Ano LIII• Maio 2013 • nº 471
C A R TA Equipes de Nossa Senhora
SUPER-REGIÃO "Minha Mãe" A Conjugalidade pp. 3, 4
VIDA NO MOVIMENTO EACREs p. 16
Mensal
CARTA MENSAL nº 471 • Maio 2013 EDITORIAL Da Carta Mensal ................................... 01 SUPER-REGIÃO Mensagem Pe. Miguel Batista ............. 02 "Minha mãe!"......................................... 03 A conjugalidade ..................................... 04 CORREIO DA ERI Mensagem Pe. José Jacinto Ferreira de Farias ......................................06 Testemunhar a fé .................................. 07 IGREJA CATÓLICA Credo - profissão de fé ........................ 09 MARIA Oferta de uma entrega verdadeira ....... 10 A esperança.......................................... 11 FORMAçÃO Formar-se é preciso .............................. 12 A busca por um espírito de unidade .... 13 Eucaristia: crer, celebrar e viver o mistério pascal .......................... 14 "Viu" ..................................................... 15 VIDA NO MOVIMENTO EACRES 2013......................................... 16 Sessão de formação SF nível I - fé e vida cristã ....................... 24 Encontro dos Setores Norte I, II, e III em Cruz-CE...................... 25 Mutirão 2013 ............................................. 27 RAÍZES DO MOVIMENTO Por que tantos fracassos? .......................... 28 Sois esperados ......................................... 30
Construir a casa sobre a rocha .................. 31 TESTEMUNHO ENS - Desatando nós, costurando nossas vidas....................... 32 Experiência de um Casal Responsável........ 33 A Espiritualidade do cotidiano ............ 33 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORçO A mística dos PCEs e partilha ............... 35 O amor começa em casa: encontro com Deus no outro ............... 36 Dever de sentar-se ................................ 37 Coluna de Formação o retiro anual ....................................... 37 Regra de vida ....................................... 38 TEMA DE ESTUDO Tema de estudo 2013: um testemunho.................................... 39 Por que o tema de estudo? .................. 40 Em busca de uma espiritualidade ......... 41 NOTÍCIAS ............................................. 42 EJNS Equipes jovens realizam primeiro curso nacional de pilotos ..................... 44 REFLEXÃO Nosso poder de julgar .......................... 45 História do Lápis................................... 46 ATUALIDADE Razões a favor do aborto .................... 47
Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Cida e Raimundo N. Araújo - Equipe Editorial: Responsáveis: Zezinha e Jailson Barbosa - Cons. Espiritual: Frei Geraldo de Araújo Lima O. Carm - Membros: Fatima e Joel - Glasfira e Resende - Paula e Genildo - Zélia e Justino - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622) Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiaçu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1285 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos Diagramação: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta Edição: 23.000 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/ imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Rua Luís Coelho, 308 Cj. 53 11º andar - 01309-902 São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Zezinha e Jailson Barbosa. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.
Com estes versos, saudamos nossa Mãe e padroeira do nosso Movimento, ao tempo em que rogamos por todos nós e, de modo especial, pelas mães do mundo inteiro! Que Nossa Senhora seja inspiração de ternura e amor, para as mães no trato com seus filhos, mesmo nas admoestações: “Meu filho que nos fizestes?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição!” (Lc 2, 48). Pe. Miguel nos dá um toque importante sobre o Tema de Estudos, exorta-nos a estudarmos com mais profundidade, atentando para o seu real objetivo, e faz uma observação: “A proposta é riquíssima, pois traz um tema não acabado e propõe ao casal completá-lo com a sua própria experiência de vida espiritual, em casal.” (grifo nosso) Minha Mãe! Exclamação de um adulto. Minha Mãe! Minha Mãe! Expressões de uma criança. Ambas, em seus momentos, têm a mesma importância. Cida e Raimundo arranjam simetricamente esses momentos, lembram o grande amor de Pe. Caffarel por Nossa Senhora e reverenciam todas as mães do mundo. Bete e Carlos, CR Província Leste, nos brindam com um profundo texto sobre Conjugalidade, fazendo uma abordagem que perpassa por diferentes nuances relativas ao assunto, tra-
zendo-nos um excelente tema para um Dever de Sentar-se. Da ERI, Pe. José Jacinto mira na Carta Porta Fidei: “A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar... e, mais adiante, conclui: “só acreditando é que a fé cresce e se revigora” (Porta Fidei, 7). E, com um prazer imenso, levamos a todos vocês a primeira comunicação de Graça e Roberto como CL da Zona América. Eles falam de Testemunhar a Fé embasados na própria caminhada nas ENS, e lembram os casais e conselheiros espirituais da 1ª hora que se engajavam na missão de animar o Movimento e de formar as sucessivas gerações de casais responsáveis, pilotos e ligação. Aproveitemos para uma profunda reflexão o texto do Pe. Caffarel na bandeira Raízes. Muito importante para nós casais e também para os nossos Conselheiros. Só para motiválos: “Numerosas são as necessidades vitais do organismo espiritual. Existem três que me parecem mais urgentes de serem lembradas.”... Nas demais Bandeiras não deixem de, com a presença do Espírito Santo, crescerem na fé, lendo os artigos de Formação, EACREs, Sessão de Formação, Mutirão, Testemunhos. Que Nossa Senhora, nossa Mãe Santíssima nos proteja, e um feliz e santo dias das Mães. Zezinha e Jailson CR Eq. da Carta Mensal
Tema: “Caminho da vida espiritual em casal” CM 471 462
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Editorial
Queridos Irmãos Ave, cheia de graça / Ave, cheia de amor / Salve, ó mãe de Jesus A ti, nosso canto e nosso louvor... Mãe das mães, Maria, rogai por nós!
Super-Região
“Quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes” (Lc 16,10)
A cada ano que passa, as Equipes de Nossa Senhora têm procurado passar aos equipistas orientações que contribuam mais intensamente para a busca da santidade conjugal. Mas, para que essas orientações possam ser um instrumento eficaz na vida do casal e da equipe, é necessário que haja unidade e fidelidade ao que Deus nos inspira para caminharmos cada vez mais unidos a Ele. A Carta de Brasília, à luz do nosso último Encontro Internacional, nos convida a “ousar o evangelho”. Anualmente o tema proposto nos ajuda a refletir sobre a vida do casal: seu cotidiano de cônjuge, sua atuação na Igreja e seu testemunho no mundo. Para isso é necessário ter uma convicção persuasiva naquilo que vive e prega. O tema de 2013, proposto pela Equipe Responsável Internacional, vem trabalhar sobre a espiritualidade. A proposta é riquíssima, pois traz um tema não acabado e propõe ao casal completá-lo com a sua própria experiência de vida espiritual, em casal. O que tem acontecido muitas vezes é que de alguma forma o tema é negligenciado. Não se aprofunda como deveria, nem se confronta a própria vida do casal com cada etapa proposta do tema. Resultado disso são reflexões superficiais, quando não pior, artificiais. Trata-se de tudo de uma forma muito bonita, com reflexões evasivas, porém sem colocarse dentro do tema. É para isso que o tema é lançado; ele vem em benefício do casal. Não para fazer a análise do tema para os outros, mas para si; o que o tema diz para a vida do casal. O que suscita como mudança, aperfeiçoamento da experiência de vida conjugal, enfim, conversão. Todos os temas são elaborados com muito critério e atenção. O tema de 2013 pede que você participe da sua elaboração, escreva sua própria experiência de vida a partir do que se propõe, numa metodologia clara, objetiva e flexível. Portanto, nos empenhemos em estudar e elaborar de forma dedicada e zelosa, em casal, pois é nesse instrumento que Deus nos fala mais uma vez. Que Maria Santíssima, nossa mãe, mãe de todas as equipes nos inspire e acompanhe nesse caminho da vida espiritual em casal. Um abraço com carinho. No Coração de Jesus, Pe. Miguel Batista, SCJ. SCE da Super-Região Brasil 2
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“ MINHA MÃE!” Queridos equipistas: A expressão “Minha Mãe!” mexe muito conosco. Ela nos reporta a dois fatos bem distantes entre si no tempo e no espaço. O primeiro aconteceu em 1956, na França. O segundo, em 2013, no Brasil. Atentem bem: Certo empresário (do petróleo) enaltecia a Virgem Maria ao Pe. Caffarel. O padre, querendo compreender, fez-lhe a seguinte pergunta: “Quem é a Virgem para você?” Ele, muito emocionado e com lágrimas nos olhos, respondeu: “Minha Mãe!”. O segundo fato se deu em um aniversário de 50 anos: Uma senhora levava ao pescoço uma linda medalhinha de N. S. das Graças. Qual não foi nossa surpresa, quando um jovem, com alma e pensamento de criança, olhou a medalha, debruçou-se para vê-la melhor, segurou-a em suas mãos, e exclamou com toda a emoção, que jamais víramos, e balbuciou com voz de filho amado, vinda do fundo de seu coraçãozinho: “Minha Mãe!”, “Minha Mãe!”. Nada mais eloquente do que estas duas expressões para definir a Virgem Maria. E é pelo grandioso papel que Maria realiza na vida de cada ser vivente que o Pe. Caffarel a exalta. Quem não se lembra desse pedido que faz aos casais das Equipes de Nossa Senhora: “Que no seu lar, Nossa Senhora seja uma Mãe honrada e querida”? Todos sabemos, e muito bem, que nosso Movimento é CristocênCM 471
trico. Nós formamos equipes para encontrar o Cristo, imitá-lO, servi-lO. Porém, sozinhos e sem um guia fica difícil realizar esse desejo. E que melhor guia teríamos para nos conduzir a Jesus, o centro da vida espiritual do equipista, senão sua própria Mãe? Por isso o Pe. Caffarel expressa um desejo, do fundo de seu coração: “Eu gostaria que em nossas Equipes se exercesse a fé na ternura todo-poderosa da Virgem; que cada casal sentisse aquela confiança e aquela segurança que habita o coração dos filhotes quando sua mãe está presente. Eu gostaria que esta fosse uma das nossas características. Então eu teria grande segurança no futuro”. Queridos, que, diante de uma imagem de Maria, possamos dizer também: Minha Mãe! A todas as mães das ENS, pela intercessão amorosa da Virgem Maria, a bênção de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Cida e Raimundo CR Super-Região 3
A CONJUGALIDADE
Ao iniciarmos esta reflexão, gostaríamos de dizer, com franqueza, que pretendemos, tão somente, lançar pistas para descobrirmos, juntos, as linhas que devem animar a nossa vida de casal cristão católico equipista, num itinerário de libertação e crescimento. – Um escavar dentro
da nossa vida para nela descobrirmos o “tesouro escondido”: a conjugalidade.
Na verdade, o que pode ser concebido como conjugalidade? Na nossa maneira de entender, é um processo de construção comum permanente, na qual cada um dos cônjuges experimenta uma reconstrução da sua realidade individual, criando referenciais comuns e uma identidade conjugal, através da arte do convívio, das atividades diárias, do diálogo e das relações de dádiva. Como podemos observar, a 4
conjugalidade ocorre num contexto sócio-histórico e tem início na criação de um território comum. Neste, são partilhadas experiências em que são valorizadas as interações significativas do casal, num processo contínuo ao longo do ciclo de vida, ou seja, o casal, entendido como um composto de dois sujeitos, dois desejos, duas inserções no mundo, duas percepções do mundo, duas histórias de vida, dois projetos de vida, duas identidades individuais que, na relação amorosa, convivem com uma conjugalidade, um desejo conjunto, uma história de vida conjugal, um projeto de vida de casal, uma identidade conjugal; processo contínuo de desconstrução/dissolução e reconstrução de uma identidade. Estas experiências combinam interdependência econômica, sexual, comportamental e afetiva. A relação íntima do casal e, deste modo, o espaço mais adequado para que cada indivíduo preencha as suas necessidades de afeto, de companheirismo, lealdade e intimidade emocional. Olhando pela ótica do amor conjugal, a conjugalidade não pode ser entendida como uma fusão, mas um dom, efetivamente. Cada personalidade permanece distinta, e, longe de se dissolver no dom recíproco, afirma-se e afina-se, cresce ao longo da vida conjugal, segundo a grande lei do amor: darem-se um ao outro para se darem juntos – numa atitude de doação mútua, definitiva e total. (… embora eu CM 471
seja “como” uma extensão do outro, muito cuidado “... pois, ao mesmo tempo sou “diferente do outro”). Trata-se de um espaço misterioso, de oscilação contínua, em que cada cônjuge é uma extensão do outro”, mas ao mesmo tempo é diferenciado do outro”. Não podemos esquecer que o nosso “Eu” é incontornável: eu sou um ser singular com características peculiares (origem, cultura, motivações, valores, necessidades, interesses, crenças, medos etc., - características intrínsecas e extrínsecas que formam a minha pessoa). E essa minha própria história, que sou eu, afasta-me daquele para quem me sinto atraído com o coração e com os sentimentos. É o limite de toda a relação amorosa, relação particularmente frágil de entre todas as formas de relações humanas porque fortemente carregada de emoções. São Tomás de Aquino escreveu que “no amor, os dois tornam-se um só, mas permanecem distintos”. A arte de amar sabe quando ser um e quando ser dois, quando estar próximo e quando dar espaço. Por vezes, posso querer intimidade, mas o outro tem necessidade de respirar. Ou talvez eu queira estar sozinho, mas vejo que a outra pessoa deseja um abraço. O verdadeiro amor consiste em estar aberto àquilo de que o outro precisa nesse momento. Como podemos perceber até agora a vivência da conjugalidade é uma experiência rica, complexa, um mistério, pois envolve todas as dimensões (corporal emocional e espiritual). CM 471
