ENS - Carta Mensal 500 - Agosto 2016

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Ano LVI • agosto • 2016 • nº 500

EDIÇÕES

Acervo Pe. Caffarel Obra literária

agora também

em áudio


ÍNDICE 01 editorial 02 03 04 06 08 10 11 14 16 19 21 23 26 27 29 32

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super-região Dia do Padre: o que é Vocação Sacerdotal? Pai Equipes de Nossa Senhora, riqueza da Igreja Vocação

Igreja Católica

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Encontro mundial das famílias

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vida no movimento Província Norte Província Nordeste Província Centro-Oeste Província Leste Província Sul I Província Sul II Província Sul III

raízes do movimento

Comunidade N. S. da Esperança Não era um sonho qualquer

Equipe de Jovens de Nossa Senhora A festa de Nossa Senhora

acervo literário do Padre Caffarel A obra literária do Padre Caffarel

formação Casamento sacramento do dia a dia

reflexão

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As nossas escolhas Missão: Matrimônio Uma nova civilização do amor

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Uma edição significativa Equipistas de todo o Brasil saúdam a Carta Mensal Casais que foram responsáveis pela Carta Mensal

Carta Mensal no 500

O amor mais forte que o mal Pedro Moncau: uma alma santa Vida de Rquipe: um encontro de corações e almas e a presença de Pe. Caffarel nas ENS

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Dez anos sem Dona Nancy Moncau

64 dicas de leitura

60 notícias

Carta Mensal

Equipes de Nossa Senhora

no 500 • agosto 2016

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622) Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390 Cj. 115 Perdizes 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@ novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Foto capa: Fabiano Godoy - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta Edição: 26.500 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


editorial Queridos equipistas, No mês de julho, a Carta Mensal está em festa. Chegamos à edição de número 500! Feita pela equipe responsável e pelos equipistas e sacerdotes que nos enviam artigos e testemunhos, a Carta se fortalece cada vez mais como meio de comunicação, formação e informação do nosso Movimento. Para relembrar o processo de construção e as histórias guardadas por trás destas 500 edições, temos testemunhos dos casais que foram responsáveis pela Carta e de equipistas espalhados pelo Brasil. Como presente para o nosso Movimento, todas as Cartas estão sendo digitalizadas, ainda este ano, para garantir a preservação da história e facilitar a consulta. Não só pela celebração, mas por se tratar de um mês repleto de datas importantes, esta Carta está mais longa. Dia dos pais, dia dos padres, mês das vocações, 10 anos da morte da Dona Nancy Moncau, 34 anos do falecimento do Dr. Pedro Moncau, além, é claro, das informações sobre eventos e acontecimentos que envolvem a vida do Movimento. Como não poderia faltar, em homenagem ao fundador das Equipes de Nossa Senhora, Padre Henry Caffarel, temos um artigo que traz o balanço de sua obra literária. E para fechar a celebração, uma grande surpresa: a Carta Sonora. Agora é possível ouvir a Carta Mensal! Seja no trânsito ou durante a caminhada matinal, lançamos uma nova maneira de se conectar às informações do Movimento. Esta ferramenta também auxiliará as pessoas que não podem, por algum motivo, fazer a leitura. Por fim, queremos reforçar nosso agradecimento pela participação dos equipistas que enviam textos, aos que leem e aos que trabalham para que a Carta fique pronta todos os meses. Um agradecimento especial à Editora Nova Bandeira, que não tem poupado esforços para que a Carta Mensal fique cada dia mais bonita. Como casal responsável pela Carta, gostaríamos de agradecer a SRB pela oportunidade de contribuir com as Equipes de Nossa Senhora. Abraços fraternos Fernanda e Martini CR Carta Mensal Tema: “Ousar o Evangelho - VIVER A MISSÃO COM ALEGRIA” CM 500

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super-região

DIA DO PADRE: o que é Vocação Sacerdotal? Essa pergunta por si só já seria interessante. Mesmo quem não tem fé, ou não a tem com a configuração cristã-católica, se admira quando encontra um jovem, com a vida inteira pela frente, optando pelo sacerdócio. Para as ENS, a resposta a essa pergunta é mais que interessante, ela é fundamental. O sacerdócio tem um espaço ímpar no início do movimento. Tentar descobrir essa resposta é mergulhar nos fundamentos do nosso Movimento, a união entre o Sacramento do Matrimônio e o da Ordem. Sendo assim, neste mês em que comemoramos o “dia do padre” aproveito para escrever algumas linhas sobre o assunto. A maioria das perguntas importantes de nossa vida pode ser respondida objetiva ou subjetivamente. Com relação à Vocação Sacerdotal não é diferente. Objetivamente podemos dizer que a vocação sacerdotal é o chamado da parte de Deus a homens que, configurados sacramentalmente a Cristo-Sacerdote e agindo na sua pessoa, tanto na Celebração quanto na pregação da Palavra e no serviço caridoso aos irmãos e irmãs, têm por missão perpetuar seu verdadeiro e único sacrifício na história. O problema é que esta resposta objetiva quando toca a pessoa do 2

vocacionado ganha uma dimensão subjetiva. Cada um faz uma experiência pessoal da vocação sacerdotal. Cada padre tem uma história já vivida e uma perspectiva para o futuro que justificam sua vocação. E experiência pessoal nós não explicamos, mas vivemos e realizamos. Por isso, se é que posso, me arrisco a dar uma reposta à pergunta sobre a vocação sacerdotal: é uma loucura de amor de ambas as partes. Loucura de Quem chama, pois confia a homens falíveis coisas infalíveis, e loucura de quem responde, pois entrega sua vida a Alguém com quem fez uma experiência pessoal-subjetiva, experiência que dificilmente conseguirá explicar racionalmente a outro alguém. A plenitude dessa “loucura de amor” é o episcopado. As ENS no Brasil têm tido muita alegria em ver vários de seus sacerdotes conselheiros serem chamados a exercer essa missão. Quero aproveitar para cumprimentar nossos bispos que enquanto padres foram conselheiros de nossas equipes e mesmo como bispos continuam exercendo esse serviço junto ao Movimento. Desejo no “dia do padre”uma feliz missão sacerdotal aos nossos conselheiros, padres e bispos. Deus nos abençoe e nos mantenha fiéis. Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 500


PAI Um pai não se compreende a si mesmo sem os seus filhos. Pode ser um ótimo trabalhador, profissional, marido, amigo, mas o que o torna pai tem um rosto: são seus filhos. Pai, aquele que ensina o jogo da vida, compreende as inseguranças dos filhos, está sempre por perto, atento às necessidades ditas, e as não ditas, mas que gritam no olhar silencioso e desesperado do filho. Pai dá apoio, proteção, e aponta o erro, sempre com o objetivo de construir algo melhor. Pai trava incansavelmente as batalhas do dia a dia para dar aos filhos uma vida satisfatória, muitas vezes melhor do que a que teve. Porém, o pai aprende sua missão paterna através dos desafios cotidianos com os próprios filhos; a relação pai-filho é um aprendizado dos dois lados. A cada situação ganha-se experiência, mas não o livra de acertar todos, daí surgem as tensões e os conflitos. Mas o que seria desta relação pai-filho sem isto? Um cemitério! Quando há vida, há tensão e conflito. Então não se deve ter medo das tensões e conflitos, porque os fazem crescer: pais e filhos. E como resolver? Com diálogo, que busca o consenso, a união. Mas o mais importante é não apegar-se muito a uma tensão, porque senão ela nos destrói! A figura paterna é muito marcante, os filhos veem nos pais, além CM500

da proteção física, a força espiritual para reflexões, discernimentos, tomadas de decisões e escolhas importantes para suas vidas. Portanto, a responsabilidade de um pai diante de um filho é imensurável. É imprescindível que o pai, consciente de sua missão paternal, busque “na fonte” os dons espirituais necessários para bem realizá-la. Esta fonte inesgotável é Deus nosso Pai supremo e único. Este Deus irá saciar a sede de todos os pais que o buscarem. Com sua “água limpa” vai clarear os discernimentos e decisões. Também vai purificar as escolhas erradas, que fatalmente levam ao arrependimento, ao sofrimento e à angústia. Quantos pais adoecem vendo seu filho mal orientado e sofrendo, muitas vezes por omissões, negligências e erros de sua parte... Mas beber desta fonte vai permitir o perdão e o recomeço. Como Isaías, o profeta, que descobre que Deus purifica suas intenções, perdoa seus pecados, cura seu coração e torna-o idôneo para uma importante 3


missão: ...“Tendo esta brasa tocado teus lábios, teu pecado foi tirado, e tua falta apagada.” (Isaías 6, 7) É muito bom reconhecer-se fraco e pequeno, e se não resistir à Sua ação, Ele o tocará com seu amor misericordioso, revestindo-o de uma grande força, que poderá então

compartilhar com seus filhos esta alegria imensa que é realizar uma grande viagem na vida com Deus, Pai eterno! Abraço forte em todos os pais! Hermelinda e Arturo CR Super-Região

EQUIPES DE NOSSA SENHORA,

Riqueza da Igreja

que Deus realiza e a Igreja jubilosamente anuncia, é para todos, e Deus criou um caminho para Se unir a cada um dos seres humanos de todos os tempos. Escolheu convocá-los como povo, e não como seres isolados. Ninguém se salva sozinho, isto é, nem como indivíduo isolado, nem por suas próprias forças. EG 113

Após o Concílio Vaticano II, acentua-se a importância das várias pastorais e movimentos que ao mesmo tempo contribuem e enriquecem a nossa Santa Igreja, cada qual com o seu carisma. Sem deixar-se tomar pela vaidade, sabemos que também as Equipes de Nossa Senhora têm o seu valor e a sua missão a cumprir. Quando entramos para as Equipes de Nossa Senhora somos logo convidados a viver em comunidade como bem faziam os primeiros cristãos. Pela certeza de que não poderemos nos salvar sozinhos, nesta pequena comunidade somos levados à prática da ajuda mútua e a caminhar juntos o que torna-se para nós motivo de grande alegria. Esta salvação, 4

O caminho quando feito sozinho é difícil e sem encanto. Há tantos irmãos que por não terem com quem caminhar, com quem partilhar tentam resolver seus problemas de forma solitária e muitas são as vezes que nada conseguem. Tantos são os casais que por não terem uma espiritualidade, e com quem se orientar, têm seu casamento fracassado com dores terríveis que também adentram aos corações dos filhos. Na contramão desta realidade, as Equipes de Nossa Senhora tornamse então, para a Igreja, uma grande riqueza, um lugar privilegiado, lugar de encontro, lugar fecundo em que os cristãos caminhando juntos, carregando os fardos uns dos outros, também são encorajados a colocarem seus dons a serviço. Somente os dons ofertados se transformam em amor e em caridade aos desamparados. CM 500


Somente com esta partilha generosa deixa-se vivo o pedido de São Paulo: Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Rm 12,15

O mundo tem sede de respostas duradouras, e estas não as encontraremos se não forem em Deus. Repostas de esperança, coragem, alegria, mas, sobretudo de misericórdia, de doação e de amor para superar as adversidades. Resposta de quem é Igreja, de quem é povo de Deus, de quem caminha junto e quer ser fermento na massa, de quem quer anunciar e levar aos outros a Sua Salvação. Em 1965 Padre Caffarel quando se dirigiu aos peregrinos de Lourdes depois de ser perguntado sobre “qual é então a vocação do nosso movimento dentro da Igreja”, ele responde: “De bom grado eu a defino assim: as Equipes de Nossa Senhora sabem e querem estar a serviço do Novo Mandamento, elas entendem que devem trabalhar com todas as suas energias para a instauração da caridade fraterna entre os cônjuges, entre os pais e os filhos, entre os casais e, além, na cristandade toda.” Fazendo uma leitura dos tempos atuais, vemos que o mundo tem uma necessidade imensa de cristãos que se amem entre si. Que testemunhem este amor. Então, não podemos fraquejar em nossa vocação, em nossa missão. Sabedores de que a Igreja espera muito de nós, com alegria precisamos promover a caridade fraterna e fazer com que esta riqueza que recebemos possa habitar outros lares. No Encontro de CRR 2015, em Roma, o Santo Padre insistiu no “papel missionário das Equipes de Nossa Senhora, onde a vida conjugal se aprofunda e se aperfeiçoa graças à espiritualidade do Movimento”. Ao mesmo tempo exorta “a testemu-

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nhar, anunciar e comunicar para fora aquilo que vivem como casais e famílias”. “Os casais e as famílias cristãs normalmente estão em melhores condições para anunciar Jesus Cristo às outras famílias, apoiando-as, fortificando-as e encorajando-as”. Outra riqueza para nossa Igreja encontra-se nos testemunhos de nossos queridos sacerdotes, onde partilham que as equipes têm sido apoio fundamental ao seu ministério, que pela vivência com os casais, pelo contato com as famílias, tem renovado a alegria sacerdotal e contribuído no entendimento profundo da sua paternidade espiritual. Ressaltamos a reciprocidade desta doação e aprendizado. Com tantas famílias machucadas, como é bonito ver as equipes, cultivar a oração familiar e conjugal. Que riqueza manter viva a fé e o amor nesta pequena Igreja com este gesto já esquecido em tantas partes do mundo. Também o dever de sentar-se, quão bem faria a tantos casais que envoltos pelas correntes individualistas e materialistas, mergulhados na agitação do dia a dia, não se dão o presente de um encontro, um encontro entre eles e o Senhor. Um encontro onde a água limpa do amor possa novamente encontrar o seu espaço e jorrar, onde o perdão possa curar as feridas, onde o compromisso com o sacramento seja renovado e, por fim, onde a gratidão pelas graças recebidas possa chegar a Deus. Deus Pai de amor, abençoa as Equipes de Nossa Senhora para que, colocando-se pequena e humilde à serviço, possam cada vez mais tornar-se riqueza para Tua Igreja e assim possamos dizer como São Francisco: ”Fazei-nos instrumento de Vossa paz”. Amém! Adriana e Hudson CR Província Sul III 5


Vocação Antes mesmo de te formar no seio materno, eu te conheci, antes que nascesses eu te consagrei e constitui profeta para as nações. (Jr 1,4-8) Nesse mês, de maneira especial, a Igreja nos convida a sermos obedientes à Palavra do Senhor, que nos pede para orarmos ao senhor da messe para que envie mais operários à sua colheita, a rezarmos pelas vocações. Alguém poderá se perguntar: por que a Igreja propõe todos os anos o mesmo tema? Porque ele é fundamental na vida da Igreja, a Igreja é formada pelas famílias, sacerdotes, consagrados, cada qual colocando seus dons e carismas a serviço dos irmãos.

É um desejo da Igreja que nossas famílias, nossas comunidades, se tornem lugar de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um sábio acompanhamento espiritual. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. 6

Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja. Nas famílias, comunidades de vida e de amor, as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De fato, as famílias não são apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também a primeira e a melhor casa de formação da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus, fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Somos convocados pela Igreja, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais de uma vocação para o sacerdócio, para uma especial consagração, como também ao matrimônio. É importante que se criem, na Igreja, as condições faCM 500


Apostolos: Afresco Bisantino

voráveis para poderem desabrochar muitos sins, respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus. Quando perguntaram a Rosa Clara Franzoi, uma animadora vocacional: Qual é a maior vocação? ela respondeu da seguinte forma: “Experimente perguntar a um pai ou a uma mãe qual dos filhos é o mais importante. Você irá receber mais ou menos essa resposta: o menor, até que cresça; o doente, até que sare; o extraviado até que volte... Na verdade, não existe vocação maior ou menor; todas têm a mesma importância e dignidade. Mas, se quisermos mesmo saber, a maior será aquela que for vivida com a maior intensidade de amor e fidelidade”. O Senhor chama todos, não há ser humano inútil, pois uma das maiores desgraças na vida do ser humano é a sensação de não servir para mais nada, isso gera um grande vazio existencial. Deus não brinca conosco, Ele nos chama e nos envia. Por um bom tempo em nossa Igreja, essa “história” de chamado parecia ser apenas para padres CM500

e freiras, contudo esse horizonte vocacional, com o tempo, foi alargado. Hoje quando falamos em vocação, falamos de padres, religiosas(os), vida matrimonial, missionários(as), novas comunidades de vida, maneiras específicas de vivermos o chamado que Deus faz a cada um dentro de seu estado de vida. Deus continua a chamar, contudo devemos estar atentos para ouvir o chamado. Que esse mês vocacional nos conscientize ainda mais sobre os nossos chamados, e que possamos rezar com intensidade pelas vocações, pelos jovens, para que ouçam o chamado que Deus lhes faz e que a exemplo de Nossa Senhora possam dar um sim sem reservas ao Senhor.

