Revista Licensing Brasil | Ano 11
www.licensingbrasil.com mai/jun ano 11 nº 59
| Nº 59
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COMECE A MEDITAR
SOBRE AS TENDÊNCIAS Especialistas brasileiros avaliam novos comportamentos de consumo
TM & © 2018 Cartoon Network.
CARTOON NETWORK: LÍDER ABSOLUTO EM AUDIÊNCIA HÁ 5 ANOS CONSECUTIVOS ENTRE CRIANÇAS DE 4 A 11 ANOS.* Fonte: Kantar IBOPE Media Brasil. 9 Mercados (2013) / 15 Mercados (2014-2017). CO 2014 a 2017. Rat%. Base com TV Paga: Crianças 4 a 11 anos (3.596.300)
S
TM & © 2018 Cartoon Network.
FENÔMENO DA CULTURA POP.
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ÍNDICE
Propriedade no assunto 10 Curtas do licenciamento 12 Pegada digital 16
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Entrevista – Felipe Folgosi 18 Capa – 10 tendências globais de consumo 22 Novidade – Redibra licencia Chevrolet 32 Vitrine – APAS Show 34 Agente – Gloob 38 Especial – Marcas & Personagens 40 Evento – Seminário de Publicidade Infantil 42
(34)
Empresa – Camicado 44 Executivo & Cia – Thomer Elkrief [MiniCo] 46 Tendência – Play Consultoria 48 Mídia – André Porto Alegre 50
DA CRIAÇÃO AO PONTO DE VENDA
(40) CONHEÇA O APLICATIVO ZAPPAR, O NOVO RECURSO PARA LEITURA DE NOSSA PUBLICAÇÃO
EDITORIAL
Checklist! Ano 11 – Ed. 59 – Mai./Jun. – 2018 Espaço Palavra Editora e Arte Ltda.
‹ Direção-geral e jornalista responsável ›
Marici Rosana Ferreira (MTB 36727) ‹ Conselho editorial › David Diesendruck, presidente da Redibra; Victor Fonseca, diretor de licenciamento da Hasbro; Marcos Bandeira de Mello, gerente-geral de operações da Warner Bros. Consumer Products (Brasil); Cidinha Figueira, diretora de licenciamento da Turner Brasil; Flavia Hauy, gerente de licenciamento da Mattel; Angela Cortez, diretora sênior de licenciamento da Viacom Brasil ‹ Revisão › Renata Lopes Del Nero Lu Peixoto ‹ Redação › Kika Martins ‹ Arte › Wilson Alves ‹ Atendimento › Daiane Miranda Bianca Moro ‹ Marketing › Felipe Bertonha Luiz Paulo Ferreira ‹ Administrativo › Cristina Venâncio ‹ Estagiária › Brenda Andrelly ‹ International sales › Multimedia, Inc. (USA) Tel. +1-407-903-5000 E-mail: info@multimediausa.com ‹ Administração, publicidade e redação › Av. Rouxinol 1041, conj. 1109 Moema – São Paulo/SP CEP: 04516-001 Tels. (11) 5092-5588 / (11) 5094-0403 E-mail: comercial@epgrupo.com.br ‹ Assinaturas › (11) 5092-5588 ou pelo site www.epgrupo.com.br ‹ Tecnologia de realidade aumentada › Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal www.massfar.com Henry Assef – henry@massfar.com As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores e podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte. As fotos utilizadas nesta edição pertencem ao banco de imagens da Revista Licensing Brasil e podem ser utilizadas desde que citada a fonte. A Revista Licensing Brasil possui distribuição nacional para diretores, gerentes de marketing e demais pessoas envolvidas no mercado de licenciamento dos setores de publicidade, acessórios, alimentos, brinquedos, canais de TV, confecção, cosméticos, higiene e limpeza, papelaria, promocional, tecnologia e informática. Profissionais de outros setores poderão adquirir os exemplares por meio da assinatura da revista.
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ntramos no quinto mês do ano já com dois eventos realizados para os profissionais do mercado nacional de licenciamento de marcas. O primeiro encontro de Marcas e Personagens foi promovido
durante a Feira Internacional de Brinquedos – Abrin –, em São Paulo, e contou com representantes da indústria e do varejo na plateia. Ao apresentarem as tendências, Play Pesquisa e Conteúdo Inteligente, Gloob, Redibra, Nickelodeon, Entertainment One, Up! Content Co. e Disney deram peso à programação. A segunda edição foi igualmente especial e incluiu a participação do Cartoon Network! Acolhida pela cidade do Recife, reuniu empresários e agentes para realização de novos negócios em outras regiões do Brasil. Tendo em vista a crescente adesão, não resta dúvida de que nosso mercado tem sede de informação e inúmeros projetos para colocar em prática. Confira quem esteve presente e programe-se, desde já, para o próximo encontro em Blumenau! Seguimos empenhados em antecipar as novidades e direcionar seus negócios. Por isso, a Matéria de capa aborda 10 tendências de consumo para 2018, com base em uma pesquisa realizada pela Euromonitor International, empresa de pesquisa e consultoria sobre bens de consumo e serviços. O relatório Top 10 Global Consumer Trends apontou novos caminhos e convocamos alguns especialistas para analisar cada um deles. Confira a reportagem completa! Falando em consumo, outro destaque desta edição é a Vitrine de lançamentos da APAS Show, feira supermercadista realizada entre os dias 7 e 10 de maio, na capital paulista. Organizada pela Associação Paulista de Supermercados, a indústria envolve alimentos, bebidas, higiene e cuidados pessoais, entre outros artigos, movimentando milhões todos os anos. A cada edição, o evento cede mais espaço para as licenças. Fique de olho! Por fim, recomendo a matéria sobre a Camicado. A matéria Empresa conta com diversas linhas licenciadas de utilidades domésticas e decoração, tais como Mickey, Liga da Justiça e Looney Tunes. Em pouco tempo, o resultado foi surpreendente e os detalhes desse belo trabalho estão registrados aqui. Boa leitura!
PROPRIEDADE NO ASSUNTO “MUITOS SETORES SÃO REGULADOS, MAS INDEPENDENTE DISSO, PERCEBEMOS UM APRIMORAMENTO. E TUDO ISSO MUITO BASEADO NA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, QUE TEM SIDO O GRANDE MOVIMENTO DE MELHORIA NA RELAÇÃO ENTRE EMPRESA E CONSUMIDOR” - Marcelo Pugliesi, CEO da Hi Platform, player no mercado de plataformas de relacionamento com o consumidor.
“MINNIE MOUSE É UMA ESTRELA E ÍCONE FASHION DESDE QUE DESPONTOU PELA PRIMEIRA VEZ NAS CENAS DO SURPREENDENTE CLÁSSICO DA ANIMAÇÃO, STEAMBOAT WILLIE. ESTAMOS EMOCIONADOS EM VER A INFLUÊNCIA CULTURAL E SUAS MUITAS CONQUISTAS, RECONHECIDAS NA CALÇADA DA FAMA DE HOLLYWOOD” – Robert A. Iger, presidente e CEO da The Walt Disney Company.
“APROVEITANDO O BOM MOMENTO DA ECONOMIA E A EXPANSÃO DA FRANQUIA KINGS SNEAKERS DECIDIMOS AUMENTAR EM 60% OS INVESTIMENTOS EM VÁRIAS SEGMENTAÇÕES DO MARKETING. A PARTIDA, POR EXEMPLO, SERÁ UMA PLATAFORMA IMPORTANTE PARA TRAZER VISIBILIDADE PARA NOSSA MARCA”
“WINX É UM FENÔMENO GLOBAL E, ATRAVÉS DA SÉRIE, ESTAMOS ENTUSIASMADOS EM REFORÇAR NOSSO RELACIONAMENTO COM A RAINBOW E DESENVOLVER O PRÓXIMO CAPÍTULO DE WINX. AS FAMOSAS FADAS VÃO CRESCER COM SEU PÚBLICO E EXPLORAR TEMAS COMPLEXOS COMO VERDADEIRAS SUPER-HEROÍNAS EM UMA ADAPTAÇÃO LIVE-ACTION”
– Renato Pinilha, diretor de marketing da Kings.
– Erik Barmack, vice-presidente de Originais Internacionais da Netflix.
“NÓS RETOMAMOS A AGENDA DE ABERTURA DE LOJAS. TEMOS PERCEBIDO UMA BUSCA MAIOR POR CONSUMO E MAIS OTIMISMO DA POPULAÇÃO. NOSSA ESTRATÉGIA É APOSTAR EM UM NOVO FORMATO, A LOJA SMART, COM MAIS TECNOLOGIA E INTEGRAÇÃO ENTRE NOSSOS CANAIS” – Paulo Naliato, diretor executivo de operações da Via Varejo. Fonte: Diário do Comércio de São Paulo – 12/3/2018.
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GUM® investe em novos personagens De olho nas tendências mundiais do universo infantil, a GUM® apresenta ao mercado as novas licenças que passam a ilustrar sua linha completa de cuidado bucal infantil. As apostas da vez são a princesa Elena de Avalor e os personagens da série A Guarda do Leão, séries produzidas pela Disney para a televisão. Os dois temas estarão presentes na linha infantil completa da marca, composta por escova dental light, que pisca por 60 segundos indicando o tempo ideal para garantir uma escovação eficaz na infância; escova dental manual, com cabeça compacta e cerdas macias que possui também limpador de língua na parte de trás da cabeça da escova e com uma ventosa na base para apoio; e os flossers infantis – hastes com fio dental aromatizado e com sabor de uva.
Sexta temporada de Mônica Toy Com a estreia da sexta temporada de Mônica Toy no YouTube em fevereiro, os fãs da Turma da Mônica puderam conferir mais um divertido lançamento. O episódio “Chato pra cachorro” contou com o Bidu Toy como protagonista e ainda com a participação especial do Bugu, pela primeira vez em versão toy. Com mais de 3,8 bilhões de visualizações desde o lançamento em 2013, Mônica Toy retorna com vários episódios temáticos e paródias, característicos do universo da série.
Barbie e Sephora lançam coleção de maquiagem Em uma parceria glamurosa, Sephora Collection e Barbie anunciaram uma edição limitada de produtos de maquiagem em uma boom box retrô exclusiva. O conceito trazido pelas marcas é o de girl power, alinhado à campanha global de Barbie “você pode ser tudo o que quiser”, cujo foco é a força e o relevante papel das mulheres ao redor do mundo. Para as amantes de maquiagem, a boa notícia é que o kit inspirado nos anos 1980 é composto por produtos da linha regular da Sephora e conta com a nova paleta de sombras miniatura, delineador Stylographic, máscara de cílios Outrageous Length e um boné especial. O lançamento estará disponível nas lojas online e físicas da Sephora Collection no mercado europeu. Ainda não há previsão de venda no Brasil.
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Série animada de “Muppet Babies” O Disney Junior lança uma versão repaginada de “Muppet Babies” que chegará ao Disney Junior e Disney Channel em junho com dois episódios back-to-back. Baseada na série original ganhadora do Emmy®, a versão animada narra as travessuras no berçário dos jovens Kermit – o sapo –, Miss Piggy, Fozzie – o urso –, Gonzo, Animal e de uma nova personagem. A série contará com a participação de Statler e Waldorf, Bunsen e Beaker, Rowlf, Rizzo e Dr. Dentuço.
Sanrio apresenta Aggretsuko Aggretsuko é uma panda vermelha de 25 anos de idade, solteira e do signo de escorpião. Ela trabalha no departamento de contabilidade em uma grande empresa comercial em Tóquio. Ela pega um metrô lotado todos os dias e seu emprego é estressante; seus chefes são antipáticos e dão a ela prazos curtos para a entrega de seus afazeres. Para aliviar sua raiva e não acabar estourando no ambiente de trabalho, ela canta músicas heavy metal em um karaokê. Aggretsuko passa seus dias no escritório, em suas aulas de ioga ou em cafés. O mundo dela não é tão diferente do mundo cotidiano. Por isso, a personagem tornou-se um grande sucesso na Ásia e nos Estados Unidos. Em abril, a Netflix lançou a primeira temporada da série no Brasil, com 10 episódios de 15 minutos.