Para entendermos melhor esse mistério, precisamos voltar às origens, aos fundamentos sem nos esquecermos de registrar que a ciência tem crescido a ligeiros galopes em busca de respostas para as questões comportamentais, tentando explicar os seus “possíveis” desvios e oferecendo soluções. Mas muito do que tem sido gasto em pesquisas referentes ao tema creio que poderia ser poupado se observássemos a Bíblia. Podemos dizer que o casamento “conjugalidade” nasceu a partir de uma percepção divina, ou seja, Deus olhou e viu, e achou não ser bom o homem estar só. Genesis 2: 18 afirma: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Com isso podemos dizer que a instituição do casamento “conjugalidade” é obra e criação de Deus. Que o homem e a mulher tenham sido criados um para o outro, a Sagrada Escritura o afirma: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2, 18). “carne de sua carne” é igual a ele, bem próxima dele, lhe foi dada por Deus como um “auxílio”, representando, assim, “Deus, em quem está o nosso socorro”. “Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2,24). Que isto significa uma unidade indefectível de suas vidas, o próprio Senhor no-lo mostra lembrando que foi, “na origem”, o desígnio do Criador (Cf Mt 19,4): “De modo que já não são dois, mas uma só carne” (Mt 19,6) Bete e Carlos Alberto CR Província Leste 5
Correio da ERI
Caríssimos Casais Na carta apostólica Porta Fidei, Bento XVI escreve: “A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de fato, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra, a fim de se tornarem seus discípulos” (Porta Fidei, 7). E mais adiante, conclui: “só acreditando é que a fé cresce e se revigora” (Porta Fidei, 7). Nestas palavras do Santo Padre, temos uma síntese e ao mesmo tempo um programa para nós todos vivermos não só neste ano da fé, mas também ao longo de toda a nossa existência. De fato há uma relação muito estreita entre a fé e a esperança, porque, na verdade, o conhecimento gera a confiança e, por sua vez, quanto maior for a confiança entre as pessoas, entre os cônjuges, melhor será e mais profundo o conhecimento recíproco, a partir do qual será possível avançar na partilha de vida. Encontramos aqui a terceira dimensão que nos falta: que a fé e a esperança abrem o coração para a caridade, para o amor oblativo que só é possível para quem verdadeiramente acredita e confia. Os cônjuges cristãos são discípulos que seguem o Senhor. Isto foi muito cultivado nas ENS, desde as suas origens, quando o Pe. Caffarel começou a reunir-se com os primeiros casais que procuravam aprofundar as suas relações no Senhor. Isto é muito importante: porque antes de serem cônjuges são crentes, o que significa que, como discípulos, cada qual procura antepor a tudo a vontade de Deus, o pensamento de Deus a 6
respeito de cada um. E que maravilha será para os cônjuges poderem descobrir sempre mais que foi o Senhor quem os uniu – o que Deus uniu não o separe o homem – e que desde toda a eternidade os pensou um para o outro, para serem colaboradores na criação, para conduzirem todas as coisas para o seu fim, para o fim para o qual tudo foi criado, Deus, Sumo bem e suma felicidade. Santo Agostinho dizia que os cônjuges cristãos têm a missão de educar os seus filhos, isto é, de lhes indicar o caminho que os conduz a Deus. É assim no Senhor que o amor humano é transfigurado em amor oblativo e na escola do Senhor aprende-se e cultiva-se a delicadeza do amor, e é neste sentido que o Magistério da Igreja, especialmente Pio IX, mas também o Concílio, falam da castidade conjugal, ou seja, o coração puro e casto que cultiva a delicadeza do amor, daquela inclinação para o outro amado por si mesmo e segundo Deus. Um tal programa, caríssimos amigos, é seguramente muito exigente. O Pe. Caffarel dizia numa das suas mensagens, que o amor mais perfeito exige sacrifício e abnegação, porque na verdade devemos de certo modo sempre contrariar a nossa inclinação para a rotina e a facilidade. No momento em que vos escrevo vivemos o tempo litúrgico da Quaresma. Na sua mensagem, Bento XVI convida-nos a meditar e a viver a relação entre a fé e a caridade, porque estas virtudes estão intimamente unidas. O casal e a família são o lugar privilegiado de verificação desta relação, porque o fundamento do Matrimônio é a CM 471
fidelidade dos esposos, como forma de viverem o amor, sendo então que a fidelidade aparece como a manifestação da vitória do amor sobre o tempo. Caríssimos amigos, desejo a todos vós e às vossas famílias as
mais abundantes graças e bênçãos de Deus e a proteção maternal da Santíssima Virgem. Aceitai as minhas cordiais saudações. Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj SCE da ERI
TESTEMUNHAR A FÉ Conhecer Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir esse tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e ao nos escolher. (V CELAM - Documento de Aparecida nº 18)
Caros Equipistas: Este é o nosso primeiro contato através do Correio da ERI como casal ligação da Zona América. Somos Graça e Roberto, casados há 41 anos e temos dois filhos. Moramos na cidade de Porto Alegre, Sul do Brasil, e pertencemos às ENS há 28 anos. A ERI definiu a Carta Apostólica Porta Fidei como fio condutor das reflexões a serem publicadas no seu Correio, neste Ano da Fé. Coube-nos aprofundar a reflexão acerca do testemunho da fé. CM 471
Sua Santidade o Papa Bento XVI, no nº 6 da Carta citada, proclama que um dos meios de renovação da Igreja é o testemunho de vida dos crentes, que são chamados a fazer brilhar no mundo, com as suas próprias vidas, a Palavra da verdade que o Senhor nos deixou. Sendo assim, este artigo dirigido a todos os equipistas do mundo, só pode ser uma mensagem de alegria. Alegria porque a fé é resposta ao anúncio da boa-nova e isso é suficiente para que ela seja um “grito” alegre. Alegria por estarmos participando do esforço de renovação espiritual da Igreja, neste Ano da Fé, atendendo o seu apelo para buscarmos uma autêntica e renovada conversão ao Senhor. Alegria, enfim, por podermos testemunhar a fé recebida da Igreja, que levou tantas pessoas e tantos casais que nos precederam nas ENS, a percorrerem o caminho da 7
conversão e a buscarem a santidade na sua vida matrimonial. A Igreja compreende e valoriza essa influência capilar do testemunho de vida dos fiéis na vida de comunhão, assim como reconhece a importância desta no fortalecimento da fé dos crentes. Por isso, neste ano especial de graça espiritual, ela convoca-nos para um desafio mais instigante. Ela quer que aprendamos a conviver melhor com as incertezas da esperança e que nos tornemos mais fecundos na concretização da missão, a partir de uma acurada reflexão sobre a fé. Para ajudar-nos, a Igreja oferece oportunidades nas catedrais igrejas, casas, seio das famílias..., para confessarmos a fé em Jesus Ressuscitado. Assim, iremos experimentar efetivamente a exigência de conhecer melhor e de transmitir a fé às gerações futuras (Porta Fidei, 8). Este esforço eclesial para redescobrir a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de transmitir a fé, como ocorreu entre os primeiros cristãos (Porta Fidei, 7), trouxe-nos à memória gratas lembranças do início da nossa vida cristã no seio do Movimento, lugar da Igreja onde tomamos consciência da nossa pertença. Sempre nos encantou, nas ENS, o ardor e a generosidade com que os casais e conselheiros espirituais da primeira hora se engajavam na missão de animar o Movimento e de formar as sucessivas gerações de casais responsáveis, pilotos e ligação. Suas atitudes irradiavam a certeza-esperança de quem tinha, 8
de fato, descoberto o tesouro escondido no fundo do campo. (Cf Mt 13, 44) O impulso de amor que transmitiam, o entusiasmo com que compartilhavam a pedagogia, o carisma e a mística das ENS foram decisivos na nossa formação cristã inicial e no caminho que percorremos posteriormente.
Graças a esse bom começo, fomos despertados para o acolhimento e para o convívio fraterno. Descobrimos a presença reconfortante de Deus na oração, na Palavra e na Eucaristia, presença valiosa no discernimento sobre o sentido profundo do nosso amor conjugal e sobre a necessidade de nutri-lo e recriá-lo cotidianamente como bem ensina o Padre Caffarel: “para que o amor dos cônjuges progrida é necessário avançar no conhecimento de Deus e de seus desígnios”. Desejamos que o sopro gentil do Espírito torne fecundo este Ano da Fé e nos conceda a força do testemunho para que possamos transmitir às novas gerações a mensagem luminosa de Cristo sobre o matrimônio. Graça e Roberto Casal Ligação da Zona América CM 471
Todos os doze artigos do Credo são dogmas de fé; como “Símbolo dos Apóstolos” resume as verdades básicas da fé cristã que, há mais de 2000 anos, a Igreja nos ensina. Todas as suas palavras estão contidas na Bíblia, muitas vezes com mais de uma citação. “Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra”
“No princípio Deus criou o céu e a terra.” (Gn 1,1) “e em Jesus Cristo, seu Filho único, nosso Senhor”.
“Deus amou de tal forma o mundo, que entregou seu Filho único, para que todo o que nele crer não morra, mas tenha vida eterna.” (Jo 3,16) “que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria”. “O anjo respondeu à Maria: O Espírito Santo virá sobre você e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus.” (Lc 1,35) “padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”.
“Embora não encontrassem nenhum motivo para condenar Jesus à Morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto. Depois de fazerem tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o puseram num túmulo.” (At 13,28-29)
“desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia”
“Cristo morreu por nossos pecados, conforme as Escrituras; Ele foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; apareceu a Pedro e depois aos Doze.” (ICo 15,3). “subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso.
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“Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus.” (Mc 16,19). “donde virá julgar os vivos e os mortos”
“E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos.” (At 10,42) “Creio no Espírito Santo” “Eu batizei vocês com água, mas ele batizará vocês com o Espírito Santo.” (Mc 1,8) “na santa Igreja Católica e na comu-
nhão dos Santos”
“Vocês pertencem ao edifício que tem como alicerce os apóstolos e profetas; e o próprio Jesus Cristo é a pedra principal desta construção. Em Cristo, toda construção se ergue, bem ajustada, para formar um templo santo no Senhor.” (Ef 2,20-21) “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma.” (At 4,32) “na remissão dos pecados”
“Jesus soprou sobre os discípulos, dizendo: Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados.” (Jo 20,22-23) “Creio na Ressurreição da carne”
“Jesus disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá.” (Jo 11, 25-26) “Creio na vida eterna”
“Em verdade, em verdade vos digo, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, possui a vida eterna.” (Jo 5,24) Amém! Amém! Vem, Senhor Jesus! (Ap 22,20) Talma/Serrinha e Neusa/Constantino Eq.03 - N. S. do Rosário Limeira-SP 9
Igreja Católica
CREDO - PROFISSÃO DE FÉ
Maria
OFERTA DE UMA ENTREGA VERDADEIRA Vivemos em maio o mês de Maria, das mães, e por isso ofertamos o nosso amor, a nossa condição humana, simples e pequena à Mãe de Deus e nossa. Maria, como mãe, nos mostra sua vocação ativa na história da salvação do mundo. Mulher forte, pois deu o SIM ao projeto do Pai, e acreditando na Palavra do Senhor, concebeu, isto é, deu de sua carne na formação do Corpo de Cristo. Recebemos o incentivo, através das graças do Espírito Santo, a rezarmos sempre com Maria, para sermos um só coração e uma só alma, na partilha do amor, fraternidade e misericórdia com todos os nossos irmãos. Essa atitude inspirada por Maria nos leva à adoção de uma vida, vivenciada na harmonia da revelação e nos conteúdos da “Fé”. É imensa a nossa entrega e confiança em Maria; a escolhida entre todas as mulheres para ser a Mãe de Deus. A maternidade de Maria foi divina e ocupa um lugar especial na devoção do povo cristão. Ela é, e sempre será a Virgem, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e nossa querida Mãe, protetora e iluminadora de todos os dias de nossas vidas. Deus nos deu uma Mãe, e não há um filho que não ame verdadeiramente sua mãe. Uma Mãe que acolhemos, invocamos e veneramos com muitos nomes, títulos. Sabemos o papel singular que Ela desempenhou e desempenha na história de vida de cada cristão, para nos levar a uma profunda ligação com o “Altíssimo Senhor”. Ave, ó Mãe de Deus, pelos séculos, dos séculos. Amém! Eliana e José Geraldo Eq.05C - N. S. Desatadora dos Nós Pouso Alegre-MG 10
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a esperança No ano de 2007, o Papa Bento XVI publicou a Encíclica Spe Salvi, que fala sobre a Esperança Cristã. Diz o texto: “O ser humano tem muitas esperanças – menores ou maiores – nos diversos períodos da sua vida. Na juventude, pode ser a esperança do grande amor; ou a esperança de uma boa profissão. Mas quando estas esperanças se realizam, resulta com clareza que na realidade, isso não era tudo. Torna-se evidente que ele necessita de uma esperança que vá além. Nós precisamos das esperanças que, dia após dia, nos mantêm a caminho. Mas, sem a grande esperança, as pequenas não bastam. Essa grande esperança só pode ser Deus. Ele é o fundamento da esperança. Somente o seu amor nos dá a possibilidade de perseverar com toda a sobriedade dia após dia, sem perder o ardor da esperança, num mundo que, por sua natureza, é imperfeito”. A oração é o lugar para aprender a esperar. Quando já ninguém me
escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar com ninguém, a Deus sempre posso falar. Se não há mais ninguém que me possa ajudar, Ele pode ajudar-me. Se me encontro confinado numa extrema solidão, Deus é o único a estar comigo e trazer-me a Luz. Maria é a estrela da esperança. A vida é como uma viagem no mar da história, com tempestades e turbulências. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. E quem mais do que Maria poderia ser para nós estrela de esperança? Ela que, pelo seu “sim”, abriu ao próprio Deus a porta do nosso mundo. Por isso a Ela nos dirigimos: Santa Maria, Vós permaneceis no meio de nós como Mãe da Esperança. Santa Maria, Mãe de Deus, mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco. Amém. Pe. Dirson F. Gonçalves, CSsR SCE Eq. 04A - N. S. dos Navegantes Campo Grande-MS