Pe. Antonio Junior SCE Província Sul III 7


igreja católica

EN CONT R O MUN DI A L DA S FAMÍL I A S Nas ed içõ es an t e r i o re s d a Cart a M en sal ab ord a m o s o s principais temas discutidos no Encontro Mundial das Famílias. Nesta edição, para finalizar o tema, falaremos sobre a participação do Papa Francisco no Encontro. O papa, antes de chegar à Filadélfia, passou pelo Caribe, Nova York e Washington, de maneira que fez várias homilias e discursos que muito repercutiram na mídia dos Estados Unidos. Nas vésperas do Encontro, a cobertura jornalística sobre sua visita era total, realizada por vários canais, locais e nacionais, durante todo o dia. Mas de tudo o que ele falou, na homilia da missa de encerramento do Encontro, da sua visita à América, nos chamou atenção o trecho que destacamos: “Oxalá cada um de nós se abrisse aos milagres do amor para o bem de sua própria família e de todas as famílias do mundo, e estou falando do milagre de amor, e dessa maneira poder assim superar o escândalo de um amor mesquinho e desconfiado, encerrado em si mesmo e impaciente com outros. A fé abre a ‘janela’ à presença atuante do Espírito e 8

nos mostra que, como a felicidade, a santidade está sempre ligada aos pequenos gestos que se aprendem no lar; gestos de família que se perdem no anonimato da cotidianidade, mas que fazem diferente cada jornada, como preparar o prato quente para quem chega para jantar, a bênção antes de dormir e o abraço ao retornar de uma larga jornada de trabalho. O amor se manifesta em pequenas coisas, na atenção mínima cotidiana faz-se que a vida sempre tenha sabor de lar. A fé cresce com a prática, e é plasmada pelo amor. Por isso, nossas famílias, nossos lares são verdadeiras Igrejas domésticas. É o lugar próprio onde a fé se faz vida e a vida cresce na fé”. O chamado do Papa ao “milagre do amor”, como ele define a vivência do amor na família, já é bem conhecido das Equipes de Nossa Senhora, e a conhecemos por espiritualidade conjugal. Padre Caffarel já nos falava que a vida cristã deve ser vista na globalidade. Não se resume a culto, ascese e vida interior. É também o serviço de Deus nos locais onde Ele nos indicou: a família, a profissão CM 500


e a cidade. Assim casais que se reúnem para iniciar-se na espiritualidade, longe de procurar meios de fugir do mundo, esforçam-se por aprender como, a exemplo de Cristo, podem servir a Deus, por toda a sua vida e em meio ao mundo (Carta Mensal, junho, 1950). Completava também Padre Caffarel que a vivência da espiritualidade conjugal ajudaria a melhorar a sociedade como um todo: “A Igreja necessita de homens e mulheres totalmente entregues a Cristo, habitados por caridade e movidos pelo Espírito. Operários, camponeses e empresários que sejam santos, artistas e cientistas que sejam santos, homens políticos que sejam santos. Não podemos esperar que eles surjam por geração espontânea. Eles só poderão surgir de famílias profundamente cristãs... CM500

(“A Missão do Casal Cristão”, p. 65). Vemos com alegria, então, como a pedagogia das Equipes de Nossa Senhora formulada pelo discernimento do Padre Caffarel, já na década de 1950, impulsionava os casais a zelarem pelo importante papel da família na sociedade, exatamente com o Papa Francisco pede hoje. Vemos também a importância da vivência da espiritualidade conjugal para o fortalecimento das famílias, que hoje são testadas das mais diferentes formas pela sociedade, de modo que o casal equipista deve estar na vanguarda dessa missão, testemunhando a partir de seu próprio lar, paróquia, trabalho, comunidade e assim por diante! Cristiane e Brito CR Comunicação Super-Região 9


vida no movimento

EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA Na CM de novembro/2015 o CR-SRB – Hermelinda e Arturo comunica que o Movimento no Brasil iniciará a Formação Permanente em 2016 – Equipes em Caminho; Equipes em Movimento e Equipes Novo Fôlego. Desde então a expectativa foi geral – cada um contando os anos de existência de sua equipe para identificar em que formação se enquadraria e também quando e onde seriam realizadas. E assim aconteceu sob as bênçãos e graças de Deus em sua Unidade Trina o I Encontro de Equipes em Caminho da Província Norte – Região Norte II, nos dias 21 e 22 de maio de 2016, na cidade de São Miguel do Guamá – estado do Pará. O encontro iniciou com a 10

celebração da Santa Missa sob a presidência de Dom José Albuquerque, da Arquidiocese de Manaus – na centenária capela do Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria, dos Padres Barnabitas. No plenário os participantes receberam as informações gerais sob a sessão de formação – repassadas pelo CRP Marilena e Jesus. A metodologia formativa aplicada estruturou-se no encontro entre equipes novas pertencentes aos setores Capanema, Castanhal e São Miguel do Guamá e foi desenvolvida em quatro módulos: Cristo, peregrino e companheiro de caminho; Caminhar em casal – ultrapassar os obstáculos para crescer; Caminhar em Equipe CM 500


com alguém ao nosso lado e O Matrimônio, um sacramento para o caminho. Ao término de cada módulo os participantes eram divididos em grupos para aprofundamento e partilha dos temas apresentados. Em clima de alegria, o casal relator de cada grupo apresentava sobre o que foi a estrutura vivencial da partilha, com ricos testemunhos do verdadeiro sentido da caminhada espiritual dos casais, na feliz certeza da presença de Jesus Cristo em todos os momentos de vivência grandiosa e indis-

pensável do sentimento místico e carismático das ENS. A celebração da Santa Missa, em homenagem e honra à Santíssima Trindade, foi o ponto de encerramento do encontro – sem que antes Dom José Albuquerque tenha pedido a Deus que enviasse os casais para o compromisso fiel ao carisma e mística das Equipes de Nossa Senhora, na busca da santidade – através do amor crescente na espiritualidade conjugal. Bazzy e Ailton Região Norte II São Miguel do Guamá-PA

EQUIPE 36 NA FORMAÇÃO NÍVEL III Estamos juntos desde 2011 quando iniciamos a Experiência Comunitária, de onde continuaram quatro casais. Nossa equipe foi recompletada e perseveraCM500

mos hoje num total de seis casais orientados pelo nosso SCE Cícero Lenisvaldo. Vimos participando das formações oportunizadas pelas Equipes de Nossa 11


Senhora: Encontro de Equipes Novas, EACRE, Pós-EACRE, Formação Nível I e II, Mutirões, Retiros, etc. E no final de semana 21 e 22 de maio de 2016, estivemos na Formação Nível III, uma pena que somente três casais de nossa equipe puderam participar: Iraci/Sandoval, Karine/Eudes e Michelle/Tonhão. As belíssimas contribuições dos Casais da Super-Região Brasil (Hermelinda/Arturo) e Província Nordeste (Conceição/Macêdo) fortaleceram o nosso caminhar equipista despertando para um Amor maior abnegado, reforçando o Carisma e Mística do Movimento. Conhecer os detalhes da implantação das ENS no Brasil e escutar as cartas trocadas entre o Pedro Moncau e o Padre Caffarel foram uma emoção só. O reencontro com nosso Casal Coordenador de Experiência foi motivo de muita alegria e descontração, transformando cada refeição em encontros informais ricos de fraternidade e

regados de um quero mais. Destaque-se também o momento cultural ocorrido no jantar após as atividades do sábado. No domingo, uma mistura de alegria ao rever os irmãos de grupo e equipe de acolhida e uma pitada de saudade por saber que estávamos chegando ao final da Formação. A missa da Santíssima Trindade coroou o encerramento e reforçou o nosso compromisso, fortalecendo os laços de Deus Pai-Filho-Espírito Santo em nossa missão cristã no mundo e em nosso seio familiar. Obrigado Deus por integrar esse lindo Movimento e abençoai toda a equipe da Região Alagoas, quando a Unidade, a Simplicidade e a Ajuda Mútua transmitidas são sentidas por nós da Equipe 36. Nossa Senhora Auxiliadora, intercedei por nós. Michelle e Tonhão Eq.36C - N. S. Auxiliadora Maceió/AL

FORMAÇÃO NÍVEL II EM ALAGOAS São José da Tapera (Alagoas) esteve em festa entre os dias 16 e 17 de abril com a participação de um grande número de casais para a Sessão de Formação Nível II, conduzida pelo SCE da Região, Frei Romildo, que em brilhantes colocações chamou os casais para o aprofundamento dos Documentos da Igreja, não ficando restritos à Formação. 12

Todos foram muito participativos e empenhados em dar continuidade aos Estudos dos Documentos da Igreja, ocasião em que foram abordados os seguintes temas: - Os Concílios na história da Igreja; - O Concilio Vaticano II; - A Conferência de Aparecida; CM 500


- Humanae Vitae; - Familiares Consortio. Muito gratificante a interação, com debates e participações, onde houve indagações, quando o Conselheiro Espiritual teve a oportunidade de fazer as devidas explanações, respondendo de forma clara e objetiva as dúvidas suscitadas. Houve a participação marcante da Acompanhadora Espiritual, Irmã Olga. Chamou atenção de todos a cordialidade, partilha e comprometimento com o Movimento e seus Temas de Estudos. Foi marcante e contagiante a participação dos equipistas presentes, onde todos ao concluírem CM500

a Formação receberam o Certificado de Participação, oportunidade em que foram homenageados por toda a equipe. O evento teve um momento especial feito pelo equipista Ademir de Rosilda, que espontaneamente fez uma paródia salientando a importância da Formação no Movimento, homenageando todos os equipistas presentes, bem como os coordenadores do encontro: Casal Regional Amélia e Moab, o Conselheiro da Região Frei Romildo e a Acompanhadora Espiritual Irmã Olga. Amélia e Moab CR Região Alagoas Elisabeth e Luiz Eq.03 - N. S. da Conceição Maceió-Al 13


PRIMEIRO ENCONTRO DE

EQUIPES EM CAMINHO (EEC) EM BRASÍLIA Nos dias 21 e 22 de maio de 2016, foi realizado o primeiro Encontro de Equipes em Caminho das Regiões Brasília I, II e III da Província Centro-Oeste. Concebido para oferecer às equipes em fase de consolidação a possibilidade de se fazer uma revisão da vida em equipe e de aprofundar alguns Pontos Concretos de Esforço, o encontro teve a apresentação e reflexão sobre quatro temas específicos, chamados módulos: 1. Cristo, peregrino e companheiro de caminho (A Escuta da Palavra e a Oração). 2. Caminhar em casal e ultrapassar os obstáculos para crescer (O Dever de Sentar-se e a Regra de Vida). 3. Caminhar em Equipe com alguém ao nosso lado (A Reunião de Equipe e a Ligação ao Movimento). 4. O Matrimônio, um sacramento para o caminho 14

(A Espiritualidade Conjugal). Todas as apresentações de tema foram seguidas de reflexões em casal, em grupos mistos ou em equipe para uma melhor assimilação, aprofundamento e troca de opiniões e experiências. Muitos casais relataram suas dificuldades de fazer diariamente e com qualidade a Escuta da Palavra, a Meditação e a Oração Conjugal. Uma vida agitada com horários apertados, filhos pequenos, necessidade de consolidação da vida profissional e estudos certamente estão na origem destas dificuldades. Ao mesmo tempo, porém, houve o reconhecimento de que a equipe pode ajudar, como de fato ajuda, na sua superação. Os obstáculos compartilhados, a entreajuda e os bons exemplos vividos no seio da equipe são de grande valia. Mas CM 500


também os testemunhos vindos de fora nos encontros com outras equipes, ou divulgados pelo Movimento nas suas publicações, acabam sendo um incentivo, ao mesmo tempo que o Conselheiro Espiritual e o Casal Ligação também ajudam e muito. Quanto à vida de equipe, os casais foram convidados a relatar os seus melhores e mais difíceis momentos e aspectos. Alguns dos melhores momentos e aspectos vividos foram relacionados às práticas de entreajuda, à presença ativa do Conselheiro Espiritual e ao retorno de casais saídos anteriormente. Mas, do outro lado, a falta de maturidade e comprometimento de casais e da equipe, a perda e saída de membros e a longa duração das reuniões fo-

ram citadas como alguns aspectos negativos. Todas estas e outras reflexões foram partilhadas para todos em sessões plenárias, um formato habitual nas formações do Movimento. O encontro-piloto cumpriu seu papel de oferecer às equipes, no âmbito do hoje cada vez mais propagado conceito da Formação Permanente, um momento de parada para uma reflexão sobre a sua caminhada e de busca de novas experiências de crescimento espiritual através do aprofundamento do ser cristão e equipista, obedecendo-se cada etapa de vida do casal e da equipe. Afra e Beto CR Região Brasília II Brasília-DF

ENCONTRO DE EQUIPES NOVAS (EEN) REGIÃO MS Foi realizado nos dias 21 e 22 de maio de 2016, na cidade de Dourados, o 4o EEN da Região MS. A cada EEN, nós e toda a equipe de casais formadores ficamos surCM500

presos pela riqueza que esse encontro oferece. Percebemos, no testemunho dos casais participantes, a alegre constatação de que as ENS realmente podem contribuir para o 15


crescimento espiritual de cada casal e de sua equipe de base e, consequentemente, a confiança de que nosso Movimento os acolhe, os orienta e oferece amorosamente a ajuda necessária para o casal seguir um novo e animador caminho, onde Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Portanto, nos conforta repetir o que escrevemos sobre o primeiro encontro realizado em 2012, que até então era uma novidade para todos nós, e que hoje se consolida como um grande alicerce à estrutura do Movimento: “O EEN nos permite relembrar que, para sermos equipistas de verdade, necessitamos seguir um caminho de santificação sem máscaras, através de um amor mútuo irradiante de uns para os outros, de uma sincera e decidida caminhada dentro das ENS, conhecendo e vivendo todas as riquezas que o Movimento nos oferece. Nos dois dias de encontro, a sabedoria divina transpassa nossa ansiedade humana e se manifesta de uma forma alegre e espontânea, onde todos podem rever seus

conceitos, sua participação dentro de sua equipe de base e no Movimento, seu caminhar pessoal e em casal e novamente podem decidir e se comprometer com um novo caminhar. O EEN renova o sentido de que as ENS nos oferecem muito mais do que ser simplesmente um grupo de casais, mas sim um instrumento que nos dá a oportunidade de um verdadeiro encontro com Deus. Lembra-nos que, se mergulharmos no que nos é oferecido e vivermos plenamente o que nos é pedido, deixando que a luz do Espírito Santo nos conduza, certamente sentiremos a ação de Deus em nossas vidas.” Por fim, encerramos mais uma missão tendo a certeza de que os 40 casais que estiveram presentes nesse encontro puderam se encher de entusiasmo, renovar a vontade de seguir adiante, convictos de que, para alcançarmos a santidade, é necessário decidirmos por um caminho santo. Solange e Kleber Eq. N. S. da Santíssima Trindade Dourados-MS

