ENS - Carta Mensal 562 - Dezembro 2024 / Janeiro 2025
CARTA
EQUIPES DE NOSSA SENHORA MENSAL
"Que em sua casa Deus seja o primeiro a ser procurado, o primeiro a ser amado, o primeiro a ser servido"
Padre Caffarel (25/12/1945)
Índice
EDITORIAL 1
SUPER-REGIÃO BRASIL
Tempo para agradecimento e renovação do amor 2 Momento de agradecer ... 3
77 anos da Carta das Equipes de Nossa Senhora 4
Por Cristo, com Cristo, em Cristo… 5
A alegria de caminhar juntos: uma mensagem de esperança e gratidão 7
Nova era para o sistema Magnificat! 8
CORREIO DA ERI
Que o Teu Espírito abrace todo o nosso ser, nos torne dóceis à Tua voz, transforme toda a nossa vida 9
IGREJA CATÓLICA
O Natal é um momento profundo e significativo para a Igreja Católica 11
A Imaculada Conceição: Um farol para a vida matrimonial nas Equipes de Nossa Senhora 12 Sacramentum Caritatis: Mistério anunciado e testemunhado 14
“Não cuidem apenas do próprio jardim 15
Papa Francisco: O meu Presépio 16
O CONSELHEIRO NA CARTA
O amor de Cristo nos uniu!
Uma espiritualidade casou perfeitamente com a outra 19
PARTILHA E PCE
Crescemos espiritualmente na graça de Deus, por meio dos PCEs
Oração Conjugal é conjugal 21
EQUIPISTAS E A CM
Comentários sobre a CM 560 – ago/set 2024 22 (página 33) Escutar o outro é dar-lhe a existência .....................................................................
(página 23) Da participação robotizada à Espiritualidade Conjugal
TESTEMUNHO
“A Eucaristia é fonte de cura e graça de que necessitamos”
A esperança que renasce no Natal
A Eucaristia na minha vida 26
Renovando nossa esperança sem cair na desilusão
Teu amor me engrandece
N O T Í C I A S
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ACESSE CARTA MENSAL SONORA: no 562 edição dezembro 2024
Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro na “Lei de Imprensa” N° 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil – CR Super-Região Brasil Rose e Rubens; Equipe Editorial: Responsáveis: CR Carta Mensal Mirna e Sildson; Conselheiro Espiritual: SCE Carta Mensal: Pe Antonio C. Torres; Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb.17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais – Rua Tefé, 192 - Perdizes, São Paulo/SP - Fone 11 97574-9718 – e-mail: novabandeira@novabandeira.com – Responsável: Ivahy Barcellos; Revisão: Jussara Lopes; Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski; Imagens: (Freeimagens/Pxhere/Unsplash/CanStockPhoto/Canva). Tiragem desta edição: 25.700 exemplares. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS – Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3° Conj. 36, CEP: 01310-905, São Paulo/SP ou através de e-mail: cartamensal@ens.org.br a/c Mirna e Sildson.
IMPORTANTE: consultar instruções antes de enviar o material – pedimos que acessem as instruções na aba/acesso Carta Mensal do site das Equipes de Nossa Senhora (www.ens.org.br).
É com grande entusiasmo que anunciamos uma importante mudança em nosso periódico, que visa alinhar ainda mais nossas publicações com os eventos significativos do calendário do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Para o ajuste, teremos uma edição especial de Natal, seguida por edições bimestrais que ocorrerão de janeiro e fevereiro até novembro e dezembro.
Edição especial de Natal
Nesta edição especial de Natal manteremos os artigos inspiradores, reflexões profundas e histórias emocionantes. Esta edição celebrará o espírito natalino e a importância da união e da fé em nossas vidas. Será uma oportunidade única para nos conectarmos ainda mais com os valores cristãos, base de nossa caminhada, que nos guiam e nos fortalecem.
Edições bimestrais
Manteremos as edições bimestrais e a partir de 2025 teremos as edições de janeiro e fevereiro, março e abril, maio e junho, julho e agosto, setembro e outubro, e novembro e dezembro, projetamos conteúdos ricos e diversificados, sempre alinhados aos eventos e celebrações do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Qual o ganho dessa proximidade?
Traremos informações mais próximas dos eventos planejados tanto às vésperas das atividades, reforçando o convite à participação e à oração intercessora, quanto após, trazendo quase que simultaneamente os registros dos eventos nas datas em que estes ocorrerem.
Essa mudança permitirá uma cobertura mais aprofundada e detalhada dos acontecimentos, proporcionando aos nossos leitores uma experiência ainda mais enriquecedora.
Motivos para o ajuste
A decisão de ajustar a periodicidade de nossas edições foi cuidadosamente considerada. Queremos garantir que cada edição esteja repleta de informações relevantes e atualizadas, refletindo os momentos mais importantes e as celebrações que marcam nossa caminhada de fé. Com o ajuste das edições bimestrais, poderemos dedicar mais tempo e recursos para produzir conteúdo de alta qualidade, que realmente faça a diferença na vida de nossos leitores.
Estamos confiantes de que essas mudanças trarão benefícios significativos para todos e fortalecerão ainda mais nossa caminhada e expansão.
Neste momento de ajuste das edições, estamos certos de contar com o apoio, a compreensão e oração de todos, para que esse canal de comunicação alcance seus objetivos de levar a Palavra de Deus, atualizar as informações da SRB e todas as atividades realizadas, de celebrar as datas da Igreja e do nosso Movimento, o estudo das encíclicas e dos testemunhos dos irmãos.
Queridos equipistas, desejamos a todos, um Santo e Feliz Natal em família. Que o Senhor Jesus esteja presente em cada lar da terra levando a todos alegria e reconciliação, fé e esperança, paz e amor.
Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações.
Mirna e Sildson CR Carta Mensal
Tempo para agradecimento e renovação do amor
À medida que nos aproximamos do final do ano é natural fazermos uma reflexão sobre nossa vida, nossa caminhada espiritual, dedicarmos um momento para avaliarmos as nossas conquistas, os desafios superados e as lições aprendidas. Ao refletir sobre o ano que se encerra, nos sentimos agraciados pelas reflexões que o tema do ano “Eucaristia, Fonte de Missão” nos proporcionou impulsionando para uma vivência espiritual com o poder transformador da Eucaristia, ápice de nossa fé, fortalecendo nossos laços com Deus, dando a Ele o lugar que deve ocupar em nossas vidas, permitindo encontrar em Deus a resposta para nossas inquietações e anseios, um alicerce firme para transformar, amadurecer nossa vida e nos abrirmos à missão ao serviço de Cristo.
Tivemos a oportunidade de acolher e compartilhar a vida com aqueles ao nosso redor, vivendo realmente esse sacramento de unidade, mantendo vivo os ensinamentos de Cristo em nossas ações diárias, encontrando harmonia e apoio em muitos momentos.
O XIII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, realizado em Turim, também foi um momento muito especial para os membros das equipes de todo o mundo reunidos para celebrar a unidade em nome de Cristo, compartilhando experiências, orações, reflexões, fortalecendo laços e aprofundando a Espiritualidade Conjugal. Muitos foram também outros momentos que nessa caminhada nos ajudaram a melhor viver a nossa fé à luz do Espírito Santo e devemos ter trilhado
esse caminho nos tornamos melhores cristãos, refletindo o amor de Cristo pela Igreja.
Para os casais que procuram construir a sua espiritualidade, não se trata de se evadirem do mundo, mas sim de aprenderem como, a exemplo de Cristo, podem servir a Deus em toda a sua vida e em meio ao mundo. (Pe. Henri Caffarel, editorial Carta Mensal, 1950).
Que a chegada do Natal, a chegada do menino Jesus, traga consigo a mensagem de esperança, paz e amor, nos lembrando da humildade e do amor incondicional que marcam esta época. Que a chegada desse menino que nasceu em uma humilde manjedoura em Belém, simbolizando o amor infinito de Deus pela humanidade, enviando Seu Filho para nos redimir, seja marcada por celebrações repletas de gratidão e alegria, onde possamos nos lembrar de todas as bênçãos recebidas, fortalecer e renovar a nossa fé, lembrando o verdadeiro sentido desta data: a celebração do nascimento de Cristo.
Que o ano de 2025 seja regado de amor, paz e prosperidade, e que nossa caminhada espiritual continue a nos renovar, nos tornando cristãos melhores, testemunhas do amor de Deus ao mundo.
Desejamos um feliz Natal e um abençoado Ano-Novo!
Rose e Rubens CR SRB
Momento de agradecer
Olá, queridos casais e conselheiros, Espero que todos estejam bem, em oração por todos. Venho através dessa agradecer a Deus e a vocês por mais um ano que estamos terminando e um novo que iniciaremos. Então, é momento de agradecer.
