Revista Espaço Brinquedo & Papelaria #104

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ESPAÇO BRINQUEDO REVISTA

| ANO 16

n0 104 Ago./Set.

| Nº 104

| 2020

| EP GRUPO EPGRUPO.COM.BR

UM DESAFIO À SENSIBILIDADE Mercado brasileiro investe em brinquedos adaptados para a inclusão de crianças especiais

E mais: Confira as apostas da indústria nacional para o Dia das Crianças!






editorial

Todos por um!

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e alguém estava despreparado para ousar e fazer diferente, 2020 resolveu na marra esse impasse. Um ano marcante em todos os sentidos, sobretudo para os empresários da indústria e do varejo. Fomos obrigados a repensar estratégias e propósitos para seguir adiante ainda que temerosos, movidos pela esperança de retomada no segundo semestre. Mas também fomos surpreendidos por grandes parcerias, em um momento marcado por empatia, solidariedade e colaboração. Não por acaso, nossa matéria de capa fala sobre as linhas infantis voltadas à inclusão socioeducativa de crianças especiais. O que você sabe sobre esses produtos, que ajudam a desenvolver habilidades tão específicas? Levar entretenimento e colaborar com suas diferentes necessidades é, sem dúvida, um desafio. Porém, essa já é uma realidade para alguns fabricantes brasileiros. Entrevistamos os primeiros empresários a se aventurar por esse nicho, a fim de mostrar o que tem sido feito. Existem produtos incríveis no mercado, mas ainda há muito espaço para desenvolver a categoria. Vale a pena ler e incorporar novos elementos aos negócios! A comunicação dirigida ao público infantil é um dos temas mais polêmicos para as marcas no Brasil. Para esclarecer as normas vigentes no País e possíveis equívocos sobre o tema, entrevistamos o advogado Dr. Marco Sabino. Confira o bate-papo com o Conselheiro da Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas (ABRAL) e saiba como atuar. Recomendo ainda a cobertura do EPConect@ Brinquedo, evento on-line realizado recentemente por nossa equipe, com o apoio e a participação de grandes marcas. A primeira edição foi marcada por um conteúdo de primeira e, principalmente, pela realização remota de inúmeros negócios. Quebramos mais uma barreira e seguimos em busca de novas experiências para o mercado. Por fim, recomendo a Gôndola de Dia das Crianças. Além de brinquedos, nossa seleção também traz alguns itens de papelaria para os lojistas montarem um mix especial para a data. Seja qual for a sua expectativa de venda, você pode superá-la!

marici@epgrupo.com.br @epgrupo fb.com/epgrupo1 linkedin.com/company/ep-grupo @epgrupo1

Ano 16 // Ed. 104 // Ago./Set. 2020 ESPAÇO PALAVRA EDITORA E ARTE LTDA. DIREÇÃO-GERAL E JORNALISTA RESPONSÁVEL Marici Rosana Ferreira (MTB 36727) CONSELHO EDITORIAL

Aires Fernandes Rogério El Ness Geraldo Zinato Alexandre Marques REDAÇÃO

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Kika Martins Jessica Lima

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/índice

10 Opinando – José Guedes [NPD Group] 12 Opinando – Marian Bossard [TIA] 14 Opinando – Henry Assef [Massfar Tecnologia]

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16 Panorama

20 Em foco – Marco Sabino [advogado e conselheiro da Abral] 24 Capa – Linhas infantis focadas na inclusão social 32 Mercado – EP Conect@ Brinquedo

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38 Gôndola – Dia das Crianças 46 Perfil de loja – Magazine Futuristic 50 Pesquisa – NPD Group


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A PANDEMIA E OS BRINQUEDOS por @José P. Guedes

O ano de 2019 foi positivo para a indústria de brinquedos no Brasil, e 2020 já começou com as vendas aquecidas. O desempenho positivo, no entanto, não resistiu à quarentena imposta pela covid a partir de 23 de março: o faturamento do mercado sofreu a maior queda em relação aos atuais 13 países onde o NPD Group monitora as vendas do varejo de brinquedos. A contração foi tão acentuada que a nossa matriz nos Estados Unidos questionou o motivo de a reação ter sido particularmente desfavorável em comparação aos demais mercados. Nas semanas seguintes ao fechamento do varejo “não essencial”, ficou claro que o mercado brasileiro de brinquedos tinha não somente um importante desafio durante a pandemia, como também grande potencial por meio do desenvolvimento do e-commerce para brinquedos. O principal motivo da queda vertiginosa do mercado

nas semanas imediatamente posteriores ao começo da quarentena no Brasil era a baixa penetração da venda de brinquedos por meio da internet. “AC” (antes da covid-19), aproximadamente 6% do faturamento do setor vinham do e-commerce. Esse percentual é muito inferior aos +20% do mercado americano, por exemplo. Com a maior parte das lojas que vendem brinquedos de portas fechadas, durante mais de 2,5 meses, o consumidor foi se adaptando ao novo “normal” e encontrou na digitalização uma ótima solução para o consumo desses artigos. Inicialmente, os itens voltados ao entretenimento familiar, tais como jogos de tabuleiro, quebra-cabeças e brinquedos ao ar livre e esportivos puxaram a retomada do mercado nacional. Hoje, passadas mais de 18 semanas no modo “DC” (durante a covid-19), é nítida a evolução do padrão de consumo on-line de brinquedos. Aqueles 6% evoluíram para mais de 18%, em pouco mais de três meses de restrições de funcionamento do comércio não essencial no Brasil. Há muito a se fazer, mas o avanço da digitalização da venda de brinquedos abre inúmeras oportunidades para fabricantes, distribuidores e varejistas.

Os itens voltados ao entretenimento familiar, tais como jogos de tabuleiro, quebra-cabeças e brinquedos ao ar livre e esportivos puxaram a retomada do mercado nacional José P. Guedes é country manager/SVP da The NPD Group Brasil.

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SOBRE MANTER E CONSTRUIR CONEXÕES por @Marian Bossard

A Toy Fair Everywhere, série virtual de eventos do segmento global de brinquedos, contou com mais de 150 expositores e quase 30 mil brinquedos e games, durante a primeira edição no mês de julho. Milhares de compradores do varejo usaram a plataforma para procurar produtos inovadores e, assim, preencherem suas prateleiras para as datas comemorativas. Os mais antenados às tendências da indústria mundial já se anteciparam. Nas próximas duas semanas, de 17 a 23 de agosto e de 14 a 20 de setembro de 2020, o mercado continuará reunido remotamente. Assim como a Toy Fair New York é o local ideal para buscar tendências e realizar negócios, a semana virtual é o principal destino on-line para

varejistas e profissionais desse segmento que desejam acesso às novidades, em um momento de insegurança para encontros presenciais. As empresas expositoras estão aproveitando a plataforma on-line para agendar reuniões e fazer o upload de catálogos de produtos e vídeos em seu espaço ilimitado no “estande”. A mídia, por sua vez, navega pelas salas de exposição para conferir as próximas tendências da temporada de férias. Com o quarto trimestre do ano chegando, a Toy Fair Everywhere se dedica a ajudar os fabricantes e compradores de brinquedos a manter e construir suas conexões, enquanto se esforçam para tocar em frente seus negócios. É um evento imperdível para todos os interessados neste mercado. Para saber mais sobre o evento, acesse o site: ToyFairEverywhere.com

A Toy Fair Everywhere se dedica a ajudar os fabricantes e compradores de brinquedos a manter e construir suas conexões, enquanto se esforçam para tocar em frente seus negócios Marian Bossard, vice-presidente executiva de eventos do mercado global da The Toy Association, idealizadora da Toy Fair Everywhere.