SESSÃO DE FORMAÇÃO SETOR ALFENAS Diante das exigências da nossa missão de casais cristãos, reconhecemos a importância do conhecimento e compreensão dos documentos que a nossa Igreja nos oferece e nos juntamos aos casais do setor A 16

de Alfenas na Sessão de Formação que aconteceu no dia 13 de maio. A sessão foi conduzida por Padre Vicente Ferreira de Lima, Sacerdote Conselheiro Espiritual das ENS e presidente do Tribunal Eclesiástico CM 500


de Divinópolis. Padre Vicente nos apresentou a exortação apostólica Amoris Laetitia, A alegria do amor, que muito contribui para que sejamos capazes de viver e testemunhar com honra e fidelidade a alegria da nossa vocação. Sentimo-nos ouvidos e amados pelo Santo Padre que tratou nossas inquietações de forma prática, objetiva e sensível! Pudemos discutir sobre a indissolubilidade e sacramentalidade do matrimônio, transmissão da vida e educação dos

filhos, o bem dos cônjuges, inclusive sobre a nossa unidade, fidelidade e ajuda mútua no caminho da amizade plena com o Senhor. Diante de tudo o que vimos, estamos empoderados das verdades e dos valores evangélicos nunca ultrapassados, mas exigentes que nos levam a amar e acolher como Jesus! Além de tudo, reconhecemos que nosso Movimento tem muito a oferecer ao mundo e à Igreja, especialmente no que se refere às questões pastorais e à conversão missionária; vejam, queridos irmãos, o quanto temos a oferecer! Há muito que se fazer! Sintamo-nos motivados para contribuir com a formação de agentes leigos da pastoral familiar, guiando os noivos no caminho de preparação para o matrimônio e acolhendo os sacerdotes e seminaristas em nossas equipes! Que Nossa Senhora nos inspire ao serviço que indica o caminho para Nosso Querido e Amado Senhor! Gabriela e Fernando Eq.05 - N. S. de Fátima Alfenas-MG

EEN - SÃO GONÇALO REGIÃO RIO IV Se fosse possível resumir toda a experiência/vivência obtida no EEN (Encontro de Equipes Novas) a frase síntese seria: “Uma vacina para a vida em equipe”. Tal frase resumiria com maestria o que vou contar a seguir, mas antecipo-me um pouco aos fatos que irei narrar e traduzo CM500

melhor a minha frase de efeito para abertura deste texto. A vacina quando injetada no organismo, proporciona imunidade ao ser humano (bem propício aos tempos atuais que estamos vivendo). O EEN quando “aplicado ao equipista” proporciona, ou esperamos, que o equipista adquira 17


uma imunidade contra tudo de errado que ataca este Movimento e o seu núcleo de base: a equipe. Para a minha família a preparação para o encontro começou bem antes do dia 16 e 17 de abril, quando recebemos o convite do casal Dayse e Luiz para participarmos do EEN. Nossa primeira reação foi informar ao Luiz que não poderíamos participar, porque temos duas filhas pequenas (Maria Luiza e Sofia) e ninguém para deixar. Mas o grupo estava atento às dificuldades de cada casal e preparado para nos conquistar. Rapidamente foi apresentada a solução: “Temos uma equipe de berço preparada para cuidar das crianças”. Resultado: presença confirmada. Glória a vós Senhor! Manhã do dia 16 de abril de 2016, um dia lindo, diga-se de passagem, ao olhar o sol e tudo o que poderia fazer com o dia livre, pensei em desistir e levar minha família para outro lugar (mais divertido). Comecei a pensar em coisas para encorajar a minha desistência. Neste mesmo sábado, tinha o aniversário de um amigo da Maria Luiza às 16h; a minha camisa laranja de equipista estava amarrotada; e passar um fim de semana inteiro escutando outras pessoas falarem alguma coisa, que supostamente eu já sabia, nem pensar!!! Errado. Este não era o plano de Deus para a minha família. Nós fomos ao encontro de Deus e do Movimento. Glória a vós Senhor! Chegamos ligeiramente atrasados, mas a acolhida foi espeta18

cular. As minhas filhas pareciam que chegavam na casa delas (o que não deixa de ser verdade) e rapidamente se enturmaram. Um alívio para nós, pois, quando a criança teima em ir embora, o dia demora a passar. Superada esta etapa, subimos ao auditório e sentamos na primeira fileira para escutar a primeira palestra. Nossa estratégia foi sentar na frente, pois desta forma não desviamos a atenção e mantemos o interesse. O Espírito Santo é o poder de Deus em ação, é sua força ativa. (Miqueias 3:8; Lucas 1:35). A Bíblia diz que Deus “envia seu espírito”. Como ele faz isso? Ele projeta sua energia para onde for necessário a fim de fazer sua vontade. — (Salmo 104:30; 139:7). Pois nesta manhã, o Espírito Santo foi enviado ao casal formador, e foi através dele que eu tive uma lição de como um equipista deve ser. O Espírito Santo me vacinou contra o desânimo e comodismo para a minha vida em equipe e é isso que estou compartilhando com vocês. Quando o formador começou a falar sobre os obstáculos que criamos para não estar em equipe, ele relatou todos os fatos que narrei um pouco antes, sem sequer me conhecer. Senti a presença do Espírito Santo falando para mim, sobre as minhas dificuldades pessoais em estar no Movimento. Tocou minha alma... desabei em choro. Não um choro como quem tem medo da vacina, e sim um choro CM 500


que ajudou a lavar meu interior e perceber o quão grandioso é pertencer ao Movimento das ENS; o quanto foi importante participar do EEN; que precisamos “vestir a camisa laranja” no sentido amplo da palavra; que temos sempre algo a mais para aprendermos na vida e não

podemos desperdiçar estes momentos com desculpas. Cuide da sua equipe como você cuida da sua família. Sabrina e Rafael (Maria Luiza e Sofia) Eq.09 - São Gonçalo B Região Rio IV

UM “SIM” A DEUS E AO MOVIMENTO “Nos dias 23 e 24 de abril de 2016, com muito entusiasmo e dedicação, realizou-se o 1º EEN da Região SP Centro I, na Capela da Ressurreição em Vinhedo. Participaram 24 casais de equipes novas, sendo 3 casais advindos da Região SP Leste III. Os casais testemunharam a importância de fazer o EEN, bem como a alegria do acolhimento na casa de irmãos equipistas e da pertença ao Movimento das ENS. CM500

Além da Equipe de Formadores e do Padre Flávio Cavalca, responsáveis por este importante momento, a logística foi preparada e acompanhada pelo Casal Regional bem como por seus Casais de Setor e casais das equipes de base. Que Deus abençoe a todos em sua caminhada de vida e fé!” Marcia e Rubens Região SP Centro I 19


PEREGRINAÇÃO A APARECIDA EM AÇÃO DE GRAÇAS AOS 66 ANOS DAS ENS NO BRASIL MUITOS MOTIVOS PARA DAR GRAÇAS Mês de maio é o mês de graças, mês de grandes celebrações (Ascensão do Senhor, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi) e mês de Maria (Fátima e Visitação de Nossa Senhora). E nada melhor que celebrar estes momentos na casa de Nossa Mãe em Aparecida. No último dia 14 de maio, aconteceu a Peregrinação pelo 66º aniversário do Movimento no Brasil e foram momentos de graças recebidas por Deus e estar presentes com nossos irmãos e irmãs das ENS e poder passarmos pela PORTA SANTA DA MISERICÓRDIA. Ao sairmos de nossa rotina diária e encontrarmos casais que vivem uma espiritualidade matri20

monial e viver a família nos caminhos do Senhor a partir das orientações dos Conselheiros Espirituais e do Movimento ENS são como viver os primeiros cristãos que se reuniam em “uma só alma e um só coração e tinham tudo em comum”. (At 4,32) Agradecemos às Equipes de Nossa Senhora por esta oportunidade de encontro e pela acolhida das novas ENS que vão se formando nesta espiritualidade tão rica. De maneira especial à nossa Equipe ENS 18B – Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Às Equipes de Nossa Senhor, deve ser constante um momento de encontro, entrosamento e CM 500


crescimento do casal, principalmente de toda a família. Assim, fazer parte desta experiência é nos encontrarmos com os amigos que buscam os mesmos ideais, o Amor de Deus. Santo Agostinho menciona que “ninguém pode ser com verdade

amigo de outro se não for primeiro amigo da própria Verdade, e se tal amizade não for gratuita, ela não existe de nenhum modo”. (Carta 155,1-2) Frei William Micheleto da Silva SCE Eq.18B - N. S. Desatadora dos Nós São Paulo-SP

EQUIPES EM MOVIMENTO ENCONTRO Nos dias 30 de abril e 01 de maio foi realizado na cidade de Ourinhos/SP o primeiro Encontro de Formação Permanente Equipes em Movimento, Setor Piraju/Ourinhos, Província Sul II, Região São Paulo Oeste I, onde pudemos juntos refletir bastante sobre vocação e missão, exercitando muito o dever de sentarCM500

se, partilhando com diferentes equipes e também com nossas equipes de base. Os momentos de formação em equipe foram muito ricos, neles tivemos a oportunidade de refletir as experiências de outras equipes. Dentre os assuntos tratados foram destaque os Pontos Concretos de Esforço (PCE), e o 21


Dever de Sentar-se como grande aliado para a vida a dois. A importância de proporcionar momentos de diálogo no dia a dia utilizando-se de palavras certas sem ofensas resolvendo os problemas diariamente, o que faz sobrar mais tempo para namorar. Fomos alertados a colocar o diálogo na vida conjugal, começando sempre com uma oração para que o Espírito Santo se faça presente, inserindo Deus no centro da união conjugal. A base do casal é o amor. Deus escreve no homem e na mulher a vocação do amor e o matrimônio é uma vocação. É no cerne do amor de Deus que nasce o amor conjugal. Casal não é casal se não colocar em primeiro lugar o perdão; ganhamos a oportunidade de viver a vocação matrimonial e para isso temos que privilegiar o despojamento e a renúncia, por isso a necessidade de viver a comunhão como casal, como equipe, viver em comunhão com Deus, através da oração, vivenciando os Pontos Concretos de Esforço. Os equipistas têm a oportunidade de partilhar suas vivências nos PCE, e falando das dificuldades e os progressos podemos assim ajudar os outros a vivenciar sua fé. O Movimento nos chama a “Ousar o Evangelho” em família, lançar o olhar na misericórdia de Deus, santificarmos uns aos outros, dando o perdão ao próximo 22

para desfrutar de suas virtudes, é mais fácil perdoar as falhas dos outros quando lembramos que somos pecadores e necessitamos do perdão também, precisamos confiar a Cristo as nossas fraquezas, entregando a Deus o controle de nossas vidas. Jesus disse: “Vem e segue-me”. Somos equipe, não caminhamos sozinhos, as ENS não têm por objetivo consertar casamento e sim auxiliar na caminhada da Igreja, preparar os casais para alcançar a santidade juntos. Para isso o equipista tem que estar aberto à missão. As equipes são escolas de espiritualidade conjugal, são espaços de formação, escolas permanentes de crescimento espiritual, buscando em casal, através do diálogo e da oração, colocar a vida na vivência do evangelho, pois somos portadores da Boa Nova, devemos ser sinal de luz na nossa família: “Jesus, Maria e José, minha família vossa é”. As Equipes de Nossa Senhora nos apresentam um porto seguro. Os casais de equipe sentemse fortalecidos no matrimônio, e devem anunciar ao mundo através do testemunho o que sentem e o que vivem. Precisamos discernir os sinais do tempo e descobrir as questões que nos afligem, estando plenamente conscientes para sermos no mundo sal, fermento e luz. Assim como evolui o homem físico temos que evoluir o homem espiritual. Deus espera de cada CM 500


um de nós que sejamos cada vez melhores cristãos, santificados pelo matrimônio. Tenho que ser graça de Deus para o outro. Como equipista, valorizar a Vocação de ajudar os casais a se santificar é nossa Missão, ser Igreja doméstica

com amor e viver a Igreja em forma de comunidade cristã. Viver a missão com amor. Compartilhar a missão com alegria! Rita de Cássia e Mauricio Eq. N. S. Aparecida Ourinhos-SP

FORMAÇÃO PERMANENTE: ENCONTRO DE EQUIPES EM MOVIMENTO Quando uma situação de exigência é decorrente de um encontro com Deus, ela é sempre enriquecedora, mesmo que nos sintamos arrasados pela nossa embaçada visão do mundo que não nos permite enxergar o Cristo diante de nós. Mesmo quando buscamos o encontro com Deus e a realização de Sua vontade em nossas vidas, podemos estranhar a forma com a qual Ele se manifesta, e somos pegos de surpresa, pois, na nossa mente terrena, pensamos que podemos agendar este encontro de acordo com a nossa disponibilidade. CM500

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A proposta da Formação Permanente parecia impossível para nossa equipe. Tantos compromissos exatamente naquele fim de semana. Mas o convite não poderia ser recusado porque pertencemos a um Movimento que nos apresenta um método eficaz para responder a exigência de Deus para conosco na vida matrimonial, e que nos traz sempre riquezas daquelas que não se juntam na terra. Assim, mais uma vez, fomos agraciados com momentos de reflexão sobre nossa vocação e nossa missão de casal assumida como comunhão de amor e cultivada diariamente por meio do Carisma do Movimento que abraçamos: a Espiritualidade Conjugal! No domingo de Pentecostes, o vento gelado que soprava em Campo Largo naquela manhã de maio foi transformado em línguas de fogo, que nos aqueceram e impulsionaram para a vivência da mística que dá vida às Equipes de Nossa Senhora: estamos reunidos em nome de Cristo para auxiliarmos uns aos outros e testemunharmos o Seu Amor! Louvado seja Deus por esta oportunidade e que Ele abençoe os irmãos que prepararam com carinho a Formação Permanente – Encontro de Equipes em Movimento. Queremos, sim, viver nossa vocação e missão com Alegria! Denise e Ruy Eq.33 - N. S. da Conceição Curitiba-PR

FORMAÇÃO NÍVEL III EM NOSSA REGIÃO SC II Foi realizada em Blumenau a Formação de Nível III para os casais da Região SC II, no Seminário Mãe de Jesus, dias 23 e 24 de abril. Fim de semana ensolarado e local de muito verde e indescritível beleza, o ambiente simples e acolhedor foi preparado com muito carinho por Gercy e Zanatta, junto com seu Colegiado da Região. Nossa alegria foi imensa, por podermos contar com a presença e condução dos temas, feita com grande simplicidade e maestria, por nossos queridos casais Hermelinda e Arturo, Casal Responsável da Super-Região Brasi, e Adriana e Hudson, Casal Responsável Provincial. Todos pudemos beber direto da fonte! 24

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Nos brindaram também com inspirada sabedoria, os sacerdotes conselheiros espirituais, Padre Milani e Padre Carlos, e Gercy e Zanatta, nosso querido Casal Regional. Estiveram presentes equipistas de Lages, Balneário Camboriú, Itajaí, Bombinhas e Brusque, além dos anfitriões de Blumenau. Os conteúdos foram muito ricos e passados com extrema clareza e abrangência. Hermelinda e Arturo abordaram a história, estrutura do Movimento e pontos de unidade, ingresso nas equipes e a ligação nas Equipes de Nossa Senhora. Adri e Hudson abordaram Crisma, Mística / Colegialidade e Reunião de Equipe. Padre Carlos abordou a Oração e o Padre Caffarel. Por fim, Hermelinda e Arturo e Adriana e Hudson ainda responderam vários questionamentos sobre os temas e outros assuntos relativos, esclarecendo todas as dúvidas e situações apresentadas. Houve também momentos de descontração e convivência, com a presença animada do grupo folclórico regional “Badenfurt”. Todos saímos gratificados e louvando a Deus por esta oportunidade ímpar de crescimento e formação de riquíssimo conteúdo! Lena e Sergio CRS Brusque-Itajaí Itajaí-SC CM500