Quantas maravilhas Deus permitiu realizar em nossas vidas e no Movimento. Acredito que nossas reuniões em nossas equipes de base foram ótimas. Com muitas reflexões e meditações a respeito da Eucaristia. Podemos rezar, meditar e ver o quanto Deus nos ama, pois se dá como alimento no Pão e Vinho, Corpo e Sangue de Jesus. Proponho agradecermos a Deus em nosso Movimento, quantas riquezas, encontros de formação e espiritualidade. Nesse ano tivemos o Encontro Internacional em Turim, que bênção que foi.
Nossos retiros, a vivência dos pontos concretos e fomos vendo como Deus é bom o tempo todo. Porém, devemos fazer um balanço na nossa vida espiritual e ver se estamos mais santos. Como pessoa e como casal, e como equipe e como Movimento das Equipes de Nossa Senhora e vermos nas equipes de base, no Setor, na Região, na Província e até na Super-Região Brasil. Pois todos temos e devemos estar mais santos.
Queridos irmãos, também é momento de agradecer e agradeço aos casais que têm trabalhado no projeto de evangelização. A cada casal que se esforça para ser santo.
E digo que nesse ano em que estamos terminando, muitos casais deram mais um passo para a santidade. E que bom que iniciaremos mais um ano, esse ano será especial, muito especial, pois celebraremos o Jubileu do Cristianismo, e nós todos temos que nos preparar bem para agradecer ao Bom Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, que está vivo e reina no meio de nós. E nós cristãos temos que louvar e agradecer a Jesus, que deve ser a razão da nossa fé.
Queridos casais, conselheiros e acompanhantes espirituais, desejo a todos um ano com muita paz. E que todos tenham um amor maior a Jesus Cristo e à Igreja e assim todos colaboraremos com a construção do reino que começa aqui até a eternidade. Deus contará com os santos e santas nesse projeto, hoje Ele conta com cada um de nós.
Deus os abençoe.
Minhas orações, um abraço fraterno. Feliz Ano-Novo!
Pe. Toninho SCE SRB
77 anos da Carta das Equipes de Nossa Senhora
Queridos e amados, Aqui estamos para falar um pouco de uma data muito importante para nós equipistas, quando o dia 8 de dezembro, onde com muita alegria celebramos 77 anos da publicação da Carta das ENS (Estatuto do nosso Movimento).
Para entendermos melhor como tudo ocorreu, precisamos voltar às origens, ver a importância de cada passo tomado em nosso Movimento e, principalmente, constatar como tudo ocorreu por obra do Espírito Santo. Tudo feito com muito amor, sempre pensando no crescimento do casal para assim se santificar através do sacramento do matrimônio. O próprio Pe. Caffarel, somente depois de vários anos da elaboração da Carta, afirmava: “Devo reconhecer que na criação das equipes houve alguma coisa além da minha própria inspiração. Houve uma inspiração do Espírito Santo” (Guia das ENS, pág. 14).
Pe. Caffarel em seu Discurso de Chantilly, em 3 de maio de 1987, relatou: “Se queríamos evitar uma derrocada, ou pelo menos a procura de caminhos mais fáceis, era preciso que tivéssemos uma regra”. Foi em 1945, 1946 e 1947 que pensamos na ‘Carta’.” E foi assim que, em 8 de dezembro de 1947, na cripta de Santo Agostinho, em Paris, convocaram-se todos os casais da Região, porém um terço dos casais abandonou o Movimento por não aceitar as exigências. Os outros ficaram abalados, mas constataram que nos anos seguintes houve a explosão, a
expansão das equipes pelos quatro cantos do mundo.
E em 1959 Pe. Caffarel levantou a questão: As ENS são um Movimento de iniciação ou perfeição? “E sentiram o perigo de as ENS se tornarem jardins de infância para adultos” (pág. 147/148 do Guia das ENS). Forte isso, não? Foi então que, em 1988, depois de 40 anos da elaboração da ‘Carta’, houve a necessidade de um “aggiornamento”(atualização), onde tivemos a Segunda Inspiração, a qual foi semeada em Lourdes, propondo auxiliar as ENS a enfrentar as novas situações que surgiram no Movimento, na Igreja e no mundo.
E assim, a aprovação definitiva dos Estatutos das Equipes de Nossa Senhora, concedida no Vaticano no dia 26/7/2002, na memória litúrgica de São Joaquim e Sant‘Ana, pais da Bem-aventurada Virgem Maria (pág. 210 do Guia das ENS). Estes documentos não substituem mutualmente e sim se complementam. Terminamos com uma citação do Pe. Caffarel na Carta Mensal de set/ out/1970: ” Assim como ninguém se torna marceneiro, músico, escritor da noite para o dia, tampouco se torna pessoa de oração sem um aprendizado consciencioso”. Avança, equipista! Avança!
Eliana e Odelmo CRP Sul II
Por Cristo, com Cristo, em Cristo…
“Todo louvor a Deus se realiza com e em Cristo, pois somente através Dele, do seu amor, se chega ao Pai”
No decorrer do ano, tivemos a oportunidade de viver, por meio desse belíssimo tema de estudo: “A Eucaristia, Fonte de Missão”, um caminho certo e mais seguro de se chegar a Cristo. “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele” (Jo 6, 56). Então, vejamos alguns caminhos que percorremos. Iniciamos com Padre Toninho, SCE da SRB, que, sobre o tema, ressaltou a importância da Eucaristia na vida do cristão, sendo ela: “Fonte e ápice da vida cristã”. Pois a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa. (CM 557).
“O que procurais?” Procureis no Senhor enquanto é possível encontrá-Lo. O segredo de uma vida plena e uma missão fecunda é descobrir o que Deus quer de nós em tudo que fazemos. Ressaltaram Lu e Marcelo-CRP Leste II (CM 557). O qual ainda nos revelou ser Jesus Cristo o único alimento que nos preenche, que nos satisfaz, que sacia a nossa fome. “E Ele tomou o pão.” No segundo capítulo, Flor e Celso-CRP Sul III (CM 557) trouxeram para nós essa reflexão: “Se acreditarmos que com o pão Ele toma as nossas dores e aflições, por consequência cremos que também com elas Ele as abençoa para depois serem transformadas. O Verbo Encarnado, que se dá no pão, possui poder sem limites, tudo lhe está submetido”. Seguindo o nosso caminho, chegamos ao capítulo terceiro: “Ele deu graças”.
Na Carta Mensal 558, tivemos a oportunidade de partilhar com vocês: “As
bênçãos e graças que recebemos de Deus todos os dias e a cada instante de nossas vidas”. A graça é um dom gratuito de Deus ao homem, onde tudo se transforma, somos restaurados por Ele, que nos confere a participação na vida divina, fazendo-nos seus filhos.
“Ele partiu o pão.” Nesse capítulo, refletirmos sobre reconhecer o significado do partir do pão e celebrar a Eucaristia como sacramento de unidade. Eliana e Odelmo-CRP Sul II (CM 558) acrescentaram que: “O gesto de Jesus ao partir o pão na última ceia nos revela não só um objetivo prático de fazer com que o alimento chegue a todos os convidados, mas também nos mostrar que Jesus, o Cordeiro de Deus, está repartido, porém não quebrado”. E assim somos chamados a viver esse milagre, o que é impossível sem a graça de Deus. Por nossas forças, sem a Eucaristia, nossa vida se divide em mil pedaços, quebra, quebra, quebra. “Ele lhes deu.” No quinto capítulo, instigados a fazer uma reflexão sobre mais este gesto que Jesus realizou na última ceia, chega-se à conclusão de que o objetivo final é a doação de si mesmo. Jesus se entrega definitivamente, antecipando nesse gesto pascal e eucarístico o que acontecerá na cruz. Edna e Sebastião-CRP Norte (CM 559) nos interpelam: “Poderíamos nós, casais equipistas, realizarmos nossa própria vocação sem uma profunda e constante relação com a Eucaristia?”. Para entendermos o Cristo Eucarístico, é preciso olhar para Jesus
Crucificado. Olhar para a cruz é mergulhar na imensidão de seu amor, que se deixou crucificar por amor a todos nós.
“Tu santificarás os dias de festa. “O sexto capítulo destaca a importância dos dias de festa, principalmente o domingo, o qual é para nós o dia do Senhor. O casal Marilda e Marcos-CRP-Sul I (CM 559) salienta que, embora a celebração eucarística aconteça diariamente, desde os primórdios o domingo é reconhecido como dia principal, marcando a ressurreição de Jesus, o fundamento de nossa fé e um ponto crucial da história.
“Convidados ao banquete.” Refletimos sobre a nossa participação na santa missa, conscientizando-nos da sua estrutura, da importância e do profundo significado de cada uma de suas partes. Cristina e Renato-CRP, Nordeste II, nos falaram da importância de observarmos a presença de Deus em nossas vidas. “Por vezes, encontramos com Cristo e não O reconhecemos. Mas, à medida que acolhemos o convite de Deus e nos reunimos na Igreja, mesmo com os olhos fechados, sentimos que não estamos sozinhos e percebemos que alguém nos quer encontrar” (CM 560).
