Trabalho de Conclusão de Curso

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Centro Universitário Senac

Erika Guerrero Mion

REQUALIFICAÇÃO DO HORTO FLORESTAL DE LIMEIRA-SP

ORIENTADOR Prof. Ms. MARCELLA DE MORAES OCKE MÜSSNICH

São Paulo 2021

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço à minha mãe pelo apoio e pelo financiamento, pela dedicação e compreensão com todos os surtos e por todas as situações difíceis e pelos momentos de conquista e aos poucos momentos de alegria que o curso proporcionou. E pela paciência e compreensão comigo e meus desejos egoístas de sair da cidade e fazer uma faculdade boa. Agradeço ao Davi, meu namorado pelo companheirismo pelo apoio e por toda a ajuda que me ofereceu desde 2016 e por aguentar e me acalmar em todos os surtos e todas as quase desistências. Obrigado a vocês , meus anjos, graças a vocês eu estou na reta final quase concluindo essa luta cheia de altos e baixos. Agradeço à Ana Paula Flauzino, ganhadora do concurso rosa kliass como projeto Tocas do Tatu por ter me auxiliado com as pesquisas e documentos de trabalhos acadêmicos onde eu poderia encontrar dados sobre o Horto. Também agradeço a minha melhor amiga Natalia Fernanda Alarcon por ter me auxiliado tanto na parte escrita, sem o seu auxilio eu teria ficado mais perdida em como escrever. Agradeço à minha orientadora Marcella Ocke que me acompanhou nessa jornada, o que foi um grande incentivo para esse projeto, resultado de sua excelência e exigência profissional e de seu estímulo, em função de toda dedicação e emprenho para com a arquitetura da paisagem. Agradeço toda sua paciência, compreensão e auxilio.

Também gostaria de agradecer ao Centro Universitário Senac pela possibilidade me oferecida de poder financiar a faculdade em uma excelente instituição e assim eu pude continuar o curso.

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RESUMO

Esse Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresenta como tema a requalificação do Parque Urbano Horto florestal de Limeira. “Os parques urbanos são áreas verdes que podem trazer qualidade de vida para a população. Pois proporcionam contato com a natureza e suas estruturas e qualidade ambiental, quando adequadas e atrativas, são determinantes para a realização de atividade física e o lazer. Estas atividades trazem diferentes benefícios psicológicos, sociais e físicos a saúde dos indivíduos, como, por exemplo, a redução do sedentarismo e amenizar o estresse do cotidiano urbano” (Szeremeta, Trombetta, Zannin – 2009), são espaços livres (espaços livre de edificações nas áreas urbanas), “espaços de recreação pública” (Magnoli - 2006), inserindo-se na comunidade com o objetivo de “promoção de qualidade de vida das pessoas acerca de fatores sociais e ambientais” (Soares, Machado, Gularte, Borges - 2019), propiciam recreação, proteção ecológica, são espaços democráticos já que devem ser o mais acessível possível. A importância desse tema, principalmente nesse cenário pandêmico é sobre a carência de espaços livres públicos qualificados para o lazer nas cidades e para qualidade de vida da população. O objetivo desse trabalho é projetar um espaço de lazer ao ar livre para os limeirenses e requalificar uma área com enorme potencial pois como disse Magnoli (2006), uma das funções do espaço livre é propiciar recreação com atividades especificas, propiciar interação ecológica a valores importantes e servir de dispositivo ou influencia para a morfologia urbana.

PALAVRAS CHAVE REQUALIFICAÇÃO – PARQUE – LIMEIRA – ESPAÇO PÚBLICO

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ABSTRACT

This Course Completion Paper (TCC) has as its theme the requalification of the Horto Florestal Urban Park in Limeira. “Urban parks are green areas that can bring quality of life to the population. Because they provide contact with nature and its structures and environmental quality, when appropriate and attractive, are crucial for the performance of physical activity and leisure. These activities bring different psychological, social and physical benefits to the health of individuals, such as reducing sedentary lifestyles and alleviating the stress of everyday urban life” (Szeremeta, Trombetta, Zannin – 2009), they are free spaces (spaces free of buildings in urban areas), “public recreation spaces” (Magnoli - 2006), inserting themselves in the community with the objective of “promoting people's quality of life based on social and environmental factors” (Soares, Machado, Gularte, Borges - 2019), provide recreation, ecological protection, are democratic spaces as they should be as accessible as possible. The importance of this theme, especially in this pandemic scenario, is the lack of qualified public open spaces for leisure in cities and for the population's quality of life. The objective of this work is to design an outdoor leisure space for the people of Lima and requalify an area with enormous potential because, as Magnoli (2006) said, one of the functions of the open space is to provide recreation with specific activities, provide ecological interaction with important values and serve as a device or influence for urban morphology.

AS KEY WORDS REQUALIFICATION – PARK – LIMEIRA – PUBLIC SPACE

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO.....................................................................................................6 1.0 PARQUES URBANOS .................................................................................. 9 1.1 CONTEXTO HISTÓRICO ................................................................... 10 1.2 A IMPORTÂNCIA DOS PARQUES E SEUS USOS ........................... 14 1.3 REQUALIFICAÇÃO URBANA ............................................................ 21 2.0 ESTUDOS DE CASO.....................................................................................25 2.1 PARQUE RED RIBBON, EM QUINHUANGDAO NA CHINA ............. 26 2.2 PARQUE HYPERLANE, EM CHENGDU SICHUAN NA CHINA ........ 35 2.3 PARQUE YUJIDAO EM NANCHONG, NA CHINA.............................. 45 2.4 PARQUE URBANO NO LAGO DO JARÁ............................................ 51 2.5 PARQUE NACIONAL DE ITATIAIA...................................................... 57 2.6 HORTO DE MAURIPE.......................................................................... 64 2.7 PARQUE URBANO DA ORLA DO GUAÍBA..........................................67 2.8 PARQUE CETRAL BAOTOU VANK......................................................72 3.0 A CIDADE DE LIMEIRA – SP ........................................................................ 76 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA CIDADE DE LIMEIRA.....................................77 3.2 HISTÓRIA DA CIDADE DE LIMEIRA..................................................... 87 3.3 ÁREAS VERDES NA CIDADE DE LIMEIRA...........................................90 3.4 O BAIRRO DO TATU E O CASO DO HORTO FLORESTAL ................103 4.0 PROPOSTA PROJETUAL ..............................................................................108 4.1 PROPOSTA DO PARQUE URBANO .....................................................109 4.2 MEMORIAL DESCRITIVO DO PARQUE URBANO ............................. 116 5.0 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS ........................................................................126 6.0 REFERÊNCIAS ................................................................................................129

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Introdução O Horto florestal de Limeira é um espaço que existe na cidade desde 1984 e desde então serve de lazer público da cidade. O Horto é um espaço cheio de potencial mal aproveitado e com má distribuição de espaço que poderia se tornar um grande parque referência da cidade. Por isso o objetivo desse trabalho é a requalificação desta imensa área para que assim o entrono e o bairro de desenvolvam para uma maior parte da população ter estímulos para frequentar esse lindo lugar. Com o objetivo de requalificar através de mais atributos e mais atividades, é mais que isso, é dar um novo sentido a um espaço público que existe, que funciona e que ao meu ver e de muitas pessoas da cidade é um lugar mal aproveitado e pouco frequentado. Parte por sua distância do centro da cidade, parte por falta de interesse da população em atravessar a cidade para ir a um lugar onde não tem equipamentos e infraestrutura interessante. A metodologia foi realizada através de pesquisas de referência de pesquisas e livros e leituras de outros trabalhos acadêmicos. E com a foto aérea foi levantado a planta de base, o que deixou de possibilitar uma precisão maior no levantamento. A escolha deste objeto de trabalho foi por motivos pessoais e acadêmicos. Primeiro a vontade de trabalhar com a cidade, Limeira, e segundo, eu queria trabalhar com a com o paisagismo. Com isso pensei em escolher um espaço público para criar um parque, e então pensei em utilizar de uma área já existente para requalificar, e o Horto se encaixava perfeitamente nos meus conceitos. Parques urbanos são espaços livres de edificação em meio à cidade. São espaços verdes que segundo Macedo (1995) se constituem em uma porção do território ocupada por qualquer tipo de vegetação e que tenha um valor social. Neles estão contidos bosques, campos, matas, jardins, alguns tipos de praças e parques, etc. . O valor social atribuído à um parque pode ser vinculado ao seu utilitarismo em termos de área de produção de alimentos, ao interesse para a conservação ou preservação de conjuntos de ecossistemas ou mesmo de um único ecossistema, ao seu valor estético/cultural e mesmo a sua destinação para o lazer ativo ou passiva. Para áreas verdes, Macedo (1995) ainda retoma dizendo que elas se referem aos mesmos elementos citados anteriormente e ainda designam toda e qualquer área onde por um motivo qualquer exista vegetação. De acordo com Magnoli (2006), espaços livres de edificação foram conceituados no final da década de 70 como sendo todo espaço e luz nas áreas urbanas e em seu entorno que não está coberto por edifícios.

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Os parques urbanos se inserem nessa categoria de espaço livre de edificação e segundo Pereira Lima (Org). (1994) parque Urbano é uma área verde, com função ecológica, estética e de lazer, no entanto com uma extensão maior que as praças e jardins públicos. Segundo Macedo 2006, um parque urbano é um espaço livre público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana, que atende a uma grande diversidade de solicitações de lazer, tanto esportivas quanto culturais, não possuindo, muitas vezes, a antiga destinação voltada basicamente para o lazer contemplativo. Macedo e Sakata (2006), consideram parque urbano todo espaço de uso público destinado à recreação de massa, qualquer que seja seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação e cuja estrutura morfológica é autossuficiente, isto é, não é diretamente influenciada em sua configuração por nenhuma estrutura construída em seu entorno. De acordo com Kliass (2009), os parques urbanos são espaços públicos com dimensões significativas e predominância de elementos naturais, principalmente cobertura vegetal, destinados a recreação. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (2013), o conceito de parques urbanos se diferencia do conceito de unidades de conservação, onde este seriam de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000), áreas naturais passíveis de proteção por suas características especiais. São “espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção da lei” (art. 1º, I). Enquanto que um parque urbano, tem como principal oferecer opções de lazer à população, sendo grandes espaços verdes localizados em áreas urbanizadas de uso público, com o intuito de propiciar recreação e lazer aos seus visitantes. Em sua maioria, oferecem também serviços culturais, como museus, casas de espetáculo e centros culturais e educativos. Também estão frequentemente ligados a atividades esportivas, com suas quadras, campos, ciclovias etc. O papel dos parques no Brasil é abrangente e sua definição nem sempre é precisa. Muitas vezes locais de lazer cercados de pequeno porte, são denominados parques por conter uma área de vegetação e lazer ( MACEDO e SAKATA, 2001).Os autores ainda afirmam que outras definições podem ser consideradas como as que definem parque como todo espaço público de lazer ou de conservação que contêm vegetação. Ou ainda , considera-se parque, todo espaço de uso público destinado a recreação de massa, qualquer que seja seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação e cuja estrutura morfológica seja autossuficiente. Isto é, não é diretamente influenciada em sua configuração por nenhuma estrutura contida em seu entorno. 7


O conceito urbanístico de espaço livre está intimamente ligado à vida das cidades; estas são sentidas por suas ruas, praças e parques, que caracterizam a paisagem urbana. (MAGNOLI e KLIASS, 2006) e dentro desse contexto de parques. Sá Carneiro (2009) afirma que parques urbanos são espaços livres públicos com função predominante de recreação, ocupando na malha urbana uma área em grau de equivalência superior à da quadra típica urbana, em geral presentando componentes da paisagem natural. Nesse contexto, pode-se considerar o Horto Florestal da cidade de Limeira um grande potencial de parque para a cidade considerando a pouca quantidade de parques na cidade, tendo apenas 6 deles e 1 que é mais amplamente utilizado pela população, que é o Parque Cidade de Limeira. O horto de Limeira, oferece para a população limeirense e seus visitantes uma estrutura para atividades recreativas que servem de motivo para reuniões de familiares e amigos, enquadrando-se no conceito de parque. Esta pesquisa parte do pressuposto que, muito embora haja uma estrutura física existente, seria necessário requalifica-la e rever a proposta existente para uma melhor adequação do local às necessidades dos cidadãos limeirenses e às demandas contemporâneas de um parque regional.

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Capítulo 1 Parques Urbanos

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1.1 CONTEXTO HISTÓRICO

Os parques urbanos surgiram na Inglaterra no final do século XVIII, mas somente no século seguinte, ou seja, século XIX foi quando sua popularidade começou a se difundir com grandes jardins contemplativos. Depois da Revolução Industrial, no século XVIII, foram percebidas algumas mudanças no modo de viver nas cidades. Com o crescimento das cidades, houve também um aumento na preocupação estética e sanitária. No século XIX surgem os Jardins Contemplativos, os parques de paisagem, os “parkways”, os parques de vizinhança americanos e os parques franceses formais e monumentais. (MACEDO e SAKATA 2001). Os parques surgem como uma necessidade diante da crescente urbanização no final do século XVIII na Europa. Nascem como jardins contemplativos, com seus desenhos ortogonais e centralizados. O parque urbano é produto da cidade da era industrial e nasce a partir do século XIX, da necessidade de dotar as cidades de espaços adequados para atender a uma nova demanda social: o lazer, o tempo do ócio e para contrapor-se ao ambiente urbano – diz KLIASS 2006. Sua evolução acompanha as mudanças das necessidades, estilos e tendências em diferentes países, que vão surgindo nestes dois últimos séculos. Sendo assim, isso demonstra uma significativa importância dos valores sociais e culturais das populações urbanas. O parque público como conhecemos hoje, é um elemento típico da grande cidade moderna, estando em constante processo de recodificação, conforme cita MACEDO E SAKATA 2001. O parque urbano brasileiro não surge diante da necessidade de sua população diante de uma expansão urbana massiva pós revolução industrial século XIX. O parque é criado, pela elite emergente que procuravam construir um ambiente urbano semelhante à Europa, especialmente ingleses e franceses, de acordo com MACEDO E SAKATA 2001. A história dos parques europeus se confunde com a história dos jardins renascentistas, os quais foram inspiração para criação dos parques na Europa, em especial na Inglaterra. Estes espaços se destacaram em meio às novas ideias paisagísticas, principalmente em países como a Itália, França e Inglaterra. Os jardins ingleses acabaram dando origem aos parques e jardins públicos que tiveram por finalidade refrescar as áreas urbanas. Estes parques inicialmente estavam diretamente relacionados com as reservas de caças inglesas, localizados no entorno dos palácios rurais. (ALBUQUERQUE 2020). 10


