ENS - Carta Mensal 498 - Maio 2016

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Ano LVI • maio • 2016 • nº 498

Deus quis que a salvação viesse ao mundo pelos carinhos de uma mãe

Igreja Católica

Festa da Ascensão do Senhor

1950-2016

66 anos das Equipes no Brasil Mãe de Cristo e da Igreja Retrato de Mãe

Maria


ÍNDICE 01 editorial 02 03 04 05 07 08 10 11 12 15 16 18 19 20 21 24 25 26 27 28

super-região Pentecostes: Festa da unidade Êxodo Sem temor diante da exigência Santíssima Trindade

correio da ERI Primavera de 2016 A devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Igreja Católica Festa de ascensão do Senhor Dai-me o Espírito Santo Festa de Corpus Christi Babel ou Pentecostes Encontro mundial das famílias

Maria Mãe de Cristo Mãe da Igreja Retrato de Mãe

vida no movimento Província Norte Província Nordeste Província Centro-Oeste Província Leste Província Sul I Província Sul II Província Sul III

raízes do movimento

29 30

O Início das Equipes no Brasil Grupos de Combate

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A Espiritualidade Conjugal e o Padre Caffarel

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Os Desígnios de Nossa Senhora O Terço das crianças Eternamente sim! Você está consciente do seu testemunho de fé?

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Cinco valiosos motivos para rezar todos os dias Correção Fraterna um puro ato de amor! Diálogo. Leia-se: Dever de Sentar-se

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Imagem da Trindade Não Temos Tempo!

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acervo literário do Padre Caffarel

testemunho

partilha e PCE

reflexão

formação EEN - Encontro de Equipes Novas

45 notícias 48 dicas de leitura

Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

no 498 • mai 2016

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622) Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira. com - Responsável: Ivahy Barcellos - Fotos capa e pp: 36, 40, 41 Can Stock Photo - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta Edição: 25.600 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


editorial Queridos irmãos equipistas, No dia 13 de maio de 1950, seis casais se reuniram ao redor de uma mesa, presididos por um sacerdote. Iniciava-se ali a primeira reunião das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. 66 anos depois, agradecemos a Deus pelas ENS, as graças derramadas em nossos casais, famílias, e por tudo que nos tem concedido na vivência da Espiritualidade Conjugal. É com esta bênção que, após as Solenidades Pascais, chegou a vez de vivenciarmos a Santíssima Trindade, Pentecostes e Corpus Christi, além de homenagearmos Maria, mãe de Cristo e mãe da Igreja. O mais sublime exemplo de fé e de confiança em Jesus Cristo. Por meio do Correio da ERI, teremos a oportunidade de conhecer o Casal Ligação para a Eurásia, Helena e Paul Mc Closkey, além da mensagem do Pe. Jacinto. Na trilha da formação básica do equipista, temos um artigo sobre o Encontro de Equipes Novas, tão importantes para finalizar com chave de ouro a Pilotagem. Por fim, gostaríamos de deixar para as mães, no mês em que são homenageadas, uma palavra de agradecimento e carinho. Ser mãe é carregar no corpo o dom da criação, a dádiva da vida, e no coração um amor que não conhece limites pela vida toda. Ser mãe é chamar a si a maior e mais divina responsabilidade. É ter no colo o poder de acalmar; no sorriso o poder de confortar. Ser mãe é ser estabilidade e fortaleza, mesmo na incerteza e no sofrimento. Ser mãe é tudo isso e muito mais, mas acima de tudo é ter a capacidade de amar incondicionalmente seus filhos. Feliz dia das Mães! A paz e alegria do Cristo ressuscitado. Fernanda e Martini CR Carta Mensal

Tema: “Ousar o Evangelho - VIVER A MISSÃO COM ALEGRIA” CM 498

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super-região

Pentecostes: Festa da Unidade “...veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso ...então, línguas como de fogo... pousaram sobre cada um deles...” (At 2, 3-4)

Participei de um casamento certa vez em que os noivos contrataram um cantor bastante famoso (tinha até CD g ravad o ! ). Q u a n do ele co meço u a ca n t a r, n o coro da igreja, todos os convidados viraram para trás e começaram a admirá-lo e ninguém mais prestou atenção na cerimônia. Acabando o casamento todos foram pedir autógrafos, tinha mais gente cumprimentando o cantor que os noivos. Perguntei a alguns amigos o que tinham achado da celebração e a maioria dizia: “Foi linda, como ele canta bem!”, “Que voz tem esse rapaz...”, “Que ritmo...”. A Festa de Pentecostes passa pelo mesmo problema desse casamento. Se nós achamos que o mais importante de tudo está em At 2, 2-3: vendaval, ruídos, línguas de fogo... corremos o risco de não compreendermos tudo o que como Igreja devemos celebrar nesta festa. Tomando o cuidado de ler e rezar o capítulo dois do livro dos Atos dos Apóstolos nós vamos perceber uma mensagem muito rica. No acontecimento de Atos dos Apóstolos estavam presentes pessoas vindas de vários locais do mundo, pessoas que possuíam seus costumes, suas manias, e que “falavam línguas” diferentes e com 2

certeza não se entendiam. Quando acontece a vinda do Espírito Santo todas essas pessoas, “partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia, da Capadócia, do Egito...”, passam a entender um ao outro, a “falar a mesma língua”, ser um só grupo, uma comunidade. No nosso mundo hoje, seria lindo ver americanos, árabes, brasileiros, russos, palestinos, habitantes do Afeganistão, da Índia, da Alemanha, da Inglaterra... falarem a “mesma língua”. Isso é possível, a unidade é possível, nós temos o Espírito Santo no meio de nós que realiza isso! Isto é um grande Dom de Deus, cabe a nós anunciar e testemunhar isso aos quatro cantos do mundo para cumprir a ordem de Jesus: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio...”. Tomara que essas poucas linhas possam ajudar a descobrir a riqueza que é a festa de Pentecostes e a não ficar só nos detalhes, que são importantes – imagine um casamento sem música – mas não são essenciais. Sem música o casamento acontece e sem noivo e noiva? Pentecostes é a mesma coisa em nossa vida, o modo como o espírito age é bem menos importante do que Ele e nós agindo juntos. Vinde Espírito de Unidade e Paz!! Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 498


“ Êxodo Êxodo”” “ Passar d a escra vi d ã o d o homem velho à vida nova em Cristo é a obra redentora que se realiza em nós por meio da fé” (Ef 4, 22-24). Esta passagem é um verdadeiro êxodo: saída de nós mesmos, da nossa situação inicial, para nos libertar de todas as formas de escravidão, nos arrancar da rotina, do comodismo e da indiferença, e nos projetar para a alegria da comunhão com Deus e com os irmãos. Esta “saída” não deve ser entendida como um desprezo da própria vida, pelo contrário, quem se põe a caminho no seguimento de Cristo encontra vida em abundância. Assim, ouvir e seguir a Sua voz, numa experiência de fé, na qual nos deixamos atrair e conduzir por Ele, e consagrando-Lhe a própria vida, significa permitir que o Espírito Santo nos introduza neste dinamismo missionário, suscitando em nós o desejo e a coragem de oferecer nossa vida e gastá-la pela causa do Reino. É um chamado de amor que atrai e reenvia para além de si mesmo, descentraliza a pessoa, provoca um êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a libertação no dom de si, e precisamente dessa forma, para o reencontro de si mesmo, mais ainda, para a descoberta de Deus (Bento XVI, Carta Enc. Deus Caritas est, 6). Ouvir e receber o chamado do CM 498

Senhor não é uma questão privada e intimista que se possa confundir com a emoção do momento: é um compromisso concreto, real, que abraça a nossa existência e a põe a serviço de Deus na terra. Esta dinâmica de êxodo rumo a Deus e ao homem enche a vida de alegria e significado. Às vezes as incógnitas, as preocupações pelo futuro, as incertezas que afetam nosso dia a dia podem nos paralisar... Mas deixemos esses medos de lado, e deixemo-nos surpreender pelo Seu chamado, vamos acolher sua Palavra, pôr os nossos passos nas suas pegadas, na adoração do mistério divino e na generosa dedicação aos outros! A vida tornarse-á cada dia mais rica e feliz! Sigamos o exemplo de Maria, que não teve medo de pronunciar o seu “fiat”, e com a generosa coragem da fé cantou a alegria de sair de si mesma e confiar a Deus os seus planos de vida. Hermelinda e Arturo CR Super-Região 3


Sem temor

diante da exigência

A “experiência de servir a Deus com alegria” Por que somos chamados a servir? Por que nós e não eles? Deus, em sua infinita sabedoria, sabe acima de tudo a quem chamar. Busca através dos chamados uma resposta positiva: “faça-se em mim segundo a tua palavra”, e nunca nos pede algo além das nossas capacidades. Tanto nas maiores quanto nas menores exigências, Deus sempre chama os mais humildes, pessoas simples que, ao darem o seu “sim”, vão sendo capacitadas para que possam desenvolver bem a responsabilidade. Observemos os exemplos na história: Moisés, João Batista, Isabel, Paulo, Tiago, Maria, Madre Tereza, todos os santos e – por que não? – nossos pais. A fé, possuída ou conquistada, tornou-os disponíveis a Deus através da oração, essa intimidade com Ele os tornou fortes e abertos aos desafios, “saíram” em busca de águas mais profundas. E nós, como reagimos diante de uma exigência ou um chamado de Deus? A primeira reflexão a ser feita é se acreditamos que este chamado é feito por Deus! Se sim, a nossa resposta será muito mais consciente e segura: “Senhor, fala que teu servo escuta”. 4

Por que não dizer, como Maria, um “sim” inteiro, total, sincero? Não apenas nos grandes chamados, mas também nos pequenos, no cotidiano de nossas vidas, pois Deus sempre se manifesta primeiro nos mais insignificantes detalhes, num sorriso ou no choro de uma criança indefesa. Como ocorrem as transformações em nossas vidas? O que nos faz crescer em nossa fé? Não seremos julgados pelos nossos atos, mas sim pelo que somos ou deixamos de ser. Deus, através de Jesus Cristo, nos convida permanentemente a estarmos com Ele, “ninguém chega ao Pai senão através de mim”. Hoje em dia, somos constantemente incitados a pensar no nosso próprio bem-estar, a evitar o sofrimento ou a negá-lo a todo custo; o EU e os seus desejos impõem-se. Ousemos ser diferentes, perguntar ao Senhor o que espera de nós e responder ao seu amor exigente. (tema-3O capitulo) Quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus talentos. Embora com a dolorosa consciência das próprias fraquezas, há que seguir em frente, sem se dar por vencido, e recordar o que disse o Senhor a São Paulo: “Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza” (2 Cor 12, 9) (Papa Francisco, A alegria do Evangelho). Ser exigente com exigência amorosa não consiste em enfurecer-se contra os defeitos de outrem (qualquer educador o sabe bem), mas antes favorecer num coração, como quem atiça uma chama, o crescimento da generosidade para com Deus e para com o próximo (Pe. Caffarel). Sandra e Valdir CR Província SUL I CM 498


“A Trindade”, Jacopo R. Tintoretto (1518/1594) - Galleria Sabauna, Turim, Itália

Santíssima

Trindade

“Tudo o que pertence ao Pai, é também do Filho” (Jo 16,15)

Passadas as Solenidades Pascais, a Igreja nos oferece, todos os anos, a Solenidade da Santíssima Trindade como modelo de comunidade: perfeita partilha do Amor, na relação, na comunicação-diálogo. Neste Ano da Misericórdia o dia desta grande Celebração será o 22 de Maio, 8° Domingo do Tempo Comum. As Leituras que acompanham o mistério dessa Ação de Graças nos trazem a consciência de que a Eucaristia é caminho, processo para a “a verdade completa” do ser de Deus revelado em Jesus Cristo e continuamente atualizado no “Espírito da Verdade”. Aprendemos, em cada Eucaristia, que pela fé temos a capacidade necessária para ficarmos em pé diante do sofrimento, sabendo que o “sofrimento traz resistência e a resistência-fidelidade traz o ouvido atencioso de Deus sob nossa frágil condição: este infeliz gritou a Deus e foi ouvido” (Sl 33, 7). A celebração eucarística, assim como vários de nossos Encontros, começa e termina com a invocação da Santíssima Trindade, propondo-nos a cada instante uma parceria saudável no vínculo das nossas relações. O Evangelho proclama nos lábios de Jesus que “tudo o que pertence ao Pai, é também do Filho” (Jo 16, 15). O Filho CM 498

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e o Pai têm em comum a glória, o amor e o Espírito. O próprio Evangelista confirma logo no prólogo do seu Evangelho: capítulo 1, 14 “e nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai”, e no versículo 32: “cheio de amor e fidelidade”. Entre Jesus e o Pai há perfeita união, comunhão e partilha do ser e do agir a ponto de Jesus afirmar “O Pai e Eu somos um” (Jo 10,30). O Espírito Santo nos ajuda a compreender esta perfeita harmonia: pois Ele “não falará por si mesmo, mas falará tudo o que ouviu... Ele vai receber daquilo que é de Jesus e anunciará e nos conduzirá à verdade plena” (Jo 16, 12-15). O Espírito Santo interpreta “a Plena Verdade”: é o Amor Trinitário, Amor-Família. Assim como os poucos versículos deste Evangelho (Jo 16, 12-15), não procuramos discursar e sim viver este mistério. Como partes do Movimento Cristológico das Equipes de Nossa Senhora, recebemos na pessoa do Pe. Henri Caffarel o dom precioso, este carisma que nós hoje vivemos. Somos chamados e desafiados a cada instante a sermos perfeitos no amor conjugal à maneira que a Santíssima Trindade nos inspira. Portanto: a relação que nos une a este mistério não é uma constatação e sim uma convicção: Deus é família, é comunhão, é relação de iguais no respeito à natureza de cada um. Acreditemos que podemos, sim, e somos capazes de viver este Carisma. Como Equipistas temos o dever de contemplar este mistério dentro de nossos lares e solidificar nossa convicção na Família Humana: reflexo trinitário de amor e relação saudável, partilha e fidelidade. A mística do Movimento permeia cada ação realizada se assumimos o compromisso criativo da santificação conjugal, não como uma obrigação ou um dever e sim como a mais perfeita consequência da naturalidade do amor. Amar e Santificar são temperos absolutos que a Trindade Santa nos oferece para que sejamos na Igreja um Dom de Amor para o Mundo.

