2018
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Intervenções Contemporâneas no Patrimônio Histórico, Cultural e Urbano
” museu do pão centro de interpretação do pampa stedelijk museum
carolima poma erica bortoletto an6au
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1. Sumário
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1. Sumário 2. Apresentação 3. Museu do Pão 3.1. Identificação de Estudo de Caso 3.1.1. Localização 3.1.2. Histórico 3.1.3. Caracterização 3.2. Transformações 3.3. Restauro e Anexos 3.3.1. Projeto 3.3.2. Símbolo 3.3.3. Autoria 3.3.4. Descrição e Análise Crítica das Intervenções 3.4. Referências e Fontes Consultadas 4. Centro de Interpretação do Pampa 4.1. Identificação de Estudo de Caso 4.1.1. Contextualização 4.1.2. Caracterização 4.1.3. Localização 4.2. Restauro 4.2.1. Projeto 4.2.2. Análise crítica das intervenções 4.3. Referências e Fontes Consultadas 5. Stedelijk Museum 5.1. Identificação de Estudo de Caso 5.1.1. Contextualização 5.1.2. Caracterização 5.1.3. Localização 5.2. Restauro 5.2.1. Projeto 5.2.2. Análise crítica das intervenções 5.3. Referências e Fontes Consultadas
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2. Apresentação
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Este trabalho apresenta três estudos de caso acerca de patrimônios históricos, culturais e urbanos que sofreram intervenções contemporâneas, sendo dois desses nacionais e um internacional. O objetivo é, além de trazer dados sobre esses bens, fazer uma análise crítica acerca de cada intervenção.
Textos por Museu do Pão - Erica Bortoletto Centro de Interpretação Pampa - Carolina Poma Stedelijk Museum - Carolina Poma Design por Erica Bortoletto
Capa
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Museu do Pão
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3.1. Identificação de Estudos de Casos
“ 3.1.1 Localização O Conjunto Arquitetônico Museu do Pão está localizado em Ilópolis no estado do Rio Grande do Sul.
Fig. 01. Localização do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Fonte: Google Maps.
3.1.2 Histórico O Moinho Colonial Colognese, que hoje integra junto ao Museu do Pão o Conjunto Arquitetônico Museu do Pão, é datado do começo do século passado. “[...] construído inteiramente em madeira (araucária angustifolia) por uma família de imigrantes italianos do vêneto. após a morte do moleiro (de farinha) no final da década de 1990, o moinho foi abandonado. em 2004 fundou-se num ato primário a associação dos amigos dos moinhos do alto taquari. foram comprados o moinho e o seu terreno e iniciou-se o projeto do moinho de ilópolis com patrocínio da nestlé brasil. ele foi então restaurado em convênio com o IILA (Istituto Ítalo Latino Americano), recuperando seus elementos e funções originais a fim de reincorporá-lo à vida cotidiana desta pequena cidade.” (FANUCCI; FERRAZ; TURAZZI, 2005)
3.1.3 Caracterização Segundo Sambiasi (2011), no final do século XIX e início do século XX, o Brasil recebeu uma grande quantidade de imigrantes, tratava-se de uma tentativa do governo brasileiro de “branquear” um país essencialmente mulato, recém saído de séculos de escravidão de negros africanos. Da Itália, bastante empobrecida, vieram principalmente habitantes da região do Vêneto, que se fixaram, em sua maioria, em São Paulo e no extremo sul do país. Como lembrado na publicação referente ao Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (2008), os moinhos do Vale do Taquari na Serra Gaúcha são admiráveis registros da imigração italiana do começo do século passado. Engenhosas construções de madeira, cheias de poesia, sofisticação técnica e lições de arquitetura, significam a conquista de uma vida auto sustentável para as famílias recém-chegadas, com o pão e a massa como base culinária e econômica. Ainda segundo Sambiasi (2011), apesar de sua importância histórica, estes moinhos estavam fadados a desaparecer, pelo abandono e esquecimento típicos de nossos dias.Visto isso, em 2003 foi lançada a idéia da criação de uma rota turístico-cultural dos moinhos que em 2004 possibilitou que fosse iniciado o projeto para a recuperação do Moinho Colognese, de Ilópolis.
