ENS - Carta Mensal 322 - Outubro 1996

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Carta Mensal Equipes de Nos~a Senhora

Os OPERÁRIOS NA VINHA DO SENHOR SoMos RIACHos OU LAGOAS?

A

MATEMÁTICA DOS

3/3

MEU fiLHO É UMA DROGA!

Ano XXXVI - Nº 322 - Outubro /96


EQUIPES DE

NossA SENHORA

CARTA MENSAl Nº

322

OuTUBRO

/1996

, INDICE Editorial ...... ........... .... .. ..... ..... ......... .... ..... 01 A ECIR Conversa com Vocês ........ ... ... .... . 02 Form ação .. .... ........ ... .......... ..... .... ... .......... 04 Vida do Movimento ... ................ .... ... ... .. ... 11

Carta Mensal é uma publicação das Equipes de Nossa Senhora Edição: . Equipe da Carta Mensal Fone: (011) 256.1212 M Thereza e Carlos Heitor Seabra (responsáveis)

Notícias e Informações .. ..... .................... . 24

Blanche e Lauro F. Mendonça

Opinião do Leitor .............................. ...... 27

Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto Rita e Gilberto Canto

Mês do Rosário .......... ........ ..... .... ... ....... .. . 29 Maria ... ........ ...................................... ... ... 31 Dia das Crianças ... ............................ ..... . 37 Ascensão do Senhor .. ........ ....................... 32

Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (Cons. Espiritual) Jornalista Responsável: Catherine ElisabethNadas (MTb 19835)

Diagramação e Rustrações:

Jovens .............. ......... ..... .. ......... ..... ........ .. 41

M. Alice e lvahy Barcellos

Pastoral Famili ar .......... ....... ....... ....... .. .... 44

Capa: Eros LagroNal Igar Fehr

M ês das Missões ...................................... 53 Nossa Biblioteca ......... .. .... ...................... 55

Composição e Fotolitos: Newswork R. Venâncio Ayres, 931 São Paulo Fone: (011) 263.6433

Campanh a da Fraternidade ..................... 57 Reflexão ..... ............ .......... ............. ... ..... .. 60

Impressão e Acabamento: Edições Loyola Rua 1822, 347 Fone :(Oll) 6914.1922

Oraç,'lo ... .......................... ...... .......... ...... . 63 Última Página ...... ................ .. ...... ........ ... 64

Tiragem desta edição: J_D.OOO exemplares


.....

Queridos Casais Equipistas!

.~ a..;

Paz e Bem!

.....s

É urgente nossa preparação para celebrarmos a virada do século que se aprox.ima. Digo urgente, pois, apesar de ainda termos três anos pela frente, precisamos começar já, agora, a nos "transformar" para transformar o mundo. Dentro da pedagogia de nosso Movimento, podemos ter como essência da mística dos Pontos Concretos de Esforço, a disposição de transformarmo-nos para enfrentarmos o que se nos impõe como casal. Sem desvincular da vivência dos PCE's em seu conjunto, quero fazer com vocês um "Balanço" de como andam as suas "Regras de Vida". Têm sido elas espaços para conversão? Buscam o "configurar-se à pessoa de Jesus Cristo"? Constituem uma base, um programa de vida no qual o casal segue Jesus? Fica-me claro, pelo que tenho acompanhado em diversas equipes, que a "regra de vida está Empobrecida, vazia de conteúdo e reflexão, apresenta-se frágil e despida qualquer relação com a vivência dos demais Pontos Concretos de Esforço." As ENS apontam-nos um caminho a seguir e neste caminho estão o Encontro, a Comunhão, a Verdade e a Vontade de Deus em nossa vida, e como conhecê-la ou vivê-la? As ENS propõenos escuta-meditação-oração como meios, pontos concretos para percebermos essa presença de Deus em nossas vidas. Se escutarmos Deus, se meditarmos a sua Palavra, se rezarmos sobre a sua Palavra, Ele nos aponta, mostra e orienta que "regra de vida" fazer para sermos mais santos (as). Por isso, especialmente para você, querido casal, este é o momento de compreender e VIVER os Pontos Concretos de Esforço, pois eles nos preparam para a virada do Século, que está exigindo de nós novos métodos, novas formas e novo ardor. Na época da comunicação, "fax", "Internet", tão rápida para enviar mensagens, porque somos tão lentos? lerdos? em estabelecer uma verdadeira comunicação com Deus? Tentem este mês viver os PCF's em sua totalidade e partilhar em sua reunião de equipe os resultados.

Um abraço e orações,

Pe. Mário José - ECIR

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O OuTRO LADO DO VoTO/

Voto. S.m. 1. Ação de votar; votação. 2. Promessa solene com que nos obrigamos com Deus. 3. Promessa solene; juramento. 4. Oferenda paga em promessa. 5. Súplica à divindade. 6. Desejo íntimo, ardente. 7. Maneira de expressar a vontade ou opinião num ato eleitoral ou numa assembléia. 8. Sufrágio, votação. 9. Lista que se vota numa eleição; cédula." (Novo Dicionário Básico 11

da Língua Pqrtuguesa Folha/Aurélio, pg.679).

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nteressante observar que ao ado da definição "política" de oto constante no Dicionário, há outra mais profunda, quase sagrada, na qual se estabelece uma cumplicidade do eu com algo maior, expressada por meio de promessas, juramentos, súplicas etc. Não há dúvida que o termo "voto" ou "votação" se desgastou. Perdeu o significado original. Ou pior: tomou o sentido de alguma coisa superficial, uma espécie de "mal necessário" do exercício da política em nossa sociedade. Utilizando-se uma expressão muito comum nos dias de hoje, o voto se massificou. Tornou-se um bem de consumo, ao invés de diário, como o passeio pelas vitrines do shopping, algo a se consumir anualmente, com o agravante de exigir inéditos "dribles" a cabo eleitorais e direito a escorregadelas nas montanhas de panfletos!

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E, como se num golpe de misericórdia, a elite política apregoao como um direito e um dever. Talvez, a gente se arrisque a dizer que nem uma coisa nem outra. O voto

O voto perdeu o

significado original. Ou pior: tomou o sentido de alguma coisa superficial, uma espécie de ;;mal necessário" do exercício da política em nossa sociedade. 2


mais que um compromisso com o Estado, é um compromisso com nossa intimidade. Chegamos a dizer que qualquer voto manifesta-se como a expressão máxima de nossa intimidade, em termos de valores e crenças. O voto, na esfera política, não se esgota com o depósito de um pedaço de papel numa urna, a juntar-se com milhares ou milhões de outros numa apuração. Ou, falando-se modernamente, nos limites da digitação de uma senha num sistema eletrônico. O voto, recuperando a visão original, é um ato solene, tradutor de um desejo íntimo e ardente, enfim, um ato de vontade. A opção pelo matrimônio é um voto de confiança na vida compartilhada, o voto da paternidade e maternidade é a expressão máxima do anseio de doação e amor; ambos renovados diariamente, o voto do respeito ao próximo é um compromisso assumido com Deus e os irmãos na vida social. Ao mesmo tempo, então, que aquele pedacinho de papel representa tão pouco em termos numéricos, a reflexão sobre os nossos valores, a visão que nós temos da vida em sociedade, a expectativa de mudanças tem uma enorme, uma imensurável importância no encontro com a nossa intimidade. Assim, o voto na esfera política é sim um ato sagrado; é sim um ato solene; não pela frágil expectativa de uma mudança imi-

A opção pelo

matrimônio é um voto de confiança na vida compartilhada, o voto da paternidade e maternidade é a expressão máxima do anseio de doação e amor; ambos renovados diariamente, o voto do respeito ao próximo nente, que não está ao nosso alcance. Mas por significar o resgate de nossa intimidade, na medida em que depositamos a confiança nos valores e nas crenças que possuímos em uma pessoa ou em um partido. Esses são meros veículos de nossas expectativas. A "divindade" do voto está na nossa intimidade e, nesse sentido, no nosso encontro com Deus.

Maria Cecaia/Gaspar ECIR 3


PARTILHA E PONTOS CoNCRETos DE EsFoRço / Encontrar-se cada dia, marido e mulher, em uma oração conjugal (se possível familiar)

mília seja cada vez mais orientada pelo amor, pela busca das boas qualidades (virtudes) cristãs. Pois bem, só a força de Deus é que pode fazer-nos crescer. Temos de continuproposta deste ponto concre- amente pedir, na oração, esse dom to de esforço parte de uma de Deus, esse favor totalmente gradéia simples; na vida doca- tuito. Pedir e agradecer. sal não basta a oração individual, por mais continuada e intensa que seja. • Para crescer na santidade preO que parece evidente: o casal deve cisamos aprofundar conscientepartilhar a vida toda, também suas mente nosso relacionamento filial riquezas e esforços espirituais; como com Deus: precisamos viver cada responsáveis pela "igreja domésti- vez mais intensamente a fé, a especa", em sua função sacerdotal, pai e mãe devem assumir e orientar o culto familiar. Eorar é A oração pessoal, do casal e dos exatamente isso: filhos, precisa do estímulo e do apoio da oração familiar comunitária, para viver intensa e não ser descuidada nem se tomaresconscientemente téril. A partilha das experiências será a fé, a esperança, uma escola de oração, onde nem a caridade. Por sempre, nem necessariamente, os pais serão os mestres. Os momenisso precisamos tos de oração, reunindo a família diorar ante de Deus, serão ótimo ponto de freqüentemente, partida para um diálogo familiar e conjugal mais intenso. Vamos, porém, ter esses ficar apenas com algumas idéias. momentos fortes

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de respiração espiritual que não nos deixem sufocar entre tantos cuidados da vida.

1. Para que a oração conjugal e familiar

• O casal equipista quer crescer em santidade, na vida nova que recebeu de Deus pela graça. Quer que toda a sua fam11ia cresça nessa vida nova. Que a vida do casal e da fa4


• Lembrar-se: a intensidade é rança e o amor. E orar é exatamente isso: viver intensa e consciente- mais importante que a duração. Momente a fé, a esperança, a caridade. mentos mais longos de oração, sem Por isso precisamos orar freqüente- que se perca a intensidade, serão mente, ter esses momentos fortes de possíveis aos poucos, depois de cerrespiração espiritual que não nos to "treino" com muitos momentos rádeixem sufocar entre tantos cuida- pidos e repetidos. dos da vida. • Não acreditar no acaso ou na • Esses momentos de oração espontaneidade. Para que aconteconjugal e familiar são também mo- çam esses momentos de oração conmentos privilegiados de reconcilia- jugal e familiar é preciso criar um ção. Nada se opõe tanto ao cresci- sistema ou rotina: Quem? Quando? mento espiritual como o desamor, a Onde? Como? divisão entre nós. O ponto de reenQuem sabe, para começar vocontro mais garantido e mais fácil é cês poderiam criar em casa um "quaesse encontro conjugal e familiar dro de orações", por exemplo na com Deus na oração, onde todos porta da geladeira, onde cada um acabamos reencontrando-nos. coloque suas intenções. Se não é possível fazer todos os dias a ora2. Como fazer a oração ção comunitária, do casal ou da faconjugal e familiar mília, já seria um começo se houvesse, em algum lugar da casa, um livro • Em primeiro lugar, não preten- "de oração" à disposição de todos, der demais, não fazer planos mirabo- que servisse de estopim, isca, ou lantes, não se propor coisas muito difí- index. ceis. Começar com o que for de fato possível para quem está apenas começando. Encontrar uma forma que Por falar nisso: na próxima seja adaptada para vocês e para os reunião sua equipe poderia fafilhos. Orar é relacionar-se com Deus. zer a "partilha" trocando inforQuem disse que isso precisa ser feito mações e experiências sobre os falando, repetindo fórmulas decoradas diversos modos que encontraou achando novas frases para serem ram para fazer a oração confaladas? Achar o seu jeito de se relajugal ou familiar. Há sempre cionar com Deus. Podem ser momengente encontrando jeitos novos tos de silêncio, ouvir uma música, uma de orar. Vamos aprender. leitura; pode até ser o terço, pode ser uma bênção dos pais sobre os filhos e deste sobre os pais, a reflexão sobre um texto lido ... Inútil ficar fazendo suPe. Flávio Cavalca de Castro gestões: as possibilidades são infmitas. C.E. da Carta Mensal

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Os OPERÁRIOS NA VINHA DO SENHOR

(PARTE4)

PE. LUÍS KIRCHNER, CSSR

Para viver a Missão e Espiritualidade do Leigo, vejamos quem, segunâo João Paulo 11, executará as tarefas tão importantes na Vinha do Senhor.

2. As Crianças Também, de maneira mais limitada, têm seu papel: através da sua inocência fazem-nos lembrar dos dons gratuitos de Deus.

3. Os Idosos primeiro fato na 4a Parte de sua carta é sobre a variedade e a diversidade de vocações abertas aos leigos . Em cada fase de vida, em cada idade, pode-se fazer alguma coisa. Como os operários (cf. Mt. 20, 1) foram chamados a trabalhar em horas diferentes durante o dia, assim, Deus chama os fiéis a assumir o seu papel na Igreja e na sociedade.

Possuem o dom da sabedoria, uma experiência de vida. Muitos podem ser aposentados profissionalmente, mas nem sempre são "encostados". Muitas atividades pastorais são realizadas pelos membros mais "maduros" da comunidade. Num mundo de tantas novidades e mudanças, eles são uma voz clara e tranqüila de estabilidade. A vida não termina antes do último suspiro .

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1. Os jovens 4. As Mulheres e Os Homens

A Esperança da Igreja. No nível paroquial, nota-se como tantas funções e tarefas estão sendo realizados pelos jovens. É uma força que alegra o coração de qualquer pároco. Os jovens não são apenas objeto da evangelização da Igreja, mas também seus protagonistas, artífices da renovação social, pois os seus corações estão cheios de sensibilidade em favor da justiça, da não-violência, da paz e da fraternidade. "A Igreja tem tanta coisa a dizer aos jovens, e os jovens têm tanta coisa a dize r à Igreja" (n°. 46.)

O Papa começa esta parte falando sobre o carisma especial da mulher. A sociedade deve defender a sua dignidade e promover a sua igualdade com homem. Basta a exploração da mulher que se verifica em tantos lugares, e em tantas maneiras. Certos pronunciamentos do João Paulo II sobre a mulher têm sido contestados por feministas. Independente de seu ponto de vista, é importante entender que o Papa está querendo valorizar a mulher, pedindo maior respeito e estima para com ela. Nem todas as mulheres, porém concordam com sua maneira, sua visão e sua razões. 6


É um sina/da criatividade do Espírito Santo que suscita em cada geração os operários necessários para enfrentar os desafios da Vinha do Senhor.

