22 ISSN 1983-1390
revista comércio & serviços publicação da federação do comércio de bens, serviços e turismo do estado de são paulo
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00022
771983 139001 ANO 21 • Nº 22 • AGOSTO/SETEMBRO • 2012
Seme n t e inova dor a Cie tec , maior inc ubadora d a Amér ic a L at ina , c r iou mais de 100 empresa s. E quer mais
O Va l e do Sil ício é aqu i! Região de Campina s desp onta como p olo nac ional de tec nolo gia
Cu rtiç ão comerci a l Cad a vez mais empresa s vendem p ela s redes so c iais. Entend a como
Bom PAGADOR
Radiografia revela que o brasileiro está mais endividado, mas honra as contas em dia
Começ a r de novo Empresa s descobrem a s vantagens de cont ratar p essoa s ac ima dos 60
ÕES QUER SOLUÇ
O ESTIMENT V IN A C S U B
Aqui,
tudo gira em torno da inovação.
15 e 16
out. 2012 12h às 20h
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C A RTA AO L EI TOR
Nasce um novo consumidor Apesar
maior
acolher 200 projetos. Sergio Wigber-
da população brasileira, o nível de
do
endividamento
to Risola, diretor-executivo do Cietec,
inadimplência vem caindo no País. Os
fala à C&S sobre o desenvolvimento
brasileiros estão fazendo mais dívidas,
tecnológico e o amadurecimento
mas aprenderam a se organizar para
do pequeno e médio empresário no
cumprir os compromissos assumidos.
Brasil. O trabalho desenvolvido pelo
Mostra disso é que enquanto o nú-
Cietec e suas empresas incubadas
mero de famílias endividadas cresceu
serão mostrados na Expocietec 2012,
6,39% entre 2010 e 2011, o total de fa-
evento realizado em parceria com
mílias com contas atrasadas recuou
a FecomercioSP, que acontecerá nos
8,75%, conforme a “Radiografia do En-
dias 15 e 16 de outubro, na sede da Fe-
dividamento das Famílias Brasileiras”,
deração, em São Paulo.
realizada pela FecomercioSP e divulgada no mês de julho.
Com o mesmo olhar voltado para a tecnologia, a economia da região de
Esse movimento é extremamente po-
Campinas, no interior paulista, tema
sitivo para a economia nacional por-
de outra reportagem da C&S, está
que possibilita aumentar o nível de
cada vez mais sólida. O local, compa-
consumo e, consequentemente, girar
rado ao Vale do Silício californiano,
o ciclo virtuoso de emprego, renda e
já abriga gigantes da informática
consumo. A reportagem de capa des-
como HP, IBM e Motorola, além de
ta edição da C&S detalha a relação de
centros de pesquisa e universidades
consumo e endividamento da popula-
de ponta, sendo a principal delas a
ção em várias regiões do País.
Unicamp. Campinas e as vizinhas Hortolândia e Jundiaí formam hoje
Se no curto prazo o aquecimento do
o principal centro de produção de ta-
consumo está servindo como escu-
blets do Brasil, e já apontam investi-
do para proteger o País da crise que
mentos de R$ 500 milhões na região,
assola as economias americana e
com previsão de abertura de seis mil
europeia, no longo prazo a solução
novos postos de trabalho.
requer estratégias mais sofisticadas e duradouras. É exatamente isso que
Os exemplos do Cietec, da
faz o Centro de Inovação, Empreende-
região de Campinas e de
dorismo e Tecnologia (Cietec) ao au-
outros polos tecnológicos
xilar startups com grande potencial
em
criativo. Instalado na Universidade
País mostram que a pro-
de São Paulo (USP), na capital paulis-
ximidade dos centros
ta, o Cietec já ajudou 106 empresas
acadêmicos e de
brasileiras de tecnologia a nascerem.
pesquisa do mer-
Atualmente, abriga 140 empresas em
cado podem ren-
uma área de 25 mil metros quadra-
der bons frutos
dos, com vistas a ampliar o local para
no futuro.
4
desenvolvimento
2012 • edição 22 • agosto / setembro
no
Presidente Abram Szajman Diretor Executivo Antonio Carlos Borges
Conselho Editorial Ives Gandra Martins, José Goldemberg, Paulo Rabello de Castro, Cláudio Lembo, Renato Opice Blum, José Pastore, José Maria Chapina Alcazar, Adolfo Melito, Jeanine Pires, Paulo Feldmann, Pedro Guasti, Antonio Carlos Borges, Luciana Fischer, Luiz Antonio Flora, Romeu Bueno de Camargo, Fabio Pina e Guilherme Dietze Editora Diretor de comunicação Jander Ramon Diretor de conteúdo André Rocha Editora executiva Selma Panazzo Editora assistente Denise Ramiro Projeto gráfico atendimento@designtutu.com.br Editores de Arte Clara Voegeli e Demian Russo Chefe de Arte Carolina Lusser Designer Ângela Bacon Assistentes de Arte Camila Marques e Cristina Sano Publicidade Original Brasil - Tel.: (11) 2283-2365 comercioeservicos@originaldobrasil.com.br Colaboram nesta edição Adriana Carvalho, Andrea Ramos Bueno, Emerson Coelho, Didú Russo, Enzo Bertolini, Gabriel Pelosi, José Maria Chapina Alcazar, Juliano Lencioni, Priscilla Silva, Raphael Ferrari, Ricardo Brandt, Thais Telezzi e Thiago Rufino Fotos Ed Viggiani e Olicio Pelosi Jornalista responsável Jander Ramon MTB 29269 Impressão Gráfica IBEP Fale com a gente cs@fecomercio.com.br Redação Rua Itapeva,26, 11º andar Bela Vista – CEP 01332-000 - São Paulo/SP Tel.: (11) 2361 1571 Permitida a trascrição de matéria desde que citada a fonte. Registro Civil de Pessoas Jurídicas, Livro B-3, sob o número 2904. Nota: as declarações consubstanciadas em artigos assinados não são de responsabilidade da FecomercioSP.
Abram Szajman
Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), entidade que administra o Sesc e o Senac no Estado
ÍNDICE
18 Acerto de contas
Radiografia nacional do endividamento das famílias mostra que o brasileiro está devendo mais, mas tem pagado as contas em dia
8
Sergio Risola
Diretor-executivo do Cietec fala sobre o desenvolvimento tecnológico no País
Gestão modernizada nos sindicatos
conta com crescimento da adesão de entidades 14 Segs em busca de profissionalizar sua administração
PLANEJAR: palavra-chave para o sucesso das MPEs
26 José Maria Chapina Alcazar discorre sobre os
na rede social 42 Comércio Modalidade ganha cada vez mais adeptos no Brasil pelo baixo custo e uso simplificado
Espaços diferenciados
Cresce o número de empresas que recorrem
46 à loja-conceito como forma de colocar a sua
marca em evidência e se aproximar do cliente
52
regimes tributários Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional
28
Há vagas para todas as idades
56
Empresas percebem a necessidade e a vantagem de contratar pessoas com mais de 60 anos
Além da mortadela
Mercado de embutidos cresce no País e começa a apresentar novidades premium para atrair a nova classe média
Bom pra cachorro
Serviços e produtos diferenciados para “o melhor amigo do homem” se popularizam e mantêm o mercado aquecido
AGENDA
32
Vale do Silício Nacional
60 CULTURAL
Região de Campinas consolida-se como polo de tecnologia e pesquisa de qualidade internacional
62
Roteiro Cultural
O berço do vinho do Porto
64 Didú Russo analisa os efeitos das salvaguardas na importação de vinhos e o impacto no setor
38
MIXLEGAL
39
ECONOMIX
Diplomacia com diploma
65 Cresce o número de cursos de Relações Internacionais, carreira que oferece oportunidades de trabalho no setor público e privado
40 Menos burocracia e mais agilidade
BRAiN propõe criação de Balcão Único de aprovação de projetos de empreendimentos para aumentar eficiência sem perder segurança
66
Ouro para o esporte e para o comércio
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SulAmérica:
Bradesco Saúde:
Amil:
Omint:
Meu plano de saúde não cobre o médico e o hospital que eu prefiro pra me tratar.
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Empregador do Comércio: não se preocupe. Com a parceria da FECOMERCIO-SP com a Qualicorp, os planos de saúde que oferecem os melhores médicos, hospitais e laboratórios do Brasil já estão ao seu alcance.*
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Qualicorp Adm. de Benefícios:
EN T R E V ISTA
sergio r isol a ,
diretor-e xecutivo do C ietec
Por Adriana Carvalho fotos ed viggiani
O Cietec atrai tanto negócios ligados ao Campus da USP quanto outros. Hoje, 30% das empresas incubadas desenvolvem projetos nascidos da USP, IPT, Instituto Butantan e Ipen. Os 70% restantes são originários fora desse quadrilátero
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celeiro de
inovação E
m seus 14 anos de existência,
Risola, diretor-executivo do Cietec, já
o Centro de Inovação, Empreende-
há planos para ampliar a área do cen-
dorismo e Tecnologia (Cietec), in-
tro para poder aumentar o número de
cubadora de startups instalada na
empresas incubadas para 200.
Universidade de São Paulo (USP), já ajudou 106 empresas brasileiras de
O trabalho do Cietec e das empresas
tecnologia a nascerem. São negócios
que o centro está desenvolvendo po-
ligados às mais diversas áreas, como
derão ser conhecidos durante a Expo-
medicina, biotecnologia, nanotecno-
cietec 2012, Exposição e Conferência
logia, eletroeletrônica, tecnologia da
de Inovação e Empreendedorismo de
informação, energia, entre outras. É
Base Tecnológica. O evento, realizado
lá que foi desenvolvida, por exemplo,
em parceria com a FecomercioSP, acon-
a primeira bateria de lítio brasileiro,
tecerá nos dias 15 e 16 de outubro na
que será usada para substituir o com-
sede da federação, em São Paulo. Além
bustível em veículos. Também foi na
de mesas de debate, durante o evento
incubadora que foram desenvolvidos
haverá também rodadas de negocia-
aquecedores solares de baixo cus-
ção entre investidores e startups. Em
to para a população de baixa renda.
entrevista a C&S, Sergio Risola fala
Atualmente, há 140 empresas incu-
sobre o trabalho do Cietec, o desenvol-
badas em uma área de 25 mil metros
vimento tecnológico no País e o ama-
quadrados na cidade universitária
durecimento do pequeno e médio em-
paulista. Segundo Sergio Wigberto
presário no Brasil.
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EN T R E V ISTA
C&S Quando
sergio r isol a ,
diretor-e xecutivo do C ietec
e como acontecerá a Expocietec 2012?
ples, em uma página. Ali ele tem que
gico e vieram ao Brasil para continuar
nos convencer da inovação, da sacada
esse processo, já que as condições eco-
Sergio Risola A Exposição e Conferên-
tecnológica dele. É nesse momento
nômicas hoje na Europa são delicadas.
cia de Inovação e Empreendedorismo
que ele tem que nos ganhar. Passada
de Base Tecnológica acontecerá nos
essa fase, é chamado para algumas
dias 15 e 16 de outubro na sede da Fe-
entrevistas. Uma vez que sua ideia é
Quais são os modelos de incubação do Cietec?
comercioSP, que é parceira do evento.
aprovada, ele vai ficar em sala de aula
A maioria entra aqui após o processo
Além de mesas de debate, o evento tra-
durante quase um mês, orientado por
seletivo e vai para o que chamamos de
rá também rodadas de negociação en-
nossos consultores, para fazer seu pla-
hotel de projetos, o que no mercado é
tre investidores e empresas startups.
no de negócios. O plano de negócios é
muito chamado de pré-incubação. É
fundamental para apontar o caminho
uma fase em que a empresa pode fi-
Qual a missão do Cietec?
para que essa empresa, em no máxi-
car até um ano para finalizar alguma
O Cietec surgiu em 1998 e sua missão
mo um ano, um ano e meio, já possa
coisa que no plano de negócios não es-
é apoiar o nascimento e o desenvol-
dar os primeiros passos.
teja bem ajustada. Por exemplo: para terminar ensaios técnicos de um pro-
vimento de novos negócios ligados à
tótipo, para afinar melhor a questão
para fazer pesquisas. O empreende-
O empreendedor que chega ao Cietec precisa ter experiência em gerenciar seu próprio negócio ou basta ter uma boa ideia?
dor pode até terminar aqui aquela
Não necessariamente ter experiên-
fase do hotel e vai diretamente para as
pontinha da pesquisa que ficou fal-
cia como empresário. Mas o Cietec
incubadoras.
tando – como, por exemplo, alguns
valoriza também aquela pessoa que
testes –, mas já tem que chegar com
já teve uma empresa, que já tentou
Temos a incubadora de empresas de
boa parte de seus estudos realizados.
uma vez e por algum motivo foi mal
tecnologia e a incubadora de empre-
Nossa missão é apoiar essas empre-
sucedida. Valorizamos muito quem já
sas de Tecnologia da Informação e
sas nascentes para que elas sejam
fechou uma empresa e está tentando
Comunicação (tic). Há ainda outra ca-
lançadas no mercado a partir de uma
de novo. Os americanos dão muita im-
tegoria de empresas que precisam do
plataforma de conhecimentos que as
portância a isso, mas os brasileiros es-
processo de incubação mas não neces-
empresas que nascem fora dali não
tão começando a valorizar isso agora.
sitam do espaço físico que temos aqui,
têm. Essa plataforma inclui os conhe-
Da mesma forma, não é preciso estar
pois estão estabelecidas lá fora. São
cimentos técnicos proporcionados
dentro da universidade e dos centros
empresas que já iniciaram suas ope-
pela proximidade com a Universidade
de pesquisa para poder ser eleito pelo
rações e estão instaladas em um gal-
de São Paulo e os conhecimentos de
Cietec. Atualmente, cerca de 30 % dos
pão, por exemplo, mas desejam estar
gestão de um negócio.
projetos que temos vieram do quadri-
aqui para participar da nossa rede de
látero usp, ipt (Instituto de Pesquisas
relacionamentos, para se aproximar
Tecnológicas), Instituto Butantan e
da universidade, do nosso grupo de
Ipen (Instituto de Pesquisas Energéti-
advogados, para participar de nossos
cas e Nucleares).
eventos comerciais.
submete sua ideia à aprovação do
Os outros 70 % vieram de fora, de to-
Cietec. Ele pode vir ao nosso balcão
dos os lados. Temos também seis ou
Quanto tempo as empresas passam incubadas?
de atendimento ou entrar no nosso
sete empresas que vieram do exterior,
As empresas ficam aqui em média
site para preencher uma planilha onde
de países como Espanha, Itália e Por-
quatro anos. Mas esse não é um prazo
vai apresentar a sua ideia. Essa apre-
tugal. São empresas que já estavam
rígido, não significa que se ela precisar
sentação é feita de maneira bem sim-
incubadas em algum parque tecnoló-
não pode ficar mais que isso. Há em-
tecnologia. O que fazemos é apoiar ideias nascentes, que tragam inovação em produtos ou serviços. O Cietec é um local para fazer negócios e não
Como é o passo a passo da incubação de uma empresa no Cietec?
financeira ou societária da empresa, para finalizar algum processo relativo à sua patente. Mas quando a empresa já está bem resolvida, ela pula essa
Em primeiro lugar o empreendedor
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logia, que podem precisar ficar mais. Não somos rígidos a respeito disso. Nosso comitê avalia a necessidade de ela continuar mais um pouco incubada. Mas esses casos são exceções.
Qual o perfil de empresa que o Cietec apoia e qual o tipo de orientação que elas recebem enquanto estão incubadas? A incubação é apenas para micro e pequenas empresas?
“
O Cietec não é um lugar para formar empresas pequenas, empresas-bonsai. O cara que entra aqui dentro é para crescer. E nós oferecemos muito mais do que o apoio tecnológico
“
presas de nanotecnologia, biotecno-
O Cietec é voltado para micro e pequenas empresas que têm interesse em crescer e também para os braços de desenvolvimento e inovação de grandes empresas. Ou seja, se uma grande empresa abre uma nova empresa para desenvolver uma tecnologia específica, ela pode ser incubada no Cietec. O Cietec procura projetos de empresas que queiram crescer. Às vezes nos deparamos com um projeto maravilhoso, mas vemos que o empreendedor não quer recursos para ampliar o negócio, para avançar. Não quer crescer mais, diz que ganhar muito dinheiro dá muito trabalho. O Cietec não é um lugar para formar empresas pequenas, empresas-bonsai. O cara que entra aqui dentro é para crescer. As condições que são oferecidas são para isso. E nós oferecemos muito mais do que o apoio tecnológico. Temos plantões de atendimento e cursos com especialistas de diversas áreas para ajudar os empreendedores. Temos plantão com uma empresa de assessoria de imprensa, que orienta como o empreendedor se apresenta na mídia. Há uma equipe de advogados para ensinar como se deve fazer contratos ou elaborar patentes. Oferecemos consultoria de desenvolvimento de identidade visual, consultoria de marketing, de recursos
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EN T R E V ISTA
“
sergio r isol a ,
O grau de sucesso das empresas que saem do Cietec é bem superior ao do mercado. Em geral, no Brasil, 50% das empresas abertas morrem após três anos de operação. Após o quinto ano, 75% já morreram. Entre as empresas que nasceram no Cietec, 90% continuam no mercado após o terceiro ano
“
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diretor-e xecutivo do C ietec
humanos, de gestão fiscal e tributária.
civil de direito privado que vive do
que precisa se preparar para conse-
O Sebrae tem produtos prontos que
condomínio que as empresas incuba-
guir o investimento: o investidor tam-
traz para cá e outros que customiza
das pagam. Em média, cada uma das
bém tem que ser preparado também.
para o Cietec. As nossas salas de aula
140 empresas que estão aqui pagam
Assim, o potencial de frustração é
têm cursos praticamente diários para
de R$ 1.100 a R$ 1.200 reais por mês.
menor dos dois lados.
