9 minute read

Psicologando

procurado decantar na minha experiência docente alguma sabedoria que tenho aprendido no Extremo-Oriente e em África. Tenho uma enorme admiração pela história dos Portugueses em todos os continentes. A herança de Fernão Mendes Pinto é para todos emblemática, porque mistura a coragem com a sabedoria e com a facilidade de integração em qualquer sítio: tenho encontrado a nossa gente em sítios tão díspares quanto Quioto (Japão), em Minsk (Sibéria) ou Kuala-Lumpur (Malásia) É a arte de ser português, que Teixeira de Pascoaes superiormente teorizou.”

Relativamente a projectos futuros pretende dar continuidade ao seu labor na área da educação, como Professor de Filosofia, querendo ser “cada vez mais lavrador e lavrador de ideias na vida escolar”. EP/AA

Advertisement

nasceu a 5 de Maio de 1952, em Mira, Coimbra. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras de Coimbra, na mesma cidade fez a “Profissionalização em Exercício”, em 1982, efectivando em Tábua em 1986, e fazendo parte do quadro de Escola da EB 2,3 de Martim de Freitas, em Coimbra.

Em 1992 partiu para uma missão de 5 anos em Macau, onde desempenhou o cargo de Director do Centro de Recursos da DSEJ e foi professor de Português como Língua Estrangeira, no IPOR e no CDLP.

Regressado a Portugal em 1996, foi Vice-Presidente do Conselho Executivo da EB 2,3 de Martim de Freitas, e em 2002 aceitou o desafio africano, como Coordenador do Centro de Recursos na EPM-CELP.

“Na hora do regresso, levo um saco de boas recordações aqui vividas, principalmente das pessoas. Foi bom viver aqui estes cinco anos! Não esquecerei, facilmente, estes lugares e estas gentes. A esperança de um dia cá voltar, está viva!

Bem hajam, todos!” JP

Maria da Piedade Simões

Rodrigues Silva Pereira nasceu a 19 de Outubro de 1951, em Coimbra. Licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, fez o Estágio Clássico em 1975, passando a integrar o Quadro da Escola EB 2,3 de Inês de Castro, em Coimbra.

A vontade de conhecer o Oriente fê-la candidatar-se ao lugar de professora em Macau, e nessa cidade permaneceu até 1996, leccionando no Liceu e na Universidade. De terras do Oriente trouxe uma experiência de vida incalculável.

De regresso a Coimbra, foi VicePresidente do Conselho Executivo da Escola a que pertence, de 1997 a 2002, ano em que vem para Moçambique.

Em Maputo, lecciona na EPMCELP, e esta terra e esta Escola enriquecem ainda mais a sua vida profissional e pessoal.

Agora que se prepara para voltar novamente a Coimbra, leva muito boas recordações dos professores, dos alunos, dos funcionários… de todos os que fazem parte desta grande família que é a EPM-CELP e que a receberam e trataram tão bem. “Aprendi muito com a diversidade cultural desta Escola e fiz bons amigos que espero voltar a ver em Portugal, ou talvez aqui, quando vier numa “romagem de saudade”. A todos eles um muito

Jorge Manuel Calisto Pereira

obrigada. PP

Semana de Geografia / Economia

A Área Disciplinar de Geografia/Economia, no cumprimento do Plano Anual de Actividades, realizou a “Semana da Geografia/Economia” desde o dia 11 ao dia 18 do corrente mês de Maio.

Neste contexto, esteve patente, no átrio principal da EPM-CELP à comunidade escolar, no referido período, uma exposição de trabalhos realizados pelos alunos ao longo do presente ano lectivo, alusivos às diferentes temáticas tratadas nas duas disciplinas, e, nos diversos anos de escolaridade.

Assim, teve lugar no Auditório Carlos Paredes no dia 14 de Maio a projecção do filme épico “O Último Viking”, para os alunos dos 10ºs anos.