Um dos seus temas constantes envolve a missão da mulher na defesa e na transmissão de vida como mãe. Entre vários campos de atuação, temos a vida matrimonial e a maternidade . É bom lembrar que Adão não estava feliz e realizado até que sua Eva chegou . A dimensão moral da cultura é um outro campo. O nível e a quali7


5. Os Doentes e Aqueles que Sofrem

dade da moral de um povo sempre depende do padrão ético que a mulher conseguiu imprimir. Se o Papa acha que a mulher não pode ser admitida ao ministério sacerdotal, fala de muitas outras opções, onde a mulher contribue ricamente para a vida da Igreja, como, por exemplo, sendo membro de um conselho pastoral, etc. (Este ponto merece um outro artigo!) As posições do Papa são baseadas nos fundamentos antropológicos e teológicos da condição homem-mulher que ele adota; seu estudo ajudará a mulher a entender sua identidade pessoal em relação ao homem. (Poderíamos dizer o contrário também.) Por falta de espaço, vale a pena ler n°. 50-51 do documento para examinar melhor os argumentos do Papa. Seria matéria excelente para uma reunião ou Dever de Sentar-se. João Paulo li lamenta a ausência do homem em muitos trabalhos pastorais , participação na liturgia, educação e formação catequética dos próprios filhos, colaboração nas obras caritativas e missionárias. É necessária a participação do homem e da mulher, cada um trazendo o que tem de especial. O Sacramento do Matrimônio é o grande modelo para expressar esta realidade; consagra a união dos dois; é um sinal da união entre Cristo e sua Igreja. Ilumina e inspira todos os outros relacionamentos entre homens e mu lheres .

Neste grupo o Papa inclui os doentes, pobres, famintos, emigrantes, exilados, prisioneiros, desempregados, menores abandonados e as pessoas que moram sozinhas e são vitimas da guerra. Todos são um sinal diante de uma sociedade consumista e permissiva. Eles vivem o mistério da Cruz, tão central à Paixão redentora. "Vou completando em minha carne o que falta nas tribulações de Cristo, a favor do seu corpo, que é a Igreja" (Col1,24) . Veja 1Pd 4, 12-13. Por causa disso, todos que sofrem fazem parte do ministério da Igreja e da sua ação pastoral. E, da mesma maneira, o Papa inclui o "Bom Samaritano" de hoje (os profissionais e voluntários do campo de saúde). Seja qual for a manifestação da vocação laical, o Papa elogia aqueles que vivem a dignidade cristã e a vocação universal à Santidade através da perfeição do Amor (veja Mt 25, 14-23), pois a diversidade de estados de vida expressa a riqueza infinita do Mistério de Jesus Cristo. É um sinal da criatividade do Espírito Santo que suscita em cada geração os operários necessários para enfrentar os desafios da Vinha do Senhor. "Cada um viva de acordo com a graça recebida e coloquem-se a serviço dos outros, como bons administradores das muitas formas da graça que Deus concede a vocês" (I Ped 4, 10). 8


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SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO

e escrever sobre o Sacra- no no qual possa vicejar a virtude mento da Confirmação, se da fortaleza. "Não é possível", já notava nos recomendam insistentem ue sejamos breves? Cícero, "ser forte, considerando a Diremos poucas palavras sobre dor sumo mal, nem temperante, o efeito principal e próprio desse tendo o prazer como o maior dos Sacramento; efeito que vem indi- bens" (De OIT" 1, 1, 5) cado em sua denominação: confirO cristão tem, aqui, portanto, mar é tornar firme. mais um ponto, no qual Definiu o Concílio se deve mostrar como de Florença: "sinal de contradição", É o dom da "O efeito deste relativamente ao munfortaleza; Sacramento é que nele do: não considera a o Espírito Santo é dor, nem mesmo amaidom do dado para a fortaleza, or delas, a morte, o Espírito como foi dado aos maior dos males. Isto, Santo, o Apóstolos no dia de porque não considera efeito Pentecostes, para que, o prazer, o prazer aqui portanto, o cristão no mundo, o maior dos próprio do confesse audazmente o bens. Sacramento nome de Cristo" (DS. No entanto, Cícero da 1319). não escrevia para crisConfirmação. tãos, então inexistente. Portanto, é o dom da fortaleza; dom do Expunha uma idéia esEspírito Santo, o efeitóica e criticava uma to próprio do Sacramento da Con- epicurista. firmação. Para o estóico é a prática da Esta idéia vem repetida na virtude o supremo bem. O homem, "Lumen Gentium" (n° 11) e no "Ca- no fim da vida, se dissolve no todo, tecismo da Igreja Católica" (n° cuja alma é Deus. 1303). O cristão proclama um Deus É preciso não confundir a vir- vivo e pessoal e o busca. tude cardeal da fortaleza com o Deus, porém, "habita uma luz dom da fortaleza: dom do Espírito inacessível" (I Tim 6, 16) Santo. · Não há virtude humana, que No entanto, a recepção, ou pelo leve o homem a alcançá-lo. menos, o desenvolvimento do dom Mas, Deus-Filho atravessou o depende do exercício da virtude. abismo, que o separava do homem; A sociedade atual, que consi- no seio da Virgem, assumiu a natudera o prazer o valor supremo e a reza humana e disse ao homem: dor o maior dos males, não é terre- "toma tua cruz e segue-me": se-

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gue-me, até a morte.

"Quem ama sua vtda ", ouve o cristão do Filho de Deus (Jo 12, 25), "perdê-la-á,· quem a odeia, neste mundo, guarda-a para a vtda eterna". O cristão sabe que não pode guardar sua alma neste mundo, sem perdê-la e que, para tê-la, deve perdê-la aqui, a fim de recuperá-la na vida eterna. Esta é a suprema fortaleza, dom do Espírito, que leva a testemunhar Cristo, mesmo com a perda da vida. O homem, para tanto, reconhece ser fraco; não forte . Mas, ele ouve do Espírito :

"Basta-te a minha graça, pois a .fortaleza se apeifeiçoa na .fraqueza" (2 Cor 12, 9). Empenha-se ele, então, na conquista do Reino dos Céus: conquista pela força, pois ouviu de Cristo, que elogiava o forte João Batista:

"O Reino dos Céus padece de violência e os violentos o arrebatam"(Mt 11, 12). Mas, sabe o cristão que essa conquista violenta depende de sua união com Cristo, pois este lhe diz:

"Semmim, nadapodeis.fazer" (Jo 15, 5). "É assim que o cristão exerce a virtude humana da fortaleza; é assim que, unido a Cristo, ele recebe o dom da fortaleza, que vem do Espírito".

Naáir e Mário Sal/es Penteado Eq. 08-B I São Paulo - SP 10


FREI ESTÊVÃO NUNES:

40 ANOS

À

A SERVIÇO DE DEU~/

Pe. Aquino, Frei Estevão, Pe. Caffarel

pós várias semanas de tenativas de contato, o querido atarefado Frei Estêvão conseguiu uma noite para que conversássemos sobre seu Sacerdócio e envolvimento com as ENS . Foi uma bênção de Deus que ele nos tenha concedido esta oportunidade dia 25 de julho, exatamente o dia do aniversário de sua Ordena. ção . Comemorava então os 40 anos de Sacerdócio. Contou-nos que nasceu em Ouro Fino (MG.), passou a maior parte de sua infância em Santa Cruz do Rio Pardo (SP.), onde com me-

nos de 12 anos de idade, entrou para o Seminário. Desde pequeno quis ser Padre. Ganhou o nome de Estêvão em homenagem a um jovem Dominicano italiano que faleceu em Santa Cruz do Rio Pardo quando os visitava em 1946. Com 18 anos foi para a Itália concluir seus estudos, tendo sido Ordenado Padre Dominicano em 25 de julho de 1956, na cidade de Bologna. Celebrou sua primeira missa no Altar aonde se encontra o túmulo de São Domingos, na Igreja de San Domenico. 11


O que mais

aprecia no nosso Movimento é a sua solidez, estrutura e didática, pois propícia aos Casais perseverança, levandoaum crescimento lento, mas sólido e seguro. Em 1957 volta ao Brasil, permanece 6 anos trabalhando no Seminário em que havia estudado, em 1964 vai para São Paulo quando inicia seu trabalho com o Movimento de Jovens, fase que marcou a sua vida e o empolgou muito . Por volta de 1966, Madre Domitila, Diretora do Colégio Na. Sra. do Rosário, o apresenta a uma Equipe de Pais de Alunos e FreiEstêvão torna-se o Conselheiro Espiritual desta Equipe. Foi seu primeiro contato com o Movimento das ENS, para o qual tem se dedicado desde então. Convidando por Padre Mário José, tem pregado, quase todos os fins de semana, Retiros e Sessões de Formação para o Movimento,

todos muitíssimo requisitados. É também CE da Equipe 3A. De 1979 a 1992 foi Pároco em Santa Cruz do Rio Pardo, Reitor do Seminário em Curitiba e Pároco da Igreja da Sagrada Família em São Paulo. Salientou as dificuldades que um Pároco tem para comunicar-se com a grande quantidade de fiéis, pois as populações nas paróquias são cada vez maiores. Assim, os movimentos de leigos e Pastorais têm papel fundamental na construção do Reino de Deus. O que mais aprecia no nosso Movimento é a sua solidez, estrutura e didática, pois propicia aos Casais perseverança, levando a um crescimento lento, mas sólido e seguro. Acha que os Casais, especialmente no Interior, estão tendo um engajamento mais ativo nas Paróquias e na Sociedade; as Experiências Comunitárias estão sendo muito boas e o trabalho nas Pastorais têm crescido. Pede aos Casais que se despertem muito mais a fundo para o problema das Vocações Sacerdotais e que não deixem atrofiar nas crianças os valores espirituais e humanos. Devemos sempre salientar a importância e o sentido do Padre. É dentro das Famílias que têm que nascer as vocações sacerdotais! Quantos de nós, hoje, consideram uma graça de Deus ter um de nossos filhos Padre ou Religiosa?

Equipe da Carta Mensal 12


TROCANDO EXPERIÊNCIAS SOBRE ExPERIÊNCIA CoMUNITÁRIA uatro regiões do Sul do Brasil: Paraná Norte, Paraná Sul, Santa Catarina e Rio G do Sul, juntamente com o casal ligação da ECIR, Maria Cecília e Gaspar, reuniram-se nos dias 28, 29 e 30 de junho último, para uma troca de experiências sobre Experiência Comunitária. Quarenta e três casais, durante três dias, trocaram informações e motivações sobre metodologias e dinâmicas criadas e adaptadas para as diferentes condições e ambientes locais. Nova Trento, em Santa Catarina, serviu de palco para este evento. Ele foi realizado na Casa de Encontros das Irmãs da Imaculada, local que guarda, com muito respeito, várias lembranças da Beata Madre Paulina. A propósito, foi em Nova Trento que viveu esta que, provavelmente, virá ser a primeira santa brasileira. O Encontro evidenciou alguns aspectos: a. a grande empolgação e o decisivo engajamento de casais

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equipistas; b. os resultados altamente positivos, tanto para os casais que são evangelizados, quanto para os coordenadores; c. a criatividade e a iniciativa dos métodos e dinâmicas desenvolvidas.

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Numa breve síntese, são apresentados alguns destaques:

• Empolgação de Conselheiros Espirituais Equipistas de Paranaguá (PR) deram seu testemunho sobre a disponibilidade de um sacerdote daquela cidade que, com sua Kombi, ia, de casa em casa, apanhar os casais participantes dos encontros da Experiência Comunitária. "Era uma festa!", nos disse uma equipista que participou desta experiência. Em Mafra (SC), conforme depoimento do Pedro (da Léa), também há um fato digno de registro. Ao se deslocar até a vizinha cidade de Rio

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Negro (PR), em busca de Conselheic. dois grupos de experiência coro Espiritual para a pastoral familiar munitária, em formação, na loe para a sua equipe, Pedro teve uma calidade vizinha de Rio Tavares. agradável surpresa. O Padre local disse que aceitava o convite desde que • Alegria dos "Encontrões" trouxessem o Movimento também O termo "Encontrão" é usado para daquela cidade. Disse mais: "Va- para designar o encontro de motivamos formar, aqui em Rio Negro, 20 ção de casais para a experiência coequipes de Nossa Senhora! " O desa- munitária. Feito também por outros fio frutificou e hoje Rio Negro já con- setores, é no Setor C de Florianópota com duas equipes e outros grupos lis, no entanto, que esta dinâmica adquire um caráter de muita alegria, de experiência comunitária. de muita espiritualidade e de muita • Expansão na Barra da Lagoa ternura. Barra da Lagoa é uma vila praiaA veia poética de Zaida e a criana de Florianópolis, onde moram fa- tividade de Rubens, responsáveis pelo mílias descendentes de açorianos, Setor, aliada ao sólido apoio de sua muitas das quais vivem da pesca. equipe de Setor e da precocidade do Neste local está ocorrendo uma gran- filho Lucas, construíram uma bonita de expansão da experiência comuni- celebração para estes eventos. As ritária. O sucesso desta evangelização, mas e as ilustrações, que contam os por graça divina, se deve a duas ra- encontros e os desencontros dos pezizões principais: ao trabalho de moti- nhos, por exemplo, é de uma didática vação do casal equipista Graça e toda especial, ao traçar um paralelo Carlos, que possuem uma expressi- com a vida dos casais, que se enconva liderança local, e à adaptação cri- tram no diálogo e no perdão. Neste ativa e cativante do Manual da Ex- contexto de alegria os casais são conperiência Comunitária pelo casal res- vidados a, junto com a equipe de aniponsável do Setor B de Florianópo- mação, cantar e dançar a música "Pelis, Djanira e Cézar. zinho" do folclore gaúcho. Os resultados deste trabalho podem ser assim sumarizados : • Evolução da Temática a. três equipes em pilotagem; A Região Rio Grande do Sul, b. três grupos em experiência onde as experiências comunitárias já comunitária; fizeram florescer muitas equipes e 14


muitos casais já foram por elas evangelizados, deu uma prova de sua maturidade, ao propor uma adaptação do Manual da Experiência Comunitária aos novos tempos da Igreja e do mundo. Textualmente, foi assim que os equipistas deste Estado, sob a liderança de Graça e Eduardo, se expressaram: "Temos a convicção de que os novos tempos por que passamos, notadamente de proximidade do terceiro milênio, estão a exigir que se viva, que se promova e que se trabalhe uma Nova Evangelização que, antes de tudo, deve ser inculturada. No nosso caso, a Experiência Comunitária que propomos é a que procura realizar uma evangelização inculturada na realidade do casamento".

• Depoimentos que Convenceram Todo esforço de evangelização só é válido se atingir o coração das pessoas, se acontecer a verdadeira conversão dos casais. "Isto está ocorrendo?" foi o que perguntaram Ilda e Max, CRR/Paraná Norte. A resposta a esta pergunta veio através de vários depoimentos. Sem dúvida, estão ocorrendo verdadeiras

histórias de conversão e de reedificações de casamentos. O depoimento da viúva do Manuel, da Região Paraná Norte, foi marcante: "Como deixar este grupo de experiência comunitária, após a morte de Manuel, se foi através dela que nós salvamos o nosso casamento?" Stela e João disseram que sentem medo quando vão realizar o seu trabalho de evangelização em Londrina e em As saí. Seu medo é compartilhado com a virgem Maria; todas as vezes que eles partem em missão eles se voltam ao quadro da Virgem e dizem: "Nos ajude, porque nós não confiamos em nossa capacidade, mas na graça divina". Quem ouviu este depoimento diz: "bendito o medo deles! Que bom seria se todos os equipistas tivessem o medo de Stela e João!". Outro depoimento que queremos registrar: O entusiasmo, a fé, a espiritualidade, a alegria e o espírito equipista de Padre Rafael, que nos acompanhou nestes três dias em Nova Trento.