Com a criação dos subúrbios modernos no século XIII na Inglaterra, o parque paisagístico passou a ser concebido para recreação. Foi nesse sentido que os campos de caça passaram a ter um tratamento paisagístico, com a finalidade de construir lugares de contemplação, onde a natureza representa o belo. Trata-se de uma natureza manipulada pelo homem, e não mais um elemento natural e espontâneo. O que estava sendo feito por essa nova classe, com um novo capital, novos equipamentos e novos especialistas contratados, era, de fato, uma reposição da “natureza” de modo a adaptá-la a seu ponto de vista. Estes de fato eram espaços privados, divergindo da concepção atual de parque urbano como espaço público. (ALBUQUERQUE 2020). Com o intuito de reduzir os conflitos sociais urbanos gerados pelas péssimas condições de trabalho e salubridade. A partir de 1839, segundo Katy LaytonJones foram criados os primeiros parques públicos urbanos, como o Victoria Park, construído em 1845 em Londres, o qual passou a servir de modelo para a construção de um outro tipo de parque, diferente dos parques suburbanos. Seguindo os moldes do Victoria Park, vários outros parques públicos foram construídos por toda parte da Inglaterra. Por volta de 1900, em quase cada cidade surgiu ao menos um, os quais passaram a ser de uso principalmente da população local. Neste momento, seguindo a expansão dos parques urbanos na Inglaterra, houve um impulso para o surgimento destes em diversos países (ALBUQUERQUE 2020). Assim, os parques se multiplicaram por vários outros países. Nos estados unidos no final do século XIX, para que os trabalhadores pudessem se recuperar da fadiga causada pela rotina no emprego e passassem a ter mais disposição para o trabalho foi visto que se necessitavam de parques para criar amenidades no espaço urbano. Diferente dos parques ingleses, estes passaram a ser construídos nos centros urbanos, como uma tentativa de democratização desses espaços. O exemplo que serviu de modelo para vários outros parques que foram construídos nos Estados Unidos foi o Central Park de Nova York. Uma obra com objetivos bem definidos, de contemplação, recreação e prática de esportes, desenvolvida por Frederick Law Olmsted. (ALBUQUERQUE 2020). Eles obtiveram seu próprio conceito de parque urbano a partir de soluções tradicionais. Nos anos 30 do século 20, os administradores abandonaram os esforços idealistas de usar os parques como um mecanismo da reforma social. A recreação foi aceita como uma função municipal e uma instituição estabelecida, melhor que um movimento de reforma. O uso frequente do termo "recreação" veio para servir a todos os grupos de todas as idades, não apenas para as crianças nos ‘playgrounds’. Esta foi uma importante ruptura entre o parque do ‘playground’ e a instalação recreativa emergente. Este novo período “Áreas de Facilidade Recreativa” se estende de 1930 a 1965 (CRANZ, Galen. Op. Cit em ALBURQUERQUE 2020). O século XIX marcou a transformação formal dos velhos largos e terreiros em espaços “modernos”. Durante a gestão do barão de Hausmann, Paris passa por profundas transformações urbanísticas. Seus novos parques e jardins públicos, possuem ambientes cenograficamente inspirados em uma visão pastoril e romântica, típica do 11


parque inglês do século XVIII e XIX, adaptados a visão nacionalista francesa. (MACEDO E SAKATA 2001). Ainda em MACEDO E SAKATA (2001), vemos que a industrialização no século XVIII por volta de 1825 nas grandes cidades brasileiras como são Paulo e rio de janeiro, deixa para o próximo século as figuras dos operários dentro dessa história do parque urbano nas cidades. A massa urbana estava praticamente afastada de tais espaços cujo uso somente era permitido aos decentemente trajados, ou seja, como europeus. Macedo e Sakata (2001) ainda afirmam que o parque é, no Brasil do século XIX e da Belle Époque, um grande cenário, um elemento urbano codificador de uma modernidade importada, totalmente alheio as necessidades da massa urbana contemporânea de então, que usufruía de outros espaços, como terreiros e várzeas, conforme se observa nas crônicas da época. No século XIX, em contraposição as formas de expansão crescente dessas cidades emergem movimentos em defesa dos espaços livres naturais em suas bordas dentre os argumentos destacava-se a funcionalidade do ar fresco, destinação de lugares para que os jovens se exercitassem, bem como áreas de esporte. Somente na metade do século XX com a diminuição e até mesmo desaparição dessas várzeas de rios e com a real escassez de áreas para lazer das massas menos privilegiadas, que praças e parques se tornaram uma necessidade social. (MACEDO E SAKATA 2001). Os estudos de Macedo e Sakata (2001), mostram que no século XIX, foi um período de transformação e modernização da cidade brasileira dentro de um padrão europeu. O início do século XX constituiu um marco de consolidação dessa nova forma de urbanização, na qual as velhas estruturas coloniais foram profundamente alteradas, de modo a dar origem a prédios e ruas adequados a novos padrões de produção de vida e cultura. Continuando nos estudos de Macedo e Sakata (2001), como tempo o habito de tratar paisagística e linearmente a orla praiana urbana estende-se por toda parte, dando origem a espaços de excelente qualidade projetual e funcional. Se existia, nos anos 30 e 40, uma forte onda de modernidade, essa tendência não se reflete de imediato no desenho nem no programa funcional dos poucos parques construídos em grandes cidades como São Paulo. Ainda em Macedo e Sakata (2001), percebe-se uma mudança drástica nos usos dos parques na época do pós guerra. Sua estrutura morfológica é radicalmente simplificada, o esporte é valorizado e a possibilidade de lazer cultural é aventada, com a criação de simulações de teatros de arena, além de agora ter o reaproveitamento da vegetação nativa ainda existentes nas áreas urbanas, para a construção de novos parques. Tem muita citação na sequência dos mesmos autores, talvez fosse melhor mesclar citações diretas com indiretas e dar uma ajustada no texto A criação e adequação de grandes áreas verdes se converteram em algo constante na agenda dos governos locais de cidades de todos os tamanhos, especialmente a partir da invenção do automóvel. Isso tem a ver com o termo ilha de calor 12


urbana, nome através do qual se conhece a mudança climática não intencional pela qual tanto o ar quanto a superfície das metrópoles sofrem um aumento da temperatura — em relação a áreas não urbanizadas — por fatores como o tráfego rodoviário, os sistemas de aquecimento, o uso de materiais como o cimento ou o asfalto, etc. (IBERDROLA, data) Replicar elementos de valor cultural como os do Parque Güell (Barcelona), do mestre Gaudí, ou o Santuário Meiji — em Tóquio, praticamente inserido no parque japonês Yoyogi — é impossível, mas o desenho de novas soluções na criação de áreas verdes nas grandes urbes conquistou as bases dos parques históricos e incorpora elementos inovadores e surpreendentes. Jardins verticais, esculturas gigantescas e sustentáveis, enormes áreas arborizadas em zonas de escritório... Tudo isso em busca de um ar mais limpo e para oferecer ao cidadão um lugar verde onde conseguir bem-estar físico e também psicológico. Porque os parques urbanos são, devido à sua configuração e espírito, muito mais do que o pulmão das grandes metrópoles. (IBERDROLA, data)

O Horto de Limeira é uma área de espaço livre público que contém várias áreas, como o motódromo o kartódromo o centro de reabilitação, o bosque de eucaliptos, o zoológico da cidade e o deposito de lixo. É uma área de mais de 320 alqueires contando com todas as suas áreas. É um espaço onde se pode fazer trilhas de bicicleta entre os bosques de eucalipto e caminhada e passar o dia com sua família.

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1.2 A IMPORTÂNCIA DOS PARQUES E SEUS USOS Atualmente, os parques urbanos apresentam inúmeras funções e contribuem para a sustentabilidade urbana. O ambiente natural e agradável desses espaços oferece minimização dos problemas das cidades e traz benefícios para seus habitantes. Além dos problemas ambientais urbanos, os parques também amenizam as tensões sociais, pois proporcionam um espaço de aproximação do ser humano com a natureza. O parque urbano no Brasil surgiu a partir do século XIX a partir da necessidade de dotar as cidades de espaços adequados para atender a uma nova demanda social de lazer diz, Silvio soares e Francine Gramacho Sakata 2010. Os parques urbanos são espaços livres, muitas vezes com áreas verdes ou lugares de preservação da natureza. De acordo com a Secretaria de meio Ambiente e infraestrutura de São Paulo (data), os parques são grandes espaços verdes localizados em áreas urbanizadas de uso público, com o intuito de propiciar recreação e lazer aos seus visitantes. Em sua maioria, oferecem também serviços culturais, como museus, casas de espetáculo e centros culturais e educativos. Também estão frequentemente ligados a atividades esportivas, com suas quadras, campos, ciclovias etc. Os parques ajudam a alinhavar as atividades vizinhas diversificadas, proporcionandolhes um local de confluência agradável; ao mesmo tempo somam-se a diversidade como um elemento novo e valorizado e prestam serviço ao entorno (Jacobs 2000). Existe uma incapacidade da vizinhança ou do bairro de vincular-se com paixão a um parque local (JACOBS 2000), isso por diversas razões, como por exemplo, se o parque acabou por ser um local perigoso de maus usos, alguns têm a desvantagem da diversidade de usos insuficiente na vizinhança próxima; a diversidade e a vida que existam são dispersas e dissipadas entre muitos parques com características bastante similares, explica Jacobs (2000)

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Diferentemente da Europa, onde a urbanização havia atingido níveis onde a cidade necessitava de um respiro, no Brasil, surgiram como espaços de contemplação com seus diversos estilos e alterações ao longo dos anos, eram principalmente espaços ajardinados com um ponto central. Com o passar dos anos e da mudança da necessidade da população, esses espaços foram sofrendo grandes mudanças até chegar ao formato que conhecemos hoje. Hoje, são conhecidos como espaços livres de área verde dentro da cidade, como os “pulmões das cidades” onde existe um respiro de toda a poluição da cidade e do modo de vida agitado, sendo considerado até uma forma de terapia para as pessoas. Os parques impactam positivamente na qualidade de vida de quem mora no seu entorno ou usufrui de sua estrutura. São extremamente necessários para o equilíbrio da metrópole pois funcionam como um ar condicionado e como um purificador de ar, captando toda a poluição derivada das cidades e devolvendo ar limpo e fresco, ajudando assim a reter umidade e regulando o clima e gerando uma melhor qualidade do ar. É também comprovado que estar em meio a natureza ajuda a reduzir o estresse e ajudar em doenças psicológicas como depressão e ansiedade, melhorando a qualidade de vida explica Ângela Kuczach, diretora executiva da ONG Rede Nacional Pró Unidades de Conservação (Rede Pró UC 2021). O impacto de um parque em uma cidade vai além da função ecológica, estética e de lazer. “As áreas verdes nas cidades ajudam a manter a temperatura mais baixa, evitando as ilhas de calor, que são bastante frequentes em grandes metrópoles de intensa urbanização”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. Atualmente o programa de parques, valoriza atividades esportivas e o foco é o lazer cultural e social. De acordo com Szeremeta e Zannin (2013), podem contribuir na redução da prevalência de sedentarismo e auxiliarem na promoção da saúde e bem-estar, além de possibilitar o aumento do nível de atividade física dos ativos, agindo simultaneamente sobre o lado físico e mental do homem, como absorvendo ruídos, atenuando o calor do sol; no plano psicológico, atenua o sentimento de opressão (SZEREMETA; ZANNIN, 2013). Durante a primeira metade do século, os parques são construídos em pequenos números concentrando-se em algumas das grandes cidades, diz Macedo e Sakata (2010) . Ainda dizem que, nos anos 50 e 60, era flagrante a carência de espaços ao ar livre para o lazer de massa. De acordo com Oliveira e Bitar (2009), as cidades brasileiras estão passando por um período de acentuada urbanização, fato este que reflete negativamente na qualidade de vida de seus moradores. Diante disso, a ampliação das “áreas verdes” urbanas torna-se essencial, não apenas em face das funções ecológicas e ambientais que tendem a exercer, em razão da importância de conservação da biodiversidade, mas também em vista da perspectiva de criação de espaços voltados para o lazer ao ar livre dos habitantes, como é o caso dos parques urbanos (OLIVEIRA; BITAR, 2009). Se o parque é um lugar agradável para as pessoas, e é utilizado de acordo com os preceitos de Jacobs (2000), eles podem transformar o valor do bairro, o tornando mais 15


valorizado por sua presença. Porem isso somente ocorre se o parque for bemsucedido e para isso existem algumas condições. Seu desempenho nada tem de simples. Podem construir elementos maravilhosos dos bairros e também um trunfo econômico para a vizinhança. Há dúzias de vazios urbanos desativados pela cidade chamados de parques, destruídos pela decadência, sem uso, desprezados. Em um artigo no site Iberdrola (2019), diz que, a criação e adequação de grandes áreas verdes se converteram em algo constante na agenda dos governos locais de cidades de todos os tamanhos, especialmente a partir da invenção do automóvel. Isso tem a ver com o termo ilha de calor urbana, nome através do qual se conhece a mudança climática não intencional pela qual tanto o ar quanto a superfície das metrópoles sofrem um aumento da temperatura — em relação a áreas não urbanizadas — por fatores como o tráfego rodoviário, os sistemas de aquecimento, o uso de materiais como o cimento ou o asfalto, etc. “A recreação não é um elemento supérfluo na vida urbana, pois dela depende o equilíbrio das outras atividades e “não se trata de luxo, mas de necessidade.” (MAGNOLI, KLIASS - 2006) O artigo do site Iberdrola ainda diz que, os parques urbanos — sejam históricos ou de projeto recente — são uma das opções mais sustentáveis para combater a ilha de calor e a poluição: as árvores e a vegetação, além de produzirem oxigênio, ajudam a regular a temperatura e a umidade. Como benefícios agregados, reduzem a radiação ultravioleta, o ruído do tráfego rodoviário e da maquinaria, sendo um verdadeiro oásis para espécies tanto vegetais quanto animais. Mas também para os cidadãos: são o lugar perfeito para relaxar, praticar esporte, frequentemente recebem eventos culturais ou lúdicos e, em muitos casos, albergam edifícios e instalações de grande valor histórico e cultural. Os parques urbanos são espaços livres públicos com função predominante de recreação, ocupando na malha urbana uma área em grau de equivalência superior à da quadra típica urbana, em geral, apresentando componentes da paisagem natural vegetação, topografia, elemento aquático - como também edificações destinadas a atividades recreativas, culturais e/ou administrativas (CARNEIRO & MESQUITA, 2000). Para ter sucesso é necessário que um parque não tenha um desenho muito complicado, com caminhos difíceis pois se trata de uma complexidade visual. Mudanças de nível, de piso, agrupamentos de arvores, espaços que abrem perspectivas variadas. As diferenças sutis na paisagem são acentuadas nas 16


diferenças de usos que nela proliferam. Os parques bem-sucedidos podem ser o mais simples que se possa ver pela planta, mas se tem variações de nível, de piso, uma expressão artística, e o importante é que tenham um ponto de centralidade que todos reconheçam. A variedade é o que torna o parque bem-sucedido ou não (Jacobs 2000). Dito isso, percebemos através do estudo que para que os parques precisam de lugares que as pessoas possam ser inventivas e utiliza-lo de diversas maneiras. Podemos perceber ainda que para obter sucesso um parque precisa ter múltiplas funções ou espaços que permitam ser múltiplas funções e que a população possa se apropriar desse espaço conforme achar melhor e através disso podemos buscar melhorias para fazer nesse parque porque um parque bem sucedido é acima de tudo, aquele que é utilizado pela população. Ainda segundo Jacobs (2000) a primeira precondição para compreender como as cidades e seus parques influenciam-se mutuamente é acabar com a confusão entre seus usos reais e fantasiosos. Os parques devem ser lugares que sejam convidativos de se ir a pé, de caminhar. Deve ser um lugar adorável, cheio de sombras, sol e histórias. Se o objetivo de um parque urbano de uso genérico e comum é atrair a maior variedade possível de usuários em diversos dias e horários da semana , é claro que o projeto do parque deve propiciar essa diversidade.. Parques muito usados com áreas públicas costumam incluir quatro elementos em seu projeto, que Jacobs identifica como complexidade, centralidade, insolação e delimitação espacial. Os parques contribuem para a qualidade de vida. Diante desse começo e final de século cheio de mudanças climáticas econômicas socias e de saúde, percebesse um crescente aumento no estresse e na falta de qualidade de vida das pessoas. Rangel (2010, p. 72), indica o papel das áreas como relevante na dinâmica urbana contemporânea, inserindo-se na comunidade como um espaço de lazer, respeito ao meio ambiente e integração social. Tais áreas suavizam ainda alguns dos maiores problemas ambientais urbanos tais como a poluição do ar e a formação de ilhas de calor, típicos de centros metropolitanos. Moradores do entorno e frequentadores das praças ou parques urbanos, mencionam como aspecto positivo destes espaços a sua vocação como ambientes que garantem 17


oportunidade de contato com a natureza o que causa um bem-estar generalizado. O espaço diferenciado criado por uma praça pública dentro de um ambiente urbano permite, assim, uma recuperação da estética urbana (DORIGO; FERREIRA, 2015). Segundo Maricato et al. (2013), nem toda melhoria das condições de vida é acessível com melhores salários ou com melhor distribuição de renda. Boas condições de vida dependem, frequentemente, de políticas públicas urbanas como transporte, moradia, saneamento, educação, saúde, lazer, iluminação pública, coleta de lixo, segurança. Ou seja, a cidade não fornece apenas o lugar, o suporte ou o chão para essa reprodução social. Suas características e até mesmo a forma como se realizam fazem a diferença. De acordo com Dumazedier (1976), o lazer é um conjunto de ocupações às quais os indivíduos podem entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (Dumazedier, 1976) Os parques urbanos são lugares carentes que precisam da dadiva da vida e da aprovação conferida a eles. São as pessoas quem dão utilidade aos parques o transformam em um sucesso ou um fracasso, explica Jacobs (2000). A falta de qualidade de vida, pelo contrário, é apontada como a responsável pelo estresse dos cidadãos, pela deterioração que assola as cidades nesse final de século (ROLNIK 2000). Todos defendem e almejam a qualidade de vida, independente da maior ou menor inserção na cidade e da condição social. (ROLNIK 2000). Para melhorar o espaço público há necessidade de uma política ante exclusão, o que significa organizar a heterogeneidade, não fugir dela. Significa organizar, defender e fomentar a convivência entre pessoas diferentes, diminuindo a segregação e as distâncias sociais, suprimindo os guetos, atuando com solidariedade, como uma coletividade que amplie, incentive e aumente a comunicação entre os projetos de vida pessoais e coletivos (ROLNIK 2000). O primeiro benefício dos parques é a resistência à especulação imobiliária. Em 1858, Olmsted, autor do projeto do Central Park de Nova York, já falava sobre a importância de se ter delimitado uma grande extensão de terra para o parque, dizendo que “a totalidade da ilha de Nova York seria, não fosse essa reserva, dentro de muitos anos, 18


ocupada por edifícios e ruas pavimentadas” (KLIASS, 1993). Outro benefício são os atributos estéticos dos parques, com ressalva para a importância da vegetação. Eles desempenham funções ligadas à satisfação sensorial e estética, como a diversificação da paisagem, o embelezamento da cidade e a amenização da aridez e da repetição dos prédios (GUZZO, [1997?]; MAGALHÃES; CRISPIM, 2003). Um terceiro benefício é o atendimento das necessidades de lazer e de recreação. A rotina cansativa imposta pela vida urbana pode ser atenuada por atividades realizadas nos parques, como caminhadas, passeios e brincadeiras, além da possibilidade de convivência entre os moradores nas cidades nesses espaços. Esse benefício ligado ao lazer está também associado à função psicológica de aliviar o estresse. No entanto, as relações com respeito à saúde física e mental podem ser ainda mais profundas. Um experimento com pacientes em recuperação pós-operatória, publicado em 1984 por Roger S. Ulrich, constatou que a recuperação de pacientes que estavam em quartos com janelas voltadas para árvores foi mais rápida do que os que tinham vista para ambientes artificiais. Em trabalhos posteriores, foi observado que a própria presença de vegetação traz benefícios psicológicos, fisiológicos, cognitivos e comportamentais (MAGALHÃES; CRISPIM, 2003). Os parques impopulares preocupam não só pelo desperdício e pelas oportunidades perdidas que implicam, mas também pelos efeitos negativos constantes. Eles sofrem dos mesmos problemas das ruas sem olhos, e seus riscos espalham-se pela vizinhança, de modo que as ruas que o margeiam ganham fama de perigosas e são evitadas. (Jacobs 2000) Além do mais, os parques de pouco uso e seus equipamentos são alvos de vandalismo, o que é bem diferente de seu desgaste pelo uso pelo desagaste (Jacobs 2000). No nosso caso, o Horto se encontra a cerca de 9 km distante do centro da cidade em um bairro industrial, e sofre com o problema das ruas sem olhos, ou seja, por ser mal localizado, ele acaba não se tornando um local convidativo de se ir a pé e perigoso pela falta de equipamentos e usos múltiplos ao seu redor. Longe de transformar qualquer virtude inerente, Jacobs, dia que longe de transformar qualquer virtude inerente ao entorno, longe de promover as vizinhanças automaticamente, os próprios parques de bairro é que são direta e drasticamente afetados pela maneira como a vizinhança neles interfere (Jacobs 2000). Ou seja, para o parque ser um ponto de atração, que valorize o bairro, ele precisa que suas 19


condições sejam um sucesso para que assim a urbanização chegue até ele caso ele seja em um lugar afastado como é o caso do horto. A variedade de usos dos edifícios propicia ao parque uma variedade de usuários que nele entram e dele saem em horários diferentes porque seus compromissos diários são diferentes. Portanto o parque tem uma sucessão completa de usos e usuários (Jacobs 2000).

