ENS - Carta Mensal 560 - Agosto/Setembro 2024

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CARTA

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

XIII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora

Dia do Padre Página 11 Dia da Bíblia Página 16

Índice

EDITORIAL 1

SUPER-REGIÃO BRASIL

Vocação… caminho de fé e serviço! 2

Ap´´os o batismo surge nossa vocação cristã 3

Tema do ano Capítulo 7: Convidados ao banquete… 4

Tema do ano Capítulo 8: Faça isto em memória de Mim! 5

CORREIO DA ERI

O fim de uma etapa 6

IGREJA CATÓLICA

Sacramentum Caritatis: Eucaristia celebrada 9 “Não tenhais medo. Saiamos!”1 10

“O Sacerdote continua sobre a terra a obra redentora do Cristo” (Cura d’Ars) 11

Transfigurados por amor 12

Maria é elevada aos céus, alegrem-se os coros dos anjos!

A Natividade de Nossa Senhora 14

São Jerônimo e seu amor às Sagradas Escrituras 16

DATAS DO MOVIMENTO

O falecimento de Pedro Moncau em 17/08/1982 e Nancy Moncau em 15/08/200617

Legado pós-morte do servo de Deus Henri Caffarel 18

DATAS COMEMORATIVAS

Dia dos Pais 19 O CONSELHEIRO NA CARTA

Confia teus cuidados ao Senhor e Ele há de ser o teu sustento 20

Ser acompanhante espiritual das ENS, uma rica aprendizagem! 21

PARTILHA E PCE

Os PCEs na vida conjugal 22

Da participação robotizada à Espiritualidade Conjugal 23

A Meditação 24

O Dever de Sentar-se 25 TESTEMUNHO

Sacramentos, fonte de coragem! 26

Minha promessa a Nossa Senhora 27

A Eucaristia como fonte de amor na vida conjugal 27

EQUIPISTAS E A CM

CM 559 (pág. 3) Santos modelos para nossa vida 28

CM 559 (pág. 32) O Pai-Nosso 28

90 anos de vida de nosso SCE 29

Na correria do dia a dia, corra pra Deus e Nossa Senhora 29

Rumo à Santidade 30

É preciso voltar... 30

Ser equipista 31 TURIM

“Cada um por um caminho veio, e hoje estamos todos juntos, guiados pelo Espírito Santo” (trecho da música - quando Ele ressurgiu) 32

Está sendo publicado somente na CM DIGITAL acesse pelo site ens.org.br CM 560

ACESSE CARTA MENSAL SONORA: no 560 edição agosto/setembro 2024 N O T Í C I A S

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro na “Lei de Imprensa” N° 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil – CR Super-Região Brasil Rose e Rubens; Equipe Editorial: Responsáveis: CR Carta Mensal Mirna e Sildson; Conselheiro Espiritual: SCE Carta Mensal: Pe Antonio C. Torres; Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb.17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais – Tefé, 192 - Perdizes, São Paulo/SP - Fone 11 97574-9718 – e-mail: novabandeira@novabandeira.com – Responsável: Ivahy Barcellos; Revisão: Jussara Lopes; Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski; Imagens: (Freeimagens/Pxhere/Unsplash/CanStockPhoto/Canva). Tiragem desta edição: 25.850 exemplares. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS – Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3° Conj. 36, CEP: 01310-905, São Paulo/SP ou através de e-mail: cartamensal@ens.org.br a/c Mirna e Sildson.

IMPORTANTE: consultar instruções antes de enviar o material – pedimos que acessem as instruções na aba/acesso Carta Mensal do site das Equipes de Nossa Senhora (www.ens.org.br).

Queridos equipistas, Paz e Bem!

Iniciamos esta Carta Mensal agradecendo ao Casal Clarita e Edgardo Bernal pelos anos que estiveram à frente de nosso Movimento. Sempre com alegria no olhar, no carinho como acolhedores do povo que caminha na Fé, sempre sinalizando aos equipistas a certeza de que Jesus, pela obra de Padre Caffarel, é a nossa vida, a vida de nossa família. E damos boas-vindas ao casal Mercedez e Alberto que assumiram a ERI numa celebração especial no Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, em Turim. Coloquemos os dois casais em nossas orações diárias.

Turim, enfim, o Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora aconteceu, um mar verde-amarelo formado pelos equipistas brasileiros que participaram pôde ser visto. Felicidade estampada no rosto, o acolhimento da palavra que será a base para os nossos próximos seis anos, fizeram desse Encontro uma experiência única e que será passada pelos testemunhos dos participantes nas CM futuras.

Os meses de agosto e setembro, mês da vocação e da Bíblia respectivamente, serão abordados na CM, com as matérias sobre Cura d'Ars, nosso santo que tinha o Dom do Conselho, e marca a data do Dia do Sacerdote e de São Jerônimo que traduziu a Bíblia para o latim. “Se você reza, você fala com o esposo; se você lê, é Ele que fala com você” (Ep. 22,25). Matérias

elaboradas pelos Pe. Fábio Pereira dos Santos e Pe. Daniel Santini Rodrigues.

Ainda celebraremos a Assunção de Maria e a Natividade de Maria através dos textos elaborados pelos Pe. Flávio Henrique Ribeiro e Fr. Sonival Marinho e nas datas do Movimento lembramos as datas de morte do Dr. Pedro Moncau e dona Nancy (17 e 15/ago.) e a morte de Padre Caffarel (18/set.).

Em agosto, ainda celebraremos o Dia dos Pais, como nos diz o casal Rita de Cássia e Carlos Henrique: “Na família, o pai vive isso: de colocar-se à espera. Quem ama espera incondicionalmente. Pai, sua missão não é doar muito, mas é dar tudo!”. Parabéns a todos os pais por essa data tão especial.

A CM encerra-se com Padre Antônio, com o texto "Escutar o outro é dar-lhe a existência" , onde chama atenção pela facilidade de comunicação atual e ao mesmo tempo ao isolamento que tal facilidade tem gerado pela falta de escuta. Fala-se muito bem, mas não escutamos o suficiente. Esse é um texto que realmente merece uma atenção especial de nossas famílias e uma discussão dentro de nossas equipes.

Fiquem com Deus, fiquem bem.

e Sildson

CR Carta Mensal

Mirna

Vocação… caminho de fé e serviço!

Queridos equipistas, a Paz!

No mês de agosto dedicamos uma especial reflexão sobre as vocações, aprofundando nossa compreensão sobre as diversas formas de vocações e como cada uma delas e juntas podem construir nossa comunidade cristã.

A palavra vocação, do latim vocare, significa “chamar”, se colocar a uma missão especial. Para nós católicos um chamado divino para que vivamos a nossa fé servindo a Deus, é Ele quem nos chama. Muitas são as vocações e reconhecidas pela Igreja estão a vocação sacerdotal, religiosa, matrimonial e leiga, cada uma com sua missão na Igreja e de muita importância para a sociedade.

As celebrações litúrgicas evidenciam a cada domingo uma vocação específica. No primeiro domingo de agosto, a Igreja celebra a vocação sacerdotal, recordando os que dedicam sua vida ao serviço de Deus e da comunidade. Em nossas equipes são os nossos pastores, nos ensinam, orientam, dedicam amor a essa pequena Ecclesia e nos mantém no caminho com Cristo.

No segundo domingo celebramos a vocação matrimonial, ressaltando nosso chamado a uma união baseada no amor mútuo, na indissolubilidade, na busca da santidade conjugal, no testemunho do amor de Cristo pela Igreja. O terceiro domingo de agosto é dedicado às vocações religiosas, a todos que consagram sua vida a Deus, às comunidades, com votos de pobreza, castidade e obediência, são para nós, para nossas equipes, testemunho de amor,

de evangelização, de oração, de compromisso ao amor de Deus.

Agraciados somos em nossas equipes de termos os sacerdotes e acompanhantes espirituais nessa busca da santidade. No quarto domingo celebramos a vocação dos leigos, onde somos chamados, através do Batismo, a viver a nossa fé no dia a dia, de forma autêntica e comprometida, dando testemunho do Cristo, vivendo o Evangelho e se colocando a serviço da Igreja, buscando uma sociedade mais fraterna.

Cabe a todos nós ajudar aos que ainda estão discernindo sobre sua vocação, nosso olhar atento na família, na comunidade, apoiando e incentivando todos os que compreendem o chamado de Deus, sobretudo com o nosso testemunho da vivência cristã.

Que no mês de agosto possamos renovar nosso compromisso com a nossa vocação de levar os casais a viverem o sacramento do Matrimônio como sinal do amor de Deus no mundo e a nossa missão na Igreja com uma fé viva. Rezemos pelas vocações, rogando a Deus que continue a chamar todos os que queiram dedicar suas vidas para o serviço do Reino de Deus.

“Dar-se um ao outro para ambos darem-se juntos, eis a vocação e a missão do casal cristão.” Pe. Henri Caffarel Fraterno abraço,

Rose e Rubens CR SRB

Após o batismo surge nossa vocação cristã

Olá, queridos casais e conselheiros, que a paz do Senhor Jesus esteja com todos.

Na caminhada cristã e vivendo o ano litúrgico, vimos no texto anterior que a festa de Pentecostes iniciou a nossa missão como Igreja de Jesus. E para chegarmos a essa conclusão, temos que rezar e ver que tudo parte do Batismo, pois pelo Batismo nos tornamos cristãos, que é uma vocação. Podemos dizer que todos tivemos a vocação à vida e após o Batismo a vocação cristã. Dessa vocação vão surgindo outras, como o chamado, a vocação religiosa e sacerdotal, e nós, como família cristã, temos como missão rezar pelas vocações. Para termos mais sacerdotes e religiosos santos.

No mês de agosto lembramos aqui no Brasil as várias vocações. Nesse mês, cada casal deve rezar pelas vocações. Pois precisamos de sacerdotes e religiosos na Igreja para vários trabalhos de evangelização. Até mesmo falar sobre as vocações. Uma pergunta para refletir: Vocês, casal, se um filho ou filha quiser viver a vida consagrada, ou como sacerdote, que atitude vocês teriam?

Vocês os apoiariam, sim ou não? Só para pensar. Amados irmãos, proponho rezar e apoiar os seminaristas. Até auxiliando aos nossos seminários.

Pois bem, as vocações brotam da reflexão e oração, tendo como ponto principal a Palavra de Deus. Nesse tempo de desafios de crise, temos

que ler e meditar mais a Palavra de Deus. Pois só encontramos respostas para as crises, aos medos, até para tomar decisões através da Palavra de Deus.

Deixo-lhes o desafio de incentivar e rezar pelas vocações, tendo a Palavra de Deus para nos iluminar.  Espero que essa reflexão nos ajude. Deus seja louvado! Abraço fraterno.

Pe. Toninho SCE SRB

Tema do ano Capítulo 7: Convidados ao banquete…

Em cada celebração, Jesus nos convida a participarmos do banquete eucarístico: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo”.

