ENS - Carta Mensal 1977-6 - Setembro

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NC? 6 Setembro

Editorial Palavra e Vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . .

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Visita dos D' Amonville e do Pe. Tandonnel

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EACRE 77 -

São Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A mensagem da Equipe Responsável Internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Uma equipe faz dez anos . . . . . . . . . . . . . . . . .

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São José dos Campos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Homilia de D. Couto .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. ..

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Oração pela Semana da Família . . . . . . . . . . . 26 Caxias do Sul .. .. .. .. .. .. . .. . .. .. .. .. . . .. .. · 27 A equipe, uma comunidade cristã . . . . . . . . . . Pontos concretos de esforço . . . . . . . . . . . . . . .

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O casal responsável de equipe, hoje . . . . . . . S.O.F. - Socorro matrimonial . . . . . . . . . . . . .

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Um casal responsável opina sobre o EACRE . . "Lendo a Carla Mensal" .. . .. .. .. .. .. .. .. ..

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Notícias dos Setores .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .

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EDITORIAL

Estas foram as palavras de Marie no encerramento dos EACREs:

Caros amigos, Nosso Encontro desses dois dias está no seu término. "Reunidos em nome de Cristo" como os primeiros cristãos, trocamos impressões entre nós, ouvimos nossos irmãos, pusemos em comum nossas experiências. Estamos com a mente repleta, e nosso coração, principalmente, transborda, porquanto acabamos de partilhar juntos o Corpo de Cristo. Durante alguns instantes cada um de nós acaba de viver na sua intimidade. Dividimo-lo entre nós e cada qual O recebeu para si; cada um de nós acaba de viver um desses momentos únicos do encontro com o seu Deus. Mas. . . se Deus se dá a nós é para que o levemos aos nossos irmãos. Agora a missão começa ou recomeça; está à nossa espera na saída desta sala. Que missão? Qual a aventura que nos aguarda? "Vem e segue-me". Se aceitarmos segui-lo é Ele que, dia após dia, responderá a esta pergunta.

* O que Ele nos pede é que propaguemos o seu Reino, que falemos d'Ele até as extremidades do mundo. . . "que proclamemos o seu reinado" A quem? Cristo nô-lo dirá. Sabemos apenas que Ele ama os pobres, os pequenos, os deserdados, os que têm fome. Não passemos ao lado da miséria sem vê-la. Há aqueles que têm fome em seu corpo, há aqueles que têm fome em sua alma, -1-


há aqueles que têm fome em seu amor (aqueles cujo amor está doente - de quem Louis lhes falava ontem). Não esqueçamos nenhum deles! Recebemos muito . . . demos muito. Recebemos gratuitamente. . . demos gratuitamente.

* Mas, para poder assim proceder, e por amor d'Ele, é preciso que nos desprendamos de tudo que nos embaraça, de tudo que pesa demais, a fim de podermos viajar até bem longe. É por isso que Ele nos diz: "Nada leveis para o caminho". Que quer isto dizer para um casal? Estaríamos sendo chamados, ao partir daqui, a não voltarmos para nossas casas? Não.

Mas todos somos chamados a podar em nós tudo o qu e nos separa d'Ele e de nossos irmãos . .. e há tantas coisas . .. (penso que vocês não são diferentes de Louis e de mim) ; é um trabalho que a nós todos cabe fazer. É um pouco como as florestas do Brasil: são muito densas e os ramos cortados logo tornam a crescer! O que precisamos suprimir? Cabe a cada casal encontrar a resposta. No nosso dever de sentar~se , reflitamos em nosso estilo de vida, em nosso comportamento no lar. Qual é a nossa escala de valores? O que colocamos em primeiro lugar? A situação social, o dinheiro, a profissão, o conforto? Sabemos nós renunciar a possuir cada dia mais no plano material, por amor d'Ele e por amor de nossos irmãos? De r ico que Ele era, fez-se pobre por nós. Teremos nós coragem de nos fazermos pobres por Ele? A renúncia compreende o desprendimento material, mas não é este o único. Como dizia ontem Cidinha, sabemos nós per der e dar o nosso tempo? Sabemos nós ficar suficientemente à escuta, para perceber os sofrimentos profundos, os sofrim entos ocultos? Sabemos nós desprender-nos de nossas idéias ; de nós mesmos? l

Cabe a cada um interrogar-se sobr e as múltiplas formas de desprendimento.

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Tudo isto se nos afigura acima de nossas forças, mas, como a todos os seus discípulos, Cristo nos garante: "O Espírito do Pai falará em vós". Se aceitarmos dizer "sim", como Maria, então o Espírito se apossará de nós e é Ele que falará e agirá em nosso lugar. Encontraremos então a Força e a Alegria; e ninguém nô-las... poderá roubar. É a graça que pedimos para todos vocês.

Marie e Louis

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"E os enviou dois a dois . .. " Trata-se para vovês de irem, dois a , d.ois,, cnde , Jesus Cristo quer passar. Trata-se de, dois a dois, dizer "sim", como Maria . Não e:;:perem compreender melhor as coisas para sair por aí, n'ão esp~r~~; ser santos, perfeitos, para, dois a dois, irem à roesse e transformar• o mlfudo. O mundo está esperando por um tipo diferente de presença: umá' pre'Seriç.a -' por dentro . Digam "sim" . . . D . Antonio Celso Queiroz, · · .• /

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Bispo auxiliar de São Paulo, na homilia de encerramento do EACRE

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PALAVRA E VIDA

A Palavra de Deus não se leva até a extremidade do mundo ..numa maleta: nós a levamos dentro de nós. Não a colocamos num recanto de nós mesmos, num recanto rde nossa memória como se a arrumássemos muito em ordem na ·estante de um armário. É preciso deixar que ela atinja o fundo ·de nós mesmos, até aquele fulcro ao redor do qual gira todo o :.nosso ser. Não podemos ser missionários sem ter dado em nós mesmos "essa acolhida franca, ampla, cor dial à palavra de Deus, ao Evangelho. Esta Palavra, a sua tendência viva é a de fazer-se carne em nós. E quando somos assim habit ados por ela, tornamo-nos aptos para ser missionários. Não nos iludamos. Saibamos que é duro receber em nós a mensagem intacta. É por isso que tantos dentre nós a retocam, a mutilam, a atenuam. Temos a tentação de adaptá-la à moda do dia, como se Deus não estivesse atualizado, como se nos fosse possível retocar a Deus. Uma vez que conhecemos a Palavra de Deus, não temos o .direito de recusá-la; uma vez que a recebemos, não temos o direito de impedir que se encarne em nós; uma vez encarnada em nós, não temos o direito de guardá-la só para nós: pertencemos, então, àqueles que estão à sua espera ... Esta encarnação da Palavra de Deus em nós, esta docilidade em nos deixarmos modelar por ela, é o que chamamos testemunho ... Para levar a sério a Palavra de Deus, é preciso ter em nós -toda a força do Espírito Santo ...

Madeleine Delbrel (Traduzido da Carta Mensal Internacional)

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A ECIR CONVERSA COM VOC~S

Caros amigos, Este número da Carta Mensal é dedicado quase inteiramente aos EACREs realizados em julho último. As páginas que vocês têm em mãos falam por si. Queremos entretanto aduzir algumas reflexões. Se quiséssemos condensar em poucas palavras a impressão deixada pelos EACREs, diríamos com toda a simplic:dade que constituíram um tempo forte de irmãos que se encontram com irmãos, de filhos que se encontram com o Pai; tempo forte de corações que se abrem largamente às inspirações do Espírito Santo. Csd a um dos Responsáveis de Equipe terá ouvido no decorrer das sessões aquilo que o Espírito Santo lhe quis dizer: aquilo de que precisa a sua equipe e que poderá dinamizar a vontade de cada um dos equipistas. Nas palavras do Pe. Tandonnet, "o Espírito Santo faz compreender o que as palavras não dizem'J. E isto, dentro de uma linha diretriz que, através do documento "O aue é uma equipe de Nossa Senhora", o Movimento aspira a fazer penetrar na consciência de cada um. Destinado a casais, a pessoas adultas, portanto, é a pessoas adultas que o Movimento se dirige. A pessoas adultas e, por isso,. responsáveis. "Quando eu era criança - já nos dizia São Paulo - falava como criança, sentia como criança, pensava como criança; mas quando me tornei homem, fiz desaparecer o que era da criança" (1 Cor 13, 11). Ora, é para esta passagem de criança para adulto que o Movimento nos interpela. Não mais normas impostas, mas sim assumidas livremente e que , em equipe, nos queremos ajudar a viver dentro de uma grande, real e sincera verdade.

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Não mais o "quisera querer" que caracteriza tantas vezes, no adulto, uma mentalidade ainda infantil, mas sim o "quero" do indivíduo maduro e responsável. O "quero" da primeira página de nossos Estatutos.

* Caros amigos, é este apelo à maturidade de filhos de Deus, adultos, conscientes e responsáveis, que encontramos como balisa no início da nova fase de atualização e simplificação de que nos fala a Equipe Responsável Internacional em "O significado de um documento", que publicamos em agosto último. É este apelo que deve dinamizar todo o nosso comportamento de equipistas e projetar-nos decididamente para a frente. É para isto que as Equipes de Nossa Senhora querem "ajudar os seus membros a progredirem no amor de Deus e no amor ao próximo, :para melhor corresponderem ao apelo de Cristo".

* Queremo·s dizer-lhes, finalmente, que não passou desperce. bido o espírito de doação e até de sacrifício de tantos casais que contribuíram para que os EACREs atingissem a sua finalidade. Merece igualmente registro a disponibilidade de que todos · deram prova ao acolher os nossos visitantes e ao desdobrar-se para tornar-lhes quanto possível agradável e proveitosa a permanência em nosso país.

