ENS - Carta Mensal 321 - Setembro 1996

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Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

A

EQUIPE E SEU

CoNSELHEIRO

A

EucARISTIA FAZ

CoMUNHÃo DE VIDA

fRATERNIDADE E POLÍTICA

MÊs

DA BíBLIA

Ano XXXV- Nº 321 -Setembro /96


EQUIPES DE

NossA SENHORA

CARTA MENSAL Nº

321

SETEMBRO

/1996

"

INDICE

Editorial ... .. ..................................... ..... .... 01 A ECI R Conversa com Vocês ............... .... 02 Correio da ERI ................... .................. .... 04

Carta Mensal é uma publicação das Equipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta Mensal Fone: (011) 256.1212 M Thereza e Carlos Heitor Seabra (responsáveis)

Formação ................................................. 1O

Blanche e Lauro F. donça

Vida do Movimento ..................... ..... ... .... 21

Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto

Men-

Rita e Gilberto Canto

Organização do Movimento ... ....... ..... .... 30 Notícias e Informações ......... ........... .... .... 32 Opinião do Lei tor .................................... 34 Maria .... ............ .. ............. ...... ......... ..... .... 36

Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (Cons. Espiritual) Jornalista Responsável: Catherine Elisabeth Nadas (MTb 19835)

Diagramação e ilustrações:

Igreja ...... .................... ..... ...... .. .. .............. 40

M. Alice e lvahy Barcellos

Pastoral Familiar ........... ... .. ... ..... ............ . 45

Capa: Eros Lagroua/ Jgar Fehr

Campanha da Fraternidade ... .................. 48 Nossa Biblioteca ..................................... 55

Composição e Fotolitos: Newswork R. Venâncio Ayres, 931 São Paulo Fone: (011) 263.6433

Mês da Bíblia .......................... ... ............. 57 Reflexão ......... ............ ............................. 60

Impressão e Acabamento: EdiçiJes Loyola Rua 1822, 347 Fone: (011) 914.1922

Oração .. ......... ................. ............. ... ........ 62 Última Página ......................................... 64

Tiragem desta edição: 10.000 exemplares


SACERDOTE! CoNSELHEIRO EsPIRITUAL} Paz e Bem!

Prezados equipistas, neste Editorial eu gostaria de partilhar com vocês a alegria de relatar um pouco da minha experiência com meus irmãos de sacerdócio, em minhas "andanças" e encontros por esse amado Brasil. Destaco, primeiramente, a acolhida que os Conselheiros me têm dado. Cada Região ou Setor ou Coordenação revela a importância que dão aos sacerdotes e o carinho a eles manifestado. Percebo o quanto os Conselheiros têm contribuído para o crescimento dos casais equipistas e também com os avanços das reflexões que o Movimento vem fazendo . São párocos, vigários paroquiais, religiosos ou diocesanos e bispos que têm mostrado o sentido e o valor da unidade em caminharmos com a Igreja. Nossos laços se estreitam cada vez mais, seja por correspondência, seja nos Encontros do Colegiado, seja no Encontro Nacional, ou ainda em Retiros, Sessões de Formação ou cursos para o clero, e vejo o propósito de serem realmente homens "condutores da graça de Deus". Acredito que a unidade do nosso Movimento também vem sendo construída com a colaboração dos 853 sacerdotes Conselheiros Espirituais que têm se dedicado às Equipes de Nossa Senhora! Terminamos de celebrar em agosto o mês das vocações. Peço a todos os equipistas que também em suas orações diárias e conjugais, lembrem-se de pedir ao Senhor da Messe que envie mais operários, pois, apesar de sermos muitos, ainda temos Setores/Coordenações que não dispõe do número de Sacerdotes Conselheiros Espirituais suficiente para todas as equipes. Lembro, também, que não só as Equipes de Nossa Senhora precisam de sacerdotes, mas principalmente, a nossa Igreja deles necessita para trabalharem com o Povo de Deus. Neste mês de setembro comemoramos o Mês da Bíblia. Peçamos a Maria Nossa Mãe e a Deus Pai que nos ama, santos sacerdotes para que possam trazer ao Povo de Deus a sua "Palavra". Resta dizer "muito obrigado" aos incansáveis colaboradores Sacerdotes Conselheiros Espirituais pelo entusiasmo, alegria e seriedade.

A todos um abraço e orações Pe. Mário José ECIR 1


Jesus, faça-nos compreende~ dentro das ENS, que o Reino de Deus é mais importante que o culto. Senha~ fazei com que saibamos distinguir o essencial do secundário. Queridos irmãos e irmãs das equipes, Este mês voltamos a escrever questões que saiam de si e cheguem a seção "A ECIR CONVERSA mesmo a questões sociais, que posCOM VOCÊS" para coparticipar sam transformar o mundo. Só ireum pouco como foi o nosso Encon- mos transformar alguma coisa a tro do Colegiado Internacional, re- partir da nossa própria transformaalizado em Sevilla, na Espanha, nos ção. Portanto, a Regra de Vida é um Ponto Concreto de dias 16 a 21 de julho. Esforço muito forte, e Foi novamente uma vezes nos propomos reunião muito gratifiDesde que aasmudanças muito poucante, que nos deixou recebemos o co significativas com bastante animados, pois sacramento relação ao projeto de que vivemos momentos Deus para conosco, ou intensos de Pentecosdo tes. Comunicávamos matrimônio deixamos até mesmo passar despercebida. em línguas tão diferennão somos Com relação à Cates que dificultava o ma1s tequese, que foi outro entender entre uns e assunto tratado, discuoutros, porém todos se pessoas tiu-se bastante de que faziam compreender, individual, maneira fazê-la dentro pois que o ideal era e é mass1m do movimento. Porém, o mesmo, ou seja, tenpessoa temos a certeza de que tarmos viver o seguiCatequese é todo um casal, mento de Jesus Cristo, programa de vida, pois mostrando ao mundo portanto que precisamos ser que o matrimônio é luuma só catequizados durante gar de felicidade. alma, um só toda a nossa existênForam tratados coração. cia, para podermos estrês assuntos fundatar constantemente mentais: Regra de num processo de conVida, Catequese e Ser Casal Cristão no Mundo de Hoje. versão. O terceiro tema debatido foi o Ao discutirmos o tema Regra de Vida, percebemos que se faz ne- Ser Casal Cristão no Mundo de cessário ampliar o seu enfoque para Hoje. Este é um assunto que apai-

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xona, ao imaginarmos como neste mundo do prazer, do levar vantagem em tudo, do bem estar, etc. poderemos viver os valores fundamentais do casal e da família, ou seja, a solidariedade, a humildade, a simplicidade, a gratuidade. Hoje vemos que tudo tem o seu preço: uma flor tem o seu, um passarinho também, e assim por diante. Como vivermos então o grande valor da gratuidade? Realmente é um desafio para cada um de nós termos uma visão de casal solidário, casal e família que tem uma missão no mundo, ou seja, que precisa levar o Amor a todas as criaturas, na gratuidade que Jesus nos ensinou. E desde que recebemos o sacramento do matrimônio não somos mais pessoas individual, mas sim pessoa casal, portanto uma só alma, um só coração. O casal só conseguirá vi ver esta dimensão (uma só alma, um só coração) na medida em que se abre para o outro, para a comunidade, principalmente para o pobre, para o necessitado, pois Jesus diz claramente que este é o querido no Reino de Deus. Enfim, este nosso encontro foi muito importante, pois vimos que cada vez mais, nós, no Brasil, temos uma caminhada de Igreja e que, junto com os nossos irmãos de outros rincões, ela é enriquecida e fortalecida.

Comunicávamos em línguas tão diferentes que dificultava o entender entre uns e outros/ porém todos se faziam compreender; pOIS que O ideal era e é o mesmo/ ou se1a/ tentarmos v1vero seguimento de Jesus Cristo/ mostrando ao mundo que o matrimônio é lugar de felicidade.

Maria Regina e Carlos Eduardo 3


~ CARTA DA ~ ~oo~

ERI ;

"Eles encheram de água as talhas." Queridos amigos das equipes de Nossa Senhora, Inspirados na frase das Bodas de Caná: "Eles encheram de ág~!a as talhas", enviamo-lhes nossas reflexões sobre a terceira parte da orientação apresentada em Fátima, em 1994. Efetivamente, o Movimento fez uma associação dessa frase entre lo, quais são os sinais reconhecíveis o convite e a missão que leva sempre da presença radiosa de Deus na nosa uma responsabilidade do Movimen- sa vida de casal? Será o acolhimento, o respeito, a bondade, a oração, o to na Igreja e no mundo. Quando refletimos sobre a mis- devotamento? E se um dia, olhando nossa vida, são das Equipes de Nossa Senhora, freqüentemente volta-nos à memória ;1s pessoas vierem a dizer: "Vede uma frase extraordinária do Padre como se amam!" Então nosso testeCaffarel (fundador do Movimento): munho não verbal aguçará de tal for"Casal humano, minha criatura ma a curiosidade delas a ponto de amada, minha testemunha privilegi- fazer com que elas ousem nos perada[. .. ] tu és o portador da minha guntar qual segredo nos anima intereputação, da minha glória, tu és, riormente. Nós seremos, de certa forpara o universo, a grande razão de ma, "teofanias de Deus", reflexões esperar ... porque tu és o amor". de uma faceta de Deus. Tomando consciência dessa interpeTestemunhar pela palavra lação, como podemos ser nas Equipes de Nossa Senhora as "testemunhas privilegiadas" desse Deus-Amor? O testemunho de vida não pode ser negligenciado. Os outros, certaTestemunhar pelo exemplo mente, procurarão saber e compreender o nosso modo de agir. A assiEm primeiro lugar devemos ser duidade à escuta da Palavra, o diátestemunhas do amor de Deus, viven- logo conjugal, a co-participação, o do bem o nosso amor conjugal, ser- estudo do tema, progressivamente mos mais casal, a imagem de Deus nos ajudarão a mostrar esse Deuspresente no nosso cotidiano. Se es- Amor, as riquezas do sacramento do colhermos essa forma de testemunhá- matrimônio e a herança extraordiná4


maioria das vezes, um projeto morto. Qual é a natureza, a qualidade, a intensidade do nosso engajamento para fazer conhecer as Equipes de Nossa Senhora como um serviço a fazer com que esses casais se tomem desejosos de intensificar sua vida conjugal e cristã? O Movimento necessita de equipistas generosamente engajados. Não arranjemos pretexto para abstermonos de nos engajar. É preciso dar "o bom exemplo" do qual já falamos nas Equipes de Nossa Senhora. O Senhor quis se servir da "nossa água" e nos associar à construção de seu Reino. Temos vontade de comunicar aos outros e nos associar à construção de seu Reino? "Temos vontade de comunicar aos outros casais tudo o que aprendemos e experimentamos viver, sobre as riquezas do sacramento do Matrimônio?"- perguntounos uma vez o Cônego Caffarel." Não nos esqueçamos de que o Movimento recebeu um carisma do Espírito e que nossa missão é a de partilhar com os outros casais. Eis uma responsabilidade para a qual a orientação do Movimento chama nossa atenção. Eis um apelo lançado durante o Encontro Internacional de Fátima em 1994. Qual será a nossa resposta? Com a nossa afeição e unidos na oração,

ria das Equipes de Nossa Senhora. Entretanto isso exige audácia para passar ao testemunho verbalizado. É necessário que estejamos atentos para aproveitar a ocasião de externar uma mensagem estimuladora e ter a coragem de suplantar nossas dificuldades a fim de partilhar o que estimula o que nos faz viver intensamente nossa vida conjugal à luz do Evangelho. Então será fácil falar sobre a Boa Nova das Equipes de Nossa Senhora: "Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido". Atos 4,20

Testemunhar pelo engajamento "Enchei de água as talhas" . Atentem para o uso do imperativo. Não é um sonho, é uma ordem. Todas as vezes que Cristo envia os discípulos em missão, Ele usa o presente do imperativo. Com efeito a missão à nossa responsabilidade como casal e como Movimento ... Conseqüentemente nossa omissão retardaria a chegada do Reino junto aos casais que procuram Deus. "Eles não têm mais vinho". Muitas são as necessidades dos casais: sede de amor e espiritualidade, sede de verdade e esperança. "Enchei de água ... e eles encheram ... " . Agora é a nossa vez: abasteçamos essas sedes, satisfaçamos essas necessidades. A resposta está na ação, na realização da ordem do Senhor, porque um projeto jogado para o futuro é, na

Lise e Gérald Tremblay Canadá

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NOTÍCIAS INTERNACIONAIS 1. Conversando com o Padre Caffarel Igar e Cidinha Fehr, casal res- o Movimento sempre. Interessou-se ponsável do Movimento, no dia 2 de também pelas preocupações atuais. fevereiro de 1996, visitaram o Pa- Eles conversaram sobre o atual prodre Caffarel, fundador das Equipes jeto "Ser casal cristão hoje". Após de Nossa Senhora. Por ele foram re- visita tão agradável, Igar e Cidinha deixaram Troussures contentes com cebidos de maneira a proveitosa conversa que tiveram muito simpática. com o nosso fundador. Dizendo-se muito honrado em recebê-los, mostrou-se interessadíssimo pela vida do Movimento, fez muitas perguntas e lhes disse que é preciso ser exigente e criativo em todos os níveis de responsabilidade e que é necessário reinventar

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 2. A Austrália torna-se uma super-região / As Equipes de Nossa Senhora da Austrália formavam uma "região isolada". A ERI decidiu constituí-las "Super-Região Austrália," composta de cinco "Regiões". Essa mudança de estatuto foi oficialmente celebrada em abril de 1996, durante a missa de abertura de uma Sessão Nacional e contou com presença de Tom e Maurem Hoban, casal da ERI, responsável pela ligação com a Austrália. Voltaremos a dar notícias dessa sessão num próximo "Correio da ERI".

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3. Uma sessão na Martinica / Suíça com as Equipes francesas de Nossa Senhora "de além-mar". No decorrer desses 5 dias de vida comunitária, de oração e troca de idéias, os equipistas antilhanos e os responsáveis da metrópole, puderam tecer laços espirituais que não se desfarão mais. O arcebispo da Martinica, Monsenhor Marie-Sainte, manifestou sua alegria em rever a equipe de animação e mostrou seu vivo interesse a respeito da dimensão internacional das Equipes de Nossa Senhora. "Transmitem a todos os equipistas do mundo inteiro, as cordiais saudações do arcebispo das Antilhas", recomendou ele ... E o fazemos agora!