Esse convite é aberto a todos, para os crentes e àqueles que não creem. Como seria bom ter uma mesa cheia de convidados, onde partilhássemos, num só coro, alegrias e esperanças. Infelizmente, por muitas vezes, aceitamos o convite ao banquete eucarístico e, cansados e sem expectativas pelas dificuldades que passamos, não sentimos a presença de Jesus conosco, assim como aconteceu com os discípulos de Emaús que seguiam seu caminho e, como estavam abatidos pela morte do Senhor, não perceberam que Jesus Ressuscitado caminhava no meio deles.

Essa é comumente a nossa condição quando chegamos à casa do Senhor. Desanimados, reconhecemos que somos pecadores e a Ele pedimos perdão: “Senhor, tem piedade!”. Por vezes, encontramos com o Cristo e não O reconhecemos. Mas, à medida que acolhemos o convite de Deus e nos reunimos na Igreja, mesmo ainda com os olhos fechados, sentimos que não estamos sozinhos e percebemos que alguém nos quer encontrar. Através das escrituras, Jesus se apresenta e explica-nos tudo o que diz respeito à vontade do Pai para as nossas vidas e prepara e inflama nossos corações para que nós o reconheçamos.

É na escuta da Palavra, na homilia e no partir do pão que as dúvidas se esclarecem, a fé se reacende e os sentimentos

feridos se colocam em ordem. Tal qual diziam os discípulos de Emaús: “Não sentíamos arder nosso coração?”… Então? Isso não remete aos nossos sentimentos? É por isso que nossa participação na Celebração Eucarística precisa ser profunda e fervorosa, pois é o próprio Jesus que se dá nessa ceia. E isso só nos é revelado através da nossa fé. Reflitamos… Até que ponto temos caminhado verdadeiramente com Jesus?

A celebração realimenta a nossa fé e nos dá o dom do discernimento, mesmo que no meio das nossas provações. Os discípulos de Emaús foram mais felizes: seus olhos se abriram e O reconheceram. Façamos o mesmo. Abramos nossos olhos e deixemo-nos tomar pela presença inebriante do Cordeiro de Deus. Na Eucaristia podemos fazê-lo. É aí que o Seu sacrifício se renova e se completa e, ao comungarmos, Ele ressuscita em nós. Por essa razão, Ele fica invisível aos nossos olhos e nosso coração arde em Sua presença.

A missa nunca termina com a comunhão. Ela termina com uma missão: tal qual os discípulos retornaram a Jerusalém para contar aos outros o que lhes tinha acontecido. Hoje, nutridos da Eucaristia, somos convidados a testemunhar o ressuscitado. Essa foi a missão dos discípulos de Emaús, essa é a nossa missão. Que Deus nos abençoe. Abraços fraternos,

Cristina e Renato CRP Nordeste II

Tema do ano Capítulo 8: Faça isto em memória de Mim!

É tempo de agradecer e louvar a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, o maior e o mais belo milagre que o Senhor realizou.

A memória que Jesus pede que façamos é à Santa Missa relacionada à nossa Vida Cristã. Jesus quis que o sacrifício do calvário fosse repetido em cada Celebração Eucarística, para que Ele pudesse estar entre nós, nos curar e alimentar. Ele que se dá em alimento, como Deus Amor, Vida, Verdade e Caminho. A noite em que Jesus foi traído foi a noite em que Ele mais nos amou, desejando unir-se a cada uma das nossas almas, Ele instituiu a Eucaristia: “Isto é o meu Corpo que é dado por vós! Este é o cálice do meu Sangue que é derramado por vós! Fazei isto em memória de Mim!” No auge do Seu amor, quis se fazer presente entre os Seus, manifestando Sua glória e Sua vida divina, por meio do bendito Sacramento da Eucaristia. Na Sagrada Eucaristia nós agradecemos ao Pai, através do Seu próprio filho, cujo sacrifício se renova no Altar, e pelo sacrifício do Cristo, nós oferecemos ao Pai a nossa Ação de Graças pela Sua presença real na hóstia consagrada feita para se consumir de amor em um coração humano. Abramo-nos para a imensurável graça do Senhor: receber o Seu Santo Espírito. Busquemos ser cristãos vigilantes e orantes, pois não existe Vida Comunitária se não existir Corações Orantes. Quando comungamos o Corpo e o Sangue de

Cristo, o nosso sangue se mistura com o Sangue de Cristo; a nossa carne se mistura com a Carne de Cristo; a nossa alma se funde à Alma de Cristo e a nossa humanidade se une à Divindade de Cristo. “Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-me. Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, lavai-me. Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me!…” (Santo Inácio de Loyola).

Santo Agostinho dizia que, quando nos alimentamos, o alimento se incorpora e se transforma em nós; mas, quando recebemos o Pão da Vida, somos nós que nos transformamos em Jesus Cristo e vamos sendo purificados e santificados. Não há meio mais sublime para se chegar à perfeição. “É pelo preparo do aposento que se conhece o amor de quem acolhe o seu amado”, nos dizia Santa Teresa d’Ávila. Jesus escolheu o sentimento mais nobre para nos dar do Seu Coração: o Amor. Ele tem para conosco o mais sublime de todos os sentimentos, o mais puro e verdadeiro, o mais belo e mais profundo.

Faça isto em memória de Mim, e receba o “amor que supera todos os amores no céu e na terra” (São Bernardo).

Lu e Marcelo
CR Província Leste II

O fim de uma etapa

Queridos amigos da Associação dos Amigos do Padre Caffarel, eis-nos chegados ao fim dos nossos seis anos de serviço ou de responsabilidade à frente do Movimento das Equipes de Nossa Senhora como casal responsável pela Equipe Responsável Internacional (ERI), e também de seis anos como presidente (Edgardo) da Associação dos Amigos do Padre Caffarel, criada a 7 de julho de 2005 com o objetivo de promover a Causa de Canonização do Padre Caffarel, aberta a 25 de abril de 2006. O objetivo desta associação, como todos sabem, é estabelecer linhas de orientação e realizar ações em todo o mundo para dar a conhecer o Padre Caffarel, a sua personalidade, o seu pensamento sobre o matrimônio e a oração, a sua espiritualidade, e apoiar financeiramente os trabalhos da Causa, com o objetivo último de obter a declaração da sua santidade, primeiro como beato e depois como santo. Ao longo dos anos, esta missão tem sido levada a cabo com amor, entusiasmo, fidelidade e empenho.

Quando dizemos que foi levada a cabo…, não nos referimos apenas à comissão executiva ou ao conselho de administração da associação, mas a cada correspondente em cada Super-Região ou Região diretamente ligadas à ERI, encarregada de transmitir, divulgar, dar a conhecer e promover todas as iniciativas da associação em prol da Causa, em união com cada um dos milhares de membros por esse mundo fora.

A todos exprimimos a nossa gratidão e o nosso reconhecimento.

Durante este período de responsabilidade, fomos testemunhas privilegiadas da universalidade do pensamento do nosso fundador e da influência positiva que o seu pensamento e a sua obra tiveram no coração de cada equipista e de cada membro da associação, independentemente da sua localização geográfica, do seu país ou da sua cultura. Esta universalidade do seu pensamento e a intemporalidade das suas mensagens, que continuam a responder às necessidades do nosso tempo, são um sinal visível do seu caráter profético e da presença do Espírito nele. Trata-se, sem dúvida, de um milagre de que participamos, para além do milagre de cura cientificamente inexplicável que a sua causa exige e que permitirá que o processo de canonização prossiga com o reconhecimento das suas virtudes e elevá-lo assim aos altares como um dos cerca de 10 mil santos que a Igreja reconhece oficialmente.

O tempo de Deus é perfeito, e estamos certos de que, no momento oportuno, acontecerá o milagre que a Associação dos Amigos do Padre Caffarel deve apoiar e documentar perante o Dicastério para as Causas dos Santos, e de que assim o reconhecimento da sua santidade se tornará oficial.

Mas por que razão é que é importante pedir a intercessão do Padre Caffarel para que se dê um milagre? Não podemos pedir diretamente ao Senhor nosso Pai que atue em favor da pessoa por quem rezamos?

O milagre, como nos ensina a Igreja, é “um acontecimento produzido por uma

intervenção especial de Deus, que escapa à ordem das causas naturais por ele estabelecidas e que se destina a um fim espiritual”.

Todo milagre é um sinal de que Deus quer manifestar-se aos homens, muitas vezes servindo-se de instrumentos humanos, como quando enviou os seus discípulos a proclamar que o reino de Deus estava próximo, dando-lhes o poder de curar os doentes, de ressuscitar os mortos, de purificar os leprosos e de expulsar os demônios; ou através da devoção a um homem ou a uma mulher declarados santos, ou através da devoção àqueles que, pelas suas virtudes de santidade, estão em vias de ser elevados a essa categoria nos altares. Quais são as consequências do milagre? Para além da cura do doente, esse milagre, por um lado, confirma a verdade de coisas que estão para além da capacidade humana e que podem ser provadas não por raciocínios humanos, mas por argumentos do poder divino; e, por outro lado, demonstra também a escolha particular feita por Deus de um ser humano falecido, de modo que, quando virmos essa pessoa fazer as obras de Deus, acreditaremos que Deus está unido a ela de uma forma especial. No entanto, a intercessão de um mediador junto de Jesus não é algo que acontece por geração espontânea, mas graças a uma oração constante de pedido, apresentada com grande fé e com a convicção de que o mediador, neste caso o Servo de Deus Padre Henri Caffarel, possui os méritos de santidade para agir como mediador.

Parece-nos importante esclarecer que nem a Associação dos Amigos do Padre

Caffarel nem os membros das Equipes de Nossa Senhora acreditam que o Padre Caffarel, desde toda a eternidade, teria por si só a capacidade de fazer coisas extraordinárias que ultrapassam a ação de Deus. Em momento algum promovemos a veneração da sua figura sem que a Igreja o declare santo. Acreditamos simplesmente que, ao morrer, continua a estar com Cristo e a fazer parte da Igreja, rezando a Cristo pelo Movimento que viu crescer e amadurecer, porque está vivo e tem a capacidade de servir de mediador para que este dom de Deus que é a espiritualidade conjugal continue vivo e ardente no coração de cada um de nós.

É por esta razão, queridos amigos, que, no termo do nosso mandato, queremos apenas deixar-lhes uma mensagem de encorajamento para perseverarem nesta oração a Nosso Senhor para lhe pedir que, por intercessão do Padre Henri Caffarel, opere o milagre da cura no coração da situação vivida por aquela pessoa que conhecemos ou deste ou daquele caso, e pedimos com fé a sua resolução por ação divina.