Pe. Octavio del Luján Moscoso fdcc SCE Província SUL I 6

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correio da ERI

PRIMAVERA DE 2016 Que belo exemplo de fé cristã temos no Papa Francisco! Ele vive, tanto quando é possível, uma vida simples em sintonia com a vida das pessoas comuns, e comunica a mensagem de Deus usando uma linguagem corrente que qualquer um, cristão ou não, pode entender. Nos três breves anos desde que foi eleito, tem visitado católicos por esse mundo afora e tem se dirigido com confiança a todos os cristãos e povos de outras religiões. Como equipistas, devíamos aspirar a imitar o maravilhoso exemplo missionário do Papa. O Padre Caffarel (fazendo-se eco da constituição do Vaticano II Gaudium et Spes)) encoraja-nos a “discernir os sinais dos tempos”, que neste momento nos dão tão pouco que nos alegre o coração. Podemos sentir que pouco podemos fazer como indivíduos, mas podemos usar a prática dos Pontos Concretos de Esforço, em particular a oração e a regra de vida, para chegar àqueles que não entendem as bênçãos da espiritualidade conjugal ou que não têm esperança, dado o atual estado do mundo. A Carta pede-nos que sejamos “missionários de Cristo em toda a parte”. Esta indicação foi reforçada pelo Papa Francisco no seu discurso aos casais regionais em Roma em 2015 ao dizer: “Na verdade, gostaria de insistir neste CM 498

papel missionário das Equipes de Nossa Senhora”. Todos podemos aspirar a fazê-lo em nossas casas, nos nossos locais de trabalho e com todos aqueles com quem cruzamos. No entanto, podemos agora chegar mais longe. Os meios de comunicação modernos permitem-nos contactar com pessoas de outros países e de outros continentes para lhes darmos apoio e conselho e para nos unirmos à sua oração. Como Ca-

sal Ligação para a Zona Eurásia, contamos muitíssimo com o correio eletrônico, com o Facebook e com o Skype para nos mantermos em contato com os equipistas da nossa Zona. Podemos rezar pelo regresso às condições climáticas normais no Malawi, alegrar-nos com as celebrações do carnaval em Trinidad e dar conselho e ânimo aos nossos equipistas da Índia que se deparam com dificuldades por serem uma minoria religiosa no país. Enquanto missionários de Cristo, a nossa Zona está trabalhando 7


no sentido de levar as Equipes de Nossa Senhora a dois países distantes que ainda não fazem parte do nosso Movimento. No momento em que escrevemos estas linhas, estamos planejando expandir para Gana e para o Timor Leste. Robert e Mary Jones e o seu conselheiro espiritual, que vivem na Inglaterra, têm trabalhado com um mosteiro em Gana antes de viajarem até lá para levar a boa nova das Equipes de Nossa Senhora a paróquias vizinhas. Na Austrália, Bren e Sue Milsom trabalham com uma comunidade de expatriados timorenses em Darwin, o que lhes servirá de trampolim para uma visita a Timor Leste. As outras Zonas terão os seus próprios projetos missionários. Todos estes projetos são

financiados através da contribuição anual dos equipistas em todo o mundo. Desta forma, cada um de vós é missionário para Cristo e para as Equipes de Nossa Senhora. Agradecemos a vossa generosidade e pedimos que rezem pelo sucesso destes projetos e pelos equipistas que se fazem ao largo (Lc 5,4) imitando o Papa Francisco.

Helena e Paul McCloskey ERI – Casal Ligação Zona Eurásia

A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus Estamos vivendo em pleno Ano Santo da Misericórdia que, em boa hora, o Papa Francisco teve a inspiração de propor a toda a Igreja. Como sabeis, não é a primeira vez na história que a Igreja recorda aos seus filhos a misericórdia de Deus. Nos finais do século XVII foi Santa Margarida Maria Alacoque que recebeu a revelação do Coração de Jesus, cheio de bondade e misericórdia para com o pecador, apelando à reparação, ou seja, a reconhecer que existimos, porque um amor nos precede. Aí teve 8

origem a devoção ao Coração de Jesus, com a prática das primeiras sextas-feiras (confissão sacramental, comunhão reparadora e adoração eucarística, durante meia hora, nas primeiras sextas-feiras durante 9 meses seguidos), que imprimiu um ritmo intenso de renovação, que marcou a Igreja até o concílio Vaticano II. A meados do século XX foi Santa Faustina Kowalska que transmitiu à Igreja a espiritualidade da misericórdia, que retoma a devoção ao Coração de Jesus, mas agora na forma do Senhor Ressuscitado. Trata-se de CM 498


uma espiritualidade simples, como simples é a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, agora com o terço da misericórdia às 15h, em memória da Paixão do Senhor, e a celebração do dia da misericórdia, o segundo domingo da Páscoa, que S. João Paulo II instituiu. Atento aos tempos difíceis que então se vivia, S. João Paulo II publicou a sua grande encíclica trinitária – Rico em Misericórdia (30.11.1980) –, na qual recorda ao mundo cristão que a misericórdia é um atributo divino: Deus compadece-se, comove-se, enche-se de compaixão perante o estado do homem que se sente infeliz, miserável e desprezível. Mesmo nesta condição, Deus não desiste do homem, criado à Sua imagem e semelhança, pelo qual enviou o Seu Filho, que o amou/ ama, até a última gota de sangue: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15,13). O Papa Francisco tem feito da misericórdia o lema do seu pontificado e não se cansa de insistir nesta nota divina: Deus não desiste do homem, do homem pecador, tantas vezes mergulhado em sentimentos de infelicidade, de miséria (material, moral, espiritual) que faz com que se sinta desprezível, indigno de ser amado. M as tu d o isto pre ci s a s e r traduzido na vida. Não basta refletir; é necessário viver e celebrar. Por isso é que, no pensamento dos papas mais recentes, é preciso revitalizar nos cristãos CM 498

a frequência da confissão sacramental: é necessário escutar a palavra eficaz do perdão, que é muito mais do que desculpabilização. O perdão é o sinal do amor que não desiste daquele que é amado; é querer bem ao outro por aquilo que ele é e não por aquilo que pode dar, especialmente quando pensa que não vale nada, já não se sente digno de ser chamado filho, como na bela parábola do filho pródigo (Lc 15). Pois o meu desejo é que todos vós, tanto no Dever de Sentar-se como na oração pessoal e conjugal, cultiveis este sentido da misericórdia, amando-vos mutuamente com aquele amor que quer o bem do outro por aquilo que ele é, e não por aquilo que lhe pode dar. E, correspondendo ao apelo da Igreja pela voz do Papa Francisco, no vosso retiro anual ou noutra ocasião, celebrai o sacramento da confissão, escutai aquela palavra do perdão, que cura verdadeiramente todas as feridas da alma e do coração e não deixa cicatrizes. Que o Senhor a todos vos abençoe e proteja. Com muita amizade,

P. José Jacinto F. de Farias, scj SCE da ERI 9


igreja católica

FESTA DA ASCENSÃO DO SENHOR

Reflexão Papal

Papa Francisco falou da Ascensão de Jesus ao Céu, festa celebrada pela Igreja. O Santo Padre se concentrou sobre o mandato de Jesus aos discípulos nesta ocasião: partir para anunciar o Evangelho a todos os povos. Segundo Francisco, “partir” se torna a palavrachave da festa de hoje.

Íntegra da reflexão do Santo Padre Jesus vai para o céu, mas isso não significa uma separação, explicou o Papa. Esse episódio da Ascensão mostra ao homem que a meta do seu caminho é o Pai e que Jesus permanece sempre próximo. “Mesmo se nós não O vemos, Ele está ali! Acompanhanos, guia-nos, toma-nos pela mão e nos levanta quando caímos”. Francisco destacou que, quando Jesus vai para o céu, ele leva ao Pai um presente: as suas chagas. Ele conservou suas chagas para lembrar ao Pai que elas foram o preço do perdão que Ele dá. “Quando o Pai olha para as chagas de Jesus, perdoa-nos sempre, não porque somos bons, mas porque Jesus pagou por nós. Olhando para as chagas de Jesus, o Pai 10

se torna mais misericordioso. Este é o grande trabalho de Jesus hoje no céu: fazer ver ao Pai o preço do perdão, as suas chagas”. Esse mandato de Jesus aos seus discípulos – “Ide e fazei discípulos todos os povos” (Mt 28, 19) – é, segundo o Pontífice, um mandato preciso, não facultativo. “A comunidade cristã é uma comunidade ‘em saída’, ‘em partida’. Mais que isso, a Igreja nasceu em saída”. Por fim, o Santo Padre lembrou que Jesus, antes de partir, garantiu que estaria com os discípulos todos os dias até o fim do mundo. Então, não se pode fazer nada sem Jesus. Nas obras apostólicas, disse o Papa, os esforços humanos são necessários, mas não bastam. “Sem a presença do Senhor e a força do seu Espírito, o nosso trabalho, mesmo que bem organizado, resulta ineficaz. E assim vamos aos povos dizer quem é Jesus. Eu não gostaria que vocês se esquecessem qual é o presente que Jesus levou ao Pai: as chagas, porque com elas faz ver ao Pai o preço do Seu perdão”. Reflexão de 8 de maio de 2015 Fonte: Canção Nova Notícias CM 498


DAI-ME O ESPÍRITO SANTO! Quando abrimos a Bíblia no Livro do Ex 34, 22, lemos a prescrição de celebrar a “Festa das Semanas”, por ocasião da colheita do trigo. Tratava-se de uma confraternização religiosa própria do mundo rural, sete semanas após a festa dos pães ázimos, que lembrava a Páscoa dos judeus. Mais tarde já com o culto centralizado no Templo e caracterizado por sacrifício de animais, Pentecostes, mais que uma festa da colheita, era o dia em que os judeus comemoravam a promulgação da Lei de Moisés, isto é, os 10 Mandamentos (Lev 23, 15-22); que era celebrada “50 dias” após a Páscoa judaica. Assim, no AT, costumes religiosos do mundo rural adquiriram também uma característica histórica, lembrando a libertação da escravidão no Egito e a aliança que Deus fez com Moisés no monte Sinai (Dt 16, 9-12). Para nós cristãos Pentecostes já não tem referência alguma ao mundo rural. De fato, passou a ser a festa que faz referência ao envio do Espírito Santo sobre os Apóstolos e Discípulos de Jesus. CM 498

É verdade que há vários momentos em que o Espírito Santo é dado aos seguidores de Jesus, como em Jo 20, 22-23; At 8, 17; 10, 44-45. Contudo, a cena-ícone do Pentecostes cristão é narrada em Atos 2, 1-36; porque constitui o ponto de partida de uma nova comunidade, unida pelo Espírito de Jesus e enviada como missionária a todos os povos. É a manifestação maior da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade tal como Jesus prometera (Jo 14, 16-20; 16, 5-15). Ele irá continuar a obra redentora de Jesus, não mais através de algumas pessoas privilegiadas, mas através da própria Igreja. Nessa cena também se destaca a figura de Maria (At 1, 14); aquela que atraiu para si o Espírito Santo, para gerar a pessoa de Jesus, e agora atrai novamente para gerar a Igreja de Jesus. Os dons do Espírito Santo em Pentecostes não coincidem com os dons da tradição dos sete dons, que normalmente tomamos do Antigo Testamento, do profeta Isaías (Is 11, 2-3). Aqui vemos os dons da 11

