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Revista do Movimento Encontrão - Família - Edição 06 - Ano 2014
EXPEDIENTE
Ao ler esta revista, talvez você olhe para os lados e veja que sua família não é exatamente como a Bíblia nos orienta que seja, mas é justamente aí que entra a maravilhosa graça de Deus para conosco. Nos variados textos, você será exposto a pensar na família sob a luz da Palavra. E é exatamente sob essa luz, que nos apresenta a graça como a maior expressão da compaixão de Deus para conosco, que podemos experimentar viver em uma família fora dos padrões e, mesmo assim, sermos aceitos, redimidos e amados por Deus. Quero incentivá-lo a ler 1 Coríntios 15.1-11. Paulo afirma que pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para comigo não foi em vão (v. 10). Assim, também podemos dizer que, pela graça de Deus, nossa família é quem é. A graça de Deus, e somente ela, permite que, mesmo falhos, com padrões desviados, e marcados pelo pecado, sejamos aceitos por ele. Não é pelo nosso trabalho, pelo nosso merecimento, mas pela graça de Deus, que está conosco, conforme Paulo encerra o verso 10. Dito isto, será que podemos continuar a manter nosso casamento sem a bênção
Revista Movimento Revista de circulação interna do ME Edição 5 Ano 2013 Tiragem: 3.000 exemplares Distribuição gratuita
do Senhor, deixar de apresentar Jesus aos nossos filhos, ter o divórcio como primeira opção, buscar por experiências sexuais antes do casamento, constituir família nos mais diversos modelos e composições, ou seja, podemos continuar pecando para que a graça aumente? (Rm 6.1). De maneira nenhuma! A carta de Romanos 6.2 afirma que Deus nos aceita assim como somos ao confessarmos nosso pecado. Aceita nossa família assim como ela, se ela, você e eu servirmos ao Senhor. Tudo nos remete a ele e para ele. E então Deus pode começar a transformação em nós e na nossa família, conforme a sua vontade. Vamos entregar a nossa vida e a nossa família diante do Senhor e reconhecer que somente ele pode acertar o prumo, endireitar a direção e nos ajudar a sermos diferentes a partir de agora. Que a leitura desta revista inspire você a buscar, em Deus, a formação e vivência de uma graciosa família!
Diretor Executivo ME: Airton Härter Palm Editorial: Joana Bauer Wulff Projeto Gráfico: Paulo Eduardo Sell Revisão: Simony Ittner Westphal Diagramação: Paulo Eduardo Sell
Editorial Joana Bauer Wulff
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PROJETO DE DEUS
Família: um projeto
do coração de Deus A compreensão estreita, que vê a religião apenas como aquela que diz “o que pode” e “o que não pode”, interfere na maneira como compreendemos a vontade de Deus, também a respeito da família. A Bíblia não é um manual de instruções. Ela contém princípios que nos revelam a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. E o apóstolo Paulo diz que essa é uma vontade que podemos experimentar, mas isso depende de certo inconformismo com o “espírito da época” (Rm 12.2). A vontade de Deus a respeito da família está revelada já no princípio das Escrituras. Lemos, em Gênesis 1.27, que criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Diferente daquilo que costumamos ouvir, o Novo Testamento não revela coisas diferentes, anulando a revelação do AT. A vontade de Deus permanece a mesma. Jesus deixa isso muito claro quando, numa discussão com os fariseus, faz uso daquilo que todos já sabiam: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher’ e disse: ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’?” (Mt 19.4-5). Jesus não apresenta nenhuma reinterpretação para acomodar o texto e a vontade de Deus aos “novos tempos”. Ele apenas reafirma a revelação e a vontade original de Deus, pois é isto que Cristo veio fazer: restaurar o mundo e o ser humano,
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Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Mateus 19.4-5.