O postulador romano da Causa junto do Dicastério para as Causas dos Santos, o Padre Jósef Kijas, pediu à Associação dos Amigos do Padre Caffarel, quando da recente visita do Padre Paul-Dominique Marcovits e de Marie-Christine Genillon, que fôssemos muito cuidadosos no procedimento de documentar e enviar ao Dicastério os supostos milagres que tivermos testemunhado ou de que tenhamos conhecimento.

Cada Super-Região em causa, com a ajuda dos seus correspondentes da Associação dos Amigos do Padre Caffarel,

deverá designar um médico, se possível um equipista, que ficará encarregado de receber do postulador o dossiê do suposto milagre, de contactar a pessoa curada e os seus médicos assistentes e de obter a história clínica do paciente, tudo isto no mais estrito sigilo. Esse médico coordenador deverá obter uma declaração escrita do médico assistente atestando, sem qualquer juízo de valor sobre a existência de um milagre, que a cura do paciente é cientificamente inexplicável.

Logo que este processo esteja concluído e o postulador tenha sido informado da possibilidade de um milagre que possa ser comprovado, o médico coordenador, através do postulador, receberá do Dicastério instruções para que o médico assistente documente o caso de acordo com as normas estabelecidas pela Igreja. Isto será de grande ajuda para que o processo prossiga de forma responsável e documentada, de modo a que o objetivo desta associação e o desejo de todos os seus membros possam ser realizados num dia que apenas o Senhor da Vida conhece.

Querida família da Associação dos Amigos do Padre Caffarel e do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, no momento de entregarmos a responsabilidade da presidência da Associação dos Amigos do Padre Caffarel e a responsável internacional das Equipes de Nossa Senhora, não temos senão sentimentos de infinita gratidão a Deus e a todos vocês.

Obrigado por nos terem permitido, através das nossas fragilidades, dar o melhor de nós mesmos para a animação e

a preservação deste grande dom que é a Espiritualidade Conjugal e, graças a estes serviços, por conhecermos melhor a infinita riqueza da herança espiritual deste homem maravilhoso que é o Padre Caffarel. Ele tem desempenhado um papel decisivo na de nossa vida, e certamente na vocês, ajudando-nos a compreender a grandeza do Sacramento do Matrimônio, o valor da sua intuição sobre o caminho que fazemos juntos, leigos e conselheiros espirituais, e o sentido profundo da nossa corresponsabilidade como célula da Igreja que somos, corresponsabilidade que devemos encorajar.

Aos que nos sucederão, enviamos os nossos melhores votos, sempre acompanhados pela nossa padroeira e guia, Maria Nossa Mãe, que, pelo seu exemplo de serviço e de docilidade à vontade do Pai, nos conduz por caminhos seguros para nos aproximarmos cada dia mais do seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, e para alcançarmos gradualmente aquele ideal de santidade para o qual se orientam todos os nossos esforços. Em profunda comunhão, os vossos amigos e irmãos em Cristo.

“Assim, Deus está dentro de nós, no coração do nosso ser. Presente, vivo, amoroso, ativo. É aí que Ele nos chama. É aí que Ele espera que nos unamos a ele”. (Henri Caffarel)

Sacramentum Caritatis: Eucaristia celebrada

Estimados casais equipistas!

Na apresentação da Eucaristia, mistério a ser celebrado e participado (SCa nn. 34-69), proponho retomar e aprofundar dois aspectos: a arte celebrativa e a participação ativa.

As recomendações pontifícias visam orientar tanto a celebração eucarística em si quanto o modo como dela participamos: ars celebrandi (celebramos o quê?) e a actuosa participatio (celebramos como?). A celebração eucarística merece e pede beleza, seja pelo que celebramos (a beleza por excelência), seja pelo modo como nós, fiéis, nos com-portamos (na celebração feita com arte). O “comportamento” tem a ver com nossa atitude reverencial para com Deus, com nosso modo respeitoso de interagir com o ambiente sagrado e com nossa forma educada de proceder com os outros (ministros e assembleia).

A relação entre mistério acreditado e celebrado manifesta-se no valor teológico e litúrgico da beleza. De fato, a liturgia cristã tem ligação intrínseca com a beleza: é esplendor da verdade (veritatis splendor). Na liturgia, brilha o mistério pascal, pelo qual Cristo nos atrai a Si e chama à comunhão. Em Jesus, no dizer de São Boaventura, contemplamos a beleza e o esplendor das origens. A beleza não é fator decorativo da ação litúrgica, mas seu elemento constitutivo. Tudo isto nos torna

conscientes da atenção que se deve prestar à ação litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza (SCa 35). O “Mais Belo” é, também, Pastor a nos conduzir e Anfitrião a nos reunir, é o protagonista primeiro na celebração, na comunhão e na missão da Igreja.

Em função dele, a ars celebrandi desdobra-se em três dimensões: 1) esmero nas mesas da Palavra (onde a beleza nos instrui e orienta) e da Eucaristia (onde a beleza nos nutre e sustenta); 2) beleza do espaço litúrgico para que a ornamentação não esconda, mas evidencie o essencial; 3) dignidade nas vestes litúrgicas dos ministros celebrantes e na vestimenta dos fiéis concelebrantes.

SCa 52-63 dedica-se à orientação da participação ativa. A ativa participaçao é de todos os fiéis, em todas as partes da liturgia. Papa Bento retoma a recomendação do Concílio Vaticano II, na Constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a liturgia: cada qual “faça tudo e só aquilo que pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe compete” (SC 28). O mesmo texto conciliar emprega três adjetivos para qualificar a participação de todos e de cada qual dos fiéis na celebração: ativa, piedosa e consciente.

“Não tenhais medo. Saiamos!”1

Amados irmãos em Cristo: Compartilhamos no artigo anterior uma reflexão sobre a íntima conexão que há entre a “esperança cristã e a salvação” e, de ambas, com o compromisso missionário.

A sugestão agora é refletirmos sobre a missionariedade proposta pelo Papa Francisco para levar ao mundo a alegria de um novo horizonte de esperança. Recentemente, lemos um artigo1 sobre a visita ao Vaticano do Instituto Secular dos Sacerdotes Missionários da Realeza de Cristo. Despertou a nossa curiosidade o fato de os membros da delegação serem sacerdotes diocesanos, residentes em diferentes localidades, cada um em obediência ao seu bispo e vivendo a sua vocação clerical de acordo com o carisma do Instituto.

O Pontífice destacou, na fala aos visitantes, que a “secularidade não é sinônimo de laicidade”, mas “uma dimensão da Igreja, chamada a servir e dar testemunho do Reino de Deus no mundo”. Com efeito, os cristãos são convidados a viver e expressar a missão da Igreja no “século”, “de acordo com a sua própria condição na linha do mistério da Encarnação”. Em 2013, o Papa Francisco convidara os fiéis para “uma nova etapa da ação evangelizadora, marcada pela alegria e pela indicação de caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos” (A Alegria do Evangelho, AE,1). Entre os desafios estava a nova consciência da dimensão missionária que apontava a necessidade de passar de uma pastoral

de mera conservação para outra decididamente missionária (AE,15).

Talvez muitos lembrem da expressão Igreja em “saída”, inspiração do nosso Papa, que deseja uma Igreja de portas abertas, pronta para acolher a quem nela quiser entrar. Ao mesmo tempo, convida os fiéis a saírem por estas mesmas portas, rumo às periferias existenciais para fertilizar o mundo com o Cristo Ressuscitado.

O dinamismo da Igreja em saída impresso por Deus no seu povo, desde Abraão, passando por Moisés e os profetas, em Jesus é expresso em ordem de levar a mensagem de salvação aos confins do mundo (AE 20-24).

Logo, a saída em missão não se trata de um voluntarismo, mas de uma capacitação interior recebida pelos fiéis com a vida nova comunicada pela Eucaristia.

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele.” (Jo,6,56)

Essa comunhão íntima com Jesus é que produz frutos e leva o cristão a doar-se, a exemplo do Senhor.

Deixemos que o Espírito Santo nos fale ao coração e nos conceda a graça de uma conversão pastoral e missionária necessária para cumprirmos a nossa missão na fidelidade ao Amor.

Graça e Roberto ENS das Graças

Porto Alegre-RS I

Província Sul III

1 Orientação de vida proposta pela ERI ao Movimento para o período de 2018/2024.

2 FRANCISCO. “Papa recebe sacerdotes e pede atenção quanto à mundanidade”. Audiência de 11/01/2024.

“O

Sacerdote continua sobre a terra a obra redentora do Cristo” (Cura d’Ars)

No dia 4 de agosto celebramos a memória de São João Maria Vianney ou o Santo Cura d’Ars.

Proclamado, pela Igreja, padroeiro dos párocos e posteriormente de todos os sacerdotes. Nasceu em Dardilly, perto de Lyon (França) em 1786. Era de origem muito pobre e humilde. Desde pequeno queria ser padre, mas tinha dois obstáculos: a pobreza e a dificuldade no estudo do latim.

Mesmo em meio às dificuldades um antigo pároco que o conhecia bem e sabia de suas virtudes, piedade, pureza e sacrifício, o preparou em particular até a ordenação. Após ordenado foi enviado à capelania do pequeno lugarejo chamado de Ars. Viveu como um simples padre de aldeia. O que chamava a atenção era a sua vida de austeridade, simplicidade e pobreza. Homem de profunda oração, fez do confessionário (chegava a confessar 15 horas por dia) e do púlpito os lugares de seu apostolado. Sua fama de santidade correu o mundo e em pouco tempo a pequena Ars se tornou um grande centro de peregrinação.

Um peregrino testemunhou: “Vi Deus num homem”.

Faleceu em 1859 e foi canonizado por Pio XI em 1925. O mesmo Papa o proclamou padroeiro dos Párocos em 1929. Na quinta-feira santa de 1986 São João Paulo II escreveu uma carta aos sacerdotes na qual o apresentou como exemplo de apostolado e piedade. Também lembrou do seu amor ao sacerdote e a Cristo manifestado na dedicação aos fiéis, principalmente aos pecadores e sofredores.

Nos 150 anos de sua morte, o Papa Bento XVI anunciou um Ano Sacerdotal – 2010) sob o tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote”. Na ocasião jubilar o Papa declarou o Cura d’Ars padroeiro de todos os sacerdotes do mundo.

Diante do exposto compreendemos a escolha do dia 4 de agosto como o Dia do Padre. É o dia de toda Igreja rezar pelos sacerdotes e demonstrar todo o afeto e cuidado para com aqueles que dedicam sua vida a ensinar, santificar e orientar, In Persona Christi, os fiéis a eles confiados. Que possam ter no Santo de Ars um dos exemplos e motivações para o ministério nestes tempos tão desafiadores. No Brasil, em sintonia com o mês vocacional, o primeiro domingo de agosto é dedicado ao Ministério Ordenado e se revive o dia do Padre mesmo que não seja o dia 4. É também dia de rezarmos pelas vocações sacerdotais e de incentivarmos nossos jovens a responderem sim a Deus.

As Equipes de Nossa Senhora têm, em seus Sacerdotes Conselheiros Espirituais, um farol que os guia, um elo entre o sacramento da Ordem e o Matrimônio. Por isso louvamos e agradecemos a Deus por nossos sacerdotes. Que Deus os abençoe e ilumine sempre e sinta a ternura e a proteção de nossa mãe Maria Santíssima.

Pe. Fábio P. dos Santos SCE Setor Pesqueira Província Nordeste II

Transfigurados por amor

No começo da Quaresma e no dia 6 de agosto, temos a oportunidade de escutar o texto da transfiguração: cada evangelista relatou a alegre contemplação da voz de Deus que se revela no rosto divino e humano do homem no Monte Tabor. Alguns dias após o anúncio da morte na cruz aos seus discípulos, Jesus sobe à montanha para rezar levando consigo Pedro, Tiago e João. No monte, Jesus foi transfigurado diante desses três discípulos. Ele os escolheu, não por privilégios ou pelos méritos de cada um deles, mas para preencher a vida que estava sedenta à espera do amor do Pai. O rosto luminoso e as vestes brilhantes eram, sem dúvida, o sinal da Páscoa de Cristo. O encontro torna o Tabor o lugar da transfiguração pascal de Jesus com seus discípulos. O mestre e Senhor, com as vestes brilhantes, apresenta aos discípulos a possibilidade de uma nova vida. No Batismo, todos nós também recebemos novas vestes, que brilham pela força de Cristo. Ele que é o Cordeiro que alvejou nossas vestes em Seu sangue que foi derramado na cruz por toda a humanidade. Deus nos surpreende e nos apresenta um verdadeiro amor quando diz: “Este é meu Filho muito amado”. Este Deus que é Pai, ao amar o Filho, completa que n’Ele colocou “todo o bem-querer”. Contemplamos e cremos no amor do Pai por nós, que na última ceia avisou que derramaria seu sangue por todos e nos entregaria o novo mandamento. Se antes amávamos o outro do tamanho que nós amávamos, agora amamos o outro com a medida que Cristo nos amou. Na vida matrimonial, com todos os desafios que a sociedade e o mundo atual nos

convidam a viver, é preciso estar atentos às diversas lacunas que o tempo e as circunstâncias podem nos causar. A transfiguração do Senhor nos impele a olhar à transfiguração do próprio mundo, que já foi transfigurado em Cristo.

Ao contemplar a transfiguração, Pedro revela o desejo de fazer tendas para bem acomodar Jesus, Moisés e Elias. E, ao olhar Jesus transfigurado, parece criar no coração um sentimento de prazer que o acomodava e o fazia ficar preso nas tendas, para viver o mistério de forma individual. Pedro é o sinal do comodismo e do prazer da fé. Quando isso se aproxima de nós precisamos estar sempre atentos a renunciar. A fé e o seu prazer de nela saborear Cristo é o convite de saída, de ir ao encontro dos necessitados, de ir ao poço encontrar com a samaritana. Para aqueles que contemplam a transfiguração do Senhor, o sentimento deve ser oposto ao comodismo, oposto ao medo, oposto à dificuldade de saída, oposto a tudo o que faz não viver plenamente a alegre e digna relação de filhos de Deus.

O amor de Cristo em revelar o que depois da cruz aconteceria foi um presente dado aos três discípulos e a todos nós. Cremos e pedimos que a glória da transfiguração brilhe nos nossos lares, nossas equipes e comunidades. Nos ajude a caminhar, a estar atentos aos PCEs e com generosidade descer o Tabor, pois só assim encontraremos o Cristo nos irmãos.

Pe. André Canuto SCES Recife A Província Nordeste II
Maria é elevada aos céus, alegrem-se os coros dos anjos!

“A Imaculada Virgem, preservada de toda mancha da culpa original, terminado o curso da sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste.” (LG 59)

No correr do Ano Litúrgico, as festas e solenidades marianas confirmam a participação silenciosa de Maria no plano salvífico. A solenidade da Assunção de Nossa Senhora está entre as mais antigas festas marianas. Uma recordação celebrada nas igrejas do Oriente e Ocidente. Este antigo testemunho litúrgico foi explicitado e solenemente proclamado pela definição dogmática em 1950.

Disse São João Paulo II: “Maria é assunta ao céu, alegrem-se os anjos! E alegre-se a Igreja! Para nós, a solenidade é como uma continuação da Páscoa, da Ressurreição e da Ascensão do Senhor. E é, ao mesmo tempo, o sinal e a fonte de esperança da vida eterna e da futura ressurreição.” A glorificação de Maria no seu corpo virginal constitui a confirmação final da sua solidariedade com o Filho.

A Sagrada Escritura se reservou acerca da morte de Maria. Em todo caso, qualquer que tenha sido o fato orgânico e biológico que causou a cessação da vida, a passagem desta vida à outra constituiu para Maria uma maturação da graça. Ela pode exercer com mais eficácia a sua maternidade espiritual em relação àqueles que chegam à hora derradeira da vida.

Os Santos Padres acolheram as manifestações de devoção popular e

acrescentaram um entendimento teológico. São João Damasceno, no ano 749, escreve: “Era necessário que aquela que, no parto, havia conservado ilesa sua virgindade, conservasse também o seu corpo sem corrupção alguma, depois da morte. Era preciso que ela habitasse nos tabernáculos divinos”.

A liturgia reconheceu a gloriosa Assunção de Maria ao céu. A festa do seu destino pleno e bem-aventurado e da sua perfeita configuração com Cristo Ressuscitado. A solenidade de 15 de agosto tem um prolongamento festivo na celebração da realeza da Virgem Maria, que ocorre oito dias mais tarde, e na qual se contempla a Rainha que intercede como Mãe.

O Dogma da Assunção da Virgem Maria foi proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus . Uma definição do magistério sobre a humildade e eleição que encontrou o coração de Maria. Procuremos confiar mais na sua intercessão e peçamos com simplicidade – rogai por nós pecadores, agora e na hora da morte. Amém!

Pe. Flávio Henrique Ribeiro SCES Três Corações A Província Leste II

A Natividade de Nossa Senhora

A memória litúrgica da Natividade de Nossa Senhora remonta ao século V, quando foi edificada em Jerusalém uma igreja, num sítio que os apócrifos indicavam como lugar da casa de Joaquim e de Ana, pais da mãe de Jesus. A solenidade da Natividade de Nossa Senhora é celebrada na Igreja precisamente nove meses depois de se comemorar a Imaculada Conceição da Virgem Maria. Essa festa era celebrada no Oriente católico

muito antes de ser instituída no Ocidente, assim, nós admiramos Maria como sendo a aurora que anuncia o sol de justiça que dissipa as trevas do pecado; então, a Igreja nos convida, nas palavras de São João Paulo II, ao “contemplarmos uma menina como todas as outras, e que ao mesmo tempo é única, pois Ela é a ‘bendita entre todas as mulheres’ (Lc 1, 42), a Imaculada ‘filha de Sião’, destinada a tornar-se a Mãe do Messias”. (João Paulo II, Audiência de 8/9/2004).

O nascimento de Maria traz consigo um significado muito valioso, pois se cumpriu a profecia de Isaías que diz: “Da cepa dez vezes secular de Jessé, da raiz de Davi, brotará um novo ramo…” e desse ramo, mais tarde, brotará o verbo de Deus encarnado, o Cristo Jesus. Para nos darmos conta da importância do nascimento de Maria, devemos ter a acurada percepção que toda ação e graça vêm de Deus. As fantasias dos apócrifos nos dão pistas da fé nesse protagonismo; a liturgia aponta para a presença e o protagonismo de Deus no nascimento e na vida de Maria. O oráculo de Miqueias (1ª leitura alternativa da festa) tem em vista a maternidade, isto é, a fonte de um nascimento, projetado por Deus: a citação desse oráculo, em Mt 2, 6, registra uma convicção messiânica do evangelista traduzida em convicção cristológica e contextualmente mariológica. A releitura de um outro oráculo (Is 7, 14), pelo “mesmo evangelista, vê na Virgem que dá à luz a mãe designada pelo próprio Deus e envolta no abismo místico da comunhão com o Espírito Santo, o ”Senhor que dá a vida“.

A importância do nascimento da Virgem também se deduz pela verificação da sua presença entre aqueles que foram chamados por Deus conforme o seu desígnio, desde sempre conhecidos, predestinados, justificados (a singular redenção antecipada da Imaculada), glorificados. Com efeito, essa festa é uma excelente ocasião para crescermos no amor e na devoção à Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa mãe.

O Padre Antônio Vieira, no Sermão do Nascimento da Mãe de Deus, afirma: “Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede o para o que nasceu. Nasceu para que dela nascesse Deus. (…) Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os cercados, para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes, para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes

se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus”.

O Papa Francisco, em sua homilia, citou São Tomás de Aquino, quando afirma: “Não se assombrem das coisas grandes, mas tenham também em conta as pequenas, porque isto é divino”. “E assim é Deus – disse o Papa – está nas coisas grandes”, mas também nas pequenas: “O Senhor que caminha com Deus é também o Senhor da paciência. A paciência de Deus. A paciência que teve com todas estas gerações. Com todas estas pessoas que viveram sua história de graça e de pecado. Deus é paciente. Deus caminha conosco, porque Ele quer que todos nós cheguemos a ser conforme a imagem de seu Filho. E desde o momento em que nos deu a liberdade na criação – não a independência – até hoje segue caminhando”. Desse modo, assinalou o Papa, “chegamos a Maria”. Hoje, “estamos no hall desta história: o nascimento da Virgem”. E “pedimos na oração que o Senhor nos dê unidade para caminhar juntos e paz no coração. E, por fim, afirma: “Hoje, podemos ver a Virgem, pequenina, santa, sem pecado, pura, escolhida para converter-se na Mãe de Deus’”.

Assim, que a Mãe de Deus, invocada sob os diversos títulos a ela atribuídos, e como padroeira de nossas equipes, nos ajude a compreender essa ação salvífica de Deus em Sua vida e que também se estende, atinge e toca a cada um de nós.

Fr. Sonival Marinho
SCEP - Nordeste II

São Jerônimo e seu amor às Sagradas Escrituras

Conhecer a Palavra de Deus é fundamental para todo cristão, e principalmente a todos nós, equipistas, pois, dentre os Pontos Concretos de Esforço, somos chamados a vivenciar, da melhor forma possível, a Escuta da Palavra de Deus e a Meditação.

No dia 30 de setembro celebra-se a memória litúrgica de São Jerônimo (347-420), presbítero e doutor da Igreja, e encerram-se as comemorações do Mês da Bíblia. O amor às Sagradas Escrituras sempre permeou a vida de São Jerônimo. É célebre o seu pensamento que diz: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.