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1.3 REQUALIFICAÇÃO URBANA

O conceito de requalificação urbana abrange as alterações, desenvolvidas de forma integrada, das características de uma área urbana que está em transição devido a um processo de declínio. Inclui aspectos de caráter econômico, social ambiental e físico. (MOREIRA 2007). O termo, requalificação urbana, como uma maneira de intervenção dos espaços, surge nas terminologias do urbanismo a partir do final da década de 1990, uma época de contradição de ideologias, pois de um lado se tinha as transformações do tecido urbano, com os projetos de renovações urbanas, e, pelo o outro extremo, têm-se a necessidade de conservar os patrimônios históricos, ambientais e sociais das cidades. Como muitos outros termos, que vêm seguidos do adjetivo urbana, a requalificação é utilizada para ações que procuram o reordenamento, proteção e a recuperação dos centros urbanos, sempre integrando as questões econômicas, ambientais e socioculturais para uma melhor qualidade de vida. Procurando impulsionar a introdução ou a reintrodução de atividades urbanas, a requalificação propõe ações para a proteção de áreas degradas e voltadas para o enquadramento contemporâneo, trazendo, assim, uma nova centralidade para a região. Com essas características, a requalificação pode ser conhecida, também, com uma política de centralização urbana. Os espaços públicos e ambientes públicos passam por constantes mudanças, a partir disto, surgem a requalificação urbana associada a outros conceitos como revitalização, gentrificação e renovação todas que são inseridas num contexto final de recriação de espaços, reestruturação e reabilitação (Silva, 2011). Segundo Peixoto (2009), Requalificação urbana e reabilitação urbana (o segundo mais que o primeiro) são dois dos termos mais recorrentemente usados em operações de natureza urbanística, arquitetônica e de intervenção no espaço público. Entre as dinâmicas e os processos sociais que estão na origem da problemática da requalificação urbana os mais relevantes têm a ver com: a evolução das economias urbanas, marcada pela expulsão das indústrias do sector secundário para as margens das cidades; a tendência para a poli centralidade e a perda de vitalidade dos antigos centros urbanos, num quadro de alargamento incessante da malha urbana e da consequente produção de novos centros e de novas margens; a consolidação de um mercado urbano do lazer construído à volta da ideia de espaço público e do consumo visual; e a emergência de um cenário de concorrência e de competitividade entre cidades que adensa a importância de fatores representacionais e imagéticos, assim 21


como de intervenções urbanísticas e arquitetônicas que concretizam no espaço símbolos de afirmação e de identificação das cidades. (PEIXOTO 2009). A reabilitação procura “readequar o tecido urbano degradado, dando ênfase ao seu carácter residencial”. (AAVV 2005 apud PEIXOTO, 2009). Atualmente, a requalificação urbana é considerada como um eixo prioritário nas intervenções urbanas, possibilitando uma operacionalização no tecido físico e social, ou seja, permite (re)criar uma nova estética em função do desenho já existente de uma cidade. A requalificação permite ainda uma revitalização das áreas mais antigas das cidades, que correspondem aos centros históricos, e que se encontram em risco de decadência, de abandono e de degradação. Todavia, a requalificação urbana não pode canalizar as suas intervenções só para o centro histórico, mas também para as áreas envolventes a esta e que se encontram sujeitas à ação interventiva do Homem. Neste sentido, o conceito de requalificação urbana tem evoluído constantemente em função dos atuais problemas verificados no espaço urbano. (SILVA 2011)CITADO EM FABIANI, PANDOLFO, KALIL - 2014, para Moura et al. (2006), a requalificação urbana é, sobretudo, um instrumento para a melhoria das condições de vida das populações, visto que promove a construção e a recuperação de equipamentos e infraestruturas e a valorização do espaço público com medidas de dinamização social, econômica, cultural e paisagística. Além disso, tem um caráter mobilizador, acelerador e estratégico, e está principalmente voltada para o estabelecimento de novos padrões de organização e utilização dos territórios. A requalificação está atrelada a ações que promovem qualidade socioambiental aos setores urbanos, isto é, constitui uma ação baseada na relação entre processos de produção social do território e sua realidade como lugar da vida e de memória. Pode ser compreendida como um processo de intervenção de interesse territorial, pautado na transformação de áreas urbanas centrais ou periféricas, a fim de que constituam espaços, públicos ou não, focados em processos totalizantes para a própria cidade (COSTA, 2011 CITADO EM FABIANI, PANDOLFO, KALIL 2014). Pode-se ainda compreender o processo de requalificação urbana como uma intervenção que objetiva manter o ambiente construído existente, seus usos e a população residente, sendo que, para adaptá-la a novas necessidades, é necessário não descaracterizar o ambiente construído herdado, executando intervenções mínimas e indispensáveis para garantir o conforto ambiental, a acessibilidade e a segurança (MARICATO, 2001 CITADO EM FABIANI, PANDOLFO, KALIL 2014). A requalificação urbana corresponde a uma prática de planificação ou de proteção urbanística de equipamentos e de infraestruturas expostos à degradação e à obsolescência funcional (CriDaup, s. d.; Grieve, s. d. apud PEIXOTO, 2009). Dado o crescente consumo do espaço e dos recursos disponíveis, verificou-se um aumento da degradação do território, levando à adopção de processos que responsabilizem a população e contribuam para um retrocesso nesta tendência. A 22


requalificação urbana é vista como um instrumento de intervenção que deve ser aplicado de modo a solucionar os problemas verificados no seio das cidades.

Enquanto a reabilitação urbana se dirige mais ao edificado, sobretudo o que tem a ver com a função residencial, a requalificação urbana dirige-se mais ao seu entorno e ao espaço público, ou, nas operações urbanas de larga escala, à reconversão funcional de um dado espaço. O objetivo último da requalificação passa por (re)introduzir “qualidades urbanas de acessibilidade ou centralidade a uma determinada área”. Por essa razão, é frequentemente “apelidada de uma política de centralidade urbana.” (AAVV, 2005: 21 CITADO EM PEIXOTO 2009). Segundo a Direção Geral de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU) a requalificação urbana consiste na “(…) operação de renovação, reestruturação ou reabilitação urbana, em que a valorização ambiental e a melhoria do desempenho funcional do tecido urbano constituem objetivos primordiais da intervenção. (…) A valorização ambiental e a melhoria da qualidade do espaço urbano são normalmente abordadas numa dupla perspectiva: de resolução de problemas ambientais e funcionais24 (…) e a criação de fatores que favoreçam a identidade, a habitabilidade, a atratividade e a competitividade das cidades ou áreas urbanas específicas” (DGOTDU, 2008, p. 67 apud SILVA, 2011). FERREIRA, LUCAS e GATO (1999, apud MOREIRA, 2007, p. 124 EM SILVA 2011) consideram que a “requalificação urbana é um processo social e político de intervenção no território que visa essencialmente (re)criar qualidade de vida urbana, através de uma maior equidade nas formas de produção (urbana), de um acentuado equilíbrio no uso e ocupação dos espaços e na própria capacidade criativa e de inovação dos agentes envolvidos nesses processos”. Dada a crescente degradação das estruturas existentes no espaço urbano a requalificação urbana integra “(…) todo o processo que leva uma cidade, ou parte dela, a corresponder às expectativas de todos os estratos da população, incluindo os sócios culturalmente mais habilitados, de forma que esta utilize o espaço urbano de forma durável e agradável” (MOREIRA, 2007, p. 124 EM SILVA 2011). Trata-se, deste modo, de um processo dinâmico, resultante de várias linhas de orientação delimitadas, a fim de melhorarem a desarticulação territorial existente e tornarem coerentes as funcionalidades e a qualidade de vida no espaço urbano. A requalificação urbana passa a ser vista como um dos propósitos das políticas de intervenção urbana e, neste sentido, deve imporse um conjunto de regras e imposições que defendam e assegurem a proteção e valorização das características de um território, tais como “(…) com aspectos físicos, do ambiente e de identidade histórico-cultural” (DOMINGUES, 2006, pp. 22-23 EM SILVA 2011). A requalificação urbana é um processo interventivo que ocorre nas áreas urbanas, e que tem como intenção a manutenção dos elementos simbólicos (históricos e 23


culturais) que remetem para uma sucessão cronológica de acontecimentos, a um contexto e a uma ideologia de um espaço geográfico, tornando-o mais atrativo, mas não o descaracterizando. Tal como CARVALHO (2008, p. 332) refere “as estratégias para a requalificação urbana, em sintonia com as principais orientações e tendências evolutivas contemporâneas em matéria de desenvolvimento e planeamento urbano, revelam a primazia da reutilização de infraestruturas e equipamentos existentes em detrimento da construção nova e a reutilização/reconversão de espaços urbanos (devolutos, abandonados ou degradados, em particular) com o objetivo de melhorar as suas condições de uso e fruição”. (SILVA 2011). Requalificação urbana “é um processo social e político de intervenção no território que visa essencialmente recriar qualidade de vida urbana, através de uma maior equidade nas formas de produção (urbana) de um acentuado equilíbrio no uso e ocupação dos espaços e na própria capacidade criativa e de inovação dos agentes envolvidos nesses processos” (FERREIRA, LUCAS E GATO 1999 apud GRAÇA MOREIRA, 2007). o papel da requalificação consiste em criar condições necessárias para o desenvolvimento de atividades rentáveis, permitindo a inclusão do cidadão em nível produtivo, visando atacar o ciclo da pobreza que certas áreas se encontram, alterando a percepção social que se tem dessas, buscando, assim, proporcionar melhor qualidade de vida e condições físicas necessárias para tal (FERNANDES, 2012 apud FABIANI, PANDOLFO, KALIL 2014). Por meio da requalificação urbana, a paisagem vai sendo mudada e reutilizada para atender necessidades específicas de cada local, oferecendo à área uma nova utilidade, criando oportunidades sociais, econômicas e ambientais, e promovendo uma imagem melhor para a cidade ou parte dela (BEZERRA; CHAVES, 2014 CITADO EM FABIANI, PANDOLFO, KALIL 2014). Podemos concluir que a requalificação urbana irá tratar de ações focadas ao espaço público e intervenções de larga escala para a reestruturação do espaço urbano, porém sem tirar a importância do patrimônio edificado como elemento básico para a composição da zona urbana. No Horto de Limeira, é necessário atribuir mais formas de lazer a ele além de ser um lugar contemplativo. Por ser um local de pouco uso temos uma ocupação do MST (Movimento Sem Terra) no local, querendo tomar o horto para eles devido ao pouco potencial de uso que o local tem. Se atribuídos mais funções de parques como áreas culturais, áreas de educação ambiental, áreas esportivas além das trilhas, e tornar o espaço um local de interação, diversão, aprendizado que compita com o parque cidade, atrairá muito mais gente e assim a cidade teria um segundo local de lazer ao ar livre.

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Capítulo 2 ESTUDOS DE CASO

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2.1 Parque Red Ribbon

Este capítulo tratará das referências escolhidas para o projeto de requalificação do Horto Florestal do Tatu da cidade de Limeira- SP, tendo como objetivo estudar as propostas e analisar quais suas semelhanças com o parque de limeira e assim poder utilizar essas referências para inspiração no projeto. Localizado na cidade de Qinhuangdao, na província de Hebei, na China, o projeto do parque realizado no ano de 2007 pelo escritório chinês Turenscape está localizado no rio Tanghe na margem urbana oriental de Qinhuangdao. O local do projeto é um corredor fluvial linear, consta com mais de 200000 m² de área, onde antes se encontrava um lixão e uma favela abandonada e que devido ao abandono acabou sendo coberto por vegetação nativa, possibilitando boas condições ecológicas e novos habitats para a biodiversidade local. O partido do projeto é a da mínima intervenção possível para essa via verde urbana. “O grande desafio do projeto foi o de preservar os habitats naturais ao longo do rio, ao mesmo tempo em que tinha a meta da criação de novas oportunidades de lazer e educação ambiental.” (Turenscape 2009). E a solução foi o Red Ribbon (fita vermelha).

Figura 1: Implantação do Parque Fonte: Archdaily 26


Segundo o site da Turenscape (2009), “Uma “fita vermelha” foi desenhada contra um fundo de vegetação verde e água azul. Essa faixa se estende por 500 metros ao longo da margem do rio, integrando calçadão, iluminação, assentos, interpretação ambiental e orientação ambiental. É feito de fibra de aço e iluminado por dentro de modo que brilha em vermelho à noite. Tem 60 cm de altura e sua largura varia de 30 a 150 cm. Vários espécimes de plantas são cultivados em orifícios estrategicamente colocados na fita. A cor vermelha brilhante da fita ilumina este local com vegetação densa, conecta os diversos tipos de vegetação natural e os quatro jardins de flores adicionados e fornece um instrumento estrutural que reorganiza o local anteriormente desleixado e inacessível.” “São cinco pavilhões em forma de nuvens são distribuídos ao longo da fita. Eles fornecem proteção contra luz solar forte, oportunidades para reuniões sociais, pontos focais visuais e colocação de placas de interpretação ambiental. Jardins de flores perenes brancas, amarelas, roxas e azuis aparecem como uma colcha de retalhos nos campos antes desolados.” (site arch20)

Figura 2: Mapa do Parque Fonte: Turenscape 27


O vermelho brilhante da fita ilumina o local densamente vegetado, ligando a diversificada vegetação natural e os quatro jardins de flores. A fita atua como um dispositivo estrutural que reorganiza o local antes desleixado e inacessível. A solução dada pela fita vermelha “ilustra a maneira pela qual o minimalismo concentra a apreensão da paisagem e sua dinamização com a redução de elementos para tal.” (Bonametti e Crestani 2014)

Figura 3: Imagem renderizada do projeto Fonte: site morethangreen

O parque também tem uma ciclovia construída na antiga estrada de terra. a longa bancada foi construída no antigo muro da vala de irrigação, o antigo local malcuidado tornou-se uma atração para a população local de todas as idades.” (asla 2007) O projeto é uma das referências no conceito de infraestrutura verde: a solução que muitas vezes é adotada pelas gestões das cidades é de ocupar as margens do rio, canalizá-lo, e em seguida sofrer as consequências da impermeabilização com enchentes. Um parque linear ao longo do rio não somente cria um espaço público de qualidade com alto potencial paisagístico, mas também funciona como uma solução de infraestrutura de drenagem. (Boechat 2015) O local está cada vez mais urbanizado; este parque está em sintonia com as necessidades dos residentes locais, enquanto mantém seus processos ecológicos e serviços naturais intactos. (site arch20) 28