“Crist Ordaining the Apostles” - Harry Anderson

Pai, Por Vosso Filho


coragem de ser missionário e dar testemunho de Jesus Ressuscitado, do entendimento do mistério pascal de Jesus, da união e da alegria de ser cristão, da partilha de bens, para que ninguém passe necessidade, do amor fraterno e da concórdia, que faz com que todos se compreendam entre si, apesar de serem de diferentes culturas e línguas. Enfim, irrompe algo novo dentro da sociedade romana e judaica da época com uma força de atração impressionante. Eis o que significa Pentecostes, a presença do Espírito Santo na Igreja, uma força invisível, mas muito bem percebida, que é a própria essência da Igreja, sem Ele a Igreja seria um museu histórico, jamais

porém uma força missionária capaz de atravessar vinte e tantos séculos cheia de vida gerando muitos santos e santas. O momento de Pentecostes para cada cristão é o dia da sua Crisma. Ela lhe concede o próprio Espírito Santo, como dom, e o marca como Templo vivo d’Ele. Ela tem força de fazer acontecer em sua vida, a mesma experiência daquela primeira Comunidade, reunida em torno de Maria Santíssima. Por isso é tão importante que em todas as nossas orações, jamais deixemos de suplicar com insistência: “Pai por vosso Filho, dai-me o Espírito Santo!” (Revista de Aparecida

Ed. 05/2010 texto de Pe. José Ulysses da Silva, cssr)

FESTA DE CORPUS CHRISTI A procissão de Corpus Christi da minha infância era diferente. Todas as outras eram ao cair da tarde, com o sol um pouco acima dos altos da serra. Corpus Christi não; era de manhã, logo depois da missa das dez horas, com o sol brilhando, as ruas com as casas todas enfeitadas com muita seda, muitas rendas, flores e velas. Pelo chão muita folhagem que punha um cheiro diferente no ar. Eu ficava muito impression a d o e , p a r a d i z e r a v e rd a de, não sei em que pensava. O certo é que nem imaginava por que aquela festa, nem quando tinha começado. 12

Surgimento da piedade eucarística: – A celebração da Eucaristia ocupou sempre lugar central na vida da Igreja. Fora os que estavam excluídos da comunidade, em cada celebração todos participavam da comunhão que unia a todos. A Eucaristia era o ponto alto da vida de todos, e por isso mesmo não era preciso falar em piedade ou devoção eucarística. Isso foi preciso só a partir do século sétimo, quando já não eram todos que participavam da comunhão, muitos se contentando com assistir à celebração. CM 498


Foto “Corpus Christi” - Santana do Parnaiba/SP

Desde os primeiros séculos também se conservava o pão, consagrado na Eucaristia, para a comunhão dos moribundos. Não só nas igrejas, mas também nas casas. Mas até o século XII não havia uma “devoção eucarística” fora da missa, apesar de todo o respeito com que era tratada a reserva eucarística.

sias, que negavam a presença real, levou a manifestações mais claras de fé: o sacrário foi transferido da sacristia para a igreja, introduziu-se o costume da genuflexão e da oração diante do sacrário, a incensação, a lâmpada sempre acesa, a adoração, a exposição e a bênção do Santíssimo Sacramento.

− A partir do século XI, a comunhão dos fiéis tornou-se ainda mais rara. Já que poucos pouco comungavam, os fiéis queriam pelo menos ver a hóstia consagrada. Por isso, no século seguinte foi introduzido na missa o rito da elevação: para que todos pudessem adorar Cristo presente na hóstia consagrada.

Introdução da festa de Corpus Christi − Séculos XII e XIII: na Bélgica, a Beata Juliana de Rétine (11931298) teve uma visão em que lhe foi dito que faltava à Igreja uma festa em honra do Santíssimo Sacramento. Diante disso, o bispo de Liège introduziu a festa em 1246, na 5a feira depois de Pentecostes. O papa Urbano IV era de Liège. Pediram que introduzisse a festa em toda a Igreja. Ele, porém, hesitava. Diante, porém, do que se contava do milagre de Bolsena,

− Ao mesmo tempo progredia a teologia e tornava-se mais clara a doutrina sobre a presença real de Cristo nas espécies consagradas. A reação contra hereCM 498

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ele afinal atendeu o pedido em 1264. Mas ele morreu dois meses depois e seu decreto ficou sem efeito. Cinquenta anos mais tarde, em 1312, Clemente V confirmou o decreto de Urbano IV, e a festa ganhou difusão. Mas não se falava ainda em procissão, que nasceu aos poucos da devoção popular. A primeira, ao que se sabe, deve ter sido em 1279, em Colônia, na Alemanha. E desde o começo a procissão era de manhã, logo depois da missa. – A Missa e o Ofício atual de Corpus Christi foram compostos por São Tomás de Aquino em 1264, por ordem de Urbano IV. – A procissão de Corpus Christi arraigou-se profundamente na religiosidade popular de Portugal e da Colônia dos séculos XV e XVI, com manifestações tocantes de piedade, mas também com muitos abusos e irreverências.

Sentido da adoração ao Santíssimo Sacramento − Porque acreditamos que Jesus está presente de forma especial na celebração da Eucaristia, acreditamos que continua presente sob as espécies de pão e vinho mesmo depois da celebração. Aliás, como vimos, já nos primeiros séculos se guardavam as espécies consagradas para a comunhão dos moribun-

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dos, não só nas igrejas, mas também em algumas casas, de bispos ou de pessoas de algum modo importantes. Cristo está realmente presente, e de maneira especial, nas espécies consagradas: por isso ele pode e deve ser adorado por nós, reconhecido como Deus e Senhor. Diante do sacrário estamos diante de uma sua presença sacramental, diferente de sua presença meramente espiritual entre nós. Nem é preciso dizer que a adoração não se dirige às espécies, mas à pessoa de Cristo.

Na festa de Corpus Christi, manifestamos publicamente nossa fé Na maior parte das paróquias ainda é possível fazer a procissão de Corpus Christi, apesar dos problemas de trânsito. Aliás, nos últimos anos a festa ganhou destaque com o enfeite das ruas. Com a participação principalmente de jovens, tapetes artísticos cobrem o trajeto, chamando a atenção de todos. Com isso, sem dúvida, prestamos homenagem pública a Jesus e ao mesmo tempo manifestamos nossa fé na presença eucarística de Jesus. Não queremos impor a ninguém essa nossa fé, mas queremos que todos a conheçam. E queira Deus que estejamos também, como diz S. Pedro, aptos a dar razão de nossa convicção. Pe. Flávio Cavalca - cssr SCE Carta Mensal

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BABEL OU PENTECOSTES: QUAL A NOSSA ESCOLHA?

O fato real da nossa fé, o Pentecostes, realizado pela promessa de Jesus de enviar o Paráclito, o Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, depois de sua ressurreição, trouxe a harmonia entre os povos 0 relato bíblico do episódio de Pentecostes nos diz que todos se compreendiam, mesmo sendo de origens diferentes. Entendiam-se! Isso já significa que a linguagem do Reino está ao alcance de todas as gentes. Todos entendem a linguagem do amor, que é a excelência do Reino. A Babel de outrora (Gn 11) é a desarmonia plena. Há nela uma busca insistente de poder, de autossuficiência. Não há união nem a junção de forças no bem comum. Há sim um desarranjo social comum, por causa do egoísmo reinante. De fato, não há projeto comum, não há preocupação em fazer a vida acontecer, não há amor. A Babel é a personificação do egoísmo, do individualismo, da busca do poder, mesmo em detrimento do outro. Não importa o outro, desde que seja eu o beneficiado. Será que há relações nos acontecimentos decididos em nossos tribunais, onde deveria reinar o valor ético e a supremacia da vida? Entre a Babel de ontem e o Pentecostes de hoje não há comparações nem é possível isso, pois são opostos em suas raízes. Um mostra a desarmonia, o outro a harmonia nascida na união fraterna. Todos se entendiam, e isto é o sinal claro: da fraternidade entre todos, e de todos com Deus. Na Babel reina a soberba, no Pentecostes Deus fala aos povos dispersos, unindo todos num só amor. CM 498

Podemos comparar, em nossos dias, essas duas realidades bíblicas, Babel e Pentecostes, com nossa realidade social. Diante desses dois fatos bíblicos, o que aprendemos e podemos apreender? Muitas coisas, mas uma essencial: Ser aliado do projeto divino, isto é, tornar-se anunciador da verdade de Cristo, dos valores fundamentais do Evangelho, como justiça, solidariedade, fraternidade e principalmente a a vida, dom irrefutável, insubstituível, irrevogável. Todos esses valores nos dão o sentido e a harmonia na convivência social. Nosso relacionamento tornase adulto e maduro, e exclui as imaturidades que nos levam a dizer por dizer do outro, das situações e realidades históricas e familiares. Numa frase: reinará a paz. Assim sendo, cabe a liberdade de nossa escolha: a Babel de ontem, ressaltando em nossa convivência o o egoísmo, o individualismo e autossuficiência, ou o Pentecostes, acolhendo os valores do Reino. Uma coisa é certa: sozinho ninguém muda coisa alguma. Juntos, podemos fazer muitas coisas. Mas é certo que mudamos o mundo se começarmos a mudar a nós mesmos. Pe. Ferdinando Mancilio - CSSR Colaboração Padre Flávio Cavalca - cssr SCE Carta Mensal 15


ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS Na edição anterior da Carta Mensal abordamos um dos principais temas do Encontro Mundial das Famílias que foi a Importância da Missa Dominical. Nesta edição falaremos da Importância da Família no Mundo Atual: O Arcebispo Robert Charles Chaput (Arquidiocese da Filadélfia) lembrou que as famílias são um presente de Deus, e que Ele nos convoca a construir o templo da Igreja doméstica, a começar pelos pais, onde a fé deve ser transmitida aos filhos. Deus nos chama de filhos pelo batismo, que é quando nos tornamos membros da família de Deus. Segundo John Michael Miller (Arcebispo de Vancouver), a família ensina tudo, por exemplo ser gentil com o próximo: dizer muito obrigado não é uma questão religiosa, mas de educação. É na família também que as crianças convivem com os símbolos católicos e aprendem a importância da vida comunitária. O Cardeal Sean Patrick O’Malley, (Arcebispo de Boston), disse que o Evangelho defende a família como o santuário da vida, sendo o casamento descrito na primeira página 16

da Bíblia. No plano de Deus, as famílias devem ser missionárias, e levar o Evangelho para outras famílias, transmitindo a fé às gerações futuras. As famílias cristãs são chamadas a ser fermento no mundo, oferecendo luz e esperança num mundo cheio de sofrimento e tristeza. O nosso maior testemunho é viver uma vida de fé, ousada e alegre, difundindo as Bem-Aventuranças de Cristo. Faz-se isso ao abraçar a Boa Nova. A professora Helen Alvaré, que leciona Direito da Família, disse que nossas vidas serão como a construirmos, não d e ve m o s p o rta nto te r me do do futuro. O Criador ligou o amor entre um homem e uma mulher à criação de uma nova vida, quando a poderia ter feito de outra forma. A família criada por Deus tem laços genéticos e afetivos que nos orgulham. As crianças precisam conhecer sua herança genética. O dever das famílias é gerar pessoas honestas e justas. Também na família aprendemos a amar e servir o próximo, com solicitude e sem egoísmo. Segundo o Cardeal Robert Sarah, Deus escolheu a famíCM 498


lia para ser o local de perdão, para que na família Suas promessas se tornem reais. O Cardeal Luís Antonio Tagle (Arcebispo de Manila), lembrou que quando alguém fere um membro da sua família você também fica ferido. Citou o Evangelho onde uma família leva um de seus membros a Jesus pelo telhado, superando todos os obstáculos. O pecado permite que a família seja manipulada e exposta à dor e não nos permite ser quem somos. Você pode ter uma grande casa, mas não um lar que é um presente de amor, e Deus é amor. A família deve retribuir ao mundo esse amor orando e CM 498

evangelizando outras famílias. Nas Equipes de Nossa Senhora temos a oportunidade de nos aprofundar na vivência diária da espiritualidade conjugal santificando nosso matrimônio. Novamente lembramos a importância do testemunho da família que deve conduzir o mundo, e não ser conduzida por ele. Devemos praticar a ajuda mútua na família, na equipe, e com nosso testemunho solidificamos o Sacramento do Matrimônio, construindo assim famílias protagonistas no mundo. Fiquem com Deus!! Cristiane e Brito CR Comunicação SRB 17


maria

Mãe de Cristo, Mãe da Igreja

Sempre que falamos a respeito de Maria, mostramo-la como o grande modelo de fé, de amor, de humildade, de entrega total. Aquela que com tão grande amor deixou manifestar em si as maravilhas operadas por Deus. Aquela que não hesitou em dizer com uma fé firme o seu SIM à vontade do Deus Altíssimo. Aquela que com sincera humildade se entregou totalmente ao desígnio de amor e ao propósito que o Pai tinha em favor da humanidade inteira. A Igreja reconhece e honra Maria porque cooperou na obra de salvação aceitando ser Mãe de Cristo. Consequentemente, sendo Mãe da Cabeça da Igreja, não poderia deixar de ser Mãe de seus membros, Mãe da própria Igreja. Maria crê na palavra do anjo e aceita o projeto de 18