São Jerônimo foi exegeta, ou seja, estudava e interpretava os textos sagrados e os traduziu para o latim, escritos originalmente em hebraico e grego. Esse trabalho levou aproximadamente 15 anos, de 390 a 405 d.C. A tradução dos textos bíblicos para a língua latina ficou conhecida como “Vulgata”, ou seja, língua vulgar ou comum. A versão “Vulgata” era a única versão oficial usada na Igreja até o ano de

1530, pois a partir de então começou a tradução para as línguas modernas.

São Jerônimo acreditava que a fé em Cristo era o critério na interpretação do Antigo Testamento. Desta forma, a presença de Cristo impulsionou a sua tradução das Sagradas Escrituras. São Jerônimo nos ensina a ver, nas Sagradas Escrituras, a presença do Senhor que falou na Lei de Moisés, nos Profetas, nos Salmos (Lc 24,44) e, sobretudo, Jesus fez-se carne (Jo 1,14), morreu na cruz, ressuscitou dos mortos para a nossa salvação e caminha conosco como Eterno Encarnado para juntos um dia gozar da vida eterna.

São Jerônimo perguntava-se: “Como se poderia viver sem o conhecimento das Escrituras, por meio das quais se aprende a conhecer o próprio Cristo, que é a vida dos crentes?” (Ep. 30,7). Para ele, a Bíblia é um instrumento “pelo qual Deus fala aos fiéis todos os dias” (Ep. 133,13), e torna-se assim o estímulo e a fonte da vida cristã para todas as situações e para todas as pessoas. Segundo São Jerônimo, ler a Escritura é conversar com Deus e assim ele escreve a uma jovem nobre de Roma: “Se você reza, você fala com o Esposo; se você lê, é Ele que fala com você” (Ep. 22,25).

Que São Jerônimo nos inspire a ter o mesmo amor que ele tinha pelas Sagradas Escrituras. Meditemos a Palavra de Deus todos os dias do ano e a interpretemos sob a luz do Espírito Santo a fim de que ela possa nos ajudar no discernimento constante de nossas, vidas tanto familiar, quanto em equipe.

Pe. Daniel Santini Rodrigues SCEP Leste II

O falecimento de

Pedro Moncau em 17/08/1982

e Nancy Moncau

O título deste artigo pode nos fazer pensar em um conteúdo triste por falar de dois ícones do nosso Movimento que nos deixaram. Para nossa surpresa, ao final do artigo o nosso coração pulsava de uma alegria contagiante!!! Eis o porquê:

Dr. Pedro, ao participar dos Vicentinos, teve contato com a pobreza extrema e esta experiência foi determinante para formar seu caráter generoso e acolhedor. Foi um dos motivos que o levaram a cursar Medicina, pois assim poderia melhor servir a quem necessitasse de cuidados.

Ao participar em 1931 de um evento da Congregação Mariana, da qual fazia parte, conheceu Dona Nancy e ali iniciou um relacionamento que resultaria em seu casamento em 1936.

O fato de ser muito tímido e preferir escrever em vez de falar fez com que escrevesse longas cartas a Dona Nancy, pois passavam muito tempo separados por causa de suas atividades.

No entanto, Dr. Pedro sentiu que o Departamento de Casados da Congregação Mariana cuidava do relacionamento familiar, mas não atingia plenamente suas aspirações de assistência ao casal. Foi neste momento que conheceu as Equipes de Nossa Senhora e iniciou sua correspondência com o Pe. Caffarel. Nascia o Movimento no Brasil em 1950, do qual desfrutamos hoje nossa espiritualidade conjugal.

Dona Nancy, com uma história bastante sofrida e cheia de tribulações,

em 15/08/2006

sempre foi o suporte dessa união, como nos diz o próprio Dr. Pedro em uma de suas cartas: “Como será boa, Nancy, esta nossa vida em comum, em que apoiados um no outro, e os olhos fitos em Deus, procuraremos, na paz e na harmonia das nossas consciências, edificar longos dias de uma felicidade suave e calma”.

A eventualidade da morte era vista por eles com serenidade. Quando Dona Nancy passou por sérios problemas de saúde, não tiveram apego ou sofrimento com a possibilidade da partida de Dona Nancy. De igual forma, os últimos tempos do Dr. Pedro Moncau, com a doença que o consumia, o encontraram sereno e tranquilo.

Por tudo isto, sentimos uma imensa alegria em poder reconhecer que a morte do Dr. Pedro Moncau e de Dona Nancy não é para nós um motivo de tristeza, mas, ao contrário, nos mostra que ambos entendiam que foram feitos para o céu e sua partida nos antecedeu na presença do verdadeiro Amor, de cuja plenitude desfrutam e intercedem por todos nós e por este Movimento que nasceu como fruto de sua busca de santidade. A eles nossa reverência e nossa gratidão eterna!

Lucinha e João Arbex
CRR Minas IV
Província Leste II

Legado pós-morte do servo de Deus Henri Caffarel

“Não há melhores militantes para a Igreja e para a Cidade do que aqueles que, em primeiro lugar, militam em seu lar, pelo triunfo do amor e da graça.” (Pe. Caffarel - Nas Encruzilhadas do Amor, pág. 33)

Em 30 de julho de 1903, nasce, na cidade de Lyon, na França, Henri Caffarel. Batizado em 2 de agosto de 1903 e ordenado padre em 19 de abril de 1930, em Paris. Morreu em 18 de setembro de 1996 em Troussures, na diocese de Beauvais, onde está sepultado. No momento de sua morte, nasce para os casais equipistas um santo, que conseguiu unir no mesmo Movimento: casais, viúvas, sacerdotes e acompanhantes espirituais.

Motivado pela visita de uma jovem senhora, em 1938, que tinha o intuito de falar de sua vida espiritual, criando um grupo de oração com o marido e mais três casais. Surge no dia 25 de fevereiro de 1939 o projeto de criação da primeira Equipe de Nossa Senhora, chamada inicialmente de Equipe da Alegria. Um Movimento mundial que prega a ESPIRITUALIDADE CONJUGAL como seu carisma.

A busca da santidade conjugal e da família torna a nossa casa, a nossa comunidade e tudo e todos que nos rodeiam, por reflexo de nossos testemunhos, mais humanos, mais caridosos e mais compreensivos. No processo de conversão, o Padre Caffarel nos leva a refletir sobre a presença do Cristo em nossas vidas, partindo da frase “VEM E SEGUE-ME”, despojando-nos da vaidade, arrogância e prepotência, assim poderemos seguir a Cristo, levando sua Palavra a todos.

Queremos ser “fermentos na massa”. Fazer o diferente, buscar a esperança em um mundo de ódio e de guerra, onde os valores fundamentais das famílias estão ameaçados pelo contingente de novas configurações familiares. “Inúmeros casais lhes serão gratos pela ajuda que lhes dão; na verdade, a maioria dos casais hoje precisa de ajuda” (Papa Paulo VI às ENS, 1976).

O legado deixado pelo Servo de Deus. Henri Caffarel é enriquecido por nos levar à conjugalidade, como ponto primordial em nossas vidas. Salvando famílias. Padre Caffarel espera que possamos ser testemunhas do amor de Deus, que devemos ter como meta a espiritualidade conjugal. Inexistindo maior legado, deixado por um Servo de Deus.

A liturgia da Igreja comemora a data da morte e não do nascimento de um santo, existindo apenas três exceções: os nascimentos de Jesus (25 de dezembro), Nossa Senhora (8 de setembro) e de João Batista (24 de junho).

A Igreja considera o dia da morte como verdadeiro Dies Natalis, por assim dizer, porque é neste dia que as almas santas “nascem para o céu”. Brevemente, pela intercessão de Nossa Senhora, comemoraremos a data da morte de Padre Henri Caffarel (18 de setembro) como do Santo Protetor dos Casais. Amém!

Tereza e Edmundo Loureiro CRR Bahia Província Nordeste II

Dia dos Pais

A inspiração sobre a vocação e missão dos pais na família vem da Parábola do Pai Misericordioso. Essa belíssima página do Evangelho de Lucas se mistura na correnteza da vida. Ela é tão desafiante, pois nós a vivemos. Ela está muito próxima de nós, pois estrutura a realidade de nossas famílias. Como Jesus nos conhece por dentro! Tomamos a liberdade de buscar nas reflexões de Dom José Tolentino Mendonça, proferidas nas manhãs do Encontro Internacional de Fátima: quanta riqueza encontramos nelas!

A Parábola do Pai Misericordioso lança uma luz sobre a vocação de Ser Pai. É uma parábola que sempre se configura, pois não é estática.

Um filho pede ao pai: “Dá-me a parte de minha herança”. Os pais são chamados a dar aos filhos sempre: a vida, o alimento, a confiança ao crescer, o conforto nas lágrimas. Nisto está a dádiva da vida que se desdobra.

É Deus quem toma a iniciativa para toda vocação. A vocação do “ser pai” é tão sublime, pois representa a figura do próprio Deus. É Jesus quem nos revela a linda notícia: Deus é Pai.

Há um tempo que os filhos pedem aos pais a tomar as rédeas de suas vidas. Essa ideia pode sobressaltar o pai que se pergunta: nosso filho está preparado para o que a vida se lhe apresenta? Está preparado a fazer o bem? Pai, você tem a aprender sempre, pois o amor não é prender, mas é dar as asas para voar. O amor é tarefa de desprendimento, de gratidão e de esperança! O Pai da parábola não faz perguntas. Deus escuta cada pai, quando eles pedem, dá-nos a parte da herança. Deus oferece o tesouro da herança a cada dia, pois Deus é a fonte da paternidade. Por isso, o pai se coloca como o filho diante de Deus, que o acolhe com ternura e misericórdia. “O Pai viu e encheu-se de compaixão”. Fixemos o olhar e coração no Pai. Ele é o ícone da misericórdia. O pai da parábola tinha os olhos no horizonte, porque não podia esquecer o filho. Na família, o pai vive isso: de colocar-se à espera. Quem ama espera incondicionalmente. Pai, sua missão não é doar muito, mas é dar tudo!

O Pai corre a abraçar o filho que volta. Enche-se de compaixão e decisão. Beija-o com ternura! Na missão do pai humano a misericórdia é caminho a se aprender e é bálsamo para a alma. Não é dar o que o filho precisa, mas oferecer o que o filho não merece: o anel, as sandálias, a festa! Ser pai é ter no coração o Evangelho da Misericórdia que pede gestos de amor! Aos pais desejamos o sabor da alegria e a beleza da vida que se revela assim no rosto de seus filhos!

Rita de Cássia e Carlos Henrique ENS das Graças

Pouso Alegre/MG

Província Leste II

Confia teus cuidados ao Senhor e Ele há de ser o teu sustento

Em meados de 1997, há 27 anos, fiquei sem povo, sem comunidade. Assim, transladei-me da Diocese em que era incardinado para outra, por razões que aqui não compensam mencionar, pois se trata de caso superado.