Prece a nossa senhora Oh, Santa Maria, vigia-me com os olhos de mãe Que nossas famílias recebam a sua proteção Cobrir com teu manto sagrado, oh, mãe, a nós vem Que estejamos na tua graça pra sempre amém Oh, mãe, vem ouvir nossas preces e nos ampara Livra mãe querida, e afasta de todo o mal Mostra o caminho àqueles que não sabem onde ir Oh, mãe, vem cuidar do futuro do nosso país Virgem imaculada, Senhora da esperança Clareia nossa estrada, olha nossas crianças. Salva o povo teu, Nossa Senhora vem. Maria mãe de Deus e nossa mãe também. Oh, Maria, que alegria ver nossas famílias Unidas pra te louvar. Oh, Maria, que alegria ter tua companhia E contigo caminhar. CM 471
Pe. Reginaldo Manzotti
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Formação
FORMAR-SE É PRECISO Formar significa dar ou tomar forma, modelar. Nós cristãos, tomamos forma e nos tornamos modelos de Cristo quando fazemos do evangelho nosso estilo de vida, uma vez que a espiritualidade cristã se desenvolve em contato com a nossa realidade cotidiana. Daí a necessidade de nos transfigurarmos diariamente, ou seja, vivermos com transparência e coerência a nossa vida de cristãos casados. Essa conversão diária exige muita coragem e determinação. Numa sociedade carente e doente como a nossa, cabe-nos a responsabilidade de vivermos tendo Cristo como referencial. Responsabilidade vem da palavra “resposta”, ou seja, diante de cada situação, somos chamados a dar uma resposta, uma solução. Que resposta estamos dando ao mundo? Fazemos parte de um Movimento cujo fundador, iluminado e inspirado pelo Espírito Santo, deixou-nos obras e ensinamentos valiosos para melhor compreendermos e vivenciarmos o Evangelho em nossa vida conjugal, gerando partilha. Tais obras e ensinamentos, juntamente com os documentos do Movimento, nos proporcionam uma formação capaz de nos capacitar e nos entusiasmar para a missão. A vida cristã exige disciplina pessoal e permanente formação. Essa é a razão pela qual nos escritos e nas palavras do Pe. Caffarel aparece com frequência a palavra “exigência”. Isto quer nos dizer que nas Equipes de Nossa Senhora não tem moleza, não há lugar para o desânimo, não existe o doce “far-niente”. O Pe. Caffarel é incisivo: “a única 12
intenção verdadeira, a que corresponde à finalidade das Equipes, é a vontade de melhor conhecer Deus, melhor amá-lo, e melhor servi-lo. Entra-se nas Equipes para Deus, fica-se nelas por Deus”. Preocupada com isso e para que haja uma volta às origens, um retorno à fonte, uma transformação de vida, a Super-Região propôs como uma das orientações para este ano, a leitura em casal dos escritos das obras do Pe. Caffarel. Como é bom ouvir relato de jovens casais, como aconteceu na Sessão de Formação III realizada em Ribeirão Preto, onde o Casal Responsável do Setor de Brotas, com muita emoção e propriedade, testemunhou a transformação que o “Discurso de Chantilly do Padre Caffarel” operou em sua vida conjugal. Daí a necessidade de cada vez mais nos guiarmos pelos ensinamentos do Pe. Caffarel na busca da vontade de Deus e na busca da santidade. Precisamos cuidar um do outro e cobrar-nos mutuamente, porque como ensinava o Pe. Caffarel, “teu amor sem exigência me diminui; tua exigência sem amor me revolta; tua exigência sem paciência me desanima; teu amor exigente me engrandece”. Por isso, o segredo é vivenciarmos o evangelho em nossa vida conjugal, contando sempre com a ajuda das obras e ensinamentos do Pe. Caffarel e dos documentos do Movimento, os quais devemos ler em casal. Só assim nos formaremos e serviremos melhor a Deus e a Igreja. Dóris e Adalberto Eq.06A - N. S. de Fátima Jaú-SP CM 471
A BUSCA POR UM ESPÍRITO DE UNIDADE A liturgia da Igreja nos convida a participar do mistério de nossa salvação a partir do evento de Pentecostes na vida dos primeiros cristãos. Esta epifania vivida pela Igreja primitiva representa para nós a possibilidade de um movimento que transfigure a leveza do espírito de Deus com o impulso e a firmeza da fé nas palavras de Cristo Jesus na prática do nosso cotidiano matrimonial. Santo Agostinho, doutor da igreja, já admoestava os cristãos no norte da África sobre este impulso de Deus na vida daqueles que se reuniam sob uma única fé. “Esperando o cumprimento da promessa, estavam reunidos em uma mesma casa, oravam porque desejavam com a mesma fé, pediam com a mesma oração e possuíam o mesmo desejo espiritual” (sermão 271,4). O Espírito de Deus se manifesta individualmente em uma comunidade de fé. Os cristãos precisam compreender que a força que Deus nos envia para movimentar a nossa vida, é algo que surge do desejo comum de muitos irmãos em sermos um único corpo em Jesus Cristo. As nossas ações pessoais interferem continuamente na vida de nossos familiares, amigos e irmãos equipistas. Refletir sobre a Festa de Pentecostes é uma oportunidade de celebrar a vivência comunitária que deve fortalecer o nosso desejo de viver em sociedade buscando, constantemente, oferecer o que temos de melhor para todos ao nosso redor. As Equipes de Nossa Senhora, como nosso fundador promulga, são CM 471
“escolas de vida cristã” e “centro de difusão da fé cristã”. Sob este carisma, comemorar a vinda do Espírito Santificador deve nos motivar a vivência de um movimento na unidade de vida interna e na partilha como membros do mesmo corpo, o de Cristo. A vivência dos PCEs, as reuniões formais e informais, as formações oferecidas pelos setores, regiões e províncias, assim como, as orações conjuntas entre equipes nos aproximam do ideal dos primeiros cristãos apontados por Santo Agostinho: diante do mesmo desejo de sermos santos, buscamos este espírito de Deus que nos ajuda a uma transformação de pensamento e ação, e, que nos capacita para apresentar o que temos de melhor para a Igreja e para o mundo. Este é o espírito que busca a unidade entre os cristãos. Se conseguirmos ser fiéis ao carisma do Movimento, com certeza conseguiremos sentir a presença deste espírito de mudança em nossas vidas uma vez que o Movimento só tem sentido, se for para capacitar os casais a ofertar a suas vidas ao serviço das famílias, da Igreja de Cristo e dos irmãos no mundo. Pois como diz o santo bispo de hipona, “Pergunta ao seu coração: se encontrar nele amor ao irmão, tenha certeza, o espírito de Deus sopra sobre ele, pois não se pode dar amor a ninguém, se não for através do Espírito de Deus.” (Comentário a carta de São João de Santo Agostinho 6, 10.) Fr. Arthur Vianna Ferreira, osa SCE - Província Leste 13
EUCARISTIA: CRER, CELEBRAR E VIVER O MISTÉRIO PASCAL Uma das orientações para a vida do casal em 2013 é a participação na Eucaristia. Celebrar a Eucaristia é uma ação litúrgica em cujo mistério penetramos e dele tiramos coisas novas e velhas. (cf. Mt 3,52). O Documento de Aparecida nos dá uma visão muito rica a respeito da Eucaristia: • “Encontramos Jesus Cristo, de modo admirável, na Sagrada Liturgia. Ao vivê-la, celebrando o mistério pascal, os discípulos de Cristo penetram mais nos mistérios do Reino e expressam de modo sacramental sua vocação de discípulos missionários. (...) A Eucaristia é o lugar privilegiado do encontro do discípulo com Jesus Cristo. Com este Sacramento, Jesus nos atrai para si e nos faz entrar em seu dinamismo em relação a Deus e ao próximo. Existe estreito vínculo entre as três dimensões da vocação cristã: crer, celebrar e viver o mistério de Jesus Cristo, de tal modo que a existência cristã adquira verdadeiramente forma eucarística (...). Portanto os fiéis devem viver sua fé na centralidade do mistério pascal de Cristo através da Eucaristia, de maneira que toda a sua vida seja cada vez mais eucarística. A Eucaristia, fonte inesgotável da vocação cristã é, ao mesmo tempo, fonte inextinguível do impulso missionário. Aí o Espírito Santo fortalece a identidade do discípulo e desperta nele a decidida vontade de anunciar 14
com audácia aos demais o que tem escutado e vivido” (DA 250, 251). Celebremos, pois, a Eucaristia! • Crer é ter fé; e a fé não depende da ilustração da mente, depende sim da ação interna da graça, pois somos justificados pela fé em Jesus Cristo. A fé não depende tampouco de ver... “Você acreditou porque viu? Felizes os que creram sem ter visto” (Jo 20, 29). • Celebrar é comemorar, é reviver, é relembrar. É movimento, é dinamismo. O verdadeiro equipista celebra o mistério de Jesus Cristo na Eucaristia, sempre! Quem não celebra a Eucaristia, não comemora, não revive, não relembra...fazei isto em memória de mim... (Lc 22,19). Celebremos, pois, a Eucaristia participando das missas dominicais e de preceito para que possamos ser discípulos missionários, maduros e verdadeiros membros de um “Movimento”! • Viver é entregar-se totalmente ao Cristo, sem reservas. “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não serve para o Reino de Deus” (Lc 9, 62). Viver o mistério de Jesus Cristo é viver nossa vocação cristã e de cristãos casados, 24h por dia. É perder a nossa vida por Ele (cf. Mt 16, 25) para recuperá-la mais tarde (cf. Jo 10,18). Celebremos, pois, a Eucaristia! Manoela e Fernando Eq.08A - N. S. dos Anjos Piracicaba/Sta. Barbara D’Oeste-SP CM 471
“VIU” Nas Sagradas Escrituras, há, pelo menos, 15 passagens, em que o vocábulo “VER”, na forma variante de “VIU”, aparece no significado de “OLHAR EFICAZ E EFICIENTE”. Eficaz, porque movido pelo Espírito e eficiente, ao operar benefício concreto. Assim, Gênesis 1,4; 1,10; 1,12; 1,18; 1,25; 1,28; 1,31; e 31,42. Deuteronômio 26,7. Salmo 106, 44. Mateus 14,14. Marcos 6,34, João 5, 6 e Lucas 19, 41; 10, 33. No Gênesis, em todo o primeiro capítulo, ora indicado, “Deus viu que era bom”, a luz, a terra e o mar, a relva, ervas, árvores, o sol, a lua e as estrelas, os peixes e as aves, os seres vivos, animais domésticos, os répteis e as feras. Enfim, o homem à sua imagem e semelhança, e “viu que tudo o que havia feito era muito bom”. Deus “viu” que tudo o que fez, “era bom” e até “muito bom” e, com absoluta cer teza, assim o fez, porque era “bom”. No Gênesis (31,42), ainda, Deus garantiu a saída de Jacó, de volta para a terra de Canaã, porque, segundo dizia, “viu minha aflição e minha fadiga”, liberandolhe Lia, Raquel, os filhos, o rebanho e tudo quanto possuía. No Deuteronômio (26,7), o povo escolhido sofria sob o poder dos egípcios, mas Deus, como relata, “viu nossa miséria, nosso sofrimento e nossa opressão”. Deus CM 471
operou-lhe a completa libertação. Em Salmos (106,44), com esse mesmo povo, apesar de todas as suas infidelidades, Deus “viu a angústia deles e ouviu seus gritos”. No Evangelho de Mateus (14,14), ao sair da barca, “Jesus viu grande multidão. Teve compaixão e curou os doentes”. De modo semelhante, em Marcos (6,34). Encontramos também a narrativa de João (5,6), em que Jesus “viu um homem deitado e ficou sabendo que estava doente”. Era o paralítico da piscina de Betesda e Jesus o curou. Em Lucas (19, 41), Jesus, “quando viu a cidade [Jerusalém], começou a chorar”. Entretanto, a passagem mais didática é relatada por Lucas (10,33): o Samaritano que “viu e teve compaixão”. É por demais conhecida essa Parábola do bom Samaritano, na lição de Jesus, ao Doutor da Lei, para explicar-lhe “quem é o meu próximo”. “VER” + TER COMPAIXÃO E CUIDAR DAS FERIDAS
“VER” O QUE É BOM, NA ÓTICA DE DEUS
Interpretação de mensagem do EACRE 2013 em Santo André-SP. Leila Maria e Paulo Eq.01A - N. S. Aparecida Mogi das Cruzes-SP 15
Vida no Movimento
eacres - 2103 PROVÍNCIA SUL III Região Paraná Norte
Nos dias 23 e 24 de fevereiro no Monte Carmelo, em Londrina, Casais e Conselheiros Espirituais participaram do Encontro Anual, cujo objetivo é proporcionar momentos de formação, evangelização, oração, aprofundando a vivência do amor e a unidade do Movimento. “Ousar o Evangelho” é a nossa prioridade até 2018. Ousar é ir além do programado, é aceitar, acolher, se dispor, engajar-se e ter coragem de enfrentar os desafios que a família enfrenta, assim como lutar para conhecer e viver a vontade de Deus no Sacramento do Matrimônio. O Encontro proporcionou o reconhecimento, através de cada um dos testemunhos, de que todos os Casais Responsáveis receberam de Deus um convite para um amor maior, pois o serviço nas Equipes de Nossa Senhora é enraizado na Palavra de Deus e alimentado na Eucaristia. 16
Os documentos das ENS foram muito citados, principalmente para dizer que “Nós fomos chamados não pelos nossos méritos, mas porque o Senhor pousou o seu olhar sobre nós”. A graça de Deus aconteceu em cada casal, desde Londrina até Astorga, Cascavel, Bandeirantes, Grandes Rios, Maringá, Munhoz de Mello, Ouro Verde, Toledo e Umuarama. Todos retornamos para o nosso lar estimulados e abastecidos para exercer o serviço para o qual fomos chamados, dizendo: “Eis-me aqui, envia-me, Senhor”. Há um canto que diz “Ser santo é o que eu mais quero” e nós, das ENS, podemos dizer: Ser santos é o que nós, Casais e Conselheiros, buscamos. Queremos ser santos: esta é a nossa resposta. Edna e Gilberto Eq.08B - N. S. de Lourdes Londrina-PR CM 471
PERCEPÇÕES DO EACRE 2013 Às vésperas do EACRE, um dos casais da nossa Equipe nos perguntou o significado da sigla. No ímpeto, respondemos: “Encontro Anual dos Casais Responsáveis de Equipe”. Isto nos remeteu a pensar na responsabilidade e confiança que fora depositada em nós, pela Equipe. Então, o que esperar desse Encontro, ao vivenciá-lo como CRE pela primeira vez? Estávamos ávidos para conhecer as diretrizes para nossa atuação, mas recebemos muito mais do que isso, uma grande dose de estímulo, motivada pelo carisma e hospitalidade em que fomos envolvidos. Durante todo o Encontro, nos demos conta da estrutura e organização que tem o Movimento, entendemos a importância da unidade e, atentos às Orientações para 2013, vimos que nossa participação apenas em reuniões mensais, inter-equipes, missas mensais, não nos permitia entender a sua real dimensão. Sentimos a força e a maturidade do Movimento naqueles que há muito tempo caminham e, naqueles que são novos, sentimos uma imensa vontade de contribuir e caminhar lado a lado, numa mesma comunhão, pela espiritualidade conjugal. Foi marcante a dedicação, a sen-
satez, e o preparo do nosso Colegiado, que nos presenteou com relatos de experiências da vivência concreta dos PCEs; com testemunhos de fé de quem confia e é fiel ao nosso Deus, deixando-O simplesmente guiar as suas vidas; com motivações em cada intervalo de palestra nos convocando para animar e manter animada a nossa equipe de base. Assuntos como a Campanha da Fraternidade, Jornada Mundial da Juventude e Pastoral Familiar foram abordados de modo pertinente, fazendo-nos entender o quanto é importante a formação, e nos convidando a uma atuação, um passo a mais, um “OUSAR O EVANGELHO”. O que ficou do EACRE foi a nítida sensação de que muitas sementes nos foram entregues e temos o dever de semeá-las em doses homeopáticas na caminhada deste ano junto à nossa Equipe. Sabemos que não estamos sozinhos, pois a qualquer momento teremos o apoio de todos, Colegiado e Equipe de base, em torno de um só objetivo: fortalecer o Movimento das ENS. Crisiane e Leandro Eq.21A - N. S. das Graças Curitiba-PR
PROVÍNCIA LESTE Região Minas III REFLEXOS DO EACRE Um arco-íris de espiritualidade cobriu-nos nos dias 2 e 3 de março: um sinal da aliança amorosa de Deus. Da animação e liturgias vinham CM 471
reflexos violeta, cheios de paz e forte reflexão quaresmal, iniciando-se com o Ofício da Cruz. O amarelo surgia da firme presença de Bete e Carlos Alberto, CRP, 17
que, movidos pela fé nos orientava a “Ousar o Evangelho”. Pe. Ferreira, SCER, nos transmitiu o hálito Shalon do próprio Deus, no anil da dimensão espiritual: nossa liberdade está, apenas, em fazer o Bem. Deus é Amor! (1Jo.4,6) A jovem Carmem Lúcia, com o “Eis-me aqui, envia-me” da CF/12, capacitou-nos para um verde olhar, esperançoso, aos jovens. Soprando verde e amarelo, o casal elo das EJNS, convidava-nos à JMJ Rio 2013. Outro casal pincelava um verde, fomentando-nos à experiência da nova metodologia do tema, desafiante e co-autora. Mais um outro pintava no laranja a saúde espiritual na Mística dos PCEs, sacrifício vivido e partilhado a cada mês. Na prece de sábado à tardinha, fomos conduzidos ao anil da ação de graças. No domingo, a suavidade violeta, na oração da manhã: “A vida como presente, conquista e partilha”. E surgiu um casal, com um ousado e sublime toque avermelhado, pincelando a Regra de Vida, dando sentido à experiência do en18
contro conjugal, regado como plantinha frágil. O amarelo coloriu nossa pertença ao Movimento com as palavras do Casal Provincial: Poderemos ser cristão sem mostrar o Cristo? Traços azuis também nos trouxeram outro casal traçando a grandeza do Movimento das ENS no Brasil e no mundo. Nas refeições, deliciávamos os sabores do amor criativo do Pai. Dos ricos momentos de grupos, vinham reflexos coloridos do mosaico da Partilha, na alegria do encontro e comunhão. Rezando o Magnificat, com a própria vida, do Hospital em SP, o CRR, Marisa e Antônio, sintonizavam-se conosco e com Deus, na esperança da recuperação da Marisa. E toda Minas III, unida sob o manto de Nossa de Fátima, alegrou-se com o arco-íris da aliança fiel de um Amor que não se desdiz. A Celebração Eucarística selou esta experiência do encontro que encanta! Encharcados como em Pentecostes de nossas equipes, certamente, manarão leite e mel, justiça e paz, em 2013: Shalon! Bete e Guinho CR Setor C Pouso Alegre-MG CM 471
Região Minas IV Nos dias 23 e 24 de fevereiro participamos do EACRE, no Cenáculo, em Varginha. Em nossos 17 anos de Movimento, foi o nosso nono EACRE. A cada vez experimentamos mais riquezas e graças sendo derramadas em nossas vidas. Por três anos estivemos como Casal Responsável de Setor, dois anos como Casal Ligação e quatro como Casal Responsável de Equipe. Para quem pensa que EACRES são todos iguais, se engana redondamente. Mesmo que as palestras sejam sobre o mesmo Tema, cada palestrante aborda sobre vários aspectos e aprendemos cada vez mais. O Tema de Estudo, a cada ano é diferente e as orientações que nos são passadas nos ajudam muito a conduzir a Equipe durante o ano. Nas reuniões de grupos, temos a oportunidade conhecer casais de outros Setores, partilhar experiências e aprender muito com a vivência equipista de cada um. As reuniões de grupo enriquecem muito nossa Vida de Equipe. E a equipe de Liturgia nos proporciona momentos fortes de oração; nas Celebrações Eucarísticas
nos sentimos todos irmanados buscando na Eucaristia o alimento para nossa vida conjugal e espiritual. E o EACRE é uma festa: a Equipe de Animação nos leva a descontrair, brincar. No sábado, no momento de Convivência, fomos animados a em cada Setor fazer uma encenação sobre um Ponto Concreto de Esforço. Foi muito bom, porque além de brincar, foi passada uma mensagem de incentivo a levar a sério os PCEs. A Missa de Abertura e o Envio foram presididos pelo Padre Sílvio, Conselheiro de Varginha. A Missa de encerramento foi celebrada pelo nosso Bispo Diocesano, D. Diamantino Prata de Carvalho e concelebrada pelo Padre Sílvio. Contamos com a presença enriquecedora do Casal Provincial Bete e Carlos Alberto, e o Casal Regional Ísis e Ronaldo que não mediram esforços para que o EACRE acontecesse na mais perfeita ordem. Parabéns a eles e ao seu Colegiado pela organização. Hélia e Ivan Eq.01A - N. S. Aparecida Três Corações-MG
PROVÍNCIA SUL I Região SP Sul II animação e espiritualidade O EACRE da Região SP Sul II, nos dias 23 e 24 de fevereiro, em Itaici-SP, ocorreu em um ambiente de muita alegria! Impossível descrever todas as emoções sentidas, vividas, CM 471
momentos ricos de muita espiritualidade, de formação, de informação, de inovação. Quando a equipe começou com as reuniões preparatórias, pensávamos em como poderíamos fazer uma ligação entre os temas que seriam abordados e as animações que seriam pertinentes, 19
tudo com muita seriedade, mas, com muita alegria. Aprender com o riso, é muito melhor. O cristão é alegre e está cheio de motivos para isso. Sempre com muita partilha fomos escolhendo os textos, os vídeos e as animações. Quando lá chegamos na sexta-feira já havia entre nós além de muita harmonia, uma ajuda mútua nas atividades, a nítida riqueza das diferenças nos talentos e pouco a pouco, sem necessidade de pedir ajuda, fomos preparando tudo para receber nossos queridos irmãos equipistas. Cada detalhe preparado com muito carinho. Notamos um ambiente sereno e que com certeza reinava a paz e a ação do Espírito Santo. Sem dúvida nenhuma, pudemos ter a certeza de que sua ação foi constante e transformadora. Passaram por lá casais, sacerdotes, jovens, uma equipe toda e recebidos com um caloroso refrão “E vem, cantando entre nós Maria de Deus, Senhora da Paz e vem, orando por nós a Mãe de Jesus”. O resultado não poderia ser diferente, tocavam a cada coração, corações que chegaram abertos a receber a graça que foi derramada sobre eles. 20
Quando deixamos que Deus fale por nós a graça acontece, e com esse espírito a equipe permitiu assim que o fosse. Emocionamo-nos muitas vezes, principalmente quando a meta (humana) pré-estabelecida por nós para a adesão e renovação pela causa de beatificação do Padre Caffarel foi alcançada, ou melhor, ultrapassada, também quando a jovem disse a todos “se seu filho não vai à Igreja, leva a Igreja até ele”. A boca seca, a perna treme, a mão gela, pois quando nos fazemos pequenos Deus nos faz grande, pois somos somente, instrumentos na mão d´Ele (nas mãos do Oleiro). As Celebrações Eucarísticas, ápice de nossa fé, quanta riqueza, iam ao encontro com aquilo que havia sido dito, e como uma orquestra, a perfeita sintonia de temas e mais uma vez observávamos a mão d´Ele no comando, na ordem e como deve ser, diferente de muitos planejamentos feitos, que são importantes, mas que precisam se curvar à vontade d´Ele e não a nossa; o que era importante era estarmos atentos a esses sinais. Os grupos de estudos, ou melhor classificando-os, os grupos de CM 471
ensinamentos, de aprendizados, de troca de experiências, de amigos ....que maravilha! Poder em duas oportunidades vivenciar uma realidade oferecida pelo outro sem pedir nada em troca, somente com um único propósito de ajudar na nossa caminhada e conversão. Ao final de um grupo a oração nos une e faz que jamais nos esqueçamos de nosso grupo e aumenta assim a nossa família equipista, há riqueza maior? Se essa não for a nossa tônica, há que pararmos e revisarmos nossa caminhada nas equipes. Somos responsáveis, cada um em sua equipe, por zelarmos pelo Carisma e Mística do Movimento, sabíamos disso quando demos nosso SIM! Para os atrasados programamos uma animação, mas podemos dizer que, além de engraçado, possibilitou entre eles uma grande união no grupo, e por vezes achamos que alguns queriam ser os “atrasados”. O término (que pena!) das atividades no auditório teve dois momentos, um deles com uma dinâmica que o início se deu no sábado cedo e somente foi concluída no domingo, e com um vídeo e uma reflexão, pudemos avaliar como chegamos e como voltaríamos a nossas casas e equipes, transformados ou não, e que a decisão está em nossas mãos, basta deixar Deus agir em nossas vidas, moldando-nos pela palavra viva e por seu poder. E um outro momento aos pés de nossa Mãe e patrona, conduzido com muita verdade e entrega, pedindo a nossa querida mãe Aparecida que intercedesse a seu filho por todos nós para que pudéssemos responder ao chamado feito a todos nós e CM 471
que sob sua proteção alcancemos a nossa Santidade Conjugal. Na celebração do envio (maravilhosa!) mais um presente, um objeto símbolo da caminhada espiritual do casal, que ao acaso, nosso, não da Mãe, foi ofertado e depois distribuído a um outro casal. Todos os presentes dentro de um enorme coração feito com violetas, coração de Mãe, de nossa Mãe Aparecida, aos pés dela foram ofertados. O Envio foi um momento forte em que todos foram chamados a levar a suas equipes todo o conhecimento, tema de estudo, orientações do Movimento, para que a seiva do Movimento flua a todos. Eis a missão de cada CRE, que recebeu da sua equipe a responsabilidade pelo zelo e crescimento da equipe nesse ano. Ao término desse envio pudemos ter a oportunidade de ouvir um testemunho que o objeto, o presente, recebido por um casal, confirmou a decisão linda que eles tinham tomado, veio como uma confirmação de que a decisão está correta e sob a proteção da Mãe. Querer mais? Pequenos milagres aos olhos daqueles que se atentam aos pequenos e grandiosos gestos de Deus conosco. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Agradecemos a Deus a oportunidade de servir e sermos presenteados pela riqueza que vimos, ouvimos e sentimos. Deus abençoe a todos e sob a intercessão de nossa querida Mãe Maria, sigamos sempre, buscando a vontade do PAI! A Equipe Animação do EACRE Região SP Sul II 21
Região SP Capital II
ACOLHER O INESPERADO Quando ganhamos um presente sem haver uma comemoração especial, ficamos surpresos e felizes pela atenção e carinho da pessoa que nos presenteia. Quando, de repente, temos que ajudar um familiar, amigo ou desconhecido, seja por qualquer motivo, isso mexe com nossos sentimentos de caridade e fraternidade e nos faz bem. Mas quando somos interrogados se devemos acolher uma cruz com 3,8 metros de altura, 1,75 metros de largura e bem pesada, não sabemos o que sentimos. Vem o susto, o medo… e a emoção nos envolve… Mas não titubeamos, pois sentimos de imediato o Espírito Santo nos dando um belo presente! É a cruz da JMJ que está a peregrinar pelas nossas dioceses. Ao vê-la tão perto, um êxtase nos envolveu e lágrimas brotaram bem disfarçadas para que ninguém percebesse, quando os jovens da Paróquia Santa Rosa de Lima, de Perus-SP, che22
garam alegres e cantando e carregando a CRUZ da JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE juntamente com Nossa Senhora Aparecida. Nesse momento foram muitos os sentimentos que tomaram conta de cada coração que ali estava. E nós que pensávamos que a Cruz da JMJ era somente para a juventude! Esses jovenzinhos, ainda tão crianças para nós, nos ensinaram uma lição de humildade e, com o SIM de Maria, a não titubear em ACOLHER O INESPERADO. Ela chegou a nosso EACRE, na Capela do Centro Pastoral de Santa Fé em Perus, justamente quando ouvíamos os testemunhos de dois jovens das EJNS. A Cruz de Cristo chegou para nós. É grande e pesada, mas junto com a juventude, nos sentimos muito abençoados por carregar, sem peso, o Amor de Cristo, e podermos testemunhar este amor com todos. Alegria… alegria é pouco para o que sentimos, parecia que o EsCM 471
pírito Santo de Deus se mexia dentro do nosso ser, indo de um lado para o outro, afinal, também somos jovens, jovens há mais tempo do que outros. “E aqui... Sob essa mesma Luz, sob essa mesma Cruz,
Cantamos a uma só voz: Emanuel, Emanuel, Emanuel! Emanuel, Emanuel”! Fátima e Jairo CR Setor C São Paulo-SP
Região SP Leste II
Nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2013, no Seminário Santo Afonso, em Aparecida, realizou-se com a graça de Deus, mais um EACRE da Província Sul I, na Região São Paulo Leste II, que abrange as cidades de Taubaté, Pindamonhangaba, Aparecida e Guaratinguetá e expansão nas cidades de Roseira, Lorena e Cunha. Mais uma vez tivemos a graça de participar de momentos riquíssimos de formação. O clima dos participantes era de amizade e fraternidade, fruto da caminhada da vivência das ENS. O ambiente aconchegante, a alegria dos equipistas, o céu azul e o esmero na preparação de cada atividade e palestras contribuíram para o sucesso CM 471
deste EACRE. Dom Beni, bispo diocesano da cidade de Lorena iniciou o evento com uma belíssima celebração e, na homilia, abordou o Tema sobre a Espiritualidade, que iremos aprofundar durante o ano. Diz Dom Beni que a espiritualidade é reflexo da fidelidade a Deus na busca da santidade. Não se é totalmente humano sem desenvolver a espiritualidade. Destacou alguns pontos fundamentais para desenvolver a espiritualidade, como: * Transcendência do amor Eros para o amor Ágape * Escuta e meditação da Palavra * Vida sacramental 23
* Oração * Missão * Prática da caridade Em continuidade o CRR, Conceição e Nelson, de Taubaté, com muito carinho e dedicação apresentou “As Orientações para 2013”; e o livro Tema de Estudo “O caminho da Vida Espiritual em Casal”. Vivemos ainda outros momentos de grande enriquecimento como: * a Campanha da Fraternidade 2013, apresentada pelo Pe. Evaldo, SCE de Aparecida e testemunho de três jovens de Pindamonhangaba, Cláudio, Renata e Carlos Eduardo sobre a JMJ e as EJNS. * Os Pontos Concretos de Esforço, sob o ponto de vista de nossas atitudes, foram brilhantemente abordado pelo casal Iraci e Alceu, da Eq. 01, de Guaratinguetá.