Fig. 02. Moinho Colognese antes da restauração. Fonte: PELLEGRINI, 2016, p. 14.
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3.2. Transformações
“ A professora e ambientalista Judith Cortesão, em 2000, apontou a urgência da restauração, pesquisa e divulgação dos moinhos coloniais. Com a criação da Associação dos Amigos dos Moinhos do Vale do Taquari, em 2004, foi possível dar o primeiro passo para a recuperação do Moinho Colognese, com recursos doados pela Fundação Nestlé Brasil. Em 2005, as obras de restauro da arquitetura e do maquinário foram iniciadas e contaram com a participação dos alunos do curso de Restauração e Artesanato de Madeira, promovido pelo IILA (Instituto Ítalo Latino Americano). Já em 2006, foi iniciada a construção do conjunto Museu do Pão e Oficina de Panificação, com recursos obtidos por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, com projeto elaborado pelo escritório Brasil Arquitetura, segundo mostra a publicação do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (2008). A conclusão das obras em 2007 e a inauguração do Museu do Pão marcaram o ponto de
partida para a implantação do Caminho dos Moinhos no alto do Vale do Taquari.
Fig. 03. Fotografia Aérea do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Foto por Nelson Kon. Fonte: Archdaily.
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3.3. Restauro e Anexos
“ 3.3.1 Projeto O Conjunto Arquitetônico Museu do Pão tem como peça principal o Moinho Colonial Colognese, construído em madeira no início do século passado, que, devido a sua restauração em 2005, voltou a funcionar e produzir farinha. Seus anexos o Museu, que apresenta uma linha do tem-
po que resume 6.000 anos do pão na história da humanidade, narra um pouco da saga da imigração italiana para a Serra Gaúcha, e tem sala para exibição de documentários, filmes e palestras e a Oficina de Panificação visam recuperar a história e a culinária tradicional e, no caso do último, capacitar os jovens para o exercício da profissão. “Os dois volumes novos, abrigando o museu do pão e a escola de confeiteiros, proporcionam ao moinho um contexto atual e o afirmam como documento arquitetônico, técnico e cultural do passado. serviu como serena referência o antigo moinho: sua arquitetura, seus materiais, sua maquinaria, a produção, a transformação.” (FANUCCI; FERRAZ; TURAZZI, 2005)
O antigo depósito de grãos foi transformado em bodega, com produtos da Oficina, artesanato e trabalhos manuais da região, e se tornou ponto de encontro e lazer para moradores e visitantes. “Nesta união de tradição e invenção, a museografia nasce junto à arquitetura. as primeiras “peças” do museu: o velho moinho colognese que voltou a funcionar, o museu e a escola, “contaminados” pela presença física e simbólica da construção centenária. tudo contribuirá como objeto expositivo: a estrutura dos edifícios, os fechamentos, o controle de luz, os passadiços, os materiais empregados, os suportes para exposição, as peças expostas (ferramentas da culinária, documentos, fotografias coletadas na região).” (FANUCCI; FERRAZ; TURAZZI, 2005)
Fig. 04. Corte Transversal do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Fonte: Archdaily.
Fig. 05. Planta baixa do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Fonte: Archdaily.
Fig. 06. Corte Longitudinal do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Fonte: Archdaily.
Fig. 07. Elevação Nordeste do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Fonte: Archdaily.
Fig. 08. Elevação Sudeste do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Fonte: Archdaily.
3.3.2 Símbolo Em uma das viagens de pesquisa para Ilópolis, o escritório visitou a antigo comércio da família italiana Romã. Não se sabe ao certo as atividades que aconteciam na casa, mas pelo mobiliário e disposição dos espaços entende-se que era uma adega vendia vinhos, entre outras bebidas. O desenho foi encontrado em uma das paredes da casa desenhado em
azul, sem identificação do autor, pode-se ter sido uma criança da família, um cliente, entre outras especulações. Infelizmente, a casa estava para ser demolida e dias antes do escritório demonstrar interesse pela casa para agregar ao projeto, a mesma foi demolida. Entre os destroços, foi possível apenas recuperar a parede que continha o desenho e a mesma foi tomada como parte da exposição no Museu do Pão e símbolo do Circuito dos Moinhos.
