Revista do Movimento Encontrão - Reencontrando nossos valores - Edição 02 - Ano 2012
movimento Reencontrando nossos valores
2 Editorial
O exercício de olhar novamente nossos valores, e através deles mirar o futuro nos traz mais perto de nossa vocação. Vocação que queremos honrar como pessoas e como movimento. Vocação que nos coloca no lugar certo no trabalho do Reino e nos dá coragem de caminhar mesmo em tempos desafiadores. Agora, se queremos ser fiéis ao chamado de Deus, precisamos olhar para alto e buscar do próprio Deus o foco que nos direciona à Sua vontade. Se cairmos na tentação de olhar de mais para nós mesmos ou para os que estão à nossa volta, fatalmente desviaremos. Essa edição, que sai no contexto do Encontrão Nacional 2012, quer nos inspirar a olhar mais longe, mas não sem considerar nossos valores, nossa história e a vocação para a qual o Pai nos têm capacitado! Nossos Valores: 1. Buscar uma relação construtiva e participativa com a Bíblia, a partir da sua centralidade como uma das colunas da nossa fé. 2. Vivenciar a oração como uma prática que afirma a nossa dependência de Deus e a riqueza da relação com ele. 3. Comprometer-nos com a unidade cristã e buscar a sua concretização na comunidade e no relacionamento mútuo. 4. Pautar a nossa relação pelo valor da família e da fraternidade, com integridade ética e sob a marca da informalidade e da horizontalidade. 5. Acentuar o sacerdócio geral de todos os crentes sob a marca do exercício de dons e talentos.
olhando para o alto para enxergar além
expediente
Rodrigo Robinson Editor
Revista Movimento Revista de circulação interna do ME Edição anual de 2012 Tiragem: 4.000 exemplares Distribuição gratuita
Diretor Executivo ME: Airton Härter Palm Coordenação Editorial: Rodrigo Robinson Diagramação: Rodrigo Robinson Pré-edição: Joana Bauer Wulff Revisão: Edson Munck Jr Leitura de Prova: Joana Bauer Wulff
Movimento Encontrão Rua Francisco Caron, 630 CEP 82120-200 - Pilarzinho Curitiba/PR (41) 3302-5100 - me@me.org.br
por Airton Härter Palm, Diretor Executivo do ME
“
Unidade 15
Gratidão no sustento
Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia.” (Sl 34.8)
Seguidamente, Deus nos desafia a prová-lo, relacionando Sua fidelidade às muitas promessas, conforme constam na Bíblia. Seria muito oportuno fazer um estudo sobre o assunto, mas neste espaço quero mais é testemunhar do privilégio e consequências que temos de darmos passos de fé. Minhas mudanças, de Caxias do Sul para Canguçu, de lá para Curitiba, e daí para o Sertão Nordestino, tinham a ver com chamados de Deus. Na missão, aprendi que esta dependência pode ser bem radical, pois essas transições sempre significaram redução de salário/sustento, mas todas elas foram compensadas de alguma maneira. Nós não seguimos a teologia da prosperidade, mas, em várias passagens bíblicas, fica evidente que Deus nos permite provar a Sua fidelidade. Ou seja, os passos de fé serão respondidos conforme os propósitos do Senhor e, nisso, toda a
Como posso contribuir? Temos buscado alternativas para facilitar sua doação, estamos colocando à disposição os seguintes recursos: > Transferência em nossa conta corrente, no Banco do Brasil e Bradesco; > Boletos do Banco do Brasil pagáveis em qualquer banco – remessa via correios; > Via depósito bancário;
igreja cresce. Além disso, atos de renúncia são bons corretivos ao nosso exagerado consumismo. O evangelho não nos deixa passivos, por isso, passos de fé e atos de renúncia são disciplinas saudáveis que alimentam a gratidão a Deus. No Centro de Pastoral e Missão, novamente, experimentamos os resultados de renunciar a “direitos”. Foi necessário por causa do aperto sem precedentes em nossa história. No entanto, em 2011, vimos nossos saldos saírem do zero para superávits em todos os ministérios. Posso testemunhar que também o orçamento do Encontrão Nacional exigia passos de fé. Todos nós pudemos ver e ouvir a aprovação e recompensa havida nesse encontro; somos bemaventurados. Louvamos a Deus e vamos agradecê-lo! Novos passos de fé virão, mais renúncias, recompensas, outras ofertas e muita gratidão. Uma dinâmica para a qual você está convidado!
Nossas contas bancárias são: Banco do Brasil Ag. 1622-5 / CC. 209878-4 Banco Bradesco Ag. 1342 / CC. 029868-9 Você também pode utilizar as contas bancárias destacadas nas páginas anteriores em cada departamento.