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raízes do movimento

O amor mais forte que o mal Para poder aconselhá-la com conhecimento de causa, perguntei a uma viúva sobre a evolução de sua vida espiritual. “É ao Sérgio, meu marido, que devo minha vida interior. Mais precisamente à sua atitude para comigo durante uma fase pouco gloriosa de minha vida conjugal: casada havia cinco anos, mãe de duas crianças, eu lhe tinha sido infiel. E, no entanto, eu o amava. Não querendo pôr a perder sua felicidade, cuidava que ele não pudesse suspeitar de nada. Seu amor por mim, de uma qualidade excepcional, tornavase cada dia mais profundo. Uma noite – lembro-me como se fosse ontem – expressou, com palavras que me chegaram ao coração, sua ternura, sua estima, sua admiração. Era demais. Deixei escapar: ‘Se você soubesse!’. ‘Eu sei’, respondeu-me. Essas palavras fizeram explodir em mim uma indignação tão violenta quanto injusta: ‘Nesse caso, por que representar comigo essa comédia horrorosa? De duas, uma: ou você não sofre com o que sabe, e isso prova que não me ama, ou está transtornado e sua serenidade não passa de uma mentira!’ Eu estava fora de mim, agressiva, zombeteira, ferina. Esperou que a tempestade passasse. Depois calmamente, gra-

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vemente, ternamente, acrescentou: ‘Compreenda! Estou sofrendo cruelmente faz seis meses. Mas esse sofrimento era suportável, porque não me arrasava; enquanto que você estava arrasada pelo seu mal, intolerável para seu amor. Vi claramente o que deveria fazer, a única coisa que poderia fazer: amar você mais ainda do que antes, para que ressuscite para o amor, e para que esse amor totalmente novo não apenas queime seu mal com suas chamas, mas lhe traga um coração novo, uma pureza nova, uma beleza mais radiante que nunca’. E de fato o amor de Sérgio fez de mim um novo ser.” A confidência dessa mulher permitiu-me perceber mais claramente o que seja o verdadeiro perdão. Com ares de superioridade, o perdão gera revolta; reticente, oprime; sem amor, não pode libertar, nem salvar. Somente o verdadeiro perdão, fruto de um amor muito puro, pode fazer jorrar uma fonte viva no coração de quem foi infiel, regenerar o que fracassou no amor, fazendo-o renascer para o amor. Para Deus também, aliás, para Deus em primeiro lugar, perdoar é amar, amar com amor que faça surgir na escuridão e na impureza da alma um amor totalmente novo, que a purifique, transforme, encaminhe para uma nova perfeição. Pensemos no olhar do Cristo sobre

1 Henri Caffarel. Nas Encruzilhadas do Amor. Páginas 74 a 76. Editora Santuário, 3ª edição.

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Pedro que acabou de o negar... Certamente não foi um olhar de reprovação ou de cólera. Muito mais terrível foi um olhar de amor, de amor intenso, manifestando uma ternura mais forte, mais ardente, mais ampla que nunca. Pedro não pôde resistir; seu coração partiu-se, deixando jorrar lágrimas amargas e doces. Ao mesmo tempo, sob a ação conjugada do olhar de Cristo e do espírito do Cristo que agia nele, um novo amor tomou posse de todo o seu ser. Tanto que, poucos dias depois de o ter renegado, teve coragem de

afirmar ao Cristo sem hesitação: “Tu bem sabes que te amo, e de todo o coração, desde a outra noite”. E Pedro não está mentindo: esse amor novo, que o olhar do Mestre fez brotar nele, haverá de levá-lo até o dom da vida numa cruz, depois de uma existência toda gasta em anunciar às multidões o amor com o qual somos amados por Deus. Henri Caffarel Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP

PEDRO MONCAU: Neste mês de agosto, faz trinta e quatro anos de seu falecimento. Muitos, apesar de saber que as Equipes de Nossa Senhora no Brasil foram trazidas por Nancy e Pedro Moncau, não sabem a dimensão do esforço, obstinação e persistência do casal Nancy e Pedro para que o Movimento mantivesse o carisma fundador preservado. Falar de Pedro Moncau é falar de alguém que teve sobre si o olhar do Espírito Santo, que o fez nascer numa família simples, mas perseverante na busca de uma vida familiar doce e amorosa, com a prática da partilha cordial e afetuosa. Sob a influência dos pais, em especial da mãe, teve uma cuidadosa educação cristã. Muito cedo foi impregnado da vocação religiosa e do pendor pela literatura e a arte, que fascinavam e encantavam seu espírito. Porém, mais tarde surgiu outra vocação, a medicina, na qual se formou, fazendo desta profissão um apostolado permanente em favor dos mais humildes. Em 1936 casou com Nancy, com quem teve seis filhos. Com o tempo o casal percebeu que apesar de possuir forte vivência cristã lhe faltava o alimento espiritual que tanto desejavam para a vida conjugal. CM500

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Até que, em 1950, ouviram falar de um movimento de Casais na França, orientados pelo Padre Henri Caffarel, onde, enfim, fizeram a descoberta do pensamento de Deus sobre o amor humano. Compreenderam que, ao aplicarem-se em fazer do lar uma célula viva da Igreja, estariam construindo a própria Igreja. No início não foi fácil, pois os Movimentos, salvo raras exceções, até então não eram organizados e dirigidos por leigos. Muitos também não estavam convencidos de que o casamento pudesse ser um caminho de perfeição. Pedro, porém, foi firme e perseverante. Tinha sempre presente o que o Padre Caffarel disse em sua primeira visita ao Brasil em 1957: “Sois generosos, sois devotados. E, por isso mesmo, sois solicitados pela ação. Mas eu vos suplico: nunca deixeis de vos formar. Se a ação não vos permitir continuar vossa formação, a ação vos perderá”. Pedro seguiu à risca a recomendação. Exemplar no aprofundamento do estudo doutrinário das ENS e no aspecto da formação. Tanto que em determinada ocasião o Padre Caffarel afirmou: “Pedro é uma das pessoas em todo o mundo que melhor apreendeu o que são as ENS”. Faleceu em 17/08/1982. Sua alma ficou eternizada nos corações dos equipistas brasileiros, pelo trabalho humilde, perseverante e determinado na implantação do carisma e da mística das equipes do Brasil. Pedro Moncau nos ensinou que acreditar em Deus não é viver de forma complexa. Não! A experiência de crer em Deus nos remete diretamente ao cuidado com a experiência humana diuturnamente. Pela sua biografia, percebe-se, que sempre tentou viver a experiência da purificação pela oração e escuta da Palavra. A Palavra que bendiz e tem o poder de purificar, de jogar fora os excessos. A figura de Pedro nos faz refletir, e nos remete a uma poesia, ou a uma música, e nos dá a sensação de que preenche todos os espaços da nossa alma, de forma a não haver lugar para amargura. Há apenas uma palavra... uma palavra tocada pela leveza, pela inspiração poética e que tem o poder de eliminar dissabores. Pedro Moncau sempre esteve fortalecido pela fé e por isso enfrentou com segurança os percalços, os problemas, as vicissitudes da vida. Essa forma de viver a fé é que desenvolveu nele e na dona Nancy o desejo de buscar incansavelmente a espiritualidade conjugal e o crescimento como pessoa e como casal. Muito se deve a ele o Brasil ser hoje o país com o maior número de equipes e equipistas no mundo. Reverenciemos, portanto, com saudades os 34 anos do falecimento do querido e saudoso Irmão PEDRO MONCAU. Doris e Alfredo CR Região RS Porto Alegre-RS 28

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VIDA DE EQUIPE:

Um encontro de corações e almas e a presença de Pe. Caffarel nas ENS

Esta Carta Mensal 500 pede uma reflexão sobre o Movimento das Equipes de Nossa Senhora e dentre tantas maravilhas que vivemos queremos nos deter na Vida de Equipe, que não se resume à reunião mensal ou na vivência partilhada no dia a dia, em nossa vida conjugal ou durante o mês todo, na equipe e com a equipe; ou, num modo de vida que tem disciplina, método, pedagogia, pontos visíveis e concretos. Vida de Equipe é tudo isso e muito mais; queremos pontuar o ‘muito mais’: o aspecto espiritual, transcendente, de uma Vida em Equipe com Cristo, em Cristo, alimentada pelo Espírito Santo e com a presença fundamental e decisiva do Padre Henri Caffarel no Movimento. Este aspecto ‘espiritual’ está muito ligado ao modo com que o Movimento começou: um encontro. Foi um início simples e singelo, um encontro aparentemente despretensioso, mas em circunstâncias especialíssimas e cheias CM500

de significado. Encontros são uma constante no Movimento e não são só o que aparentam, são muito mais. E, não por acaso, estamos sempe participando de um ‘encontro’. E foi então um ‘encontro’ o que aconteceu entre Madeleine D’Heilly e o pároco de sua igreja em Paris – Pe. Henri Caffarel e que continuou com os ‘encontros’ dos quatro casais pioneiros e um SCE, em 1939 – no que agora chamamos Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Se avaliarmos este primeiro encontro não só em sua dimensão visível como uma ‘reunião de pessoas’, percebe-se que não foi só isso! A dimensão deste momento, e tudo que dele derivou, ainda é um mistério que refletimos e em que vislumbramos o sobrenatural, a ação do Espírito Santo, a vontade de Deus, a presença do Cristo. Este encontro foi sem dúvida um ‘encontro de almas’, porque Madeleine D’Heilly quer falar de sua vida espiritual - dos anseios de 29


sua alma que a fazem pressentir que ‘há mais da vida conjugal a buscar’. O pároco que a atende, Henri Caffarel, percebe a expectativa deste coração e daqueles outros que logo mais a eles irão unir-se e de modo natural responde a este apelo: “Façamos o caminho juntos”. Seria então um exagero falar em ‘encontro de almas’, este que aconteceu há 77 anos e todos aqueles que irão suceder-se e continuam a acontecer? Talvez não, porque falamos do encontro entre pessoas em situação de graça recebida pelos sacramentos que vivem: o Matrimônio e a Ordem; seus atos e sentimentos, nossos atos e sentimentos são condicionados por graça santificante e transformadora. Sabemos bem como foi nosso encontro com nosso cônjuge, de seu caráter sobrenatural – não importam as evidências, o que pensamos ver ou sentir: ‘estava escrito no Projeto espiritual’, classifiquem como quiserem; sabemos, no profundo de nosso ser, que nosso encontro de casal transcende nossos planos e nossa vida visível. E, voltando àquele primeiro encontro que iniciou o Movimento, que foi um encontro de corações, de almas conduzidas pelo amor do Criador, ‘pressentimos’ também que a vontade do Pai guiou o apelo daquela senhora ao coração de Caffarel; um coração tocado pelo amor de Cristo, uma alma sensível ao chamado de Deus; só ele poderia atender àquele apelo, em uma época em que o leigo casado e a mulher eram pouco considerados na Igreja e na sociedade. 30

Esta alma de Caffarel já vivenciara um ‘encontro especial’, em março de 1923, como ele mesmo relata: “Aos vinte anos, Jesus Cristo, em um instante, tornou-se Alguém para mim. Oh! Nada de espetacular. Neste longínquo dia de março, eu soube que era amado e que amava, e que a partir daquele momento entre ele e eu seria para toda a vida.” Estas palavras poderiam sair dos lábios de muitos de nós ao relatarmos nosso primeiro encontro um com o outro. Um encontro de corações e de almas… É Caffarel, com seu coração apaixonado – arrebatado por Cristo, esta alma totalmente voltada para Deus quem irá guiar o caminho destes casais e muitos outros. São as características deste amor que o consumia que irá transmitir aos equipistas; características que irão ajudar a construir uma espiritualidade conjugal e comunitária que se revelam no Movimento das ENS, como foram reveladas aos primeiros casais e àqueles que os sucederam. São características fundamentais que eram dele e que fazem parte da Vida de Equipe: a exigência consigo mesmo e com os outros; o rigor intelectual e muita clareza em seu pensamento e em suas orientações. Como ouvimos D. Nancy dizer: ‘Nosso Movimento é exigente’. É verdade, nossos fundadores eram exigentes consigo e com os outros. Pe. Caffarel submetia seus escritos e pensamentos às pessoas que o acompanhavam, ouvia suas CM 500


opiniões; herdamos este comportamento para a correção fraterna, a Partilha, a Coparticipação, a Vida em Equipe. Esta exigência de perfeição ele levava para a organização dos grandes encontros, dos eventos do Movimento, que persistem até hoje; tudo era minuciosamente pensado e previsto, os textos das palestras deviam ser apresentados antecipadamente para não provocarem atrasos no horário; mantidos assim também hoje. Mas Caffarel preocupava-se também com a beleza e a estética: a decoração das salas devia levar ao recolhimento e à oração; assim buscamos até hoje. Caffarel era um homem de seu tempo, mas aberto ao futuro, ao novo, à concretização de suas intuições, impelido a proporcionar às pessoas uma vida ‘em Cristo’; apesar de considerar-se um homem prático era profundamente espiritual: suas exigências e criatividade eram postas ao serviço do Senhor. Sacerdote de oração, desde o Seminário, quando encontrava dificuldades de aprendizado, compensava-as com horas de oração interior. A sua convicção quanto à importância da Oração Interior, que transmitiu aos equipistas, estava arraigada numa sólida prática de oração pessoal, de ‘desertos’ antes das grandes realizações ‘para mergulhar mais profundamente na oração e pensar a sua ação à luz do Senhor’. Falamos aqui de encontros significativos porque os valorizamos e deles derivaram Orientações que conduziram o Movimento, atualizaram, aprofundaram a Vida em EquiCM500

pe; nestes encontros fazemos nosso caminho, porque é preciso caminhar para ‘encontrar-se’ e em todo encontro vai-se e volta-se. ‘Subimos e devemos descer a montanha’ para o encontro acontecer e irmos adiante, trilhar o caminho, fazer o caminho, mas fazermos o caminho das ENS como Caffarel propôs: “Façamos o caminho juntos”, assim ele responde a nós hoje também e assim, alguns casais, desejosos de corresponder a este apelo, tendo consciência de sua fraqueza, mas confiando na graça do Sacramento do Matrimônio, acreditando na eficácia da mútua ajuda fraterna e na promessa de Cristo – “Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18,20) – decidem unir-se em equipe e pedem ao Movimento que os ajude. Tal é o propósito comum aos casais das Equipes de Nossa Senhora. É o projeto de juntos caminharmos, juntos percorrermos uma Vida em Equipe com Cristo, em Cristo e no Espírito de Deus. - E quem vai conosco nesta caminhada? – questão colocada no início de toda empreitada. - Vamos em casal, nesta equipe em que fomos escolhidos, em que viveremos nossa caminhada para o Pai; com a sua Graça que recebemos gratos e humildemente na Vida em equipe, na vida no Movimento, com seus encontros e caminhos de Deus, atendendo ao chamado que Jesus não cessa de fazer : “Vem e segue-me”. Salma e Paulo Eq.01B - N. S. da Esperança São José dos Campos-SP 31


DEZ ANOS SEM Dona Nancy Moncau

Hoje, fazendo parte das Equipes de Nossa Senhora, talvez nem percebamos, ou sequer avaliamos, o longo caminho percorrido por tantos antes de nós. Com muito carinho, volvemos o olhar para nossa querida Dona Nancy Moncau, que partiu para a “casa paterna” já há dez anos. Partiu... não morreu! Está viva aqui e ali, onde o Movimento existe... vive através dos escritos que nos deixou. Sua vida: uma bela e marcante presença, cheia da vivência do amor conjugal e de testemunhos de fé. Em um de seus livros, “O Sentido de uma Vida”, encontramos uma riqueza tão grande e tão simples, que proporciona ao leitor uma viagem às origens das Equipes no Brasil, e um contato muito íntimo com aquela “Primeira Inspiração” dos seus fundadores, que ela, melhor do que ninguém, pôde partilhar. Dona Nancy, nesses dez anos que vivemos sem a sua presença física, não nos faltaram suas palavras, e seus ensinamentos, cheios de maturidade cristã. Não foram poucas as vezes em que, nos EACRES e Formações, assistimos aquele singelo vídeo, gravado com suas respostas à perguntas feitas por casais atuantes na época. Nele, com muita sabedoria e firmeza, responde sem vacilar, como o Movimento é profundo e exigente, mas também libertador e seguro, para os casais que realmente desejam crescer na Espiritualidade Conjugal, investindo livremente na busca da santidade. Assim, nesse ano que marca uma década da sua passagem, não sentimos tristeza, mas júbilo por saber que temos mais uma intercessora junto ao Pai; e agradecemos a Deus por tudo o que Ele realizou através de suas mãos generosas e transbordantes de amor. Só um coração amado sente a necessidade de amar; e, confiante, se empenha para que tantos outros possam chegar ao mesmo ideal de vida. Partiu... não morrerá jamais! Permaneça em paz, Dona Nancy! Florinda e Celso Antonio Rossoni CR Região Paraná Sul Campo Largo-PR 32