Deus. Uma fé de entrega total que Ela nos ensina a viver. Nossa Senhora permanece firme, em pé, sofrendo com seu filho único, mesmo na hora da dor, no Calvário. Sustentada pela força de mãe participou do seu sacrifício, permitindo que se realizasse, por amor, a imolação do fruto do seu ventre. Maria está presente na vida da Igreja, amando seu filho, quando nos gera e nos une a Deus no mistério da salvação aos pés da cruz. A partir da ascensão de Cristo, participa do nascimento da Igreja em oração e missão, junto com os apóstolos. No final de sua vida terrestre, Maria mereceu participar de modo único na Ressurreição de seu Filho e a antecipação da ressurreição dos outros cristãos. Assunta em corpo e alma à glória celeste, Maria foi coroada como Rainha do universo e dispensadora universal das graças. A Igreja recebe Maria por Mãe e a Ela se dirige. “A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo, mas até ostenta sua potência...” (Lumen Gentium – LG 60). Quem melhor do que a Rainha do céu e da terra para interceder por nós? Foi por Maria que Jesus veio até nós e é por Ela que nós devemos ir ao encontro Dele. Maria prepara a oferta do nosso coração e a adorna para ser CM 498


digna de chegar até Jesus, de forma a agradá-lo. A devoção mariana nos aproxima do mistério e nos faz adorar mais perfeitamente o Verbo de Deus encarnado e igualmente ao Pai bondoso e ao Espírito Santo de amor. De que forma o culto a Maria favorece essa intimidade? Nenhuma devoção mariana verdadeira se encerra em Maria. Todo fim último daquele que se entrega incondicio-

nalmente a Maria é Jesus, pois Maria sabe como nos apresentar a Ele de modo admirável e belo. Vivamos este mês dedicado à Nossa Senhora com imenso amor e gratidão, àquela que dedicou toda sua vida para que se cumprisse o plano do amor de Deus por nós. Maxwell Joseph Guedes C. da Silva AET – Eq.24 - N. S. Virgem dos Pobres Maceió-AL

Retrato de Mãe Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu a m o r, t e m u m pouco de Deus, e, pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo; que sendo moça, pensa como uma anciã, e, sendo velha, age com as forças todas da juventude; quando ignorante, melhor que qualquer sábio, desvenda os segredos da vida, e, quando sábia, assume a simplicidade das crianças; pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama, e rica, empobrece-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos; forte, entretanto estremece ao choro de uma criancinha, e, fraca, entretanto se alteia com a bravura dos leões; viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se CM 498

apagam, e, morta, tudo o que somos e tudo o que temos faríamos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios. Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não quiserem que ensope de lágrimas este álbum, porque eu a vi passar pelo meu caminho. Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página: eles lhes cobrirão de beijos a fronte, e dirão que um pobre viandante, que em troca de suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou, para todos, o retrato de sua própria mãe. Dom Ramon Angel Jará Bispo de La Serena – Chile Colaboração: Weyder Finamore Eq.17 - N. S. das Dores Juiz de Fora-MG

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vida no Movimento

Como é bom ser equipista

Boa Vista, capital de Roraima, o estado no mais extremo do Norte do Brasil, cidade linda de viver! Em 2008 as ENS foram apresentadas na Igreja Catedral Cristo Redentor (foto) pelo casal Zilma e Eudo (casal dedicado e comprometido com o Movimento) vindos de Manaus-AM e no mesmo ano formou-se a primeira experiência comunitária. Zilma e Eudo conduziram a experiência comunitária e a pilotagem da primeira equipe de Boa Vista, Nossa Senhora das Graças, tendo como SCE Pe. Mário. Em 2011, o mesmo casal pilotou a segunda equipe, Nossa Senhora Consolata, e assim foram se expandindo as ENS em nossa cidade, formando uma grande família. E essa família hoje é formada por 4 equipes* sendo assistida por 3 Sacerdotes Conselheiros Espirituais. Como equipistas podemos dizer

que para nós é uma honra fazermos parte desse Movimento que, através de sua mística e de seus PCEs, nos ajuda a entender e a viver melhor o Sacramento do Matrimônio, colocando sempre Cristo no centro e tendo Nossa Senhora como intercessora, buscando sempre a nossa santidade conjugal e espiritual. E essa busca da santidade não deve ficar só entre nós, temos que fazer nossa parte como casal e equipistas assumindo o nosso papel na expansão do Movimento. Com sete anos das ENS em nossas vidas, sabemos que ainda temos que crescer muito na mística do Movimento, e com a luz do Espírito Santo estamos caminhando para isso e a expansão das ENS é um momento de extrema necessidade em nossas vidas. O nosso papel como casal é dar exemplo e divulgar para que outros casais tenham a mesma oportunidade de conhecer e vivenciar a santidade conjugal, e como nos diz o Pe. Caffarel: “Não existe amor sem abnegação, e uma abnegação que não venha do amor é uma abnegação que não se pode praticar”. Com a formação proposta e concretizada pelo Movimento, podemos entender melhor como funcionam as ENS e o caminho que

*Eq.01 - N. S. das Graças - 7 casais - Pe. Paulo Eq.02 - N. S. Consolata - 6 casais e Eq.04 - N. S. Aparecida - 7 casais - Pe. Mário Eq.03 - N. S. de Fátima - 6 casais - Pe. Josimar

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devemos percorrer. Nos dias 30 e 31 de janeiro de 2016 tivemos o prazer de receber o casal Márcia e Juarez (Casal Regional) e o Pe. Isaías de Manaus-AM para realizar uma formação de Casal Informador das ENS e Casal Experiência Comunitária, sendo muito proveitosos esses dois dias de encontro com palestras, conversas e troca de experiências. Hoje, nosso compromisso aqui

em Boa Vista é mostrar as equipes a outros casais, pois quando nos tornamos equipistas somos cristãos mais comprometidos com o Evangelho e com a vocação do matrimônio. Por isso não cansamos de repetir: Como é bom ser equipista! Francisca e Gervasio Rosi e Carlinhos Eq. N. S. da Consolata Boa Vista-RR

Caminhada Penitencial No dia 28 de fevereiro de 2016, os equipistas de Salvador -BA participaram da Caminhada Penitencial, promovida pela Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Momento de Pe n it ê ncia e conversão, marcada pela misericórdia de Deus. CM 498

A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 tem como Tema: “Casa Comum, nossa Responsabilidade” e como Lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). Nesta 35a Caminhada Penitencial, 21


as Equipes de Nossa Senhora se fizeram presentes juntamente com mais de 200.000 peregrinos em uma demonstração de Fé, em um momento de Esperança e de Penitência, reunidas num só desejo, num só espírito de unidade. Caminhamos 8 quilômetros do colo da mãe Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia à Mansão da Misericórdia Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. O Povo de Deus seguiu orando, cantando alegre e feliz, pe-

dindo misericórdia ao Senhor da Messe. O coordenador geral da caminhada, Pe Valter Ruy, SCE da Região Bahia, disponibilizou o primeiro trio elétrico para as Equipes de Nossa Senhora, e lá estávamos com banners, faixas, todos com as camisas vermelhas da nossa Província Nordeste, rezando pelas famílias, pelo nosso Movimento e pelo mundo inteiro. VIVENDO A NOSSA MISSÃO COM ALEGRIA. Vera e Dinézio Eq.07B - N. S. Brotas Salvador-BA

Sessão de Formação Nível III

Nos dias 19 e 20 de março, foi realizada, na Região Maranhão-PI cidade de Barra do Corda, Sessão de Formação Nível III, com a presença do nosso querido Casal Responsável Provincial Conceição e Macedo e do nosso amado Sacerdote Conselheiro Espiritual da Super Região Brasil Pe. Paulo Renato. Participaram casais dos setores Teresina e São Luís/ Equipes Distante-Presidente Dutra e Tuntum. Os temas abordados foram: 22

– Visão Histórica do Movimento, Carisma, Mística e Espiritualidade, – O Espírito da Responsabilidade, – Experiência Comunitária, – Pilotagem, Casal Ligação das ENS, – A Eclésia, – Sacerdote Conselheiro Espiritual, – Acervo e os Dez Pontos de Unidade das ENS CM 498


Depois de cada palestra, foram feitas discussões em grupo para questionamentos e aprofundamento dos temas. Vale ressaltar que cada grupo ousou na apresentação, usando paródias, peças teatrais etc... Conduzidos a refletirmos, sobre o chamado de Jesus para trabalhar na sua vinha, meditamos no Evangelho de Lucas 5, 1.4.6.8.10-11. “Não temas, doravante serás pescador de homens”. E atracaram as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram. Colocarmo-nos a disposição para o serviço. A Formação é como a caridade é sem limites. Momento especial para todos foi a comemoração de 12 anos de vida sacerdotal de Pe. Paulo Renato. Agradecemos, em ter participado conosco, deste momento, em que a ação de Deus envolveu a nós todos. Deus o abençoe, pelo carinho e disposição. Ao nosso Provincial, Conceição e Macedo, nossa gratidão e carinho. Em seu agradecimento a

nós, disse: “Queridos casais equipistas, foi muito bom estar com vocês, os frutos estão aqui, são vocês, que conduzidos pelo CRR Lourdes e Antonio de Fatima, que são com simplicidade fiéis às orientações do Movimento.” Três dias de graça, iniciando no dia 18 de março, com a Celebração da Missa, presidida por Pe. Paulo Renato, juntamente com a comunidade, na Igreja Imaculada Conceição, nosso Pároco SCES Frei Dourival, o acolheu com carinho.

Tivemos a oportunidade de aprofundar a nossa fé e o conhecimento do Movimento das ENS. Lourdes e Antonio de Fatima CR Região Maranhão-PI

Discernimento A Província Nordeste viveu um grande momento cheio da graça de Deus sob a luz do Espírito Santo no período de janeiro a abril. Aconteceu o discernimento para os futuros casais das regiões: Ceará I; Rio Grande do Norte I e II; Piauí e Maranhão. O Movimento das ENS tem uma grande riqueza que é a contínua renovação dos seus membros. Aos que deixam e aos que assumem as missões, o nosso mais carinhoso e fraterno abraço. Que todos permaneçam comprometidos com o projeto de Deus tão bem assimilado e realizado pelo Pe. Caffarel “em busca da santidade”. Conceição e Macedo CR Província Nordeste

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Projeto Crescer no Amor No ano de 2015, no EACRE, nos foi apresentado por nosso Casal Provincial da época, Olga e Nei, o projeto Crescer no Amor. I m e diatamente nos sentimos seduzidos e apaixonados por essa maravilhosa proposta. Naquele mesmo instante adquirimos o livro “Crescer no Amor” e, ao conhecê-lo, nos sentimos impulsionados a abraçar essa oportunidade de retribuir um pouco do muito que recebemos. Alguns meses depois, no Encontro Nacional, realizado em Aparecida-SP, fomos mais uma vez tocados por este chamado, pelas fortes palavras do SCE da SRB, Pe. Paulo Renato, que pela sua palestra nos confirmou a necessidade de levar a outros casais esse saboroso “vinho” que recebemos de nosso Movimento. Toda essa movimentação nos fez sair de nosso comodismo justificado e levar às famílias um pouco do que recebemos. Apresentamos o projeto Crescer no Amor para os casais das duas equipes de nossa cidade, e para o nosso SCE, Pe. José Jacob. Imediatamente já tínhamos quarenta nomes de casais que se encaixavam nos requisitos para ingressar no projeto Crescer no Amor. Assim fomos a campo, para apresentar àqueles a proposta que o Movimento lhes tinha para oferecer. Acreditávamos até este momento que 24

conseguiríamos formar ao menos um grupo de 7 casais. Para nossa surpresa e alegria iniciamos os convites e todos os casais visitados demonstravam uma grande alegria pelo convite, sentindose acolhidos e com uma oportunidade que nunca imaginariam ter. Assim tivemos que interromper os convites, pois já tínhamos a confirmação de 28 casais para iniciar 4 grupos! Como tem sido apaixonante nos sentir instrumento de amor e partilha com nossos irmãos que não participam ainda do grande banquete que é o Sacramento do Matrimônio. As 4 pequenas comunidades Crescer no Amor já estão em sua 3a reunião, e a cada encontro nos sentimos mais renovados, mais fortalecidos em nosso caminhar ao encontro do outro. O sentimento que nos envolve é que quanto mais nos colocamos a serviço, Jesus em sua infinita misericórdia cuida de pertinho de nossas famílias... de nosso matrimônio, pois estamos abastecendo e tendo nossas “talhas” abastecidas com vinho novo e fortalecedor. Irmãos equipistas, a experiência do “Projeto Crescer no Amor” nos mostra como o Movimento das ENS nos torna casais privilegiados na messe do nosso Senhor Jesus. Não deixemos de levar a cada família um pouco do que recebemos de nossas maravilhosas ENS, pois somente assim realizaremos a verdadeira missão, a mais importante, que é ir ao encontro do nosso irmão, proposta pelo nosso amado Papa Francisco nesse Ano da Misericórdia. Ione e Toninho Eq.42 - N. S. D’Abadia Itarumã-GO CM 498