“Faça isto em memória de mim...” Por fim, chegamos ao oitavo capítulo e, como já vimos nos outros, não se trata de repetir um gesto ritual, mas de se deixar levar, abençoar, partir e doar, como Jesus fez
ao longo da vida e reiterado nesta última Páscoa. Viver como Cristo viveu e celebrar nossa vida dada como Ele fez. E ao final da celebração, “ide em paz, e o Senhor vos acompanhe” não é um ponto final, se formos coerentes com o que vivemos na Eucaristia, é o início de um novo tempo, do envio para continuar a nossa peregrinação na fé. A missa “termina” e a missão se inicia. Lu e Marcelo fecham com essa bela reflexão: “Abramo-nos para a imensurável graça do Senhor; receber o Seu Santo Espírito. Busquemos ser cristãos vigilantes e orantes, pois não existe Vida Comunitária se não existirem Corações Orantes” (CM 560).
Ao final, no capítulo nono, “Reunião de Balanço”, mais uma vez fomos convidados a refletir sobre o nosso ano equipista, rever a nossa caminhada, pessoal, em casal e em equipe, sempre à luz do Espírito Santo.
Por isso, é importante uma boa preparação para essa reunião, sendo um momento de reflexão, todos juntos, sob o olhar de Cristo, pois é “por Cristo, com Cristo e em Cristo” que queremos viver e caminhar.
Graciete e Lindomar CRP - Província Centro Oeste
A alegria de caminhar juntos:
Uma mensagem de esperança e gratidão
O fim do ano nos convida a olharmos, com gratidão, os momentos vividos e a renovar a esperança para o futuro, quando pensamos no novo ano que está por vir. Para nós, membros das Equipes de Nossa Senhora, 2024 foi um ano marcado por graças abundantes e desafios enriquecedores, sempre iluminados pelo tema de estudos que nos guiou: “A Eucaristia, Fonte de Missão”. Esse tema nos recordou que a Eucaristia é o coração da nossa fé e a força que nos impulsiona a sermos testemunhas vivas do amor de Deus. Em cada reunião, cada oração e partilha, fomos convidados a aprofundar nossa vivência do sacramento da Eucaristia, transformando-o em fonte de coragem para as missões do cotidiano. Outro momento marcante foi o XIII Encontro Internacional, em Turim, um evento que reafirmou a grandiosidade do nosso Movimento. Estar entre mais de 8 mil equipistas de diversas culturas e idiomas, incluindo 2.137 brasileiros, foi uma experiência de profunda comunhão. Juntos, celebramos nossa fé e o chamado à santidade no Matrimônio, relembrando que somos uma só família, unidos pela busca da santidade e pelo desejo de levar Cristo ao mundo.
A transitoriedade, característica tão forte das Equipes de Nossa Senhora,
também se fez presente ao longo do ano. Em diferentes níveis – Equipes, Setores, Regiões, Províncias e na própria Equipe Responsável Internacional – vivenciamos a passagem de missões e serviços com a alegria de quem sabe que cada desafio, também é parte do plano divino. Essa dinâmica nos ensina a acolher os desafios que surgem e a recomeçar sempre com confiança no Espírito Santo, que nos conduz. Somos abençoados por viver em um Movimento que valoriza a entreajuda e o sentimento de comunidade. Pudemos sentir a força da união e da oração quando nossos irmãos do Rio Grande do Sul viveram a tragédia dos alagamentos. A vida em equipe é um sinal concreto do amor de Deus, que nos chama a sermos santos no cotidiano.
Por fim, desejamos que o espírito do Natal e a festa da vinda do menino Deus renovem nossa fé, fortalecendo nossas almas com esperança, coragem missionária e amor. Que possamos viver 2025 com alegria, bondade, unidade e determinação, sempre confiantes na presença de Cristo em nossa caminhada.
A Equipe da Super-Região Brasil abraça todos os seus membros, em espírito e pensamento, neste desejo de um Santo Natal e um abençoado Ano Novo.
Nova era para o sistema Magnificat!
Queridos casais e conselheiros espirituais, paz e bem!
É com grande alegria que anunciamos a implementação do novo sistema Magnificat. Este projeto é fruto de um esforço coletivo que visa não apenas atualizar nossa tecnologia, mas também garantir que o tratamento das informações de nossos membros esteja em conformidade com as melhores práticas de segurança e proteção de dados. O novo sistema está em operação desde o dia 2/12/2024. Com isso, esperamos proporcionar a todos uma experiência mais fluida e eficiente. Entre as principais melhorias implementadas, destacamos:
Segurança: A proteção dos dados de nossos membros é uma prioridade. Estamos adotando tecnologia avançada para garantir a confidencialidade e integridade das informações.
Acesso Rápido e Flexível: O novo sistema permitirá que os equipistas acessem informações de forma mais ágil, facilitando ainda aos que exercem funções de responsabilidade a gestão das atividades tais como formações, contribuições financeiras, etc. Auxiliará também na comunicação, com melhorias significativas no envio de e-mails em massa, por exemplo.
Geração de Relatórios: Uma das inovações será a capacidade de gerar relatórios detalhados e personalizados, que permitirão uma melhor análise e acompanhamento das nossas ações. O novo sistema permitirá também uma melhor visibilidade e comunicação com os Intercessores e com os membros da Associação dos Amigos do Pe. Caffarel. Integração com Outros Sistemas: Graças às APIs implementadas, o Magnificat poderá se comunicar com outros sistemas, como bancários e de gestão (ERP), promovendo uma experiência mais integrada e eficiente.
Estamos confiantes de que essas mudanças trarão benefícios significativos para todos nós, fortalecendo nossa missão e contribuindo para a unidade e expansão do Movimento em nosso país.
Fiquem atentos a mais informações sobre tutoriais e outras orientações para a utilização do novo sistema, que serão divulgadas em breve. Juntos, vamos construir um Magnificat ainda mais forte e presente em nossa caminhada. Contamos com o apoio e compreensão de todos durante este processo de transição e estaremos à disposição para ajudá-los em caso de dúvidas.
Fiquem com Deus e recebam nosso abraço carinhoso!
Juliana e Fábio
CR Secretaria
Que o Teu Espírito abrace todo o nosso ser, nos torna dóceis à Tua voz, transforma toda a nossa vida
Queridos amigos,
Somos Mercedes Gómez-Ferrer e Alberto Pérez, o novo Casal RResponsável, internacional. Somos casados há 33 anos e temos três filhos homens, os dois mais velhos já casados e o mais novo, que ainda vive em casa conosco. Temos um neto e esperamos mais dois, gêmeos, no Natal. Vivemos na cidade de Valência, na Espanha, onde trabalhamos. Alberto é professor de música em uma escola pública e Mercedes é professora de História da Arte na universidade. Partilhamos muitas coisas que gostamos de fazer juntos, como viagens culturais, música, esportes, passeios na natureza... Agradecemos aos nossos filhos pela compreensão e apoio que sempre nos deram em tudo o que empreendemos, e pela enorme emoção que tivemos quando puderam nos acompanhar em Turim. Assim como aos pais de Mercedes, que foram os que nos ensinaram o que significa viver em uma Equipe de Nossa Senhora e têm sido um exemplo constante de entrega e fidelidade ao Movimento. Nossa equipe de base é a Valência 101, com a qual iniciamos nossa vida de equipe há 33 anos, pois começamos a pilotagem no mesmo ano em que
nos casamos. Uma equipe que nos sustentou e apoiou ao longo desses anos. Ao mesmo tempo, tivemos a grande sorte de colaborar em muitas atividades nas equipes como formadores, pilotos e responsáveis em diferentes níveis, de equipe, de setor, de nossa região Levante e Murcia e na Super-Região Espanha. Nesta última etapa, tínhamos sido os responsáveis pela comunicação na ERI.
Nosso serviço como novo Casal Responsável da ERI se desenvolverá nos próximos anos, de Turim 2024 até o próximo encontro internacional em 2030. Estamos acompanhados por uma equipe extraordinária que está disposta a trabalhar e, o que é mais importante, a amar o movimento, cada um na missão que lhes foi confiada. Desde o primeiro dia em que disseram “Sim” estamos imensamente gratos por isso. Eles se apresentarão nas próximas cartas e compartilharão com todos a missão que lhes foi confiada. Poderíamos lhes dizer muitas coisas sobre esta missão, para a qual escolhemos a orientação: “Chamados a viver em comunhão”. Convidamos você a reler a Carta de Turim, na qual desenvolvemos um pouco mais essa orientação para os próximos seis anos.
De fato, se quisermos resumir em poucas palavras o que sentimos, podemos dizer que amamos as equipes e acreditamos que elas são uma graça de Deus. Este chamado ao serviço é para nós um chamado a viver com verdade e profundidade o carisma que o Padre Caffarel um dia pressentiu e que permanece ainda mais vivo do que nunca. A Igreja e o mundo precisam de casais unidos pelo sacramento do matrimônio para testemunhar que o amor nos sustenta, dá sentido à nossa vida se Cristo anda conosco. E esse amor que fortalece nosso casamento nos ajuda a ir ao encontro para nos doar onde formos necessários, cada um respondendo à sua vocação.