2 1 0 2 N E s o t n e Mom
19 a 24/03: Congresso Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino Juazeiro do Norte/CE www.congressosertaonordestino.com.br
24 e 25/03: Assembléia Geral do Movimento Encontrão CPM- Curitiba/PR 23 e 24/06: Encontro de Lideranças Hotel Tropicanas - Canasvieiras Florianópolis/SC Palestrante: Vilnei Varzim 09 a 13/07: Congresso Latino Americano de Evangelização - CLADE V San José – Costa Rica Tema: Sigamos a Jesus em seu reino de vida. Guia-nos, Espírito Santo! www.clade5.org 13 a 16/08: Encontro de Obreiros Hotel São Sebastião - Campeche Florianópolis/SC Tema: Igreja e pastoreio nos planos de Deus Palestrante: Ricardo Agreste 25 e 26/08: Encontro de Profissionais Liberais e Empresários Cristãos Hotel São Sebastião - Campeche Florianópolis/SC Tema: Capital Espiritual Palestrante: Eduardo Rosa Pedreira 08 e 09/12: Encontro de Líderes de Grupos de Casais Hotel Tropicanas - Canasvieiras Florianópolis/SC Palestrantes: Claudio e Lorita Gernhardt Escola de Líderes-Ministério Jovem Haverá encontros regionais. Fique atento no site para verificar datas e locais mais próximos a você. Inscrições e informações acompanhe no site: www.me.org.br
Fotos: Lisandra e Roberta Krüger
Agenda 2012
Participe dos eventos organizados e/ou apoiados pelo Movimento Encontrão em 2012:
Bíblia 3
Regresse por outro caminho Fotos: Lisandra e Roberta Krüger
por Gislaine Darde Krüger, publicitária, Novo Hamburgo, RS
Com base na passagem bíblica “A visita dos magos” (MT 2: 1 a 12), Mário Velho, Secretário Geral da Igreja Luterana de Angola, abriu o Encontrão Nacional, instigando o povo a regressar por outro caminho. Os Reis Magos quando foram visitar Jesus levavam uma orientação do Rei Herodes de voltar para contar o que havia acontecido. Astutamente, Herodes queria usá-los para chegar a Jesus. Contudo, eles foram avisados que não deveriam voltar pelo mesmo lugar e obedeceram. E nós, o que temos feito? Perguntou o Mário Velho a mais de três mil pessoas que se encontravam em Ituporanga, no feriado de Carnaval. Quando Herodes questionou os escribas sobre o local do nascimento de Jesus, eles responderam que “já estava escrito”. Para Mário Velho, isso é o que vai obrigar a Igreja de Deus a voltar por outro caminho. Em Mt 4:4, lê-se
“Jesus, porém respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus”. Muitas preocupações fazem parte do dia-a-dia, como o divórcio, o homosexualismo, o aborto, a violência e a falta de respeito nas relações. E as respostas, de onde estão vindo? Segundo o palestrante convidado, deveriam vir da igreja, que tem duas opções. Ou ela vai tirar as respostas da Bíblia ou se basear na tradição. Se for pela tradição, permanecerá respondendo sempre igual. E o que faz com que seja assim é a “preguiça” que não permite que se faça diferente, falou Mário Velho. A Igreja Luterana não pode mais regressar pelo mesmo caminho e, se persistir em andar por onde sempre andou, terá que se preparar para enfrentar o julgamento final. Assim, cada pessoa, como membro desta Igreja, deve
fazer a sua parte. A motivação está em Atos 16:11, quando mostra que Paulo e Silas examinavam as escrituras todos os dias para confirmar se tudo o que diziam realmente estava escrito. A maioria das pessoas alega não ter tempo para a leitura bíblica, mas passa horas assistindo TV, filmes, esportes, novelas. Elas continuam apegadas ao ter, ao status social, alheias aos ensinamentos de Jesus Cristo, água da vida, luz nas trevas, sal da terra. Os Magos foram orientados e obedeceram. Voltaram por outro caminho e se livraram da fúria de Herodes que havia ficado esperando. Para contrapor a idéia de que no mundo e na Igreja é tudo igual, que tudo é permitindo, a mentira, a infidelidade e o amor falso, o preletor sugeriu que os membros deste corpo busquem o espírito de dedicação, que saiam do lamaçal, que se chama pecado, regressando por outro caminho, tomando outras atitudes.
14 Pequenos grupos
Pequenos grupos: evangelização e desenvolvimento de liderança A primeira noite do Encontrão Nacional 2012 foi caracterizada por uma grande movimentação no pavilhão principal do evento. Um grande grupo de mais de 3 mil pessoas foi convidado a formar algumas dezenas de pequenos grupos, de no máximo cinco pessoas, com idades aproximadas, porém, de cidades diferentes. As apresentações e um “quebra gelo” fizeram parte da aproximação e integração dos participantes. Em seguida, a palavra do pastor Dietmar Wiemersberger,
baseada na passagem de Paulo e Silas na prisão, relatada em Atos 16, versículos 16 a 38, serviu de base para a discussão dos grupos. Dos participantes do Encontrão, muitos deles já trouxeram de suas comunidades vivências positivas em pequenos grupos. Experiências de pessoas que têm sido despertadas à fé a partir dessas práticas e outras que tem sido espelho do Reino de Deus, ao apresentarem o evangelho de Jesus a partir de ações do dia-a-dia. A experiência de Heide Berri, de Pouso Redondo/SC, é em grupo de casais e estudos bíblicos. A partir desses encontros, ela se tornou discipiladora e considera de fundamental importância a participação na vida de fé das pessoas. “No pequeno grupo se exercita o abraço e, ali, é mais fácil compartilhar nossas angústias e alegrias”. Já, Marceli Hasse, de Palhoça/ SC, viu nos pequenos grupos a porta aberta para o relacionamento com Deus.