Maria Clemene e Afonso Buss . CRR - Santa Catarina

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HOSPITALIDADE NAS

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ENS

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or razões de trabalho, tivemos de nos mudar de Manaus-AM para Barbacena-MG, mudança essa muito grande devido à distância e ao clima, muito diverso de onde vivíamos. Amazonenses de nascimento, éramos a figura do estranho numa terra estranha; a única referência que tínhamos era o Pe. Jacy Cogo, que foi CE em Manaus e que continua com as ENS em Barbacena. Logo após nosso primeiro contato com ele, no que se inteirou de nossa situação, literalmente pôs todos os casais equipistas para se mexerem atrás de um lugar para morarmos. Expedito, pôs logo em nosso caminho o casal Aparecida e Hugo, CR da Eq.1, à qual agora nós também perten cemos . Em questão de dias, já estávamos instalados e pudemos experimentar o amor e a dedicação dos casais das ENS e sentimos o clima de união e hospitalidade das ENS. Hoje, já fazemos parte da vida dos casais da Equipe 01, mas trazemos sempre em nossos corações os nossos irmãos da Eq . 11 de Manaus. Durante todo esse tempo temos sentido á proteção de Nossa Senhora do Rosário (patrona das duas equipes), da qual recebemos como que um sinal, pois fomos presenteados com duas imagens ainda no aeroporto, em Manaus.

Léa e Esmeraldino Eq. 1 - Na sa do Rosário Barbacena - MG 16


"SoMos RIACHos ou LAGOAs?" Início de uma caminhada em Equipe

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ós, equipistas, somos Riachos. Nascemos na fonte eterna. Vamos rolando sobre as pedras, abrindo seus leitos no tempo, vencendo as barreiras da vida, rolando, quebrando, crescendo. Aos poucos, devagarinho, o ribeiro vai aumentando. Juntamo-nos a outras

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águas que um dia nasceram da mesma fonte (Retiro, Inter-Equipe, Mutirão, Sessão de Formação). O importante é que o rio (Casais Equipistas) não desista do seu grande desafio: chegar ao imenso mar (santidade). Para isso teremos de atravessar vales e montanhas. Haverá momentos em que nosso riacho deverá enfrentar o perigo das grandes quedas para podermos con-


tinuar. Corajosamente suas águas formarão uma bela cachoeira (Viver a Verdade) . Mas esse não é o momento mais difícil na vida de um rio. A grande prova acontecerá no momento das cheias (Viver os PCE's). Conhecemos um rio (vida em Equipe) que ficou muito satisfeito quando viu suas águas aumentarem (Viver o Movimento na Profundidade ou na Superficialidade) alagou as plantações, invadiu as casas. Ele tomou-se o senhor poderoso e terrível daquele lugar. Temido e respeitado por todos. Esse rio dominou a Cidade (Coerência entre Fé e Vida). Afugentou o povo. Era o dono de tudo. Mas um dia, a enchente acabou. A natureza ordenou que o rio voltasse ao seu leito. Um grande conflito: voltar a ser um simples Riacho (Carisma)? Uma parte do coração desse rio aceitou e voltou ao seu lugar. Hoje essa parte já está no mar..., feliz. Mas (Outros Casais) outra parte não aceitou e (Desistiram) ficou represada como lagoa. As águas paradas perdem a vida. E foi isso que aconteceu. A lagoa começou bem (Vida em Comunidade), mas suas águas não se renovavam (Continuísmo). Vivia apenas em função

de si mesma. A vida foi indo embora. A vida em Equipe é mais ou menos assim. O Casal Equipista que vive só para si morre. Quem caminha para os outros, para Deus, vive. Devemos ser Equipista Missionário

Haverá momentos em que nosso riacho deverá enfrentar o perigo das grandes quedas para podermos continuar. Corajosamente suas águas formarão uma bela cachoeira · (Vivera Verdade). como o Riacho. Correr sempre em direção ao mar (Santidade). O Casal Equipista que pára nos seus caprichos e vaidades fica estagnado. Nós não somos lagoas. Somos verdadeiros Riachos.

Amélia e Antônio Equipe - 20 N. S. dos Humildes Setor "B" - Manaus - AM 18


ELEIÇÃO DO CASAL RESPONSÁVEL DE EQUIPE nforme o "calendário" das colherem aquele que exercerá aresNS no Brasil, outubro é o ponsabilidade somam-se ao escoês em que se realiza a elei- lhido para ajudá-lo na missão conção do Casal Responsável de Equi- fiada. pe. Trata-se de um evento de suma Transcrito de relevância, de vez que, os eleitos Reunidos em Nome de Cristo ( "Cartas Verdes") n° 03 exercerão, durante um ano, a missão de serviço talvez a mais importante dentro do nosso Movimento. No in+ tuito de auxiliar a reflexão dos nossos leitores, apresentamos, a seguir Eleição do Casal Responsável No mês anterior ao da Reunião três textos sobre o assunto. de Balanço, procede-se à eleição do Casal Responsável para o próximo + ano. Trata-se, para cada um de nós, Qual é o papel do Casal Res- de votar, individualmente, naquele que, em consciência, nos parece deponsável? Cada Equipe de Nossa Senhora ver ser o melhor para a equipe, no é colocada sob a responsabilidade de ano próximo. um dos casais-membro da equipe, O melhor: Lembremo-nos que para exercer a responsabilidade du- nem sempre o melhor casal é o merante um ano. lhor para a equipe, na atual fase de O casal escolhido exercerá algu- sua existência. O melhor religioso não mas funções de gestão e de ligação, é necessariamente o melhor superior. Para a equipe: Não se trata de mas é principalmente responsável pelo crescimento da caridade no in- escolher aquele que, segundo o meu terior da equipe. gosto, deveria ser eleito. Nem tam"O responsável não é, antes de pouco o casal X, sob pretexto de que, tudo, aquele que comanda, mas sim arrastando-se na equipe, a sua eleiaquele que encarna o bem comum, ção seria para ele um estímulo. Nem escolhido por todos e torna visível ainda os Y, que são merecedores de a unidade que daí resulta; o respon- grande deferência. Trata-se de eleger sável objetiva o bem comum da equi- aquele que, no momento, reúne as pe, o que envolve o verdadeiro bem melhores condições para que a equide cada equipista " (J. Loew). pe progrida e seja uma vitória da Faz, portanto, sua a frase de caridade evangélica. Cristo: "Não vim para ser serviNo ano próximo: Não é pm: ter do, mas para servir". sido o melhor para o ano que finda, Evidentemente os casais, ao es- que o atual responsável será neces-

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''0 responsável não é, antes de tudo, aquele que comanda, mas sim aquele que encarnao bem comum, escolhido por todos e torna visível a unidade que daí resulta; o responsável objetiva o bem comum da equipe, o que envolveo verdadeiro bem de cada equipista" sariamente o melhor também para o ano que vem. Votaremos nele se ele nos parecer o melhor também para o próximo exercício. Assim também, não deveremos votar nos Z, mesmo se forem os únicos que nunca foram responsáveis, a não ser que nos pareça ser "o melhor para a equipe". Antes de proceder à eleição, façamos dois minutos de silêncio e reflexão, invocando particul,armente a inspiração do Senhor. E quando o

nosso Conselheiro Espiritual, feita por ele a apuração, nos anunciar o nome do casal eleito, submetamonos, alegremente, à escolha da maioria e, todos juntos, confiemos ao Espírito Santo nosso novo Casal Responsável, pela recitação conjunta do "Vinde Espírito Santo".

Transcrito (com adaptações) da Carta Mensal das ENS de novembro de 1963

+ Responsáveis de Equipe? Deus nos livre ... -Se formos eleitos, saímos da equipe! -Graças a Deus não fomos nós o casal eleito! Quantas vezes já ouvimos estas frases? Quantas vezes estes sentimentos não estão em nosso íntimo, ainda que não reconhecidos? Ser responsável soa-nos, freqüentemente, como um excesso de atribuições e aborrecimentos dos quais queremos estar longe. Mas será, realmente, este o sentido de ser Casal Responsável? Ser o "burro de carga" dos outros? Ser o dono de uma equipe? "Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: "Filho, vai trabalhar hoje na vinha". Ele respondeu; "Não quero", mas depois, reconsiderando a sua atitude, foi. Dirigindo-se ao segundo, disse a mesma coisa. Esta respondeu: "Eu irei, senhor", mas não foi. Qual dos dois realizou a vontade do pai?" (Mt 21, 28-32).

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A humanidade é a vinha preciosa do Senhor, por Ele plantada, regada e podada. Cada ramo tem sua atenção especial. Mas, vinha que somos, também somos convocados a ser vinhateiros. A vinha nos foi entregue para dela cuidarmos. A todos nós se dirige a palavra do Pai: "vai hoje trabalhar na vinha". Curiosa esta duplicidade de papéis: somos vinha e agricultores, somos objeto e agentes. Isto nos ajuda a compreender que somos responsáveis uns pelos outros neste mundo. Se Deus nos entrega sua vinha, cada ramo por Ele cuidado com amor especial, como não nos sentirmos responsáveis? Nada do que fazemos ou somos é irrelevante no mundo. Tudo o que somos ou fazemos (na nossa vida pública ou no íntimo do nosso lar) é a resposta à vocação de cuidar da vinha. Ser bom vinhateiro não é "hobby" ou privilégio, é convocação.

Lembremo-nos que nem sempre o melhor casal é o melhor para a equipe, na atual fase de sua existência. O melhor religioso não é necessariamente o melhor . supenor.

A vinha do Senhor é grande e nós somos uma gleba dessa plantação, chamada Equipes de Nossa Senhora. Não que nosso ser ou agir se restrinja a esse campo, mas esse foi a nós confiado. Não a alguns poucos "dirigentes", mas a todos. Então por que escolher Casais Responsáveis de Equipe? Voltando à parábola, podemos imaginar que aquele pai não tinha só dois filhos, mas a eles fez um chamado, para eles tinha uma tarefa especial. A vinha não era herança só desses dois filhos, não eram só eles que nela trabalhavam, mas o pai confiou-lhes uma missão: talvez a poda, ou o regar, ou o plantar. Algo que não foi confiado aos outros filhos . O pai os amava e confiava neles para o trabalho. E, certamente, amou muito mais aquele que, apesar da recusa inicial, foi trabalhar na vinha. Deus nos livre sim, não de sermos eleitos Casal Responsável, mas de não compreendermos o especial amor de Deus por nós quando nos entrega uma missão. Deus nos livre de não compreendermos que somos responsáveis uns pelos outros (e isso não se revela no fazer coisas, mas no assumir, cada um o seu papel) Deus nos livre de não sermos capazes de repensar nossa atitude e aceitarmos trabalhar onde Ele nos chama. Deus nos livre ...

Lourdes e Sobral Brasz1ia - DF Transcrito da Carta Mensal das ENS de outubro de 1992 21


UM

POUCO DE NOSSA HISTÓRIA

I

F

oi no ano de 1961. Nessa época o então Monsenhor Luso da Cunha Sornas convidou, uns, trinta casais para participarem de uma reunião, quando seria apresentado o casal que viria de São Paulo para expor sobre o Movimento das "Equipes de Casais de N. Senhora". Dos trinta casais convidados, ficaram apenas seis, que foram: Maria Helena e Antônio Trivelatto, Ercília e Jorge Cerqueira Costa, Mariazinha e Duílio D' Angelo, Nair e Mário Mendes, Terezinha e Paulo lmamura, Nicolina e Paulo Horshutz. A nossa primeira reunião foi realizada na residência do casal Ercília e Jorge, no dia 1º de Maio daquele mesmo ano. O casal piloto foi Doris e Nelson Gomes Teixeira, que vieram com dois filhinhos: Cíntia e Eloi, com quatro e três aninhas respectivamente, e ficaram hospedados em nossa casa. No mês de junho, Doris e Nelson começaram a pilotar a segunda equipe. Esse casal-apóstolo veio para Araçatuba durante seis meses, com as crianças, pilotando, com amor, dando-nos um exemplo de desprendimento e vivência de verdadeiros cristãos. Duílio e eu fomos eleitos o primeiro casal responsável dessa primeira equipe: N.S. Aparecida. A partir daí, começamos a pilotar as equipes de Birigui, Promissão, Lins, Guararapes, Valparaíso e And radina. Hoje, Araçatuba já é setor: conta com o setor A com 1O equipes e uma em pilotagem e, setor B, com 9 equipes e uma também em pilotagem. E Penápolis já tem duas equipes que pertencem ao setor B, de Araçatuba.

Mariazinha Equipe 1 - Setor A Araçatuba - SP

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FREI BARRUEL:

50 ANOS 38 ANOS

DE SACERDÓCIO -

/

DE VIVÊNCIA NAS ENS NO BRASIL

o dia 29 de setembro, Frei Barruel, Conselheiro Espiritual da Equipe da Região São Paulo - Capital, comemora 50 anos de sacerdócio. Nascido na França, e ordenado dominicano em 1946, Jean Louis Marie Pierre Barruel Duprête de Lagenest, um mês depois, foi designado para vir ao Brasil, onde permanece até hoje. Desde 1958, sempre foi entusiasta das ENS. Por muitos anos foi Conselheiro Espiritual da Equipe da Carta Mensal, sendo, atualmente, Conselheiro de duas equipes, além da Equipe da Região São Paulo - Capital. Sua vida no Brasil começou por um trabalho na Amazônia, com índios, sertanejos e garimpeiros de diamantes. Três ou quatro anos após, veio para São Paulo, tendo sido nomeado pelo Nuncio Apostólico, assistente eclesiástico da JOC- Juventude Operária Católica. Lecionou na Faculdade de Serviço Social- PUC e dedicou muitos anos à pesquisa e ao trabalho na luta contra a prostituição, tendo publicado diversos estudos sobre o assunto. Há dez anos, foi convidado a participar na ONU, de reuniões anuais de um grupo de trabalho para a luta contra todas as formas de escravidão no mundo. Dos treze delegados que participam dessas reuniões e trabalhos é o único padre católico.

N

Com inúmeros livros publicados de pesquisas, reflexões pastorais e estudos de teologia moral, Frei Barruel, sempre se dedicou ao estudo dos problemas da Família, e no seu consultório, continua o seu diuturno trabalho de atendimento e orientação. Entrevistado, recentemente, por um casal equipista para o Boletim Vivência, das ENS de São Paulo, Frei Barruel sintetizou o seu espírito e a sua maneira de viver: Indagado sobre seu planos para os próximos anos, respondeu: "Não tenho planos específicos. É suficiente aceitar tranqüilamente o que Deus manda através da circunstâncias da vida. O que a vida propõe, é isso que é proposto por Deus".

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I

-NiteróiO maior Retiro da História r--

~

- SorocabaFormação e Retiro

1-

O setor B, de Sorocaba-SP realizou ótima Sessão de Formação, com a presença de Cidinha e lgar, Casal Responsável da ERI, que falaram sobre a Espiritual idade Con j ugal. Realizou também um retiro com grande proveito. Para os casais que não tiveram oportunidade de participar, haverá mais duas sessões em setembro em ltú e novembro em Sorocaba. Novo retiro será realizado em setembro (21/22).