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NOVOS FORMATOS PARA NOVOS TEMPOS por @Henry Assef

O recado da pandemia para as empresas é bem claro: todo negócio precisa ter uma versão virtual. Não se trata meramente de substituir ou abandonar a versão tradicional do negócio, mas de criar alternativas de consumo para um mundo onde a mudança é a única certeza. E agora, como aproveitar os eventos tradicionais do ano para engajar as pessoas em tempos de isolamento social? Foi exatamente esse desafio que recebemos do maior evento de genética animal do mundo. A princípio, um tema quase impossível de transportar para o universo digital, mas que teve 100% de comercialização em tempo recorde. Se um evento agropecuário pode ter uma versão virtual, acredito que qualquer outro também pode, principalmente festividades tão tradicionais como o Halloween. Por que não gamificar o "trick or treat e levar consumidores para sua loja virtual? Lives temáticas podem premiar as

melhores fantasias. Concursos virtuais podem fomentar e viralizar decorações inusitadas. A tecnologia, quando aplicada no contexto adequado, tem um poder de multiplicação incrível e muitas marcas estão colhendo frutos no ambiente digital. Se por um lado as crianças não podem bater de porta em porta, por outro as redes sociais e os novos formatos de eventos digitais abrem uma janela de oportunidades. É o caso na nova cozinha Master Chef, que transforma o brinquedo em uma experiência interativa e coloca crianças e adultos no clima do programa, com direito ao clássico cronômetro e a temida contagem regressiva na finalização dos pratos, na voz do próprio Erick Jacquin. Óbvio que a tecnologia de Realidade Aumentada aplicada na dinâmica do jogo não substitui o brinquedo físico, mas agrega recursos interativos que certamente farão sucesso entre os fãs do reality. No final das contas, temos duas grandes notícias: um universo imenso de possibilidades virtuais e a breve retomada do varejo tradicional. São duas faces do mesmo negócio que devem receber especial atenção daqui pra frente.

O recado da pandemia para as empresas é bem claro: todo negócio precisa ter uma versão virtual. Não se trata meramente de substituir ou abandonar a versão tradicional do negócio, mas de criar alternativas de consumo para um mundo onde a mudança é a única certeza. Henry Assef – executivo de Realidade Aumentada na Massfar Tecnologia

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#panorama

L.O.L. Surprise! faz aniversário

Novo jogo do “Xis”

Em parceria com Camila Loures, uma das influenciadoras de maior destaque no País, a Pais&Filhos acaba de lançar um jogo exclusivo. Com uma mecânica totalmente original, a novidade é baseada no quadro de maior sucesso do canal da jovem no YouTube. O lançamento oficial foi feito em um episódio especial, com direito a pré-venda até que o produto seja distribuído no varejo – previsão para este mês (agosto). Na ocasião, devido ao excesso de acessos, a página até saiu do ar.

O mês de julho foi marcado pelo aniversário da boneca L.O.L. Surprise!, que completou 3 anos, e sendo uma das marcas mais vendidas ao redor do mundo. Todo o conceito da linha foi construído com o intuito de surpreender as crianças, desde o próprio nome, inspirado na linguagem do universo digital. Em apenas dois anos, a marca acumulou mais de U$ 7 bilhões em vendas no varejo e, até o momento, vendeu mais de U$ 5,5 bilhões em bonecas no mundo todo. Com o intuito de celebrar esse fenômeno, o aniversário da L.O.L. Surprise! será comemorado com diversas ações. Entre elas, o lançamento de produtos, conteúdo inédito nas mídias digitais, promoções e campanhas com influenciadores. No Brasil, a marca da MGA, que é número um em licenciamento infantil no mundo comemora lançando, em parceria com a Renner, uma nova coleção de roupas licenciadas. Além disso, a fast fashion também desenvolveu um filtro no Instagram para os fãs da boneca se divertirem. Basta acessar o perfil oficial da marca para usá-lo. Segundo informações da License Global, a empresa de brinquedos MGA Entertainment e a editora de videogames Nighthawk Interactive se uniram para o lançamento de um jogo para Nintendo Switch das bonequinhas L.O.L. Nos Estados Unidos, o lançamento está previsto entre setembro e dezembro deste ano.

Chicco no Brasil

A Artsana Brasil comunicou recentemente ao mercado o fechamento de 11 lojas da Chicco existentes no País. Atualmente, a companhia conta com um portfólio de mais de 1.000 clientes distribuídos por todo território brasileiro. Sendo assim, a empresa decidiu operar por meio de lojas multimarcas, reforçando ainda mais sua presença, hoje amplamente reconhecida pelo consumidor final. A empresa continuará com o atendimento direto via WhatsApp, canal pelo qual o cliente pode realizar normalmente as suas compras.

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#panorama

Mattel e Hot Wheels Linhas inéditas de Baby Alive e Playskool

A Divertoys anuncia novos brinquedos Baby Alive e Playskool. Além de carrinho de bebê e cadeirão de papinha, foram criados outros itens que complementarão a brincadeira com a marca de bonecas cuja página no YouTube conta com mais de 1 bilhão de views. Baby Alive já vendeu mais de 40 milhões de unidades em todo o mundo. Já para Playskool, uma das maiores e mais importantes marcas Hasbro com foco na idade pré-escolar, a Divertoys desenvolveu uma linha completa de brinquedos didáticos, utilizando os personagens Transformers e My Little Pony.

Durante a Comic-Con@Home, a Mattel revelou um de seus próximos lançamentos: um novo modelo de Hot Wheels inspirado no personagem The Child, de The Mandalorian, do Disney+. O personagem é conhecido pelos fãs como Baby Yoda pelas semelhanças com o personagem clássico de Star Wars (Guerra nas Estrelas). O brinquedo terá a forma de um carro inspirado em detalhes do personagem. O brinquedo foi criado para acompanhar o lançamento da série que estreou em streaming no final do ano passado. O lançamento do novo modelo de Hot Wheels ocorrerá em fevereiro de 2021 e se juntará a uma lista crescente de outros produtos de consumo de The Mandalorian, anunciados no início deste ano. Fonte: License Global.

Hasbro lança novos colecionáveis

Em parceria com a Marvel, a Hasbro comemora o aniversário de 20 anos de X-Men com três lançamentos na linha Marvel Legends. A pré-venda exclusiva da novidade já começou, embora as novas figuras de ação cheguem ao mercado somente em outubro. Para os fãs, já é possível garantir o produto pelo site da amazon.com.br. Os boneco Hasbro Marvel Legends Series Figura Wolverine e X-Men Mística prometem muitas aventuras dos mutantes para a criançada. Também estão disponíveis os personagens Magneto e Professor Xavier.