Até o casamento não participava de igreja nenhuma. Casou na igreja Luterana por insistência do sogro. Ainda depois do casamento, ela e seu esposo seguriram sem participar da vida da comunidade. “Íamos uma vez que outra em um culto, mas só em datas especiais”. Próximo do nascimento da primeira filha, Marceli foi convidada a participar de um Encontrão Regional. “O evento foi muito bom. A palavra me tocou bastante. Posso dizer que ali foi um início da aproximação”, relata. Com o tempo, veio a participação em um pequeno grupo de estudo bíblico. “Este foi o grande começo. O relacionamento com os irmãos da igreja foi a mão de Deus no desenvolvimento espiritual de toda a minha família”, ressalta. “Hoje eu e meu marido somos o casal orientador do grupo de jovens, meus filhos estão envolvidos com ministérios da igreja e meu marido é o presidente da nossa comunidade”. Por Cleiton Bierhals Decker, jornalista, Pelotas-RS
estudar, compartilhar, orar no contexto do EN2012
Silvestre Ribeiro Ferreira e Miria Gislane Moraes Ferreira , da Igreja de Confissão Luterana de Butiá – região carbonífera do RS, poderiam ter perdido a fé em Deus, no momento em que não foram atendidos, ao orarem pela cura de sua filha. Hoje, passado quase um ano, mesmo não entendendo os propósitos de Deus, buscam conforto e força através da oração. Silvestre aceitou Jesus quando a tenda da Missão Zero esteve em sua cidade há, aproximadamente, dois anos e meio. Naquela época, se considerava uma pessoa normal, na visão do mundo, mas com muitos problemas. Miria se converteu mais tarde, mas o fortalecimento da sua fé ocorreu porque foi carregada em oração pelos irmãos de sua comunidade. Silvestre e Miria perderam uma filha, com 17 anos, em abril de 2011, em conseqüência de uma doença grave. Quando a enfermidade foi detectada, passaram a orar e a pedir
muito a Deus pela cura. O casal acreditava que Deus atenderia seu pedido e que sua filha seria curada. Silvestre já sonhava em testemunhar a vitoria alcançada a uma grande multidão. Contudo, a decepção foi muito grande quando, em dois meses, ela faleceu. No início, o casal pensava que não haviam orado de forma correta, sentiram a fé estremecer. Não conseguiam mais orar, porque acreditavam que não sabiam orar com convicção. Neste momento, através da oração dos amigos, perceberam que a resposta de Deus, apesar de ter sido não à vida, foi sim à salvação, em atenção às orações anteriores. Silvestre e Miria, depois que conheceram Jesus, oravam para que a filha também o aceitasse. A oração de entrega aconteceu, junto com o pai, quando já estava doente, dias antes de sua morte. Assim, Silvestre e Miria, acreditam e vivem na esperança de reencontrá-la na eternidade. Confessam
que a vida não tem sido fácil, vacilam em muitos momentos, mas se sentem fortalecidos em muitos outros. Aos poucos voltaram a orar pedindo ânimo e a paz necessária para seguirem em frente, cuidando do filho Douglas, de doze anos. Querem viver em obediência, pois acreditam que têm um chamado especial e querem servir ao Senhor. Reconhecem que viver em comunidade, dedicando um tempo para orar, faz toda a diferença em suas vidas. por Gislaine Darde Krüger, publicitária, Novo Hamburgo, RS
Fotos: Lisandra e Roberta Krüger
Sustento e força para continuar a caminhada, mesmo que a resposta tenha sido “não”.
Sacerdócio geral 13
Ministério com
jovens e adolescentes,
Fotos: Lisandra e Roberta Krüger
um desafio possível. É assim que diz o ditado: que o melhor soldado é um mau motorista. Ou seja, para ser um bom som soldado precisa-se de coragem, uma boa dose de imprudência e inconseqüência. Estas características são contrárias as de um bom motorista. Contudo, é assim que a Bíblia compara os cristãos, a soldados e não a motoristas. Por isto, o trabalho com adolescentes e jovens precisa de um tanto de ousadia, irreverência e coragem. Por outro lado, a igreja não muda, não pode mudar. Ela é chamada a fazer sempre as mesmas coisas: evangelizar, discipular, proporcionar comunhão e enviar ao testemunho e à missão. A pergunta é como fazer isto hoje com os valores de sempre? O mundo hoje está mais complexo que ontem. A desestruturação familiar, a internet e o mundo do entretenimento estão gerando uma espécie de adolescentes e jovens nunca antes vistos na história. Por outro lado o caminho da evangelização bíblica
sempre foi o da encarnação e de ir ao encontro. Portanto, se queremos mais jovens em nossas igrejas é inevitável que os ouçamos mais e de fato os levemos a sério. Eu gostaria de propor quatro balizas norteadoras no trabalho com jovens: propósito, intencionalidade, comunhão e pastoreio. A primeira é: o que queremos com os jovens? O que temos a oferecer? O mundo sabe. Como igreja sabemos? Temos aproveitado do período com os pré-adolescentes um tempo de evangelismo e apresentar um Jesus pessoal, vivo e relevante. Aí chegamos no segundo ponto: intencionalidade. Na nossa experiência, o sábado a tarde permite que o louvor e o tempo de esportes aconteçam juntos com a reunião de adolescentes possibilitando que eles desde já se integrem no grupo e queiram permanecer na igreja. Além disto, contamos com uma equipe de líderes que faz parte do grupo de jovens novamente possibilitando que os adolescentes, ao saírem do seu grupo, desejem continuar nos jovens. Como igreja luterana sempre tivemos uma preocupação com a reta
r Schaefle alho l e u m a por S ador do trab 2012 Coorden lescentes do EN com ado doutrina, e é totalmente legítimo, mas não é isto que faz ele permanecer e se envolver na igreja. Mas sim, sentir-se parte. Sem pertencimento não teremos jovens na igreja. Chegamos ao terceiro ponto: espaço de comunhão. A igreja não pode ser apenas programa, precisa ser relacionamento, espaço para confissão, conselhos, discipulado. Por isto incentivamos e possibilitamos que os adolescentes e jovens encontrem um Pequeno Grupo durante a semana. Quarto, o pastoreio. Trabalhar com adolescentes e jovens é sério. Suas dúvidas, seus problemas e suas crises devem ser levados na mais alta consideração. Se não tivermos tempo para pastoreá-los não os teremos. Oro para que Deus levante mais pessoas dispostas nesta fascinante tarefa de pastorear adolescentes e jovens.
12 Missão integral
Diaconia nas
frentes de missão... “O Senhor, o seu Deus, os abençoará na terra que lhes dá.” Dt 28.8b No dia 22 de Janeiro, completaram-se 50 anos da reforma agrária no Banhado do Colégio (Camaquã/RS). Meu avô, Rodolfo Westphal, foi um dos contemplados com um pedaço de chão. Hoje, olho para trás e vejo a diferença que essa terra, que Deus deu ao meu avô, faz em nossa família. Deus nos abençoou e continua a abençoar naquela terra. Olhando para isso, no Nordeste brasileiro, vejo famílias que se mudam da zona rural para grandes centros à procura de esperança, deixando para trás a terra que o Senhor deu para eles. Muitos não conseguem enxergar que Deus os abençoa com aquele pedaço de chão. No meio dessa realidade, temos trabalhado com o Projeto Sítio Modelo nas regiões rurais das cidades de Araripina, Ouricuri e Barbalha, onde a Missão Zero está atuando. O projeto pretende dar dignidade, promover o
Você pode contribuir com a Missão Zero depositando sua doação no Banco do Brasil Ag. 1518-0 / CC 5655-3
aumento da renda familiar, preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade alimentar dos beneficiários. Atualmente, são 10 famílias beneficiadas pelo Projeto. Temos exemplos como o de Sérgio (Araripina/ PE), que aumentou sua renda de R$ 200,00 para mais de R$ 1.000,00 com a venda de sua produção de hortaliças, e de Vicente (Barbalha/CE), que faz planos para aumentar a produtividade e a área de produção por conta própria. Na zona rural das cidades nordestinas é onde se encontra o menor índice de evangélicos, menos de 0,5% da população. O Projeto tem aberto portas para o evangelismo e pessoas têm entregado suas vidas a Jesus. Isso é missão integral: todo o ser humano é considerado - física e espiritualmente. Assim, essas pessoas podem dizer: “o Senhor Deus me abençoou na terra que Ele me deu”. Mauro Westphal Agrônomo e missionário Juazeiro do Norte/CE
“Senhor, obrigado pelo Vida Plena, pois se ele não existisse, não conheceríamos teu amor!” O título acima foi uma oração da aluna Sandra, de 12 anos, durante um culto no Projeto Vida Plena que atua na Vila Bringel, um dos lugares mais pobres e violentos do município de Araripina. O contexto apresenta diversas dificuldades: famílias desestruturadas, violência, prostituição infantil, tráfico de drogas, roubos e falta de saneamento básico. Além disso, é marcado pelo abandono por parte dos órgãos públicos. Lá, vemos crianças se inclinando para o tráfico e para o homossexualismo. É triste quando perdemos alguma de nossas crianças ou adolescentes para esse mundo cruel e destruidor. Como poderíamos levar essas pessoas a experimentar a promessa de vida plena que Jesus oferece (cf. Jo 10.10b)? Nesse contexto, o Projeto Vida Plena oferece, de segunda a sexta-feira, aulas de reforço escolar, de violão, de cidadania, lanches, estudo bíblico, teatro e coreografia, além de ser um espaço de recreação para as crianças brincarem de maneira saudável. Oferecemos o Evangelho de Jesus. É um semear de esperança em meio à sequidão do pecado e da desigualdade que roubam os sonhos, a alegria e a esperança de um futuro melhor. Alegra-nos ver a transformação de crianças que mudaram sua visão. Antes, não tinham sonhos nem esperança para o futuro. Hoje, querem ser professores do Projeto ou ministros de louvor, e alguns dizem que seu sonho é ser missionário! Esse mesmo amor que receberam eles sonham passar adiante! Alegra-nos ouvir quando as crianças enchem o peito para cantar “Eu te agradeço Deus por se lembrar de mim...” De fato, Deus tem compaixão desse povo! Ele olha, sofre e age em favor da Vila Bringel. Ele age com amor e leva esperança para este povo!
Rafael Jansen Coelho Pastor em Araripina/PE
Entrevista
05
Entrevista:
John Aamot O Encontrão Nacional 2012 teve a importante participação de preletores internacionais, dando uma idéia melhor da Igreja que somos, como corpo de Cristo. Um desses irmãos, em especial, é bastante próximo da gente. Na verdade, ele foi precursor do Movimento Encontrão, quando como missionário americano, trabalhou no Brasil, na década de 1960. Abaixo está uma entrevista com este ancião.
3- Qual o lugar do ME no Reino de Deus? O Movimento Encontrão faz parte do povo de Cristo. No conjunto de igrejas há muitos cristãos e organizações empenhados na salvação dos perdidos e no crescimento dos salvos para serem discípulos de Jesus. Somos chamados a ser sal e luz neste mundo e temos por onde começar, vizinhos e familiares, e continuar Brasil afora.
1- O que esse tema, TODOS POR UM, pode significar para o Movimento Encontrão? ‘Todos por Um’ segue ao ‘Um (Cristo) por Todos’ e implica que todos nós vivemos e trabalhamos para Cristo que já morreu e ressuscitou por todos. Somos chamados por esse Jesus a unir-nos no apoio e amor por cada um dos nossos irmãos. Ele quer que intercedamos pelos que enfrentam problemas, bem como pela nossa missão de proclamar o Reino de Deus
4- A secularização tem invadido inclusive as denominações, o que fazer quando os rumos institucionais parecem não coincidir com as verdades Bíblicas? Se a igreja na qual fomos criados se tem desviado da verdade bíblica – como tem acontecido nos Estados Unidos – podemos e devemos tentar influenciá-la para voltar à verdade permanecendo nela. Mas, quando isso não acontece, a opção, como eu tenho feito, é associar-se a quem segue a palavra de Deus e se dedica à salvação dos perdidos como Jesus ensina; um grupo que oferece comunhão com o qual posso identificar-me. Sempre é bom lembrar que o corpo de Cristo não é limitado pelas denominações! E, pelo que eu saiba, nenhuma instituição vai entrar no céu – só cristãos!
2- Você vê alguma relação entre os grupos ECO´s de ontem e os Pequenos Grupos de hoje? Não conheço os pequenos grupos de hoje, mas espero que incluam os três caraterísticas dos grupos ECO, isto é o estudo da palavra, o compartilhar de nossas vidas e a oração um pelo outro e todos para o crescimento do Reino de Deus
5- O que importa para o avivamento pessoal e da igreja? Quando escolheu os doze
discípulos (Marcos 3.14), Jesus os chamou “para estarem com ele”! Assim desenvolver nossa relação com Jesus vem em primeiro lugar! Permitir que Cristo aprofunde nossa intimidade com ele, com o Pai e com o Espírito Santo. Precisamos preocupar-nos com o “ser” antes do “fazer”! Somente então poderemos unir nossas forças para ajudar pessoas se encontrar com Jesus. O mero ‘igrejismo’ tem desviado muitos dessa relação de seguir Jesus Cristo como discípulo dele. Requer-se, dos que creem, muita oração e testemunho pessoal da nossa fé. Por isso esteja pronto para compartilhar o evangelho quando Deus lhe mostra que deve fazê-lo “agora”! 6- Qual conselho ou exortação, você deixaria para nós? Repito o meu conselho no Encontrão Nacional: Renove seu compromisso com Jesus, seu Salvador e o Senhor da sua vida. Deixe ele ser mestre e dono da sua vida. Tome tempo para conhecêlo intima e intencionalmente. Viva como embaixador do Reino, sendo sal e luz, e faça toda boa obra que Deus já preparou de antemão. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos. Efésios 2:10
6 Sacerdócio geral
por Arzemiro Hoffmann - Professor na FATEV
vocação
Cada um na sua...
“Vocês receberam de graça; deem também de graça”. (Mt 10.8) “O trabalhador é digno do seu sustento”. (Mt 10.10)
Estas palavras de Jesus, tiradas do conjunto das orientações para o discipulado, oferecem a base para a compreensão do serviço na Igreja, que pode ser voluntário ou remunerado. Na nossa faculdade de teologia , em Curitiba, ensinamos sobre o “sacerdócio geral de todos os crentes”, bem como enfatizamos que não existe uma profissão exclusiva para servir à causa do Reino de Deus. Todas as profissões dignas podem ser meios legítimos de servir ao Senhor. Algumas pessoas são chamadas para dedicar sua vida em tempo integral ao serviço do Reino de Deus, como os discípulos que Jesus chamou: eles deixaram suas profissões e seguiram a Jesus. Há, no entanto, pessoas como Lídia, que aceitou o Evangelho,
mas continuou na sua profissão de comerciante. Ela abriu a sua casa e acolheu uma igreja. Afinal, qual a maneira correta de seguir a Jesus? Quais as profissões mais propícias para este ministério? O importante é que cada pessoa se encontre com a sua vocação. A vocação é aquele chamado que o Espírito Santo colocou na vida da pessoa e que se expressa em dons e habilidades. O que o Senhor requer de cada pessoa não é saber qual a profissão que escolheu, mas sim se ela foi obediente à vocação que foi colocada em seu coração no exercício de sua profissão. Se a obediência a esta vocação requer que você seja um missionário ou uma missionária, seja-lhe obediente. Se você tem o chamado de servir a Deus em outra profissão, sirva-O nela. Neemias liderou a reconstrução de Jerusalém e a restauração do povo da cidade. Sua profissão era copeiro do rei. Davi serviu ao Senhor como Rei, Zacarias como sacerdote. Paulo vivia como
apóstolo, ora sendo sustentado pela igreja, ora com a sua profissão de fazedor de tendas. O essencial era a vocação, a profissão era algo circunstancial. Em nosso centro de formação, consideramos importante que os alunos trabalhem de dia e estudem à noite. Assim, preparamse tanto para servir numa profissão secular como na dedicação exclusiva como missionários(as). Como e onde vão trabalhar é sua responsabilidade diante da vocação. Tudo que estiver ao nosso alcance para ajudar nessa direção estamos fazendo com amor e dedicação. Para nós e para a Igreja, é importante que todo sejam missionários.
Você pode contribuir com a FATEV depositando sua doação no Banco Santander Ag. 1270 CC. 13000115-5
Entrevista 11
Outro dos palestrantes que ouvimos no Encontrão Nacional 2012, o bispo de Bogotá nos deixou, conforme a entrevista abaixo, lições ministeriais de ousadia, autoridade e fé. Confira: 1- Em seu tempo de ministério, você ocupou diferentes funções com diferentes responsabilidades. Que marcas cada etapa deixou em sua vida? Cada função deixou pegadas ou marcas que têm ajudado minha vida e ministério. Por exemplo: Liderar jovens, me ajudou a entende-los e procurar pensar como joven; apoiá-los na música, por isso hoje em nossos cultos, temos hinos tradicionais, cânticos, coros e música contemporânea. Como Capelão hospitalar, entendi o sofrimento humano e as etapas de crises que se apresentam em um hospital. Também Deus me ensinou nesta responsabilidade: que ele sara e liberta, quando ele quer, a quem quer e onde quer. Glória seja a ele! Porque ele é o mesmo ontem, hoje e sempre (Hb 13.8). Esta experiência me formou na área de aconselhamento pastoral e em crises. Outra função que deixou marca em minha vida e ministério tem sido o trabalho com as comunidades indígenas. Deus me permitiu experimentar que o poder do Espírito Santo é maior que qualquer “chaman”, “brucho” espirititualista ou líder espiritual, assim Deus confirmou a promessa de Atos 1.8 “ e recebereis poder quando vier sobre vós o Espírito Santo.. e sereis testemunhas...” e também a promessa de Lucas 10.19 “Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, nada lhes fará dano”. No cargo de Bispo e presidente, tive uma grande experiência na administração da igreja e nas relações públicas em nivel local, nacional e internacional. Ainda que em nossa Igreja, o Bispo não seja a autoridade máxima, sempre recai sobre ele uma grande
Entrevista:
Daniel Buitrago responsabilidade de cuidar da sã doutrina e da caminhada da Igreja. Neste ministério adquiri a experiência de pastorear pastores. Como pastor, capelão e evangelista, tenho sido abençoado grandemente pois Deus tem me dado paixão pelas almas e é muito gratificante ver como ele as converte e transforma, com sua santa Palavra. Vejo que falta obreiros, que amem a obra de Deus e tenham paixão pelas almas, porque “a seara é grande e os obreiros poucos” (Lc 10.2). 2- Qual a relação entre a estrutura e a vocação da igreja? Algumas estruturas são muito rígidas e fechadas e não permitem formar pastores missionários, formam mais trabalhadores sociais que líderes espirituais, por isso a Igreja perde sua vocação de discipular almas e chamar gente ao arrependimento ou a uma verdadeira conversão a Deus. Creio que uma estrutura deve estar de acordo com sua vocação. Exemplo: se se organiza uma fábrica para fazer sapatos finos de coro e de boa qualidade, para chegar a clientes exclusivos, então isto deve refletirse em toda a estrutura. Se a Igreja tem uma grande estrutura, organização, dinheiro, história, etc., mas perde sua vocação para a qual Deus a chamou de “fazer discípulos” (Mt 28.19–20), para nada serve, é o mesmo que um clube. 3- De onde vem seu amor pelo trabalho missionário? Eu creio que foi Deus quem pôs em meu coração, um coração missionário. Mas claro que influenciou muito em minha vida, as vidas e obras dos primeiros missionários luteranos que foram pioneiros na Colombia e em especial em minha região, onde tiveram grande perseguição por parte da religião oficial do estado
(católico – Romana). Era um tempo difícil de evangelizar (anos 40 e 50). 4- Como sua relação com o Espírito Santo impacta sua vida e ministério? Foi terminando meu estudos teológicos, que uma grande missionária orou por mim e meu futuro como pastor. Nessa época em minha igreja não se ensinava o mover do Espírito Santo e eu muito menos o conhecia, mas alguns missionários o tinham em segredo por temor a crítica e ao fanatismo. Nesse ano de 1982, experimentei o mover do Espírito Santo em minha vida e me impactou tanto que eu não sabia o que fazer e o tinha também em segredo, mesmo que não o podia esconder, pois quando orava pelas pessoas, pregava ou estudava a Biblia o Espíritpo Santo, me ajudava e me surpreendia com sinais, prodigios e milagres, que eu não podia calar. Por isso afirmo e creio que: “ Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Hb 13.8). Hoje sempre digo a nosso Pai Celeste: “Amado Deus, ajuda-me em meu ministério e serviço” então, ele envia seu Santo Espírito e me ajuda e eu me surpreeendo com a obra que Ele faz. 5- Conte-nos um pouco de como sua família se envolve com o ministério que Deus lhe tem confiado. Minha esposa sempre tem estado envolvida no meu ministério, pois deixou seu trabalho para me apoiar na igreja, ensinando as crianças, os pré juvenis, nos seminários e às mulheres na igreja. Juntos servimos no ministério de casais e creio que para um pastor, servo ou serva de Deus, estar unido com seu cônjuge e se apoiarem mutuamente na obra e ministério nos ajuda grandemente e, é de um bom testemunho para todos. “Porque o que não sabe governar sua casa como cuidará da igreja de Deus” (1 Tm 3.5)
10 Família
por Tatiane Kohlrausch, pela equipe do Encontrãozinho 2012
Já ouvi essa história...
E
ra uma vez um grande Rei, muito poderoso, sábio e também bondoso. Seu castelo era cheio de ouro e pedras preciosas. O Rei tinha muitos empregados, todos tinham alegria em trabalhar para ele. Um dia, um dos empregados começou a sentir inveja do Rei e quis estar no lugar dele. Esse empregado invejoso começou a falar para outros servos que era tão bom e poderoso quanto o Rei e muitos acreditaram nele! Eles, então, rebelaram-se contra o Rei. Isso era um absurdo! Pois ninguém era como o Rei. Assim, o Rei os expulsou do castelo por causa do orgulho e da inveja que tinham. Tempos depois, o Rei criou para si um lindo jardim, cheio de árvores, animais e frutas gostosas. Ele decidiu dar esse jardim para duas pessoas, um homem e uma mulher. Eles seriam os amigos mais chegados do Rei. O Rei disse que esse casal poderia fazer de tudo no jardim. Eles só não podiam andar no cavalo dourado com bolinhas pretas! Esse cavalo era muito rápido, podia ser perigoso. Se eles andassem naquele cavalo, iriam ser mandados embora do jardim! Certo dia, aquele servo que foi expulso do castelo viu o homem e a mulher no jardim e viu como o Rei era amigo deles. Daí, ele ficou furioso e cheio de inveja, disfarçou-se de um bicho e entrou no jardim. Aproximou-se da mulher, que estava sozinha, e começou a conversar. Ali, pertinho, estava parado o cavalo dourado de bolinhas pretas. O servo, sabendo que o Rei tinha dito para eles não montarem nele e mentindo para a mulher, disse que não tinha problema algum, porque o Rei não queria que eles andassem pois tinha medo de que eles se tornassem poderosos como ele. A mulher acreditou no servo invejoso! Aí, subiu no cavalo e foi até o homem, que também subiu no cavalo! Ai, ai, ai eles desobedeceram o Rei! O servo disfarçado saiu dali, ele havia conseguido fazer com que os amigos mais chegados do Rei o traíssem! Depois de um tempinho que tinham descido do cavalo, o homem e a mulher perceberam que, na perna deles, ficou uma mancha preta. Era uma das bolinhas pretas do cavalo! Ela ficou grudada neles e agora não poderiam esconder do Rei! Correram e fizeram para si umas botas. No final do dia, o Rei veio conversar com eles e, percebendo as botas, perguntou por que usavam aquilo. Eles logo disseram que era porque estavam descalço. O Rei já sabia! Eles estavam com a mancha do cavalo dourado de bolinhas pretas. Assim, o Rei ficou muito triste, porque gostava muito deles, mas, como tinha avisado, mandou-os embora do jardim! Apesar de tudo, o Rei continuou amando muito esses seus amigos e não descansou até achar um plano para que eles pudessem estar perto dele outra vez! Mas, agora, o plano do Rei era de levá-los para o castelo...
