Tom Kers 25 pontos Toms Kers nasceu em uma família simples, constituída apenas por sua mãe e ele mesmo. Nunca conheceu o pai; provavelmente era algum rico fazendeiro da região de La Luna, que, assim como tantos que iam ao bordel da cidade, passou um noite com a melhor prostituta do local. A diferença é que, quando esta prostituta — futura mãe de Tom — soube que estava grávida dele, decidiu que não abortaria e teria seu primeiro filho. A infância de Tom foi difícil. Sua mãe precisou continuar com seu trabalho, o que deixava o garoto triste. Ele, por sua vez, trabalhava no tal bordel, na área da limpeza. Assim, tinham casa e comida, fornecidos pelo dono do estabelecimento, embora não fosse a vida que pediram a Deus. Certo dia, quando viu sua mãe apanhando de um cliente bêbado, prometeu que tudo mudaria, no futuro. Vingaria-se de cada um daqueles homens... seria maior que eles, mais poderoso... Por anos, Tom passou a fazer seu trabalho de maneira mais responsável, com apenas um objetivo: ouvir a conversa dos homens e descobrir tudo (...)
“Dinheiro, poder? Tudo isso veio do meu conhecimento, amigo. E conhecimento é mais poderoso e valioso do que qualquer coisa.” F1 (esmagamento), H4, R4, (perfuração), 20 PVs, 20 PMs;
A2,
PdF3
kits Aristocrata (Língua Ferina, Palavra Conveniente e Poder Aquisitivo) e Desperado (Bang! Bang!, Tiro Instintivo e Ricochete); Saque Rápido, Tiro Múltiplo, Riqueza; Má Fama, Maldição (quando usa seu Tiro Múltiplo, não pode se movimentar ou tentar esquivas naquele turno), Restrição de Poder (suas pistolas); Crime, Manipulação.
EXPEDIENTE: TEXTO FABRÍCIUS “RANGER FANTASMA” VIANA | ILUSTRAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO LUÍS BRÜEH.
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sobre o mundo dos ricaços. Valeu à pena. Durante uma discussão entre dois homens sobre o que seria certo fazer a respeito de um pistoleiro metido a herói, que ameaçava os projetos “clandestinos” de um dos homens, Tom manifestou sua opinião. Disse de maneira detalhada o que fazer com tal homem, desde a emboscada para pegá-lo até a tortura que deveria receber, antes de ser morto. Isso fez os homens, que assistiam a ele impressionados, rirem. Um deles mudaria a vida de Tom para sempre. O homem soube da vida do rapaz, e resolveu “criá-lo”. Adotou o garoto e sua mãe e deu a eles uma condição de vida melhor. Tom não se importava muito com o que o homem pensava, apenas queria iniciar seu plano de uma vida diferente. Passou a participar dos trabalhos do homem, aprendendo a como ser um chefe de máfia e tudo mais. Quando tornou-se adulto, Tom arquitetou um plano perfeito,
que culminou com a morte de seu tutor, sem que ninguém suspeitasse do assassino — ele — e tomou seu lugar. Estava pronto. Sabia tudo sobre diplomacia (do velho oeste, que nem sempre era muito educada) e era um atirador incrível. Tinha subordinados, terras. Sua mãe estava feliz agora que não precisava mais se humilhar para ninguém — a verdade, no entanto, é que ela não sabia o que Tom fazia em sua totalidade. Tom deu continuação aos planos de seu tutor e iniciou seus próprios planos. Logo ele ficaria conhecido como alguém que não media esforços para conseguir o que desejava. Fundaria até mesmo uma cidade, para servir como base de seus atos... Mataria qualquer um que se metesse em sua frente para impedir seus objetivos. Mesmo que fosse sua própria mãe, e ele torcia pra que ela nunca tivesse tal vontade.
La Luna
“Parecia que o destino queria que eu escrevesse meu nome na história. Foi muito fácil — apenas peguei um cavalo e saí por aí por terras desconhecidas. Ao pé da primeira montanha, encontrei uma mina com muito ouro... e aí nasceu La Luna.” — Tom Kers, fundador de La Luna La Luna é uma cidade distante de qualquer outra para sua época. Oculta pelas areias do deserto, a cidade tem este nome porque foi criada à noite — seu fundador decretou seu início exatamente à meia-noite. O fundador e, por isso, prefeito vitalício de La Luna é o jovem Tom Kers, que hoje já não é mais tão jovem quanto era ao fundá-la.
fantásticas, sendo este o motivo de alguém adentrá-lo e nunca mais voltar. Tom, no entanto, não tinha medo de tais coisas; muito corajoso, ele apenas foi em busca de tesouros. Não era burro, porém; de tempos em tempos ele marcava o caminho por onde passava com pedaços de pau, para poder seguir a via de volta e não se perder.
sua cor predominante que indicava riqueza: era quase inteiramente dourado. Tom encontrara uma mina gigante de ouro! Ali, então, ele decidiu fundar sua cidade — já tinha dinheiro antes, e agora estava ainda mais rico; ter uma cidade própria era algo muito fácil.