Durante a semana da Páscoa, no Lar da Caridade da Martinica, cerca de 25 casais de Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica e um padre conselheiro se encontraram para uma Sessão de Formação organizada por Antoine e MarieMagdeleine Berger, da ERI, que fazem a ligação com os equipistas das Antilhas. Da França vieram também Bernard e Elisabeth Gérard; da Equipe Responsável da Super Região França, Guy e Marie-Thérese Tallay, encarregados da ligação com as equipes francesas fora da França. Da Espanha veio o Padre Cristobal Sàrrias - conselheiro da ERI. Esse encontro propiciou a união da Super Região França-Luxemburgo-

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CARTA oo CoNSELHEIRO ESPIRITUAL INTERNACIONAL Pela Igreja

importância e da decisão tomada por seus filhos de se unirem de modo estável, porque os esposos desejavam ser fiéis à prescrição do Senhor de crescerem e se multiplicarem e de se entreajudarem com um amor irrevogável. A atenção da Igreja foi constante e crescente, mas só no século Xll é que começou a falar de sacramentos e da sacramentalidade do matrimônio. E foi um longo caminho percorrido, sempre com a idéia fundamental da grande importância da união do homem e da mulher, como realidade sagrada, querida por Deus, com exigências morais e objetivas. Foi no segundo Concílio de Lion, em 1274, que se falou pela primeira vez de forma explícita sobre o matrimônio como sacramento. No Concílio de Trento, em 1574, fixou-se a doutrina definitiva dos sete sacramentos. Desde então, a teologia tratou de aprofundar o dogma e viu nele um campo de reflexão objetivo, mas avançou lentamente. O matrimônio passou para a segunda posição no estudo dogmático, por entrar nas análises da casuística moral e do Direito Canônico. De certa forma, o matrimônio tomou-se uma matéria secundária, ou delicada, que não se ousava estudar a fundo ... Com o Concílio Vaticano ll o assunto apareceu com uma nova perspectiva, mais aprofundado,

Nossa vocação de casais unidos pelo sacramento do matrimônio é uma realidade que deve nos encher de serena alegria e de profundo senso de responsabilidade. A intuição dos primeiros casais que, há cinqüenta anos atrás, quiseram se unir em equipe com o jovem Padre Henri Caffarel, foi tão importante e sem nenhum traço de vaidade ou orgulho; podemos dizer que ela foi a origem de uma reviravolta na vida da grande comunidade da Igreja. É interessante seguir, mesmo rapidamente, as etapas de aproximação da Igreja com o nosso sacramento. A Igreja primitiva via no matrimônio um fato importante que tinha conseqüências muito especiais e que supunha um grande número de exigências do ponto de vista da fé e da vida cristã. O Antigo Testamento tratando a união do homem e da mulher (Gn 2, 23/24) de um lado e as palavras de Jesus totalmente contrárias ao divórcio (Me 10, 2111)(Mt 19,3/ 29) de outro, foram as preliminares da doutrina de São Paulo (Ef 5, 211 23) que nos fez ver o matrimônio à luz do mistério da Igreja e de sua união com Cristo. A Igreja dos primeiros tempos não interveio na celebração do matrimônio, mas ela era consciente da 8


A Igreja

numa visão de fé madumesmas que a Igreja primitiva via as ra e consciente da granaconselha aos casais no deza e das exigências do que desejam se sentir matrimônio plenamente cristãos. matrimônio. Viu-se aí a marca dos movimentos Eis porque hoje, 50 · um fato de casais que mostrou importante anos após a Carta, nashaver algo a mais além cida, sem dúvida, da fique tinha da necessidade de afirdelidade generosa de conseqüências tantos casais, sentimos mar canonicamente a a graça imensa de nos união que decorre do muito contrato entre o homem saber ligados à origem espectats e e a mulher, mesmo sende tantos esforços feitos que do sacramental. no mundo há tanto temsupunha um po atrás. E sentimos, A verdadeira vitalidade de um casamento com humildade, que o grande cristão (vejam o docunúmero de Senhor nos deu a possimento Gaudium et Spes bilidade de sermos tesexigências n.n 47-52; 87), o seu temunhas privilegiadas do ponto de e ativas de uma renovamanancial nesse enconvista da fé e ção fundamental na tro de fé e de oração, de comunicação e de especonsciência eclesial soda vida bre o valor do matrimôrança, está no centro da cristã. realidade de um casal nio como autêntico núque deseja ser cristão e cleo de crescimento na que sente o valor do sacramento realização da utopia do Reino. como origem desta nova vida, incomDesde 1947 nossas equipes quiparável de casal transformado em seram ser pela Igreja, através da nos"Igreja doméstica". sa presença em todas o cantos do Há cinqüenta anos as Equipes de mundo, como a Igreja doméstica de Nossa Senhora quiseram manifestar que nos falou o Concílio Vaticano 11 essa esperança e aceitaram essa exi- em 1960 (conforme Apostolican gência. Conscientes de viverem num actuositatem n°11). mundo onde se alastram o divórcio, o adultério, a união livre (O Concílio Vaticano 11 - Apostolican Pe. Cristobal Sàrrias ,SJ actuositatem n°11 -emprega as mesC.E. da ERI mas palavras usadas na nossa Carta As matérias do Correio da ERI de 1947) quiseram se entreajudar na foram traduzidas por: aspiração de uma vida integralmen- Maria Célia e João de Laurentys te cristã. As proposições de 1947 são Eq. 04/B - São Paulo, SP

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PARTILHA E PoNTos CoNCRETos DE EsFoRço 6. Reservar todos os dias algum tempo para um verdadeiro "Encontro com o Senhor" (Meditação) Aos casais que, como casais, decidiram procurar a perfeição cristã as ENS oferecem um segundo meio de crescimento: a meditação. Vejamos inicialmente como a meditação pode ajudar nosso aperfeiçoamento, e depois um método simples para meditar.

I. Como a meditação pode ajudar nosso progresso espiritual.

e com a realidade do nosso dia-adia. Com isso chegaremos a um conhecimento maior de Deus, de seu plano e de suas propostas para nós. Conhecendo mais objetivamente nossa realidade, poderemos Meditar comparar nossa vida é refletit; com essas propostas de é dobrar Deus, tomando decie desdobrat; sões práticas e controlando nossos avanços revolver interiormente ou recuos.

uma idéia/ procurando captar todo o seu conteúdo para chegar finalmente a uma decisão prática .

./ Essa reflexão vai despertar reações em nós. Refletindo, necessariamente teremos de assumir atitudes de fé ou de descrença, de esperança ou de desespero, de amor ou de indiferença. E poderemos assumir atitudes de fé, de esperança e de amor, porque estaremos sendo aj udados gratuitamente pelo poder amoroso de Deus. Assim estará sendo intensificada nossa participação na vida divina e nossa união com os irmãos.

./Meditar é refletir, é dobrar e desdobrar, revolver interiormente uma idéia, procurando captar todo o seu conteúdo e todos os seus aspectos, perceber todas as suas motivações, aplicações e conseqüências para chegar finalmente a· uma decisão prática. No seu sen./Remoendo as coisas de Deus tido religioso a meditação é fazer e a nossa realidade; iremos estabetudo isso com a revelação de Deus lecer e manter um diálogo com 10


~

Nossa Senhora como Menino Jesus, (detalhe) GiorgioneAsmolean Museum, Oxford. Deus pois que, no fundo, o que estamos fazendo é decidir se paga ou não a pena viver a amizade com Deus e a irmandade com os outros. Da consideração de idéias e fatos haverá a passagem para o relacionamento pessoal. Falar com Deus, usando palavras ou não, para louvar, agradecer, alegrar-se, pedir, reclamar e dizer tudo que lhe quisermos dizer.

Da consideração de idéias e fatos h a verá a passagem para o relacionamento pessoal. Falar com Deus/ usando palavras ou não/ para louvar; agradecer; alegrarse/ pedir; reclamar e dizer tudo que lhe quisermos dizer.

11. Um método prático e simples para fazer a meditação. Nos autores espirituais podemos encontrar muitos métodos; im11


possível repassá-los todos. Este aqui poderá servir para os principiantes. ./Escolha tempo elugaradequados.Tenha horário fixo e duração determinada; não deixe isso ao acaso das circunstâncias; senão, acabará descobrindo que nunca sobra tempo.

Escolha tempo e lugar adequados. Tenha horário fixo e duração determinada/· não deixe ISSO ao acaso das circunstâncias; senão/ acabará descobrindo que nunca sobra tempo.

./ Compare sua vida com essa mensagem. Muitas pessoas gostam de fazer por escrito esses três últimos pontos. Isso pode ajudar a concentração, e formar aos poucos uma espécie de diário-de-viagem que nos ajude a controlar o caminho percorrido.

./ Faça um pro./Escolha a popósito de mudança, sição mais convebem concreto e posniente para você; sível. afaste possíveis fontes de distração (des./ Agora conligue o rádio, a TV, verse com Deus faminão fique perto de liarmente, louvando, quem está falanalegrando-se, agradedo ... ). Faça um inscendo, reclamando, tante de silêncio, pedindo . Renove sua para criar uma interfé, sua esperança, seu rupção, uma pausa para a medita- amor. Essa é a parte mais imporção. Coloque-se na presença de tante da sua meditação, a que deve Deus, peça-lhe ajuda. ocupar mais tempo e a que lhe trará os melhores resultados . ./ Leia um texto, ouça uma gravação, veja um vídeo. Faça isso Viu? Não é tão difícil assim facom calma e atenção. zer meditação .. . ./Procure relembrar o que leu, viu ou ouviu . ./Veja qual a mensagem mais importante para você nesse momento.

Pe. Flávio Cavalca de Castro C.E. da Carta Mensal 12


NossA EQUIPE DE CADA DIA/ uando vivemos algumas reu- há casais que não querem compreniões intensas, quando com- ender o caminho das equipes, entra partilhamos coisas, dizemos num círculo vicioso. Nesse momenq mos uma experiência forte e to deve-se refletir, tomar consciênextraordinária de vida de equipe. cia e buscar uma saída para essa siA equipe de "uma vez por mês" tuação. pareceria ser a equipe ideal; porém a A equipe tem um caminho váliequipe de "todos os dias" vive em do para chegar à meta final. A equioutro meio. A equipe que apenas es- pe é o instrumento que possuímos pera a reunião mensal, não pode ca- para alcançar os objetivos perseguiminhar sempre assim e dos pelo Movimento: nos parece impossível vtver nossos comproque ela possa subsismissos batismais, em A equipe tir. Depois de alguns casal, mediante a ajuanos constatamos essa da mútua. que apenas realidade em nossas Para que a equipe espera a equipes. Pode ser que cumpra essa função e reunião não tenhamos entendipossa tomar o caminho mensal/ não assinalado, devemos do a realidade da finapode lidade da equipe. tomar consciência Uma equipe onde quanto ao compromiscaminhar não haja compromisso so que temos ao fazer sempre de uns para com os ouparte das Equipes de ass1m e nos tros, onde se partilham Nossa Senhora. parece_ vivências, dificuldades A palavra "equietc., na reunião menpe" preferida a qualimpossível sal, porém, essa partiquer outra, implica na que ela lha, de certa forma cai idéia de uma finalidapossa no vazio, por que não de precisa, perseguida subsistir. se projeta durante o ativamente em comum. mês, não fortalece a (Carta Fundadora). ajuda mútua; sobreÉ necessário envem uma dificuldade e a equipe não tender e compreender o significado tem a força suficiente para enfren- profundo destas duas palavras: atitar a situação. vamente e em comum. Uma equipe que, reunião após Cada casal pode fazer suas práreunião permanece bloqueada pelo ticas religiosas, dialogar, fazer a oraproblema de um casal, ou onde não ção conjugal e não as compartilhar há lugar para a co-participação, onde com ninguém, ou não as fazer, po-

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A palavra //equipe// implica na idéia de uma finalidade precisa/ perseguida ativamente em comum. rém o Senhor chamou-nos a fazer parte de uma equipe por que quer salvar-nos em comunidade.

"E, cada dia, o Senhor acrescentava ao número deles os que seriam salvos" (At.2,47). A equipe é um presente de Deus, é o lugar onde encontramos Cristo, onde vivemos a amizade profunda, a ajuda mútua, onde encontramos a formação e a construção da vida em Cristo Jesus, porém de forma ativa por parte de cada um. Para chegar algum dia ao ideal profundo, são necessários o trabalho e o esforço em comum; com trabalho e esforço individuais jamais conseguiremos formar uma equipe que resista a todas as intempéries que se nos apresentam na rota para o Senhor. O Senhor e a Virgem serão nossos pilotos permanentes. Eles susten-

tarão nossa equipe, dar-nos-ão o apoio e a ajuda se assim o pedirmos numa oração permanente. Desse modo nossa equipe, será sólida, forte e comprometida. Utilizamos, plenamente, os recursos desse meio privilegiado que nos propõe as ENS? Ajudamo-nos a percorrer a rota em equipe? Estamos comprometidos, verdadeiramente com esse caminho? Vale a pena que reflitamos sobre essas questões .

Agustin e Verselia Campos C.R. Região Andina2 Santafé de Bogotá, Colômbia Traduzido do Boletim No 6 Abril de 1996 14


A

MISSÃO E A

ESPIRITUALIDADE DOS LEIGOS (PARTE 3)

/

PE. LUÍS KIRCHNER, CSSR

o 3° capítulo da Christifideles pois foi criado à imagem e semelhanLaici, João Paulo II fala so- ça de Deus, redimido por Cristo, é bre a corresponsabilidade templo vivo do Espírito Santo, destinado a viver eternamente com a Trindos leigos na Igreja-Missão. Jesus disse que "quem permane- dade. Desta maneira, nenhuma forma ce em mim e eu nele, dará muito fru- de racismo ou discriminação é permisto" (Jo 15,5). Quem não sível ou admissível. produz fruto não está em 2. A missão dos leicomunhão em Jesus. A gos é pregar por palaA primeira comunhão que se busca vras, atos e atitudes o tarefa é missionária, aberta, direito inviolável da evangélica que vá ao encontro do vida humana. Eles a outro. Não há lugar para dos Leigos é defendem, promovem e um cristão preguiçoso. promovera valorizam em todos os O essencial é anunníveis e fases de desendignidade ciar a boa nova do amor volvimento. A Evando ser e do perdão de Cristo: gelium Vitae oferece a humano. que o homem é amado doutrina mais complepor Deus. Jesus é uma ta do Papa sobre este presença concreta desponto. se amor. É o Caminho, a Verdade e 3. A terceira manifestação da a Vida. tarefa dos leigos envolve a liberdade De oito maneiras o leigo deve religiosa, ou seja, o direito de cada evangelizar e servir às necessidades da um escolher sua religião. Como quehumanidade ("revelando o homem ao remos o direito de praticar nossa rehomem"), mostrando o sentido da exis- ligião, assim também devemos restência humana e seu destino. Servir os peitar os direitos dos outros todos . homens é o primeiro caminho a ser 4. Promover a família como pripercorrido pela Igreja (Veja G.S.40). meiro espaço da ação ou da ativida1. A primeira tarefa evangélica de social é o campo privilegiado dos dos leigos é promover a dignidade do leigos. Na fami1ia, primeira escola do ser humano, o único consciente e li- amor e célula básica da sociedade, vre, ponto central da criação. A dig- começa a renovação da sociedade. nidade pessoal é a coisa mais precio- Para saber mais sobre os pensamensa que ele tem, transcendendo em va- tos do papa, leia a Familiaris lor todo o mundo material (Me 8,36), Consortio.