Figura 4: Fotos de levantamento do local Fonte: Foto por Kongjian Yu, Cao Yang

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Figura 5: Ilustrações do projeto Fonte: Foto por Kongjian Yu, Cao Yang

Figura 6: Foto da fita vista de cima Fonte: site Turenskape

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Figura 7: pessoas sentadas na red ribbon Fonte: site turenscape

Figura 8: A Red Ribbon atravessa o campo do antigo lixão Fonte: foto por Kongjian Yu, Cao Yang

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Figura 9: Um dos 5 pavilhões Fonte: foto por Kongjian Yu, Cao Yang

Figura 10: A ciclovia Fonte: foto por Kongjian Yu, Cao Yang 32


Figura 11: Um dos jardins floridos construídos em terreno outrora desértico Fonte: foto por Kongjian Yu, Cao Yang

O Red Ribbon tem a utilização de mata nativa do local na criação da paisagem do parque assim poderia ser utilizado como referência de paisagismo para criação no Horto. Além disso o Red Ribbon serve como referência também, pela utilização de materiais sustentáveis. Sua vontade de ter o mínimo impacto possível nessa paisagem, faz com que o banco seja parte da paisagem, agregando ao espaço e não sendo um banco comum, ele tem espaço para a natureza estar nele, com a estrutura de passagem de pequenos animais e os buracos para que possa ter permeabilidade e servir de vasos da própria vegetação que ali cresce pode ser outro atrativo para ser implantado no horto na parte dos bosques, para as pessoas poderem aproveitar da sombra das arvores de forma agradável e com respeito, ter esse contato direto com a natureza que um projeto como esse visa proporcionar. Outro aspecto relevante como referência é que o projeto conseguiu enxergar potencial em uma área que estava abandonada e conseguiu ter a sensibilidade e a delicadeza de revitalizar. O rio é outro aspecto importante que pode ser visto com atenção, pois sem o projeto o rio sofreria com margens de concreto em diques e flora ornamental. Com esse parque tão cuidadosamente pensado, e a vegetação intacta basicamente que o cerca, 33


o rio tem sua margem direita protegida amplamente. Deste caso podemos tirar partido de como poderia ser feito nas margens do Ribeirão Tatu que se encontra dentro do parque. Atualmente suas margens estão protegidas com a mata, mas não tem um contato entre as pessoas e água, dessa forma, o respeito a compreensão desse rio vindo por parte da população fica mais difícil, além de dificultar a sua proteção assim como a biodiversidade que esse córrego carrega. O projeto do Red Ribbon respeita as características da água tanto que a fita vermelha foi inspirada no desenho do rio. Algo assim poderia ser implantado em Limeira, no seu Horto e agregar ainda mais valor e tornar o espaço mais interessante. Outro ponto relevante no projeto é a iluminação. Dessa forma as pessoas podem utilizar o parque por mais tempo e até mesmo a noite, algo que falta no Horto de Limeira. Atualmente o parque fecha as 18:00 horas por ser a hora que escurece e acaba se tornando muito perigoso. Com a iluminação o tempo de uso do parque poderia ser prolongado assim como adere mais segurança para os visitantes.

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2.2 PARQUE LINEAR ELEVADO HYPERLANE Localizado na cidade de Chengdu, na província de Sichuan na China, o projeto do escritório ASPECT Studios com AEDAS foi projetado no ano de 2020, e construído sua primeira etapa, a galeria urbana no mesmo ano.

Figura 12: Implantação Fonte: landzine award

O Hyperlane é um parque linear elevado de 2,4 km de extensão e está localizado próximo ao Conservatório de Música da Universidade de Sichuan. O Hyperlane estabelece um espaço público linear, vibrante e divertido para a comunidade jovem de Chengdu, reconectando o principal modal de transporte público com o mais importante campus universitário da cidade. Desenvolvido em etapas, a primeira fase do projetconhecida como Galeria Urbana foi recentemente inaugurada e já está transformando a cara da região. (ASPECT STUDIOS 2020) O parque linear elevado foi concebido para criar novos espaços públicos de qualidade no centro da cidade. Além disso, 60% dos materiais utilizados na obra são considerados autossustentáveis e seguem a filosofia de investimento à longo prazo, impulsionando o desenvolvimento da indústria local. (ASPECT STUDIOS 2020) O mesmo poderia ser aplicado no Horto de limeira, não como um parque suspenso, mas 35


sim seguindo o conceito do piso como referência e através da utilização de materiais sustentáveis e também favorecer a indústria de comercio local. O interessante deste projeto além de sua plástica é justamente sua preocupação com o meio ambiente, tendo um projeto sustentável de parque.

Figura 13: Vista de cima Fonte: archidaily

Sendo um ponto de referência para a comunidade, a Galeira Hyperlane busca inspirar a criação de uma “comunidade forte e unida”. Refletindo os principais valores da cultura artística e urbana da região. A mesma ideia de fortificar a cultura local poderia ser aplicado no horto com áreas voltadas para a cultura como a galeria, ou até mesmo a colaboração com artistas plásticos locais para colaborar no desenvolvimento do projeto através de ideias e exposições artísticas bem como um programa cultural que envolva os visitantes a conhecer um pouco mais sobre a arte e a cultura da cidade. É muito interessante como o projeto consegue unir a cultura e a vida urbana com a natureza com o paisagismo e pensando no meio ambiente e valorizar o espaço público que acaba sendo visto como um problema urbano, transformar esse espaço em algo tão bonito e significativo é sem dúvidas o que torna esse trabalho tão primoroso.

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Figura 14: Praça com espelhos d’água Fonte: archidaily

O local era formalmente uma série de espaços murados abandonados usados para estacionamento não planejado e que não oferecia valor social ou ambiental para a área ou comunidade. As paredes do perímetro resultaram na desconexão física e social da acomodação dos estudantes do campus universitário, com apenas um pequeno número de vielas degradadas permitindo o acesso. Foram esses becos, cheios de vida, pessoas e vendedores de comida que ofereceram inspiração, com as paredes exibindo arte urbana ousada e vibrante e graffiti demonstrando a energia artística que se espalhou sob a superfície da comunidade. (Aspect Studios 2020)

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Figura 15: projeto paisagístico Fonte: archidaily O projeto paisagístico é baseado no princípio de criar um sistema equilibrado que responda às necessidades humanísticas e ambientais do projeto. Uma série de redes juvenis orientadas para a comunidade, conexões, espaços sociais, performance e programas e atividades de artes criativas interagem com uma resposta aos sistemas naturais do local, plantio indígena e sistema de design sensível à água em todo o local. (WORLD LANDSCAPE ARCHITECTURE 2021)

Os espelhos d’água, t,abpem conhecidos como tapees aquáticos foi projetado para permitir conectividade visual enquanto cria uma sensação de chegada e transição. A combinação de águas rasas, bordas lúdicas, exibições de iluminação, contraste textural e pontos de plantio oferecem uma experiência teatral visual e física e uma viagem, entre o passeio urbano e a galeria de espetáculos. (WORLD LANDSCAPE ARCHITECTURE 2021)

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Figura 16: Tapete aquático Fonte: archidailly A galeria urbana resultante baseia-se em um programa curável e permanente. O passeio urbano consiste em uma rede de plantadores de passarelas conectivas e assentos sociais multidirecionais que combinados atuam como uma franja e um amortecedor para a estrada principal inserida em uma camada de árvores. Considerando que o ‘tapete de água’ foi projetado para permitir interligação visual enquanto cria uma sensação de chegada interativa e hipnotizante, bem como um lugar para pessoas de todas as idades brincarem na beira da água ou relaxar nos nós de assento à sombra das árvores. (Landzine 2021)

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Figura 17: iluminação Fonte: archidaily Para adicionar elementos mais interessantes ao design, foi desenvolvido uma série de recursos de iluminação sob medida que divertem trazendo uma qualidade única para a experiência diurna e noturna. Um detalhe submerso de camada dupla foi desenvolvido para garantir o controle visual e a clareza da linha e iluminar a beira da água. Por outro lado, a Performance Gallery foi projetada para ser uma passarela urbana curável, um espaço exterior vibrante que funciona em combinação com a programação interna para encorajar performances improvisadas, exposições de arte, encontros culturais e teatro ao ar livre. Fechado a leste está o deck escultural do terraço, que é orientado para permitir que os espectadores se reúnam à sombra das árvores para assistir a apresentações ou para se encontrar. A iluminação e a exibição de bordas em aço perfurado criam uma atmosfera e um efeito noturno vibrante e único, proporcionando um espaço 24 horas seguro e bem iluminado. A combinação de águas rasas, bordas lúdicas, exibições de iluminação, contraste de textura e plantio oferecem uma experiência visual e física teatral e de viagem, entre o calçadão urbano e a galeria de espetáculos. (Landzine 2021)

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Figura 18: Hyperline Park Fonte: AASPECT STUDIOS

Respondendo às características únicas dos alunos, o projeto se conecta em todas as direções, criando um skypark sem barreiras e uma rede de pedestres que se estende por 2,4 km. Conectando a nova estação de trem rápido de Chengdu à universidade, enquanto permite conexões diretas norte / sul da acomodação ao estudante e ao campus da universidade. Projetado pré-COVID-19, com construção concluída logo após o fechamento, o espaço socialmente definido dá uma resposta ótima ao distanciamento social com um espaço urbano de acordo com as diretrizes locais. (ASPECT STUDIOS 2020) Em questão de projeto, o hyperlane é uma ótima referência para seguir coma forma da água ao redor da lagoa no Horto e fazer esses espelhos d’água com a própria água da lagoa sendo reutilizada e assim também proporcionando um contato com a água para os visitantes do parque. Além de todas as questões de sustentabilidade já apresentadas as camadas das arquibancadas poderiam ficar ao redor da lagoa com os pais podendo ver os filhos, e proporcionar essa interação entre as pessoas e a água.

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Figura 19: corte da galeria mostrando a conectividade social e o sistema de estilo de vida Fonte: archidaily

Figura 20: corte da galeria mostrando o sistema verde integrado Fonte: archidaily O Hyperlane é um projeto símbolo de um novo movimento de conscientização na indústria da construção civil chinesa. Um posicionamento que reflete a clara 42


compreensão de que, para o sucesso social de um empreendimento desta escala, é preciso estar atento a questões sociais e ambientais que possam agregar valor ao ambiente urbano e a qualidade de vida de seus moradores. Quando concluído, o Hyperlane fornecerá uma contribuição valiosa para a qualificação do ambiente urbano do centro de Chengdu, proporcionando um ambiente agradável, seguro e acessível além de promover a diversidade e engajamento social de toda a comunidade.

Figura 21: imagem renderizada do paruqe mostrando a galeria Fonte: landzine award

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Figura 22: vista de cima horizontal do parque Fonte: landzine award

Figura 23: vista de cima vertical do parque Fonte: landzine award

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2.3 PARQUE YUJIDAO

Figura 24: Implantação Yujidao Park Fonte: archidaily A cidade de Nanbu, Nanchong é conhecido como a “Segunda Cidade do Círculo de Chengdu-Chongqing” em Sichuan. Uma onde o amor pela água através dos tempos. Por milhares de anos, a água do Rio Jialing tem corrido aqui, alimentando tudo, e as pessoas do norte de Sichuan prosperaram aqui. No princípio de respeitar a natureza e avançar para o futuro, o projeto apresenta o conceito de “Jialing Pearl, Brilliant Riverside”. Ele introduz a água do rio Jialing no local para criar uma experiência mais próxima e intuitiva para as atividades aquáticas das pessoas. (ARCHIDAILY 2021) A estreita relação da cidade chinesa de Nanchong com o rio Jialing é o ponto de partida para este projeto desenvolvido pelo estúdio BLVD International. O parque atua como um elo social entre a velha e a nova cidade, integrando plenamente os recursos hídricos ao programa, entrelaçando o azul e o verde e fazendo com que diferentes elementos da natureza coexistam organicamente. Face à paisagem existente, a intervenção centrou-se na construção de zonas húmidas e na resolução da necessidade de transição entre o interior e a mata ciliar, o que conduziu ao desenvolvimento de troços rodoviários ao longo do rio. A transição também foi complementada com o plantio de florestas primárias e outras espécies, além de elementos artificiais que trazem uma nova abordagem ao design.

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Figura 25: Vista Yujidao Park Fonte: archidaily Como conexão visual entre a cidade velha e a nova cidade, a construção do sistema fluvial na área integra plenamente os recursos hídricos com o interior do local, que concretizou o objetivo de desenvolvimento urbano de ligar a cidade com águas curvas, interlaçadas de azul e verde, e coexistindo organicamente. Ao pentear o terreno da paisagem e plantar vegetação, ele fortalece o contexto natural e se esforça para formar um rolo de imagem glorioso de Nanbu em transe. A construção de espaços paisagísticos modernos melhora efetivamente a qualidade da cidade e, finalmente, cria um espaço especial para o lazer das pessoas, exibição de imagens e celebrações do festival em Nanbu.(LANDZINE 2016).

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FIGURA 26: PARTE CONTRUIDA DO PARQUE FONTE: LANDZINE

FIGURA 27:A VEGETAÇÃO NO MEIO DO RIO FONTE: LANDZINE 47


Em vista dos atuais cinturões de paisagem à beira-mar que se concentram na construção de pântanos, a falta de transição da vegetação do interior para a ribeirinha levou ao surgimento de fortes traços de cinturões de design ao longo do rio e à falta de foco na ecologia da paisagem, o projeto do Parque Yujidao engenhosamente Concluiu o desenho da zona de transição com florestas primárias, replantando florestas, plantações artificiais e florestas de paisagem característica, percebendo perfeitamente a conversão de paisagem nativa em artificial.(archdaily 2021)

De acordo com o site LADNZINE 2016, o projeto considerou sistematicamente os espaços acima do solo e subterrâneos. Já os bancos de solo e água são adequadamente agrupados e penteados por meio da criação de corredores visuais, sem destruir os limites da floresta original. Por exemplo, limpar adequadamente as árvores com um diâmetro à altura do peito inferior a 10 cm, de forma a criar um efeito artístico de jardins paisagísticos. Quanto ao banco de água subterrâneo, métodos artificiais são usados para bloquear a extensão irrestrita dos sistemas radiculares de plantas como cálamo, parmesão e junco. Ele faz o curso d’água entrar na planície das marés, transformando assim a planície das marés em uma ilha úmida, melhorando o espaço de forrageamento dos pássaros e o habitat de pássaros grandes.

Essa bonita conexão entre a floresta já existente, a importância da água e o respeito com a natureza na cultura, inspira a fazer algo com o mesmo conceito no Horto. O contato sempre presente com a água da lagoa e dar uma importância a ela com a ponte que circundam o rio. Este magnifico projeto respeita e torna uma área abandonada em um belíssimo parque que pensa sensivelmente na importância da natureza, principalmente do rio com a cultura local e ainda se apropria do rio para fazer construções sustentáveis que remetiam a cidade antiga, mas também conectando com a arquitetura contemporânea.

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Figura 28: o piso que contorna as árvores Fonte:Archdaily

Figura 29: Estradas de tábuas Fonte: archdaily

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O desenho da estrada de tábuas também é ajustado de acordo com o espaço sob a floresta: a área ampla forma naturalmente um pequeno parque e a área estreita se estende para a floresta por um caminho sinuoso. Quando os visitantes passam nele, tudo é natural e eles podem desfrutar do movimento natural o quanto quiserem.