Um Bispo benévolo, com o consentimento de seu Conselho Presbiteral, acolheu-me. – Que Deus o tenha no seu reino de glória! –Senti, até certo ponto, acolhido e seguro. Entretanto, veio a surpresa: o vazio, alguma solidão e, depois, a desesperança no ministério sacerdotal e na missão. Senti-me com a mínima perspectiva em continuar na vocação. Ora, o presbítero vive sempre como testemunha da esperança, porém via esta perspectiva de afastamento… Mas quem confia os seus cuidados ao Senhor tem n’Ele sempre seu sustento. Ainda mais quem tem como lema de vida sacerdotal: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

Assim, juntamente com as flores de setembro, apresenta-se a mim o reconforto. Fruto da Providência Divina, procurou-me, por indicação de Dom José Belvino, um casal humilde, dizendo-se representante das ENS, Movimento que conhecera, ainda estudante de Teologia, em São Paulo, no Instituto Pio XI, dos Salesianos, nos idos de 1976. Queriam me convidar para integrar as referidas ENS. Ainda um tanto desesperançoso, não lhes respondi logo, pedi um tempo para pensar. Alguns dias depois, contatei o casal e aceitei. Foi a salvação, pois

logo iniciou-se a pilotagem e a consequente existência da Equipe Nossa Senhora do Amor, do Setor B, de Divinópolis/MG.

Posso assegurar que, se não fosse o Movimento das ENS, eu seria um sacerdote inativo, porque não encontrava motivação para viver a vocação e a missão como Presbítero.

Enfim, as ENS intermediaram e possibilitaram o meu reencaminhamento e a estabilidade sacerdotal, pois estava prestes a viver outro caminho, em face da dificuldade para vivenciar a própria identidade presbiteral. Digo, de passagem, que se não tenho mais mãe terrena, pois está no céu, já antes, tinha a que Cristo nos deu como Mãe do Céu, a Senhora Imaculada. As duas, a mãe terrena, no céu, e a Mãe celeste olharam por mim, fizeram aparecer na minha vida as ENS. Ao iniciar a participação no Movimento, veio em mim a sensação de ter encontrado uma referência, um povo, uma comunidade... Por isso, digo que esta é a minha missão: Equipe Nossa Senhora do Amor, a quem acompanho e sou acompanhado há 25 anos. Eis, pois!

Pe. Vicente Ferreira de Lima ENS do Amor Divinópolis/MG Província Leste II

Ser acompanhante espiritual das ENS, uma rica aprendizagem!

A partilha que faço, enquanto acompanhante espiritual nas ENS, é uma resposta ao chamado para servir à Igreja, que é um dos aspectos de nosso carisma o qual diz: “Participamos na Missão da Igreja pelo nosso trabalho de evangelização”. É um mandato que Jesus Cristo fez aos seus discípulos: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura”! (Mc 16,15).

Queridos casais, leitores assíduos da Carta Mensal, hoje quero, com alegria, partilhar com vocês minha experiência nas ENS, como acompanhante espiritual, desde os idos de 2007. Iniciei a conhecer o Movimento, convidada por um casal para acompanhar uma equipe no antigo Setor Olinda/PE. Fui gradativamente adentrando na história e na espiritualidade, por meio dos contatos com os casais nas reuniões preparatórias e formais. Além disso, tive acesso às leituras, bem como à participação nos momentos de formação para SCEs e AEs, e sou grata por tantas oportunidades formativas. Valorizo e acredito no processo de engajamento do casal equipista, que se empenha em vivenciar a espiritualidade das ENS, investindo em sua autoformação, que é, antes de tudo, uma opção, igualmente “à situação de uma semente semeada na terra boa”, que, certamente, produzirá muitos frutos se, em primeiro lugar, for cuidada pelo agricultor. Sempre admirei a caminhada espiritual dos casais nas equipes. À medida que eu compreendia o meu papel na equipe de base, eu desenvolvia um gosto para refletir com eles sobre a Palavra de Deus nas

reuniões formais. Aproveito o espaço que me é dado para praticar a Leitura Orante da Palavra. É sempre uma alegria perceber como a leitura das escrituras sagradas se torna uma força no crescimento espiritual de cada um e do grupo como um todo. Outro aspecto precioso na caminhada é a participação na Celebração Eucarística, fonte de santidade, ponto alto da vida cristã. Os PCEs, como prática da ascese cristã, servem também para mim como incentivo para testemunhar que não é um peso, mas sim um compromisso que fortalece o dia a dia do casal, além das pessoas de vida religiosa consagrada. A vivência dos PCEs garante a vivência da espiritualidade matrimonial, que é tarefa diuturna, por intermédio do empenho do casal que decide caminhar junto, na fidelidade ao amor a Deus, aos filhos, à família, bem como transbordá-lo aos companheiros da equipe e do Movimento, na prática da caridade aos pobres e do compromisso com a Igreja Católica, além da construção de uma amizade que nos alimenta de maneira fraterna e suave, transbordando os serviços das pastorais a que pertencemos. Pela intercessão do Pe. Caffarel, que o Espírito Santo nos ilumine hoje e sempre. Sejam felizes! Sejam santos! Amém!

Ir. Dircelene Maria da Silva Acompanhante Espiritual de Equipe Província Nordeste II

Os PCEs na vida conjugal

As ENS têm sido um farol em nossa vida conjugal, guiando-nos através das águas turbulentas do matrimônio e iluminando nosso caminho rumo à santidade. Os PCEs incorporam em nossa rotina práticas espirituais e transformadoras, tocando profundamente nossos corações e nossa relação.

A Escuta da Palavra tem sido uma âncora, e em cada versículo lido somos desafiados a sermos mais compassivos, pacientes e amorosos, não apenas um com o outro, mas também com todos ao nosso redor. Este tempo dedicado à Palavra de Deus nos une e fortalece nosso vínculo espiritual, proporcionando-nos a certeza de que estamos seguindo o caminho certo.

A Meditação tem nos ensinado a valorizar o silêncio compartilhado e a encontrar Deus nos pequenos detalhes do nosso cotidiano. Cada momento de Meditação nos renova e nos conscientiza da presença divina em nossas vidas e aumenta nossa conexão mútua.

A Oração Conjugal é um dos momentos mais emocionantes do nosso dia. Unir nossas vozes em oração fortalece nosso laço matrimonial de uma forma indescritível. Este momento íntimo nos permite expressar nossas alegrias e preocupações, agradecer por nossas bênçãos e buscar orientação divina juntos.

O Dever de Sentar-se é um tempo dedicado a ouvir e compartilhar. Ajuda-nos a expressar nossos sentimentos e planejar nosso futuro com mais clareza e entendimento. Estes momentos têm sido fundamentais para fortalecer nossa comunicação e confiança mútua, transformando nossa relação em um verdadeiro reflexo do amor e da compreensão cristã.

A Regra de Vida ensina-nos a estabelecer metas e disciplinas pessoais e a crescer espiritualmente. Este compromisso mútuo nos desafia a sermos melhores a cada dia, a nos apoiarmos em nossas jornadas pessoais e a ajudarmos a alcançar nossos objetivos espirituais. Ela lembra-nos constantemente da importância de viver de acordo com os valores cristãos, cultivando virtudes que enriquecem nosso relacionamento e nossa vida.

Ao nos afastar do mundo e dedicar tempo exclusivamente à oração e reflexão, o Retiro nos proporciona uma renovação profunda e essencial. Estes períodos têm sido uma fonte de revitalização para nosso espírito e nosso matrimônio, permitindo-nos voltar ao nosso cotidiano com uma fé renovada e uma visão mais clara de nossa missão como casal cristão.

Os PCEs não são apenas práticas espirituais; são alicerces que sustentam e fortalecem nosso casamento. Cada ponto nos proporciona uma oportunidade de crescimento, reflexão e renovação, eles ajudam-nos a sermos pessoas melhores e a viver nosso matrimônio de forma mais plena e significativa. As ENS nos mostram que a busca pela santidade é um caminho compartilhado e que, juntos, podemos enfrentar qualquer desafio.

Com carinho,

Sandra e Riva CRS Recife D Província Nordeste II

Da participação robotizada à Espiritualidade Conjugal

Somos Fabiana e André, casados há 18 anos e há 13 anos no Movimento das Equipes de Nossa Senhora, o qual somos apaixonados pelo seu carisma e por toda a transformação que a vivência dele trouxe ao nosso casamento.

Iniciamos nosso namoro muito jovens, com 12 e 15 anos de idade. Sempre muito apaixonados, mas um amor que era do mundo, sem a paz e o olhar que só temos quando vivemos em Deus. Com 5 anos de casados, entramos nas ENS, fomos pilotados em uma equipe, em Olinda-PE, e por motivos profissionais mudamos de cidade, Jundiaí-SP, sendo inseridos numa equipe madura. Éramos muito superficiais na vivência da proposta do Movimento e sentíamos como aqueles casais eram diferentes, mais espiritualizados e cheios de Deus. Cada reunião que participávamos, através das partilhas e testemunhos, sentíamos que precisávamos nos dedicar mais para também conseguir viver a fé em profundidade em nosso matrimônio. Fomos convencidos, pelo exemplo, que nos esforçar para viver os PCEs era o caminho que precisávamos seguir.

Iniciamos na dedicação diária da Oração Conjugal, incluindo nela a escuta e Meditação da Palavra para após rezarmos um pelo outro. No início era bem mecânico e até vergonhoso, mas aos poucos a prática diária foi enchendo nosso lar de tanta leveza que a obrigação foi transformada em necessidade, alimento para nosso dia a dia.

A intimidade em Cristo que criamos

pela Oração Conjugal gerou grande impacto em um outro PCE que foi um grande transformador de nosso matrimônio: a Regra de Vida.

Inicialmente fazíamos o Dever de Sentar-se como um momento de alinhar a rota, de falar para o outro o que estava nos incomodando, querendo que o outro mudasse para que tudo ficasse melhor. No final definíamos a Regra de Vida nessa linha de mudança do outro. Com nosso amadurecimento na fé, começamos a nos olhar internamente e definir Regras de Vida para a mudança própria, a qual traria benefício para nossa família.

Durante todos esses anos de caminhada, fomos nos transformando para o outro sob o olhar de Deus, de Regra em Regra de Vida, analisando as melhoras em cada Dever de Sentar-se, reformulando e redefinindo as necessidades. Aprendemos a silenciar mais, ter misericórdia nas falhas e enaltecer as qualidades. Afastamos de nossas vidas aquele amor do mundo, cheio de exigência e benefícios carnais, e conseguimos nos enxergar com um olhar de Deus, sabendo que temos nossas falhas, mas que somos um presente de Deus na vida do outro e precisamos nos cuidar como um tesouro.

Somos muito gratos por poder viver este Movimento, por toda transformação que conseguimos alcançar e nosso desejo é de permanecer firme para que juntos alcancemos a santidade através do sacramento do Matrimônio.

