Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora
DEus, o PRIMEIRO A SER AMADo DOIS CAMINHOS PARA o CORPO: VIRGINDADE ou MATRIMÔNIO FESTA DE NATAL EM FAMÍLIA CARTA A JESUS CRISTO
Ano XXXVI - Nº 324 - Dezembro /96
EQUIPES DE
NossA SENHORA
CARTA MENSAl Nº324 DEZEMBRO
/1996
_,
INDICE Ed itori al ........... ........................ ... ............. 01
Carta Mensal é uma publicação das Equipes de Nossa Senhora
A ECI R Conversa com Vocês ................... 02
Edição: Equipe da Carta Mensa l Fone: (Oll) 256.1212
Correio da ERI ...................... .... .. ........ ..... 04
M. Thereza e Carlos Heitor Seabra (responsáveis)
Espec ial .............................. ..................... 09
Blanche e Lauro F. Mendonça
Formação ..... ....... ............ ........... ..... ... ...... 20
Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto
Vida do Movimento ................................. 30
Rita e Gilberto Canto
Notíc ias e Informações .......... .................. 37
Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (Cons. Espiritual)
Opin ião do Leitor .................................... 40
J ornalista R esponsá vel: Catherine Elisabeth Nadas (MTb 19835)
Maria ......................... ...... ..... .. ..... ............ 41 Atuali dade ... ............................ .......... .. .... 45 Igreja ....................................................... 49 N ossa Biblioteca ..................................... 51 Advento
I Nata l ....................................... 53
Reflexão ... ... ....... ................ ................... .. 61 O ração ...... ......... ......... ...... ............. ........ . 63 Ú ltim a Página ......................................... 64
Diagramação e Ilustrações: M. Alice e l vahy Barcellos Capa: Eros Lagrotta/ Igar Fehr Composição e Fotolitos: F& V Editora Lula. R . Venâncio Ayres, 93 1 São Paulo Fone: (Oll) 263 .6433 Impressão e Acabamento: Edições Loyola Rua 1822, 347 Fone : (OJI) 9 14.1922 Tiragem desta edição : I 0.200 exemplares
"SER NATAL" Queridos Casais. Paz e Bem! Mais uma vez estamos nos aproximando da data em que todos nós nos sentimos felizes em recordar o nascimento do Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo. Sem dúvida alguma, nesta época do ano todos se sentem sensibilizados e abertos para viver a solidariedade. Preocupamo-nos em distribuir lembranças, presentes, mas muitas vezes esquecemo-nos de viver este tempo como um tempo de conversão. Gostaria de pedir a vocês que neste Natal , fôssemos presença de Cristo, renovássemos nossa adesão ao Filho de Deus que se tornou homem e habitou entre nós. Que, a exemplo da Maria e José, acolhêssemos esse Cristo Jesus em nossos lares, preparando nossos corações e nossas famílias para, mais uma vez, celebrarmos esse dom que DeusPai em sua infinita bondade deu-nos e dá a cada momento. Não tenhamos um Natal cheio de festa e presentes, "sejamos um Natal " para, na alegria da festa, estarmos presentes no coração e na vida de nossas famílias . Podemos "ser" um presente de Deus ao nosso cônjuge, aos nossos filhos, aos nossos amigos. Empenhemo-nos em "SER NATAL" em nossas equipes, em nossa IGREJA. Tenho a certeza de que esse Cristo Jesus que está sempre renascendo em cada Natal, estará sempre presente na vida conjugal e familiar de vocês. Que todos possam "SER NATAL", levando a todas as pessoas uma mensagem- presença de amor, paz, fraternidade e solidariedade. Que o "Menino Jesus" também renasça no coração de cada um de vocês e como Ele possamos sempre crescer em "estatura, graça e sabedoria". Um feliz e santo Natal para vocês e um ano de 1997 repleto de "graças e sabedoria". Sejam os Natais de 1996 plenos de Deus.
Pe. Mário José ECIR 1
""Em cada gesto de amor experimentamos o Reino de Deus" eridos irmãos e caminharmos cada vez umãs equipisNós, que mais em sintonia com a descobrimos Igreja e seus apelos. Astas, muita Paz sim é que, baseados no e o Bem para cada um. a nossa Documento 56, da Nestas vésperas de missão de CNBB, montamos, mais um Natal e encercasais também, o nosso projeramento de mais um ano cristãos e to específico para as "Equipes de Nossa Sede atividades na construção do Reino, gostaequipistas, nhora Rumo ao Novo ríamos de co-participar precisamos Milênio". com vocês um pouco da ser aqueles Próximos de comenossa caminhada como • morar esse grande aconque VIVem a tecimento da humanidamovimento no Brasil. Vimos com alegria, autêntica de, que é a vinda de Jeque todos os casais traliberdade de sus Cristo no meio de balharam durante este filhos de nós, cremos que muito ano os nossos Pontos Deus e que oportuna é a reflexão Concretos de Esforço, que fizemos, procuraono sentido de serem relutemos para do discernir quantos de almente vivenciados que todos nós, até hoje, fomos recamo um forte meio de nossos almente evangelizadoirmãos e res. Se, realmente, vanossa própria conversão. Temos certeza de lorizamos a vida, será irmãs em que assim todos se esque estamos sendo tesforçaram para que , Jesus Cristo, temunhas vivas daqueatravés da vivência dessejam leque veio nos trazer a tes meios, procurásseigualmente abundância da vida? mos fazer com que o libertos de Será que estamos distriReino de Deus pudesse buindo para os outros todo tipo de aquele que é o melhor acontecer de verdade na nossa realidade. opressão, vinho? Queremos entrar Outro ponto imporprisão e no novo milênio com as pecado. nossas talhas repletas tante a ser regi strado neste ano, foi o início da do melhor vinho. reflexão sobre o grande Nós, que descobriacontecimento de nossa Igreja, que mos a nossa missão de casais crisserá o Jubileu do ano 2000. Estamos tãos e equipistas, precisamos ser dando nossos passos no sentido de aqueles que vivem a autêntica liber-
Q
2
dade de filhos de Deus e que lutemos para que todos nossos irmãos e irmãs em Jesus Cristo, sejam igualmente libertos de todo tipo de opressão, prisão e pecado. Se, buscamos nossa conversão, como insiste o nosso Papa João Paulo II, deveríamos ser como pastores de Belém, simples e puros, para enxergar a luz nascer de novo, e começar um tempo diferente, novo, cheio de amor e solidariedade.
Em nome de todos os amigos da ECIR, desejamos a todos vocês que, de verdade, o Natal seja o nascimento da fraternidade entre todos os seres humanos e filhos do mesmo Pai. Um caloroso e fraternal abraço, participantes que somos da família de Nazaré, com nossos sinceros desejos de que tenham um feliz e santo Na tal em fallli1ia.
Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR
MENSAGEM DE NATAL DA
ECIR
O senhor da Vida quis nascer numa manjedoura. A simplicidade do Menino inaugurou o novo tempo cristão. É a expressão do verdadeiro amor que nos impulsiona rumo ao novo milênio. no desafio de evangelizar todos os povos. Natal, na vida da gente, é sempre uma alegria que liberta. Desejamos que seja um encontro vivo com o Filho de Deus e um compromisso com os mais humildes.
3
CARTA DO CONSELHEIRO ESPIRITUAL INTERNACIONAL Ele não está morto, mas ele dorme...
Eu o vejo deixando o leme deste navio imenso em que suas equipes se tornaram, para adentrar o esus acabara de curar uma po- mundo da oração. A oração por seus bre mulher enfercasais, por nós, por ma. Ele fora rodea- -~-----~ suas equipes. O Pe. Cado por uma multidão ffarel não dormia em Eu o vejo que o acossava de todos Troussures: ele rezava. os lados, mas a fé dadeixando o Mas, agora, ele nos quela mulher o tocou. deixou num adeus silenleme deste Ele dirigiu-se à casa do navio imenso cioso, anônimo. Ele Chefe da Sinagoga cuja partiu sem dizer uma em que suas palavra. Ele extinguiufilha acabara de morrer. Na casa havia também equtpesse se como uma lâmpada tumulto e pessoas que que aparentemente, estornaram/ choravam e soltavam gotou suas reservas. para grandes gritos. Mas JeMas o Pe. Caffarel está adentrar o sus disse ao pai da criverdadeiramente morança: "Não tema, somundo da to? Não chorem em seus mente tenha fé." (Mt corações! Tenham fé! oração. A 9,22). Como nós podemos oração por Neste momento em acreditar que esse hoseus casats/ que ele nos deixou, eu mem que nos deu a nós, por nó~por às suas equipes, esse penso no Pe. Caffarel, que eu como jovem sasuas equipes. dinamismo impossível cerdote, conheci em de freiar, tenha partido OPe. 1960. Eu o revejo, semCaffarel não definitivamente? Ele pre vivo, ativo, exigennão está morto, acredidormia em te, os olhos cheios datem-me; ele repousa, quela força que somenTroussures: como a menina, como te ele sabia manter, Lázaro, por que nós creele rezava. para conduzir o nosso mos ... Movimento, como ele Porque a fé do Pe. foi capaz de fazer. Caffarel esta viva entre nós, ela está Eu o revejo, no Teatro Nacional viva em nós que aprendemos, graças Popular de Paris, nas Sessões de a ele a experimentar uma fé viva. Seu Formação de Quadros, nos encontros espírito, sua coragem, sua capacidade Roma, em Assis, em Frascati, em de de prever o futuro, seu extraordiLourdes. nário carisma para salvar o sacra-
J
.
.
4
Ele não está morto/ acreditem-me. A fé do Pe. Caffarel esta viva entre nós/ que aprendemos/ graças a ele a experimentar uma fé viva. Seu espírito/ sua coragem/ seu extraordinário carisma para salvar o sacramento do matrimônio de tantas ciladas... Vocês acreditam que o Pe. Caffarel está morto?
mento do matrimônio de tantas ciladas, seu ímpeto espiritual capaz de incendiar o mundo com tantos casais orantes, crentes, fiéis, solidários ... Vocês acreditam que o Pe. Caffarel está morto? Depois d~ longo tempo, ele poderia dizer as palavras do Cântico: "Eu durmo, mas meu coração vela" (Cant 5,2). Ele estava longe de nós no seu retiro de oração; ele está hoje, aparentemente, ainda mais longe mas, eu estou certo, todos nós estamos certos, de que ele vela, mais do que nunca, nesta oração sem fim, por nós todos junto a Jesus, junto a Nossa Senhora, a Mãe de suas equipes espalhadas pelo mundo inteiro.
Pe. Cristóbal Sarrias, sj. C. E.
5
CARTA DA
ERI "No início das Equipes de Nossa Senhora, nós não suspeitávamos o que elas se tornariam no futuro. Somente hoje, após 40 anos, diante do desenvolvimento do Movimento, eu penso que em 1939, data do primeiro encontro com as primeiros casais, aconteceu algo mais do que uma boa idéia, algo mais do que o entusiasmo; eu penso que aquele momento não foi um encontro fortuito, eu penso que a Providência e o Espírito Santo contribuíram para aquilo, de um modo ou de outro. E, bem, eu ouso crer hoje, depois de 40 anos, que na origem das Equipes de Nossa Senhora esteve presente um carisma fundador." E o que se entende por carisma fundador? É, novamente, o próprio Pe . Caffarel quem nos diz: "Carisma fundador nada tem a ver com uma boa idéia, uma idéia edificante; ele surge de uma inspiração do Espírito Santo e que será como uma dinâmica que haverá de conduzir essa instituição ao longo de todo o seu desenvolvimento e permitir-lhe-á ter êxito na sua missão." É, ainda, o Pe. Caffarel quem nos conta: "Uma idéia que nós tivemos, a partir do início, foi a de descobrir o pensamento de Deus a respeito do casal e de suas realidades . Um pouco mais tarde, com muita tenacidade, nós começamos a aprofundar o pensamento da Igreja sobre todos os aspectos do casamento. E nós nos interroga-
este momento, nossos corações estão cheios de tristeza pela perda do Pe. Caffarel, o fundador das Equipes de Nossa Senhora, mas, ao mesmo tempo, agradecemos a Deus por tê-lo dado a nós, casais das Equipes, a nós, povo de Deus. Ter tido o Pe. Caffarel durante 34 anos como Conselheiro Espiritual de nosso Movimento foi, para todos nós, uma graça de Deus. Nosso querido Pe. Caffarel foi vocacionado por Deus a descobrir, com alguns casais, as riquezas inerentes ao matrimônio cristão. Desejamos, aqui, dar a palavra ao próprio Pe. Caffarel:
N
A arteea ciência de se santificar no casamento, isto 4aartede viver, como pessoas casadas, uma vida cristã en7
conformidade com os desígnios de Deus é a espiritualidade conjugal
6
mos: como viver, enquanto pessoas casadas, todas as exigências da vida cristã? E, então, pareceu-nos necessário elaborar uma espiritualidade de cristãos casados, porque era evidente que o ensinamento corrente da Igreja era o de uma espiritualidade para padres e religiosos." Pe. Caffarel nos diz, também: "A ciência e a arte de se santificar no sacerdócio e pelo sacerdócio é a espiritualidade sacerdotal; a arte e a ciência de se santificar no casamento, isto é, a arte de viver, como pessoas casadas, uma vida cristã em conformidade com os desígnios de Deus é a espiritualidade conjugal." Assim, pouco a pouco, pela inspiração e pesquisa do Pe. Caffarel com os primeiros casais e, sobretudo, por obra do Espírito Santo, as Equipes de Nossa Senhora foramse constituindo como um movimento de espiritualidade conjugal. Em 1973 o Pe. Caffarel deixou a animação sacerdotal das Equipes. Naquela ocasião ele convidou os sacerdotes a se voltarem, resolutamente, para o porvir "na fidelidade à graça das origens e à inteligência das necessidades dos tempos". Aos casais equipistas ele disse: "Alguns de vocês me pediram: 'deixe-nos um testamento espiritual'. Será isso necessário? Para um discípulo de Cristo não é melhor repetir os últimos propósitos de seu Mestre: Aquilo que vos mando é que vos ameis uns aos outros. (Jo 5, 17)?".
Uma idéia que nós tivemos, a partir do início/ foi a de descobrir o pensamento de Deusa respeito do casal e de suas realidades.
Em fevereiro último, na qualidade de Casal Responsável do Movimento, fizemos uma visita ao Pe. Caffarel. Em seu escritório, em meio a seus livros, lúcido, eloqüente, interessado pela Vida do Movimento, dando-nos bons conselhos com entusiasmo, Pe. Caffarel deixou transparecer o seu amor para com a obra de Deus. Esta é a derradeira imagem que guardamos dele!
Cidinha e Igar Fehr C. R. da ERI 7
NOTÍCIAS INTERNACIONAIS 1. Reunião Anual do Colegiado Internacional Foi na Espanha, em Sevilha, de 16 a 21 de julho de 1996, que se reuniu, este ano, o Colegiado Internacional do Movimento, constituído pela Equipe Responsável Internacional e os casais responsáveis das nove Super-Regiões: Bélgica, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França-Luxemburgo-Suíça, Hispano-América, Itália, Portugal e a "recém-nascida" Austrália. Três Conselheiros Espirituais de Super-Regiões convidados, estiveram presentes. Os participantes prepararam a celebração, no próximo ano, do qüinquagésimo
aniversário da Carta do Movimento, o Jubileu e o Encontro Internacional do ano 2000. O Colegiado continua a estudar a maneira pela qual as Equipes de Nossa Senhora poderiam responder às necessidades de formação religiosa expressas pelos próprios equipistas, bem como, sua reflexão sobre a Regra de Vida, um ponto concreto de esforço que parece bastante desconhecido. Continuou-se o estudo de um projeto que deverá desaguar na futura orientação do Movimento para o início do Terceiro Milênio: ser casal cristão, hoje.