* Tema para Casais Idosos, com muita inspiração e alegria, apresentado por Pe. Flávio Cavalca, sempre dedicado às ENS deixou os equipistas ansiosos para sua leitura. * Momentos de animação, Reuniões, Livraria, e a troca do objeto símbolo da caminhada espiritual de cada casal, deram um tom diferente no Encontro. Temos a certeza de que com a presença de 118 casais participantes, entre CRE, CL, CP e mais 38 SCE, que beberam desta fonte, transbordarão o amor entre suas equipes, testemunhando que vale a pena atender ao chamado “Vem e Segue-Me” com a resposta: “Eis que faço com prazer a Vossa vontade, Senhor”. Rosely e José Paulo CR Setor Guaratinguetá-SP Região SP Leste II
SESSÃO DE FORMAÇÃO SF NÍVEL I - FÉ E VIDA CRISTÃ
Nos dias 09 e 10 de março de 2013, na Chácara Pentagna em Valença, RJ, realizou-se a Formação I da Região Rio II com o tema central “Fé e Vida Cristã” sob a condução de Padre José Jômer de Oliveira Junior, SJ. Foram abordados temas catequéticos e missionários da vocação cristã que permitiram a cada casal equipista participante reafirmar a sua condição de cristão consciente de seu batismo e da vivência diária de sua fé. A convivência e o espírito fraterno entre os casais marcaram o Encontro. Tivemos grupos de partilha que produziram material para exposição e apresentação em plenário. No sábado à noite, 24
um momento agradável em que cantamos música popular brasileira após uma sessão de cinema, encerrando o dia com um saboroso bolo de aniversário do Cláudio (da Jaqueline), CRS Piabetá. O domingo começou com oração e um passeio junto ao jardim da Chácara com todos os equipistas, finalizando com a apreciação da Carta Apostólica sob forma de Motu Próprio PORTA FIDEI de Bento XVI com a qual se proclama o ANO DA FÉ. Tivemos a oportunidade de ouvir testemunhos de equipistas que deixaram compromissos importantes para estarem na Formação. Isso não só nos enche de alegria, mas CM 471
demonstra uma Igreja viva e um Movimento pujante, com equipistas querendo servir melhor. O regresso às nossas casas se deu com a certeza de que é não só um dever, mas uma alegria professar
diariamente a nossa fé. “O Poderoso fez em mim maravilhas e santo é o seu nome”. Roseli e Aguinaldo CR Setor Itaipava Itaipava-RJ
ENCONTRO DOS SETORES NORTE I, II, e III em CRUZ-CE No dia 23 de março de 2013, recebemos com muita alegria e carinho, em nossa cidade, o casal Vanessa e Rômulo - Casal Regional que, com muito entusiasmo, promoveu o Encontro de Setores com o objetivo de nos animar cada vez mais para a missão. O Encontro se deu no auditório da Escola Constância Muniz, participaram vários casais dos Setores de Cruz, Morrinhos e Sobral. Iniciamos com orações espontâneas e depois apresentamos um clipe de louvor. Este momento encerrou com os Objetivos do Encontro feito pelo Casal Regional. Pe. Fábio, sempre disponível ao Movimento, presidiu a Santa Missa, concelebrada pelo CE do nosso Setor. Tivemos dois momentos bem interessantes, que foi os do grupo, onde tivemos uma vasta troca de experiências, da vivência nas equipes dessa Região. Pudemos conhecer melhor a realidade de cada um, os pontos positivos e os negativos. O ponto mais forte foi o questionamento se realmente estamos vocacionados para estar nas equipes. No segundo grupo também foi discutido com muita precisão, a CM 471
missão do Casal Ligação e que ele deve estar bem atento para fazer esse elo entre a equipe e o Setor, lembrando que ele tem um papel importante de fazer essa comunicação, sem deixar lacunas e que o Casal Animador pode também colaborar, motivando os casais a participarem ativamente de todo os eventos do Movimento. Foi frisado também que precisamos nos envolver cada vez mais nos serviços da comunidade para nos sentirmos mais vocacionados ao serviço da Igreja. Podemos afirmar que esse encontro foi bem proveitoso e que aprendemos muito, pois somos chamados como casais a procurar Deus, porque aquele que segue a Cristo não é aquele que sabe tudo, mas aquele que é chamado todos os dias, à procura de Deus, renovar seu amor, a se abrir a nova aprendizagem. Com certeza esse fruto que foi semeado, irá frutificar levando a todos os outros irmãos equipistas a mensagem por nós captada. Deus seja louvado! Meiry e Raimundinho Eq.01 - N. S. das Graças Cruz-CE 25
Província Norte Ficamos impressionados em ver o agir de Deus! Onze anos atrás fomos chamados para entrar no Movimento, várias provações foram vencidas, e graças a Nossa Senhora estamos aqui dando o nosso testemunho. Durante esse tempo nunca tínhamos sido eleitos CRE (Casal Responsável de Equipe). Tudo está no tempo de Deus. Neste ano, nosso dia chegou e veio tudo junto, CRE e em seguida Casal Ligação. Ficamos muito emocionados e alegres, mas depois veio o nervosismo com tamanha responsabilidade, mas não nos omitimos. Afinal de contas fomos escolhidos! E parecia como se estivéssemos entrando agora no Movimento, tudo era novidade... Ah, o EACRE (Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipe). Quanta alegria! Os testemunhos de casais comprometidos com o Movimento, que largam tudo: os filhos, a casa, a família... Sabem o que é isso? Amor! AMOR a Deus e ao Movimento. Ao sairmos desse encontro abastecidos, animados, motivados, temos a certeza da nossa responsabilidade de partilhar com os irmãos de equipe e contar-lhes de como é maravilhoso dar um pouco do nosso tempo para compreender melhor o Carisma Fundador. Quanta sabedoria! No retorno para nossa casa, deparamos com um de nossos filhos, triste, chorando, tentando jogar videogame e, perguntamos: - Filho por que es26
tás assim? O jogo era novo, e ele não conseguia jogar, não entendia... E com várias tentativas, sem solução, ficou irritado porque não conseguia vencer. Filho, o papai trouxe para você esse jogo para te ver feliz e não para você chorar. E tudo na vida temos que aprender e ter paciência. Nós podemos errar, é normal, porque tudo é novo. Mas, desistir nunca. A nossa caminhada no Movimento é parecida, muito aprendizado, muitas perdas, erros, mas também temos muitas alegrias. Sabemos que temos o compromisso de amar mais, perdoar mais, ouvir mais, pois Deus está em nosso meio. Com calma e perseverança. Vamos compreendendo e nos perguntando: Somos nós mesmos? CRE !!! Que delícia é partilhar com vocês essa alegria, essa emoção! Afinal de contas, tudo que é muito fácil não tem graça! A maravilha está em Deus, que nos ensina que muitas vezes errando nós acertarmos, e que devemos enfrentar os desafios. Se tudo fosse fácil, que graça teria a nossa vida? Ele nos diz: “Filhos, coragem venci o mundo!” Maria é o maior exemplo de coragem, pois foi escolhida para ser mãe do Nosso Salvador sem nunca ter sido mãe, tem desafio maior?! Magnificat!!!!! Fabrícia e André Eq.10C - N. S. do Livramento Manaus-AM CM 471
MUTIRÃO 2013 Gostaríamos de expressar como somos gratos em participar das Equipes de Nossa Senhora e, em caráter especial, como os momentos de formação do Movimento renovam nossa caminhada. No dia 14 de abril último realizou-se o nosso Mutirão. Nas últimas edições de 2011 e 2012, nós participamos da animação dos eventos e foi sempre um prazer servir ao Movimento, mas, este ano, nosso serviço foi mais envolvente e prazeroso por dois motivos: primeiro, porque a nossa equipe participou inteiramente, quer dizer, todos os casais estavam lá; fomos responsáveis pela animação. Foi uma graça de Deus perceber o empenho que todos demonstraram e, segundo, porque, ao terminar o encontro, nosso sentimento era de renovação, por tudo o que foi apresentado, pela doação das equipes e pelo clima de integração geral que foi estabelecido. A presença do Espírito Santo em cada fala, em cada exemplo e
em cada brincadeira nos fez perceber, com clareza, como é bom aprender com alegria. O amor ágape dos nossos irmãos, envolvido por muita criatividade nos deram a certeza de que os momentos de formação das Equipes de Nossa Senhora são fundamentais para nossa caminhada. São eles que alimentam nossa alma e nos dão a disposição para continuarmos rumo à santidade conjugal. Verdadeiramente não é perda de tempo dedicarmos um domingo para um encontro com Cristo e nossos irmãos de caminhada. Agradecemos a Deus e a Nossa Senhora pela oportunidade que nos foi dada há seis anos e temos a certeza de que precisamos buscar cada dia mais participarmos dos eventos propostos pelo Movimento e que, independente do tempo de vivência no Movimento, ele serão sempre atuais e renovadores. Polyana e Joabe Eq.16B - N. S. Rainha da Paz Arapiraca-AL
Acesse nosso site conheça, veja como está rico em informações e dinâmico!
www.ens.org.br CM 471
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Raízes do Movimento
POR qUE TANTOS FRACASSOS?1 Pe. Henri Caffarel Quando se tem atrás de si muitos anos de vida sacerdotal, uma constatação se impõe, dolorosa, acabrunhante: deserções, inumeráveis deserções. Quantos inícios de vida, alegres e cheios de promessas, dos quais se foi testemunho. E 20 anos depois, quantos fracassos, sejam secretos, sejam públicos: este militante cuja generosidade foi admirável durante anos, hoje é descrente cético, subjugado pelos compromissos; este lar, pioneiro de espiritualidade conjugal, no qual se introduziu o demônio do adultério; este outro sustentáculo de sua paróquia, que vê seus filhos mais velhos apressados em se esquivarem da tutela e da religião da família, enfim tantos e tantos outros cujo amor e fé fervorosos cederam lugar aos hábitos desleixados, a uma morna mediocridade. Morno, o termo me veio espontaneamente. E eis que ele me lembra duma passagem do Apocalipse. Ao procurá-lo fiquei chocado de ver que apenas um meio século após a morte de Cristo a fidelidade já se afrouxava. “Eu conheço tuas obras”, disse Cristo, “eu sei que tu não és nem frio nem quente! Porque não és frio nem quente! Já que és morno, vomitar-te-ei de minha boca!” (Ap 3-15) Em face destas deserções numerosas, o moralista (no sentido de nossa literatura clássica) perderia para o ceticismo, amargo ou indiferente segundo seu temperamento. Ele veria aí, uma prova da lei da gravidade, irrefutável, que reconduz à terra, todas as coisas, até mesmo 1
os impulsos mais prometedores. Mas o sacerdote de Cristo, este não pode ficar indiferente. Ele sabe que a trajetória da vida humana deve tender para a santidade e não recair para a mediocridade. “Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito”. Por isso procura ele ansiosamente a causa de tantos fracassos. A explicação se impõe. Do mesmo modo que o organismo físico definha quando suas necessidades essenciais não são satisfeitas (privado de água, ele se desidrata rapidamente; de alimento, ele torna-se anêmico, se lhe falta o sono, a depressão nervosa o assalta; se o oxigênio falha ele se asfixia) assim o organismo espiritual frustrado em suas necessidades vitais apresenta fenômenos análogos: anemia espiritual, baixa de vitalidade, perda do gosto pela vida interior. A bem dizer, o interessado muitas vezes não tem consciência da alteração em sua saúde moral. Mas que venha uma epidemia – quero dizer uma tentação – eis a catástrofe. Todo mundo se espanta diante da queda brusca. De fato ela não é brusca senão aparentemente, ela estava preparada de longa data. Quantas vezes eu ouvi dizer: “Durante 20 anos este foi um lar citado como exemplar e de repente...” Não, não de repente, há muito tempo que ele estava com a resistência diminuída. Numerosas são as necessidades vitais do organismo espiritual. Existem três que me parecem mais urgentes de serem lembradas. Os ensinamentos dos autores espirituais,
Editorial Carta Mensal no 5, Outubro de 1955.
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mais ainda, a experiência de vinte e cinco anos de vida sacerdotal me convenceram de sua imperiosa necessidade. Nossa geração – teoricamente não merece a culpa de subestimar a Eucaristia. Ela está ligada à vida cristã desde os decretos de Pio X sobre a comunhão precoce e frequente. Jovens e moças tomaram por hábito de comungar no domingo, e outros mesmo durante a semana. Mas quantos abandonam a comunhão na hora em que lhes seria mais necessária: para sobrepujar as dificuldades da vida conjugal, afastar os perigos dos engajamentos políticos, triunfar do materialismo ambiente, estar preservados desta queda no decorrer da vida “que damos voluntariamente por tédio... porque o caminho é longo e porque o termo está longe, porque estamos sós e a consolação nunca vem” (Claudel). Não é por acaso que, para se dar a nós, Cristo tomou o pão e não um manjar raro: o pão é o alimento quotidiano. Os cristãos diariamente pedem ao Pai o Pão insubstituível. Inconsequentes, eles negligenciam de o procurar. Creem poder viver sem comer! Há um outro alimento não menos necessário que a Eucaristia ao organismo espiritual e mais negligenciado ainda: a Palavra de Deus (Antigo e Novo Testamento). Já se convidaram os católicos a comprarem a Bíb1ia, eles obedeceram. Ela aí está sobre a mesa de cabeceira, servindo de base de abajur. Mas é aberta? Ora, o amor tem necessidade de expressão, de troca, de comunicação. Entre este oficial que viaja e a esposa que fica, se negligenciada a correspondência credes vós que o amor resistirá muito tempo? CM 471
Nosso amor por Deus, para continuar vivo, exige uma fé, um conhecimento vivo: “a vida eterna é que eles te conheçam a Ti, o único verdadeiro Deus”. Ora, o melhor meio de possuir uma fé viva é de se deixar penetrar pela Palavra de Deus, viva, criadora. É ela, em nos apresentando as grandes obras do Senhor, os MAGNALIA DEI, que tem o poder de despertar tudo o que em nós é capaz de admiração e de louvor. É ela, que nos recordando as promessas divinas, faz renascer nossas esperanças. É ela que nos revelando o amor infinito de Deus, faz arder em nós este fogo que Cristo veio trazer à terra. Não é nada de se surpreender se a vida divina – fé, esperança, caridade – decline e se extinga naquele que se furta de escutar seu Deus que fala. Não menos necessária, aí temos a Meditação. Ela salva da asfixia nossa alma, esta “prisioneira” como diz Claudel. Pela meditação a prisioneira retorna ao ar livre e se põe a respirar. Sua vitalidade mantida pelo pão da Palavra e pelo pão eucarístico, pode enfim exercitar: a Deus que lhe falou ela responde, ao Deus que se deu ela se abandona. Entre Deus e a alma, uma troca ardente se instaura, uma comunhão à qual todo o amor aspira. E pouco a pouco a vida inteira daquele que medita, e porque medita, tonar-se-á uma oração. Eu bem sei o que vão objetar. “E daí, como se penetrar nas Escrituras e se iniciar na meditação sem um guia? – “Os próximos números da revista “l´Anneau D´Or” vos ajudarão”, – “E sobretudo como quereis vós que em nossos dias sobrecarregados pelas tarefas profissionais e domésticas, nós possamos achar tempo para ir à missa, ler as Escrituras e meditar”? – “Achais sempre 29
tempo para comer e dormir” – “Mas isso é necessário”. -”Sim, mas toda questão está em saber se recusando de deixar desfalecer o organismo físico, vós resolveis deixar vossa alma morrer de inanição. E se achareis normal que Deus seja praticamente excluído de vossas vidas”. Conheço homens e mulheres que um belo dia decidiram reagir. Eles colocaram sua existência em função de sua vida cristã e não o inverso. Alguns tiveram que modificar profundamente sua organização de vida. Eu não digo de resto, que eles
tenham chegado a este resultado da noite para o dia, nem tampouco que seu programa não seja transtornado por razões de força maior. Mas o que posso afirmar é que para estes industriais, estes médicos, estas operárias, estas mães de família numerosa – que não são menos sobrecarregados que vós – a vida se transformou depois que a Eucaristia, a Palavra de Deus e a Meditação tomaram lugar em sua vida quotidiana. Para esses eu não temo nem o fracasso de sua fé nem de seu casamento. Esta gente realmente está viva.