Fabiana e André CRS Olinda/PE I Província Nordeste II

A Meditação

Desde que fomos apresentados aos PCEs ao ingressar nas ENS, a Meditação tem nos transformado, cooperando para o crescimento de nossa relação conjugal a partir de uma maior amizade e proximidade de Jesus e do Seu Evangelho.

A princípio, nossa oração pessoal diária restringia-se à recitação de orações vocais, sem ainda compreender que a oração é intimidade e amizade com Deus, que nos conhece melhor que nós mesmos em nossas dores, anseios, necessidades e dificuldades. Dessa forma, a Meditação é uma conversa pessoal com Deus, sendo que cada indivíduo desenvolve no seu dia a dia um método que lhe seja mais adequado. Em 2017, tivemos a oportunidade de participar de um Retiro Inaciano em Itaici, e a partir dessa experiência, o método proposto por Santo Inácio tem nos ajudado nessa caminhada de oração.

A princípio, devemos buscar um local tranquilo, determinando um horário para nos recolher, preferencialmente pela manhã, antes do início das agitações do dia. Em seguida, nos colocamos na presença do Criador, fazendo o sinal da cruz e invocando o Espírito Santo para que nossos pensamentos e desejos, inteligência e memória estejam purificados e inteiramente voltados para Deus.

Santo Inácio, então, nos orienta a prosseguir com a leitura de um trecho conhecido do Evangelho: ler o texto bíblico devagar, imaginando o lugar e ambiente e os personagens,

participando da cena evangélica como se estivéssemos presentes, sem o objetivo de estudo, mas sentindo e saboreando intimamente enquanto encontramos consolação interior.

Em seguida, vem o colóquio espiritual, verdadeira conversa com um amigo ou de um filho com o Pai. Meditando nas Verdades apresentadas, o Espírito Santo vai nos movendo e inspirando.

Por fim, após cerca de 15 a 20 minutos, encerramos com uma oração de agradecimento e colhemos da Meditação, segundo São Francisco de Sales, um “ramalhete espiritual”, ou seja, uma mensagem ou orientação que nos acompanhará durante o dia.

Podemos utilizar, além de passagens do Evangelho, a oração do Pai Nosso ou a recitação do Credo para auxiliar nossa Meditação. O importante é a constância, mesmo quando não temos consolações e nossa oração parece árida.

Não é fácil manter essa disciplina diária, porém, quando temos a Meditação como prioridade, sentimos que nossa amizade com Jesus nos aproxima como casal e ajuda a superar as dificuldades pessoais, profissionais, familiares e conjugais.

Lembrando Santo Afonso Ligório: “Quem ora é salvo, quem não ora se condena”.

Helena e João ENS do Sorriso
Juiz de Fora/MG
Província Leste II

O Dever de Sentar-se

Após alguns momentos de reflexão e troca de ideias, chegamos à conclusão de que esse PCE é muito, senão o mais, importante para nós, casais que decidimos viver a espiritualidade conjugal plenamente, sendo abertos e transparentes em tudo o que vivemos, através do nosso “sim” de um para com o outro. No início, fazer esse PCE era bem difícil, quase sempre não conseguíamos, e nas reuniões era sempre a mesma coisa: “conversamos bastante, dialogamos, mas o Dever de Sentar-se como pede o Movimento, não fazíamos”; aos poucos descobrimos que essa dificuldade era comum aos demais casais de nossa equipe. De posse de um roteiro comum, conversávamos em grupo, depois saíamos em casal, e após algum tempo retornávamos para o encerramento final; percebemos maior confiança entre nós; voltamos a fazer em casal sem maiores transtornos. Hoje, nossa equipe tem a graça de cumprir os PCEs, inclusive o Dever de Sentar-se, com uma tranquilidade enorme, e o nosso fortalecimento e união são visíveis a cada encontro. Isto nos traz muitas alegrias, como também, muita responsabilidade diante de nossos irmãos equipistas jovens que estão iniciando sua caminhada, como também de nossos filhos que já sabem o quanto ser membro das ENS faz bem para todos nós. Tivemos duas experiências sobre esse PCE, que gostaríamos de compartilhar. A primeira foi com nossos filhos, sendo que o caçula e sua esposa participam do Movimento, foi um momento único entre

nós. Eu e minha esposa, junto a eles, procuramos mais escutá-los, o que nunca tínhamos feito: foi-lhes dado oportunidade de somente ouvi-los, nada mais... Como foi bonito e salutar para todos nós esse momento, houve um fortalecimento, ainda maior, de nosso amor e respeito mútuo, foi um tempo para reflexão, continuidade de atitudes benéficas e pedido de perdão por falhas, que cometemos, ora porque falamos demais, ora porque não os deixamos falar. Saímos bem melhores dessa linda experiência. A segunda experiência foi com a equipe do qual nosso filho participa; eles nos trouxeram a mesma angústia e dificuldade pelo qual passamos, marcamos um dia e apresentamos a eles toda nossa experiência, e os conduzimos para um Dever de Sentar-se de acordo com o que já havíamos passado. E a nossa grande alegria foi quando pudemos ouvir deles o quanto foi maravilhosa a experiência e como cresceram a partir dela. Paz e bem!

Rita e Tadeu

ENS Desatadora dos Nós

Pouso Alegre/MG

Província Leste II

Sacramentos, fonte de coragem!

Sou Emmanuelle do Gustavo. Somos equipistas há 8 anos, temos 16 anos de casados e 3 filhos. Em novembro de 2023 fui diagnosticada com um tumor no olho esquerdo, possivelmente maligno. Nosso mundo virou do avesso, tivemos medo e ficamos muito assustados. Mas mesmo em meio a tantas incertezas, sabíamos que só em Deus se encontrava a nossa segurança. Procurei nosso SCE. Eu precisava da unção dos enfermos para ter forças para seguir. Ele me ungiu e me disse palavras de coragem. Como isso me fortaleceu! Voltei para casa decidida a enfrentar os desafios que viriam com o olhar sempre voltado para Deus. E assim seguimos, eu e o meu esposo, firmes nas nossas orações conjugais e alimentados pela Eucaristia, nossa força. Depois de uma cirurgia e muitos exames, em janeiro de 2024 recebemos o diagnóstico definitivo: linfoma não Hodgkin,

um tipo de câncer nas células de defesa do corpo. Seria necessário fazer quimioterapia. Não é fácil receber esse diagnóstico! Quanta angústia! Sabíamos que minha imunidade durante o tratamento ficaria mais baixa e que seria necessário evitar locais com muita aglomeração, mas eu não poderia ficar sem meu principal alimento, a Eucaristia. Era preciso coragem e, somente em Cristo, eu conseguia me sentir segura. Antes de iniciar minha primeira sessão solicitei ao SCE da nossa equipe, e também nosso pároco, autorização para receber Comunhão em casa. E desde então, toda semana tenho recebido o Cristo que vem ao meu encontro e ao encontro de minhas dores no meu lar. É indescritível a força e esperança que tenho recebido. Jesus sempre nos surpreende, caminha conosco e vem até nós! Meu esposo vai à Sagrada Missa com nossos filhos e nos unimos em comunhão, não no mesmo instante, mas com o mesmo amor. Os sacramentos são fontes de riqueza, são sinais visíveis da presença de Deus. O tratamento segue seu curso, e hoje, mais tranquilos, temos a convicção de que Deus espera que nosso Matrimônio seja testemunho de fé e coragem. Jesus, nós confiamos em Vós!

Emmanuelle e Gustavo ENS de Lourdes Vale do Aço/MG Província Leste II

Minha promessa a Nossa Senhora

Sou Julião de Juliana e temos dois filhos, Guilherme e Augusto, em 2019 minha esposa entrou em trabalho de parto com 7 meses. Fomos ao hospital do Iseas em Campina Grande, lembrei

de Nossa Senhora e fiz uma promessa, caso nosso filho resistisse, daríamos o sim, dali em diante, ele nasceu sem escutar e como no hospital não tinha vaga, Augusto teve que ser transferido para a FAP e Juliana ficou no Iseas, nunca perdi a minha fé, depois de 22 dias fomos para casa. Dois anos depois Lene e Osvaldo nos faziam o convite para participar das Equipes de Nossa Senhora. Nossa experiência foi uma bênção, guiados pelo casal Pedro e Verônica. Em 2021 minha esposa pegou Covid, foi entubada, mais uma vez pedi a Nossa Senhora, após aquele dia ela só teve melhoras. Hoje somos Equipe de Nossa Senhora das Graças.

Juliana e José Julião ENS das Graças - Paraíba Província Nordeste I

A Eucaristia como fonte de amor na vida conjugal

São João Paulo II mostra a necessidade de como o amor entre os cônjuges precisa ser alimentado pela Eucaristia. Da mesma forma que Cristo e a Igreja

são uma só carne, é importante vermos que a Eucaristia tem a ver com o Matrimônio entre Cristo e sua esposa, que é a Igreja, portanto a Eucaristia e o Matrimônio estão ligados, através da Eucaristia. Mediante a Eucaristia, vivenciamos uma experiência íntima com Cristo que nos levou a uma reflexão, um legítimo exame de consciência sob a nossa fé, ao qual nos conduziu a um casal mais benévolo, mais disponível para seguir Cristo, com um olhar mais piedoso e sem dúvidas, transformados pelas Graças de Deus, portanto a Eucaristia é a ação de Graça.

Elizeuda e Fábio

ENS de Lourdes Província Nordeste I

CM 559 (pág. 3)

Santos modelos para nossa vida

Na CM 559, Pe. Toninho nos diz que todo Batizado deve se parecer com Jesus, e que todos nós busquemos a santidade como o Pai é santo. Ele nos ajudou a compreender que o mês de junho vai além da tradicional alegria dos festejos juninos, que a exemplo de Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo, nós também somos chamados à santidade. Nós aprendemos nas ENS que a espiritualidade conjugal é testemunho para que outros casais também busquem a santidade.

Maria e Beto CRR Pernambuco II - Província NE II

CM 559 (pág. 32)

O Pai-Nosso

Na CM 559 - junho/julho de 2024, página 32, o Padre Antônio C. Torres nos fez refletir sobre a oração do Pai-Nosso, em suas felizes e belas palavras, ele nos traz um pedido do Santo Papa para aprofundarmos a oração do Pai-Nosso neste ano dedicado à oração. O artigo nos mostra que por ser a oração um diálogo com Deus é necessário o silêncio para escutar Aquele que vem nos falar, refletindo através desta oração que a palavra “Pai” nos fala do amor de Deus e a palavra “nosso” nos fala do amor ao próximo, nos tornando irmãos com todos, os que nos amam ou os que nos odeiam, os que creem ou os ateus. Ao recitar o Pai Nosso, relembramos que foi esta oração ensinada e legada por Cristo a nós e que através dela nos sentimos como filhos amados do Pai, reconhecendo as nossas fraquezas e esperando em Deus o nosso socorro.