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2.4 PARQUE URBANO NO LAGO DO JARÁ

Figura 31:implantação Fonte: natureza urbana Com uma área de entorno de 240 hectares, está localizado no município de Juriti, no Estado do Pará, o Lago Jará com enorme potencial de uso público para recreação e fazem parte do patrimônio histórico-cultural e natural do município, além de constituir um reservatório natural para abastecimento da cidade. Pertencente à Mesorregião do Baixo Amazonas, Juruti possui uma extensa e preservada área de floresta, onde predomina o bioma floresta amazônica. Partindo de uma estratégia de planejamento onde, parte da implantação de um parque ambiental no terreno da Câmara Municipal, inclui ações de promoção do uso público em outras propriedades que interligam as áreas envolvidas, desenvolvendo uma janela de interesse público para o lago. A conexão do lago com o tecido urbano é reforçada pela proposta de uma ciclovia que cria um circuito de recreação em Juruti. (unbuiltarch 2019) As intervenções foram desenvolvidas sob conceitos de sustentabilidade e acessibilidade universal aplicadas ao turismo e à construção, tendo como referência projetos inovadores implantados em áreas protegidas ou que proporcionam o contato com a natureza. (natureza urbana 2017) 51


O objetivo do projeto é o desenvolvimento do uso público planejado nas margens do lago, com foco no controle do avanço da área urbana em seu entorno e sensibilizando a população sobre sua relevância. E incentivar a conscientização da população de Juruti sobre a sua importância, inclusive desenvolvendo atividades que gerem renda local e que incentive o uso sustentável dos recursos naturais da região. Incluindo o desenvolvimento de atividades que gerem renda local e promovam o uso sustentável dos recursos naturais da região. A proposta do parque está estruturada em 3 zonas (zona urbana, zona de conexão e zona do lago), que possuem usos distribuídos de acordo com a potencialidade do local. (natureza urbana 2017)

Figura 32: implantação do deck Fonte: unbuiltarch

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Figura 33: construções vernaculares Fonte: natureza urbana

Figura 34: Implantação área de recreação Fonte: unbuiltarch 53


Figura 35: Imagem renderizada Fonte: unbuiltarch

Figura 36: imagem renderizada do deck Fonte: naturezaurbana 54


Imagem 37: Imagem de planta de situação Fonte: unbuiltarch

O conceito das construções propostas incorpora elementos da arquitetura vernácular, indígena e ribeirinha, buscando elementos na arquitetura tradicional e na utilização de materiais locais, técnicas construtivas tradicionais, tipologias regionais e espaços integrados adaptados ao ambiente natural. São propostos elementos modulares de barro, técnica amplamente utilizada na região. Materiais permeáveis, recicláveis e / ou certificados são utilizados nas áreas de convivência e áreas abertas do parque, considerando todo o ciclo de vida da edificação – incluindo seu uso, manutenção e reciclagem. A partir da compreensão dos determinantes do conforto térmico, impostos pelas condições climáticas locais, foram

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priorizadas estratégias passivas e bioclimáticas, como o uso de ventilação cruzada e iluminação natural, considerando as estratégias de saberes locais e tradicionais construídas ao longo da história e destacando aqui as presenças dos povos Sateré-Mawé no território. (unbuiltarch 2019)

Um projeto que visa sustentabilidade e a conexão com a água no entorno do seu lago é uma proposta super aplicável ao horto de limeira. Suas construções já são feitas de madeira, no local existe um bosque de eucaliptos, que poderia ser usado para as construções. Utilizando de arquitetura sustentável além de ser melhor para o meio ambiente e utilizando de material local que não contribuiria com logística de materiais transportados por automóveis poluentes, combinaria com a arquitetura já existente no local. A ideia do deck é muito agradável. As pessoas poderem usufruir do lago para nado e dentre outras atividades como barco, pedalinho, também é muito interessante. Além de nacional é um projeto premiado em 2019 pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, mostrando que a arquitetura paisagística brasileira é muito boa tanto quanto os projetos internacionais.

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2.5 Parque Nacional Itatiaia

Além de estar localizado em uma região estratégica, o parque possui grande importância ambiental e histórica. Próximo das principais capitais do país – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Além disso, o Itatiaia foi o primeiro parque nacional criado no país, em 1939, sendo de grande importância histórica. Localizado entre parte da Bocaina de Minas (MG), Itamonte (MG), Itatiaia (RJ) e Resende (RJ), abrange cerca de 445.615 hectares. (natureza urbana 2019) O parque é dividido em três setores: Parte Baixa, Parte Alta e Visconde de Mauá. Cada setor tem características e atrativos distintos, sendo eles atrativos naturais, como cachoeiras, rios ou formações rochosas, e atrativos construídos e turísticos, como o Centro de Visitantes ou museu. Seus atrativos existentes são principalmente de âmbito natural resultantes de sua inserção em uma das regiões mais belas do Brasil, o parque possui grande potencial turístico que contempla diferentes roteiros, consolidando um turismo constante e diversificado. (arqmaster 2018) Devido as particularidades de cada setor, as ferramentas de conceito do projeto para cada um deles são distintas, cada uma contextualizando com as condições naturais e climáticas de cada local. Na Parte Baixa, características como a verticalidade e texturas de madeira, pedra e elementos verde foram adotados para compor o conceito. Na Parte Alta o conceito baseia-se em implementar edifícios com o mínimo de impacto possível à paisagem, assemelhando-se a rochas camuflando na paisagem e priorizando a vista das montanhas e picos. (vitruvius 2018)

Localizada entre os vales da Paraíba e as escarpas da parte sul da Serra de Itatiaia, a Parte Baixa é uma área de vegetação úmida e densa de Mata Atlântica e fértil floresta de montanha possuindo belas piscinas naturais e cachoeiras. É o setor do parque mais procurado para visitação, devido ao fácil acesso e à existência de uma boa estrutura de apoio ao visitante. Enquanto a Parte Alta é caracterizada por campos frios e de grande altitude, maciços e rochosos, e pelos vales suspensos onde nascem vários rios da região. (arqmaster 2018)

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Figura 38: Parque Nacional de Itatiaia / Natureza Urbana (Parte baixa – Posto 1) Fonte: naturezaurbana

Figura 39: Parque Nacional de Itatiaia / Natureza Urbana (Parte baixa – Complexo Maromba) 58


Fonte: natureza urbana

O projeto tem como objetivo o melhoramento e a potencialização de edificações e pontos já existentes no parque e a implementação de novas, visando estruturar uma visitação diversificada de maior qualidade, sem perder os aspectos positivos de contato com a natureza. (natureza urbana 2019) Visando potencializar o uso público do parque, por meio do melhoramento e da potencialização das estruturas já existentes e na implementação de novas, O conceito das infraestruturas através de um projeto integrado ao meio ambiente, com o menor impacto visual possível, priorizando práticas sustentáveis e técnicas que minimizem os impactos de construção, (natureza urbana 2017) a fim de criar estruturas funcionais que atendam à uma proposta de identidade, relacionando sempre o lugar com a técnica. Como conceito geral destacam-se: arquitetura vernacular, integração com a natureza, arquitetura bioclimática, arquitetura modular e arquitetura sustentável. (vituvius 2018)

Figura 40: Parque Nacional de Itatiaia / Natureza Urbana (Abrigo Rebouças) Fonte: naturezaurbana

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Figura 41: Parque Nacional de Itatiaia / Natureza Urbana (Parte alta – Núcleo Rebouças) Fonte: natureza urbana

Figura 42: Parque Nacional de Itatiaia / Natureza Urbana (Glamping) 60


Fonte: natureza urbana

Figura 43:Parque Nacional de Itatiaia / Natureza Urbana (Parte alta – Posto do Marcão) Fonte: natureza urbana De acordo com o site do escritório natureza urbana 2017, como eles estavam intervindo dentro de uma Unidade de Conservação, a intenção principal foi criar um projeto integrado ao meio ambiente, com o menor impacto visual possível, priorizando práticas sustentáveis, técnicas que minimizem os impactos de construção e o baixo custo. Pensando nisso, para as novas construções, desenvolvemos projetos utilizando sistemas pré-fabricados, materiais duráveis e sustentáveis. No site do escritório natureza urbana 2017, eles dizem que as estruturas de hospedagem, alimentação, bilheteria, transporte e estacionamento, comércio, educação ambiental e atividades de aventura são propostas de atividades e infraestrutura de apoio ao parque e seus visitantes. Nas reformas foram feitas intervenções de modo a adaptar os espaços às demandas existentes. Esse tipo de demanda é exatamente o que pede no horto de limeira e que falta nele para ser explorado seu potencial e ser um ponto de atração turística não apenas para os limeirense, mas para a nação. Com seus atrativos de caminhadas, ciclismo, escalada, observação de fauna, pernoites nos abrigos e campings, piquenique nas áreas permitidas, travessias, são ótimos programas para se fazer em local tão grande 61


como o horto e que poderia facilmente ser implantado na área do horto. A arquitetura vernacular presente nas construções com o mínimo de impacto possível é totalmente compatível com as construções locais do horto. Poderia até ser utilizado os eucaliptos dos bosques para a construção, causando assim um impacto ainda menor pois não teria o transporte poluente vindo de uma outra cidade. O projeto é ecológico sustentável e conseguiu pontualmente resolver um grande problema que poderia ter ocorrido que poderia ser a falta de visitação do parque mais antigo do Brasil, um parque de uma grande importância para o país e para o meio ambiente, por falta de exploração de seu potencial. O projeto abrande técnicas sustentáveis e muito convenientes ao que acredito que um parque deva ser.

Figura 44: Parque Nacional de Itatiaia / Natureza Urbana (Parte baja – Canopy) Fonte: naturezaurbana

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Figura 45: Parque Nacional de Itatiaia / Natureza Urbana (Parte baja – Torre de tirolesa) Fonte: natureza urbana

Figura 46: Parque Nacional de Itatiaia / Natureza Urbana (Parte alta – Núcleo Rebouças) Fonte: natureza urbana 63


2.6 HORTO DE MAURIPE

Tido como um dos parques mais antigos da capital, o Horto de Maruípe está localizado na região central do município de Vitória. São cerca de 50 mil metros quadrados de área verde, com jardins coloridos e recobertos por uma gama de espécies de flora da Mata Atlântica, entre outras. (Manu 2017) O Parque Municipal Horto de Maruípe possui uma paisagem muito bonita e bem conservada, recoberto pelo verde, lindas figueiras com suas raízes expostas e colorido pelas flores, lagos e um córrego cheio de curvas, aves e peixes, que promovem a proximidade dos visitantes com a natureza. É bastante tradicional e bem conhecido pela população.

Figura 47: Horto de Maurípe Fonte: Blog da Manu pelo Mundo Com cerca de 50 mil metros quadrados, o parque é uma das áreas verdes mais antigas da capital do Espirito Santo e é apropriada para caminhadas, além de possuir uma área de futebol de areia, uma academia popular. (Manu 2017) O terreno no qual o Horto está localizado não é plano, fazendo assim com que o Parque tenha diversos ‘platôs’, dos quais é possível ver o horto por diversos ângulos. Na parte alta, há um parquinho de areia, com alguns brinquedos e vista para a Pedra dos Dois Olhos. Está área não é tão gramada, mas cercada por algumas árvores que fornecem sombra parte do dia. (Manu 2017) 64


Na parte mais baixa do parque, e próxima a Avenida Maruípe (via de entrada), o cenário é formado por córregos e uma boa área gramada. Na sua maior parte as margens do corpo hídrico contam com árvores, o que evita que as crianças fiquem muito próximas a ele. Entretanto, vale a pena o cuidado quanto a curiosidade dos pequenos em ver os peixes e partos que por ali fazem a festa. (Manu 2017)

Parque Municipal Horto de Maruípe está situado no bairro de Maruípe, um dos mais tradicionais de Vitória, no Estado do Espírito Santo, Brasil. A biodiversidade terrestre e aquática assim como a topografia e os pontos de insolação são aspectos em comum com o horto de Limeira. No horto como a maior parte de sua vegetação não é nativa, são bosques de eucalipto, temos uma flora e fauna limitados em comparação a esse lindo horto de vitória. Mas com um projeto de paisagismo utilizando as plantas como eles utilizaram seria ótimo para incorporar e assim aumentar as espécies de animais.

Figura 48: horto de Maurípe Fonte: folha vitória

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Figura 49: Horto de Maurípe Fonte: Minube

Figura 50: Horto de Maurípe Fonte: Pinterest

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2.7 PARQUE DA ORLA DO GUAÍBA

Figura 51: A orla do Guaíba Fonte: gazeta do povo Segundo dados da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, a Orla do Guaíba, que é o objeto empírico desse estudo, possui 70 km de extensão na sua totalidade. Para determinados pontos desta faixa é proposto um plano estratégico de intervenção urbana, bem como são conceituadas intervenções urbanísticas que visam contribuir na apropriação e usufruto desde espaços pela população residente e turística. O principal projeto de qualificação chama-se “Projeto Orla”, lançado em 2011, pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que visa realizar intervenções em 1,5km de faixa linear, qualificando urbanisticamente e paisagisticamente este local junto ao Cais Mauá. (Miranda e Garcia 2016).

A obra de revitalização das margens do Guaíba, abrange a Usina do Gasômetro e as proximidades da Rótula das Cuias. O projeto inclui terminal turístico com bilheteria e ancoradouro, restaurante sobre a água, bares, parque infantil, academia ao ar livre, quadras esportivas, passeio público com arquibancadas para contemplação do nosso famoso pôr-do-sol, ciclovia, decks de madeira com bancos, jardins aquáticos, postes com iluminação LED e pista de caminhadas. (gazeta do povo 2021)

Onde havia um ambiente abandonado e degradado, o projeto regenerou o espaço urbano e ambiental que afetou a qualidade de vida dos portoalegrenses positivamente, gerando efeitos sociais, econômicos e ambientais sistêmicos, conectando-se às pessoas, à cultura, à história e à natureza, em um círculo virtuoso de valorização. O que antes onerava o município se

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tornou ativo importante, um elemento de sustentabilidade, reduzindo custos e agregando valor. (gazeta do povo 2021)

A proposta pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner tem como estratégia de implantação e ocupação mudar a realidade do local, ao buscar incentivar a coexistência entre a cidade e suas águas: o desejo de acolhimento recíproco e incondicional entre o Lago e a cidade banhada por suas águas, será incentivado pela recuperação do contato físico e visual com o Guaíba, nos 7 km de Orla que vai do seu Porto Fluvial ao estádio do Esporte Clube Internacional. (Vitruvius 2018) As qualidades arquitetônicas do projeto estão ligadas à forma como ele se insere na paisagem, tirando partido da topografia. Os materiais são o concreto, vidro, madeira e aço em seu estado natural. As formas curvas se utilizam da plasticidade do concreto e o desenho privilegia as perspectivas existentes desenvolvendo-se gentilmente ao longo do terreno. (gazeta do povo 2021)

O parque tem grande impacto positivo no tecido social da cidade; ao recuperar uma área degradada, aumenta o senso de pertencimento da população e demonstra o cuidado da cidade por seu patrimônio e seus habitantes. (ARCHDAILY 2021) o parque urbano da Orla do Guaíba mostra como a simbiose entre os ambientes construído e natural é possível, criando em Porto Alegre um lugar vibrante e sustentável. O fluxo constante de pessoas no parque transborda para o centro da cidade, aumentando o público para estas atrações, assim como injetando um novo ânimo para a economia. Através da arquitetura, em conjunção com uma vasta gama de atividades, (gazeta do povo 2021)

Figura 52: projetos previstos na área entre Usina do Gasômetro e Parque Gigante Fonte: camarapoa 68


Figura 53: trecho finalizado da orla do Guaíba Fonte: Archdaily

Através da arquitetura, paisagismo e luminotecnia, em conjunção com uma vasta gama de atividades, o Parque Urbano da Orla do Guaíba mostra como a simbiose entre os ambientes construído e natural é possível, criando-se em Porto Alegre um lugar vibrante e sustentável. (Archidaily 2021)

Este projeto visa a conexão com a cidade transformando em um local mais agradável e quebrando o tabu que era essa orla deste lago devido a cidade ter sido construída de costas a ela perante a avenida. O horto é um tabu para a cidade pois muitos o veem como um lugar feio e malcuidado e tem medo de ir lá visitar. Até mesmo pela falta do que fazer. Esse projeto tem como objetivo conectar as pessoas coma a cultura a história e a natureza através de um lindo parque, da mesma forma pode-se fazer colmo o horto de limeira. Bem como a regeneração de espécies nativas que se encontra nesse projeto. Seu desenho primoroso também é grande fonte de referências.

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Figura 54: Equipamento deve ser erguido em área ao lado do anfiteatro pôr-do-Sol Fonte: REPRODUÇÃO PROJETO/PMPA/JC O primeiro trecho da obra, já inaugurado, compreende 1,3 quilômetro desde a Usina do Gasômetro até a Rótula das Cuias. O espaço, com aproximadamente 7 hectares, conta com quatro quadras poliesportivas, duas ciclovias, calçadão, quatro bares, um restaurante panorâmico, atracadouro de barcos de passeio e passarela, piso iluminado em fibra ótica, pavimentação em concreto em todo o entorno da Usina do Gasômetro, uma praça revitalizada e arquibancadas com vista para o rio. Todas as construções ficam ao nível do Guaíba e suas coberturas de concreto funcionam como mirantes. (CAF 2018) O segundo trecho está localizado depois das quadras até o Arroio Dilúvio. Sendo assim, o Encaminhamento, ao abordar especificamente do Trecho 2, está voltada à recepção de eventos e espetáculos, destacando sua localização privilegiada, ao mesmo tempo inserida na malha urbana e isolada da área residencial por outros parques e o centro cívico. Também é apontada a facilidade de acesso ao local, tanto para pedestres e ciclistas como para veículos particulares, ônibus fretados e outros. (PROCEMPRA 2021) O terceiro trecho se localiza em 15 hectares entre a foz do Arroio Dilúvio e o Parque Gigante. A revitalização contará com ciclovia, arborização, iluminação em led, três bares, 27 quadras esportivas e estruturas de apoio para prática de esportes. (Prefeitura de Porto Alegre 2020)

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Figura 55: maior pista de skate da América Latina Fonte: Reprodução / PMPA

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2.8 PARQUE CETRAL BAOTOU VANK

Figura 56: parque baotou vank Fonte: archdaily

Figura 57: Vista Aérea do Parque central de Baotou Vank Fonte: worldlandscapearchitect 72


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Figura 58: Implantação do Parque central de Baotou Vank Fonte: worldlandscapearchitect

Segundo o site do archdaily 2020, o Parque Central Baotou Vanke transformou um antigo deserto em uma paisagem exuberante de lago, colinas, prados e jardins. O desenho foi moldado por um extenso processo comunitário e agora é comemorado como um importante destino no centro da cidade de Baotou. O aspecto mais importante da transformação do local foi a restauração de seu ecossistema – criam-se novos espaços verdes em um lago de água doce, para trazer a água de Baotou ao campo aberto, novos tipos de florestas e solos alterados respondem aos microclimas do projeto e mostram uma diversidade de espécies especificamente adaptadas a cada área. Situado em 22 acres, entre a Baotou Wenhua e a estrada Qingshan, esse espaço foi criado para expressar o senso de cuidado por meio do desenho, preservar as emoções principais pela participação de todos, mostrar o respeito pelo local e pela ordem natural, pela integração e pela transição como arte em uma nova e imersiva experiência, o Baotou Vanke transformou um deserto e um terreno baldio em uma paisagem exuberante de lagos, vales, jardins da Mongólia e espaços urbanos ativos.