2. A Região isolada Austrália torna-se Super-Região: Foi na Missa de encerramento de uma Sessão de Formação, acontecida em Melbourne que celebrou-se a mudança de "status" da Região Austrália. Oitenta pessoas, com responsabilidades nas cinco novas regiões, ou representantes da Tasmânia e da Nova Zelândia, participaram dessa sessão sobre o tema "matrimônio e missão". Os quatro dias de troca de idéias e de reencontro propiciaram um espírito e um entusiasmo que serão importantes para o futuro da Super-Região que não cobre apenas as equipes da Austrália e da Tasmânia, que são separadas por grandes distâncias, mas também as duas equipes das Ilhas Fidji, bem como as seis novas equipes da Nova Zelândia. As Equipes de Nossa Senhorapresentemente mais de 180 - foram implantadas na Austrália, há 35 anos por Stéphanie e Max Charlesworth.
Stéphanie e outros membros que contribuíram para a fundação do Movimento, participaram da celebração. A missa foi presidida por Monsenhor Little, Arcebispo de Melbourne, que foi, durante doze anos, o Conselheiro Espiritual da segunda equipe criada na Austrália. No caminho de volta para a Inglaterra, Tom e Maureen Hoban passaram pelas Ilhas Fidji para encontrarse com as duas equipes ali existentes. Esse contato foi importante para o enriquecimento mútuo que ele permitiu. O Padre Michael Bransfield, um sacerdote marista que trabalhou com os habitantes das ilhas por 42 anos, fundou a primeira equipe em Suva. Seu trabalho no "Casamento-Encontro" e nas Equipes de Nossa Senhora é conhecido e apreciado pelo Arcebispo, Monsenhor Petero, a quem Tom e Maureen fizeram uma visita.
8
DEus, o PRIMEIRO A SER AMAoo HENRI CAFFAREL (NATAL DE
E
~
1945)
Grupos Nossa Senhora das Famílias. E na edição de 25 de dezembro daquele ano que o referido boletim traz o primeiro "Editorial" do Pe. Caffarel. Em sua brevidade, marca muito bem a orientação essencial do Movimento: ''Deus, o primeiro a ser amado e o primeiro a ser servido."
1942, os "grupos" pariSlenses começam a expandir-se pelo interior da França. Faz-se sentir a necessidade de um boletim de ligação. Em outubro de 1942, em plena guerra, sai o primeiro número da Carta a casais jovens. Sucedelhe, em 1945, o boletim mimeografado
Paris, 25 de dezembro de 1945, na Festa da Natividade do Senhor.
Queridos Amigos, Eis que chega um novo ano. Que seja bom para o seu lar! Rezo por vocês. Que Deus esteja na sua casa e seja o primeiro a ser buscado, o primeiro a ser amado, o primeiro a ser servido. Amem-se: quando a caridade cresce em seu lar, cresce também na Igreja, da qual é célula viva. Amem-se: ubi caritas et amor, Deus ib est (onde estão o amor e a caridade, Deus aí está). Sejam felizes: o Senhor espera este louvor e aqueles que os cercam, este testemunho. Sejam uma reparação pelos inúmeros lares que fecham suas portas a Cristo e nos quais o amor se apaga. Rezem pelas viúvas cujo sacrifício é fonte de vida para a família de vocês. Ajudem-me. Que no seu lar, Nossa Senhora seja uma Mãe honrada e querida.
Transcrito de "A Missão do Casal Cristão", pg. 20 e 21 9
EM TuAs MÃos, PADRE CAFFAREL ••• Fonte de Paz, ó Deus, sumo esplendor Ouvi benignamente a nossa prece Vós que venceis as trevas e a dor, Acolhei quem serviu sem interesse. Desceu lenta a penumbra na estrada Sobre quem teu carisma refulgiu ... Iluminando a família amada, O casal santo que o Senhor uniu! Contigo tudo acontece de bom: Como em Belém nasceu o Emanuel Assim em Caná nasceu outro dom Que bem cuidou o Padre Caffarel. Oração conjugal, famíliar, Palavra de Deus com meditação São ao lado do Dever de Sentar A cura dos dois num só coração. Regra de vida, passos de humildade Compartilhados com amor e fé Dão sempre ao casal aquela vontade Servindo o Senhor, caminhando a pé .. . Espiritualidade conjugal É para nós anel em nossas mãos ... Recebe um obrigado universal P. Caffarel. .. de todos os irmãos!
Pe. Antonio Mariano CE do Setor Divinópolis I MG
Homenagem prestada ao Pe. Caffarel na 50ª Reunião Formal de Eq. 02 N.S. Auxiliadora, de Divinópolis, MG em 27/09/96
10
As VISITAS DE
.
PE. CAFFAREL AO BRASIL
Caffarel está pessoalmente ligado à vida das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Contribuiu diretamente na fase de lançamento. Teve papel de relevo no seu aprimoramento e na sua expansão inicial. Contribuiu, também pessoalmente, para a sua consolidação num momento em que o Movimento parecia inclinar-se para a facilidade. Em 1957 veio, pela primeira vez ao Brasil. E assim como foi o principal fator para alicerçar solidamente as primeiras equipes no mundo, a sua presença entre nós determinou como que uma redescoberta do Movimento em toda a sua profundidade. Acenou para a responsabilidade das Equipes como instrumentos da Igreja e o fez com calor nas suas palavras de despedida: "Às Equipes do Brasil cabe o esforço supremo de levar adiante uma grande aventura; o esforço conjugado para conseguir a vitória em conquistar a
P
Glória de Deus!". Data de então a franca expansão do Movimento em nosso país. Em 1964, nova visita do Pe. Caffarel. Sete anos antes tinha deixado 13 equipes e vinha encontrar 167, fruto sem dúvida, da atividade que ele soubera incutir nos casais. Para a maioria dos equipistas o impacto de sua presença foi o mesmo que da primeira vez. Mas havia algumas sombras . A expansão do Movimento tinha se processado um pouco desordenadamente e o Pe. Caffarel não hesitou em alertar sobre os perigos que as Equipes poderiam correr: era preciso atentar menos para a quantidade e mais para a qualidade. E muito difícil, dizia ele, que um movimento que tenha sucesso em sua expansão conserve o seu fervor inicial. Sua terceira e última visita ocorreu em setembro de 1972. Passou entre nós duas semanas apenas,
11
mas tão densas que sua repercussão se fez sentir por muito tempo. A expectativa era muito grande. Muitíssimos casais trabalharam para preparar esses quatorze dias, pois seriam duas Sessões de Formação e três Encontros Gerais. O trabalho foi mais intenso no Rio de Janeiro, Florianópolis e São Paulo, onde aconteceram os eventos. Foram muitos os que deram dias e noites para preparar essa visita - e se o êxito foi grande, deveu-se em gran-
de parte à sua total abnegação - dedicação não é palavra suficientemente forte. Mas houve alguém que deu ainda mais de si e de quem, em última análise, acabou dependendo quase tudo: o tradutor... Ao Peter Nadas, a quem todos os participaotes das Sessões de Formação e dos Encontros, expressaram sua admiração pela façanha que conseguiu realizar, e apresentaram um grande "muito obrigado" e a promessa de suas orações, pequena retribuição
12
.& Encontro em lttiá pelo bem que a eles proporcionou . Com aquela intensa programação, poder-se-ia temer que o Cônego Caffarel (então com 69 anos de idade) ficasse cansado- um ano antes encontrava-se em repouso absoluto por determinação médica. Em particular, havia pedido que nada fosse marcado para ele à noite. Ora, participou, tanto em Itaicí como em Florianópolis de todos os plenários à noite - e nas outras noites, inclusive nos dias em que viajara, nunca furtou-se a um diálogo amistoso com os equipistas que o procuraram. Chegou até a conceder entrevistas à imprensa! Em toda a viagem descansou apenas dois dias: um em São Paulo, outro no Rio. No outro dia livre que teve em São Paulo almoçou com D. Paulo Evaristo Arns e visitou a Casa de Oração das Irmãs do Cenáculo em Taboão da Serra. Nunca demostrou o menor sinal
"'~s Equipes do
Brasil cabe o esforço supremo de levar adiante uma grande aventura; o esforço conjugado para conseguir a vitória em conquistar a Glória de Deusr'.
de cansaço e parecia perfeitamente à vontade. Isto certamente se deve às orações de todos que, em casa com os filhos, nas reuniões de equipe e nas vigílias programadas com esse objetivo, pediram a Deus 13
1972
Manartos
do Encontro em/taiรก
14
e familiar que era o Cônego Caffarel. Todos os que o ouviram nos Encontros Gerais ficaram vivamente impressionados com a sua mensaQuanto a nó~ gem - e também com a sua pessoa. aqui, ficamos Quanto aos que tiveram o privilécom muitas gio de participar das Sessões de Forrecordaçõesmação, de passar três dias em contato mais estreito com ele, voltaram as palavras maravilhados, dizendo que nunca que ouvimos mais esqueceriam aqueles dias. calaram fundo A estada do Cônego Caffarel em nós e iniciou-se e terminou com uma reunião com a ECIR- a primeira sernunca se viu para que ele pudesse "tomar apagará de pulso" do Movimento no Brasil - e nossa na última ele externou toda a sua lembrança a alegria por ter encontrado o Movifigura mento tão forte e tão cheio de dinamismo. extraordinária Cônego Caffarel levou muitas daquele lembranças do Brasil - lembranças homem vivas, de rostos e palavras amigas, inspirado, de conversas frutíferas, de lugares acolhedores - mas também lembranverdadeiro pai ças materiais que os equipistas de espiritualpara diversas cidades tiveram a carinhotodos nós. sa idéia de oferecer-lhe. Quanto a nós, aqui, ficamos com muitas recordações - as palavras que ouvimos calaram fundo em nós e nunca se apagará de nossa lembrança a figura extraordinária daquele homem inspirado, verdadeique desse ao Cônego Caffarel for- ro pai espiritual para todos nós. A ça e saúde para que pudesse cum- sua passagem foi, para as Equipes prir, sem problemas, seu extenso e de Nossa Senhora do Brasil, como intenso programa. um sopro do Espírito Santo! Impossível calcular o número de pessoas, entre casais e sacerdotes, que tiveram um contato com esse Extraído das Cartas Mensais de apóstolo da espiritualidade conjugal agosto e de novembro de 1972 15
Por ocasião do Encontro de Responsáveis de Seta" em Paris, a 24 e 25 de março de 1973, Pe. Caffarel comunicou a sua decisão de deixa" em junho daquele ano, a responsabilidade do Movimento. As palavras que então pronunciou, traçando um balanço dos 35 anos passados a serviço do Movimento, ele as condensou no editorial a seguir. Trata-se de um documento que merece ser lido com a máxima atenção, com a veneração de filhos a seu pai espiritual que se despede, marcando com eles um novo encontro.
A ..• DEUS a se retomar consciência da ocação e da missão, para ver melhor onde se deve ir e que caminho seguir, é por vezes esclarecedor considerar donde se vem e quais as etapas que se percorreu. Com o recuo, a maneira como Deus deduziu as coisas aparece rica de sentido e revela uma maravilhosa solicitude. O que é verdade para uma pessoa é também verdade para um movimento. Através deste editorial, gostaria de convidá-los a fazer sucintamente este tipo de reflexão. Apesar de curto, o período de 1937 a 1940 foi decisivo . Uma geração de casais jovens se viu irresistivelmente compelida a interrogar o Senhor sobre as riquezas cristãs do amor e do matrimônio. Pressentiam descobertas admiráveis. Dois amores constituíam sua força, sua alegria, sua razão de viver; o amor de Cristo e o seu amor conjugal. Aspiravam a responder, sem reservas, aos apelos de um e outro - bem sabendo, desde logo, que o segundo só pode encontrar todo o seu sentido e todo o seu dinamismo no primeiro.
De 1940 a 1945 elaborou-se o que depois veio a se chamar de espiritualidade conjugal e familiar. Era grande o entusiasmo para desbravar territórios quase inexplorados da espiritualidade cristã e de viver em equipe essas descobertas, segundo as regras que nos tínhamos imposto. As difíceis condições de vida - guerra, "ocupação" , pobreza - obrigavam a não se contentar com belas idéias, mas a passar a viver em conformidade com elas. A partir de 1945, com os grupos multiplicando-se na França e no exterior, o Movimento passou a tomar consciência de sua responsabilidade em relação à Igreja: tratava-se de partilhar nossas descobertas e nossa experiência com todos os casais cristãos que aspiram a viver seu matrimônio em plenitude. A revista L'anneau d'Or, fundada naquele ano de 1945, foi o instrumento dessa difusão. Era grande a nossa esperança de que uma renovação dos casais cristãos viesse a contribuir para uma nova juventude da Igreja. O anúncio de um Concílio pa16
de, têm mais facilidareceu-nos a ocasião de para distinguir o providencial para traDeixar o fecunda e zer nossa contribuição cargo-será oquequeé idéia de casais à renovação é utopia. Além necessário do mais, recebem para da Igreja desejada por João XXXIII. Centedizer-lhes?- isso a ajuda cruel de nas de cristãos casados não significa acontecimentos familiares totalmente inesresponderam com enabandonar o perados, no seu lar ou tusiasmo a nossa pesMovimento. em lares de amigos. quisa: o que os lares Ele está esperam da Igreja, o Um bom número de que eles podem levar à enraizado no casais que receberam Igreja? O resultado fonte da espiritualimeu coração. da dessa pesquisa foi o dade conjugal e famiOs pais não liar luz, força e alegria assunto de um número abandonamo ao longo dos anos especial da L'anneau d'Or, "Casamento e vêem freqüentemente filho que Concílio", 1962. Enviseus filhos adolescenconstitui o ado aos Padres Concites abandonar a fé crisseu/ar tã ou deixar a casa liares, foi para muitos para "juntar-se", sem deles uma verdadeira revelação. intenção de casar. Não há, necesAs grandes esperanças levan- sariamente, uma ruptura: com fretadas pelo Concílio encontraram qüência, mantêm um bom relacioum eco profundo em nosso Movi- namento com os pais e declaram, mento. Acreditava-se que a reno- simplesmente, que não percebem vação da Igreja iria, em todos os o que a fé, de um lado, e casamensetores, explodir como a "prima- to, do outro, "poderiam lhes acresvera canadense", que em poucos centar" . Amarga provação para dias faz passar do inverno ao ve- esses pais, que não tinham ambirão. Ingenuidade. Veio a crise, ção mais cara do que transmitir a agravando-se de ano para ano. seus filhos aquilo que faz a suaraNão foi somente o abalo de insti- zão de viver. tuições que precisavam seriamenSei a que ponto vocês se sente de transformação, mas uma cri- tem abalados pela crise da Igreja e se da fé e dos costumes no pró- suas repercussões na família. Sei prio seio da Igreja. que vocês estão descobrindo, com Nossa Equipes, agitadas pelo um sentimento de urgência maior, vendaval dos questionamentos, fo- as responsabilidades que cabem ao ram abaladas apenas leve e mo- Movimento nesta Igreja. mentaneamente. Porque os casais, Não há dúvida, para mim, de solidamente enraizados na realida- que as Equipes entram numa nova 17
fase de sua história. dizer-lhes?- não signifiFoi para ajudá-los a ca abandonar o MoviMais do descobrir os caminhos mento. Ele está enraizaque nunca, do porvir que acabo de do no meu coração. Os cre1ona fazer esta breve repais não abandonam o fitrospectiva. lho que constitui o seu importância A inflexão de nosinsuhistituível lar; não deixam de se sa caminhada foi iniciresponsáveis pelo da oração. É a sentir ada por nossa grande destino espiritual daqueforma pela peregrinação a Roma le que lançaram na forqual quero em 1970. E digo, bem midável aventura da iniciada. Um grande vida humana. Mas comajudá-Jose esforço de oração, de preendem devem acompanhá- doravante que reflexão e de transforajudá-lo à los. Todoo mação deve agora ser maneira de Moisés meu tempo, feito, com uma vontaorando na montanha, de feroz de descobrir a nos anos que com os braços erguidos para Deus, enquanto os vontade de Deus aresainda tenho peito do Movimento e israelitas travam o rude para VJVef/ sua missão, na fidelicombate na planície. e à medida dade e na graça das Mais do que nunorigens e na compreenque depender ca, creio na importânsão das necessidades de mim, será cia insubstituível da de nosso tempo. oração. É a forma pela consagrado a qual quero ajudá-los e Não quis deixar a orare a acompanhá-los. Todo minha função de Conajudar os o meu tempo, nos anos selheiro Espiritual do Movimento antes que que ainda tenho para outros a orar. viver, e à medida que essa mudança necessádepender de mim, será ria fosse iniciada. Mas consagrado a orar e a para que possa realizarse plenamente, serão necessários ajudar os outros a orar: os Caderdez a quinze anos. Aos setenta anos, nos sobre a Oração, os cursos de não se pode pensar em levar adian- oração por correspondência, a anite um tal projeto. Eis por que um sa- mação da Casa de Oração de cerdote, por quem tenho grande es- Troussures e das Semanas de Oratima e confiança, o Pe. Roger ção que ali ocorrem, La Chambre Tandonnet, conhecido e amado por Haute, este novo boletim que eu muitos de vocês, vai doravante as- quis fundar para sustentar os grusumir na Equipe Responsável a ta- pos de oração que estão nascendo em todo lugar... refa de Conselheiro Espiritual. Deixar o cargo - será necessário Alguns de vocês me disseram:
.