Como avalia o Brasil em termos de desenvolvimento tecnológico hoje?
É bem superior ao do mercado. Em
E no caso das linhas de financiamento para os micro e pequenos? A queda dos juros já surtiu efeito?
geral, no Brasil, 50% das empresas
A queda dos juros afetou tudo no bom
mostram que o Brasil não tem se saído
abertas morrem após três anos de
sentido. A vida toda lutamos para ter
bem no quesito inovação. O País vem
operação. Após o quinto ano, 75% já
investimentos, nacionais ou interna-
perdendo posições por qualquer índi-
morreram. Entre as empresas que
cionais. E neste momento nunca hou-
ce que se avalie. A nossa grande briga
nasceram no Cietec, 90% continuam
ve tanto dinheiro disponível para em-
hoje é fazer com que as empresas que
no mercado após o terceiro ano. Após
presas startups no Brasil. São tantos
chegam ao Brasil com recursos inter-
o quinto ano, 75% permanecem aber-
recursos que podemos dizer que hoje
nacionais
tas. É uma inversão total em relação
estamos tendo que correr para prepa-
aqui. O Brasil tem que deixar de com-
aos números do mercado. E elas não só
rar cada vez melhor nossas empresas
prar pacotes fechados de tecnologia
sobrevivem, mas vivem com qualida-
para esses capitais que chegam. Com
para desenvolver aqui a tecnologia.
de porque nasceram bem preparadas.
as bolsas de valores oscilando, com
as empresas incubadas.
Qual o grau de sucesso das empresas que saem do Cietec?
ativos financeiros entrando em pe-
Os rankings que têm sido divulgados
desenvolvam
tecnologia
Como o senhor avalia o financiamento e a oferta de recursos para o desenvolvimento de startups?
ríodos de desempenho negativo, os
Quando o projeto é bom, existe di-
nam grandes alvos. Quase não tem dia
nheiro. De maneira geral, há recur-
em que o Cietec não seja assediado por
sos diversos para micro e pequenas
um fundo de investimento. Da mesma
Como avalia o nível de preparação e de educação dos empreendedores brasileiros atualmente? Há pesquisas que mostram que hoje o Brasil já tem mais empreendedores por oportunidade do que por necessidade.
empresas, como bolsas do cnpq e Fa-
maneira, nós estamos começando um
O empreendedor brasileiro já percebeu
pesp, recursos dos fundos setoriais da
trabalho junto a esses investidores
que ele não dá o primeiro passo a qual-
finep, da lei de informática, do bndes.
para poder prepará-los também para
quer novo negócio, principalmente na
Nos últimos doze anos, as empresas
o investimento nas empresas nascen-
área de tecnologia, sem ter um plano
incubadas no Cietec receberam R$ 125
tes. Nós chamamos o investidor para
de negócios minimamente estrutura-
milhões de recursos. Não estou falan-
conversar e perguntar coisas como:
do. É uma cultura que já esta meio en-
do em empréstimo – é dinheiro desti-
“você tem experiência em investir
raizada no País. Além disso, a educação
nado às empresas para o seu desen-
nessa natureza de empresa?”, “quer
voltada à formação do empreendedor
volvimento. Não é dinheiro recebido
apenas aplicar o dinheiro ou vai trazer
também melhorou. De uns 10 anos
pela incubadora, mas diretamente
uma expertise para a startup?” , “quer
para cá passamos a ter mais universi-
pelas empresas. Não há recursos fe-
colocar o capital e ficar quanto tempo
dades com a cadeira do empreende-
derais nem estaduais para incubado-
na nossa empresa?”, “que retorno es-
dorismo. Isso faz a diferença. USP, Fun-
ras. O Sebrae e a Anprotec (Associação
pera desse investimento?”.
dação Getúlio Vargas, Unicamp, ESPM,
investidores estão buscando outros lugares para investir o dinheiro. Com isso, as startups de tecnologia se tor-
Nacional de Entidades Promotoras de
FAAP, Anhembi Morumbi, Mackenzie,
Empreendimentos Inovadores) lutam
O investidor está sendo convidado a
essas universidades montaram grades
para que haja recursos para as incu-
dizer para a gente como quer fazer
muito fortes com a cadeira do empre-
badoras. O Cietec é uma sociedade
negócio. Não é só o empreendedor
endedorismo e da inovação. &
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GE STÃO TEXTO ANDREA RAMOS BUENO
Gestão modernizada nos sindicatos Sistema Segs conta com crescimento da adesão de entidades em busca de profissionalizar sua administração
Baseado no Prêmio Nacional de Qua-
a realidade do mercado”, resume a
lidade (pnq), o sistema é voltado
consultora em gestão de processos da
para o segmento sindical e tem oito
FecomercioSP, Consuelo da Silva Lima.
critérios como foco: liderança; estratégias e planos; clientes; sociedade;
Cada ciclo dura 12 meses e a federação
informação e conhecimento; pesso-
que ministra os treinamentos e con-
as; processos e resultados.
sultorias pode optar por trabalhar os critérios separadamente ou abordar
A demanda pelo treinamento vem
vários, em um único ano. Ao final de
crescendo. Em 2011, 11 sindicatos aderi-
cada ciclo, os sindicatos fazem uma
ram ao sistema. Este ano o número de
autoavaliação e também uma avalia-
participantes já atingiu 58 entidades.
ção de consenso, que é feita por outro
mudança e modernização
O critério que está sendo discutido no
sindicato. A pontuação para cada item
do modelo de gestão não preocupa
atual ciclo é o de estratégias e planos.
analisado pode ser de zero, 30 %, 60 %
apenas empresas. A profissionaliza-
Ao final, as entidades já estão aptas a
ou 100 %. Depois desse processo, cada
ção e a melhora na execução dos pro-
implantar seus planejamentos e tra-
entidade preenche um formulário
cessos estão cada vez mais presentes
balhar com projetos que vão levá-las
para ser enviado à Confederação Na-
na agenda de todas as organizações,
aos objetivos de cada uma.
A
sejam elas públicas, privadas ou entidades de classe.
cional do Comércio (cnc), que emitirá o Certificado de Rumo à Excelência em
“A ideia é que o sindicato seja autos-
Gestão Sindical. Em caso de dúvidas
sustentável e que não sobreviva ape-
com esse documento, a FecomercioSP
Para atender a demanda de seus
nas das contribuições compulsórias. É
auxilia as entidades.
153 sindicatos associados, em 2011 a
preciso que ele veja o associado como
FecomercioSP criou o Sistema de Ex-
cliente, oferecendo serviços e produ-
As pontuações obtidas servem como
celência em Gestão Sindical (Segs).
tos. É abrir a visão do dirigente para
parâmetro de avaliação interna e
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GE STÃO
G es t ão moder n i z ad a nos si nd ic atos
Os oito critérios do Segs
troca de experiências. Um sindicato acaba servindo de exemplo para o outro e, com o intercâmbio de processos, é possível fazer uma integração entre sindicatos de diferentes
Conheça a definição de cada um dos itens que formam a base dos treinamentos do Sistema de Excelência em Gestão Sindical
1.
Liderança: critério que avalia o sistema de liderança, o comprometimento pessoal dos membros da diretoria e a capacidade de transmitir aos colaboradores os conceitos de missão, visão e princípios do sindicato ou federação. Neste item também é avaliado o desempenho global da entidade.
2.
Estratégia e Planos: avalia o processo de formulação e implementação das estratégias, por meio da definição de objetivos e indicadores, estabelecimento de metas, desdobramento dos planos de ação e acompanhamento da realização das etapas previstas.
3.
Clientes: neste item são analisadas as relações da entidade com seus clientes, sob o aspecto da representatividade e da prestação de produtos e serviços.
4.
Sociedade: este critério examina as ações de responsabilidade socioambiental da entidade, com destaque para o desenvolvimento sustentável. São analisadas também a promoção de desenvolvimento social, seja na realização no ou apoio a projetos sociais voltados para o desenvolvimento, regional, local ou setorial.
5.
Informação e Conhecimento: este critério examina a gestão das informações. Também analisa como a entidade compartilha, amplia e protege o seu conhecimento.
6.
Pessoas: neste critério são verificados os sistemas de trabalho da entidade, incluindo a organização e os processos relativos a capacitação e desenvolvimento das pessoas e como a entidade promove o tema qualidade de vida no ambiente de trabalho.
7.
Processos: o critério avalia como a entidade identifica e gerencia os processos principais e os de apoio, além da maneira como a entidade se relaciona com os fornecedores e conduz sua gestão econômico-financeira, atenta à sustentabilidade econômica.
8.
Resultados: este critério analisa a evolução do desempenho da entidade em relação aos clientes, à situação financeira, às pessoas, aos fornecedores, à sociedade e aos processos. Avalia, também, os níveis atuais de desempenho em relação aos resultados das entidades de referência.
portes, o que realmente é importante na filosofia do Segs. A assessora de processos da FecomercioSP, Paula Fermino Moura, explica que a obtenção do certificado não é o fim do processo de profissionalização das gestões. “O Segs é melhoria contínua. Em cada ciclo será dada ênfase a critérios que não foram tão discutidos na etapa do ano anterior,” explica. Depois de quase dois anos de implantação na FecomercioSP, o retorno em relação à mudança de hábitos de gestão e adesão ao Segs já é bastante significativo. A consultora em gestão de processos da Federação explica que nessa fase já se percebe maior integração também entre sindicatos e Federação. “O feedback que nós temos recebido é que há uma aproximação também entre os sindicatos e a FecomercioSP. O associado percebe que tem uma entidade para dar suporte e oferecer ferramentas para que ele melhore a gestão do sindicato em que atua”, conta Consuelo. O Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção, Maquinismos, Ferragens, Tintas, Louças e Vidros da Grande São Paulo (Sincomavi) começou a participar do Segs ano passado. A gerente de negócios do sindicato, Andréa Nista Richter, conta que a aplicação dos conceitos do Segs mudou a visão dos colaboradores do Sincomav sobre o trabalho que realizam. “Não sabíamos se
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o que a gente estava fazendo podia
dores, para concretizar a mudança
ressam ao setor. No espaço Sala dos
surtir efeito, se nossos associados
e também para que todo o corpo de
Sindicatos é possível tirar dúvidas
estavam sendo beneficiados”, relata.
funcionários tenha a mesma filoso-
diretamente com a assessoria técnica
fia”, conta Andréa.
da FecomercioSP, por envio de mensa-
Ela conta ainda que no primeiro
gem ou em tempo real pelo chat.
ano de participação o sindicato teve
Depois de cumprir todos os proce-
pontuação baixa: 30 % . E comple-
dimentos de avaliação e envio da
Além disso, os sindicatos podem ter
menta que o que realmente valeu
planilha com as pontuações para a
a ajuda da Federação para elaborar
a pena foi poder preparar os cola-
cnc, podem participar do Encontro
alguns produtos para compartilhar
boradores, obter engajamento da
de Boas Práticas, em que expõem as
com os seus associados. “Muitos sin-
equipe e mostrar como os conceitos
ações adotadas a partir da adesão
dicatos gostariam de ter uma news-
poderiam mudar os processos.
ao Segs. O comparecimento, neste
letter própria, por exemplo, mas não
caso, é optativo, não sendo obriga-
sabem como produzi-la. As notícias e
tório para a obtenção do certificado.
informações que publicamos no Rela-
O sindicato se preocupou também em contratar uma consultoria para
ciona podem ser usadas por nossos
facilitar a quebra de resistência que
Outro ponto importante do Sistema
é natural quando são propostas mu-
é o fato de as entidades poderem
danças. O objetivo foi levar pessoas
contar constantemente com o apoio
Os sindicatos interessados em aderir
desconhecidas para dentro da enti-
e a estrutura da FecomercioSP, mes-
ao Segs devem procurar as federa-
dade, evitando desconforto entre os
mo a distância. Para isso, basta aces-
ções às quais são associados. Para a
colaboradores. “Todas as áreas pre-
sar o Programa Relaciona
região metropolitana e do Leste do
cisam estar engajadas: os gestores,
programarelaciona.com.br).
(www.
para motivar e exigir, e, os colabora-
associados,” esclarece Consuelo.
Estado de São Paulo, os treinamentos são oferecidos na sede da Fecomer-
O portal traz informações sobre o
cioSP. As outras áreas serão atendi-
dia a dia dos sindicatos, prazos para
das pelas coordenadorias de cada
pagamentos de contribuições, con-
região. Os treinamentos do Segs não
venções coletivas e notícias que inte-
Todas as áreas precisam estar engajadas: os gestores, para motivar e exigir, e, os colaboradores, para concretizar a mudança e também para que todo o corpo de funcionários tenha a mesma filosofia Andréa Nista Richter
Foto: Divulgação
Gerente de negócios do Sincomavi
2012 • edição 22 • agosto / setembro
“
“
têm custos para os sindicatos. &
17
C A PA POR Raphael Ferrari ILUSTRAÇÕES carolina lusser
18
2012 • edição 22 • agosto / setembro
acerto de
CoNtaS
2012 • edição 22 • agosto / setembro
19
C A PA
O c u s to do d i n hei ro
D
esde a crise internacional de
crescimento de 6,39% entre 2010 e
famílias endividadas também cresceu
2009, o grande motor da economia
2011. O número significa que somente
– o que justifica, em parte, o avanço da
brasileira tem sido o desenvolvimento
nas capitais e no Distrito Federal, 525
dívida. Houve um salto de 11,73% na ren-
do mercado interno e o consumo das
mil famílias contraíram dívidas. O es-
da mensal dessas famílias, de R$ 491,52
famílias. Os ótimos níveis de emprego,
tudo foi realizado a partir dos dados
bilhões para R$ 549,17 bilhões. “Com
com taxa de desocupação ao redor dos
consolidados de 2010 e 2011 da Pesqui-
mais renda, as famílias puderam assu-
6 % nos últimos quatro anos, e os ga-
sa de Endividamento e Inadimplência
mir mais contas sem, necessariamen-
nhos reais na massa de rendimentos
do Consumidor (Peic), realizada pela
te, comprometer um volume maior do
das famílias propiciaram o avanço de
própria FecomercioSP; do Índice Nacio-
seu orçamento”, explica Antonio Carlos
cerca de 11 milhões de famílias para a
nal de Preços ao Consumidor (inpc); da
Borges, diretor-executivo da Fecomer-
classe “C”. Hoje, há cerca de 30 milhões
contagem populacional; da Pesquisa
cioSP. Se analisarmos os números mês
de famílias na classe média. Ao mes-
Mensal de Emprego (pme); da Pesqui-
a mês, as famílias endividadas têm
mo tempo, o País viu crescer o poder
sa de Orçamentos Familiares (pof), do
uma renda média de R$ 45,76 bilhões
de compra das famílias e o nível de
Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
para pagar compromissos assumidos
endividamento destas, o que preocu-
tatística (IBGE); e dos dados mensais
de R$ 13,49 bilhões.
pa as instituições financeiras. A Feco-
do Banco Central (BC) sobre as opera-
mercioSP realizou uma radiografia na-
ções de crédito do sistema financeiro.
cional do endividamento das famílias
Na verdade, o brasileiro conseguiu aumentar a dívida e reduzir a parcela da
e revela: o brasileiro nunca esteve tão
E não foi só o total de endividados que
renda comprometida com esta. O re-
endividado. Por outro lado, as famílias
aumentou. O volume da dívida tam-
cuo médio foi de somente 0,04 ponto
estão, na maior parte das vezes, pa-
bém cresceu, e muito: 11,57 %. Em valo-
porcentual (p.p.), dentro da margem
gando as contas em dia.
res presentes – ou seja, corrigidos pela
de erro, mas em importantes capitais
inflação do período –, as famílias brasi-
como Belo Horizonte, Curitiba e Floria-
A “Radiografia do Endividamento das
leiras deviam R$ 145,14 bilhões em 2010
nópolis a retração foi mais expressiva:
Famílias Brasileiras” aponta que 62,5%
e agora este montante é de R$ 161,93 bi-
de 2,1 p.p., 2,36 p.p. e 3,57 p.p., respec-
das famílias estão endividadas, um
lhões. Por outro lado, o rendimento das
tivamente. O que demonstra que as
20
2012 • edição 22 • agosto / setembro
famílias estão aprendendo a adminis-
Borges destaca que apesar dos bons
trar melhor seu orçamento.
resultados, a taxa de juros – que também pode ser encarada como o custo
Prova disso é que a relação dívida/ren-
do dinheiro para quem busca crédi-
da encerrou 2011 em 29,49 %, enquanto,
to – subiu 2,4 p.p. entre 2010 e 2011.
como explica Altamiro Carvalho, Asses-
“Esse aumento na taxa de juros cus-
sor Técnico da FecomercioSP, os econo-
tou às famílias desembolso adicional
mistas mais conservadores afirmam
de R$ 42,3 bilhões em 2011”, revela. No
que é saudável ter até um terço (33,33 %)
total, foram 183,5 bilhões gastos com o
da renda comprometida com dívidas.