A todos, o fraternal "obrigado" da ECIR

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VISITA DOS D'AMONVILLE E DO PE. TANDONNET

Passaram quase um mês no Brasil. Mas não foi exatamente um passeio ... como esteve carregada a sua agenda! Conheceram nossas Equipes de norte a sul e de sul a norte, pois iniciaram sua visita com Belém e terminaram com Manaus. Dirce e Rubens assim como Betisa e João, o Casal Regional, foram esperar Marie e Louis em Belém, onde chegaram de madrugada. As Equipes de Belém - como as de Manaus - nunca vão esquecer que sua Coordenação foi instalada pela Equipe Responsável Internacional, na pessoa de Marie e Louis ... Honra Chegada em São Paulo bem merecida para as Louis com Hélêne, Peter e Dr. Mcmcau equipes mais longínquas do nosso Brasil. E fato quase sem precedentes- somente as equipes de Campinas podem se gabar de algo semelhante, pois quem instalou o Setor foi o Pe. Caffarel em pessoa, exatamente 15 anos atrás ... Depois de um dia de estudo·s, que contou com a presença de todos os equipistas, durante o qual instalaram a Coordenação, enfrentando novamente muitas horas de avião, Marie e Louis, acompanhados de Dirce e Rubens, desembarcaram em São Paulo à noitinha de 27 de junho. Pelo seu Em Congonhas sorriso- vejam a fotoMarie, com Esther e Da. Nancy ninguém diria que Marid chegou com 39° de febre. Apesar de doente, havia cumprido e iria cumprir todo o programa previsto . . . Todo mundo voltou

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ao aeroporto às 7h30 do dia seguinte para esperar o Pe. Tandonnet, que chegou ao meio-dia ... Dez dias de um intenso programa de reuniões e visitas a outras cidades do Estado os aguardavam. Tiveram muitas reuniões com a ECIR, um encontro com a Equipe da Região São Paulo-Capital, estiveram em visita a D. Paulo e participaram do primeiro EACRE. Ainda conseguiram encaixar no seu programa, por duas vezes, um dia de recolhimento! Foram a Santos, Jundiaí, Campinas, Ribeirão Preto, onde se reuniram com os Responsáveis locais e visitaram os respectivos Bispos - e ainda São Carlos, Bauru, Aparecida, Taubaté e São José dos Campos, onde participaram do segundo EACRE. 1

No Rio, onde estiveram acompanhados por Yvonne e Tharcísio, depois de um passeio pelas praias e pelos principais pontos turísticos da cidade, reuniram-se com os Regionais e os Responsáveis de Setor, inclusive de Petrópolis e Niterói, e da Coordenação da Ilha do Governador. Outra noite foi dedicada aos Conselheiros Espirituais, em reunião muito animada e proveitosa. Mas o ponto alto da visita ao Rio foi a audiência com D. Eugênio, que fez questão, inclusive, de marcar para eles uma entrevista com a imprensa no dia seguinte. Houve ainda um almoço em Petrópolis, com vários elementos do Setor, e uma tarde em Niterói, onde, malgrado as duas horas de atraso com que chegaram, a "recepção" continuava a postos à saída da ponte e numeroso grupo de equipistas aguardava os visitantes na igrejinha situada no Saco de São Francisco, uma das primeiras construídas pelos jesuítas no Brasil. De~xaram o Rio de Janeiro com um calor de 35° graus, com destino a Porto Alegre, onde a chuva e o frio faziam parte do comitê de recepção ... No mesmo dia, seguiram para Caxias do Sul, para a reunião com os Responsáveis Regionais, de Setor e de Coordenação do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

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Depois de darem novamente o seu recado no último EACRE, em Caxias, voltaram para Porto Alegre, onde, depois de uma visita a D. Vicente, se reuniram pela última vez com a ECIR. Acompanhados por Dirce e Rubens, seguiram então para Brasília, onde, durante dois dias, tiveram amplo contato com as Equipes, foram recebidos muito carinhosamente por D. José Newton e conheceram algo da nossa Capital. última etapa: Manaus, onde encerraram com chave de ouro ·SUa visita ao Brasil. Lá instalaram a Coordenação, durante uma missa celebrada pelo Pe. Tandonnet. Haviam chegado na madrugada de 24 de junho - na tarde de 22 de julho, embarcaram para Bogotá, acompanhados por Esther e Marcello, para uma visita às Equipes da Colômbia. Em todos os lugares onde estiveram, deixaram a todos encantados com a sua simplicidade. Sua profunda espiritualidade impressionou a todos quantos tiveram a ocasião de ouvi-los. Para a ECIR, principalmente, que esteve em contato quase diário com eles, a sua partida deixa muita saudade. Sabemos o sacrifício que essa visita representou para eles em termos de cansaço - mas acreditamos que tenha sido compensado por muitas alegrias e pela disponibilidade e o carinho com que foram recebidos em toda parte. Para nós, foi uma grande graça: sua presença enriqueceu-nos tremendamente, seu testemunho marcou-nos profundamente. Porisso tudo dizemos a Marie, a Louis e ao Pe. Tandonnet um "muito obrigado" por tudo o que nos trouxeram e pedimos a Deus que os abençoe e faça frutificar sempre mais o seu extraordinário trabalho.

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EACRE 77- SÃO PAULO

No Liceu Coração de Jesus, na cidade de São Paulo, realizou-se, nos dias 2 e 3 de julho, o Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipe do Estado de São Paulo (com exceção do Vale do Paraíba) e Londrina (Paraná), participando ainda um casal de Petrópolis.

Uma parte do salão (o balcão em cima também estava cheio .. . )

Os 242 Casais Responsáveis, os 25 Conselheiros Espirituais participantes, somados aos 30 Coordenadores de grupos, aos dirigentes presentes e à equipe de serviço, constituiam um maravilhoso mosaico humano, reunido em nome de Cristo, cuja presença se sente particularmente forte e viva em encontros desta natureza. Do!s aspectos marcaram indelevelmente o EACRE deste ano: -A visita doPe. Roger Tandonnet e do casal Louis e Marie D'Amonville, Conselheiro Espiritual e Casal Responsável da Equipe Responsável Internacional.

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- A apresentação e conseqüente introdução do novo enfoque da vida de uma Equipe de Nossa Senhora, constante do documento "O que é um a Equipe de Nossa Senhora", fartamente comentado durante os dois dias. Esses pontos principais, complementados por momentos litúrgicos que atingiram o mais profundo do nosso espírito, com a oportunidade do convívio e da troca de experiências entre irmãos equipistas de tão diversos locais, só podiam ter o efeito de motivar todos para um crescimento cristão concreto, através de equipes cheias de amor, abertas à vontade do Pai, e sincronizadas com o nosso mundo de hoje.

Concelebração do ·domingo

O casal D'Amonville teve a oportunidade de dirigir a palavra aos equ:pistas presentes na abertura e no encerramento do Encontro. Fizeram-no em francês, com oportuna tradução de Peter Na das, da ECIR. Já o Pe. Tandonnet surpreendeu agradavelmente a todos ao falar em português fluente. Deixaram em todos nós, que tivemos a graça de vê-los e ouvi-los, seu testemunho de simpatia, de simplicidade, de fraternidade. Os queridos visitantes participaram ativamente de todos os momentos do EACRE, inclusive dos grupos de co-participação e reuniões de Conselheiros Espirituais, mostrando-se in-

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cansáveis em sua sede de melhor conhecer as características das equipes e dos equipistas brasileiros. As 3 palestras programadas cobriram o novo documento já citado, dividindo-o em igual quantidade de fases. Elas estiveram a cargo de Dirce e Rubens, de Cidinha e Igar e Hélene e Peter. Paralelamente às novidades apresentadas, sobre as quais todas as equipes serão chamadas a refletir, os palestristas relembraram os pontos principais da mística e d.sciplina do Movimento e do papel do Casal Responsável, motivando-o para um desempenho coerente em face da maior maturidade que o novo enfoque está a exigir de cada um dos equipistas. Os 30 grupos de co-participação tiveram três reuniões, nas quais discorreram sobre tópicos guias sugeridos em cada palestra, permitindo uma assimilação mais completa dos conceitos e testemunhos apresentados.

Pe. Tandonnet, Marie e Louis com um grupo de participantes

Houve ainda oportunidade para reuniões por Regiões, conduzidas pelos respectivos Casais Regionais. Da mesma forma, não se poderia perder a oportunidade de reunir os Conselheiros Espirituais presentes para uma co-participação toda particular, dada a presença do Pe. Tandonnet. E a liturgia? As meditações matinais, daquelas que nos abrem o coração para Deus e trazem aquela tranqüilidade interior que

só o conforto de Seus braços pode proporcionar. . . A linda de-

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coração do altar, o jogo de luzes gradativamente diminuindo e depois aumentando, o violão tocando suave ao longe - quanta paz! Coube a D. Francisco Manoel Vieira, Bispo Auxiliar de SãO\ Paulo encarregado da Pastoral Familiar, presidir a primeira das . celebrações eucarísticas - a Missa do Espírito Santo. No domingo, foi Nossa Senhora, padroeira das Equipes, a homenagea- da, na concelebração presidida por D. Antonio Celso Queiroz,. Bispo Auxiliar de São Paulo, cujas palavras na homilia calararru fundo em todos. Muito ainda restaria para contar sobre o EACRE 77 de São Paulo: a eficiência da equipe de serviço, dos 60 casais que, desde março, trabalhavam na preparação do Encontro, a presença dos "casais orantes" que se revezaram na capela do Colégio durante os dois dias, os sorrisos de carinho na chegada, os cafézinhos nos intervalos, as filas nas refeições, a campainha chamando para a próxima atração, os casais hospedeiros trazendo e levando seus pensionistas, os cumprimentos na despedida ... Mas o EACRE é apenas um posto de reabastecimento. Os casais e Conselheiros que participaram saberão fazer bom usoda energia adquirida neste encontro com Cristo para conduzirem . suas equipes, neste novo ano equipista, como autênticas comunidades cristãs de casais.

Josefina e Roque, Casal Relator

"Aqui estamos para aperfeiçoar e reavivar nosso 'potencial evangelizador• .•• Na Igreja, somos chamados a seguir a Cristo e a ser, no meio do mundo. testemunhas e servidores da comunhão dos homens ... " "ó Pai, que pelo Vosso Espirito distribuis em vossa Igreja os carismas, os dons e os ministérios, iluminai-nos no mesmo Espírito, para sermos fontes de vida e agentes de transformação em nosso trabalho específico."

(Paraliturgia de abertura)

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A MENSAGEM DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

"São Paulo. Manhã do sábado 2 de julho, no Liceu Coração <de Jesus. Depois da meditação e da abertura, Marcello e Esther apre~sentam os visitantes, Marie e Louis D'Amonville e o Pe. Tandon: net, sublinhando Marcello que os três têm um carinho todo es:pecial pelo nosso Brasil, "que aliás conhecem melhor do que nós -aqui, pois conhecem Belém do Pará ... " Toma então a palavra o Pe. Tandonnet - em português. Surpresa geral, aplausos. (foto) Diz-nos de sua alegria em voltar ao Brasil, após 8 anos, e de encontrar "equipes que vivem, crescem e se renovam". "Trago-vos, acrescenta, a saudação de vossos irmãos e irmãs de todas as partes do mundo. Faça Deus que esses dois dias sejam um passo adiante para um amor maior, um serviço mais eficaz, uma fé mais forte e mais contagiante". A seguir, Marie, traduzida por Peter, faz a apresentação do casal, dizendo: "Em primeiro lugar, somos um casal membro das Equipes de N assa Senhora, como qualquer um d~ vocês ... " Contou a seguir como, com apenas cinco anos de equipe, sent:ram o apelo de Deus para consagrarem o resto de sua vida em comum a Seu serviço através de um trabalho na Igreja e encontraram o Pe. Caffarel, que os convidou a entrarem para a Equipe Responsável Internacional. "Há sete anos somos Casal Responsável por essa Equipe. É uma carga pesada e uma grande responsabilidade, mas também uma grande graça, pois

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temos a sorte de ver sem cessar as maravilhas de Deus, a ação de Deus em cada continente, em cada país e no interior de muitos lares." Acrescentou: "Conhecer o Brasil é uma grande satisfação, mas encontrar vocês é algo de realmente extraordinário. Toda noite, há muitos anos, nós nos encontramos com vocês ao rezar o 'Magnificat'. Cada dia, trabalhamos para vocês. Então vocês podem imaginar o que esse encontro de hoje representa para nós!" Terminou dizendo: "Somos 700 vindos de longe, do Brasil e da França, para nos reunirmos em nome de Cristo. É para Ele que estamos aqui. Nossa amizade vai crescer durante esses dois dias. Mas, principalmente, estejamos disponíveis interiormente para deixar crescer em nós o nosso amor por Ele ... " Passou a palavra a Louis, que apresentou inicialmente um panorama do Movimento no mundo: "Somos 3.800 equipes, nos 5 continentes - 800 de língua portuguesa, 700 de língua espanhola, 200 de inglesa, 200 de italiana, uma centena de língua alemã, 1.800 de língua francesa (2/5). Não esqueçamos algumas equipes em países onde o Movimento se inicia: 2 japonesas, 5 árabes, várias na Africa." Lembrando que, na América Latina, existem equipes apenas no Brasil e na Colômbia, disse: "Gostaria que aqueles dentre vocês que viajam pensem em implantar o Movimento nos países onde ainda não existe." Afirmou que o crescimento que se verifica "de ano para ano dá ao Movimento uma responsabilidade ao nível da Igreja universal. Somos hoje o único Movimento que cuida de espiritualidade conjugal nos cinco continentes. Assim como, no seio de suas dioceses, vocês têm a responsabilidade de colaborarem a nível de paróquia e diocese com as estruturas da Igreja local, a Equipe Responsável Internacional colabora com Roma. Em particular, temos a ocasião de encontrar freqüentemente o seu patrício, D. Lucas Moreira Neves, Vice-Presidente do Conselho de Leigos. Há também um casal belga das Equipes que participa da Comissão Pontifícia para a Família." Iniciando uma reflexão sobre o que são as Equipes de Nossa Senhora e como vê o seu futuro imediato, Louis disse que, n estes últimos anos, respondendo ao apelo do Pe. Caffarel ao deixar a direção espiritual do Movimento, houve um esforço muito grande de renovação e de aprofundamento. "Se os objetivos fundamentais das Equipes de Nossa Senhora não mudam , afirmou, o contexto do mundo, ele sim, mudou. P recisávamos, portanto, adaptar-nos a esse contexto em modificação. Tentamos rejuvenescer aquilo que chamamos "as estruturas", em sentido amplo. Tentamos redefinir o que é uma Equipe de Nossa Senhora e, a partir daí estabelecer uma nova pedagogia para as equipes que começa~ no Movimento. Estamos tentando formular nossos métodos numa linguagem de hoje - assim, estamos refazendo vários do-15-


cumentos." Advertiu, porém, que "esse trabalho só terá valor e sentido na medida em que houver um trabalho de aprofundamento espiritual por parte de cada um dos nossos casais, de cada uma das nossas equipes. Os documentos só terão valor se estiverem a serviço desse aprofundamento - n ão têm valor em si mesmos." Lembrou que, paralelamente a esse trabalho, "os casais das Equipes foram convidados a um aprofundamento a partir dessa frase dos Estatutos: 'querem fazer do Evangelho o fundamento da própria família', para que o rejuvenescimento e o aprofundamento se fizessem também ao nível de cada um dos casais dentro da linha do Evangelho. Agora, depois de Roma, "pretendemos prosseguir nesta mesma linha: como viver e testemunhar o Evangelho hoje, como casal? Mas com uma ênfase particular sobre um ponto novo. Aqueles de vocês que participaram conosco do Encontro de Roma devem ter ficado impressionados com a insistência do Papa, que nos convidava a preocupar-nos com os outros casais. Falou, por duas vezes, em seu discurso: "Muitos casais hoje necessitam de ajuda." e "vos ficarão gratos pela ajuda que lhes haveis de dar". A situação do casamento e da família evoluiu sensivelmente nesses últimos 27 anos, depois que Nancy e Pedro reuniram a primeira equipe brasileira. Essa evolução continua muito rapidamente, no Brasil como em todos os outros países. Se, no início, podíamos nos reunir em equipe essencialmente para viver uma vida mais cristã, hoje não podemos ficar insensíveis a tudo que ocorre em torno de nós no campo do matrimônio e da família. Não temos o direito de viver nosso casamento apenas para nós. Nós, casais das Equipes de Nossa Senhora, somos mais responsáveis que os outros pelo futuro do matrimônio cristão. Seremos, realmente, nos próximos anos, aquela luz que brilha ou seremos aquela que se coloca debaixo do alqueire?" Acrescentou que, "para nos ajudar a levar adiante essa missão, que percebemos mais claramente hoje, escolhemos três orientações: a proclamação do Reino de Deus; o desapego, que nos torna livres para essa proclamação; e a abertura ao Espírito Santo, que é o único que nos pode dar forças para essa missão." Antes da concelebração de encerramento, o Pe. Tandonnet falou-nos sobre os que as Equipes de Nossa Senhora deverão viver amanhã: "Qual é a missão que nos espera?" Iniciou dizendo: "Nesta cidade, dedicada a São Paulo, desejaria tomar como ponto de partida o exemplo daquele que a tradição nunca deixou de chamar 'O Apóstolo'." Lembrou-nos as duas perguntas que São Paulo fez ao Senhor no caminho de Damasco: "Quem és tu?" e "O que devo fazer?" Perguntas inteiramente válidas para nós ainda hoje. Temos que

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continuar nossos esforços para conhecê-lO melhor através de Sua palavra e para agir de acordo com a Sua vontade. Para nós, casais cristãos, Sua vontade é que vivamos plenamente a nossa vocação conjugal e evangelizadora. Um dos objetivos das Equipes de Nossa Senhora, disse, é "sens1bilizar os casais e ajudá-los a serem agentes polivalentes de evangelização". "Para a evangelização, nossa criatividade deve sugerir-nos novas formas de aproximação." "Ao entrar nas Equipes, vocês não o fizeram apenas para aperfeiçoar a sua vida conjugal e espiritual: sabiam que as Equipes queriam estar abertas aos outros e ao mundo ('Pretendem ser, por toda parte, os missionários de Cristo', está dito claramente na primeira parte dos Estatutos)." Tanto é, frisou ele, que nem precisaria citar todas as formas de presença ao mundo que vocês assumem, porque vocês as conhecem melhor do que eu ... Preferiu enumerá-las assim mesmo e acrescentou: "Tudo isso, vocês já fazem. Mas podem fazer ainda mais, e melhor! Quem de nós não está consciente de sua preguiça, de sua falta de generosidade, de audácia? São pistas nas quais se trata de prosseguir com mais vigor ainda". No final do Encontro, depois do canto solene do "Magnificat", Marie e Louis aproximaram-se do microfone. Como no início, o auditório ficou em suspenso. As palavras de Marie, traduzidas novamente por Peter, ressoavam na densidade de um silêncio carregado de atenção e de emoção. O que ela disse, não vamos repetir aqui: vocês já leram, no Edito-rial desta Carta.

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UMA EQUIPE FAZ DEZ ANOS

(Do Boletim de Taubaté)

O mês de junho deste ano marca o décimo aniversariO da Equipe 7 e é com justa alegria que estamos convidando os "amigos e vizinhos" para cantar conosco o "Magrtificat". Porque nesses 10 anos tivemos oportunidade de perceber de perto a ação divina no meio de nós. Realmen e, reduzidos a nós mesmos, somos pouca coisa: somos humanidade, somos a igreja antes de Pentecostes. Mas, quando o Espírito de Deus se move em nós, acontecem maravilhas. É maravilhoso saber que caminhamos de mãos dadas todos esses anos: às vezes tropeçamos e chegamc·s a cair, mas os outros seguraram firme em nossas mãos impedindo que ficássemos para trás. É maravilhoso ter certeza de que aquela escolha amorosa que cada um fez, no dia d.e seu matrimônio, por um companheiro o.u companheira de jornada, cresceu e se aperfeiçoou, nestes 10 anos de equipe, ao ponto de amarmos os nossos mútuos valores reais, sem deixar que a fumaça da fantasia nos faça sentar à beira do caminho a sonhar com outras aparências irreais possíveis, agora completamente impossíveis. Porque é possível amar até os defeitos da pessoa amada, enquanto eles são reais e, portanto, polos de atração do meu interesse, da minha dedicação e da minha ação salvadora. É maravilhoso verificar que não desanimamos no empenho de formar a personalidade de nossos filhos, nos laços do amor e no ar puro da liberdade, para que eles nunca possam repudiar a nossa união que lhes deu a vida. Porque não lhes demos somente a existência, mas soubemos alimentá-la com o alimento forte da graça de Deus. É maravilhoso, também, sentir que não cedemos, na guerra contra o nosso egoísmo, o lugar de honra em nosso coração. Sim,

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conseguimos grandes vitórias na luta por um testemunho cristão. De algum modo conseguimos comunicar às pessoas que nos rodeiam que nós queremos ser cristãos, que nós reconhecemos o amor de Cristo, que nós buscamos ser na terra os seus discípulos. É maravilhoso, enfim, reconhecer que fomos fiéis. Tivemos as nossas dificuldades, é bem verdade, porque a família cristã está aí, no mundo de hoje, como um pequeno barco em meio à tempestade. Sem esquecer nossa origem divina, tentamos realizar a "missão" no meio dos homens e temos a audácia de dizer, como São Paulo, que a graça de Deus não tem sido de todo estéril em nós.