Os personagens dão banho! Uma das principais empresas de cosméticos do País, a Grandes Marcas, decidiu trazer novas séries infantis para seus produtos de banho. Moana (Disney) e Patrulha Canina (Nickelodeon), em parceria com a Spin Master, agora contam com kits de produtos para o cuidado pessoal dos pequenos. O pack de Moana traz produtos hidratantes e é composto por shampoo de 250 ml, condicionador de 230 ml + umidificador de cachos de 230 ml e uma cartela com adesivos dos personagens. Com extrato de frutas vermelhas, a linha de produtos é rica em antioxidantes e controla o volume dos cabelos. Já o kit Patrulha Canina, voltado ao público pré-escolar, é composto por shampoo de 230 ml e condicionador de 200 ml, ambos com formulação suave contendo extratos de algodão, D-pantenol e glicerina. Testados dermatologicamente, os produtos têm embalagem no formato das personagens Chase (shampoo) e Skye (condicionador). O kit acompanha uma cartela de adesivo com os cãezinhos da animação.
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CURTAS
LICENCIAMENTO DO Lotus Global e PWW reafirmam parceria No final do mês de março, nossa equipe de redação esteve na agência Lotus Global para ouvir de Jeanne Schulz, viúva do criador de Peanuts (Charles Schulz), as novidades do personagem Snoopy. Na ocasião, a “mãe” do personagem contou a história dos quadrinhos, o conceito por trás da série e o objetivo do programa de licenciamento nos dias de hoje. Celso Rafael, general manager da Lotus, valorizou a parceria com a PWW e prometeu novas ideias para introduzir ainda mais a propriedade no território brasileiro. Para obter mais informações, confira o vídeo completo em nosso canal do YouTube: www.youtube.com/channel/UCKPAZKe_VAKQFN_AOVFhsyg.
Sensus Design fecha com Chevrolet Para marcar o centenário das picapes Chevrolet no Brasil, a GM lançará ainda neste primeiro semestre um novo style guide em parceria com a agência de criação Sensus Design. A ideia é possibilitar o desenvolvimento de produtos lifestyle para fãs de um dos veículos mais icônicos da história da montadora. Tendo iniciado a comercialização de produtos licenciados em 2013 no Brasil, a Chevrolet conta atualmente com mais de 500 itens entre confecção, mochilas, cadernos, brinquedos, publicações e artigos para casa. Atualmente é a décima sexta maior empresa em volume de vendas de produtos licenciados e líder entre as montadoras. A Sensus Design atua há 16 anos e, ao longo desse tempo, tornou-se uma das agências de criação mais conhecidas pelas empresas de licenciamento no Brasil. Sua expertise abrange, além do desenvolvimento de style guides, a criação de produtos e embalagem em diversos segmentos.
Embalagens de biscoito licenciadas A Marilan desenvolveu embalagens para os cookies Turmix de 60 gramas. Voltado para o público infantil, o produto conta com o apelo dos personagens infantis, entre eles as Princesas Disney e o Homem-Aranha. No sabor baunilha com gotas de chocolate, os cookies oferecem diferenciais nutricionais e sabor para deixar a lancheira mais saudável e divertida.
Crocs da Pequena Sereia A Crocs anuncia novo modelo de calçado infantil da Pequena Sereia. Os tradicionais clogs produzidos em Croslite, material desenvolvido pela Crocs que garante leveza e conforto, agora aparecem com estampas da princesa Ariel e de seu fiel amigo Linguado, além de outros elementos do fundo do mar. O modelo pode ser encontrado na cartela de cor roxo e azul-piscina, com desenhos de animais marinhos na faixa lateral.
Linha Batman de beleza masculina A Grandes Marcas ampliou o portfólio dedicado ao público masculino. Inspirado em um dos personagens mais queridos dos quadrinhos e das telonas, o kit Batman for Men traz shampoo 4 em 1 e colônia com fragrâncias refrescantes. Moderno e despojado, o conjunto é uma excelente opção de presente para os fãs do icônico super-herói. Os produtos estão disponíveis em duas fragrâncias: Intense For Men e Sauvage For Men. O shampoo oferece tratamento 4 em 1: pode ser usado para lavar e condicionar o cabelo e a barba, e também como sabonete líquido. A fórmula 4 em 1 oferece hidratação e é perfeita para quem busca praticidade no dia a dia. A embalagem dos produtos tem o design inspirado na temática do herói e está disponível em duas opções de cor: vermelho e azul, distintas de acordo com a fragrância do produto. A colônia vem em frasco de vidro com 50 ml e o shampoo 4 em 1 em embalagem plástica com 120 ml.
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PEGADA DIGITAL Allianz Parque abre e-commerce No dia 13 de abril, o Allianz Parque inaugurou seu e-commerce para a venda de produtos do time da casa, o Palmeiras, bem como das seleções que participam da Copa do Mundo da Rússia, neste ano, e ainda da bola oficial do mundial. Visando novas oportunidades de negócios, a loja virtual foi desenvolvida em parceria com a Netshoes. Em comunicado, a Netshoes afirma que será lançada, ainda neste ano, uma linha de produtos licenciados composta por copos dos jogos, pelúcias, maquetes da arena, entre outros, e que estudará o desenvolvimento de artigos relacionados ao entretenimento, aproveitando os grandes shows que acontecem no estádio. www.allianzparqueshop.com.br
Turma da Mônica chega ao formato streaming Ao todo, 90 quadrinhos da icônica série de gibis estarão no Ubook, plataforma de audiolivros por streaming que funciona como a Netflix para vídeos e o Spotify para músicas. “A Turma da Mônica sempre gostou de se divertir e é antenada com todas as novidades tecnológicas que surgiram neste caminho. Por isso, nada melhor do que apresentar essas histórias no formato de áudio, que vem ganhando cada vez mais adeptos no mundo todo”, comentou o pai da Turma. www.ubook.com
#KidsCan: Nickelodeon e Fundação Kidsrights unem forças A Nickelodeon, em parceria com a Fundação KidsRights, acaba de anunciar a #KidsCan – campanha internacional que destaca as histórias de nove ganhadores do International Children’s Peace Price (Prêmio Internacional da Paz Infantil), além de outros indicados de todo o mundo que estão provocando mudanças positivas em suas comunidades. O objetivo da campanha é educar os jovens sobre os direitos das crianças e encorajá-los a transformarem o mundo em um lugar melhor. Os perfis #KidsCan ficarão hospedados no site da campanha Together For Good, nos sites regionais da Nickelodeon e nas redes sociais, sob a hashtag #KidsCan. Os visitantes poderão responder a um questionário de personalidade –“Como você pode ajudar as pessoas?” –, que permite que as crianças interajam com as histórias inspiradoras de cada um. Os visitantes também serão direcionados à plataforma KidsRights – na qual as crianças de todo o mundo poderão se unir virtualmente. Lá, elas encontrarão conselhos sobre como proporcionar mudanças, promover suas ações, apoiar as ações de outras pessoas e aprender mais sobre os direitos das crianças. www.mundonick.com
20x26cm Licensing Disney Baby_HR.pdf
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2018-04-27
12:06 PM
ENTREVISTA
Felipe Folgosi
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edicação e criatividade são características marcantes do ator, escritor, cinéfilo e leitor de gibis Felipe Folgosi. Recentemente, ele atendeu ao
convite da revista Licensing Brasil para um bate-papo e não somente comprovou conhecer a fundo o mundo do entretenimento, como deu uma verdadeira aula sobre
Como ator você representa algo que alguém escreveu e
storytelling. A seguir, confira essa história inspiradora.
não o seu próprio universo, você contribui com aquilo. LB – Inicialmente, a sua HQ seria o roteiro de
Licensing Brasil – Você iniciou a carreira como
um filme. O que o levou a reconsiderar o formato?
ator, depois se formou em cinema. Afinal, como sur-
Felipe – Fui desenvolvendo a escrita ao longo dos
giu o interesse pelo universo dos quadrinhos?
anos para ser um diferencial, e poder colocar no mundo
Felipe Folgosi – Os gibis sempre fizeram parte da
aquilo que eu gostaria de compartilhar. Como a minha
minha vida. Eu cresci lendo gibis, meu pai me viciou
formação sempre foi mais para o audiovisual e o cinema,
nesse bom hábito, em uma época que se tinha apenas
comecei escrevendo roteiros e peças de teatro. Ganhei
o Mauricio de Sousa, a Rio Gráfica Editora publicando
um Prêmio do Ministério da Cultura, colaborei com o
Marvel e, depois, a Abril editando os títulos das duas
Jornal da Tarde e as coisas foram acontecendo natural-
maiores do mercado norte-americano Marvel e DC
mente. Quando me dei conta já estava escrevendo várias
Comics no Brasil. Também comecei a ler os quadrinhos
coisas, com diferentes aplicações. Enfim, quando voltei
europeus, Asterix, Moebius e Manara. Então, a minha in-
da especialização nos Estados Unidos em 2003, o cinema
fância foi muito ligada a esse universo do licenciamento
nacional ainda ensaiava sua retomada, com o lançamento
e do cinema, cresci consumindo produtos de Guerra nas
de Cidade de Deus, e não estava estabelecido como hoje
Estrelas, um dos maiores cases de licenciamento fora a
em dia. Então, eu não tinha muita perspectiva de produ-
Disney. A minha vida foi marcada por essa cultura pop.
zir no Brasil porque não havia mercado. Hoje em dia, já
Fui fazer teatro aos 15 anos de idade porque já não queria
temos Netflix, TV a cabo e uma demanda muito maior
ficar apenas assistindo, queria participar de alguma for-
de conteúdo nacional inexistente até então. Comecei a
ma e ainda não sabia como. Já fazia fanzine na escola e
escrever em inglês para tentar vender no mercado ame-
o prazer me levou a descobrir uma vocação. Aos 17 anos
ricano, porque lá existe espaço para compra de roteiros.
as coisas deram certo e fui fazer televisão. Nem todo ator
Assim, fui engavetando ao longo dos anos, mas aquilo
quer escrever, ser cinéfilo ou encontra prazer em fazer
começou a me deixar frustrado, pois queria que as pes-
algo além de estar diante da câmera/do palco, mas eu
soas lessem. Comecei a pensar em estratégias para re-
queria outros meios de me expressar, além da atuação.
alizar os projetos. O quadrinho era o passo mais lógico,
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porque nos Estados Unidos sempre se adaptaram esses
você senta e, simplesmente, acompanha. A HQ pede
conteúdos para o cinema. As HQs sempre foram fontes
uma participação do leitor.
de material para a indústria cinematográfica e para a TV.