"As exigências fundamentais da vida cristã que se identificam com as atitudes propostas pelo movimento", foi o tema do Retiro pregado por Frei Estevão Nunes, para 128 equipistas de Niterói, no Colégio Nossa Senhora da Assunção. O amor e a participação entus iasmada de todos das novas Equipes, marcaram profundamente o ambiente do Retiro, preparado com muito carinho por toda a Equipe do Setor.

Experiência Comunitária em Rio Tavares - SC Dois grupos de casais começaram a participar de experiência comunitária em Rio Tavares, que é uma comunidade do interior da Ilha de Santa Catarina. Lá moram pescadores e habitantes nativos da Ilha. São f<;lmílias, em sua maioria, descendentes de açorianos, com forte espiritualidade própria de suas origens e grande devoção ao Espírito Santo. Com estes dois grupos, já são seis os grupos de experiência comunitária da região, que inclui a Barra da Lagoa.

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Novas Equipes • São Gonçalo - RJ Eq. nº 3-G: N. S. Aparecida Casal Piloto: Carolina e Alerçon C.E.: Frei Dimas de Castro Neves • Niterói - RJ Eq. nº 18: N. S. Auxiliadora Casal Piloto: Graça e Antônio CE: Pe. Gregorio Batista.

Novo CEde Setor

• Pitangueiras - PR Eq. 02: N. S. das Graças Casal Piloto: Cidinha e Jair • Recife - PE (Região NE 1) Eq. 23-A: N. S. da Guia Casal Piloto: Marcia e Geraldo • Votuporanga - SP Eq. N. S. Mãe Auxiliadora Casal Piloto: Wanda e Joaquim CE:Pe. Carlos (Par. S. Bento) Eq. N. S. Mãe de Lourdes Casal Piloto: Adair e Luiz Carlos CE: Pe. José América (Par. Sta. Joana) Eq. N. S. Mãe do Perpétuo Socorro Casal Piloto: Clarice e Teixeira CE: Padre Gilmar (Par. Bom Jesus) Eq. N. S. Mãe da Glória Casal Piloto: Ana Fernanda e Arsênio CE: Irmã Maria de Fátima

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Em missa realizada no dia 12.07 .96, na Igreja Bom Jesus, em Votuporanga- SP, o Pe. Edemur José Alve~, após vários anos como C.E. de Setor, deixou o cargo assumindo em seu lugar o Padre Gilmar Antônio Fernandes Margotto (data da ordenação: 27.01 .95 nascimento: 02.07.70) - a quem desejamos boas vindas. O Pe. Gil mar é também Conselheiro Espiritual de uma Equipe em pilotagem.


Vida em Comunidade Os casais da Equipe 1O - N. S. da Rosa Mística (que tem como C.E. Frei Carlos) de Piracicaba- SP vêm, em sua caminhada, ensinando seus filhos a viverem em comunidade. São 9 (nove) crianças com idades variando de um a dez anos. Recebemos o "Jornalzinho do Equipestinha" elaborado por essas crianças.

Visita das ENS de João Pessoa a D. Marcelo Em 03 de junho de 1996, Cida e Raimundo (C.R. da Coordenação), acompanhados doPe. Rui Korbes (C.E. da Coordenação) tiveram audiência com D. Marcelo Pinto Carvalheira, que assumiu a Arquidiocese da Paraíba em 14 de janeiro de 96. O objetivo da visita foi o de informá-lo, oficialmente, da existência do nosso Movimento naquele estado. Na ocasião, falaram sobre o carisma e a mística das ENS, como movimento de leigos, junto à Igreja. Na oportunidade, foram entregues ao Revmo. Arcebispo um exemplar dos "Documentos Básicos" e da Carta Mensal daquele mês. A ressaltar a simpatia, o apoio e o incentivo recebidos da parte de D. Marcelo para a missão dos equipistas.

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Sexualidade

Dez Anos de Graça

Recebi e agradeço seu livro Evangelizar a Sexualidade, bem fundamentado em "Sexual idade Humana: Verdade e significado", do Conselho Pontifício para a Família. Que também este livro seja útil para nossas famílias e para a Pastoral Familiar.

"Sempre obedientes ao que nos foi ensinado pelo casal piloto e sempre observando as orientações de Frei José Luís, chegamos aos 1O anos de vida da equipe. Zilma e Eudo CR - Equipe Na. Senhora da Esperança - Manaus - AM

Dom José Lambert Arcebispo Metropolitano de Sorocaba - SP

Benção Fico-lhe muito grato pelo presen,____ te do livro "Evangelizar a Sexu- "Agradeço o envio da Carta Menalidade" . Cristo abençoe as ENS. sal e rezo por todos os que ajudam e colaboram na Pastoral Familiar. Dom Antônio de Souza, CSS Que Deus abençoe a todos!" Bispo de Assis - SP

O. José González Afonso Bispo Auxiliar de Teresina - P/

i,,., Agradeço-lhes imensamente o envio do livro "Evangelizar a Sexual idade". Vou ler e estudar com atenção estas reflexões, pois serão de muita ajuda no trabalho de CE com duas equipes que acompanho. Pe. Paulo Sergio Figueiredo Seminário Maior N. S. Fátima Brasília -DF

'IMI~'!M

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l ,·J~-<1 o.'il---<11 ,:Jl>-11 ,:JNJf,. 'JNli ='iN Escreva dando a sua Opinião para que possamos publicá-la e todos possam conhecê-la:

CARTA MENSAL Rua Luís Coelho, 308 conj. 53 01309-000 São Paulo- SP FAX: 256-1212


O RosÁRio./

M

lavra rosário vem do Iam "rosarium". Na Idade édia, o rosário designava uma guirlanda de rosas com a qual se coroava a Virgem. Sabendo que ele se compõe de 150 "Ave-Maria", recitadas em honra da Virgem, é fácil compreender que o rosário oferece à Maria 150 orações que são como tantas rosas que lhe apresentamos. Entretanto, se aprofundarmos a origem do rosário, veremos que nem sempre ele foi composto de "Ave Maria". No princípio, ele continha 150 "Pai Nosso", segundo fontes fidedignas. Consta que foi nos primórdios da Igreja que os monges adquiriram o hábito de recitar diariamente os 150 salmos do saltério. Mas, alguns deles não sabendo ler, veio-lhes a idéia de substituir a leitura dos 150 salmos pela recitação de 150 "Pai Nosso", e, para melhor marcarem em que ponta estava sua recitação, imaginaram introduzir 150 grãozinhos num pequeno cordão. Nos século X e XI, muitos cristãos imitadores dos monges, possuíam seu rosário de "Pai Nosso" e o recitavam diariamente. Foi por voltado ano de 1150 que o rosário da "Ave Maria" veio substituir o rosário do "Pai Nosso". Os Dominicanos contribuíram de modo especial para a difusão da nova devoção. Diz-se que São Domingos teria tido uma visão da Virgem, pedindo-lhe que promovesse e difundisse a recitação do rosário. A 7 de outubro de 1571, deu-se

um acontecimento importante: os cristãos conseguiram rechaçar afrota islâmica que os ameaçava. O Papa Pio V atribuiu essa vitória à reza do rosário, que desde aí se implantou por toda a Igreja. O rosário, que se compõe de três terços, deve ser acompanhado pela meditação dos santos mistérios vividos conjuntamente por Jesus e Maria: mistérios gasosos, dolorosos e gloriosos. Oração marial por excelência, o rosário é também uma oração trinitária. Começando pelo Credo e inserindo as dez "Ave Maria" entre os "Pai Nosso" e "Glória ao Pai", ele louva o Pai, o Filho e o Espírito Santo e termina com a Salve Rainha, hino de louvor e de súplica a nossa Mãe de Misericórdia. Tenhamos uma grande devoção à reza do rosário: recitemo-lo diariamente, como pede a Vtrgem, e ela nos cumulará de bênçãos e das graças de que necessitamos.

Nancy e Sérgio Eq. 5 - Setor Assis - SP

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A MATEMÁTICA DOS 3/3 = A LINGUAGEM DO RosÁRIO /

, H

mais ou menos três anos E assim passei a somar + 1/3 atrás, eu não rezava o Terço ao primeiro e + outro ao segundo. muito menos o Rosário, por- As graças foram se multiplicando, que dava ouvidos a comentários do e quanto ao tempo que eu parecia tipo: "é muito cansativo, é repetitivo, não ter, surgiu num abrir e fechar não é bíblico, é uma oração que Cris- de olhos, pois rezo no decorrer do to não ensinou, foi inventada por ho- dia: manhã, tarde e noite. mens, não leva a nada" e tantos ouQuando não se pode parar para tros .. . rezar os "três terços", Um dia, o Espíridevido a muitas ativito Santo inspirou-me dades em casa, no traa iniciar a oração do balho ou na comuniAos poucos, dade, é possível rezáTerço. No começo reeu fui los em determinados quereu um certo esdescobrindo afazeres domésticos, forço de minha parte, o valor do pois é preciso arrancarrúnhando,esperanjar tempo e dispor-se do em filas, durante Terço a rezá-lo, e assim foi viagens .. . meditado. É necessário arpor algum tempo. A Passou a ser ranjar tempo para os cada Terço ia aumena minha valores essenciais; é tando o meu amor a preciso dispor-se para Nossa Senhora e eu regra de sabia que ninguém Deus a fim de que Ele vida. melhor do que Ela popossa trabalhar o nosderia conduzir-me ao so coração. encontro pessoal com Perseverar na Jesus, pelo poder da oração. E, aos oração do Rosário foi uma graça poucos, eu fui descobrindo o valor que recebi de Deus por intercessão do Terço meditado. Passou a ser a de Maria. Hoje não passo um dia minha regra de vida. sequer sem meditar os mistérios da Vi que 113 não me bastava; era Vida, Paixão, Morte e Ressurreipreciso que eu meditasse toda a ção de Jesus. vida de Jesus diariamente, e se tanRezar o Rosário meditado não tas outras pessoas o faziam, inclu- me dispensa da Escuta e Meditasive o Papa, eu também poderia e ção da Palavra, da minha oração deveria rezá-lo, porque Deus me espontânea; pelo contrário, o Esama tanto quanto a elas e deseja o pírito Santo impulsiona-me, abre o melhor para mim. Ela não nos pro- meu coração para o encontro pesmete facilidade e sim felicidade. soal com Deus. Pela oração do

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Vi que 1/3 não me bastava; era preciso que eu meditasse toda a vida de Jesus diariamente, e se tantas outras pessoas o faziam, inclusive o Papa, eu também poderia e deveria rezá-lo, porque Deus me ama tanto quanto a elas e deseja o melhor para mim.

\~ Rosário meditado, Nossa Senhora nos conduz ao Espírito Santo que prepara o nosso coração para a oração espontânea e o trabalho para o Reino. E quero dizer que aquilo que parecia cansativo tornase suave e perfumado, pois cada um é como se fosse uma pétala de rosa. O que parecia ser repetitivo, agora soa como um hino durante a meditação.' Os que alegam não ser bíblico dizem uma grande mentira, pois os mistérios encontram-se todos na Bíblia. Reforço o meu testemunho de que a oração do Rosário meditado é caminho para o nosso relacionamento filial com o Pai, porque aí

Ele começa a nos moldar de acordo com os seus desígnios, pois como "vasos de argila" em suas mãos. Assim, a matemática dos 3/3 torna-se a linguagem da devoção mariana, através da meditação conduzida pelo Espírito Santo. Rezar o Rosário meditado é experimentar a companhia da Mãe, do Pai, do Filho e Espírito Santo.

Delonia Conceição de Paula Nunes Equipe 01 N. S. dos Navegantes Tramandaí - RS 30


INvocAçõEs DE NossA SENHORA

D

esde os mais remotos temNossa Senhora da Vitória é pos, a criatividade dos mais venerada no Nordeste brasicristãos tem encontrado leiro e especialmente em antigas incontáveis formas de manifes- vilas, que datam do início da colonitar o seu amor e a sua devoção zação de nosso país. a Nossa Senhora. São inúmeras Nossa Senhora da Vitória é reas invocações com que a Mãe presentada de pé, com o Menino Jede Deus é homenageada e ve- sus no braço esquerdo, segurando nerada, cuja origem e significa- com a mão direita a palma, símbolo do a Carta Mensal vem procu- da vitória. Maria veste uma túnica rando tornar conhecidas. coberta por um manto enfeitado de

Nossa Senhora da Vitória A invocação de Nossa Senhora da Vitória já existia em Portugal desde o tempo de D. João I, quando este rei, grato à Virgem Maria pela vitória alcançada em Aljubarrota, contra os castelhanos, mandara construir um mosteiro e um templo real no próprio local onde se dera o combate. No Brasil, muitos anos antes da vinda dos primeiros donatários, existia uma colônia dos portugueses que vivia em perfeita harmonia com os índios. Entretanto, passados alguns anos, os abusos e provocações dos colonos irritaram os selvagens e as lutas começaram. Em um desses combates, os portugueses foram assediados por numeroso exército dos silvícolas, que tentavam expulsá-los de suas terras. Os lusitanos desesperados, recorreram à Virgem Maria e após uma difícil batalha derrotaram o inimigo. Em agradecimento à proteção da Mãe de Deus, deram-lhe o título de Senhora da Vitória e construíram um templo em sua homenagem. 31

desenhos dourados. Sobre o véu, usa uma coroa, que aparece também na cabeça de seu Filho. A Senhora da Vitória da igreja de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro, tem na mão direita um estandarte de cetim branco bordado a ouro.

Nossa Senhora da Vitória é mais venerada no Nordeste brasileiro e especialmente em antigas vilas, que datam do início da colonização de nosso país.

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Existe ainda a invocação de Nossa Senhora das Vitórias de origem francesa. A mãe de Deus apresenta-se de pé, vestida de uma túnica branca e um manto azul, que lhe envolve o corpo, e segura com as duas mãos o Menino Jesus, de pé sobre o globo terrestre, colocado à direita de Maria. Ambos são coroados.