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Não era um sonho qualquer “Em verdade o Senhor está neste lugar e eu não o sabia” (Gen 28, 16) Antes de escrevermos este artigo, estivemos relendo dezenas das nossas Cartas Mensais para ver o que já foi falado sobre Dona Nancy enquanto fundadora das Comunidades Nossa Senhora da Esperança. Mas, por trás de cada acontecimento ali narrado, na trajetória que começou por volta de 2003, havia principalmente um sonho. Não era um sonho qualquer, sonhado por uma pessoa determinada. Era, sim, o sonho de Deus, a manifestação da sua vontade, por Ele assoprada e enviada através de sonho a quem ele escolheu. Um dia ouvimos um sacerdote dizer que Deus se serviu dos sonhos para manifestar sua vontade. Na Bíblia encontramos muitas menções a sonhos, ora sonhados por patriarcas (Gênesis 28, 10), ora por algum dos profetas (Daniel 7, 1), até mesmo por José, o pai adotivo de Jesus (Mateus 2, 13), e muitos outros. Em cada um havia uma mensagem, uma ordem e um desejo do Senhor. Foi o que Jacó descobriu na frase que serve para o título acima escolhido: “O Senhor está neste lugar e eu não sabia”. Houve um dia um sonho de Deus sobre as pessoas em estado de viuvez e outras situações de estarem sozinhas. Foi um

VIII Encontro de Coordenadores Regionais e Conselheiros / Orientadores Espirituais

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sonho sonhado por uma comunidade de fé, constituída como Movimento de casais, chamado Equipes de Nossa Senhora. Poderia parecer estranho e incompreensível um sonho assim para quem sonhava a espiritualidade conjugal, para quem conjugava os verbos sempre na primeira pessoa do plural, para quem caminhava em dupla nas trilhas do amor a Deus. Precisava-se assim de um intérprete para decifrar o sonho de Deus. O que Ele queria dizer? Com quem contar e como fazer para transformar o sonho em realidade? Deus fez sonhar as dores das pessoas sós no coração de Dona Nancy Cajado Moncau e ela, ao acordar, não falou exatamente as mesmas palavras do patriarca Jacó, mas algo semelhante e com a mesma intensidade, no alto dos seus 94 anos: “Quando Ele abre uma porta, eu logo entro por ela”. Não importaram mais os desafios da missão, nem os percalços da saúde já desgastada, nem o peso dos anos, ou qualquer outro obstáculo. Ela era a intérprete do sonho de Deus e, como ela fez em toda sua vida, não podia desapontar nem o Criador nem as criaturas que ansiavam para que o sonho se tornasse uma realidade. No seio das ENS do Brasil, das quais Dona Nancy era o espírito mais altaneiro, surgiram as Comunidades Nossa Senhora da Esperança, que, em pouco mais de uma década, crescem e se espalham pelo Brasil afora, como a boa semente do Reino de Deus, abrindo os braços para acolher viúvas e viúvos, pessoas separadas de seus casamentos e também as solteiras. Não só acolher, mas garantir a essa gente que há em seu estado de vida um encontro a fazer com o Senhor, que os quer felizes, resgatando-os em sua dignidade e devolvendo-lhes a importância do papel que lhes cabe na construção da Igreja de Cristo. Dona Nancy já ultrapassou a última porta que a levou até o Pai. Que do céu ela continue intercedendo para que casais e viúvas equipistas descubram esta nova possiblidade de evangelização e serviço que o sonho de Deus oferece também a nós. O Senhor também está ali, nas pessoas das CNSE, e eu já sei disso! Silvia e Chico Coordenação Nacional das CNSE 34

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A festa de NOSSA SENHORA Como bons exemplos de casais que são, as Equipes de Nossa Senhora deram muitos frutos. Um deles são as Equipes de Jovens de Nossa Senhora (EJNS). Se isso ainda é uma surpresa, convidamos à seguinte reflexão, que pretende inspirar em todos os casais das ENS do Brasil um sentimento de unidade conosco. Nas bodas de Caná, quais os nomes dos noivos? Acertou quem disse Jesus e Maria. Na passagem da autorevelação de Jesus, São João dá a um evento histórico um sentido espiritual e teológico. A leitura oficial é de que o casamento retratado, na verdade, é o de Cristo com sua Igreja, representada por Maria. O sinal da Caná é uma antecipação da Páscoa, quando o Cristo, Esposo ressuscitado, desposará para sempre a Igreja, dando-lhe como dote eterno o dom do Espírito. Como Equipistas de Nossa Senhora, seja de Jovens ou de Casais, podemos ir além... podemos lançar um novo olhar sobre essa conhecida passagem: o olhar das Equipes de Jovens de Nossa Senhora. E se as ENS fossem, para nós das EJNS, como Maria, o que ela foi para os Noivos? Aquela que alcança das mãos de Jesus verdadeiros milagres. Apesar de já termos 26 anos no Brasil e quase 190 equipes, as EJNS, até pouco tempo atrás, não tinham um controle eficiente para cadastro dos Jovens Equipistas e por meio das ENS agora nós teremos! O vinho que as ENS alçaram das mãos de Jesus para nós é o SISTEMA MAGNIFICAT! CM500

No final do ano passado, as ENS compartilharam com as EJNS o sistema Magnificat. Um banco de dados eletrônico para cadastro e registros dos Equipistas das EJNS de todo o Brasil! Desenvolvido para as ENS e adaptado para as EJNS agora temos um controle eficiente e unificado de todos os Jovens Equipistas que nos permite avançar para águas mais profundas. O vinho bom veio para fazer a diferença na nossa festa. Nosso Movimento espera ser para a Juventude Católica uma experiência tão importante como a festa de casamento era para a tradição judaica: algo pleno, que expressa efusivamente o amor entre nós e para com Deus. Casais, nunca desprezem o valor que vocês têm para nós. Este é só o exemplo mais recente das maravilhas que o Poderoso fez em nós, através de vocês. Que nossas mãos estejam cada vez mais unidas nessa nossa caminhada rumo ao Céu, com o empurrãozinho de Nossa Senhora. A verdade é que nós somos duplamente abençoados por termos a Virgem como mãe no Céu e as ENS como nossa mãe na terra. O Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é o Seu nome! Lucas Godoi Responsável Nacional Equipes de Jovens de Nossa Senhora 35


acervo literário do Pe. Caffarel

A OBRA LITERÁRIA DO PADRE CAFFAREL1 O nosso objetivo nesta edição especial é levantar um balanço do conjunto dos escritos do padre Caffarel que representa aproximadamente 3.000 páginas. Entre as revistas, a Carta Mensal constitui o meio de ligação, o centro de informações e instruções internas do Movimento das Equipes de Nossa Senhora a partir de 1948. Neste boletim redigido com a equipe dirigente do Movimento, o padre Caffarel oferece regularmente um editorial, às vezes um artigo mais elaborado. De dezembro de 1945 até maiojunho de 1973 temos 175 textos. Uma das “obrigações” dos membros das equipes, durante os primeiros anos, era a leitura do editorial da Carta, assunto para reflexão. A revista mais conhecida do grande público é A Aliança de Ouro (L’Anneau d’Or). Esta revista ficou estreitamente ligada às Equipes de Nossa Senhora sem, contudo, ser o órgão oficial. A Aliança de Ouro foi publicada de 1945 até 1967. Há 124 artigos assinados pelo padre Caffarel que vão do editorial de duas páginas ao artigo de dez ou doze páginas, ou ao relatório de pesquisa ainda maior. Um total de mais de 730 páginas. Ofertório (Offertoire) – cha-

mado mais tarde de Horizonte (Horizon) – é o boletim direcionado aos movimentos das viúvas, animados pelo padre Caffarel: publicado de janeiro-fevereiro de1947 até março-abril de 1968. Os Cadernos sobre a Oração foram publicados de dezembro de 1957 até abril de 1987, no princípio em ritmo mensal, e depois bimensal, num total de 224 números. A “Sala do Alto” (La Chambre Haute),2 publicada de 1973 a 1978, em 32 edições. Essa revista fora lançada à intenção dos grupos de oração da Renovação à qual o padre Caffarel se interessou desde cedo. Em 1958 padre Caffarel escreveu importante posfácio para uma coletânea de cartas de São Francisco de Sales que constituíram um número especial d’A Aliança de Ouro. Livros do Padre Caffarel

Quanto aos livros do padre Caffarel, eram essencialmente compilações de artigos, ou às vezes de conferências, publicados anteriormente. Mas os reagrupamentos de textos para compor números especiais constituem verdadeiros livros. Vale a pena mencionar esses

1 Texto baseado em uma conferência de Mons. Fleischmann, pronunciada em 3 de dezembro de 2010. 2 Este título tem por referência o local onde os apóstolos ficavam reunidos depois da ascensão de Jesus, conforme Atos 1,13 (N.T.)

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volumes em ordem cronológica: - 1956, Propos sur l´amour et la grâce (Palavras sobre o amor e a graça, traduzido no Brasil como “O Amor e a Graça”) - 1960, Lettres sur la prière (Cartas sobre a Oração): primeiro volume de uma série que será desenvolvida por meio da Présence à Dieu em 1967, traduzido como “Na Presença de Deus” - 1973-1976, dois volumes sobre a Renovação: “Deve-se falar de um pentecostalismo católico?” (Faut-il parler d´un Pentecôtisme catholique)?, edição do Feu Nouveau; “A Renovação carismática questionada” (Le Renouveau charismatique interpellé) - 1980, Cinq soirées sur la prière intérieure (Cinco noites sobre a oração interior): publica os textos de noites memoráveis. - 1982, Camille C. ou l´emprise de Dieu (Camille C. ou a influência de Deus): a publicação da correspondência dessa mística contemporânea é precedida por um longo prefácio do padre Caffarel, e em seguida, em apêndice, encontra-se uma nota técnica. No total, mais de 100 páginas de nosso autor. O Portrait spirituel de Camille C. (O retrato espiritual de Camille C.) é objeto de um pequeno volume publicado em separado no mesmo ano. Apesar de tratar de uma apresentação dos escritos de Camille C., podemos classificar o volume entre os livros do padre Caffarel. CM500

- 1983, Prends chez toi Marie, ton épouse (Recebe Maria como tua esposa): este livro reproduz o conteúdo do número especial da Aliança de Ouro de 1965 Por outro lado, o padre Caffarel preparou e publicou antologias: - 1971, Amour qui es-tu? (Amor quem és tu?), maravilhosas páginas de escritores contemporâneos sobre o amor. - 1984-1987, Dieu, ce nom le plus trahi (Deus, o nome mais traído) : antologia comportando vários textos do próprio padre Caffarel. - 1989, L´Oraison, jalons sur la route (A oração, balizas para o caminho): seleção de páginas sobre a oração de diversos autores comportando 17 textos do padre Caffarel. Textos e Transcrições de Conferências

Os arquivos das Equipes de Nossa Senhora e dos outros movimentos preservam uma centena de textos, especialmente das transcrições de conferências, frequentemente anotadas com menções “não publicar”, “a rever”. De fato, ele mantinha que não se deveriam divulgar transcrições contendo imperfeições e incertezas da linguagem falada. Estamos, portanto, no limite da “escrita”. Alguns desses textos tiveram, todavia, sua importância, como as conferências de 1972 no Brasil, bastante divulgadas entre nós, ou ainda a Conferência de Chantilly em 1987, quando o 37


padre Caffarel levanta um balanço e esboça uma perspectiva, o que recentemente muito inspirou as Equipes de Nossa Senhora. Este balanço já demonstra a amplitude da obra escrita do padre Caffarel. O que ele escreve está vinculado às necessidades dos movimentos que ele anima, às circunstâncias da atualidade. Cuidado com a Preparação

Há um aspecto importante na atividade editorial do padre Caffarel que devemos relembrar. Henri Caffarel foi um incansável diretor de revista. Ele se envolveu muito para levar avante a publicação d’A Aliança de Ouro durante 23 anos, ou os Cadernos sobre a Oração durante 30 anos. Se nem todos os números contêm textos dele próprio, ou sob sua assinatura, sabemos que ele cuidava da preparação de cada caderno. Testemunha disso é uma carta de 18 de fevereiro de 1951 a Pedro Moncau, fundador das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, na qual ele pede desculpas por escrever brevemente: Eu estive sobrecarregado de trabalho esses últimos tempos. O que me ocupa particularmente nesta época do ano é a composição do número especial que será publicado no mês de junho. É sempre um grande trabalho. Esse número especial, sendo um número duplo, está me dando praticamente dez vezes mais trabalho do que um número ordinário. O deste ano terá por assunto e por título: O Filho. E observe-se que esse número 38

não comporta nenhum artigo assinado por Caffarel. Sua Forma de Escrever

Frequentar os escritos do padre Caffarel leva a apreciar sua forma de escrever. Nos textos transparece o conferencista, o pregador, pois com frequência ele se dirige diretamente ao leitor como a um ouvinte presente diante dele. Aliás, vários artigos desenvolvidos são uma reprise amplamente corrigida de conferências em encontros de responsáveis de equipe ou de setor das Equipes de Nossa Senhora, em uma peregrinação das viúvas a Lourdes, uma peregrinação de casais a Roma. Seu estilo comporta algumas originalidades. A escrita é viva, frequentemente nervosa. Ele gosta de páginas curtas, mas domina também narrativas cuidadosamente elaboradas. Ele gosta do estilo epistolar, já o sabemos no que se refere à oração, mas certos editoriais são respostas a uma carta, a uma pergunta recebida. Os que estão familiarizados com o padre Caffarel sabem o quanto ele insistia sobre as exigências necessárias à fidelidade do Movimento ao seu carisma. Nas principais revistas há perto de 500 usos de palavras tendo por raiz “exigir” e, detalhe significativo, são encontradas mais frequentemente na Carta Mensal e n’A Aliança de Ouro do que nos Cadernos sobre a Oração. Acontece frequentemente ao nosso autor forçar um pouco a linguagem; assim no famoso editorial que lança o “dever de sentar-se”, CM 500


ele pede evitar o “enrotinamento” do lar. Ele chega às vezes a sequências de termos que se completam com vivacidade. Como: Nada melhor do que o olhar para revelar o amor. Quem assim é olhado não se engana, todo o seu ser – falo de seu ser íntimo, de seu eu secreto – desperta, estremece, se maravilha, se lança e vive sob o choque deste olhar de amor. Uma vida nova, desconhecida, ardente, intensa, surge nele: o olhar do amor suscita o amor. Certas fórmulas são particularmente rudes. Como: “Reconheçam que para honrar e servir a Deus no próximo convém não ser um homem anêmico, exausto, sem vitalidade, um trapo socorrendo outros trapos”. Ou ainda: “No dia final, muitos cristãos, leigos ou religiosos, compreenderão repentinamente com estupor ao descobrir a Face de Deus, que eles tinham sido convidados a viver a vida inteiramente entregues ao calor deste sol resplandecente, e, no entanto, passaram seu tempo enclausurados na caverna úmida de seus corações”. Ele usa expressões muitas vezes pitorescas, todas destinadas a fazer entender o sentido e a urgência da prece: “Deus nos ama não porque somos isto ou aquilo, mas simplesmente, de forma admirável, porque é nosso Pai. Com um amor inalterável, indestrutível, ‘indesanimável’, insuperável” ou ainda: “E se, durante quinze minutos, todo dia, você tentasse conversar com Ele ou mesmo simplesmente se colocasse diante de seu olhar, como um lenCM500