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que se encontram corrompidos pelo pecado. Jamais veremos Jesus justificando o pecado ou propondo uma releitura da Bíblia, de modo que se encaixe melhor em nossos padrões. As distorções, consequências do pecado, obviamente estão aí, por toda parte, mas Jesus não autorizou que nenhuma dessas distorções fosse colocada como referência legítima para novos modelos. Ele sempre de novo apontou para o Pai, o Criador, a origem de tudo. Aquele cuja vontade é boa, perfeita e agradável! Viver segundo essa vontade é viver conforme a realidade que o Pai desejou! O Senhor Jesus é aquele que redime também relacionamentos, lares e famílias! Que possamos nos deixar transformar por sua graça e misericórdia, de modo que experimentemos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para nossas famílias! Rodomar Ramlow Professor da Fatev - Curitiba/PR
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COMUNIDADE CRISTÃ
FAMÍLIA DE FÉ: A IMPORTÂNCIA DE
VIVER NA COMUNIDADE CRISTÃ/ IGREJA De vez em quando, ouvimos a seguinte expressão: “Não frequento nenhuma igreja, mas acredito em Deus”. O que está por trás disso, ou é uma frustração muito grande com uma instituição, ou a dificuldade cada vez maior de relacionamento, ou a incompreensão do que é igreja. Porque igreja é o povo de Deus, fruto da nova aliança, firmada no sangue de Jesus, ou seja, a comunhão de discípulos e discípulas de Jesus; em outras palavras, igreja é a família de Deus: Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus (Ef 2.19). Portanto, quando alguém fala que acredita em Deus, mas não frequenta nenhuma igreja, está dizendo que tem um pai, mas não tem família. Isso não parece contraditório? Além disso, igreja não é uma instituição e, tampouco, um lugar para frequentar. Igreja é o corpo de Jesus, ou seja, um ser que “respira”, cresce e atua, no mundo, com seu testemunho falado e praticado. Um corpo, no qual, cada discípulo é um membro e, longe do corpo, o membro se torna inoperante, atrofia, morre e apodrece. Uma fé vivida longe da igreja, longe dos irmãos, está mais para crendice e superstição do que intimidade com Deus, porque, Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê (1Jo 4.20). Portanto, ser cristão é fazer parte do corpo, da família de Deus. Essa família é perfeita? Claro que não! Ainda não! Por enquanto, ela é como uma imagem num espelho embaçado, mas quando vier o que é perfeito (Jesus), nossa imperfeição será apagada, conforme lemos em 1 Coríntios 13.8-13. Cabe a nós, agora, vivermos na esperança e no vislumbre daquilo que Jesus fará de nós. Viver em comunidade, sendo igreja de Jesus, é um exercício
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igreja não é uma instituição e tão pouco um lugar para frequentar. Igreja é o corpo de Jesus...
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contínuo de amor, perdão, aceitação e perseverança. Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes. Não retribuam mal com mal nem insulto com insulto; pelo contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança (1Pe 3.8-9). Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistamse de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito (Cl 3.12-14). Oziel e Cleusa Marian Pastor /Pedagoga - Chapadão do Céu/GO
OMISSÃO
Enquanto escrevia este artigo, estávamos em plena Copa do Mundo. Não se falava de outra coisa senão que a seleção brasileira precisava vencer, uma vez que a copa estava acontecendo em nosso próprio país. Na verdade, todos os países vieram para cá com esse mesmo propósito. Aproveitaram para fazer turismo, mas o objetivo era vencer! Não vou falar contra vitórias. Não há nada de errado em vencer no esporte, na vida profissional, acadêmica... O problema é quando buscamos essas vitórias de forma a compensar o fracasso que vivemos dentro dos nossos lares. É por isso que o título deste artigo é “Vencer ou Vem Ser”. Deus nos convida a sermos responsáveis com a família que ele nos deu e alcançarmos a vitória, principalmente no lar. O apóstolo Paulo é muito claro ao dizer, em 1 Timóteo 5.8: Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente. Omissão é pecado, e não podemos minimizar as consequências que ela causa. No entanto, existe um motivo real pelo qual as pessoas não agem para resolver problemas ou assumir responsabilidades. Esse motivo é a culpa de pecados cometidos no passado. Um exemplo bíblico disso é Davi. Em certa ocasião, Davi adulterou com uma mulher chamada Bate-Seba, matou o marido dela, mas, após ter sido confrontado com o seu pecado pelo profeta Natã, Davi se arrependeu e se reconciliou com Deus. Davi teve muitos filhos, de várias mulheres (o que, naquela época, era comum). No entanto, o que quero destacar é a ocasião em que Tamar (a filha de Davi) é estuprada pelo seu meioirmão Amnom (confira essa história em 2Sm 13). No final do v. 20, lemos que, após o acontecido, Tamar ficou na casa do seu irmão Absalão. Davi não fez nada, absolutamente nada além de “ficar indignado” (v. 21). Ou seja, Davi foi um ótimo rei, mas não foi um bom pai. Um dos motivos mais prováveis para Davi não ter agido,
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nessa situação que envolvia a sexualidade, foi a culpa que ele carregava pelo pecado que cometeu, também na área sexual (adultério com Bate-Seba). No entanto, Davi não foi perdoado por Deus? Foi (Cf. Sl 32 e 51). Então, por que Davi ainda se sentia culpado? É como se uma voz dissesse a ele: “Quem é você para resolver essa situação?”. Essa voz é do Diabo. Diabolos, em grego, significa acusador, caluniador. A missão dele, entre outras, é relembrar constantemente os nossos erros, lançar dúvidas em relação ao perdão de Deus e trazer-nos medo de assumir responsabilidades diante de problemas e desafios. Quando nos perdoa, Deus o faz definitivamente e completamente. Em Isaías 43.25, Deus diz: “Sou eu, eu mesmo, aquele que apaga suas transgressões, por amor de mim, e que não se lembra mais de seus pecados”. Deus não fica relembrando os nossos erros. Se nós fazemos, de fato, a parte que nos cabe (a confissão), Deus certamente faz a parte dele (conceder perdão). Essa é uma norma estabelecida e absolutamente segura. E não é só isso, além de nos perdoar, Deus também restaura a autoridade que precisamos no presente. Então, Davi não só podia como devia ter agido na situação de conflito familiar, da qual lemos, pois o que passou está debaixo da graça de Deus! E você, querido(a) leitor(a), está sendo omisso(a)? “Vencer ou Vem Ser”? As duas coisas! Deus nos convida a sermos responsáveis e, assim, alcançarmos vitória na família que ele nos deu. Amém.