SOIS ESPERADOS* (Deus nos espera para nos escutar.) Quando chegamos a uma cidade desconhecida, a um porto, a uma estação, a um aeroporto, e não há ninguém ali para nos esperar, apodera-se de nós uma sensação de desamparo. Ao contrário, se somos acolhidos por um semblante sorridente, se mãos se estendem em nossa direção, nos sentimos maravilhosamente reconfortados, livres da cruel impressão de estarmos perdidos, extraviados. Que importam, então, os costumes, a língua, e toda essa enorme cidade desconcertante? Suportamos perfeitamente ser estrangeiros para todos, desde que sejamos um amigo para alguém. Quão reconfortante é, também, descobrir, na casa de quem nos hospeda, que eles estavam nos esperando. Os pais e os filhos não necessitam dizer muitas coisas para que o adivinhemos: basta sua acolhida, bastam seus cuidados conosco. E, então, em nosso dormitório, umas flores e aquele livro de arte, porque conhecem nossos gostos, acabam de nos convencer disto. Desejaria, querido amigo, que você, ao se dirigir para rezar, tivesse sempre a absoluta convicção de que alguém o espera: esperam-no o Pai, o Filho e o Espírito Santo: espera-o a família trinitária. Ali está o seu lugar preparado. Lembre-se de que Cristo disse: “Vou preparar-vos um lugar”. Você talvez argumente que, mais precisamente, Cristo se referia ao céu. É verdade. Mas, a oração é precisamente o céu, pelo menos no que tem de realidade essencial: a presença de Deus, o amor de Deus, a acolhida de Deus a seu filho. O Senhor sempre nos espera. * Extraido do Livro Centelhas de sua Mensagem, p. 109 - Pe. Henri Caffarel
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CONSTRUIR A CASA SOBRE A ROCHA Celebramos nove anos de vida matrimonial. Com certeza absoluta, temos muito a agradecer a Deus, que nos deu muito mais do que merecíamos. Ele que nos segurou nos momentos mais difíceis de dor, de perdas, de incertezas, fez a abundância do seu amor jorrar a cada dia de nossas vidas, nos segurando, nos levantando, nos reanimando e nos encorajando para começarmos de novo quando foi preciso. Agradecemos à Igreja, aos padres que nos acompanham e toda comunidade cristã que a cada dia nos ajuda a crescer e acreditar que a família é a base para um mundo melhor. Mas, de forma muito especial, queremos agradecer ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora, esse Movimento de espiritualidade conjugal que nos últimos quatro anos nos proporcionou crescer como casal, como pais e como cristãos. O evangelho do nosso casamento foi o construir a casa sobre a rocha, e na vida conjugal essa construção tem que ser diária. Não basta só construir a casa, não basta simplesmente casarmos. É preciso dar manutenção diariamente, isso significa rezar juntos, partilhar, conversar, meditar, se retirar, ter atitudes concretas de amor diariamente, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-nos e respeitando-nos, todos os dias na nossa vida. O papa está nos convocando a renovar nossa fé, fé no Cristo que CM 471
transforma a nossa vida, fé no sacramento do Matrimônio, é possível, sim! Gritarmos que vale a pena, que é possível, sim, sermos casais de Deus, é algo que se faz necessário e urgente. Há nove anos dissemos: “essa aliança é sinal de que amo você e de que lhe serei fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te todos os dias de nossa vida”. Nós acreditamos na força do amor sustentado pelo sacramento do Matrimônio. Que Deus nos ajude a viver e a cumprir essa promessa! Não poderíamos deixar de falar dos grandes dons do nosso matrimônio que são o João e a Bárbara, nossos filhos, bênçãos de Deus inexplicável na nossa vida. Obrigado a nossos familiares, à nossa equipe de base, com a qual todos os meses nos reunimos para rezar, partilhar, para crescermos mais, dia após dia; ao nosso querido Monsenhor José Maria, nosso Pároco e diretor espiritual de nossa equipe. Nessa comemoração o que pedimos a Deus é que nosso Movimento possa crescer alicerçado na rocha impulsionado pela forca do Espírito Santo para que mais casais redescubram a beleza do sacramento do Matrimônio. Amém! Carla e Paulo Eq.04 - N. S. Rainha da Paz Rio de Janeiro-RJ 31
Testemunho
ENS - DESATANDO NÓS, COSTURANDO NOSSAS VIDAS Tudo começou no dia 21 de Junho de 2002, quando fizemos nossa primeira reunião mensal como Equipe, com o Casal Piloto, atentos à pauta, acolhidos por Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Começamos um caminhar lento, certos do que queríamos. A cada reunião mensal ou informal, os laços se estreitavam e nos percebíamos construindo uma família sólida. Em abril de 2003, um presente: Monsenhor João Faria chega para ser nosso tão sonhado SCE e sem a sua experiência e palavras, não seria possível ter Cristo tão perto de nós. Sempre sereno, nos acolhia de maneira paternal. Quando juntava suas mãos e iniciava a reflexão pensávamos jamais alcançar tamanha Santidade. Em fevereiro de 2004, nova missão: fomos deixados pelo Casal Piloto com a responsabilidade de andarmos com as próprias pernas e sermos conduzidos pelo primeiro CRE. Já nesse momento, nossa Equipe não tinha a mesma composição inicial, pois alguns dos membros foram ficando pela estrada e outros, chegando para trazer novos conhecimentos. Desafios, medos, angústias, alegrias, provações. Tudo “junto e misturado”. Chegamos hoje ao ANO X com uma vida em casal ainda em construção, com muitos pedaços sendo costurados e nós desatados por ela, Nossa Senhora Desatadora dos Nós. 32
Da Serenidade do Monsenhor João Faria, passamos à Alegria contagiante de Padre Fernando Henrique, sacerdote jovem; e agora pela sabedoria do diácono Tiago. Assim, seguimos nossa trajetória como CRE em 2013, buscando resgatar e progredir na relação de amizade, família, espiritualidade e acima de tudo, na busca de Santidade. Sabemos que contaremos sempre com os alicerces escolhidos “a dedo” por Nosso Senhor: Casal Responsável de Setor, Casal Ligação, nossos amigos de equipe, SCE, Sagrada Família e Nossa Senhora Desatadora dos Nós para que possamos ainda chegar não ao fim, mas sempre a um recomeço de orações para um desatar de nós e costurar vidas. Afinal, somos humanos e as imper feições sempre estarão a nos rondar... Como CRE, temos a agradecer por dez anos de bênçãos: família unida, filhos iluminados, amigos verdadeiros. Ser equipista não foi uma escolha e sim um presente que nos foi entregue sem saber se o merecemos, mas com a certeza de que coube perfeitamente em nossas vidas, marcadas pelos nós, mas sempre costuradas, por Nossa Senhora Desatadora dos nós. Daniella e Marcélio Eq.05C - N. S. Desatadora dos Nós Pouso Alegre-MG CM 471
EXPERIÊNCIA DE UM CASAL RESPONSÁVEL Quando fomos convidados para entrar nas Equipes de Nossa Senhora, não tínhamos a mínima noção do que era, mas, como sempre, para as coisas de Deus, dissemos sim. Com o tempo, fomos aprendendo a amar o Movimento. Com pouco tempo de equipe, fomos escolhidos para ser Casal Responsável. No primeiro momento falamos que não estávamos preparados para assumir esta responsabilidade, porque eu, Jaime, não assimilava bem os Pontos Concretos de Esforço, e tudo ficaria nas mãos da Jaqueline. Oramos muito, pedindo ajuda ao Espírito Santo para nos iluminar e decidimos aceitar esta responsabilidade. Foi a melhor coisa que fizemos, com isso passamos a conhecer melhor o Mo-
vimento. Fizemos algumas formações que nos ajudaram a esclarecer algumas dúvidas e aprender a ser um verdadeiro casal equipista. Valeu e vale a pena. Falo isto para todos os irmãos e irmãs: nós achávamos que não éramos capacitados, mas Deus nos capacitou. Todos deveriam, um dia, ser Casal Responsável de Equipe, pois nos engrandece como casal e como equipista. Nossa Senhora abençoe a nossa Equipe, que sempre nos acolheu com muito amor e carinho e que Deus abençoe a todos os equipistas e seus familiares. Jaqueline e Jaime Eq.13F - N. S. do Perpétuo Socorro Rio de Janeiro-RJ
A ESPIRITUALIDADE DO COTIDIANO “Que Deus seja em suas casas o primeiro a ser buscado, o primeiro a ser amado, o primeiro a ser servido”. (Padre Caffarel 1945)
Vive-se em um mundo de solidão, como diz o ditado popular: “cada um por si e Deus por todos”. Os seres humanos ainda estão longe de alcançar a voz de Deus que vem de dentro, a voz de Deus que fala ao nosso coração. As pessoas agem muito mais pela razão do que pelo coração. Temos o privilégio e a graça de Deus de pertencer a um Movimento religioso tão rico! Que possamos ser autênticos e verdadeiros, seja onde estivermos, seja com quem estiverCM 471
mos, pois temos o olhar de Deus, “olhar do coração”. Com ele podemos ver tudo que está ao nosso redor. Desta maneira é preciso dar atenção e ajudar a quem precisa. Ter consciência da realidade e procurar a melhor maneira de falar e de agir, superando nosso orgulho e vivendo o que pregamos. O Olhar de Deus nos faz sempre conscientes de justiça, de amor a Deus, de sermos Igreja enquanto equipistas e enquanto família. Significa olhar além das aparências, 33
um olhar de misericórdia e compaixão com o nosso próximo em todos os ambientes que frequentamos: escola, trabalho, lazer, política e sociedade. Enfim vivemos no mundo, somos cidadãos do mundo e da Igreja, não estamos em uma redoma de vidro, muito pelo contrário temos uma missão; somos colocados como o fermento que, gradualmente, carrega o poder transformador. Na maioria das vezes proclamamos com orgulho a nossa fé e procuramos vivê-la da melhor forma possível através da prática da caridade e da participação na vida comunitária.
Mas não estamos prontos para vencer todos os desafios que são propostos para nossa fé. Os discípulos acreditaram em Jesus, no entanto fraquejaram diante da cruz. Nós devemos ter a consciência de que Jesus venceu o mundo, mas nós não o vencemos e nem poderemos vencer. A vitória sobre o mundo é de Jesus, temos sim que participar da sua obra para que, com ele, sejamos vencedores neste mundo, reconhecendo nossas fraquezas, nossa pequenez para que Deus cresça em nosso coração. Cláudia e Dirceu Eq.05C - N. S. do Rosário Pouso Alegre-MG
ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO PADRE CAFFAREL RENOVAÇÃO 1. Pagar no Banco do Brasil a Contribuição Anual Conforme valores a seguir: • Membro associado ...........R$ 33,00 • Casal associado .............. R$ 50,00 • Membro benfeitor ........... R$ 83,00 (ou mais) Banco do Brasil 001 - Agência no 1636-5 Conta corrente 44747-1 - Equipes de Nossa Senhora 2. Escrever, em letra de forma, no verso do recibo do banco o nome completo de cada um dos cônjuges (no caso de casal) ou da pessoa que está associado, ou preencher a ficha abaixo. Obs. No caso de tratar-se de uma Equipe, além de ser o nome da Equipe deve ser acrescentado o nome do Setor, da Região e da Província. 3. Enviar o recibo do depósito bancário e ficha de inscrição para o Secretariado Nacional: Rua Luís Coelho, 308, 5o andar cj. 53 – 01309-902 – São Paulo FICHA DE INSCRIÇÃO Novos Associados Sobrenome _____________________________________________________________ Nome ______________________________ CPF ______________________________ Código Postal _______________ Cidade ___________________________________ E-Mail _________________________________________________________________ Data: _______/_______/________
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Assinatura____________________________
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Em busca de mais aprofundarmos sobre os PCEs e o sentido de ser equipe, programamos uma manhã de reflexão para a Equipe N.S. da Natividade. Cada casal ficou responsável por uma parte do Livro. Em resumo descobrimos: 1. Vivenciar em casal os PCEs muda nossa vida conjugal, porque nos aproximamos do amor de Deus e, de forma natural, colocando nosso dia em oração, vamos nos ajudando um ao outro e aos membros da equipe; 2. Realizar os PCEs é usar ferramentas para se chegar à plenitude como casal cristão , com atitudes constantemente melhoradas que fortalecem a espiritualidade, na dedicação de um para o outro e de ambos para Deus; 3. A Partilha fortalece o encontro e comunhão do casal e da equipe, numa caminhada de santidade, um ao lado do outro, não querendo mudar a pessoa do outro, mas sim, fazê-la crescer na busca da santidade; 4. A importância da partilha na reunião mensal quando ela é feita pelos casais de forma transparente, com sinceridade, e para expor aos irmãos com confiança e tranquilidade, alegrias ou dificuldades trazidas pela persistente prática dos PCEs, na escalada conjugal e familiar; 5. Com a procura assídua da vontade de Deus não se deve CM 471 462
julgar o outro casal, nem perder a esperança nele, mas devese fazer a exigência fraterna e expor a verdade, para que assim possa se realizar o amor de Deus; 6. A busca do autoconhecimento, da aceitação das diferenças, da escuta do outro e da equipe, acolhendo todos na alegria do amor de Deus que é sempre solidário; 7. Cativar o outro com paciência e procurar lhe fazer somente o bem, pois o cônjuge é único no mundo e gastar tempo com ele é o que o torna importante na minha vida; 8. A partilha é um momento de reconciliação, de receber com humildade a palavra do outro para percebê-lo por dentro de si mesmo e ajudá-lo a crescer na espiritualidade; 9. A vivência dos PCEs para uma boa partilha é uma graça que movimenta o coração dos peregrinos das ENS na busca de harmonia conjugal e da equipe. O estudo e a partilha do Livro nos motivaram a estas descobertas, através desta maravilhosa manhã de reflexão. Além de nos aproximarmos mais do amor de Deus e da mística das ENS, conseguimos entender o que é ser equipe, relembrando o fundamento das ENS: a ajuda mútua de um casal ao outro em uma só união com Deus. Flávia e Daniel Eq.12C - N. S. da Natividade Pouso Alegre-MG 35
Partilha e Pontos Concretos de Esforço
A MÍSTICA DOS PCEs E PARTILHA
O AMOR COMEÇA EM CASA: ENCONTRO COM DEUS NO OUTRO Como seria bom se todos os casais pudessem ter feito o Retiro dos dias 09 e 10 de março, do Setor A - Varginha. Como sempre, pensamos naquela pessoa que poderia estar ali, fortalecendo-se na fé. Mas fomos nós que aceitamos vivenciar aquela privilegiada ocasião e rezamos pelos ausentes. Durante todo Retiro recitamos salmos, cantamos e louvamos a Deus. Foram horas em estado de graças, contemplando a sabedoria e espiritualidade de um Padre simples, mas cheio do Espírito Santo. Ele nos conheceu naquele dia, mas era como se soubesse tudo que acontece em nossos lares, todos os dias. O tema “Amor” nos tocou profundamente, pois pudemos rever atos simples do cotidiano, refletidos em nosso cônjuge. Será que estamos sendo realmente a esposa, o esposo, que prometeu amor um ao outro no dia do casamento? O amor se revela no perdão, na escuta, no sofrimento, na criação dos filhos, no ato sexual e até nas famílias, dele ou dela. Fomos agraciados por Deus com momentos inesquecíveis, uma deles nas celebrações de duas Missas; com velas acesas, em círculo, confessamos as nossas fraquezas e pecados. Pudemos aí, lembrar as misérias que nos afastam do cônjuge e de Deus. Foi como se o próprio Jesus, representado em Pe. Denivaldo, estivesse entre nós, 36
nos dando absolvição de nossos pecados. Vários testemunhos foram relatados, os casais abriram realmente seus corações e partilharam inúmeras mudanças interiores desde a chegada até o encerramento. Outro momento santo foi o deserto pessoal e conjugal, onde refletimos o que poderia mudar em nós para fazer o outro feliz e tivemos um momento de perdão, reconciliação e decisão de sermos, a partir dali, casais mais comprometidos com nosso dever de esposas, esposos, pais, filhos e melhores equipistas. Refletindo um texto de Madre Teresa, percebemos que o amor e a simplicidade se unem para servir o outro: Nesta vida, não podemos realizar grandes coisas. Podemos apenas fazer pequenas coisas, com um grande amor. Sabemos que o Retiro não acabou no domingo; ele se iniciou assim que saímos de lá. Aproveitemos, pois, este PCE como óleo ou bálsamo para lubrificar nosso relacionamento até o próximo. Obrigado, Pe. Denivaldo! Desejamos que Deus o abençoe em sua caminhada, que leve esta semente para muitos casais que ainda não entenderam o desafio de ser exemplo da Sagrada Família. Herta e Edinho Eq.01A - N. S. da Paz Varginha-MG CM 471