O Comunhão foi o segundo que lancei e, inicialmen-
A série Walking Dead, por exemplo, é um sucesso na TV e
te, também era um roteiro de cinema. Eu quis fazer um
começou como quadrinho. Daí, optei por fazer o caminho
trabalho bem diferente, tanto na formatação da revis-
inverso. Adaptei o roteiro de cinema para algo que era fa-
ta quanto na temática me dediquei a propor algo novo
miliar para mim, já que sempre li e gostei bastante. Assim,
para surpreender o leitor de Aurora. Por isso, apliquei
conheci o pessoal do Instituto dos Quadrinhos, que é uma
o formato europeu que é maior, preto e branco, com
escola aqui em São Paulo e também é uma agência de ar-
uma temática inédita e estou colhendo os frutos com o
tistas. Basicamente, aprendi a produzir, a escolher o artis-
feedback das pessoas. Sem dar muito spoiler, no Aurora
ta que casava melhor com o gênero da história contada,
tem uma coisa “macro” e até mesmo social, no senti-
a elaborar o layout da página, cotar gráficas e a executar
do da dicotomia entre ciência e religião, e como seria o
a melhor distribuição, entre outras etapas da cadeia. Tem
próximo passo da evolução humana, como uma brinca-
todo um processo, mas foi muito gratificante.
deira do que seria esse homo novus. Já no Comunhão,
LB – Quais atributos são essenciais na construção de personagens e narrativas?
a história é bem diferente, tem uma escala menor, é um time de corrida de aventuras que vem para o Brasil e par-
Felipe – Meu primeiro lançamento foi o Aurora, em
ticipa de uma prova. Eles se perdem na mata e encon-
2015, que é uma história de ficção científica, com da-
tram uma tribo dominada por um psicopata religioso. É,
dos reais, no formato americano. Estudei bastante para
basicamente, um exercício sobre o sofrimento humano,
dar a sensação de verossimilhança e para que, mesmo
de como as pessoas lidam e superam isso, sem perder
um leigo, pudesse se interessar. Em uma das edições
sua essência e sem ser destruído. Enfim, é pop como
da Comic Con Experience Brasil – CCXP, uma moça for-
deve ser um quadrinho, mas é impactante e traz uma
mada em química que leu minha HQ veio falar comigo
reflexão. Não é só um passatempo.
impressionada por eu ter escrito com tanta propriedade
Já estou com o projeto de continuação do Aurora,
sobre um equipamento de laboratório, o Cyclotron. É
quero lançá-lo no final de 2018. Para isso, estou em bus-
até engraçado, mas eu realmente pesquisei a fundo o
ca de parceiros. No Aurora, consegui fazer algo inédito
tema. Até hoje, as pessoas comentam pelas redes sociais
no Brasil que foi uma parceria com a LG e com a Subaru,
e recebo, semanalmente, o retorno do público. É gra-
com um product placement – inserção de marcas nas
tificante conseguir se comunicar emocionalmente com
produções de entretenimento – dentro da revista. Foi
os leitores. Para mim, isso é o principal na construção
um case e tivemos uma cobertura interessante de cria-
de uma narrativa. Hoje, consigo falar com um número
ção. Nunca ninguém tinha visto o quadrinho como um
muito maior de pessoas, seja homem, seja mulher, e é
veículo com enorme potencial, primeiro por ter uma
um público adulto. Boa parte conta que se emocionou
questão afetiva de permanência, o leitor compra e não
com as histórias e que elas trouxeram uma reflexão. Isso
se desfaz depois da leitura como uma revista semanal/
é muito importante, uma vez que se trata de uma mídia
mensal. Além disso, se comunica com um target muito
fria, sem som, muito imersiva, o leitor dita o ritmo da
específico, consumidor classe A, B, C, qualitativamente
narrativa, pode ficar o tempo que quiser curtindo a arte
bom, que consome cultura, gosta de tecnologia, então
de uma página. Não é tão passiva quanto o cinema que
alinhamos essa série de fatores com as duas marcas.
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ENTREVISTA LB – Como analisa o mercado geek no Brasil?
o cinema. O meu maior ideal é que se transforme em
Felipe – De uns cinco anos para cá, esse mercado
filme. Nessa época de transmídia, estou estudando até
cresceu consideravelmente. Principalmente com as fei-
a possibilidade de transformar minhas histórias em um
ras do segmento. A CCXP é uma das maiores do mun-
jogo. Nunca licenciei produtos diretamente, mas tenho
do. Eu participei todos os anos, até agora, e foi muito
interesse em usar essa ferramenta para complementar
interessante o contato com o público. Tanto pelo meu
o projeto das HQs. Há uma coisa que os americanos já
trabalho como ator como pelo feedback direto das pes-
descobriram e sobre a qual precisamos estar atentos: o
soas. Vou fazer 44 anos e, na minha época, as meninas
conteúdo é o mais importante. A partir daí, desenvol-
só liam a Turma da Mônica e o Garfield. Não havia esse
vem-se as linhas de cadernos, lancheiras, brinquedos
interesse, era uma curtição de meninos jovens. O baca-
ou o que for. Mas, antes de tudo, esse conteúdo pre-
na é que hoje não existe mais esse perfil consumidor, é
cisa ser forte, engajar as pessoas e causar ressonância.
muito amplo. Se você vai a uma feira, você vê a família
Não é fácil porque existem milhares de ideias compe-
inteira interessada e tem produto para todo mundo.
tindo no mercado, mas quando alguma narrativa toca
As meninas se identificam mais com a heroína e não
realmente o público, preenche a questão arquetípica,
apenas com personagens meigas e delicadas. Esse fe-
ela se comunica com o ser humano.
nômeno da internet, de conteúdo por streaming, como
Então, estou feliz com minhas duas experiências.
a febre de Game of Thrones, e uma série de conte-
Com o primeiro quadrinho, recebi quatro indicações
údos sendo consumida por todos, homens, mulheres,
ao HQ Mix, que é o maior prêmio do quadrinho na-
patricinhas, esportistas, acaba com aquele esteriótipo
cional. No ano passado, o Prêmio Jabuti, que é o mais
do nerd. Claro, ainda tem quem só viva nesse universo,
relevante de literatura no Brasil, abriu uma categoria
mas hoje o interesse é muito mais amplo e essa possi-
para quadrinhos. Está havendo uma mudança na vi-
bilidade de comunicação é muito legal.
são do mercado, uma valorização maior do quadrinho.
LB – Em quais frentes você está atuando?
Fora do Brasil também existem importantes premiações
Felipe – No ano passado, eu coproduzi um longa-
como o Angoulême na França. Aqui, já existe uma série
-documentário chamado Traço Livre falando sobre esse
de ferramentas de incentivo. O próprio financiamento
cenário e consiste em um panorama do quadrinho na-
coletivo, a internet para divulgação do trabalho de au-
cional. Demos uma prévia na CCXP de 2017 e, agora,
tores independentes que antes não tinham um meio
estamos negociando com as distribuidoras. Em breve,
para produzir seu material e dependiam de uma edi-
deve estar nos canais de streaming e canais a cabo.
tora. Hoje, temos inúmeros trabalhos independentes,
Além disso, tenho dois projetos de longa. Finalmente,
eventos acontecendo no Brasil inteiro e a grande mídia
vou transformar meus roteiros em cinema. Inclusive,
vai despertando aos poucos. É um momento de ouro!
estou em contato com produtores dos Estados Unidos,
Sempre fui muito proativo, mas era voltado à
contatos feitos no tempo que morei lá, porque está
atuação. Hoje em dia busco novas formas e platafor-
tudo pronto. Nesse caso, já tenho até o storyboard
mas para colaborar ou para me expressar, seja com o
completo e adoraria concretizar esse projeto que escrevi
curso de composição narrativa Contador de Histórias
em inglês. Aliás, também quero publicar lá e estou pro-
na plataforma Savoá – www.savoa.com.br/produto/
curando editoras para colocar os quadrinhos no merca-
narrativa-o-contador-de-historias/ –, na qual ofereço
do americano e europeu também, e fechar o ciclo com
oito aulas com exercícios e referências para enrique-
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cer a experiência dos participantes, seja como ator ou
mais materiais absorvemos, melhor será o conteúdo
escritor. Vou participar do segundo volume de uma
produzido – conceito input, output. Agora, estou es-
coletânea chamada Narrativas do Medo, considera-
perando o feedback dos primeiros alunos para sentir
da a melhor do País. Enfim, o processo criativo é o
a aplicação prática do que tentei transmitir com o cur-
que me mobiliza. Dividir com as pessoas trabalhos
so. Acredito que o público interessado compreenda
com os quais criei uma relação afetiva muito grande
desde criativos e escritores até executivos do mundo
faz tudo valer a pena. Atualmente, estou no seriado
corporativo. Afinal, as marcas também precisam contar
171 Negócio de Família no Universal Channel. Neste
histórias. Dei uma palestra na faculdade Belas Artes,
ano, também participo do longa Eu Sou Brasileiro de
justamente sobre os vários estilistas que pensam na
Alessandro Barros e do reality da GNT Que Marravilha
moda dessa forma, como uma mininarrativa, desde a
– Aula de Cozinha.
vitrine até o produto. Existe um universo conceitual.
LB – Qual a base de uma boa história?
Eles também trabalham com símbolos para contar uma
Felipe – Uma história, em um formato artístico, é
história. As propagandas de carro (hard sell) que, além
uma destilação da vida. A nossa vida é uma história e,
da campanha mais “agressiva”, apresentam comerciais
quando pensamos nela, é de forma linear. Não nos lem-
emocionais como a inesquecível peça da Volkswagen
bramos de alguns momentos do nosso dia, por serem
do garoto vestido de Darth Vader. Por que essa campa-
menos emocionantes. Em um filme de uma ou duas
nha foi premiada em Cannes? Porque fala sobre famí-
horas, temos um extrato com momentos capitais para
lia, relacionamento e causa identificação imediata com
contar a história. Uma história é basicamente o perso-
o consumidor. É necessário mexer com o emocional das
nagem e a sua ética, o modo como ele age. O persona-
pessoas, o chamado lovemark. Poderíamos exemplifi-
gem é a materialização de uma ética. Então, abordo o
car ainda com tantas outras propagandas de cerveja
esquema técnico dos roteiros no curso on-line, mas ofe-
e carros, com mulheres, a chamada easy sell, em que
reço principalmente um embasamento e o teor da obra.
fica subentendido que se você tiver o produto, auto-
Convivendo nesse universo dos quadrinhos, vejo alguns
maticamente terá também a mulher. Quando o con-
produtos bacanas visualmente, mas sem profundidade.
sumidor chega na loja, muitas vezes já se identificou
Em minhas histórias, procuro me aprofundar bastante
tanto com o produto que até paga mais caro. Você não
na questão da psicologia e abrir a mente. O conteúdo
trabalha o lado analítico do cérebro. Funciona até em
tem de mobilizar. O leitor pode até odiá-lo, mas o fará
uma apresentação de negócios. Um bom exemplo é
por um bom motivo, com propriedade, pelo fato de o
o Steve Jobs. É incrível como ele engajava tanto o seu
material ter profundidade e embasamento.
público falando sobre tecnologia, um assunto árido, e
Quando pensamos em Dostoiévski, Nietzsche, Shakespeare e até mesmo na Bíblia, percebemos que
conseguia prender a atenção das pessoas na apresentação de seus balanços anuais.
nossa sociedade toda está baseada na leitura. A pós-
Atualmente, não tem tanto aquela dicotomia de hu-
-modernidade faz com que essa geração mais jovem
manas e exatas, todo mundo gosta um pouco de tudo
fique muito na superfície e falta compreensão. Mesmo
e o conteúdo não precisa mais ser tão compartimen-
quando se trata de um personagem qualquer, por
talizado. Os estereótipos perderam força e o caminho
exemplo um cachorrinho, no fundo ele só está ali para
é a colaboração. Vivemos uma guerra cultural e estou
falarmos sobre o ser humano e suas questões. Quanto
tentando fazer um contraponto com meu trabalho.