Sessão de Formação Nível III Nos dias 23 e 24 de maio de 2015 participamos da Sessão de Formação nível III em Belo Horizonte. Na chegada rostos estranhos, troca de olhares sem graça, mas basta uma palavra e pronto: começa aí uma amizade, pois nos identificamos em muita coisa e logo partilhamos experiências vividas como equipistas. Tudo cercado de muita unção do Espírito Santo. De repente nos vimos envolvidos em uma “reciclagem”. Que agradável surpresa! E que hora boa para acontecer: justo agora quando pensávamos que já tínhamos visto tudo e que já conhecíamos “tudo” do Movimento, devido ao nosso tempo de equipistas... Diante de tanta riqueza, de tantas informações claras e moCM 498

tivadoras, lembramos do que outrora nos disse nosso casal piloto, Aparecida e Saleh: “Só conseguimos amar aquilo que conhecemos”. Isso é uma grande verdade. A cada palestra e grupo de estudo ficávamos mais apaixonados pelo Movimento e orgulhosos de nossa pertença ao mesmo. Destacamos o momento em que Hermelinda leu a carta de Pedro Moncau enviada ao Pe Caffarel, em busca de informações sobre o Movimento. Sua emoção contagiou a todos. Depois foi vez de Arturo, com a leitura da carta resposta de Pe Caffarel àquele casal. Ali percebemos claramente a ação do Espírito Santo, presente desde o início das ENS. O Casal Provincial Bete e Carlos Alberto também nos passou 25


preciosas informações. Entre elas uma que nos alertou para um olhar diferente sobre a Carta Mensal: “Não é apenas uma revista qualquer e sim cartas escritas de alguém para você”. Ficaríamos horas relatando os momentos marcantes, pois foram inúmeros. Terminamos louvando e agradecendo a Deus por um dia, um casal desejoso de encontrar meios de buscar a santidade junto, encontrar com

um padre extremamente audacioso e ungido e este dizer SIM. A partir daí estamos bebendo desta fonte e fortificando nosso matrimônio. Não podemos e não devemos desanimar nunca, pois o Pe. Henri Caffarel deixou tudo muito bem preparado, organizado e estruturado para juntos alcançarmos a santidade. Liliane e Raniere Eq.07C - N. S. Rainha dos Apóstolos Divinópolis-MG

1o Encontro de Conselheiros Espirituais da Região SP Leste III Foi com imensa alegria que realizamos no dia 17/10/2015 o primeiro encontro de SCE na nossa Região, composta pelos Setores Mogi A, Arujá e Mogi B. Fomos agraciados com a participação de 11 dos nossos queridos SCE, desde os mais novos no Movimento, até os mais antigos, cada um contribuindo de alguma 26

forma pelo bem de suas equipes. Outra bênção que nos foi concedida foi de ter o casal Silvia e Chico palestrando aos nossos SCE durante todo o encontro, que contou com palestras, grupos de trabalho e, ao final, uma deliciosa e descontraída confraternização. Aproveitamos esta oportunidade para agradecer aos sacerdotes, CM 498


que não mediram esforços para participar do encontro e com isso demonstrar a nós, equipistas, que estes servos do Senhor merecem de nós todo o carinho e disposição. Nossa Senhora da Assunção, pa-

droeira da nossa Região, abençoe todos os Conselheiros do mundo inteiro. Marcia e Agnaldo Rizzo CR Região SP Leste III Província Sul I

Encontro de Equipes Novas No final de semana do dia 7 e 8 de novembro foi realizado o segundo Encontro de Equipes Novas em nossa Região SP Norte II. Como acontece em todos os eventos de formação que o Movimento nos oferece, o EEN foi marcado pelo carinho e envolvimento de toda a equipe, que nos acolheu durante todo o final de semana. O EEN é mais uma oportunidade de conhecimento e crescimento dentro das equipes de Nossa Senhora, que o Movimento nos proporciona. Ao terminar o Vem e Segueme, é necessário que façamos o EEN para terminarmos a nossa pilotagem, é importante ter um c o n h ecimen to m a i s p ro CM 498

fundo do Movimento. Através de palestras, reunião de equipes mistas, dinâmicas, plenário, partilha e até teatro, foi passado toda a estrutura do Movimento no Brasil e no mundo, destacou-se a importância da vivência dos PCEs para busca da santidade do casal, da Espiritualidade e do Carisma do Movimento. Depois da acolhida, assistimos à palestra do Pe. Jarbas, SCE da Equipe de Formadores, que nos contagiou com o entusiasmo que falou sobre a Mística e o Carisma das Equipes de Nossa Senhora. Não sabemos nos expressar como ele, mas achamos incrível quando ele falou mais ou menos assim: 27


“Quando fomos concebidos r e cebemos o melhor de Deus: a fé, esperança e caridade, seu DNA”.“Todos têm a vocação para santidade”. “Os PCEs são o GPS para buscar a santidade do casal.” Nas reuniões de equipes mistas, durante o EEN partilhamos sobre Carisma e Mística, Orientações de Vida e Testemunho. Participar de um evento assim nos torna mais conscientes da

nossa missão na equipe, no Movimento e no mundo, nos leva também a questionar a qualidade de nossa atuação no Movimento, nos motivando a caminharmos e crescermos juntos com nossa equipe, nos ajudando mutuamente, para testemunhar o amor de Cristo e nos reunirmos por Cristo.

Na Província Sul III como nas demais deste imenso Brasil, o ano equipista já começou! Para bem viver o que diz o Guia das ENS na pág. 33: “Uma equipe de base funciona, em primeiro lugar, graças ao engajamento de seus membros e, depois, porque ela é ajudada e nutrida pelo Movimento com o qual vive em comunhão. A unidade é formada e mantida pelo desejo de progredir juntos, na fidelidade ao espírito e aos métodos das Equipes de Nossa

Senhora. A pertença dos membros, não somente à equipe, mas também ao Movimento, expressa-se e concretiza-se pela: ...participação nas manifestações e celebrações organizadas nos setores ou em nível regional, super-regional e internacional”; os Setores e Regiões começaram o ano equipista com as Celebrações Eucarísticas e as Horas Santas que fortalecem o espírito de comunidade no Movimento.

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Marilda e Darcizo Eq.27 - N. S. de Guadalupe São José do Rio Preto-SP

Adriana e Hudson CR Província Sul III CM 498


raízes do movimento

O INÍCIO DAS EQUIPES NO BRASIL 13 DE MAIO DE 1950

Neste artigo reeditamos um texto escrito por Dona Nancy e Pedro Moncau em 1975 falando sobre o início de nosso Movimento no Brasil. Um pequeno passo naquela época seguido hoje por 25.000 casais em nosso país. Tudo se inicia quando Pedro Moncau, após ouvir o Padre Marcel Marie Desmarais, dominicano canadense, sobre o amor cristão e sobre a revista L’Anneau D’Or do Padre Henri Caffarel, percebeu que poderia estar ali o que estavam procurando. Pedro escreve ao Padre Caffarel em 30 de novembro de 1949 e em 15 de dezembro deste mesmo ano Padre Caffarel responde encaminhando uma série de documentos para Nancy e Pedro Moncau. Essa carta constitui como que a certidão de nascimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, pois foi o começo de uma série de contatos que culminaram com o início, no dia 13 de maio de 1950, da primeira equipe. A história das Equipes de Nossa Senhora no Brasil começa naquela noite de 13 de maio de 1950. Seis casais se acham reunidos ao redor de uma mesa, presididos por um sacerdote. Os seis, antigos amigos, já militavam havia anos no Centro Dom Gastão, prolongamento, para casados, da Congregação Mariana da Sé. O sacerdote, Mons. Aguinaldo José Gonçalves, era diretor daquela Congregação. Havia tempo que procuravam uma linha diretriz para a sua vida de cristãos casados, em sucessivas experiências sem continuidade. Para que se tinham reunido? Para tomar conhecimento do conteúdo de CM 498

uma pequenina brochura, os Estatutos das Equipes de Nossa Senhora, que um deles tinha recebido através de uma correspondência trocada com o Padre Henri Caffarel. Troca de ideias, debates, objeções... Conclusão: iriam tentar a experiência da vida de equipe, tal qual era apresentada naqueles Estatutos. Mas, quanta coisa diferente e estranha. A começar pelo jantar. Em seguida, a forma de estudar os assuntos propostos... seria possível aquela abertura de uns para com os outros, na coparticipação ou na partilha? Seria exequível aquela fraternidade capaz de levar a carregar os fardos uns dos outros?... 29


Um pouco com medo, iniciaram os primeiros passos, longe de pensar que estava sendo lançada uma sementezinha que haveria de crescer no decorrer dos anos. O seu intento era bem mais modesto: simplesmente reagrupar alguns casais, para tentar uma experiência nova que ajudasse na sua vida conjugal e familiar. Simplesmente apoiados nos Estatutos, no primeiro tema de estudos e em alguns números da Carta Mensal francesa, foram se realizando as primeiras reuniões. Convidado, não pôde Mons. Aguinaldo ser o Conselheiro Espiritual e pediu ao Padre Oscar Melianson para substituí-lo. Ele mesmo contou, em entrevista publicada em maio de 1970, o que foi o seu primeiro contato com a equipe. Contato providencial e decisivo para o Movimento. O princípio não foi fácil. Alguns dos primeiros casais não se adaptaram à fórmula proposta... Dificuldades para “catequizar” novos elementos. Desânimo por vezes. Impressão de isolamento, apesar da correspondência assídua com Padre Caffarel e com o primeiro Casal de Ligação, Gerard d’Heilly, que iríamos conhecer mais tarde pessoalmente. Além disto, alguns termos dos Estatutos e das suas normas nos

pareciam um tanto nebulosos. Foi quando nos anunciaram a visita de um equipista de Paris que, vindo a negócios, aproveitaria a oportunidade para nos procurar. Chegou ele um belo dia à nossa casa. Ambos ocupados quando se apresentou, foi ele introduzido na sala. Quando entramos, pouco depois, encontramo-lo sentado, com um de nossos filhos ao colo, brincando com ele. Não se levantou. Um gesto amigo, uma rápida apresentação, o entabular fácil de uma conversação. Nós que esperávamos uma visita cerimoniosa, ficamos cativados por aquela simplicidade que nos deixou logo à vontade. E, imediatamente, aquela impressão de que nos conhecíamos há muito... Aquela visita foi para nós uma revelação. Quanto aprendemos! Em primeiro lugar o “estilo” da amizade fraterna dentro das equipes: simples, cordial, aberta, cativante. Depois o valor dos contatos humanos, indispensáveis para as equipes em formação. Mais tarde aprenderíamos que, sem exceção, uma equipe isolada é uma equipe fadada a desaparecer. Finalmente, os esclarecimentos dos numerosos pontos obscuros e, mais ainda, razão de ser de cada uma das normas do Movimento. Nancy e Pedro Moncau Jr.

Fontes: Carta Mensal de maio de 1975 e o livro O Sentido de uma Vida - Pedro Moncau Jr. (Nancy Cajado Moncau)

GR UPOS D E C OM BAT E 1 Há meses, um padre meu amigo comunicava-me, com toda a simplicidade e franqueza, as suas objeções contra as Equipes de Nossa Senhora. “Por que não deixam às equipes toda a iniciativa? Por que lhes impõem temas de estudo, uma disciplina, métodos?” Discutimos 30

sobre isso durante muito tempo. E por fim... cada um ficou nas suas posições. Jogo nulo. Depois a nossa conversa tomou outros rumos. Revelou-me que acabava de entrar para uma associação sacerdotal. Abro um parênteses, porque desconhecem sem dúvida o que CM 498


quer dizer “associação sacerdotal”. Padres diocesanos que ficam nos seus lugares de párocos, vigários, capelães... que estão à disposição do seu bispo, como todos os seus confrades, unem-se num agrupamento para aí encontrarem os socorros espirituais de que têm necessidade. Não vivem juntos, mas estão ligados por um ideal comum de santidade sacerdotal, por uma mesma regra de vida, por uma amizade fraterna. Alguns entram logo que saem do seminário. Mais numerosos são aqueles que pensam nisso passados alguns anos de ministério. Tendo já dura experiência da solidão e da liberdade, tendo sentido a sua fraqueza, tendo visto à sua volta confrades que se instalam na mediocridade, descobrem a importância de não estarem sós ao travar o combate pela santidade sacerdotal. Aspiram a uma disciplina, desejam um controle fraterno, compreendem a segurança de uma união feita de solidariedade. É nesse momento que estão prontos a entrar para uma família sacerdotal. Mas a lei da solidariedade não é apenas ser ajudado; é também sustentar os outros. É este duplo fim que o padre procura quando se liga a uma família sacerdotal. Fecho o parênteses e volto ao meu interlocutor. Sem dar por isso, acabava de me dar o melhor argumento para justificar as Equipes de Nossa Senhora. “As nossas equipes, fiz-lhe notar, são para os casais, de certa maneira, o que a associação sacerdotal é para o padre. Quando um casal, desejando viver integral1

mente o seu cristianismo, sofre com a sua solidão, verifica que as boas resoluções ficam, a maior parte das vezes, sem continuidade e sem efeito; quando teme, como tantos outros, deixar-se envolver pela rotina, pelo materialismo, pela sensualidade, então volta-se para as Equipes de Nossa Senhora e está apto a compreender a sua razão de ser e a tirar proveito das suas exigências”. Irá queixar-se da sua disciplina? Mas é dela que tem maior necessidade. Um enquadramento, uma regra, uma entreajuda e um controle fraterno, é o que lhe fazia falta, é o que procurava, é o que encontra nas equipes. Descobre nelas também – o que não é a menor alegria – a maneira de dar apoio a casais que, com ele, pedem à amizade cristã a força para caminhar para a perfeição cristã. Quis voltar a estas noções fundamentais. Porque importa que estejamos perfeitamente de acordo acerca do que pensamos, queremos e procuramos. Ainda com mais convicção que no dia em que o escrevia pela primeira vez, penso que “as equipes não devem ser refúgio para adultos bem intencionados, mas sim grupos de combate compostos unicamente por voluntários”, cujos membros procuram com pertinácia aprofundar o seu cristianismo, a fim de o viverem sem restrição na família, na profissão, na sociedade. Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N.S. do Rosário Piracicaba-SP

Editorial Padre Henri Caffarel. “Equipes Novas” - Carta Mensal, nº 8 - 1977.

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acervo literário do Pe. Caffarel

A ESPIRITUALIDADE CONJUGAL E O PADRE CAFFAREL A noção de “espiritualidade conjugal” não nasceu com o Pe.Caffarel nem com as Equipes de Nossa Senhora. Basta dizer que São Francisco de Sales, em sua Introdução à Vida Devota, de 1610, tem dois capítulos intitulados “Nota para as pessoas casadas” (Capítulo 38) e “A honestidade do leito nupcial” (39). Não se tratava ainda de viver a fé a dois, mas de afirmar, na linha da espiritualidade de São Francisco de Sales, que “todos os fiéis podem viver integralmente sua fé na vida de cada dia”. Muitas outras obras de sacerdotes se seguiram à Introdução à Vida Devota. Elas, de forma geral, indicam como a vida “devota” – entenda-se uma vida cristã levada a sério – pode ser vivida por leigos, mas sendo sempre uma espécie de cópia da vida religiosa. Assim, a espiritualidade do casal é uma espiritualidade paralela dos dois. O que se pode dizer sem medo de errar é que existe uma noção de espiritualidade conjugal antes e depois do Padre Caffarel. Em seu livro O Amor e a Graça, ele escreve em 1954: Não é compreendido que a vida espiritual dos leigos não consiste em bancar o monge, mas em viver a caridade em sua própria situação de vida; que esta caridade consiste precisamente no dever de se consagrar às suas tarefas com uma competência sempre crescente, uma competência que já é em si uma forma de caridade. Ser unido a Deus significa viver de seu Espírito. Os casais são chamados 32

a viver assim no Senhor (1Cor 7, 39). O próprio Cristo vem selar a união dessas duas criaturas [...]. Então, tudo muda. Essa união humana, esse amor de argila, o Senhor a assume. Na luta de cada dia, contra todas as forças que ameaçarão sua intimidade, os esposos serão sustentados por uma outra força, aquela mesma que sustenta os mundos no espaço, porque é ela também a força criadora de suas vontades e de seu amor (O Amor e a Graça, cap. “O Matrimônio é um Sacramento”, pág. 59). O fundamento da união dos casais a Deus encontra-se no sacramento do matrimônio. Desde o consentimento sacramental, os cônjuges, enquanto mantêm sua liberdade espiritual pessoal, são “enxertados” de maneira nova na cepa que é o Cristo: eles são um novo sarmento. Para a vida espiritual, existe um “antes” e um “depois” do consentimento sacramental. A fonte de toda graça é enraizada no sacramento do matrimônio, “e este sacramento, como todos os outros, é fruto da Cruz”. Padre Caffarel escreve, em um número especial do L’Anneau d’Or: Assim como o indivíduo é consagrado pelo batismo e a confirmação, assim também o casal é “sagrado”, consagrado pelo seu sacramento próprio, o matrimônio. Desde seu primeiro ato conjugal – os “sim” pronunciados perante o sacerdote, a aliança passada no dedo – ele cumpre uma função sacerdotal já que os cônjuges são os CM 498


ministros de seu sacramento. E ainda, em O Amor e a Graça: Os cristãos casados, assim como os demais cristãos, recorrem aos sacramentos e, em especial, à Eucaristia, o maior de todos, para alimentar sua vida espiritual. Mas por que ignoram eles com tanta frequência que a graça lhes é oferecida no coração mesmo de seu amor, no seu lar onde brilha a chama inextinguível do sacramento do matrimônio? Em seu lar, no mais profundo de sua união, Jesus Cristo os espera para se dar a eles. Com frequência, Padre Caffarel insiste no que o Apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios chama de grande mistério1: a profunda relação que existe entre o amor conjugal e o amor de Cristo e da Igreja. O casal, imagem verdadeira, autêntica da união de Cristo e da Igreja, não é somente aquele cujos comportamentos refletem o amor, a unidade, a indissolubilidade, a fecundidade desta união – porquanto seria apenas uma imagem natural, externa, um simples símbolo; é aquele em quem o mistério e a vida da união de Cristo e da Igreja estão presentes e vívidos.2 E explicita ainda: Quando um marido ama sua mulher “como Cristo amou a Igreja”, quando uma mulher ama seu marido com esta veneração carinhosa e esta submissão afetuosa com a qual a Igreja cerca seu Chefe, eles realizam entre eles algo do grande mistério, eles cumprem a redenção, eles se unem no próprio amor de Cristo e da Igreja. Quando geram filhos, quando colocam na sua edu-

cação o mesmo coração com que Cristo formou seus apóstolos, quando eles irradiam em sua volta o amor que vivenciam, eles participam da imensa missão de Cristo e da Igreja, eles evangelizam e salvam o mundo3. Assim, a vida conjugal tem, segundo o Padre Caffarel, este aspecto místico: ela é chamada a manifestar na história o que é a Igreja, esposa do Cristo Salvador. A realidade do matrimônio como célula de Igreja, como Igreja doméstica, como “lar”, é transformadora. As atividades, a família, a simples vida são sinais de uma presença nova. É por meio de todas as realidades da vida conjugal, que se tornou instrumento de sua graça pelo sacramento, que Cristo santifica os membros do lar; relações entre os cônjuges tanto corporais como espirituais, deveres e tarefas cotidianas, alegrias e dores. Se o lar consentir, então a redenção resplendecerá em todos os setores da vida familiar, para louvor da glória do Pai4. Eis aí mais uma boa matéria para nosso Dever de Sentar-se: estamos consentindo em ser testemunhas deste amor de Cristo e da Igreja? Hélène e Peter Eq.05A - N. S. da Santa Cruz São Paulo-SP Monique e Gérard Eq.01A - N. S. do Sim São Paulo-SP M. Regina e Carlos Eduardo Eq.01A - N. S. do Rosário Piracicaba-SP Cidinha e Igar Eq.01B - N. S. Aparecida Jundiaí-SP.

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Ef 5, 29-32. / 2 Le Mariage, ce Grand Sacrement (O Matrimônio, esse Grande Sacramento), número especial do L’Anneau d’Or, pág.210. / 3 O Amor e a Graça, pág. 71 / 4 Le Mariage, ce Grand Sacrement (O Matrimônio, esse Grande Sacramento), número especial do L’Anneau d’Or, p. 230.

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testemunho Os Desígnios de

NOSSA SENHORA

Somos equipistas há 23 anos, e amamos as ENS, pois acreditamos que somos guiados e protegidos por nossa querida Mãe do Céu a todo momento. Nesse longo período de vida de equipe, vimos nossa caminhada se transformar para melhor a cada dia! Como equipistas, participamos de tudo que nos é proposto pelo Movimento. Assim, quando soubemos do Encontro Nacional em Aparecida nos propusemos a vivenciar mais essa experiência. Fomos de micro-ônibus, com outros casais da nossa região. Estamos um pouquinho fora de forma, com a idade mais avançada, e a viagem de quase 12 horas, num banco tão apertado, nos levou à exaustão. Chegamos com o corpo quebrado, cada ossinho de nossas pernas gritava por socorro! Tomamos o café da manhã e deitamos o dia todo. À noite, participamos da abertura do Encontro. Que maravilha! Tudo muito organizado, os equipistas do Brasil inteiro se encontrando e confraternizando, as celebrações muito bonitas, uma espiritualidade gigante! Vivenciamos cada momento com muita alegria e entusiasmo; mas no fundo dos nossos corações, havia a aflição da viagem de volta. Não estávamos preparados para mais 12 horas de viagem! No dia do encerramento, na fila do almoço tiramos uma selfie para mostrar para os casais da nossa 34

equipe. No cantinho atrás de nós, na imagem, apareceu um senhor calvo, olhando no celular. Na hora meu esposo virou para trás e disse: – Olha, nós vamos levar você pra Itumbiara, já que apareceu aqui na nossa foto! E ele retrucou: – Itumbiara? Vocês são de lá? Nossa! Nós somos de Goiânia! Que coincidência no meio de tanta gente... E logo começamos a conversar. Conversa vai, conversa vem, ele perguntou: – Vocês vieram para cá de quê? – Ah, num micro -ônibus... – Nós viemos de última hora, sozinhos de carro, será que vocês não querem voltar conosco? Seria ótimo termos companhia! Na hora me veio a imagem de Nossa Senhora intercedendo pela minha angústia da viagem de volta. Como, em meio de quase 7.000 equipistas do Brasil inteiro, um goiano me oferece o retorno para casa de maneira tão inusitada? Aceitamos com alegria a carona! Viemos dividindo nossas vidas e, no meio do bate-papo, descobrimos que tínhamos muito em comum: recebemos o sacramento do matrimônio pelo mesmo Pe. Gregório e na mesma paróquia, Sagrado Coração de Jesus, em Goiânia. Quando chegamos em Itumbiara, abraçamos-nos e nos sentamos à mesa para o jantar. Antes, porém, demo-nos as mãos e agradecemos pelo dom da vida e pela alegria de sermos membros das Equipes de Nossa Senhora. Nossa Senhora Medianeira, Nossa Senhora da Esperança e Nossa Senhora do Carmo, roguem por nós! Micássia e William Cubas CR Setor C Itumbiara-GO CM 498


Foto: imaculadocoraçãoinfantil.com.br - Larissa Baptista

O TERÇO DAS CRIANÇAS “De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos.” Esse clamor descrito em Lucas 11,1 é uma maneira de sabermos que a oração é a melhor forma de nos conectarmos a Cristo. Os discípulos de Jesus tinham crescido numa cultura que dava grande importância à oração. Eles deveriam estar familiarizados com as muitas orações registradas no Velho Testamento. Entretanto, quando ouviram Jesus orar, reconheceram uma nova dimensão na comunicação com Deus. Esse diálogo, natural como uma conversa entre verdadeiros amigos, confidentes de histórias de alegrias e tristezas, é o que buscamos diariamente. Essa relação deve se iniciar desde cedo, ainda criança, mesmo que o entendimento ainda não seja maduro, mas certamente é espontâneo. Os pais são personagens-chave nessa familiarização do diálogo com Jesus. A criança que participa da oração em família como uma rotina terá também a facilidade de encontrar Cristo como um amigo de todas as horas. E não foi diferente quando o filho de um casal equipista de Sobral no Ceará fez uma solicitação aos seus pais, Valdelúcia e Neurimar. “Mamãe, papai, e se a gente fizesse o terço das crianças aqui em casa?” Esse pedido não foi à toa... Era época de provações e estavam precisando se fortalecer em suas orações para enfrentar a situação. Ele poderia ter feito uma oração individual, ou com seus pais, mas resolveu partilhar dizendo que a oração com os amigos seria bem mais forte! E assim aconteceu. Pais e filhos reunidos propiciando um momento de encontro com Cristo por meio da oração. Dessa forma, iniciamos o “Terço das Crianças”, que a cada mês acontece na residência de um casal equipista e esperamos que essa iniciativa renda frutos e se propague entre as demais famílias das Equipes de Nossa Senhora. Alrieta e Vicente Eq.08 - N. S. das Graças Sobral-CE CM 498

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ETERNAMENTE

Todo casal, principalmente os que casaram muito cedo, como nós, temos todo tipo de briga, ciúmes, decepções e desentendimentos. Mas temos que saber que o segredo da vitória é chegar no fim do dia e optar pelo AMOR, pela FAMÍLIA. Quando se é jovem, o que motiva a relação é imaginar aquele casamento de conto de fadas, perfeito, onde os noivos dizem sim e vivem felizes para sempre. Temos 25 e 27 anos e somos casados há 5, e este é o nosso terceiro ano no Movimento (contando com a Experiência Comunitária). Hoje percebemos que o que torna um casamento perfeito são exatamente as nossas imperfeições e principalmente o que decidimos fazer com elas. O Dever de Sentar-se nos ajudou muito a perceber isto, é um PCE complicado para iniciar, mas, ao colocarmos em prática o que foi aprendido e conver-

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SIM!

sado, o resultado é gratificante. Toda noite, seja uma noite de muito amor, ou de briga, todo casal tem que mandar um sinal pra Deus, e um para o outro. Vamos honrar a vontade de Deus e deixar o amor prevalecer. Vamos vencer, sim! É difícil escolher o AMOR, diante de tanto orgulho, de tanta vontade de pagar com a mesma moeda. Mas será que foi para isso que Deus colocou um no caminho do outro? Para que foi mesmo que você optou em dizer SIM ao receber o sacramento do matrimônio? Devemos lutar a tudo e todos que cruzam contra nós em nossos caminhos. Desistir é muito fácil, mas perde-se o melhor da vida, que é olhar para trás e sentir orgulho do que fizemos com nossa vida e com nossa família. Claro que quando casamos sonhamos em ser felizes para sempre, mas se buscarmos, antes disso, fazer o outro feliz, a gente consegue!