No dia 17 de Maio, decorreu uma palestra proferida por Sua Excelência o Embaixador da União Europeia acreditado em Moçambique, subordinada ao tema “Estágio de Desenvolvimento da Integração Económica Europeia”, para os alunos dos 11ºs anos. No dia 18 de Maio a semana desta Área Disciplinar culmina com a apresentação de uma peça de teatro escrita e representada pelos alunos do 11º C, intitulada “Uma Crítica à Sociedade”, cujo público alvo foram os alunos do 6º e 7º anos.

Feito o balanço da semana da Geografia/Economia, os docentes da Área Disciplinar consideram ter decorrido dentro das suas expectativas, querendo desde já manifestar os seus agradecimentos a todos quantos os ajudaram, e que permitiram que este evento pudesse ser realizado com sucesso, em particular à nossa Directora Drª Albina Santos Silva. LV Semana de Educação Física

Durante a última semana de Maio, o grupo disciplinar de Educação Física levou a cabo um conjunto de actividades que fizeram do desporto, o rei da EPM-CELP.

Foi proporcionado à comunidade educativa um conhecimento mais profundo sobre a prática da Educação Física na escola, através de projecções em power-point, assim como a prática desportiva, seja entre alunos, referimo-nos aos campeonatos inter-turmas dos vários ciclos de ensino. Para além dos alunos, os professores tiveram, também, oportunidade de participar em várias actividades desportivas, nomeadamente ao nível de “jogos de ringue” e de voleibol.

Para além do cuidado que à mente e ao corpo a prática desportiva confere, foram realizadas palestras que proporcionaram um maior conhecimento sobre o mundo do desporto e uma inevitável reflexão acerca deste.

A primeira palestra, ministrada por alunos do 12º ano, realizou-se no dia 29 de Maio e teve como temas “O Marketing no Desporto” e o “ Desporto e Tecnologia”.

A segunda Palestra decorreu no dia 31 de Maio, na Biblioteca Poeta José Craveirinha, e teve como orador o Dr. Joel Libombo, que fez uma comunicação acerca do papel da Educação Física, na melhoria da qualidade de vida. EP

Desenv olvimento da Linguagem em Reflexão…

Uma das preocupações do Serviço de Psicologia dentro da nossa escola tem sido acompanhar o desenvolvimento dos nossos alunos a partir do pré-escolar.

E fazêmo-lo, em primeiro lugar, e concretamente neste grupo etário, porque desejamos que as crianças que ingressam no 1º ano, tenham atingido um desenvolvimento harmonioso dentro das áreas fundamentais, necessárias para iniciar o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, sem défices que venham a causar possíveis dificuldades, em particular na área da linguagem.

Em segundo lugar, porque é também tarefa do Serviço de Psicologia ter um olhar técnico sobre a qualidade do rendimento escolar dos nossos alunos e das diversas variáveis envolvidas nesse processo.

Referindo resultados obtidos em avaliações feitas ao longo deste ano lectivo como traço comum a todos os níveis do Ensino Básico, constatamos que a aptidão onde se regista uma maior imaturidade é a da linguagem.

Desde o pré-escolar (50 alunos), e mantendo-se nos 1º e

2ºs anos (respectivamente, 77 e

80 alunos), as crianças manifestam um fraco domínio de vocabulário e compreensão linguística, incluindo conceitos quantitativos utilizados na área da matemática, o que dificulta a compreensão verbal na sua forma mais abrangente.

Nos 3º ( 106 alunos) e 4º anos (também com 106), os níveis do desenvolvimento da linguagem aproximam-se da média esperada para o este grau de escolaridade, voltando depois a diminuir, progressivamente, até ao 9º ano (73 alunos). Neste ano, os nossos alunos mostram um baixo domínio do vocabulário, com resultados significativamente abaixo do esperado para o seu nível académico, nas áreas da compreensão verbal e mesmo da fluência verbal, podendo comprometer a qualidade das aprendizagens.