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Viver a

palavra cultura indi5. Viver a caridade, caridade/ cam-se todas as coisas que é a alma e sustento que é a da solidariedade. Sua com as quais o homem alma e fonte está na Eucaristia, aperfeiçoa e desenvolve na união do amor sustento da as variadas qualidades (ágape). solidariedade. da alma e do corpo; proJoão Paulo I Lentencura submeter a seu poSua fonte der pelo conhecimento e de que a importância da está na pelo trabalho o próprio solidariedade vem do fato de vivermos num orbe terrestre; torna a Eucaristia/ mundo dividido em vána união do vida social mais humarios setores; às vezes, na, tanto na família amor cada organização abraquanto na comunidade (ágape). civil, pelo progresso dos ça apenas uma finalidade limitada . Mais do costumes e das instituique nunca é necessário que os cris- ções; enfim, exprime, comunica e contãos cuidem das lacunas que surgem serva, em suas obras, no decurso dos de um funcionalismo impessoal ou de tempos as grandes experiências espirituais e as aspirações, para que siruma burocracia cega. 6. Outra área específica da mis- vam ao proveito de muitos e ainda de são dos leigos é cuidar do campo todo gênero humano" (n° 53). O papa quer os leigos presentes político, cuidar dos grandes temas ligados à justiça e ao bem comum da no mundo da arte, da música, da pinsociedade. Veja os diversos documen- tura, da filosofia, da educação, da litos da CNBB. Fale com seu C.E. teratura, cinema, televisão, imprensa etc., apresentando a verdade sobre para que os indique para você. 7. Da mesma forma, os campos Jesus, o homem e o mundo. Evangelieconômico e social são próprios dos za-se através da cultura, pois é ela que leigos, especialmente quando se tra- forma as mentalidades e costumes. ta do uso, consumo e distribuição dos Sem uma cultura forte e sadia, os hobens materiais, como, por exemplo, mens e mulheres apaixonados pela de salários, comida, saúde, habita- verdade que, com senso crítico, lutem ção etc. Caem neste setor, também, pela defesa da liberdade, respeitem a os temas ecológicos. Devemos ser os dignidade da pessoa humana etc. bons administradores da criação, Se sua Equipe não está envolvipassando um mundo saudável aos da em nenhuma destas oito dimensões, é hora de fazer uma boa reflenossos filhos e netos. 8. Mais que qualquer outro papa, xão e algumas mudanças, a fim de João Paulo li tem falado sobre a cultu- manifestar sua missão e espiritualira. Ele cita Gaudium et Spes: "Pela dade na Igreja e no mundo. 16


A

EscuTA DA PALAVRA E A

MEDITAÇÃO ATRAVÉS DO CORAÇÃO

C

risto resumiu numa palavra tod a sua mensagem : Amar . E del a decorre sua orientação de vida. Amar é um querer ligado ao

ção, sentir Deus em nós e ouvi-lo . Não temos tempo para Escutar e Meditar com o coração . Mas por que com o coração? Porque o Amor brota do coração, lugar onde coração. Deus está. E nós nem o percebemos Amai a Deus e ao próximo . lá, porque muitas vezes nossos coraDeus explicou sua mensagem ções estão fechados para nós mesmos. de uma maneira bem Por isso, Deus nem fala simples . Poré m, nó s conosco. envolvidos no emaraAmar é um Precisamos consenhado de nossas vidas, guir mais tranqüilidaquerer complicamos tudo e de e, no silêncio e conligado ao mistificamos sua palacentração e meditação, coração. vra. Não sabemos di sentir Deus em nós e Não tem e reito o que é amar e nos contagiarmos com pensamos que amanem prectsa o seu amor. mos. Porque o amor ter Amar é um querer brota do coração, luexplicação gar onde Deus está. ligado ao coração. Não da razão, tem e nem precisa ter explicação da razão , nasce da Após as consideranasce da intuição do intuição do ções que fizemos, rescoração . Amar é um ta-nos fazer nossas coração. querer que nos leva a orações: um envolvimento com o outro. É um querer que nos im• Perdão, Senhor, por tantas vepele a fazer algo pelo outro. Amar, zes que nossos corações ficaram fenão pelo que a pessoa tem ou é, mas chados para nós mesmos e não pupara que ela tenha ou seja. demos encontrá-lo. É que pensávaVi vemos a vida acelerada, "a mos que morasse bem longe, muito mil". Temos muito que trabalhar, longe .. . lá no céu. muito que decidir, muito que comprar... E não temos tempo . Não te• Perdão, Senhor, por esquecer mos tempo de ter uma vida simque as pessoas amadas se tornam ples . Não temos tempo para nos mais felizes e se transformam. E concentrar a fundo no nosso corasempre mudam para melhor; 17


E por tudo que recebemos de vós. Ajudai-nos, Senhor, a amar agora que sabemos que o vosso reino só cresce onde há o verdadeiro amor, não queremos mais passar direto, pelo outro, pelo nosso irmão. Queremos dar-lhes amor, quer através de um simples olhar, sorriso ou gesto de acolhida ou ajuda. Queremos ajudar construir o Vosso Reino.

• Perdão, Senhor, pelas vezes que vimos pessoas passando pelo nosso caminho sem os termos enxergando com o coração; • Perdão, Senhor, por termos dado atenções ou coisas ao outro, como quem põe a moeda numa máquina e espera o troco; • Obrigado, Senhor, por ser o Bom Pastor, mais preocupado com as ovelhas desgarradas, como nós, do que com as demais;

Dory e Nelson Equipe 11 N. Sra. Aparecida Marilia/SP

• Obrigado, Senhor, por estar dentro e no meio de todos nós.

O Verdadeiro tesouro do Reino dos Céus.

Não temos tempo de ter uma vida simples. Não temos tempo para nos concentrar a fundo no nosso coração, sentir Deus em nós e ouvi-lo.

Não ajunteis para vós tesouros na terra onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça e o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam "nem roubam, pois onde está o vosso tesouro aí também estará vosso coração. (Mat. 6,19-21)

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CoNSIDERAÇÕES soBRE o SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO / uerem que escrevamos soResponde São Paulo: r e "Agradou ao Senhor nele (em o Sacramento da Reconci- Cristo) habitar toda a plenitude e, liação, mas com ênfase nesta por ele, reconciliar todas as coisas última, já que ele é denominado, tam- consigo, pacificando pelo sangue da bém, da confissão e da penitência. sua cruz, seja o que está na terra, A forma deste saseja o que está nos cramento são as palacéus" (Col1,19-20). vras do sacerdote: "eu É portanto, o sanÉ o sangue te absolvo ... etc". A gue de Cristo, derramatéria são os atos do de Cristo, mado no Sacrifício do penitente: contrição, Calvário, que reconciderramado confissão e satisfação, no Sacrifício lia a terra e os céus; o atos estes tão bem fihomem, na terra, ápido Calvário, gurados na parábola ce da criação, e Deus que do filho pródigo. Criador. O passado judiciO "Catecismo da reconci Iia a al de um de nós impeIgreja Católica" menterra e os le-nos, ao tratar deste ciona ainda outras recéus; o tema, a transcrever um conciliações, advindas homem, na pensamento do Beato da Confissão SacraJosé Maria Escrivá: mental (n°949): terra, ápice "Repara que entra"É de lembrar que da criação, nhas de misericórdia a reconciliação com e Deus tem a justiça de Deus! Deus tem como conseCriador. - Porque, nos julgaqüência, por assim dimentos humanos, caszer, outras reconciliatiga-se a quem confesções, que trarão remésa sua culpa; e no divino, perdoa- dio a outras rupturas produzidas se. Bendito seja o santo Sacramen- pelo pecado: o penitente perdoado to da Penitência" "Caminho", 309). reconcilia-se consigo mesmo no Definiu o Concílio de Trento que mais profundo do seu ser, onde re"o objeto e o efeito deste sacramen- cupera a própria verdade interior; to, no quanto pertine à reconciliação reconcilia-se com os irmãos, que de com Deus ... "omissis" (DS, 1674). qualquer modo ofendeu ou magoou; Quem nos obtém e de que forma reconcilia-se com a Igreja; reconciobtemos a reconciliação? lia-se com toda a Criação (RP 31) ".

Q

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Cristo instituiu o Sacramento da Reconci Iiação, conferindo aos Apóstolos e sucessores o poder de perdoar e de reter pecados.

Cristo instituiu o Sacramento da Reconciliação, conferindo aos Apóstolos e sucessores o poder de perdoar e de reter pecados (Jo 20,23). Por isso, ministro desse sacramento não pode ser ninguém, senão bispo ou presbítero (Cone. Trid. DS 1684). São Paulo, escrevendo aos coríntios, refere-se a esse ministério, recebido de Deus, que nos "reconciliou consigo, por meio de Cristo" (2 Cor 5, 18), acrescentando que assim "Deus estava (note-se o tempo deste verbo) em Cristo reconciliando consigo o mundo" (ib. v. 19). Quer dizer: o exercício do ministério prolonga o que fazia Cristo, em sua vida terrestre: reconcilia a criação com Deus. Conclama, a seguir, o Apóstolo: "Exercemos uma embaixada, por Cristo, tal como se Deus vos exortasse: reconciliai-vos com Deus" (ib. 20). Ouçamos, pois, a exortação, que nos vem do Espírito: reconciliemonos com Deus, pela freqüência ao Sacramento da Reconciliação e, já que Cristo através dele, continua a reconciliar o mundo com Deus, tendo nós mesmos obtido essa reconciliação, unamos-nos estreitamente ao nosso Reconciliador. "Todo aquele que n 'Ele permanece não peca" (lJo 3,6).

Nadyr e Mário Salles Penteado Eq. 08-B São Paulo, SP 20


EQUIPISMO: / UMA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

.&. Componentes da

Equipe 5, de Madri, Espanha

o ano de 1995, por cinco me ses estivemos no sul da Europa, mais propriamente na Espanha, em viagem de estudos. Na cidade de Madri, encaminhados que fomos pela Secretaria Geral do Movimento, no Brasil, procuramos o Casal Responsável por um dos setores de Madri-Centro, Marisa/ Henrique. Imediatamente atamos uma amizade "entrafiable", como dizem os espanhóis. Fomos convidados a participar dos trabalhos da Equipe 5, com a realização de uma reunião, logo nos primeiros dias de contato. Apresentaram-nos a todos os cinco casais da Equipe, a um viúvo e

N

21

ao Cura Armando Benito. Nesta altura dos acontecimentos, nossa amizade dava a entender que procedia de algumas décadas. Em abril, levaram-nos a um Retiro, que teve por local o Monastério De La Vid, na cidade de Burgos, norte da Espanha. Foram três dias inesquecíveis, diga-se de passagem, debaixo de uma neve maravilhosa que, no entanto, não tirou o calor do convívio. Consideraram-nos como os novos membros da Equipe. Trabalhos normais, horas de meditação, de cultos, de reuniões e de lazer. Participamos, inclusive, do Encontro de Clau-


to mostra os componensura (final de ano), realizado no mês de junho. Procuramos tes da Equipe 5, de Madri, Espanha, na primeiFomos distinguidos, na fazer este ra reunião da qual fizeocasião, tendo a Yolanrelato/ com mos parte ativa: da procedido à leitura o intuito de de um dos textos da Sentados, da esSanta Missa. querda para a direita: evidenciar o Eduardo (da Maria Quando voltamos espírito Rosa), Ana Maria (do ao Brasil, parte de noscristão e Emílio Sanz), e o Cura sos corações se "quemuito daram" em Madri, com Armando Benito. De pé, também da aquela maravilhosa carinhoso esquerda para a direita: equipe. Uma equipe do (da Araceli), muito semelhante, idênmovimento Antonio Araceli (do Antonio), tica mesmo à nossa eequipista. Maria Rosa (do Eduarquipe brasileira (Equipe 11, Florianópolis). Trata-se de do), Yolanda (do Hilton), Carmen (do EmíEspiritual, e até mesmo um lio), Emílio (da Carfisicamente. Só que testemunho mem), o viúvo Juan de possuímos uma viúva de fé La Quintana e Emílio em nosso meio, e eles pública. Sanz (da Ana Maria). possuem um viúvo. A Na foto faltam: Hilúnica diferença. ton (da Yolanda), que se Hoje, distantes, sentimos muita falta de nossos irmãos encontrava atrás da máquina fotográeuropeus, o que é compensado pelos fica "sacando" a foto, e o Casal Rescasais de nossa Equipe, em Floria- ponsável pelo Setor madrilenho Henrique e Marisa que, por motivo de nópolis. Procuramos fazer este relato, força maior, não puderam comparecom o intuito de evidenciar o espíri- cer à reunião. Com isto, e através dessa expeto cristão e muito carinhoso do movimento equipista. Isto sentimos nos riência internacional, queremos regisRetiros em que participamos, nos trar de público, o indispensável senEncontros de Formação, EACREs, timento de carinho, dedicação e muita reuniões formais ou informais, em fé cri stã, que norteia o nosso moviqualquer situação que se transforma mento equipista. imediatamente em evento caloroso e acolhedor. Trata-se de um testemuYolanda/Hilton, Equipe 11, nho de fé pública. Setor A, Florianópolis, SC A foto que acompanha este reJa-

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ESTATÍSTICAS DAS ENS NO BRASIL

G

raças ao trabalho e dedicação de muitos casais equipistas e Conselheiros Espirituais, principalmente através do lançamento e animação de grupos de Experiência Comunitária, mas sobretudo pela ação do Espírito Santo e

inspiração de Maria Santíssima, nossa Mãe, o Movimento no Brasil vem apresentando significativa expansão. Acreditando ser do interesse dos nossos leitores, apresentamos, a seguir os dados atul izados, até 04 de junho de 1996:

DISTRIBUIÇÃO E NÚMEROS Código

01 03

os 07 09 11

13 15 17 21 23 25 31 33 35 41 43 47 51 55 57 61

Região

N!lde Setores

S.Paulo - Capital S. Paulo- Sul I S.Paulo-Sulll S.Paulo- Centro I S.Paulo- Centro li S.Paulo- leste S.Paulo- Nordeste S.Paulo- Norte S.Paulo - Oeste R.)aneiro I R.Janeiro 11 R.)aneiro 111 Minas Gerais I Minas Gerais 11 Centro- Oeste Paraná Sul Paraná - Norte Sta. Catarina R.Grande do Sul Nordeste I Noedeste 11 Norte

Total (*)Casais, viúvas e viúvos.

06 03

os os

07 07

os

08 10

os

06 08 04 04 06 06 03 07 08 06

os

06 130

Munícipios brasileiros onde existem equipes:

N!lde equipes

70 47 60 50 101 73 43 99 111 61 51 65 44

44 79 36 29 66 74 45 51 59 1358

N!lde equipistas (*)

N!lde Con.Esp.

418 281 352 279 581 429 243 682 671 388 331 389 295 289 527 180 167 366 426 267 350 396 8.307

58 34 38 30 55 46 14 44 74 41 22 45 44 31 71 25 23 45 42 34 30 42 853

São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Santos, Salesópolis. Região São Paulo Sul//: ltú, Jundiaí, Louveira, Salto, Sorocaba, Araçoiaba da Serra. Região São Paulo Centro 1: Americana, Bragança Paulista, Campinas,

Região São Paulo-Capital: São Paulo, Barueri, Santana de Parnaíba.

Região São Paulo Sul: Arujá, Diadema, Mogí das Cruzes, Santo André,

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Limeira, Valinhos, Vinhedo. Região São Paulo Centro 11: Araraquara, Brotas, Torrinha, Dois Córregos, Jaú, Piracicaba, Santa Bárbara d'Oeste, Rio Claro, São Carlos. Região São Paulo Leste: Aparecida, Caçapava, Guarati nguetá, Jacareí, Pindamonhangaba, São José dos Campos, Taubaté. Região São Paulo Nordeste: Casa Branca, Ribeirão Preto, Santa Rosa de Viterbo. Região São Paulo Norte: No Estado de São Paulo: Catanduva, GuapiaçC1, José Bonifácio, São José do Rio Preto, Votuporanga; No Estado de Goiás: ltumbiara, Edéia, Araporã. Região São Paulo Oeste: No Estado de São Paulo: Baurú, Garça, Marilia, Pederneiras, Araçatuba, Lins, Valparaíso, Bento de Abreu; No Estado de Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Três Lagoas, Maracajú. Região Rio de janeiro 1: Rio de Janeiro, Niterói. Região Rio de janeiro 11: Petrópolis, Nova Friburgo, Magé, Piabetá, Teresópolis, Valença. Região Rio de janeiro 111: R. de Janeiro. Região Minas Gerais 1: Barbacena, Juiz de Fora. Região Minas Gerais 11: Belo Horizonte, Pirapora, Araxá, Contagem, ltabirito, Divinópolis, Pará de Minas, Pouso Alegre, Borda da Mata, Varginha, Paraguaçu, Boa Esperança, Três Corações. Região Centro-Oeste: Brasília, Taguatinga. Região Paraná Sul: Curitiba,

Paranaguá, Campo Largo, Mafra. Região Paraná Norte: Astorga, Pitangueiras, Grandes Rios, Londrina, As saí. Região Santa Catarina: Blumenau, Brusque, Guabiruba, Criciuma, Curitibanos, Florianópolis, Gaspar, Lajes, ltajaí. Região Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Canoas, Alvorada, Cachoeirinha, Tramandaí, lmbé, Gravataí, Capão da Canoa, Capão Novo, Viamão, Carlos Barbosa, Santo Antonio da Patrulha, Osório, São Gabriel, Caxias do Sul, Mostardas. Região Nordeste 1: No Estado de Pernambuco: Recife, Barreiros, Pesqueira; No Estado da Bahia: Salvador; No Estado da Paraíba: João Pessoa, Santa Luzia; No Estado de Sergipe: Itabaiana. Região Nordeste 11: No Estado do Ceará: Fortaleza, Pindoretama, Quixadá, Limoeiro de Norte, Baturifé, Pecem; No Estado do Piauí: Teresina; No Estado do Maranhão: Barra do Corda; No Estado do Rio Grande do Norte: Natal, Parelhas. Região Norte: No Estado do Amazonas: Manaus; No Estado do Pará: Belém, Mosqueiro, Santarém, Castanha!, Salinas, São Miguel do Guamá. Nota da Redação: É possível que nesta lista falte o nome de algum município onde existem equipes. Isto pode ter acontecido por que as equipes de algumas cidades fazem parte de Setores de outra cidades próximas. Corno o nosso cadastro á codificado por setor das ENS, pode ter escapado algum nome. Se isto aconteceu com a sua cidade, por favor escreva para a CM e nos corrija.

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jUBILEU DE

PRATA/

ra nós, equipistas, 1996, é tempo de júbio e festa, porque as ENS estão comemorano os 25 anos de sua existência em Juiz de Fora. A pequenina semente lançada no dia 20 de março de 1971 transformou-se em vigorosa árvore de 41 equipes, abrigando cerca de 267 casais que desejam ser sinal de amor no mundo. Começando com um dinâmico trabalho de pilotagem de dois casais de Petrópolis: Lilian e João Quadra e os saudosos Elfie e Dragan, auxiliados pelos incansáveis sacerdotes franciscanos Frei Orlando Bernardi e Frei Almir Guimarães, as primeiras equipes foram se aprofundando nos métodos e orientações do Movimento, e já em 1973 era criada a Coordenação de Juiz de Fora. O número de Equipes foi aumentando, os quadros sendo formados, mas a fidelidade aos princípios foi solidamente mantida. A oração foi o elo de sustentação destas primeiras equipes e certamente o fator decisivo para que o rumo inicial fosse mantido até hoje. Três casais da primeira equipe permanecem firmes e ativos no Movimento, celebrando com redobrado entusiasmo este ano jubilar. Agradecendo a Deus estes 25 anos da presença do Espírito Santo em Juiz de Fora através das ENS, é desejo de todos que, com a proteção de Maria, continuemos a levar a muitos outros casais a Boa Nova do amor, e para isto repetimos a cada dia: "Faça-se em nós a Tua vontade" .

Leda Márcia e Edson Porto Equipe 1 - N. Sra. do Sagrado Coração - Setor A Juiz de Fora - MG 25


UM TEMPO PARA TUDO

ós sabemos o quanto nosso tempo é limitado; às vezes até parece que um dia é menor que o outro. Cabe a nós valorizarmos o nosso tempo e o tempo dos outros. Vamos aqui citar alguns momentos em que podemos e devemos aproveitar o tempo. Por exemplo: numa reunião de equipe, o casal que recebe inicia muito cedo a arrumação da casa e tantas outras coisas mais que devemos deixar prontas para, quando nossos irmãos de equipe chegarem, a nossa atenção seja só para eles e para o nosso tão esperado Conselho Espiritual. Imaginem só um equipe que inicia sua reunião às 9:00 horas da manhã, como é o caso da nossa. Pensem na hora em que o casal que recebe tem que iniciar a preparação do ambiente. Pensem também quão frustrante é saber que toda correria foi em vão porque a reunião que estava marcada para começar às 9:00 horas, só começou meia hora depois ou até mais. Para que tanta pressa? Vamos supor também uma reunião que é realizada à noite e está marcada para as 20:00 horas : meia hora depois do horário marcado para começar a reunião é que chega o primeiro casal, sabe-se lá a que horas vai começar esta reunião: 21:00,22:00 horas? E como atrapalha um casal chegar no meio da reunião, já pensaram nisso?

N

I

É impo rtante que todos os casats estejam desde o início da reunião porque as reuniões das ENSsãouma celebração litúrgica.

Pensem no desânimo do casal animador, que preparou tudo com tanto carinho. E o Casal Responsável? O que dirá? E nem é bom pensar no Conselheiro Espiritual, que, de todos nós é quem mais cedo acorda, pelas suas atividades religiosas, estudos, etc. Não deixem os nossos Conselheiros esperando. Eles são jóias raras. Se a nossa reunião estiver marcada para às 9:00 horas, é importante que cheguemos pelo menos 1O minutos antes, para termos tempo de atualizar nossos assuntos com nossos irmãos, com aquela conversinha descontraída gostosa, e principalmente para valorizarmos os nossos irmãos que nos estão esperando desde cedo, e também aqueles que não se atrasam nunca.

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... APersistência da Memória, Salvador Dalí -Museu de Arte Moderna de Nova York É importante que todos os casais estejam desde o início da reunião porque as reuniões das ENS são uma celebração litúrgica, por isso devemos chegar antes do seu início, para não perdermos nada do seu conteúdo. Todos os momentos da reunião são importantes. Valorizemos a graça de sermos equipistas, de termos um Conselheiro Espiritual no nosso meio para nos ajudar e termos a oportunidade de nos reunir na presença de Cristo pelo menos uma vez por mês. Valorizemos o nosso tempo, porque há um tempo para tudo.

Pensem na hora em que o casal que recebe tem que iniciar a preparação do ambiente, e como atrapalha um casal chegar nomeio da reunião.

Maria e Amâncio CRS A Equipe 4, Recife - PE 27


o

CASAL RESPONSÁVEL (CRE) NAS

ENS são um Movimento da greja que visa o aprofundaento da espiritualidade conjugal e familiar e a formação cristã, para ajudar-nos na missão que temos de construir o Reino de Deus, no mundo. Assim, todos os Equipistas devem ter atuação forte nas suas comunidades. O CRE tem então um papel, de casal, importante neste processo. • Um Chamado Quando somos escolhidos para ser CRE, podemos estar certos de que este foi um chamado de Amor do Senhor, através de nossos companheiros. Nossa primeira atitude, pois, deve ser de aceitação, com amor. Aceitação essa que implica em serviço: a Deus e ao próximo. • Criatividade Assim como uma planta precisa ser regada e cuidada com carinho para se desenvolver e o amor do casal deve amadurecer cada dia, a equipe deve ser moti vada para crescer cada vez mais em espiritualidade, amor e desprendimento. Portanto, o CRE deve, através de sua criatividade, estimular os casais à uma vida de amor em equipe. • Funções dentro da Equipe -Organizar a vida da equipe, coordenando o planejamento anual. -Preparar bem as reuniões, juntamente com o Cons. Espiritual e o Casal Animador e inforrnar antecipadamente o roteiro da reunião para os casais da Equipe. -Analisar os pontos fortes e fracos da reunião anterior. -Motivar a prática dos PCE's. -Incentivar a entre-ajuda dos casais

M

ENS /

durante e após a Partilha. -Convocar os casais a manterem-se cientes da vida do Movimento, lendo regulannente a CM, em especial seu editorial e a participarem do Movimento, partilhando as riquezas de sua descobertas. • Funções dentro do Movimento -Participar do EACRE e de reuniões promovidas pelos Casais Ligação ou do Setor. -Elaborar relatório após cada reunião mensal e enviar ao Casal Ligação, para que haja uma integração entre a Equipe e o Movimento. • PCE's, ferramentas do CRE A prática dos PCE's aprofunda aespiritualidade conjugal, através da qual ocasal deverá buscar forças e luzes necessárias para a realização de sua missão. Os PCE's devem também ser ferramentas para a nossa busca de coerência entre fé e vida. • Aliados do CRE nas suas funções Para ficar ciente de sua funções, o CRE deve ler o livreto "O Casal Responsável de Equipe". Deve contar ainda com o apoio do Conselheiro Espiritual, doCasal de Ligação, do Casal Animador, da Missa semanal extra e muita oração. O CREescolhido, deve colocar-sedisponível ao Senhor para que o Espírito possa agir nele e através dele. Consciente de sua fraqueza mas confiante em Jesus, numa atitude de esforço, renúncia e doação, deve seguir sua responsabilidade para com o Movimento e para com a Igreja, a fim de que a vida de sua Equipe seja uma escola de caridade, na busca da santificação dos casais. A Equipe da Carta Mensal

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DíZIMO DO MOVIMENT~ "Somos presos nos cofres de nossas aquisições" Queridos irmãos e irmãs equipistas, Em nossa última reunião do ciar essa contribuição do dízimo e Colegiado refletimos decidimos, em Colegique o dízimo é uma ado, por começar peobrigação que abrange los Seminários MaioO dízimo é não só os católicos em res. Iniciamos estas uma particular, como tamcontribuições no mês obrigação bém as congregações de agosto, com o cuse associações de leiteio de algumas bolsas que gos, estando nós include estudo para semiabrange ídos como movimento naristas no curso de não só os de Igreja. Nesta refleteologia. Sabemos de católicos xão chegamos à conantemão que é uma clusão de que nada ajuda pequena em funem seria mais justo do que ção das necessidades particular; contribuir assim com e dificuldades enfrencomo uma ajuda de custo a tadas pelos nossos setambém as Seminários, principalminários, porém é uma congregações ajuda feita com o comente se levarmos em conta que muitos semiração de quem gostae naristas nos ajudam ria de que alguma voassociações cação como Conselheiros saísse de sua de leigos/ Espirituais em nossas própria família. estando Equipes. Vemos igualNa certeza da alemente que, mesmo gria e do apoio dos nós com todas as suas dinossos irmãos e irmãs incluídos ficuldades, os nossos equipistas, enviamos como sacerdotes conselheinosso abraço fraterno movimento ros estão sempre disrepleto de paz e bem. poníveis e, com muito de Igreja. amor e carinho, nos ajudam em nossa caminhada de Igreja e de Povo de Deus. Pela ECIR Pensamos muito em como iniMaria Regina e Carlos Eduardo

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A

EQUIPE E SEU CONSELHEIRO

"É dever dos sacerdotes, adequa-

-

damente formados em questões familiares, promover a vocação dos esposos na sua vida conjugal e familiar pe los vários meios pastorais, pela pregação da Palavra de Deus, pelo culto litúrgico e por outros recursos espirituais, bem como, humana e pacientemente, fortificá-los nas suas dificuldades e confortá-los com caridade, para que se formem famílias que sejam verdadeiros focos de luz". (GS Nº52&5)

Via de regra, quem escolhe o Sacerdote Conselheiro Espiritual para uma equipe são os próprios casais que a compõe. É a equipe que pede a um sacerdote que se ponha ao lado dela para a caminhada de crescimento que ela espera empreender. O Sacerdote Conselheiro Espiritual de uma equipe é ali chamado para viver o ministério correspondente à sua vocação. Por isso ele forma com aquele grupo de casais leigos uma "PEQUENA IGREJA", levando os casais "UNI DOS" a Cristo, a se tornarem uma real oferenda ao Pai. O Sacerdote Conselheiro Espiritual não é "RESPONSÁVEL" pela equipe, mas sua presença é imprescindível para o crescimento dela. Ele é aquele que se coloca à disposição dos casais para iluminar, ori-

entar e aprofundar suas atitudes à luz do Evangelho, para auxiliá-los a formar suas consciências de maneira a que possam, cada vez mais, serem livres em suas decisões, para fortificá-los em suas dificuldades e animá-los em seus progressos. Pode-se dizer que os casais equipistas esperam de seu Sacerdote Conselheiro Espiritual que ele: • zele pela fidelidade aos métodos e objetivos do Movimento, ajudando os casais a vivê-los e conseqüentemente, a viver a Igreja Católica Apostólica Romana; • esteja presente, na medida do possível, nas atividades realizadas pelo Movimento e, principalmente, presente na própria vida de cada um dos casais de sua equipe, a fim de melhor conhecê-los e ajudá-los. Tudo isso implica em tempo, dedicação e na convicção pessoal de que vale a pena dedicar-se a um pequeno grupo de casais que irradiará sua adesão a Cristo em sua família em seus relacionamentos sociais. Quando se diz que um Sacerdote Conselheiro Espiritual deve ter uma convicção de que "VALE A PENA DEDICAR-SE A UMA EQUIPE", isto nos remete a uma reflexão no sentido contrário; "O QUE UM SACERDOTE CONSELHEIRO ESPIRITUAL ESPERA DA EQUIPE QUE ELE ACOMPANHA?". Certamente, todos os sacerdo30


tes Conselheiros Espirituais de equipe, SeTudo isso tores/Coordenações ou implica Regiões esperam que em tempo, os casais a eles confiados: dedicação • descubram e ase na sumam suas responsaconvicção bilidades na santificapessoal de ção de seu cônjuge; que vale a • descubram, assumam e vivam o Sacrapena mento do Matrimônio dedicar-se como um lugar de sana um tidade, felicidade e pequeno amor; • testemunhem, grupo de através da sua espiricasais que tualidade conjugal, o irradiará sua transbordamento da adesão a graça de Deus em seus lares, em suas famíliCristo em as e na sociedade; sua família • testemunhem e em seus comprometam-se com relacionamentos a construção do Reino sociais. de Deus aqui na terra; • coloquem-se a serviço da Igreja de Jesus Cristo. Certamente, todos nós, Sacerdotes Conselheiros Espirituais, esperamos, também, que Nossa Senhora, Nossa Mãe, nos proteja e abençoe sempre na caminhada.

Pe. Mário José EC/R

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Formação em Beberibe

ENS - Natai/RN

Os setores A e B de João Pessoa- PB realizaram em Beberibe, uma sessão de formação nível 2. Foram estudadas as diretrizes apostólicas de João Paulo 11 e o Novo catecismo da Igreja Católica.

