EDITORIAL CRAVOS EM ABRIL e outras coisas mais... Eis-nos chegados, mais uma vez, ao mês de Abril, desta feita ao mês de Abril do ano de 2007. Abril é, de facto, um mês de intensas e gratas recordações; é um mês mágico de mágicas datas, é um mês sábio de sábios números claros, que têm e dão sentido à memória e à história recente de Portugal; Abril é, sem dúvida, um mês de intensas euforias passadas, mas que se querem e desejam sempre revividas e recordadas. E foi “Depois de um Adeus!”, cantado no silêncio gritado de uma rádio, que tudo começou... Foi então que a cor rubra de uma bandeira desceu à rua e tingiu de tinta vermelha a ponta dos caules verdes de muitos cravos... E o que era opressão e noite, passou a ser voo e madrugada, passou a ser liberdade - passou a ser liberdade de opinião, liberdade de expressão, liberdade de ser, liberdade de mudar... E se assim foi, assim há-de ser... Por isso, vale sempre a pena recordar e relembrar estas datas e ensiná-las aos mais novos, como forma e caminho de revisitar valores, procedimentos e atitudes, tão gustosamente conquistados. Para além da memória do 25 de Abril, este número do nosso “Pátio das Laranjeiras” dá-nos ainda outras coisas mais, coisas mais recentes e próximas: dá-nos uma reflexão sobre a avaliação do segundo período, dá-nos os astros e a ciência praticada pelos nossos alunos e professores, dá-nos a cooperação com Moçambique, dános sugestões de leitura... E é por isso que eu, mais uma vez, aqui vos deixo esta, sob a forma de Jornal Escolar.
A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas
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Explosões no Paiol de Malhazine
Prémio Baltazar Rebelo de Sousa
Moçambique é, frequentemente, palco de tragédias: ora é a falta de água (seca), ora é o excesso dela (cheias) e, no mês passado, tivemos o rebentamento de um antigo paiol de munições, que causou o pânico na cidade e a morte de mais de uma centena de pessoas, tendo também provocado alguns estragos na estrurura da escola: vidros partidos, tectos falsos danificados, portas rebentadas, etc. Dada a importância do facto, embora atrasado no tempo, o PL resolveu transcrever a notícia que o professor Alexandre Areias escreveu no Blog da escola.
“No dia 22 de Março, por volta das 15 horas, ocorreram intensas explosões no paiol de Malhazine, em Maputo, que tiveram o seu apogeu às 17 horas, tendo deixado, por um período de meia hora, espessas nuvens de fumo na cidade. Laulane, Hulene, Bagamoyo, Jardim e Aeroporto foram os bairros mais atingidos pelas explosões, cujos estrondos podiam ser ouvidos até no centro da cidade. Na escola portuguesa, altura em que decorria o concurso matemático Canguru sem Fronteiras, algumas janelas ficaram danificadas pela força dos estrondos, mas, felizmente, não houve consequências graves. “ Aqui fica uma imagem, obtida a partir de uma das entradas da Escola. AA/VR
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Aquando da visita do Professor Marcelo Rebelo de Sousa à EPMCELP, no passado dia 26 de Abril, foi anunciado oficialmente e instituído o Prémio Baltazar Rebelo de Sousa. Este prémio destina-se ao aluno melhor classificado do 11º ano e tem o valor equivalente ao de uma propina anual. Assim, o aluno premiado ficará isento do pagamento de propinas no 12º ano. Baltazar Rebelo de Sousa, pai de Marcelo Rebelo de Sousa, foi um dos últimos governadores de Moçambique e foi um acérrimo defensor das reformas nas colónias, na linha de Marcelo Caetano. TN
MUCAVELE na EPM-CELP José Mucavele (José Alfredo Cavele) – Músico e investigador da música etno-cultural moçambicana deixou-nos um testemunho acerca da sua vivência do 25 de Abril de 1974. Antes da Revolução de Abril de 74, eu era conhecido aqui em Moçambique como “Zé do trompete”. Fazia parte de um grupo de músicos, denominado “Conceito”, composto sobretudo por estudantes universitários. Como participava nas suas reuniões e na