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Dia de África

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A Nossa Gente

A Nossa Gente

da sociedade moçambicana e a forma como os membros desta sociedade se representam a si mesmos. Teresa Noronha utilizou para isso a voz de Paulina Chiziane enquanto Lázaro Impuia recolheu depoimentos de membros de uma comunidade de origem goesa na Catembe sobre as suas tradições e formas pelas quais estas se expressam. Esta última comunicação contou com a participação de uma aluna que apresentou um trabalho, em suporte de power

point, exemplificativo dos usos e costumes da comunidade goesa da Catembe.

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Duas comunicações versaram sobre figuras do património lendário português: Camões e sua retratação num painel de azulejos foi tratado por Fernando Almeida, enquanto a figura de Brites de Almeida, A Padeira de Aljubarrota, foi analisada por Júlia Nery que explicou por que razões esta figura teria ficado no imaginário lendário e mitológico português e não outras figuras que também participaram na história da célebre batalha.

Algumas questões mais laterais como a forma como os acontecimentos políticos são tratados pela imprensa portuguesa e moçambicana foram objecto de reflexão por parte de Isabel Nery.

Eugénio Lisboa, grande figura das letras portuguesas e cidadão de raízes trilaterais em Portugal, em Moçambique e Inglaterra, homem de uma cultura híbrida científica e humanista, deu-nos um testemunho emocionado da sua vivência e do percurso que o empurrou – segundo palavras do próprio – para a escrita.

Para além das comunicações, durante o simposium, foram lançados vários livros, editados pela EPM-CELP. O curandeiro branco e outras histórias de José Cardoso, conforme tinha sido anunciado no III Simposium, foi editado com a chancela da EPM-CELP e lançado na presença do autor. José Cardoso é também um eminente cineasta moçambicano e, este livro é a sua primeira obra escrita. Foi ainda lançada uma edição do livro de Manuel Brito Camacho sobre “ A Educação Nacional”. António Aresta foi o organizador e redigiu o prefácio desta obra. Foi ainda lançada a revista Aprender Juntos nº 8/9, que compila as actas do III Simposium de Língua Portuguesa, Diálogo Entre Culturas que teve lugar em 2006, nesta mesma casa e “A Educação em Moçambique” (carteira de postais). Houve ainda espaço para a apresentação de uma antologia crítica do Conto português, coordenada por Maria Isabel Rocheta e Serafina Martins e publicada em 2006 pelas Edições Caixotim.

Durante estes três dias houve também momento para a divulgação da música e artesanato moçambicanos no espaço exterior da EPM-CELP.

Uma homenagem a Miguel Torga foi feita no último dia do Simposium com a inauguração de um Obelisco com um Poema deste autor. Neste momento de particular beleza e emoção foram lidos vários poemas deste grande poeta da terra, das raízes e do mundo. Na ocasião foi instituído o Prémio Miguel Torga que visa premiar os melhores alunos de Língua Portuguesa. Ainda no propósito de homenagear este grande homem das letras, Ernesto Rodrigues proferiu uma palestra em que percorreu exaustivamente a vida e obra de Miguel Torga.

O Simposium tornou visíveis, as várias actividades pedagógicas da escola que cumpre o seu objectivo de formar um cidadão completo na fusão das actividades didácticas, sem descurar a componente lúdica e artística. Os pequenos violinos, a Tuninha do Sol e Dó estiveram presentes em vários painéis, criando momentos de singular beleza. O Grupo de Filosofia para crianças apresentou um trabalho que espelha a forma como a pedagogia se deve inscrever nas preocupações de formar alunos possuidores de uma ética social em conformidade com o seu papel a devir.

Estamos certos de que estes encontros continuarão, na EPM-CELP, a juntar homens e mulheres de pensamento livre que, pelo seu exemplo e obra, darão aos nossos alunos a inspiração necessária para se tornarem homens e mulheres de coragem, determinação e dedicação ao conhecimento e à Humaniddade. TN

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IV SIMPOSIUM INTERNACIONAL Língua Portuguesa, Diálogo entre Culturas

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