Com bençãos da Santíssima Trindade e a presença intercessora de Maria Santíssima, as ENS em Natal têm também e benção e o apoio do nosso Arcebispo D. Heitor de Araújo Sales, que tem motivado o Clero local. Estamos com 8 (oito) Sacerdotes Conselheiros Espirituais acompanhando as 11 (onze) equipes existente. Atendendo ao apelo do Movimento estamos sempre atentos as Experiências Comunitárias. No momento temos 5 (cinco) Experiências em caminhada, com perspectivas para novos grupos.

Homem e Mulher Imagem e Semelhança de Deus Com esse tema, e com o comparecimento de mais de 30 casais as equipes de Piabetá- RJ, realizaram um encontro de formção. A comunidade esta em expansão, com a formação, em breve, de mais duas equipes.

Retiro AnualCriciúma

Novas Equipes • Garça- SP Eq. Na. Senhora de Guadalupe CE - Cônego João Carlos Batista CP. Helena e Miguel Garcia • Eq. Na. Senhora do Sagrado Coração CE - Pe. Antônio Vides CP- Neuza e Reinaldo Alvez Portelinha • Eq. Na. Senhora do Rosário CE- Irmã Otilia CP - Lúcia e Laercio Padroni de Souza • Eq. Na. Senhora Mãe da Igreja CE- Frei Nivaldo Pasqualin CP- Zilda e Hilton Luiz Salzedas • Equipe Na. Senhora Auxiliadora CE- Pe. Paulo Joaquim de Souza CP- Vera e Gerson Luiz Capavroz • Equipe Na. Senhora do Bom Conselho CE - Frei Eduardo Chagas Nilhack CP - M. Aparecida e Edson Flavio Zacion

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As equipes do setor de Criciúma, Santa Catarina realizaram o seu retiro anual. Foi pregadora a Irmã Maria das Dores da Paz, que durante dois dias ajudou a todos os presentes na meditação sobre a vocação do casal equipista.

Novas Equipes: Reg. Paraná - Norte Iniciada a pilotagem das Equipes 12 e 14, em Londrina, ambas saídas de Experiência Comunitária.


Noite de formação As equipes de Barra do Corda - MA coordenadas por Lúcia Silva e João Batista, realizaram noite de formação para todos os equipistas, com excelente aproveitamento.

Lideranças e Pastoral Familiar O setor Varginha MG realizou o Primeiro Encontro de Casais da Pastoral Familiar, visando a formação de lideranças, com o comparecimento dos casais das diversas comunidades locais.

Volta ao Pai • Marisa (do Nelson), Eq. 59-B Rio de janeiro- RJ • Délcio Santarém (da Maria do Carmo), Eq. 08N. S. de Nazaré -Marília- SP

46Q Aniversário das Equipes no Brasil/ • No dia 12 de maio, o setor "D" da Região Rio 111, comemorou o quadragésimo sexto aniversário das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, na Sede de nosso Setor, a paróquia de Santa Rita dos Impossíveis. Realizou-se a missa Mensal do Setor a cargo da Equipe 70 e confraternização com a festa organizada pelo casal Maria Helena e Augusto (Responsável da referida equipe). Apesar de ser dia das Mães, os casais do Setor compareceram maciçamente ao evento e após a missa confraternizaram-se em clima de muita harmonia e alegria. Contamos com a presença do Conselheiro Espiritual do Setor, Frei Doriano, que nos exortou a perseverar em nossa caminhada de casais comprometidos em trabalhar pelo Reino de Deus à exemplo de Nossa Mãe Maria. Queremos ressaltar o empenho do prezado Casal Responsável, que nos brindou com uma magnífica festa, onde nos transportamos para "Bodas de Caná", pela riqueza de detalhes, a simplicidade e o carinho com que prepararam tudo, nos dando uma lição de disponibilidade e de amor ao próximo. • No dia 04 de maio passado, o Setor Mogi das Cruzes- SP reuniuse para celebrar esse acontecimento tão importante na vida do Movimento, num "Dia de Convivência". Nesse dia de convivência, os equipistas do Setor lembraram, com entusiasmo, a implantação do Movimento no Brasil. No período da manhã tivemos uma celebração, através da qual Nossa Senhora foi homenageada pelos participantes daquele encontro. Depois do momento de oração participamos de um lanche comunitário e, à tarde, momento de descontração e lazer. A liturgia foi preparada pela Eq 15 - NS da Guia. Participaram do evento os Padres Armando e Orfeo, SCEsp das Equipes 04 e 14 - 16, respectivamente.

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Venho agradecer a dedicação e fidelidade no envio da Carta Mensal, documentos e sobretudo do livro "Evangelizar a Sexualidade", textos de alto valor e, pelo seu conteúdo, profundo e enriquecedor para mim e a equipe.

Onde estão os filhos

Esta pergunta leva-nos a refletir se, como casal, estamos dedicando o carinho e a assistência devida aos nossos filhos. Segundo a carta mensal nº 316, existem, no Brasil1193 equiPe. Edísio Carvalho e Silva CE. Eq. 6 - setor E- S. Paulo - SP pes, 7596 equipistas. Se pensarmos que 40% deste total são jovens e que constituem 1 51 9 casais, vezes 3 filhos - totalizando 3557 crianças e adolescentes, onde estão eles? Estamos lhes Incentivo aos Novos dando a devida assistência se não dispomos de tempo? Surge a ne"Destacamos as seguintes cessidade de uma tomada de pomatérias publicadas na CARTA sição. MENSAL Nº 319: "Partilha e Pontos Concretos de Esforço", que é Maria José e Edmilso Borges um tema sempre atual. "ENS no Equipe 2 -João Pessoa - PB Brasil". É mu ito importante que saibamos mais acerca das equipes em nosso País, quantas regiões existem atualmente, setores, etc, enfim uma estatística que nos mantenha atualizados,· e, Machismo ou Feminismo que, em última análise, serviria também de incentivo aos novos A reflexão "MULHER E HOequipistas. As matérias publica- MEM, IMAGEM DE DEUS", Carta das sobre os EACREs foram inte- Mensal nº 319 junho-julho/96, é reressantíssimas. almente de grande profundidade, coloca o homem, principalmente, Erenita e Attanazio a refletir como anda o seu machisEquipe 1O - N. S. Nazaré mo, seu tratamento com sua espoRecife- PE sa, enfim, se o dever de sentar real-

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mente está se realizando na prática como regra de vida . Mas, gostaríamos de opinar, não criticando, apenas colocando que este texto mostra um lado feminista, ou seja, mostrando somente a mulher como submissa, dominada, subordinada. Vemos hoje, no mundo moderno, também a posição inversa, ou seja, a mulher dona de si, independente, falando pelo marido, sufocando seu cônjuge. Se você casal equipista vive umas destas realidades, então é tempo de parar, fazer um dever de sentar, reconhecer o erro, e melhorar, porque, se assim não for, o casal está em lugar errado, está "brincando" de marido e mulher e está perdendo uma das coisas mais importantes num casamento: o dom de Deus que a toda manhã nos fala que vale a pena sermos casados.

próprios equipistas. Aproveito o ensejo para parabenizá-los por esse belíssimo trabalho.

Cristina e Paulo Equipe 12 - São Caetano do Sul

Envie-as para serem publicadas nesta seção.

Dom Miguel Fenelon Câmara Arcebispo de Teresina - P/

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:Zeeem uaa <te e-ametui.e-a. Não guarde só para si as suas opiniões!

Cartas para: Rua Luiz Coelho, 308 conj.53 - CEP 01309-000 São Paulo - SP

Evangelizar a Sexualidade

[g]G:J[g]@[g]@[g]@IBJG:J [{][8][{][g]@[g]@[8]@[8] [g][{][g]@[g]Q[8][{][8]5:] 5:][8]5:][8JGJ[g]G:J[8]0[8J [8JQIBJ@IBJ@[8]0[8JG'.J

Em minhas mãos um exemplar de "Evangelizar a Sexualidade", fruto do trabalho de pesquisas e reflexões realizadas pelos

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·~ GUARDAVA E MEDITAVA

~

ESSAS COISAS

C

I

(Lc 2 , 19)

omo reagia Maria diante das dificuldades? Agarrava-se às palavras do passado para poder manter-se em pé no presente. Aquelas palavras eram lâmpadas. E Maria mantinha essas lâmpadas sempre acesas, guardava e as meditava em seu coração. Quando os acontecimentos do presente pareciam enigmáticos e desconcertantes, as lâmpadas acesas das lembranças antigas iluminavam a escuridão da atualidade. A grandeza de Maria não está em 1magmarmos que ela nunca foi assaltada pela confusão. A grandeza comovedora de Maria está no fato de que, quando não entendia alguma coisa, ela não reagia angustiada, impaciente, irritada, ansiosa ou assustada. Em vez disso Maria toma a atitude típica dos pobres de Deus: cheia de paz, paciência e doçura, toma as palavras, recolhe-se em si

mesma e permanece interiorizada, pensando: Que querem dizer essas palavras? Qual a vontade de Deus em tudo isso? E lentamente vai se identificando com essa Vontade, aceitando o mistério da vida. Que adianta desesperar diante do impossível? Nesses momentos Maria nos ensina como agir: "Façam tudo o que ele vos disser". Façamos a nossa parte e fiquemos tranqüilos, pois ela, nossa Mãe já intercedeu por nós, mostrando nossas necessidades a Seu Filho, que tudo sabe e que opera maravilhas. Maria nos mostra o caminho para pertencer ao povo das bem-aventuranças. Felizes os que, como Maria, no meio da escuridão da noite, acreditam no resplendor da Luz!

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Transcrito do Jornal das ENS de Sorocaba/SP


INVOCAÇÕES DE NossA SENHORA

A

t ravés do conhecimento das diversas invocações com que as Equipes procuram homenagear Nossa Senhora, va mos compreendendo, mês a mês, o importante papel de Maria, na história da Salvação dos homens.

sunta em corpo e alma à gloria celestial".

Com seu divino poder, Deus manteve a integridade do corpo de Maria conservando-o em perfeita unidade e completa harmonia. Maria assunta aos céus é imagem e antecipação da Igreja que se encontra ainda a caminho da P átria. No Nossa Senhora da céu, Ela precede, o Assunção No mistério povo peregnno, como Tendo, no último da sinal de esperança semês, celebrado a fesgura' e conforto. ta da Assunção de Assunção No mistério da Nossa Senhora é naaos céus Assunção aos céus tural que contempleexpnme-se exprime-se a fé da mos o momento em a fé da Igreja segundo a qual que Deus, na sua SanMaria está unida por tíssima unidade receIgreja um vínculo estreito e beu a sua Filha, Mãe segundo a indissolúvel a Cristo. e Esposa. qual Maria Como medianeira Com efeito, a está unida detodasasgraças,no Igreja professou , descéu, Ela continua a inpor um de os primeiros sécuterceder por toda a los, a Fé na Assunção vínculo Igreja militante e pade Maria Santíssima estreito e decente. em corpo e alma à indissolúvel Para os cristãos, gloria celestial. Esta a Cristo. a solenidade da Asfé, multissecular e sunção celebrada no universal, foi confirdia 15 de agosto, é mada pelo Papa Pio XII, que em 1o de novembro de como uma continuação da Páscoa, 1950, depois de consultar os bis- da Ressurreição e Ascensão do pos do mundo todo, afirmou: "A Senhor. É ao mesmo tempo, sinal imaculada Mãe de Deus, sempre e fonte da esperança da vida etervirgem Maria, terminado o cur- na e da futura ressurreição. Os artistas represe n tam a so de sua vida terrena, foi as37


Assunção, através da figura de Nossa Senhora com as mãos juntas, olhando para o céu de pé, sobre nu-

vens carregadas por anjos. Em algumas representações a Virgem Maria aparece com os braços abertos. <1111

AAssuncão da

Virgem, El Greco Instituto de Arte, Chicago

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..,. Sagrada Família, (detalhe)lu ca

Signorelli { Nossa Senhora Mãe de Deus vina e a humana, Maria era apenas Certamente, dentre todas as invocações, a da Maternidade de Maria é que traduz o fato central que ilumina toda a sua vida e o fundamento de todos os privilégios com que Deus quis adorná-la. Com efeito, Maria é Mãe de Deus. Quando aquela jovem aderiu aos planos de Deus anunciados pelo Anjo e pronunciou o ''faça-se em mim segundo a sua palavra", ocorreu o prodígio anunciado pelos profetas. O verbo divino assumiu a natureza humana: a alma racional e o corpo formado no seio puríssimo de Maria. A natureza divina e a natureza humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e, desde então, verdadeiro Homem; Unigênito eterno do Pai e, a partir daquele momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. A heresia de Nestório, Patriarca de Constantinopla, negava a Maternidade divina de Maria Santíssima, afirmando que havendo em Jesus Cristo duas naturezas distintas: a di-

mãe do homem, pelo que não poderia ser chamada Mãe de Deus. A essa heresia opôs-se São Cirilo, o Patriarca de Alexandria. Tudo, porém, ficou esclarecido com a declaração do Concílio de Éfeso, convocado pelo Papa São Celestino em 431. Foi confirmado que Nossa Senhora é Mãe do Verbo encarnado, da segunda Pessoa da Santíssima Trindade que uniu a si para sempresem confusão - a natureza humana. Desse tempo em diante incorporou-se à oração Ave Maria, a expressão Santa Maria, Mãe de Deus ... Nossa Senhora Mãe de Deus é representada pela Virgem e São José, ajoelhados e de mãos juntas, adorando o Menino Deus recém-nascido, deitado num berço. Em algumas imagens Maria e José estão de pé e geralmente sobre suas cabeças aparece uma auréola. A solenidade de Maria, Mãe de Deus é celebrada no dia lo de Janeiro o que nos estimula a iniciar cada ano sob a proteção de Nossa Senhora. 39


.~

1 3º CoNGREsso

.....~ EucARÍSTICO NACIONAL ;;Eucaristia, Vida para a Igreja" "A família não é apenas uma realidade social e política, mas se coloca no plano de Deus como Igreja doméstica. Se no plano humano, a família deve ser considerada como formadora de pessoas, insubstituível espaço onde a gente aprende a servir, a partilhar e a perdoar; no plano de Deus, a família precisa assumir o compromisso de ser miniatura da comunidade de fé, onde

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a missão de Igreja se manifesta essencialmente, missão de evangelizar, de santificar, de construir o Reino de Deus." Tais idéias marcaram a mensagem de D. Lucas Moreira Neves na homilia da missa da 5° fei ra, dedicada à família, no 13° Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Vitória, no Espírito Santo, de 7 a 14 de julho deste ano. Com a presença de quase 120 bispos e cerca de 480 sacerdotes,