Fig. 09. Gravura em parede de cimento. Fonte: Brasil Arquitetura.
Fig. 10. Fachada Sudeste do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Fonte: Archdaily.
3.3.3 Autoria Escritório Brasil Arquitetura – Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Anselmo Turazzi Ano: 2005 Autores: Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Anselmo Turazzi Colaboradores: Anne Dieterich, Carol Silva Moreira, Cícero Ferraz Cruz, Fabiana Fernandes Paiva, Gabriel Rodrigues Grinspum, João Grinspum Ferraz, Luciana Dornellas, Pedro Del Guerra,Victor Gurgel e Vinícius Spira Área: 530 m² Prêmios que ganhou: Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, 2008 Prêmio Rino Levi Ex Aequo IAB/SP, 2008 Finalista No World Architecture Festival 2008, Barcelona, Espanha Brasil Arquitetura, fundado em 1979, o escritório realiza projetos de arquitetura, urbanismo, recuperação e restauro e desenho industrial para os mais diversos setores de atividade. Em 1986, os arquitetos criaram também a marcenaria baraúna, destinada a executar mobiliário e objetos em madeira projetados no escritório.
Fig. 11. Croqui da Fachada Nordeste do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Fonte: Brasil Arquitetura.
Fig. 12. Croqui Perspectivado do Conjunto Arquitetônico Museu do Pão. Fonte: Archdaily.
3.3.4 Descrição e Análise Crítica das Intervenções “Artigo 5o - A conservação dos monumentos é sempre favorecida por sua destinação a uma função útil à sociedade; tal destinação é portanto, desejável, mas não pode nem deve alterar à disposição ou a decoração dos edifícios. É somente dentro destes limites que se deve conceber e se pode autorizar as modificações exigidas pela evolução dos usos e costumes.” (Carta de Veneza, 1964)
No projeto do Brasil Arquitetura há uma clara “função útil à sociedade” dita necessária no artigo 5 da Carta de Veneza acima. Essa função se dá pela dinâmica encontrada em promover a história dos moinhos e reviver através da Oficina de Panificação o trabalho da comunidade que ali vivia e produzia.
Fig. 13. Imagem interna da Oficina de Panificação. Fonte: Archdaily.
“Artigo 9o - [...] no plano das reconstituições conjeturais, todo trabalho complementar reconhecido como indispensável por razões estéticas ou técnicas destacar-se-á da composição arquitetônica e deverá ostentar a marca do nosso tempo.” (Carta de Veneza, 1964)
Quanto às intervenções realizadas dentro do Moinho, o projeto cumpriu a função de se destacar “ostentando a marca do nosso tempo” como pede o artigo 9 da Carta de Veneza e também de se integrar harmoniosamente ao conjunto contemplando o artigo 12 a seguir.
Fig. 14. Imagem interna do Moinho Colognese. Fonte: Archdaily.
“Artigo 12o - Os elementos destinados a substituir as partes faltantes devem integrar-se harmoniosamente ao conjunto, distinguindo-se, todavia, das partes originais a fim de que a restauração não falsifique o documento de arte e de história.” (Carta de Veneza, 1964)
Fig. 15. Imagem interna do Museu do Pão. Fonte: Archdaily.
Fig. 16. Imagem interna do Museu do Pão. Fonte: Archdaily.