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Figura 59: vista das pistas Fonte: worldlandscapearchitect

O lago reflete a imagem do centro turístico, em direção da entrada principal do parque. A praça composta por linhas sinuosas ao longo da costa, formam um tipo de pintura artística linda e moderna. Mostrando um design moderno e charmoso, o Crescent Bay, ao lado da ponte, é requintado com uma curva simples e fluida. Junto com o terreno existente da bacia hidrográfica e o alinhamento do lago se integra para criar diversos padrões de fluxo que são característicos dos sistemas naturais de água, criando habitats ecologicamente valiosos, naturais e diversos para a biodiversidade. Não apenas se adapta ao terreno da bacia hidrográfica, mas também cria uma rara grande superfície de água aberta em Baotou. (worldlandscapearchitect 2020)

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Figura 60: pontes Fonte: worldlandscapearchitect

Esse projeto além de preservar as emoções principais pela participação de todos, mostra o respeito pelo local e pela ordem natural, pela integração e pela transição como arte em uma nova e imersiva experiência, o alinhamento do lago integram-se para criar diversos padrões de fluxo característicos dos sistemas naturais de água, criando habitats ecologicamente valiosos, naturais e diversos para a biodiversidade. Além disso, o projeto promove especificamente a saúde humana por meio de uma série de trilhas para caminhada e circuitos. Poderia ser aplicado no horto da mesmíssima forma, um pequeno centro cultural com um restaurante na parte de cima no meio do lado com essa passarela ao redor da lagoa formando um deck, um local onde as pessoas possam ter contato com a água de diversas formas e também terá vista do lago e do parque. As trilhas de caminhada e circuitos já existem no horto só precisariam ser melhoradas, dessa forma o horto conseguiria aumentar seu alcance de visitantes e ganhar uma importância maior pra cidade e seus habitantes. O projeto oferece um novo modelo de sustentabilidade para projetos de escala semelhante – que equilibra cuidadosamente as considerações ambientais e culturais. As áreas do projeto que não recebem vegetação contribuem para a sustentabilidade social, que é excepcionalmente alta. Desenvolvida em estreita colaboração com a cidade, a equipe Vanke e a comunidade, a gama de espaços sociais do parque inclui áreas para contemplação silenciosa, um amplo espaço para reuniões da comunidade e uma área de recreação inclusiva para todas as idades e habilidades. O projeto promove especificamente a saúde humana por meio de uma série de trilhas para caminhada e circuitos. (archdaily 2020)

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CAPÍTULO 3 A CIDADE DE LIMEIRA

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3.1 CARACTERIZAÇÃO DA CIDADE DE LIMEIRA

Localizado no centro-leste do interior do Estado de São Paulo, a aproximadamente 150 km de distância de São Paulo capital, é pertencente a região metropolitana de Piracicaba, e região administrativa de Campinas. Possui uma área de 581,0 km². Sua população estimada em 2017 era de 300.911 habitantes. Além de sua localização estratégica, Limeira situa-se à margem da Via Anhanguera (principal rota de ligação entre a Capital e as regiões Norte e Centro de São Paulo), ocupa uma posição privilegiada em meio a um importante entroncamento rodoviário (Via Anhanguera; Via Bandeirantes; Via Washington Luís; Limeira-Piracicaba; Limeira-Mogi-Mirim).

Figura 61: Mapa da Cidade de Limeira Fonte: Google Maps

Limeira faz divisa ao Sul com Americanas (20 km) e Santa Bárbara Do Oeste (15 km), a leste Engenheiro Coelho (18 km), Arthur Nogueira (22 km) e Cosmópolis (23 km), a Oeste de Piracicaba (30 km) e Iracemápolis (15 km) (LIMEIRA ONLINE, 2005).

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Figura 62: Mapa de Locaçização do Município de Limeira FONTE: AUTOR

A área urbana de Limeira compreende 82,39 km2, sendo que 6,8 km2 compõe áreas municipais, áreas verdes e institucionais. Desse total, 21% estão sendo efetivamente utilizados com a implantação de praças, escolas, postos de saúde e outros usos institucionais. Salienta-se, que a Lei Municipal nº 1648/78, em seu Artigo 29, prevê que todo loteamento deve reservar 40% da área a ser loteado como espaço para uso público. Estes 40% de áreas são assim distribuídos: 15% para áreas verdes, 20% para vias públicas e, 5% para uso institucional (Plano Diretor – Prefeitura Municipal de Limeira, 1998).

Figura 63: Macrozoneamento de Limeira Fonte: Google Maps

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Figura 64: Mapa Zoneamento de Limeira Fonte: Google Maps

Figura 65: Mapa de Uso do Solo Fonte: BENIELLO 2006, Prefeitura Municipal de Limeira 79


Figura 66: Mapa de Verticalização de Limeira Fonte: Prefeitura de Limeira A cidade de Limeira tem em sua predominância um uso do solo residencial em sua grande maioria. Estruturando-se principalmente na Macrozona Urbana e tendo como predominância uma cidade urbanizada com uma grande área agrícola e rural ao seu redor de economia destacando-se pelo cultivo de cana-de-açúcar e pela produção de mudas cítricas. Limeira também possui uma grande quantidade de industrias, que estão ligadas a indústria das joias foleadas e também as áreas de metalurgia, metalmecânica, autopeças, vestuário, alimentos, cerâmica, papel e celulose, embalagens, máquinas e implementos. A parte de serviços e comercio se concentra a parte central da cidade. A cidade tem uma topologia mais baixa com predominância em residências feitas por casas, a parte mais verticalizada da cidade se encontra concentrada no centro da cidade conforme percebemos no mapa anterior. De acordo com Queiroz 2009, o surgimento dos edifícios na cidade se deu com sua industrialização no início 80


dos anos 1980, estes edifícios se localizaram no centro da cidade, uma localização privilegiada, voltada para pessoas de classe média e alta.

Figura 67:Início da verticalização de prédios residenciais na área central, década de 1980 Fonte: Acervo pessoal Emiliano Bernardes Pelos dados do IBGE, Limeira tem uma população estimada em 310.783 pessoas em 2021 e cerca de 276.022 pessoas pelo último censo de 2010. Sua densidade demográfica estima-se em 475,32 hab/km². Em 2019, o salário médio mensal era de 2.9 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 31.6%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 70 de 645 e 110 de 645, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 202 de 5570 e 419 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 30.5% da população nessas condições, o que o colocava na posição 371 de 645 dentre as cidades do estado e na posição 4579 de 5570 dentre as cidades do Brasil. (IBGE 2021)

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Mapa 68: Pirâmide Etária de Limeira Fonte: IBGE 2010

Figura 69: Mapa do Sistema viário de Limeira Fonte: Prefeitura de Limeira 82


Limeira está situada às margens da rodovia anhanguera, uma importante via de ligação entre a capital e o interior do estado de são Paulo. A cidade é servida por 21 empresas de transporte rodoviário, sendo registrado um movimento mensal de 70.000 embarques. (PREFEITURA MUNICIPAL DE LIMEIRA)

Figura 70: Mapa Hipsometrico do Município de Limeira Fonte: Prefeitura de Limeira Limeira está posicionada na região fisiográfica denominada Depressão Periférica Paulista, possuindo topografia suavemente ondulada (ALMEIDA, 1974). No aspecto morfológico, predominam no município colinas baixas, apresentando altitudes que variam de 680-700 m separadas por vales sem planícies aluviais importantes nos setores norte e noroeste. Ao sul, as colinas são mais baixas, e as cotas atingem 500 m próximo ao vale do rio Piracicaba (LORENZON FILHO, 1982). Na porção oeste o relevo e bastante suavizado, já na porção leste do município as encostas são mais dissecadas e os topos suavizados (ROSSINI, 2001).

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A altitude média do município é de 567 m, de acordo com o marco geográfico do Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo - IGC, na Praça Luciano Esteves. Seu ponto culminante, o Pico do Morro Azul, com 831 m, situa-se na divisa com Cordeirópolis. O relevo do Município apresenta colinas de formas suavizadas, separadas por vales e sem planícies aluviais importantes. (Plano municipal de saneamento de limeira 2013)

Figura 71: Mapa de expansão urbana de Limeira baseado na delimitação de bairros Fonte: BELINELLO 2006 PRFEITURA MUNICIPAL DE LIMEIRA

Através do mapa podemos identificar que a expansão urbana, o crescimento da cidade tem tendência de crescimento para a zona sul, região perto da Rodovia dos Bandeirantes SP-348, porém existe um aumento significativo no número de condomínios fechados e projetos aprovados para verticalização urbana, conforme o Plano Diretor da cidade. (Rizardi 2010). 84


A paisagem da cidade vem sendo modificada drasticamente recentemente nos últimos 10 anos, com a implantação de loteamentos residenciais fechados de médio e alto padrão que voltam as costas à cidade, criando pequenas comunidades em busca de “segurança”. (Plano diretor de Limeira 2007). Esses condomínios vêm sendo implantados principalmente em áreas de baixa densidade demográfica e médias taxas de ocupação. Mas também se percebe a existência deles no centro além da periferia e da área norte que é a parte da cidade onde mais vem crescendo esse tipo de loteamento. A configuração desses condomínios altera as relações de vizinhança, pois as ruas que os circundam “perdem vida” com a construção de muros e cercamentos ao longo dos limites dessas propriedades. Ou seja, os imóveis não têm mais frente para vias públicas, sendo a portaria sua única conexão com a vida da urbe. Constituem não lugares, desertos e sem referências, como se pode verificar na Figura 72. (Plano diretor do Município de Limeira 2007)

Ressalte-se também que suas grandes dimensões criam tecidos urbanos acabam não permitindo o trânsito de veículos e pedestres, obrigando-os a grandes voltas que, por aumentar seus percursos, sobrecarregam as demais vias públicas do entorno, prejudicam a acessibilidade e a fluidez dos veículos e pedestre e aumentam os tempos gastos com a mobilidade. As transformações ocorridas na cidade apontaram para a problemática de enfrentar a deterioração das condições de vida e alertaram para a necessidade de se realizarem estudos com essa preocupação, voltados principalmente para a organização da cidade e a necessidade de um planejamento para o crescimento, uma vez que os problemas continuam a persistir na cidade. (Queiroz 2009)

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Figura 72: Mosaico de fotos de Condomínios Fechados no Município de Limeira Fonte: Google Maps

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3.2 A HISTÓRIA DA CIDADE DE LIMEIRA

A história de Limeira se inicia com a exploração econômica do interior do estado de São Paulo, mais precisamente em meados do ano de 1826, o qual marca a fundação do município. Porém compreende também um período anterior a este ano envolvendo inclusive uma lenda que tenta explicar a origem do atual nome da cidade. A origem do nome envolve uma lenda popular consagrada na cidade. A tradição diz que os bandeirantes costumavam descansar num pouso situado a 27 léguas de São Paulo, às margens do ribeirão Tatuibi, nome que em tupi-guarani significa tatu pequeno. Este pouso era chamado rancho do Morro Azul, pois ficava nas proximidades de uma elevação que à distância é visto em tons azulados. Seu povoamento se deu nas margens do Ribeirão Tatu. Devido a abertura da estrada de ferro que ligava o atual bairro morro azul até a cidade de campinas em 1823 e mais tarde a construção das pontes dos rios Jaguari e Atibaia e mais tarde a ferrovia. A ferrovia foi muito importante para o desenvolvimento da cidade pois servia de escoamento da produção de açúcar para São Paulo e Santos. (Queiroz 2009). Às margens da estrada do capitão Luís Manuel da Cunha Bastos, surgiu a freguesia de Nossa Senhora das Dores do Tatuibi, oficializada em 9 de dezembro de 1830 por lei provincial. (Portal São Francisco 2021) Segundo Queiroz 2009, o povoamento transformou-se, em 1830, em Freguesia de Nossa Senhora das Dores do Tatuhiby (terra de tatu), subordinado nessa época, à antiga Vila da Constituição (Atual cidade de Piracicaba). Como popularmente era chamada por Limeira, passou-se a usar esse nome em documentos oficiais. A região onde se encontra o município de Limeira foi desbravada primeiramente pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva em 1682 que seguia viagem até Goiás. O seu filho, homônimo, refez esse caminho em 1722, parando num rancho que viria a ser o princípio da cidade de Limeira, localizado a 162 quilômetros de São Paulo, às margens do ribeirão Tatuhiby. Esse rancho, que se erguia sob grossos troncos de árvores e se encontrava coberto por folhas secas, era conhecido como Rancho do Morro Azul devido à suave elevação do terreno ao fundo. O rancho servia de repouso para os tropeiros que vinham do sul pelas trilhas abertas, no meio da mata, e seguiam em direção à região da mineração, levando alimentos, animais para o transporte e correspondências (REDONDANO, 2000).

Segundo Reynaldo Kuntz Busch, em A História de Limeira, havia uma relação de nove sesmarias doadas, na região, entre 1799 e 1821. A primeira sesmaria foi doada ao Coronel Luiz Antonio de Souza e ao Tenente Ignácio Ferreira de Sá. Outra sesmaria, a do Morro Azul, envolvendo Ibicaba, foi uma das mais importantes na época e de grande significado no desenvolvimento de Limeira, tendo sido concebida, em 13 de janeiro de 1817, ao Tenente Joaquim Galvão de França e Manoel de Barros Ferraz, 87


notando-se que neste período já possuía posseiros nas suas terras. Consta que a Fazenda Ibicaba foi iniciada em janeiro de 1805 e que a primeira posse se deu em 1815. De acordo com Queiroz 2009, o povoamento transformou-se, em 1830, em Freguesia de Nossa Senhora das Dores do Tatuhiby (terra de tatu), subordinado nessa época, à antiga Vila da Constituição (Atual cidade de Piracicaba). Como popularmente era chamada por Limeira, passou-se a usar esse nome em documentos oficiais. Limeira foi um dos primeiros municípios do país a receber imigrantes europeus e atualmente as fazendas histórias resgatam esta época. Segundo Busch, o município de Limeira originou –se da concessão de sesmarias (terra incultas doadas pelo Estado), “a sesmaria do Morro Azul (envolvendo o Ibicaba), foi sem dúvidas a mais importante em área, pela qualidade das terras, produtividade e desenvolvimento populacional do município de Limeira” Segundo Busch 2007, os engenhos de Ibicaba, Morro azul, Geada e Cascalho, precisavam de estrada direta via Campinas para a Capital da Província, São Paulo. Embora o meio de transporte comum fosse o lombo de burros. Era necessário que as estradas tivessem rumo mais ou menos direto, para economia do transporte e menor cansaço dos animais de carga. Foi graças a essa estrada do Morro Azul a Campinas iniciada em 1823 que se condicionou o nascimento do povoado a sua margem e próximo ao bebedouro do ribeirão tatu, cuja margem direita se localizava o “Rancho de Limeira” onde os viajantes repousavam, segundo o que informa a História oral. O fato histórico da fundação se baseia em que as primeiras casas construídas na beira da estrada Morro Azul a Campinas, e o próprio Rancho de Limeira se localizavam em terras de extensa propriedade do Capitão Cunha Bastos, dono dos sítios do Tatu e da Lagoa Nova. (Gazeta de Limeira Suplemento Histórico 1980)

Em 1863 tivemos a elevação da vila a cidade. No início dos anos 1860, o Município de Limeira estava em franco desenvolvimento. No ano de 1842 o povoado foi elevado à vila e por final foi elevada à categoria de cidade no dia 18 de abril de 1863.Os antigos engenhos deram lugar aos grandes cafezais. A cultura do café expandia-se cada vez mais, tanto nas grandes propriedades quanto nas novas fazendas que surgiam. (Gazeta de Limeira Suplemento Histórico 1980) Em 1876, concluiu-se a estrada de ferro que ligaria Campinas a Rio Claro e em meados de 1884, o café sofria muitas perdas no transporte no processo de descascamento, que era feito em grandes máquinas importadas, na cidade. (Acil limeira 2015) A laranja chegou à Limeira no início do século e, em 1915, começou a ser exportada para Argentina e Uruguai. Em 1924, a Organização Dieberguer comprou terras em Limeira com a intenção de atingir o mercado europeu e,