.
18
Quero acrescentai/ todavia: rezem pormim. A oração leva-me a compreender um pouco melhora exigência deste amor de Cristo, amor terno e intransigente, amorzeloso. Gostaria de poder apertar a mão de cada um de vocês; olhando-os nos olhos. A ... Deus!
A1986:NaCasatle~em TR1US51115.
"deixe-nos um testamento espiritual". Será realmente necessário? Para um discípulo de Cristo, não será melhor repetir as última palavras do Mestre: "O preceito que vos dou, é que vos ameis uns aos outros" (Jo 15,17)? Quero acrescentar, todavia: rezem por mim. Ao deixá-los tenho uma aguda consciência de tudo o que não fiz, de tudo o que não fui. Não os incitei com vigor suficiente a seguir Cristo no caminho de um amor sem condições. A oração leva-me a compreender um pouco melhor a exigência deste amor de Cristo, amor terno e intransigente, amor zeloso. Gostaria de poder apertar a mão de cada um de vocês, olhando-os nos olhos. A ... Deus!
Transcrito da Carta Mensal de agosto de 1973 19
PARTILH A E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO (úLT IMA PA RTE) Fixar uma regra de vida e fazer seu controle mensal A Vida nova da graça santificante não corrige em nós todos os defeitos morais nem nos coloca a salvo da possibilidade de pecar. Isso exige de nós uma atenção contínua para responder cada vez mais pron7 tamente aos impulsos da graça, para manter a fidelidade ao Senhor e para ir eliminando sistematicamente nossos defeitos e fraquezas, desenvolvendo nossas virtudes e qualidades. Um dos meios que para isso as ENS apre entam ao casal é a chamada "regra de vida". Um meio que parece eficaz, uma vez que vem sendo indicado pelos mestres espirituais, os santos, desde os tempos dos monges do deserto.
É sempre bom ouvir o que os outros têm a dizer sobre nós; muitas vezes percebem aspectos que nos escapam completamente. Faça agora uma avaliação, procurando ver o que deve ser feito mais urgentemente: desenvolver uma qualidade, ou vencer um vício, ou assumir a prestação de um serviço necessário. Não tente melhorar nem corrigir tudo ao mesmo tempo. Concentre-se num ponto específico e tome uma decisão concreta, claramente formulada e delimitada. Ajudará muito se descobrir alguma coisa que todo o dia faça você lembrar-se da sua "regra de vida". Pode ser uma palavra-senha, algum sinal preso no espelho ou no desper-
1. Como escolher uma //regra de vida // Comece fazendo um inventário rigoroso e minucioso de sua vida. Veja primeiro as graças que recebeu de Deus, os convites, as inspirações, os caminhos que ele lhe aponta. Tome consciência dos seus dons, capacidades e carismas, descubra as necessidades e as tarefas que lhe são propostas pelo ambiente em que vive. Examine seus po ntos negativos, suas dificuldades, seus defeitos, suas falhas, seus pecados habituais ou mais freqüentes. Se for necessário, peça que seu cônj uge ou outra pessoa aj ude nessa análise de sua realidade pessoal.
20
É sempre bom
ouvir o que os outros têm a dizer sobre nós; muitas vezes percebem aspectos que nos escapam completamente.
tador etc. Pelo menos no "dever de sentar-se" um não deixe de perguntar ao outro se tem e se ainda selembra da sua "regra de vida".
Feito honestamente o balanço, agradeça a Deus o progresso conseguido, peça perdão do que deixou de ser melhorado, renove seu bom propósito, peça ajuda para continuar lutando.
2. Como controlar a ;;regra de vida// Os mestres espirituais aconselhavam que se fizesse esse controle uma ou duas vezes por dia. Talvez isso seja demais para você. Comece, então, com um controle semanal. Mas sistemático, com dia e hora marcados. Faça um "exame de consciência" sobre o ponto escolhido para melhorar ou para corrigir. Avalie os avanços, as paradas, os recuos; descubra o que ajudou ou atrapalhou; retifique a mira, modifique as táticas conforme a necessidade. Uma avaliação mais demorada poderá ser feita por ocasião do retiro anual. Para evitar a rotina, e talvez o desânimo ... , de vez em quando poderá ser útil mudar pelo menos parcialmente o objetivo prefixado. Se seu cônjuge estiver informado de sua "regra de vida" (é claro que nem sempre isso será conveniente), poderá ajudar na avaliação com a objetividade de quem vê as coisas de fora. Feito honestamente o balanço, agradeça a Deus o progresso conseguido, peça perdão do que deixou de ser melhorado, renove seu bom propósito, peça ajuda para continuar lutando. A "regra de vida" não deve transformar-se numa camisa-deforça ou numa obsessão. Deve ser
assumida com seriedade, mas também com tranqüilidade, realismo e alegria. O garoto Davi não suportava o peso da armadura de Saul: teve de ir para a luta apenas com sua funda e algumas pedras. Descubra o seu jeito, acerte o seu passo, mas não pare. Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR C.E. da Carta Mensal 21
Do1s CAMINHOS PARA o CoRPo: VIRGINDADE OU MATRIMÔNIO dem-nos, novamente, um diáL: -"A tradução foi marota? ogo com os netos, agora so- É nosso corpo, e não nossa alma, bre o nosso sacramento: o do que devemos oferecer a Deus"? matrimônio. VM: -"Não foi marota, mas Figuremos, então, um diálogo foi errônea, pois não ressalta o que com os dois netos mais velhos: o São Paulo quis ressaltar: que, tamThiago (T) e a Luana (L). bém, nossos corpos nós devemos Chegam ambos, com um folhe- oferecer a Deus. Deus quer que você lhe ofereça o corpo e alma. Por isso, to de missa. o texto diz que o corpo deve ser Diz a Luana: -"É bonita esta oração: 'Eu "hóstia viva". O texto diz, também, vos exorto a que vos que o corpo deve ser ofereçais a Deus, como hóstia (oferta) santa. oferta, que o agrade. ' Deus, portanto, quer A união VM (Vovô Mario): que o homem santifique carnal, que -"É mesmo bonita, seu corpo, dele fazense faz mas a tradução está erdo, como diz o próprio rada". juntamente São Paulo, templo do T: -"Como erracoma união Espírito Santo. O hoda? Tradução de que?" mem não pode santifidos espíritos, car VM: -"Tradução somente sua alma, é forma de de um trecho da carta de pois ele é corpo e alma. santificação O destino da alma é o São Paulo aos Romanos. Freqüentemente, destino do corpo, que do corpo. você encontrará traduna ressurreição, juntações errôneas da Bíblia, se-á à alma, no lugar muitas vezes marotamente errôneas, em que ele a tiver levado". VN: -"Assim, a nossa mais para adaptar a Escritura ao que o trabela esperança é nos encontrarmos, dutor quer passar ao leitor". VN (Vovó Nadyr): -"Zoco, já após a separação nesta, na outra vai começar? Então, diga qual é a vida, todos, em corpo e alma, como ofertas vivas a Deus". tradução correta". T: -"Como se pode oferecer o VM: -"É assim: "Peço-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, corpo e a alma a Deus? Quais são que a Ele exibais vossos corpos, os caminhos, que tem o homem, para como hóstia viva e santa, que O santificar o corpo?" L: -"E oferecê-lo a Deus, com agrade, como vosso culto racional, de adoração". É conferir, em Roma- a alma?" VM: -"São os da virgindade e nos, 12,1". 22
da carne do homem. Na encarnação do matrimônio". do Verbo, Deus se doa à terra-carT: -"E não há outro?" VM: -"Não; não há outro. ne, que é o homem e, assim, traz Este ponto exige clareza: ou a pes- para dentro de si toda a criação corsoa humana (homem e mulher) se pórea, através do homem-terra. Por santifica na virgindade, que pode ser isso, São Pedro diz que o cristão ofertada a Deus, corno oferta volun- participa da natureza divina. O catária, por toda a vida (virgindade samento reproduz, no plano humaconsagrada), ou se santifica no ma- no, essa aliança entre Deus e o homem-terra. Mas, não fica no plano trimônio". humano. Deus o santiL: -"Corno se fica, tornando-o fonte santifica o corpo, no de graça, de vida divimatrimônio?" O homem na; sinal sensível (que VN: -"Você não não pode pode ser percebido pese lembra de ter lido, no santificar los sentidos) e eficaz primeiro livro da Bíblia, somente sua (isto é: produtivo) da que o marido e a mugraça; da vida divina lher, se unem, no casaalma, pois em nós". mento, corno dois numa ele é corpo VN: -"Vocês já só carne? A união care alma. compararam o matrinal, que se faz juntaO destino mônio com a Eucaristia, mente com a união dos este outro sacramento, da alma é espíritos, é forma de no qual Cristo se doa insantificação do corpo". o destino em seu corteiramente, VM: -"Isto mesdo corpo, po, sangue, alma e dimo. Os dois continuam que na vindade, a quem codois; duas pessoas, mas munga, comunicandoressurreição, se unem, por doação relhe sua vida? No matricíproca: dois, numa só junta-se-á à mônio, marido e mulher carne. São Paulo comalma, no se doam integralmente. para essa união à de lugaremque Essa doação deve proCristo com a Igreja e a ele a tiver duzir vida; vida nova chama de "grande saentre eles; Vida divina cramento" ou "grande levado. da graça e, se Deus quimistério". ser, corno quase sempre T: -"Por que quer, nova vida humana". "grande mistério"? VM: -"Então, corno vocês VM: -"A encarnação do Verbo, em Cristo, é corno um matrimô- vêm, se os cônjuges recusam essa nio entre Deus e a Terra. O Gênesis produção de vida, restringem a donos apresenta o homem corno feito ação recíproca. Se evitam filhos, dide terra. A terra é, portanto, figura zem um ao outro, mesmo sem pro-
23
nunciar as palavras: "não quero a fonte de vida, porque "a semente, vida, que produziríamos; não quero lançada à terra, morrendo, produz tua semente de vida". vida". VN: -"Pior ainda, se matam o VN: -"Então, qual o caminho filho, recusando o fruto de sua doa- que vocês escolhem para santificar ção recíproca e comeo corpo e oferecê-lo a tendo um homicídio. Deus, como hóstia Neste caso, o egoísmo viva? O da virgindade Cristo disse ou faz do casamento, que o do matrimônio?" que aquele seria fonte de vida, fonT e L: -"Ainda te de morte". não chegou a hora da que escolhe L: -"Mas, quem a virgindade escolha". escolhe a virgindade -"Agora, eu por amor de vou L:para não produz fruto. Ela é a aula de Deu~ recebe "balet". seca e estéril". VM: -"Engano o cêntuplo VM: -"E lá, doseu. Cristo disse que minando o corpo, você daquilo que aquele que escolhe a expressará, com ele, renunciou/ virgindade por amor de beleza e, como expresainda nesta Deus, recebe o cêntuplo são do belo, poderá daquilo que renunciou, vida/ além da oferecê-lo a Deus, ainda nesta vida, além vida eterna. como oferta santa". da vida eterna. Quem T: -"E eu vou ao Quem se se mantém virgem, por basquete" mantém amor de Deus, dedicanVN: -"No espordo-se a obras apostólivirgem/por te, você torna o corpo cas ou de caridade, provigoroso e pode amor de duz vida. E também a oferecê-lo a Deus, Deus/ produz, se pertence a como hóstia santa". dedicando-se uma congregação ou a VM: -"Assim, no a obras uma ordem de vida esporte, no "balet"; na contemplativa, pois a apostólicas arte; no estudo; no traoração é fonte de Vida. balho e, depois, no maou de A vida ativa seria estéou solteiros, trimônio; caridade/ ril, sem vida contemsem egoísmo, ou na virproduz vida. gindade consagrada, plativa. Mesmo o ativo precisa ser, também vocês se santificarão, contemplativo. no corpo e na alma. Há pouco tempo, sete monges trapistas e, portanto, de vida contemplativa foram degolados, na ArNadyr e Mario Salles Penteado gélia. Sua morte será, sem dúvida, Eq. 08-B São Paulo,SP 24
O DocuMENTO oA C NBB "RuMo Ao Novo M ILÊNIO" FREI
m abril do presente ano de 1996, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil publicava um importante texto intitulado "Rumo ao Novo Milênio", resumo dos trabalhos de sua reunião anual. Este texto é a aplicação ao Brasil da Carta Apostólica de S.S. o Papa João Paulo II, "Tertio Millenio Adveniente" , de 1994. As Equipes de Nossa Senhora não podem, evidentemente, ficar alheias às sugestões tanto da Carta papal como do texto da CNBB, já que o principal objetivo destes textos é de suscitar em todos os católicos um novo alento na sua missão de pregar o Evangelho de Jesus. Tanto mais que certamente muitos vigários pedirão aos seus paroquianos, membros das ENS, sua colaboração. É impossível fazer um resumo do texto da CNBB, de tão denso que ele é. Imprescindível será lê-lo atentamente. O que segue não passa de um elenco de algumas "frases-chave" deste Documento, especialmente importantes para as ENS (a edição utilizada é a das Paulinas). • O Reino de Deus, a ordem social e religiosa que Deus quer para a felicidade de seu povo realiza-se em Jesus. Somente acolhendo agora Jesus, o Reino de Deus se torna para nós realidade (11-12); • Acolher Cristo tem dois as-
E
J.P.
BARRUEL DE LAGENEST,
O .P.
pectos: por um lado, olhar para Cristo de modo renovado; por outro lado, olhar para nós e nossas atitudes (14); • Neste final de século ficou claro que não há ideologias que possam oferecer alternativas à fé cristã (20); • O Catolicismo brasileiro desenvolveu-se com dois enfoques: um clerical, doutrinai, e outro de caráter popular, devocional (40); • Os nomes dos santuários revelam que, ao lado do culto dos santos, o Catolicismo popular aproximava-se de Cristo (40-42); • As Conferências Episcopais de Medellín (1968), Puebla (1979) e Santo Domingo (1992) explicitaram o reconhecimento dos valores do Catolicismo popular tradicional, como "húmus" precioso para uma nova evangelização (45);
Acolher Cristo tem dois aspectos: por um lado, olhar para Cristo de modo renovado; por outro lado, olhar para nós e nossas atitudes. 25
~~~-~~~-~~
-
• A crise dos anos 60 vê surgir um amplo despertar de religiosidade em todas as classes sociais. Neste contexto, verifica-se uma preciosa valorização, entre os católicos, da dimensão contemplativa (58); • Uma Pastoral mais evangelizadora exige passar de uma Igreja mais voltada sobre si mesma para uma Igreja mais voltada para o mundo, uma Igreja a serviço do mundo. A Igreja se coloca, desta forma, em permanente processo de conversão (64-66); • A evangelização tem cinco aspectos essenciais: inculturação , serviço, diálogo, anúncio missionário, testemunho da comunhão eclesial (73); • A inculturação hoje não pode dissociar-se da promoção humana, no sentido da libertação integral. A inculturação não substitui a libertação, mas a aprofunda (84);
O grande desafio para a Igreja, hoje: viver de tal modo o Evangelho que ele seja uma mensagem atraente para homens e mulheres de hoje.
• A preocupação por uma evangelização inculturada não deve enfraq uecer a opção pelos pobres. Não há evangelização inculturada sem libertação integral (85); • A tarefa de acolher o Evangelho como experiência de vida, de expressá-lo no cotidiano, é do cristão leigo (88); • Muitas vezes, o mais generoso e eficaz trabalho de inculturação do Evangelho é feito pelas mulheres. Esta presença feminina, predominante nos trabalhos de base, deverá ter maior acesso às responsabilidades de direção e participação nas decisões importantes da vida eclesial (89); • A Nova Evangelização visa, em novos contextos, recriar a experiência cristã para uma nova síntese entre fé e vida, como experiência pessoal de Deus em Jesus Cristo, como processo para refazer o tecido cristão das comunidades eclesiais, como impulso às comunidades cristãs para saírem de suas próprias fronteiras (90); • O grande desafio para a Igreja, hoje: viver de tal modo o Evangelho que ele seja uma mensagem atraente para homens e mulheres de hoje (91); • A vida comunitária deverá traduzir-se em ações concretas de serviço em prol de uma sociedade justa, em diálogo tolerante e ardor missionário ( 11 O); • Em 1997, o tema da Campanha será "A fraternidade e os encarcerados"; em 1988, "Os direitos sociais"; em 1999, "Os direitos
As Equipes de Nossa Senhora não podem, evidentemente, ficar alheias às sugestões tanto da Carta papal como do texto daCNBB,já que o principal objetivo destes textos é de suscitarem todos os católicos um novo alento na sua missão de pregar. econômicos". As atividades propostas de serviço e participação estão centradas em torno dos eixos da conquista da cidadania e da construção da democracia ( 121125); • Todo apelo que a Igreja hierárquica lança, inspirada pelo Espírito, só pode ser acolhido por uma "recepção criativa" pelos fiéis: 1) através do testemunho do serviço; 2) através do diálogo com todos; 3) através do anúncio missionário do Evangelho; 4) através do testemunho de comunhão fraterna de nossas comunidades (168-173). 27
DIÁLOGO, A ARTE DE AcEITAR o OuTRO
N
o há educador ou terapeuta, confessor ou conselheiro que não o recomende principalmente para situações de tensões ou conflitos entre pessoas. Por outro lado, é talvez a coisa mais difícil de se conseguir ou deixar-nos satisfeitos. Parece que sempre fica alguma coisa mal resolvida... A base do diálogo está na constatação de que existem diferenças em nossos pontos de vista ou de procedimento. Leva-nos a uma definição perante o outro. Há uma tendência em se ter saudades do tempo em que entre as pessoas do relacionamento, havia identidade de pensar e agir. Tudo era mais simples, com tensões ou aborrecimentos perfeitamente suportáveis.
Parece agora que se perdeu alguma coisa, criou-se um distanciamento e já não há aquela unidade e confiança e, até mesmo, certa implicância. O diálogo aparece, então, como um recurso extremo para salvar o que ainda pode ser salvo, em nome de algo que precisa ser preservado. Esta impressão desqualifica o seu sentido, como se fosse um mal menor, um recurso artificial, uma concessão na falta de outra coisa. Seria bem melhor não haver pluralismos e fosse conservada aquela unidade que mantinha a força e coesão entre as pessoas, o princípio da autoridade. No entanto, o pluralismo é sinal de progresso, de crescimento. Ele revela a origem divina do ser huma-
28
no, imagem e semelhança de Deus: a unidade trinitária na diversidade das pessoas. O diálogo revela a riqueza do pluralismo, na partilha e comunicação dos que aproximam, modelam e articulam as riquezas de sua experiência pessoal. Provoca a abertura, a atenção, clareza de convicção e de pensamento, humildade para aprender e captar a posição do outro, acolhê-lo com a incondicional liberdade de expressão. Mais que o assunto ou conteúdo, o processo do diálogo é muito mais importante porque pelo treinamento e disciplina, educa as pessoas, levando-as a descobertas incríveis no conhecimento tanto de si mesmos como dos outros. Mas, chegar ao diálogo não é coisa fácil. Às vezes, pensamos que, marcando o horário, os conteúdos, preparando-nos psicológica e ambientalmente, tudo vai sair bem. As conversas sérias porém, levam tempo! Por isso, muitas vezes, quando se alega sua falta, pode ser que esteja aí embutido e disfarçado numa culpa, o medo do confronto ou de questionamentos que fatalmente iriam aflorar. A isto se acrescentem a inibição, a timidez, superficialidade das abordagens, a descrença na possibilidade de mudanças, o "perder", o dar razão ao outro, mudar de opinião. Nestes casos, pode surgir uma forma sutil de autodefesa: a do monólogo, o recurso de falar muito, sem abrir espaços e baixar a guarda para ouvir o que o outro teria a dizer.
A prática do diálogo, em nível pessoal, vem do estado de espírito e das circunstâncias profissionais e familiares. Tudo pode favorecer uma ocasião, principalmente quando ocorrem determinadas situações para tomadas de posição, acertos, revisões e projetos. Multiplicam-se, cada vez mais, essas dinâmicas nas organizações e grupos que promovem encontros de decisões e planejamento de seus efetivos. Em ambas, só o fato de se encontrarem e conversarem, não significa, necessariamente, que se tenha conseguido o diálogo. Pressupõem interesse e determinação: falar e ouvir, partilhar, discernir e decidir juntos. A vida familiar oferece um excelente laboratório do diálogo. Ele começa pela aproximação de pessoas que ensaiam suas primeiras experiências no namoro; aprofundam-nas no noivado; transformando-as em palavras e gestos, na convivência de cada dia, no casamento e na acolhida e educação dos filhos que vão crescendo. Quando pessoas que se amaram tanto se emudecem, se não têm tempo para conversarem, é sinal de que algo muito sério está acontecendo. É muito triste conviver com alguém cujo coração se silencia. É um grande e triste solitário, não aceito, rejeitado ... Mais do que nunca, o diálogo se torna necessário.
Pe. Paulo D'Elboux, sj.
29
.s
PE. ARGEMIRO GORDIANO DE
~ 25 .§
ANOS DE PADRE -
SÁ
05.12.1996
:::; ~
Nasci em Abreus, Distrito de Alto Rio Doce- MG, no dia ~ 10.05.1944. ~ Aos 12 anos de idade, ao ter~ minar o curso primário entrei no ~ Seminário de Petrópolis - RJ, onde ~ estudei até o 3o ano de Filosofia; fiz, portanto, 11 anos de Seminário em Petrópolis. Aos 23 anos de idade, outubro de 1967, fui para a cidade de Pádua, na Itália, onde cursei a Teologia. Em 05 de dezembro de 1971, na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, fui ordenado sacerdote. Celebrei minha primeira missa em Abreus, no dia 19 de dezembro de 1971. De 1971 a 1981, trabalhei no Seminário Diocesano de Petrópolis, como professor e diretor espiritual no Seminário Menor e vice-reitor do Seminário Maior, e professor de Filosofia. Nestes 25 anos de padre, passei por cinco paróquias na Diocese de Petrópolis: Bemposta e Areal (Distrito de Três Rio s); Venda Nova (Distrito de Teresópolis); Piabetá (Di strito de Magé); Cascatinha (Petrópolis); e, atualmente, estou há 7 anos na Diocese de Santo André, precisamente em Santa Joana D' Are (Vila Vitória, Santo André - SP). ~
Por que eu quis ser padre? Porque fui chamado por Deus, aos 7 anos de idade, quando fiz a 30
Eu julgo muito importante este movimento familiaJ; pois a família é a célula da sociedade, por isso é muito importante. Se formarmos bem as nossas famílias, a sociedade estará bem melhor do que está atualmente.
primeira comunhão. Claro que naquela época, apenas senti o chamado assim: "Quero ser padre como este padre que está dando a comunhão para mim" (Pe. Geraldo das Mercedes). Quero fazer o que este faz ou está fazendo. Aos 12 anos ... quero mais alguma coisa ... quero entrar para o Seminário, quero ser padre. Depois de 15 anos de Seminário, quero ser padre por vários motivos, entre eles, servir bem a Jesus através dos meus irmãos, trabalhar para o Reino de Deus! Acolher bem os irmãos na Igreja, evangelizar, administrar os sacramentos. Há 3 anos, estou trabalhando no Movimento das Equipes de Nossa Senhora - Setor Grande ABC. Gosto de participar da Equipe 13- Nossa Senhora de Nazaré, daqui de Santo André. Eu julgo muito importante este movimento familiar, pois a família é a célula da sociedade, por isso é muito importante. Se formarmos bem as nossas famílias, a sociedade estará bem melhor do que está atualmente. Na minha casa somos 13 filhos. Por ser de uma família cristã, bem formada, Deus nos deu tantas graças e continua nos abençoando tanto, que não tenho mais a pedir a Deus por nós, e sim, agradecê-lo! Minha mãe se chamava Maria e meu pai José! Um ano antes de eu ser padre, minha mãe morreu! Três dias antes dela morrer... me disse assim:
"Filho, sei que vou morrer, mas se você quer mesmo ser padre, pode ir tranqüilo, porque lá do céu estarei pedindo por você!" Por isso, gostaria de terminar esta pequena história da minha vocação, com este verso. Hoje tenho lá no céu Sorrindo de alegria Minhas duas lindas mães Ambas chamadas Maria
Pe. Argemiro Gordiano de Sá
A Equipe 13- Nossa Senhora de Nazaré - Setor do Grande ABC, convida a todos, para a missa comemorativa dos 25 anos de Ordenação sacerdotal do nosso Conselheiro Espiritual, Pe. Argemiro Gordiano de Sá.
dia: 05.12.1996 hora: 19:30 horas local: Paróquia de Santa Joana D' Are (R. Francisco Inácio, Vila Vitória, Santo André - SP)
31
SERVIR A DEUS COM ALEGRIA aria do Carmo e Arlindo, equipistas desde 1986, perencentes à Equipe n° 47 do Setor "F" de Brasília, sempre atuaram em sua paróquia, como catequistas, membros da Pastoral Familiar e do Encontro de Casais com Cristo. Na Arquidiocese de Brasília, atuaram por seis anos no Conselho Diocesano do ECC. Em todo esse tempo, procuraram servir à comunidade, buscando o crescimento espiritual e conjugal. Nas ENS, exerceram a função de Casal Responsável do Setor "F", de 1992 a 1994, dando exemplo de fé, perseverança e dedicação. Após deixarem a responsabilidade do Setor, assumiram, em 1996, a função de Casal Ligação das Equipes 33 e 62. Achando que poderia contribuir ainda mais com as coisas de Deus, Arlindo aceitou o chamado para fazer o curso de Diácono Permanente. Sobre esse chamado, iremos conversar um pouco com este casal, de que muito nos orgulhamos e que deve servir de modelo para outros casais de nosso movimento.
M
Ser diácono é ser dispensário da graça e do amor de Deus entre a comunidade; é ser escolhido por Deus para uma missão especial no seu Ministério.
CRS "F": De que maneira se deu esse chamado de Deus para o diaconato e como foi sua aceitação? Arlindo: "Se alguém quiser me servir que me siga; onde eu estiver, ali estará meu servo", Jo 12, 26a. Meu caminho sempre foi cheio de espinhos. Filho de fanu1ia humilde, lá da terra querida: a velha Alagoas, de onde saí em 1950, até encontrar a mulher com quem me casei em 08.01.1972. Apesar de descendente de família extremamente católica, a rotina do adolescente-homem só veio estabilizar-se com o casamento. A força de vontade de Maria do Carmo, minha esposa, fez-me ver no outro a imagem de Cristo. Aos poucos fui assumindo o compromisso de marido, pai e cristão. A cada filho que nascia (são 4) , mais junto de Deus eu me achava e ao lado dos cinco (mãe e filhos) formamos uma comunidade de amor. As mensagens dos filhos (Bruno, Bráulio, Bárbara e Beatriz), recebidas em ocasiões festivas, comoviam-me e me transformavam; assim, aos poucos, formava-se nossa igreja doméstica. Entre as muitas mensagens recebidas, escolhi esta para tornar-se pública: "Pai (meu amigo velho), tentei me espelhar naquele que considero o maior e mais sábio de todos os homens, você, para lhe escrever a mais bela mensagem, mas, confesso-lhe que ainda não consegui me equiparar ao senhor. Por isso é com muito amor que lhe dedico este cartão, desejando ao 32
melhor pai do mundo muita força e dedicação para continuar sempre a sua caminhada. Que Deus lhe cubra de bênçãos e lhe gratifique por ser o que é. Que Ele nos ilumine para que nossa amizade nunca enfraqueça, pois precisamos um do outro a todo momento. Continuarei eternamente contando com sua dedicação e confiança, buscando a felicidade. Obrigada por ser meu pai. Parabéns por nos proporcionar mais um ano de alegria e por estar cada ve z mais jovem e 'prafrentex '. Feliz aniversário! Um beijo da filha que te ama muito: Bia ". São gestos assim que encorajam as pessoas a descobrirem o seu dom. Foi no ECC, onde servi muito tempo, que a semente vigorou, com a ajuda de muitos ... Muitos casais me ergueram pela mão e abriram
meu coração para o amor a Deus, através das famílias. Como o ECC é um serviço, após suas três etapas no Vicariato Sul do DF, passamos a coordenação para outros casais e continuamos na nossa querida Equipe 47 Nossa Senhora do Amparo. As ENS consolidaram minha paixão pela fanu1ia-Igreja-farru1ia. Em cada EACRE, retiros, formações, reuniões ou encontros, nascia, crescia e florescia dentro de mim, maior atração pelo servir... servir à família, servir a Deus e ao próximo. Ser diácono é ser dispensário da graça e do amor de Deus entre a comunidade; é ser escolhido por Deus para uma missão especial no seu Ministério. Hoje estou integrado na Paróquia São João Evangelista, na .Samambaia-DF, que conta com as comunidades de São Francisco e São José,
33
onde realizo a missão assumida.