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em foco/ Marco

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ntidades dividem opiniões sobre a publicidade infantil no Brasil, mas o combate aos anúncios abusivos é um ponto em comum. Para esclarecer a questão do ponto de vista legal, entrevistamos o conselheiro da Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas (Abral) e advogado da Mannrich e Vasconcelos Advogados, Marco Sabino. A seguir, compreenda as normas e a atual situação da comunicação para o público infantil:

ESPAÇO BRINQUEDO & PAPELARIA – Quais são as leis que norteiam a comunicação dirigida ao público infantil? MARCO SABINO – A publicidade é tutelada pela Constituição Federal e, em relação a crianças e adolescentes, segue o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O Código de Defesa do Consumidor (CDC) disciplina os tipos ilegais de publicidade. Já o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária (Conar) cumpre com grande competência seu papel, com regras aplicáveis a todos os anunciantes, justamente com o objetivo de regulamentar a publicidade, inclusive a chamada de infantil. A autorregulamentação é a melhor política, não apenas pelos resultados concretos que podem ser observados com 40 anos de evolução da ética na publicidade, como também, de maneira geral, pela sua capacidade de atualizar as normas para atender uma realidade cada vez mais dinâmica e pela agilidade em tirar campanhas irregulares do ar em comparação com as decisões do Judiciário, que pode levar anos até chegar a uma sentença definitiva. Com eficiência, a autorregulamentação consegue manter a conformidade ética dos anúncios, modelo observado no mundo inteiro.

EBP – De que maneira o fim da publicidade inviabiliza a pro-

gramação infantil na TV? SABINO – Concordo e entendo que a insegurança jurídica seja um dos principais motivos do baixo investimento. Grandes empresas preferem não associar suas marcas a conteúdo produzido para crianças. Como sabemos, sem publicidade, fica impossível ao jornalismo

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ou entretenimento de qualidade gratuitos sobreviverem. Temos de lembrar que no Brasil a TV aberta ainda é a principal forma de lazer da população, pois a TV por assinatura chega a menos de 20% da população. Isso sem considerar que há regiões do País, justamente aquelas com maior porcentagem de população infantil, em que ela não ultrapassa 5%. Como se pôde confirmar agora com as desigualdades de acesso ao ensino à distância nas várias regiões do Brasil e dentro das próprias cidades, a internet também não tem a penetração da radiodifusão em território nacional. Os suplementos infantis nos jornais deixaram de existir e não migraram para o on-line. Isso sem falar na qualidade do sinal das operadoras, que, nesses tempos de isolamento social, notamos que tem qualidade de alcance muito variado conforme região.


Os esforços de pais, educadores, autoridades e da comunidade devem encontrar na publicidade fator coadjuvante na formação de cidadãos responsáveis e consumidores conscientes EBP – Qual o papel de pais e escolas nessa questão? SABINO – Primeiro, os pais são os responsáveis pela edu-

cação, e esse papel não pode ser delegado. Quando muito esses pais podem ter parceiros, e a escola é definitivamente um deles. A educação está se transformando, olhando para a formação de um cidadão pleno e, em países democráticos, temas como consumo, liberdade e democracia devem fazer parte de qualquer currículo que queira dialogar com a sociedade atual. O consumo faz parte da nossa sociedade e não é um mal em si. O mal é o consumismo, o exagero, o abuso. Isso vale para a publicidade também. Atenção: não é o Estado ou a sociedade civil que devem reger as crianças; são seus pais, com primazia.

Entre as orientações do Código, estão que os anúncios deverão refletir cuidados especiais em relação à segurança e às boas maneiras e, ainda, abster-se de desmerecer valores sociais positivos, tais como, dentre outros, amizade, urbanidade, honestidade, justiça, generosidade e respeito a pessoas, animais e ao meio ambiente; provocar deliberadamente qualquer tipo de discriminação, em particular daqueles que, por qualquer motivo, não sejam consumidores do produto; associar crianças e adolescentes a situações incompatíveis com sua condição, sejam elas ilegais, perigosas ou socialmente condenáveis; impor a noção de que o consumo do produto proporcione superioridade ou, na sua falta, a inferioridade; provocar situações de constrangimento aos pais ou responsáveis, ou molestar terceiros, com o propósito de impingir o consumo. O Código também nos ensina que, quando os produtos forem destinados ao consumo por crianças e adolescentes, seus anúncios deverão contribuir para o desenvolvimento positivo das relações entre pais e filhos, alunos e professores, e demais relacionamentos que envolvam o público-alvo deste normativo; respeitar a dignidade, ingenuidade, credulidade, inexperiência e o sentimento de lealdade do público-alvo; dar atenção especial às características psicológicas do público infantojuvenil, presumida sua menor capacidade de discernimento; obedecer a cuidados tais que evitem eventuais distorções psicológicas nos modelos publicitários e no público-alvo; abster-se de estimular comportamentos socialmente condenáveis. Ou seja, as empresas devem comunicar-se com responsabilidade, seguindo as determinações legais. Esse deve ser o nosso compromisso e a nossa contribuição para uma sociedade melhor.

EBP – Quais as responsabilidades da publicidade, em relação

às crianças e ao consumo? SABINO – Em seu artigo 37, dedicado à comunicação de produtos para crianças, o Código de Autorregulamentação Publicitária do Conar traz, logo em sua abertura, a premissa de que “Os esforços de pais, educadores, autoridades e da comunidade devem encontrar na publicidade fator coadjuvante na formação de cidadãos responsáveis e consumidores conscientes”.

EBP – Como regular a publicidade infantil no ambiente vir-

tual? SABINO – Na realidade, o que são proibidos são os abusos.

Entre nossos associados temos empresas que atuam com responsabilidade há mais de 60 anos sem ter sofrido ne-

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em foco/ Marco

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nhum tipo de demanda nesse sentido. Entendemos que as recomendações do Conar e as normas vigentes dão conta de muitas das principais preocupações em relação à presença da comunicação de produtos e serviços para crianças também no ambiente digital. O conteúdo publicitário deve estar sempre claramente identificado, por exemplo. Somos a favor de que sejam punidos os abusos, não importa o meio em que praticados. Se não existe financiamento ao conteúdo infantil nas TVs ou em outros meios, os youtubers acabam sendo a única referência. Ao mesmo tempo, hoje existe uma grande crítica ao excesso de tempo de tela por parte das crianças. Mas, se vemos brinquedos, desenhos animados, revistas em quadrinhos e outros conteúdos infantis como nocivos, o que restará às crianças, visto que brincar na rua não é uma alternativa na maioria das grandes cidades? Existe um direito constitucional à liberdade de iniciativa comercial, à liberdade de manifestação do pensamento, à liberdade de expressão publicitária. Produtos lícitos podem e devem ser anunciados. Caso contrário, jamais serão conhecidos. Por isso, a publicidade tem função social, informando sobre produtos e serviços no mercado, independentemente se serão consumidos por qualquer categoria – idosos, jovens, crianças, adultos. Por detrás desse desejo de negar liberdades sob a falsa alegação de proteger crianças há um autoritarismo enrustido, que muito combina com nossos tempos, de maneira infeliz, mas em nada se alinha com onde queremos chegar, com autonomia, autodeterminação familiar, dignidade e informação.

