RELATÓRIO DE VISTORIA
VISTORIA ficha técnica
INFORMAÇÕES GERAIS DO ENTORNO
ATIVIDADES ECONÔMICAS
Nº DE PAVIMENTOS
PADRÃO CONSTRUTIVO
O entorno se caracteriza por uma área em expansão. As atividades econômicas predominantes são comércios e serviços voltados ao vestuário, alimentação, equipamentos eletrônicos, farmácias, escritórios de odontologia, advocacia, comunicação visual, decoração e eventos e faculdade privada de ensino à distância. O número de pavimentos predominante do lado é de 2 andares. O estado de conservação predominante da quadra, foi considerado ruim e seu padrão construtivo predominante baixo. Não há a presença de patrimônio histórico próximo.
USO PREDOMINANTE DO SOLO POR QUADRA E PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS
feira livre de domingo ateg escola técnica
prefeitura municipal
núcleo de apoio social
colégio sta. rita de cássia
residencial, comércio e serviços
equipamentos públicos
garagens
comér. serv. indus. e armazéns
comércio e serviços
res. baixo padrão
res. vertical médio/alto padrão
indústrias e armazéns
sem predominâncias
fonte: geosampa.prefeitura.sp.gov.br
PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO E TRANSPORTE
PRINCIPAIS VIAS
FLUXO DE TRÁFEGO
ESTAÇÃO DE METRÔ TERMINAL DE ÔNIBUS PONTOS DE ÔNIBUS
As principais vias de automóveis e ônibus se encontram na Av. Prof. Luiz Ignácio Anhaia Mello e Av. Paes de Barros. A condição geral do fluxo de tráfego em horário de pico é classificada como intensa nas principais vias. Os principais transportes coletivos se fazem presente pela estação de metrô Vila Prudente (Linha Verde) à menos de 100m de distância da Rua Trocari, o terminal de ônibus Vila Prudente também na Rua Trocari e os cinco pontos de ônibus distribuídos nas ruas Cavour, Trocari e Ibitirama.
ARBORIZAÇÃO
ALAGAMENTO
ILUMINAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRENO PROJETO LOCALIZAÇÃO ABRANGÊNCIA REFERÊNCIAIS LOCAIS USO DO SOLO TESTADA E ALINHAMENTO ÁREA DO TERRENO
CARACTERÍSTICAS GERAIS
INSOLAÇÃO E VENTOS PREDOMINANTES
O terreno, que tem como finalidade abrigar o projeto de uma faculdade acessível de Arquitetura e Design, se encontra na rua Trocari, bairro Vila Prudente, cidade de São Paulo. Sua abrangência foi estabelecidade por um raio de 300m e as referências para localização são a estação do metrô e o terminal de ônibus Vila Prudente. O uso predominante do solo no local é residencial. Sua testada oficial é a via Ibitirama e seu alinhamento considerado principal é a via Trocari. Esse último tem dimensão de 176 metros. A área estimada de 15.000m², atualmente, é ocupada por estacionamentos, imóveis abandonados, imóveis comerciais e uma casa de repouso para idosos - que terá destaque no decorrer do relatório. Durante a vistoria, identificou-se a falta de manutenção nas calçadas e que a área é sujeita à alagamentos.
TOPOGRAFIA ISOMÉTRICA
TOPOGRAFIA EM CORTE
O declive em relação ao alinhamento principal é de até 5% de inclinação. Já o aclive em relação ao alinhamento principal apresenta uma topografia diversificada que pode ser percebida nas imagens acima.
ANÁLISE E CRÍTICA nova proposta
A caminhada, que começa na estação de metrô Vila Prudente, é leve e marcada de contrastes. Enquanto a estação transmite os ares de novo, as calçadas nos lembram onde estamos. O som dos carros na Av. Anhaia Mello é incessante, permanente e parece dizer que a cidade de São Paulo não para. No entanto, a quadra escolhida para o projeto nos transmite a primeira impressão de um grande vazio no meio do espaço urbano. Um lugar esquecido com terrenos cheios de entulhos que abrigam estacionamentos para meia dúzia de carros e pequenos imóveis comerciais abandonados e tão antigos que parecem ter parado no tempo. Andando pela rua Trocari, que está vazia a não ser por alguns ônibus parados no terminal e duas estudantes que lá caminham, o cenário do fundo, cheio de carros e uma linha de metrô em obra, não parece fazer parte do mesmo espaço. Apesar de plano, o caminho tranquilo é interrompido por
AS SENSAÇÕES
calçadas esburacadas, com uma vegetação que cresce entre os pedaços quebrados de concreto. Abandonado. As fachadas da mesma quadra voltadas para a Avenida Paes de Barros são compostas de vitrines de um comércio que começa a aparecer no trajeto e se intensifica conforme subimos a Rua Ituverava. A atividade comercial vai de bicicletarias à lanchonetes. Lojas de roupas e escritórios de advocacia e odontologia também são comuns na região. O movimento é mais intenso na Rua Capitão Pacheco e Chaves, vemos uma igreja amarela, vários ônibus, comércio ativo e pessoas. O cenário não muda ao descer a Rua Ibitirama, e essa subida e descida não nos cansa: o trajeto pode ser considerado leve. A agitação acaba assim que entramos na Rua Imbarié, vazia e com fachadas de residências antigas como se, de repente, estivéssemos em uma cidade de interior. Em uma dessas fachadas, uma casa de repouso para idosos nos chama atenção...