pagamento de juros somente no ano passado. Montante que poderia ter
Ainda mais relevante foi a redução no
ampliado o consumo das famílias e,
total de famílias inadimplentes, aque-
consequentemente, alimentado a ca-
las com contas atrasadas. Segundo
deia produtiva, estimulando a geração
a radiografia da FecomercioSP, atu-
de emprego e renda e o crescimento
almente somente 22,9% das famílias
do Produto Interno Bruto (pib).
não estão conseguindo pagar as con-
“
tas em dia. O porcentual é 2,02 pontos
Neste ano a fatia da renda gasta com o
menor do que o do fim de 2010. Além
pagamento de juros não deve ser me-
disso, o total de famílias que não con-
nor. Isso porque, mesmo após os con-
segue pagar os compromissos caiu 0,9
secutivos cortes na taxa do Sistema Es-
p.p., chegando a 8 % da população.
pecial de Liquidação e Custódia (Selic),
Com mais renda, as famílias puderam assumir mais contas sem, necessariamente, comprometer um volume maior do seu orçamento
Foto: Divulgação
Diretor-executivo da FecomercioSP
“
Antonio Carlos Borges
C A PA
O c u s to do d i n hei ro
0
0
0
0 O aumento na taxa de juros custou às famílias desembolso adicional de R$ 42,3 bilhões em 2011. No total, foram 183,5 bilhões gastos com o pagamento de juros. Valor que poderia ter ampliado o consumo das famílias e estimulado a geração de emprego e renda
0
0
0
que caiu de 12,5% ao ano (a.a.) em agos-
São Paulo
Borges destaca que os paulistanos
to de 2011 para 8% a.a. em julho deste
Na capital paulista, o total de famílias
têm mais capacidade de se endivi-
ano, os juros cobrados de pessoas físi-
endividadas recuou 0,27 % no período
dar do que boa parte dos brasileiros,
cas recuou somente 0,9 p.p., fechando
analisado e, hoje, somente 46,57 % das
já que a renda média das famílias
o primeiro trimestre de 2012 em 44,3 %
famílias se encontram nessa situação.
em São Paulo é de R$ 5.424,46, ou
a.a.. “Um valor muito acima da realida-
Contudo, devido a população absoluta
3,69 % maior que a média nacional
de”, critica Borges. (Leia mais sobre os
da cidade, São Paulo é a capital com
(R$ 5.053,68). O diretor-executivo da
juros no Brasil na edição 21 de C&S)
maior número de famílias endivida-
FecomercioSP destaca, ainda, que o
das: 1,67 milhão – mais do que as fa-
incremento de 0,37 p.p. na parcela
Para os comerciantes, o nível de
mílias endividadas de Curitiba (526,7
da renda comprometida com dívidas
inadimplência não deve ser uma
mil), Florianópolis (119,27 mil) e Porto
está dentro da margem de erro. “Os
dor de cabeça. Carvalho explica que,
Alegre (339,17 mil) juntas.
números são positivos”, conclui.
atrasadas ser baixo e o daquelas que
O total de famílias inadimplentes em
Brasil
não conseguem pagar suas dívidas
São Paulo caiu 5,79% (13,41% das famí-
A “Radiografia do Endividamento das
ser ainda menor, o comerciante pode
lias locais). A parcela da renda com-
Famílias Brasileiras” indica que a capi-
se cercar de proteções adicionais
prometida com dívidas, entretanto,
tal que apresentou o maior aumento
para não ser prejudicado. “Quando o
subiu 0,37 p.p., para 29,56 %. Ainda
na quantidade de famílias endivida-
consumidor parcela uma compra em
assim, Borges garante que “o nível de
das foi Florianópolis, que tem 119.271
três vezes no cartão, por exemplo, o
endividamento das famílias paulista-
(88,83 %) de suas 134.271 famílias nessa
risco da operação fica com a opera-
nas é um dos mais saudáveis do País”.
situação. Em relação ao ano anterior,
dora e não com a loja”, afirma. Claro
“Apesar do total de famílias endivida-
houve um aumento de 45,62 % no to-
que a operadora cobra uma taxa pelo
das ter aumentado, o total de famílias
tal de famílias endividadas. Contudo,
serviço, mas o custo já está embuti-
inadimplentes recuou entre 2010 e
Florianópolis não é a capital que tem
do nos contratos de uso que as lojas
2011. Ou seja, há mais famílias endivi-
a maior proporção de de tais famílias.
fecham para disponibilizar esta for-
dadas, mas elas estão honrando seus
Esse título cabe a Curitiba, que tem
ma de pagamento aos clientes. Cui-
compromissos e pagando as dívidas
526.704 (90,27 %) de suas 583.453 fa-
dado mesmo, só na hora de aceitar
em dia”, completa.
mílias nessa situação. Um impulso de
além do total de famílias com contas
cheques pré-datados.
22
2012 • edição 22 • agosto / setembro
42,44 % em relação a 2010.
2010
2011
Famílias endividadas [ mil ]
780,76
814,08
2.434,23
941,79
2.382,22
989,31
3.283,14
3.582,05 985,15
787,33
Famílias inadimplentes [ mil ]
410,43
364,11
1.152,37
375,63
937,36
317,74
1.249,28
1.292,83
372,29
336,61
Parcela da renda comprometida com as dívidas [ % ]
27,75%
31,14 %
28,63 % 29,21 % 29,29 %
25,71%
32,27 %
29,56 % 29,07 % 28,19 %
2012 • edição 22 • agosto / setembro
23
C A PA
O c u s to do d i n hei ro
Famílias endividadas [ % ]
Famílias inadimplentes [ % ]
de 45% até 59,9%
de 10% até 19,9%
de 60% até 74,9%
de 20% até 29,9%
75% ou mais
30% ou mais
Porém, assim como em São Paulo, o
dívidas – 1,62 p.p. superior ao regis-
taram suas dívidas é Salvador, que
avanço do nível de endividados não
trado em 2010. Na capital gaúcha,
viu 58.354 famílias acertarem suas
preocupa. Carvalho pondera que tra-
contudo, o nível de endividamento é
contas e, agora, registra 573.330
ta-se, na verdade, de um movimento
de 70,19 %. Menor do que nas demais
(66,25 %) de suas 865.443 famílias
natural. “O Sul possui renda mais ele-
capitais da região.
endividadas. Uma queda de 9,24 % em relação a 2010.
vada do que a média do País (superior à de São Paulo, inclusive) e, portanto,
Na contramão, o Nordeste foi a úni-
tem mais capacidade de se endividar
ca região onde houve redução do
Apesar de a quantidade de endividados
– o que atraiu as instituições finan-
número de famílias endividadas. De
ter recuado no Nordeste, a região ainda
ceiras com crédito disponível para
acordo com o estudo da Fecomer-
precisa melhorar em outros quesitos,
ofertar.” Além disso, apesar do nível
cioSP, 2,38 milhões (70,66 %) das 3,37
já que abriga três das quatro capitais
de endividamento ter subido, a parce-
milhões de famílias da região encer-
com a maior proporção de inadimplen-
la da renda comprometida com o pa-
raram 2011 com dívidas. O resultado
tes: Aracaju (1°), São Luís (2°) e Salva-
gamento de dívidas caiu em duas das
representa um recuo de 2,14% em
dor (4°) têm, respectivamente, 42,19 %,
três capitais. Em Curitiba, somente
relação a 2010. A capital brasileira
36,27 % e 33,75 % de suas famílias com
26,4 % da renda tem esta destinação,
que apresentou a maior redução na
contas atrasadas. Além disso, também
um recuo de 2,36 p.p.. A porcentagem
quantidade de famílias endividadas
se encontram no Nordeste as capitais
da renda dedicada a este fim em Flo-
foi Aracaju, que tem 116.764 (75,84 %)
onde as famílias comprometeram com
rianópolis é praticamente a mesma:
de suas 153.965 famílias nessa situa-
o pagamento de dívidas a maior parce-
26,36% – um recuo de 3,57 p.p.. A ex-
ção. Um recuo de 11,11 %. Quando se
la da renda: em Natal, Maceió, Teresina
ceção é Porto Alegre, onde 31,25% da
fala em números absolutos, porém,
e Aracaju, as famílias destinaram res-
renda é destinado ao pagamento de
a capital em que mais famílias qui-
pectivamente, 38,14 %, 36,56 %, 36,39 %
24
2012 • edição 22 • agosto / setembro
Renda média mensal [ R$ ]
Parcela da renda comprometida [ % ]
até 3,49 mil de 3,5 mil até 4,9 mil
de 23% até 27,9%
de 5 mil até 6,5 mil
de 28% até 32,9%
mais de 6,5 mil
33% ou mais
e 35,56 % de seus recursos ao pagamen-
senta o menor nível de inadimplência
uma queda ligeiramente mais sua-
to das dívidas que assumiram.
do País: apenas 317,74 mil (19,16 %) das
ve, de 3,6 % e 3,35 %.
1,66 milhão de famílias da região enO Norte foi a única região onde houve
cerraram 2011 com contas atrasadas.
O Distrito Federal é quem mostra
recuo no valor da dívida. Lá, a dívida
O número representa uma queda de
o maior número de famílias endivi-
de R$ 775,85 milhões por mês que as
3,83 % em relação a 2010.
dadas. São 537,32 mil, mais do que a soma das famílias endividadas nas
famílias tinham em 2010 caiu para R$ 770,09 milhões. O destaque vai
Entretanto, enquanto o Distrito Fe-
capitais dos três estados do Centro-
para as famílias de Manaus, que redu-
deral e Goiânia apresentam nível de
-Oeste. Em comparação a estas, a
ziram o valor de sua dívida em 11,55 %,
inadimplência de 15,72 % e 17,74 %,
capital federal foi, também, a única
de R$ 228,81 milhões mensais para
respectivamente, 25,23 % das famí-
a registrar aumento no nível de en-
R$ 202,37 milhões. Em Belém o resulta-
lias de Cuiabá tem contas atrasadas
dividamento. No total, foram mais
do foi menos expressivo. Houve redu-
e em Campo Grande o total é ainda
de 83 mil famílias que passaram a se
ção de apenas 0,02 %, o que trouxe a
maior – 28,76 %. O lado positivo é
enquadrar nessa situação, um impul-
dívida local para R$ 306,3 milhões por
que foram justamente as capitais
so de 18,27 %. O comportamento, jus-
mês. Estas foram, na verdade, as únicas
com maior nível de inadimplência as
tifica Carvalho, “se deve à segurança
capitais a registrar recuo no nível de
que apresentaram maior índice de
que os moradores locais têm em seus
endividamento; contudo, a dívida delas
famílias acertando suas contas. Em
empregos”. Como a maior parte dos
equivale a 66,05 % do total da região.
Cuiabá e Campo Grande, o total de
empregos no Distrito Federal são pú-
famílias inadimplentes caiu 5,28 %
blicos, o risco de demissão é muito
Mas é no Centro-Oeste que estão os
e 4,73 %, respectivamente, enquan-
baixo – o que eleva a confiança das
melhores pagadores. A região apre-
to Goiânia e Distrito Federal viram
famílias para consumir. &
2012 • edição 22 • agosto / setembro
25
A RT IG O POR José Maria Chapina Alcazar ilustração camila marques o empresário ou administrador na realização de comparativos entre o Lucro Real, o Lucro Presumido e o Sim-
Planejar: uma
das palavras-chave para o sucesso das mpes
ples Nacional, além de colocar em evidência outros aspectos importantes, como questões relacionadas ao ICMS e ao ISS, tributos das esferas estadual e municipal, respectivamente. Seja qual for a escolha, não é possível abrir mão de uma contabilidade formal e bem estruturada, composta por balanços, balancetes, livro diário e análises mensais de movimentação, informações que representam a
D
melhor forma de justificar o equilíbrio entre receitas e despesas. Além de ser obrigatória pela legislação,
iante da voracidade arreca-
Antes de tudo, é preciso quebrar o mito
a escrituração contábil também é
datória dos nossos governos, resta ao
de que o Simples Nacional é a melhor
instrumento poderoso tanto para as
empreendedor brasileiro tomar algu-
alternativa para todo e qualquer tipo
tomadas de decisões corporativas
mas medidas, dentro da própria legis-
de empreendimento, afinal o modis-
como para a segurança da empresa
lação vigente, para atenuar os efeitos
mo da simplificação tem feito diversas
perante a fiscalização.
de tanto apetite governamental e ain-
organizações amargarem o aumento
da para vencer os demais desafios im-
de sua carga tributária exatamente
Infelizmente, a taxa de mortalidade
postos nos atuais cenários econômico,
pela falta de um planejamento e de
das empresas no País, principalmen-
tributário, fiscal e tecnológico.
simulações antes do enquadramento.
te nos seus cinco primeiros anos,
Uma dessas oportunidades é dada a
A análise do custo da folha de paga-
enfrentarem uma das cargas tribu-
todas as empresas anualmente, no mo-
mento ou a verificação se o produto
tárias mais altas do mundo, estão
mento da opção pelo regime tributário
em questão é ou não sujeito à subs-
sujeitas a um verdadeiro furacão de
a ser seguido pela organização durante
tituição tributária, por exemplo, po-
burocracia, excesso de obrigações
o exercício. Dentre as opções dispo-
dem fazer da escolha pelo Simples
acessórias, insegurança jurídica, fal-
níveis, Lucro Real, Lucro Presumido e
Nacional um verdadeiro "tiro do pé".
ta de crédito, concorrência desleal,
Simples Nacional, as duas últimas con-
Até mesmo o sistema do Lucro Real,
entre tantos outros fatores.
templam a grande maioria das organi-
que na teoria é destinado às grandes
zações nacionais: segundo pesquisa re-
corporações, em algumas situações
Nesse cenário desolador, esses cuida-
alizada pelo Sebrae em parceria com o
pode ser o mais vantajoso para um
dos surgem como um grande suporte,
Dieese, as micro e pequenas empresas
pequeno empreendimento.
ferramentas valiosas para a competi-
ainda é muito grande, pois, além de
totalizam 99% dos negócios do País.
tividade e a solidez da empresa peranPara evitar adivinhações e improvisos
No entanto, é importante destacar que
nesse momento crucial de decisão,
não basta simplesmente fazer a escolha
que pode determinar o sucesso ou
por um modelo de tributação ou outro,
o fracasso da empresa, a contribui-
mas é fundamental, antes disso, anali-
ção de especialistas pode ser valiosa.
sar os prós e contras de cada regime.
Uma boa assessoria contábil auxilia
26
2012 • edição 22 • agosto / setembro
te o mercado e o Fisco. Planejar: uma das palavras-chave para o sucesso. &
José Maria Chapina Alcazar é presidente do Conselho de Assuntos Tributários da FecomercioSP
Com cartão você não precisa fazer mágica para o troco aparecer.
Confira mais dicas sobre como trabalhar melhor com o cartão no site www.abecs.org.br/dicas ou procure “dicas do cartão” na internet.
NEG ร CIOS TEXTO Andrea Ramos Bueno
Hรก vagas para
todas as idades Empresas começam a perceber a necessidade e as vantagens na contratação de pessoas com mais de 60 anos e abrem espaço para profissionais experientes no seu quadro de pessoal
A
melhoria da qualidade de
do Shopping Iguatemi, em São Paulo,
vida e, consequentemente, o aumento
para cumprir mais uma jornada de tra-
da expectativa de vida da população
balho, que se estende até às 14 horas. O
vêm mudando a cara do mercado de
local do trabalho fica a 30 minutos de
trabalho. Nem poderia ser diferente.