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em 1926, fez a primeira exportação deste fruto para o velho continente. Porém a experiência foi malsucedida devido ao alto custo do transporte. Entre as décadas de 40 e 60, a indústria local conheceu um grande crescimento, principalmente no setor de máquinas operatrizes, de madeira e matais, com a instalação de diversas fábricas como a Varga e a Fumagalli. Na década de 70 os EUA, principal mercado consumidor da citricultura brasileira, desenvolveu variedades de laranjas resistentes a geadas. Esse fato aliado às crises do petróleo, que deram origem ao programa pró-alcool do governo federal, fizeram a cultura da cana-de-açúcar entrar em ascensão na região, em desfavorecimento das de laranja e café. Hoje, segundo dados do IBGE recolhidos em 2015, Limeira possui mais de 297 mil habitantes, caracterizando-se por ser uma cidade industrializada, tendo também forte setor comercial e de serviços. Na agricultura destacamse a laranja e a cana-de-açúcar. (Acil limeira 2015)

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3.3 AREAS VERDES NA CIDADE DE LIMEIRA

Este capitulo terá como estudo as áreas verdes da cidade de Limeira a partir de estudos feito anteriormente. Veremos como a cidade tem uma demanda e sofre por uma carência de espaços públicos e áreas verdes, sendo assim, vemos como o principal parque da cidade fica lotado pois possui uma ótima localização e vários serviços que atende uma ampla camada da população desde crianças a idosos enquanto os outros parques ficam vazios, mas não deixam de ter seu potencial devido a sua área. Um desses espaços é o Horto. Para Vieira (2004) as áreas verdes exercem diversas funções e diferentes usos podem ser dados para o mesmo espaço: função social, função estética, função ecológica, função educativa e função psicológica. Segundo Vieira (2004) “a função psicológica ocorre, quando as pessoas em contato com os elementos naturais dessas áreas, relaxam, funcionando como antiestresse.” Isto se deve ao fato de nestes espaços destinados a áreas verdes urbanos especialmente os dotados de infraestrutura para lazer e recreação como os parques urbanos e algumas praças, serem locais 26 onde as pessoas podem disfrutar de momentos de lazer, contemplação da natureza o que gera um alivio do stress e melhora da qualidade de vida. Já a função ecológica se deve ao fato da presença de vegetação, do solo não impermeabilizado e de uma fauna mais diversificada nessas áreas, promovendo melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, água e solo.” Esta função ecológica tem como exemplo os parques urbanos por estes serem constituídos de uma maior área onde é possível haver muitas árvores e vegetação rasteira. A função social das áreas verdes urbanas também ocorre por que é nestas áreas que a população urbana encontra um ambiente favorável para pratica de esportes, exercícios físicos e alguma estrutura para lazer, como é o caso de algumas praças e parques urbanos. Evidentemente nem toda área verde urbana é destinada a esta função, como as rotatórias, por exemplo, que exerce outras funções, mas não relacionadas ao lazer.

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Figura 73: funções das áreas verdes Fonte: Vieria 2004

Em limeira devido a poluição causada pelos setores de joias folheadas e papel da cidade, dado que nem todas as empresas tratam adequadamente os rejeitos químicos antes de descartá-los Esses efluentes, além de serem nocivos ao ambiente, danificam o sistema de tratamento de esgoto. Gerando problemas para as áreas verdes da cidade, deixando assim de promover suas funções citadas por Viera 2004. Atualmente Limeira apresenta como áreas de parques urbanos, 5 lugares como podemos ver no mapa abaixo. Esses lugares são o atual Bosque Prefeita Maria Thereza, área do antigo zoológico municipal inaugurado em 1968, ocupava uma área verde próxima ao centro da cidade no bairro Jardim Mercedes, uma área da antiga chácara de Trajano de Barros Camargo, também conhecido como Dr. Trajano. Atualmente foi construído um novo zoológico no Horto Florestal. (WIKIPIDIA 2021) Temos o Horto florestal com seus mais de 300 alqueires de metragem quadrada, a área verde está localizada a nove quilômetros do centro da cidade na via Jurandir Paixão (antiga via Tatuibi). O local é aberto para lazer e prática de esportes, possuindo, também, lago artificial, quiosques e áreas para crianças. (WIKIPIDIA 2021) O Parque Jardim do Lago, está localizado na R. Dr. José da Silva Teixeira no bairro Jardim do Lago e conta com uma extensa área verde com um lago em meio a uma região populosa da cidade. Além da parte verde, o parque ainda disponibiliza campo de Futebol, pista de caminhada e eventos durante o ano todo. (PREFEITURA DE LIMEIRA).

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O Parque Cidade de Limeira Prof. Dr. Ary Apparecido Salibe está localizado em uma área de 99,270 m² pertencente à prefeitura na Vila São João e que já abrigava estruturas de lazer e serviços municipais, tais como a Hípica Municipal, o Centro de Promoção Social Municipal e o Ginásio Municipal Vô Lucato. O parque foi inaugurado em setembro de 2007. O Parque é composto 120 espécies de árvores, sendo 69 nativas e 51 exóticas, totalizando 1017 árvores contabilizado no ano de 2015. No local é possível observar 31 espécies da avifauna, sendo 30 nativas e 1 exótica[carece de fontes]. Apresenta também ciclovia com 1000 metros, duas lanchonetes, parque infantil e brinquedoteca. Na mesma área, havia uma grande construção que foi abandonada por anos, e agora abriga o Museu da Joia Folheada, o Centro de Formação do Professor e um novo teatro, com capacidade para 400 pessoas. (WIKIPIDIA 2021)

O Parque Limeirão, está localizado na Rua Dr. Belmiro Fanelli no bairro Jardim Canaa. Sendo o antigo estádio de futebol Estádio Major José Levy Sobrinho para a criação de um parque. Com aproximadamente 25.000 m² o Parque do Limeirão ocupa uma via subutilizada fechada aos automóveis. Com inúmeras atividades o parque ativou a vida do entorno e criou um ponto de referência na cidade. (GUXO 2016)

Figura 74: Mapa de Parques do Município de Limeira 92


Fonte: autor

Figura 75: Foto do Horto florestal Fonte: Rápido no Ar

Figura 76: Parque Cidade de Limeira 93


Fonte: Tripadvisor

Figura 77: Parque Limeirão Fonte: Guia Limeira

Figura 78: Bosque Maria Thereza 94


Fonte: Cordero Virtual

Figura 79: Parque Jardim do Lago Fonte: Rápido no Ar Importante polo industrial do interior do estado de São Paulo, a cidade foi grande centro cafeicultor no século XIX, também foi conhecida por Capital da Laranja e Berço da Citricultura Nacional, dados o pioneirismo e a grande produção citrícola que o município desenvolveu. Mais recentemente a economia rural da cidade destaca-se pelo cultivo de cana-de-açúcar e pela produção de mudas cítricas. No ramo da indústria, que possui maior importância na economia municipal, Limeira se destaca nas áreas de metalurgia, metal-mecânica, autopeças, vestuário, alimentos, cerâmica, papel e celulose, embalagens, máquinas e implementos. Recentemente, a cidade tem se destacado especialmente na área de joias folheadas, atraindo atenção de pessoas de todo o mundo.

Possui também expressivas fazendas históricas que atualmente movimentam o turismo rural e ecológico na cidade. São elas: a Fazenda Morro Azul, a Fazenda Ibicaba, a Fazenda Quilombo, a Fazenda Itapema, a Fazenda Citra e a Fazenda Santa Gertrudes; e essas são as maiores áreas verdes restantes da cidade. (PET90.com 2021)

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Figura 80: Fazenda Morro Azul Fonte: Facebook

Figura 81: Fazenda Ibicaba Fonte: Youtube fazendas históricas

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Figura 82: Fazenda Quilombo Fonte: Fazenda Quilombo

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Figura 83: Fazenda Itapema Fonte: flickr.com

Figura 84: fazenda Citra Fonte: Campismo

Figura 85: Fazenda Santa Gertrudes Fonte: Foccus Fotografia 98


A importância se estudar as áreas verdes no espaço intraurbano de Limeira, é levantar todos os possíveis benefícios e problemas áreas verdes urbanas podem trazer em cidades médias, entender como se dá a distribuição espacial destas áreas na cidade, e procurar demonstrar para a sociedade a importância das áreas verdes e como estas áreas podem contribuir para o bem estar social e melhorar a qualidade de vida da sociedade urbana. (Silva 2013)

Figura 86: Mapa de Vegetação e áreas Verdes Municipais Fonte: Queiroz 2012

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Figura 87: Mapa de Áreas de Preservação Ambientais e Unidades de Conservações Fonte: Queiroz 2012

Em Limeira, como em muitas outras cidades brasileiras, não houve um planejamento urbano eficaz para seu desenvolvimento, analisando o mapa da cidade verifica-se que os conjuntos habitacionais e alguns loteamentos são distantes da área central da cidade, provocando problemas de deslocamentos para os moradores e o acesso destes aos serviços públicos, e promovendo assim a existência de vazios urbanos na cidade. Estes vazios urbanos logo foram transformados pela especulação imobiliária em terrenos bem valorizados, como ocorrem em outras cidades brasileiras (BRITO, 2010). O trabalho que Motta (1995) realizou na cidade de Limeira constatou que a expansão urbana contribuiu para a diminuição das áreas verdes, principalmente áreas de lazer e que as áreas verdes ficavam para segundo plano devido à especulação imobiliária. Para esse autor, naquele momento era urgente que a administração pública adotasse uma política voltada para o meio ambiente, para evitar problemas futuros e oferecer uma melhoria na qualidade de vida para a população. (SILVA 2013)

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Segundo a Prefeitura de Limeira, a classificação de área verde urbana se aplica aos parques, praças, logradouros públicos e rotatórias. Ao visualizar estas áreas no mapa da figura 74, é possível ver que ela não se distribui igualmente em toda a cidade, com carência no centro da cidade e com um pouco mais de espaços verdes públicos em suas extremidades.

Figura 88: Mapa de Localização das áreas Verdes Urbanas de Limeira Fonte: Prefeitura de Limeira organizado por Silva 2013 A cidade de Limeira conta com um grande número de praças de esporte e de lazer, na região central se encontra as praças de lazer onde a função estética é mais valorizada, estas praças na região central contam com mais estruturas e manutenção com maior frequência. Na periferia é onde estão praças de esportes que também são chamadas de área de lazer, cuja função de lazer é mais valorizada através da implantação de elementos que permitem a realização de atividades físicas como quadras esportivas e playgrounds, por exemplo. Em todo o entorno da cidade o anel viário conta com rotatórias e há espaços verdes entre as vias de trânsito permeável, e em outras partes da

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cidade há outras rotatórias e canteiros de avenidas com espaços verdes permeável (Silva 2013).

Em comparação a cidades modelo em áreas verdes, Limeira tem um índice muito baixo, contando com uma estimativa segundo os dados da Prefeitura sobre o índice de áreas verdes, de 0,2 m²/habitantes atualmente. Cavalheiro e Del Picchia (1992) defendem a necessidade de haver uma proporcionalidade ideal entre os tipos de uso de solo e eles citam como exemplo a República Federal da Alemanha onde no mínimo 40% do solo era destinado aos espaços livres. (Silva 2013)

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3.4 O BAIRRO DO TATU E O CASO DO HORTO FLORESTAL

Afastado do centro da cidade por cerca de 9 km, no km 3 da Via Tatuibí (LIM - 010) a 7 km a sudeste da área central de Limeira. Com acesso através da via Jurandyr Paixão, o Tatu é um bairro rural que já foi um distrito do município de limeira. Integra a Aglomeração Urbana de Piracicaba, município vizinho à Limeira. O bairro surgiu nas margens do Ribeirão Tatu como uma colônia da Fazenda Tatu, pertencente ao Capitão Luís Manoel da Cunha Bastos. Após o assassinato dele, em 1835, as terras foram vendidas e hoje estão divididas em várias fazendas e sítios. (Cury 2011) (PREFEITURA DE LIMEIRA). No ano de 1854, com a chegada dos primeiros imigrantes, edificaram-se as colônias na fazenda tatu, que tinha então como proprietário Cândido José da Silveira Serra. (CF Marques, 1952, p 187). Entende-se que na década de 1850, a fazenda já se constituía produtora de café, a cafeicultura já se consolidava na região, com contratação de mão de obra assalariada. (Giesbrecht 2021) Em 30 de junho de 1876 foi inaugurada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro a estação ferroviária de Tatu. A estação tinha, após a eletrificação da linha em 1920, uma subestação perto dela, sendo, portanto, ponto estratégico para a Paulista. (Giesbrecht 2021) Segundo o último censo do IBGE, cerca de 81,2% dos brasileiros vivem em área urbana, esse dado para o município de Limeira, é de 85%, ou seja, a cidade é muito mais urbanizada do que a média do país. Contendo poucos bairros rurais, sendo o bairro do tatu onde o horto está inserido um deles. Porém devido ao rápido processo de urbanização que a cidade sofreu como vimos no tópico anterior pela história da extensão urbana da cidade, isso trouxe diversos problemas, dentre eles a falta de áreas verdes que restaram na cidade para uso público para recreação, problemas com o uso e ocupação do solo, a crescente especulação imobiliária, dentre outros, decaindo assim a qualidade de vida urbana do município. O Horto foi inaugurado em 1984 e fica dento do distrito do tatu no bairro Itaipu, por isso também é chamado de Horto do Tatu, ele é um grande bosque de eucaliptos. Fazem parte do complexo o Motódromo, o Kartódromo, a Pista de Aeromodelismo e o 103


Zoológico Municipal. Atualmente dentro da área 9 temos localizado o zoológico municipal de limeira. Cinco espécies de eucaliptos foram desenvolvidas com sucesso: o Citriodora, segundo Ceron Desde sua instalação o Horto do Tatu funcionou como uma unidade de produção de eucalipto para a indústria madeireira e de papel. (1969), Tereticornis, Saligna, Grandis e Alba. Todas essas espécies são de rápido crescimento, propiciando a exploração num período relativamente curto, isto é, em média de 5 a 6 anos após o plantio (LORENZON FILHO, 1982). Devido a plantação de eucalipto, chamou atenção de grande número de proprietários de terras, pelo fato de ser proibido o máximo de exploração pelo corte de matas naturais. Não se pode evitar que muitas áreas de matas fossem derrubadas, com ou sem licença das autoridades segundo Ceron (1969). Por isso, grande parte dessas áreas de capões deram lugar a produção de laranjas ou viraram canaviais. Com a escassez das matas, desde a década de 30 houve um grande surto de reflorestamento através do eucalipto com a explosão das indústrias de papel e a falta de madeira e lenha para combustível. Na década de 70, a FEPASA desativou o Horto do Tatu, que permaneceu em total abandono durante anos. Nesse período, a via férrea foi subutilizada em todo o Estado de São Paulo. A FEPASA adquiriu uma enorme dívida de IPTU com a Prefeitura de Limeira, tendo sido federalizada em 1997 e privatizada (FERROBAN), em 1998. Atualmente, o horto florestal é administrado pela RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), e de responsabilidade da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos. (Bernini 2004) O Horto é um lugar cortado por rios, corredeiras, montanhas, morros, bosques, parques, represas, trilhas e caminhos, oferece para a população limeirense e seus visitantes uma estrutura para atividades recreativas que servem de motivo para reuniões de familiares e amigos. Os frequentadores podem usufruir de uma área voltada totalmente para o lazer familiar, contendo quiosques com churrasqueira, pias e mesas anexas; completa estrutura sanitária, inclusive fraldário, playground, rede de alimentação, lago, pedalinhos, mirante, cavalgada, trilhas para caminhada e bicicleta, espaço para educação ambiental, entre outros atrativos. (PREFEITURA DE LIMEIRA 2021) O Horto Florestal Tatu é um imóvel público. Constituiu-se como objeto de planos, intervenções e ocupações por parte do poder público desde que foi incorporado ao patrimônio da Ferrovia Paulista S.A. (FEPASA). Embora a Prefeitura Municipal de Limeira nunca tenha sido proprietária do imóvel, instalou no local equipamentos públicos de sua responsabilidade e interesse,

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destacando-se, por sua complexidade e função estratégica, o aterro sanitário municipal. Também o governo estadual se apropriou de porção do terreno, no qual implementou um Centro de Ressocialização com capacidade para cerca de 150 detentos, inaugurado em 2001 (quando a área já tinha sido federalizada e integrada à Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA). Usos privados também se consolidaram ali: famílias posseiras, de um lado, e o plantio de cana-de-açúcar, de outro, contribuíam para colorir ainda mais a “colcha de retalhos” político institucional no qual se transformou o imóvel. (TAUFIC 2013)

Figura 89: Localização do Horto Florestal no Município de Limeira (SP) Fonte: Bernini 2004