O mesmo Apóstolo Paulo nos fala: "o que se espera de um verdadeiro discípulo é que ele seja fiel". Porisso, cantando, hoje, em uníssono com nossos irmãos, este "Magnificat" queremos protestar a nossa fidelidade: a Deus, nosso Pai que por seu Filho, Jesus Cristo, e pelo Espírito Santo nos deu a vida, nos restaurou na graça e nos ama com amor eterno; a Nossa Senhora que com seu silencioso amor materno nos tem acompanhado nestes 10 anos de vida em sua equipe; à Igreja que pelo nosso Papa e pelo nosso Bispo nos tem comunicado a voz de Jesus Cristo, nosso Pastor. E a vocês, caros amigos cristãos e equipistas, leitores de "mENSagem", o nosso convite para que, alegres como nós, cantem conosco este "Magnificat", na certeza de que "só a fidelidade cria os fortes".

Pe. João Leopoldo de Almeida Conselheiro Espiritual da Equipe 7

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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Mais um fim de semana de alegria, · fraternidade, carinho, amor, reencontro de irmãos, informações úteis, doses de elevada espiritualidade ocorreu! Desta feita em São José dos Campos, cidade pertencente à Região SP /E. Num clima de família, nos r eunimos: 117 casais, vindos de Brasília, Belém, Manaus, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Pirapora, Petrópolis, Rio de Janeiro, Niterói, Nova Friburgo, Valença, São José dos Campos, Caraguatatuba, Caçapava, Aparecida, Guaratinguetá, Taubaté, Pindamonhangaba, Mogi das Cruzes e Jacareí, além das cidades de Catanduva, São Carlos, Araraquara e Araçatuba, pertencentes a outras regiões.

O salão repleto

Tivemos o privilégio de contar com a presença do casal D'Amonville e o Padre Tandonnet, e ainda com 35 Conselheiros Espirituais, freqüência que empolgou a própria ECIR.

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A acolhida foi a mais festiva e carinhosa possível e teve início na sexta-feira, quando chegaram os casa:s da longínqua Manaus. A organização perfeita facilitou em muito o desenrolar das diversas atividades do Encontro. No sábado, iniciamos o dia com uma Meditação sobre o Espírito Santo que, sinceramente, guiou-nos o tempo todo. A abertura do Encc-ntro coube ao casal regional Irene e D :onísio que, após as boas vindas, deu o nome das cidades part:cipantes. Dirce e Rubens em seguida apresentaram o Padre Tandonnet e o casal D'Amonville que, de início, nos cativaram com suas palavras carinhosas (traduzidas pelo Peter) e seu testemunho de vivência e amor ao Movimento. Após um delicioso cafézinho, ouvimos a primeira palestra, de Rubens e Dirce, que nos falaram scbre a Equipe como uma Comunidade Cristã. Mostraram-nos o porque de certas reformulações para melhor atender ao seu espírito. Prepararam o caminho para que as demais palestras de fato nos conscientizassem das mudanças. Após o almoço, passamos aos Grupos de Co-participação, bastante proveitosos~ e que foram em número de 18.

Depois da encantadora palestra da Cidinha, do Igar, que nos questionou sobre o caminho escolhido Cidinha. ·. por nós para chegarmos ao Pai e nos informou objetivamente sobre as mudanças constantes do documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora", tivemos a missa concelebrada. Como é lindo sentir a presença de Cristo atuando no meio de nós. No final da Santa M;ssa, foram oferecidas a todos os casais, como lembranças, peças de tapeçaria feitas pelas equipes de São José, com a estampa de Nossa Senhora. Os D'Amonville e o Padre Tandonnet foram homenageados com peças maiores. Esse -

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trabalho, além da imagem da Virgem, estampava, em cada ponto, o amor com que éramos esperados por esses equipistas irmãos em Cristo ... Após o jantar, Reunião de Equipes. A saída, nos esperavam os hospedeiros, para nosso merecido descanso.

Domingo O nosso domingo iniciou-se com uma bela meditação, invocando .novamente o Espírito Santo para prosseguimento dos trabalhos. Logo em seguida, ouvimos Peter e Hélene falar sobre o "Casal responsável na Equipe, hoje". Mostraram-nos o que o Movimento, a Igreja, o mundo enfim, esperam de nós, cristãos maduros na fé. Na equipe, o Casal Responsável dispõe de vários meios para conseguir isso. No grupo de co-participação que se seguiu trocamos idéias valiosas sobre a palestra. Em seguida, o Padre Tandonnet questionou-nos sobre a Equipe como Evangelizadora que deve ser. Vimos, mais uma vez, que não podemos egoisticamente isolar-nos dentro de nossa fé ; que ela só cresce se agirmos sobre os irmãos. Após o almoço, nos reunimos em grupo por Regiões, onde tivemos informações seguras e objetivas sobre o contexto da equipe no Movimento e como transmitir tudo que vimos e ouvimos aos demais irmãos das nossas equipes. O Encontro encerrou-se com a concelebração Eucarística, oficiada pelo Sr. Bispo de Taubaté, D. José Antonio do Couto, que durante todo o domingo, participou conosco dos trabalhos e das alegrias do nosso Encontro. A saída, recebemos ainda um lanche para a viagem. Para finalizar, pedimos a Deus, que tanto amor e carinho nos deu, que nos ajude a enfrentar com garra, juntos com nossos irmãos de Equipe, o caminho que nos foi proposto para nos elevarmos, como Família, ao Pai.

Eglê e José Antonio, Casal Relator

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HOMILIA DE D. COUTO

Na missa de encerramento do EACRE em São José dos Campos.

Permitam-me expressar-lhes, antes de tudo, meus sentimentos de alegria e satisfação por terem escolhido a cidade de São José dos Campos, Diocese de Taubaté, para a realização do Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipe. Como Pastor da Igreja em Taubaté, conforta-me e alegra-me intensamente a presença numerosa de sacerdotes e casais provindos de diversos Estados da União, de diversas Dioceses da Igreja no Brasil e múltiplas Regiões e Setores das Equipes, com a nota internacional da simpática e edificante presença e participação do Revmo. Padre Tandonnet e do Casal Louis e Marie D'Amonville, representantes da Equipe Responsável Internacional. Conforta-me e alegra-me intensamente saber que estes sacerdotes e casais estão empenhados na defesa e na promoção dns valores da Família, célula-mãe da sociedade e "Igreja Doméstica", cuja pastoral é prioritária na ação pastoral da Igreja no Brasil. A Diocese de Taubaté sente-se muito honrada em tê-los conosco. Congratulo-me com os organizadores e participantes deste Encontro pelo enriquecimento espiritual-pastoral que proporcionaram a todos através da oração, dos estudos e reflexões nestes dois dias. Todo Encontro de Casais Responsáveis de Equipe e seus respectivos Assistentes Espirituais, por sua própria dinâmica, constitui uma revisão de vida e de atividades do Movimento em suas respectivas Regiões e Setores, e ao mesmo tempo é um esforço conjugado dos participantes no sentido de uma melhor adequação -23-


do Movimento à realidade e às ex1gencias do mundo e da Igr ej a, onde as Equipes de Nossa Senhora vivem e testemunham sua vida cristã conjugal e familiar e procuram sincronizar-se com as Diretrizes da Ação Pastoral da Igreja no Brasil e engajar-se generosamente nesta mesma ação pastoral. Como fui informado, todo Encontro de Casais Responsáveis de Equipe tem uma dupla preocupação: - manter a unidade em torno da mística do Movimento, de sua indispensável disciplina e da sua flexível estrutura, e - procurar com seriedade e co-responsabilidade descobrir ou criar cündições e meios para dar maior dinamism o e vigor espiritual e apostólico · aos equipistas, que, conforme os Estatutos, "querem ser por toda parte os missionários de Cristo", "devotados à Igreja, querem estar sempre prontos a responder aos apelos de seu Bispo e de seus sacerdotes"; às equipes, que "querem estar ao mesmo tempo ligadas ao Pai, em comunhão estreita com a Igreja e plenamente abertas para o mundo", "querem responder ao apelo do Santo Padre e do Sínodo dos Bispos de 1974:" "A família, como a Igreja, tem por dever ser um espaço onde o Evangelho é transmitid o e donde o Evangelho irr adia. No seio de uma família que tem consciência desta missão, t odos os membros da mesma família evangelizam e são evangelizados. Os pais não somente comunicam aos filhos o Evangelho, mas podem receber deles o mesmo Evangelho profundamente vivido. E uma família assim torna-se evangelizadora de muitas outras famíli as e do meio ambiente em que ela se insere" (Evangeli Nuntiandi, 71). Não se esqueçam, porém, caríssimos equipistas, que é preciso que este zelo evangelizador brote de uma verdadeira santidade de vida, alimentada pela oração e sobretudo pela Eucaristia e que, conforme o Concílio Vaticano II no-lo sugere, o apostolado por sua vez leva o apóstolo a crescer em santidade (E.N. 76). Não se esqueçam que "o mundo reclama e espera de nós simplicidade de vida, espírito de oração, caridade para com todos, especialmente para com os pequeninos e os pobres, obediência, desapego de nós mesmos e renúncia. Sem esta marca de santidade dificilmente nosso testemunho terá influência sobre os homens de nosso tempo e nossa palavra atingirá seus corações". (E.N. 76). Não se esqueçam que o dinamismo apostólico e evangélico se estiola naquelas equipes que se fecham em si mesmas, que se fecham em relação aos outros movimentos de renovação cristã a serviço da Igreja e da Sociedade, que se fecham às suas respectivas comunidades paroquiais.

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Caríssimos Casais Responsáveis, levem para os casais das equipes que lhes estão confiadas este lembrete: Que se inserem na pastoral de conjunto ou orgânica de suas respectivas dioceses ou paróquias. Pois a implantação da pastoral orgânica na Igreja no Brasil é um processo irreversível. A Igreja no Brasil precisa do testemunho e da colaboração pastoral das Equipes de Nossa Senhora, principalmente agora que a Igreja assume uma responsabilidade maior na defesa e na promoção dos valores fundamentais da Família em nossa Pátria. Para os diletos e dedicadc·s sacerdotes Assistentes Espirituais das Equipes de Nossa Senhora, faço minha a mensagem de apreço e encorajamento e a exortação pastoral de S. Santidade o Papa Paulo VI: "Aos sacerdotes Assistentes Espirituais das Equipes 'rogo eu, Presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo, e partic' pante da glória que se há de manifestar' (1 Ped. 5, 1): Não hesiteis em dar o melhor da vossa competência, das vossas forças e do vosso zelo pastoral a este privilegiado campo apostólico. Nele encontrareis uma porção da Igreja de que vós sois pastores. Não cedais à tentação de crer que o vosso trabalho pastoral se limita a um pequeno grupo de cristãos. Vossa ação multiplicar-se-á mediante a irradiação de tantos lares. Ajudai-os a aprofundar a sua vida cristã: que a vossa se aprofund~ em igual medida." ("L'Osservatore Romano", 26-09-1976, pág. 8). Não poderia terminar sem agra decer do fundo do coração ao Movimento das Equipes de No-ssa Senhora o grande bem que já fez e continua fazendo , através das inúmeras equipes na Igreja no Brasil e de modo especial na Igreja particular de Taubaté. Equipistas de Nossa Senhora, Cristo e a Igreja continuam contando com vocês. As Famílias de nosso querido Brasil esperam por vocês.