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EBP – A propaganda dos adultos também não atinge as crianças? SABINO - Vivemos em uma sociedade de consumo. Como advertiu Harari, poderíamos ser caçadores-coletores, mas sofremos revoluções agrícola, cognitiva e industrial e chegamos a um mundo em que as pessoas ambicionam bens e itens que, por que não, formam seu direito à identidade. Independentemente de publicidade, crianças vivem em um mundo de marcas, tendo contato com elas no comércio, na escola, em casa, no dia a dia. Não há qualquer estudo sério de impacto da exclusão da publicidade de itens para crianças, até porque esse estudo seria desvirtuado em razão da miríade de variáveis que não permitiriam que qualquer hipótese fosse testada e validada ou infirmada. Existem produtos que não anunciam e são sucesso de público. Como explicar? Por isso, somos a favor da livre expressão. Falar de publicidade de bens para crianças é falar de educação. É refletir sobre o modelo de formação que estabelecemos para as nossas crianças. É falar da função social informativa da publicidade. Debater o modelo de comunicação atual e futuro é abrir espaço para incluir a educação midiática nas pautas familiares e na grade curricular das escolas. Já existem iniciativas que estão levando essa discussão para as escolas, já que crianças não precisam apenas aprender a se defender da publicidade ilegal, mas das fake news, dos conteúdos abusivos e de tantos perigos observados nas mídias de hoje. Essa não é uma discussão de tudo ou nada", binária ou de soma zero. Em vez disso, esse debate é importante para construir uma sociedade em que crianças sejam orientadas por seus pais sobre o mundo que as cerca.


OOPS SCOOPS Reveze para empilhar as bolas de sorvete na casquinha! Mas fique atento, pois a casquinha vai tremer e sua torre pode desmoronar, deixando a brincadeira mais desafiadora!

TÁ PENSANDO O QUÊ? Um jogo de criatividade e muita diversão! Para descobrir no que você está pensando é preciso usar a imaginação e fazer perguntas inusitadas. Tente descobrir antes dos outros jogadores e seja o vencedor!

MESTRE DA MÍMICA Coloque sua criatividade em jogo e solte a imaginação com as mímicas mais loucas e tente convencer seus amigos a descobrir as palavras corretas. Misture os temas e crie mímicas ainda mais engraçadas.

CLÁSSICOS COPAG Uma coleção imperdível de jogos clássicos para toda família! Conta com um baralho COPAG, Jodo do Mico, jogo do Burro, Dominó, Ludo, Dama, Dama Chinesa e Sobe e Desce.

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Respeito e diversão

por @Jéssica Lima

PARA TODOS

Marcas voltam a atenção para brinquedos inclusivos, a fim de amenizar as diferenças de corpos, raças e gênero na infância

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representatividade é um tema cada vez mais presente nos debates sobre a infância e precisamos reconhecer a importância da identificação que trazem os personagens de filmes, desenhos, figuras públicas e brinquedos. O entretenimento também é uma forma de as crianças aprenderem sobre a cultura e o contexto em que estão inseridas. Em 2018, a atriz Erika Januza participou da Dança dos Famosos, quadro do programa Domingão do Faustão, da TV Globo, vestida com uma roupa típica de contos de fadas. Emocionada, ela falou do quanto estava feliz por estar vivendo aquele momento. “Quando eu era criança, não tinha uma princesa negra. E aí, quando eu vesti o figurino pela primeira vez, eu chorei tanto pensando nas meninas que estariam em casa assistindo e vendo que é possível, sabe? Eu posso ser o que eu quiser. A cor da minha pele não pode me impedir disso. E eu estou muito feliz de estar aqui vivendo isso e representando tanta gente, como eu tanto quis ser representada um dia.” Melissa Emanuelle dos Santos Sousa, que tem menos de 1 ano, nasceu sem a mão esquerda. Com isso, sua mãe, Débora Emanuelle, 28, decidiu que cortaria a mão de todas as bonecas que a filha ganhasse para mostrar a ela que ser diferente é normal. A americana Ella Rogers tem 2 anos e nasceu com uma doença congênita que a impede de andar. A pequena ganhou uma Barbie em uma cadeira de rodas e sua mãe aproveitou para re-

m de-

as de

gistrar o momento. O vídeo com a reação de surpresa e felicidade de Ella viralizou. Segundo Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga especialista em gestão escolar, algumas marcas já começaram a perceber a importância de fabricar brinquedos com e para diferentes tipos de corpos, raças, gênero, orientação sexual e deficiência física. “É possível verificar uma adesão dos fabricantes aos poucos. Hoje já temos várias lojas com brinquedos e atividades pedagógicas com abordagem para Transtorno do Espectro Autista, Síndrome de Down, Transtorno de Déficit de Atenção, entre outros. Brinquedos e materiais prontos para auxiliar no momento da inserção escolar ou da própria escolarização”, contou. O censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) identificou que 45,6 milhões de pessoas (23,9%) tinham algum tipo de deficiência. O censo de 2019 mostrou que havia no País 98,1 milhões de pessoas pardas; 19,8 milhões de pretas e 89,4 milhões de brancas. Além disso, a população LGBTQIA+ no Brasil é estimada em 20 milhões de pessoas. Mesmo que, juntos, o número de pretos e pardos seja maior que o de brancos, um levantamento de 2018 realizado pela “Cadê nossa boneca?”, campanha da ONG Avante sobre padrões estéticos e representatividade na infância, mostrou que os modelos de bonecas negras representam apenas 7% do total. Dos 762 tipos analisados, só 53 eram negras. LOL (Candide)

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Barbie Fashionistas (Mattel)

A psicopedagoga aproveita o dado para levantar a questão: “Será que os pretos, deficientes, quilombolas, LGBTQIA+ estão representados e são respeitados na sociedade? Aqui perpassamos por uma questão histórica, social e de preconceito. Quantas famílias comprariam esses produtos específicos sem estarem dentro desses grupos?” “A conscientização e o reconhecimento da diversidade e pluralidade é uma questão urgente no Brasil. É preciso um olhar para o ser humano, para a felicidade plena de todos e não apenas de um grupo específico, seja ele qual for”, acrescentou. Pensando nisso, separamos alguns dos fabricantes mais tradicionais de brinquedos que já começaram a se conscientizar sobre a importância de ter produtos que promovam a inclusão, a representatividade e a diversidade em seu portfólio como forma de construir uma sociedade mais justa e igualitária ainda na infância, ressignificando as diferenças para que as crianças possam crescer com autoestima. A FUNKO lançou a linha Pride de colecionáveis nas cores do arco-íris de Batman, Hello Kitty e Bob Esponja em apoio à comunidade LGBTQIA+, definindo a iniciativa como uma “celebração da inclusão e aceitação”. Já a MATTEL, com a Creatable World, traz kits com bonecos e adereços sem gênero preestabelecido para que a criança monte como preferir.

Pride (Funko)

Produtos sem gênero que estimulam a adaptação social, o aprendizado pela imitação e a coordenação motora podem ser encontrados na TATETI, como o Super Mercadinho, que é um carrinho de supermercado; a Cozinha no Sítio tem a estrutura de um fogão a lenha; o Kit de Limpeza consiste em vassoura, rodo e pá; a Nutri Cozinha são frutas e verduras em miniatura com velcro; a Riva Mr. Chef é uma minicozinha com pia, fogão e micro-ondas; o Le Grand Chef Júnior também é uma minicozinha; e a Lanchonete Completa parece um carrinho de cachorro-quente. Com cores neutras, a coleção Mini Chef da XALINGO tem recursos para reproduzir situações do dia a dia e criar novas histórias. A Cozinha Mini Chef Fantástica tem pia, forno e fogão; o Fogão Gourmet é um forno com grade deslizante e porta translúcida; e o Refrigerador Side by Side possui dispenser de água, porta-latinhas e formas para gelo. A COTIPLÁS tem uma linha de brinquedos sem distinção de gênero, como a Mesa de Blocos Interativos, o Mercadinho, a Cozinha, o Quebra-Cabeça, a Mesa de Atividades, a Casinha Divertida, entre outros. Para destacar a inclusão de pessoas com deficiências físicas, a linha Barbie Fashionistas, na já citada MATTEL, abrange uma coleção que contém bonecas com

Cozinha do sítio (Tateti)

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Time de Campanha 2020 da Barbie (Mattel)

vitiligo, sem cabelo, com prótese na perna e em cadeira de rodas. A coleção redefine o que significa ser “uma Barbie” ou como uma Barbie se parece, permitindo que crianças se identifiquem e sintam-se representadas. Com uma linha de brinquedos com recursos em braile, a CARDOSO pensou especialmente nas crianças com deficiência visual e até nas que não têm deficiência, como forma de incentivar que elas também aprendam e interajam com esse universo. Os brinquedos são didáticos, lúdicos, divertidos e com peças para encaixar. São eles: Dino Escolar; Maletuxo com Letras; Maletuxo com Números; Bauduxo Didático; e Mesinha de Atividades. A Baby Alive, da HASBRO, tem bonecas de diferentes cores de pele e, neste ano conta com quatro modelos negras: Misturinha, Linda Cauda, Tinycorn e Aprendendo a Cuidar. As bonecas, desde 2017, vêm com a opção de falar com a “mamãe” ou com o “papai”. Também na categoria de representação de gênero e raça, a gigante MATTEL, que já desenhou bonecas com corpo curvilíneo, pequeno e alto,

Síndrome de Down (Leave it to Leslie)

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Baby Land Dino Escolar (Cardoso)

acrescenta também bonecas com profissões variadas para mostrar que uma pessoa pode ser o que ela quiser. Recentemente, lançou uma linha com quatro bonecas em campanha presidencial, sendo a candidata à presidência negra. A marca ainda tem as linhas Chelsea, Cave Club, American Girl, Polly Pocket, Wild Hearts Crew, entre outras, com bonecas em diferentes tons de pele, estilos, tipos e cores de cabelo. Sucesso da CANDIDE, a L.O.L. Surprise! tem se tornado cada dia mais querida, tanto pelas crianças quanto pelos adultos que amam coleções. Fenômeno de vendas, elas levam para o mundo da diversão e das brincadeiras o que deve ser passado na educação de cada criança o respeito pelas diferenças. Já são pelo menos 12 linhas com opções de bonecas em diferentes etnias.Além disso, a linha Our Generation também conta com a boneca Haven, que é negra. A marca australiana LEAVE IT TO LESLIE é especializada em brinquedos de assistência à infância, tem bonecas e bonecos com características físicas de pessoas portadoras de Síndrome de Down, além de bonecos que representam o caucasiano, o hispânico, o muçulmano, o árabe e o indiano. Também celebrando a diversidade, a estadunidense PARADISE GALLERIES procura fazer bonecas de todos os tons de pele, etnias e gêneros. A Baby Mei, a Su-Lin e a K-Pop são alguns dos modelos de asiáticas. Há opções de bonecos também. A BABY BRINK trabalha com a boneca Bia da coleção Team Stephany. Essa linha é composta por quatro bonecas que buscam

Baby Mei (Paradise Galleries)


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capa representar diferentes atitudes e estilos das adolescentes modernas. O jogo #Partiu, da PAIS & FILHOS, é a versão moderna do jogo da vida e o “Quem é você? – Princesas” é uma versão do “Quem é Você?” com princesas de todas as etnias. Na ESTRELA, o Bebê Surpresa tem 10 variações, sendo tudo surpresa na hora da compra: a cor da pele, o gênero e a cor dos olhos. A coleção Bebezinhos apresenta diversos detalhes, como o cheirinho de talco, igual ao de um bebê que acabou de sair do banho. Suas roupinhas são de alta costura e com estampas exclusivas. A linha My Little Collection, da DIVERTOYS, possui vários modelos de bonecas em diferentes tons de pele. Na COTIPLÁS, com as coleções Frutinhas, Pop Surprise, Ninos, Lil Cutesies, Charmosa Negra, Lil Dreamsies, Tayla, Baby Jr. e Bebezinho, a marca explora diversas etnias. Já na ROMA BRINQUEDOS, as coleções de Lari and Me e Água Babies possuem bonecas negras. Da MILK, Nelly Doll, Meninas Milk, Judy Faz Xixi, Little Baby, Meninas Brasileiras e Anaiza são as coleções da empresa que buscam promover representatividade, assim como As Pekenekas, da SID NYL.

Através do consumo, como bem definiu Aires Fernandes, diretor de marketing da Estrela, indivíduos percebem que podem modificar o mundo para melhor. “É crescente a tomada de consciência e a escolha por empresas que tenham propósitos e atitude. Marcas são exemplos para as pessoas, refletindo um papel de identificação e difusão de valores em suas vidas.”

“Quem é você? - Princesas” (Pais & Filhos)

MATERIAL ESCOLAR Alguns fabricantes tradicionais de materiais escolares também já estão desenvolvendo soluções que impactam e melhoram a vida das pessoas com necessidades especiais, contribuindo para a independência e a autonomia na execução das atividades do dia a dia. A FABER CASTELL, por exemplo, trabalha com a Tesoura Vai e Vem, cujo uso por pessoas com diferentes níveis de coordenação motora é facilitado. Sua pega é diferenciada, o que possibilita um encaixe perfeito e firme, além de possuir trava de segurança. Já a linha Caras&Cores foi criada para atender a demanda de escolas, professores e consumidores que pediam por lápis que pudessem colorir desenhos de rostos com diferentes tons de pele. A linha inclui: lápis de cor (12 e 24 cores + 3 Caras&Cores com 6 cores), guache, massa de modelar, canetinha e giz de cera.

Ainda nessa linha de lápis para diferentes tons de pele, a TRIS conta com o lápis de cor Mega Soft Color Tons De Pele e a canetinha Mega Hidro Color 12 Cores Tons de Pele. A CIS tem o estojo Criatic, que vem com seis lápis. A KORALLE fabrica o Giz De Cera Pintkor Cores Tons De Pele Uniafro, que foi produzido para que crianças e adultos tivessem uma maior conscientização de que os tons são muitos e não apenas a “cor de pele” que vem na tradicional caixa de lápis. Tem opções de 12 e 24 cores. E a CRAYOLA, com o Crayon Pack, inclui 24 cores de giz de cera, com cores para olhos e cabelos. Tesoura Vai e Vem (Faber Castell)

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capa

Grip Ergonômico (Tilibra)

Giz De Cera Pintkor Cores Tons De Pele Uniafro (Koralle)

Na SÃO DOMINGOS, a coleção Girl Power, de meninas empoderadas e estilosas, conta com uma personagem cadeirante com o objetivo de mostrar que todos temos a mesma importância. Na coleção Debby, a marca explora nas capas a diversidade de raças; e com a coleção Love Wins a SD representa, através das cores, a comunidade LGBTQIA+. A fabricante também produz cadernos com alfabeto em libras. Já a linha Académie, da TILIBRA, é de cadernos quadriculados com quadrículas maiores que as convencionais, com 2x2 cm, e dois modelos com pautas largas. Esses produtos são voltados a pessoas com dificuldade motora e capacidade visual reduzida. Na categoria de acessórios, o Grip Ergonômico pode ser acoplado ao lápis para auxiliar na coordenação motora. Para o Volta às Aulas 2021, a JANDAIA terá cadernos com papel off white, que promove maior conforto visual pois produz menos reflexo de luz, cansa menos a visão e atende as necessidades de portadores da Síndrome de Irlen, uma alteração visuoperceptual causada pelo desequilíbrio na capacidade de adaptação à luz. O Engrossador Grip, da MERCUR, é um pedaço de borracha que se encaixa em vários tipos de materiais com o intuito de melhorar o controle da escrita, não deixar o

instrumento escorregar das mãos, além de aliviar o cansaço dos dedos. O Giz de Cera Tijolinho tem formato retangular, possibilita novas formas de pega, traço e desenho. O Gizão Grosso de Cera Vegetal tem vida longa e permite muitas experimentações, auxiliando no desenvolvimento da coordenação motora. A Tinta Guache Lavável tem um frasco cilíndrico que se adapta à mão, possui bico aplicador e tem diferentes possibilidades de uso. O Borrachão e o Borrachão de Apagar Longo apagam áreas maiores e deixam os movimentos mais estáveis e seguros, principalmente para quem possui alguma dificuldade motora ou tremor nas mãos. “Conseguir acompanhar a sua turma, realizar uma atividade com autonomia, pintar e ter contato com a educação por meio da arte é algo que não tem preço no desenvolvimento”, destacou a Mercur. Por muitos anos, a exclusão e a segregação da pessoa com deficiência foi vivida e ainda há muito para conquistar e alcançar. “Enquanto caminhamos nessa direção, é necessário que esse público seja inserido na escola e na sociedade de alguma maneira, e os produtos inclusivos vêm para mostrar representatividade, reconhecimento de uma identidade e possibilidades de estarem aprendendo na escola com os recursos e estratégias necessárias para o seu aprendizado significativo”, finalizou a psicopedagoga Ana Regina.

Giz de Cera Tijolinho (Mercur)

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Lovewins 2021 – Universitário (São Domingos)


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/mercado por @Jéssica Lima

BALANÇO DO EP CONECT@ Brinquedo

Com formato inovador, evento proporcionou boas conversas, apresentações e negócios

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ealizado entre os dias 29 de junho e 2 de julho, o EP Conecta Brinquedo foi um sucesso. Na ocasião, as marcas i9, Elka, Pakitoys, Cardoso Toys, Novabrink, Fun, Xalingo e Estrela apresentaram suas apostas para o Dia das Crianças. “As rodadas de negócios reproduziram, mesmo de forma remota, o calor humano do contato fornecedor/cliente. Trocas de informações e opiniões mostraram caminhos para a recuperação do segmento, no período mais importante do ano. E, ainda, novos negócios se abriram com quem ainda não atuava no universo do brinquedo”, declarou o diretor de marketing da Estrela, Aires Fernandes. Durante o EP Conecta Brinquedo, também foram realizadas algumas conversas sobre as tendências do segmento. José Guedes, presidente do NPD Group no Brasil, falou sobre os desafios e oportunidades do mercado de brinquedos. No Brasil, as bonecas e carrinhos representam 36% do faturamento de brinquedos. Enquanto nos Estados Unidos representam 21%. Ele também destacou as inovações dos últimos dois anos: LOL, Luccas Neto, youtubers, além de séries e games entrando para os brinquedos. A Play Pesquisa e Conteúdo, representada por Ana Amélia de Cesaro e Aurélia Picoli, falou sobre a transformação no brincar, com uma pesquisa realizada pela empresa em maio. A primeira transformação revela que os pais já compram brinquedos sem data especial e a maior motivação de compra é a necessidade de entreter os pequenos (91%) por mais tempo (82%) porque precisam trabalhar sem serem interrompidos (86%). A segunda transformação é que os pais já têm permitido que as crianças descubram novas telas livremente. Novas redes sociais já estão fazendo parte da distração das crianças: 43% usam o TikTok; 42%, o YouTube;17%, o YouTube Kids; e 14%, o Pinterest. Dos entrevistados, 91% disse que a ação nos vídeos é o que mais atrai.

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Quanto ao varejo do futuro, Héctor Núñez, ex-CEO da Ri Happy/PB Kids, e Alberto Serrentino, CEO da Varese Retail, falaram sobre o quanto a crise não afetou os setores de forma homogênea e isso gerou capacidade de reações distintas. Na Ri Happy, a prioridade foi cuidar das pessoas, dos clientes e abrir lojas apenas para retirada de produtos, com disponibilidade de transações via WhatsApp.


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/mercado Ana Costa, especialista em comportamento de consumo e gestão de PDV, abordou o normal possível do varejo. Mais do que reabrir, a loja precisa ser reinaugurada para que o cliente perceba que mudou. Além disso, a nova experiência que o cliente quer encontrar na loja é serviço de qualidade, com customização e agilidade. Para falar de emoções e das novas tendências do brincar, a psicóloga clínica infantil Caroline Leal contou que não tem como ser feliz o tempo todo, mas o bem-estar acontece no momento presente e perdura. Ela compara as emoções com ondas que atingem um barco: as ondas passam e o barco fica. Ela citou o filme Divertida Mente, que fala sobre as emoções que nascem conosco, algumas com funções sociais e outras com funções de preservação da vida. Além disso, jogos de tabuleiro são um dos momentos do dia mais esperados pelas crianças, já que é o momento de proximidade com os pais.

Fabrizzio Topper, fundador da Driven Cx, falou sobre a transformação digital que foi acelerada com a pandemia. Ainda assim, o mercado b2b teve dificuldade de se adaptar porque algumas indústrias pensaram direto no consumidor final. Um dos principais pilares para ter um processo de transformação digital bem-sucedido é ter o apoio da presidência e diretoria executiva da empresa, e entender que o digital não é um fornecedor e sim um projeto. Sobre a dinâmica do varejo de brinquedo, Carlos Amorin, da Ciatoy, Ricardo Barbosa, da Xicko’s, Roberto Prato, da Superlegal, e o advogado Fernando José Fernandes Junior participaram de uma conversa para falar do quanto o consumidor sente necessidade de comprar na loja física. De que apesar de o fluxo de clientes em shoppings ter caído, o ticket médio subiu.

DEPOIMENTOS DOS PARTICIPANTES!

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“O evento foi inovador para o mercado de brinquedos. Neste novo normal, as lives e videoconferências ganharam uma importância muito grande para fechamento de negócios. Para nós, a rodada de negócios rendeu pelo menos cinco novos clientes” – Julio Gaspar, gerente nacional de vendas da Cardoso Toys.

“O EP Conecta foi positivo para a empresa, que tem como carro chefe a linha #EuQFiz. Além de estreitar a relação com nossos clientes ativos, abriu conversas com diversos clientes que ainda não trabalhavam com a nossa empresa. Isso foi fundamental neste momento que as reuniões estão suspensas. É essencial repensar as estratégias” – José Luiz Vasconcelos Junior, proprietário da i9.

“O evento se caracterizou pelo pioneirismo. De uma forma inteligente e eficiente, pudemos compartilhar as estratégias desenhadas para o segundo semestre. É importante os clientes tomarem contato com os lançamentos e seus respectivos apoios promocionais e publicitários” – Aires Fernandes, diretor de marketing da Estrela. 34 /

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/mercado “A iniciativa foi interessante, já que durante a quarentena o contato com os clientes fica limitado. A rodada de negócios serviu para que a empresa reforçasse a sua promoção pré Dia das Crianças” – Luiz Fiorini, diretor de marketing da Fun Divirta-se.

“O EP Conecta Brinquedo foi inovador para o segmento de brinquedos e realizado em um período muito pertinente, por estar próximo ao Dia das Crianças. Permitiu reforçarmos mensagens importantes sobre a categoria e nossa estratégia para os varejistas” – Gustavo Rela Bruno, VP da Mattel na América Latina. “Sei que surgirão algumas negociações. Acreditamos que nesta semana já sairão alguns pedidos pequenos. O EP Conecta Brinquedo foi muito feliz porque pega carona na retomada do mercado. Um dos pontos fortes foi a questão da marca, já que somos novos no mercado. Então, serviu para reforçar nossa presença e sentimos isso na rodada de negócios” – Diego Pampin, sócio-proprietário da Pakitoys. “Considero que o resultado do evento foi fantástico, o momento (de retomada), apropriado, e o formato veio para ficar. Foi a primeira vez que realizamos de maneira mais massiva e simultânea para um grupo grande de clientes esse tipo de apresentação on-line, e o feedback foi ótimo. A rodada de negócios também foi extremamente positiva. Certamente estaremos presentes nos próximos” – Germano Brandino, diretor de marketing da Nova Brink.

“Achamos o evento uma iniciativa interessante e muito positiva. Seu formato inovador nos aproximou dos clientes de forma eficiente e criativa em uma época delicada, em que o contato estava mais restrito. As apresentações em vídeo e as rodadas de negócios ampliaram o conhecimento dos clientes e compradores sobre a empresa e sobre os produtos, mostrando assim características que até então alguns desconheciam. Para a Xalingo, a participação foi muito importante e gratificante” – Tamara Campos, gerente de marketing da Xalingo. 36 /

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/gôndola

DIA DAS Crianças

Confira as apostas da indústria e prepare um mix especial para a data

MASSA CHICLÉ [ACRILEX] Indicação de idade: A partir de 3 anos. DENTAL TIMER - LINHA ANGIE ORAL CARE [ANGELUS] Indicação de idade: A partir de 2 anos.

COMANDO POLICIAL E BASE DE BOMBEIRO [BRASKIT] Indicação de idade: A partir de 4 anos.

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PAVÃO - COLEÇÃO: ECOLÓGICOS [BICHOS DE PANO/CAS] Indicação de idade: A partir de 6 meses.

AGARRADINHOS ZOO FRIENDS [APOLO BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

BUBBLE STICK LUCCAS NETO [BRASILFLEX] Indicação de idade: A partir de 3 anos.


DIA DAS CRIANÇAS

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BANCADA MASTERCHEF [BIG STAR BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

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PROVAS MASTERCHEF [BIG STAR BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir de 7 anos.

NA NA NA SURPRISE! [CANDIDE] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

BLOCKS TRUCK RIDE ON – COLEÇÃO BABY LAND [CARDOSO TOYS] Indicação de idade: De 12 a 36 meses.

JOGO DAS MÁSCARAS – ARTS & CRAFTS [COPAG] Indicação de idade: A partir de 4 anos.

ENCAIXE FORMAS – ONCINHA PINTADA [ELKA PLÁSTICOS] Indicação de idade: A partir de 12 meses.

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SUPER MASSA COM LIVRO [BRINQUEDOS ESTRELA] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

PISTA ELÉTRICA PAW PATROL TRACK PATROL 2,9 METROS [CARRERA – CALIFORNIA TOYS] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

ECOLÁPIS CARAS&CORES [FABER CASTELL] Indicação de idade: De 5 a 12 anos.


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LINHA TONS PASTEL – TEXTLINER 46 TONS [FABER CASTELL] Indicação de idade: De 8 a 12 anos.

ACTION FIGURE ARTICULADA BATMAN MCFARLANE [FUN DIVIRTA-SE] Indicação de idade: A partir de 12 anos.

#EUQFIZ TIE DYE [I9 BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir de 10 anos.

MEGABRAÇO HIDRÁULICO [4M - IMPORTADOR KOSMIKA] Indicação de idade: A partir de 8 anos.

MICROSCÓPIO SMART – LINHA CIÊNCIAS [MARIO BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir de 8 anos.

BABY MORANGUINHO DODOI COM MÁSCARA [MIMO TOYS] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

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RUMMIKUB JÚNIOR [GROW] Indicação de idade: A partir de 6 anos.

TAPETE AMARELINHA PATRULHA CANINA [LIDER BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

QUEBRA-CABEÇA 500 PEÇAS MOSCOU [NIG BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir de 7 anos.


AMIGUINHO ESCONDE ESCONDE

As orelhas se movem brincando de esconder

com frases divertidas

Frases e Músicas em Português

Yes Toys Com., Imp. e Exp. de Brinquedos Ltda

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/gôndola

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BONECO DO YOUTUBER GATO GALÁCTICO [ROSITA] Indicação de idade: Acima de 3 anos.

JOGO DO XIS - CAMILA LOURES [PAIS & FILHOS BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir de 8 anos.

SENNINHA PIT STOP [PAKITOYS] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

CASTELO PRINCESA JUDY [SAMBA TOYS] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

BICICLETA MAGIC RAIMBOW ARO 12 [STYLL BABY] Indicação de idade: De 3 a 5 anos.

MAX ECOTRUCK RECICLAGEM COM BRAÇO E CAÇAMBA ARTICULADOS [TILIN BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

JOGO DE PESCA A PILHA BABY SHARK [TOYNG BRINQUEDOS] Indicação de idade: A partir dos 3 anos.

GALINHA PINTADINHA – MEU PRIMEIRO BABY PHONE [YES TOYS – PURA DIVERSÃO] Indicação de idade: Acima de 12 meses.

COZINHA MINI CHEF FANTÁSTICA [XALINGO] Indicação de idade: A partir de 3 anos.

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/perfil de loja

Magazine Futuristic

“Ainda tem muito para acontecer, mas nosso faturamento on-line aumentou 400%”

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em antes da pandemia, as vendas digitais já eram uma realidade na Magazine Futuristic. Como o próprio nome sugere, a rede sempre carregou a inovação em seu DNA. Isso graças ao idealizador da empresa, Rodrigo Arantes, um gamer apaixonado por tecnologia. “Vender pela internet sempre fez parte da nossa estratégia de atuação. Desde o início, nos preparamos para essa realidade”, conta. Proveniente de uma família de comerciantes, o empresário cresceu nos balcões do supermercado e da loja de ferramentas do avô, o conhecido e querido Biloca, na cidade de Araguari (MG). “Na adolescência, eu ficava louco com aquela internet discada. Era fascinante e passava noites procurando meios de vender por meio dela. Em 2008, tentei algumas negociações de games na internet, pois sempre gostei de jogos eletrônicos. Eu tinha dois jogos de Ps3 e esse foi meu capital inicial. Troquei esses videogames por 4, 4 por 6, 6 por 12 e passei a vender e comprar. Foi dando certo até que, em 2011, resolvi abrir a Futuristic Games”. Inicialmente, Rodrigo alugou uma pequena sala e passou a atender a sua cidade e região. Em 2013, já ocupava uma loja de 200m 2 e decidiu aumentar a linha de games incluindo os brinquedos, mais uma de suas paixões. “Assim como os games, os brinquedos deram muito certo. Desde o início, focamos no atendimento ao cliente, respeitando-os e tratando-os com muito carinho. Devo isso ao meu avô, que tanto me ensinou juntamente com meu pai, também comerciante local, e atuante até hoje”, conta Rodrigo. Em 2015, já não cabia mais brinquedo na loja e, mais uma vez, foi necessária a mudança de endereço.