“Artigo 7o - [...] admitem-se as seguintes operações ou reintegrações: 1 - aditamentos de partes acessórias de função sustentante e reintegrações de pequenas partes verificadas historicamente, executadas, se for o caso, com clara determinação do contorno das reintegrações, ou com adoção de material diferenciado, embora harmônico, facilmente distinguível ao olhar, particularmente nos pontos de enlace com as partes antigas e, além disso, com marcas e datas onde for possível; [...] 4 - modificações ou inserções de caráter sustentante e de conservação da estrutura interna ou no substrato ou suporte, desde que, uma vez realizada a operação, na aparência da obra vista da superfície não resulte alteração nem cromática nem de matéria; 5 - nova ambientação ou instalação da obra, quando já não existirem ou houverem sido destruídas a ambientação ou instalação tradicionais, ou quando as condições de conservação exigirem sua transferência.” (Carta do Restauro, 1972)
Estruturalmente, as intervenções foram pontuais fazendo-se necessárias e não utilizaram de “alteração nem cromática nem de matéria” como pede o artigo 7 da Carta do Restauro.
Fig. 17. Imagem interna do Moinho Colognese. Fonte: Archdaily.
3.4 Referências e Fontes Consultadas Carta de Veneza. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUITETOS E TÉCNICOS DOS MONUMENTOS HISTÓRICOS, II, 1964,Veneza. Carta internacional sobre conservação e restauração de monumentos e sítios. IPHAN. Carta do Restauro. Circular nº 117. Ministério de Instrução Pública, 1972, Governo da Itália. Documento sobre Restauração de 1972. IPHAN. FANUCCI, Francisco; FERRAZ, Marcelo; TURAZZI, Anselmo. Museu do Pão: ilópolis, rs. 2005. Brasil Arquitetura. Disponível em: <brasilarquitetura.com/ projetos/museu-do-pao/>. Acesso em: 20 nov. 2018. PELLEGRINI, Ana Carolina. O Patrimônio Projetado: Sessão Temática: Projeto Contemporâneo e Patrimônio Edificado. In: ENANPARQ, 4., 2016, Porto Alegre. p. 14. Disponível em: <https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=2ahUKEwjkq737m_feAhUGhpAKHasIDxAQFjABegQIBBAC&url=https%3A%2F%2Fwww.anparq.org.br%2Fdvd-enanparq-4%2FSESSAO%252038%2FS38-04-PELLEGRINI%2C%2520A. pdf&usg=AOvVaw1-p5TM07c6c1zz1wqdGK8H>. Acesso em: 20 nov. 2018. PRÊMIO RODRIGO MELO FRANCO DE ANDRADE: Para ações de preservação para o patrimônio cultural brasileiro. Brasília: Gráfica e Editora Brasil Ltda, 2008. Anual. Edição 2008.. Disponível em: <http://portal.iphan.gov. br/pagina/detalhes/180>. Acesso em: 20 nov. 2018. SAMBIASI, Soledad. Museu do Pão / Brasil Arquitetura. 2011. Archdaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-8579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura>. Acesso em: 20 nov. 2018
Capa. Museu do Pão. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/018579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 01. Print Screen do Google Maps.. Disponível em: <https://www.google. com.br/maps/place/Museu+do+P%C3%A3o+%2F+Moinho+Colognese/@-27.3301669,-52.2989775,5.5z/data=!4m5!3m4!1s0x951d0f206e73c6a1:0x9564cd3768541d45!8m2!3d-28.9262435!4d-52.1259228> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 02. Autor desconhecido. Imagem cedida pelo Escritório Brasil Arquitetura. PELLEGRINI, 2016, p. 14. Disponível em: <https:// www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=2ahUKEwjkq737m_feAhUGhpAKHasIDxAQFjABegQIBBAC&url=https%3A%2F%2Fwww.anparq.org.br%2Fdvd-enanparq-4%2FSESSAO%252038%2FS38-04-PELLEGRINI%2C%2520A. pdf&usg=AOvVaw1-p5TM07c6c1zz1wqdGK8H>. Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 03. Foto por Nelson Kon. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-8579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 04. Corte Transversal. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-8579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 05. Planta baixa. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/018579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 06. Corte Longitudinal. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-8579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 07. Elevação Nordeste. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-8579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 08. Elevação Sudeste. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/018579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018.