CRS "F": Como as ENS contribuíram para essa tomada de decisão? Arlindo: O Movimento das ENS é uma espécie de sacramento da unidade de amor entre as farm1ias. A cada momento, unifica-se ainda mais e a cada nova atitude de vida entre marido e mulher, sentimos que o Matrimônio é o sacramento eterno do amor. Minha equipe de base contribuiu de forma altamente cristã para a decisão do recebimento da ordem diaconal. A vivência dos PCE e a Partilha foram verdadeira escola de aprendizagem de vida em comunidade e, sobretudo, na formação e crescimento da espiritualidade conjugal e familiar. Acredito, com segurança, que a maior contribuição recebida do Movimento foi, entre outras, a nossa abertura para conhecer a vontade de Deus; viver a verdade e a comunhão. Que Deus proteja este Movimento e, em espec.ial, nossa Equipe 47, cuja medianeira e Nossa Senhora do Amparo.
Vivera espiritualidade conjuga/e familiar diariamente, onde a família seja amada, respeitada e conquistada diariamente. O ser humano de hoje não é o de amanhã, ele deve mudar para melhot; principalmente o marido na conquista da esposa e vice-versa.
tar; já havia falado em casa. E, fato
CRS "F": Em algum momento estranho me aconteceu ao voltar da você teve dúvidas? escola para casa: meu veículo saiu Arlindo: No início, não acredi- da estrada naturalmente e entrou tei. Achei muito forte o chamado. Foram momentos de indecisões, insegurança e, até mesmo, de angústia. Mas algo mais forte me atraía e me cobiçava. Falava com professores e colegas; respondiam-me: Não é nada . Apenas medo. Até que um dia, resolvi não mais vol-
numa via erma. Ao me dar conta do que estava acontecendo, parei. Não me contive. Indaguei a Deus: Por que jaz isso comigo? Não sei o que quero! Senti algo muito forte me falar baixinho: Não tenhas medo. Vá adiante; estarei sempre a seu lado. Aí, reencontrei-me;
Ú<sorri... Fui embora e não mais tive
dúvidas. É um sacrifício que agra- dir o culto, as orações dos fiéis e as celebrações da Palavra; proclamar da a Deus. o Evangelho e fazer homilias e ouCRS "F": O que é ser um Diáco- tras pregações; desenvolver atividades administrativas e caritativas da no Permanente? Arlindo: A palavra "DIÁCONO" Igreja; dirigir comunidades cristãs; vem da língua grega: diákonos =ser- promover e sustentar o apostolado vo, servidor; diakonêin = servir; dos leigos; dar a benção, tanto diakonia = serviço, ministério. Diá- constitutiva quanto invocativa; além cono significa servo, servidor. E de inúmeras outras. A diaconia sigDiácono Permanente porque não po- nifica servir nestas e em outras atiderá, como fazem os diáconos sol- vidades ligadas à Igreja. teiros (futuros padres), subir ao segundo degrau do Sacramento da Or- CRS "F": Qual a mensagem que dem, ou sejam, não poderá ser or- você deixaria para os casais equidenado presbítero, devendo perma- pistas? Arlindo: A mensagem é amesnecer sempre diácono. Esses diáconos permanentes, em sua maioria, ma desenvolvida pelas ENS, ou seja, homens casados, podem ser chama- viver a espiritualidade conjugal e fados também de "diáconos casados". miliar diariamente, onde a família Genericamente instituído pelos seja amada, respeitada e conquistaApóstolos de Jesus, o diácono é o da diariamente. O ser humano de primeiro grau do Sacramento da Or- hoje não é o de amanhã, ele deve dem, o qual, mediante um rito pró- mudar para melhor, principalmente prio, consagra e ordena para sem- o marido na conquista da esposa e pre um cristão, solteiro ou casado, vice-versa. Todos nós, pais de faao serviço do povo de Deus, confe- mília, catequizamos e evangelirindo para isso uma graça santifi- zamos a nossa fanu1ia quando estacante própria e um poder ministeri- mos demonstrando amor, respeito e veneração pela Palavra de Deus, al específico. principalmente durante as santas CRS "F": Quais as atividades que missas. Assim, vamos caminhando o Diácono pode desempenhar na rumo aos céus e que, para alcançáIgreja? los, devemos ser humildes, generoArlindo: As funções sagradas sos e constantes em nossas atitudo Diácono Permanente, em virtu- des (PCEs). Rezem muito pelo irde de sua ordenação diaconal, são mão. Beijos e abraços de uma famuitas: assistir ao bispo e ao padre mília FELIZ. nas cerimônias; administrar soleneRita e José Adolfo CRS "F" mente o batismo; conservar e distriBrasaia - DF buir a Eucaristia; assistir os matriRegião Centro-Oeste mônios; oficiar as exéquias; presi-
35
fÉRIAS •• • NOVAMENTE Sugestões para as Reuniões
ocê leu o artigo sobre as férias, publicado na Carta Mensal no 319' de junho-julho de 1996, páginas 27-29? O que se pretendeu, com aquela matéria, foi alertar os casais que têm o privilégio de acompanhar os filhos por ocasião das férias escolares, que o amor não tira férias. A prática das orientações de vida e dos pontos concretos de esforço, além da vida em equipe, integram todos os momentos das férias de cada casal equipista. Pois bem, recebemos diversas manifestações de equipistas estranhando a afirmação de que algumas equipes deixam de se reunir nos períodos de férias.
Encontramos no Boletim "O · Equipista" do Setor D, da Região São Paulo (Ano II, número Xll), algumas sugestões para que nenhum casal, nem o MOVIMENTO, entrem em recesso. São elas: a. se todos se encontrarem na cidade, nos meses de férias, fazer a reunião mensal; h. se alguns casais estiverem ausentes, realizar reuniões, ainda que informais, com partilha; c. se casais passam férias no mesmo local de veraneio, ou proximidades, podem organizar reunião inter-equipes e, eventualmente, interregionais.
Não Há Férias no Mo vimento
O Mo vimento Supõe Ação
Na verdade, embora haja algumas equipes que não se reunam nos meses correspondentes às férias escolares no Brasil, o fato é que, a grande maioria das equipes, espalhadas por este imenso território, nunca deixa de realizar a reunião mensal. Consultando os documentos básicos das Equipes de Nossa Senhora, publicados em 1994, sob aresponsabilidade da Equipe de Coordenação Inter-Regional, constatamos que em todas as vezes que se faz referência à reunião mensal, em momento algum se alude à eventual suspensão dessas reuniões em razão das férias. Assim, a conclusão só pode ser que as reuniões mensais.não devem sofrer interrupção durante todo o ano.
Como o próprio nome diz, o Movimento supõe ação. A ação que nos impele a caminhar, sem descanso, à procura da santidade dentro das Equipes de Nossa Senhora. Como o Movimento é algo inerente à vida dos equipistas, ninguém pode tirar férias do Movimento, como não se tira férias da vida. Vamos repensar como cada uma das equipes está vivendo esta caminhada. Cada equipista é responsável pela continuidade da vida do Movimento. Em alguns casos será necessário acertar o rumo e fazer um esforço para fazer a reunião mensal em todos os meses do ano.
V
Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto Equipe da Carta Mensal 36
Contribuição Original A Equipe nº 5, de Limeira- SP, resolveu contribuir com uma bolsa de estudos para a formação de um seminarista. Há alguns anos, além da contribuição para as ENS, os casais vêm destinando uma importância para o Seminário local, para o custeio dos estudos de um futuro padre. Com esta iniciativa procuram participar efetivamente da vida da Igreja.
TO Anos de
Participação A Equipe Nossa Senhora do Bom Parto, de Fortaleza - CE, está comemorando dez anos de participação no Movimento. Foram lembrados, com enorme carinho, o casal piloto Regina e Joaquim, os conse1hei r os espirituais Pe. Raimundo Leite, Pe. Luiz Gonzaga e Pe. Jaime, que tanto ajudaram a vida da Equipe.
Sessão de Formação Nível// • 33 casais que já haviam feito a Formação Nível I, participaram no Rio de Janeiro - Região I, da sessão de Formação Nível li. Com a orientação de Frei Estevão Nunes, foram estudados, com excelente aproveitamento: - O Magistério da Igreja - A Vocação e Missão da Igreja -O Catecismo da Igreja Católica - A Vocação e Missão da Família e dos Leigos - Igreja e a Questão Social • Na Região São Paulo, Capital, 21 casais mais D. Nancy Moncau que participaram, em 1995, da sessão de Formação Nível I, mais o Casal Regional e os 05 (cinco) Casais Responsáveis de Setor, participaram, em setembro de 1996, da sessão de Formação Nível li, também orientada por Frei Estevão Nunes.
37
l
Ajuda Fraterna "Os Equipistas de Araçatuba Setor A e 8, colocam à disposição, suas residências, para filhos de equipistas de outras cidades, que virão prestar vestibular em nossas faculdades". 5~
Volta ao Pai
Neide e Eldes José Mataiuzzo Setor A lraides e João Geraldo Neves Setor B
Paulo Bedore (esposo de Ernesta) Equipe 9 N. Senhora de Nazaré Marília- SP
30 Anos de Movimento O setor de Louveira- SP comemorou festivamente o trigésimo aniversário de sua participação no Movimento das ENS.
~-·
Mudança de Quadros Novos Casais Responsáveis de Setor Florianópolis - SC
Retiro 96 O Setor C, da Região Rio de Janeiro - I, realizou o retiro anual, na Casa de Emáus, no Mosteiro de São Bento, do qual participaram 19 casais, sob a direção espiritual do Pe. Paulo D'Eiboux sj.
• Setor B Heloisa e Antonio P. Hol leben
Sorocaba - SP • Setor A Clélia e Neori (Equipe 7 N. Sra. Imaculada Conceição) • Setor B Estela e Alfredinho (Equipe 16 Nossa Senhora Auxiliadora)
Brasília - DF • Setor D Alcina e Terra (Equipe 29) • Setor E Aurea e Boros (Equipe 27) 1
38
Novas Equipes Campo largo - PR Equipe nº 2 Casal Piloto: Marlene e Edu C.E.: Pe. Anderson
Homenagem ao Fundador A Região Rio de Janeiro - I fez celebrar, na Igreja de São Tadeu, em Cosme Velho, uma missa em memória do Pe. Henri Caffarel.
Paranaguá - PR Equipe nº 2 Casal Piloto: lta e José C.E.: Pe. Estevão Vanyo Brasília - DF Equipe 59 N. Sra. da Rosa Mística Casal Pilot: Layse e Jorge C.E.: Pe. Adenir José Fumagalli
As ENS nas Olimpíadas 96 A determinação e a coragem fizeram de Marcelo Ferreira, um dos campeões "medalha de ouro", em Iatismo, nesta Olimpíada 96. O nosso atleta, que já foi um "equipestinha", divide com seus pais, Zilene e Odílio (Casal Responsável pelo Setor Niterói - Região Rio 1), esta alegria. Grato por saber que um dia acreditaram nele, Marcelo comemora carinhosamente junto a seus pais. O Casal Equipista agradece a Jesus e Maria a proteção a seu filho, e a todos os amigos as manifestações de carinho.
39
Construção do Reino
tério da vida cristã, de que a própria sexualidade faz parte. Dom Vital }.C. Wilderink Bispo de ltaguaí- R}
Renovo o meu apreço e esperanças quanto ao presente e futuro das Equipes de Nossa Senhora entre nós. Em nossa diocese de jundiaí, temos três setores com pelo menos Grave Omissão Na CARTA MENSAL de setem40 Equipes. E trabalham bem na bro, na matéria "Estatística das ENS construção do Reino. Dom Amauri Castanho do Brasil", constatamos que, na reBispo coadjutor - }undiaí - SP lação da Região São Paulo Oeste, não consta Assis. Nancy e Sérgio - Assis - SP Fantástica A CARTA MENSAL para nós e nossa Equipe é uma revista fantás- Muito Boa tica, necessária e fundamental em A CARTA MENSAL tem estado muito boa e o número de agosto nossas reuniões. Luciene e A ri - Eq. 1O está excelente. N. S. do Parto - Varginha - MG Gerard F. Duchéne Equipe A-01 - São Paulo - SP
leitores Assíduos
Círio de Nazaré
Obrigada Senhor Nosso Deus por nos conservar assíduos na leiLendo a CM de outubro, depatura da CARTA MENSAL. rei , à página 33, com o histórico Tânia e Luiz Carlos de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ. Eq. 5- N. S. do Perpétuo Socorro Concordando inteiramente com a Pouso Alegre _ MG versão histórica ali referida, lamentei profundamente vocês não terem feito nenhuma menção à bi-secuSabor de Sabedoria lar devoção do povo paraense à VirVenho agradecer-lhe o envio do gem de Nazaré, não somente em livro "Evangelizar a Sexualidade" . Belém, mas em todo o Estado do Na apresentação do livro se Pará, do qual é Padroeira. diz que o documento não pretenPrincipalmente, quando, em de ser um estudo de caráter cien- nossa cidade e em mais algumas tífico. Mas, tratando-se de uma do Interior, temos diversas Equipes síntese de depoimentos e reflexões dedicadas à Nossa Senhora só em feitos por casais que procuram vi- Belém, 22, das quais, a primeira ver a sua sexualidade à luz do fundada leva justamente o nome Evangelho, o livro tem um sabor de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ. que revela uma sabedoria, sem a Mons. Geraldo Menezes qual seria difícil penetrar no misBelém- PA 40
INvocAçõEs DE NossA SENHORA
D
esde os mais remotos tempos, o mundo todo presta sua homenagem e manifesta a sua devoção a Nossa Senhora, através de inúmeras invocações que a CARTA MENSAL vem destacando todo mês. Vamos considerar, neste número, duas invocações muito apreciadas e adotadas pelas nossas Equipes.