Ranielly e Ronney Eq.27 - N. S. de Lourdes Arapiraca-AL

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Você está consciente

DO SEU TESTEMUNHO DE FÉ? Já que resolvemos ser católicos, e cremos que a essa altura de nossas vidas isso é um fato consumado, conhecemos e reconhecemos a importância da nossa fé nos atos que temos e assumimos. Cristãos-protestantes acreditam que só pela fé podem se salvar. Mas nós, católicos, não! Para nós é inconcebível não associar a fé aos nossos atos, à nossa conduta, ao nosso comportamento. Sabemos de cor as palavras de São Tiago: “Se nossa fé não se traduz em obras, ela é morta!” Se de fato cremos no Cristo Ressuscitado, pedimos que nosso coração seja semelhante ao Dele e que nossos atos de vida sejam coerentes com nossa fé, então devemos nos esforçar para apresentar a todos uma fé positiva, regada do amor, e amor misericordioso, como é o Amor de Deus. Não conseguimos dimensionar em quantidade e qualidade nosso testemunho, mas podemos apresentar a Deus nossos esforços. E somente se formos testemunhas seremos verdadeiros defensores da fé e evangelizadores. Temos que responder com toda a nossa vida, pela vida toda, coerentemente. Sabemos que somos limitados e conhecemos nossas deficiências, o nosso eterno egoísmo e falta de compaixão. CM 498

Por isso buscamos, dia a dia, com as orações e os Pontos Concretos de Esforço, que nos fortalecem, assim como as reuniões mensais, as missas, a Santa Eucaristia, as peregrinações deste Ano Santo da Misericórdia e muitos outros meios que dispomos, a continuar buscando a santificação, nem mais, nem menos!! Scott Hahn, ex-pastor que se converteu ao Catolicismo, nos diz: “Temos muitas razões para crer. Temos bons, belos e plausíveis motivos para crer. E muitos de nossos vizinhos, amigos, colegas e familiares estão desesperados em encontrar uma razão para crer. Nossas palavras e nossas vidas devem lhes dar essas amplas razões.” Na celebração da Sexta-Feira Santa, um padre nos fez a seguinte pergunta: “O que fiz, o que faço e o que farei por Jesus?” Se olharem de longe, nossos filhos e amigos verão um rastro luminoso de bons testemunhos em nossa vida? Deixaremos vivo para nossos amigos e familiares a Luz de Cristo? Como em Emaús, sigamos sempre o Caminho e ajudemos as pessoas a reconhecer Jesus, nos esforçando para demonstrar“a razão da esperança” que há em nós. Rachel e Fernando Eq.02B - N. S. Rainha de Todos os Povos São Paulo-SP 37


partilha e PCE

CINCO VALIOSOS MOTIVOS PARA REZAR TODOS OS DIAS A oração é o alimento da alma. Se não ingerirmos uma determinada quantidade de nutrientes necessários diariamente, nosso organismo começará a reagir de modo negativo; com o passar do tempo, vamos adquirir uma anemia. O mesmo processo ocorre com a vida interior. Se, a cada dia, não cultivarmos uma vida de oração, nossa alma contrairá uma anemia espiritual. Precisamos cuidar do coração para que nossa fé seja sempre renovada no amor e na esperança. Vamos juntos descobrir cinco motivos para rezarmos todos os dias e aumentarmos a imunidade contra os ataques do inimigo!

1 – Fortalecimento da fé:

Nossa vida de fé se alimenta daquilo que oferecemos à nossa alma. Quando nos descuidamos da oração, nossa vida de fé diminui gradativamente. Muitos se descuidaram a tal ponto da vida de oração, que hoje se encontram espiritualmente anêmicos, sem forças diante das difíceis situações da vida. Quanto mais rezamos, mais nossa fé cresce e se fortalece.

2 – Resistência contra

os ataques do mal: Todos os dias somos cercados de muitas forças do mal, as quais tentam nos roubar a paz. Uma vida de oração fecunda e intensa afasta de nós as forças das trevas. A luz que irradia de nossa fé deixa cego o inimigo. Mergulhados em Deus, criamos uma resistência espiritual contra todo vírus do mal.

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3 – Santificação pessoal:

Os santos alcançaram a glória divina, porque na vida foram pessoas de oração e caridade. A vida de oração caminha de mãos unidas com a ação, e para ser santo é preciso ser pessoa de oração. Quando nossa vida se torna oração por completo, até mesmo em nosso trabalho estamos rezando, porque nos unimos de tal maneira a Deus que não mais podemos nos separar d’Ele.

4 – Imunidade contra o negativismo:

Pessoas mal-humoradas têm tendência a serem de pouca oração. Quem reza é mais animado, olha a vida com mais amor, acolhe com mais carinho seus irmãos, reconhece nos sofredores o próprio Cristo, são promotores da paz, praticam a caridade sem esperar retorno. Invista na oração e verá os benefícios na sua alma.

5 – Amadurecimento espiritual e humano:

Aquele que cultiva uma vida de oração aos poucos vai adquirindo a sabedoria necessária diante das realidades humanas e espirituais. Uma vida de oração assídua desenvolve na alma o amadurecimento espiritual, que nos faz abandonar nas mãos de Deus todas as nossas fragilidades e confiar à sua misericórdia as difíceis situações da vida, para as quais não encontramos solução.

Os benefícios para quem investe um período do seu dia no cultivo da oração são enormes. Não há contraindicações e todos podem ser beneficiados pelo amor misericordioso de Deus, que restaura o coração e devolve a saúde espiritual à alma abatida. Donizeti da Silvia Eq.07 - N. S. Madre de Deus Mogi das Cruzes-SP CM 498

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CORREÇÃO FRATERNA:

Um puro ato de amor!

Não devemos ficar calados diante do mal. Um dos maiores bens que podemos prestar àqueles a quem queremos bem ou a um irmão qualquer é o auxílio, muitas vezes espinhoso, da correção fraterna. A correção fraterna é grande meio de salvação e um ato de puro amor. Ela expressa a vontade que alguém tem de ver o seu irmão feliz, bem realizado, no caminho certo e não envolvido em ilusões e entregue a alegrias passageiras e prejudiciais. O próprio Jesus praticou muitas vezes a correção para aqueles que o escutavam ou o seguiam. Jesus usou quando necessário palavras de reprovação, mas sempre concluía apontando o caminho da salvação. Da mesma forma, todos nós das equipes deveremos fazê-lo com uma firmeza impregnada de amor e respeito ao irmão. Como nos diz nosso querido Pe. Caffarel: “O Teu Amor Exigente me Engrandece”. A correção fraterna faz parte deste espírito de família, desta união fraternal em equipe. Alegremo-nos, portanto, quando nos corrigem e, de nossa parte, usemos da mesma caridade para com os outros. Sem nos esquecermos de que na corre40

ção fraterna deve-se viver uma série de virtudes sem as quais não estaríamos diante de uma autêntica manifestação de caridade. “Quando tivermos de corrigir, façamos com caridade, no momento oportuno, sem humilhar… e com ânimo de aprender e de melhorarmos nós mesmos naquilo que corrigimos”. A correção fraterna é manifestação de bem-querer. Quando numa equipe desaparece o interesse de uns pelos outros, perde-se a mística, a convivência fica insuportável e perde-se o sentido de pertença. É evidente que, “na hora”, a correção parece não ser motivo de alegria, porque quem é repreendido se sente humilhado e conhecido no seu próprio pecado. Quando não se pratica a correção fraterna é fácil cair na murmuração ou nas indiretas. No caso da murmuração, a coisa se transforma em fofoca; no caso das indiretas, procura-se o momento mais oportuno para disparar uma flecha venenosa, e isso se chama calúnia. Pouquíssimas pessoas têm coragem de advertir alguém que está errado. É mais fácil condenar, humilhar, fofocar ou ser indiferente. A correção é grande meio de salvação. “Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganhado teu irmão”. “Felizes aqueles que, ao longo de sua vida, tiveram verdadeiros anjos que lhes deram o presente da atenção carinhosa no sentido de corrigirem a rota da vida. Uns e outros têm fortes chances de glória futura”. Girlane e Salú Eq.01 - N. S. Imaculada Conceição São Luís-MA CM 498


DIÁLOGO. LEIA-SE: DEVER DE SENTAR-SE 142. “Um diálogo é muito mais do que a comunicação de uma verdade. Realiza-se pelo prazer de falar e pelo bem concreto que se comunica através das palavras entre aqueles que se amam. É um bem que não consiste em coisas, mas nas próprias pessoas que mutuamente se dão no diálogo.” (PP. Francisco, Ex. Ap. ”Evangelii Gaudium”, 142)

O Papa Francisco, no Capítulo III de sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, no tópico 142, revela esse conceito de “diálogo”, figurando como joia rutilante, em destaque de tantas outras colocações de extrema inspiração, no Documento Pontifício. O Papa Francisco parece focado dia e noite no tema família, pois sua espiritualidade é de profunda vida comunitária e, em sua mente, a família apresenta-se como a primeira e básica comunidade natural. Para ele a família é o ponto de partida da evangelização e nela repousa a maior esperança redentora da Igreja e especialmente de Cristo. Esse conceito se aplica a qualquer comunicador, em quaisquer circunstâncias, mas se for observado por pessoas que se amam, e, ainda mais, se elas estiverem vinculadas pelo matrimônio, tal conceito constitui programa deveras completo da verdadeira e eficaz comunicação. Primeiramente, diálogo é a comunicação de uma verdade. Quem já foi noivo e vivenciou inúmeros diálogos, sobre o relacionamento do casal, seu projeto de família, a aceitação das respectivas famílias, as amizades, os trabalhos da vida profissional e do lar, o convívio social, a religiosidade conjugal e familiar e tudo o mais que envolve a existência da família humana, certamente CM 498

já versou acerca desses temas reais e verdadeiros. Todo aquele que é encantado pelos sintomas do amor revela naturalmente seu prazer de falar com as pessoas que ama. E quando fala, o faz pelo bem concreto que se comunica. A riqueza dessa comunicação decorre do bem, de qualquer natureza, que vai direto ao coração e o alimenta. Não se fala para o outro ouvir, mas muito mais para ele ser tocado pelo bem, objeto da comunicação. Esse bem, como reafirma o Pontífice, são as próprias pessoas que mutuamente se dão no diálogo. Assim, o diálogo de quem ama não consiste tanto em falar com o outro; significa, outrossim, a ida favorável àquele a quem se dirige. Dessa ida, ou desse deslocamento de si próprio, resulta a felicidade, no mesmo sentido em que o salmista cantava e nós orávamos na segunda-feira da 5a Semana da Quaresma: “Felicidade e todo o bem hão de seguir-me por toda a vida, e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos” (Sl 22,6). Vamos santificar nosso diálogo, tornando-o prazeroso, convertendo nosso “dever” na realidade do bem concreto, que se querem uns aos outros, por aqueles que se amam. Leila Maria e Paulo Marcondes Eq. N. S. Aparecida Mogi das Cruzes-SP 41


Imagem da Trindade Querendo ter uma ideia daquilo que é a Trindade, olhemos para dentro de nós mesmos! Aí é que encontraremos, reproduzidos em formato pequenino, alguns dos divinos traços dela. Se somos capazes de conhecer é porque a Trindade é conhecimento e comunicação. Se somos capazes de gerar é porque a Trindade é princípio da criação e da vida. Se somos capazes de amar é porque a Trindade é fonte de amor e doação. O Pai nos entregou a tarefa de perpetuar a vida. O Filho nos deu a suprema lição de amor. O Espírito plantou em nosso 42

coração o desejo ardente de saber e de conhecer. Enfim, somos aquilo que somos porque a Trindade nos fez à sua imagem e semelhança. Feznos miniaturas de si mesma, ou modelos dela em escala reduzida. Por isso, quando contemplamos nosso rosto num espelho, estamos contemplando o rosto da trindade. E na hora em que olharmos para qualquer um de nossos irmãos, poderemos vislumbrar neles a própria imagem da Trindade. Mas nós estamos bem longe de acreditar nisso. Então, nem nos damos contas de que, rompendo a aliança com nosso irmão, rompemos a aliança com a Trindade. Sendo injustos com nosso irmão, é com a própria Trindade que estamos sendo injustos. E quando negamos nosso amor a um irmão, é à Trindade que estamos deixando de amar. Quando cortamos a comunicação com nosso irmão, é com a Trindade que deixamos de comunicar. E quando nos pronunciamos contra a vida, negando-lhe o direito de nascer, de subsistir ou de ocupar seu lugar em nosso meio, é contra a própria Trindade que emitimos sentença de condenação. Somente conseguiremos vislumbrar a presença da Trindade no lugar que ela mesma elegeu para sua morada: em nosso coração e no coração de cada irmão. Lúcia e Rubson A. Januário Eq.02B - N. S. das Graças Ribeirão Preto-SP CM 498