ônibus da casa de Geraldo. Ele chegou
No mundo todo, os países discutem a
a São Paulo há quase 40 anos. De lá
questão do envelhecimento populacio-
para cá, foi segurança, caseiro e ven-
nal e o que fazer para conseguir cum-
dedor de salgados. Aos 61 anos, viu que
prir seus compromissos sociais com os
ainda podia fazer muito e começou a
aposentados. De acordo com dados do
procurar emprego. “Mandei currículo
Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
pra todo lado”, conta. A persistência
tatística (ibge) de 2010, atualmente o
deu certo. Há 15 anos Geraldo trabalha
brasileiro vive em média 73 anos – um
como empacotador na rede varejista
aumento de três anos desde 2000. E a
de supermercados. Ele conta que o tra-
longevidade da população deve conti-
balho, além de complementar a renda,
nuar aumentando. Em 2020, serão 26
traz outras vantagens no dia a dia. “É
milhões de brasileiros com a mais de
um prazer trabalhar com o público, os
60 anos ante os atuais 18 milhões.
clientes me chamam, pedem ajuda. Dizem que preferem a nossa loja por
Diante dessa realidade, a pergunta
causa do atendimento”, diz orgulhoso.
que fica é: se as pessoas terão que es-
Para Geraldo, esse trabalho é divertido.
perar mais tempo para se aposentar, o
“Nem sei como seria se eu tivesse que
que vão fazer até lá em um mercado
ficar parado.”
que privilegia a juventude? Algumas empresas estão dando respostas mui-
O projeto de contratação de mão de
to criativas para a questão. Seja por
obra da terceira idade começou no ano
ter uma filosofia inovadora, por neces-
2000, quando o gerente da loja do Igua-
sidade, ou assumindo a sua responsa-
temi viu um idoso ajudando uma clien-
bilidade social, grandes corporações
te a levar as sacolas até o carro. Curioso,
têm aberto espaço para a contratação
ele quis saber mais sobre a vida daquele
de pessoas com mais de 65 anos.
homem. Depois de uma conversa com ele, o gerente resolveu contratrá-lo e,
O Pão de Açúcar é uma delas. Aos 76
desde então, o homem passou a ser co-
anos, Geraldo Mariano Gomes chega
laborador do grupo. Exercendo a função
todo dia ás 8 horas da manhã na loja
de empacotador, se mostrou sempre
2012 • edição 22 • agosto / setembro
29
NEG ÓCIOS
Há v a g a s pa r a tod a s a s id ades
muito paciente e solícito, uma postura
avaliando com carinho os currículos de
o cargo, ou seja, são iguais para fun-
que agradou os consumidores.
colaboradores mais experientes. A ideia
cionários de qualquer idade. A seleção
é que esses “novos” colaboradores rece-
é feita dentre os currículos entregues
Quatro anos mais tarde, o número
bam funções em que estejam mais em
nas lojas do Grupo.
de contratados com mais de 55 anos
contato com os clientes. A Hays, empresa especializada em re-
cresceu. A partir daí foi criado o Programa Terceira Idade, que hoje conta
“O público vê a atitude como algo
crutamento para média e alta gerên-
com 1.700 colaboradores. O melhor é
muito positivo. Nós recebemos e-mails
cia, nota esse aumento pela procura de
que os candidatos não precisam estar
de pessoas elogiando a iniciativa e di-
profissionais mais experientes. Atual-
aposentados nem ter experiências an-
zendo que gostam desse contato com
mente, 20% das empresas contratam
teriores – pré-requisito que impede a
os idosos”, diz Vandréia. Segundo ela,
profissionais já aposentados, segundo
contratação de muitos candidatos.
além da boa receptividade dos clien-
levantamento da Hays. O que chama a
tes, esses funcionários se mostram
atenção é que metade dessas contrata-
A gerente de Recursos Humanos da área
bastante comprometidos com o tra-
ções se dá pela falta de disponibilidade
de diversidade do Grupo Pão de Açúcar,
balho. “Ter uma equipe heterogênea
de mão de obra especializada, com ex-
Vandréia Oliveira, acredita que a parti-
é muito bom; a vivência de diferentes
periência em projetos específicos.
cipação da terceira idade no mercado
gerações é saudável”, explica. De acordo com a consultoria, os seto-
de trabalho tende a crescer. “As regras de mercado vão mudar por causa do
Até hoje, a pessoa com a idade mais
res que mais contratam profissionais
aumento da expectativa de vida.” Ape-
avançada a ser contratada pelo Pão de
da terceira idade são os de serviços
sar de o programa não ter metas defini-
Açúcar tinha 73 anos. A carga horária e
(25%); bens de consumo (10%); teleco-
das, as lojas da rede estão cada vez mais
a remuneração variam de acordo com
municações (8%) e farmacêutico (7%). Cerca de 70% dessas admissões são feitas por grandes empresas, com faturamento anual maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões. Nem sempre a contratação de pessoas mais maduras se dá apenas pela especialização profissional. Muitas vezes, o mais importante é a experiência de vida. Há nove anos, a rede de restaurantes Pizza Hut tem um programa que esti-
Os mais velhos já têm na natureza deles a hospitalidade e a paciência. O cliente se sente em um ambiente familiar Daniella Cristina
Foto: Divulgação
Gerente de RH da Pizza Hut
“
“
mula a contratação de pessoas maiores
“
“
As pessoas são jovens por mais tempo hoje em dia. Cuidam da aparência, da saúde Maria do Carmo da Veiga Araújo Hostess da unidade Pinheiros da Pizza Hut
de 60 anos. As 20 lojas da capital paulista e do ABC contam com 70 contratados pelo programa, que hoje representam 10% do quadro de funcionários. Essas pessoas começam como atendentes, mas podem com o tempo chegar à gerência de um restaurante. Não há limites para o campo de atuação. A gerente de Recursos Humanos da Pizza Hut São Paulo, Daniella Cristina, afirma que para o cliente é uma experiência boa ser recebido por funcionários mais velhos. “Essas pessoas já têm
Foto: Su Stathopoulos
na natureza delas a hospitalidade e a paciência. O cliente se sente em um ambiente familiar”, conta. Ela acredita que as qualidades dos mais velhos ajudam o trabalho dos mais jovens também. “Eles ajudam no treinamento e servem de exemplo para quem está começando a vida profissional”, observa Daniella. &
“Quero ser uma hostess trilíngue” Um dia, passando em frente à unidade Pinheiros da Pizza Hut, Maria do Carmo da Veiga Araújo, então com 61 anos, viu um anúncio de vagas disponíveis e não teve dúvidas: enviou o seu currículo. Foi aprovada e começou a trabalhar como atendente. Hoje, aos 64 anos, Carminha, como é chamada pelos colegas, é a hostess do restaurante. Quem exerce esse cargo, além de receber os clientes na entrada do restaurante é responsável pela primeira impressão que o local irá causar ao visitante. Carminha tem consciência disso e da importância da sua função. “A hospitalidade é o ponto forte da nossa rede. Se a pessoa é mal recebida, a empresa já tem 90% da sua imagem prejudicada”, ensina ela. “A gente tem consciência de que o cliente saiu de casa para relaxar e se divertir com a família e nós vamos ajudá-lo nisso.” Carminha diz ainda que sua relação com os jovens é muito boa e que a diferença entre as gerações é vantajosa para todos. “Nós ensi-
namos paciência, damos exemplo de vida com a nossa persistência e superação. Eles nos fazem enxergar a vida sob vários aspectos, dão alegria e ânimo para nós, mais velhos." Viúva, a hostess que comandou o próprio bufê durante 30 anos, tem consciência do que ela representa para o mercado de trabalho. “As pessoas são jovens por mais tempo hoje em dia. Cuidam da aparência, da saúde, se informam”, diz. Assim como grande parte dos brasileiros, Carminha está de olho no Mundial da Fifa daqui a dois anos. Com o espanhol, ela diz que “se vira bem”. Agora está estudando inglês, seguindo para o nível avançado. “É claro que preciso estudar mais, a memória nos trai; mas eu vou em frente. Na Copa, quero ser uma hostess trilíngue”, diz ela, determinada.
2012 • edição 22 • agosto / setembro
31
R A IO-X Por Ricardo Brandt
vale do silício nacional Região de Campinas consolida-se como polo de tecnologia e pesquisa de qualidade internacional
C
ampinas, no interior de São
mento e de difusão de novas tecno-
Paulo, conhecida no País por atrair
logias para o mundo, ambiente trans-
empresas de alta tecnologia, começa
formador do qual nasceram negócios
a se firmar no cenário mundial como
bilionários como Apple, Microsoft,
Região do Conhecimento e da Informa-
Google e Facebook. O ponto comum
ção. Suas universidades – em especial
entre as duas regiões limitava-se, até
a Universidade Estadual de Campinas
então, à proliferação de empresas e
(Unicamp) –, institutos de pesqui-
negócios nos arredores das universi-
sas, parques tecnológicos e governos
dades e dos centros de pesquisa.
uniram esforços para acabar com o abismo existente entre a produção de
Mas há pelo menos duas décadas, gi-
inovação científica local e o mercado.
gantes mundiais como Hewlett Packard
Com novos investimentos de grandes
(HP), ibm e Motorola, dependentes de
empresas e de instituições de ensino,
tecnologia de ponta, começaram a in-
começa-se a traçar, em uma região já
vestir na região de Campinas. Unida-
favorecida pela localidade estratégi-
des foram montadas impulsionadas
ca para logística de negócios dentro
por três vetores que continuam sendo
e fora do Brasil, uma transformação
pilares para nova fase de atração de in-
econômica que tem como principal
vestimentos e geração de empregos no
propulsor o empreendedorismo de jo-
setor: mão de obra qualificada (oriunda
vens pesquisadores.
principalmente da Unicamp), presença de instituições de pesquisa (CPqD e
32
2012 • edição 22 • agosto / setembro
Não é de hoje que a região de Campi-
Centro de Tecnologia da Informação Re-
nas é comparada ao Vale do Silício, na
nato Archer) e rica malha de transporte
Califórnia (eua), a meca do conheci-
com posição geográfica estratégica.
2012 • edição 22 • agosto / setembro
33
R A IO-X
Va le do si l ício n acion a l
As unidades instaladas na região a partir dos anos 80 chegaram com inovação tecnológica própria trazida de seus países ou investindo pouco na pesquisa local. Nos últimos anos, no entanto, políticas de incentivo fiscal dos governos federal, estadual e municipais e a necessidade crescente das instituições de ensino e pesquisa por recursos financeiros, têm intensifica-
A corrida dos fabricantes de tablets injetou até agora mais de R$ 500 milhões nas novas linhas de produção e deve gerar mais de seis mil postos de trabalho na região que abrange Campinas, Jundiaí e Hortolândia
do a busca pela redução da distância que existia entre o que é desenvolvido nos laboratórios e o que é consumido na sociedade.
Mercado aquecido
daiatuba, cidade que faz divida com
trabalhar nelas, movimentando ain-
A face mais visível dessa revolução
Campinas, mas montou em Jundiaí a
da mais a receita local.”
são os grandes investimentos atra-
primeira linha de fabricação de iPads
ídos recentemente para a região.
fora da Ásia, desembolsando R$ 300
Cidades como Campinas, Hortolân-
milhões na nova planta. No outro
fiscais do governo para produzir ta-
dia e Jundiaí formam um corredor
lado do perímetro campineiro, Hor-
blets a preços acessíveis no Brasil,
que liga o interior paulista e o Es-
tolândia é uma cidade relativamente
dez têm ou terão plantas na região.
tado de Minas Gerais com a capital
nova (criada em 1991) que reunia ca-
Com o aquecimento do setor, que
São Paulo, o Porto de Santos e três
racterísticas para ser região de dor-
é o que mais cresce atualmente e
dos principais aeroportos nacionais
mitórios para trabalhadores de Cam-
caminha para ser o principal fa-
(Cumbica-Guarulhos,
Congonhas-SP
pinas. Esse quadro tem se revertido
tor da receita municipal, o prefeito
e Viracopos-Campinas). Nessa faixa
com a atração cada vez maior de em-
de Jundiaí, Miguel Haddad (PSDB),
urbana acaba de ser formado o prin-
presas de ponta, alavancando a eco-
quer transformar a cidade na "ca-
cipal centro de produção de tablets do
nomia local e ajudando a estruturar
pital dos tablets". Com 359 mil habi-
Brasil. Quatro empresas aguardam a
um município mais atrativo para pro-
tantes, a cidade registrou em 2009
autorização do governo para iniciar
fissionais que chegam para atuar em
um Produto Interno Bruto (pib) de
as atividades e pelo menos outras
tecnologia. É o caso da zte, que faz ce-
R$ 16,4 bilhões, nona posição entre
quatro, com fábricas instaladas, já
lulares e modens de internet móvel, e
os municípios mais ricos do Estado.
produzem suas versões nacionais da
passará a produzir tablets na cidade.
“A gente planeja que esse mercado
prancheta eletrônica.
A empresa chinesa fez parceria com
ocupe a liderança no pib da nossa ci-
fábricas locais para a produção nacio-
dade daqui a oito, dez anos.”
Das 28 candidatas aos benefícios
Cálculos dos governos municipais
nal das pranchetas e investiu US$ 250
apontam que a corrida dos fabrican-
milhões na construção da unidade
Referência
tes de tablets injetou até agora mais
de Hortolândia, onde vai gerar 2,5 mil
Em Campinas, até o final deste ano,
de R$ 500 milhões nas novas linhas
empregos até 2014. Para o prefeito
funcionará o centro de processamen-
de produção e deve gerar mais de
Ângelo Perugini (PT), Hortolândia
to de dados e pesquisa do Santander,
seis mil postos de trabalho na região.
rompe o paradigma das tradicionais
que vai desenvolver tecnologia para a
A taiwanesa Foxconn, licenciada da
cidades vizinhas de centros metro-
instituição em toda América do Sul.
Apple, é uma das empresas que têm
politanos. “Com uma boa estrutura
O centro, que contou com um inves-
contribuído para essa revolução eco-
local, a cidade atrai empresas de alta
timento inicial de R$ 450 milhões, é
nômica. Ela já estava instalada em In-
tecnologia e também gente que vem
uma espécie de "cérebro" da institui-
34
2012 • edição 22 • agosto / setembro
perfil econômico Os principais atrativos das cidades da região de Campinas
ção financeira e vai gerenciar a troca de informações entre agências, caixas eletrônicos e sistemas de acesso de clientes (como celular e internet), gerando pelo menos dois mil empregos. Construído em um terreno de 1 milhão de metros quadrados, está estrategicamente situado ao lado da Unicamp, do CPqD e do cti-Renato Archer – as três principais instituições de desenvolvimento de Tecnologia da Informação e da Comunicação (as chamadas tics) em Campinas.
População (habitantes) Área (km2)
empresas recém-paridas de uma incubadora da Unicamp (a Softex)
1 milhão
359 mil
200 mil
431,9
62,2
R$ 16,58 bilhões*
R$ 4,8 bilhões**
(3º maior do Estado e 11º do País)
(9º posição no Estado e a 23º no País)
(29º posição no Estado e a 53º no País)
PIB per capita
R$ 29.731,00*
R$ 47,3 mil*
R$ 23,5 mil**
Postos de trabalho
365 mil***
-
-
Principais incentivos fiscais
Redução até 2% no ISSQN, de 30% a 50% no IPTU, 50% no ITBI e isenção de taxas e emolumentos para empresas de tecnologia
Não possui. A prefeitura estuda a redução de IPTU, ISS e ITBI para montagem de eletrônicos e equipamentos de informática
Isenções: IPTU (até 20 anos), ITBI, ISS (até 10 anos), taxas de licença para localização de funcionamento
0,852 (elevado)
0,857 (elevado)
0,79 (médio)
PIB
aglutina pesquisadores e empreenbiente das universidades e dos cen-
hortolândia
795,7
a Associação Campinas Startups dedores diretamente ligados ao am-
jundiaí
R$31,6 bilhões*
Novo paradigma: inovação e empreendedorismo Nascida dois anos atrás a partir de
campinas
IDH
tros de pesquisa. Com boas e novas
Indústrias
3,7 mil
-
480
ideias na cabeça, focados na missão
Comércio
27 mil
-
2,6 mil
de colocá-las em prática, eles aju-
Serviços
32 mil
-
3,2 mil
dam a viabilizar a difusão de seus
Shoppings
8
2
0
produtos em escala, ao mesmo tempo em que projetam para o mundo o potencial econômico e científico da região de Campinas.
* Dados de 2009 ** Dados de 2010 *** Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, foi a 12ª cidade que mais criou empregos no Brasil em 2011 - com saldo positivo de 18.939
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R A IO-X
Va le do si l ício n acion a l
“Uma startup é um negócio com
“O empreendedorismo em Campinas
telefonia celular se comuniquem entre
potencial de grande crescimento,
está cada vez mais fortalecido, seja
si, ou usem um telefone público com
mas também de alto risco. Trocar
pela presença de empreendedores de
cartão, foi graças a programas desen-
informações, modelos de negócios
sucesso, seja pelas startups que for-
volvidos por pesquisadores do CPqD
e ideias faz a diferença para o suces-
mam grupo de empresários e inves-
– o maior produtor do Brasil de novas
so dos empreendimentos”, afirma a
tidores empenhados em disseminar
tecnologias para telecomunicações."
bióloga Taíla Lemos, fundadora da
a cultura da região”, analisa Roberto
Gentros, uma das formadoras da
Lotufo, da Inova Unicamp, a agência
O superintendente da Associação
associação. A empresa desenvolve
de inovação da universidade. Criada
Comercial e Industrial de Campinas
novos produtos na área de biotecno-
em 2003, ela cuida do depósito de pa-
(Acic), Luiz Eduardo Grouet, aponta
logia para os setores da veterinária,
tentes, engloba uma incubadora, faz
que existe um fator de impedimen-
do agronegócio e de fármacos. Pes-
a ponte com empresas e desenvolve
to para a região se consolidar como
quisar e desenvolver novos produtos
trabalhos de incentivo ao nascimento
polo de inovação e difusão de tec-
leva anos e sempre há o risco de não
de empresas e startups, dentro do am-
nologia para o mundo. "Há um vale
dar certo. Porém, casos de sucesso já
biente acadêmico.
que separa o que se produz dentro
transformaram alguns mil reais em
das universidades e dos institutos
milhões de reais. É o caso da CT&I,
“Estamos em uma nova fase, em que
de pesquisa daquilo que é prati-
empresa que desenvolve softwares
a produção de conhecimento será a
cado no mercado", afirma Grouet.
de gestão para empresas como a
chave de nossa riqueza”, avalia Claudio
Mas os olhos do mundo começam a
Coca-Cola, Vale, Arno e Nestlé, e apli-
Violato, vice-presidente de Tecnologia
se voltar cada vez mais para essa re-
cativos para smartphones e tablets.
do CPqD. Pouca gente sabe, mas mui-
gião do Brasil. A Campinas Startups e
Criada em 1995 por dois ex-alunos
tos dos sistemas que permitem a tele-
o trabalho desenvolvido por seus em-
de engenharia da computação da
comunicação por celulares, bem como
preendedores em torno da Unicamp
Unicamp, ela faturou R$ 135 milhões
seus aplicativos, nasceram de ideias
e dos centros de pesquisa ganharam
no ano de 2011 e projeta para 2012
criadas nos laboratórios existentes
destaque, no início do ano, em um
receita de R$ 180 milhões, com filiais
em Campinas. "Se hoje é possível que
artigo publicado no “The Washing-
espalhadas pelo mundo.