çol aberto ao sol? ” Em outra parte: “Entregue-se nesta oração como a acha de lenha se entrega à chama, tornando-se fogo por sua vez”. Sente-se, por vezes, também o sopro de certa eloquência. Uma última citação um pouco longa: “Jesus Cristo não quer apenas que sua prece seja nossa como se fosse um bem entre as nossas mãos, do qual podemos dispor; ele quer que ela seja implantada visceralmente no mais profundo de nós mesmos, na raiz de nosso ser, alma de nossa alma e que possa repetir, com total verdade, conforme São Paulo: Vivo, mas não sou eu que vivo..., oro, mas não sou eu que oro, é o Cristo que ora em mim. É o Espírito do Filho, o Espírito Santo, que faz ressoar em mim o grito do amor filial: Abba, Pai! [...] Assim como na noite de Páscoa, na igreja escura, a chama da vela pascal se comunica pouco a pouco com a multidão de pequenas velas nas mãos dos fiéis, assim também o Cristo pelo batismo ganha os homens pouco a pouco, através do mundo, fazendo surgir em suas almas, de suas almas, sua prece filial.” Hélène e Peter Eq.05 0A - N. S. da Santa Cruz São Paulo-SP Monique e Gérard Eq.01A - N. S. do Sim São Paulo-SP M. Regina e Carlos Eduardo Eq.01A - N. S. do Rosário Piracicaba-SP Cidinha e Igar Eq.01B - N. S. Aparecida Jundiaí-SP 39


Livros do Pe. Caffarel

Versão Francesa/Original Ano

Título

Versão Brasileira

Ano

Título

1954 Propos sur l’amour et la grâce

1956 O Amor e a Graça 2016 Relançamento ENS

1958 L’amour plus fort que la mort

1958 2013

1960

Lettres sur la prière

1963

L’anneau d’Or - Le mariage, ce grand sacrement

1964

L’anneau d’Or -Mariage, route vers Dieu

1967 Présence à Dieu. Cent lettres sur la prière

1977 2015

O Amor mais Forte que a Morte Edição reduzida CNSE

Presença de Deus 100 Cartas sobre a Oração Relançamento ENS

1970

La pensée de Paul VI sur sexualité mariage, amour

1971

Amour, qui es-tu?

1973

Faut-il parler d’um pentecôtisme catholique?

1975 Nouvelles lettres sur la prière

Discurso de Paulo VI às ENS.3

1975 2015

Novas Cartas sobre a Oração Relançamento ENS

1976 Le renouveau charismatique interpellé 1980 Aux carrefours de l’amour 1

2004 1991

1980

Cinq soirées sur la prière intérieure

1980

Dieu, ce nom le plus trahi 2

Nas Encruzilhadas do Amor Ed. Santuário

5 Encontros s/ Oração Interior Ed. Loyola 2016 Relançamento ENS

1982 Camille C. ou l’emprise de Dieu 2016

Camille C. Possuída de Deus Lançamento ENS

1982

Portrait spirituel de Camille C.

1983

Prends chez toi Marie, ton épouse

2006

L’oraison. Jalons sur la route

2006 O Carisma Fundador Discurso de Chantilly 4 - ENS

2009

Père Caffarel Prophète du mariage

2009

2009 Recebe Maria como Tua Esposa Ed. Santuário

Padre Caffarel Profeta do Matrimônio 5 - ENS

2016 Espiritualidade Conjugal Lançamento ENS

1 Coletânea de textos escritos entre 1945 e 1967 / 2 Uma antologia / 3 O discurso e os comentários de Pe. Caffarel constituem um capítulo do livro “A missão do casal cristão”, publicado no Brasil em 1990 / 4 Brochura publicada apenas no Brasil / 5 Seleção de textos

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Livros sobre o Pe. Caffarel

Versão Francesa/Original Ano

Versão Brasileira

Título

Ano

1988 Jean et Annick Allemand Les Équipes - Notre Dame. Essor et mission des couples chrétiens

Título

1990

A missão do Casal Cristão Surgimento e caminhada das ENS

1999

Henri Caffarel - Um homem Arrebatado por Deus

2002 Prier 15 jours avec Henri Caffarel

2002

Orar 15 dias com Henri Caffarel Ed. Santuário

2003 Henri Caffarel - 1903-1996 Textes choisis. Thème d’étude des END

2009

Padre Henri Caffarel Textos escolhidos. Tema de estudos das ENS

2007 Gérard et Marie-Christine de Roberty - À la rencontre, Père Henri Caffarel 2016

O Padre Caffarell 1903 -1996 Coloquio Lançamento ENS

1997 Henri Caffarel Un homme saisi par Dieu

2010 Actes du Colloque sur le Père Caffarel 2013 Henri Caffarel: “Le Mariage, aventure de sainteté”, ed. Parole et Silence, maio 2013; coletânea dos principais escritos do Pe. Caffarel sobre o matrimônio, reunidos e organizados por Danielle Waguet, sua colaboradora em Troussures, com prefácio do Cardeal Philippe Barbarin

Revistas Titulos

Ano

Histórico

L’Anneau d’Or

1945 68 editoriais, 49 artigos e 5 análises 1967 de pesquisas escritos pelo Padre Caffarel

Offertoire

1947 “Boletim” direcionado aos movimentos de viúvas 1968

Cahiers sur l’Oraison

1957 “Cadernos sobre Oração”. 224 números 1987 produzidos em rítmo mensal e depois bimensal

La Chambre Haute

1973 “Sala do Auto”. 32 edições 1978 para grupos de oração da Renovação

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formação

Casamento, sacramento do dia a dia

O livro Casamento, Sacramento do Dia a Dia é mais uma riqueza dentre tantas que recebemos nestes 20 anos de pertença nas Equipes de Nossa Senhora. Já foi tema de estudo e, tendo se revelado precioso pelos seus ensinamentos, foi adotado na primeira etapa de iniciação das equipes. Partindo da descoberta de um amor novo, exigências de entrega em tempo integral, sentido cristão da paternidade e maternidade, culmina com a sacralidade dos pequenos gestos que ganham status de liturgia doméstica. Nele está escrito: “É fundamental investir em relação e convivência duradouras (...) cultivando atitudes de perdão e de amor incondicional, dedicando tempo no dia a dia ao cônjuge, rezando e meditando juntos a Palavra de Deus, dialogando abertamente sobre o futuro.” Estamos acostumados a investir na realização pessoal, busca de sucesso e riqueza, conquista de apreço e poder, nos esquecendo de investir no Sacramento do Matrimônio, nesta aliança desafiadora e maravilhosa, humana e sagrada! Desafiadora porque comporta sofrimentos, renúncias e abnegação; maravilhosa pelas alegrias e prazeres legítimos dela ema42

nados; humana porque se modifica seguindo seu ritmo e ciclo próprios; e finalmente sagrada porque a família é lugar onde Deus reside, devendo ser amado e servido. Família é um caminho de superação, humanização e amadurecimento. As dificuldades são inúmeras e as tentações são diversas, isso porque o amor conjugal não se dá entre dois seres perfeitos e totalmente integrados; mas entre seres com virtudes, defeitos e feridas deixadas pela vida; pessoas em construção que precisam ser perdoadas, acolhidas, amadas. Homem e mulher podem se superar na construção de um amor pleno pela renúncia, diálogo, perdão aprendendo a ser feliz na felicidade do outro. Por isso sugerimos a releitura deste livro com verdades inesgotáveis. Somos felizes e agradecidos por podermos investir no nosso amor, no nosso matrimônio, através das ENS, dos PCE e formações; meios estes que têm nos proporcionado força, graça e luz para consagrarmos o nosso casamento em sacramento do dia a dia, para a honra e glória de Deus.

Célia e Alfonso CRR Paraná Norte Londrina-PR CM 500


reflexão

AS NOSSAS ESCOLHAS No evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos, no capítulo 3, versículos 13 a 19, encontramos a narração da “Eleição dos Apóstolos”, os quais ficariam na companhia de Jesus para serem enviados em missão. “Depois, subiu ao monte e chamou os que Ele quis. E foram a Ele” (Marcos 3,13). Dentre as suas escolhas, encontrava-se “Judas Iscariotes que o entregou” (Marcos 3,19). Ora, penso, teria o Senhor escolhido errado? Meditando com o olhar e um coração misericordioso, o qual somos especialmente chamados a viver neste Ano Santo da Misericórdia, penso que o evangelho me leva a concluir que não. O Senhor jamais escolheria errado, poderia talvez entristecer-se com as atitudes dos escolhidos, mas não se equivocava nas escolhas. As escolhas erradas, normalmente, partem de nós que, uma vez escolhidos, temos a missão de seguir no caminho, nutridos pelo alimento da fé que o Senhor nos dá. Sem esse alimento, porém, sucumbimos e desistimos da caminhada pela desnutrição espiritual. Jesus, que estava no meio do povo, estava também entre justos e pecadores, pois também estes precisavam de médicos (Lucas 5,31-32) e a muitos curou e converteu das próprias escolhas erradas. Outros, porém, a incredulidade prevaleceu (Mateus 13,58), diante da falta de reconhecimenCM500

to do alimento eterno que Jesus oferecia. Portanto, Jesus não escolheu errado, mas foi Judas quem fez a escolha errada de abandoná-lo, para seguir pelo caminho da morte, do egoísmo, da vida que dá mais valor aos tesouros e alimentos da terra. Quando a conversão bateu à porta de Judas, ele a abriu, mas tal como a parábola do semeador, cuja semente caiu à beira do caminho, entre as pedras, que não tem terra ou entre os espinhos, que sufocam o crescimento da fé (Mateus 13,4-9), Judas ficou pelo caminho, não teve raiz e foi sufocado pela tentação que o levou às escolhas erradas, afastando-o de Deus. Deus não se equivoca no chamado, mas somos nós que nos desviamos, deixamos a conversão de lado e persistimos escolhendo errado. Que alimentados pelo pão da vida, possamos nos tornar terra boa para que a semente da fé cresça em nossos corações e produza muitos frutos. Paz e bem! Márcia e Rogério Eq.10 - N. S. da Esperança Florianópolis-SC 43


MISSÃO:

matrimônio Estudando o livro Ousar o Evangelho – Viver a Missão com Alegria”, que é nosso Tema de Estudo para o ano de 2016, logo nos chamou atenção a primeira frase do primeiro capítulo: “Somos casados vivendo em um mundo que não acredita no casamento”. Como chegamos a esse ponto? O que acontece de errado para que o pensamento da sociedade seja esse? Infelizmente já vivenciamos uma situação assim. Certo dia, uma antiga colega de escola da minha esposa me parou na rua, cumprimentou e ao perceber a aliança no meu dedo disse: “Você ainda está casado com a Cláudia? Não vai separar? Esse casamento está muito longo, ninguém mais fica tanto tempo junto! Eu mesma já me casei duas vezes...”. Ao chegar em casa, contei a ela e tivemos a nítida impressão de que o problema era o casamento e não o divórcio. Nossa sociedade está passando por momentos de descrença total no matrimônio: é muito fácil casar e depois separar, ou então “morar junto para ver se dá certo”. É claro que não vai dar certo. A maioria das pessoas faz isso para ser feliz, e não para fazer o outro feliz. Temos que abrir mão de muitas coisas para viver em harmonia conjugal. Só conseguimos isso com Deus e as ENS. Ambos nos ajudam a ser um casal mais tolerante, confiante e a seguir os passos do Senhor. Em nosso casamento, fizemos um juramento perante Deus. Esse laço é inquebrável porque convidamos Jesus para estar conosco nessa missão e Ele nunca nos deixará sozinhos. A chegada dos nossos filhos, missão preciosa que nos dá muitas alegrias, mas também muitas dúvidas, não seria completa sem a ajuda de Deus. Nosso matrimônio nos deixa mais fortalecidos, pois sabemos que temos apoio um do outro para o que der e vier. Nem sempre serão só alegrias, já tivemos muitos momentos de dor, desespero, aflição e sabemos que ainda não acabou... Mas juntos criaremos e educaremos nossos filhos, e o que nos encoraja é a certeza que Deus está conosco nessa incrível jornada: fazer o outro feliz! Maria Cláudia e Agnaldo Eq.11A - N. S. da Natividade Votuporanga-SP 44

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UMA NOVA CIVILIZAÇÃO DO AMOR como fermento no meio da massa Com a violência que campeia na face da terra, tão hostil à convivência humana, a ideia que formamos hoje do mundo é comparável a um ambiente árido, de muita secura, de uma terra sequiosa por uma gota d’água. A imagem que nos vem à mente é a do sertão nordestino, tão próximo está da desertificação. O mundo está sedento de amor. Do amor de Deus. O coração do homem, tão cheio de ódio, precisa esvaziar-se para ser inundado por águas de chuvas torrenciais de amor, para se transformar de deserto, de terra da desolação, em vale verdejante, em terra da consolação. Deus já está realizando esta obra. O Senhor está criando oásis de amor no meio do deserto do desamor. Ele está suscitando, na sua Igreja, movimentos, pastorais, serviços e novas comunidades para atuarem como sinais do seu Reino, que já está entre nós. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora é um grande oásis de amor neste imenso semiárido em que o mundo se tornou, quanto às relações interpessoais, em que vida não tem valor algum. Matase por um nada. Quando Equipes de Nossa Senhora se reúnem na Síria para realizar sua Reunião Formal e Noite de Oração, mesmo sob forte ameaça de bombas caírem sob seu teto, acende-se enorme farol, onde Cristo resplandece na ação dos nossos irmãos. O farol do amor de Deus que os torna destemidos, CM500

e que brilha intensamente, sinaliza a todos tanto que o amor é mais forte do que a morte, quanto que os sentimentos que devem existir e prevalecerem entre nós são o amor, a misericórdia e o perdão. As ENS nos fazem lembrar as palavras do Senhor: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei” (Rm 13,8). Toda a lei e os profetas se resumem em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (cf. Mt 22, 37-40).É isto o que as ENS procuram viver, através da espiritualidade conjugal, mesmo em solo agressivo ao cristianismo. As ENS, com seu fecundo programa de santificação para casais, unidos pelo Sacramento do Matrimônio, estão criando uma nova civilização, a civilização do amor, que povoará a terra nova que Deus deseja. Terra sobejamente rica de paz, de justiça, de alegria e de amor. Somos homens e mulheres de fé que não desanimam nem recuam diante das dificuldades, mas avançam confiantes para águas mais profundas, sabendo que o trabalho que realizamos nas equipes não será em vão, porque Deus está conosco e Maria nos protege. Somos, sim, fermento no meio da massa, como sonhado por nosso querido fundador, o Pe. Caffarel. Fátima e Luiz Eq.05B - N. S. d’Ajuda Jaboatão dos Guararapes-PE 45


carta mensal no 500

Uma edição significativa A edição da Carta Mensal que você está lendo é a “Carta 500”. Qual a importância desse fato? Com certeza muito maior do que um “número redondo” na contagem de nossas publicações. Celebramos com alegria, através dessas publicações, o simbolismo da caminhada histórica do nosso Movimento. Desta celebração podemos perceber algumas conclusões, quero destacar três. A primeira delas é que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora é um movimento maduro. Já superamos nossos “primeiros passos”. Temos uma história consolidada que tem como um de seus indicativos justamente estarmos celebrando a publicação da Carta 500. A segunda é o inestimável serviço evangelizador-pastoral prestado a muitas famílias do nosso querido Brasil com as Cartas que periódicamente chegaram e chegam até os lares de nossos equipistas. Cartas essas que possuem um conteúdo que tem como único objetivo ajudar os casais a viverem com fidelidade ao Evangelho num mundo conturbado no qual estamos inseridos. Com certeza a divina providência já se serviu das Cartas para resgatar muitos casais fragilizados e famílias em momentos difíceis. A terceira é a dedicação de casais das ENS que organizados em equi46

pes ajudaram e ajudam afetiva e efetivamente na elaboração deste rico periódico que hoje celebramos os 500 números de edição. No pouco tempo como sacerdote conselheiro espiritual da Super-Região Brasil estou podendo testemunhar o esforço desses casais. Não são profissionais de comunicação. São casais de boa vontade e boa intenção, muitas vezes com muita paciência também. O processo de uma Carta que chega até as mãos de um leitor dura mais de um ano, a contar da elaboração do plano anual de trabalho até o despacho pelo meio que entregará nas diversas partes de nosso país. Considerando as conclusões que destaquei acima, mas também as tantas outras que poderia enumerar, quero antes de mais nada agradecer a Deus por ter utilizado e continuar utilizando as ENS, através da nossa querida Carta Mensal, para fazer chegar a Boa Nova da Família a tantos casais de nosso Brasil. Quero ainda agradecer as equipes da Carta Mensal que durante todos esses anos estiveram à frente dessa valiosíssima missão evangelizadora. Deus seja louvado! Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 500


Equipistas de todo o Brasil saúdam a Carta Mensal SOLANGE e EDWAN - Manaus-AM Na música “A Carta”, sucesso dos anos 70, cantamos que a carta “é uma prova de afeição”. E é o que a nossa Carta Mensal representa: uma expressão de carinho e zelo das ENS para com cada equipista. Da capa à contracapa! Temos muitos recursos disponíveis para nos comunicar, enviar mensagens, estabelecer conexões, encurtar distâncias. Mas receber uma carta é uma alegria experimentada por poucos nos dias de hoje. Enquanto destinatários, precisamos estar atentos ao carinho e zelo dispensados a cada edição por tantos irmãos equipistas. Toda carta precisa cumprir sua missão! Quantas vezes os artigos da CM nos ajudaram, nos iluminaram, nos trouxeram conversão. Tantas vezes foram subsídios para nosso trabalho pastoral, para a animação de nossa equipe, para atuarmos no Movimento. Nossa Carta Mensal é uma carta de amor, que traz em si o desejo de formar, informar, integrar, de nos conectar e aproximar, como uma grande família que somos. Que a leitura da CM seja para cada um de nós, equipistas, uma experiência que proporcione o sentimento de pertença e que fique guardada em nosso coração.