Em todas as nossas apresentações como responsáveis, quisemos fazer nossas as palavras do Padre Caffarel escritas na Carta Mensal de abril-maio de 1957 aos responsáveis de equipe: “Você tem a seu cargo os membros de sua equipe. Você se sente, e quer ser responsável pelo seu desenvolvimento humano e cristão, só lhe resta trabalhar. Dar-lhes. Dar-se. Mesmo que você fosse o menos capacitado, tem coisas infinitas para oferecer, porque o que eles precisam em primeiro lugar não são seus bens, mas de você mesmo. E isso é o mais difícil de fazer. Dar-se, estar sempre disponível para os outros é difícil e cansativo. Disponível, sem
dúvida, para prestar um serviço material, mas, sobretudo, um serviço muito superior, que consiste em oferecer um coração atento, compreensivo, motivador, que transmita confiança, que saiba dizer a verdade, que se atreva a exigir.” Carta Mensal de abril-maio de 1957, P. Caffarel
Este chamado nos motiva e nos faz sair de nós mesmos, apesar de nossas dificuldades. Ele nos ajuda a nos concentrar em várias dimensões importantes para nossa missão: disponibilidade, atenção, compreensão, motivação, confiança, verdade, exigência. É um chamado que nos faz reconhecer nossa fraqueza e nossa necessidade infinita dos outros e de Deus. É uma proposta que nos encoraja a rezar juntos e nos oferece uma oportunidade de conversão do nosso coração, respondendo com um amor ainda maior a todo o amor recebido. Fazendo nossas as palavras da letra da música “que o Teu Espírito abrace todo o nosso ser, nos torna dóceis à Tua voz, transforme toda a nossa vida”, gratos de antemão por sua acolhida e pedindo suas orações, enviamos um forte abraço, unidos em comunhão.
Alberto Pérez e Mercedes Gómez-Ferrer Casal Responsável Internacional
O Natal é um momento profundo e significativo
para a Igreja Católica
Celebração do nascimento de Jesus Cristo, o Verbo que se fez carne e habita no meio do povo. Este mistério de amor e encarnação não apenas remete à chegada do Salvador, mas também destaca a presença viva de Jesus em cada lar cristão, especialmente nas famílias que buscam viver o sacramento do matrimônio.
Jesus se faz presente em cada lar por meio da união e da vida matrimonial de cada casal, reforçando o compromisso de amor, doação e fidelidade que os casais assumem diante de Deus. O vínculo matrimonial é uma expressão concreta da presença de Cristo no seio familiar, refletindo a união entre Cristo e sua Igreja.
A Sagrada Família, composta por Maria, José e o Menino Jesus, é um farol de luz e inspiração para todas as famílias católicas. Maria e José são exemplos de fé, humildade e obediência à vontade de Deus, sendo um modelo para a humanidade inteira. Eles nos mostram a importância da confiança em Deus e do amor incondicional que fortalece os lares cristãos. Neste Natal, o convite é para que cada casal acolha Deus em seu lar e em sua vida matrimonial, reconhecendo o grande presente que é o Emanuel, “Deus conosco”.
Que a celebração do nascimento de Jesus inspire todos a renovar o compromisso de amor, união e
serviço dentro da família, seguindo o exemplo da Sagrada Família. Feliz Natal! Que Jesus, presente no meio de nós, continue a iluminar os lares e a vida dos casais, trazendo paz, alegria e unidade.
Pe. Fábio A. da Silva Dungue SCEP Sul II
A Imaculada Conceição: Um farol para a vida matrimonial nas Equipes de Nossa Senhora
A Santa Igreja convida-nos, a cada 8 de dezembro, a voltarmos o nosso olhar para o profundo mistério da Imaculada Conceição da Virgem Maria. Este dogma não só revela a pureza singular de Nossa Senhora, mas também destaca sua íntima relação com o mistério da Redenção operada por Cristo. Mais do que uma celebração litúrgica, a Imaculada Conceição se apresenta como um farol, guiando os casais na busca de uma vida matrimonial plena e santificada.
A Imaculada Conceição ensina-nos que Maria, desde o primeiro instante de sua existência, foi preservada da mancha do pecado original em virtude dos méritos de Cristo. Proclamada “cheia de graça” (Lc 1, 28), Maria se torna, para as Equipes de Nossa Senhora, o modelo perfeito de pureza, obediência e amor a Deus. Sua humildade e fé inabalável ao aceitar plenamente o plano divino ressoam profundamente com os Pontos Concretos de Esforço (PCEs) que orientam as equipes. No ponto da Escuta da Palavra, Maria é nosso exemplo supremo. Assim como ela acolheu a Palavra de Deus com abertura total, somos chamados a não apenas ouvir, mas a viver a Palavra no concreto de nossas vidas matrimoniais.
A prática diária da Escuta nos aproxima mais do ideal de Maria, que
No ponto da Escuta da Palavra, Maria é nosso exemplo supremo. Assim como ela acolheu a Palavra de Deus com abertura total, somos chamados a não apenas ouvir, mas a viver a Palavra no concreto de nossas vidas matrimoniais.”
meditava em seu coração tudo o que Deus lhe comunicava, ajudando-nos a discernir a vontade divina em nossas vidas.
A Oração Conjugal, fundamental nas equipes, é inspirada pela própria experiência de Maria. Ela viveu em profunda comunhão com Deus, uma comunhão que reflete o que buscamos ao rezar juntos como casal. Através da Oração Conjugal, somos convidados a ver o rosto do Senhor em nosso cônjuge e a fortalecer a união matrimonial, tal como Maria viveu sua união com Deus, refletida em sua vida.
O Dever de Sentar-se encontra em Maria um exemplo perfeito de abertura e diálogo. Ao longo de sua vida, especialmente nas bodas de Caná, Maria soube escutar, meditar e agir conforme a vontade de Deus. O Dever de Sentar-se nos desafia a um diálogo profundo e sincero entre os
cônjuges, espelhando a relação que Maria manteve com Deus: sempre disponível para acolher e responder aos desígnios divinos com amor e prontidão.
A Regra de Vida, outro Ponto Concreto de Esforço, é inspirada pela disciplina e determinação de Maria em seguir o caminho da santidade. Assim como Maria foi fiel à sua missão desde o momento de sua Imaculada Conceição, somos chamados a estabelecer e seguir uma Regra de Vida que nos ajude a manter o foco em nossa vocação, superando nossas fraquezas e desafios, sempre buscando a vontade de Deus em todas as áreas da vida.
Finalmente, o Retiro, momento privilegiado para parar e renovar a nossa vida espiritual, encontra na vida de Maria um poderoso exemplo. Maria, que guardava todas as coisas e
meditava sobre elas em seu coração, nos ensina a importância de momentos de recolhimento e reflexão para revitalizar nossa caminhada espiritual e redescobrir o essencial em nossa vida de casal e família.
Maria, a Imaculada Conceição, a “cheia de graça”, nos inspira a viver plenamente os Pontos Concretos de Esforço das Equipes de Nossa Senhora. Que ela nos conduza a uma vida de santidade e ao cumprimento fiel de nossa missão matrimonial, testemunhando uma vida transformada pela graça divina.
Pe. Paulo Renato SCEP Centro-Oeste
Sacramentum Caritatis: Mistério anunciado e testemunhado
Queridos casais das ENS!
O mundo está necessitado do amor de Deus, o que faz de uma Igreja autenticamente eucarística ser Igreja missionária. A Eucaristia é fonte e ápice não só da Igreja, mas também da sua missão no mundo: “Nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos...” (1Jo1, 2-3). Eucaristia e missão conjugam-se como os movimentos do coração, sístole (bebemos inspiração na Eucaristia) e diástole (exercemos a missão na diaconia). Com Jesus, a testemunha fiel e verdadeira (Ap 1,5; 3,14), e por causa d'Ele, Inácio de Antioquia considera-se “trigo de Deus” para transformar-se em “pão puro de Cristo”.
Hoje, mais do que o martírio heroico do derramar o sangue, é-nos exigido o testemunho ordinário, na monotonia do dia a dia. Com o mistério eucarístico acreditado e celebrado é inseparável a missão de Jesus anunciado e testemunhado.
“O pão que Eu lhes darei é a minha carne pela vida do mundo” (Jo 6, 51). A Eucaristia é pão repartido, pelo qual Jesus continua a dar-se pela vida do mundo, também através dos fiéis que dele comungam. A comunhão com Cristo requer a doação como Cristo. O evangelista João, em lugar da ceia eucarística, apresenta o lava-pés. Tanto a Eucaristia quanto a diaconia são dons do Senhor; de ambas Jesus pede que as façamos em sua memória. Assim, a
genuína Eucaristia é antídoto contra a carestia. Participar da Eucaristia compromete ao empenho na edificação da paz e sadia convivência.
Jesus, pão de vida eterna, cobra atenção às situações de indigência de grande parte da humanidade, frequentemente devidas à preocupante responsabilidade dos homens.