Nossa Senhora deNazaré Em meados do século XI, o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, conseguiu expulsar os mouros de seu território, auxiliado por um grupo de valentes cavaleiros, entre eles D. Fuas Roupinho, companheiro de caça do rei. Certa vez numa região de altos penhascos que se debruçava sobre o Atlântico, D. Fuas Roupinho perseguia à cavalo, uma corça. O animal, no desespero da fuga, atirou-se ao mar. O local estava coberto de espessa neblina e o caçador somente percebeu o perigo, quando viu o precipício sob as patas do cavalo. Implorou socorro de Nossa Senhora. No mesmo instante o cavalo estacou subitamente sobre o abismo. Refeito do susto, o caçador dirigiuse a uma capela da Virgem Maria, que avistara em sua desabalada corrida atrás da corça. Queria agradecer a Nossa Senhora por lhe ter salvo a vida. Ajoelhou-se e encontrou aos pés da imagem um pergaminho que continha a história da estátua da Virgem Maria, que já

era venerado em Nazaré nos primeiros tempos do cristianismo. Dizia o documento que, quando os imperadores do Oriente, sucessores de Constantino, começaram a perseguir o culto das imagens, um monge grego do convento de Nazaré conseguiu tirar da capela uma imagem de Nossa Senhora, fugindo com ela para a África. De lá a estátua foi levada à Espanha, onde permaneceu por muito tempo num mosteiro próximo à cidade de Mérida, recebendo a veneração dos fi~is. Quando os mouros invadiram a Espanha, o último rei godo D. Rodrigo, após a terrível derrota em Guadalete, foi obrigado a fugir e escondeu-se naquele convento. Ao retirar-se rumo a oeste da Península Ibérica em companhia do frade romano, levou consigo a imagem e algumas relíquias de santos, para evitar que fossem desrespeitados pelos infiéis. Ao chegarem ao alto de um escarpado rochedo, junto ao oceano, encontram uma pequena gruta e ali improvisaram um altar, onde colocaram a imagem da Santíssima Virgem deixando um pergaminho contando a sua história. Lendo este relato, D. Fuas Roupinho, mandou erguer naquele local um santuário que perpetuasse o culto de sua protetora, que foi denominada Nossa Senhora de Nazaré, porque provinha daquela cidade da Palestina. Mais tarde, por ordem do príncipe D. Fernando, filho de D. João II, foi constru-

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A basílica de Nossa Senhora deNazaré, situada no alto do penedo, é visível do mar a grande distância, por

ída no local uma igreja, ricamente ornamentada pela família real. Na baixada próxima ao templo, junto à praia, formou-se a cidade de Nazaré, aglomerado de pescadores e uma das povoações mais tradicionais e características da terra portuguesa. A basílica de Nossa Senhora de Nazaré, situada no alto do penedo, é visível do mar a grande distância, por isso tornou-se Padroeira dos Navegantes . Foram eles que

propagaram o seu culto, batizando com seu nome diversas Naus que cruzaram o Atlântico. Nossa Senhora de Nazaré é representada sentada (às vezes de pé) segurando o Menino Deus em seu colo, do lado esquerdo. Ela veste uma túnica presa à cintura, adornada ao pescoço com correntes e colares. Sobre a cabeça tem um longo véu, que cai abrindo até os pés e usa uma coroa real, assim como seu Filho. 34


NossA SENHORA APARECIDA ertos detalhes da história e da imagem de Nossa Senhora Aparecida ainda hoje impressionam os fiéis, historiadores e teólogos.

C

De início é bom que fique bem claro : Nossa Senhora Aparecida não é uma aparição, mas uma imagem que todos podem ver, até tocar. Imagem que foi quebrada e jogada no Rio Paraíba, segundo o costume antigo . Certamente, imagem feita em São Paulo pelo Frei Agostinho de Jesus, discípulo do célebre Frei Agostinho da Piedade. Imagem da Imaculada Conceição, velha devoção portuguesa e sem nenhuma ligação com Nossa Senhora de Guadalupe, que possui características indígenas . O Porto Itaguaçu ou "Pedra Grande" fica quase à beira da estrada São Paulo-Rio, o que explica o motivo de ali terem lançado a imagem . Decerto foi trazida por algum cargueiro, em demanda do interior, que fazia o caminho do Rio, o caminho das Minas - passagem do ouro e das bandeiras. · Aliás, por ali transitavam os novos bandeirantes, aventureiros, comerciantes. Era caminho também do então severo governador das Minas, o Conde de Assumar. Existe o diário desta viagem. Em Guaratinguetá, vila fundada pelos idos de 1640 sob a graça de Santo . Antônio, pousou o governador. Ia para as Minas colocar ordem em muitos

descontentes com os quintos de ouro. Através da Câmara ele mandou que fossem notificados os pescadores "para apresentarem todo o peixe que pudesse haver". Certamente para as refeições e para a viagem. Aqui aparecem os três pescadores felizardos que encontraram a imagem: João, Filipe e Domingos. Sustentando a devoção, logo surge o povo. As pessoas começaram a se juntar para cantar o terço. Em seguida surge o clero, a instituição. Padre José Alves Vilela era o vigário da época. Pouco depois, o padre João de Morais, mestre em Teologia Moral, registra o fato no Livro do Tombo, contando os primeiros prodígios . Levanta-se uma capela, depois outra. Na época do aparecimento, o Brasil era colônia de Portugal, transcorria 1717. Rios e terras eram tiradas dos índios tupiguaranis. Bandeiras iam de Taubaté ao Sul de Minas, Ouro Preto. Elas massacravam índios, encontravam e contrabandeavam ouro, cujo destino era Parati - passando por Lima Duarte. Tempo de escravos negros, agricultura pobre, caça e pesca quase esgotadas. Tropeiros levam para longe as notícias e as devoções . A devoção pela Santa Aparecida começa com Filipe Pedroso, Atanásio Pedroso, Silvana Rocha - representantes do povo. Desta semente ela cresce e se espalha à beira do rio, da estrada. Os milagres,

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as graças, a imaginação dominam a memória do povo humilde. A pesca milagrosa tem sabor evangélico. Velas que se apagam e acendem sozinhas. Os estrondos no baú, onde era mantida (a imagem não quer ficar guardada). Correntes que caem. A cega que vê. A onça brava que respeita o caçador devoto. O vigário leva a imagem para a Matriz. Em 1743, 26 anos depois do encontro da imagem, D. João da Cruz, bispo do Rio, autorizou a constru- .

ção da Capela no Morro dos Coqueiros. Ela foi inaugurada em 1745, na festa de Sant' Ana. A estrada passava no sopé do morro, que era escaladQ. por muitos a galope- é possível que até D . Pedro I, por aquelas paragens, tenha chegado à Capela. Um dia, a Princesa Isabel lá esteve, libertou um escravo e doou uma coroa de ouro à Santa (veja a imagem de Nossa Senhora Aparecida como é venerada nos dias de hoje) . . Desde o início, a imagem tinha prestígio. No relatório da missão, em 15 de janeiro de 1750, dois missionários jesuítas citam a imagem "de argila de cor azulada, famosa pelos milagres". Durante 177 anos, a imagem ficou com o povo, os leigos, os capelões, os tesoureiros, as Mesas Administrativas e com o Governo. Com a chegada da República, assumiu o bispo de São Paulo, D. Lino Deodato, que faleceu onde hoje fica o Convento Velho. Em 1894 chegam os missionários redentoristas, que passam a fazer parte desta história como guardiães da Imagem, pregadores da Palavra e administradores das atividades no Santuário de Nossa Senhora Aparecida.

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João Pereira Gomes Aparecida - SP Transcrito de Boa Notícia Junho de 1996


MARIA, MÃE DE DEuo/

antar, muitos tentaram, tua grandeza, Nem sempre conseguindo totalmente, Por seres Mãe de Deus onipotente, Maria, és toda um mundo de beleza!

C

Da graça, havia em ti a plenitude, Já desde a Imaculada Conceição; O anjo disse isso, em saudação, Fazendo a exaltação de tua virtude. Humilde sempre foste, a vida inteira. Por isso, eis a surpresa que te traz Do céu, a boa nova, tão fagueira . Estando amargurados, muito sós, Devemos, na oração, pedir-te a paz, Dizendo: Mãe de Deus, roga por nós!

Pe. José Maria de Albuquerque Belém/PA 37


MENINO DE

RuA

E

depois ... O que fazer? Como agir? Ele vive entre nós, às vezes o notamos, sabemos ser frágil , carente, sozinho, sem ter em seus dias presença de um ninho. Caminha nas vias, nas praças, junto ao comercio, tem sede, tem fome, arrisca um pedido, olhar duvidoso, com marcas de dor. A noite, como foi, ninguém pergunta, ninguém preocupa e nem dá atenção. Será que teve sonhos com caminhos risonhos, com fartura de pão? Como outrora sentia, no abrigo aconchegante, sem fome, sem frio, o dono de tudo, assim alojado junto ao coração? O príncipe talvez desejado, ou até esperado com toda atenção. Sonhos, quimeras, a noite passou e o vem acordar, e tudo continua em seu mesmo lugar, a dor o desconforto, o físico cansado, a fome e o frio voltam a rodear. Até quando meu Deus! Nutrir esperança de vida, de infância e adolescência real? Observando a vida, vendo gente querida, forte, nutrida, calçada e vestida, tendo um lar Não desanime, menino carente, sempre haverá um novo porvir, continue seus sonhos de ser como gente, pois esse ideal você pode seg r.


INFÂNCIA MISSIONÁRIA fância Missionária é uma tica missionárias impulsionam esta as quatro Pontifícias Obras Obra que os Papas aprovaram e reissionárias. É uma Obra, comendaram. Pio XI, no ano de não tem limite de tempo. Já existe 1922, declarou-a Pontifícia. há 152 anos. Foi fundada em 1843 É uma Obra Missionária. Forpelo bispo Dom Carlos Forbin Jan- ma e educa as crianças no espírito son, em Lião, na França. De gran- missionário universal. Preocupa-se de espírito e sensibilidade missio- por todas as crianças carentes do nária, Dom Carlos Forbin recebia mundo inteiro e não só das que estão próximas. E uma muitas cartas de misobra da Igreja universionários que o inforNa Infância sal, e de todas as diomavam da enorme miceses. séria das crianças nas Missionária regiões missionárias podemos Dimensões do oriente. Teve a insapreciara Na sua mística piração de organizar e efetiva missionária e metodomovimentar as crianlogia desenvolve quaças para ajudarem escooperação tro dimensões fundasas crianças. missionária Organizou-as em mentais: universal. pequenos grupos (12 1. Formação missionária: catequese, como o grupo dos Apóstolos) para rezar instrução, conhecimento de Jesus, todos os dias pelas da Igreja; crianças que so2. Espirifriam e repartir o pouco que titualidade missionária: senham com as guimento de que nada possuíam. Este foi o Jesus, oração, sacrifícios; segredo da Obra: criança ajuda cri3. Compromissa missionáança. Criança tem rio: atuação. Reflecapacidade e muita pote-se no grupo o que fatencialidade. A Obra cresceu muito depressa. Dentro de um zer, tomando-se decisões como ano estava já organizada em 65 di- tornar Jesus mais conhecido e oceses na Europa. amado por todas as crianças e Os objetivos e a metodologia, também dos adultos, em todo o fundamentalmente, continuam ain- mundo. da hoje . A espiritualidade e a mís4. Convivência comunitária: 39


Realmente, a Infância Missioviver a fraternidade no próprio grupo, aberto, porém, aos outros nária oferece tudo isto e muito grupos e a todas as crianças do mais. Nela podemos apreciar a efetiva cooperação missionária unimundo. versal: os serviços com os No Brasil já produziu muitos bons frutos desquais as crianças ajude sua presença no dam a resolver as ano de 1858 (15 necessidades de anos após a funoutras crianças; dação). É vera formação dade que pascristã e missou por diversionária que sas etapas. lhes oferece; Hoje está retosua vivência mando novo fôde comunhão lego com atualieclesial missiozada reorganização nária e os demais e esperança de firme serviços com os e longa continuidade. quais constrói um Para alguns, a Inmundo novo com as fância Missionária é crianças. É uma obra A Infância uma agência internacieclesial para tornar Missionária é missionárias as crianonal de ajuda econômiuma obra ca, preocupando-se ças e para promover com as necessidades sua cooperação miseclesia/ para das crianças. Para ousionária universal. tornar tros, a Infância MisHoje, ela está ormissionárias sionária é mais uma ganizada em mais de as crianças e Ação de solidariedade 120 países. Partilhar entre as crianças ou experiências, percorpara uma Instituição que se promover sua rer o caminho com as dedica a dar-lhes alicrianças para que secooperação mentação, saúde, edujam missionárias, em missionária cação, formação crissua família, em sua tã, etc. escola, missionárias universal. Outras pessoas reem sua comunidade e conhecem a Infância para o mundo inteiro. Missionária, antes de tudo, como uma obra educativa cristã. ValoriTranscrito do Jornal zam os serviços que ela oferece nes"Santuário de Aparecida" te campo ajudando as crianças para Ano 96- No 4.751- 16a 22.03.96 que sejam mais amigas de Jesus. 40


11 EAJORE /

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com grande alegria que nós, jovens das Equipes de Nossa Senhora, escrevemos, pararegistrar em Juiz de Fora (MG), nos dias 09, 10 e 11 de fevereiro, o "11 EAJORE", Encontro Anual de Jovens Responsáveis de Equipe. Participaram desse Encontro os representantes de Equipe dos Setores de Recife, Jacareí, Santos, Rio Preto, Brasília, Juiz de Fora, ABC, Belém e da Coordenação de São Paulo e da Coordenação de Bauru. O tema abordado foi "Esperar com Maria, para servir como Maria", nos aprofundamos principalmente na fé, esperança e caridade de Maria durante toda sua vida. A conscientização do~ responsáveis sobre o papel dentro das Equipes, foi o objetivo fundamental do Encontro. Seus deveres e sua importante função como elo de ligação entre os membros da Equipe, foram temas insistentemente abordados dentro dessa conscientização. Dentre as importantes tarefas de um responsável de equipe vale ressaltar a função de despertar entre os equipistas a união, a sinceridade, o conhecimento das bases do movimento e acima de tudo, o verdadeiro sentido de ser um Equipista Jovem de Nossa Senhora. Os eventos do 11 EAJORE, tais como: dinâmicas, orações, palestras, reuniões de grupo, missas etc., permitiram uma maior integração entre as 50 equipes aproximadamente, que hoje existem no Brasil. Dessa forma os representantes puderam

aprofundar seus conhecimentos sobre as partes essenciais das reuniões, bem como crescer com as vivências de equipes mais experientes. São equipes que já vivenciaram as mesmas dificuldades que as mais novas estão passando, podendo contribuir com suas experiências para que as atitudes a serem tomadas sejam mais corretas. Com certeza, os encontristas participantes voltaram para suas cidades com muito mais fé, confiança e vontade de motivar suas equipes. Foi gratificante conhecer e conviver com pessoas que embora estando à quilômetros de distância, ao mesmo tempo estão tão próximas, pois Cristo está sempre de mãos dadas com todos. Quando dissemos Sim ao movimento de Maria, aceitamos viver uma missão, aceitamos ser discípulos de Cristo, viver como os 12 apóstolos viviam, numa comunidade de amor e de partilha. Abrimos nosso coração para vivermos retamente todas as coisas em prol do movimento e cumpriremos assim a missão que Maria nos confiou. Que cada equipe possa dar o melhor de si, para que esta família que se formou possa crescer, integrando um maior número de Equipistas, caminhando sob a proteção de Maria.