Mai/Jun 2018
21
CAPA
10 tendências
globais de consumo Sob análise de especialistas, estudo aponta caminhos para a indústria e o varejo
N
este início de ano, a empresa de pesqui-
net terão papel fundamental. “Os avanços tecnológicos
sa estratégica de mercado Euromonitor
estão permitindo que os consumidores conheçam mais
International revelou as dez principais ten-
sobre si mesmos e suas origens. Além disso, o desejo por
dências de consumo para 2018 em seu relatório Top
algo único e a busca pela verdadeira autenticidade estão
10 Global Consumer Trends – https://bit.ly/2JWf4uV.
levando a customização a um novo nível. Finalmente, não
De acordo com a autora do estudo, Alison Angus, é
podemos esquecer que a globalização instiga as pessoas
esperado um fortalecimento da economia global e,
a assumirem com mais veemência suas responsabilidades
consequentemente, um aumento no consumo de
com a sociedade e meio ambiente”, comenta Alison.
bens e serviços. Contudo, ela alerta que as escolhas e
Com base no cenário e na realidade do consumidor
o comportamento das pessoas estão mudando, o que
brasileiro, convidamos alguns especialistas para analisar
continuará influenciando as decisões de negócios das
os tópicos apontados pelo estudo. Confira a seguir:
empresas. Nesse sentido, tecnologia e acesso à inter-
22
LICENSING BRASIL
#1 VIDA LIMPA:
Consumidores estão
adotando um estilo de vida clean e mais minimalista, no qual moderação e integridade são palavras-chave. A chamada geração Straight Edge – entre 20 e 29 anos de idade –, que teve acesso à educação supeFoto: Namour Filho
rior e cresceu em meio a fortes recessões econômicas, terrorismo e turbulências políticas, considera isso relevante. Essa geração adotou uma visão de mundo mais ampla do que as gerações anteriores. @ Carlos Ferririnha, presidente fundador da MCF Consultoria – Inteligência da Gestão do Luxo:
consumption, a interrupção do uso de canudos plásti-
Isaac Newton deixava claro em uma das suas célebres
cos e de plásticos em geral, a utilização mais consciente
leis que “para toda ação, existe uma reação” e os tem-
dos recursos naturais e o compartilhamento em vez de
pos atuais parecem estar levando essa reflexão bem a sé-
posses. Até hábitos alimentares e saudáveis têm cresci-
rio. Depois de décadas de consumo exacerbado, expres-
do. Evolução dos tempos ou início de uma nova era? O
siva democratização de acesso e, para muitos, excesso
fato é que o Brasil tem acompanhado muito bem esse
em todos os formatos que são analisados, há uma forte
movimento. São diversos os exemplos disponíveis, como
corrente contra todo esse possível excesso de “tudo um
os restaurantes preocupados com a sobra de comidas
pouco”. Já surgem muitos viajantes que buscam desti-
que apresentam uma gastronomia que faz uso de tudo
nos onde são capazes de uma “desconexão” digital e
e empresas como a Bento Store (de marmitas e garra-
isso faz com que já seja possível achar que pessoas pa-
fas térmicas), por exemplo, que crescem com o conceito
garão por hotéis sem acesso à internet. Será? Bem mais
sustentável. Registramos um dos maiores crescimentos
perto do que podemos imaginar. O International Luxury
mundiais da comunidade vegana. Além de redes varejis-
Travel Management (ILTM), em seu relatório anual de
tas como a Renner, que agora possui uma linha de moda
2017, afirma que três temas serão cada vez mais impor-
totalmente confeccionada com fios originados da reci-
tantes no turismo: Meaninfulness (cheio de significado),
clagem de resíduos têxteis.
Simplicity (ausência da complexidade) e Transformation (ir além... transformar o viajante). Pelo visto, são fortes os sinais de que uma parcela de consumidores já está
Definitivamente, novos tempos estão começando. E, quem sabe, tempos de uma vida mais limpa!
adotando um estilo de vida mais minimalista, moderado
#2 OS INQUILINOS: Uma nova ge-
e até mesmo clean. A geração Straight Edge surgida nos
ração preocupada com a comunidade, que prefere o
anos 1980, expressiva entre os 20 e 30 anos de idade,
aluguel e as assinaturas está reformulando a econo-
com uma visão de mundo mais ampla, tem ganhado
mia, fazendo do consumo ostentoso uma coisa do
força nos tempos atuais, trazendo reflexões sobre o con-
passado. A rejeição dos materiais em prol das expe-
sumismo e o hedonismo desmedido. Quando surgiu, o
riências e um estilo de vida mais livre, que vêm carac-
movimento pregava uma vida com ausência de fumo,
terizando os hábitos de compras dos Millennials nos
drogas e álcool, entre outros elementos. Trazida para os
últimos anos, são uma tendência em desenvolvimento
tempos atuais, prega por exemplo o slow food, o slow
que se espalha pelo mundo.
Mai/Jun 2018
23
CAPA a da mudança, as pessoas não querem se comprometer adquirindo bens duráveis. Elas sabem que amanhã o desejo mudará e, por isso, preferem alugar, experienciar e, depois de realizar suas vontades, manter o espaço aberto para coisas novas.
#3 A CULTURA DA REINVINDICAÇÃO:
Seja colocando
reclamações no Twitter, espalhando mensagens virais pelas redes sociais, seja participando de petições online, consumidores estão dando voz às suas opiniões. O “ativismo hashtag”, embora não seja tão novo, vem ganhando força à medida que as pessoas têm acesso à internet e às redes sociais. @ Andrea Bisker, head da Stylus Brazil: Com essa vida cada vez mais caótica, na qual passamos o tempo todo conectados, as pessoas querem menos coisas, menos bagagem e menos preocupação. Esse movimento não é novo; temos observado o boom das tiny houses desde 2014. O legal aqui é ver como a tecnologia está permitindo que a vida minimalista seja mais confortável. No passado, pequeno significava barato e esta é uma das maiores mudanças: pequeno hoje pode ser extremamente luxuoso. O mindset de acesso, em vez da posse, tomou conta das novas gerações e também das mais maduras. Hoje, há sistemas de assinatura até para cachorros – o California Wags Lending é um serviço de locação de cães que funciona em filiação com lojas de animais para alugar cachorros de raça pura. É inacreditável.
@ Raíssa Araújo, business intelligence da Zarpo,
Da locação de roupas – sites como Rent a Runaway e,
agência de turismo online com foco em pacotes de
aqui no Brasil, a Dress & Go, a Enjoei etc. – a carros
luxo: As redes sociais abriram portas para a voz das
por assinatura. Até a Cadilac entrou nesse circuito e a
pessoas e uma hashtag com um determinado tema
oferta cresce a cada dia.
pode unir um grupo em prol de um problema, protes-
Na Stylus, chamamos esse estilo de vida de cama-
to ou reclamação.
leônico. Neste mundo volátil, incerto, complexo e am-
O que antes era um simples símbolo pode unir
bíguo – VUCA −, em que a única certeza que temos é
pessoas em torno de uma causa e as marcas precisam
24
LICENSING BRASIL
entender como esses grupos são capazes de influen-
da importância da sua identidade. Até pouco tempo,
ciar seu produto e serviço.
entendíamos mais as identidades por grupos e as re-
Um exemplo claro é o campo “assuntos do mo-
lações sociais dos indivíduos. Agora, em consequência
mento” do Twitter, onde diariamente os usuários
da ciência e da tecnologia, podemos perceber o valor
expõem o ponto de vista em torno do que está ro-
do indivíduo isoladamente, e este também já percebeu
lando, tais como: protestos e reivindicações políticas
isso. Alguns exemplos: O que nos torna este ser único
e sociais, reclamações sobre marcas, memes e outras
(persona) é um pequeno percentual, que está cienti-
abordagens populares de acordo com cada país.
ficamente comprovado, do nosso DNA. Somos todos
Hoje uma hashtag une opiniões e grupos de pessoas que querem ser ouvidas e entendidas.
#4 ESTÁ NO MEU DNA: A cres-
diferentes, singulares, mas ao mesmo tempo temos muito em comum (nossos ascendentes, os humanos, seres vivos etc.). Por isso, o crescente interesse em saber quem somos de fato, realizando testes de DNA em
cente curiosidade das pessoas sobre sua composição
casa. É muito interessante, pois muitos também estão
genética – que os torna tão especiais – e a busca por
descobrindo que têm origens raciais que não imagina-
personalização dos produtos/serviços de saúde e bele-
vam pelos relatos familiares.
za estão alimentando a demanda por kits domésticos.
Se sou tão singular, quero saber quem de fato eu
Os consumidores-alvo vão desde os que se preocupam
sou. Por isso também os livros Sapiens – Uma Breve
com seu bem-estar até aqueles que buscam entender
História da Humanidade e Homo Deus de Yuval Noah
suas origens e os fanáticos por nutrição e vida fitness.
Harari estão entre os mais vendidos no mundo. É um fenômeno. Saber quem somos, qual a nossa identidade e personalidade também gera outros impactos no mundo, como a necessidade de personalização de produtos (customizar), que já ocorre faz tempo, e outra mais recente, que é a necessidade de uma grande variedade de produtos e serviços para que se atenda a essa diversidade, descrita por Chris Anderson como “cauda longa”. Marcas como Itunes e Amazon, entre outras, sabem trabalhar. Esse comportamento também está ligado com outra tendência: a diversidade. Se somos diferentes e únicos, teremos de conviver com as diferenças, daí o interesse em coexistir e coabitar. Por último, é bom ressaltar que essas investiga-
@ Alvaro Guillermo, especialista em Ciências
ções são muito simples de realizar, graças à internet
do Consumo: Quando tratamos de tendências, é im-
e aos smart mobiles (celulares, relógios, tablets etc.).
portante associar várias delas para se ter um panora-
A curiosidade pode ser desenvolvida rapidamente na
ma melhor de que estamos tratando. Essa análise tra-
rede, o que gera um novo público consumidor.
ta de um público que está cada vez mais consciente
Mai/Jun 2018
Num mundo em que penso muito em mim, quem
25
CAPA eu sou, qual minha identidade, com quem me iden-
preendedores estão buscando mais flexibilidade e
tifico, o mundo do self, as fabricantes de celulares
estão preparados para assumir riscos. Os Millennials,
precisaram adequar suas câmeras para que os consu-
particularmente, possuem uma natureza empreende-
midores invertessem o enquadramento e fizessem o
dora; deixam de lado a rotina das 9h às 17h e buscam
autorretrato desejado.
uma carreira que ofereça mais liberdade.
Marcas, lojas, empresas devem entender que as ten-
Ao longo da minha vida, desenvolvi e empreendi vá-
dências demonstram o que já sabemos: o mundo é hi-
rios negócios, sempre motivado por uma vontade imen-
percomplexo. O que serve para um não serve para todos.
sa de fazer mais, de conquistar, desbravar e, principal-
Assim, devemos entender que o que serve para pessoas
mente, de pensar em produtos e serviços que realmente
(a busca pela identidade), também vale para empresas.
pudessem ser úteis para as pessoas e para o mercado (na
Por isso devem ter seus valores bem definidos, expor e
perspectiva deles, não somente na minha).
comunicar de forma clara, mostrar uma visão de futuro
Como definição, empreender é muito mais do que
coerente, e que é diferente para que o consumidor per-
ter um negócio; é um estilo de vida, uma forma de
ceba que se identifica com a marca, produto, serviço ou
pensar e agir. Nesse sentido, os empreendedores têm
ambiente. Só assim ele iniciará o contato.
demonstrado, ao longo dos últimos anos, muita ati-
#5 EMPREENDEDORES ADAPTATIVOS: Eles estão buscando
tude e resiliência diante dos problemas empresariais e das barreiras e dificuldades do Brasil. Portanto, dessa forma, os novos empreendedores inspirados nas jor-
mais flexibilidade e estão preparados para assumir
nadas de sucesso e fracasso dos mais antigos têm sido
riscos. Os Millennials, particularmente, possuem uma
muito mais arrojados e preparados que os anteriores
natureza empreendedora; deixam de lado a rotina
– seja por terem mais acesso a conhecimentos e ferra-
das 9h às 17h e buscam uma carreira que ofereça
mentas, seja por terem mais preparo mesmo.
mais liberdade.
O que isso significa? Que os “novos empresários” adotaram não apenas uma nova postura, mas eles têm uma visão diferente do mercado e do mundo. Mercados como saúde, educação, agricultura, finanças e varejo estão sendo completamente modificados pela tecnologia, que claramente é conduzida por percepções e necessidades humanas. Para eles, muito mais importante que horários e riscos é saber que as ideias e soluções nascem para resolver um problema, para atender uma demanda que por vezes ainda não está mapeada pela grande maioria das pessoas comuns, é como se estivesse olhando para onde todo mundo está olhando, mas enxergando o que ninguém está vendo e, desta forma, apre-
@ João Kepler, especialista em e-commerce, marketing, empreendedorismo e vendas: Os em-
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sentando soluções para resolver um problema real e pontual.