Mirna Schneider Pastora - Palhoça /SC
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MISSÃO
FAMÍLIA E MISSÃO EXTENSÃO DO AMOR DE CRISTO
Assim que Deus nos chamou a servir, alguns princípios foram essenciais em nossa decisão. Em primeiro lugar, seria confirmado por Deus no coração de toda a família. Há alguns anos, quando Deus levantou meu esposo para o ministério de administrar a casa do Senhor, a certeza que tínhamos para que o ministério fosse segundo o coração do nosso Deus era de que ele seria movido pela oração. Assim, todas as quartas-feiras, no período matutino, nós nos reuníamos no templo para um tempo de clamor pelos ministérios, líderes e pastores da igreja. Foram passando os dias, semanas e meses. Até que, em uma das nossas reuniões, quando clamávamos pelas vidas que precisavam da salvação e intervenção do Senhor, para nossa surpresa, ao abrirmos os olhos, eis que, no fundo do templo, havia uma jovem sentada em um dos bancos, com uma aparência suja. Lembro-me de que, ao dirigir-me até ela, perguntei pelo seu nome, abracei-a e continuei a indagar sobre sua família, local de trabalho, querendo conhecer mais da sua história. Com os olhos cheios de lágrimas, respondeu-me que o seu trabalho não era muito normal ao nosso meio. Olhei firme para seus olhos e perguntei: “É o que estou pensando?”. Houve alguns segundos de silêncio, voltei a indagar: “Prostituição?”. Ela me respondeu: “Sim”. Conversando mais com ela, entendi que ainda havia um agravante, ela era viciada em Cocaína. Meu coração e de meu esposo se encheu de compaixão por aquela vida. Continuamos a conversar e descobrimos que era filha de um missionário, e que sua mãe havia falecido. Talvez seu pai, também no seu momento de fragilidade, não conseguiu conduzir a situação, pois ela era apenas uma adolescente, carente de amor, e que havia perdido seu porto seguro. Quando seu pai colocou outra pessoa no lugar da sua mãe, a revolta foi tão grande que ela fugiu de casa, e se encontrava naquela situação. Oferecemos ajuda de internação, para que saísse das drogas. Ela, prontamente, aceitou, mas isso demoraria, mais ou menos, uma semana para que organizássemos toda a logística, e o enxoval necessário fosse providenciado. E, nesse
tempo, o que seria dessa jovem? Eu tinha um emprego e duas filhas, com idade de oito e dez anos. Olhei para o meu esposo e decidimos: “Vamos cuidar dela”. Levei-a comigo, naquela manhã, para o meu trabalho. Quando cheguei com aquela moça, com roupas horrorosas, sujas, fedidas, as pessoas me olhavam com espanto, mas não diziam nada. Durante os dias que antecederam a internação, nossa rotina mudou. Ela estava morando em nossa casa e, todos os dias, ia trabalhar comigo e voltava comigo. Nesse período, eu não podia sequer piscar os olhos, porque ela queria sair para buscar drogas. Eu sempre falava: “Não, onde fores, eu vou contigo”. Em muitos dias, a ansiedade era tão grande, que saía do trabalho mais cedo para acompanhá-la até a nossa casa, a fim de que pudesse mudar o foco de seus pensamentos. No caminho, encontrava muitas pessoas que a conheciam, das suas noites de trabalho, e eu sempre de braços dados com ela. Confesso que tinha medo de ela fugir. Conversávamos com todos os seus amigos que encontrávamos na rua. Ela tinha um que considerei especial, era um policial. Até pouco tempo atrás, quando nos encontrávamos, em seu trabalho no trânsito, perguntava-me sobre a jovem, e eu, muito feliz, podia responder alegremente sobre ela. Ele também se alegrava porque, muitas vezes, ajudou-a, dando bons conselhos. E assim, essa jovem entrou para a história de nossa família! Brincava com as nossas filhas sem pensarmos em nenhuma consequência!! Lembro-me de que as pessoas nos chamavam de doidos, loucos, por tal atitude. No entanto, como não ter essa atitude, se havíamos acabado de clamar ao Senhor e, de imediato, ele respondeu? Foi o início de um tempo novo para toda a nossa família e ministério. O Senhor trabalhou missão em nosso coração. O Senhor confirmou a sua vontade, no coração de toda a nossa família. Hoje, essa moça tem sua vida restaurada, reconciliou-se com seu pai, tem um emprego e filhos. E eu sou a mãe e avó adotiva, para a glória e honra do Senhor.