DEVER DE SENTAR-SE:
busca da Santidade Conjugal Desde o início de nossa participação no Movimento das ENS, notamos uma pedagogia nova. Foi-nos dada uma receita, senão infalível, porém muito forte e poderosa que ajudaria no nosso matrimônio. Estamos falando dos Pontos Concretos de Esforço. Para alguns são regras a se cumprir, mas, para nós, são atitudes que nos levam a um modo de viver mais cristão. Cada Ponto Concreto de Esforço tem a sua importância e valor, mas aquele que nos chama mais atenção é o Dever de Sentar-se. O Dever de Sentar-se não é um monólogo nem um diálogo mais exaltado. Não se pode dizer que uma conversa com nosso cônjuge, após as brigas e discussões do dia a dia seja chamado de Dever de Sen-
tar-se. Este exercício vai muito além, pois é um momento de comunhão entre marido e mulher que buscam juntos encontrar e acolher Cristo. Hoje, temos a convicção de que após o nosso ingresso no Movimento – já estamos chegando a 07 anos – tivemos esse encontro com Cristo, pois, sob o Seu olhar, muitas vezes aparamos nossas arestas e resolvemos nossas diferenças. Que os casais equipistas possam descobrir a riqueza dos Pontos Concretos de Esforço, em particular o Dever de Sentar-se, e através deles serem transformados como pessoa e como casal. Denise e Valdinei Eq.05 - N. S. das Graças Nova Friburgo-RJ
COLUNA DE FORMAÇÃO O RETIRO ANUAL
Muitos questionam o valor desse importantíssimo momento que nosso Movimento coloca como um dos esforços que devemos fazer na busca da santidade. Em diversas ocasiões, Jesus convida os discípulos para irem com Ele a lugares distantes, seja para instruir, seja para descansar (Mc 4,34; 6,31; 7,17; 9,30-31; 10,10: 13,3). Para ficar a sós com eles (discípulos), e instruílos a respeito da Cruz, Jesus fez uma longa viagem ao exterior na terra de Tiro e Sidônia (Mc 8, 22-10,52). Para conversar com o Pai, Cristo saía para CM 471
lugares desertos (Mc 1, 35). Ponderando essas passagens, e como discípulos missionários, precisamos atender a esse chamado do Senhor, buscando, em algum momento de nossas vidas, ficar a sós com Ele, para ouvir o que tem a nos dizer. Pregando um de nossos retiros, Frei Ludovico Garmus falou sabiamente: “Retiro é interiorização, é solidão/deserto com Deus (silêncio), é oração”; na solidão do deserto acontece a experiência do Deus Libertador. Frei Ludovico apontou, ainda, alguns momentos da Bíblia em que isso ocorre: 37
Abraão: ouve a voz de Deus na sua solidão de seminômade (Gn 12,1-3; 15; 17). Jacó: é na solidão que Jacó trava uma luta, corpo a corpo, com Deus e é por Ele abençoado (Gn 32,23-33). Maria: é no silêncio e na solidão que ela recebe a visita do anjo Gabriel e acontece em seu ventre a encarnação do Verbo de Deus (Lc 1,11). Magos: é na solidão do deserto que os magos do Oriente (seminômades) meditavam as profecias da Escritura, viram o sinal da estrela e entenderam a sua mensagem (Mt 2) João Batista: crescia e se fortalecia em espírito e morava no deserto, até o dia de se apresentar em
público a Israel (Lc 1,80) Jesus: após seu batismo por João, prepara-se durante dias e noites na solidão do deserto, antes de começar a pregar o reino de Deus (Mt 4,1). Que todos saibam valorizar e viver intensamente esse momento ímpar de diálogo com o Senhor, pois, como diz nosso fundador Pe. Henri Caffarel: “Se a reunião mensal é um meio poderoso para que cada um aprofunde a sua vida religiosa, e para que todos criem vínculos de grande amizade cristã, mais úteis ainda são os retiros e os dias de reflexão...” (p. 33 – item III – A Missão do Casal Cristão) Sandra e Bento Eq.03 - N. S. Rosa Mística Nova Friburgo-RJ
REGRA DE VIDA A Regra de Vida faz parte dos Pontos Concretos de Esforço. Sendo um ponto essencialmente individual, se torna importante porque tem um objetivo muito específico, qual seja o de levar-nos a progredir na vida cristã. Trata-se de um esforço pessoal e próprio de cada membro da equipe que, assumindo a Escuta diária da Palavra, a Meditação, a Oração Conjugal, o Dever de Sentar-se e o Retiro, sente, que falta alguma coisa na própria realização pessoal, por isso, devemos assumir como obrigação também esse compromisso. Quando se diz “assumir como obrigação“, não quer dizer “ser obrigado“. - Para que a Regra de Vida assumida seja realmente a que nos convém, é preciso que façamos um esforço para nos conhecermos a nós mesmos e que nos abramos com humildade à vontade de Cristo. Esse “nos conhecermos” seja um 38
comportamento honesto, moral e ético, perante e em favor da vida da equipe, do próximo, da sociedade a que pertence, e a si mesmo. Esse comportamento é íntimo, secreto, porém, se assim o desejarmos, podemos revelá-lo aos membros da nossa equipe. Por outro lado, o compromisso não nos deve trazer angústia, pois que muitas vezes o objetivo está distante. É necessário que tenhamos em mente que a Regra de Vida precisa ser clara, precisa e concisa. Claro está também que deva ser assumida e revisada frequentemente, até que o objetivo proposto seja, se não no seu todo, em boa parte alcançado. Não se trata, pois, de multiplicar as obrigações, mas, sim, de bem defini-las e mudá-las quando se tornar necessário, ou após alcançar o objetivo estabelecido. Erenita e Attanazio Eq.02B - N. S. das Vitórias Brasília-DF CM 471
Tivemos o privilégio de participar da Equipe Satélite sobre “Espiritualidade Conjugal”, responsável pela elaboração do tema de estudo desse ano de 2013, juntamente com um casal da Colômbia, outro de Portugal e outro da Bélgica. Desde seu início, o objetivo estabelecido pela ERI foi o de produzir um tema de estudo – sobre Espiritualidade Conjugal – que permitisse uma reflexão do caminho da vida espiritual em casal, qualquer que fosse sua idade e etapa de sua vida conjugal e familiar. Ou seja, um tema de estudo que ajudasse a refletir sobre a caminhada espiritual de cada casal das ENS. Neste contexto, o tema de estudo não deveria dar respostas à questão: Qual é a espiritualidade própria do casal que recebeu o sacramento do Matrimônio?, mas deveria ser um tema que ajudasse cada casal a refletir e entender o percurso, o caminho, a direção que está empreendendo para crescer em sua espiritualidade conjugal, visando sua santificação. E por que este tema de estudo CM 471 462
logo após o XI Encontro Internacional das ENS? Para ser uma continuação da experiência vivida durante o Encontro de Brasília, de Ousar o Evangelho como casal cristão. O primeiro desafio da Carta de Brasília é: Casais – Ousar o Evangelho é ter um coração pleno do amor de Cristo. Somos, portanto, convidados a renovar o esforço de voltar às origens do Movimento, onde está a razão de – nós casais – pertencermos às ENS, ou seja, a razão de ser do próprio Movimento. E voltar à fonte significa concretizar a nossa fidelidade à Carta Fundadora do Movimento: a Espiritualidade Conjugal, vivendo intensamente os pontos concretos de esforço. Este tema de estudo, desse modo, quer que façamos, ou melhor, que registremos o itinerário, percurso, caminho de nossa vida espiritual vivida em casal, desde quando cada um dos cônjuges se conheceu, já que a espiritualidade conjugal é o eixo de nossa vida como casal cristão e equipista. Precisamos refletir e partilhar nesse ano – em casal e em equipe – sobre este caminho espiritual que estamos percorrendo, para poder responder a mesma pergunta que Jesus Cristo fez aos seus apóstolos: O que procurais? No nosso caso, o que queremos ou o que esperamos das ENS? Na verdade, como casal cristão, queremos e esperamos viver um caminho espiritual específico, uma espiritua39
Tema de Estudo
TEMA DE ESTUDO 2013: UM TESTEMUNHO
lidade própria, peculiar e derivada de quem foi consagrado pelo sacramento do Matrimônio. Assim, cada casal – em função da metodologia proposta pelo tema de estudo – é convidado a ajudar a escrever seu próprio “tema de estudo”, é convidado a ser coautor deste tema de estudo, pois o que desejamos nas ENS é responder, em nosso tempo atual, ao convite do Pe. Caffarel: “Procuremos juntos” o que é Espiritualidade Conjugal a partir de nossa vivência e testemunho diário do nosso Matrimônio, renovando nosso amor ao cônjuge, estando assim a serviço da Igreja nos vários
campos pastorais em que podemos ajudar com nossos conhecimentos e competências. Sejamos, como casais e famílias cristãs, pois, “este sorriso da Igreja para o mundo”, como nos exortava o papa Bento XVI em sua saudação aos participantes do XI Encontro Internacional das ENS, vivendo intensamente a espiritualidade conjugal, como a arte de viver no casamento o ideal evangélico que Cristo propõe aos seus discípulos missionários. Mariola e Elizeu Eq.19A - N. S. das Famílias Brasília-DF
por que o tema de estudo? “O tema de estudo é para ser usado como um instrumento de formação, capaz de nos ajudar a melhor acolhermos a graça da espiritualidade conjugal” (Carisma do Movimento). “A resposta ao tema de estudo deve ser o reflexo de uma vivência cristã e não um dever de escola ou exercício intelectual” (Manual do CRE). Serve para ajudar-nos durante o mês em nossas reflexões e nas partilhas de nossas reuniões na equipe de base. É importante que os cônjuges leiam, reflitam, tentem responder as questões, levem por escrito para a reunião mensal e ponham em comum com os outros casais. Que entendamos a importância deste estudo, transformando-nos a cada dia, dando frutos, tornando-nos testemunhas do amor e da vida conjugal e comunitária. 40
É natural que às vezes sintamos desânimo, impotência, vontade de parar e de não ir adiante, mas Deus é Pai, sabe de nossas limitações, vem em nosso socorro e nos ajuda a entender que, para viver em e com Cristo, é preciso estar atento e sempre em busca de seu amor incondicional. É preciso muita oração, para que Ele nos transforme em pessoas capazes de testemunhar o Seu amor, a todos os irmãos a nossa volta. Que saibamos reconhecer que através de nosso esforço, o Espírito Santo agirá em nosso coração e Maria nossa mãe, nos guiará ao alcance da santidade. “Nunca deixeis de vos formar. Se a ação não vos permitir continuar vossa formação, a ação vos perderá” (Henri Caffarel). “É importante que, de uma para outra reunião, de ano para ano, se CM 471
façam progressos. Uma equipe que não avança, recua – é evidente” (Henri Caffarel). “E a marcha da equipe depende do esforço, que cada um de seus membros empregarem para viver com intensidade o ideal que lhes é proposto, que nada mais é que o ideal de todo cristão – ter consciência de sua dignidade de filho de Deus, que lhe foi concedido no batismo”. Assim, através de citações da bibliografia das ENS, lembramos
que, desde o início, sempre existiu a preocupação em se manter a seriedade e o compromisso de nossas atitudes não só como equipistas, mas como cristãos. Participar das ENS é caminhar fortalecidos um pelo outro, é se aprofundar nos temas de estudo, é ajudar e guiar casais unidos pelo sacramento do Matrimônio à santidade. Leila e Fernando CR Região Rio II Teresópolis-RJ
em busca de uma espiritualidade A definição clássica para espiritualidade está no Aurélio: “o modo de viver de um crente que busca alcançar sua plenitude na relação com o transcendental”. Após a leitura do tema e o debate em grupo, concluímos que espiritualidade tem outras nuances. Nesse sentido, podemos afirmar que a espiritualidade está direcionada diretamente ao nosso modo de ser, podendo ser influenciada pelo ambiente em que vivemos. É preciso, então, que não nos tornemos escravos de uma verdade que, às vezes, não traduz a fé que processamos. Nós, como cristãos, devemos valorizar o diálogo, o perdão e principalmente o exercício da humildade. Agindo assim, apoiados na certeza de um Deus misericordioso, estaremos vivenciando nossa liberdade de escolha, sendo menos egoístas, valorizando as qualidades e vocação de nossos irmãos, controlando a nossa sede de poder, execrando os preconceitos e vivendo uma interatividade nos relacioCM 471
namento interpessoais; na prática, a essência da espiritualidade. Por tudo isso, é fácil entender por que Jesus, quando curava alguém, dizia, “não conte a ninguém”. Ele sabia que não era necessário, porque, quando nos tornamos cristão de verdade - quando Jesus nos transforma - a espiritualidade transborda e contagia aqueles com os quais nos relacionamos. A espiritualidade evidenciase, então, de modo tangível, não sendo apenas um modo de viver, mas uma verdade que transforma pessoas, deixando-as mais felizes , solidárias e participativas. O egoísmo humano esvai-se no turbilhão das boas novas, da ajuda mútua e da presença perceptiva de Cristo. Estes fatos fazem que a plenitude seja alcançada na vida cotidiana, e não mais no que transcende à dimensão humana. Silezia e Vilson Eq.04 - N. S. de Lourdes Contagem-MG 41
Notícias
Lília e Léo
BODAS DE OURO Emília e Emílio
No dia 20.10.2012, o casal comemorou seus 50 anos de vida em comum com uma Santa Missa de Ação de Graças presidida por Dom Armando, bispo de Bacabal-MA, que foi SCE da Equipe 02 durante 14 anos. A Eucaristia foi concelebrada pelos sacerdotes Frei Martinho Cortez, primo da Emília, que celebrou seu matrimônio em 1962, e também pelo Padre Javier, ex SCE da Equipe. Estiverem presentes no evento suas filhas, seu genro, suas netas, os componentes da Equipe, familiares e muitos amigos. Desejamos que Deus continue derramando suas bênçãos sobre tão querido casal.(Eq.02B – N.S. da Imaculada Conceição - Mogi das Cruzes-SP) 42
No dia 23.12.2012 comemoraram-se as Bodas de Ouro deste casal abençoado por Deus. Gastam-se apenas alguns minutos para realizar um casamento, mas espera-se meio século para realizar um casamento de ouro. Amar e viver com seu cônjuge exige determinação e prática diária, exige a entrega de si mesmo ao bem-estar do outro, e certamente vocês souberam esperar no Senhor para alcançar tamanha graça. Poder comemorar 50 anos de casados é, sem sombra de dúvidas, uma dádiva de Deus. Afinal são cinco décadas de dedicação, carinho e muita luta que fizeram de vocês, duas pessoas que descobriram um no outro o que há de mais belo: a união, a entrega, a vivência de um para com o outro. Sabemos que só o amor verdadeiro leva uma pessoa a se consagrar totalmente a outra, dando a vida para fazer o outro feliz e pelo Sacramento do Matrimônio, ambos se comprometem a ser instrumentos de salvação um para o outro, fazendo do lar uma pequena Igreja, onde Deus está sempre presente. Nós que fazemos parte da Eq.06 - N. S. das Dores, estamos orgulhosos de ter vocês como irmãos equipistas. Parabéns pela sublimidade da história de vocês, e que a cada ano, cresça, irradie e contagie cada vez mais essa felicidade e que vocês conservem o que há de mais belo nesta relação o amor.(Eq.06 - N. S. das Dores - Campina Grande-PB) CM 471
JUBILEU DE PRATA DE EQUIPE
Celebramos no dia 25/02/13 e m , u m a N o i t e d e O r a ç ã o, o s 25 anos da nossa Equipe. Durante esse percurso, perdemos amigos e companheiros (duas bem recentemente), que voltaram à Casa do Pai. Mas eles nos deixaram lições de carinho, respeito mútuo, alegria, amor as ENS e principalmente de Fé. Hoje, somos 06 casais e 01 viúvo que pretendem dar continuidade à história de nossa equipe para semear todos os valores somados no decorrer desses anos, e pedimos a Nossa Senhora que esse caminho se prolongue por outras gerações. Obrigado a todos os CEs e AETs que muito nos ajudaram nessa caminhada. (Anna Paulina e Tozatto CRE Eq.07 - N. S. da Penha - Rio de Janeiro-RJ)
ORDENAÇÃO PRESBITERAL Celebramos a ordenação Presbiteral de Frei Valter dos Santos, CE de duas Equipes em Toledo-PR. Aconteceu no dia 23/02/2013 na Paróquia Nossa Senhora das Graças, pelas mãos do Bispo Dom Jacyr Francisco Braido, em Praia Grande-SP CM 471
ANIVERSÁRIO 65 Anos de Vida Religiosa Fráter Nicácio SCE da Eq.04C - N. S. da Luz Agradecemos a Deus que tem permitido a presença dele entre nós, e a ele pela dedicação e carinho com nossa equipe e o Movimento. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” Esta é a sua frase preferida. (Graça e Klécius Eq.04C - N.S. da Luz - Belo Horizonte-MG).