Eram usados por leigos associados às ordens religiosas. Com o passar do tempo, para se tornar mais prático o seu uso pelos leigos, o escapulário ficou reduzido a pequenas dimensões. Hoje, pode ser substituído por uma medalha abençoada, do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora do Carmo. O escapulário é a imagem da veste nupcial, da graça divina que Nossa Senhora do Carmo reveste a alma do cristão. Essa devoção remonta às oriAfmna-se que a Santíssima Virgens da Ordem Carmelita. Segundo gem prometeu a São Simão Stock as suas tradições, em 16 de julho de que todos os que usassem o seu 1251, a Santíssima Virescapulário alcançarigem apareceu ao inglês am a graça da perseveSão Simão Stock, Surança final. A esta proAfirma-se perior da Ordem dos messa acrescenta-se o que a Carmelitas. A Senhora privilégio sabatino, que entregou-lhe o escapuconsiste em a alma liSantíssima lário, prometendo grabertar-se do purgatório Virgem ças e bênçãos especino sábado seguinte à prometeu a ais a todos os que o utimorte. Outras graças e São Simão lizassem. indulgências são atriO escapulário, tambuídas ao escapulário. Stockque bém COI}hecido como "Quem usa o eslodosos que bentinho, consiste em capulário disse o Pausassem o duas peças retangulapa Pio XII faz profisseu res de lã marrom, unisão de pertencer a das por duas fitas ou escapulário Nossa Senhora; precicordões que são usadas alcançariam samente porque lhe sobre os ombros. Deripertencemos, a Virgem a graça da va da palavra latina tem um cuidado esperseverança pecialíssimo com as "scapula", que signififinal ca ombros. nossas almas: o que é No século XIII, seu não se pode perder, eram feitos de longa não pode ser tocado peça de pano que se enfiava pela pelo fogo eterno". A sua poderosa cabeça dos monges, cobrindo-lhes intercessão maternal dá-lhe direito as costas e a frente, sobre a túnica. de repetir em nosso favor as pala41
·~
~ ~
-
vras de Jesus: "Pai Santo ... conservei os que me deste e nenhum deles se perdeu" (Jo. 17, 12). A Virgem do Carmo apresentase com estas credenciais: "na vida, projeto; na morte, ajudo e, depois da morte, salvo" . A devoção ao santo escapulário do Carmo manifesta a certeza com que confiamos no auxílio maternal da Virgem. Assim como se utilizam troféus e medalhas para exprimir relações de amizade, evocar recorda-
ções ou triunfos, para os cristãos, o escapulário é uma ajuda para lembrar freqüentemente do amor à Virgem e de sua bendita proteção, que se prolonga além da própria morte.
IMAGEM: Nossa Senhora do Carmo aparece sentada, com o Menino Jesus sobre seus joelhos, entregando o escapulário a São Simão Stock, vestido com hábito de frade carmelita. Em algumas imagens, a Virgem Maria está de pé, vestida de 42
freira carmelita, mas com os cabelos soltos, sem véu e tem em seu braço esquerdo, o Menino Jesus. Ambos seguram com a mão direita o escapulário com o brasão da Ordem do Monte Carmelo.
Nossa Senhora de Lourdes É natural que, no mês de dezembro, em que se comemora a festa da Imaculada Conceição, lembremonos de invocar Nossa Senhora de Lourdes, que se revelou como a Imaculada Conceição. Apesar de ser conhecida de todos a maravilhosa história da jovem Bernadete Soubirous que, indo catar lenha junto às margens do Gavre, teve a ventura de contempiar a Santíssima Virgem, vamos relembrar alguns aspectos desses acontecimentos. Bernadete era filha de um moleiro da aldeia de Lourdes, nos Altos Pirineus. Saíra acompanhada de sua irmã e outra menina. Passava defronte às rochas de Massabielle, quando ouviu de repente um barulho como se fora a rajada de um vento forte. Olhando para cima, viu na reentrância do rochedo, uma Senhora de grande beleza, circundada por deslumbrante resplendor. A Senhora estava de pé, trajando vestido e véu brancos. Tinha na cintura uma faixa azul, os pés estavam ornados de rosas e segurava um rosário, cujas contas iam passando entre os dedos. A pequena camponesa, extasiada, caiu de joelhos, tirou o ter-
ço do bolso e começou a rezá-lo. Quando acabou a última Ave-Maria, a bela Senhora desapareceu. Esta primeira aparição deu-se a 11 de fevereiro de 1858 e foi seguida por mais dezessete. Durante as aparições, a Mãe de Deus confiou muitos segredos àjovem Bernadete. Numa delas, ordenou-lhe que dissesse aos sacerdotes para construírem uma capela naquele local e ali realizarem procissões. Em outra ocasião, mandou a menina beber água e se lavar na fonte, mas indicava um lugar da gruta completamente seco. Bernadete curvando-se, começou a arranhar o chão duro com os dedos e, de súbito, jorrou água do rochedo. Finalmente, no dia da Anunciação, a vidente pediu à Senhora que tivesse a bondade de dizer-lhe quem era. Nesse momento, recebeu a resposta: "Eu sou a Imaculada Conceição". Bemadete sofreu muito por causa das aparições. Foi considerada impostora, injuriada e interrogada pela polícia, que pretendeu impedir os romeiros que se aproximassem da gruta, tornando-se malvista pelas autoridades civis e até mesmo religiosas. Afinal, as curas milagrosas obtidas com a água da fonte nascida sob os dedos de uma menina obrigaram as autoridades a ceder e, a 11 de janeiro de 1862, o bispo de Tarbes autorizou o culto a Nossa Senhora de Lourdes. A Santíssima Virgem, através das aparições em Lourdes, quis recordar aos cristãos a necessidade da conversão e da penitência. Confir43
A Santíssima Virgem, através das aparições em Lourdes, quis recordar aos cristãos a necessidade da conversão e da penitência.
mou que a humanidade foi redimida na cruz e que é atual o valor redentor da dor, do sofrimento e da mortificação voluntária. Recomendou um maior espírito de oração e caridade, além da recitação do terço, oração pela qual recorremos à Nossa Mãe como filhos pequenos e necessitados. Leão XIII aprovou a devoção à Nossa Senhora de Lourdes e Pio X estendeu-a a toda Igreja. Bernadete foi canonizada por Pio XI, em 1925.
IMAGEM: A Virgem de Lour- cintura, usa uma faixa azul e de seu des é representada de pé, vestida de braço direito, pende um rosário. uma túnica branca e véu da mesma Usa, algumas vezes, uma coroa cor, que lhe cobre a cabeça e cai nas aberta adornada de estrelas. costas até os pés, tem as mãos juntas ou cruzadas sobre o peito. Na
44
o
CLARO EQUÍVOCO
DA "EDUCAÇÃO" SEXUAL
1
jORGE 80AVENTURA 2
Q
e nos perdoem os que tenham o costume de nos conceder a honra de acompanhar o q , este espaço de veículo da inquestionável importância do Estadão, designação a um só tempo carinhosa e indicativa da mencionada importância, temos exposto à análise pela sua inteligência e pela sua consciência. É que voltaremos hoje, uma vez mais, a tema ligado à obsessiva preocupação, tantas vezes alcançando as raias do indecoroso e do grotesco, como tudo o que se refere ao exercício da atividade sexual. Fazemo-lo porque agora resolveram as autoridades responsáveis pela orientação normativa da educação em nosso país criar, para ser ministrada às crianças e aos adolescentes da 1a à ga séries do chamado ensino de primeiro grau, disciplina a ser incluída nos respectivos currículos e destinada ao que é rotulado como "educação sexual". O assunto, já por nós mencionado em artigo anterior, vem sendo objeto de críticas desfavoráveis, feitas por vozes muito mais importantes do que a deste humilde escriba, entre as quais algumas de altas autoridades eclesiásticas da Igreja Católica, tão ligada, no passado e no presente, à educação da juventude. E a
razão imediata que nos leva a voltar ao assunto se prende ao fato de termos tomado conhecimento, depois do artigo sobre a providência "educativa" a que foi feita alusão linhas acima, dos parâmetros curriculares estabelecidos pela autoridade pública para o ensino da nova disciplina, a ser ministrado, em sua primeira etapa, já a partir do próximo ano letivo, aos escolares da 1a à sa séries do citado primeiro grau, vale dizer, a crianças de 7 a 11 anos de idade. Os parâmetros em causa esclarecem que a nova disciplina deve objetivar que os alunos venham "a conhecer seus corpos e cuidar da saúde como condição necessária para usufruir de prazer sexual, a compreender a busca do prazer com uma dimensão saudável de sexualidade humana (???) e a adotar práticas de sexo seguro para evitar o contágio seu e dos companheiros e procurar orientação para a adoção de métodos contraceptivos". Como podem ver os leitores, não é necessário buscar mais fundo, com
1
Transcrito de "O Estado de São Paulo", 07.1 0.96. Jorge Boaventura, professor universitário, jornalista e escritor, é conselheiro do comando da Escola Superior de Guerra. 2
45
o uso de argumentos de índole moral e fundamento filosófico, para perceber, com meridiana e deplorável clareza, a inspiração hedonista que perpassa os "parâmetros" transcritos acima, que seriam adequados, à exceção do último, e caso exeqüíveis por adestramento, a animais irracionais, os únicos para os quais não há sentido em falar de lei moral, eis que, como temos repetido tantas vezes, eles participam do que o poeta designou como "inocência cósmica", de vez que, não possuindo faculdades com o atributo da imanência, destituídos de volição e de livre-arbítrio, agem no compasso estrito de sua natureza, segundo seus impulsos instintivos. Seres humanos, porém, segundo a visão cultural amplamente majoritária no mundo, com tal ou qual propriedade de argumentos, seguindo tais ou quais caminhos e mecanismos intelectivos, diferem dos irracionais exatamente por disporem de espírito imortal, de volição, de livre-arbítrio, sendo em todos nós o exercício da liberdade uma grande responsabilidade que deve obedecer a inspirações e objetivos que necessariamente transcendem as características e os atributos da parte transitória da nossa realidade, representada pelo corpo material, que, a despeito da sua tremenda importância, é de existência fugaz. Os irracionais não cogitam de coisas como eternidade, justiça ou morte. Não existe, para eles, esta última cogitação, mais ou menos angustiante, presente em todos os se-
res humanos. E presente porque todos, com maior ou menor clareza, pressentimos a efemeridade da vida que temos, noção que os irracionais não possuem, exatamente porque, destituídos de espírito eterno, não sabem o que é eternidade nem a pressentem. Sua realidade é toda circunscrita ao corpo que possuem, com suas características, seus atributos e necessidades, reguladas por algo que está fora deles, mas de que não têm a mínima noção. Por isso, também, não têm eles religião por não sentirem a necessidade de se religar a alguém, de vez que não praticaram o que, em nossa tradição judaico-cristã, é designado como pecado original. Para eles, portanto, a conjugação sexual entre macho e fêmea é induzida pelo instinto, no período do cio, e o aspecto sensorialmente gratificante é tudo o que exprime o ato multiplicador da espécie, segundo o que, fora deles, e sem que eles cogitem disso, dispõe, assim, a realidade do que eles representam no mundo criado. Daí as expressões por nós destacadas dos parâmetros oficiais que devem orientar a nova disciplina a ser introduzida no primeiro grau, já a partir do próximo ano letivo. Daí as interrogações colocadas por nós entre parênteses depois da expressão sexualidade humana. Interrogações cujos motivos ficam, supomos, agora inteligíveis para os que nos honram lendo estas linhas e, nelas, as idéias que submetemos ao exame da sua inteligência e da sua consciência. 46
"INTERNETENS"
audações a todos os equipistas do Brasil. Gostaria de poder co-participar com todos vocês, de norte a sul do país. Porém, infelizmente, ainda não é possível. Recentemente me cadastrei a um provedor da Internet (empresas que to rnam possível o acesso à grande rede internacional), e fiquei deslumbrado com as possibilidades de comunicação que esta me oferece. Além de poder ter acesso a conventos, mosteiros e bibliotecas nacionais e internacionais, posso estabelecer contato, através de diálogos "on line", com pessoas do Brasil e do exterior e, da mesma forma, posso estabelecer troca de correspondências, com destino instantâneo, através do correio eletrônico. Aos poucos, essa febre da Internet estará conectada em todas as instituições e, só não digo tam-
S
bém a todos os cidadãos, porque, infelizmente, o acesso a esta experiência obrigatória no mundo profissional, está fadado a afunilar-se, tornando maior o exército de excluídos neste país. Mas isso é outro assunto, que vai transformando aos poucos, a nós cristãos, em missionários pela democratização da informática, tarefa que deveria ser do Estado. Mas os conventos, arquidioceses, fundações e várias outras instituições nos permitem consultar livros e documentos sem sair de casa, possibilitando-nos, assim, um caminho mais fácil para nossos enriquecimento cultural e religioso. É pena que ainda me sinto um "internauta" (apelido dado a quem navega na Internet) solitário nesta grande teia composta de bobagens. Estou me referindo às salas de "bate-papo", serviço que permite a
47
-
O correio eletrônico deveria ser mais difundido e usado como forma de coparticipação inter-regionais. Poderíamos, através deste correio, trocar idéias sobre as diversas experiências de equipes no Brasil e no mundo; trocar idéias sobre assuntos diversos e, ainda, dividirmos nossas dificuldades e orientações acerca dos PCEs.
so a toda conversa. Outro instrumento importante é o correio eletrônico. Muitos equipistas devem ter este serviço. Deveria ser mais difundido e usado como forma de coparticipação inter-regionais. Poderíamos, através deste correio, trocar idéias sobre as diversas experiências de equipes no Brasil e no mundo; trocar idéias sobre assuntos diversos e, ainda, dividirmos nossas dificuldades e orientações acerca dos PCEs. Se isso for possível, aí está o meu endereço eletrônico.
E-mail: saulocd
@
uol.com.br
Gostaria de saber, também, se o Movimento possui alguma Home Page (página para ser visitada na Internet). Se possui, gostaria de obter o endereço. Saudações em Cristo e Maria.