NÃO TEMOS TEMPO! Interessante o quanto boa parte de nós acusamos o “não ter tempo” como motivo de não nos dedicarmos para o engajamento na Igreja e a vida de equipe que o Movimento propõe: terços, adorações ao Santíssimo, EACREs, formações, retiros etc. Vida de equipe que deveríamos assumir com liberdade, sem pressão ou coação. Contudo, basta que recebamos um convite para uma festa de aniversário, de casamento ou um churrasco na casa dos amigos que o tempo aparece, pessoas surgem para cuidar dos nossos filhos e nem titubeamos em aceitar o convite porque para isto estamos sempre disponíveis, há tempo. Será que o que fazemos na Igreja é tão ruim assim? Será que os encontros que as ENS nos propõem são perda de tempo? Pois muitas vezes vamos desanimados, como que obrigados a participar desses encontros. O pior são as velhas desculpas: “não deu tempo”, “cheguei tarde”, “estava tão cansado”, “não tinha com quem deixar meu filho”. Será mesmo? Se é assim que pensamos ou agimos, devemos então nos perguntar: a quem queremos enganar? O que estou fazendo neste Movimento? Será que não descobri ainda o tesouro oferecido pelas ENS através da mística dos PCEs e o imenso valor da formação permanente que elas nos oferecem? Penso que as respostas a essas perguntas não devem ser dadas a Deus, pois Ele sabe de tudo, mas a nós mesmos. “E Jesus lhe disse: ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lc 9, 62). Se for para ficar olhando para trás, o arado perde o prumo e as coisas desandam. Esquece-se da missão e não olha mais para Deus, pois suas vontades e desejos ofuscam a vontade d’Ele. Perde-se o sentido da espiritualidade conjugal e da vida de equipe. Lembremos que todo encontro das ENS é antes de tudo um encontro com Cristo na pessoa do outro. E tenho plena certeza de que alguém, que já fez um encontro pessoal com Cristo, não vai na direção d’Ele desanimado, com desculpas prontas. Pelo contrário, encontra sempre tempo e motivos para vê-lo, segui-lo e amá-lo. Valdemir da Mararégia Eq.03 - N. S. de Fátima Caicó-RN CM 498

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formação

EEN – ENCONTRO DE EQUIPES NOVAS As Equipes de Nossa Senhora, Movimento de espiritualidade conjugal, proporcionam na vida dos casais inúmeras oportunidades para crescer na fé e aumenta em todos nós a vontade de estar cada vez mais próximos de Deus e de seu plano de salvação. Todos sabemos que fazemos parte de um Movimento extremamente estruturado e que após 77 anos de existência continua se preocupando com a formação de seus equipistas. Nós, como participantes da equipe de formadores das Equipes Novas da Província Sul I, constatamos este cuidado. A pilotagem de uma equipe é composta por duas fases: a primeira é baseada no estudo dos 10 Cadernos de Pilotagem e é acompanhada por um Casal Piloto; a segunda, na realização do Encontro de Equipes Novas (EEN). Este EEN é o fim do percurso da Pilotagem no processo de formação inicial das Equipes de Nossa Senhora. É um tempo de diálogo e de partilha em casal e entre casais. É também um tempo de síntese que permite recapitular as descobertas feitas ao longo da pilotagem, nas reuniões de equipe. Nossa equipe de formadores é composta por casais de diferentes Regiões de nossa Província, acompanhada por um Sacerdote Conselheiro Espiritual. Nossos encontros acontecem em finais de semana, atendendo às necessidades de cada Região. Somos casais com alguns anos de caminhada e procuramos sempre levar o melhor de nós em termos de experiência no Movimento e testemunho de vida. Este serviço que assumimos há um 44

ano nos proporciona momentos de grande alegria por dois motivos: primeiro, porque para nos prepararmos para os encontros nos aprofundamos nos estudos dos documentos, o que nos permite uma revisão e atualização da pedagogia do Movimento; e, segundo, porque nos encontramos com casais novos nas equipes e trocamos experiências bastante enriquecedoras; o EEN tem sido muito bem recebido pelos participantes. Temos percebido o carinho e a atenção das regiões e dos Setores na formação de seus casais, na experiência comunitária e na pilotagem; este fato tem se evidenciado nas reuniões de grupo nos EEN. Em cada encontro procuramos passar-lhes nossa experiência como um presente de Deus, testemunhando as maravilhas que o Senhor realiza em nossas vidas, através das Equipes de Nossa Senhora e na qualidade de guardiões, que todos somos, do Carisma e da Mística do Movimento, transmitimos as orientações com fidelidade ao Estatuto e aos documentos. Esses novos casais que estão assumindo o compromisso com as Equipes de Nossa Senhora, conhecendo a sua beleza e a sua grandeza, suas exigências, e também suas responsabilidades, representam o futuro do nosso Movimento e estarão sem dúvida preparados para responder com a alegria e entusiasmo ao chamado de Deus. Sejamos firmes na fé e na alegria de servir. Carmem Silvia e João Fernando Casal Coordenador do EEN Província Sul I CM 498


notícias São 25 anos de muito amor e cumplicidade. E se houve crises e desentendimentos, damos graças a Deus porque vocês souberam superá-los e levar adiante o projeto de Deus.

BODAS DE PRATA

Aeliamar e Luiz 19/01/2016 Eq. N. S. do Rosário Rio Verde-GO

Cida e Jovandir 02/03/2016 Eq. N. S. Aparecida - Rio Verde-GO

Marina e Humberto 01/03/2016 Eq. N. S. Medalha Milagrosa - Alfenas-MG

Cláudia e Eduardo 25/01/2016 Eq. N. S. Rainha da Paz - Serra-ES

Marluce e Sóstenes 31/12/2016 Eq. N. S. de Fátima - Pocinhos-PB

Adriana e Nívio 12/01/2016 Eq. N. S. das Graças - Rio Verde-GO

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“O Sacerdote é o amor do Coração de Jesus. Quando virdes o padre, pensai em Nosso Senhor Jesus Cristo.”

(São João Maria Vianney)

JUBILEU DE OURO SACERDOTAL

Cônego José Júlio 05/12/2015 SCE Eq. N. S. Consoladora dos Aflitos Campinas-SP

JUBILEU DE ESMERALDA SACERDOTAL

Ir. Sebastião Camargo 02/02/2016 SCE Eq. N. S. da Rosa Mística Rio Verde-GO

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JUBILEU DE PRATA SACERDOTAL

Pe. Pedro Pereira de Morais Em 20/01/2016 SCE Eq. N. S. das Famílias Niterói-RJ

Pe. Amâncio Calderaro Jr. Em 26/01/2016 SCE das Equipes 4A e 10C Taubaté-SP

VOLTA AO PAI Maria Izabel (do José Jorge) Em 17/01/2016 Integrava a Eq. N. S. da Luz São Luís-MA Pedro Santos (da Maria Lúcia) Em 25/02/2016 Integrava a Eq. N. S. de Lurdes São Luís-MA Ana Maria Paez Em 11/02/2016 Integrava o Grupo Caminhando - CNSE 01 Araraquara-SP

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Roberto Ferratti (da Cláudia) Em 26/02/2016 Integrava a Eq. N. S. Desatadora dos Nós Araraquara-SP Deraldo Cardoso (da Sole) Em 05/03/2015 Integrava a Eq. N. S. da Soledade Salvador-BA Ir. Bernadete da Imaculada Conceição Em 13/01/2016 Acompanhava casais em Experiência Comunitária Rio Verde-GO 47


dicas de leitura AMIGOS DE SANTA FILOMENA Vanderlei Testa

O primeiro Santuário dedicado a Santa Filomena, em construção, na América Latina. Sorocaba, cidade do interior do Estado de São Paulo, é a escolhida numa história emocionante relatada neste livro. Localizado a apenas 90 km da maior capital do Brasil, este lugar santo tem sido escolhido por Santa Filomena para derramar com profusão seus milagres e graças. Centenas de testemunhos de devotos acompanham a história iniciada em agosto do ano 2005 em um pequeno salão de garagem. Os leitores irão encontrar nas páginas deste livro as orações e sacramentais de Santa Filomena. A miraculosa cura de um filho relatada por uma mãe que descobriu na oração da Santinha o sentido para agradecer a Jesus por tão misericordiosa graça. Se você deixar seu coração aberto ao que Santa Filomena deseja para a sua vida, da

sua família, certamente ela intercederá como tem feito a milhares de pessoas em todo o mundo. (Este livro pode ser adquirido através de solicitação via e-mail secretaria@santuariosantafilomena.org.br)

O SENTIDO DE UMA VIDA Nancy Cajado Moncau

Há duas maneiras de se ler O Sentido de uma Vida. A primeira é acompanhar a cronologia dos fatos, sua origem, seu desenrolar ao longo dos dias até “os últimos anos”. A segunda é mais profunda. É a procura do espírito que animou esses fatos, das razões que levaram um cristão casado, um médico, a caminho de sua realização profissional, a colocar tudo em segundo plano e se entregar de corpo e alma à difusão de uma espiritualidade conjugal que descortinou, à sua frente, horizontes insuspeitados; horizontes estes que lhe foram revelados pelas Equipes de Nossa Senhora – Movimento de Casais iniciado na França em 1938 e por ele introduzido no Brasil em 1950.

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(Este livro pode ser adquirido no Secretariado Nacional - www.ens.org.br)

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MEDITANDO EM EQUIPE Tão longe e tão perto “Assim está escrito, que o Cristo devia sofrer e ao terceiro dia ressuscitar dos mortos e que em seu nome se pregariam a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas. Vou enviar-vos o que meu Pai prometeu. Ficai, porém, na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”. Depois levou-os até perto de Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi elevado ao céu. Eles se prostraram diante dele e depois voltaram para Jerusalém cheios de alegria. E estavam sempre no templo, bendizendo a Deus.”

Reflexão

– Depois das tristes experiências da prisão e da morte de Jesus, os discípulos viram-no vivo novamente. Manifestou-se a eles e levou-os a compreender como tudo aquilo fazia parte do projeto divino de salvação. Não o haveriam de esquecer quando depois tivessem de enfrentar dificuldades e até a própria morte. – O Ressuscitado deixou-os, mas eles sabiam que estava junto do Pai. Já não estaria sensivelmente entre eles, mas não os abandonava. Tinham certeza disso, e assim podiam retomar a vida de um modo novo, e levar a todos uma mensagem de esperança e vida. – Jesus é alguém presente para você? Ou apenas uma vaga lembrança?

Oração espontânea

Renove sua fé na presença de Jesus, sua confiança e sua alegria.

Oração Litúrgica

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(Das Vésperas da Festa) Aclamemos Jesus Cristo, à direita do Pai na glória, e digamos com alegria: Cristo, rei da glória, nós vos louvamos! Rei da glória, que elevastes convosco a fragilidade humana à glória do céu, devolvei-nos a dignidade original perdida. Cristo, rei da glória, nós vos louvamos! Vós, que descestes até nós pelo caminho do amor, pelo mesmo caminho fazei-nos subir até vós. Cristo, rei da glória, nós vos louvamos! Vós, que prometestes atrair para vós a humanidade, não permitais que fiquemos separados de vós. Cristo, rei da glória, nós vos louvamos! Fazei-nos desde agora viver de corpo e alma no céu, onde estais como Senhor do universo. Cristo, rei da glória, nós vos louvamos! Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


2016 Ano Santo da Misericórdia Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia (08/12/2015 - 20/11/2016): Misericordiae Vultus - “O Rosto da Misericórdia”, de Papa Francisco “Somos chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para conosco” – Redescobrir as Obras de Misericórdia corporal e espiritual, da Catequese tradicional da Igreja. Misericórdia espiritual: Misericórdia corporal: – aconselhar os indecisos, – dar de comer aos famintos, – dar de beber aos que tem sede, – ensinar os ignorantes, – admoestar os pecadores, – vestir os nus, – consolar os aflitos, – acolher os estrangeiros, – dar assistência aos enfermos, – perdoar as ofensas, – suportar com paciência – visitar os presos, as injustiças, – enterrar os mortos. – rezar a Deus pelos vivos e mortos. -

Atenção especial ao sacramento da Confissão. “Ponhamos novamente no centro o sacramento da Reconciliação, porque permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia. Aqueles que se aproximam do Sacramento da Penitência e reencontram o caminho para voltar ao Senhor, vivem um momento de intensa oração e redescobrem o sentido da sua vida”.

O Lema do Ano Santo da Misericórdia é a exortação de Jesus: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36).

Equipes de Nossa Senhora Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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