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o Congresso teve como lema "Eucaristia, Vida para a Igreja". Com exceção dos dias de abertura e de encerramento, cada dia de Congresso foi dedicado a um tema: penitência, crianças e adolescentes, consagrados e missionários, família, leigos e juventude. Pela manhã aconteceram palestras e seminários relativos ao assunto temático do dia, enquanto à noite tinham lugar as celebrações eucarísticas também alusivas ao tema. N.S. da Penha, padroeira de Vitória, foi entronizada durante a cerimônia de abertura, na tarde do dia sete, na praça do Papa, na enseada de Suá, onde cerca de quarenta mil fiéis se comprimiram para rezar e louvar a Deus e à padroeira com faixas e bandeiras, cânticos e danças, fogos e pétalas de rosas, celebrando o centenário da Igreja de Vitória. D. Carlo Furno, cardeal italiano, que durante dez anos foi Nuncio no Brasil, teve legado pontifício para o Congresso, presidindo as celebrações de abertura e de encerramento em nome do Papa. Na homilia de despedida declarou-se surpreso pela intensa participação do povo de Deus em todos os eventos destacando-se a calorosa presença dos jovens, em busca de aperfeiçoamento na fé, o que com certeza causará grande influência sobre as vocações sacerdotais na Igreja do Brasil. A Arquidiocese de Vitória pro-

A família não é apenas uma realidade social e política/ mas se coloca no plano de Deus como Igreja domésti ca.

gramou ainda eventos simultâneos ao Congresso, tanto religiosos quanto culturais e artísticos, tais como a exposição fotográfica do Congresso Eucarístico Diocesano de 1945, em Vitória, a exposição de arte e espaço litúrgico, a ópera de Mozart, Missa da Coroação, além de peças barrocas de Bach e Vivaldi, no Teatro Carlos Gomes, e também encontros dos bispos responsáveis pelos regionais da CNBB e seus assessores, tal como a reunião da Comissão Regional de Pastoral Familiar do Leste li, ocorrida a 13 de julho. Especial destaque precisa ser dado às liturgias das celebrações, todas inculturadas na alma do povo capixaba, com amplas raízes alimentadas no solo fluminense, mineiro e baiano. Lindos cantos, expressivo folclore, poesia e dança a manifestar a esperança no Reino. "Fonte de alegria, Santa Eucaristia, vida para a Igreja, sê em nossa história o pão da vitória que o Brasil deseja! "Cantava o povo acom41


panhando o coral de 300 vozes no refrão do hino do Congresso e prosseguia lembrando a bela natureza local : Nossas praias , dourada patena, colhem hóstias de espuma do mar. .. Quem te fez bela assim Pátria amada, vem, Brasil, na Hóstia santa adorar." E saudando a Mãe padroeira: "Lá na Penha, a Senhora bendita tem nos olhos de mãe novo brilho, quem assim nesta história acredita, é seu fã, seu devoto, seu filho ... " Para nós , das ENS, ficou do Congresso, além do aprofundamento de fé na Eucaristia, o apelo emocionado de D. Lucas, ao final de homilia da missa da família, dirigindo-se aos sacerdotes e diáconos : "Se amamos verdadeiramente a Igreja e a sociedade, devemos renovar nosso compromisso com as famílias, com a Pastoral Familiar. As famílias não querem permissividade, querem atenção, aconselhamento, querem meios para exercer sua missão educativa essencial de pessoas e de santos. Unam-se com todos os Movimentos e Serviços Familiares, que são complementares nos seus carismas, (aqui fez citação nominal das ENS) para atenderem às famílias nos nume-

rosos problemas que hoje enfrentam , sobre os quais os sacerdotes devem debruçar-se. Se assim fizerem, certamente ouvirão do Senhor por ocasião do encontro definitivo : -Entra na alegria do teu Senhor, porque minha família estava nua, e a vestiste, estava com fome e a alimentaste, estava com sede e a saciaste!" Só esse apelo à unidade em favor da Pastoral Familiar, ultrapassando orgulhos , ciúmes e auto-suficiências, pode dar à família a prioridade que muitos pregam, mas que ainda nem todos assumimos de verdade.

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Astrid e J Ribeiro Eq 19A, Juiz de Fora, MG


A

EucARISTIA FAZ

CoMUNHÃo DE VIDA ação de graças e de louvor, em que Jesus instituía a Eucaristia, deu-se no contexto de uma refeição pascal. A primeira Eucaristia foi a "Ceia do Senhor". Várias circunstâncias levaram os cristãos, já no século 1, a separar a refeição da celebração eucarística (c f. 1 Cor 11 ,20-23). Não devemos esquecer que a Eucaristia não é simplesmente pão e vinho consagrados, ou um conjunto de leituras e orações, mas, antes de tudo, uma ação de graças que se realiza numa refeição, memorial da Páscoa do Senhor.

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Sendo a Eucaristia uma ceia, é bom buscar compreendê-la a partir do sentido humano da refeição. Tomar alimento é participar da vida, retomar energias para viver. Isso fazemos juntos: com a família, com os amigos, com a comunidade cristã. Participar adquire um sentido mais amplo: não é apenas viver individualmente, isoladamente, mas participar da fraternidade, da troca de dons e serviços, entrar

Tomar juntos o pão é sinal da //companhia/// da amizade/ da solidariedade na luta pela existência e pela realização de nossos ideais.

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numa família humana sentes. Os fiéis, esonde uns ajudam a pontaneamente, dão o O convívio sustentar os outros. que desejam. eucarístico Tomar juntos o pão é O pão é repartido se torna sinal da "compapara todos, ou não tenhia", da amizade, da sinal mos uma verdadeira solidariedade na luta Eucaristia. Os Padres expreSSIVO pela existência e pela da Igreja Antiga eram de realização de nossos mais exigentes neste comunhão, ideais. ponto. Conta-se que o de perdão e O gesto de comer Papa Gregório l, cerjuntos estabelece uma ta manhã, recusou-se de amor. comunhão de vida. a celebrar a Eucaris"Aquele que merecetia porque, chegando ber como alimento viverá por à basílica, encontrou, por perto, um mim" (Jo 6,57). Da comunidade de pobre morto de frio. Para Gregório, comida nasce uma nova relação que a comunidade inteira estava em esune e solidariza. "Uma mesa. Não tado de pecado e não poderia celefoi por acaso que, desejando dar- brar, sem antes fazer penitência e se todo a nós, o Senhor escolheu a mudar de atitude. "Degustaste o forma de comida em família. O en- sangue do Senhor e não reconhecontro ao redor de uma mesa diz ces sequer o teu irmão. Desonras relacionamento interpessoal e pos- esta própria mesa, não julgando sibilidade de conhecimento recí- digno de compartilhar do teu aliproco, de trocas mútuas, de diálo- mento aquele que foi julgado diggo enriquecedor. O convívio euca- no de participar desta mesa. Deus rístico se torna assim sinal expres- te libertou de todos os teus pecasivo de comunhão, de perdão e de dos e te convidou para esta mesa. amor" (João Paulo II, Fortaleza 9/ E tu, nem mesmo assim, não te tor711980, Homilia sobre as Migra- naste mais misericordioso" ( cf. ções, 4). João Crisóstomo, Hom. in 1 Cor É essencial ao espírito da cele- 27,4). bração eucarística o gesto da soliCompreende-se, pois, que a pardariedade com os pobres e esque- tilha dos bens é condição e consecidos. Conforme o testemunho de qüência da vivência da Eucaristia. Justino, já no segundo século, concluída a Oração Eucarística, distribuía-se o pão consagrado aos pre13° Congresso sentes e, através dos diáconos, ele Eucarístico Nacional era levado também aos irmãos auTexto-base, pág.38, 39 e 40 44


PROJETO CONJUGAL omo é possível construir uma e assim por diante. O projeto conjugal é construícasa sólida e duradoura, que permita uma vida digna para do, necessariamente, aos poucos, seus moradores, que seja acolhedora pela vida em comum de um homem do outro, capaz também de criar e e de uma mulher que se amam e fortalecer laços de afetividade e que têm princípios e convicções em solidariedade, sem ter ou seguir comum. De sonhos da época de namoro um projeto arquitetônico e de engenharia? Sabemos que muitas de ou noivado, quando ainda predominam dois projetos de nossas casas são consvida, duas heranças e truídas sem um projemodelos culturais, a to, feitas em poucos Para um vida a dois exige um dias, utilizando-se homem e diálogo profundo para material de construção que nem sempre é de uma mulher estruturar um conjunboa qualidade ou com construírem to de idéias, crenças e valores que vão formar a preocupação de ter sua vida a bagagem cultural e um espaço físico conjugal vital do novo casal e da suficente para todos. nova família, para dar São inúmeras as casas torna-se precárias, mas ninessencial ter sentido a esta vida que estão formando, incluguém vive sem casa, e um projeto. sive com a participacomo diza o ditado ção de novos seres, popular, "quem casa quer casa". Quem forma uma fa- frutos fecundos do matrimônio. Assumir e construir um projemília, por exemplo, precisa de uma moradia, para ser seu ponto de re- to conjugal é criar um novo estilo ferência, para neste espaço dar de vida, novos gostos, uma nova todo o sentido à vida do casal e relação de parentesco, uma nova meneira de ver as coisas e o mundos filhos, isto é, da família. Para um homem e uma mulher do, uma nova atitude diante do traconstruírem sua vida conjugal tor- balho como fator gerador de riquena-se essencial ter um projeto, sem zas e de possibilidades de aumensaber as etapas que vão passar (so- tar os níveis de bem-estar de tozinhos e com os filhos), os valores dos, um jeito próprio de organizar que vão viver, transmitir e defen- uma casa. Assumir um projeto conjugal é der, o estilo de vida que vão assumir, as atitudes diante do trabalho construir um casamento comunhão, profissional que vão ter em conta, que cuida em melhorar no dia-a-

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O projeto conjugal é construído/ necessariamente/ aos poucos/ pela vida em comum de um homem e de uma mulher que se amam e que têm princípios e convicções em comum.

dia a qualidade de vida dos cônjuges e dos filhos, que procuram na fidelidade de um para com outro a unidade do casal e da família, que forma assim uma íntima comunidade de vida e de amor. O projeto conjugal comporta algumas exigências: • o casal precisa ser cada vez mais casal; casal plenamente humano e cristão, que vive em plenitude seu matrimônio, seu pacto conjugal; • o casal precisa ser fecundo, viver o amor gratuito e total entre si e em relação aos outros, sendo fiel aos compromissos assumidos e aberto à transmissão da vida;

• o casal precisa ser responsável social e pastoralmente, significando isto que ele não pode viver somente para si e para sua família, mas aberto aos outros, principalmente aos mais necessitados, assumindo compromissos de transformação da sociedade e da Igreja; • o casal precisa promover a unidade e a comunhão de outros casais e famílias, pela vivência, testemunho e transmissão de valores evangélicos, porque a família é o local ideal para se viver e praticar os valores do Reino de Deus.

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Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) -Setor Famí1ia


LAR - SANTUÁRIO/ Santuário é um lugar santo. do. Para coisas menos importantes Deus se faz presente. O San- (churrasqueira, sauna, depósito de coituário mais expressivo é uma sas inservíveis ... ) encontra-se um esigreja: lugar da celebração, sacrário paço. Mas não vou lutar por um oracom Jesus eucarístico, imagens que tório, ou quarto exclusivo para oração, visualizam o sagrado e lugar de reu- pois seria uma luta perdida. Contento-me nião do povo de Deus com um canto sagrapara o culto. do. Mas um canto Mas, não podeO importante bonito, o mais bonito mos esquecer que veré poder sentar da casa. E, sobretudo, dadeiro santuário é em volta desse limpo e em ordem. também a família cristã. Ela é sacralugar sagrado Bastaria um móvel no qual não caiba nada mento da presença do e recolher profano. Toalha boniPai - Filho - Espírito nosso espírito. ta, uma flor natural, Santo. Um só Deus Aí se anima a um crucifixo, uma em diversidade de imagem de Maria Palavra de pessoas. Uma família (uma só, não uma dúcristã faz visível o Deus, aí zia), a Bíblia e uma mistério de Deus: o acontece vela. Pode-se colocar EU de cada um setoralgum diálogo um quadro de São na num NÓS, que José ou outro santo dos esposos tudo faz comum; é copreferido. munidade de fé e de ou dos pais ou Se tivermos um oração, é comunidade dos irmãos em genuflexório, melhor. de vida e amor, é coque o Espírito O importante é pomunidade de projetos de Deus se faz der sentar em volta e de missão. desse lugar sagrado E tudo para realivisível. e recolher nosso eszar o plano divino. pírito. Aí se anima a Mas uma família Palavra de Deus, aí se passam as cristã precisa fazer visível, dentro da moradia, o misterioso santuário. As co- contas do terço e ai acontece algum munidades religiosas (por exemplo as diálogo dos esposos ou dos pais ou do Sagrado Coração, os marianistas, dos irmãos em que o Espírito de Deus e até Dom Aloysio) têm uma Capela se faz visível. ou quarto como Santíssimo SacramenPe. Ventura to. Muitas farru1ias poderiam reservar C.E. Setor Bauru/SP um quarto no lar como espaço sagra-

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FRATERNIDADE E PoLíTICA O assunto é palpitante! De grande interesse! Atual! Também é melindroso, delicado arriscado e complicado! A CNBB foi corajosa e ousada quando escolheu a política como tema da Campanha da Fraternidade (CF). Ao mesmo tempo, propondo a política como destaque de conversão, oração e renovação de vida, a Igreja Católica conclama ao óbvio. Ou será que há alguém que pensa que não há espaço para conversão na mentalidade e na prática política? Esta transformação a Igreja propõe que aconteça, em primeiro lugar, dentre seus membros e integrantes. Há muitas doutrinas conflitivas com relação à política entre os seguidores de Jesus. Há mui tas abordagens ambíguas também. E existem muitos políticos que professam a fé em Jesus Cristo mas que pensam e agem como se fossem ateus!

A disputa pelo podet; freqüentemente/ inclui uma mistura de paixões/ de amor próprio e de ambições e de pouco espírito de serviço.

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A política, na verdade, é um assunto de várias facetas. Envolve ideologias e, acima de tudo, mexe com interesses pessoais, corporativos e comunitários. A disputa pelo poder, freqüentemente, inclui uma mistura de paixões, de amor próprio e de ambições e de pouco espírito de serviço. Por esses motivos o tema da CF corre o risco de ser manipulado de acordo com os interesses de cada um. Pode ser adulterado e mal encaminhado. Com certeza, os bispos avaliaram toda essa problemática. Consideraram ainda o perigo de perder fiéis que, ou por convicção ou por conveniência, julgam que a Igreja não se deve meter em temas dessa natureza. Mesmo assim, escolheram correr o risco porque o assunto merece ser estudado, refletido e debatido pelos cristãos. A Igreja entende política como a ciência, a arte e a virtude do bem .'-'U'll'l""· O primeiro objetivo da poítica é a busca do bem de todos - o m comum- o bem da "polis", da omunidade. Isto requer estudo -é uma ciência. Requer também negociações e criatividade- é uma arte . Requer finalmente, firmeza de propósito e retidão de intenções - é uma virtude. Tais qualidades, no entanto, não podem ser exclusivas àqueles que detêm o poder ou aos que a ele aspiram. É preciso que estejam presentes em todos os cidadãos, uma vez que é a coletividade que delega poder aos administra-

A política, na verdade, é um assunto de várias facetas. Envolve ideologias e, acima de tudo, mexe com interesses pessoa1s, corporativos e comunitários. dores. De onde se conclui que o interesse pela política é um dos requisitos básicos da cidadania. O cidadão politizado é um promotor do bem comum e um Vigilante atento aos desvios e aos abusos dos governantes. Deduz-se que não é a política que é suja mas alguns políticos a deturpam. E estes precisam ser combatidos e vencidos porque atrapalham e atrasam o bem comum. Não se interessar pela política é abrir mão da felicidade legítima, pessoal e coletiva. É ser, no dizer de Berthold Brecht, "o pior dos analfabetos".