CAROLINE e GEANCARLO TOLAZZI - Caxias do Sul-RS A Carta Mensal é muito importante para nosso crescimento na fé e no amadurecimento do nosso matrimônio, pois é um subsídio valioso em nossos estudos, ao trazer relatos de casais que, assim como nós, caminham em busca da santidade, e de sacerdotes que nos alimentam com a visão da Igreja sobre temas do cotidiano, e ainda nos convidam ao aprofundamento do estudo das coisas de Deus. Também serve como base para estudos na equipe e nos traz informações sobre o Movimento, proporcionando-nos um sentimento de pertença a este. CM500

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LUCINHA e JOÃO ARBEX - Três Corações-MG Assim como uma mãe cerca seus filhos de cuidados para que cresçam seguros e protegidos das mais diversas ameaças, o movimento das ENS nos cerca com a Carta Mensal, para que possamos crescer na vivência dos PCE. Seu conteúdo nos oferece plena integração com a Igreja, com o movimento e nos dá a segurança de que não estamos sozinhos nessa caminhada. Além de cada um de nós ler a CM, criamos o costume de terminar nossa oração conjugal com a leitura de um artigo ou de uma notícia da CM, pois assim no final do mês temos contato com todo o seu conteúdo. É de uma riqueza indescritível.

ILDA e DIONÍSIO - Bauru-SP Nos dias de hoje constatamos que os meios de comunicação só se preocupam com as notícias enfáticas para o sensacionalismo. A Carta Mensal ajuda a refazer o caminho de informação, formação e de aprofundamento da fé de nós equipista. Ela traz a proposta de sermos fraternos anunciando os temas centrais do Movimento, com o objetivo de transmitir suas diversas etapas desde seu início até hoje. Certamente os corações dos equipistas do Brasil e do mundo inteiro esperam ansiosos pelo recebimento deste maravilhoso meio de comunicação entre nós, aguardando suas mensagens e suas propostas com os ensinamentos de Jesus e de Maria. A Carta Mensal mexe com a gente e nos deixa inquietos com seus artigos, pois nos leva a meditar e a colocar em prática os depoimentos de cada irmão equipista. Somos suspeitos de falar da Carta Mensal, pois é um dos contatos preferidos que recebemos do Movimento das ENS. Há mais de 35 anos é o tempo que desfrutamos deste meio de aprendizado em nossa vida como cristão e equipista. Que Jesus e Maria continuem inspirando esses valorosos irmãos da Equipe da Carta Mensal.

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EMÍLIA e LUIZ - Rio de Janeiro-RJ Muito mais do que uma carta; muito mais do que uma revista; muito mais do que somente um conjunto de informações. Acima de qualquer uma destas conclusões, um verdadeiro documento que nós equipistas, temos o privilégio de saborear os muitos assuntos que ela nos proporciona. Quantas vezes, e não raras vezes, utilizamos a Carta Mensal como fonte de apresentações que fizemos a tantos trabalhos pastorais. Muitas vezes pegamos uma revista e folheamos, folheamos e não nos interessamos por assuntos que ela possui; com a Carta Mensal não conseguimos folhear à procura de um ou outro assunto, pois todos os textos nos envolvem, nos formam. Tantas foram as vezes em que levamos, como reflexão e coparticipação importantes, textos e testemunhos, vindos na Carta Mensal, para a nossa reunião de equipe. Já há algum tempo tiramos assuntos das Cartas Mensais e compartilhamos em grupos das mídias sociais, tanto a nível paróquia, família, sociedade. Somos divulgadores incansáveis de artigos das Cartas Mensais até e com muita frequência sobre demonstrativos financeiros; afinal, encontramos equipistas com pouco interesse e conhecimento sobre o assunto. Não tendo oportunidade de possuir todas as Cartas Mensais, nas leituras de documentos, depoimentos, sempre encontramos artigos, de Cartas Mensais antigas, escritos pelo nosso Padre Caffarel; como é importante lermos essas relíquias para nossa própria animação e formação como equipistas. Obrigado por poder ter acesso à Carta Mensal, verdadeiro documento equipista!

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OLGUINHA e TONINHO - São Carlos-SP Nossos parabéns a esse instrumento de unidade do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Instrumento que é sempre aguardado por nós, e, quando chega, é acolhido de forma intensa, e isso há 45 anos. A Carta Mensal tem sido um farol a iluminar e apontar para a caminhada em equipe e em nosso sacramento. Revela-nos o amor de Deus e a grandeza do sacramento do matrimônio, através de testemunhos e orientações várias, especialmente de nosso fundador, o Pe.Caffarel. Ela imita para nós a atitude de Maria, que visitou Isabel e que nos visita sempre, vindo a nós a cada mês. Que a Carta Mensal, este instrumento maravilhoso, hoje de no. 500, continue sua missão, inspirada pelo Espírito Santo, e por isso sempre nutrida por irmãos que se disponibilizam a elaborá-la. Nossas orações para que ela continue visitando-nos.

ANDRÉIA e MORENO - São Paulo-SP Há 5 anos tivemos a graça de entrar para um movimento de casais. Que alegria! E qual não foi a nossa surpresa quando recebemos pela primeira vez a revista do Movimento Carta Mensal. Recordamos a sede e a curiosidade que tivemos ao debruçarmos sobre cada página, cada artigo, e aprendermos mais sobre as ENS, a Igreja, nossa fé e nosso matrimônio. Hoje, muitas Cartas Mensais já chegaram em nossa casa, mas nem por isso perdemos a alegria e a curiosidade em desfrutar cada ensinamento, cada testemunho, cada atividade do Movimento realizado não só no Brasil, mas no mundo. E é essa unidade, essa esperança que nos motiva e nos anima a vestirmos cada vez mais essa camisa chamada Equipes de Nossa Senhora. Deus seja louvado!

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LÚCIA e RUBSON - Ribeirão Preto -SP A Carta Mensal, por ser um veículo de comunicação e informação da Super-Região Brasil, sempre nos ajudou, como cristãos equipistas, em nosso crescimento espiritual, conjugal e familiar. Os assuntos nela contidos, principalmente a parte de testemunhos, têm sempre algo que nos sensibiliza a colocar em prática no nosso dia a dia e também nas reuniões mensais. Quando recebemos a CM a primeira coisa que lemos é o Editorial, pois aí encontramos resumidamente os principais assuntos, aqueles que despertam em nós sua leitura de imediato. Nós valorizamos muito a CM, pois ela representa a “seiva” do Movimento, visando sempre o fortalecimento da unidade. É um excelente meio de formação que sempre nos ajudou em pesquisas e na prática dos PCE (Pontos Concretos de Esforço).

CYLESIA e HELCIO GOES - Criciúma -SC Participamos há 40 anos do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, e uma de nossas companheiras nestes anos todos é a Carta Mensal, que anima o nosso caminhar e também estabelece uma ligação entre o Movimento e seus membros, e destes entre si. A Carta Mensal é um meio de comunicação formador das Equipes de Nossa Senhora. Através dela temos até hoje momentos de crescimento, formação e gratidão. Convido a todos os casais para que façam um esforço, e não deixem sua Carta Mensal na pastinha, mas a coloquem em algum lugar de fácil acesso em sua casa e todos os meses façam uma leitura consciente, reflitam, e verão como ela nos ajuda em nossos PCE e em nossa caminhada de casal cristão.

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MEIRE e GILSON - Itumbiara-GO A Carta Mensal, a cada mês, nos faz sentir mais pertencentes ao Movimento das ENS, pois traz para dentro do nosso lar, para nossa vida conjugal e pessoal, a vida do Movimento, que estreita os laços fraternos com os demais equipistas, os testemunhos, verdadeiros exemplos a serem seguidos, os ensinamentos e as formações que nos fazem crescer na fé e perseverar na caminhada, rumo ao nosso maior objetivo, a santidade conjugal.

MARIA e AMÂNCIO - Jaboatão dos Guararapés-PE Quando entramos no Movimento há 27 anos, de início não tínhamos o hábito de ler a CM que todos os meses chegava em nossa casa. Aos poucos fomos descobrindo as maravilhas que ela contém e fomos, qual criança que começa a engatinhar, descobrindo o quanto é necessário para nós, para nos atualizarmos dos acontecimentos aqui em nosso Brasil e também lá fora. Assuntos importantes estão em nossas CM todos os meses: relembrar as raízes do nosso Movimento, testemunhos tão importantes que muitas delas trazem, ensinamentos sobre os PCE, atualidades da nossa Igreja, orientação e atualização sobre formação em nosso Movimento e tantos outros assuntos que só nos fazem bem e nos contemplam como veículo de comunicação. Tudo que as Cartas Mensais trazem são ensinamentos para todo equipista. Que Nossa Santíssima Mãe ilumine todos os casais que se dedicam e zelam pela publicação deste veículo de comunicação todos os meses.

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MARTA e DIRSON - Dourados-MS A Carta Mensal é muito importante para nosso crescimento na fé e no amadurecimento do nosso matrimônio, pois é um subsídio valioso em nossos estudos, ao trazer relatos de casais que, assim como nós, caminham em busca da santidade, e de sacerdotes que nos alimentam com a visão da Igreja sobre temas do cotidiano, e ainda nos convidam ao aprofundamento do estudo das coisas de Deus. Também serve como base para estudos na equipe e nos traz informações sobre o Movimento, proporcionando-nos um sentimento de pertença a este. A Carta Mensal é um meio de comunicação que aproxima os equipistas, exprime sentimentos, das várias regiões do Brasil, onde o objetivo é fazermos o caminho juntos na unidade, onde podemos experimentar o SABOR da vivência de outros equipistas (sacerdotes e casais), com a grande riqueza de interpretações, segundo a sintonia dos ensinamentos oferecidos pelas ENS.

Ouvindo a CARTA MENSAL: mais um recurso disponível para o equipista

A partir desta edição (nº 500) da Carta Mensal será possível ouvir na íntegra todas as matérias publicadas em nossa revista. Um recurso muito útil, principalmente em função da vida corrida que atualmente temos, onde dedicar um tempo para a leitura é cada vez mais difícil. O áudio gravado de cada matéria da revista é produzido através de voz digital e não gravação humana real, fato este que pode conter algumas pequenas distorções na sua estrutura auditiva, não comprometendo porém o seu entendimento. É a Equipe da Carta Mensal escutando as necessidades dos equipistas e agregando mais recursos no dia a dia da Carta Mensal.

Queremos ouvi-lo, partilhem conosco suas críticas e sugestões sobre esta nova modalidade de comunicação.


Casais que foram responsáveis pela Carta Mensal Nossos agradecimentos pelo compromisso e dedicação

1971 a 1985 - Monique e Gerard - São Paulo/SP Mais de trinta anos se passaram e ainda temos presentes as metas que orientavam nosso trabalho, pois desde o início queríamos que a Carta Mensal tivesse também o objetivo de abrir os horizontes para que o equipista se sentisse membro não só do Movimento, mas da Igreja, cônscio de sua responsabilidade de cristão casado frente aos desafios pastorais de sua diocese, mormente da Pastoral Familiar. Naqueles tempos pós-conciliares os bispos ainda olhavam com certa desconfiança o nosso Movimento, “importado” e, ainda, “dirigido por leigos”, por isso a menina dos nossos olhos eram as “Notícias dos Setores”, quando procurávamos dar a conhecer os trabalhos apostólicos que os equipistas, de Norte a Sul, faziam. Vivíamos à cata deles nos Boletins dos Setores ou quando encontrávamos um C.R. de fora – o que ficou mais fácil nos anos finais, quando Cidinha e Igar nos chamaram a participar dos Encontros Nacionais. A ideia não era apenas desfazer a impressão de “movimento fechado”, também esperávamos que o relato do que vinha sendo feito aqui e acolá fosse despertando novas “vocações” principalmente no campo da preparação ao casamento e do auxílio a casais em dificuldade. Ao lado disso e porque os equipistas de então tinham pouco acesso a publicações estávamos sempre atentos a caminhar com a Igreja, não só dentro do tempo litúrgico como destacando através de artigos ou entrevistas aspectos de sua vida, e numa visão “ecumênica”, dando a conhecer outros movimentos. Somos gratos a todos os que nos ajudaram a manter o rumo ao longo desses 14 anos, mas mais especificamente à Dirce do Reinaldo, nossa vizinha de bairro, que ajudava Monique a corrigir as provas e, com a mania 54

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dessa pelo português correto, recebia uma bronca se deixasse passar uma vírgula fora de lugar... Manter o prazo já virara rotina, mas o problema era quando íamos viajar, o que ocorria a cada dois anos devido a compromissos de Gérard: era preciso deixar a Carta do mês seguinte praticamente pronta – e confiar na “secretária”, que receberia as provas – mas calculávamos a volta sempre em tempo para a segunda prova! Ficamos por muito tempo com a responsabilidade da Carta até Hélène e Peter se oferecerem para nos substituir, permitindo que finalmente saíssemos tranquilos, certos de que deixávamos a Carta nas melhores mãos possíveis – como aliás o futuro sobejamente iria comprovar.