VOLTA AO PAI Roberto (da Isis) No dia 21.03.2013 Integrava a Eq.02B N. S. das Vitórias Brasília-DF Jovita (do Batista) No dia 16.03.2013 Integrava a Eq.09B N. S. Escudo da Fé Belém-PA Mário (da Almeri) No dia 25.10.2011 Integrava a Eq.07B N. S. do Bom Conselho Marília-SP Klecius (da Patrícia) No dia 10.03.2013 Integrava a Eq. 02C N. S. da Glória Belo Horizonte-MG
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EJNS
EqUIPES JOVENS DE NOSSA SENHORA REALIZAM PRIMEIRO CURSO NACIONAL DE PILOTOS O ano de 2012 foi bastante proveitoso para as EJNS no sentido pastoral. Tivemos nosso principal evento, o Encontro Nacional e as visitas pastorais do Secretariado Nacional aos quatro Secretariados Regionais, prática herdada do Movimento que originou o nosso, as ENS. Durante essas visitas constatamos algumas dificuldades nas pilotagens pelo Brasil, da mesma forma como também vimos soluções eficazes para problemas, e pilotagens muito bem conduzidas. Durante a reunião do Secretariado Nacional no início de 2013, a fim de reduzir os problemas das pilotagens pelo país, resolvemos fazer o I Curso Nacional de Pilotos. O objetivo do curso é unificar a pilotagem, dirimindo os problemas, revisar e estudar os documentos. O público-alvo são os coordenadores de pilotos das Regionais, dos Setores e das Expansões que ficarão responsáveis em levar às suas localidades as informações obtidas e experiências trocadas no Curso Nacional, sendo assim multiplicadores. O evento ocorre nos dias 20 e 21 de abril, no Seminário Arquidiocesano São José de Niterói, no Rio de Janeiro; sendo acompanhado de perto pelo conselheiro nacional das EJNS, padre Demétrio Gomes. No curso também procuraremos unificar uma prática que está se tornando mais frequente devido ao tamanho continental do Brasil: a pilotagem à distância de novas equipes feita por casais das ENS. Graças a uma aproximação cada vez maior entre as casais das ENS e jovens das EJNS tem sido possível chegar a lugares que não achávamos que conseguiríamos. Crescimento que se tornou possível com a abertura de um espaço para nós jovens nos EACREs Brasil afora. Só temos a agradecer às ENS pelo apoio dado não só na pilotagem, mas na manutenção do nosso movimento! Contamos com a oração de vocês para que Deus, sob intercessão de Maria, conduza o nosso I Curso Nacional de Pilotos. In corde Iesu et Mariae, Deborah & Marcelo Coordenação Nacional de Pilotagem das EJNS Brasil 44
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Quero iniciar essa reflexão com a célebre frase popular. “O macaco só olha o rabo dos outros”. A partir dessa assertiva ponho-me a pensar no meu corpo como um todo e descubro que não o conheço inteiramente, ou melhor dizendo, só conheço uma pequena parte dele, a partir dos ombros, toda região frontal e a metade da parte de trás das pernas. As demais regiões do meu corpo são desconhecidas. Na verdade nem conheço o meu próprio rosto. Quem me auxilia a conhecer esse eu todo desconhecido é um objeto mecânico, o espelho, ou, justamente, o outro meu semelhante. Eu pergunto então, como é meu andar, como são minhas costas? Que mancha eu tenho na altura da coluna? Os meus olhos, os meus próprios olhos, como são? Sem o espelho ou outros mecanismos não é possível conhecer nem talvez um décimo do meu próprio corpo. Não obstante, eu conheço muito mais do corpo do outro, sem necessidade de qualquer recurso. Muito bem, assim como eu não me conheço fisicamente por inteiro, também se for chamado a descrever a minha própria personalidade, o meu eu imaterial, compor tamental, minhas virtudes e defeitos, tenho dificuldade em descrevê-los! Ah ! Mas o outro, eu o conheço muito bem e ele a CM 471
mim, principalmente quanto aos defeitos, pois são os que mais se fixam. Pois sei classificá-lo como sendo uma pessoa simpática ou antipática, agradável ou desagradável, difícil de conviver, afável etc... Mas e eu? Interessante, esse paradoxo! Naquilo que eu tenho mais dificuldade em ver em mim é o que mais ressalto nos outros. Estamos a todo momento predispostos a julgar. A cada falha cometida pelo outro emitimos um parecer, mesmo que seja só em pensamento. No evangelho, Jesus prescreve: “Não julgardes para não serdes julgados... Pois com a mesma medida com que julgardes o teu próximo sereis também julgados.” (Mt 7, 1-2). No entanto é bom alertarmos para o fato de que quanto mais se cresce dentro da caminhada, mais aumenta nosso senso de julgamento em relação aos outros. Já que somos relativamente cegos de nós mesmos, poderíamos tentar inverter a situação, isto é, passar a enxergar mais a nós mesmos, à medida em que ficar mais cego em relação ao nosso próximo. Quanto ao cristão que caminha para a santidade, reza a doutrina cristã que não devemos julgar o irmão, nem sequer por pensamento, posto que até pelos maus pensamentos são cometidos pecados. Mario da Edir Eq.39A - N. S. do Loreto Rio de Janeiro-RJ 45
Reflexão
NOSSO PODER DE JULGAR
HISTÓRIA DO LÁPIS O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura perguntou: Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso é uma história sobre mim? A avó parou a carta, sorriu e comentou com o neto: Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse. O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial. Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida! Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo. Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade. Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas, no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor. Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que está errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça. Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. Quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo o que você fizer na vida, irá deixar traços, então procure ser consciente de cada ação. (autor desconhecido) Transcrito do Informativo nº 102 Janeiro de 2013 – ABRAPEC –
Colaboração de Wilson da Adair Eq.04 - N. S. Aparecida Santa Rosa de Viterbo-SP 46
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A recente decisão do Conselho Federal de Medicina, favorável ao aborto até à 12ª semana de gravidez, dependendo apenas da vontade autônoma da mulher, dá-nos a ocasião para tratar mais uma vez do aborto. Ouso escrever mais uma vez sobre o assunto, mesmo porque o silêncio poderia sugerir a falta de argumentos, e isso não é verdade. Por falar nisso, tratemos de alguns argumentos favoráveis ao aborto. O aborto seria aprovável até a 12ª. semana de gestação porque o tuboneural do feto ainda não se formou? Assim, a sua condição equivaleria à de um morto cerebral? Mas, se assim fosse, como justificar os estudos e práticas de psicologia e de psiquiatria, que se ocupam da vida humana desde uma fase bem anterior a 12 semanas de gestação? A condição de um morto cerebral nunca pode ser equiparada à de um feto, que está em plena dinâmica vital. Na vida humana, não se pode estabelecer uma fase que já não fosse humana desde o seu primeiro início, na fecundação. Aquilo que aparece na 13ª. semana já existia também desde a 1ª. semana de gestação: um ser humano vivo. Embora ainda não esteja completo, ele já existe e sua identidade humana, que não inicia apenas na 13ª semana de gestação. Legalizar o aborto valorizaria a autonomia da mulher e o respeito pela sua decisão livre? A questão não está bem colocada. A decisão não envolve apenas a mulher, mas a vida de mais um ser humano; e a liberdade de um não pode preCM 471
judicar o direito do outro. O feto ou bebê, enquanto é gerado, não é parte do corpo da mulher, mas já é um outro ser humano, que tem o direito de viver e de ser amado. O aborto implica na supressão da vida de um ser humano e esse ato não pode ser considerado um direito de ninguém, nem valorizaria a dignidade da mulher. Sabe-se quantas consequências e sofrimentos, inclusive psíquicos, esse ato causa à mulher. O sofrimento de uma gravidez indesejada ou difícil pode ser aliviado e não pode ser equiparado ao dano causado por um aborto, sobretudo porque uma vida suprimida. Afirma-se que o Estado é laico e não deveria levar em conta argumentos de tipo religioso. Esse é um sofisma frequente e mal esconde uma discriminação religiosa contra o direito à livre manifestação dos cidadãos. Além disso, os direitos humanos independem de religião e valem para todos, tanto como benefício, quanto como imperativo ético. No caso do aborto, não se trata de questão religiosa, mas do mais elementar direito humano à vida. Países desenvolvidos seriam favoráveis ao aborto e só os obscurantistas, fundamentalistas e fanáticos seriam contrários à sua aprovação. Será mesmo? Dar aos adultos e fortes a possibilidade de dispor da vida de indefesos e inocentes, até ao ponto de suprimi-los, não parece um sinal de verdadeiro desenvolvimento, mas de retorno à lei da selva. 47
Atualidade
razões a favor do aborto
O bem da sociedade justificaria a eliminação dos indesejados, dos defeituosos e doentes, das “vidas inviáveis” antes mesmo de nascerem? Foi com semelhantes raciocínios, habilmente apresentados, que regimes totalitários, cruéis e desumanos eliminaram milhões de seres humanos considerados inferiores ou não dignos de viver. A maioria das pessoas seria favorável ao aborto? Isso requer uma verificação séria, pois não parece verdade. Mesmo se fosse, o direito de matar pessoas não pode ser submetido à vontade da maioria; há coisas que independem de consenso por serem verdades ou direitos inalienáveis. Ninguém pensaria em submeter a uma decisão consensual o direito a respirar, comer ou dormir. Muito menos ainda, o direito de viver! Talvez a violência sexual, que viola a “dignidade sexual” da mulher, ou certas situações de injustiça social, que dão origem à pobreza, legitimariam o aborto? O problema é que, assim, se decretaria de maneira simplista a pena de morte contra um ser humano inocente e indefeso, em vez de atingir os verdadeiros culpados por injustiças e violências. Fala-se que há males que vêm para bem. Assim, mesmo admitindo que o aborto é um mal, considera-se que dele resulta um bem, pois evitam-se os sofrimentos de “vidas inúteis”, o fardo social de seres humanos improdutivos, o aumento da pobreza e a temida explosão demográfica. Mas é preciso lembrar que os fins não justificam os meios. Os males sociais e os da saúde precisam ser enfrentados, mas jamais mediante a negação do 48
direito à vida das pessoas. Diz-se ainda que os países mais desenvolvidos já liberaram o aborto e a não legalização dessa prática seria um sinal de atraso. Por certo, o descontrole na prática do aborto em clínicas especializadas, ou por mãos inexperientes, é um sinal de atraso e de pouco respeito à vida humana ou à lei que a protege. A solução seria a legalização do aborto? Não seria, antes, mediante uma atenção maior à saúde das gestantes e à educação para comportamentos sexuais dignos e responsáveis, sem o recurso à fórmula simplista e inaceitável da supressão de vidas indefesas e inocentes? Não é demais inglório manifestar-se sobre essa questão antipática, recebendo o carimbo de “conservador” e “mente fechada”? Dia mais, dia menos, o aborto será aprovado; há pressões muito fortes sobre os legisladores e diversos interesses estão em jogo. Vale mesmo a pena? Eis o problema. A questão delicada da dignidade humana e do direito à vida é demasiado séria para ficar refém da pressão ideológica. Não é questão religiosa, mas de direitos humanos. Só haveria uma maneira de mudar essa visão: se fosse provado, de maneira convincente, que o feto ou o bebê ainda não nascido, não é um ser humano. Mas esse é um outro discurso, longo e complexo. Afirmamos que é um ser humano e, portanto, seu mais elementar direito, que é viver, não lhe deve ser negado. Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo Publicado em O ESTADO DE SÃO PAULO, ed. 13.04.2013 CM 471
Meditando em Equipe Maio é o mês mariano. Mas, por quê? No hemisfério norte, quem presencia a natureza aparentemente morta, durante os meses do inverno, vive igualmente a sensação de renascimento com a chegada da primavera, era o mês da “Flora mater”, a deusa da vegetação. A tendência cristã de cristianizar as celebrações pagãs não teve o menor problema em destronar a deusa Flora e colocar Maria no centro da primavera. “Maria é bela, mimosa flor; nossa esperança e nosso amor!”
Escuta da Palavra em Jt 13, 11-20 Sugestões para a meditação: 1. Judite (Jt 13,18), Jael (Jz 5,24) e Maria (Lc 1,42) foram proclamadas “benditas entre as mulheres”. Confira estes textos e descubra o que há de comum entre as três. 2. Procure ecos de Jt 13,20 no cântico de Maria (lc 1,46-55). 3. Em Jt 13,14 Judite fala da misericórdia de Deus. Aprofunde este tema no Magnificat. 4. A liturgia chama Maria de “invicta Judite”. Procure no Magnificat a justificação para tal título. Frei Geraldo de Araújo Lima, O. Carm.
Oração Litúrgica “Mãe de Jesus e minha Mãe! Em teu canto, proclamaste a eterna misericórdia do Pai. Ao longo da tua vida, testemunhaste essa misericórdia nas palavras e gestos de teu Filho. Por isso, quero estar sempre contigo, especialmente quando o meu coração estiver pesado e sobrecarregado. Maria, dona de casa, dá às famílias a fé e a concórdia que reinavam em tua casa de Nazaré. Maria, mãe atenta e cuidadosa, não permitas que teus filhos, perturbados por tantos perigos, sejam afastados de Jesus. Maria, mãe dos sacerdotes, intercede por eles, para que tenham com o Senhor a intimidade que tinhas. Roga sempre por nós. Amém” (Dom Murilo Krieger).
Todos os que O ouviam estavam estupefatos com a sua inteligência e as suas respostas. Ao vê-Lo ficaram assombrados, e sua mãe disse-Lhe: “Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos, à tua procura”. Ele respondeu-lhes: “Porque me procuráveis? Não sabeis que devia estar em casa de meu Pai?” Mas eles não compreenderam o que lhes disse. (Lc 2, 41-50)
Equipes de Nossa Senhora Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luís Coelho, 308 • 5º andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (0xx11) 3256.1212 • Fax: (0xx11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br