Lidiane e Dudu CRR Paraíba I Província Nordeste I

90 anos de vida de nosso SCE

Não se julgam livros pela capa, mas é ela que nos apresenta Pe. Flávio Cavalca na edição 552. Conhecemos o rosto do SCE cujo nome se espalhou como exemplo. A alegria da matéria nos fez refletir sobre a Graça de um SCE. Nossa equipe foi muito acompanhada pelo Pe. José Jorge, nosso catequista, referência de Igreja. Carinhosamente, nosso “personal padre”. SCE por 12 anos, iniciou conosco ainda como seminarista, seguiu sua missão na Igreja em outras frentes. Quando a dor de não tê-lo tão perto parecia que não seria sanada, veio o Pe. Igor Matos. Amoroso, profundo e aberto a conhecer as ENS. Apaixonado pela Eucaristia, conquista-nos com o zelo pela fé do seu povo. Sacramentos de serviço que se encontram para a busca da santidade. Rezemos pelas vocações sacerdotais e religiosas.

Aracelle e Andfersson Setor Campina Grande B Região Paraíba Província Nordeste I

Na correria do dia a dia, corra pra Deus e Nossa Senhora

Está bem fresca na memória a carta que o Papa Francisco dirigiu aos equipistas do mundo inteiro e suas palavras (4/05/2024): “Nesta mudança de época, a família cristã atravessa uma verdadeira ‘tempestade cultural’.”

Com dois filhos pequenos, ser pai e mãe, verdadeiramente presentes, é nossa missão. Olhar para dentro e perceber, à luz do Espírito Santo, como fortalecer nossa base para então sairmos à comunidade.

Uma imagem que nos marcou nessa jornada é a capa da Carta Mensal nº 536/2020: Madre Tereza de Calcutá carregando uma criança doente no colo e o tema “Quem vive a caridade vive em Deus”. Por que é preciso encontrar espaço na agenda sempre cheia para fazer (também) por aqueles que não conhecem a graça da oração e da família.

Edna e Henrique ENS da Guia

Borda da Mata/MG

Província Leste II

Rumo à Santidade

Como citado por Leila e Fernando, na página 6 da CM 533: “Manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor: isto é Santidade”. Nosso Pai nos faz esse convite todos os dias, quando nos ensina e propõe uma vida marcada pelo amor, pela doação e pelo serviço.

A busca pela Santidade em casal é um caminho desafiador pois, reconhecendo as nossas fragilidades, precisamos de ainda mais esforço para ser canal de graça para nosso cônjuge. Os desafios e fadigas do dia a dia podem promover um esfriamento do casal e da espiritualidade se ambos não estiverem dispostos a percorrer este caminho juntos, se entregando ao Plano de Deus para a vida conjugal. Que a vivência e caminhada equipista seja lâmpada em nossas vidas e que a Eucaristia, alimento da alma, nos una cada vez mais a Ele!

Mônica e Deivys

CRS Setor Belo Horizonte D

Província Leste II

É preciso voltar...

Neste artigo da CM 507 de 05/2017, página 39, extraído da carta do Padre Mauro José Ramos, enviada para os casais que participariam do Retiro preparado por ele, podemos refletir como Deus sempre nos reencontra.

Esse reencontro, que nos enche de fé, esperança e amor, é resultado das experiências que vivenciamos, enquanto casais equipistas, tanto nos Retiros como nas reuniões mensais, partilhando os PCEs com a equipe de base e o nosso querido SCE Pe. Edilson.

Padre Mauro cita no texto: “E o segredo está em sabermos onde fica o poço”. Esta frase tem nos auxiliado na Regra de Vida e nos ajuda na caminhada de casal cristão.

Confiantes no poço, que nos leva mais próximos de Deus, temos imensa gratidão em participar por 21 anos deste Movimento de Espiritualidade Conjugal.

Fabiane e Giovane ENS da Sagrada Família

Leste II

Ser equipista

Revisitando a Carta Mensal de maio/2007, deparamos com o artigo de Pe. Sérgio Rodrigues – CFAM, na época SCE do Setor B, Juiz de Fora/MG. Suas palavras: “sinto-me equipista, sou um SCE equipista” o permitiam exercer o amor exigente dizendo: “Vocês foram convidados, homem e mulher, o casal, a participarem do Movimento das ENS, o que não significa mérito, mas compromisso”. Assim, nos levava a refletir sobre os PCEs, frisando o esforço que requer: “uma vontade viva, um desejo de melhorar...”, e confrontava o ser e o estar nas equipes, uma vez que os PCE “não são opcionais!!!”. Completaremos este ano 40 anos de equipe e gostaríamos de ver novamente Padre Sérgio Rodrigues, hoje à frente da CFAM, de volta às ENS. Vamos rezar por isso! Sugerimos a releitura do artigo!

Ana e Onofre ENS do Perpétuo Socorro Juiz de Fora/MG

Província Leste II

“Cada um por um caminho veio, e hoje estamos todos juntos, guiados pelo Espírito de Deus”
(trecho da música - quando Ele ressurgiu)

Casal Sílvia e Chico, levando o lábaro nacional, representando todos os equipistas da Super-Região Brasil

O Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, ocorreu em Turim, entre os dias 15 e 20 de julho de 2024. As palestras foram excepcionais, apresentadas de forma clara e concisa. Os textos apresentados estavam muito bem elaborados, oferecendo

uma compreensão profunda do assunto abordado. Ficamos completamente envolvidos e absorvidos pelo conteúdo do Encontro. A riqueza das palestras será apresentada em detalhes nas próximas edições da CM. Na internacionalidade das reuniões mistas, onde parece que matamos as saudades de velhos conhecidos, embora todos recém encontrados, mais uma vez superou as expectativas.

As visitas espirituais que levaram todos os participantes a conhecerem de perto o Santo Sudário na Basílica de Turim, a vida de Dom Bosco, a visita à Basílica de São Francisco onde Dom Bosco celebrou sua primeira missa, fortaleceram o Encontro de formação, num encontro individualizado com Deus, uma espiritualidade aflorada e cultivada. Em cada detalhe, encontramos o Amor de Deus. Nas fotos aqui reproduzidas, dois momentos importantes registrados no Encontro de Turim.

Momento de transição dos Casais Responsáveis pela ERI: Clarita e Edgardo e Mercedez e Alberto

05 julho 2024

60 ANOS DE SACERDÓCIO

Pe. Renato Marchioro

SCE Equipe 12 - ENS de Fátima

Magé/RJ - Provincia Leste I

25 ANOS DE SACERDÓCIO

05 junho 2024

Pe. Gelcimar Petinati

Celeste

SCE da Equipe 04 - ENS das Graças

Setor de Nova Friburgo - RJ

Província Leste I

06 dezembro 2024

25 ANOS DE SACERDÓCIO

Pe. André Luiz Rodrigues

Barbosa

SCE da Equipe 09 - ENS de Nazaré e SCE do Setor de Teresópolis B

Província Leste I

26 fevereiro 2024

JUBILEU DE PRATA DA EQUIPE

ENS do Carmo

Setor Pouso Alegre B,

Província Leste II

26 setembro 2024

ENS da Santíssima

Trindade

Manaus/AM

Província Norte

31 maio 2024

ENS Auxiliadora

São José dos Campos A/SP

Província Sul I

15 maio 2024

BODAS de PRATA

Paola e Gustavo

ENS A Boa Mãe

Cidade: Fortaleza /CE

Província Nordeste I

19 junho 2024

Carminha e Isnaldo

ENS do Desterro

Cidade: Fortaleza /CE

Província Nordeste I

7 maio 2024

Daniela e André

ENS dos Anjos

Cidade: Fortaleza /CE

Província Nordeste I

31 julho 2024

Daniela e Gilmar

ENS das Graças

Brusque/Itajaí -SC

Província Sul III

VOLTA AO PAI

Província SUL III

CARLOS ALEXANDRE BRUMATTI 15/07/2024 N.S. de Guadalupe

Cianorte Província Sul III

Escutar o outro é dar-lhe a existência

O mundo hodierno é caracterizado pela cultura da comunicação rápida e fácil. No entanto, as pessoas continuam solitárias, apesar da tecnologia de ponta facilitar a comunicação por meio das redes sociais. Muitas famílias convivem sob o mesmo teto, mas cada membro se encontra ilhado na sua bolha. É comum os casais se queixarem da solidão a dois; embora estejam lado a lado se sentem angustiados e isolados, pois partilham ideias, mas não sentimentos; partilham os corpos, mas não os corações, enfim, partilham a mesa sem partilhar os sonhos. Estão juntos, mas não unidos!

Impõe-se a pergunta: Por que as pessoas estão se comunicando, mas se sentem sozinhas? Porque não falam aos corações! Comunica-se efetivamente quando se fala às profundezas do ser. Geralmente as nossas falas giram em torno da vida dos outros. Conversamos, mas não dialogamos. Na conversa pontuamos o que acontece ao nosso redor; no diálogo, a atenção se volta unicamente para quem está diante de nós. O diálogo facilita a comunicação empática. Comunicar não é apenas falar, é antes silenciar para escutar com o ouvido do coração. Quando eu escuto, eu falo com o outro (comunicação horizontal); quando eu não escuto, eu falo para o outro (comunicação vertical). Temos dois ouvidos e uma boca: escutemos duas vezes e falemos uma, pois escutar é ouro e falar é prata, diziam os antigos. O mundo precisa urgentemente mais de cursos de escutatória e menos de oratória! Escutar o outro é dar-lhe a existência, não o escutar é tirá-la.

A tradição judaica tem como fundamento a escuta. De modo que o judaísmo é uma religião mais da audição do que da visão. “Shemá Israel” (“Escuta, ó Israel”)

são as palavras da Torá que constituem a profissão monoteísta que é a afirmação central da fé do judaísmo: “Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração” (Dt 6, 4-5). Os judeus proclamam “Shemá Israel” duas vezes ao dia, uma ao anoitecer e outra pela manhã. Seguindo a tradição judaica, São Paulo diz que a fé vem pelo ouvido, ou seja, pela escuta da Palavra: “A fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da Palavra de Cristo” (Rm 10,17).

Na educação atual, as escolas e até mesmo os pais estão mais preocupados em ensinar às crianças técnicas eficientes para que elas falem bem, tenham um bom domínio da língua e saibam centenas de sinônimos para usar palavras bonitas em todas as conversas. É verdade que ter a capacidade de falar bem é um componente necessário para que qualquer comunicação seja exitosa. Mas a capacidade de escutar é muito mais importante. Escutar é criar um espaço entre mim e o outro, porém não se trata de um escutar no sentido de mutismo. Escuta-se antes para falar bem depois. Pois calar e falar é tão importante quanto o ar que respiramos, diziam os monges do deserto. Se eu me calo por causa de Deus é ótimo, e se eu falo por causa de Deus também é ótimo!

Pe. Antonio C. Torres
SCE Carta Mensal

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