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Descobrir um país... Portugal

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Psicologando

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Portugal situa-se no limite sudoeste da Europa. Este aspecto é responsável por o país beneficiar de um clima singular. Mas, importa perguntar: clima ou climas? É que, como afirma Amorim Girão, na obra Geografia de Portugal, «Três viajantes que percorressem o nosso país, um pelas viçosas e frescas veigas do Minho, outro pelos planaltos rudes do Nordeste Transmontano, (…) e outro ainda pelo delicioso jardim do litoral algarvio, julgar-se-iam em países diferentes e distantes uns dos outros!» .

De facto, o clima temperad define a situação climática do país: o litoral norte, com um clima temperado marítimo, o interior norte, com um clima temperado continental e o sul, com um clima temperado mediterrânico.

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Importa não esquecer os arquipélagos da Madeira e dos Açores, com um clima também muito específico.

Por isso, cada uma destas regiões tem particularidades físicas (associemos o relevo, a rede hidrográfica e a extensa costa atlântica ao já referenciado clima) que formam um extenso leque de ofertas para quem as procura para o simples lazer. Quem ali vive, sabe que isto é verdade, rentabilizando ao máximo os recursos naturais e potencializando o património humano aí existente.

Para além destes aspectos, a crescente globalização do turismo impulsionado pela massificação dos meios de informação, de comunicação e de transporte e pela excelência das vias de comunicação existentes, funciona como o aspecto agregador de todo este conjunto. Conjunto este, que ficaria desfigurado sem as personagens principais, precisamente os turistas, sejam eles nacionais ou vindos de outras paragens.

Hoje em dia, não se duvida que se deve apostar tanto no slogan “Vá para fora cá dentro” (para uso nacional), como no “Portugal – um país a visitar” (para uso internacional).

Assim, uns e outros turistas, já fazendo parte de um só grupo, que em comum têm o prazer de descobrir e

experienciar as maravilhas de cada região, chegam, usufruem e partem, certamente satisfeitos, para um dia voltar, ou para dar a vez a alguém conhecido, a que tanto e tão bem falaram do sítio visitado.

É que as opções são imensas. Para os que procuram umas férias com muito sol, praia e água a uma temperatura aceitável, a costa litoral alentejana e Porto Santo (no arquipélago da Madeira) concorrem com o inevitável Algarve, oferecendo, ainda, uma fantástica gastronomia, onde o peixe fresco e o marisco levam claramente vantagem às carnes.

Para os que gostam de umas férias mistas, onde a praia se conjugue com o rico património histórico e cultural que o país claramente dispõe, a região a norte de Lisboa, como Sintra, a região centro, como o eixo Figueira da Foz/Coimbra, ou a região norte, como o Minho litoral, são sítios a não deixar de visitar. Bonitas praias, muito campo à volta, pelo menos um centro urbano próximo, passeios histórico-culturais para fazer e, sempre, sempre, uma rica e variada gastronomia, onde os pratos de peixe e de carne competem na escolha do turista. É necessário, obviamente, não esquecer a excelente doçaria tradicional portuguesa, maneira sublime de terminar a refeição. E não se pode deixar de tecer uma referência à grande variedade de vinhos (brancos, tintos, verdes, espumantes, doces...), com uma qualidade cada vez mais alvo de elogios – e de prémios! –, fruto de uma secular tradição vitivinícola, complementada com uma aposta nas novas tecnologias de produção e acondicionamento e na modernização da apresentação do produto.

O chamado turismo de natureza, em que o lema é cansar o corpo para limpar a cabeça, também é uma boa opção, já que desde o Parque Nacional da PenedaGerês, passando pela Serra da Estrela, até aos Açores e à zona norte da ilha da Madeira, são muitos os locais que potencializam, sobretudo, este tipo de turismo. A estes géneros de lazer, cada vez mais concorre o chamado turismo rural, com todas as suas vertentes específicas. Em quintas, casas de campo ou SPA‘s, o turista pode relaxar entre uma piscina, uma leitura, um

passeio histórico, uma prova de vinhos ou um excelente refeição, em que a gastronomia local é rainha. O Minho interior, Trás-os-Montes, as Beiras, o Ribatejo, o Alentejo interior e a ilha da Madeira são regiões que estão na moda.