Ilsili Benner Göhring Gerente de RH - Florianópolis/SC
FAMÍLIA SAUDÁVEL
Com quem devo casar?
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Construindo uma família saudável. O compositor, escritor e artista H. Jackson Brown Jr. deu de presente, para seu filho, um caderno com centenas de ideias e sugestões que havia anotado no decorrer da sua vida. Daquelas instruções, havia uma que dizia: “Escolha muito bem o seu cônjuge. Dessa decisão única, resultarão noventa por cento de toda a sua felicidade ou de toda a sua desgraça”. Portanto, não erre na escolha, pois ela precisa ser até que a morte os separe. Algumas das coisas que influenciam a escolha de seu cônjuge são: a beleza física, as experiências, as necessidades emocionais, os valores e objetivos, a crença religiosa e a própria escala de valores. A beleza física é um presente de Deus que pode ser cultivado e apreciado. É evidente que precisa existir a atração física, mas esse não deve ser o fator decisivo da escolha. Leve sempre em conta o que diz a Palavra de Deus em Provérbios 31.30 (ARA): Enganosa é a beleza, e vã a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada. As experiências que vamos adquirindo, com o passar do tempo, determinam nossos sentimentos, nossa forma de pensar, nossas atitudes e nosso comportamento, e o ambiente do qual fazemos parte influi muito. Caso os dois sejam muito diferentes um do outro, podem se tornar incompatíveis. Tome muito cuidado. A verdade, a honestidade e as crenças religiosas são classes de valores, e conhecer estes em seu candidato a cônjuge é de suma importância e,
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As diferenças acrescentam sabor à vida, porém, devem estar ligadas a aspectos secundários do relacionamento.
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quanto mais parecidos forem com os seus, maiores serão as chances de alcançar a verdadeira harmonia em seu lar. Com relação à crença religiosa, é indispensável que marido e esposa tenham e pratiquem os mesmos princípios religiosos, que serão determinantes na obtenção de plena e total harmonia no lar. Quanto à escala de valores, é bom que ambos tenham a mesma. Isso não significa que os dois devam pensar sempre da mesma forma e nem que não possam ter opiniões diferentes. As diferenças acrescentam sabor à vida, porém, devem estar ligadas a aspectos secundários do relacionamento. No entanto, se um casal desejar ter plena unidade entre si, precisa também buscar a união com Deus, pois, à medida que cada um se aproximar dele, também se aproximará de seu cônjuge. Para tornar isso real em sua vida, é indispensável que haja um tempo de meditação (usar um devocionário), tempo de oração (orem sem cessar), comunhão com os irmãos (ser membro ativo na igreja) e testemunho (deixar Deus agir em sua vida e falar aos outros). Não adianta só saber de tudo isso. É preciso viver isso. (Tornem-se, pois praticantes e não apenas ouvintes). Então, poderemos atender ao que está escrito em Efésios 2.19: Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus. Claudio e Lorita Gernhardt Ministério Família Cristã Feliz - Ivoti/RS Visite nosso site: www.mfcfeliz.com.br
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RESTAURAÇÃO
A Transformação de uma Família.
Entrevista com a família do senhor José Gildon Pereira Silva de Jardim Gonzaga - Juazeiro do Norte/Ce. Conte um pouco da sua família. Natural de onde? Quantos membros? Somos uma família com quatro membros. Minha esposa, Francinete, duas filhas lindas, Jaqueline e Amanda, que são presente de Deus para nossas vidas, e eu. Sempre moramos no bairro Jardim Gonzaga, localizado em Juazeiro do Norte-Ce. Nosso sustento vem pela venda de espetinhos. Minha filha Jaqueline trabalha e faz faculdade de fisioterapia.
Como vocês chegaram à igreja?
Essa é uma história muito comprida, mas resumindo, seria assim: minha esposa conheceu o evangelho por intermédio de minha mãe, D. Geralda, que já participava da igreja. Depois foi a vez de minha filha Jaqueline ser alcançada por meio do testemunho da minha esposa e minha mãe. E, por fim, pela insistência da mãe, à qual agradeço muito, cheguei à igreja.
Em que situação a conversão de vocês aconteceu?