Cláudia e Saulo Região Rio I- Equipe 41- Setor B Tel: (021) 595.2729
comunicação "on line" com quase todos os países do mundo. Neste espaço, que poderia ser de extrema riqueza nas relações humanas. Para nós equipistas, as salas de batepapo, além de serem um instrumento de comunicação, poderiam ser um instrumento de evangelização, já que todos que estão conectados naquele momento, neste serviço, têm aces-
I N. da R.: O Secreta riado Nacional das ENS foi, recentemente, conectado à Internet. Nosso endereço é: equipes
48
@
virtual-net.com.br
JoÃo PAuLo
11:
juBILEU SAcERDOTAL
comemoração dos 50 anos e sacerdócio do Papa, neste ês de novembro, constituise em data festiva e de grande júbilo para a Igreja Católica do mundo inteiro. O que pensa, ensina e escreve sobre o Sacerdócio Ministerial vocação, missão e vida vem enriquecendo, de modo substancial, areflexão teológica e pastoral. E tem fortalecido em todos nós, padres e bispos, a fidelidade no seguimento do Senhor e feito crescer a visão de fé dos fiéis sobre a pessoa dos seus pastores. Não há quem não respeite, admire e louve João Paulo II, pela sua doação de corpo e alma, e com extremado amor, ao serviço pastoral pelo qual manifesta, de modo a fazer o mundo compreender, o que significa ser padre. Ser padre é o que mais caracteriza sua vida e o realiza. No desempenho de sua alta função e pesadas tarefas de chefe da Igreja, abre tempo para ministrar o batismo, sentar-
se ao confessionário, visitar hospitais, leprosários, presídios, acariciar crianças, encontrar-se com jovens, trabalhadores, intelectuais. Não só recebe em audiências e a todos acolhe semanalmente na Praça de São Pedro. Mas vai até eles, como verdadeiro missionário. Nos vôos intercontinentais e nas andan-
ças por dioceses, lembra Jesus de N azaré que também "ia de aldeia em aldeia e de casa em casa". Percebemos que ele se sente bem, e bem melhor, quando viaja, com ou sem saúde. Quando "vai trabalhar pelo mundo afora". E com "esse jeito novo de levar a luz e de profetizar". Inaugurou um novo estilo de ser Papa, de "apascentar as ovelhas e os cordeiros" sem distanciar-se de ser padre segundo a definição da Carta aos Hebreus: "alguém destacado do meio dos homens e constituído para servi-los no que os conduz a Deus". Documento recente, a Carta Apostólica, intitulada "Advento do Terceiro Milênio", despertou a Igreja, em todos os recantos da Terra, para as celebrações de 2000 anos do Nascimento do Filho de Deus na História dos homens. Projeto ousado, concreto e detalhado da Evangelização, expressão e forte eco do supremo desejo do Senhor e Mestre em sua Oração Sacerdotal: "Pai, não te peço só por eles (meus discípulos), peço também por aqueles que irão acreditar em mim por causa da palavra deles (meus discípulos) para que todos sejam um, como Tu estás em mim e eu em Ti" (Jo 17, 20). A data comemorativa do Jubileu Áureo Sacerdotal de João Paulo II (10.11.96) é feliz oportunidade de agradecer-lhe por estar realizando, na força de Deus e na fragilidade humana, sua missão, confiada por Cristo, de "servo dos servos de
Percebemos que ele se sente hem/ e hem melhol/ quando viaja/ com ou sem saúde. Quando //vai trabalhar pelo mundo afora/~ E com //esse jeito novo de levar a luze de profetizar/~
Deus". Agradecer-lhe, especialmente, por ocasião desta data, a Exortação pós-sinedal: "Pastoris dabo vobis", gesto inspirado de paternal solicitude para com a formação, vida e ministério presbiteral. Agradecer-lhe, ainda e por que não, a delicadeza pastoral pela Carta aos Padres, por ocasião da quinta-feira santa, dia da instituição do sacerdócio, nos dirigindo desde o início do Pontificado. Alegres, atenderemos ao pedido que nos fez, na Carta deste ano, para nos associarmos ao seu pessoal sentimento de Ação de Graças pelas maravilhas que o Senhor operou em sua vida e por seu fecundo Ministério Sacerdotal.
Dom Eduardo Koaik Bispo Diocesano de Piracicaba - SP 50
Essa mãe chamada Maria,
Ornei la Accatino, Ed. Santuário, 1996, 94 pg.
Pela primeira vez, um livro que fala de Jesus tem Maria como protagonista. Uma mãe que espera o filho anunciado, que o traz ao mundo, que o assiste e que o segue na infância, na adolescência, na maturidade escondida e orante, na vida pública, no martírio. Uma mãe que assiste, assustada, a sua morte, arrebatada de alegria à notícia de sua ressurreição, que participa, ativamente da vida da jovem comunidade cristã. A relação mãe-filho, descrita pela autora com trepidante e intensa participação, faz deste livro breve uma vibrante pesquisa sobre o amor. É livro para ler e reler, para ter sempre ao lado, como livro de cabeceira.
51
ROTEIRO DE CElfBRAÇ0ES DoMINICAIS
4>
CNBB
~-
Roteiro de Celebrações D ominicais - Ad-
vento e Natal de 1996, CNBB, Ed. Salesiana Dom Bosco, 1996, 68 pg.
Este livreto faz parte da série "Rumo ao Novo Milênio - Ao encontro do Senhor que vem" . Trata-se de um Roteiro de Homlias do Projeto de Evangelização da Igreja no Brasil em preparação ao Grande Jubileu do Ano 2000. Além de uma introdução com sugestões para maior proveito, o livreto contém, em cada um dos capítulos, roteiros para o lo. Domingo do Advento, Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora (2° Domingo), 3° e 4° Domingos, Natal de N.S. Jesus Cristo, Domingo da Sagrada Família, Solenidade da Santa Mãe de Deus, Epifania do Senhor e Batismo do Senhor. Ciente de que "a Liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, fonte donde emana toda a sua força", a CNBB quer, com este subsídio, destacar a importância dada à dimensão celebrativa no Projeto Rumo ao Novo Milênio.
PALAVRA DE DEU
ENOVA EVANGEUZA~O ANO A · AOlUWS
~
I
. .
de Palavra Deus e Nova Evangelização -Ano A, Rotei-
ros (76 pg), . Leituras (166 pg.) - Volume 1 - Advento I Natal - 2o. ao 8o. Domingo Comum, Alberto Luiz Aguirre, Editora Santuário, 1996. Com este pequeno volume, a Editora Santuário inaugura um projeto que há muito tempo desejava realizar: oferecer subsídios que enriqueçam as celebrações litúrgicas dos domingos e solenidades que ocorrem durante o ano. Estes subsídios são apresentados em dois livros distintos: um de leituras e homilias que ajudarão especialmente aos sacerdotes; outro de roteiros para as celebrações, que servirão às equipes de liturgia e aos
comentaristas. Cada livro constará de três volumes para cada ano litúrgico (A, B, C). O primeiro volume traz o tempo do Advento, Natal e os primeiros domingos do Tempo Comum (2o. ao 8o.). O título "PALAVRA DE DEUS E NOVA EVANGELIZAÇÃO" é o mesmo para cada ano litúrgico. E a referência à Nova Evangelização tem a finalidade de despertar a consciência de todos os católicos para a missão evangelizadora da Igreja, salientando sua importância nos tempos atuais. Levando em conta que há poucas publicações de subsídios para as celebrações litúrgicas, a Editora espera que este projeto seja do agrado de todos e possa ajudar muito os sacerdotes, as equipes de liturgia, os comentaristas, os grupos e movimentos de Igreja e também as pessoas que se preocupam em aperfeiçoar-se na oração e na meditação da Palavra de Deus.
NOTA: Caso os nossos leitores não encontrarem nas livrarias os livros sugeridos nesta seção, poderão solicitá-los, diretamente, e via reembolso postal (qualquer que seja a editora) para: Santuário 1900- Caixa Postal 4- 12570-000, Aparecida, SP. Não precisa selar. No lugar do selo, escreva:
"TAXA PAGA". Se preferirem, telefonem para: (012) 565-2140.
52
71 ~
A
PEDRA E o FENO ~
A
pedra e o feno conversavam dentro da gruta, e um boi escutava. Era uma noite fria e o vento soprava rijo. A pedra gabava-se de sua força, de sua estabilidade e resistência: "Por isso posso abrigar homens e animais. Para eles tenho sido casa, utensílio, adorno, arma ... ". "E eu tenho sido alimento e cama", retorquiu humildemente o feno Disse a pedra: "Mas você se deixa devorar, bater, pisar por todos" Respondeu o feno: "É verdade, mas sinto-me feliz em ser útil. Você também. A gente só é feliz quando se dá". A pedra concordou: "Lá isso é verdade, feno. Há em você uma grande sabedoria. Acho que é por ser tão modesto". O boi ouvia, tranqüilo e ia ruminando a filosofia das coisas. Mas, de repente, fez-se um grande silêncio. A pedra, o feno e o boi sentiram um frêmito de espanto inexplicável. O vento cessara. Parecia que toda a natureza entrara em êxtase. A pedra sentiu a sua frieza e orgulho e chorou. O feno encolheu-se mais e sussurrou: "As estrelas estão cantando!". Aí, ouviram-se passos. Um homem entrou na gruta. Seguiam-no uma mulher e um burrinho. E o homem falou. Havia na sua voz o marulhar de um riacho na floresta: "Meu bem, aqui estamos abrigados. Temos um rochedo firme e palha quente. Você terá mais conforto aqui". A mulher sorriu. Os animais e as coisas perceberam que o mundo estava mudando, mas não sabiam por que. O homem conduziu o burrinho para o fundo da gruta e o aliviou de sua leve carga. Depois, deu com os olhos numa manjedoura. "Olhe meu
bem, temos onde deitar o menino. É palha fresquinha para o seu colchão". A pedra e o feno se entreolharam. O que havia na voz daquele homem? As estrelas continuavam cantando. Mais tarde, o homem, sentado contra a rocha, entregara-se a um sono vigilante. Os animais mal se moviam. Na manjedoura, o recémnascido dormia aconchegado, uma palhinha entrelaçando o minúsculo polegar. E, junto dele a mulher dormia também, estendida sobre o chão, uma das mãos como que a embalar o rude berço. Sob a sua cabeça a pedra e o feno se abraçavam. E a gruta lhes parecia um céu cheio de estrelas. E Deus olhou e viu que tudo era bom. A pedra tinha razão quando afirma va ser forte, resistente, inabalável. Podia ter dito mais. Não esgotou as suas qualidades. Mas não falou das suas deficiências. Foi preciso algo mais para se reconhecer fria e orgulhosa e chorar a sua pobreza. O feno tinha razão: alimenta, agasalha e faz mais do que isso. Tem também a sua grande fraqueza e vulnerabilidade. Se falasse mais, haveria de admitir. E, talvez por ser tão modesto, não valorizasse bastante os seus predicados. Como nós. Custa-nos ser sinceros conosco mesmos e com os demais. Admiramos facilmente as nossas qualidades e desprezamos as dos outros. Ignoramos ou fingimos ignorar as nossas fraquezas. Ou desanimamos, centrando-nos nelas, esquecendo todos os dons maravilhosos de que somos dotados. Não nos foi possível identificar o (a) autor (a). Pedimos que se revele.
53
~
,
-1 ~
_
FESTA DE NATAL EM FAMÍLIA
unir a farm1ia para comemoar o nascimento de Cristo está ''Eu gosto do ada vez mais difícil. Um viNata~ porque aja, outro tem que passar o Natal é uma época com a mãe dele(a) , sem falar nos em que a gente "compromissos" com os presentes. Maria e José Aquino Equipe reúne toda a 1 D, São Paulo- SP, contaram-nos família/ o suas experiências e convidaram o pessoa/tem neto Rogério , de 16 anos, para outro tipo de conferir e complementar os depoimentos. conversa/ é Para permitir a presença de tomais legal .. " dos os filhos, genros, noras e nediz Rogério. tos, marcam a reunião de Natal da Família, para um final de semana anterior ao dia 25, que começa sempre com a participação na missa. manas antes do Natal. Eles "invenMaria convida os netos para a tam" a festa e fazem toda a prepreparação da festa, algumas se- paração , com a ajuda dos avós. 54
Cada ano é diferente. Já fizeram leitura de textos, teatrinho e canções natalinas. As crianças decoram a sala, enfeitam a árvore de Natal e montam um lindo presépio. A melhor coisa que tem é envolver as crianças na festa e, portanto, também na sua preparação. Eu gosto do Natal, porque é uma época em que a gente reúne toda a família, o pessoal tem outro tipo de conversa, é mais legal... diz Rogério. O Na tal do ano passado foi especial! Enquanto preparavam o presépio, a neta Sofia, de 5 anos, perguntou: "Por que o Menino Jesus nasce todo ano? " Perplexidade! Pensam os outros netos que a resposta à pequena Sofia deveria ser dada por um adulto. Rogério exclama: Por que não pedir a resposta no dia da festa? Foi então que decidiram que cada neto deveria fazer uma pergunta para ser sorteada entre os adultos, no dia. A pergunta de Sofia e outros como: Será que Nossa Senhora deixou uma janela aberta para o anjo entrar? Que história de anjo é esta? Por que ele nunca apareceu para mim? Quem viu primeiro Jesus no presépio? O que significa o Natal para você? Os adultos passaram por um grande apuro! Segundo Rogério, as respostas nem sempre foram convincentes, a ponto de, ao final, perguntarem ao José: Está certo, vovô? Mas, o bonito foi que todos participaram!
Para mim, o Ano Novo começa no Natal, muita coisa muda depois deste dia. Para cada um dos netos, Maria fez uma "meia" de feltro, onde o vovô deposita um cheque no valor total dos oferecimentos de todos os adultos, para que cada neto compre seu presente. Com isto, evita-se a comparação, reduzindo-se a preocupação com o "material", e não há troca de presentes entre os adultos. Para mim, o Ano Novo começa no Natal, muita coisa muda depois deste dia, diz Rogério. Esta festa torna-se tão envolvente que agrada aos netos. Rogério diz que é uma festa "legal", que para ele o espírito de Natal acentua a fraternidade. Sente que este período é um período de reflexão e mudanças. Faz planos para o novo ano e tem vontade de ler. Que benção ter uma família como a da Maria e José Aquino! Mas são os seus exemplos, a dedicação, o amor, a fraternidade, a criatividade, a caridade e a humildade que propiciam tanto carinho e retribuição dos filhos e netos.
55
Rita e Gilberto Equipe 8 B - São Paulo - SP
(•))
I E o Nosso
NATAL EM FAMÍLIA,
CoMo VAI? atal! Mais uma vez, o nosso mem, e aceitamos a sua presença em pensamento se volta para a nossa vida, vamos nos preparar para maravilhosa festa do Natal de a data magna da Cristandade: a fesJesus. ta do Natal de Jesus. Neste sentido, Enquanto aguardamos o Natal de a Bíblia e a Liturgia se unem para Cristo, como está sendo a nossa pre- nos lembrar o Advento. O Advento paração, o nosso modo de viver? Je- propicia-nos uma reflexão renovadosus Cristo é verdadeiramente ama- ra, ou seja, uma verdadeira natalidado e respeitado dentro da nossa fa- de pessoal através do caminho da fé, do amor, da esperança. Sim, o Admília? vento é o tempo da esAs palavras do Properança. Já é hora de feta Isaías chamam-nos despertar do sono, de a atenção para este Advento abrir os olhos para ver grande acontecimento: e abrir os ouvidos para "O deserto e a terquer dizer ouvir; é hora de abrir o ra árida regozijar-sevinda, coração para amar. ão. A estepe vai alechegada. Advento quer dizer grar-se e florir. Como Compreende vinda, chegada. Como lírio, ela florirá , preende as quatro semaexultará de júbilo e grias quatro tará de alegria. A glósemanas que nas que antecedem o e destina-se à oraria do Líbano lhe será antecedemo Natal ção, à leitura bíblica e dada, o esplendor do Nata/e ao esforço sincero de Carmelo e do Saron; será vista a glória do destina-se à conversão. São quatro Senhor e a magnifisemanas de renovada oração, à esperança na preparacência do nosso Deus. leitura ção do encontro com Fortificai as mãos bíblica e ao Cristo, que veio para desfalecidas, robusesforço nos salvar. Tempo para tecei os joelhos vacivalorizar mais a nossa lantes. Dizei àqueles sincero de para dar-lhe um vida, que têm o coração conversão. sentido mais elevado. perturbado: 'Tomai Tempo de nos despojarânimo, não temais, eis mos das obras das trevas e nos vestir o vosso Deus... "' (ls 35, 1-4). Meus irmãos, nós que acredita- com as armas da Luz, caminhando mos em Deus, que sabemos que Ele honestamente como em pleno dia, reé o nosso Pai, nós que acreditamos vestindo-nos de Nosso Senhor Jesus em Cristo, o Filho de Deus feito H o- Cristo.