LICENSING BRASIL
#6 VEJO DO MEU QUARTO:
senvolveremos o unified commerce, ou seja, são todos
Em 2018, a percepção e realidade se conectam,
os canais integrados, sejam eles físicos, sejam digitais.
mesclando imagens digitais com o espaço físico.
O que muda agora é a experiência personalizada para
Consumidores
produtos
o consumidor final. Os pontos de contato se multipli-
antes de comprá-los, seja nas lojas físicas, seja pelo
cam diariamente. Na jornada de consumo, você pode
e-commerce. A sofisticação dos celulares em 2017
por exemplo começar uma venda pela loja e concluir
abriu portas para mais funcionalidades, envolvendo a
pelo WhatsApp; começar pelo WhatsApp, passar pela
tecnologia de Realidade Aumentada.
loja virtual e dar uma volta por um quiosque intera-
poderão
visualizar
os
tivo e acabar comprando pela loja física ou até comprar via internet e pedir para entregar em um locker. Então, essa forma de compra, venda e recebimento de mercadorias está mudando absurdamente e já não é mais um futuro, e sim uma realidade. Não apenas para os países mais desenvolvidos: nós também já temos várias iniciativas nas quais podemos comprar pela internet e retirar o produto sem descer do carro dentro de alguns shoppings de São Paulo que contam com lockers à disposição do consumidor; vários pequenos varejistas vendendo via WhatsApp; e redes sociais colocando lojas que na verdade não vendem produtos e são apenas centros de experimentação, de interatividade, de entretenimento – ou seja, a relação @ Regiane Relva é especialista em tecno-
com o consumidor mudou radicalmente e a tecnolo-
logia aplicada ao varejo, CEO da Vip-Systems
gia está extremamente acessível. Todos têm acesso a
Informática e coordenadora-geral do Smart
ela, inclusive um varejista muito pequeno. Até os “na-
Campus Facens: Estamos no meio de uma revolução.
noempresários” já têm a tecnologia da informação à
É a maior revolução que a humanidade já passou.
disposição. Afinal de contas, os smartphones viraram
A integração entre o mundo físico e o mundo digi-
supercomputadores e estão na palma de nossas mãos,
tal está cada vez mais evidente em nosso cotidiano.
tornando nossos negócios totalmente digitais e dispo-
Agora, não somos mais físicos ou digitais, somos “fí-
níveis a um clique. Portanto, independentemente do
gitais” que é a mistura de ambos. Essa nova geração
tamanho de um negócio, a transformação digital vai
que está chegando já é a geração dos nativos digitais:
passar pelo seu caminho, seja ele em um comércio
eles querem cocriar, colaborar, inventar; odeiam men-
tradicional, seja apenas virtual. Já temos vários cases
tiras e não toleram empresas que fazem um discurso
mundiais, como é o caso da Amazon e de outras tan-
e agem de forma contraditória. Eles querem a autenti-
tas que estão vindo do mundo virtual para o mundo
cidade, a inovação: isso faz parte do DNA dessa nova
físico – e o caminho contrário também está aconte-
geração. Com tudo isso, os negócios terão de se rein-
cendo. Estamos saindo do tradicional em direção ao
ventar, não se trata mais do omnichannel; agora de-
virtual, mas não apenas via e-commerce. O B2B e o
Mai/Jun 2018
27
CAPA B2C estão perdendo importância frente ao Me2B, no
Não é mais o segredo que é a alma do negócio. É a
qual o consumidor demanda aquilo que efetivamente
alma que é o segredo de qualquer marca.
deseja comprar. Assim, a personalização, ou o acesso
As iniciativas de sustentabilidade veiculada de
à compra em qualquer lugar, em qualquer momento
marcas que precisam criar uma parede de proteção
e de qualquer forma é o que vai nortear os negócios
ao que fazem com o ambiente nunca enganaram
que sobreviverão neste mundo totalmente fígital.
ninguém. Eu faço isso pelo mundo e, no coração do
#7 CONSUMIDORES DETETIVES: Com maior agitação política em 2017, a desconfiança dos consumidores está crescendo e gerando maior envolvimento emocional
meu negócio, faço coisas que consomem, perfuram e exaurem os recursos desse mundo. Para o cliente detetive, elas são um mal desnecessário; ele quer alternativas limpas ao invés de predadores. Os novos tempos são de acesso às informações mais
e ações por parte deles. Eles continuam céticos em
amplas e íntimas a respeito do que cada marca faz.
relação aos produtos produzidos em massa e às reais
Marcas sem causas que ajudem o mundo são identifi-
motivações das empresas que os produzem. Cansados
cadas, acusadas e gradualmente rejeitadas. O mesmo
de ouvir retóricas vazias e palavras tranquilizadoras,
acontece com marcas que tratam bem quem trabalha
buscam conhecer os detalhes sobre a produção e
nelas. O movimento Capitalismo Consciente quantifi-
distribuição dos itens.
cou que marcas que tratam melhor quem trabalha nelas crescem até 10 vezes mais do que as que não o fazem. Não há espaço para marcas predadoras, que conseguem resultados a qualquer custo. E a nova fase é da eliminação dos custos de intermediação para proporcionar posse ao máximo número de clientes possível. Planilhas abertas de custo para o consumidor já são prática de marcas como a Everlane ou a Brandless, que cortam custos desnecessários e cobram US$ 3 por tudo que vendem. No Brasil, a tendência do cliente detetive é mais forte do que nunca. Os brasileiros sabem a escalação dos juízes do Supremo e não sabem a da seleção brasileira. O processo da Lava Jato mostrou que é possível
@ Edmour Saiani, especialista em gestão es-
descobrir os culpados e punir quem quer que tenha
tratégica de atendimento: Há muito tempo o con-
infringido a lei. Marcas mentirosas também são fla-
sumidor é um verdadeiro paparazzo; quer flagrar erros
gradas e abandonadas pelos clientes. As marcas que
que as marcas cometem. Está provado que os clientes
mentiram recentemente tiveram que se retratar e, ob-
que mais postam erros das marcas são os que mais
viamente, tiveram sua reputação abalada irreversivel-
postam elogios. A questão é: quem merece o quê?
mente. Como se diz por aí, o consumidor não é Deus
De erros mais simples, como preços errados na prateleira, eles passaram a julgar a alma das marcas.
28
para perdoar. Ele é rei do mal, que corta a cabeça de quem faz bobagens.
LICENSING BRASIL
#8 CO-LIVING: Essa tendência floresceu
em comunidades era coisa de estudantes (república) ou de hippies. Hoje, não mais. Dividir moradia, local de tra-
entre os Millennials e os consumidores acima dos 65
balho ou carro é um hábito comum, inclusive no Brasil.
anos de idade. É uma maneira de se viver na qual as
Há dezenas de cases inovadores e superbacanas
pessoas dividem uma habitação e compartilham os
no mundo todo, como o Urby, um bloco de aparta-
mesmos interesses e valores. Esse estilo nasceu dos
mentos únicos, organizados para incentivar a intera-
centros urbanos, que abraçaram a economia compar-
ção natural entre os moradores. Os espaços comuns
tilhada como um modo de vida.
incluem academia, jardim, cozinha e piscina, enquan-
@ Andrea Bisker, storymaker, especialista em
to os próprios apartamentos estão estruturados para
tendências e comportamento do consumidor, e
maximizar o pequeno espaço disponível, o que os tor-
empreendedora à frente da Stylus Brasil: Neste
na sensíveis. O Urby foi projetado como um espaço de
novo cenário, a bola da vez é o acesso e não a pos-
vida adaptável para os habitantes da cidade de Nova
se. Com a consolidação da economia compartilhada,
York, com os valores contemporâneos de flexibilidade,
uma inovação sócioeconômica e cultural estabelece
espaço e conexão no centro do projeto. Os materiais
o pertencimento como paradigma. As fronteiras en-
e as cores são uma mistura eclética de calor e frio,
tre público e privado se misturaram e surgiram novas
prática e decorativa, refletindo as diferentes culturas e
dinâmicas de propriedade de bens; formas inéditas
histórias que os habitantes trazem ao espaço.
de trabalho, que privilegiam a estrutura horizontal, e
O Roam é um network de espaços co-livings no
a abundância, em que o bom só é bom se for para
mundo todo, que oferece tudo para os usuários se sen-
todos. Dentro da economia compartilhada, encontra-
tirem em casa e serem produtivos ao chegarem. Com
mos sistemas colaborativos que abrangem desde os
filiais em Miami, Bali, Londres, Tóquio e São Francisco,
financiamentos coletivos – como no caso do Catarse
o conceito é fazer desta vida uma aventura maravilhosa.
e do Kickante −, até o compartilhamento de bens e
O primeiríssimo co-livings foi o The Collective, no
serviços, como casas, bikes e espaços de trabalho. Observe o caso das plataformas de compartilha-
Reino Unido. Para obter mais informações, acesse: www.thecollective.co.uk/oldoak/.
mento como o AirBnb, lançado em 2008, que hoje es-
Recentemente, a WeWork lançou o conceito
tremece o setor hoteleiro. Ele movimenta milhões de
WeLive em Nova York e Washington DC. As cozinhas
dólares e de usuários no mundo todo. Qual é o segre-
privadas são bem reduzidas, contendo somente o es-
do? Conectar pessoas e permitir que elas ganhem di-
sencial para aquecer e armazenar alimentos. A cozi-
nheiro com o aluguel de sua própria casa, apartamento
nha comum e as zonas de entretenimento proporcio-
ou dormitório. É um negócio sustentável e horizontal
nam acesso a uma instalação invejável para toda uma
que se mantém pujante não pelo lucro, mas por meio
geração que não prioriza a propriedade. E isso já che-
de taxas de serviço justas para todos os lados.
gou ao Brasil. Muitos já conhecem a Vitacon e seus
Cada vez mais produtos e serviços sinalizam um
microapartamentos focados nos consumidores do fu-
novo caminho e pensamento que privilegia a sus-
turo. A construtora oferece apartamentos a partir de
tentabilidade e o acesso em vez da propriedade. Por
10 m2, com uma área enorme de entretenimento e
exemplo, o surgimento recente e que vem crescendo
serviços para ser usada de forma comunitária.
exponencialmente do co-living. Antigamente, morar
Mai/Jun 2018
Para citar outro exemplo, o projeto Jardim das
29
CAPA Perdizes, em São Paulo, também abrange um bairro
Graças a grandes avanços tecnológicos e à popu-
planejado, com apartamentos a partir de 50 m e uma
larização das mídias digitais surge um novo perfil de
área enorme de lazer, onde a interação entre os mora-
consumidor interessado, cada vez mais, em se dife-
dores promove o bem comum.
renciar socialmente. Nos dias de hoje os consumidores
2
Essa forma de viver se tornará parte muito real do
não querem simplesmente entrar em uma loja para
nosso futuro à medida que as cidades se tornam mais
comprar um produto default das prateleiras, padro-
povoadas e a necessidade de abrigar populações cres-
nizado, sem relevância e personalidade. Eles desejam
cente ultrapassa o espaço.
escolher não somente questões estéticas do produto,
#9 I-DESIGNERS: O desejo de alcançar a
mas também características de funcionamento que façam sentido em sua realidade.
verdadeira autenticidade está levando a personalização
A tecnologia aplicada na indústria vem transfor-
a um outro nível em 2018, transformando os consumi-
mando essa relação com os consumidores e elevando
dores em criadores ao permitir que eles participem do
a customização a um outro nível. Esse novo conceito
processo de design e produção dos produtos.
de customização na indústria ficou conhecido como “indústria 4.0”, tendo os alemães como pioneiros no avanço dessa modalidade. O conceito visa aproximar fabricantes de seus consumidores, transformando o processo produtivo em algo realmente colaborativo. A ideia é que o consumidor, ao acessar o website de uma marca, possa escolher não somente o produto, mas definir também características específicas de acordo com suas necessidades, como estampas, cores, tamanhos, materiais, funções etc. O pedido é recebido e processado por meio do sistema, que transmite as informações ao setor de produção, já pré-configurado, automatizado e preparado para montar o produto de acordo com as solicitações do cliente. As vantagens são inúmeras, mas destaco duas que me chamam bastante atenção. Fabricantes podem oferecer produtos assertivos com maior conversão de
@ Rafael Eckmann, designer, especialista em
vendas e consumidores podem participar do processo
desenvolvimento de produto: Em um passado re-
de design, customizando seu próprio desejo, diferen-
cente, a maioria esmagadora das indústrias no mundo
ciando-se cada vez mais socialmente.
acreditava que a produção em alta escala de produtos padronizados ou com baixa diferenciação era a cha-
#10 OS SOBREVIVENTES:
ve para a geração exponencial de receitas. Porém, no
anos após a crise de crédito, que anunciou o início
mundo atual esse formato vem se tornando cada vez
da Grande Recessão, a mentalidade frugal (comedida)
mais obsoleto.
dos consumidores permanece inalterada. Apesar de as
30
Dez
LICENSING BRASIL
economias terem melhorado, com aumento da renda
parcela proporcionalmente maior da renda − o que
e queda do desemprego, a disparidade entre o rico
tem incentivado o consumo de luxo, já que há um
e o pobre é muito visível. Aqueles que se encontram
crescimento robusto desse nicho, com índices impor-
presos entre os baixos salários, escassos benefícios
tantes, em uma notória demonstração de recuperação
governamentais e os altos custos de vida continuam
após a crise – e, de outro lado, há um crescimento na
lutando para lidar com a austeridade.
base da pirâmide. Ou seja, há famílias de classe média que perderam renda e baixaram o padrão social e de consumo também. O que isso está provocando como impacto para o varejo é um crescimento forte do varejo de descontos. A crise fez as pessoas racionalizarem bastante o consumo, por uma necessidade, e terem de fazer sacrifícios, obviamente privilegiando melhores preços, o que estimulou os descontos em várias categorias de consumo. A saída da crise com esse processo todo e a dificuldade de retomar os níveis de renda, principalmente nas camadas média e baixa das populações, fazem com que o formato de descontos funcione muito bem. Isso fica evidente no varejo alimentar, com uma forte polarização – formatos gourmet, especializados, diferenciados, de nicho e premium em alta –, e alternativas como consumo sustentável ou preços naturais e formatos de descon-
@ Alberto Serrentino, fundador da Varese
tos com várias alternativas de orientação a preço, in-
Retail – consultoria em varejo e consumo: De
clusive na moda e no mundo do luxo. E os formatos
fato, esse fenômeno está acontecendo. O processo de
mais massificados, competitivos e agressivos, tanto
saída das crises, principalmente a de 2008, que de-
no modelo fast fashion como H&M, por exemplo, ou
pois teve altos e baixos, num período doloroso para
no formato de descontos, como a Primark (Irlanda),
o mercado europeu, já que o americano se recuperou
entre outras que também vão bem e ganham parti-
mais rápido, é muito desigual entre países. O fato é
cipação de mercado. Logo, esse fenômeno é global.
que a Europa voltou a crescer como um todo e os
Não há sinais de mudanças estruturais que possam
países que mais sentiram dificuldades naquela épo-
reverter isso e a consequência para o varejo é exata-
ca estão se recuperando lentamente. Porém, existe
mente esta: a polarização crescente, grandes oportu-
esse sintoma de crescente desigualdade, sobretudo
nidades nos extremos da pirâmide (mercados de luxo
nos países ocidentais mais maduros, em que há um
e de massa) e uma pressão competitiva muito forte
progressivo achatamento da classe média, a base de
na camada média, que é a que mais vem sentindo as
sustentação do consumo. Então, há um fenômeno
consequências dessa tendência.
no qual a concentração de renda está aumentando, o topo da pirâmide tem ficado mais rico e com uma
Mai/Jun 2018
Fonte: Euromonitor – https://bit.ly/2JWf4uV.
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NOVIDADE
Redibra dá partida com Chevrolet! segmento, as categorias mais relevantes para criação de novas linhas são brinquedos, produtos escolares, artigos para festas, vestuário, calçados e cuidados pessoais.” Para embasar as estratégias, a Redibra contou com uma pesquisa realizada pela Play. A partir desse estudo, a X-Guides desenvolveu um style guide especial. “No Brasil, é raro termos um trabalho estruturado localmente para atender a demanda de nossos consumidores, com base em um relatório científico e não intuitivo.”
P
Já para o público adulto, serão priorizadas as cateosicionada como a 16ª empresa em volume de
gorias de vestuário e cuidados pessoais. “A relação do
vendas de produtos licenciados, a Chevrolet da
brasileiro com carros é uma paixão. Acreditamos tam-
General Motors iniciou essa vertente no Brasil
bém no propósito das marcas e, naturalmente, vamos
em 2013. Atualmente, a marca conta com 14 licencia-
dos no País e aproximadamente 500 SKUs.
conectar pais e filhos por meio delas”, finaliza. Para o ambiente digital, a Redibra anuncia grandes
Recentemente, a Redibra assumiu o programa de li-
ações, uma vez que a marca tem forte presença nas
cenciamento de algumas marcas da montadora no Brasil.
plataformas virtuais, com mais de 20 milhões de fãs no
“Nosso objetivo é trabalhar os apaixonados por carros
Facebook. “Desde o trabalho com influenciadores, pas-
e oferecer produtos adequados a esse público, seja ele
sando por todos os pontos de contato nesse ambiente
infantil, jovem, adulto, masculino, seja feminino”, explica
até as operações de e-commerce. A marca também pro-
Fernanda Saul, coordenadora de marketing da Redibra.
move ações ativadas somente digitalmente.” A marca é
Camaro, Corvette e S10 abrem o portfólio represen-
a única montadora com um e-commerce de produtos
tado pela agência. Atitude, empoderamento, estilo, luxo,
licenciados – o www.chevroletfanstore.com.br –, e conti-
elegância, tecnologia, design, força, confiabilidade e ver-
nuará reforçando a divulgação nesse ambiente.
satilidade formam a extensa lista de atributos transmiti-
O foco do programa de licenciamento provavelmente
dos por essas marcas. Sendo assim, o consumidor que
será ampliado no futuro. “Nossa missão é expandir para
deseja ter esses mesmos valores em seu cotidiano auto-
outras marcas Chevrolet.” De acordo com Fernanda, esse
maticamente terá produtos com as marcas Chevrolet.
trabalho será estrategicamente alinhado com os lança-
“Estamos desenvolvendo uma estratégia de construir
mentos da montadora no Brasil. “Buscamos constante si-
estas marcas como um estilo de vida para esse grande
nergia entre o licenciamento e o marketing da Chevrolet.
número de consumidores que amam automóveis.”
A convergência de interesses de todos os players amplifica
Entre as prioridades da companhia está o lançamento da linha Chevrolet Kids, realizado no mês de abril. “Neste
32
campanhas da marca, engaja consumidores e aumenta a visibilidade e a venda dos produtos licenciados.”
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Special Cat Garfield [Pet Food] Fabricante: Manfrim – Special Dog. Agente licenciador: Vertical Licensing.
Mai/Jun 2018
AGENTE
Marca brasileira de entretenimento infantil torna-se referência em conteúdo e programa de licenciamento
O
Gloob é parte do portfólio de canais
brasileiras produzindo itens Gloob. E empresas brasileiras
Globosat, maior programadora da América
exportando para o resto do mundo, como é o caso da
Latina. Com DNA 100% brasileiro, investe e
Novabrink e da Grendene, que levarão produtos fabri-
acredita em boas histórias, em produções nacionais e
cados no Brasil para países da Europa, América Latina e
internacionais de alta qualidade nas quais a criança se
Ásia”, revela Freitas. Segundo ela, a projeção de cresci-
reconheça como protagonista. Prestes a completar 16
mento em vendas para este ano é de 30% a 50%.
anos, o Gloob, de acordo com o Kantar Ibope Media, é o terceiro canal infantil no ranking da TV paga na
PARCERIAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
preferência das crianças. Em 5 anos, multiplicou sua
Entre os sucessos nacionais estão Tem Criança na
audiência entre o público infantil em mais de 10 vezes.
Cozinha e D.P.A.: Detetives do Prédio Azul. Conteúdos
“Um mundo de diversão para crianças, a qualquer
internacionais também estão presentes na grade do
hora e em qualquer lugar. Esse é o Gloob, mais do
Gloob e dois cases de sucesso do canal são Miraculous:
que um canal de TV por assinatura, uma marca multi-
As Aventuras de Ladybug, produção da ZagToon que
plataforma de entretenimento que oferece programa-
estreia em maio com novos episódios; e Alvinnn!!! e
ção para TV, VOD, site, redes sociais, games, aplicati-
os Esquilos, produção da Bagdasarian Productions que
vos, eventos e produtos licenciados”, explica Sabrina
está no ar com episódios inéditos. O Gloob detém a
Freitas, gerente de licenciamento de marcas e novos
exclusividade no Brasil dessas duas marcas.
negócios do Gloob e do Gloobinho.
Outros destaques são as séries Porto Papel – co-
Desde o lançamento do canal, o Gloob quer se
produção do Gloob com Chile, Colômbia e Argentina
tornar referência de conteúdo brasileiro infantil e sinô-
–, e Esquadrão Bizarro – série live-action que estreia
nimo de diversão para crianças, independentemente
em outubro com novos episódios e é produzida pela
da plataforma, como afirma Freitas: “O canal está em
canadense Sinking Ship Entertainment e pela america-
todos os lugares e telas”.
na The Fred Rogers Company com a PBS KIDS.
Com uma lista bem variada de categorias como brinquedos, confecção, calçados, publicação, live show, cuidados pessoais, papelaria, linha de escrita, acessórios, artigos para festas, promoções, alimentos, utensílios domésticos, cama e banho, o Gloob ultrapassou a marca de 22 milhões de produtos vendidos com suas marcas. São mais de 90 mil pontos de venda com produtos Gloob por todo o brasil. “Atualmente há 41 empresas
38
LICENSING BRASIL
Desde 2016, o Gloob e a Globo Filmes trabalham em parceria para expandir a oferta de conteúdo in-
As Aventuras de Ladybug: 15,7 milhões de produtos vendidos. Marca licenciada TOP 1 em vendas em praticamente todos os licenciados.
fantil brasileiro para além da TV. As empresas estão trabalhando em conjunto no desenvolvimento artístico de longas-metragens infantojuvenis, contribuindo desde a criação e o desenvolvimento até a estratégia de lançamento. O primeiro fruto desta parceria foi o lançamento do filme de D.P.A.: Detetives do Prédio Azul, em julho de 2017, que alcançou mais de 1 milhão de espectadores. O segundo filme da franquia D.P.A. já está confirmado pelo canal para 2019. Além de todas as produções, projetos e parcerias, o Gloob também se empenha em estudar e conhecer o seu público através de pesquisas com o Dossiê
Detetives do Prédio Azul: Cerca de 100 SKUs à venda. Para o 2º semestre, uma nova linha de brinquedos com cerca de 20 lançamentos, além de outras categorias em negociação.
Gloob: “Todos os anos, no segundo semestre, divulgamos uma pesquisa referente ao comportamento
As marcas do Gloob!
infantil”, finaliza a gerente.
• Há 6 anos no portfólio de canais Globosat • DNA 100% brasileiro
O canal está em todos os lugares e telas Gloob Play – app de VOD do canal com programas on demand e ao vivo que já soma mais de 4 milhões de downloads. Site do canal – oferece mais de 100 games exclusivos, inspirados nos programas exibidos. YouTube – canal Mundo Gloob disponibiliza conteúdos exclusivos. Plataformas móveis – 9 aplicativos para mobile superam 4,5 milhões de downloads. Redes sociais – o canal acumula mais de 185
• É o terceiro canal infantil no ranking da TV paga na preferência das crianças • Portfólio de marcas: Tem Criança na Cozinha, D.P.A.: Detetives do Prédio Azul, Miraculous: As Aventuras de Ladybug, Porto Papel e Alvinnn!!! e os Esquilos • 41 empresas licenciadas • Mais de 22 milhões de produtos vendidos • 90 mil pontos de venda por todo o País • Projeção de crescimento em vendas para este ano de 30 a 50%
mil seguidores no Instagram; quase 1 milhão no
• Forte atuação contra a pirataria: mais de 10 tone-
Facebook e mais de 800 mil inscritos no seu canal no
ladas de produtos Gloob já apreendidos pela Receita
YouTube.