D. José Antonio do Couto Bispo Diocesano de Taubaté

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ORAÇÃO PELA SEMANA DA FAM1LIA

Senhor nosso Deus, Por vossa infinita bondade, Fomos destinados a viver convosco Por toda a eternidade, Gozando as alegrias de pertencer como filhos A vossa divina família de Deus uno e trino. Para nos preparar melhor para esse eterno destino, Vós instituístes a família humana, Escola perene de amor e de generosidade, Onde as pessoas se realizam na doação mútua, As gerações se encontram no diálogo do amor Que une e enriquece pais e filhos E a sociedade conserva os recursos de que necessita Para a sua estabilidade, para o seu progresso E para a sua paz. Senhor nosso Deus, Abençoai a Semana da Família em nossa cidade, Para que ela consiga despertar, No coração dos jovens e adultos, A certeza destes valores que a família encerra. Nós vos pedimos, Por Jesus Cristo vosso filho e nosso irmão, Na unidade do Espírito Santo. Amém.

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CAXIAS DO SUL

Um EACRE se constitui sempre num encontro de uma riqueza imensa, especialmente pela divers:dade na unidade dos participantes, que vêm de localidades as mais variadas. Em Caxias do Sul, os três Estados do Sul se fizeram presentes da seguinte forma: Paraná, 31 casais; Santa Catarina, 60; Rio Grande do Sul, 55. Tivemos ainda o casal da ERI, os seis casais da ECIR e um casal de Petrópolis. Três pessoas estavam desacompanhadas e 25 Conselheiros Espirituais completavam o quadro dos participantes.

O EACRE caracterizou-se, como sempre, por momentos de alegria, de oração e de testemunho proporcionados pela presença de todos aqueles que, procurando viver melhor o ideal das ENS, reuniam-se em nome de Cristo.

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Deram um colorido todo especial ao Encontro os bonés nas cores de Nossa Senhora: azuis para as mulheres e brancos para os homens. (O Pe. Tandonnet, embora esteja sem na foto, embarcou no aeroporto de Porto Alegre com ele na cabeça!) O frio de Caxias do Sul se fez presente logo no primeiro dia, depois do verão fora de época e da chuva do dia anterior. O céu claro dos dias do EACRE foram assim de encomenda. Na sexta-feira de noite, tivemos uma reunião em que o Pe. Tandonnet e Louis e Marie d'Amonville, juntamente com os casais da ECIR, trocaram idéias com os Responsáveis Regionais e de Setores e os Conselheiros Espirituais sobre assuntos do Movimento. Os trabalhos foram iniciados pela Santa Missa, oficiada pelo Pe. Tandonnet. Durante o resto daquela noite, os casais vindos de cidades distantes foram fazendo suas inscrições e sendo levados depois para as casas dos seus anfitriões, alguns de outras profissões de fé. No sábado, Caxias começou a viver dias de festa: casais circulando com seus bonés, com as inscrições EACRE-77-CAXIAS DO SUL-ENS, davam uma nota diferente à cidade, toda ela ciente do Encontro pela ampla cobertura dada pela imprensa falad 3 e escrita. Pela manhã, tivemos o início dos trabalhos, com uma paraliturgia, seguindo-se a apresentação dos participantes por Estados de origem, a apresentação dos três representantes da Equipe Responsável Internacional, dos casais da ECIR e dos Conselheirc·s Espirituais presentes. D. Benedito Zorzi, Bispo Diocesano de Caxias do Sul, lá estava com seu boné branco do Encontro e nos chamou a atencão para o fato que, nos dias de hoje, mais do que nunca, o cristão se distingue pela vivência da Eucaristia, pela presença de Maria em sua vida e pela sua adesão ao Papa. "São as três cousas brancas em nossa vida, e não seremos cristãos se nos afastarmos de uma delas." Disse ainda que esperava que as ENS, em quem a Igreja põe tantas esperanças, não tivessem um encontro amargo-, de acordo com a sigla "É ACRE". . . Apresentou ainda seu Bispo Auxiliar, D. Paulo Moretto, filho e irmão de equipistas, que nos dirigiu palavras de animação, dando ênfase ao valor de tais encontros, diante das dificuldades que a família atravessa nos dias de hoje. Os trabalhos do dia passaram a se desenvc·lver dentro do esquema programado, tendo por retaguarda uma sólida organização montada pelos casais da Equipe de Serviço, que se desdobravam em todos os sentidos para que nada nos faltasse. E tudo foi de uma riqueza sem par: as palestras (Louis e Marie, Rubens e -28-


Dirce, Cidinha e Igar), os grupos de co-participação, o almoço, regado com o generoso vinho da região, a missa no próprio local dos trabalhos, presidida pelo Pe. Tandonnet e concelebrada pelos Conselheiros Esp:rituais presentes. De noite, tivemos as reuniões em casa de equipistas, sendo outra fonte de enriquecimento, pela troca de experiências entre casais de diversas cidades. O menu foi único em todas as C3.sas: Lasagna à D'Amonville e Poulet à Tandonnet ... No dia seguinte, os trabalhos deveriam ter se iniciado bem cedo, mas o vinho do jantar da véspera e o frio fizeram ':!om que tivéssemos um bom número de retardatários. Começamos com a paraliturgia, seguindo-se a palestra de Peter e Hélene, os grupos de co-participação e, finalmente, a grande conferência do Pe. Tandc.nnet, sobre as perspectivas futuras das Equipes de Nossa Senhora. A missa de encerramento, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, foi o ponto culminante do EACRE 77. Dezoito sacerdotes participaram d3. concelebração, que foi encerrada cem as tocantes palavras de Marie e Louis, chamando a nossa atenção para o texto do Evangelho de São Mateus: "O que recebestes gratuitamente, dai-o gratuitamente. Não leveis nem ouro nem prata nas vossas cinturas, nem saco de viagem, nem duas túnicas, nem calcado, nem bordão ... " O cristão deve se despojar de tudo para nodPr levar ao outro a Palavra de Deus. Ao final da missa, as rosas distribuídas pelas crianças de Caxias às mães equipistas selaram de forma comovente o nosso Encontro. Em seguida, o Rincão da Lealdade, um centro de tradições gaúchas, abriu suas portas para nos recepcionar. E tivemos o nosso almoço de confraternização: churrasco, vinho, distribuição de presentes, e as danças tradicionais dos gaúchos. E, ao final, a cerimônia de entrega dos lenços dos Maragatos aos visitantes, simbolizando a união e a amizade do povo de Caxias do Sul.

Dilma e Miguel Orofino Equipe 1, Florianópolis

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A EQUIPE, UMA COMUNIDADE CRISTÃ

(Resumo da palestra de Rubens)

Antes de Rubens falar, Dirce disse de "desde que aqui entramos, sentimos alguma coisa diferente no ar - é a presença do Cristo no meio de nós - e, ao mesmo tempo, a alegria da presença da Equipe Responsável Internacional, na pessoa de Mar~e e Louis e do Pe. Tandonnet." Lembrou que contribuiam certamente para criar esse clima excepcional os esforços de todo·s - da equipe de serviço, que vinha preparando esse Encontro há tanto tempo e com tanto carinho - e do trabalho conjugado de vários Setores: a pasta havia sido preparada em Jundiaí, a liturgia, em Brusque ... Terminou lembrando a importância da oração: devemos estar atentos, perscrutando o que Deus quer de nós, em todos os momentos de nossa vida, e particularmente durante esse Encontro. Iniciou Rubens, remontando a 1970, quando, em Roma, na sua conferência sobre o ateísmo, o Pe. Caffarel procurava discernir os sinais dos tempos e via que as Equipes de Nossa Senhora eram chamadas a uma nova vocação. Deus queria algo mais do Movimento: a transformação interior de cada um de nós, para manifestar Deus aos outros. . . Cc.ncluia que não estávamos preparados para enfrentar esse desafio - daí a inclusão dos três meios de aperfeiçoamento, leitura diária da Palavra, meditação diária e ascese. A partir de 1973, o Movimento enveredou por uma nova fase, esse "esforço profundo de reflexão, numa vontade férrea de descobrir os desígnios de Deus sobre o Movimento" a que nos convidava o Pe. Caffarel ao deixar as Equipes. Hoje, temos, entre outros resultados dessa reflexão, que envolveu os escalões do mundo inteiro, o documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora". -30-


Pedindo que olhássemos para esse documento "com os olhos da fé, procurando discernir o que, através dele, Deus quer de cada um de nós", e dizendo que visa a definir, "numa linguagem de hoje, as Equipes de Nossa Senhora para todas as equipes de todos os quadrantes", passou a comentá-lo, principalmente a sua primeira parte - "Equipe, comunidade cristã de casais". Mostrou que a colocação atual, sem desmentir as anteriores, as enriquece. Se estamos nas Equipes de Nossa Senhora, é porque fomos "vocacionados". Vemos claramente que, nesta comunidade, não são razões humanas que nos unem, mas o próprio Cristo. "O vínculo é a fé, a caridade, é o Espírito Santo, que é capaz de nos modificar, de nos desinstalar." Comparou a equipe a um barco, "que caminha através do esforço de cada um dos seus ocupantes para levá-los ao destino onde pretendem chegar". Destacou o papel do Conselheiro Espiritual, definindo-o como "o prático da barra". "Ele é que conhece o canal, que sabe onde estão os arrecifes, que avisa: 'cuidado, estão se desviando do caminho', ele é quem torna o Cristo presente, que vai ajudar a não perdê-lo de vista." Nesse barco, "a tripulação se constitui livremente e aceita livremente a vida comunitária, com suas leis bem determinadas para chegar a seus objetivos. Se algum dos tripulantes remar em sentido contrário ou simplesmente ficar parado, vai dificultar a marcha do barco.'' Enfatizou que a responsabilidade que nos incumbe de sermos sinal do amor de Deus para os outros casais tornou-se maior agora, diante do divórcio. Sublinhou a necessidade de os equipistas "se ajudarem entre si a construir-se em Cristo" e lembrou que devemos recorrer muito a Nossa Senhora, pois, segundo diz a 'Lumen Gentium', "não há melhor guia para chegar a Deus do que a própria Mãe de Deus".