Como contar a Boa Nova para a nova geração?
A cada dia que passa, o desafio de servir aos pequenos no Reino de Deus aumenta. O mundo vai evoluindo e as informações chegam de forma mais rápida. Eles estão mais precoces e “sabidos” e há sempre algo novo para chamar a sua atenção. Em meio a tudo isso, como podemos contar a mais importante de todas as histórias? A tarefa não é fácil, mas é possível! Primeiro, precisamos entender a importância que há no trabalho com as crianças. Enquanto seu caráter é formado, elas precisam ouvir sobre Jesus, sobre seu amor e sobre sua obra de redenção. O tempo com elas não é apenas para que os pais possam participar “sossegados” de um culto ou outra programação, é tempo de investir em suas vidas. Em nossa vida de fé e relacionamento com Deus, algumas coisas são essenciais: a oração, a vida em comunidade, o louvor, a Palavra e a sua aplicação pessoal. Todas elas podem estar presentes, de diferentes formas, em nosso cultinho infantil. Essa é uma boa base para montarmos uma programação com crianças. Os próximos passos são escolher o tema e conhecer as características das diferentes faixas etárias com as quais vamos trabalhar. Assim, respondemos às frequentes perguntas: Qual a melhor forma de apresentar esta ou aquela história? Quanto tempo podemos utilizar sem perder atenção dos pequenos? O que podemos tocar e cantar? Quais as melhores brincadeiras? E, até mesmo, como decorar o ambiente em que vamos estar com eles? Hoje. dispomos de muitas ferramentas para o trabalho: a internet com milhões de ideias, atividades e brincadeiras; livros e mais livros publicados; jogos e dinâmicas diversificadas. Com tantas possibilidades, o amor de Deus pode ser apresentado de forma criativa, dinâmica e divertida. E além de todas as ferramentas humanas, temos a capacitação do Senhor por meio de seu Espírito! Que o Senhor encorajenos a dispor do nosso tempo para trabalhar neste ministério.
Oração
por Maria Fernanda Clemente, Coordenadora de Oração no EN2012
do povo: “E longe de mim esteja pecar contra o Senhor, deixando de orar por vocês.” (1Sm 12.23a). Samuel sabia da importância da intercessão! Quem medita na Palavra de Deus e continua não tendo vida de oração comete um pecado consciente, pois a Bíblia nos exorta a orar sempre (1Ts 5.17) e vigiar para não cairmos em tentação. Ou seja, provavelmente pecaremos menos à medida que orarmos mais. Sabemos que a súplica do justo é eficaz e que se nós, como povo de Deus, orarmos, buscarmos o Senhor e nos humilharmos, Ele perdoará nossos pecados e sarará a nossa terra (1Cr 7.14). O Senhor nos alertou: a nossa luta não é contra seres humanos (Ef 6.12), mas contra o inimigo e, através da oração, as forças espirituais do mal são enfraquecidas e anuladas. E, antes de tudo, a oração é a chave para nós conhecermos mais de Deus e fazermos a Sua vontade. Diante de tudo isso, continuamos tendo uma vida de oração medíocre! Misericórdia, Senhor. Perdoa o nosso pecado.
dica de leitura
Faz um tempo, li o livro “O pecado de não orar”, de Jonathan e John R. Rice. Estávamos vivendo algo diferente em Crato/CE, com pastores de várias denominações orando pela cidade. Esse livro chegou às minhas mãos para aprofundar minha intimidade com o Pai. Sabemos da importância da oração para desenvolver essa intimidade. Muitos de nós temos ouvido falar sobre oração e vários livros têm sido escritos a respeito do tema, porém, sejamos sinceros, geralmente livros não mudam nossa prática diária, e digo isso por experiência própria. Ao escolher um rei para governá-los, o povo de Israel já não precisaria mais de um profeta e, então, Samuel pôde “se aposentar” do seu cargo. Contudo, diante de Deus, ele mantém um compromisso de continuar sendo intercessor em favor
Oração 7
disciplina que não vira religiosidade e informalidade que não leva à falta de reverência Sem falar que nós podemos – e devemos – adorar a Deus em oração. É verdade que temos dificuldade, por vezes, de expressar em palavras aquilo que queríamos, mas leia passagens bíblicas que falam de quem Deus é e dos Seus grandes feitos. Quantas palavras belas há para elogiá-lo! Peça a Deus que Ele coloque em sua boca palavras que O glorifiquem. Ao longo da caminhada de fé, podemos transformar a oração num protocolo, numa mera prática religiosa, farisaica, na qual apenas “jogamos” informações para Deus e esperamos ser atendidos sem muita burocracia. Por outro lado podemos tornar-nos irreverentes e tratar a Deus como o próprio pai terreno, sem temor e/ou sem diálogo algum. A Bíblia fala que muitos nada têm porque não pedem e, quando pedem, não recebem por pedir para o seu próprio interesse (Tg 4.2-3). Só saberemos se oramos “mal” se praticarmos a oração. O próprio Deus nos convencerá. “Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece.” (Jr 33.3)
Oração: O segredo de abrir o coração - O. Hallesby Um clássico para aprofundar e enriquecer sua vida de oração.