O ACESSO QUE NECESSITAMOS CASA DE REPOUSO DA MELHOR IDADE Na Rua Imbarié 104, um imóvel expõe em sua fachada uma placa que diz Casa de Repouso da Melhor Idade. Como se tivesse sido chamado, o senhor João Barbosa Lima, responsável técnico pelo abrigo, nos sauda de dentro da residência. Imersos na experiência, descobrimos que o abrigo é o único lugar realmente consolidado dentro da área do projeto fantasia de acessibilidade sugerido para o sexto semestre da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Filantrópica, a casa de repouso localiza-se na região há cerca de oito anos e tem capacidade para abrigar sete homens e sete mulheres de origem carente. Atualmente, têm nove funcionários celetistas, um nutricionista, uma enfermeira e um responsável técnico contratados. A localização é sua maior vantagem hoje. Por ser muito perto da estação de metrô Vila Prudente, pode receber com facilidade visitantes e estudantes das áreas de psicologia, enfermagem, assistência social e outros cursos de universidades como a UNICSUL, USJT, FMU e nós, da Belas Artes. Antes mesmo de falarmos sobre nosso projeto, o senhor João nos conta que a casa passa por problemas normativos exigidos pela promotoria. Os moradores, por serem idosos, tem a mobilidade reduzida.As escadas que dão acesso à casa são irregulares tanto em questão de largura quanto na pisada - alguns degraus tem espelhos maiores que 18 cm e a passagem é de cerca de 70cm, estreitas demais para uma cadeira de rodas ou um andador.
AS ADAPTAÇÕES PARA ALCANÇAR ACESSIBILIDADE
O único acesso à casa é por meio dessas escadas. O que a promotoria exige para a continuidade do asilo nessa localização é que haja uma rampa ou um elevador de acesso à casa. O proprietário do imóvel, que é alugado, recusa a reforma para a inclusão de uma rampa adequada aos cadeirantes. Dentro da casa, notamos também diversas adaptações improvisadas para facilitar a mobilidade dos moradores, como pequenas rampas entre um ambiente e outro que está desnivelado.
NOVA PROPOSTA Toda a experiência nos remete ao que Jane Jacobs comenta no livro Morte e Vida das Grandes Cidades. Entender as cidades – e não somente as cidades, mas projetos pontuais – deve partir de exemplos reais. Segundo a jornalista, observar mais de perto, com o mínimo de expectativa possível, as cenas e os acontecimentos mais comuns e tentar entender o que significam e ver se surgem explicações entre eles é o que ela procura. Diante do terreno onde os alunos devem projetar um grande edifício acessível encontramos um problema real causado pela falta de acessibilidade, que não está incluso na proposta do projeto. Assim, pensamos, talvez o desafio de reformar uma residência alugada e buscar a adaptação por meio de um elevador hidráulico não seria mais justo para com a essencial do curso e a sociedade?
TALVEZ TENHAMOS NOS TORNADO UM POVO TÃO DISPLICENTE, QUE NÃO MAIS NOS IMPORTAMOS COM O FUNCIONAMENTO REAL DAS COISAS, MAS APENAS COM A IMPRESSÃO EXTERIOR IMEDIATA E FÁCIL QUE ELAS TRANSMITEM. SE FOR ASSIM, HÁ POUCA ESPERANÇA PARA NOSSAS CIDADES E PROVAVELMENTE PARA MUITAS COISAS MAIS EM NOSSA SOCIEDADE. MAS NÃO ACHO QUE SEJA ASSIM. JACOBS, JANE. MORTE E VIDA DAS GRANDES CIDADES
carolina poma erica bortoletto AN6AU