Há, ainda, um tipo de turismo mais urbano e intelectual, em que são já, sobretudo, os grandes centros urbanos o alvo da escolha por parte dos turistas, em particular a capital, Lisboa. Aqui, dá-se primazia à visita aos grandes marcos da história portuguesa, como monumentos históricos e religiosos,

museus, cafés históricos e zonas urbanas históricas.

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Estas, aliás, onde ainda se pode sentir o pulsar do Portugal tradicional, onde as vozes das vizinhas e o barulho de uma pequena oficina (algures escondida num qualquer pátio interior), e que aqui marcam o diaa-dia, vão diminuindo progressivamente de volume à medida que a noite aparece, até serem completamente substituídos pelo som, cada vez mais crescente, das conversas e risos de grupos que afluem a estes locais para passarem um bom bocado e ouvirem esse ícone do património cultural português, que é o fado. E nesta altura, silêncio …

Para terminar, um obrigado e… voltem sempre!

ENTREVISTA COM ALUNOS PORTUGUESES

Pedro Pamplona nasceu a 9 de Junho de 1989, em Portugal, na cidade do Porto onde sempre viveu, identificando-se, por isso mesmo, com os valores da cultura portuguesa em que foi crescendo. Frequenta a Turma A do 12ºano.

Ana Catarina Jessen nasceu em Lisboa a 18 de Outubro de 1990, onde viveu até aos 6 anos. Filha de pai moçambicano e de mãe angolana, é um exemplo perfeito de miscegenação cultural, uma vez que cresceu entre a cultura portuguesa e a cultura africana. Frequenta a turma C do 11ºano.

Pátio das Laranjeiras – Há quanto tempo frequentam a EPM-CELP?

Pedro Pamplona – Eu estou cá desde Setembro de 2006.

Ana Catarina - E eu desde Setembro de 2005.

P.L. - O que vos levou a optar por esta escola?

P.P. - Eu vim para Moçambique por causa do meu pai, que veio para cá trabalhar. A escolha desta escola foi natural, uma vez que sou português e sempre frequentei o ensino público português.

A.C. - A opção por esta escola tem a ver com o facto de ter herdado uma cultura portuguesa, embora esteja a viver em Moçambique há muitos anos e de ter feito os meus estudos na Escola Portuguesa do Songo. Esta foi a forma de dar continuidade ao meu percurso escolar.

P.L. - Como foi o vosso percurso escolar?

P.P. – Estudei sempre em escolas públicas portuguesas, como já disse. Frequentei a escola 111 de Nevogilde, a Escola E.B2,3 Francisco Torrinha, Escola Secundária Garcia de Horta.

A.C. - Aos seis anos de idade vim para Moçambique e fui viver para a vila do Songo, porque o meu pai começou a trabalhar na Barragem de Cahora Bassa. Todo o meu percurso escolar foi feito, como já disse, na Escola Portuguesa do Songo. Era como se fosse a minha segunda casa. Tenho muito boas recordações da minha primeira escola, pela relação com os professores, pelos amigos que fiz…

P.L. - Como foi a vossa adaptação a esta nova escola?

P.P./ A.C. - Fomos muito bem recebidos, embora inicialmente nos sentíssemos perdidos por desconhecer o espaço. Contudo, os nossos colegas e professores estavam sempre prontos a ajudar.

P.L. - Qual é a vossa opinião sobre a EPM-CELP?

P.P/ A.C. – Pensamos que as infra-estruturas são óptimas. Nota-se também uma grande dedicação dos professores e dos funcionários, pois todos se esforçam por nos garantir um bom ambiente de trabalho. P.L. Quais são os vossos planos para o futuro?

P.P. - Gostaria de seguir Gestão e Engenharia Industrial, no Porto.

A.C. - Eu quero seguir Relações Internacionais em Lisboa. Depois gostaria de tirar um mestrado em Inglaterra.

P.L. - Gostam de estar em Moçambique?

P.P. - Está a ser uma boa experiência, mas no início foi um choque. É uma realidade completamente diferente. Há um contraste social imenso, tanto vemos um condomínio como um bairro com casas de caniço sem condições nenhumas. Apesar de todas as dificuldades, acho Maputo uma cidade bonita; se estivesse cuidada seria mesmo muito bonita.

A.C. Gosto muito de Moçambique, do seu povo hospitaleiro, das suas belezas naturais. Eu tive o privilégio de viver no Songo, dos 6 aos 14 anos, um lugar paradisíaco, onde a natureza é fantástica e onde está aquilo a que eu chamo a 8ª maravilha do mundo: a Barragem de Cahora Bassa.