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PONTOS

CONCRETOS

DE

ESFORÇO

(S egunda parte da palestra de Cidinha)

Sem alguns pontos de esforço concretos, "as orientações de vida" correm o r ' sco de permanecerem "estratosféricas". Para a gente realmente viver tudo isso, são necessários 6 pontos bem determinados. Devemos nos obrigar a cumpri-los: são meios de aperfeiçoamento. 1. "Escutar assiduamente a Palavra de Deus" - Há uma novidade na formulação: escutar em vez de ler. Quer dizer: pr{)o<:urar ouvir o que Ele está falando para mim. "Assiduamente", quer dizer: a cada oportunidade - e temos que arrumar essas oportun' dades. Nunca podemos ter a consciência de termos "cumprido a obrigação". Devemos familiarizar-nos a tal ponto com a Palavra de Deus que ela deve se tornar uma coisa necessária para a nossa vida. 2. Reservar, todos os dias, o tempo necessário para um ve1·dadeiro encontro com o Senhor. É a meditação. O encontro em si é que determina o tempo. . . Lembremo-nos do nosso tempo de namoro: à medida que o amor ia crescendo, íamos sentindo necess·dade de tempos de encontro maiores. A medida que vamos progredindo no amor de Deus, vamos sentindo a necessidade de tempos maiores, até na.s esquecermos do t empo. . . Em resumo: . o tempo NECESSARIO para que haja um VERDADEIRO .encontro: aquela sintonia, aquela intimidade ... 3. Encontrar-se, cada dia, marido e mulher, numa oração conjugal e, se possível, familiar. Este "se possível" quer dizer: sempre que possível, ou, a menos que seja impossível: se temos filhos em idade para isso, devemos fazer todo o empenho para realizar a oração familiar. Mas a oração conjugal é que não é possível dispensar. É imprescindível que penetremos juntos na intimidade de Deus, que nos abandonemos, juntos, à força do

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Espírito Santo. Como fazê-lo? Podemos ler um texto bíblico juntos, ficar alguns minutos em silêncio, fazer uma oração espontânea e rezar juntos o "Magnificat". Esses encontros dos dois com Deus na oração são indispensáveis para que os dois cresçam juntos, para que possam realmente trilhar juntos o caminho do Cristo. 4. Dedicar, cada mês, o tempo necessário para um verdadeiro diálogo conjugal, sob o olhar do Senhor. É o dever de sentar-se. O "tempo necessário" - para que haja um verdadeiro encontro, um encontro em profundidade, um encontro de almas. É preciso entrar em si e ver o que ainda está perturbando a nossa unidade - e ajudar o outro a fazer o mesmo. Devemos abordar, sob o olhar de Deus, nossa união, nossos filhos, nosso futuro, nossa equipe, os outros, nosso apostolado. Há tanta coisa. . . As vezes é melhor aprofundar um só assunto. Somente sob o olhar do Senhor saberemos ouvir, aprenderemos a morrer um pouco. para que o outro viva, para ambos crescermos em unidade, crescermos em caridade.

5. Fixar-se uma regra de vida. e revê-la todos os meses. A gente diz: "Eu preciso fazer isto ou aquilo" - e fica nisso mesmo. . . Para que não aconteça isso, é que é indispensável a regra: de vida. É um meio concreto de nos disciplinar, de nos transformar. É muito importante revê-la mensalmente, senão fica-se naquilo o resto da vida e não se progride. 6. Colocar-se cada ano diante do Senhor, para rever e planificar a sua vida, durante um retiro de pelo menos 48 horas,. vivido, se possível, em casal. Não é preciso insistir na importância do retiro para o nosso crescimento no amor. Pelo nosso estado de disponibilidade, no retiro conseguimos encontrar a nós mesmos, ao nosso cônjuge e a Deus. O "se possível" aqui tem o mesmo significado de antes: quer dizer "fazer todo o empenho". Se for de todo impossível fazer o retiro juntos, é melhor fazermos separados do que não fazer. Esses meios devem ser assumidos lealmente, sem nos preocuparmos com a "cobrança", mas, pelo contrário, recorrendo à equipe para que nos ajude a pô-los em prática, a superar as dificuldades que encontramos. Num caminho, eu posso encontrar neblina, desvios, etc. - mas se eu estou convencido que esse caminho é o certo, vou tentar superar todos os obstáculos que se apresentam. A partilha vai me ajudar: ela é como uma bússola, a indicar se estou na direção certa. Vemos que não há nada de extraordinário nesses meios: não podem deixar de serem vividos por todo casal que queira trilhar, junto, o caminho de Cristo. -33-


E os outros? Os outros servem de apoio a esses seis. En~ quanto os primeiros poderiam ser vividos por qualquer cristão, esses são específicos das Equipes. Para facilitar, vou usar uma comparação. Há as regras de determinado esporte. Há também as regras do clube onde vou praticar esse esporte. Pois os seis primeiros seriam as regras do jogo, enquanto que os outros, as regras do clube. Por que só os seis são objeto de partilha? Porque são os indispensáveis para nossa vida espiritual e os mais difíceis. Isso por acaso quer dizer que vamos deixar de estar presentes à reunião, de responder ao tema, de ler a Carta Mensal, de rezar a oração das Equipes, de dar nossa contribuição mensal? Não. Significa apenas que não precisamos pedir a ajuda da equipe nesses pontos! Mas compete ao Casal Responsável zelar para que nenhum àeles seja negligenciado. Se não cumpro as regras de um clube, não posso dizer que pertenço a esse clube: assim, se não vivo essas regras, não posso me considerar como fazendo parte de uma Equipe de Nossa Senhora .

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O CASAL RESPONSAVEL DE EQUIPE, HOJE

A luz do documento "0 que é uma Equipe de Nossa Senhora hoje", era necessário valorizar-<:e o papel do Responsável de equipe. Foi o que fez Peter na seguinte palestra:

Antes de responder à pergunta: o que significa ser Responsável de Equipe, é preciso responder a uma outra pergunta: o que é uma equipe? A equipe não é um fim. A equipe é um meio para chegarmos a um fim. É um instrumento. É a forma de vida que escolhemos para nossa comunidade. É a forma organizada que temos para a vivência de nossa comunidade. Tem por fim ajudar os seus membros a atingir o fim que Deus escolheu para cada um deles. Aquele que conduz o barco é Jesus Cristo. O líder da "forma organizada" é o Casal Responsável. Precisa zelar para que funcione em relação ao objetivo. Precisa fazer com que, de como ela é, se transforme no que deveria ser ... Para isso, deve perguntar-se: o que a equipe, os seus membros, esperam do seu Casal Responsável? Esperam que lhes permita viver tempos fortes de oração e de co-participação; ajudar-se recíproca e ef~ cazmente a caminhar para o Senhor e a dar testemunho dEle. Deve levar a equipe a participar com Cristo, que está no meio dela, da vida sobrenatural que é a da Santíssima Trindade. São conseqüências fundamentais dessa participação: - em união com o Cristo, a equipe volta-se para o Pai, para acolher o seu amor (são momentos de profunda oração, de profunda união) ; - a equipe, na presença do Filho, partilha entre si este amor (passa a ter "um só coração e uma só alma") ;

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- a equipe, impelida pelo Espírito Santo, envia seus membros ao mundo para revelar o amor do Pai (é o testemunho e o apostolado). O Casal Responsável precisa fazer com que haja abertura para receber o amor do Pai, para dividi-lo com os irmãos, e disponibilidade para levar esse amor aos de fora.

* Deve zelar também para que o espírito da co-participação impregne toda a reunião. Embora possa ter uma hora determinada, não se deve limitá-la a um momento da reunião, pois, na realidade, é um espírito. Espírito que deve perdurar inclusive durante o resto do mês, quando cada um de nós vai cumprir a missão para a qual o Espírito Santo o está impelindo. Perguntas que se deve colocar o Casal Responsável para fazer um diagnóstico sobre a equipe, diagnóstico que irá determinar a sua atuação: Como é a minha equipe? Como deveria ser? De que meios lançar mão para chegar lá? E especificamente: 1.0 - De que forma a nossa equipe acolhe o amor do Pai? Na oração comunitária, na meditação, na co-participação? 2.0 - De que forma nossa equipe, na presença de Cristo, partilha esse amor? Como vivemos este amor na partilha? Na troca de idéias? a partilha: é um momento fundamental, um momento em que a vida comunitária se manifesta realmente; é o momento em que reconheço que preciso de ajuda dos outros e cobro esta ajuda do Movimento! na partilha, ajudamos realmente o outro a construir-se em Cristo? a testemunhar ao mundo? a troca de idéias: o estudo do tema tem por objetivo principal fazer com que marido e mulher reflitam juntos e se conheçam melhor; na troca de idéias, somamos as nossas riquezas - trata-se de viver e não de discutir, de somar, não de dividir ... ; de que forma aquilo que eu li teve influência na minha vida? dizer aos meus companheiros se aquilo me levou a mudar de vida. 3.0 - De que forma Durante o mês, como é a parecer o amor de Deus está testemunhando esse

nossa equipe vive e revela este amor? vida de casal de cada um? Deixa transque está nele? Através desta vivência, amor de Deus? Na reunião, cada um -36-


participa a forma como revela aos outros esse amor? Que tipo de trabalho cada um é levado a fazer?

* Não é através de uma ação burocrática que o Casal Responsável vai exercer sua missão. É claro que precisa fazer o relatório das reuniões, mas isso é o menos importante. Vai exercer sua missão principalmente através dessa reflexão de que falamos sobre o que deveria ser a equipe, o que é e o que pode fazer para que se aproxime sempre mais do modelo ... Vai exercer sua missão se conseguir levar cada um a participar efetivamente da vida comunitária. Deve perguntar-se como vai o amor fraterno na equipe: - será que todos são reconhecidos por todos? Cada um sente realmente que a comunidade o ama? Que o assume? A resposta a esta pergunta é que vai pintar o quadro da equipe. É inútil querer se enganar a si mesmo, querer enganar uns aos outros, e mais ainda, enganar a Deus! Em função das respostas às perguntas acima, o Casal Responsável pode alinhar as deficiências e procurar as soluções. Tudo isso requer um trabalho sério. Para realizá-lo, o Casal Responsável conta com meios específicos. É

preciso primeiro um esforço espiritual.