Federal com o suporte do escritório Siqueira Castro
ESPECIAL
Confira a cobertura das edições Abrin e Recife!
R
ecentemente, o EP Grupo realizou duas edi-
de abril, no Hotel Marriott da cidade do Recife. A es-
ções do evento Marcas & Personagens, com
colha da região reforça o potencial e a importância do
patrocínio da Molin e apoio da Foroni e da
Nordeste para o setor de licenciamento no Brasil. Nesta
Play Consultoria. Inovador e exclusivo, o encontro
edição, 65 participantes formaram uma atenta plateia,
apresenta as marcas dos principais estúdios, licencia-
diante de importantes agentes. Disney, Nickelodeon,
dores e agentes de marcas do mercado aos fabrican-
Redibra, Entertainment One, Gloob, Cartoon Network
tes e varejistas, propiciando um ambiente favorável à
(Recife) e Up Content! (São Paulo) revelaram diversas
profissionalização e novos negócios.
oportunidades aos participantes.
A primeira edição de 2018 ocorreu durante a Feira
Durante o ano, o Marcas & Personagens contará
Internacional de Brinquedo (Abrin), no Expo Center
com outras edições itinerantes. Os varejistas e fabri-
Norte em São Paulo. Na ocasião, 150 profissionais da
cantes de Blumenau que estiverem em busca de um
indústria e do varejo enriqueceram seu networking
diferencial competitivo para seus produtos já podem
com os principais players do mercado.
se programar para um encontro no segundo semestre.
Já a segunda edição do ano aconteceu no dia 18
Paulo Freire (Livrarias Mec), Bruna Sawada (eOne), Aline Gobbi (Turner) e Suely Alves (Livrarias Mec).
A seguir, confira as fotos da edição Recife!
Raquel Felicio (Turner), Juliana Andrade e Raquel Souza (Nagem).
Felipe Bertonha (EP Grupo), Fernando Alvarenga (Blog), Marici Ferreira (EP Grupo), Artur de Melo (AR), Rafael Tieri (Disney), Geraldo Alvarenga (Blog) e Daiane Miranda (EP Grupo).
Raissa Gonçalves, Thais Cavalcanti e Fernanda Salles (Tambaú Alimentos) e Thienne Ribeiro (Nickelodeon).
Sabrina Freitas (Gloob), Ednilson Xavier (Leitura Recife), Rachel Costa (Gloob), Ricardo Benigno (RB Representações), Adriana Francisco e Antonio Fernando (Livraria Jaqueira).
Felipe Guedes (Como Registrar), Raquel de Souza e Juliana Andrade (Nagem) Marici Ferreira (EP), Getulio Bezerra (Ipiranga), Aurélia Picoli (Play) e Heitor Nogueira (Redibra).
Adriana Francisco (Livraria Jaqueira), Beatriz Aragão (Toptriz) e Alejandro Ernani (Rio Alimentos).
Luma Caroline (Shopping Tacaruna), Daiane Miranda (EP Grupo) e Ana Paula Nunes (Shopping Tacaruna).
Paulo Freire (Livraria Mec) e Ricardo Soares (Trajano Representações).
Equipe Jurandir Pires e Thienne Ribeiro (Nickelodeon)
EVENTO
A publicidade infantil no Brasil Seminário promove debate sobre a legalidade dos anúncios para crianças
N
a manhã do dia 11 de abril, a Associa-
uma verdade para a sociedade, Aires lembrou que
ção Brasileira de Licenciamento (Abral)
as recentes acusações feitas à indústria infantil me-
promoveu um interessante encontro
nosprezam o trabalho que vem sendo realizado há
entre empresários, agentes de marcas,
anos por empresas verdadeiramente comprometidas.
publicitários, advogados e varejistas para tratar sobre
Antes de abordar as decisões e estratégias de marke-
a questão da comunicação dirigida ao público infantil.
ting adotadas pela companhia, o diretor traçou uma
Para abrir o evento, o advogado sócio da Mannrich e
linha do tempo desde a criação do Departamento
Vanconcelos e conselheiro do Conar, Marco Antônio
de Imprensa e Propaganda (DIP), em 1939, passan-
da Costa Sabino, desmistificou uma questão que vem
do pelo Código Brasileiro de Autorregulamentação
sendo amplamente difundida, inclusive pela mídia,
Publicitário, em 1968, até o surgimento do Conse-
acerca da proibição da publicidade infantil. “A publi-
lho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Ado-
cidade não foi proibida judicialmente. O que existe é
lescentes (Conanda) e das fake news, em 2014. “O
uma linha tênue entre o que é permitido e o que é
Conar avançou com a criação das regulamentações.
considerado abusivo e isso requer bom senso”, obser-
De acordo com o artigo 37, nenhum anúncio dirigirá
vou Marco. Não por acaso, atualmente a percepção
apelo imperativo ao consumo diretamente à crian-
dos empresários de maneira geral é de que devem
ça.” Assim, as empresas devem cumprir uma série
manter-se afastados das campanhas infantis. Agên-
de exigências. “Somos uma empresa idônea e res-
cias, judiciário, legislativo, mercado e opinião pública
ponsável. A Estrela tem o papel social de desenvolver
compraram esse discurso e acreditam no mito da proi-
crianças para termos adultos melhores e, por isso, o
bição. “Não há necessidade de banir a publicidade.
brinquedo tem de ser difundido. Antes de sermos
Apesar das restrições, ela é permitida e regulada pela
empresários, somos pais, tios, avós e temos respon-
constituição. O que pode ser vendido, pode ser anun-
sabilidade com nossas crianças. Precisamos dizer não
ciado.” Por fim, Sabino lembrou que órgãos como o
à terceirização da educação. Quem determina o que
Conar existem em todos os países e, no Brasil, o códi-
nossas crianças podem ver ou não são os pais e não
go de autorregulamentação conta com 46 normas em
o Estado”, finalizou.
defesa das crianças. “Se a proibição fosse a solução, o
Ainda na primeira parte do evento, a advogada
mundo todo já teria adotado essa medida. A publici-
Vanessa Vilar falou em nome da Associação Brasileira
dade é da essência da livre-iniciativa. Anunciar é per-
de Anunciantes (ABA) sobre o propósito da entidade
mitir a liberdade de escolha. Cabe a cada pai ensinar
e o marketing responsável promovido pela equipe.
o que seu filho pode ou não aceitar.”
“Há limites na publicidade. Todas as propagandas
Na sequência, o diretor de marketing da Estrela
que abusam da falta de julgamento das crianças de-
Aires Fernandes assumiu a palavra e desabafou: “Os
vem ser combatidas, mas a autorregulamentação é
empresários estão sendo taxados de enganadores”.
um caminho eficiente para proteção das crianças.
Receoso de que esse discurso distorcido se torne
A ABA acredita que a liberdade de expressão seja o
42
LICENSING BRASIL
ponto de partida para um diálogo.” Vanessa alertou
com o conselho para uma prévia avaliação e adequa-
para o fato de nossas crianças estarem cada vez mais
ção das peças. “Hoje, a reputação empresarial é um
expostas a uma infinidade de informações, o que
dos maiores ativos das marcas. Nenhum empresário
intensifica a necessidade de serem educadas para
quer ser irresponsável.”
saberem julgar e decidir aquilo que devem absorver
Após um coffee break, a plateia voltou para o au-
ou rejeitar. “Supressão de publicidade é restrição de
ditório e participou de um debate enriquecedor tanto
direitos”, observou. A advogada lembrou ainda do
para os convidados como para o futuro dos negócios
serviço oferecido pelo Conar, por meio do qual as
no Brasil.
campanhas publicitárias podem ser compartilhadas
Renata Pereira, Caroline Alba, Marici Ferreira, Tamara Fernandes, Chintia Oliveira e Daniella Freitas.
Dr. José Henrique Werner, dr. Márcio Gonçalves e Marcus Macedo.
Networking durante o intervalo do evento.
Aires Fernandes e Luis Fernando Lopes.
Plateia de peso atenta ao debate.
Dr. José H. Werner, dra. Vanessa Vilar, dr. Marco Sabino, Aires Fernandes, Marici Ferreira, Laura Brasileiro e dr. Márcio Gonçalves.
EMPRESA
B
Camicado
em conhecida pela variedade de artigos
que já estão no port fólio, agregando novos pro-
disponíveis em suas listas de casamento, a
dutos. “Escolhemos as propriedades por meio de
Camicado acumula mais de 25 anos de ex-
extensas pesquisas de mercado e conversas com li-
periência no mercado de casa & decoração. A rede de
cenciadores. Optamos por um caminho que é mais
lojas oferece desde artigos de decoração, utensílios
perene com personagens clássicos e que nos ajudam
de cozinha e domésticos, eletroportáteis e faqueiros,
neste início de sortimento e estratégia”, observa.
até cama, mesa e banho. Todos esses produtos es-
Uma vez que a linha Disney já tem uma sinergia
tão disponíveis em suas 98 unidades espalhadas pelo
mais natural com o consumidor Camicado, o desen-
Brasil, podendo também ser encontrados na loja vir-
volvimento das artes pela designer Ana Mori traz
tual – www.camicado.com.br.
ícones e formatos que remetem ao universo Mickey.
Sempre antenada às tendências, a Camicado
Já a linha Looney Tunes tem um viés mais vintage, a
decidiu desenvolver uma linha licenciada, lançada
fim de atrair as pessoas que assistiam aos desenhos
em novembro de 2017. “A primeira coleção dese-
e filmes da franquia. Por fim, a linha Liga da Justiça
nhada e pensada de forma estratégica foi Mickey e
é voltada para um universo mais geek. “Esse mer-
seus Amigos. Para o lançamento, colocamos no mer-
cado tem projeções incríveis de crescimento. Dessa
cado aproximadamente 55 produtos diferentes”,
forma, as propriedades se complementam e juntas
conta Mariana Paulon, gerente de produto da rede.
formam um universo licenciado”, comenta Mariana.
Atualmente, a empresa também desenvolve outras
No mês de fevereiro, a Camicado compôs uma vi-
linhas como Princesas, Super Heróis - Liga da Justiça
trine para cada uma das linhas de personagens e já es-
- e Looney Tunes, com focos e produtos diferentes.
tuda novas possibilidades para realização de ações em
“Cada linha representa a essência dos personagens e
datas sazonais no ponto de venda. “O licenciamento
cria identidade com o consumidor Camicado. O mer-
nos colocou no mapa para muitos públicos que não
cado de licenciamento para casa ainda está engati-
enxergavam a Camicado como destino de compras
nhando. Por isso, escolhemos inovar”, explica.
de produtos para casa. Sem dúvida, a ferramenta
De acordo com a gerente de produtos, a categoria de personagens está crescendo de forma exponencial.
agregou valores das licenciadoras a nossa marca e nos abriu muitas portas”, finaliza Mariana.