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Em 2005, o Horto do Tatu encontrava-se na condição de ativo a ser negociado em meio à liquidação da RFFSA. Neste ano, o poder público local apresentou disposição em adquirir oficialmente o imóvel e assinou junto à inventariança da empresa um termo de intenção de compra e venda. O “interesse oficial” que amparava a futura aquisição do imóvel era a constituição de um Distrito Industrial, antigo projeto da municipalidade, e que deveria agora sair do papel, aproveitando-se da privilegiada localização servida à área. A operação, que garantiria segurança jurídica à instalação de empresas, foi obstruída pela interrupção do processo de liquidação da RFFSA, cujos bens foram incorporados ao patrimônio da União em 2007. Estes eram os principais ingredientes que, juntados à ocupação da área por parte do MST, agravaram o conflito agrário: os distintos interesses entre as três esferas da administração pública, a ocupação irregular da área e seu atrativo potencial econômico para uma ampla utilização empresarial, seja industrial, agrícola ou de natureza outra. A disputa federativa expressou-se inicialmente nos entendimentos contraditórios entre as justiças estadual e federal, e depois desenrolou-se nesta última instância, principalmente como braço-de-ferro entre município e União. (TAUFIC 2013)

A partir da década de 80, o horto foi sofrendo modificações em sua paisagem. Com o Decreto 008/83, a prefeitura desapropriou uma área de 236.765,18 m² para a construção do Aterro Sanitário Municipal. Em seguida, com os decretos 056/83 e 122/83, a prefeitura faz a desapropriação de 310,02 alqueires que praticamente é a totalidade da área que compõe o Horto Florestal. A princípio, seria construído na área uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), com lagoas de estabilização destinado a tratamento primário de esgoto, implantação de canteiro de mudas para uso na arborização da cidade, implementação de um parque municipal, e assim proteger as paisagens e locais e a natureza existente naquela região e criação de um distrito industrial. Em 1984, o horto foi reinaugurado e em uma homenagem ao governador do Estado na época passou a se chamar Horto Florestal Municipal “Prof. André Franco Montoro” e algumas das metas que haviam sido propostas inicialmente pela administração pública municipal, foram cumpridos apenas alguns dos objetivos. Descreveremos a seguir, as intervenções que foram acontecendo no Horto Municipal a partir de como este está estruturado. Pode-se observar que plano nenhum plano foi seguido pois o que é considerado o mais importante no horto é sua extensão em terras, sendo considerado uma importante área verde de utilidade pública. São suas estruturas: uma ampla área de lazer e recreação, área de turismo e eventos, área de esporte, área de educação ambiental, capela, nas antigas construções da Colônia da 106


Cia. Paulista funcionam a Sede da Administração do Horto, a Sede do “Grupo Escoteiro Tatuíbi”, área residencial de funcionários do horto, viveiro de mudas ornamentais e urbanas, Associação de Produtores de Mudas (produção de borbulhas para enxertia de citrus), área de cultivo de soja e milho (sistema de parceria com um sitiante da região), Clube de tiro ao alvo, Clube de Aeromodelismo, possui, o Kartódromo Municipal, pista de motocross, o aterro sanitário e, atualmente, o presídio (denominado Centro de Ressocialização) (Bernini 2004) Constata-se, portanto, que desde a década de 80 a administração municipal atua de maneira dividida em relação a utilidade e ocupação do horto florestal. Enquanto aquele espaço foi disputado judicialmente entre a prefeitura de Limeira e a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), a área tem sido efetivamente ocupada com alguns equipamentos causadores de impactos ambientais e psicossociais, como é o caso do Aterro Sanitário, em funcionamento desde 1983 e do CR (Centro de Ressocialização), implantado pela Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, em funcionamento desde 2001. Segundo informações do setor de Cadastro da Prefeitura toda a documentação de funcionamento, inclusive a planta do CR, ainda se encontram em processo de aprovação pela prefeitura e outros órgãos (Processo nº 2385/2001). Porém, o acesso ao processo não foi disponibilizado sob a alegação de se tratar de projeto de construção de equipamento de segurança que só poderia ser manuseado por alguns funcionários daquele setor da prefeitura. (Bernini 2004)

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CAPÍTULO 4 PROPOSTA PROJETUAL

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4.1 PROPOSTA DO PARQUE URBANO

O Horto é um lugar que falta espaços de atividades para lazer. O partido inicial do projeto é a requalificação do Horto para que ele possa conter novos e mais espaços e atividades para o lazer da população de Limeira. Haverá na área da lagoa, um deck em forma de arquibancada onde as pessoas poderão ter o contato com a água, e através de uma ponte haverá a ligação do deck para o restaurante flutuante na lagoa. Além da presença e contato com a água, o partido tenta trazer a conexão com a natureza através da cura do corpo e da mente pelo contato e pelo aroma das plantas. O parque contará também com espaços expositivos para contato com a cultura, áreas de esporte e exercícios físicos. Haverá um espaço zen - um lugar calmo para práticas de atividades relaxantes, área de alimentação e também um espaço para pets. Todo o Horto contará com um circuito de ciclismo, caminhadas e trilhas interligando todos os setores do parque. O objetivo deste projeto é trazer uma maior diversificação de atividades para o Horto e não apenas trilhas, como é atualmente. Para a decisão das atividades que estarão presentes no projeto, foi realizada uma pesquisa com alguns moradores da cidade para saber a opinião deles sobre o horto, o que eles sentiam necessidade que não tinha no parque e o que eles achavam interessante que tivesse no parque.

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Como visto no levantamento e na pesquisa, a cidade de Limeira carece de espaços ao ar livre que sirvam de recreação para a população. No mapa de parque no capítulo de áreas verdes da cidade de Limeira, percebemos que o Horto é um dos poucos parques que existem na cidade e ele não é o mais utilizado por sua distância da cidade e falta de atividades de lazer, o Parque Cidade de limeira é o mais utilizado e vemos que ele sofre por não ter um tamanho que comporte toda a população que quer utilizar uma área ao ar livre para lazer. Então a requalificação do Horto Florestal, com sua área extensa área poderia ser uma solução para essas pessoas que buscam um local para práticas de atividades de lazer ao ar livre. A proposta é de requalificar um espaço de área verde que hoje em dia sua maior atração e talvez única sejam as trilhas além dos complexos. Um espaço que se destina para eventos esporádicos. A área da proposta da requalificação corresponde a área 1,5 e 9, do mapa 90 que são respectivamente a área de lazer a área do bosque de eucaliptos a área usada para o centro de requalificação e dentro dessa área atualmente se encontra também o zoológico da cidade. 114


Figura 90: Horto Florestal do Tatu – Usos e Propostas Fonte: Prefeitura Municipal de Limeira. Secretaria de Planejamento Urbano

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4.2 MEMORIAL DESCRITIVO

Para começar e estruturar a proposta, foi feito um mapa de ideias com as respectivas atividades segundo a pesquisa realizada com os moradores da cidade. Então foi espalhado as atividades que seriam atribuídas ao Horto e onde focariam distribuídas essas atividades. Como durante a pesquisa não foi encontrada uma planta base, todo o mapeamento dos mapas foi realizado em cima da foto aérea.

Figura 91: Foto aérea do Horto Florestal de Limeira Fonte: google maps

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Figura 92: Plano de Ideias Fonte: Autor 117


Seguido da realização do mapa de plano de ideias, foi realizado um mapa de plano de massas para definir melhor onde ficaria cada atividade assim como determinar suas áreas.

Figura 92: Plano de massas Fonte: Autor

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Na figura 93, vemos o mapa da proposta de intervenção. O partido tem como objetivo trazer conexão e mais fluxos pra todas as áreas do parque. As áreas de intervenção ficam localizadas onde não há plantação de eucalipto e nas clareiras entre os bosques para assim não haver retirada de arvores. Os novos fluxos conectam as áreas de intervenção entre si criando assim áreas para trilhas e pista de caminhada e ciclismo e possivelmente outras atividades como patinação, corrida, etc. Como indicado nas legendas haverão 5 entradas cada uma indicando uma área do parque, a área da entrada do Bosque, na parte de cima, 3 entradas perto das duas lagoas e uma entrada dedicada ao zoológico. Na lagoa maior haverá um deck onde as pessoas poderão usufruir da lagoa e poder utilizar essa lagoa para nado e para pedalinho, esse deck contara com pavimentos de nível de arquibancada pois a ideia é que sirvam como arquibancadas para as pessoas que quiserem apenas ficar sentado perto do lago e o nível debaixo para as pessoas que quiserem ficar mais próximas da água, como adultos tomando conta de seus filhos nadando, ou os próprios banhistas. Já na lagoa menor, poderá ser praticada atividades como pesca esportiva. A proposta ainda conta com uma conexão entre o parque e o Ribeirão do Tatu, podendo utilizar do ribeirão para pratica de tirolesa. A área da pedreira não poderá ser inclusa no projeto devido a sua atividade. A intenção é requalificar a área do horto que existe a tantos anos e a tantos anos também está caindo em desuso. A vontade de trabalhar com a agua para ela deixar de ser um objeto de contemplação, o partido também é de manter o local como sua vocação, que é de um horto, ou seja,

uma unidade de conservação ambiental onde é estudada a multiplicação das espécies florestais, tendo como objetivos principais a instrução sobre botânica, a vulgarização dos conhecimentos sobre plantas úteis, generalizando sua cultura, coligindo as produções indígenas e transplantando as exóticas, além de finalidades recreativas e produção de mudas. (SIRGH SP 2021). Outro tópico que era uma intenção muito forte no partido era integrar a área do zoológico com o resto do parque, deixando de ser assim uma área desconexa existindo separadamente do conjunto do parque e sem uma entrada direta. A integração dos trilhos do trem e do ribeirão tatu conectados ao parque são outra premissa de projeto. Atualmente o horto não tem mais ônibus e nenhum tipo de transporte público que chegue até ele, apesar desse trem ser um trem de carga a proposta era que esse trem que corta o parque todo fosse um meio de transporte público que chegue ao parque já que ele passa pela rodoviária da cidade e pelo terminal de ônibus e ao lado desses dois espaços que são vizinhos, existe uma 119


estação. Já o caso do Ribeirão, era que ele fosse aproveitado também com atividades esportivas e de lazer ligadas ao parque quando este estiver despoluído.

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Figura 94: Mapa de proposta de Intervenção Fonte: autor

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Figura 95: Mapa de Zoneamento Fonte: Autor O mapa de zoneamento mostra os locais onde as atividades e quais atividades o parque receberá. A primeira área é onde se localiza o atual zoológico da cidade. A segunda área será a nova entrada do parque, a entrada para o zoológico, enquanto que a terceira área contará com brinquedos lúdicos conectados ao zoológico. Em uma área cercada pelas arvores se encontra o 4° local de intervenção, uma área de clareira onde as pessoas poderão trazer sues lanches de casa e curtir um piquenique enquanto estão no meio da mata. A ideia da área 5, museu de educação ambiental é criar um espaço onde as crianças de escola possam fazer excursões para aprender a como cuidar do meio ambiente de forma interativa a entender e respeitar o meio ambiente, sendo isso feito atualmente na cidade de rio claro poderá ser feito na cidade já que não temos isso. A 6° e 7° área estão conectadas pois são algo único, a área da lagoa onde como já dito anteriormente poderão realizar atividades como nado e pedalinho com um deck para que as pessoas tenham um maior contato com a água e não apenas um espaço de contemplação. A 8° área é a praça de distribuição, esse lugar terá como função ser o espaço principal de atividades no parque e levará as pessoas para todas as outras áreas do parque, será um ponto de encontro. As áreas 9, 10 e 11 estão conectadas na área principal do parque também, na maior área livre de arvores, e contarão com os programas de praça de alimentação com food trucks e várias tendas, uma infraestrutura simples, mas que possa fornecer a opção para os visitantes de não apenas trazer a comida de casa para fazer piquenique, mas ter a facilidade e praticidade de poder contar com alguma fonte de alimentação ao longo de sua estadia no dia em que frequentar o parque. A área 10 será um espaço de exposição ao ar livre para conectar a arte e a cultura à natureza. A área 11 será mais um play adventure bem como a área 16. A intenção é que tenham vários pontos de atividades interativas com as árvores do parque para pessoas de qualquer idade poder se divertir de forma a se conectar com a flora. A área 12 é a lagoa menor, onde a atividade será a pesca esportiva. Na 13° área é a entrada para o bosque, que está conectada as áreas 16 e 17, sendo a área 16 os viveiros de mudas de arvores de diversas espécies de biomas e contará com outro play adventure, esse mais voltado a atividades esportivas radicais da área 17 que recebera o rapel e a tirolesa como na referência do Parque Nacional do Itatiaia onde há vários brinquedos de atividades radicais, a tirolesa irá cair no Ribeirão do Tatu. A 14° área, é uma conexão com a área 15 e é uma praça de descanso para quem está fazendo as trilhas, nela conta também a pratica do arvorismo por se encontrar na parte do bosque maior enquanto que na área 15, é uma área de encontro para quem está fazendo a trilha ou ate mesmo na pista de caminhada e ciclismo poder parar, relaxar e depois se dirigir as outras áreas do parque. Abaixo seguem algumas foto montagens de como imaginei que poderiam ficar algumas áreas de intervenção. 122


Figura 96: Foto montagem área 9 – Praça de Alimentação Fonte: Autor

Figura 97: foto montagem - Pista de caminhada e ciclismo Fonte: Autor 123


Figura 98: Foto Montagem área 10 Exposição ao ar livre Fonte: Autor

Figura 99: Foto Montagem Pesca Esportiva área 12 124


Fonte: Autor

Figura 100: área 7 – Foto montagem deck Fonte: Autor

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CAPÍTULO 5 CONCLUSÕES PARCIAIS

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5 CONCLUSÕES PARCIAIS O trabalho teve como desenvolvimento, a requalificação do Horto Florestal de Limeira, um espaço que como vimos, tem um grande potencial e pouco uso devido a sua falta de atividades. O trabalho permitiu compreender melhor como poderia ser feito essa requalificação e através de pesquisas realizadas sobre a área de paisagismo em parques urbanos, o que são, como se estruturam, sua história foi possibilitada entender um pouco mais sobre os parques urbanos em si para que eu pudesse saber o que é e de que forma eu poderia requalificar assim o Horto. Foi permitido avaliar e analisar o que seria a melhor contribuição para o parque. Devido a essas pesquisas o resultado do trabalho foi um plano de massas que contêm o levantamento do parque concluindo assim que o melhor lugar para fazer as intervenções seriam nas áreas desmatadas. Através do levantamento da pesquisa de opinião do formulário de solicitações respondido por 48 pessoas, foi possível entender os déficits do parque e decidir que tipo de atividades seriam interessantes e agradariam aos visitantes. Outro resultado obtido foi a possibilidade de encarar com novo olhar de como projetar parques de qualidade, onde nestes as pessoas tenham a possibilidade de viver a vida ao ar livre. Através desses resultados chegamos a outras questões que é o porquê um projeto desse não é executado hoje, que são a falta de pesquisa, investimento, plano diretor focado em áreas verdes, visibilidade. Através de pesquisas conceituais que foram importantes para realizar os estudos e o desenvolvimento dos mapas, foi analisado os perfis e padrões e dados da população que respondeu à pesquisa de formulário para saber o que a população carecia, foi possível perceber os resultados problemas encontrados no projeto a partir do que foi feito. Foi proposto uma intervenção nas áreas livres de mata, propondo biodiversidade vegetação endêmica, mais atividades, infraestrutura, já que atualmente o parque carece disso. O tipo de vegetação pelo o que foi pesquisado é o bosque de eucaliptos somente, teria que ser feita uma pesquisa de campo para saber e a procedência e veracidade disso. O Horto tem cerca de 70 metros de desnível, sendo isso descoberto através da construção do modelo 3D, cuja planta de base foi obtida pelo site cadmapper. Não temos muita informação sobre a fauna, além dos animais grandes como as capivaras que frequentam as lagoas. O horto tem mais de 320 alqueires em seu total com todas as suas áreas, isso foi descoberto no site da prefeitura, porém a dificuldade foi em saber quanto tem a área do bosque de eucaliptos que é a área que será trabalhada nesse projeto. A metodologia usada para encontrar as fontes de informação metodologia que usei p fazer essa pesquisa bibliográfica e no final qual foi o resultado disso esse estudo projeto foi de grande importância para valorização do parque como um todo levantar a discussão sobre parque dar visibilidade levantar propostas de requalificação e melhoramento. 127


Foi difícil encontrar dados sobre a história do local, sobre o bairro em que ele está localizado, sobre a fauna que não foi possível encontrar informações. Encontrar os mapas da cidade que não tinham no site da prefeitura, foi necessário encontrar em outras fontes e então conseguir ir ao site que muitas vezes já não tinha mais essa informação ou os sites que já não existiam mais. Tudo qoue foi relacionado a Limeira foi difícil encontrar informação, também poucas pessoas para o tanato de habitantes da cidade responderam ao questionário o que da uma noção muito rasa do que a população sente falta no parque. Espero que esse trabalho possa atrair mais pessoas a conhecerem esse local, trazer mais visitantes e assim, mais interesse para complementar e dar continuidade a esse projeto.

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CAPÍTULO 6 REFERÊNCIAS

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