Este país, que também sinto como meu, tem muitas potencialidades, pena é que não sejam aproveitadas e que haja tanta pobreza.

P.L. Se tivessem que apresentar Portugal, o que diriam?

P.P. - Eu gosto muito de Portugal. É um país pequeno, mas há muito para ver desde o litoral ao interior. Há muitos monumentos que ajudam a compreender a história e a cultura portuguesas. A paisagem é igualmente muito diversificada. Da serra à planície, passando pela praia, é só escolher o que mais se gosta. Na minha opinião, a melhor altura para visitar é Setembro, porque o clima é mais ameno.

A.C. Apesar de só ter vivido 6 anos em Portugal e de neste momento só lá ir de férias, posso afirmar que é um país muito bonito, que se deve conhecer. Agradame especialmente o clima e a gastronomia.

P.L.- Obrigada por se darem a conhecer e boa sorte para o futuro.

P.P/ A.C.-Obrigado nós. 23 EP

Dia dos Museus Países e Povos na Nossa Escola

No dia 18 de Maio comemora-se o Dia Internacional dos Museus. Esta efeméride foi assinalada na EPMCELP através de uma visita virtual pelos museus de Moçambique, realizada no Auditório Carlos Paredes, contando com a participação dos alunos do 2º ciclo e de todos os outros elementos da comunidade educativa que se quiseram juntar a esta ronda museológica.

Assinalando também esta data, o Centro de Recursos desta instituição de ensino em parceria com a Direcção Nacional de Cultura/ Departamento dos Museus lançou uma publicação/roteiro dos Museus de Moçambique. Esta publicação é a única que dá informação útil a quem pretenda visitar algum dos museus existentes neste País – Museu Nacional de Arte, Museu Nacional de Geologia, Museu de História Natural, Museu Nacional da Moeda, Museu da Revolução, Museu regional de Inhambane, Museu Nacional de Etnologia, Museus da Ilha de Moçambique. Através desta brochura é possível conhecer os horários, a localização e os serviços prestados por estas instituições culturais. EP Capital: Lisboa 38°42’N 9°11’O

Maior cidade: Lisboa (Pop. 2001: 2 600 000)

Língua oficial: Português

Governo: Democracia parlamentar -Presidente: Aníbal Cavaco Silva -Primeiro Ministro: José Sócrates

Formação: 1093 d.C. -Independência : 1139 -Reconhecida: 1143

Área

-Total 92,391 km²

População:

-Estimativa de 2006: 10,945,870 hab. -Censo 2001: 10,148,259 -Densidade 114 hab./km²

PIB (base PPC) Estimativa de 2006 -Total $229.881 bilhões USD -Per capita $22.677 USD

Moeda Euro (EUR)

Fuso horário (UTC) -Verão (DST) EST (UTC+1)

Cód. ISO: PRT Cód. Internet .pt

Cód. telef. ++ 351

Website governamental

www.portugal.gov.pt

1 O Mirandês tem também estatuto oficial, mas é apenas localmente utilizado. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal

Pátio das Laranjeiras, n.º 46

Directora: Albina Santos Silva . Coordenação Editorial: Vítor Roque . Coordenação Executiva: Jorge Pereira e António Aresta . Redacção: Teresa Noronha, Estela Pinheiro, Eugénia Marques e Vítor Roque . Concepção Gráfica e Paginação: Vítor Roque . Fotografia: Filipe Mabjaia e Vítor Roque . Colaboração: Alexandra Melo, Armindo Bernardo, Graça Pinto, Arsénio Sitoe, Jeremias Correia, Eugénia Marques, Estela Pinheiro, Francisco Belard (colaborardor externo), Piedade Pereira, Jorge Pereira, António Aresta, Lurdes do Vale, Nuno Domingues, Isabel Loio, Sara Teixeira . Revisão: Eugénia Marques, Estela Pinheiro, Teresa Noronha e Vítor Roque . Produção: Centro de Recursos Educativos, Novembro de 2006 Propriedade: Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa, Av. do Palmar, 562 . Caixa Postal 2940 . Maputo . Moçambique . Telefone: 00 258 21 481300 . Telefax: 00 258 21 481343 , www.edu-port.ac.mz . E-mail: patiodaslaranjeiras@edu-port.ac.mz . epm-celp@edu-port.ac.mz

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