Pe. Charles Transcrito de Mensagens (n°2- junho/96) Boletim Informativo dos Setores de Araçatuba/SP 49


li N S NA PoLíTICA?

A

CF 196 conclamou a todos cristãos leigos p~a trabalharem suas vocaçao no mundo, através do compromisso político da fé. A equipe 03 do setor A de São José do Rio Preto, atendendo a esse chamado, decidiu apoiar a candidatura para vereador de um de seus membros, o Jorge da Adriana. A experiência está sendo tão interessante, que vem entusiasmando outros casais e outras equipes, a mergulharem nos projetos sugeridos pela CF 196. O eixo em tomo do qual têm sido feitos estudos é o da relação entre Fé e Política como caminhada rumo à construção da cidadania. Inclusive o nosso Conselheiro Espiritual, Padre Jarbas Brandini Dutra, a pedido do Jorge, ofereceu cursos e palestras sobre Fé e Política e sobre a própria CF 196, objetivando dar subsídios aos cristãos leigos a exercerem suas condições de cidadãos. Grande foi a preocupação em encontrar um leigo das equipes que estivesse integrado à vida do município e fosse imbuído dos ideais cristãos de cidadania. É o caso do Jorge que, além de ter sido Secretário de Obras da Prefeitura de Rio Preto, tem um bom histórico político desde os tempos de J.U.C. Outro fato novo na participação política partidária do Jorge, é o apoio da esposa Adriana e o comprometimento comunitário dos casais de sua

equipe. O que a ENS n° 03 aprendeu com isso? É evidente que não será o Jorge sozinho que disputará e conquistará o cargo público. Sabemos que, depois de eleito, o Jorge não será um delegado do poder, mas, antes, um representante político da própria comunidade. É importante deixar claro que esta mesma comunidade deverá acompanhar o Jorge após as eleições sugerindo e apoiando suas manifestações na vereança, pois o poder é da comunidade e não do vereador. O que fazemos unidos em Cristo terá sempre a garantia da presença Dele em todas as sitUações favoráveis e desfavoráveis. Acrescenta-se que nós cristãos, juntos, poderemos assim construir uma nova sociedade, justa e fraterna, a partir da participação política, mesmo que o projeto seja tão pequeno como a semente de mostarda do Evangelho. Por todas essas razões concluímos que as ENS devem participar das eleições municipais deste ano, assumindo na prática, a C.F./96, nos diversos níveis em que ela se apresenta. É como, disse certa vez o Papa Paulo VI: "Tudo aquilo que é assumido é redimido".

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Equipe no 03 de São José do Rio Preto- SP.


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PAPEL DA IGREJA

NA POLITICA, ATUALMENTE A Igreja somos nós, povo de Deus. Para que haja uma autêntica comunidade civil e política é necessário que, antes de tudo, haja a participação de todos os cidadãos na ação política e social.

Cristo fez política quando se colocou ao lado dos pobres e oprimidos, quando lutou por uma sociedade mais fraterna.

É necessário que existam mudanças no comportamento das pessoas e dos grupos. Portanto, em nosso modo de entender, é ingenuidade - ou ignorância - não se interessar por política, não no sentido de exercêla diretamente, mas de estar atento a todas as coisas que sucedem na comunidade, por isso mesmo, nós que somos parte dessa comunidade, através de nossas atividades concretas, tanto no plano individual quanto social, temos participação, obrigações, deveres; jamais omissão, ausência, silêncio. A Igreja - que somos nós - fez sua opção preferencial pelos pobres e oprimidos, pelos injustiçados, pelos excluídos.

O nosso povo - portanto também a nossa Igreja- precisa de uma ordem política que respeite a dignidade do homem, que assegure a concórdia, a paz e a justiça social. Nos dias atuais, o papel da Igreja é muito importante, e sua atuação, a nosso ver, não pode se limitar somente a orações, novenas, missas, etc. A Igreja acredita na necessidade da conscientização política do povo. Ser cristão é participar, é estar disposto ao diálogo, e conseqüentemente a uma atitude de conversão.

A Igreja acredita na necessidade da conscientização política do povo. Ser cristão é participar, é estar disposto ao diálogo, e conseqüentemente a uma atitude de conversão. 51


Mas a Igreja, em numerosas partes do mundo, inclusive no Brasil, já se deu conta de que os pobres precisam também viver neste mundo, e não apenas aguardar o Paraíso, após a morte. Cristo fez política quando se colocou ao lado dos pobres e oprimidos, quando lutou por uma sociedade mais fraterna. Todos nós - sem exceção - devemos fazer política no sentido de tentar mudar ou modificar estruturas injustas, sem o que a nosso ver, a vida não tem um sentido definido, válido. A rigor não há ninguém que não faça política, pois esta é uma dimensão intrínseca da própria Fé. E o que vemos na sociedade atual, em nossa condição de cristãos, dentro de nossas comunidades? Fora as exceções que confirmam a regra, há muita acomodação, aceitação, desinteresse. As coisas no mundo não mudam, se as pessoas não se dispuserem a ag1r. Só uma classe de pessoas não erra: a dos que nada realizam, a dos que nada fazem, disse um famoso pensador. Acho, porém, que nós temos um papel a desempenhar dentro de nossas comunidades religiosas: é levar, com convicção e fé autentica, dentro de uma situação concreta, a Boa Nova do Reino de Deus, mas também, e firmemente , como apóstolos de Cristo, lutar por um

Todos nós -sem exceção'de\Xemos fazer política no sentido de tentar mudar ou modificar estruturas injustas/ semo ue a meu ve~ a vida não tem um sentido definido/ válido.

mundo mais justo, mais humano, mais cristão, opondo-nos à pobreza aviltante, ás grandes disparidades sócio-econômicas, e assim colaborarmos com todos os homens para tentar consolidar a Paz entre eles, baseada na justiça e no Amor, que é a mais profunda exigência humana.

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Diva e Fernando Dantas Eq. 01 - N. S. das Dôres Limeira!SP


"JusTIÇA E

PAZ SE

ABRAÇARÃo"

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olítica vem de pólis, palavra grega que significa cidade. Política é o governo da cidadeestado. Do ponto de vista ético ou dos valores, a política é o conjunto de ações pelas quais homens e muLheres buscam uma forma de convivência entre si ou grupos formando nações que ofereçam condições para realização do bem comum. Foi definida pelo grande estudioso francês Pe. Lebret como: a ciência, a arte e a virtude do bem comum. " (Extraído do texto base da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, sob o lema: Justiça e Paz se abraçarão).

ção do eventual eleito. Nenhum candidato será obrigado a responder este questionário; somente aqueles que desejarem assumir um compromisso real com seus eleitores a fim de facilitar o acompanhamento de sua atuação ao longo de todo seu mandato. Repetimos! Importante! Pedimos aos equipistas eleitores que estudem os candidatos de sua região; deixemos de lado amizade ou simpatia. Enviem o questionário aos candidatos de sua preferência - estudem suas respostas e escolham aqueles que a seu ver e nestes critérios, possam bem representar a comunidade.

Caros irmãos equipistas, estamos às vésperas de eleições municipais, para vereadores e prefeitos. O que sabemos sobre os candidatos para estas vagas? Qual o perfil dos mesmos, qual a prova de competência, quais os conhecimentos e planos para os nossos municípios? Tratarão eles do nosso bem comum? Cumprindo o que indica a Campanha da Fraternidade de 1996, os casais integrantes do Movimento das Equipes de Nossa Senhora da Região de São Paulo Capital, (Setor C) elaboraram um questionário. Sugerimos enviar a cada candidato escolhido. Sua finalidade será orientar os eleitores na escolha de seu voto e no posterior acompanhamento da atua-

Stella e Celso Siqueira, CRR Região São Paulo Capital

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Veja na página a seguir o questionário elaborado pelas Equipes de Nossa Senhora para os candidatos à prefeitura e à câmara de vereadores.

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PARA A EQUIPE DE NOSSA SENHORA ................. . 1. Dados pessoais Nome completo ..................... .................. Idade .......... RG ........ ..... CIC ............. . Estado civil ........... Nome da esposa .... ................................... N11 de filhos ........ .

2. Formação básica Escolaridade ......................................... Profissão ................................................. . Local de trabalho - Atual ................................. Anterior ...................................... .

3. Formação política Cursos .................................................................................................................... Atividades políticas exercidas ................ .............................................................. . Partido a que pertence ................... partidos a que pertenceu ............................. ..

4. Formação religiosa Sua religião ............................................................................................................ Atuação em entidades socias (associações, benemerência, clubes, comunidades, movimentos, igreja, etc. .. ) ..................................................................................... Sua crença religiosa está inserida na sua proposta de atuação? ............. ............ .. Conhecimento da Campanha da Fraternidade - o que você entende por Direito à Vida? ............................................................................................................ .... ... .. .

5. Atuação política Por que você resolveu candidatar-se? ........................................ .......... ... ............. .. Esta é sua primeira candidatura? ......................................................................... .. Quais as credenciais que julga ter para exercer o cargo que pretende exercer? .. Você acha importante ser fiel à legenda partidária pela qual se candidatou? ...... Qua l a I inha mestra de atuação de seu partido? ................................................. .. Qua l tem sido o seu engajamento e participação efetiva na vida da sua comunidade? .......................................................... ........................................................... . Quais seu planos para o eventual mandato? ...................... ................................. .. Qua is seu projetos prioritários - você conhece todas as necessidades do seu munícipio? ..................................................................................................... ... .... . 6. Acompanhamento

Como pretende dar conhecimento aos eleitores sobre sua atuação? ................... . Aceitaria um compromisso mensal de acompanhamento de todas as suas ações políticas, por um grupo de eleitores? .................................................................... ..

,. •·


A Serviço da Igreja - Breve Curso de Teologia Pastoral Fundamental, Sergio Dalla Rosa, Editora Santuário, 1993, 93 pg.

O livro trata da Teologia Pastoral Fundamental ou geral, dando atenção particular não à obra dos "pastores" (Papa, bispos, sacerdotes), mas á ação dos fiéis leigos aos quais se destina este estudo. A primeira parte trata do sujeito e dos sujeitos da ação pastoral, isto é, da Igreja e dos seus ministérios (Igreja universal; Igreja particular; a paróquia como lugar privilegiado da pastoral; a família objeto e sujeito de pastoral). A segunda parte aborda as funções pastorais fundamentais da Igreja (anuncio da palaavra, liturgia, serviço da caridade, orientação do povo de Deus, ministérios a serviço da comunidade e da missão). A terceira parte tratra da ação pastoral da Igreja no seu relacionamento com a sociedade civil. o tradutor, Pe. Antônio Pinto da Silva, fez cuidadosa adaptação do texto para o Brasil.

I .:C

O Eco Político do Evangelho, Frei Luís Maria A. Sartori, o.f.m., Editora LTR, 1993, 149 pg.

Todo ato humano é ato político. Toda a política toma uma nova dimensão quando aceita dirigir-se pelos princípios do Evangelho; quando aceita as realidades humanas com os critérios da Revelação; quando aceita agir conforme as virtudes cristãs. Se os nossos políticos escutassem este "Eco Político do Evangelho", dentro do seu procedimento político, o Bem Comum de nosso povo brasileiro seria bem diferente daquele que estamos presenciando há muitos anos . Esta é a mensagem deste livro.

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Novidades e lançamentos do mês • O Matrimônio no Século XXI (Falência ou Realização), Chistiane E. Blank, Editora Paulinas

• ABC da Comunicação Familiar (Livro dos pais que não tem tempo de ler), Jean Monbourquette,

Matrimônio e Família (refle- Editora Paulus xões sobre planejamento familiar, aborto, divórcio ... ), Pe. Beni dos • O Casal. Amor e PlanejaSantos, Paulus, 1994, 67 pg. mento (Proposta para a educação As páginas deste livro têm por da afetividade), Rossana Carobjetivo expor, de modo breve, a vi- magnani Mario Danieli, Editora são cristã do matrimônio e da famí- Paulus lia e sua incidência em alguns problemas de ordem moral. Não só ex• Educar os filhos hoje, por, mas também justificá-la com Bernabe Tierno, Editora Paulinas reflexões pessoais. O livro usa linguagem simples, evitando longas • Em Nome dos Pais e dos Fiproblematizações de ordem filosófi- lhos (Subsídios para uma catequeca e teológica, para que a pertinência se em família), José Fernandes de da doutrina da Igreja possa ser per- Oliveira (Pe. Zezinho, SCJ), Editocebida facilmente por todos. o autor ra Paulus é doutor em teologia e professor na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo. É Nota: Caso os nossos leitores não autor de vários livros e artigos na encontrem nas livrarias os livros sugeridos nesta seção, poderão ótica teológico-pastoral. solicitá-los, diretamente via reembolso postal (qualquer que seja a editora) para: Santuário 1900, Caixa Postal 4, 12570-000, Aparecida, SP. Não precisa selar. No lugar do selo escreva: Taxa Paga. Se preferir, encomende pelo telefone (021) 565-2140.

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ANTIGO TESTAMENTO

os 73 "livros" que compõem a Bíblia, 46 integram o denominado Antigo Testamento, que é a história do povo judeu, desde mais ou menos 1800 A.C. até o advento da era cristã. Tais escritos se iniciam quando Deus faz a aliança com um povo eleito, pela vez primeira, depois do pecado original. Na pessoa do pagão, não judeu, Abraão foi chamado por Deus, par abandonar a sua terra natal, Ur, na Caldéia - atual Iraque, dirigir-se com toda a sua fallll1ia para a região que veio a ser intitulada Palestina e assumir a direção do povo judeu. Abraão, temente a Deus, atendeu ao chamado e aí, então, se iniciam os escritos sobre a história do denominado "povo de Deus", também conhecido como "povo de Israel". Os 461ivros do Antigo Testamento narram a história desse povo com urna profunda característica religiosa, abrangendo inicialmente as origens do homem, a fase de Abraão e de sua descendência direta, até o exílio no Egito; numa segunda fase , sob a liderança de Moisés, a fuga do Egito e a conquista da terra prometida de Canaã; a terceira fase com o estabelecimento das 12 tribos de Israel na área destinada ao estado judeu, os combates e a denominação dos povos que ali habitavam; a era dos Juízes e a seguir dos Reis, à qual se sucedeu a divisão das tribos, dez delas ocupando o norte denominado Samaria, e as duas mais importantes, a de Judá e de Benjamim, ocupando toda

D

a área remanescente. Após, se seguiram as fases de dominação pela Assíria, pela Caldéia, àquela altura já denominada Babilônia, pela Grécia e, fmalmente, a dominação de Roma quando se deu o nascimento de Cristo. Esta parte, nitidamente histórica, é calcada em motivos de inspiração religiosa~ se permeia com os escritos religiosos propriamente ditos. Assim, nós temos os 05 livros do Pentateuco ou da lei: Gênesis - remonta às primeiras origens da humanidade; Êxodo - trata da fuga do Egito e a conquista sob Josué, de Canaã; Levítico- trata do culto, dos ritos, das formas e condições do exercício do mesmo; Números - registra nomes, datas, medidas, referidos a aspectos dos primeiros escritos, as guerras e quedas do povo judeu em contraposição à pureza daféemDeus; Deuteronômio - é, sobretudo, um modelo de ação pastoral e social. Sua parte central nasceu numa época de grande desenvolvimento econômico que acabou por acelerar a injustiça e a desigualdade social: uma minoria privilegiada detinha a riqueza e o poder enquanto a maioria do povo ficava reduzida à miséria. Diante disso, os levitas itinerantes desenvolveram uma catequese que mostrava os caminhos para a superação dos conflitos.