Esta visão sobre a problemática da linguagem ao longo dos ciclos, associada ao insucesso nas áreas de português e matemática, levanos a reflectir sobre o que se andará a passar com a língua Portuguesa, que, apesar de não ser a língua materna de muitos dos nossos alunos, é a língua onde são feitas as aprendizagens escolares.

Estes valores não devem ser interpretados como handicaps do desenvolvimento de aptidões comunicativas diversas, mas, sim, como razões objectivas para o desenvolvimento de actividades diversas de estimulação e aperfeiçoamento de capacidades mentais do domínio da língua de carácter transdiciplinar.

Se, por um lado, será simples perceber as suas implicações directas na disciplina de Português, não podemos deixar de perceber a sua ligação com outras áreas do saber, como a da Matemática.

Afinal, como perceber o enunciado de um problema, se não se dominam os conceitos? Como resolver os problemas matemáticos, se não se entende o conteúdo das questões? Quantas perguntas nos testes, nas diversas disciplinas, são deixadas por responder, apenas porque não se sabe o significado de “Explica”, “Exemplifi-ca”,”Identifica”, “Refere”, “Relaciona”, “Comenta”.

Esta tarefa de nos expressarmos, e compreendermos bem a nossa língua, começa desde muito cedo, com a qualidade e correcção que ouvimos os nossos pais falar em casa.

Depois, o desenvolvimento da capacidade linguística vai crescendo com o mundo das histórias que se ouvem e alargam os nossos horizontes, com a qualidade do ensino dos nossos professores e com o desenvolvimento de hábitos de leitura, que não devem cessar nunca, devendo ser estimulados desde casa até à escola.

AM

Histórias de P er to e de Long e e Histórias de Meninos e de Outros que o não foram

Diz Rui Tojal na apresentação do livro Histórias de Longe e de Perto e Histórias de Meninos e de outros que o não foram: “A colectânea de histórias tradicionais e de discursos transmissores de experiências pessoais, que são o núcleo do projecto Histórias de Longe e de Perto, inscreve-se nesse terreno tão móbil e sensível que é o do encontro de pessoas provenientes de grupos com memórias colectivas várias, traduzidas num legado de valores, atitudes, expectativas e olhares muito diferenciados”. Desta vontade de confrontar histórias formadores de identidades surgiu Histórias de Longe e de Perto e também Histórias de Meninos e de Outros que o Não Foram. O livro coordenado por Mª de Lourdes Tavares Soares, e Mª Odete Tavares Tojal, nasceu de um convite feito em 1996 pelo Ministério da Educação português às duas escritoras. O livro foi editado em 1997 pelo Secretariado Entreculturas e tem tido grande sucesso junto de professores de língua portuguesa, educadores em geral e pessoas interessadas por literatura tradicional e por histórias de vida de pessoas oriundas de culturas diferentes.

De facto, esta obra é composta por dois livros diferentes, Histórias de Longe e de Perto – histórias, contos e lendas de povos que falam também português é uma compilação de histórias, contos e lendas tradicionais originárias de Portugal e das suas comunidades cigana e de origem indiana, de Macau, de Angola, do Brasil, de Moçambique, S. Tomé e Princípe e Timor-Leste. Nas suas costas e no sentido “impressamente” oposto, com uma outra capa no lugar da contracapa temos Histórias de Meninos e de outros que o não foram. Este é composto por um conjunto de estórias, da autoria de alunos do ensino básico, cuja representatividade das minorias étnicas é, neste momento, em Portugal, significativa. Eles contam as suas histórias de vida ou retalhos de ela, falando dos seus sentires que tantas vezes não encontram eco no sentir dos outros.

Se por um lado temos histórias de encantar, de fazer sonhar, no reverso encontramos a crueza de uma realidade, que nos toca mais por ser retratada pela voz dos mais pequenos e na primeira pessoa, com uma nota de desencanto.

Uma tentativa conseguida de sensibilizar para a igualdade na diferença e para a riqueza da diversidade.

As ilustrações fazem jus a Manuela Bacelar, nome sobejamente conhecido nas ilustrações de livros infantis. TN

This article is from: