às escolas para aprovação. Assim, surgiram fardamentos belíssimos, constituindo uma tradição cultural. Nesse sentido, o modernismo afetou a indústria de uniforme. A não ser as escolas mais tradicionais, que mantinham as antigas fardas, as demais começaram a liberar os alunos em relação aos uniformes. Aos poucos, eles foram cedendo lugar aos tênis, jaquetas, calças jeans, bem como à grande variedade de indumentárias usada pela juventude. A Colegial foi fundada por dois portugueses: Antônio Garcia e Paulo Lemos. Ambos deixaram um expressivo legado: quando morressem, a empresa deveria passar para os empregados, por meio de um sistema de mérito para escolher os mais indicados aos cargos na diretoria. Assim, em 1992, A Colegial passou a ser dirigida por antigos colaboradores. Edgard Rodrigues, um dos mais antigos, pois começou a trabalhar quando A Colegial foi inaugurada, presidiu a empresa até se aposentar. Os demais diretores de sua gestão também foram empregados. “Ir atrás dos clientes”. Esta foi sempre a filosofia da empresa, o que motivou a abertura de lojas nos bairros cariocas de Ipanema, Méier, Tijuca, Bangu, Ramos e Madureira, e, também, nas cidades fluminenses de Petrópolis e Niterói. Nas lojas da A Colegial, o momento da venda tornou-se pitoresco e segue na memória do Comércio: o fechamento da compra era acompanhado pelo costumeiro grito do vendedor: “Caixa!” Aparecia logo um garoto, que pegava as mercadorias e o dinheiro, levando tudo para o fundo da loja. Quando voltava, entregava o pacote, a nota fiscal e o troco ao cliente.
HISTÓRIA E CURIOSIDADES DO COMÉRCIO
A COLEGIAL
LEGISLAÇÃO E TRIBUTOS
Obrigações dos Lojistas Junho e Julho de 2017
01/06 DCT - Imediatamente após admissão de 03/07 funcionário não cadastrado no PIS, preencher o DCT e apresentar à CEF, para efetuar o cadastramento.
05/06 ICMS - Pagamento do imposto pelos contri05/07 buintes relacionados no anexo único do Decreto nº 31.235/2002, referente ao mês anterior.
07/06 FGTS - Efetuar o depósito correspon07/07 dente ao mês anterior. 07/06 CAGED - Cadastro de Empregados. Remeter via internet, pelo programa ACI, 07/07 informando admissões, desligamentos e transferências ocorridos no mês anterior.
09/06 IR/FONTE - Referente a fatos geradores 10/07 ocorridos no mês anterior. 12/06 ISS - O prestador deve gerar no sistema documento de arrecadação relativo às 10/07 NFS-e emitidas. O recolhimento do imposto das NFS-e deve ocorrer até o dia 10 do mês seguinte à emissão.
12/06 ICMS: Empresas varejistas e atacadistas 10/07 devem efetuar o recolhimento do tributo relativo ao mês anterior.
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14/06 PIS, COFINS, CSLL - Referente a fa14/07 tos geradores das 2ª quinzena do mês
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(maio/junho-2017). Retenção de contribuições: pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL). Super Simples/Simples Nacional -
20/06 Pagamento do DAS do mês anterior 20/07 (maio/junho=2017).
20/06 INSS - Recolher contribuição previ20/07 denciária do mês anterior. (Prorrogado o prazo para o dia 20 pela MP nº 447, DOU em 17/11/08).
20/06 DCTF Mensal- Instituído para atender 20/07 as inovações da Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11/12/2015, como a exigência da declaração para empresas do Simples Nacional que estão sujeitas ao pagamento da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). COFINS - Recolher 3% sobre a receita do
23/06 mês anterior, exceto empresas tributadas 25/07
no lucro real. (Prorrogado o prazo para o dia 25 pela MP nº 447, DOU em 17/11/08).
23/06 COFINS - Recolher 7,6% para empresas 25/07 tributadas no lucro real. (Prorrogado o prazo para o dia 25 pela MP nº 447, DOU em 17/11/08).
23/06 PIS - Recolher 0,65% sobre as opera25/07 ções do mês anterior. (Prorrogado o prazo para o dia 25 pela MP nº 447, DOU em 17/11/08).
Contribuição Sindical dos Emprega-
30/06 dos - Efetuar o desconto do salário dos 31/07 empregados admitidos em débito com a obrigação, para recolhimento a favor do sindicato profissional.
30/06 PIS, COFINS, CSLL: relativos a fatos 31/07 geradores da 2ª quinzena do mês de
junho/julho-2017 (retenção de contribuições: pagamentos de PJ a PJ de direito privado).
30/06 IR/PJ - Empresas devem recolher o tributo incidente sobre a apuração do mês anterior. 31/07 Contribuição Social - Empresas tributa-
30/06 das com base no lucro real, presumido ou 31/07
arbitrado, devem recolher o tributo incidente sobre a apuração do mês anterior.
O LOJISTA RESPONDE
Pergunte! O SindilojasRio oferece às empresas lojistas associadas e, também, às não associadas, consultas jurídicas gratuitas, que podem ser feitas de 2ª a 6ª feira, das 9h às 17h, pelo telefone (21)2217-5062. E, a cada edição, O Lojista esclarece dúvidas enviadas à advogada Luciana Mendonça, da Gerência Jurídica do SindilojasRio.
ou inválido de qualquer idade, desde 1º de janeiro de 2017, é de: R$ 44,09 para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 859,88; e R$ 31,07 para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 859,88 e igual ou inferior a R$ 1.292,43.