“Superamos em 325% o faturamento esperado para 2017. E o ano de 2018 está sendo fantástico também. Nosso maior desafio agora é agregar clientes que não necessariamente sejam consumidores Camicado e, cada vez mais, ser referência e destino para compra de licenciados.” Neste ano, a Camicado trabalhará de forma ainda mais efetiva os personagens
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Thomer Yehuda Elkrief Filosofia: Olhar sempre para o copo meio cheio, encarando o copo meio vazio como aprendizado. Da cabine de controle: Estamos passando por um momento de reviravoltas, tem muitos macroacontecimentos fazendo com que as empresas tenham de se reinventar. Acredito ser uma boa oportunidade para a inovação e a criatividade. Os clientes buscam novidades. Prós e contras do mercado brasileiro: Somos um povo extremamente aceptivo e acolhedor, formado por diversas culturas e costumes; um País com enorme potencial. Já os contras, infelizmente, são essas reviravoltas políticas, que geram tanta instabilidade. Melhor ferramenta de marketing: A percepção. É preciso estar sempre atento a tudo que acontece a sua volta e aos pequenos detalhes. Isso é o mais importante para uma campanha bem-sucedida. Equipe treinada é sinônimo de: Equipe bem liderada. Um líder cheio de boas intenções com os funcionáFormação: Desenho Industrial.
rios, que consegue criar um ambiente de trabalho mais
Empresa: Mini Co.
produtivo, consequentemente terá um time eficiente.
Cargo: CEO.
Frase favorita: “O mundo muda com o seu exemplo,
Profissional do mercado de licenciamento há: 8 anos.
não com a sua opinião”.
Trajetória profissional: Não é muito longa, mas é
Tenho orgulho: De empreender e, ao mesmo tem-
intensa [risos]. Hoje, aos 27 anos de idade, já tenho a
po, poder estar com a minha família. Não existe nada
responsabilidade de ser um empreendedor no Brasil.
nesta vida que supere esses momentos ao lado deles.
No entanto, minha carreira começou na Sulamericana
Ver a evolução do meu filho dia a dia não tem preço!
Fantasias, única experiência até então. Foram 8 anos
Palpite: O licenciamento é uma ferramenta de mar
maravilhosos, onde adquiri boa parte do meu conhe-
keting indispensável para o futuro do mercado. Vejo
cimento passando pelas áreas de design, produto,
pelo meu filho: ele sempre acaba escolhendo produ-
marketing, vendas e produção, até atingir o cargo de
tos de personagens.
diretoria. Tenho orgulho de ter feito parte da empre-
Pretendo... Ser um bom exemplo para os meus filhos
sa, mas como eu já havia sido contaminado pelo vírus
e para outras pessoas, pois o mundo não precisa de
do empreendedorismo, assumi os riscos e fui atrás do
perfeição, e sim, de referências positivas de como lidar
sonho de ter meu próprio negócio.
com a sua imperfeição.
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LICENSING BRASIL
TENDÊNCIA
O portal mágico da aventura!? Sobre o evento South by Southwest — SXSW
E
u conheci duas “guriazinhas” que foram para
As visitantes saíram correndo em busca da próxi-
a cidade dos cavalos em busca de aventuras, a
ma aventura e encontraram uma sala chamada “The
cidade das pedras já não parecia suficiente, en-
Power of Purpose in Business and Life”, cujo criador
tão subiram em um pássaro e voaram durante 13 horas.
se chamava Roy Spence. Parecia algo conhecido, fa-
Chegando à cidade dos cavalos encontraram mais
lado e sabido por todos, mas, de fato, quantas pes-
de 400 mil pessoas, não imaginavam que veriam tan-
soas e empresas sabem qual é o seu propósito? O
ta gente buscando por aventura. Também não pen-
que as deixa feliz? Quantas marcas têm um propósito
saram que encontrariam mais de 15 mil aventuras,
tão claro quanto Stella Artois? Desde o lançamento
eram muitas para escolher, para viver, o que fazer?
global da campanha #1Cálice5anos, há três anos, a
Acharam um guia que explicou sobre cada aven-
Stella Artois ajudou mais de 1 milhão de pessoas a ter
tura, e contou sobre os criadores de cada uma delas,
acesso à água tratada. Só em 2018 a meta é ajudar
também contou que era necessário escolher, elas
mais 1 milhão. Em todo o mundo, algumas mulheres
não poderiam participar de todas, era necessário
gastam até seis horas caminhando para coletar água
abrir mão. Mas como?
diariamente. Você sabia disso?
O jeito foi escolher diferentes aventuras para co-
As meninas saíram a galope para não perder tempo
nhecer um pouco de cada mundo... Com celular, ca-
e conseguiram entrar na sala que dizia “Emerging Tech
derno, caneta e um bom tênis, as duas guriazinhas
Trends Report”, por Amy Webb. Esta devia ser uma das
partiram para a primeira aventura sem saber o que
mais divertidas, afinal mais de 7 mil pessoas estavam ali
esperar. As aventuras estavam em salas diferentes, se
para brincar. As meninas ficaram surpresas... Até 2021
escolhessem errado teriam perdido uma chance pre-
a previsão é que 50% das pessoas que interagem com
ciosa, estavam com receio de errar e tinham muita
um computador usarão comando de voz. Nove empre-
vontade de brincar.
sas controlarão o futuro da inteligência artificial, entre
Escolheram a primeira sala. Era escura, tinha mais
elas Google, Amazon, Microsoft, IBM e, pasmem, se-
de 3 mil pessoas, a criadora se chamava Esther Perel,
gundo Amy Webb em 2018 os smartphones começam
psicoterapeuta, e falava de relacionamentos. Parecia
a ser substituídos pelos wearables... Tomara que não,
estranho, afinal o tema principal era tecnologia. Por
acabei de trocar de aparelho.
que ela falava de relacionamentos? “Precisamos en-
Viajaram para outra aventura e pararam em um
tender o que o outro sente e não apenas o que o
mundo onde as moedas eram digitais, chamavam de
outro faz. Quando peço para alguém se descrever,
bitcoin. Tentaram muito entender, mas saíram dali e
geralmente a pessoa começa falando o que faz, não
foram comprar uma pizza no dinheiro comum mes-
quem de fato é”, disse Esther.
mo. Era o jeito!
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LICENSING BRASIL
1 FONTE: KANTAR IBOPE MEDIA (15 PRAÇAS) DAY PARTS (TOTAL DO DIA) -2017 -ASMABCDE 04-11 - ATS E SHR% 2 % ENTRE RESPONDENTES 04-11 3 RESPOSTA MÚLTIPLA 4 RESPOSTA ÚNICA
É UM ESTUDO DA MULTIFOCUS QUE BUSCA ENTENDER HÁBITOS, ATITUDES E COMPORTAMENTOS DE CRIANÇAS BRASILEIRAS. EM 2017 FORAM REALIZADAS 826 ENTREVISTAS PESSOAIS COM CRIANÇAS DE 4 A 11 ANOS E SEUS RESPONSÁVEIS, EM 12 CAPITAIS BRASILEIRAS.
Glossário Cidade dos cavalos: Austin. Cidade das pedras: São Paulo, não sei por quê! Aventuras: Conteúdos/Palestras. Guia: App. Criadores: Palestrantes. Mundo: Assunto.
5h52
Brincar: Conhecer/aprender. Maçãs: Aparelhos.
Seguiram viagem e encontraram Eddy Cue, VP da Apple, explicando sobre “Curation in Media – Why It Matters”. Parecia interessante, ele era VP de uma
*Vídeo Game. DVD. VCR. Apple TV. Chromecast. Pen Drive. App Smartv. Notebook COnectado. Plataformas VOD das Operadoras. Conteúdo Gravado.
empresa de maçãs. Nesta aventura, ele contou que o mais importante não eram as maçãs, mas a história que existia sobre elas, seu criador, seu começo e o que ele chamava de storytelling.
A MÃE É A PRIMEIRA OPÇÃO DE COMPANHIA.
Foram muitas aventuras, umas continham robôs que faziam o trabalho dos médicos, em outras as marcas buscavam um propósito para criar um storytelling, algumas falavam do poder da empa-
45% COM A MÃE
30%
25%
24%
17%
COM IRMÃOS
COM O PAI
SOZINHO
OUTROS
tia – algo que os robôs ainda não têm; enquanto outras falavam sobre carros voadores, como previsto na animação dos Jetsons ou ainda sobre a nova moeda digital. Entre aventuras e mundos, surgiram as per-
GANHAM AUTONOMIA COM A IDADE. A MAIORIA DAS CRIANÇAS MAIS VELHAS DECIDE SOZINHA.
guntas: Como encantar o ser humano? Propósito, storytelling, tecnologia, inovação?
39%
04-08 ANOS
47%
3% 11%
E o que queremos? Uma boa dose de sentimento! Onde tem para vender?
39%
09-11 ANOS
A CRIANÇA
O PAI OU A MÃE
47% A CRIANÇA E OS PAIS JUNTOS
3% 11% OUTROS
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Mai/Jun 2018
MÍDIA
Fake to face
D
ia 8 de fevereiro o jornal Folha de S.Paulo es-
Onde está a fake news? Nas informações postadas
tampou em sua capa a decisão de não mais atu-
por particulares, motivadas por crenças e apurações as-
alizar sua página na rede social do Zuckerberg
sistemáticas, com efeito reduzido sobre a sociedade?
sob o controverso argumento de encontrar “melhores
Ou nas páginas de um grupo de comunicação, res-
caminhos para fazer com que o conteúdo do jornal che-
ponsável pela edição de um dos principais jornais bra-
gue aos seus leitores”. Poderiam os líderes do prestigia-
sileiros, com uma redação composta por centenas de
do veículo brasileiro terem prestado atenção na letra do
jornalistas, incapazes de fazer uma conta matemática
clássico do cancioneiro nacional, “Nos bailes da vida”,
primária e, pior, incapazes de checar uma informação,
de Milton Nascimento, para saberem que todo o jorna-
desde que ela venha de um órgão governamental?
lista tem que estar onde o povo está.
A fake news nociva está nos jornais de grande cir-
Em vez disso o jornal consumiu uma página de seu
culação que promovem um jornalismo tacanho, sem
primeiro caderno para justificar a decisão, uma prerro-
investigação, sem interpretação, pior, sem informação
gativa exclusiva de sua alta direção, de não mais suprir
e, pasmem, não nas redes sociais.
seu perfil no Facebook de informações.
Também ganhou espaço na mídia nacional o alerta
Não satisfeita em ocupar espaço valioso com notícia
de Keith Weed, responsável pela área de marketing
interna e informação irrelevante para o leitor, adicionou
da Unilever, segundo maior anunciante do mundo,
duas matérias com os seguintes títutos: “Páginas de fake
que pediu para que a indústria de tecnologia melho-
news ganham espaço e jornalismo perde” e “Ultradireita
re a transparência e a confiança do consumidor. Foi
compartilha mais mentiras, diz pesquisa de Oxford”.
o bastante para que órgãos de comunicação da dita
O curioso é que na mesma edição de 8 de feve-
imprensa séria estampassem títulos mentirosos sobre
reiro de 2018 havia uma extensa reportagem sobre
uma suposta cobrança do gigante mundial contra as
as estimativas exageradas da prefeitura de São Pau-
fake news, expressão que em nenhum momento foi
lo sobre o público nos blocos de Carnaval da capital
utilizada pelo executivo.
paulista no fim de semana anterior. Informava que os
Mesmo correndo o risco da generalização, apresen-
números por ela publicados dias antes, sem nenhum
to um conselho aos leitores: duvidem da veracidade de
tipo de checagem, oriundos dos órgãos oficiais de in-
toda notícia sobre fake news. Possivelmente o veículo
formação, não eram confiáveis.
de imprensa que a está publicando não sabe como en-
Bastava, no entanto, a Folha de S.Paulo não ter
frentar a mudança de comportamento do seu público
publicado a fake news dos números da prefeitura.
que lhe escorre entre os dedos e considera que o me-
Bastava ter exercido o tal bom jornalismo para veri-
lhor a fazer é produzir algumas inverdades, afinal aca-
ficar que a informação sobre a presença de 3,95 mi-
bou se convencendo que isso pode dar certo.
lhões de pessoas nos blocos corresponderia, se verdade fosse, a um terço dos moradores da cidade, à soma das populações das cidades de Belo Horizonte e Porto
André Porto Alegre é conselheiro de admi-
Alegre, seria igual à população do estado do Espírito
nistração e diretor executivo da Associação dos
Santo e superior à população do estado de Alagoas.
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