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Eraldo, Cíntia e Daniela, EJNS Transcrito de "Caminho" ENS de Baurú - SP Ano 29 n°2 - Março/Abril- 96


MEU FILHO É UMA DROGA! ós criamos, cuidamos, amamos, educamos, moldamos aos nossos moldes, demonstramos ternura e nos orgulhamos de sermos chamados de Pai e Mãe, do mesmo modo nos sentimos grandes quando dizemos: "Este é o meu fiLho. Esta é a minha filha!" Mas o tempo vai passando e os filhos crescendo, equando sentem que por suas próprias asas conseguem alçar vôo, muitos se lançam ao mundo ladeados por "amigos" que mostram outra verdade, e muitos filhos, hoje, voltam para casa e nos dão um presente de impacto: estão envolvidos com droga e/ou álcool. E quando descobrimos, é como se o mundo estivesse desabando, se o Deus em quem confiamos jamais existisse, se o problema que a vida está nos apresentando jamais tivesse uma resposta exata e satisfatória. E assim, perdemos nossa fé, nossa esperança, nossa harmonia com a família, chegamos atéades-

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confiar de Deus e o questionamos. Pois bem, ao invés de nos limitarmos a um problema, somamos vá. rios outros em nossa vida. É por isso que estamos escrevendo. Se você, casal equipista, passa por este problema com seu filho, parente, vizinho, conhecido, enfim, seja quem for, queremos afirmar a vocês que a dependência química é uma doença que tem Cura, que apesar de todo sofrimento do jovem e da família, existe uma luz no final do túnel. É um processo demorado, muitas vezes desgastante, mas que, se o jovem dependente disser SIM para o início de uma recuperação, e os familiares, principalmente os pais, mergulharem fundo nesta causa para resgatar o filho que está perdido, com confiança, amor, paciência, determinação e aceitação, encontrarão uma saída SIM, voltarão a ver o brilho nos olhos de seus filhos SIM, viverão novamente uma família SIM.

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recuperação, onde o É possível a recutripé Disciplina, Trabaperação, e nós, juntaQueremos lho e Oração é colocamente com a maioria afirmara do em prática juntados casais da nossa vocês que a mente com muito amor ENS, temos trabalhando num programa de dependência e dedicação a fim de resgatar o jovem novaprevenção e recuperaquímica é mente para a vida. ção de drogados, preuma doença Temos tido êxito senciando e convivenque tem Cura, nestes longos anos, mas do com jovens que a proliferação das dronunca mais voltaram que apesar gas e do álcool tem cresao vício. Esse prograde todo cido assustadoramente, ma chama-se Curso do sofrimento como também se multiÉfata, fundado por ·jovem e da plicado o número de nosso irmão equipista Clóvis há 14 anos, fafamília, existe casais que hoje não possuem mais a fé em Criszendo um trabalho que uma luz no to Salvador, mas depopossui uma caracterísfinal do túnel. sitam sua sorte e sua tica própria: vamos ao vida em coisas materilocal onde os jovens se encontram, em suas escolas, pro- ais, misticismo e muitas outras crenmovendo o curso dentro do esta- ças, menos no Deus Vivo, Verdadeibelecimento de ensino, levando pa- ro e Justo. Vamos lutar pelos nossos filhos, lestristas, equipe de cozinha, vigília e externa, tentando envolver a nosso esforço é muito importante, maioria dos alunos para que te- não vamos deixar o "mundo" cuinham a chance de ao menos ouvir dar dos nossos jovens, vamos nos e depois pensar. O curso é comprometer a dialogar mais, ser ecumênico, onde se leva o jovem a mais amigos dos nossos filhos, enrefletir como ele se encontra hoje tender melhor a juventude de hoje no mundo, como anda sua relação que vive uma realidade diferente do com os pais, suas amizades, namo- passado, para que: "-Meu Filho ros, sexo, aborto, doenças venére- é uma Droga", mas sim, dizer do as, sobre o consumo das drogas e fundo do nosso coração: "- Obriálcool e sobre Deus. O jovem, se gado Senhor por este Presente despertar o interesse, nos procura de Valor Incalculável, Meus Fie encaminhamos para reuniões de lhos na minha Vida! " apoio a dependentes e familiares, onde passam a freqüentar semanalmente as reuniões. Se existir neCristina e Paulo cessidade, então o jovem é encaEquipe 12 - N. S. Fátima minhado para casas ou fazendas de São Caetano do Sul - SP 43


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EQUIPISTAS NA SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

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Semana Nacional da Família acontece há vários anos em agosto, mês em que a nossa Igreja celebra o mês das vocações. Não é apenas coincidência, mas sim uma boa forma de reafirmar que somos chamados a viver como famílias . Este ano ela aconteceu entre 12 e 18 de agosto, começando logo após o dia dos pais . O folheto para reuniões de estudo, preparado pela equipe de reflexão do Setor Família da CNBB, apresentou como assunto central a participação política das famílias, relacionando-se, como em todos os outros anos, com o tema da Campanha da Fraternidade: Justiça e Paz se abraçarão. Temos percebido que as celebrações da Semana Nacional da Família estão, a cada ano, se intensificando: mais gente, em mais cidades, celebrando o dom da família. Nestas celebrações, a presença das ENS tem sido constante, sinal de que estamos assumindo, de fato, nossa prioridade pela Pastoral Fa-

A

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miliar.

Algumas notícias que recebemos sobre a participação de nossos casais equipistas na Semana Nacional da Família são bastante significativas. Em Brasília, os equipistas tiveram grande presença na organização das atividades da diocese, coordenada por Creusa e Caroba. Elaboraram

folheto, distribuído a todas as paróquias, contendo o tema de estudo proposto pela CNBB e recomendações especiais para as paróquias. Entre elas, foram realizadas celebrações comunitárias de bodas de 25 e 50 anos de matrimônio, missas de amizade entre famílias de paróquias distintas e palestras sobre diversos temas relacionados à família. O encerramento foi marcado por atividades durante todo o dia, na Catedral, com músicas, palestras e celebrações eucarísticas, tudo transmitido pela Rádio Nova Aliança. A primeira das missas, foi organizada pelas Equipes de Nossa Senhora e celebrado por D. Raymundo Damasceno, bispo auxiliar de Brasília, Secretário-Geral da CNBB e Conselheiro Espiritual de duas equipes. Outra missa foi celebrada por D. João Evangelista Terra, bispo auxiliar de Brasília e Conselheiro Espiritual de uma equipe e de um setor. Na última missa, celebrada pelo Cardeal D. José Freire Falcão, várias famílias foram apresentadas ao altar, representando a vida das famílias da Arquidiocese e a atuação da Pastoral Familiar nas etapas pré e pós matrimonial, incluindo os cha- . mados "casos difíceis". No Rio de Janeiro, os equipistas participaram das celebrações diocesanas de encerramento da Semana da Família, apresentando o elogiadíssimo "Auto das Bodas de Caná", em plena Catedral Metropolitana. Além

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disto, Regina e Cléber tiveram oportunidade de expor a história e o funcionamento do movimento das Equipes de Nossa Senhora. Inúmeros casais equipistas distribuíram panfletos explicativos sobre o Movimento e com mensagem sobre farru1ia. Em Belém, devido aos preparativos para o Encontro Nacional de Pastoral Familiar, no início de setembro naquela cidade, as atividades se concentraram nas paróquias. Uma cartilha, com reflexões dirigidas às famílias foi distribuída a todas as paróquias. As equipes concentraram esforços na meditação do terço em prol das famílias. Depois de uma Celebração Eucarística presidida por Monsenhor Marcelino Ferreira, Conselheiro Espiritual da Região Norte, encerraram a Semana da Família com uma gostosa confraternização das famílias equipistas. Em Manaus, o Movimento promoveu um Seminário, com palestras falando sobre diversos aspectos da farru1ia, contando com numerosa presença de casais equipistas e de seus filhos. Foi, também, elaborada e distribuída, uma cartilha de orientação e reflexão sobre temas familiares, elaborada pelo Padre Grimaldi, que é Conselheiro Espiritual. A missa de encerramento da Semana da Família, aconteceu na Catedral, organizada pelas Equipes de Nossa Senhora. No Rio Grande do Sul, os equipistas estiveram presentes nos encontros paroquiais para as famílias, trabalharam em conjunto com diversas pastorais na distribuição de alimentos a farru1ias carentes. Estiveram

presentes em um ciclo de palestras sobre família, onde os palestrantes eram equipistas e membros de outros movimentos. Foi realizada uma novena, em que a homilia foi feita sempre por casais, inclusive equipistas. Uma série de programas de rádio foram ao ar tendo por base o documento de Mercedes e Álvaro sobre "A Espiritualidade da Família". Ainda dentro do mês vocacional, foi realizada grande panfletagem com mensagens sobre a fanu1ia e um pedágio especial, cuja arrecadação foi destinada em benefício de famílias carentes da região. Como é possível perceber, não estamos parados. Graças a Deus, podemos nos orgulhar da presença efetiva de casais equipistas nas atividades que celebram e dão testemunho de opção de ser família cristã no mundo de hoje. Os que se dedicaram a este trabalho, com certeza, esperam de braços abertos a adesão de tantos outros casais equipistas, para que cresçam a cada ano, em alegria, as celebrações da Semana Nacional da Família. Diante de nossas fanu1ias, unidas a inúmeras outras de diversos movimentos da Igreja, o mundo poderá dizer "vejam como eles se amam!" Todo esse trabalho, acende a cada ano, mais e mais, a chama de esperança e de amor, que muitas famílias brasileiras precisam para superar suas dificuldades.

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Lourdes e Sobral Eq. 37- Brasz1ia- DF

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UMA NovA MoDALIDADE DE CuRsos DE No1vos (APAsTORALoosRocÉM-CASAoos>

'A

Pastoral Familiar só caminhará bem, quando conseguir organizar uma imensa rede de grupos ou círculos familiares pequenos, que se reúnam nas casas, nos edifícios e centros comunitários, para debater o imenso problema da formação humana e cristã dos membros de suas famílias, agindo em decorrência da iluminação desses debates. Pastoral Familiar não é só pastoral de eventos (encontros, cursos, etc.). Não haverá evangelização se não houver acompanhamento, continuidade ... "

Estas foram algumas das conclusões do 1o Encontro de Pastoral Familiar da Região Leste da CNBB, realizado em novembro de 1995 (Carta Mensal N° 316- FevMar/96- Pág. 43), em Juiz de Fora - MG, que reuniu 150 participantes de 25 dioceses dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. O artigo do Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM, sobre Pastoral dos Recém-Casados, (Revista Família e Vida, Ano I, n° 03-Encarte), sugere que, a médio prazo, seja revista em profundidade a prática

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dos cursos/encontros de noivos, e panhamento, ou seja, após o prique o trabalho com recém-casados meiro anúncio, deve haver uma seja feito em pequenas comunida- continuidade de contatos, para endes ou grupos de jovens casais, as- volver o casal na vida da comunisessorados por um casal da Pasto- dade eclesial. Desde o final de 1994 estamos ral Familiar, com reuniões regulares. É interessante notar que, en- envolvidos na aplicação de uma tre os temas elencados para estu- nova modalidade de Cursos de Noido, Frei Almir Ribeiro inclui a Ex- vos, elaborada no âmbito da nossa região, e presenteperiência Comunitária mente em desenvolvidas Equipes de Nosmento na Matriz de sa Senhora. Foi elaborada Nossa Senhora da Durante o EAa partir da Glória, no Largo do CRE/96 tomamos cometodologia Machado, na Zona nhecimento do DocuSul da cidade do Rio mento 54 da CNBB, utilizada nas de Janeiro, com o Diretrizes Gerais da Experiências apoio fundamental do Ação Evangelizadora Comunitárias, pároco, Pe. Joaquim da Igreja no Brasil Marques Pascoal, porque 1995/1998 que, em Sacerdote Conselheiresumo (números queríamos ro Espiritual das 230, 257, 268, e 270), despertar nos ENS. . orienta para que seja casa1s, o Ela foi elaborada dado um tratamento a partir da metodolodiferenciado e, quandesejo de gia utilizada nas Exto possível, personacontinuarem periências Comunitálizado para com os a se rias, porque queríanão praticantes, quanencontrar. mos despertar nos do procuram os sacasais, que fossem cramentos. Quanto à participar do Curso catequese, devem ser promovidas formas renovadas, ar- de Noivos, o desejo de continuaticuladas com a vida, inculturadas rem a se encontrar, pois o "curso" seria conduzido dando ênfase à parno presente. ticipação individual de cada um, Com relação aos "cursos de preparação" ao casamento, pro- para que pudessem ser evidenciapriamente ditos, reafirma o Docu- das suas opiniões, suas caracterísmento 54, estes devem ser encon- ticas pessoais, seus anseios, o catros o mais possível personaliza- rinho e a perspectiva da construdos, adequados às pessoas que os ção de uma vida a dois. O objetivo central do Novo freqüentam, e que em seguida ao acolhimento deve existir o acom- Curso de Noivos é reaproximar da

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Igreja os jovens casais, no momento em que vêm pedir o sacramento do matrimônio, e mantê-los, a partir daí, unidos a Ela. O Novo Curso de Noivos tem a duração de oito horas, e é realizado em duas tardes de Sábado. É conduzido por um casal, e pode contar, ou não, com a presença do sacerdote responsável pela Pastoral dos Noivos da paróquia. Dele participam no máximo 1O casais de noivos. Apresenta o mesmo conteúdo recomendado pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, e vem atingindo com sucesso a recomendação referente ao "prosseguimento necessário da formação dos noivos depois de terminado o curso" (Boletim da Revista do Clero Dez./1990, página 64 - Curso de Preparação ao Casamento). Foi interessante verificarmos que, antes do final do "curso", os noivos já propunham que voltássemos a nos encontrar,

Antes do final do #curso", os noivos já propunham que voltássemos a nos encontrar, para continuarmos a conversar sobre ííassuntos que não se conversa em nenhum lugar", #assuntos que não se conversa.hem com amigos, nem coma família".

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para continuarmos a conversar sobre '.'assuntos que não se conversa em nenhum lugar", "assuntos que não se conversa nem com amigos, nem com a família". Esse desejo foi despertado nos noivos em razão da aplicação da Metodologia das Experiências Comunitárias. Ficou decidido, então, que marcaríamos um outro encontro, tão logo todos estivessem casados. Isto era o que esperávamos que acontecesse, caso contrário nós mesmos iríamos sugerir esse encontro. Findado o "curso" o casal coordenador participou de todos os casamentos, para surpresa e alegria dos noivos, e marcou a 1a reunião em sua casa. Nesta ocasião foi feita uma avaliação do "curso" e perguntado a eles se gostariam de participar de uma Experiência Comunitária. Todos concordaram. Assim, é formado um grupo de casais, recém-casados, que se reúne mensalmen-


te, após o término do Rio de Janeiro, responsável pela PastoCurso de Noivos, para O objetivo ral Familiar, que reser apoiado , para central do centemente nos oricrescer na fé , para ser Novo Curso evangelizado, e, finalentou para que a dimente, ser transforvulgássemos no âmbide Noivos é mado numa comunito do Curso Arquidioreaproximar dade, onde haja comucesano de Preparada Igreja os nhão e fraternidade, e ção de Agentes para jovens casais, os Cursos de Noivos, que descubra o seu lupromovido pela Cogar na comunidade no momento paroquial. missão Arquidiocesaem que vêm na de Pastoral FamiTrês casais dos pedir o Setores A e B, da liar. sacramento Região Rio I, assumiGostaríamos muito de receber os coram a coordenação do dos "cursos" realizae as sugesmatrimônio, e mentários dos nos meses de setões dos nossos irmantê-los, a mãos e irmãs equitembro outubro e nopartir daí, pistas, para que posvembro de 1995. O samos melhorar ainmais antigo deles , unidos a Ela. da mais esta proposcom todos os componentes já casados , ta para a realização de um Novo Curso está começando a 4" de Noivos. Colocaunidade da Experiênmo-nos à disposição cia Comunitária. de cada um para A matriz de Nossa Senhora da Glória, quaisquer esclarecimentos que sejam a partir de abril de necessários. 1996, implantou definitivamente, na paróquia, o Novo Curso de Noivos, que vem se realizando mensalmente. Os fuNossa Senhora de Nazaré, roturos coordenadores destes "cur- gai por nós! sos" (dois casais são equipistas) estão sendo preparados por casais equipistas do Setor B. Marisa e Elio Luiz Esta iniciativa tem contado, Myriam e Paulo também, com o apoio e o incentivo de Dom Rafael Llano Cifuentes, Equipe Nossa Senhora de Nazaré 49/B - Região Rio I Bispo Auxiliar da Arquidiocese do

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VIDA EM FAMÍLIA cebemos um pedido para faar sobre a vida em família ara 60 jovens, na faixa de 17 anos. Tivemos a grata oportunidade de refletir sobre este tema e ficamos mais seguros e fortalecidos arespeito do papel e da função da família na formação dos jovens e, por conseguinte, da sociedade.