Estatísticas afirmam que bastaria menos de metade das somas destinadas a armamentos para tirar da indigência as multidões que passam fome (cf. SCa 90). O pão eucarístico inspira a partilha do pão material. Desde o início, os cristãos partilhavam os bens (At 4,32) e ajudavam os pobres (Rm 15,26). O Pão da Eucaristia faz pedir e repartir “o pão nosso de cada dia”. O Pão da Vida, fruto da terra, da videira e do trabalho humano, sacramentado pelo Espírito Santo é, também, energia de cuidado por toda a vida na terra. Compromete-nos ao cuidado pela criação. “Por isso, é necessário que, na Igreja, este mistério santíssimo seja verdadeiramente acreditado, devotamente celebrado e intensamente vivenciado” (SCa 94).
Maria da Eucaristia, primeira comungante e sacrário ambulante, nos ajude a assimilar e partilhar o dom da Eucaristia. Amém!
Pe. Mariano Weizenmann SCE na Província Sul III
“Não cuidem apenas do próprio jardim”
Queridos irmãos:
Alegra-nos apresentar-lhes o quinto artigo do ano sobre a “Palavra do Papa”. Em “Não cuidem apenas do próprio ‘jardim’”, abordamos fragmentos de textos da ação pastoral do Papa Francisco ao longo deste ano. Focamos, em especial, eventos que retomam questões familiares em torno da infância, dos jovens, dos idosos e da paz. O Papa sabe que se dirige a um mundo dominado por uma “virtualidade efêmera das relações” e de que a celeridade desse “conectar-se/desconectar-se”, dificulta a existência de um relacionamento estável entre as pessoas e entre as gerações. A essa lógica relacional, ele propõe a lógica do amor que, para nós, cristãos, “exige concretude, presença, encontro, olhar no olho e solidificação das relações”. ¹
Em 19 de abril deste ano, na Sala Paulo VI, no Vaticano, o Pontífice recebeu em audiência cerca de seis mil alunos da Rede Nacional de Escolas para a Paz, acompanhados por seus professores. Esta Rede conta com 137 institutos em 94 cidades da Itália. Ao abrir o evento o Papa Francisco agradeceu o empenho dos membros das Escolas para a Paz na busca do bem “das pessoas que vivem situações dramáticas de guerra, de injustiças e de violências que desfiguram a dignidade humana. Exortou-os a serem protagonistas da paz e construtores do futuro, num mundo globalizado em que a interdependência torna inaceitável que uma pessoa possa cuidar apenas do seu próprio “jardim”. Trabalhem pelo bem de todos. Sejam artesãos da paz neste tempo marcado pelas guerras.
A linguagem direta e terna das mensagens do Papa Francisco nos coloca sempre diante de valores reais da vida. Mas quando o assunto é guerra sua apreciação é duríssima:
“A guerra arruína tudo, até os laços entre
irmãos. Ela é irracional, o seu único plano é espalhar a destruição: ela procura crescer destruindo.” ²
Vejam algumas consequências da guerra na família ucraniana, segundo o testemunho do casal Viktoriya e Dmytro no Encontro Internacional de Turim:
• “Certo dia, o meu filho de 7 anos me perguntou: ‘por que querem me matar, papai?’ Eu não consegui responder.”
• Guerra para nós significa que milhares de crianças ucranianas nunca mais verão os seus pais. Também significa milhares de famílias desfeitas com a emigração de mulheres e crianças para não mais voltar.
• “Se Deus nos deu esse caminho, nós o percorreremos com dignidade, apegando-nos firmemente no Senhor e confiando nele em cada minuto da nossa vida.”
Por fim, uma exortação do Papa dirigida a todos nós:
“Pensem nas crianças que estão na guerra. Pensem nas crianças ucranianas que se esqueceram de sorrir...
Pensem também nas crianças da Palestina, de Israel, do Haiti... Rezem por elas, coloquem-nas em seus corações.” ³
Pensar nas crianças é pensar no futuro; é enfrentar a tentação de uma vida centrada no hoje.
Que a Eucaristia nos torne profetas e construtores desse mundo novo e renove em nós o compromisso de nos doarmos aos outros a exemplo de Jesus.
Graça e Roberto
ENS das Graças - POA Província Sul III
1. Francisco. “O amor precisa de concretude, presença, encontro.” Audiência de 11/02/2024.
2. ASAF, Andrea. “A sabedoria do Papa Francisco.” Planeta, 2018. (p.158).
3. Francisco. “O Papa às Escolas para a Paz. Audiência de 19/4/2024.
Papa Francisco: O meu Presépio
Il mio Presepe. Vi racconto i personaggi del Natale ” (O meu Presépio. Conto a vocês sobre os personagens do Natal)*
O Papa escreveu um livro dedicado ao presépio, em que aborda as várias “personagens do Natal” e a representação do nascimento de Jesus, iniciada em 1223, por São Francisco de Assis.
“Por duas vezes quis visitar Greccio [Itália]. A primeira vez para conhecer o lugar onde São Francisco de Assis inventou o presépio, algo que também marcou a minha infância: na casa dos meus pais em Buenos Aires, esse sinal do Natal nunca faltava, antes mesmo da árvore”, refere Francisco, na introdução do livro O meu Presépio.
Foi nesta cidade ligada a Francisco de Assis que, em 2019, o Papa assinou a carta “Sinal Admirável‘, sobre o significado e a importância do presépio.
“Senti uma emoção especial que emanava da gruta, onde se pode admirar um fresco medieval que retrata a noite de Belém e a noite de Greccio, colocadas pelo artista como se estivessem em paralelo”, relata o pontífice.
O Papa destaca que “o mistério cristão gosta de se esconder no que é infinitamente pequeno”.
“A encarnação de Jesus Cristo continua a ser o coração da revelação de Deus”, indica, apontando a pequenez como “o caminho para encontrar Deus”.
Salvaguardar o espírito do presépio torna-se uma imersão saudável na presença de Deus, manifestada nas
pequenas coisas quotidianas, às vezes banais e repetitivas. Saber renunciar ao que seduz, mas leva a um caminho mau, a fim de compreender e escolher os caminhos de Deus, é a tarefa que nos espera.
Num olhar sobre as figuras do presépio, Francisco fala dos pastores como “aqueles que acolhem a surpresa de Deus e vivem o seu encontro com Ele com admiração, adorando-o”.
O texto evoca as estrelas, que acompanham o nascimento de Jesus, em particular “aquela que levou os magos a deixar as suas casas e iniciar uma viagem, um caminho que eles não sabiam onde os levaria”.
Naquela noite santificada pelo nascimento do Salvador, encontramos outro sinal poderoso: a pequenez de Deus. Os anjos indicam aos pastores uma criança nascida numa manjedoura. Não é um sinal de poder, autossuficiência ou orgulho. Não. O Deus eterno aniquila-se num ser humano indefeso, manso e humilde.
O Papa convida a olhar para o presépio com “espanto e admiração”, como “um Evangelho vivo que transborda das páginas da Sagrada Escritura”.
“Não importa como o presépio é montado, ele pode ser sempre o mesmo ou mudar a cada ano; o que importa é que ele fale à vida”, indica.
O livro cita o primeiro biógrafo de São Francisco, Tomás de Celano, o qual descreve a noite de Natal de 1223.
“Quando [São] Francisco chegou, encontrou o presépio com o feno, o boi
e o burro. As pessoas que ali se haviam reunido manifestaram uma alegria indescritível, nunca experimentada, com a cena do Natal”, recorda.
Tenho certeza de que o primeiro presépio, que realizou uma grande obra de evangelização, também pode ser hoje uma ocasião para despertar admiração e espanto. Assim, o que São Francisco começou com a simplicidade daquele sinal persiste até hoje, como uma forma genuína da beleza da nossa fé.
O livro “ O meu Presépio ‘ é lançado em Portugal pela Lucerna (Princípia Editora, Ltda.), em coedição com a Livraria Editora Vaticana.
Na carta apostólica Admirabile Signum (sinal admirável), sobre o significado e valor do presépio, publicada a 1 de dezembro de 2019, o Papa diz que “armar o Presépio nas nossas casas ajuda-nos a reviver a história sucedida em Belém”.
“Nascendo no presépio, o próprio Deus dá início à única verdadeira revolução que dá esperança e dignidade aos deserdados, aos marginalizados: a revolução do amor, a revolução da ternura. Do Presépio, com meiga
força, Jesus proclama o apelo à partilha com os últimos, como estrada para um mundo mais humano e fraterno, onde ninguém seja excluído e marginalizado”, escreve Francisco, num texto divulgado na localidade italiana de Greccio, cerca de 100 quilômetros a norte de Roma.
Este foi o local em que São Francisco de Assis fez a primeira representação do nascimento de Jesus, um presépio vivo, em 1223.
*Em português, o livro O meu Presépio foi lançado pela Princípia Editora, Ltda.
Matéria Vaticano: O Presépio de Francisco, publicada em 24 de dezembro de 2023, 11:00.
fonte: https://agencia.ecclesia.pt/ portal/vaticano-papa-lanca-livro-dedicado-ao-presepio/, acessado em 16 de novembro de 2024.
Para ler na íntegra a carta apostólica Admirabile Signum (sinal admirável), acesse: https://www.vatican. va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20191201_admirabile-signum.html, acessado em 16 de novembro de 2024.
O amor de Cristo nos uniu!
Diante do pedido de dar testemunho de como o Movimento das Equipes de Nossa Senhora entrou na minha vida e como ele me ajudou, ao começar a escrever essas linhas, com muito carinho me recordo que o Movimento está presente na minha vida sacerdotal desde o início de minha formação presbiteral. Quando em 2004 ingressei no Ano Propedêutico, o nosso bispo diocesano, preocupado com essa formação inicial, havia manifestado o desejo de que os alunos tivessem a sua formação intelectual, dimensão integrante de todo o processo, dentro do seminário e não fora, como até então era feito, e, diante desse desafio, algumas professoras se dispuseram a doar seu tempo, assumindo assim essa importante missão. As primeiras a assumirem essa tarefa de auxiliar os candidatos ao seminário em nossa Diocese de Limeira eram membros das Equipes de Nossa Senhora, que, reunindo outros professores, cuidaram desde então de todos os nossos seminaristas. Foi um testemunho de amor e dedicação à Igreja que deu inúmeros frutos. Já meu ingresso nas equipes se deu no ano de 2015, pouco tempo depois de ter completado três anos de minha ordenação presbiteral, quando, depois de acompanhar por alguns meses uma Equipe de Jovens de Nossa Senhora, fui convidado por um casal pertencente a minha paróquia a assumir a equipe deles, que estava sem Conselheiro Espiritual. Confesso que na época, sem muito
entender realmente o que era o Movimento, assumi esse compromisso, e aos poucos, superando a ideia que nós padres muitas vezes temos de ser apenas mais uma reunião que acabamos assumindo fazer, essa equipe foi se tornando verdadeiramente a minha equipe, e esses amados casais começaram a ser para mim uma verdadeira fonte de ajuda mútua nos mais diversos aspectos de minha vida e ministério. A primeira grande contribuição para mim cito com a mesma ideia expressada pelo pe. Caffarel no Discurso de Chantilly, de que conhecer o casamento por meio desses casais que buscam a Deus juntos faz toda a diferença do que conhecer o matrimônio apenas pelos confessionários. Como é enriquecedor para minha própria vocação participar da busca da espiritualidade desses casais. Além do mais, sempre me apoiam nos mais diversos aspectos, e não só a mim, mas também minha família, como quando num momento de fragilidade e doença, sem o apoio, espiritual, financeiro, amoroso da minha equipe, tão mais doloroso e difícil seria. Agradeço ao Movimento e a minha amada Equipe 05 – Nossa Senhora das Graças, por tudo.
Pe. Edson Aparecido Pianca
SCE ENS das Graças
Limeira/SP - Província Sul II
Uma espiritualidade casou perfeitamente com a outra
Eu sou o Pe. Hélio da Costa, SdC, religioso sacerdote da Congregação dos Padres e Irmãos Servos da Caridade, conhecidos como padres guanellianos por causa do nosso santo fundador São Luís Guanella. O nosso carisma é “levar ao mundo o amor providente e misericordioso de Deus Pai através das obras de misericórdia corporais e espirituais. Em 2010, concluído meus estudos teológicos na Universidade Lateranense, em Roma-lT, fui enviado para a Paróquia Santa Teresinha, no Cruzeiro Novo, Brasília. Logo ao chegar na paróquia, o Pe. Selso, então pároco, me recebeu com entusiasmo. Apresentou-me dois seguimentos pastorais da Igreja com os quais eu deveria desenvolver o meu apostolado da caridade: o Segue-me (juventude) e as Equipes de Nossa Senhora (casais). Ambos foram uma novidade para mim, mas aqui me deterei no que vivi com as Equipes de Nossa Senhora. Fui acolhido na mesma noite da minha chegada na comunidade paroquial pelo casal equipista Sandra e Jamir. Foram eles que me apresentaram o Movimento. Sob a guia deste casal comecei a dar os primeiros passos nas Equipes, através de uma etapa formativa que para os sacerdotes que ingressam é fundamental para conhecermos as ENS e desenvolver frutuoso serviço. Passei pela pilotagem e comecei a acompanhar a equipe N. Sra. do Rosário, e não muito tempo depois a N. Sra. de Nazaré. Posso dizer que os dois anos que inicialmente estive acompanhando as equipes foram de crescimento humano e espiritual para mim, sobretudo no
que se refere ao acompanhamento espiritual de famílias. Como diz o Servo de Deus Pe. Henri Caffarel, “padres e casais são chamados a viver a vocação para o amor”. Ao mesmo tempo, não deixando de lado a minha própria vocação de religioso guanelliano, ao contrário, uma espiritualidade casou perfeitamente com a outra, pois o nosso fundador, São Luís Guanella, dizia: “Em tudo e com todos o amor”. Hoje, de volta há quatro anos na Paróquia Santa Teresinha, estou há 14 anos nas equipes e servi como SCE de Setor, acompanho a Região Brasília IV e sou Conselheiro de seis equipes de base, todas uma bênção. Quando passei no Rio de Janeiro acompanhei as equipes e agora para onde for hei de continuar servindo a Igreja através das ENS. Agradeço a Deus e a Nossa Senhora esta união entre mim e os casais equipistas, só acrescentou no meu ministério sacerdotal e me fez amar mais a família, célula mater da Igreja e sociedade. Obrigado de coração aos casais que estão comigo nessa grande missão. Deus abençoe a todos!
Pe. Hélio da Costa SCE da Região BSB IV Província Centro-Oeste
Crescemos espiritualmente, na graça de Deus, por meio dos PCEs
Olá, queridos equipistas!
Paz e Bem! Somos o casal Jéssica e Fabricio, casados há sete anos, e há dois anos fazemos parte do Movimento das ENS, pelo qual nos apaixonamos e que se tornou um divisor de águas em nossa vida conjugal. Podemos até dizer que aprendemos a ser um verdadeiro casal após o nosso “sim”. Para nós, o carisma do Movimento torna essa experiência uma forma inovadora de encontro, tanto com Jesus Cristo quanto com o nosso cônjuge. Através dos PCEs, crescemos espiritualmente na graça de Deus, aprofundando nossa intimidade com a Palavra e com nós mesmos, sendo convidados a amar mais nossos irmãos e a nossa Igreja. O carisma do Movimento também nos oferece, como jovens esposos, uma orientação para a vida conjugal e familiar, nos mostrando caminhos para a santificação de acordo com nossa vocação. Nossa equipe torna a experiência no Movimento uma verdadeira dádiva de Deus, oferecendo-nos acolhimento, amor, respeito, correção fraterna e tantas outras bênçãos em nossas vidas. Ela é nosso apoio em todos os momentos, tornando-se uma verdadeira família em Cristo. Essa experiência se completa pela presença e acompanhamento de um sacerdote, que para nós é a imagem de Jesus Cristo, aconselhando e orientando espiritualmente a nossa equipe.
Essa vivência transcende a equipe, fazendo de nós uma igreja viva, que busca, por meio da Eucaristia, a força e o ânimo necessários para enfrentar os desafios do dia a dia em nosso matrimônio, na família, na comunidade paroquial e em nossa Diocese. A partir da Exaltação Apostólica Amoris Laetitia do Papa Francisco, o bispo diocesano de Barretos propôs a formação do Setor Família, composto por membros da Pastoral Familiar, ECC e ENS. O propósito desse Setor é que cada Movimento e/ou pastoral, dentro do seu próprio carisma, trabalhe para promover encontros anuais com todas as famílias da Diocese. Esse ano, participamos de um desses encontros, vivenciando importância da amizade familiar com testemunhos riquíssimos e emocionantes para nós enquanto família. Um dos testemunhos foi de um casal equipista e tratava da amizade entre os pais e dois filhos jovens e o papel que as equipes desempenharam na relação entre eles, contribuindo para que fosse harmoniosa e como os PCEs os ajudam na vida familiar. Para nós o ingresso nas ENS foi uma bênção em nosso matrimônio propiciando a nós crescimento espiritual constante através de sua mística e como as equipes nos preparam para sermos um casal Cristão que busca a santidade.
Jéssica e Fabricio ENS 1 – Jaborandi/SP Província Sul II
Oração Conjugal é conjugal
Casal equipista, vocês dois são convidados a fazer todos os dias a sua Oração Conjugal. Parece que às vezes lhe parece difícil e complicado. Andei pensando e concluí que talvez o problema é que nem sempre se compreende a proposta. Vou tentar ajudá-los.
1. Oração Conjugal não é apenas a recitação em casal de algumas orações, como o terço e semelhantes. A Oração Conjugal é mais a oração do casal que fala com Deus e entre si sobre sua vida, seu amor, seu casamento. Sem fórmulas nem cerimônias; apenas conversam.
2. Não precisa muito tempo; o mais importante é a intensidade do encontro. As palavras não importam muito, contanto que se entendam entre si e com Deus. Não fiquem esperando a ocasião perfeita.
3. Sem esperar melhores oportunidades, agarrem no ar os momentos que aparecem, troquem um olhar e olhem os dois para Deus, troquem uma carícia, o que é mais importante que mãos postas.
4. Quando puderem, tomem tempo na cama ou no sofá, abram espaço para Deus, escondam o relógio, desliguem celular e tv. Ou ponham um pouco de poesia na vida: abram a janela, ou saiam de casa, peguem o carro e procurem um belo horizonte, se possível com montanha ao fundo.
5. Falem com Deus sobre seu amor, como foi bom encontrarem-se, os primeiros sentimentos, as descobertas; vocês sabem. Relembrem com ele as primeiras alegrias, as primeiras rusgas, as reconciliações fáceis ou não. Contem como foi o primeiro encontro, a primeira gravidez ou as muitas, a primeira casa, primeiro carro, os primeiros tantos.
6. Conversem com Deus sobre seus filhos e filhas. Agradeçam, peça reclamem, peçam que ele converta vocês; digam como é bom e duro ses mãe e ser pai. Se quiserem já podem falar sobre os netos e netas que esperam.
7. Agradeçam a saúde da família, a casa e tudo que os rodeia. Recorram a ele quando houver algum problema, leve ou grave, peçam paciência e coragem.
8. Falem com Deus sobre os conflitos do amor, falem abertamente das dificuldades, peçam conversão para ambos. Bem, vocês podem, melhor que eu, continuar a lista, até as orações ao cair da tarde, quando os anos tiverem sido muitos e já apontar no horizonte a esperança de um amor perfeito, para sempre.
9. Sejam criativos. Gestos e ritos são importantes, são a oração de todo o corpo. Coloquem a mão sobre a cabeça ou os ombros de quem é o amor de sua vida, encostem as cabeças e façam uma oração de bênção, de agradecimento ou de pedido. Façam a oração da carícia, do olhar de ternura, do sorriso de cumplicidade, das rugas na testa.
10. Quem sabe, às vezes, por ocasião de viagens ou quando por algum motivo não podem estar frente a frente em oração, poderão orar juntos usando os meios atuais de comunicação. Mandem um e-mail, façam uma chamada de áudio ou, melhor ainda, de vídeo.
11. Esse ponto que falta fica por sua conta.
Pe. Flávio Cavalca de Castro SCE na Província Sul II
Comentários sobre a CM 560 – ago/set 2024
Quando refletimos sobre este texto, chegamos a um entendimento: a profundeza da graça que temos recebido em nosso Movimento, através do Estudo do Tema 2024 (A Eucaristia, Fonte de Missão), que tem nos proporcionado um verdadeiro entendimento sobre o “partir o Pão” com a presença viva de Jesus na Eucaristia. A nossa equipe tem vivido intensamente o fortalecimento da fé na contemplação da Eucaristia. Sabemos que a caminhada dos discípulos de Emaús é uma expressão viva da Santa Missa, quando proporciona para eles o entendimento da
Palavra e a Celebração do partir o Pão, assim como foi na Quinta-feira Santa. Estamos centrados na certeza do Cristo vivo na Eucaristia. Orígenes comenta: “Vemos aqui que as palavras do Salvador abrasam com o fogo do amor divino aqueles que as ouvem.” Como também nos fala o casal Cristina e Renato, quanto à Eucaristia: “Abramos nossos olhos e deixemo-nos tomar pela presença inebriante do Cordeiro de Deus”. Sabemos que nada disso tem de humano, tudo está em conformidade com a nossa verdadeira fé. Por isso, a cada dia, temos a oportunidade de nos aprofundarmos na vivência espiritual quanto ao seguimento de Jesus Cristo.
Ariluce e Fernando ENS 01 - A Província Centro-Oeste
(página 33) Escutar o outro é dar-lhe a existência
Padre Antônio nos levou a refletirmos sobre a forma de como estamos vivendo e nos comunicando debaixo do mesmo teto, como realizamos a “escuta” ao outro, e diante da correria diária, como demostramos que ele faz parte da minha existência. Vimos que às vezes nossa comunicação anda vazia, nos sentimos solitários mesmo tendo alguém do nosso lado, e aí acendeu uma luzinha amarela que nos fez rever nossa forma de ser e de viver neste nosso caminhar juntos. Temos os PCE que nos animam e nos dão sempre a chance de recomeçar, olhando o outro com
olhos novos e novas oportunidades e a vivermos juntos nesta aventura chamada vida. Santo Agostinho convidava a escutar com o coração, que possamos exercitar esta escuta de coração para coração.
Nadir e Edson CRS Araçatuba-A Província Sul II
(página 23) Da participação robotizada à Espiritualidade Conjugal
Após lermos a matéria “Da participação robotizada à Espiritualidade Conjugal”, percebemos a transformação significativa pela qual Fabiana e André passaram. Inicialmente, sua participação nas atividades do Movimento era quase mecânica. No entanto, com a prática dos Pontos Concretos de Esforço (PCEs), como a Oração Conjugal e a Regra de Vida, eles começaram a fortalecer seu vínculo espiritual. Essa mudança trouxe benefícios palpáveis: mais diálogo, compreensão e paciência no cotidiano. Esses aspectos são igualmente importantes para todos os casais equipistas, pois nos ajudam a enxergar que a
Espiritualidade Conjugal é uma fonte de renovação e crescimento mútuo. A experiência de Fabiana e André nos inspira a buscar mais a prática desses PCEs para uma vida matrimonial mais harmoniosa.
Gaby e Luciano
CRS Araçatuba-A
Província Sul II
“A
Eucaristia
é fonte de cura e graça de que necessitamos”
Após as férias, percebemos a face do nosso filho, de 15 anos, edemaciada. Após passar por consulta médica e exames, veio a notícia de um provável quadro de linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que afeta pessoas jovens. De imediato foi internado para fazer a biópsia que confirmou o diagnóstico. Frente a uma doença como essa, perdemos as forças, o corpo fica trêmulo, desorientado. Em prantos, nos recolhemos ao quarto do hospital e de mãos dadas iniciamos um terço, pedindo a intercessão de Nossa Senhora, implorando a Jesus a cura do nosso menino e o direcionamento do melhor tratamento e profissionais. Ao chegar em casa, ajoelhei diante do crucifixo, questionei Jesus de todas as formas, estava indignada por ele permitir essa situação, afinal somos cristãos, equipistas há 20 anos, buscamos a nossa espiritualidade, por que destruir nossa família?
Durante nossa Oração Conjugal sentimos a necessidade de estar mais próximos de Jesus para fortalecer a nossa fé. Decidimos então realizar a Eucaristia diária, ressalto que nunca havíamos experimentado, mas necessitávamos estabelecer relação de intimidade com Jesus, que caminhássemos juntos, tê-lo como suporte e que ajudasse a carregar a nossa cruz. Todos os dias nos prostávamos ao pé da cruz e nossas necessidades. No sacramento da Eucaristia comungávamos pelo nosso filho, implorando a cura e restauração da sua saúde. A cada encontro com Jesus eucarístico crescia a nossa intimidade, confiança na graça, amenizava nossos medos, anseios
e resgatamos a esperança, a força e a coragem. “A Eucaristia é fonte de cura e graça de que necessitamos.” A fé e a confiança no Pai foi tamanha, que conseguimos entregar em suas mãos toda a situação e decidimos passar por todo o processo do tratamento de uma forma leve, com muita fé, alegria e gratidão, testemunhando o amor de Deus por nós. Nosso filho foi muito ungido, forte, guerreiro, superou todas as etapas sem reclamar, convicto da vitória, cheio de fé, manteve sua rotina de vida, o que nos tranquilizava a cada dia. Logo tivemos a resposta do amor de Deus por nós... na metade do tratamento estabelecido, nosso filho já estava em remissão! Gratidão a Deus, nossa senhora, familiares e a nossa amada equipe, que juntos construímos a base da nossa fé, mantendo nossa casa firme sobre a rocha.