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Transcrito de A Boa Nova Boletim das ENS de Salvador/BA (n°16 Abril/Maio/96)


O Novo TESTAMENTO

O

Novo Testamento ou Nova com a estrutura da sociedade, que Aliança é a parte da Bíblia o persegu iu, prendeu e matou. Mas onde encontramos o anúncio Jesus ressuscitou, env iou o Espírida pessoa de Jesus Cristo. Sua men- to aos seus seguidores, chamados sagem central é o próprio Filho de apóstolos e discípulos, e estes conDeus, que veio ao mundo para esta- tinuaram sua missão, encontramos belecer a aliança definitiva entre no Novo Testamento. Não pretenDeus e os homens. Sendo Deus-e- deram fazer uma biografia de JeHomem, o próprio Jesus é a expres- sus, nem história ou crônica da são total dessa aliança: ele mostra que ação dos seguidores dele. QuiseDeus é Pai para os homens, e como ram, em primeiro lugar, anunciar homens devem viver Jesus para que os hopara se tomar filhos de mens tivessem fé e se Deus. comprometessem com Os Através de sua paJesus. Fé e compromisevangelhos lavra e ação, Jesus so que significam consão quatro tinuar sua palavra e inaugurou a nova aliformas de ança ou, em outras paação, constituindo o lavras , o Reino de Reino . anunctar Deus. Esse Reino já O Novo TestamenJesus/ não é mais aliança com to agrupa 27 (vinte e escritas no sete) livros, conforme um povo só. É aberto ambiente de temas e estilos diferena todos os homens, todos os povos de todos comunidades tes: Evangelhos, Atos os tempos e lugares. dos Apóstolos, Cartas diferentes. Em Jesus, Deu s quer e Apocalipse. reunir toda a humaniOs evangelhos são dade como uma família em que to- quatro formas de anunciar Jesus, dos são chamados a viver como ir- escritas no ambiente de comunidamãos, repartindo entre si todas as des diferentes. Por isso tratam da coisas. Essa grande reunião, onde pessoa, das palavras e das ações de tudo é partilha e fraternidade no Jesus de modo ao mesmo tempo amor, é o reino de Deus que, seme- semelhante e diferente. Não são biado na história, vai crescendo até ografia ou história, e sim um anúnque se torne realidade para todos. cio para levar à fé em Jesus, isto é, Jesus não deixou nada escrito. ao compromisso de continuar sua Ele pregou, ensinou e colocou em obra, pela palavra e ação. prática o projeto de Deus . Isso fez Os Atos dos Apóstolos são a com que e le entrasse em conflito segunda parte do evangel ho de São 58


Os evangelhos tratam da pessoa, das palavras e das ações de Jesus de modo ao mesmo tempo semelhante e diferente. Não são biografia ou história, e s1mum anúncio para levar à fé em Jesus. Lucas. Mostram como o anúncio de Jesus e a formação das comunidades cristãs se expandiram, chegando a Roma, centro do mundo naquela época. Ai vemos o sentido da missão cristã; levar a boanova do Evangelho a todos os homens, para que todos possam tomar conhecimento de Jesus e pertencer ao povo de Deus. As cartas ou epístolas são escritos dirigidos às primeiras comunidades cristãs. Elas não só nos dão uma idéia dos problemas dessas comunidades, mas nos ajudam também a ver e superar os nossos pro-

blemas em nossas comunidades atuais. O Apocalipse de São João é um livro escrito em linguagem figurada, porque se dirige aos cristãos em tempo de perseguição. Apresenta Jesus Ressuscitado como Senhor da história, e mostra como os cristãos devem anunciá-lo e testemunhá-lo sem medo, enfrentando até mesmo a própria morte.

Transcrito da Bíblia Sagrada Edição Pastoral, Edições Paulinas, 1990 59


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jAVALI

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u já o esperava, mas quando chegou a hora, assim mesmo, levei um choque. "Você vai poder descansar, aproveitar a vida, viajar. Como, entretanto, gostaríamos de poder continuar contando com a sua experiência, vamos contratá-lo como consultor autônomo, mediante consultas específicas das áreas interessadas, que pagarão pelos seus serviços. " Após 21 anos na atual empresa e 44 anos de trabalho "registrado", estava aposentado, ou melhor, semiaposentado, porque recebi uma consulta que me ocuparia durante umas duas semanas, fora a obrigação contratual de prestar 32 horas por mês de serviço regular. Fazia tempo que pensava na redução do ritmo de trabalho profissional -já não tinha a resistência de outrora, queria ter mais tempo para ler, escrever, dedicar-me à Igreja. Quando soou a hora, contudo, rememorei meus anos de trabalho, negócios planejados, fábricas projetadas e construídas, problemas técnicos resolvidos, negociações mantidas em tantos países, participação ativaemassociações profissionais e científicas, e comecei a ficar preocupado. Tudo isso ia cessar. Acabara de entrar na "Confraria do Javali": "Já vali alguma coisa, hoje não valho mais nada ". Comecei logo a sentir uma mudança na atitude dos colegas que continuavam na ativa (muitos tinham sido dispensados na reestruturação da empre-

sa, a célebre "reengenharia"): não era mais um deles, era um "consultor autônomo" que, se consultado, teria que ser pago por seu centro de custos, em época de vacas magras e contenção de despesas. Percebi Logo que raríssimas seriam as consultas dentro da empresa e, portanto, parca a remuneração. Teria que procurar fora, no mercado, um mercado saturado de executivos cortados, desempregados, competentes. Sentia-me angustiado, mas sempre confiante em Deus, com cuja proteção, imerecida porém constante, sempre contei. Rezei, coloquei-me nas mãos do Senhor e Logo me fui tranqüilizando. Era só me entregar em suas mãos, Ele traria a solução. Por acaso, recebera e acabara de ler o último livro da Madre Teresa de Calcutá, "Um Caminho Singelo", e nele descobrira uma oração que ela compôs e é rezada diariamente pelos Irmãos e Irmãs de sua Congregação. Essa oração, que traduzi do francês e reproduze a seguir, mostrou-me qual a verdadeira atitude do cristão diante de situações como a minha, como a de milhares de pessoas, em circunstâncias muito piores que as minhas. Passei também a rezá-la todas as manhãs e, agora já mais calmo, mais tranqüilo, mais confiante, certo de que Deus quer de mim outra coisa, procuro novas formas de servi-lo. Bendito seja o Senhor!

Gérard F. Duchêne Eq. 01/A - N. S. do Sim São Paulo,SP 60


ORAÇÃO

S

ejamos todos ramos autênticos, ricos em cachos, da vinha de Jesus, acolhendo-O em nossas vidas da forma que Lhe agrade assumir: Como Verdade - para dizê-la; Como Vida - para vivê-la; Como Luz - para sermos iluminados; Como Amor - para sermos amados; Como Caminho - para percorrê-lo; Como Alegria - para dá-la; Como Paz - para espalhá-la; Como Sacrifício - para oferecê-lo nas nossas famílias e aos nossos próximos. Ó Jesus, liberta-me Do desejo de ser amado, Do desejo de ser elevado, Do desejo de ser honrado, Do desejo de ser louvado, Do desejo de ser preferido, Do desejo de ser consultado, Do desejo de ser aprovado, Do desejo de ser celebrado, Do medo de ser desprezado, Do medo de ser censurado, Do medo de ser caluniado, Do medo de ser esquecido, Do medo de ser lesado, Do medo de ser ridicularizado, Do medo de ser suspeitado. Amém

Madre Teresa de Calcutá in "Um caminho singelo" (Plon-Mame, 1995, trad. francesa)

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PARA UMA MÃE

1-

Pai Nosso, que estais nos céus ... Elevo hoje para Vós a prece que há muito tempo repousa em meu coração: Dai-me a graça de ser um dia a mãe de um sacerdote! Bem sei, Senhor, que são insondáveis os vossos caminhos e permaneço em Vossas mãos, inteiramente submissa à Vossa Vontade. Ouso, contudo, fazer-Vos esta súplica! Ouvi, o porque de meus rogos: Sempre acreditei que nada há maior, na terra, que o Vosso Sacerdócio! Sempre acreditei que nada há mais sublime, pa ra o homem ser. Aquele que, em suas mãos, consagra o pão e o converte no Corpo de Cristo! Aquele que, em Vosso nome, perdoa todos os pecados. Aquele que é a palavra, a bondade, a atividade, o zelo de Cristo na terra. Aquele que é qual gota de orvalho divino sobre este mundo atormentado! Outro Cristo!Um Sacerdote! .. . Esta vocação magnífica que, em Vossa sabedoria não me permitis realizar, julguei que a poderíeis conceder a alguém nascido de mim, carne de minha carne, a meu filho. Oh! não rejeiteis, Senhor, este meu desejo intenso, que não me deixa mais! Esta visão sublime que às vezes vem deslumbrar minha mente ... Enaltecer meus dias ... Visão de um homem elevando no altar o meu Deus! De um homem que tenha as minhas feições. Do filho que me destes. Do Sacerdote que Vos restituirei, para que seja inteira e unicamente Vosso! Ainda que para isso, deva sangrar meu coração materno. - Senhor, eu Vo-lo peço por Maria: Fazei de mim a Mãe de um Sacerdote! Permiti que me dirija também a Vós, à Virgem, que sois a Mãe por excelência, do Sacerdote por excelência.

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É tal a grandeza do meu desejo, que me sinto desfalecer... Pensando que Deus realizará, talvez o meu sonho, depositando em meu ser, no germem da vida, o germem de uma vocação sacerdotal. .. tenho medo! Medo de ver o meu nada .. . Como vós, diante de Gabriel, fico perplexa! E pergunto-me, como de mim, tão miserável, poderá nascer um Sacerdote; Eis porque recorro a Vós, Mãe da Divina Graça. Será mister que Vós mesma me prepareis para tão ditosa missão: ter um de meus filhos ... Sacerdote. Vós que sois tão poderosa, ajudai-me a cultivar em mim, para poder transmití-la ao meu filho, uma alma sacerdotal. Ufana por pertancer à Igreja. Vivendo intensamente da Graça e dos Sacramentos, ciosa de desempenhar o meu papel no Corpo Místico de Cristo, inflamada de zelo pelas almas. Capaz do silêncio da oração, como fadigas da ação. Inteiramente dedicada! Uma alma que tenha a inteligência do Sacrifício de Cristo, afim de estar pronta para os sacrifícios que lhe forem pedidos. Que tenha " realizado" que toda vida deve ser de redenção, porque o discípulo não está acima do seu Mestre! O Virgem Mãe, dai-me um coração puro, desprendido de tudo, para que meu filho não seja apegado à terra. Dai-me um coração abrasado da Caridade que ele deverá espalhar no mundo ... Destruí o meu orgulho, para que meu fil.ho seja manso e humilde de coração. Aniquilai meu egoísmo, para lhe ensinar a dar-se! E quando chegar o momento ... O Vós a quem transpassou a espada de dor, dai-me a graça de fazer, sem reserva o sacrifício de meu filho! Possa eu se for necessário, acompanhá-lo até o Calvário, e como Vós, ser Co-Redentora!. .. Assim seja. Pe. Wagner Fernandes Salinópolis!PA 63


ERA UMA VEz ... /

E

ra uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: A Alegria, A Tristeza, A Vaidade, A Sabedoria, O Amor. .. e outros. Um dia avisaram para os moradores da ilha que ela iria ser inundada. Apavorado, o Amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem. Ele dizia: -"Fujam todos, a ilha vai ser inundada! " Todos correram e pegaram seus barquinhos, para irem para o morro bem alto. Só o Amor não se apressou, ele queria ficar um pouco mais com sua ilha ... quando estava quase se afogando, correu para pedir ajuda. Vinha vindo a Riqueza e ele disse: -"Riqueza me leva com você?" -"Não posso Amor, meu barco está cheio de prata e ouro, não tem espaço." Passou então a Vaidade, e ele pediu:

-"Vaidade, me leva com você?" -"Não posso, você vai sujar o meu barco novo." Daí passou a Tristeza: -"Tristeza, posso ir com você?" -"A h, Amor, eu estou tão triste que prefiro ir sozinho. " Passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que não ouviu o Amor. Já desesperado, e achando que iria ficar só, o Amor começou a chorar, daí passou um barquinho com um velhinho e falou: -"Sobe Amor, eu levo você." O Amor ficou tão feliz que até esqueceu de perguntar o nome do velhinho. Chegando no morro alto, perguntou então para a Sabedoria quem era o velhinho que o trouxera até ali. -"Ora Amor, foi o Tempo!" -"0 Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe aqui?" E a Sabedoria respondeu: -"Porque só o Tempo é capaz de entender um grande Amor".

Cristina e Paulo Equipe 12- N. Sra. de Fátima São Caetano do Sul - SP

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MEDITANDO EM EQUIPE É pelo Espírito que recebemos a vida nova. Entre os dons e frutos do Espírito (GI. 5, 16-26) está a caridade, que nos torna possível amar a Deus e as pessoas. Poder amar e ser amado, isso é salvação e felicidade. Leitura: 1Cor 13,1-8. Leia esse trecho em voz alta, pausadamente. Se na sua tradução a palavra for "caridade", leia também "amor", "fraternidade".

---------------------------------------MEDITAÇÃO • • • • • •

Tente repetir de memória esse hino ao amor. Trata-se do amor a Deus, do amor ao próximo, ou de ambos? Para você, amar é obrigação ou é jeito novo de viver? Diante desse texto, como é que você avalia seu amar? Que vai fazer para amar? Louve, agradeça, peça.

---------------------------------------ORAÇÃO LITÚRGICA: SEDE DE DEUS Como quem morre de sede, de sede de água viva, assim minha alma morre de sede de ti, ó meu Deus.

Quero dizer a Deus meu rochedo: como haveria de esquecer-me de ti, como iria deixar que o inimigo pudesse vencer-me?

Minha alma tem sede de Deus, do Deus da vida: Quando será que verei a face de Deus?...

... Envia-me tua luz, tua verdade que me levem pelos caminhos, pelo caminhos de volta, Senhor, da casa paterna em que moras.

Minha alma se abre quando me lembro que estou caminhando para a tua casa, cercado dos gritos alegres do povo que louva e festeja o caminho que faz.

Chegarei ao altar de meu Deus, do Deus de minha alegria. Alegre haverei de cantar-te a ti, meu Deus e Senhor.

Por que haveria de gemer e chorar, com dó de mim mesmo, se tenho certeza que um dia verei meu Deus salvador?

(FI. Castro Sobre o Salmo 41)


Atitudes de Vida: • Procura Assídua da Vontade e do Amor de Deus • Procura da Verdade • Vivência do Encontro e Comunhão

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal e Familiar Rua Luis Coelho, 308 - 5º andar- cj 53 CEP: 01309-000 São Paulo-SP Fone: (011) 256.1212 Fax: (011) 257.3599


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