usuários de diferentes operadoras de
ton Post”, assinado por um dos papas
Claudio Violato Foto: Divulgação
Vice-presidente de Tecnologia do CPqD
“
“
Se hoje é possível que usuários de diferentes operadoras de telefonia celular se comuniquem entre si, ou usem um telefone público com cartão, foi graças a programas desenvolvidos por pesquisadores do CPqD
Roberto Lotufo
Foto: Divulgação
“
“
O empreendedorismo em Campinas está cada vez mais fortalecido, seja pela presença de empreendedores de sucesso, seja pelas startups que formam grupo de empresários e investidores empenhados em disseminar a cultura da região Diretor executivo da Agência Inova Unicamp
do cenário startup mundial, o acadê-
Yahoo! Answers e do Quora, a partir
nológica da Unicamp (com capacida-
mico e empreendedor de tecnologia
da inteligência coletiva da internet.
de para 50 empresas), vão ser investi-
Vivek Wadhwa. Ele visitou Campi-
Como principal diferencial, o sistema
dos R$ 5,5 milhões.
nas em fevereiro e escreveu em sua
usa um algoritmo de análise e quali-
coluna um texto intitulado: "Brasil:
ficação de respostas, que eleva a con-
o lar do próximo Mark Zuckerberg?"
fiabilidade do assunto pesquisado e
fim (pdt), ressalta que as empresa de
(o criador do Facebook). Wadhwa
oferece respostas elaboradas. Finan-
softwares da região faturaram mais
comparou o entorno da Unicamp
ciado por um grupo de 21 investido-
de R$ 1 bilhão em 2011. “Os parques tec-
com a região do conhecimento cali-
res, o Ledface já foi premiado no Bra-
nológicos têm sido considerados como
forniana. "Os empreendedores que
sil e citado pelo "Le Monde". Em um
potenciais facilitadores do processo de
encontrei lá eram tão inteligentes e
raio de dez quilômetros do entorno
transformação da produção científi-
motivados quanto os empreendedo-
da Unicamp, o ecossistema já reúne
ca e tecnológica em inovações, como
res que encontro no Vale." Wadhwa
startups, investidores-anjos (executi-
agente de fomento de empresas, além
é vice-presidente da Singularity Uni-
vos que acumularam capital e expe-
de instrumentos de desenvolvimento.”
versity, na Califórnia, e professor das
riência e os dividem com os novos) e
universidades Berkeley e Duke. "E
três parques tecnológicos, que agre-
Desde 2006, a cidade tem uma lei que
estavam fazendo network, ajudando
gam pesquisa e empreendedorismo.
estimula a atração de empresas de
uns aos outros, como fazem as star-
O prefeito de Campinas, Pedro Sera-
base tecnológica. Além de reduzir em
tups daqui. Foi isso que me impres-
A criação do Parque Científico da
2 % o ISS e conceder isenção de taxas e
sionou e por isso estou tão otimista
Unicamp, em uma área total de 200
emolumentos, a prefeitura oferece aba-
com o Brasil."
mil metros quadrados, é a mais recen-
timentos no iptu e itbi que vão de 30 %
te iniciativa para trazer para dentro
a 50 %. Desde 1985, a cidade também
O Ledface é outro exemplo de empre-
do ambiente da universidade empre-
conta com a Ciatec, que é gestora dos
endedorismo local que tem projeta-
sas interessadas em investir em pes-
mais de 8 milhões de metros quadrados
do a região no cenário internacional.
quisadores locais. Só no prédio cha-
das duas regiões declaradas de utilida-
Integrante da Campinas Startup, a
mado de núcleo, que abrigará o centro
de pública para formação dos Polos Tec-
empresa desenvolveu um serviço
administrativo e a nova estrutura da
nológicos I e II e detentora de uma incu-
online com respostas, nos moldes do
Incubadora de Empresas de Base Tec-
badora que já graduou 20 empresas. &
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Confira aqui na C&S os principais destaques das últimas edições do MixLegal Digital e MixLegal Impresso. As publicações têm dicas e informações de natureza jurídica que podem interferir no dia a dia dos negócios
Ampliação da licença-maternidade O Projeto de Lei nº 3.161, de 2012, em tramitação na Câmara dos Deputados, pode trazer benefícios para mães e recém-nascidos durante o período de licença-maternidade. As mães poderão deixar seus filhos em creche ou escola , acompanhando sua interação inicial com o novo ambiente nos últimos 15 dias da licença. A FecomercioSP é favorável à mudança que traz um benefício real para a mãe e o desenvolvimento do recém-nascido sem onerar as empresas e o INSS.
Política de estímulo às micro e pequenas empresas
Regulamentação da profissão de motorista
Informar, agora é dever do Estado
Em maio, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou o lançamento da Política Estadual de Estímulo ao Empreendedorismo e Favorecimento às Micro e Pequenas Empresas. Um pacote de medidas para fomentar o desenvolvimento econômico do Estado. A iniciativa é voltada ao aumento da lucratividade das empresas e ao rápido acesso a informações e serviços destinados aos empreendedores. Para a FecomercioSP, as medidas são benéficas para a economia, já que irão reduzir custos e fortalecer as micro e pequenas empresas.
Apesar das várias mudanças previstas na Lei 12.619, promulgada em 30 de abril, o texto que regulamenta a profissão de motoristas em nada atinge as atividades do varejo. Isso porque a presidente Dilma Rousseff vetou incisos que incluíam motoristas de outras áreas, com os quais a FecomercioSP e sindicatos filiados negociam, deixando fora do texto os motoristas que trabalham fazendo pequenas entregas no perímetro urbano.Sendo assim, a lei rege a atividade de profissionais que atuam apenas no transporte rodoviário.
O direito à informação já era garantido pela Constituição Federal, contudo o Estado não era obrigado a fornecê-la, podendo tornar sigilosos todos os documentos públicos. Fato que prejudica a transparência exigida pela administração pública atualmente. A Lei nº 12.527/11, mais conhecida como Lei de Acesso à Informação, garante ao cidadão pleno conhecimento das ações e objetivos do governo. A FecomercioSP acredita que a nova lei é fundamental para estimular o correto desempenho da administração pública no País.
Leia essas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições que estão disponíveis no site da FecomercioSP: www.fecomercio.com.br (em Serviços/Publicações)
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Confira aqui na C&S os principais destaques das últimas edições do EconoMix Digital e do EconoMix Impresso. As publicações têm dicas e informações voltadas para a melhoria da gestão dos negócios e compreensão do ambiente macroeconômico
BANCOS AMPLIARÃO ALCANCE DE DDA O Débito Direto Autorizado (DDA), criado em 2009, permite o recebimento eletrônico dos boletos bancários, economizando os recursos naturais que seriam gastos com a impressão e agilizando o processo de pagamento por meio eletrônico. O usuário ainda poderá visualizar as contas que já foram pagas e aquelas que ainda o serão em um único local. Com a nova mudança, a expectativa é que 48 milhões de títulos vencidos sejam incluídos no DDA, aumentando o alcance do sistema.
fusão DO PIS/COFINS gera DÚVIDAS
PRÓS E CONTRAS DO DINHEIRO DE PLÁSTICO
PIB CRESCE ABAIXO DO POTENCIAL
A decisão do governo federal em fundir as contribuições do PIS/COFINS trouxe dúvidas e especulações. O objetivo é desburocratizar e desonerar as empresas a partir da fusão dos impostos. Em contrapartida, há pouca eficiência e estrutura disponível para o controle do amplo aparato representado pelas legislações do PIS/COFINS, impedindo a maximização das receitas do governo. Esse parece ser um quadro cujo perfil deveria harmonizar interesses do setor empresarial e do governo, e que, hoje, está limitados a amarras do próprio aparelho público.
O uso de cartões de crédito e débito no dia a dia dos brasileiros é uma tendência crescente e irreversível, que trouxe consigo o poder de mudar o perfil do varejo nacional e oferecer a empresários e consumidores um meio de pagamento rápido e seguro para as operações cotidianas. Contudo, usar frequentemente esses meios eletrônicos de pagamento implicou no desenvolvimento de uma infraestrutura tecnológica sofisticada e que, consequentemente, encareceu as operações de compra e venda no varejo.
Segundo o IBGE, o PIB cresceu abaixo do potencial no primeiro trimestre de 2012, tornando as perspectivas ainda mais frágeis para o restante do ano. O nível de investimento continua fraco – houve queda de 2,1% na formação bruta de capital fixo em um ano e de 1,8% na comparação trimestral –, influenciado pela queda de produção interna de máquinas e equipamentos. A FecomercioSP acredita que o PIB crescerá cerca de 3% este ano, ancorado pelo consumo das famílias, que teve alta de 2,5% no 1º trimestre sobre igual período de 2011.
Leia essas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições que estão disponíveis no site FecomercioSP: www.fecomercio.com.br (em Serviços/Publicações)
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regulação TEXTO enzo bertolini ilustração camila marques
Menos burocracia e mais agilidade
O
Brasil ocupa a 126ª posição
que apenas com a obtenção de licença
no ranking do relatório Doing Busi-
de construção são despendidos 274 dias.
ness 2012, do Banco Mundial (World Bank) e do International Finance
A Brasil Investimentos & Negócios
Corporation (ifc), atrás de países como
(BRAiN), por meio da sua Comissão
Estônia, Lituânia, Chipre, Peru, Ru-
Doing Business, elaborou uma propos-
anda, Cazaquistão, Zâmbia, Sri Lanka,
ta de Projeto de Lei para criar o Balcão
entre tantos outros que possuem uma
Único de Aprovação de Projetos de
economia de menor porte e menos
Empreendimentos (buape-hab), com
representativa que a brasileira. Entre
o objetivo de centralizar a análise e a
as 10 áreas analisadas, a obtenção de
instrução dos pedidos de aprovação de
licenças de construção situa o País na
projetos de empreendimentos que de-
vergonhosa posição de 126ª entre um
pendam do exame não só dos departa-
total de 183 economias avaliadas.
mentos de Aprovação de Edificações e de Parcelamento do Solo e Intervenções
O cenário atual do processo de aprova-
Urbanas e da Secretaria da Habitação,
ção de projetos de empreendimentos é
como também de outras secretarias ou
caótico, burocrático e muito lento. Ao in-
órgãos administrativos da Prefeitura.
gressar com um pedido de aprovação de
40
empreendimento, o empresário enfren-
As proposições do Balcão Único são
ta 469 dias e 18 procedimentos, sendo
inspiradas no bom trabalho realizado
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BRAiN propõe criação de Balcão Único de aprovação de projetos de empreendimentos para aumentar a eficiência sem perder a segurança
Outro exemplo de sucesso vem da Colômbia, que conseguiu reduzir seu tempo de procedimentos de três anos para um mês via pacote de reformas. Entre as ações, foi realizada a transferência da administração de procedimentos de licença de construção para o setor privado, introdução de procedimentos diferenciados por risco oferecido pela construção e de processo eletrônico de verificação de propriedade.
entregar a proposta de PL para a cria-
Em Hong Kong os procedimentos que
ção do Balcão Único, que segue a linha
envolviam seis diferentes agências e
sugerida em projeto pelo vereador Do-
dois provedores de serviços básicos
mingos Dissei (psd).
foram colocados em um único local. Em Benin, Burkina Faso, República
“Precisamos de uma agenda de Es-
Democrática do Congo, Croácia, Hun-
tado e não de governo. Prefeitos,
gria, Cazaquistão, Romênia, Ruanda e
governadores e vereadores vão e
Serra Leoa houve redução do tempo
veem, porém o Estado permanece.
para o processamento de pedidos de
Essa proposta é interessante por
licença. Ainda em Benin a introdução
institucionalizar, por meio de lei,
de uma nova comissão de análise de
uma grande mesa de aprovação
pedidos de licença reduziu o tempo
pelo Poupatempo com outros docu-
dos empreendimentos imobiliários,
médio de aprovação de projetos de
mentos e órgãos, e vão ao encontro das
reunindo as mais diversas secreta-
410 para 320 dias.
necessidades de redução de burocracia
rias envolvidas. Isso contribui para
e aumento da agilidade nos processos
acabar com o empurra-empurra e a
Processos simplificados foram ado-
junto aos órgãos públicos. A ideia é di-
burocracia exagerada na aprovação
tados na Costa do Marfim, Croácia,
minuir a sobreposição entre agências,
dos projetos no município”, afirmou
Cazaquistão, Mali, Arábia Saudita e
aumentando a eficiência sem perder a
Eduardo Della Manna, integrante da
Ucrânia, que também cortou nove
qualidade e a segurança exigidas pe-
Comissão Doing Business da BRAiN e
de seus 31 procedimentos, reduzindo
los procedimentos. Se materializado, o
diretor do Secovi-SP.
o tempo em um terço e os custos em
processo acarretará um grande efeito
6 %. A adoção de novas normas de
multiplicador para a economia de São
Exemplos globais
Paulo, incorrendo, desta maneira, na
As economias da América Latina têm
por Croácia, Hungria, Cazaquistão e
maior atração de serviços relacionados
exemplos concretos nesse sentido.
Romênia, que ainda realizou altera-
ao polo, com consequente aumento de
O Paraguai adotou o “balcão único”
ções na lei de construções e reduziu
arrecadação de tributos.
e reduziu seu prazo de aprovação de
em 15 dias o tempo total e os custos
291 para 179 dias, com a consolidação
em 13 %. A proposta foi elaborada
O diretor-presidente da organização,
de sete diferentes departamentos do
pela Comissão Doing Business, da
Paulo Oliveira, e o presidente da Co-
governo em um. Com a simplificação
BRAiN, com base no relatório do
missão Doing Business, Antonio Carlos
de seus processos, o México também
Banco Mundial, seguindo exemplos
Borges, se encontraram com o prefeito
reduziu o percurso para aprovar os
aplicados por outros países e citados
Gilberto Kassab dia 18 de junho para
pedidos de licença.
construção foi o caminho adotado
no documento. &
2012 • edição 22 • agosto / setembro
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T ECNOL OGI A TEXTO Thiago Rufino ilustração Ângela Bacon
42
2012 • edição 22 • agosto / setembro
Comércio na
Contudo, dentro do crescente comércio virtual, uma modalidade está
rede social vez mais adeptos no Brasil pelo baixo custo e uso simplificado. Hoje, cada pessoa pode montar sua loja virtual
oferece a possibilidade de criar lojas virtuais dentro das redes sociais,
O
como Facebook ou Orkut. A modalidade pode ser uma alternativa viável, uma vez que envolve menos custos e
s analistas já apontaram o
é fácil de operar. Além disso, qualquer
potencial das redes sociais para as
pessoa ou empresa pode criar uma
empresas há algum tempo e com
página em poucas horas. Dados da
razão. Uma pesquisa realizada pelo
consultoria idc apontam que, nos pró-
Altimer Group e Wetpaint com as 100
ximos cinco anos, entre 10 % e 15 % do
empresas mais valiosas do mundo
consumo mundial será feito nas redes
mostra que os empreendimentos que
sociais, sobretudo pelo Facebook, que
investem nesse mercado apresen-
hoje conta com mais de 955 milhões
tam melhores receitas e resultados.
de usuários.
Segundo o levantamento, o número de companhias que apostaram nas
Já as projeções da consultoria ame-
redes sociais cresceu 18 % em um ano,
ricana Booz & Co. apostam que o so-
enquanto os que no mesmo setor ti-
cial commerce deve faturar mais de
veram queda de 6 % em suas receitas
US$ 9 bilhões neste ano e superar a
no mesmo período. Algumas empre-
marca de US$ 30 bilhões em 2015. No
sas ainda restringem o uso dessas
Brasil, 55 % desses consumidores são
ferramentas no ambiente corporati-
mulheres, segundo a e-bit. Os dados
vo, mas os gestores vêm percebendo
demonstram que o público feminino
as redes sociais como um eficiente
tem maior propensão em ser seduzido
canal de diálogo com os clientes e do
por ofertas ou recomendações neste
fortalecimento da marca.
canal. Das vendas realizadas via social
“ Foto: Douglas Luccena
aposta: é o social commerce. Basicamente, esta vertente do e-commerce
Diferente do e-commerce tradicional, o social commerce consegue explorar o poder da recomendação dentro da rede social sem a necessidade de investir em divulgação Rodrigo Demétrio
Dono da Facileme
“
Modalidade ganha cada
cada vez mais popular e se torna uma
2012 • edição 22 • agosto / setembro
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T ECNOL OGI A
C omércio n a rede soci a l
commerce, cerca de 20 % são prove-
Apesar dos bons resultados que o so-
Teixeira, um dos fundadores da LikeS-
nientes do setor de moda e acessórios.
cial commerce apresenta no Brasil, a
tore, empresa especializada em criar
modalidade ainda está dando os pri-
lojas virtuais no Facebook. Segundo o
A modalidade é tão promissora que
meiros passos. Entretanto, as empre-
empresário, o negócio foi iniciado em
até grandes empresas já investiram
sas que apostaram no setor presen-
2010 após perceber que havia uma de-
na ideia e colhem os resultados, como
ciaram um grande salto no número
manda não atendida para transações
o Magazine Luiza, o primeiro varejista
de transações. “O social commerce no
pela rede social. “Os brasileiros sempre
brasileiro a apostar no formato. Hoje,
Brasil vinha engatinhando até mea-
usaram o Facebook de maneira muito
a empresa conta com mais de 37 mil
dos de 2011. Tinha apenas inciativas
mais intensa do que em qualquer ou-
lojas nas redes sociais. Os usuários do
bem pontuais, voltadas para desen-
tro lugar do mundo. Aqui um usuário
Facebook ou do Orkut que criam suas
volvimento de hábitos específicos, sob
tem 253 amigos em média, contra 131
páginas para comercializar os pro-
demanda”, opina Ricardo Grandinetti
no exterior”, acrescenta Teixeira.
dutos oferecidos pela marca podem ganhar comissões de 2,5 % ou 4,5 % do
O potencial para o setor no Facebook é
valor de cada venda realizada. O res-
gigantesco no Brasil. Um levantamen-
ponsável pela loja virtual atua como
to recente da empresa norte-america-
um curador, selecionando os produtos
na Securities and Exchange Commis-
que serão disponibilizados, de acordo
sion (sec) revela que o País liderou o
com suas preferências e a de seus ami-
crescimento com 146 % mais usuários
gos na rede social. A vantagem desse
no último ano, ao atingir a marca de 54
formato para o vendedor é que ele se
milhões de brasileiros ativos na rede
torna uma referência em seu círculo
social criada por Mark
de amizades, além de ser capaz de ofe-
“Depois de alguns testes fizemos um
recer um atendimento personalizado
investimento um pouco mais robusto
que não existe no comércio tradicional.
para que as pessoas pudessem mon-
Zuckerberg.
tar as lojas, agregadas a um meio de pagamento integrado ao Facebook”, explica Teixeira. O empresário conta que a LikeStore conta hoje com cerca Foto: Divulgação
de 7 mil lojas cadastradas que atuam em sua grande maioria. “Com o tempo percebemos que o social commerce colabora muito para quem não tem site ou uma página voltada para o e-
Os brasileiros sempre usaram o Facebook de maneira muito mais intensa do que em qualquer outro lugar do mundo. Aqui um usuário tem 253 amigos em média, contra 131 no exterior Ricardo Grandinetti Teixeira
Fundador da LikeStore
44
“
“
com produtos voltados para nichos
2012 • edição 22 • agosto / setembro
-commerce”, complementa. De acordo com Teixeira a maior parte das lojas virtuais em atividade é composta por pequenos lojistas e pessoas físicas. A opinião é compartilhada por Rodrigo Demétrio, cofundador do Facileme, empresa também especializada na criação de lojas virtuais no Facebook. “A grande maioria dos lojistas que utilizam a nossa ferra-
menta são nanos e micros e boa parte vende produtos voltados para mu-
Social commerce entre os paulistanos
lheres”, garante. “Os produtos mais procurados são sapatos, perfumes e artigos de maquiagem. Depois vêm os ingressos para shows e eventos e camisetas com estampas criativas”, complementa Demétrio. Outra vantagem do social commerce para o lojista é a facilidade no gerenciamento de produtos, elaboração de promoções bem como a possibilidade de filtrar os itens de maior interesse dos amigos. “Desde janeiro deste ano tivemos um grande crescimento. Já temos mais de 10 mil lojas”, conta Demétrio. Segundo ele, os modelos de
O e-commerce já atinge 62,71 % dos paulistanos, segundo a Pesquisa sobre o Comportamento dos Usuários da Internet, realizada pela FecomercioSP. O estudo aponta que 87,94 % dos moradores da capital paulista fazem parte de ao menos uma rede social. Além disso, 25,17 % das pessoas que acessam sites de relacionamento afirmam realizar compras por meio deles. A pesquisa revela, ainda, que as informações veiculadas nas redes sociais influenciam as decisões de compra de 48,64 % dos usuários, no ambiente virtual ou físico. Por fim, entre as pessoas que não realizam compras por meio do social commerce, 18,79 % se mostraram propensos a aderir a esta forma de comércio.
loja virtual do Facileme contemplam páginas gratuitas, sem nenhum tipo de taxa ou a cobrança de comissão por venda, e também lojas pagas que
Após constatar que o seu público-alvo
fechar com bons resultados até o final
oferecem mais recursos ao usuário.
estava no Facebook e comparar as fa-
do ano”, conta. O empresário ainda
“Diferente do e-commerce tradicional,
cilidades do social commerce com o
revela que tem planos de expandir
o social commerce consegue explorar
comércio virtual, há seis meses o em-
o atendimento virtual para o físico
o poder da recomendação dentro da
presário Julian Lopes decidiu investir
também. “Ainda penso na possibilida-
rede social sem a necessidade de inves-
neste mercado com a loja virtual Ins-
de de montar um quiosque em algum
tir em divulgação”, analisa Demétrio.
ta-imã. A ideia consiste em produzir
shopping, mas por enquanto não te-
imãs a partir de fotos enviadas pelos
nho uma data planejada. Talvez daqui
No entanto, Demétrio destaca que o
usuários do popular aplicativo Insta-
a um ano”, acrescenta Julian.
comércio virtual e o social commerce
gram, desenvolvido para smartphones.
se completam. “Não acho que as ferra-
“A proposta é trazer as fotos do virtual
Assim como o comércio eletrônico, o
mentas sejam concorrentes; elas atu-
para o físico”, conta Lopes. Segundo
social commerce deve continuar se ex-
am em conjunto. A vantagem é que
ele, o baixo custo e os benefícios foram
pandido no Brasil nos próximos anos e
o social commerce tem muitas infor-
essenciais para optar pelo comércio
as tendências são otimistas. Segundo
mações disponíveis dos seus clientes
nas redes sociais. “A única maneira de
o e-bit, a previsão é que o e-commerce
sem precisar investir milhares de reais
vender esse serviço era online. Escolhi
alcance incremento de 22 % em 2013. A
em uma pesquisa de mercado”, opina.
o social commerce porque a loja é fácil
rede social pode ser uma ferramenta
Já para Teixeira, o maior benefício da
de montar e não requer muita mão de
indispensável para que pequenos lo-
modalidade precisa ser mais bem ex-
obra”, acrescenta.
jistas e pessoas físicas se estabeleçam
plorado. “É preciso oferecer produtos
economicamente devido às facilidades
assertivos com base da experiência
Segundo Lopes, a empreitada já su-
de se operar na internet. No entanto, o
dos compradores, como um amigo
perou as expectativas. “Começamos
uso da modalidade não se restringe a
conseguir influenciar o outro de uma
bem timidamente, com pouco inves-
empresas menores e pode ser um cam-
maneira mais precisa e evidente, por
timento. Agora temos um plano de
po a atuação interessante para corpo-
exemplo”, explica.
comunicação definido e esperamos
rações de todos os portes. &
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NEG ÓCIOS TEXTO Emerson Coelho
Fotos: Divulgação/Marcio Antonio
Espaços diferenciados
Cresce o número de empresas que recorre ao modelo de loja-conceito como forma de colocar a sua marca em evidência e criar uma relação mais próxima com o cliente
P
rodutos personalizados, design
diferenciado. O que distingue uma
Neste caso, a loja-conceito serve
diferenciado e vitrinas especialmente
da outra são os produtos expostos e
para verificar quais oportunidades
concebidas para atrair clientes e, so-
os espaços exclusivos criados por ar-
de negócios podem ser melhor ex-
bretudo, chegar mais perto do consu-
quitetos renomados.
ploradas em cada época do ano. “A
midor. Assim são as lojas conceito ou
loja-conceito é uma ferramenta que
flagship stores, termo criado há cerca
De acordo com o mestre em Ciências
irá auxiliar os empresários a se posi-
de dois anos nos Estados Unidos e
da Comunicação pela eca-usp José
cionarem no mercado e a implemen-
na Europa para batizar uma nova es-
Roberto Martins, que tem mais de 30
tarem novos produtos”, explica.
tratégia de vendas em um mercado
anos de experiência no mundo cor-
cada vez mais competitivo. Foco de in-
porativo e é sócio da GlobalBrands
Como toda relação entre comer-
vestimento de várias marcas interna-
Consultoria, as lojas-conceito servem
ciante e consumidor, a loja-conceito
cionais, o conceito de marketing vem
como uma espécie de laboratório para
é uma via de mão dupla. Conforme
crescendo no Brasil.
que o empresário possa testar novos
alerta o executivo da Global Brands,
produtos e ter um feedback direto,
apesar das vantagens da concepção
Nesses endereços sofisticados, o con-
uma interatividade maior com os seus
da ferramenta, o empresário que
sumidor tem acesso às últimas novi-
clientes. “Isso não significa que ele não
apostar na ideia deve ter em mente
dades das empresas e ainda pode
poderá vender produtos, mas esse não
que a maior aproximação com os cli-
experimentar os produtos. Marcas de
é o objetivo principal das chamadas
entes também criará um ambiente
peso como Citroën, Hope, Electrolux,
flagship stores”.
com mais espaço para críticas. “Esse
Samsung, Dedon, Clinique, Missoni,
feedback em tempo real é o grande
Grupo Pão de Açúcar, além de C&A,
Segundo Martins, algumas marcas
segredo desses tipos de estabeleci-
Valisere, Havaianas, entre outras, já
lançam esse tipo de estabelecimen-
mento, por isso o empresário deve
investem no modelo de negócio. Em
to somente por um determinado
estar apto a receber e aceitar críti-
comum, as lojas-conceito têm design
tempo, como nos negócios sazonais.
cas e também a criar um canal de co-
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E spaços d i ferenci ados
Foto: Divulgação
NEG ÓCIOS
municação ágil, para que possa ger-
o veículo que ele escolheu foi pro-
A loja-conceito da marca no País foi
ar relatórios de seu posicionamento
duzido”, diz Francesco Abbruzzesi,
inspirada nos famosos lofts de Nova
no mercado”, diz Martins.
presidente da Citroën no Brasil.
A elegante Rua Oscar Freire, em
Expansão da linha
São Paulo, é o sonho de consumo
Tradicional marca italiana de moda,
decoração compostos de forma despo-
das grandes grifes nacionais e es-
a Missoni, inaugurada em 1953, em
jada. Nas paredes, tecidos coloridos e
trangeiras quando o assunto é lo-
Milão, diversificou seu mix de produ-
estampados, pendurados por ganchos
ja-conceito. A montadora francesa
tos na década de 90 investindo em
de ferro fixos, propõe um estilo de so-
Citroën, garantiu seu cantinho no
uma linha de produtos para casa,
fisticação descompromissada.
famoso local. Em abril deste ano,
a Missoni Home. Para conquistar
inaugurou o Espaço Conceito da
o público brasileiro, a marca abriu
“A inspiração da decoração veio do
Citroën, que além de apresentar
uma loja-conceito em dezembro do
showroom de Milão”, explica o diretor
novos modelos da marca conta com
ano passado, na Alameda Gabriel
geral das Américas da Missoni, Chris-
exposições, workshops e loja que
Monteiro da Silva, em São Paulo, a
topher Philips. A mesma proposta se
vende souvenirs como lápis, canetas,
meca dos produtos de decoração. “A
repete no segundo pavimento, onde
canecas, camisetas e miniaturas dos
Missoni sofreu uma evolução consi-
estão os dormitórios ambientados
seus veículos. O espaço é o primeiro
derável, especialmente nos últimos
com enxovais e acessórios, além de
do tipo que a empresa abre fora da
cinco anos, enquanto passava de
luminárias, velas, almofadas, pufes,
Europa. “No local, o cliente poderá
uma coleção têxtil para um comple-
poltronas e tapetes. A arquitetura
conhecer toda a história da marca
to estilo para casa”, explica a sócio-
simples, elegante e clean, valoriza os
e ter detalhes específicos de como
fundadora Rosita Missoni.
mobiliários e objetos. As cores e as
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2012 • edição 22 • agosto / setembro
Iorque e conta com 200m2 de área. No primeiro andar, o living e a área externa exibem móveis e objetos de
estampas são uma atração à parte ,
A marca de lingerie Hope também
clientes, além de poder testar produtos
variando do liso e texturizado aos geo-
apostou no modelo e abriu sua primei-
novos e sua aceitação no mercado.
métricos, florais, listrados, além dos
ra “loja dos sonhos” este ano, também
desenhos característicos da marca, o
na Oscar Freire. O grande diferencial
pixel e o zigue-zague.
das demais é o serviço de customiza-
dial em mobiliário outdoor, inaugurou
ção de produtos. No local, os consumi-
recentemente na Alameda Gabriel
Supermercado do futuro
A grife alemã Dedon, referência mun-
dores podem personalizar as peças
Monteiro da Silva, em São Paulo, sua
Uma das maiores redes varejistas
com a aplicação de monogramas ou
primeira flagship store da América La-
do País, o Grupo Pão de Açúcar aca-
cristais, por exemplo. Consultoras de
tina e a sétima no mundo. Com 350m2,
ba de lançar a Vitrine Virtual, uma
estilo também estão ali para ajudar a
o showroom é inspirado na “Dedon
alternativa inovadora na hora de
clientela a fazer as escolhas mais ade-
Island” uma loja da marca em Siargao,
fazer compras. Por meio de uma
quadas ao seu tipo físico.
nas Filipinas. A proposta é criar uma
estrutura em painéis que simulam
espaço descontraído para oferecer
uma gôndola de supermercado, con-
A fabricante de eletrodomésticos Eletro-
uma experiência diferente ao con-
tendo imagens e códigos de mais de
lux escolheu o Brasil para abrir sua pri-
sumidor que busca algo diferenciado.
300 produtos, o cliente escolhe a sua
meira flagship store mundial. No espaço
compra usando um smartphone ou
aberto no bairro dos Jardins, em São
O projeto e a comunicação visual
tablet e a recebe por meio do Pão de
Paulo, funciona um showroom com
seguem o padrão internacional das
Açúcar Delivery no endereço escolhi-
novidades que podem ser testadas pelos
lojas-conceito Dedon espalhadas pelo
do. Para realizar a compra, o consu-
consumidores. Já a marca de eletroele-
mundo, com as últimas coleções de
midor precisa baixar um aplicativo
trônicos sul-coreana Samsung escolheu
mobiliários e objetos feitos com uma
do Pão de Açúcar no seu smartpho-
o Shopping Morumbi, na zona Oeste de
fibra original da marca. O projeto ar-
ne (iPhone ou aparelho com sistema
São Paulo, para instalar a Samsung Ex-
quitetônico contempla um espaço com
Android) ou tablet (iPad), escanear
perience, loja-conceito que expõe os mo-
dois andares, com decoração isspirada
os códigos e finalizar a compra. A
delos de ponta da multinacional.
na ilha filipina. Peças como cadeiras,
novidade já está disponível no Sho-
sofás, mesas e acessórios levam a as-
pping Cidade Jardim, desde o dia 6
“A flagship é um espaço que deve rep-
de julho.
resentar o universo da marca”, diz o
do design como os franceses Jean-Ma-
diz Amnon Armoni, coordenador dos
rie Massaud e Philippe Starck e o belga
“A Vitrine Virtual é mais uma inova-
cursos de pós-graduação em Moda da
Frank Lighthart.
ção do Pão de Açúcar, visando pro-
Fundação Armando Álvares Penteado
porcionar total comodidade no mo-
(Faap).
As lojas com esse conceito,
As empresas do setor de beleza tam-
mento de compra do consumidor e
apesar de contarem com alto investi-
bém recorrem ao conceito de flag-
criando mais uma forma de o cliente
mento por parte das empresas, nem
ships para aumentar a sua exposição
se relacionar com a marca”, explica a
sempre são criadas para darem retor-
no mercado. Em junho, a marca de
gerente de marketing da rede, Andréa
no financeiro. “A flagship é, sobretudo,
cosméticos americana Clinique in-
Dietrich. O Pão de Açúcar foi um dos
um investimento das empresas em
augurou sua terceira loja-conceito do
pioneiros no País a lançar a ferramen-
comunicação”, afirma Armoni.
Brasil, no Shopping Higienópolis. O
Virtual reforça, portanto, o pionei-
Segundo Marcelo Ermini, professor de
um mostruário completo de produtos
rismo da marca em lançar soluções
Pós-Graduação da Escola Superior de
da marca. O destaque fica por conta
criativas e inovadoras para tornar a
Propaganda e Marketing (espm), a loja-
de uma mesa de diagnóstico – onde
experiência de compras ainda mais
conceito é um laboratório onde o em-
as clientes podem avaliar seu tipo
agradável e conveniente”, diz João Ed-
presário pode fazer uma avaliação de
de pele e os cuidados mais indicados
son Gravata, diretor de Operações do
seus produtos e da arquitetura do esta-
–, além destinada à exposição dos
Pão de Açúcar.
belecimento para receber melhor seus
ta do e-commerce, em 2010. “A Vitrine
sinatura de grandes ícones mundiais
espaço tem cerca de 40m2 e oferece
produtos da marca. &
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DI V ER SIDA DE TEXTO JulianO Lencioni e Raphael Ferrari ILUSTRAÇão carolina lusser
além da mortadela Mercado de embutidos cresce no País e começa a apresentar novidades premium para atrair a nova classe média
E
m 2011, o consumo per capita de
lhões de pessoas. Ao mesmo tempo, a
embutidos no Brasil foi de 12 quilos, de
renda média da classe “C” avançou 52 %
acordo com a Associação Brasileira da
em termos reais. O que elevou o poder
Indústria Produtora e Exportadora de
de consumo dessa faixa da população
Carne Suína (Abipecs). Linguiças, salsi-
para mais de R$ 1 trilhão. O montante
chas e mortadelas correspondem a 80 %
equivale a R$ 2,9 mil de renda familiar
desse total. Um mercado que ao longo
mensal. Porém, mais do que um sim-
da última década tem crescido, em mé-
ples número, o valor representa uma
dia, 1,87 % por ano, mas tem potencial
mudança no perfil do consumidor
para uma expansão muito mais ex-
brasileiro. “As evoluções do emprego e
pressiva. “Enquanto os brasileiros con-
do nível de renda associadas à estabi-
somem, aproximadamente, 12 quilos de
lidade de preços de embutidos foram
embutidos por ano, mercados como o
fatores determinantes para a evolução
dos Estados Unidos consomem quase o
do consumo desses produtos nos nos
dobro. São 22 quilos por pessoa. E na Eu-
últimos anos”, garante Moreira.
ropa o consumo médio é ainda maior, de 30 quilos por pessoa”, compara Marti-
No café da manhã, no misto quente, no
nho Paiva Moreira, diretor de Economia
cachorro quente, no aperitivo e até no
da Associação Paulista de Supermerca-
almoço e no jantar os embutidos apa-
dos (Apas). “Ou seja, há muito espaço
recem com grande frequência. Presun-
para o crescimento do setor”, completa.
to, salsicha, mortadela e salame são os mais tradicionais, mas não os únicos.
52
2012 • edição 22 • agosto / setembro
Um crescimento que, na opinião de
As prateleiras dos mercados e padarias
Moreira, está intimamente ligado à
apresentam cada vez mais diversidade
expansão da classe média. Ao longo
de embutidos. E o público gosta de ex-
da última década, mais de 11 milhões
perimentar. “O consumidor não só acei-
de famílias ingressaram na classe “C”.
ta muito bem as novidades, como pede
Um aumento que elevou o total de
por elas”, afirma Eduardo Bernstein,
famílias nesta classe para mais de 30
diretor de Marketing da Brasil Foods
milhões, o que representa 54 % da po-
(brf), empresa criada a partir da fusão
pulação brasileira, ou cerca de 102 mi-
entre Perdigão e Sadia.
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A lém d a mor t adel a
“
Apesar de novos produtos estarem ganhando o mercado, o presunto e a mortadela ainda são os embutidos mais vendidos, pois são os frios do dia a dia Eduardo Bernstein
Foto: Divulgação
Diretor de marketing da Brasil Foods
“
DI V ER SIDA DE
A diretora de Operações da rede de res-
mercado está sendo consolidado por
marketing da brf afirma, contudo,
taurantes alemães Baungarten, Taiza
gigantes como a brf”, relata.
que os frios tradicionais continuam
Krueder, afirma que “os brasileiros es-
liderando as vendas. “Apesar de novos
tão se interessando, cada vez mais, por
As consolidações no setor não preo-
produtos estarem ganhando o merca-
outros tipos de frios e salsichas e já não
cupam os consumidores, que estão
do, o presunto e a mortadela ainda são
se atêm ao tradicional queijo, presunto
dispostos a pagar mais caro para expe-
os embutidos mais vendidos, pois são
e salame”. E além da diversificação de
rimentar produtos de mais qualidade.
os frios do dia a dia.”
produtos, tem crescido a demanda por
Bernstein, da brf, explica que como os
itens premium, com carnes selecionadas
frios são normalmente vendidos por
Mas essa concepção também está
– demanda que a produção nacional tem
peso, os clientes podem decidir quanto
mudando. Ao menos é o que garan-
satisfeito. “Temos poucos fornecedores,
vão desembolsar. O que facilita a degus-
te o gerente do Empório Santa Luzia,
mas estes têm muita qualidade”, opina.
tação de produtos premium. “Como os
Geraldo Lima. “O presunto vem per-
frios são vendidos a granel e em grande
dendo espaço para o peito de peru e a
Taiza avalia, ainda, que as salsichas
variedade, o consumidor pode escolher
mortadela nacional para a importada
da Berna, empresa do interior pau-
o tipo de embutido e a quantidade des-
da Itália”, informa. No entanto, Lima
lista, “são feitas exatamente como
te que cabe melhor em seu bolso ou que
destaca que a venda de embutidos
as alemãs e os embutidos da Sadia
é mais adequado para a ocasião. Mas,
costuma mudar de acordo com a épo-
também são de excelente qualidade”.
de modo geral, os consumidores estão
ca do ano e pondera que as estações
Ela afirma que existem diferenças en-
dispostos a pagar mais pelo valor agre-
são um fator relevante para determi-
tre os produtos nacionais e importa-
gado percebido nos produtos”, avalia.
nar qual embutido está no topo da
dos, mas não há como dizer que um
lista de mais vendidos. “No inverno,
é melhor do que o outro. “Eles são
Focada nesse consumidor, a brf deve
por exemplo, os produtos para feijo-
somente diferentes.” A diretora de
lançar novos produtos este ano. Entre
ada, como o paio e linguiça calabresa,
Operações da Braugarten lamenta,
eles, “um salame inédito no mercado
lideram as vendas. Já no final do ano,
entretanto, que haja poucas opções
nacional, com sabor de pepperoni e
com a aproximação das festas de Na-
no mercado. “Gostaria de poder con-
borda mista de pimentas branca e
tal e Ano Novo, é o tênder que ganha
tar com mais fornecedores, mas o
preta”, revela Bernstein. O diretor de
destaque”, aponta.
54
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De olho na saúde Apesar de saborosos, os embutidos estão longe de serem os alimentos mais saudáveis. Para nutricionistas, cachorros-quentes e sanduiches de presunto ou de salame devem ser opções raras para quem pretende manter uma dieta balanceada. De acordo com a Apas, também há outros produtos que se beneficiam da sazonalidade. “No frio, há um aumento considerável nas vendas de salames, presuntos e apresuntados em decorrência da venda de produtos relacionados”, conta Moreira. “Compra-se mais vinhos,
Ana Gabriela Cepeda Gouveia, nutricionista, explica que além da carne de frango, vaca ou aves, os embutidos são compostos de gordura, sal, açúcares, nitratos, nitritos, especiarias, conservantes e outras substâncias. “Esses produtos têm grande quantidade de gordura saturada, conservantes e sódio, podendo ser prejudiciais à saúde quando consumidos frequentemente”, alerta.
compra-se mais queijos e, conjuntamente, compra-se mais embutidos”, explica. Ainda segundo a Apas, as salsichas têm vendas mais expressivas na época de festas juninas. Já os diversos sabores de linguiça ganham força no verão, uma vez que fazem parte da cesta de produtos para churrasco. Gordos ou magros, do salame ao peito de peru, o mercado de embutidos tem
Para fugir das altas calorias, uma dica é trocar o presunto por peito de peru e comer cachorro-quente com salsicha de frango. Ana Gabriela destaca, entretanto, que a troca não garante uma alimentação totalmente saudável. É preciso ter parcimônia. “Os embutidos de peito de peru podem ter menor quantidade de gorduras, mas continuam com alto teor de sódio”, expõe. “O ideal é controlar o consumo destes produtos no dia a dia, deixando-o para situações especiais”, completa. A nutricionista recomenda, ainda, que os lanches sejam completados com outros ingredientes mais saudáveis, como alface e tomate, que ajudam a balancear a refeição.
ganhado os consumidores com sua variedade e inovação. A chegada dos produtos premium é mais um fator positivo para a atração de consumidores que, com mais renda, estão dispostos a experimentar novos sabores. Um mercado com vasto potencial de cres-
Claro que os alimentos mais calóricos não devem ser excluídos de sua geladeira. No dia a dia, apenas diminuir a quantidade de fatias e deixar o salaminho, a salsicha e a mortadela para ocasiões especiais já é o suficiente para se manter saudável. E se você “enfiar o pé na jaca” uma vez ou outra, não fique com “peso na consciência”. Afinal, quem resiste a um sanduiche de mortadela no Mercadão?
cimento esperando que novos empreendedores venham degustá-lo. &
2012 • edição 22 • agosto / setembro
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NEG ÓCIOS TEXTO Thiago Rufino colaboração Priscilla Silva
Bom pra cachorro
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o bem-estar animal”, conta. Além do passeio, a empresa ainda dispõe de cuidados especiais para cães idosos, no pós-operatório e para adaptação de filhotes em casa. “Hoje, o serviço mais procurado é o passeio com
Serviços e produtos diferenciados para
companhia. Vou até a casa do cliente,
“o melhor amigo do homem” se popularizam
saio com o animal e dou comida. Divido tudo isso em uma hora”, explica Adriane.
e mantêm o mercado aquecido
A veterinária também atua como
H
uma babá dos animais no serviço de companhia. “Se o proprietário fica fora o dia inteiro, o animal precisa de um pouco de cuidado, especialmen-
oje, eles já são mais de 35,7
lho cada vez mais longas e imprevisí-
te se for filhote. Já tive casos em que
milhões no Brasil. A cada ano, os cães
veis, fica difícil para os proprietários
fiquei o dia todo na casa do cliente”,
ganham mais produtos e serviços es-
dedicarem tanto tempo quanto gos-
conta. Segundo ela, quando o cão-
pecializados, tudo para melhorar a sua
tariam para passear com seus cães. A
zinho chega a casa, sobretudo na de
qualidade de vida e o seu bem-estar.
fim de tornar a rotina dos animais me-
donos de primeira viagem, é preciso
Entre 2010 e 2011, o número de cachor-
nos estressantes e colocá-los para se
cuidado redobrado. “Às vezes, as pes-
ros cresceu 4,08 %, segundo dados
exercitar, os serviços de passeio estão
soas não têm a menor noção de como
da Associação Brasileira da Indústria
se popularizando na capital paulista.
isso funciona”, afirma. O atendimen-
de Produtos para Animais de Estima-
As empresas que oferecem esse tipo
to consiste em uma visita até o local
ção (Abinpet). Essa fatia de mercado
de atendimento buscam os animais
para identificar os riscos para o ani-
pode ser uma boa aposta para a ge-
em casa e saem para caminhadas in-
mal, além de orientações sobre cuida-
ração de novos negócios, uma vez que
dividuais ou em grupo. Nos planos de
dos com o novo morador. “Dou dicas
os donos não poupam gastos com os
três passeios por semana, o proprietá-
de como educar o animal para que ele
bichos. Em 2011, o mercado pet movi-
rio investe, em média, R$ 500 por mês.
não crie manias e vire um cão ‘histé-
mentou R$ 12,2 bilhões no Brasil, sendo
rico’”, acrescenta Adriane.
11 % desse valor voltado para a área de
Foi pensando em oferecer serviços di-
serviços. O crescimento demonstra a
ferenciados que a médica-veterinária
Considerada a primeira creche para
importância que os animais de esti-
e proprietária do Nanny Dog, Adriane
cães do País, a Dogwalker oferece essa
mação têm na vida das pessoas.
Silveira, iniciou o seu negócio no final
facilidade aos donos, além dos requi-
de outubro do ano passado. “Como
sitados passeios individual ou em
O potencial do mundo dos animais do-
não queria abrir um pet shop conven-
grupo. “A creche na verdade foi uma
mésticos vem sendo bastante explora-
cional, decidi oferecer serviços para
sequência do serviço de passeio que
do nos últimos anos. Apenas a cidade de São Paulo tem aproximadamente 10 mil pet shops, segundo a Abinpet. No entanto, além dos tradicionais serviços oferecidos por esses estabelecimentos, outras atividades são pensadas para facilitar o dia a dia dos donos e dos animais. Com jornadas de traba-
Em 2011, o mercado pet movimentou R$ 12,2 bilhões, sendo 11 % desse valor voltado para a área de serviços. O crescimento demonstra a importância que os animais de estimação têm na vida das pessoas
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NEG ÓCIOS
B om pr a c achor ro
fizemos justamente para que os pro-
pretende expandir a área de atuação
Comes e bebes
prietários tivessem um espaço para
dos seus serviços para mais bairros da
Bolo, sonho, biscoito, torta... são apenas
deixar os cães durante o dia. Não foi
cidade de São Paulo. “Hoje, estou em
alguns dos produtos reunidos em uma
nada planejado, aconteceu natural-
fase de expansão e tenho três pessoas
padaria voltada apenas para cães. Em
mente”, conta o proprietário Paulo
que estão me ajudando. Até o final do
funcionamento desde 2002 na capital
Carreiro. No espaço desenvolvido es-
ano, gostaria de aumentar a equipe
paulista, a The Dog Bakery inovou ao
pecialmente para o bem-estar e a se-
para 20 profissionais”, projeta.
oferecer itens de panificadoras tradi-
gurança dos animais, estes permane-
cionais, totalmente formulados para os
cem soltos todo o tempo e obedecem
Para Adriane, o perfil dos clientes que
bichos. “As receitas são elaboradas por
a rígidas normas de higiene e compor-
buscam esse tipo de serviço é bem es-
um zootecnista, por isso são completa-
tamento. O plano mensal pelo serviço
pecífico. “Posso afirmar que 98 % dos
mente seguras para os animais, mas
varia de R$ 420 a R$ 610, de acordo a
meus clientes são solteiros e não têm
em hipótese alguma devem substituir
quantidade de vezes que o animal vai
filhos. Eles pegam o animal para fazer
a ração”, conta o proprietário da pada-
até o espaço por semana.
companhia e o bicho acaba virando um
ria, Naelson Santos Ribeiro.
'filho'", garante. Por atender famílias, solteiros e recém-casados, Carreiro divi-
Apesar da variedade de produtos vol-
panhando o crescimento do setor pet,
de seus consumidores em dois grandes
tados para os animais de estimação,
segundo Carreiro, que já planeja abrir
grupos: os culpados e os preocupados.
Ribeiro conta que o item mais procu-
mais uma unidade. “Nossa capacidade
“Os culpados são aqueles que pegam os
rado é o kit-festa. O bolo é confeitado
está esgotada. Nos últimos dois anos,
animais sem querer e precisam resolver
com o nome do aniversariante em for-
a procura pela creche cresceu cerca de
esse problema. Já os preocupados estão
ma de pata ou osso e acompanha mais
500 %”, informa. O ponto de vista tam-
a fim de aumentar a qualidade de vida
uma série de quitutes, como quibes
bém é compartilhado por Adriane, que
dos animais”, exemplifica.
e esfirras, para os demais convidados
Adriane Silveira
Proprietário da Nanny Dog
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Foto: Divulgação
Se o proprietário fica fora o dia inteiro, o animal precisa de um pouco de cuidado, especialmente se for filhote. Já tive casos em que fiquei o dia todo na casa do cliente
“
“
Os serviços diferenciados vêm acom-
champanhe
de quatro patas. O preço dos kits varia
os cães, após ter notado um hábito
A lista de produtos só deve continuar
de R$ 350 a R$ 600. O empresário está
muito nocivo à saúde dos animais.
crescendo. “Estamos planejando toda
empolgado com a crescente clientela.
“Descobri que 80 % das pessoas que
a linha de bebidas que há para os seres
“A demanda tem sido ótima. Estamos
consumiam cervejas artesanais em
humanos, adaptadas para os animais,
tentando ampliar e vender nossos pro-
casa acabavam compartilhando a
como champanhe, vinho, energético
dutos para pet shops. Também preten-
bebida com animal e isso pode ser
etc.”, explica Melo. O empresário conta
demos abrir novas unidades, mas ainda
fatal”, alerta. “Por isso pensamos em
ainda que o foco de distribuição dos
não temos nada previsto”, conta Ribeiro.
uma cerveja adaptada para o me-
produtos é amplo e não se limita ape-
tabolismo do animal sem nenhum
nas aos pet shops. “Vamos oferecer as
Considerados como “o melhor amigo
prejuízo a saúde, pensando no prazer
bebidas em supermercados, lojas de
do homem”, os cães conquistaram
do dono em estar com o cão”, acres-
conveniência, bares e restaurantes”,
esse título devido à lealdade e com-
centa Melo.
acrescenta Melo. Segundo ele, a ideia é
panheirismo para com seus donos em
que os consumidores invistam nesses
todos os momentos, inclusive na hora
A bebida foi desenvolvida pelo centro
produtos junto com as compras tradi-
da refeição acompanhada com cerve-
de tecnologia e formação de cerve-
cionais, sem ter que se dirigir a um pet
ja. Por isso, o empresário Marco Melo
jeiros do Senai, no Rio de Janeiro. A
shop apenas para fazer isso.
resolveu oferecer uma alternativa a
cerveja canina é feita à base de mal-
fim de que os donos desfrutassem o
te e extrato de carne, não tem álcool,
Com a segunda maior população
prazer de compartilhar esse momen-
lúpulo, nem gás carbônico. A distri-
de cães e gatos do mundo, perden-
to de descontração na companhia de
buição começou em São Paulo no
do apenas para os Estados Unidos, o
seus bichos de estimação. “Quando re-
início de agosto e depois seguiu para
mercado brasileiro de pet está aque-
solvi investir no mercado pet, detectei
todo o País. “Estamos em pleno vapor
cido. E a expectativa é que continue
que não existia nenhum tipo de bebi-
para atender todos os pedidos”, conta
crescendo nos próximos anos. Se de-
da para animal além de água”, conta o
Melo. “Já temos uma demanda mui-
pender da criatividade dos empresá-
sócio-proprietário da Dog Beer.
to grande em todo o Brasil. A maior
rios do setor, a tendência é que novos
procura é na região Sul, por ter maior
produtos e serviços sejam oferecidos.