Dissemos a eles que estávamos bastante à vontade e confiantes para falarmos da vida em família porque nos considerávamos profissionais de primeira categoria na escala das profissões. De primeira categoria sim! Primeiro, porque tínhamos feito uma opção de coração para formar nossa família; segundo, porque somos trabalhadores e formadores da "empresa" de maior importância deste nosso universo, porque ela, a família, é a única que dá o valor transcendente ao ser humano.


Fizemos uma reflexão sobre o valor da família para a mídia. Exemplificamos com um artigo, publicado em um jornal de grande circulação no país, com o seguinte título: "Uma maneira de abortar sem afetar diretamente a saúde". Dando continuidade a esta barbaridade e com objetivo de mostrar a desvalorização que se está fazendo da família, ainda mencionamos a luta pela legalização do homossexualismo, da inseminação artificial, da eutanásia e o divórcio (um tanto já fora de moda, pois hoje já não se casa, se "junta"). Enfatizamos que é da família estruturada que surgem as pessoas com ética, com valores, aquelas que vão determinar a retidão e a qualidade de toda a sociedade. É ela, somente ela, que resguarda e protege o ser humano. Somente uma boa família, ou um conjunto de boas famílias, podem formar uma boa sociedade. Depois citamos a população da Europa como exemplo de uma comunidade onde tudo funciona maravilhosamente bem. Tudo, tudo perfeito! Com uma exceção: falta o amor, lá quase não se constitui família! Os jovens não querem compromisso! Casamento? Nem pensar! Lá estão liberados e legalizados o aborto, a eutanásia! E como resultado desta falta de amor, as estatísticas mostram números cada vez mais elevados de suicídio e escape para as drogas. Propusemos a seguinte reflexão: imaginem se voltássemos no tempo

Não tenham dúvidas, o papel da família é determinante e insubstituível na construção da vida humana. e vocês, jovens, com um ano de idade, fossem retirados de suas famílias, de seu pai, de sua mãe e seus irmãos ... Temos certeza de que não prefeririam viver sem sua fanu1ia, na rua, sem lar, carentes de todo amor e aconchego humano; não escolheriam viver sem alguma repreensão que buscasse lhes orientar. Como podem, então, imaginar um futuro sem esta família, que para vocês foi e tem sido tão importante? Reafirmamos: Não tenham dúvidas, o papel da família é determinante e insubstituível na construção da vida humana. Esclarecemos que não éramos platônicos da família, mas sim realistas. Mostramos que a luta é constante, mas devemos fazer com que seja a manifestação do amor, da entrega, da compreensão, do apoio mútuo, do acolhimento e da segurança, para podermos caminhar na vida e atingirmos a transcendência. Ser engenheiro, programador de computador ou físico se toma simples e fácil diante da magnitude e complexidade de se formar seres humanos; daí as dificuldades e bar-

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reiras que a família encontra para exercer sua vocação. Testemunhamos as dificuldades que enfrentamos ao longo desta caminhada de 20 anos de casados, com o intuito de conscientizar os jovens da realidade e preciosidade que é a família. Falamos também dos elementos que constituem a vida familiar, daquilo que mantém a organização da família e que permite que sua missão seja cumprida. Sobre a comunicação dentro da fanu1ia, falamos da comunicação verbal e da não verbal. Propusemos que pensassem sobre como estão se comunicando em sua família. Lembramos os "ruídos" na comunicação, tão comuns. Os conflitos e brigas entre pais e filhos e entre irmãos fazem parte do dia a dia. Na relação entre pais e filhos, fizemos um apelo para que permitam que seus pais exerçam seus papéis. É muita tirania dos filhos não permitirem aos pais o aconselhamento maduro, bem intencionado ou não darem valor aos seus princípios morais. Destacamos a missão de cada filho: o mais velho, o do meio ou o mais novo ... todos têm uma contribuição especial a dar. Os conflitos, os desentendimentos, as brigas existem. Porém, é fundamental que daí surja o crescimento e a evolução tão necessários para se ultrapassar as barreiras do próprio egoísmo, do estar fechado em si mesmo, das amarguras do desentendimento, evitando-se assim, dei-

Ser engenheiro, programador de computador ou físico se torna simples e fácil diante da magnitude e complexidade de se formar seres humanos; daí as dificuldades e barreiras que a família encontra para exercer sua vocação. xar cicatrizes profundas que venham comprometer a plena realização do ser humano e da vida em farru1ia. Para finalizar, entregamos aos jovens uma folha de papel com uma mensagem e pedimos que escrevessem o que precisavam e queriam fazer pelo bem de sua família. Também lhes pedimos que escrevessem se queriam contribuir com a sociedade formando sua própria família. Recomendamos que levassem esta mensagem com eles e que fizessem dela uma realidade!

Clê e Germano Eq. 5-C I Brasz1ia - DF Transe. do Boletim das ENS de Brasz1ia - Outubro/95 52


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ORIENTAÇÃO MISSIONÁRIA

DA IGREJA NO BRASIL- DoM ALOísio LoRSCHEIDER "Mundo e Missão" ~greja toda é missionária. E uma afirmação que, desde o Vaticano 11, é feita sempre de novo. Missionário não se identifica com proselitista. A Igreja é missionária, mas não é prosei itista.

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A Nova

O que é proselitismo? O que é o ser missionário? O proselitismo é a ação que envolve de tal maneira a pessoa que ela já não tem mais capacidade de refletir e decidir livremente. Decide mais por coação do que por um ato livre de vonta- · de. Ao passo que, ser missionário é o esforço de oferecer às pessoas a salvação que Jesus trouxe. Oferecer, porém, de tal modo que a pessoa aceite Jesus Cristo livremente em sua vida. A pessoa, refletindo e rezando, chega à conclusão que Jesus é a plenitude da vida. Sem Jesus a vida perde o seu sentido. Ora, para a Igreja, ser missionária é exatamente fazer isto: ir pelo mundo inteiro, fazer discípulos de Jesus, de maneira consciente e livre. A missão não pode levar nem ao proselitismo nem ao fanatismo. Não se trata de ter mais ou menos adeptos. Trata-se de ter pessoas aderindo livremente a Jesus Cristo e à sua Igreja, contribuindo dessa forma para edificar o Reino de Deus. 53

Evangelização quer ser um novo Pentecostes, uma nova arrancada renovadora do mundo, formando homens e mulheres livres, conscientes de sua dignidade, maduros na fé, capazes de forjar uma história verdadeiramente humana, na qual, sob a luz de Cristo, se dá uma resposta à nova situação cultura/do mundo atual.


O ser missionário abrange hoje, no Brasil, dois aspectos importantes: um, o da Nova Evangelização, e outro, o da missão alémfronteiras. E o que vem a ser a Nova Evangelização? É um grito profético em favor de Deus que salva, em favor de Deus que, por Jesus Cristo, fez vir ao mundo a verdadeira vida e que normalmente, é comunicado através da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo um grito profético em favor de Deus que salva, é, ao mesmo tempo, uma denúncia profética da cultura da morte, da falta de vida presente no mundo de hoje. A Nova Evangelização quer ser um novo Pentecostes, uma nova arrancada renovadora do mundo, formando homens e mulheres livres, conscientes de sua dignidade, maduros na fé, capazes de forjar uma história verdadeiramente humana, na qual, sob a luz de Cristo, se dá uma resposta à nova situação cultural do mundo atual. Não se trata de propor um novo Evangelho, diferente daquele que foi anunciado por Jesus, no qual pontificavam valores como a reconciliação, a solidariedade, a justiça, a integração, a comunhão, a participação, a vida. Atitudes essas que devem marcar a vida de todo cristão. E missão além-fronteiras o que é? É deixar a própria terra, a própria família, os próprios costumes culturais, para ir a uma outra terra com a finalidade de aí anunciar a salvação de Deus trazida por

Ir pelo mundo inteiro, fazer discípulos de Jesus, .de manetra consciente e livre.

Jesus Cristo. É escutar o apelo já feito por Deus a Abraão : "Deixa teu país, tua parentela e a casa de teu pai , para o país que te mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei o teu nome: sê tu uma bênção" (Gênesis 12, 1-2). Missão além fronteira é, pois, ser bênção fora da própria terra, parentela, família, em um outro país necessitado de quem lhe traga a verdadeira vida. Em nosso Brasil, a Igreja faz esse duplo chamado . Quem é que se sente pronto para atender?

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*Dom Aloísio Lorscheider é Cardeal-Arcebispo de Aparecida ( SP)

Transcrito do Jornal Santuário de Aparecida - (11 a 17.05.96)


Lopez Trujillo e Dom Elio Sgreccia respectivamente, Presidente e Secretário do Pontifício Conselho para a Família. Este guia não quer ser nem um tratado de teologia moral nem um compêndio de psicologia, mas quer ter em devida conta as conquistas da ciência, as condições socioculturais da família e a proposta dos valores evangélicos que conservam para cada idade nascente, frescor e possibilidade de encarnação concreta.

Sexualidade Humana: Verdade e Significado - Orientações Educativas em Família, Conselho Pontifício para a Família, Edições Loyola, 1996, 78 pg. Entre as múltiplas dificuldades que os pais encontram hoje, mesmo tendo em devida conta os diversos contextos culturais, está certamente a de poder oferecer aos filhos uma adequada preparação para a vida adulta, em particular no que se refere à educação para o verdadeiro significado da sexualidade. Este documento traz uma introdução, 07 capítulos e uma conclusão. Os capítulos são entitulados: 1) Chamados ao verdadeiro amor 2) Amor verdadeiro e castidade; 3) No horizonte vocacional; 4) Pai e mãe como educadores; 5) Itinerários formativos no seio da família; 6) Os passos no conhecimento; 7) Orientações práticas. Vem assinado pelo Cardeal Alfonso

Matrimônio Amor e Vida Diálogos sobre problemas da Família, Gino Rocca, Cidade Nova Editora, 1994, 160 pg.

Esta obra tem como tema central os valores que fundamentam a vida familiar. Assuntos delicados, polêmicos, muitas vezes não fáceis de serem tratados, ou mesmo de serem aceitos, mas que estão na ordem do dia! Não se

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pode mais ficar sem falar sobre eles, sem discutí-los, aprofundálos, porque hoje se requer posicionamentos claros, objetivos e conseqüentes, sobretudo para as pessoas de fé . O autor seleciona uma série de respostas formuladas por mães, pais, assistentes familiares, jovens em preparação ao casamento. Em seu diálogo, servindo-se também das ciências humanas e naturais, ele freqüen-

temente vai buscar inspiração na Palavra de Deus e no Amor, que tem sua origem no próprio Deus. Em linguagem incisiva e vigorosa, deixa transparecer, por outro lado, grande compreensão diante da natureza humana, com suas fraquezas e contradições, deixando aberta a possibilidade de uma prática cristã no matrimônio como um caminho de vida feliz e de plenitude.

O Evangelho Segundo os Casais - Primeiro Volume, Sandro Palamenghi, Editora Santuário, 1996, 196 pg. Com esta conversação sobre o Evangelho, "à maneira leiga de pessoas casadas", o autor espera apresentar uma contribuição para esta idéia: viver como cristãos não quer dizer levar avante somente o anúncio de uma doutrina ou de uma teologia. Mais que isso é levar avante uma prática, um estilo de vida todo impregnado de amor pelos outros, nos quais vemos o Deus de amor. Ser cristão não é ser teólogo ou pastoral ista: é tornar merecedora de fé, porque vivida, a bem-aventurança de Jesus, salvação do homem.

OEvangelho segundo os casais

NOTA: Caso os nossos leitores não encontrarem nas livrarias os livros sugeridos nesta seção, poderão solicitá-los, diretamente e via reembolso postal, (qualquer que seja a editora) para:

Santuário 1900 Caixa Postal 4 12570-000 Aparecida- SP Não precisa selar. No lugar do selo escreva: Taxa Paga.

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Os PROFETAS E A PoLíTICA oo sEu TEMPO

I~

Um grupo de pessoas conversam, animadas, em urna festa, sobre: filhos, netos, notícias da cidade e do país ... Então, o João diz: - Só falta, agora, falarmos de política! .. -Esta não! - retruca Pedro. Política, nem pensar! Quero os políticos longe de mim! Eles fazem muitas promessas na época das eleições; mas, depois, só pensam neles. - Concordo com você, Pedro, e não entendo porque a Igreja tem que se meter em política! Com tantos assuntos religiosos, vai escolher para a Campanha da Fraternidade esse tema de Política e Fraternidade .. . Acho isto muito perigoso! .. - Mas, gente, não dá para 'viver sem política. A política não é só para os políticos; mas para todos que se preocupam com o bem comum e acreditam que a construção de uma sociedade fraterna é obra de todos diz Paulo. - Você está certo. Diante das injustiças de seus tempos, os profetas do Antigo Testamento condenaram tudo aquilo que impedia que a justiça e a paz se abraçassem, impossibilitando que o projeto de Deus para o seu povo pudesse se realizar. A mós, em uma época de prosperidade e de muitas injustiças, anunciava que Israel seria punida pelos seus pecados, porque sua riqueza fôra construída sobre a dominação e não sobre a Fraternidade, e o que Deus quer é que: "O Direito corra como água

e Justiça como um rio caudaloso" (Am. 5, 21-27). Segundo o Profeta: "Um dia a Justiça e a Fraternidade prevalecerão; Israel, junto com toda criação, atingirá seu destino" (Arn. 6, 107) - afirma Antônio. Paulo intervém, dizendo: -João e Pedro, vocês precisam saber que os Profetas falam a Palavra de Deus, e o Segundo Isaías diz: "A Nova Jerusalém será Edificada sobre a Justiça e, assim, conhecerá a prosperidade (Is. 54, 11-55). O terceiro Isaías revela que apesar da experiência do novo Exodo, Israel estava longe de colocar em prática a justiça, e ele falava, em nome de Deus, Contra as Práticas Religiosas que não Levam à Justiça (Is. 58, 5-8). Mas, o Criador não abandona suas criaturas, e Deus promete levar todas ao seu destino final: a comunhão fraterna, "onde o Lobo e o cordeiro pastarão juntos e o Leão comerá feno com o boi" (Is. 65, 25). O plano de Deus triunfará: "Amor e Verdade, Justiça e Paz sobre toda a criação (SI. 85). - E Jesus Cristo, também foi profeta?- questionou João. -Jesus veio ao mundo para anunciar o Reinado de Deus e fazer a justiça acontecer na vida do povorespondeu Antônio - Ele curou os doentes, libertou os presos, perdoou os pecadores, devo} veu confiança e esperança para todos; combateu toda forma de dominação nas autoridades e também entre seus discípulos. Ensi-