Aos poucos, as pessoas foram chegando no local. Demorou cerca de vinte anos até que La Luna tivesse a configuração atual: uma típica cidade do velho oeste, formada por duas grandes ruas principais que são entrecortadas por ruas menores. Todos os elementos de uma cidade do velho oeste típico estão presentes em La Foi por volta de meia-noite que Luna: casebres de madeira — mas La Luna nasceu de uma busca de Tom chegou a um grande monte, também há construções de Tom Kers por metais preciosos. um tipo de formação estranha para cimento, reservadas aos mais ricos Ele pegou seu cavalo e saiu explo- se encontrar no meio do deserto, do local —, tabernas, hotéis com rando o deserto da região, um local que costuma ter apenas dunas e vários andares. Com alguns anos pouco explorado — lendas afirma- dunas de areia. Fazia muito frio, de sua fundação, chegou também a vam que o deserto era cheio de mas Tom e seu cavalo não ligavam. informação — foi feito o jornal monstros e outras criaturas Banhado pela lua, o monte revelou local. Há um detalhe especial (...)
quanto à energia elétrica e outras tecnologias do mundo exterior, porém... A eletricidade de La Luna foi basicamente feita por engenheiros elétricos da própria cidade, sem nenhuma ligação direta com grandes matrizes elétricas do resto do mundo. Isto significa que ninguém ali paga por ter energia; os cabos elétricos foram conduzidos por debaixo da terra, em forma de uma grande gambiarra; as empresas que estão sendo roubadas provavelmente nem suspeitam do fato, emborava notem que todos os meses some de sua reserva uma quantidade razoável de energia. O mesmo acontece com a informação escrita ou falada; é possível comprar jornal dentro de La Luna, e também ouvir ao rádio, mas o resto do mundo não lê nada sobre a cidade, nem escuta nenhum programa de rádio que exista dentro do local. Os motivos para tais fatos (energias próprias e isolamento do resto do mundo) vêm de sua principal fonte de trabalho: La Luna possui uma jazida gigante de ouro há poucos metros do centro da cidade, e isso chamaria a atenção de muitas pessoas indesejáveis fora da cidade. As empresas que são roubadas pelos Lalunenses (o cidadão de La Luna) não reclamam porque sabem da represália que podem receber. Certa vez Tom visitou a concessionária de energia e explodiu duas turbinas usando apenas uma Magnum 47. Os Lalunenses, atualmente, são em torno de meia milha de pessoas, mas a população possui muitas flutuações de acordo com a época do ano. No começo, apenas certas famílias foram convidadas por Tom Kers para formar a base da população da cidade. Com o tempo, estas famílias também foram convidando outras pessoas, com a permissão de Tom, até que La Luna tornou-se uma espécie de “nata”; nem todo mundo em La Luna é rico,
e isso, na teoria, é até raro; mas mesmo as famílias pobres mais antigas foram trazidas para ali por algum motivo específico — por trabalharem bem para algum nobre em anos anteriores, por interesse político fora da cidade etc. Hoje, alguém que encontre a cidade pode se tornar um morador normalmente, mas talvez passe por maus momentos até que a cidade o aceite... As condições de trabalho em La Luna são bastante propícias. Sempre há uma vaga de faxineiro ou garçom de taverna, ou quem sabe de transportador de mantimentos, entegrador de jornal, vigia da mina (o único local que possui uma segurança especializada) ou minerador propriamente dito. Há também os mercenários — que atuam em missões fora da cidade — e outros. São várias possíveis escolhas. As pessoas que vivem em La Luna possuem orgulho de morarem ali. Uma vez que a cidade é praticamente auto-suficiente — existem até mesmo pequenas fazendas ao redor do local, responsáveis por suprir todos com carne e alguns tipos de cereais possíveis de ser cultivados no deserto —, ninguém precisa sair de La Luna para trabalhar ou buscar recursos. O único contato externo que a cidade possui é o mercado negro do ouro, a fonte principal de riquezas que fez a economia de La Luna ser o que é. Ninguém a não ser Tom Kers e seus confiados sabe como funciona este comércio, no entanto; se você trabalha com ouro em La Luna, você é apenas um dos mineradores. Querer saber algo além disso é procurar pela morte... “Morte” é uma coisa relativa na cidade, aliás. Ali não há leis. Embora Tom possa ser considerado o prefeito, ele nunca se pronunciou como tal, nem escreveu cartilhas com leis. Todos os Lalunenses conhecem as morais da cidade, e este também é um dos motivos de orgulho daqueles que vivem no local. Roubar ou (...)