N
56
Abençoado o tempo servir e não para ser serdo Advento, que vem vido e, com esta atituAbençoado o trazer para todos nós a de, ele nos ensina o protempo do oportunidade de dar cedimento que devemos Advento, que ter para com o irmão. mais um passo na busca de Cristo Jesus que vem trazer Nós que acreditamos vem nos salvar. Tempo em Jesus Cristo, contipara todos de esperança, de renonuamos a ouvir as panós a vação, de ver a grande lavras de João Batista, oportunidade luz que resplandece nas pregando ainda hoje petrevas. A certeza da vinde dar mais las grandes cidades: da do Messias faz nasum passo na "Convertei-vos, pois cer em todos nós sentiestá próximo o Reino busca de mentos de esperança e dos céus". Cristo Jesus alegria. É o Natal que A vida cristã no que vem nos mundo precisa ser uma se aproxima. Meus amigos, não afirmação corajosa da salvar. vamos apenas contemmensagem de Cristo: Tempo de plar: vamos realizar o amor, solidariedade e esperança, grande acontecimento caridade. O cristão vive de de nossas vidas e, para a mensagem do amor: tanto, vamos nos preparenovação, "Amai-vos uns aos ourar com sinceridade, tros assim como Eu vos devera simplicidade e decisão. amei". Com estas palagrande luz A vida cristã no mundo vras, Ele nos ensina que é uma contínua pregacomo se deve amar, reção, testemunhando que resplandece velando o segredo da Jesus está presente em verdadeira felicidade. nas trevas. todas as nossas atitudes. Vamos nos apressar caSomos chamados a dar minhandoaoseuencontestemunho de Cristo, Luz do mun- tro, revestidos de bons sentimentos, do, para o esforço de uma conver- de mansidão, de paciência, de benigsão, a cada momento de nossa vida, nidade e compaixão, pureza e amor. e o Advento é o grande e transfor- Vivamos com alegria a mensagem da mador encontro do Natal. O Senhor salvação, amando-nos uns aos outros já veio, mas está para se tornar mais assim como Cristo nos amou. Quanpresente entre os homens: um dia virá do pomos a confiança em Cristo Jena sua glória. sus, atravessamos a escuridão das inJesus Cristo vem, vem trazendo certezas com os passos firmes . amor, esperança e paz. Ele quer enAdvento, tempo de renovação! O sinar a lição da humildade que todos Advento nos traz coragem, desperta nós devemos aprender. Ele vem para dentro de nós aquela certeza de que
57
Deus nos consola em toda aflição, para que, pela consolação que recebemos d'Ele, possamos confortar os outros em qualquer adversidade. Neste tempo de Advento, de expectativa de Natal, devemos crescer no conhecimento de Cristo e acolhêlo. E para acolhê-lo, o nosso coração deve transbordar de amor, pois o amor é a luminosa manifestação da presença de Deus em nossa vida. Cristo é sempre uma presença da luz, da paz, da alegria na convivência humana. Não existem mágoas, rancores, tristezas onde o amor está presente. O Advento convida-nos para a prática da bondade, que deve ser pura em todas as suas manifestações; convida-nos para uma revisão de vida: estamos realmente correspondendo aos nossos compromissos assumidos no Batismo? Advento, tempo de esperança,
coragem e alegria! São Paulo nos diz: "Pedimo-vos também, irmãos, que corrijais os inquietos, consoleis os pusilânimes, suporteis os fracos, sejais pacientes com todos. Vede que nenhum retribua o outro mal por mal, mas procurai sempre Jazer bem entre vós e para com todos. Estai sempre alegres. Orai sem cessar. Por tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Jesus Cristo em relação a todos vós " (1 Ts 5, 14-18). Amigos, como vocês estão vivendo o Advento? Um acontecimento tão marcante na história de nossas vidas exige uma especial preparação. Vamos viver inteiramente toda a beleza do Advento e, ao mesmo tempo, preparemos os outros para o grande e transformador encontro do Natal. Só assim os nossos corações exultarão em festa.
É festa cada vez que aumenta a esperança de um amor mais real entre os homens. É festa quando a gente esquece o ultraje, lembrando que só o amor é definitivo. É festa cada vez que as ofensas são esquecidas e os sentimentos tornam-se mais fraternais. É festa cada vez que cala a mentira e cresce a voz da verdade e da justiça. É festa no coração daquele que distribui amorosamente uma amizade contida. Festa, Amizade. É o Amor! É Luz! É Perfume! É Natal! Ame! Feliz Natal!
CNBB 58
SuPERAR A P ASSAGEM oo TEMPO contecendo uma semana antes do final do ano, o Natal marca especialmente o tempo que passa. Quanto mais idade se tem, mais se sente essa passagem ... Recordamos os Natais da nossa infância. Um aperto de saudade reanima a lembrança de pessoas queridas que passaram ... Vivermos num instante que passa! Se pararmos, ficamos para trás ... Deus nos concedeu o dom de sermos mais ágeis, mais dinâmicos que o tempo. Criou-nos à sua imagem e semelhança (Gn 1, 27). Deu-nos uma vida interior, espiritual , donde brotam forças de confiança, de esperança, de amor. Temos a graça de poder avançar, superar, projetar e ser como o vinho: quanto mais tempo, melhor: e de ser como os santos: quanto mais vida, mais amor! A passagem do tempo lança poeira: de descrença, de desânimo, de acomodação, de medo de amar. Celebrar o Natal cristãmente, sentindo o amor de Deus no Menino, é receber um forte jato de fé e de esperança que leva embora a poeira. O amor divino perto de nós, quase pronto a vir à luz, no ventre de Maria, quase chegando a Belém, renova no coração a coragem para
A
a caminhada, muda o fim em começo, torna a passagem nascimento. A passagem do tempo não é sofrida pela falta de quem se esperou. Dia a dia já sabemos que o Natal aconteceu é verdade! O Menino está perto de nós! Não importa ao cristão que o tempo passe, pois o Natal inseriu sua existência no definitivo: esse amor divino encontrado no Menino e aconchegado carinhosamente no presépio do coração!
Feliz Natal!
Nancy e Benjamim Campinas - SP 59
I·~ As
QuATRO TRIBOS
" anta-se que quatro tribos es- O terceiro, movido pela mesma ancolheram seus melhores re- siedade, abriu sua bolsa recebendo resentantes a fim de que lhes imediatamente toda riqueza do munfossem concedidos seus desejos par- do, como ainda estava num barco, ticulares, junto a um grande feiticeiro atravessando o rio, afundou-se afoque vivia solitário em alta montanha. gado em seus próprios tesouros. Após enfrentarem muitos periConta-se, que apenas o gos, encontraram-se com esta impor- quarto jovem se conteve, camitante e estranhamente dócil figura nhando dias nas mesmas 'trihumana, que lhes realizaria as neces- lhas' de volta para casa, sentousidades, para se tornase com seu povo, rem ainda mais imporpartilhou sua história tantes. e recebendo a admiQue seu Sentados, à moda ração de todos, abriu coração se indígena, ao redor da a bolsa que estava alegr~ fogueira, aquecidos e absolutamente vailuminados, os quatro zia... dentro dela repleto de expuseram seus desenada saía... entretanbons to, quase imediatajos; o primeiro gostaria sentimentos. de ser eterno; o segunmente a cabeça daquele jovem encheudo, o maior homem do mundo; o terceiro, posse de bons pensasuir toda riqueza da terra, e o quarto mentos, seu coração de bons simplesmente gostaria de poder aju- sentimentos e, finalmente , seus dar efetivamente seu povo. braços carregados de energia, Sem mistério, o ancião entregou voltaram-se para a construção a todos uma pequena bolsa de cou- do bem. Assim, mudou sua vida ro garantindo-lhes a satisfação de e mudou a vida de seu povo, seus desejos, desde que abrissem cumprindo-se o desejo expresso aquele presente apenas quando já ao bruxo ". estivessem junto de seus respectiHoje, é meu desejo que, ao revos povos. ceber esta mensagem de NATAL, Apressadamente, cada um vol- sua cabeça se encha de bons pensatou, carregando o enorme tesouro de mentos, seu coração se alegre, rever seus desejos bem próximos a se- pleto de bons sentimentos e que seus rem realizados. Entretanto, o primeiro braços se empenhem, com renovanão se conteve e abrindo sua bolsa, da esperança, na prática do bem. antes chegar à sua tribo, transforAssim teremos NATAL e assim mou-se em uma enorme pedra; igual- faremos um ANO NOVO. mente o segundo, que se transformou na mais alta árvore da floresta. Pe. Rubens Pedro Omi
60
CARTA A JESUS CRISTO
Era minha intenção mandar um bonito cartão pelo seu aniversário. Mas um cartão não pode dizer tudo o que a gente sente. Por isso, saiu-me do coração esta longa carta. Confesso que, vendo as coisas que acontecem nestes dias, sinto uma tristeza sem fim, e agora vou desabafar com Você. No dia 25 de dezembro, você completa nada menos que 1.996 anos. E há gente que vai dizendo por aí que Você ficou "velho e esquecido". Gente que foi batizada em seu nome e roubou-lhe o nome de cristão. Você nasceu pobre. Hoje em dia todo mundo tem um medo tremendo da pobreza. Mas é lógico: os pobres continuam sendo pisados pelos poderosos. Você freqüentava o templo desde criança. Agora, os que se dizem católicos esqueceram o caminho da Igreja. Eles freqüentam mais o bar, a praia, o clube, o shopping, o estádio, o motel.. . Você amava e curava os doentes. Hoje temos muitos médicos materialistas e curandeiros "dinheiristas". E muita gente, em nome da raça pura, discute sobre a legalização da eutanásia e aborto provocado. Você pregava o perdão para todos. Em nossos dias a vingança, o seqüestro e o crime são organizados em sindicatos. E nas guerras quem mata mais é chamado de "herói". Você amou até a morte na cruz. Hoje, a sua imagem de crucificado é montada em ouro e prata e serve como enfeite para cobrir muitos peitos sem coração.
61
Você ressuscitou e voltou para o céu. Agora muitos dos que se dizem seus seguidores, afirmam que com a morte acaba tudo. O céu deles é o ventre, o paraíso deles é aqui mesmo, com bastante dinheiro e muito prazer. Você prometeu voltar. Olhe amigo velho, não volte agora, não!. ..Os Pilatos, os fariseus, os Caifás deste final de Século XX iriam judiar de Você outra vez. E com um agravante bem mais triste do que a sua cruz. Entre uma parábola e outra, entre uma estação e outra da sua Via Sacra, eles iriam colocar os seus comerciais de "Esbelt" que emagrece um quilo por semana, de "Sabão Viva" que lava até as mãos de Pilatos, de "Sempre Livre", de preservativos, carros, cigarros e cachaças ... Não volte agora não, viu? Espere mais um pouco. Quem sabe talvez um dia os homens entendam que O Seu Sangue não podia ter sido derramado em vão! Até breve! Aquele abraço de alguém que quer ser seu (sua) admirador (a)! P.S. : Ah! , Cristo amigo, com tanta coisa p'ra dizer, quase estava me esquecendo:
hftzf11ftÍfele-~~;o
~~atHJei,l Colaboração de Vanilde e Menezes Setor A São José do Rio Preto-SP
62
CÂNTICO DE ZACARIAS - Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, * porque visitou seu povo e o libertou; na os
e suscitou pa ra nós poderoso Salvador, * casa de seu servo Davi, conforme promete ra pela boca de seus santos, profetas dos tem pos antigos,
*
-para nos libertar de nossos inimigos, * e da mão de qua ntos nos odeiam. = Assim fez misericórdia a nossos pais, 'Ü' lembrando-se de sua santa Aliança, * do juramento feito a Abraão, nosso pai; = de nos conceder que, sem temor,
libertados das mãos de nossos inimigos, 'Ü' nós o sirvamos em justiça e santidade, * sob seu olhar, todos os nossos dias. = E tu, menino serás chamado profeta do Altíssimo, 'Ü'
pois irás à frente do Senhor * para preparar os seus caminhos, - para anunciar a seu povo a salvação, * pela remissão dos pecados; - pelo amor do coração de nosso Deus, * Sol nascente que nos veio visitar. = Luz do alto para os que se acham na treva, 'Ü'
que jazem nas sombras da morte, * guia para nossos passos no caminho da paz. Glória ao Pai ... (Oração do tempo presente)
63
" N o princípio era o Verbo"; fora isso só havia um infinito e insondável caos de energia dispersa e matéria amorfa. Mas o "Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus" e a partir daí "tudo era feito por meio dele ", inclusive esperando que fosse para sua maior glória, o homem. Que decepção! "O que foi feito nele era a vida", mas o homem preferiu a morte; "era a luz", mas ele optou pela escuridão, "pois suas obras eram más". Ao redor do homem tudo era perfeição; no seu interior, entrincheirada por detrás de sua liberdade, a desordem ousou persistir. Na sua alma habitava o egoísmo, a destruição, a infidelidade, a pouca memória para as coisas de Deus. Mas agora o Verbo se fez homem e está morando no meio de nós. Veio para que TODos tenham vida inteira novamente , isto é, repleta de amor, de paz, de felicidade em abundância. Veio para oferecer outra vez o seu projeto inicial, único capaz de tomar possível a reconstrutão e a reinauguração do paraíso na terra. Se escutarmos a sua voz e afi armos com Ele vai nos olhar, olhar para o mull'hiliD, "Agora sim, finalmente, está TUDO Feliz Natal.
64
MEDITANDO EM EQUIPE A grande força da Equipe de Nossa Senhora está em ela ser pequena Comunidade-Igreja, que o Cristo por seu poder reúne ao seu redor, fazendo-a comunidade de gente salva e salvante. Leitura: Atos dos Apóstolos 2, 42-47
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
MEDITAÇÃO: Repita as palavras do texto, aplicando-as à sua Equipe. • Que falta para sua Equipe corresponder ao retrato traçado? • Que você pode e vai fazer para que ela seja uma "comunidade apostólica"? Louve, agradeça, peça, espere ...
•••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••
ORAÇÃO LITÚRGICA: MEUS IRMÃOS, MINHAS IRMÃS Senhor, como é bom a gente viver a união do amor de irmãs e de irmãos na sua casa de pai. É como o perfume da vida, é como a bênção do orvalho, é como o começo na terra do céu que esperamos no céu.
(FI. Castro sobre o Salmo 133)
Atitudes de Vida: • Procura Assídua da Vontade e do Amor de Deus • Procura da Verdade • Vivência do Encontro e Comunhão
Equipes de Nossa Senhora M ovimento de Casais por uma Espiri~u a lid ade Conjuga l e Famili ar
Rua Luis Coe lho, 308 - 5º andar - cj 53 CEP: 01 309-000 São Paulo-SP Fone: (011 ) 256.1212 Fax: (01 1) 257.3599