Fig. 09. Gravura. Disponível em: <brasilarquitetura.com/projetos/museu-do-pao/> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 10. Fachada Sudeste. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/018579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 11. Croqui da Fachada Nordeste. Disponível em: <brasilarquitetura.com/ projetos/museu-do-pao/> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 12. Croqui Perspectivado. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-8579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 13. Oficina de Panificação.. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-8579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 14. Moinho Colognese 1. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-8579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 15. Museu do Pão 1. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/018579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 16. Museu do Pão 2. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/018579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018. Fig. 17. Moinho Colognese 2. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-8579/museu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitetura> Acesso em: 20 nov. 2018.
Capa
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Centro de Interpretação do Pampa
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4.1. Identificação de Estudos de Casos
“ 4.1.1 Contextualização Os escombros que hoje estão localizados no Cerro da Pólvora, um dos pontos mais altos de Jaguarão, um dia abrigaram o prédio da Enfermaria Militar, construída entre os anos de 1880 e 1883, que servia para atendimento médico dos militares do exército brasileiro. Após quase um século de ocupação, na década de 1970, o prédio deixou de ser utilizado e acabou, em função do abandono, passando por várias depredações. Pouco tempo depois, no início dos anos 1980, alunos e professores do curso de arquitetura da Universidade Federal de Pelotas desenvolveram o Projeto Jaguar com o intuito de identificar os bens arquitetônicos de Jaguarão. Na década seguinte, em 1990, o local foi tombado pelo Patrimônio Histórico Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (IPHAE-RS). Apesar disso, a construção seguiu em estado de abandono até que, em agosto de 2009, a população de Jaguarão realizou o “Abraço à Enfermaria Militar”, em defesa da contratação de um projeto arquitetônico para o lugar. Com isso, foi levantada a possibilidade de utilização do espaço. Desta maneira, em 2010, através de uma parceria entre a Prefeitura de Jaguarão e a UNIPAMPA, foi possível incluir o projeto arquitetônico de revitalização no PAC Cidades Históricas do Governo Federal.”
UNIPAMPA - Registro fotográfico realizado em 07/03/2014.
4.1.2 Identificação Centro de Interpretação do Pampa Local: Cerro da Pólvora, Jaguarão - RS Datado de: 1880-1883 Ano do projeto: 2009 Arquitetos: Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz,Vinícius Spira e Gabriel Grinspum (Escritório Brasil Arquitetura) Área: 1880m² Uso: Cultural/ Museu Vivo Materialidade: Alvenaria de pedra irregular e de tijolos, argamassa e cal
UNIPAMPA - Registro fotográfico realizado em 07/03/2014.
4.1.3 Localização Rua da Paz, esquina com R. Dr. João Azevedo – Jaguarão-RS
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4.2 Restauro
“ 4.2.1 Projeto O projeto que envolve a Prefeitura da cidade, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e o escritório Brasil Arquitetura consiste na união entre a edificação neoclássica de 1883 e os novos volumes contemporâneos de concreto, que juntos somam 2,3 mil metros quadrados. De acordo com Marcelo Ferraz (2013), o projeto do Centro
de Interpretação do Pampa deve trazer em si a memória da guerra, de questões humanas e da própria ocupação humana. Conforme a descrição do projeto pelo escritório Brasil Arquitetura, o museu organiza um vasto conjunto de informações a partir de alguns eixos centrais: O primeiro deles é a singularidade da paisagem natural do pampa, com seus ecossistemas. Lugar no qual, sob aparente homogeneidade, encontra-se uma rica e diversa vida pulsante, que deve ser conhecida, valorizada e defendida. O segundo eixo é a antiguidade da ocupação da região, habitada sucessivamente por povos e culturas desde a pré-história. O terceiro, é a mestiçagem genética e simbólica única que se deu no pampa – uma mistura singular de povos indígenas, ibéricos e africanos que gerou o gaúcho -, e a produção cultural específica que essa mistura propiciou(língua, música, literatura, a arquitetura, os costumes, a culinária, etc) tal aventura humana, marcada pelos encontros e desencontros de povos e signos, por convergências e conflitos, por contradições e desigualdades, continua se fazendo. O quarto eixo é a questão da fronteira e a constituição de uma identidade, ao mesmo tempo singular e nacional. A região foi cenário de guerras e lutas que, de certa forma, desenharam os limites do território brasileiro, com suas dimensões continentais. (BRASIL ARQUITETURA Descrição)
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(BRASIL ARQUITETURA - Implantação)
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(BRASIL ARQUITETURA - Cortes)
(BRASIL ARQUITETURA - Cortes)
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(BRASIL ARQUITETURA - Perspectiva Render)
Segundo o IPHAE, a construção originalmente foi erguida por ordem do então Ministro da Guerra,Visconde de Pelotas. O prédio foi iniciado em 1880 e concluído em 1883, para atender os oficiais e praças do exército, além das cidades próximas a Bagé. Situa-se no ponto mais elevado da cidade, em um terreno rochoso conhecido como Cerro da Pólvora ou Cerro da Enfermaria. Dentre seus usos, em 1940 funcionou como escola e alojamento, inclusive como prisão militar e política. Em 1915 a edificação foi ampliada, com a construção de uma capela e um necrotério. Desativado e abandonado no início da década de 70, o prédio começou a ser depredado, gerando um processo de deterioração que se acentuou de forma progressiva. Sua linguagem original é eclética, possui características neoclássicas, destacando-se na paisagem por sua imponência. Com duas alas em “”L””, caracteriza-se pela simetria na composição da fachada principal.As paredes são de alvenaria de pedra irregular e de tijolos, com argamassa de cal. 4.2.2 Análise Crítica das Intervenções O projeto respeita as normas de conservação da Carta de Veneza de 1964, em que diz nos artigos 4º que “a conservação dos monumentos exige, antes de tudo, manutenção permanente” e 5º que “a conservação é sempre favorecida por sua destinação a uma função útil à sociedade”,
que seria sua função enquanto museu vivo. O novo projeto não desrespeita a escala da edificação histórica tombada, conforme pede-se no artigo 6º, e nada do que é pertencente à edificação histórica é retirada ou realocada, conforme pede-se nos artigos 7º e 8º. O projeto também não desrespeita o que se pede na Carta de Restauro de 1972, em seu artigo 6º, para que nada seja removido, demolido ou falsificado. Com relação ao artigo 7º, as considerações são relacionadas à manutenção do edifício histórico que deverão ser respeitadas ao longo de seu novo uso. Por fim, a Carta de Restauro pede para se respeitar e salvaguardar a autenticidade dos elementos construtivos.
(BRASIL ARQUITETURA - Perspectiva Croqui)
4.3 Referências e Fontes Consultadas Alma Del Mundo. Disponível em: <http://almadelmundo.blogspot. com/2013/10/por-que-cercar-o-centro-de.html> Acesso em Novembro de 2018. Brasil Arquitetura. Disponível em: <http://brasilarquitetura.com/#> Acesso em Novembro de 2018. Brasil Arquitetura. Disponível em: <brasilarquitetura.com/equipe> Acesso em Novembro de 2018. Confraria dos poetas do Jaguarão. Disponível em: <http://confrariadospoetasdejaguarao.blogspot.com/2013/07/centro-de-interpretacao-do-pampa.html> Acesso em Novembro de 2018. Gaucha ZH. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/ casa-e-cia/noticia/2013/07/projeto-em-jaguarao-preserva-ruinas-para-narrar-a-historia-4217452.html> Acesso em Novembro de 2018. Histórico Centro de Interpretação do Pampa. Disponível em: <http://porteiras.r.unipampa.edu.br/portais/cip/historico/> Acesso em Novembro de 2018. IPatrimônio. Disponível em: <http://www.ipatrimonio.org/?p=47548#!/map= 38329&loc=-32.559665000000024,-53.387470999999984,17> Acesso em Novembro de 2018. Skyscraper City. Disponível em: <https://www.skyscrapercity.com/showthread. php?t=1694447&page=2> Acesso em Novembro de 2018. Capa. Disponível em: <brasilarquitetura.com/centro-de-interpretacao-do-pampa/> Acesso em: 20 nov. 2018.
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Stedelijk Museum
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5.1. Identificação de Estudos de Casos
“ 5.1.1 Contextualização O Stedelijk Museum, localizado na museumplein de Amsterdã na Holanda, é o maior museu de arte moderna e contemporânea dos Países baixos. O edifício do museu histórico com tijolos vermelhos remonta a 1895 e a coleção do museu inclui obras de arte especiais de artistas modernos mundialmente famosos. Através de um projeto de modernização em 1850, começou o desenvolvimento do processo geral. O Museu Stedelijk foi inaugurado em 1895, no começo do século XIX, pelas autoridades locais. Projetado pelo arquiteto holandês Adriaan Willem Weissman, teve sua construção de 1892 a 1895, num estilo neo renascentista holandês na Rua Paulus Potterstraat, não muito distante do museu Rijksmuseum. Em 1890, o edifício teve sua construção financiada por Sophia Adriana de Bruyn. A construção se deu sob o VVHK (Sociedade para formação de uma coleção pública e contemporânea de arte), que foi fundado em 1890 para hospedar a coleção de arte e antiguidades que Bruyn doou a cidade juntamente à uma quantia considerável de dinheiro para a melhoria do projeto
(Fachada do edifício - Benthem Crouwel Architects)
4.1.2 Identificação Stedelijk Museum Inauguração: 1874 Ano do projeto: 2012 Arquitetos: Benthem Crouwel Architects Área: 162.7882m² Uso: cultural Número de pavimentos: 4 Materialidade: vidro Estrutura: metálica
(Fachada do edifício - Benthem Crouwel Architects)
5.1.3 Localização Museumplein 10, 1071 DJ Amsterdam, Amsterdã, Holanda
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4.2 Restauro
“ 4.2.1 Projeto O museu trata-se de um edifício com características neo renascentistas, com simetria aparente, composto de tijolo vermelho sem acabamento. Todas as janelas do antigo edifício são retangulares e ornamentadas, sendo as do primeiro pavimento com arcadas nos medalhões. As paredes externas são ornamentadas, o que é muito comum nas construções da época da edificação.
O mesmo layout é encontrado na fachada Sul, que mostra um pavilhão central com conexões laterais aos pavilhões do canto. O pavilhão central é acessível através de uma plataforma e o piso superior do central e as conexões laterais são equipados com janelas enfileiradas e arqueadas. Atualmente, sua entrada foi movida para a extensão aberta de Museumplein, onde ocupa uma ampla extensão. O novo volume tem uma construção contínua de fibra reforçada e um telhado que se projeta para o espaço. As bordas superiores da extensão branca se estendem para fora para abrigar a praça. Com essa mudança de orientação e teto saliente, o museu se deita ao lado de uma praça coberta que pertence tanto ao prédio quanto à Museumplein. Contra o pano de fundo do edifício antigo, o volume sintético branco é a nova e poderosa imagem do Museu Stedelijk.
Implantação (Fonte: ArchDaily)
Elevação norte (Fonte: ArchDaily)
Elevação leste (Fonte: ArchDaily)
O detalhamento e a coloração no interior dos edifícios estão alinhados, causando sensação de contraste explícito entre o prédio antigo e o novo prédio, sendo pouco perceptível no percurso pelo museu. A intervenção ao patrimônio histórico e cultural foi ampliado, integrando os dois lados do prédio por passarelas e escadas, em uma nova estrutura de extensão branca curvilínea, tornando um edifício só. Antes do restauro, o Museum Stedelijk já fazia parte do acervo do museu que abrigava as obras de artistas famosos em Amsterdã. Antes de se tornar um museu, o edifício abrigava um antigo hospital. Em 1874, foi fundado o museu por iniciativa da burguesia de Amsterdã, que via a necessidade de um espaço cultural na cidade, permanecendo seu uso até 1892. Em 1932, o edifício ainda estava sendo utilizado para o interesse cultural, e expandiu ainda mais sua alta relevância cultural no local durante o restante da década de 1930. Já em 1945, durante a 2° guerra mundial, o acervo do museu foi transferido para um Bunker de proteção nas colinas de areia de Santpoort, os funcionários se revezavam em turnos para que o acervo não fosse prejudicado durante a guerra.