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terras, crianças abannou que o poder tem donadas nas ruas, corque ser serviço aos Só haverá rupção administrativa, Irmãos. Cristo nos uma verdadeira distanciamento das lideconvida a promover a transformação paz, que não é ausênranças partidárias das cia de conflitos e proreais necessidades da da sociedade comunidade e interesblemas, mas é força quando todos e coragem, serenidases das bases; Intervir participarem e de e equilíbrio para para a formar uma se sentirem enfrentar os conflitos nova mentalidade ética e solucionar os prona política: Todos soresponsáveis blemas. Ele, não senmos responsáveis pela por todas do político, desenvolcoisa pública. Ao poder as situações veu uma prática de público compete aquilo nela existentes. que é próprio de suas profundas conseqüências políticas. funções, e à sociedade Paulo diz:- Vocivil compete não só cês entenderam, agoparticipar, mas, tamra, que nós, os seguidores de Jesus bém, fiscalizar o poder público, para Cristo, pelo nosso batismo, temos que cumpra adequadamente suas funque ser os profetas de hoje e, por ções. Só haverá uma verdadeira isto, não podemos nos omitir, como transformação da sociedade quando Igreja, quando vemos tantas situa- todos participarem e se sentirem resções na Política, que estão contra o ponsáveis por todas as situações nela Projeto de Deus? O Papa João Pau- existentes. Como Profetas de hoje, cabe-nos lo li critica "a todos quantos querem reduzir a missão da Igreja ao âmbito a construção, em nossas farm1ias, dos religioso e familiar, como se o Evan- Profetas do futuro: É na família que o gelho não tivesse algo a dizer à polí- ser humano, desde que nasce, aprentica, à economia e à sociedade". de a viver valores cristãos tão imporJoão e Pedro entenderam que, tantes na Política, como: solidariedacomo Profetas de hoje, temos que de, serviço, respeito pela pessoa huAnunciar, que o Reino de Deus exige mana e pelo bem comum. Que Maa fraternidade e a inclusão de todas ria, Estrela da Nova Evangelização, as pessoas como critérios de convi- nos dê consciência de que, como Provência e de justiça, a partir de uma fetas de hoje, temos que ser sangue profunda solidariedade com os mar- novo na Igreja, e cumprir nossa misginalizados; Denunciar tudo aquilo são de evangelizadores, sempre com que atenta contra a dignidade da pes- renovado ardor. soa humana, principalmente dos mais Myrian e Galvão pobres: falta de trabalho, salários inEq.06 Valença - RJ dignos, concentração de rendas e de 58


A

CONTRIBUIÇÃO DOS CRISTÃOS

No PRocEsso PoLíTICO stá claro que no plano original de Deus, os homens deveriam viver em harmonia e igualdade de condições valendo cada um o mesmo que seu semelhante. Este plano entretanto, não vingou em sua totalidade, porque Deus, fazendo o homem livre deu-lhe a oportunidade de escolha. Num determinado momento, o homem escolheu o pecado e com ele vieram todos os males sociais, espirituais, todas as injustiças e todas as espécies de atrocidades que passaram a dominar o mundo. Com a vinda de Jesus Cristo a este mundo o plano inicial de Deus foi retomado pois "todos sois um em Cristo Jesus". Concordamos que "a fé cristã quando vivida com coerência, gera humanização em todos os campos da existência e oferece grandes possibilidades para a realização do projeto humano". Como disse Frei Estevão Nunes:

E

"Durante toda a nossa vida estamos dentro de um trem".

vendedor de "badulaque" ou o cantador de forrá no mundo da lua?; ou somos como aqueles que só sabem dizer sim ou só dizer não?; ou ainda, aqueles que acendem uma vela para Deus e outra para o diabo? ... E tantas outras posturas contraditórias ou ainda inócuas. É mais fácil ficarmos em cima do muro, que buscarmos: justiça, liberdade, solidariedade, participação, valorização do outro, atenção aos mais fracos, amor, compreensão, coerência, respeito, dignidade, atitude, postura, família, humildade, doação, paciência, fé ... Interessante: "ouvi dizer que há

uma seita de fanáticos seguidores de um tal de Cristo que vem pregando isto há quase 2000 anos. E é bem provável que eles devam estar certos" ... Porque não arregaçamos nossas mangas e passarmos do: · idealismo para o realismo, · do teórico para o prático, · do imobilismo para a ação, · da teoria para a ação, · coerentes entre a nossa fé e a nossa vida.

Entramos nele ao nascer e saímos dele ao morrer e freqüentemente ele sai dos trilhos. Na última vez obrigou ao Deus Pai a nos enviar o Sem dúvida o cristão precisa e seu Filho para recolocá-lo no lugar. A questão é sabermos qual é ou deve agir. Como??? qual deve ser o nosso compromisso Fátima e Gil Xandó dentro dele ... Eq. 01-C- N. S. de Fátima Seremos apenas mais um pasSão Paulo, SP (tema de estudo sageiro que permanece indiferente da reunião de abril/96) ou sempre criando caso?; apenas o 59


ANIMAR É TAREFA DE Tooos

H

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ssamos há pouco pelo mês de descobriu, no cume de uma montagosto, dedicado às vocações, nha, um ninho de águia com vários e já estamos em época de exer- ovos. Pegou um deles, levou para citarmos nossa cidadania e nosso casa e colocou-o debaixo de uma apostolado, nas eleições municipais galinha choca. Passando o tempo, e na escolha do casal responsável de começaram a nascer os pintinhos e nossa Equipe. Vocação compreende por fim a aguiazinha. Todos foram o chamado e a correspondência a este criados pela galinha-mãe. A águiachamado . Deus é quem chama a pinto foi tratada como o resto da nicada um de nós. E, ao nhada: piando quando chamar, Ele concede os estava com fome e corQ ue o dons necessários para o rendo de cá para lá para bom desempenho. É comer os bichinhos ennosso como um crédito genecontrados pela mãecoração roso que fica em depógalinha. Uma das priseja uma sito, à nossa disposição, meiras coisas que fogueira de para que o utilizemos aprendeu foi a arte de todo nas obras que nos ciscar, para encontrar animação, são confiadas. Nas paseu próprio alimento. E, ateada rábolas dos talentos e assim, ciscando e pianpelas chamas do, foi virando "frandas minas, a distribuição vivas do amor ga". Certo dia, a aguiadas riquezas foi realizada de acordo com a vozinha, levantando a cade Deus e cação e a capacidade beça, viu passar voanque façamos de cada um. O que o do, lá em cima, na imeneste Senhor quer é a fidelisidão azul do céu, um fogo queimar grande pássaro muito dade na aplicação dos dons recebidos. Porém, parecido com ela. Coros outros, aquele que enterra o seu reu e perguntou para comojesus talento e não exercita mãe-galinha se ficaria abrasou os os dons, torna-se uma daquele tamanho e se pessoa inútil pelo seus voaria tão alto. Decepgradativo atrofiamento cionada ouviu da outra discípulos. de suas aptidões. "Daruma resposta desalense-á ao que tem e terá tadora: não ficaria daem abundância. Mas ao que não quele tamanho nem voaria daquele tem, tirar-se-á mesmo aquilo que modo, porque aquilo era uma águia julga ter" (Mt 25 , 29). e ela uma galinha, e galinha não voa, Há, na biologia, uma conhecida somente bate asas e cisca. Não adilei, segunda a qual a função faz o antou a águia-franga argumentar que · órgão . Conta-se que certo homem tinha asas grandes, pois a mãe-pe-

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nosa arrematou que ela tinha asas de galinha, que ela era apenas uma gaaaliiinhaaa! A aguiazinha só suspirou: "Que penal" Deu mais uma olhada para a grande águia-real, que continuava a riscar o céu num vôo triunfal, e atendeu à ralhada da mãe-galinha: deixou de ficar olhando para cima e recomeçou a ciscar, pois galinha que não cisca não come. Assim, viveu e morreu como galinha a pobre coitada. Há muita gente que nasce águia, mas vive como galinha, sempre ciscando à procura só dos prazeres muito ras-

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teiros deste mundo. Essa gente se satisfaz em achar grilos: vive cheia de "grilos" na cabeça e no coração. Esta estorinha nos leva a perguntar ao nosso Criador: Meu Deus, o que tenho feito com as minhas "asas" que são os muitos dons que recebi com o Espírito Santo - que me tornam semelhantes a Ti? O que me impede de fazer todos os maravilhosos "vôos" livres - que são as obras da fé e a missão importante de evangelizar - para os quais me habilitaste e me enviaste? Será que estou conformado em ser destes que


passam a vida toda ciscando? O maior mal que um cristão pode sofrer é ser atingido pelo desânimo. O desânimo é o vírus que produz na alma a doença da tibieza. E contagioso e devastador, podendo dizimar comunidades e movimentos inteiros. Para evitá-lo, precisamos precavernos, fortalecendo-nos uns aos outros com a vacina da animação. Animar é dar vida; é agir com alegria; é estar presente e movimentar; é colaborar com entusiasmo para superar os desafios e reverter os erros; é vibrar com as qualidades alheias ... Por isso, animar é tarefa de todos nós, não apenas dos que exercem funções de liderança. Também os que dirigem necessitam contar com a animação dos outros, como estímulo para melhorar. É importante termos isto presente, quando nos aproximamos do tempo de escolhermos os novos responsáveis de equipe. São inúmeras as passagens em que o Senhor nos exorta ao entusiasmo e ao otimismo, animando-nos a vencer as dificuldades, perigos e contrariedades com confiança: Não te mais! (nem a fome, nem lugares inóspitos, nem as distâncias, nem tempestades, nem perseguições) ... A audácia do amor não tem limites. E a providência de Jesus também é inesgotável. Ser sobrenaturalmente otimista significa agir com maior esforço pessoal e contar com a graça de Deus, que é um dado bem real. Quem deixa Deus fora de suas contas, não sabe contar. Por causa desta confiança em Cristo é que Pedro caminhou sobre águas agitadas, os discí-

pulos alimentaram cinco mil homens com apenas cinco pães e dois peixinhos e, logo depois de uma pescaria fracassada, lançaram outra vez as redes ao mar e pegaram uma enorme quantidade de grandes peixes . Se não fosse a firme adesão à graça de Deus, alimentada pela animação dos Primeiros Doze, a Igreja não teria se desenvolvido e vencido as provações de dois mil anos. Agora, rumo ao novo milênio, os bispos do Brasil nos asseguram que a tarefa de acolher o Evangelho como experiência de vida, de expressá-lo no cotidiano, o protagonismo é do cristão leigo (Documento 56, CNBB, n. 88). Cabe a nós propagarmos a animação de evangelizar com renovado ardor. Não fiquemos por aí ciscando, olhando para baixo, catando grilos, como alimentos de nossas amarguras. Aproveitemos as graças de Deus, os instrumentos que nosso Movimento nos oferece para crescermos na fé e na formação, com vistas a vivermos mais intensamente nossa condição de ser cristãos, ser Igreja e ser Movimento. Que o nosso coração seja uma fogueira de animação, ateada pelas chamas vivas do amor de Deus e que façamos este fogo queimar os outros, como Jesus abrasou os seus discípulos. O Espírito Santo soprará, através de nós, avivando as chamas de muitos que pareciam apagados.

M. da Graça e Eduardo Barbosa (Casal Resp. Regional- RS)

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"VIVER COM ALEGRIA"

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uitas vezes reclamamos da rotina do dia a dia Levantar toda manhã, ir para trabalho, falta de dinheiro, e tudo isso faz com que nos revoltemos ou reclamemos da vida. Parei para meditar e comecei a pensar nestas frases: "Senhor no silêncio deste dia que amanhece, venho pedir a paz, sabedoria e a força. Quero olhar o mundo com os olhos cheio de amor, Quero ser prudente, paciente, compreensivo e manso. Quero ver os outros como Tu mesmo os vê e assim ver senão o bem em cada um. Cerre meus ouvidos de toda a calúnia, guarde minha língua de toda maldade. Que só de bênçãos encha meu espírito que eu seja tão bondoso e alegre que todos quanto se achegarem a mim sintam a Tua presença. Reveste-me senhor de tua beleza que no decorrer deste dia eu possa te revelar a todos." Diante disto tudo e dessas palavras maravilhosas eu só tenho que dizer Pai: • Acalmai meu nervos • Amansai meu gênio • Dominai meus ímpetos • Pacificai meu coração • Renovai meus sentimentos •Iluminai minha mente • Dirigi minha vontade • Aumentai minha fé • Firmai minha Esperança • Abrasai-me na Caridade. Senhor obrigado por tudo e faz de mim uma pessoa Tua, custe o que custar. Amém!

Colaboração de Detinha (Bernadete) e Runior ENS Fátima de Varginha MG Região Minas li 63


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PARTILHAR /

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É prova de amor junto à equipe partilhar, é sinal de humildade nossos dons apresentar! Acolhei as partilhas desta equipe e o nosso coração também; Senhor, que vos partilhastes por amor, fazei de nós o que convém! Quem vive para si, empobrece seu viver; quem partilha a própria vida, vida nova há de colher! Partilhar é bem servir por amor ao nosso irmão; é reunir-se nesta equipe, celebrar a redenção!

Dirlei e Saboto Equipe 01 - N. S. Aparecida Maracaju - MS

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MEDITANDO EM EQUIPE O Espírito cria em nós a segura esperança dos bens que nos foram prometidos: o contínuo amor e a contínua ajuda de Deus, a ressurreição, a felicidade para sempre. Essa a esperança que. afasta de nós o medo, o desânimo, a tristeza. A esperança é o segredo da alegria cristã. Leitura: Primeira carta de Pedro, cap. 1, 3-9.

MEDITAÇÃO • • • •

Condense numa frase a mensagem de Pedro. Você vive alegre, transmite alegria? Se vive triste, que falta para viver alegre? Agradeça, peça, louve, alegre-se.

ORAÇÃO LITÚRGICA Ao Senhor a minha prece Senhor, eu te amo porque escutas meu grito na prece, e me atendes se por ti eu chamo. Sentia-me preso em mil perigos, sem valia, estando certo que a vida era peso. Gritei: livra-me, Senhor! Deus de bondade, piedoso e justo, os pobres guarda, os fracos salva da fragilidade. Tranqüilo estou porque o Senhor ouviu-me as preces e dos perigos já me livrou. (FI. Castro sobre o Salmo 114)


Atitudes de Vida: • Procura Assídua da Vontade e do Amor de Deus • Procu ra da Verdade • Vivência do Encontro e Comunh ão

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Casais por uma Espi ri tua lidade Conjugal e Familiar Rua Lu is Coel ho, 308- 5º andar- cj 53 CEP: 01309-000 São Paulo-SP Fone: (011) 256. 1212 Fax: (011) 257.3599


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