FÉRIAS INDIVIDUAIS PODEM SER FRACIONADAS?
– Não. As faltas justificadas por lei são consideradas como ausências legais e não podem ser consideradas na determinação do número de dias de férias.
EMPREGADO QUE SOFRE ACIDENTE DE TRABALHO, NÃO SE AFASTANDO PELO INSS, TEM DIREITO À ESTABILIDADE?
– Conforme o art. 14 do Decreto nº 5.598/05, ficam dispensadas da contratação de aprendizes: as microempresas e empresas de pequeno porte e as entidades sem fins lucrativos, cujo objetivo seja a educação profissional.
– Não. Quem sofrer acidente de trabalho tem garantida a manutenção do seu contrato na empresa pelo prazo mínimo de 12 meses, após a cessação do auxílio-doença acidentário. A estabilidade não alcança empregados que se acidentaram mas não gozaram de benefício, recuperando-se no período em que receberam remuneração da empresa (primeiros 15 dias consecutivos de afastamento).
QUEM PEDE DEMISSÃO TEM DIREITO À REDUÇÃO DE DUAS HORAS DIÁRIAS OU DISPENSA DOS SETE ÚLTIMOS DIAS PARA BUSCAR UMA NOVA COLOCAÇÃO?
QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA QUE HAJA ALTERAÇÃO NO CONTRATO DE TRABALHO? O AVISO PRÉVIO PODE COMEÇAR EM UM FERIADO?
QUAIS SÃO AS EMPRESAS DISPENSADAS DA CONTRATAÇÃO DE MENOR APRENDIZ?
– Não. Só o empregado dispensado sem justa causa tem direito à redução de duas horas ao dia ou ao não comparecimento nos sete últimos dias do aviso prévio trabalhado.
QUAL O VALOR DA COTA DO SALÁRIO-FAMÍLIA EM VIGOR?
– O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 anos de idade,
– Segundo o art. 468 da CLT, o empregador deverá observar os seguintes requisitos: mútuo consentimento das partes; que o empregado não sofra prejuízo, direta ou indiretamente, não só pecuniário, mas de qualquer natureza (benefícios, jornada de trabalho, vantagens, saúde e segurança, etc.). Alterações em desconformidade com estes requisitos não produzirão efeito no contrato de trabalho.
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– Conforme o art. 134 da CLT, apenas em casos excepcionais, as férias individuais podem ser concedidas em dois períodos, sendo que um deles não pode ser inferior a 10 dias corridos. Aos menores de 18 e aos maiores de 50 anos, as férias são sempre concedidas de uma só vez.
AS FALTAS LEGALMENTE JUSTIFICADAS PODEM SER DESCONTADAS DAS FÉRIAS?
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OPINIÃO
vesse a capacidade e o poder de excluir certas palavras, de proibí-las mesmo que momentaneamente de serem pronunciadas, cortaria do nosso vocabulário corrupção, crise, exploração, desemprego, inflação e violência entre outras. Eu sei que é utopia, pois ninguém tem o poder de proibir o uso das palavras. Mas, uma coisa é certa: contribuiria para estimular a autoestima das pessoas.
Não sou dotado da capacidade de adivinhar as coisas ou de fazer previsões sobre o futuro. Ainda mais nos tempos atuais. E vem à cabeça o samba famoso, que pergunta “Como será o amanhã, responda quem puder. ”
É o sonho de uma noite de verão? Certamente é, porém, convenhamos, seria maravilhoso conviver sem essas notícias. No lugar delas, as manchetes seriam mais ou menos assim: País volta a crescer consistentemente; inflação zero estimula investimentos; deputados e senadores são aplaudidos nas ruas pelos bons exemplos; operação Lava Jato acaba com todos os envolvidos presos; justiça julga processos em menos de um mês e bate recorde de produtividade; desemprego zero no país; sistema de saúde acaba com as filas para consultas e cirurgias; comércio reativa lojas fechadas e retoma o crescimento; e, por fim, Brasil vive o seu melhor momento dos últimos cinquenta anos.
Vou logo dizendo que eu não posso. Deixo para os entendidos que, mesmo assim, têm errado muito, frustrando aqueles que acreditam em previsões tão anunciadas ao fim de cada ano. Prefiro, por exemplo, usar minha experiência de mais de 40 anos militando como professor e consultor nas áreas de educação, treinamento e de comércio varejista. Aí sim, posso fazer sugestões, indicar caminhos e mostrar exemplos consistentes de sucessos e, também, de insucessos.
Esse seria o mundo ideal celebrado na canção “What A Wonderful Word” (“Que mundo maravilhoso”), interpretada pelo inesquecível Louis Armstrong. Isso é o que desejo para todos nós. Que este ano falemos menos de corrupção, crise, desemprego e violência. Que todos os setores produtivos retomem o caminho do crescimento, porque só assim se gera emprego e renda, e gira a economia. Vamos tirar o R da palavra Crise e deixar apenas Crie.
ABRAÃO FLANZBOYM, SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO DO CDLRIO
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COMO SERÁ O AMANHÃ
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A verdade é que, diante de tantos problemas e do difícil cenário econômico e político que contaminam toda a sociedade, que acorda a cada dia com novas denúncias, estamos perdendo a capacidade de nos indignarmos. Parece que isso faz parte do cotidiano da cidade, do estado e do País. Mas, não é sobre isso que quero falar. Quero falar sobre coisas positivas, que estimulem as pessoas. Quero lembrar que há vida além de todo esse momento tortuoso que atravessamos. Quero dizer que, se ti-
Que este ano falemos menos de corrupção, crise, desemprego e violência
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