Melo trouxe ao mercado uma cer-
cultura no consumo de cerveja arte-
Os cães agradecem, e os empresários
veja desenvolvida sob medida para
sanal”, complementa.
do setor também. &
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AGENDA C ULTURAL TEXTO Thais Telezzi
OS BEM-INTENCIONADOS Ana Cristina Colla está no novo espetáculo do Lume Teatro, que investiga as intenções de um grupo de aspirantes a artistas numa conversa de bar.
Foto: Divulgação
Onde: SESC Pompeia Rua Clélia, 93 – Pompeia Quando: 01/08 a 30/09 Quarta a sábado, às 21h Domingos e feriados, às 19h 26/09 não haverá sessão Quanto: R$ 24 Mais informações: 3871-7700
DOROTÉIA
Onde: Teatro Raul Cortez Rua Dr. Plínio Barreto, 285 Sede da FecomercioSP – Bela Vista Quando: 28/07 a 14/09. Sextas às 21h30, sábado às 21h e domingo às 19h Quanto: R$ 60 (sexta e domingo) e R$ 70 (sábado) Mais informações: 3254-1700
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Foto: Alessandro Soave
No ano do centenário do dramaturgo Nelson Rodrigues, o Teatro Raul Cortez apresenta a peça Dorotéia. Interpretada por Alinne Moraes, Dorotéia conta a história de uma mulher que abandona a prostituição após perder o filho e procura a família como salvação. A protagonista depara-se com três tias medonhas que a repudiam por conta de sua beleza e lhe impõem uma condição: que fique feia. A montagem é do diretor João Fonseca.
O SALÃO DE BAILE ELÉTRICO
Foto: Ligia Jardim
A fábula apresenta o cotidiano das irmãs sexagenárias, Breda e Clara, que permaneceram confinadas em sua juventude desde os memoráveis dias de: “O Salão de Baile Elétrico”. Para reviver as memórias da data, usando as roupas de baile e controlando a trilha sonora do passado com um gravador de rolo, as senhoras relembram da noite em que as esperanças de amor foram destruídas por um cantor sedutor, no estilo Elvis Presley.
um verão familiar Escrito por João Fábio Cabral e encenado pela Cia. dos Inquietos, a peça narra um ambiente hostil, opressivo e contraditório, vivido na infância de Júlio. A história transmite a confusão psicológica que o jardineiro experimenta ao revisitar a casa onde viveu a infância, e passa a dialogar com um universo paralelo, somente seu. Numa imersão não cronológica, ele revive sua relação familiar e investiga a ascendência de seus parentes sobre sua individuação.
Foto: Gustavo Porto
Onde: SESC Belenzinho Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho Quando: 16/08 a 09/09. Quinta a sábado às 21h30. Domingos e feriado 7/09 às 18h30 Quanto: R$ 24 Mais informações: 2016-9700
Onde: SESC Pinheiros Rua Paes Leme, 195 – Pinheiros Quando: 18/08 a 22/09. Sextas e sábados, às 20h30 Dia 07/09 não haverá sessão Quanto: R$ 20 Mais informações: 3095-9400
ROTEIRO SP TEXTO Thais Telezzi
Edifícios paulistanos A capital paulista conta com os prédios mais luxuosos do Brasil.
Abertos à visitação, os cartões postais oferecem muito mais do que uma bela vista: têm gastronomia, lazer em família e eventos sociais
antino arantes – banespa Rua João Brícola, 24 – Centro Informações: 3249-7180 Horário visitação: segunda a sexta, das 10h às 15h Agendamentos de visitas: museusantander@santander.com.br
Foto: Carlos Della Rocca
Construído em 1947 para ser a sede do Banco do Estado de São Paulo, o edifício foi, durante quase duas décadas, o mais alto da cidade, com 161 metros. No mirante de sua torre, o prédio que ainda conta com o Museu Banespa Santander, oferece uma deslumbrante vista de 360 graus da cidade paulista, acesso feito por um lance de escadas a partir do 34º andar.
martinelli Entrada principal: Av. São João, 11 a 65 – Centro Horário de visitação: segunda a sexta, das 9h30 às 11h30 e das 14h30 às 16h30. Aos sábados, das 9h às 13h. Informações: 3104-2477 A visita monitorada dura de 15 a 20 minutos.
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Foto: Christian Parente
Revelando uma mistura de estilos europeus ao gosto dos anos 30, o edifício foi o primeiro arranha-céu da América Latina, projetado pelo italiano Giuseppe Martinelli. Construído totalmente de concreto armado, inovando a arquitetura da época, o prédio possui 30 andares e 130 metros de altura.
Foto: Divulgação
terraço itália
Avenida Ipiranga, n°344, 410 andar – Centro Informações: 2189–2929 Visita gratuita de segunda a sexta das 15h às 16h (exceto feriados) Do alto de seus 160 metros de altura e prestes a completar 45 anos, o espaço Itália conta com muito requinte e sofisticação, aliando sua famosa gastronomia com a mais incrível vista panorâmica da cidade de São Paulo. Sediando almoços e jantares com piano e música ao vivo, o Terraço ainda reúne luxuosos ambientes como a Sala São Paulo e Sala Nobre.
Avenida Brigadeiro Luis Antônio, 4700 – Jardim Paulista Informações: 3055–4702 Cafés da manhã, almoços e jantares, por meio de reservas. Localizado no topo do Hotel Unique, o restaurante possui uma das vistas mais disputadas da capital paulista. O ambiente possui um lounge com vista panorâmica para o Parque do Ibirapuera e todo o horizonte de São Paulo, além de contar com o charme da famosa piscina vermelha na área externa.
SKYE RESTAURANTE E BAR
Foto: Nelson Kon
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ENOGA ST RONOMI A POR DIDÚ RUSSO ilustração cARolIna LuSser de seus vinhos. São eles: Tomas Roquete da Quinta do Crasto, João Ferreirada Quinta do Vallado, Dirk Nieport da
Douro Boy’s
Nieport, Cristiano Van Zeller da Quinta do Vale Vale Dona Maria, e Francisco Olazabal da Quinta do Vale Meão. Com performances alegres, com degustação farta de seus vinhos – alguns extraordinários –, com eventos
TR ANQUILO
exclusivos para a imprensa e outros para o público de enófilos convidados, os Douro Boy’s perceberam que o caminho do marketing bem feito po-
A
deria ser agradável e rentável. No mês de julho eles estiveram mais uma vez em São Paulo, no Consulado de Portugal, e novamente o sucesso se repetiu região do Douro em Portu-
O que é o Vinho do Porto
com alegria, conversa e boa degusta-
gal, de onde vem o famoso e incom-
O vinho do Porto leva esse nome por-
ção, quando pude rever esses amigos
parável Vinho do Porto que conhe-
que era embarcado no porto – hoje
do vinho. Conversei bastante com um
cemos desde sempre, notabilizou-se
cidade do Porto –, mas sempre foi pro-
de meus prediletos, o Dirk Nieport,
nos últimos anos por seus vinhos
duzido no alto douro, em Vila Nova de
que produz vinhos sem qualquer pro-
tranquilos. Desde 2001 a região é con-
Gaia, e de lá vinha rio abaixo em barcos
duto químico e sem adição de levedu-
siderada Patrimônio Mundial pela
rabelos, embarcações típicas da região.
ras – tudo é orgânico ou biodinâmico
Unesco, e não sem razão, pois é um
O vinho nada mais é que um vinho nor-
em suas quintas e seus vinhos são
dos lugares mais belos de cultivo da
mal que tem sua fermentação inter-
absolutamente extraordinários.
uva que já vi em minha vida.
rompida pela adição de álcool vínico, na proporção de 4 para 1, restando ao
O sucesso dos vinhos tranquilos do
O rio Douro vem desde a Espanha
final um volume de álcool entre 18º e
Douro é grande e hoje muitos produto-
serpenteando um vale íngreme todo
22º. Isso se dá no momento em que ain-
res engarrafam mais vinhos tranquilos
coberto por vinhas plantadas em ter-
da há açúcar sendo transformado em
que vinhos do Porto. Apenas para citar
raços. Belíssimo. Ao entardecer, de-
álcool pela ação das leveduras. Assim
dois deles, do Douro Boy’s, o Nieport
pendendo do lugar onde se esteja, o
o processo fermentativo é interrom-
produz 70% de vinhos tranquilos e, o
rio fica todo dourado (rio Douro), com
pido com a morte das leveduras (pela
Vallado, 97%. Os apaixonados pelo vi-
o reflexo do sol. Hoje, por incentivo do
adição do álcool vínico) e o vinho fica,
nho do Porto, como eu, não precisam
governo português, muitas quintas
então, adocicado e alcoólico.
se alarmar: a grande maioria ainda pro-
possuem hospedagem, desde poucos
duz Porto e sempre haverá Porto, pois
quartos até hotéis mesmo. Sugiro a
Mas foi de uns quinze anos para cá que
uma lei obriga os produtores a guardar
você que programe uma viagem para
esses vinhos ganharam fama e ganha-
2/3 do que produzem de Porto. Portan-
lá e quando for é imprescindível visitar
ram o mundo. E esse sucesso muito se
três lugares: a biblioteca do Porto, o
deve aos “Douro Boy’s” cinco rapazes,
Museu do Vinho do Porto e almoçar na
hoje homens maduros, que assim fo-
Presuntaria Trasmontana (há no Goo-
ram chamados pela crítica especiali-
gle o endereço e até um vídeo que fiz
zada americana quando resolveram
de lá). Você vai me agradecer depois...
juntos fazer uma viagem promocional
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to, fiquem tranquilos. Saúde! &
Didú Russo é fundador da Confraria dos Sommeliers, autor do livro “Nem Leigo, Nem Expert”, editor do site www.didu.com.br e do blogdodidu.zip.net, além de diretor e apresentador do programa TV Celebre!
PROF ISSÕE S DO F U T U RO POR GABRIEL PELOSI ilustração cARolIna LuSser
Diplomacia em boas mãos Cresce o número de cursos de Relações
Internacionais, carreira que oferece oportunidades de trabalho tanto no setor público como no privado
C
onduzir as relações entre po-
sibilidade de trabalho é na área de
O curso contempla um componente
vos, nações e empresas nas questões
ensino e pesquisa, em academia ou
curricular denominado Projeto Inte-
política, econômica, social, militar,
consultorias.
rativo, previsto do 1º ao 6º período.
cultural ou comercial não é tarefa das
Seu principal objetivo é tratar temas
mais fáceis. E o Brasil ainda carece de
O curso tem quatro anos de dura-
relevantes à formação do interna-
profissionais bem preparados na área.
ção. A grade curricular contempla
cionalista, integrar os componentes
aulas de conhecimentos sólidos so-
curriculares de cada período letivo
Com o mundo globalizado, as relações
bre “jogos” e práticas de negociações
e desenvolver técnicas e práticas de
internacionais entre governos, orga-
Os três pilares básicos do curso – políti-
negociação internacional que propi-
nizações não governamentais ou em-
ca, direito e economia – são articulados
ciem o aprimoramento do aluno no
presariais estão estreitas. Para formar
de maneira gradativa ao longo dos qua-
campo de atuação.
profissionais especializados, crescem
tro anos, visando proporcionar ao aluno
o número de cursos de capacitação
uma formação analítica consistente.
para cumprir a função com a maestria
Antes de se decidir pela carreira, é preciso dedicar-se ao aprendizado de
que o assunto merece. Um deles é o
O bacharelado tem o objetivo de qua-
línguas. A fluência em outros idiomas,
de graduação do Centro Universitário
lificar o profissional em negociações
principalmente o inglês, é fundamen-
Senac São Paulo.
domésticas e internacionais. O aluno
tal. “Sem o idioma inglês é muito com-
sai do curso apto a trabalhar no setor
plicado o profissional de RI conseguir
“O campo de atuação do profissional
público, como a diplomacia, ou na área
realizar as atividades”, diz Natália. Além
de Relações Internacionais é muito
internacional de empresas transna-
do inglês, recomenda-se a fluência em
amplo e diverso”, diz Natalia Finger-
cionais, organizações não governa-
espanhol, especialmente para os que
mann, professora de Relações Inter-
mentais ou organismos multilaterais.
pretendem trabalhar no setor privado,
nacionais (RI) do Senac, no campus de
com grande presença em países da
Santo Amaro. Segundo ela, o forman-
“No setor privado, normalmente, o in-
América Latina. O francês também é
do em RI é um “generalista”, com ha-
ternacionalista atua na elaboração da
bem-vindo para quem busca uma car-
bilidades para atuar tanto em áreas
estratégia internacional da empresa
reira diplomática, e sonha trabalhar no
mais tradicionais da diplomacia – a
ou em suas negociações internacio-
carreira do Itamaraty, por exemplo
nais”, ressalta Natália. Porém, acres-
– como nos novos campos diplomáti-
centa ela, há outras áreas de atuação,
Mais informações sobre o curso,
cos, que contemplam a área pública,
tais como marketing internacional e
pelo site www.sp.senac.br ou pelo
privada e o terceiro setor. Outra pos-
governança global.”
telefone (11) 5682 7300.
Itamaraty ou nas Nações Unidas. &
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CRÔNIC A POR andré rocha • jornalista Ilustração camila marques
Ouro para o esporte e para o comércio
É
poca de Olimpíadas e grandes
Lembro de outro grande torneio do es-
final entre o espanhol Rafael Nadal e o
torneios esportivos me faz lembrar os
porte que pude acompanhar recente-
croata Novak Djokovic.
"Jogos Abertos do Interior de São Pau-
mente, o “Aberto de Tênis dos Estados
lo". Quando eu tinha 12 anos, minha ci-
Unidos”, que acontece todos os anos
Foi um dia emocionante. Mais de 12 ho-
dade natal, Amparo, foi sede do maior
nos meses de agosto e setembro. A
ras imersas no gigantesco complexo
evento esportivo entre cidades do
maior quadra de tênis do mundo estava
americano de tênis. O jogo durou mais
Estado de São Paulo.
lá, em Nova York, com capacidade para
de quatro horas. Após a grande final
mais de 30 mil espectadores. O “Grand
nem eu e nem ninguém queria ir em-
A comoção envolveu o município e
Slam” norte-americano é um dos prin-
bora, tamanha era a alegria de todas
toda a população ficou ligada nos jo-
cipais torneios de tênis e esportivos
as pessoas ao redor, que não estavam
gos. Ginásios lotados para torcer pelos
do planeta. E o americano sabe como
contentes apenas pelo espetáculo,
representantes da casa, nossa “pátria
ninguém aproveitar eventos como
mas pelo lugar, na imersão e experiên-
local”, e também para prestigiar gran-
esse. Eles querem que as pessoas não
cia que fizeram mais de 12 horas voar.
des atletas das outras cidades. Lembro
assistam apenas aos jogos, mas que
Digno de um show da Broadway.
que Piracicaba e Campinas estavam
participem, vivam a experiência de um
com grandes times de basquete fe-
grande acontecimento, único.
minino enfileirando Hortência, Magic Paula, Janete, Marta e Branca.
Ainda não tive a oportunidade de assistir a uma Olimpíada, mas posso dizer
Presente em 2011 percebi que tudo é
que tanto os "Jogos Abertos do Interior"
pensado para agradar. Desde a entra-
que aconteceram em uma pequena ci-
Esse tipo de torneio “mexe” com a popu-
da personalizada que as pessoas lhe
dade com cerca de 60 mil habitantes, e
lação e as pessoas comentam em todos
chamam pelo nome, as lojas ofertan-
o "Aberto de Tênis dos Estados Unidos",
os lugares – na escola, no supermercado,
do brincadeiras e brindes, até os bares
com 34 mil silenciosos e atentos espec-
nas praças, no comércio. Além de mudar
e restaurantes aconchegantes. Tudo
tadores na quadra sagrada do Arthur
o meu dia a dia e o da cidade, o evento
para melhor afagar o público, que con-
Ashe Stadium, me fizeram sentir uma
também chamou atenção de turistas
some e disputa todo tipo de souvenir
forte emoção que ficará para sempre
que foram assistir aos jogos e alugaram
para se recordar dos jogos e daquele
em minha memória. Desde o cachorro-
casas e quartos de hotéis. Tenho em
momento especial. Lembro que na fi-
quente e a Coca-Cola do pequeno gi-
minha memória que os restaurantes e
nal do torneio entrei na arquibancada
násio de Amparo assistindo a rainha
bares ficavam lotados depois dos duelos.
apenas cinco minutos antes do saque
Hortência, até o champanhe do US
Essa “mobilização”, seja em jogos do in-
inicial. Meu lugar estava lá, “guarda-
Open. Coisas que o esporte pode pro-
terior, seja em uma Olimpíada, traz um
do” por um rádio de ouvido, solitário
porcionar, mas que graças ao apoio do
ganho para o local e pode fazer do setor
como outros rádios em outros assen-
comércio e dos serviços, potencializam
do comércio e serviços o maior vencedor.
tos, mas exclusivo para acompanhar a
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a experience ímpar, para toda a vida. &
NOVAS IDEIAS SÃO SEMPRE BEM VINDAS. PRINCIPALMENTE QUANDO CHEGAM NO PRAZO.
O foco do 3º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Dom Cabral e o CDSV (Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade no Varejo), é a inovação. Por isso se você tem uma ideia nova, sustentável e conseguiu colocá-la em prática com impactos positivos para o meio ambiente e a sociedade, inscreva o seu projeto. Não perca tempo, porque o prazo final para fazer isto é 28.09.2012.
Categorias: Empresas, Entidades, Indústria, Órgãos Públicos e Academia.
Inscrições até 28.09.2012.
Para mais informações, acesse: www.fecomercio.com.br/sustentabilidade