Claudia e Renato
ENS de FátimaDourados/MS
Província Centro Oeste
“Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição”. São Francisco de Sales. Aprendi desde criança a amar a Eucaristia graças à minha avó. Morávamos num sítio, perto da cidade de Olimpia/SP, quando ia na casa da minha avó materna, na cidade, costumava ir à missa e sempre me levava com ela. Ela era muito religiosa, tinha nove filhos e rezava um terço para cada um, todos os dias. Costumava frequentar as missas, não só aos domingos, mas sempre uma ou duas vezes durante a semana. Ela foi a base da minha formação religiosa. Mais tarde, na fase da juventude, comecei frequentar o grupo de jovens da Renovação Carismática Católica, onde tive minha primeira experiência pessoal com nosso Senhor Jesus Cristo. Foi a partir desta experiência que entendi o significado das palavras de Jesus dirigidas a Nicodemos: “Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (Jo 3, 3). A partir deste momento, e deste entendimento, foi que comecei minha caminhada em busca da salvação. Entendi que a participação nas missas seria de extrema importância para alcançar este
A Eucaristia na minha vida
objetivo. Foi participando das Missas que comecei a ter um amor maior pela Palavra e pela Eucaristia. No início frequentava as missas apenas aos domingos, depois uma vez a mais na semana, e conforme meu amor pela Eucaristia ia aumentando, minha frequência nas missas se tornou diária. Receber a Eucaristia diariamente é hoje uma necessidade para mim. Quanto mais participo das missas e, consequentemente, comungo da Palavra e da Eucaristia, mais sinto a necessidade de ir novamente, pois sinto que na minha vida é mais Jesus e menos Marco, é mais divino e menos humano, é mais Deus e menos homem. Hoje posso dizer que comungar a Palavra e a Eucaristia mudou minha vida, hoje posso afirmar: a Eucaristia me transformou em uma nova criatura. Essa mudança não foi importante só para mim, mas, também, para minha esposa, para nossa equipe, para meus amigos e para diversas outras pessoas que perceberam a ação transformadora da Palavra e da Eucaristia na minha vida. Sinto que esse contato constante com a Palavra de Deus e com a Eucaristia tem me levado a um sentimento de muita intimidade com o próprio Jesus. Isso faz com que eu me sinta impulsionado a caminhar, com muito mais força e dedicação, na busca da santidade.
Marco da Silvana ENS da Esperança Catanduva/SP Província Sul II
A esperança que renasce no Natal
Natal, tempo de se unir e se reunir, o coração precisa estar aberto para receber Jesus, que veio para nos ensinar a ser humanos e filhos fraternos. Natal, é a celebração do nascimento de Jesus, em cada criança que nasce, há um mistério à espera, a esperança que renasce. Natal é o mistério do verbo de Deus, o amor em ação, que transforma a vida pessoal, do casal e da família. As memórias de Natal em família são tesouros que guardamos para a vida toda, que saibamos orientar/educar/cuidar das nossas crianças, para que sejam adultos melhores do que nós. Misericórdia, Bondade, Perdão e Graça. Somos a razão do Natal, Jesus fez tudo por cada um de nós. Se entendermos a dimensão desse amor, o Natal é um dia feliz, porque
celebramos aquele que veio por causa de nós e nos deu uma santa e abençoada vida. Natal, tempo de ser feliz, da esperança que renasce, da árvore enfeitada, do Papai Noel, das luzes que expressam a iluminação trazida ao mundo pelo nascimento de Jesus. Acolhamos essa luz e deixemos que ela nos conduza no Ano-Novo, para que sejamos iluminados e iluminadores. Que o espírito natalino aqueça seu coração e que o amor seja o maior presente que você receba.
Sonia e Airton
ENS Mãe do Carmo
São José do Rio Peto/SP
Província Sul II
Renovando nossa esperança sem cair na desilusão
Quando estamos nos aproximando do Natal, logo pensamos nos presentes, na ceia, nas luzes, decoração, férias, no encontro com familiares e amigos e até nas celebrações da paróquia e doações que faremos. Mas os dados nos mostram que, nessa época, quase dobram os índices de homicídios, acidentes fatais e suicídios. Que triste pensar que um momento tão feliz traga consigo tanta dor para alguns. Num mundo com guerras, conflitos políticos, incertezas sociais e tantos problemas, como renovar nossa esperança sem cair em desilusão? Devemos olhar para o principal: o nascimento de nosso menino Cristo Salvador. A Palavra encarnada, o filho de Deus, nosso Redentor. Olhemos a Sagrada Família, nas figuras de José e Maria. Ele, homem de fé, deu seu sim a um sonho em que o Anjo lhe falou para receber Maria, pois seu filho era fruto do Espírito Santo. E ela, a menina humilde, imaculada e cheia de graça, que acolhe, obedece e entrega seu corpo, sua vida, seus sonhos e desejos nas mãos do Senhor, para nela fazer conforme Sua vontade. Olhemos para os magos, conhecedores das Escrituras, de nações diferentes de Israel, que ouvem a Deus Pai nos sinais do céu – a estrela de Belém. Olhemos para os pastores, humildes camponeses, que podem ver o Coro dos Anjos anunciando que
em Belém lhes nasceu um Salvador. Todos se prostram perante nosso Rei, mas José e Maria, em sua obediência a mais um sonho de José, se mudam para o Egito, vivem como foragidos, para protegerem o menino de Herodes, sem olharem para trás: o conforto de sua casa, o apoio dos parentes de sua terra, seu trabalho e sustento. Nada mais importa além de salvar o menino. Para isso devemos olhar: para a fé, a obediência, a humildade, o desapego (ou virtude da pobreza) de Maria e José. Para o amor deles para com o menino Jesus. A fim de que, seguindo os passos da Sagrada Família, dos magos, dos pastores, nós consigamos deixar nascer em nós a esperança que só o menino Salvador nos traz. A esperança de que nosso Deus nos fala através das escrituras, dos sinais do tempo e, se for preciso, de um Coro de Anjos sobre nós para que busquemos a Salvação. Um Santo e feliz Natal a todos! Sejamos como a Sagrada Família.
Juliana e Tiago Felippe
ENS da Ternura – Jaú/SP
Província Sul II
Teu amor me engrandece
Há tempos estamos em caminhada nas ENS. Esse tempo nos amadureceu muito como casal. Essa maturidade devemos em grande parte às experiências vivenciadas dentro das ENSs. Os relatos de aprendizado de muitos outros casais são constantes. Assim como são constantes as observações sobre as dificuldades e desafios da vivência dos PCEs. Apesar de participarmos há dez anos das ENSs, apenas nos últimos quatro anos tivemos nossos corações arrebatados pela pedagogia do Padre Caffarel. Por muito tempo resistimos a nos entregar às experiências do dever de sentar-se ou ao retiro. Mas foi a partir do momento em que decidimos “mergulhar em águas mais profundas” nos PCEs que pudemos experimentar bençãos em nosso casamento e em nossa família. Não temos dúvidas: as regras exigem bastante de nós. O termo “esforço” deixa claro: é necessário dedicação e compromisso. Temos a certeza do quanto cada PCE mudou e reforçou nosso conceito de matrimônio. Sabemos o quanto fomos tocados pelo próprio Cristo através dos PCEs. Acreditamos no poder transformador dos PCEs, por isso temos a certeza que quanto mais buscarmos os PCEs, mais nosso casamento se fortalecerá. O aprendizado é edificante, a recompensa é de muito valor! Oramos para que todos nós, CASAIS, nos aprimoremos nos PCEs, muito mais que pela obrigação, pelo preceito. Que todos nós façamos nossos PCEs além da regra: façamos por que os PCEs são mudança de vida!!! Os PCEs nos ensinaram, mudaram mesmo nossa vida e queremos muito que todos os CASAIS vivam essa mudança. Ainda sobre a exigência de nosso Movimento, em especial dos PCEs, vamos encerrar com está bela frase do Padre Caffarel: ”Teu amor sem exigência me diminui. Sua exigência sem amor me revolta. Seu amor exigente me engrandece.”
Cris e Jaime ENS 10 - Barretos/SP Província Sul II
“Uma voz clama: “Abri no deserto um caminho para o Senhor, aplainai uma vereda para o nosso Deus” (Is 40,3).
O Advento é um tempo de preparação para vinda do Messias. Jesus veio, vem continuamente e virá: “Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hb 13,8). Como nos prepararmos para a vinda do Senhor em nossas vidas? Primeiramente ouvindo a voz que clama no nosso deserto interior! Toda escuta pressupõe atenção, vigilância e silêncio! O sagrado tempo do Advento é propício para mergulharmos nas profundezas do nosso ser. Segundo Isaías, o profeta do Tempo do Advento, é preciso abrirmos o caminho no deserto. O tema do deserto é fundamental na tradição judaica. O povo de Israel atravessou o deserto para chegar à Terra Prometida.
O deserto é um lugar inóspito. Como o deserto, somos desabitados de nós mesmos! Ao permanecermos do lado de fora nos perdemos nas relações externas e nos desconectamos do eu profundo. A árvore deve seus frutos às raízes. Sem enraizamento a árvore morre. O cristão sem profundidade vive de forma rasa e apega-se exageradamente aos bens materiais. Jung dizia que as florações voam, mas as raízes permanecem!
Santo Agostinho ilustra essa realidade nas Confissões: “Eis que Tu
habitavas dentro de mim e eu te procurava fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas. Tu estavas comigo, mas eu não estava contigo”.
Para entrarmos no deserto do nosso ser é preciso nivelar as montanhas e os vales, os quais simbolizam as barreiras que nos fazem sentir como se estivéssemos separados de Jesus e dos irmãos e irmãs. Há muitas pessoas que estão vivendo no deserto do isolamento e do abandono! Viver o Advento consiste também em receber essas pessoas na manjedoura dos nossos corações! Antes de nascer, Jesus viveu a rejeição da humanidade. “E deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7). Acolhamos o Cristo total: Cabeça e Corpo para celebrarmos na pureza o Natal do Senhor!