Todas as nossas conversões foram por meio do auxílio de minha mãe. Antes de conhecer o evangelho, eu tinha problemas com o álcool. Bebia muito, e isso tinha como consequência muitas brigas dentro do lar. Nós não tínhamos paz dentro do nosso lar. Foi aí que minha mãe entrou na história. Por um longo tempo, ela orou e falou de Jesus para nós. Até que, um dia, eu entendi e, então, entreguei o coração a esse Jesus maravilhoso, que me curou e restaurou. E desde então nos apegamos a essa caminhada de fé.
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A transformação mais importante que passamos na família foi o termino das brigas causadas pelas minhas bebedices
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De que forma foram acolhidos pela igreja?
Fomos muito bem acolhidos e acompanhados. As missionárias Marli e Silvia nos deram muito apoio e incentivo, assim como toda a igreja.
Perceberam alguma mudança na família depois que aceitaram Jesus?
Muitas mudanças ocorreram desde nossa conversão. A maior mudança foi que consegui abandonar a dependência do álcool, que tinha como consequência a destruição da minha vida e das pessoas ao redor.
Poderiam nos contar algum episódio importante de transformação na família?
A transformação mais importante que passamos na família foi o término das brigas causadas pelas minhas bebedices. Desde que começamos a caminhada com Deus, temos vividos tempos muito bons como família.
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Sou muito grato por pertencer a essa família da fé. Aqui podemos aprender e compartilhar da Palavra de Deus
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De que forma a família é envolvida na comunidade? Eu sou presbítero da igreja e faço parte do ministério de louvor. Como família, ajudamos na escala de limpeza do templo. Minha esposa e eu estamos acompanhando uma família toda semana. Oramos, evangelizamos e ensinamos a Palavra de Deus, para que Deus possa trabalhar na vida deles.
Ocorreu alguma dificuldade na família na qual puderam contar com a ajuda da igreja? A dificuldade que passei foi quando, por consequência de uma enfermidade, fiquei sem trabalhar durante seis meses. Foi aí que meus irmãos na fé da igreja se dispuseram a ajudar. Auxiliaram com cestas básicas, com remédios e realizando bazares para arrecadar recursos para o meu tratamento, mas, o mais importante foram as orações que fizeram por mim. Hoje estou curado e agradeço a Deus.
Poderiam nos descrever a importância de fazerem parte da família de fé?
Sou muito grato por pertencer a essa família da fé. Aqui podemos aprender e compartilhar da Palavra de Deus. Ser chamado de filho de Deus e andar com os irmãos para nos fortalecer uns aos outros.
TESTEMUNHOS
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“Família é nosso lugar. Lugar de atividade, de cuidado, de limite e de conflito. Lugar de amar, discutir, gritar, reparar, reconciliar, beijar, abraçar. Lugar para edificar, criar raízes e asas.” Ivan Capelatto No dia 6 de julho deste ano, comemoramos 40 anos de casamento. Somos gratos a Deus por esta experiência matrimonial e familiar, por meio da sua maravilhosa graça. O Senhor nos presenteou com uma filha, três filhos, uma neta e um neto, que são os valiosos instrumentos que Deus usa para nos ensinar na prática da vida. Eles foram usados por Deus para nos ensinar a lidar com valores materiais, espirituais e conjugais. Sabemos dos nossos limites, fraquezas e pecados, mas podemos testemunhar,
“Nossa responsabilidade aumenta quando lemos 1º Timóteo 5.8, porque somos convocados para zelar pela família.” Integrantes da primeira turma de alunos de formação teológica, com ênfase na missão urbana, no Centro de Pastoral e Missão (Fatev), Liliane e eu nos casamos em 1992. Simultaneamente ao período de formação, atuamos profissionalmente. Depois da formação, um estágio no nordeste e, logo em seguida, nosso primeiro campo missionário, em São José do Rio Preto. Em 1997, nasceu nossa primeira filha. Mariane e seguimos para Foz do Iguaçu, retornando para Curitiba em 1999. Os primeiros dez anos de casamento foram muito intensos e dinâmicos, nos quais, vivenciamos a bondade e o cuidado de Deus. Foi tempo de fortalecer a unidade e a cumplicidade no relacionamento. Em 2003, nasceu a Gabriele e, neste ano, mudamos para Ivoti, como empreendedores na área de gastronomia. Por motivos diversos, era tempo de retornar a Curitiba. Nessa volta, o sentimento era quase de ser estrangeiro e forasteiro,
afirmando que a família que se fundamenta na Palavra de Deus e busca o seu Reino e a sua justiça em primeiro lugar é bem-sucedida. Vemos a família como o berço e o despertar do espírito sacerdotal, da vocação e do desafio missionário. A família que teme a Deus é estimulada, com responsabilidade, a participar positivamente no convívio social. Ela contribui com alegria para a edificação do Reino de Deus e da satisfação da comunhão entre os irmãos na vida de fé. Família bem estruturada produz igreja e nação forte e sadia, cumprindo com o propósito divino para a sua honra e glória. Laura e Neri Kannenberg Missionários pelo Projeto Tenda da Missão Zero Balneário Camboriú/SC