O Casal Responsável precisa ser testemunha da vivência daquilo que ele prega, deve ser o primeiro a viver! Deve fazer um esforço interior de oração, procurar momentos de profunda intimidade com o Senhor (o diagnóstico deve ser feito sob o olhar de Deus - só assim será válido!). Com nossas forças apenas, não vamos conseguir cumprir a nossa missão! É a força do Espírito Santo, através de nós, que vai impulsionar a equipe. O Casal Responsável deve perguntar a Deus qual é o Seu plano sobre a equipe e pedir que o ajude a realizar esse plano. Há também um esforço exterior de ação sobre a equipe: primeiro, de presença a todos os casais; de procura de um maior conhecimento de cada um deles; depois, de dinamismo, de criatividade. Outro meio de ação sobre a equipe é a partilha dos seis meios de aperfeiçoamento, que constituem um auxílio para se aproximar de Deus e do cônjuge, para viver mais profundamente o sacramento do batismo e o sacramento do matrimônio. -37-


Por que se partilham somente esses seis meios? Porque são essenciais para o aperfeiçoamento espiritual. Os outros são regras próprias da vida de equipe - fazem parte da "forma organizada" - e o Casal Responsável deverá usar de criatividade em relação a eles. Em relação ao tema, por exemplo, temos que levar todos a responderem por escrito: como vamos motivá-los? Outro meio privilegiado de ação sobre a equipe ainda é a reunião preparatória, na qual devem ser estudadas quais as condições para uma participação efetiva de todos em todos c-s momentos. O Casal Responsável tem ainda esse meio de aperfeiçoamento a mais, a Missa a que deve assistir durante a semana nas intenções da sua equipe. Além disso, ele tem o Padre Assistente para ajudá-lo. Deve recorrer a ele em todas as ocasiões. E tem também o Casal de Ligação.

* Concluindo: Assumimos agora de modo mais adulto o fato de pertencermos às Equipes de Nossa Senhora. Apresentando à equipe o documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora", o Casal Responsável fará com que todos se conscientizem disto. E o principal continua sendo: confiar a Jesus Cristo a condução da equipe. Ele é que é o caminho. Só Ele pode conduzi-la. É na medida em que nos abrirmos ao seu Espírito que poderemos ser seus instrumentos.

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APOSTOLADO

S.O.F. -

SOCORRO MATRIMONIAL

Há um ano e meio funciona em São José dos Campos o "Serviço de Orientação Familiar", mais conhecido por S.O.F. Sua finalidade é ajudar casais a encontrar a plenitude de vida e de interesses, tendo em vista sua missão no seio da comunidade. Em outras palavras, o S.O.F. procura conscientizar os casais de suas obrigações familiares. É de natureza promocional apenas, sem caráter assistencial. Trabalho gratuito, sigiloso e eminentemente cristão, é desenvolvido por "casais orientadores" que contam, quando preciso, com a ajuda de médicos, psicólogos, advogados e assistentes espirituais. Esses orientadores são casais com reconhecida experiência de vida familiar e já afeitos ao diálogo conjugal, arrebanhados nas Equipes de Nossa Senhora. Cartazes do S.O.F. estão afixados em todas as paróquias e em algumas casas comerciais. Graças a esse expediente, os casais "em crise", ou geralmente um dos cônjuges, procuram o S.O.F. através de um contacto telefônico, quando então uma primeira entrevista é marcada. No primeiro encontro pessoal, o casal orientador explica os princípios e objetivos do S.O.F. e a seguir é inteirado com facilidade dos tipos de problemas que afligem o "casal em crise". Durante esse primeiro encontro, algumas orientações, ditadas pelo bom senso e pelo Espírito Santo, já são prestadas. Marcam-se novas entrevistas e, durante os intervalos entre elas, o casal orientador troca idéias entre si, ou se for o caso, vai buscar subsídios com especialistas, a respeito do tipo e da forma de ajuda a prestar aos casais atendidos. Reza-se bastante. Encontrada uma solução para o tipo de problema que está afligindo o casal, a ele a idéia é apresentada, aos poucos ou de uma vez, conforme as circunstâncias.

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Os resultados até hoje, graças a Deus, têm sido animadores. Pois muitos problemas trazidos ao S.O.F. são provocados por ignorância de algumas regras fundamentais que sustentam a harmonia conjugal, ou conseqüência de ingerência familiar, ou ainda de ignorância religiosa. Nesses casos não tem sido difícil aos casais <>rientadores prestar uma ajuda efetiva. Foram, aliás, esses os motivos que provocaram o nascimento do Serviço de Orientação Familiar. Trabalhando nos "Cursos de Noivos", muitos casais equipistas freqüentemente eram chamados pelos noivos a auxiliar casais seus amigos ou parentes que "estavam em crise". Desse serviço esporádico muitas experiências foram sendo acumuladas em favor da batalha que deve ser travada contra os argumentos nefastos que por aí grassam contra o Sacramento do Matrimônio. Após a publicação de artigo na Carta Mensal das ENS, dando conhecimento de que em Campinas um Centro de Orientação Familiar já trabalhava em prol da harmonia familiar, conseguimos naquele Centro farto material para organização de uma entidade semelhante em São José dos Campos. I

Graças a essa ajuda e à orientação do Espírito Santo, muitos casais nesta cidade já puderam recobrar a harmonia em seus lares, principalmente colocando Deus em suas vidas. Graças ao S.O.F., diversos casais em crise puderam ser despertados para a beleza e o valor do Sacramento do Matrimônio. Graças a Deus, várias famílias de São José dos Campos puderam ser salvas da absurda, indesejável e anticristã dissolução do casamento. Setor de São José dos Campos

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ENTREVISTA

UM CASAL RESPONSAVEL OPINA SOBRE O EACRE

Cristina e Ady Zambon, da Equipe 6 de Marília,. estão no Movimento há 2 anos. São Responsáveis pela primeira vez e assistiram conseqüentemente aO> seu primeiro EACRE. E.les nos dão suas impressões.

P . - O que vocês acharam do EACRE? R. - De grande utilidade. Nós viemos bastante desorientados quanto à maneira de conduzir uma equipe. Recebemos instruções práticas, concretas, que nos servirãomuito em nosso desempenho. Tivemos a conscientização do que realmente é uma Equipe de Nossa Senhora e de qual o papel de um Casal Responsável. P. - Quais foram os pontos de destaque neste EACRE? R. - A liturgia de abertura do encontro no sábado nos impressionou bastante. Recebemos nesse momento a confirmação de que encontraríamos a paz, a esperança que esperávamos e desejávamos enquanto nos dirigíamos a São Paulo. Destacamos ainda as palestras, curtas, precisas e práticas,. além de muito bem coordenadas para a cobertura completa do assunto-base. E, sem dúvida, ainda, a presença entre nós do Pe. Tandonnet e do Casal Responsável da Equipe Internacional, Louis e MarieD'Amonville, enriqueceu este encontro. -41-


P. -

Como sentiram as novidades anunciadas neste EACRE?

R. - Apesar de sermos muito novos nas ENS, e portanto tudo se constituir em novidade, a nova maneira de encarar a dinâmica de trabalho de uma equipe nos chamou a atenção. Abriu-nos os olhos para entendermos que existe e está sendo implantada uma forma mais madura de viver em equipe. P. -

Qual a mensagem que vocês levam do EACRE?

R. - A compreensão da presença do amor de Cristo em todos os nossos atos. Devemos tornar isto vivo no seio da equipe para que todos os casais ajam em função deste amor. O próprio Casal Responsável deve dar testemunho de vivência para levar a equipe a compreender esta mensagem. Somente com a oração acharemos forças para cumprirmos este propósito. P. - Para finalizar, que recado vocês deixariam aos equipistas em geral?

R. -

Gente, sem a equipe nós já não podemos ficar.

Vivamos todos os momentos das ENS com muita abertura e amor. Espalhemos, não somente dentro de nossas equipes, mas a todos os casais, cada um à sua maneira, o nosso testemunho de v ida, e tudo isto de tão bom que o Movimento nos proporciona.

(Impressões colhidas por Josefin a e Roque )

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"LENDO A CARTA MENSAL. .. "

Para quem sabe ler nas entrelinhas, há muita novidade no documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora". Uma delas nos diz respeito diretamente. E nos enche de júbilo ... "Antes", o que fazia parte das obrigações ou meios de aperfeiçoamento era a leitura do Editorial. Pois, agora, é a Carta Mensal, todinha, inteirinha . .. Querem ver? Diz o documento : "mantendo-se ao corrente da vida do Movimento, particularmente lendo a Carta Mensal (e, muito especialmente, o seu Editorial);". Perceberam a diferença de enfoque? É para ler toda a Carta Mensal, prestando uma atenção especial ao Editorial... Ou, se quiserem, talvez insinuando que, se não der tempo mesmo para se ler tudo-, se leia pelo menos o Editorial. .. r=:t:'!:i:&"0~.:11-'t•~A!o~"~'-:"'·~ v.w

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Este cartaz "enfeitou" as paredes do Colégio Coração de Jesus, no EACRE de São Paulo. Todo mundo, durante a fila do almoço, pede vê-lo e meditá-lo . . .

Que "ela" dá trabalho, dá. Mas é um trabalho que fazemos com gosto, para todos vocês. Quando ficamos sabendo que muitos lêem e aproveitam aquilo que, com tanto sacrifício, todo mês, preparamos, achamos que o sacrifício está compensado! •··:;:: :~-

Agora, o que nos daria prazer, mesmo, seria que vocês nos ajudassem mais a fazê-la. Porque ela não é "nossa", dessa meia dúzia de casais que trabalham nela, mas "nossa" de todos vocês. Escrevam, mandem notícias, que só assim ela será realmente de todos.