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Foi então que a loja passou a se chamar Magazine Futuristic, hoje uma das maiores da região no segmento de games e brinquedos, ocupando um espaço físico de quase mil metros quadrados. “Vendemos para todo o Brasil. Temos duas filiais, uma em Louveira e outra em São Caetano. Certamente teremos outras unidades, pois quero chegar onde meu avô chegou. O caminho é longo e temos muito trabalho pela frente.” Atualmente, o mix da rede também é composto por artigos de papelaria que, junto dos brinquedos, são responsáveis por 70% das vendas totais da empresa. “Hoje, tudo muda muito rápido. Quando conhecemos uma ferramenta, já existem inúmeras outras sendo utilizadas pelo consumidor. É preciso estar atento. Entre as ações para aquecer ainda mais as vendas on-line, hoje investimos em um forte trabalho de divulgação.”


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Presente nos maiores marketplaces do Brasil, a rede busca os meios mais rápidos para entrega dos produtos diretamente ao cliente, por meio de parcerias com diversas transportadoras e com o menor prazo de espera. “WhatsApp, redes sociais e site sempre foram canais de vendas da Futuristic e investimos em todos eles, a fim de aproximar cada vez mais o cliente.” Além de possibilitar diversas formas de entrega, a rede também oferece a opção de compra virtual com retirada da mercadoria na loja, ou ainda o envio por motoboy, correio, transportadora e serviço aéreo. Diante da nova demanda decorrente do período de isolamento social, a expectativa de crescimento para o e-commerce da Futuristic é promissora.

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“Acredito que o comércio eletrônico tenha avançado 5 anos nestes últimos 4 meses de pandemia. Ainda tem muito para acontecer, mas nosso faturamento on-line aumentou 400%, enquanto as vendas no ponto de venda caíram 30%. Estamos trabalhando fortemente para recuperá-las e aumentar a nossa atuação digital, mesmo no pós-pandemia. Acredito muito que isso será possível.” Por fim, Rodrigo alerta para o cuidado com a equipe de vendas e com os consumidores que, daqui para frente, deve ser redobrado. “O consumidor ficará ainda mais exigente e o mercado, mais disputado. Mas vamos nos adaptar, moldar nossas estratégias e, assim, certamente estaremos prontos para qualquer realidade”.


II

CONHEÇA AS NOVIDADES MONTE LIBANO!

Playground

Trenzinho

Dia de Sol

Carrinho do Bita

Trenzinho /montelibanobrinquedos

Coleção /montelibanobrinquedos

Coleção

Mesinha e Cadeirinha

Coleção ESPAÇO BRINQUEDO REVISTA

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www.montelibano.com.br


/Pesquisa

NPD GROUP

A importância e as tendências do licenciamento de brinquedos no Brasil

A

NPD foi criada nos Estados Unidos e, hoje, está presente nos 14 principais mercados de brinquedo do mundo coletando dados sobre o segmento. Durante a LicensingCON Week, a filial da empresa no Brasil apresentou uma interessante pesquisa aos profissionais do mercado sobre a representatividade do licenciamento para o setor infantil. Confira alguns resultados a seguir: O Brasil possui mais de 47 milhões de crianças de 0 a 14 anos de idade. Apesar do imenso potencial para brinquedos, nossas crianças ganham apenas 2,5 brinquedos/ano. Nos EUA, a média é de 41 brinquedos; no Reino Unido e no Canadá, 27. No México, a média é de 5 brinquedos por ano. De acordo com dados da NPD Group, no Brasil, 26%

do faturamento de brinquedos é proveniente de itens licenciados. Este percentual está alinhado à média global.

Junto dos EUA, o Brasil foi o terceiro país com maior venda de brinquedos licenciados nos últimos 12 meses. Os resultados

TOP 3 licenças que mais faturaram no Brasil nos últimos 3 anos:

2017/2018 1 - Spiderman 2 - Cars 3 - Princesas 2018/2019 1 - Avengers 2 - Spiderman 3 - Princesas 2019/2020 1 - Luccas Neto 2 - Avengers 3 - Toy Story

Austrália 33%, México 30%, EUA 26%, Brasil 26% e Reino Unido 24%.

apontam:

No segmento de brinquedos, os artigos com maior percentual de licenciamento são as figuras de ação, com 73% de participação de licenças nas linhas. De acordo com a apuração da NPD, este resultado se deve à influência de personagens, filmes e séries. Em segundo lugar, aparecem os blocos de construção, com 45%, seguidos pelos veículos (carrinhos etc.), com 40%, e outros brinquedos, com 32%. Para as meninas, apenas 9% das vendas de bonecas incluem licenciamento. Esta é uma das categorias que menos licencia suas linhas, entre os 11 nichos de brinquedos pesquisados. O estudo aponta a preferência pelas “princesas” no Brasil. Há espaço também para personagens como Frozen, Baby Alive, Miraculous, Turma da Mônica etc.

TOP 10 licenças mais vendidas no Brasil nos últimos 12 meses:

Hoje, 4% das licenças de brinquedos no Brasil são provenientes de youtubers e jogos eletrônicos. O resultado geral do estudo aponta que 42% das propriedades são originadas de filmes (cinema), 31% de séries de TV e 4% da internet (youtubers e games).

Vale destacar alguns brinquedos que nasceram na internet, tais como L.O.L. (junho/2017) com 4,1 milhões, e Luccas Neto (março/2019), com 839 mil unidades. FENÔMENOS DO YOUTUBE

MAIORES CANAIS INFANTIS DO YOUTUBE

Ryan World – Mais de 20 milhões de inscritos no canal.

Pink Fong – 34,1 milhões de inscritos Luccas Neto – 30,7 milhões Galinha Pintadinha – 22 milhões Maria Clara JP – 19,6 milhões

Julia Silva – Mais de 4milhões de inscritos (desde 2005).

Gato Galáctico – Mais de 10 milhões de incritos (desde 2013).

Os games e as séries ampliam sua influência com linhas de brinquedos. Destaque para: Minecraft – Pokémon – Gloob

Estes canais têm números impressionantes de visualizações acumuladas.

No Brasil, antes da pandemia da Covid-19, as vendas on-line giravam em torno de 5% – 1,8 a 2 milhões de reais gastos por semana. Atualmente, geram 6 milhões de faturamento, representando cerca de 18% de todas as vendas realizadas on-line. Este espaço conquistado pelo mercado de brinquedos no ambiente digital tem se mantido ao longo do isolamento social e deve permanecer após o término da pandemia.


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