1986 a 1993 - Hélène e Peter - São Paulo/SP Convidados por Igar e Cidinha – responsáveis pela ECIR - Equipe de Coordenação Inter-Regional, que até 1999 era o órgão super-regional do Brasil na época – e escolados por nossos predecessores Monique e Gérard, assumimos a responsabilidade pela Carta Mensal no início de 1986. Preocupamo-nos em formar uma equipe e distribuir as tarefas entre os participantes. Introduzimos a figura de um Conselheiro Espiritual e convidamos o agora falecido frei J. P. Barruel de Lagenest para esta função. Durante os sete anos em que servimos como responsáveis, procuramos adequar cada vez mais a Carta às necessidades dos equipistas no Brasil. Motivava-nos muito uma pesquisa feita alguns anos antes pela ECIR: para muitos equipistas, a Carta Mensal representava a única leitura que faziam durante o mês! Foi uma experiência extremamente gratificante. Respondendo às nossas solicitações, recebemos bem mais matérias dos equipistas do que cabia nas 48 páginas de cada edição. Fazíamos reuniões mensais com a equipe para definir a edição e frei Barruel nos controlava para que houvesse mais matérias de leigos do que de padres! Damos graças a Deus por nos ter permitido prestar este serviço ao Movimento. CM500

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1994 e 1995 - Thereza e Carlos Heitor - São Paulo/SP Desde 1985 já participavam dos trabalhos da Carta Mensal na equipe que Hélène e Peter coordenavam. Mas foi somente a partir de 1993 que assumiram como responsáveis pela edição da Carta Mensal, época em que já se começavam a utilizar processos eletrônicos de editoração. Nos dois períodos, quase 11 anos, desempenharam suas funções com muita dedicação e competência. Em meados de 1995, após um período bem expressivo de trabalho envolvendo os serviços da Carta Mensal, julgaram que era chegada a hora de passar a responsabilidade dos trabalhos para outro casal. Mais recentemente afastaram-se do Movimento por questões de saúde e Thereza já bem debilitada fisicamente retornou à casa do Pai em 2015.

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1996 a 1999 - Silvia e Chico - Sorocaba/SP “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o reino de Deus”. (Lucas 9, 63)

Foi esse versículo do Evangelho que nos levou a aceitar uma missão que nos parecia impossível, pois não tínhamos a menor qualificação para as exigências de uma Carta Mensal. Mas Deus já tinha nos “seduzido” e não fomos capazes de dizer não. E entramos no serviço contando com sua graça. E Ele não nos decepcionou. Tivemos os melhores casais na composição de nossa equipe, que nos ajudavam em tudo e adivinhavam nossas necessidades. Recebemos colaborações para capas (visto que optamos por colocar uma capa diferente a cada mês) de equipistas que não conhecíamos e que envia56

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vam sugestões na hora exata. E foi na Carta Mensal que conhecemos o padre Flávio Cavalca de Castro, que se tornou nosso SCE quando assumimos a responsabilidade pela Super-Região Brasil e que continua a evangelizar até hoje os casais das ENS. Receber artigos de irmãos de todo o país, com depoimentos incríveis, gente corajosa que não media esforços para atingir a santidade, fez com que esse serviço se tornasse o mais prazeroso que já fizemos. Nada foi muito pesado. Tudo “pagou a pena”, como diz o padre Flávio. Só podemos louvar e agradecer a Deus por ter querido contar conosco.

2000 a 2004 - Cecília e José Carlos - Sorocaba /SP Fomos responsáveis pela elaboração do conteúdo da Carta Mensal no período de novembro de 1999 a agosto de 2004. Foi um período de muitas graças e bênçãos. A convivência com os casais integrantes da Super-Região Brasil, com D. Nancy, com padre Flávio Cavalca e com toda a equipe da Carta Mensal ficou marcada em nossa memória e no nosso coração para sempre. Dentre tantas atividades, eventos e participações que tivemos, destacamos como primeiro desafio a preparação da Edição Especial da Carta Mensal comemorativa dos 50 anos de existência do Movimento no Brasil e que seria publicada no mês de maio de 2000. Foi uma edição que nos trouxe muitas preocupações, desafios e que quando vimos o resultado final, louvamos e agradecemos a Deus por este fruto maravilhoso. Foi a primeira edição da Carta Mensal totalmente em cores. Também tivemos a graça de poder participar do Encontro de Casais Dirigentes do mundo todo, num total de 280 pessoas aproximadamente, em Roma e tendo como destaque a audiência particular que tivemos com o Papa, agora São João Paulo II. CM500

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Durante os quase cinco anos nessa missão, tivemos a oportunidade de fazer diversas visitas por muitos lugares do Brasil: visitas da Equipe da Super-Região, dos EACREs, de Formações, tendo inclusive participado de algumas reuniões de equipe, onde nos sentimos totalmente integrados com a equipe que visitávamos, tendo a sensação de sermos velhos conhecidos. Finalizando podemos dizer que, durante este período, só ficaram em nossa lembrança e em nosso coração os ótimos momentos que vivemos, contando sempre com a ação do Espírito Santo e a proteção de Maria.

2005 a 2009 - Graciete e Gambim - Porto Alegre/RS Nós não o conhecíamos, mas dissemos sim ao serviço da Carta Mensal no início de 2004. Fomos responsáveis pelas edições de outubro de 2004 a setembro de 2009. A responsabilidade pela CM era compartilhada com a “Equipe da Carta Mensal”, cujos casais e o SCCM liam e analisavam os textos que, em reunião mensal, eram aprovados ou não, em conformidade com os fins da CM e a fidelidade ao Evangelho e ao Movimento. Para isso rezávamos e estudávamos, formamos verdadeira equipe de vida, pois precisávamos crescer como equipistas para que o trabalho de “transmitir a seiva do Movimento” pudesse melhor servir aos casais. Foi um tempo de graça e de alegria pelo serviço realizado em equipe de irmãos, bem como pelo carinho recebido de tantos lugares do Brasil. A convivência com a Equipe da SR Brasil muito nos enriqueceu e ensinou. Era de suas reuniões que colhíamos as orientações das ENS para publicação. Deus seja louvado!

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2010 a 2014 - Zezinha e Jailson - Recife/PE Fomos responsáveis pela Equipe da Carta Mensal de 2010 a 2014. Na época, não tínhamos ideia do motivo do chamado de Jesus Cristo através de Cida e Raimundo. Naquele período nos dividimos entre os nossos trabalhos profissionais, os serviços aos nossos irmãos, na Carta Mensal, e uma doença do nosso filho, que exigiu de nós presença constante e muita vigilância, para que o tratamento não sofresse intercorrências e falhas. Passadas essas experiências, o nosso Bom Deus nos permitiu perceber a grandeza da sua escolha em nós. Era como se Ele tivesse dito: “eles não suportarão o peso sem se sentirem mais perto de Mim”. E foi exatamente isso, enquanto trabalhávamos na edição da Carta, os nossos pensamentos se desviavam do problema maior, do sofrimento e da co-dependência da doença que rondava nossa casa. Outro presente que Deus nos deu foi a oportunidade de conhecermos muitos irmãos nesse querido Brasil, seja acolhendo-os, seja acolhidos e, ainda, nas extraordinárias recepções das visitas da Super-Região Brasil e na participação nos EACRES. Culturas e sotaques diferentes formavam uma divina unidade: as Equipes de Nossa Senhora. Somos gratos a Deus por todas as graças e aos irmãos que, direta e indiretamente, editaram conosco a mesma Carta escrita, originariamente em 1947, pelo nosso Padre Henri Caffarel!

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notícias “O nosso caminho é feito pelos nossos próprios passos, mas a beleza da caminhada depende dos que vão conosco!”

ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

25 anos Eq. N. S. da Saúde Rio Claro/SP

40 anos Eq. N. S. de Lourdes Garça/SP

Preservando a História do Movimento Desde novembro de 2012 a Carta Mensal vem sendo produzida integralmente também no formato digital e colocada à disposição dos equipistas através do site www.ens.org.br.

As edições de 2002 a 2012 estão parcialmente em formato digital. Considerando que a Carta Mensal existe desde 1952, um processo de digitalização das revistas foi iniciado a fim de, gradativamente, estarem disponíveis no site. Além de garantir a preservação das edições, os equipistas poderão fazer suas pesquisas, uma vez que o sistema escolhido permite a busca dos artigos “por palavra ou frases”, ou seja: basta digitar a palavra ou frase desejada que o programa faz a busca automaticamente. É uma alegria garantir que teremos toda essa biblioteca a nossa disposição.

Faça suas consultas

e depois nos dê sua opinião

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“O amor entre um homem e uma mulher

é muito mais profundo e verdadeiro quando Deus acontece primeiro.” Parabéns aos casais pelo aniversário de casamento!

BODAS DE PRATA

Ma. Angélica e Reginaldo 01/12/2015 Eq. N. S. Mãe Peregrina Monte Alegre/MG

Eliana e Valmir 31/03/2016 Eq. N. S. de Fátima Cascavel/PR

Sílvia e João 01/06/2016 Eq. N. S. dos Anjos Brasília/DF

Cristina e Celso 20/04/2016 Eq. N. S. dos Anjos Brasília/DF

Aninha e Itamar 06/04/2016 Eq. N. S. do Imaculado Coração Batatais/SP

Márcia e Nivaldo 13/07/2016 Eq. N. S. Aparecida Pindamonhangaba/SP

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Rejane e Junior 29/05/2016 Eq. N. S. de Fátima Fortaleza/CE

Lucivalda e Francisco 29/09/2015 Eq. N. S. Aparecida Sobral/CE

BODAS DE OURO

Olga e José Benedito 21/05/2016 Eq. N. S. Imaculada Conceição de Fátima Santa Bárbara d’Oeste/SP

Alzenir e Raimundo 21/11/2015 Eq. N. S. do Divino Espírito Santo Brasília/DF

Alcidéa e José Margarido 18/12/2015 Eq. N. S. da Glória Rio de Janeiro/RJ

Mari e Ângelo 18/06/2016 Eq. N. S. de Monte Serrat Araçatuba/SP

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BODAS DE RUBI

Helena e José Roberto 15/05/2016 Eq. N. S. do Bom Conselho São Paulo/SP

BODAS DE DIAMANTE

Leonilda e José Schlindwein 05/05/2016 Eq. N. S. Rainha dos Casais Blumenau/SC

“Deixo-vos o exemplo, para que façais assim como

Eu fiz para vós” (Jo 13, 15) JUBILEU DE OURO SACERDOTAL Frei José M. Flesch 01/07/2016 São José dos Campos/SP

Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente.” (Jo 11, 25-26)

VOLTA AO PAI João Renato (da Ma. Matildes) em 22/05/2016 integrava a Eq. N.S. de Fátima Porto Alegre-RS Nascimento (da Francisca) em 01/10/2016 integrava a Eq. N. S. de Guadalupe Belém-PA N. Therezinha (viúva do Maurício) em 19/03/2016 integrava a Eq. N. S. Mãe da Divina Providência - São Paulo-SP

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Luiz Carlos (da Isabel) em13/04/2016 integrava a Eq. N. S. das Graças Bady Bassit-SP Paulo Braga (da Moema) em 17/05/2016 integrava a Eq. N. S. das Graças São Paulo-SP Hugo (da Beatriz) em 16/05/2016 integrava a Eq. N. S. do Perpétuo Socorro Brasília-DF Zildo Damásio (da Tereza) em 24/05/2016 integrava a Eq. N. S. do Rocio – Jarinu-SP

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dicas de leitura A ALEGRIA DO AMOR Papa Francisco

Em pleno Jubileu da Misericórdia, o Papa Francisco apresenta a tão esperada exortação apostólica pós-sinodal sobre o amor na família. “A Alegria do Amor” constata que “o desejo da família permanece vivo, especialmente entre os jovens, e isto incentiva a Igreja”. Fruto da reflexão do sínodo dos bispos que aconteceu em dois momentos, outubro de 2014 e outubro de 2015, o Papa Francisco vê esta exortação como “uma proposta para as famílias cristãs, que as estimule a apreciar os dons do matrimônio e da família e a manter um amor forte e cheio de valores como a generosidade, o compromisso, a fidelidade e a paciência”. (Este livro pode ser adquirido na Livraria Paulus através de solicitação via site www.paulus.com.br Loja virtual), ou em qualquer livraria/ editora católica

CRISTÃOS LEIGOS E LEIGAS NA IGREJA E NA SOCIEDADE Documento 105 - CNBB

Este documento “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade” foi aprovado na 54ª Assembleia Geral da CNBB. Tem como perspectiva a afirmação dos cristãos como verdadeiros sujeitos eclesiais. Esta expressão – sujeitos eclesiais - é recorrente em todo o texto e se fundamenta nos ensinamentos do Concílio Vaticano II e do Magistério subsequente. Pretende-se animar a todos os cristãos leigos e leigas a compreenderem a sua própria vocação e missão e atuarem como verdadeiros sujeitos eclesiais nas diversas realidades em que se encontram inseridos, reconhecendo o valor de seus trabalhos na Igreja e no mundo. Como sujeitos eclesiais não são uma realidade pronta, mas um dom que se faz compromisso permanente para toda a Igreja, em sua missão evangelizadora. (Pode ser encontrado nas principais livrarias/ editoras católicas)

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MEDITANDO EM EQUIPE

Caminho de felicidade

Nem sempre é fácil a convivência social, fraterna ou conjugal. No entanto, não conseguimos ser felizes sozinhos. No amor está a possibilidade de sermos felizes, num amor que vem de Deus.

Escutando a Palavra: “Como escolhidos de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão e de paciência, apoiando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se alguém tem de lamentar-se com relação aos outros. Como o Senhor vos perdoou, perdoai também vós. Acima de tudo, buscai o amor, que faz a perfeita união. Que a paz de Cristo reine em vossos corações, pois a ela fostes chamados para formar um só corpo. Vivei dando graças a Deus! Que a palavra de Cristo habite em vós com toda a sua riqueza. Ensinai-vos e exortai-vos uns aos outros com toda sabedoria, cantando a Deus de coração agradecido com salmos, hinos e cânticos espirituais. E tudo o que fizerdes em palavras e obras seja feito em nome do Senhor Jesus, agradecendo por meio dele a Deus Pai.” (Cl 3,12-17)

Refletindo – Somos amados e escolhidos por Deus. Fazemos da misericórdia a inspiração de nossa vida? – Meu amor é amor efetivo, que produz união, e difunde paz? – Que vou fazer para que meu amor seja mais efetivo?

Oração espontânea – Agradeça a Deus que nos torna possível conviver na paz, – Peça perdão por suas falhas de amor e peça que lhe ensina amar de fato.

Oração Litúrgica – Aclamai a Deus, terra inteira, cantai a glória de seu nome; dai-lhe glorioso louvor. – Dizei a Deus: “Como são estupendas vossas obras! Pela grandeza de vossa força diante de vós se curvam vossos inimigos. – A vossa frente toda a terra se prostra e canta para vós, canta para vosso nome”. – Vinde ver as obras de Deus, as maravilhas que fez pelos filhos dos homens. – Povos, bendizei nosso Deus e proclamai a plena voz seu louvor. – Ele preservou nossa vida e não permitiu que vacilassem nossos pés. – Vinde e escutai, vós todos que temeis a Deus, vou narrar o que ele fez por mim. – Bendito seja Deus que não rejeitou minha oração nem apartou de mim seu amor. (Do Salmo 65) Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


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Como acessar a Carta Mensal sonora

1. Através de um computador: • Pelo site www.ens.org.br Acessar Carta Mensal no Brasil, posicionar o mouse na Carta Mensal (somente a partir da edição 500) e clicar em OUVIR (conforme figura ao lado), entrando assim diretamente na Carta Mensal escolhida. • Pelo site SOUNDCLOUD

www.soundcloud.com/ens-br Esse endereço o levará diretamente às Equipes de Nossa Senhora, onde poderá acessar a Carta Mensal e “ouvir” a edição de sua preferência.

2. Através de smartphones e tablets: • Entrar através dos sites conforme citado acima • Utilizar o código QR (ao lado) e ir direto às Equipes de Nossa Senhora no site SoundCloud • Baixar o App da SoundCloud e buscar “Equipes de Nossa Senhora” Em todos os casos, após entrar no site ou no App SoundCloud, clique em SEGUIR, pois nas próximas vezes que entrar no site ou no App você já terá as Equipes de Nossa Senhora selecionada bastando escolher a Carta Mensal que quer ouvir.

Equipes de Nossa Senhora Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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