como no verso de Efésios 2.19, porém, como concidadãos dos santos, e da família de Deus, encontramos, nos irmãos e na família, o apoio para seguir na caminhada. Deus foi e tem sido muito bom para conosco. Atualmente, sou professor na PUC-PR, e a Liliane trabalha na Missão Zero. Lideramos um pequeno grupo na Comunidade do Redentor, onde experimentamos e vivenciamos a família de Deus, assim como nossas filhas a vivenciam no grupo de adolescentes. O casamento e a família, neste mundo secularizado, estão cada vez mais fragilizados, e observamos ramificações desse mal no convívio cristão. Nossa responsabilidade aumenta quando lemos 1 Timóteo 5.8, porque somos convocados para zelar pela família e todos os membros que a compõe. Como pecadores, precisamos levar as nossas famílias aos pés da cruz de Jesus, para encontrar e exercer a acolhida, o perdão, o amor e orientações seguras para conduzir nossas decisões. Buscar a Deus como fortaleza em nossa família tem sido bênção. Alexandre e Liliane Dhein Professor universitário/Coordenadora da Missão Zero Curitiba/PR
COMPORTAMENTO
Homem e Mulher Ao tratarmos do tema “Família”, queremos fazê-lo, obviamente, numa perspectiva bíblica. Sentimos uma necessidade premente de recorrer às referências bíblicas, pois percebemos que o conceito família, em nossos dias, tem extrapolado, e muito, os contornos fornecidos pela Palavra de Deus. Somos constantemente bombardeados com novos argumentos, que procuram ampliar, de forma irrestrita, esse conceito, de maneira que toda e qualquer configuração familiar seja contemplada e legitimada. Dessa forma, já não é mais suficiente falar simplesmente em família, pelo menos, não nos moldes “tradicionais” (bíblico, cristão, naturais), pois ficaria de fora uma constelação de pessoas que já não se enquadram mais nesses moldes. Assim, cunhou-se a terminologia “novas famílias”, para englobar tudo o que já não cabe nas composições tradicionais. Creio que o elemento constitucional da família, no entanto, está no próprio Deus, que é Pai. Como diz o apóstolo Paulo: Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra (Ef 3.14s). Portanto, cada família da terra é derivada de Deus. Naturalmente, isso foi efetuado por meio da criação e não por meio da procriação. Sendo assim, Deus Pai é o protótipo de toda a paternidade e o padrão do que isso significa. Olhando para o livro de Gênesis, e lançando um olhar mais criterioso sobre alguns de seus relatos, percebo que estes lançam alguma luz sobre o nosso tema. Assim, lemos no capítulo 5.1-2 (ARA): Este é o livro da genealogia de Adão()םָדָא:No dia em que Deus criou o homem()םָדָא, à semelhança de Deus o fez; homem()םָדָאe mulher os criou e os abençoou e lhes chamou pelo nome de Adão()םָדָאno dia em que foram criados (os grifos são meus). São quatro vezes que o mesmo termo ( )םָדָאAdão/ homem/Homem coletivo / humanidade, aparece. Deus cria o ser humano, à sua imagem e semelhança, como casal, homem e mulher. Homem e mulher são abençoados pelo Senhor e designados de Adão/Homem. Não se referindo aqui meramente ao macho nem somente ao indivíduo; mas ao casal homem/mulher. Por que Deus decide nos criar dessa forma? Vejam o relato de Gênesis 1.26a: E disse Deus( םיִהֹלֱאplural): Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Deus é um ser plural, por isso, ele se
Por que Deus nos criou desta forma?
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refere a si mesmo no plural. Nós, que hoje conhecemos a plena revelação de Deus a partir de Jesus, o Cristo, e do derramar do Espírito Santo de Deus, sabemos que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, mas, ao mesmo tempo, ele é Um ou Único, como nos revela Deuteronômio 6.4: Ouve ()עַמְׁש, ó Israel ( ;)לֵאָרְׂשִיo SENHOR/Javé ( )הָוהְיnosso Deus ()ּוניֵהֹלֱאé o único()דָֽחֶאSENHOR/Javé()הָוהְי. O termo aqui usado para único (ehad) sempre designa um conjunto único como, por exemplo, um cacho de uvas. Nem o talo vazio, nem as uvas soltas num prato constituem uma unidade, apenas o cacho completo. Portanto, este único SENHOR/Javé, que é uma “família”, decide nos criar à sua semelhança e nos cria como “família”. Sendo assim, o homem é realmente homem quando está na companhia de outros seres humanos. Isso ocorre, sobretudo, no relacionamento mútuo de marido e mulher; conforme Gênesis 2.24: Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só ()דָֽחֶא carne. Ou seja, nós nascemos da família, na família e para a família. Nascemos da comunidade, na comunidade e para a comunidade. O individualismo que, muitas vezes, é a premissa na constituição das “novas famílias”, constitui-se no maior ataque à noção do que é sermos criados à imagem e semelhança de Deus. O individualismo é igualmente um ataque à fé cristã em si, um ataque à noção de igreja. Pois, a Família Homem se perdeu, e um membro da Família Deus veio resgatá-la. Jesus veio para restaurar a Família Homem e nos inserir na Família de Deus. É pouco provável, portanto, que essa visão bíblica da família cristã dependa essencialmente das condições sociais do mundo antigo, pois ela está profundamente ancorada na doutrina da paternidade de Deus e na da unidade indissolúvel entre Jesus Cristo e sua Igreja. “A ninguém na terra chamem ‘pai’, porque vocês só têm um Pai, aquele que está nos céus” (Mt 23.9). Sendo assim, quando as condições sociais mudam, será, pois, dever da igreja encontrar, no novo ambiente, um estilo de vida familiar, em que a parte essencial da mensagem bíblica sobre a família possa desabrochar sem alteração.
Jacson Eberhardt Pastor - Florianópolis/SC
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SOCIEDADE
Talvez você se entristeça, assim como nós, ao tomar conhecimento, diariamente, de casos absurdos de violência em nosso país, que parecem piorar com o passar dos anos. E, como consequência direta, pensamos: “Deve haver mais investimentos na segurança pública”, ou “deve haver punições exemplares por parte da justiça”. No entanto, infelizmente, essas ações não são reparadoras, e servem apenas como, ou prevenção, ou punição contra o mal iminente. Precisamos de transformação. Lamentavelmente, também muitos cristãos pensam, de forma isolada, apenas no bem-estar próprio, sem conseguir fazer uma relação entre a família e o coletivo. Todavia, como é sabido, a família é a primeira sociedade da qual o indivíduo faz parte e, consequentemente, tenderá a repetir, no macro, aqueles hábitos que desenvolveu no micro. Então, se pensamos em nosso povo de forma geral, e vemos vários transtornos no relacionamento interpessoal, exteriorizados em crimes ou simples ações de desrespeito, podemos afirmar, categoricamente, que a origem da grande maioria desses problemas é (ou foi) o relacionamento familiar dos transgressores. A falta de exemplos e boas referências faz com que as novas gerações enveredem para qualquer caminho. De forma diferente, podemos também aprender com um bom exemplo recente, o qual aconteceu durante a copa do mundo de futebol, aqui no Brasil. O comportamento dos torcedores japoneses foi inspirador: mesmo com as derrotas do time, os torcedores não se recusaram em demonstrar o bom hábito de ajudar na limpeza dos estádios, após o fim das partidas. Esse “valor” da sociedade japonesa está baseado no fato de que suas crianças aprendem, desde cedo, que a realização humana
vem do estreito relacionamento com o outro. Elas aprendem cedo a reconhecer que são parte de um corpo interdependente, começando na família e, mais tarde, estendendo-se para grupos maiores, como bairro, escola e empresa. Logicamente não queremos simplesmente uma geração que saiba limpar locais públicos, mas queremos sim que ela tenha preocupações genuínas com a salvação do próximo e com o bem-estar da sociedade em geral. No entanto, isso só irá acontecer quando pais e mães assumirem o papel de bispos e bispas de seus lares, segundo a exortação do apóstolo Paulo em 1 Timóteo 3.2-4. Muito mais que meramente serem obrigados a ir à igreja, como muito acontece na época de ensino confirmatório, os filhos precisam ser ensinados a amar a Deus e a ser dependentes dele. Afinal, não servimos a um Deus que obriga a conversão, mas que se faz aceito por meio do amor. E, se a conduta dentro da família não for essa, realmente será muito difícil criar um ambiente no qual as pessoas são influenciadas positivamente e repitam esse comportamento fora de casa. Em vez disso se tornarão passíveis de tomar como exemplo o que acontece fora e trazer isso para dentro de casa, tanto em casos positivos quanto negativos.
Mateus Pereira e Mariana Erhardt Missionários - Passo Fundo/RS
RESTAURAÇÃO
Restaurando
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Famílias A pressão sobre as famílias tem sido enorme nos dias atuais. Divórcios, famílias reconstituídas, crianças criadas pelos avós, só pelo pai, só pela mãe, por creches, escolinhas de tempo integral, entre tantas outras formações. Pais trabalhando por horas a fio, desafiados pela pressão que se agiganta cada dia mais, na ânsia de se cumprir prazos e metas estabelecidos pelos locais de trabalho e estudo. Acrescenta-se a tudo isso a falta de diálogo. Não há mais tempo de se relacionar, conversar, rir, muito menos, de brincar. É oportuno dizer que a descrição da família acima é considerada normal para os dias de hoje. Soma-se ainda, a essa descrição, o uso abusivo de substâncias psicoativas, por parte de muitos adultos e também crianças, o que agrava o quadro consideravelmente. As primeiras influências da família são importantes para a formação do caráter da pessoa. Se, por um lado, relacionamentos românticos maduros, caracterizados por amor, fé, trabalho e esperança, podem consertar traumas anteriores na área afetiva, por outro lado, relacionamentos românticos caracterizados por raiva, hostilidade, ameaça, rejeição ou violência podem minar boas experiências ou aumentar experiências traumáticas vividas na família de origem. A família tem, no seu contexto, recursos infindáveis para construir maneiras de aprender um com o outro, jeitos de se relacionar que acomodem o modo com que cada um age ou reage diante dos problemas que a vida apresenta. Urge que a comunidade cristã, como comunidade de vida, aprenda a usar desses recursos, interagindo com aqueles que a procuram pedindo por ajuda. Como igreja, não podemos negligenciar os problemas familiares. É preciso buscar subsídios que nos levem a conhecer e a aprofundar
esse tema tão atual em nossos dias. Com certeza, a comunidade não saberá lidar com todos os dramas que surgem: abusos físicos e psicológicos de crianças, separações traumáticas, violência doméstica, etc. No entanto, ter acesso ao máximo de informação possível a esse respeito é uma condição básica para o exercício de uma cidadania que viva de acordo com a missão que Cristo nos entregou. Há profissionais capacitados para isso e que podem ajudar. Se nós não sabemos como, devemos nos esforçar em ser mediadores do acesso ao tratamento e à cura. Deus utiliza de nossos limitados recursos para restaurar vidas e assim fazer surgir famílias mais saudáveis. Esly Regina (2002), diz que: “A igreja tem a função de ser comunidade terapêutica. uma comunidade curadora. Deus os chama para isso. Quanto mais saúde emocional puderem oferecer e ministrar, mais santidade verão como resultado”.
Rosângela Bieberbach Conselheira Pastoral e Terapeuta Familiar Sistêmica - Curitiba/PR
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FILHOS
Criando os filhos para o mundo e não para o seu próprio prazer
Família, educação dos filhos... Nas conversas com amigos e irmãos, esse assunto, frequentemente, entra na roda. E, na maioria das vezes, vêm à tona a preocupação e as dificuldades de enfrentar os desafios diários que a convivência e as relações entre os membros da família apresentam. De fato, não é tarefa fácil, mais ainda, quando buscamos viver sob os princípios do evangelho de Jesus Cristo. É como se andássemos na contramão. Contudo, sendo a presença de Deus prioridade em nossas vidas e famílias, buscamos nele orientação, capacitação, consolo e alegria. Assim, “as coisas mudam de figura”. Temos em Jesus o “caminho das pedras”. Ele nos ensina para onde e como devemos caminhar. Ou seja, o melhor sempre é segui-lo. Na sua carta aos Efésios, Paulo nos lembra: Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus (Ef 2.19). Pertencemos à família de Deus, estamos marcados por seu amor, já não vagamos mais por aí sem saber para onde ir, mas sabemos quem somos e a quem pertencemos. Essa marca, esse amor e agir de Deus, em nossas vidas, precisam ser notados e vistos por todos. Conhecer e viver o amor de Deus, a vida que ele gera em nós, quando depositamos nossas vidas em suas mãos, vai além da compreensão humana. Pois, “nem olhos viram nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus
tem preparado para aqueles que o amam” (1Co 2.9 - ARA). Que promessa! Como pais, precisamos nos lembrar sempre disto: Deus nos chama a viver e a praticar seu amor, dentro e fora da família. Ele já nos deu seu exemplo, o amor e cuidado que devemos ter uns com os outros. No quesito cuidar, Paulo nos adverte duramente: Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente (1Tm 5.8). Como temos reagido a essa advertência de Paulo? É importante termos em mente e no coração de que “nossos” filhos não são “nossos” filhos, mas foram confiados a nós, pais, para que os amássemos, caminhássemos com eles, fortalecendo “suas asas”, ensinando-os a andar no bom caminho e, assim, orientando-os a assumirem seus compromissos e responsabilidades. Nossos filhos, que não são nossos filhos, mas de Deus, irão deixar seus ninhos e voar para o mundo. Amar e cuidar, para que possam viver no mundo, testemunhando da fé e do amor em Jesus Cristo, é a nossa maior tarefa como pais. Deus nos ajude a sermos fiéis nesta caminhada, assim como ele tem sido conosco. Mara e Flávio Bauer Professora aposentada/Comerciante Linha Nova/RS
¹DRUCKER, Peter Ferdinand, Administração de Organizações Sem Fins Lucrativos: Princípios e Práticas, São Paulo: Cengage Learning, 2012.
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