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NOTíCIAS DOS SETORES

FLORIANóPOLIS -

Presença na Pastoral Fam:liar

Foi oficialmente Grupo de Trabalho grupo compõe-se de vimentos Familiares, São os seguintes

instalado, no Secretariado de Pastoral, o da Pastoral Familiar da Arquid"ocese. O oito casais, representando os diversos Moentre os quais quatro casais equipistas. os objetivos do Grupo de Trabalho:

- promover a elaboração de levantamentos e pesquisas sobre a realidade familiar; - elaborar planos destinados a animar as atividades no campo da Pastoral Familiar; - coordenar a difusão e a execução desses planos junto aos Movimentos Familiares, respeitada a identidade de cada um ; - representar, quando delegado, o pensamento da Arquidiocese de Florianópolis em assuntos referentes à Pastoral Familiar; - estabelecer intercâmbio com organismos congêneres de dioceses brasileiras, visando uma troca de experiências em assuntos de Pastoral Familiar. -

Preparação para o Casamento

Foram ministrados, em 1976, 26 cursos nas paróquias do centro, atingindo 900 casais; nas paróquias da Grande Florianópolis, foram atingidos 738 casais e, na paróquia de Na. Sra. de Fátima, 286 casais. Total de cursos: 61, com a participação de 1.924 casais de noivos. -44-


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Apostolado em meio rural

Posta em prática pela Equipe 1, que a denominou "Casa de Nazaré", teve início uma nova experiência junto a casais de meio Tural. Com o Pe. Bianchini, seu Conselheiro Espiritual, a equipe inteira deslocou-se, no dia 1. 0 de maio, para a localidade de Vargem Grande, no interior da Ilha de Santa Catarina. O trabalho demandou algum preparo. Foram feitas várias reuniões para se debater os assuntos a serem abordados e estabelecer o temário do Encontro. E, acima de tudo, foram muitos os momentos de oração, especialmente na Capela da Imaculada Conceição, onde, mensalmente, a Equipe 1 se reune para seu tríduo de orações. Na primeira tentativa, nada se conseguiu: os casais convidados não compareceram. Depois de novos convites, no entanto, reuniram-se no Grupo Escolar 15 casais, de origem humilde pescadores, pequenos agricultores - alguns com até mais de 30 anos de casados. Após a oração inicial, houve a apresentação dos casais da Equipe e seu Conselheiro Espiritual e do plano de trabalho para Q dia. Foram abordados pelos casais os seguintes temas: Sentido da Vida, Harmonia ConjugaL, DiáLogo entre Pais e FiLhos - e pelo Pe. Bianchini: A Fé e Os Sacramentos. Os casais tiveram um tempo de descanso para o almoço em suas casas. Encerraram-se os trabalhos com uma Santa Missa, da qual participou um elevado número de pessoas daquela comunidade. No fim do dia, os casais da Equipe 1 e seu Assistente fizeram uma rev:são do trabalho desenvolvido, visando dar continuidade à "Casa de N azaré" em outras localidades do interior da Ilha.

JUIZ DE FORA -

Posse do novo Casal Responsável

Recebemos de Neuza e Elsner a seguinte comunicação:

"No dia 11 de junho, Margarida e Agostinho tomaram posse como Casal Responsável da Coordenação de Juiz de Fora. Este cargo foi transmitido a eles por Gilda e Gigi, durante a Missa celebrada pelo Pe. Edmundo Leschenhack, Assistente da Coordenação. Além da presença de quase todos os equipistas (inclusive da caçula Equipe 8), estiveram conosco Maria Alice e Adelson, vindos do Rio, Lilian e João, Elfie e Dragan, Helyeth e Machado, vindos de Petrópolis, e também o Rezende, de Belo Horizonte."

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SANTOS -

Retiro e Missa Mensal De Edson e Marylene, recebemos as seguintes notícias:

"Realizou-se de 20 a 22 de maio um retiro, cujo pregador foi Frei Hipólito Marpendahl, de Petrópolis, e o tema, abordado com muita felicidade, "A Psicologia das Relações Humanas". Estiveram presentes 32 casais, entre os quais 2 de São Paulo e 3 que não pertencem às Equipes. Organização a cargo da Equipe 16. No primeiro sábado de cada mês, realiza-se a missa mensal das Eqwpes. Nela são comemorados os aniversários de casamento do mês. Convidamos a todos aqueles que estiverem em Santos nestas datas para que compareçam a este nosso encontro mensal de confraternização. Como Santos, geralmente, consta do roteiro de férias de muitos irmãa.s equipistas, esperamos e contamos com a visita de todos eles às nossas missas mensais. Elas são realizadas na Capela da Escola Profissional Maria Imaculada, à Aven:da Conselheiro Nébias, 668, às 18 horas do 1.0 sábado de cada mês. Após a missa, há sempre um bolo em homenagem aos casais aniversariantes."

MARíLIA -

Apostol ado junto aos presos (Do Bo!etim)

Marília também está implantando o novo sistema carcerano de prisão albergue. O preso primário, de bom comportamento, trabalha normalmente, só que tem que se recolher ao albergue todas as noites. Depois de um período dentro deste sistema, conforme seu comportamento, ele ganha a sua liberdade, já engajado plenamente numa vida normal. O Conselho Carcerário de Marília (COCAM) tem procurado levar a estes homens uma assistência completa, ajudando-os na sua melhor e mais rápida promoção. A Caritas Diocesana associou-se ao "COCAM" e, com a ajuda de alguns equipistas (homens), sob a sua orientação, tem comparecido ao albergue-prisão, onde moram 30 homens, com palestras de formação , bate-papo, todas as quartas-feiras. Cada semana, dois da. grupo comparecem e, em forma de dinâmica de grupo, organizam o bate-papo. A acolhida tem sido notável e traz, inclusive, entusiasmo a todos. De dois em dois meses, este grupo se reune para revisão do.s planos, observação das falhas e comentários sobre suas observações: A experiência tem se revelado válida e pode ser difundida.

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Curso de noivos

Procurando alcançar um melhor resultado, os equipistas introduziram uma nova experiência: após o curso, os casais de noivos comparecem, determinada noite, à residência de um casal previamente escalado, onde se procede a uma revisão do curso, esclarecendo qualquer dúvida que possa ter surgido nas palestras. TAUBATÉ -

Os 10 anos da Equipe 7 Recebemos de !rene e Dionísio a notícia :

"No dia 4 deste mês (junho) , nossa equipe, a de n. 0 7, que invoca Na. Sra. do Rosário, comemorou os seus 10 anos de existência. Essa comemoração constou de uma santa missa, especialmente celebrada, na Igreja de Na. Sra. do Rosário, por D. Couto, Bispo Diocesano de Taubaté, e acolitada pelo Pe. João Leopoldo, nnsso Assistente Espiritual há 10 anos. Na homilia, D. Couto enalteceu o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, onde, através do Cristo, o casal procura identificar-se consigo mesmo, com a família e cem D.'= us, ressaltando a sua importância especialmente na fase em que o Brasil se encontra, com a implantação do divórcio. No ofertório, toda a equipe renovou o seu compromisso e, após a comunhão, durante a reflexão que se seguiu, nós lemos algo sobre o 'Sim' dado à equipe e ao Movimento. Estavam presentes vários casais das Equipes do Setor. Nossa equipe é composta de 6 casais, sendo que quatro de nós estão juntos desde o início e dois juntaram-se a nós há aproximadamente dois anos." RIO DE JANEIRO -

Festa beneficente

"Cerca de 300 pessoas participaram da 'Festa Junina' promovida pelas Equipes no dia 25 de junho, no Colégio da Divina Providência, no Jardim Botânico. Prendas, pesca, quentão, canjica e doces típicos - colaboração das Equipes do Rio - possibilitaram a arrecadação de quase Cr$ 6.000,00, destinados às obras sociais da Paróquia da D~vina Providência - num gesto de reconhecimento das Equipes pela boa vontade e colaboração da Diretoria do Colégio, que sempre atende às solicitações dos equipistas." (Notícia enviada pela Daisy)

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SOROCABA -

De vento em popa . ..

Qual não foi nossa surpresa, no EACRE de São Paulo, quando foi chamada a cidade de Sorocaba, ao vermos levantar-se quase meia dúzia de casais! Pois já são cinco as equipes naquela cidade - e já há uma sexta em pauta. E nós que estávamos ainda na segunda . . . Impressionante como as notícias não circulam ... Pena, principalmente quando são tão boas!

AINDA O EACRE . . .

Não sossegamos enquanto não descobrimos o que é que um casal de Petrópolis estaria fazendo no EACRE de São Paulo ... Pois a história é a seguinte: o referido casal compareceu porque não poderia ir a São José, como mandava o figurino , no fim de semana seguinte, por esse coincidir com a chegada de uma irmã que mora na Europa há quase vinte e cinco anos; e não é que essa senhora é equipista também, lá na Bélgica? Mas a história ainda não acabou: há uma terceira irmã equipista, também em Petrópolis, mas esta optou pelo EACRE de Caxias (do Sul).

SAO PAULO -

Difusão

A Equipe da Região conta com dois casais encarregados da difusão e informação. Realizaram 14 reuniões de informação, assistidas por um total de 63 casais, e conseguiram formar 7 novas equipes e encaixar 15 casais em equipes existentes. Vários casais dessas novas equipes já estavam participando do EACRE ...

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ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA . REUNIÃO MEDITAÇÃO -

2 Cor. 4, 1-6

Tendo sido misericordiosamente investido deste ministério, não fraquejamos, mas repudiamos os procedimentos secretos e vergonhosos; procedemos sem astúcia e não falsificamos a palavra de Deus. Muito pelo contrário, pela manifestação da verdade, recomendamo-nos à consciência de cada homem diante de Deus. Por conseguinte, se o nosso evangelho permanece velado, está velado para aqueles que se perdem, para os incrédulos, dos quais o deus deste mundo obscureceu a inteligência, a fim de que não vejam brilhar a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo o Senhor; nós não somos mais do que vossos servidores, por amor de Jesus. Porquanto Deus, que disse "Do meio das trevas brilhe a luz!" brilhou ele mesmo em nossos corações, para manifestar o conhecimento da sua glória, que resplandece na face de Cristo. ORAÇÃO

Abre, Senhor, nossos corações ao mistério da tua Palavra. Nós cremos na tua Palavra, no teu Verbo, o Cristo bem-amado. Ilumina nossos corações com a luz da tua verdade. Abre, Senhor, nossos corações ao mistério da tua Palavra. Brilhas em nossos corações, dá-nos conhecer plenamente o teu Filho, imagem e esplendor da tua glória. Abre, Senhor, nossos corações ao mistério da tua Palavra. Dissipa as nossas trevas, transforma-nos em teu amor, faz-nos humildes servos para manifestar-te aos irmãos. Abre, Senhor, nossos corações ao mistério da tua Palavra.


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade con jugal e familiar

Revis ão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 04538 -

Avenida Horácio L afer, 384 -

Te!.: 210-1340

SAO PAULO, SP

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somente par a dis tribuição interna


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