Exterior do edifício em 1954 (Fonte: Stedelijk Studies)
A edificação, caracterizada como uso institucional para atividades de fins culturais, com dois estilos de edifícios que juntos abrigam todo o museu de Amsterdã, cria um complexo cultural na cidade. Na parte externa, vendo de longe, é possível identificar duas estruturas distintas de diferentes materialidades que juntas formam um conjunto, já na parte interna dificilmente se percebe isso, pela edificação estar muito bem integrada na parte térrea. A loja e o restaurante do museu estão localizadas ao lado da entrada, enquanto uma grande sala de exposições, uma biblioteca e um ‘centro de conhecimento’ ficam todos no subsolo. A partir deste nível, é possível passar para uma nova sala de exposições no nível de volume flutuante, através de duas escadas rolantes em um tubo fechado conectam os espaços de exibição nos níveis inferior e superior, permitindo que os visitantes contornem a área de entrada. Desta forma, o visitante atravessa a área de entrada sem sair da rota da exposição e sem ser distraído pelas funções públicas. O Projeto do novo anexo do Stedelijk Museum, pertence a Benthem Crouwel Architects, escritório que fez um restauro no edifício, que deu início as construções em 2007 e foi concluída em 2012. Mantendo a ideia de projeto do arquiteto municipal AW Weismann, onde sua nova estrutura foi anexada a um prédio de tijolo aparente, integrando os dois e tornando um edifício de alta relevância de restauração no país. A intervenção ao patrimônio histórico e cultural foi ampliado pelo arquiteto AW Weismaan, integrando os dois lados do prédio por passarelas e escadas, em uma nova estrutura de extensão branca curvilínea, parte da qual é subterrânea. Tornando um edifício só, também foi utilizada a cor branca para que não se destacasse mais que o edifício antigo.
(Interior do edifĂcio - Benthem Crouwel Architects)
(Interior do edifĂcio - Benthem Crouwel Architects)
(Interior do edifĂcio - Benthem Crouwel Architects)
(Interior do edifĂcio - Benthem Crouwel Architects)
5.2.2 Análise Crítica das Intervenções O edifício, que é preservado através de seus tijolos aparentes e o contraste entre o novo e o antigo de forma clara, respeita o que é mencionado nos artigos 6º e 7º da Carta de Restauro de 1972 e no artigo 9º da Carta de Veneza de 1964, onde se proíbe a remoção ou demolição da obra de forma que apague seu trajeto através do tempo. No artigo 7º recomenda-se: “aditamentos de partes acessórias de função sustentantes e reintegrações de pequenas partes verificadas historicamente, executadas com clara determinação, ou com adoção de materiais diferenciados”. Dessa forma, toda modernização do edifício é explícita, e sua materialidade respeita o patrimônio histórico em sua originalidade.
5.3 Referências e Fontes Consultadas Amsterdam Museums. Disponível em: <https://www.amsterdam.info/museums/stedelijk_museum/> Acesso em Novembro de 2018. Archdaily Stedelijk Museum. Disponível em: <https://www.archdaily. com/350843/stedelijk-museum-amsterdam-benthem-crouwel-architects > Acesso em Novembro de 2018. Dezeen. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2012/09/06/stedelijk-museum-amsterdam-by-benthem-crouwel-architects/> Acesso em Novembro de 2018. Radar Design. Disponível em: <http://www.radardesign.com.br/stedelijk-museum-amsterdam/ > Acesso em Novembro de 2018. Vitruvius. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.049/574 > Acesso em Novembro de 2018.
centro universitĂĄrio belas artes sĂŁo paulo, sp