8 Ministério Jovem
eu preciso da Tua glória, Deus!
por André Kohlrausch, Coordenador do programa com jovens no EN2012
Nesses últimos dias, eu me peguei cheio de preocupações. É a casa, é o carro, é faculdade, é o casamento (graças a Deus, que é só pensar em como mantê-lo bem – sei que muitos que lerão isso agora estão na fase “onde eu vou amarrar meu jegue”...), são contas e mais contas, são planos para depois da faculdade, para um futuro “buchudinho”... ai, my God!!! Além disso, uma preocupação incessante em relação à minha vida espiritual e ao meu serviço a Deus. Em horas assim, aquela palavra que diz que os espinhos (as preocupações da vida... e também o amor ao dinheiro) sufocam a semente do evangelho, deixando-a infrutífera (Mt 13.22), torna-se mais verdadeira do que nunca. A luta para que a vida e suas preocupações terrenas não desviem meu foco e disposição é ferrenha! Eu posso estar em uma fase diferente da que você vive hoje. Você pode ser mais novo ou mais velho, mas sei que a vida não é tão diferente assim para você. As únicas coisas que mudam mesmo são os tipos de situações. Por isso, resolvi escrever a respeito de minhas lutas. Você tem seus planos de vida, tem suas ambições, tem suas preocupações e
responsabilidades, e sei que, em um momento ou outro, elas pesam e muito sobre você, principalmente, se você está querendo ter uma vida sincera de devoção a Jesus (se não, seria muito bom você pensar a respeito). No meio disso, lembro-me de algumas experiências que tive com Deus. Coisas que eu senti, que percebi, que Ele me revelou pela fé ou que aconteceram e que foram muito doidas e verdadeiras! Lembro que no tempo dessas coisas, não me importava com mais nada a não ser em experimentar Deus. Parece que tudo, tudo mesmo, perdeu seu valor. Eu queria agradá-lo. Sinto saudades disso, principalmente, quando percebo que essa disposição do coração, não está morta, mas com fogo bem mais brando. Então, entendo porque Paulo, depois de ter tido a visão de Jesus Cristo ressurreto, falou que para ele nada mais importava a não ser Cristo (Fp 3.7-11). Imagino Pedro, Tiago e João, depois de muitos anos, lembrando do momento em que viram Jesus glorificado no monte. Acho que Pedro ainda dava boas gargalhadas depois de velho ao lembrar da cena dele sugerindo para fabricar algumas tendas para Jesus, Moisés e Elias. E há tantos outros que se encontraram com Jesus e que, depois
desse encontro, nunca mais foram os mesmos. É, parece que a glória de Deus tem um poder tremendo de marcar as nossas vidas e de fazer com que até as coisas mais interessantes para nós aqui pareçam tão sem graça. Acho que disso eu posso tirar duas coisas para minha vida, e se você estiver interessado, aproveita para a sua também: a primeira coisa é que não viverei a todo instante experimentando coisas extraordinárias de Deus, contemplando Sua glória, mas preciso muito da Sua revelação, do impactar da Sua glória, de tempos em tempos, para mostrar a mim que isso daqui não vale muita coisa. Por isso, Pai, destrói-me com Tua glória de novo! A segunda coisa é que, se aqui Ele já faz coisas tremendas, imagine o que há de vir? É muito bom! Eu quero, mesmo que seja a custo desta vida, viver na expectativa da revelação de nosso Senhor Jesus e participar de tudo o que Ele tem preparado para aqueles que creem. Você quer? Se você puder, ouça a música “Passo a passo” da Banda Resgate. Muito boa!
Você pode contribuir com o Ministério Jovem depositando sua doação no Banco do Brasil Ag. 1622-5 CC 209878-4
¿Qué diremos
Unidade 9
frente a esto?
Si Dios está de nuestra parte, ¿quién puede estar en contra nuestra? (Rm 8.31)
O
nosso coração está cheio de alegria por ter podido compartilhar o Evangelho com os equatorianos e em comunhão com eles. Escrevo isso porque trabalhamos junto da Igreja Luterana do Equador. Nosso objetivo foi capacitá-los na evangelização e fazer projetos missionários. Todavia, também aprendemos muito com a humildade, a boa obstinação, a alegria e a cordialidade desse povo, que não é feita como uma “convenção oca”, mas como um ato verdadeiramente cristão. Realmente, os equatorianos nos receberam como irmãos em Cristo. Isso nos despertou para o fato de que a família cristã é, inconcebivelmente, enorme e que nem sempre falamos a mesma língua – digo isso literalmente!
Quito é, sem discussão, uma cidade belíssima que desafia as lógicas da engenharia, por ser construída em literais altos (bem altos) e baixos. O Projeto ocorreu em um bairro periférico chamado La Colmena. Não é muito distinto das periferias do Brasil: é muito pobre e há um alto grau de violência, a ponto dos taxistas, algumas vezes, recusarem-se a transitar em suas ruas. Os cultos na praça atraíram mais pessoas do que é de costume ter no início de um projeto, o que foi grande motivo de alegria e motivação para continuarmos evangelizando. Nas visitações encontramos muita resistência, com exceções, mas com a maioria muito fechada ao Evangelho e até mesmo para bater um papo. Com essas visitas algumas pessoas
foram aos cultos e ainda pediram um vínculo maior de continuidade. Alguns irmãos da igreja local participaram ativamente de toda a programação e assumiram algumas tarefas para dar continuidade ao que se começou no projeto. Terminamos este breve compartilhar, clamando por oração, porque encontramos uma pequena e frágil igreja e também uma liderança carente de referência, com muitas necessidades, em um bairro bastante necessitado do Evangelho em sua integralidade. Weslley Rodrigues Petrolina/PE, estudante da Fatev Taline Schroeder Joinville/SC, estudante de arquitetura