(...) assasinar um morador, dentro da cidade, por exemplo, é proibido. Para acertar contas com alguém é necessário desafiar para um duelo com testemunhas. No entanto, matar alguém covardemente (dentro ou fora de um duelo), ou roubar alguém, é um crime terrível, que é pago com a morte. Neste caso a morte é permitida e é um instrumento de justiça. Apenas com alguns anos de vivência na cidade é que se aprende a diferença entre o assassinato criminoso e a morte justiceira... Quem aplica tais decisões de justiça, aliás, é o próprio povo! Não existe xerife nem delegacia em La Luna. Lá, todos os moradores, mesmo as crianças, possuem pelo menos uma pistola 9 mm no bolso. A consciência coletiva é quem faz a justiça. Linchamentos são comuns como ferramenta de justiça, mas se um crime for testemunhado por pelo apenas uma pessoa, ela tem o direito de resolvê-lo, se quiser. Antes precisa conseguir outras testemunhas, pelo menos — mas normalmente os primeiros tiros são suficientes para invocar mais pessoas ao local.
nato, crime (roubar um cavalo é um dos piores crimes, com direito a tortura antes da morte), cantar a mulher do próximo, beber sem pagar (mesmo bêbado, um lalunense sempre sabe quanto deve ao bar) dentre outras coisas. Esta lista de crimes está praticamente engastada na consciência de cada lalunense, de forma que ela nunca é praticada por verdadeiros moradores, que são a própria justiça. Forasteiros têm muitas dificuldades quando chegam na cidade. Primeiro porque, mesmo se você for um lalunense, se alguém diz que você é filho de uma galinha choca com peitos, por exemplo, e você não manifesta a vontade de tirar satisfação — muitos preferem a vida ao orgulho, certo? —, está afirmando que aquilo se trata de uma verdade. O resultado é que em pouco tempo a cidade inteira estará chamando você de filho de uma galinha com peitos; a decisão em não mudar tal fato foi sua. Tirar satisfação, no caso, significa ser corajoso o suficiente para não admitir o insulto e chamar para um duelo dentro das leis, ou pegar o provocador fora da cidade, como bem entender.
O assassinato covarde não é proibido fora da cidade, porém; se passou a porteira da entrada de La Luna, é terra de ninguém — embora, No entanto, quando se é forasteiro, tais dependendo do ponto de vista, dentro da insultos são ainda mais comuns, e, depencidade não seja muito diferente... dendo da situação, um duelo pode não ser bem encarado. Muita arrogância, não é? Alguém que mal chegou à cidade já se acha no A lista de possíveis crimes é grande: assassidireito de desafiar um lalunense nativo? É (...)
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nessa hora que se aprende uma das maiores, senão a maior, das leis próprias de La Luna: aqui, os nativos sempre têm razão e são melhores que qualquer outro no resto do mundo, ao menos na opinião deles. E, se é a opinião de lalunense, dentro da cidade ela é a verdade. Por fim, uma vez que todo lalunense sabe como manusear uma arma, não é de se estranhar que boa parte da população seja constituída de possíveis criminosos “arrependidos”. Com sorte, numa mesma rua é possível encontrar dezenas de mercenários (que atuam apenas fora da cidade, é claro) ou cortadores de garganta que fugiram das leis externas. Ali, todos são iguais e honrados. O que foi ou é feito fora da cidade não importa. Todos sabem que se a lei de La Luna for transgredida, um homem será morto pelas mãos do povo da cidade. Mas não é o medo que faz com que as leis funcionem — é realmente o orgulho e a paixão pela cidade, que aceita qualquer um sem olhar para seu passado. Isto é, aceita qualquer um depois de algum tempo. Um forasteiro sempre será humilhado primeiramente até que tenha os “culhões” necessários para ser um lalunense.