Jornal 'O Pregão'

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Propriedade: Escola Secundária Martins Sarmento Alameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163 Código da Escola: 402187 Director: José Manuel Teixeira Coordenação Geral: Glória Manuela Machado Grafismo e paginação: José Faria Email: o.pregao@esmsarmento.pt nº 10 Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento

Editorial Queridos Leitores, É chegada uma nova época natalícia. E, nesta tão repetida expressão, reparo agora na redundância – em rigor nunca redundante – entre nova e natal. Natal é, pois, nascimento, é desabrochar, é florescer, pelo que só pode implicar novidade. Esta é, também, por excelência, a época do recolhimento, do calor, da tranquilidade, da paz, da intimidade e da reflexão. E, neste espaço de familiaridade, olhamos sempre com inesperada curiosidade o nosso interior e damos alento aos nossos afetos. É também, pois, nesta época, que olhamos com olhos renovados de esperança o que de mais belo possuímos e diariamente desvalorizamos: os nossos amigos, os nossos familiares, o conforto dos nossos lares, a singularidade da nossa histórica cidade. E olhamos também, aqui, deste nortenho sopé da imóvel montanha da Penha, para a nossa escola e para o que nela resiste ao passar do tempo. Neste refrescar de imagens surge-nos, como um marco inalienável, o nosso centenário S. Nicolau e as tão liceais festas nicolinas. Ao vermos a alegria esfusiante da nossa moçarada, somos obrigados a sentir que as marcas da Escola Martins Sarmento estão vivas e enraizadas e mantêm inalienável a nossa cultura e a nossa marca. Somos uma escola sólida, forte, antiga, mas jovial; séria, mas divertida; centenária, mas renovada; grande no espaço e na alma. Por isso, na única Martins Sarmento, há e houve natal. Houve natal em dezembro, em novembro e há natal sempre que os alunos revelam uma escola mensageira, que dissemina vida pela cidade. A todos os Nicolinos, Licelinos & companhia, um 2014 cheio de pregões e de natais. Glória Machado

Dezembro 2013

Nicolinas 2013 Ceia do Pinheiro na ESMS

Reportagem fotográfica

Universo ESMS: 'Escola com Pedalada', Prof. Ricardo Lopes p. ??

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Em destaque: Malala Yousafzai

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Opinião: 'Quando a inclusão não deve ter limites'

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Universo ESMS: 'Columna', Prof. João Miguel Ferreira

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Escola Secundรกria Martins Sarmento O Pregรฃo

Destaque

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O Pregão Dezembro de 2013

Destaque

Paulo César Gonçalves (Escritor e antigo aluno da Escola Secundária Martins Sarmento)

Posses Texto dedicado à excelentíssima Senhora Professora Fátima Lopes

Ou lá... Quem aí vem? Que quereis? Quem vos manda? Vindes por mal... Ou será por bem? Ah! Convosco trazeis banda? Se para festa é, bem-vindos sejais, De festa andamos necessitados... Estou sem óculos... Não vejo mais Do que moços estranhamente fardados; Que chão é este, acaso sabeis? Que casa é esta aqui achada? Em terra de castelos e de reis Também esta é muito venerada! E tu, ó fabricante de barulho Pareceu-me familiar som escutar... Desvenda um pouco de teu embrulho Faz-te ouvir, começa a tocar! Oh...Tão grande é a alegria Que me assoma todo o peito; Bela e saudosa a melodia De nicolau... (Pausa) estou sem jeito! Ó nobre rapaziada, mil perdões... Sem lunetas não vos reconheço; Pois nem que escreva eu mil pregões Vosso honroso perdão não mereço! É a posse que vindes reclamar? Oh, claro... Era retórica pergunta; Fazei esta tradição perdurar Nunca, mesmo nunca, a deixeis defunta! Sempre foi esta casa a vossa E sê-lo-á enquanto o mundo durar; Nem que apenas pão dar se possa, Estai certos: posse há, para entregar! Ó banda, ó grandiosa bandinha,

Ilumina o escuro à noite; Alto, bem...Ou mal, e afinadinha, Toca!... Não sairá daqui açoite! Pois muito bem...Quereis já a posse? Dizei que sim e fá-la-ei descer; Parou! Maldita! Apareceu-me tosse... Algo preso tenho ainda para dizer; Bendita sejas, tropa de nicolau, Possas tu a barriga encher ao pobre; A maçaneta segura, força no pau, De grande porrada o governo cobre! Põe o dito a comer madeira E fá-lo com agressiva “ternura”; Se lhe vier farta caganeira Que fruto seja de tanta “serradura”!

Esta é a posse do velhinho liceu E vai de saudade bem carregada, Seu recheio é agora só teu; Segue, ainda é longa a jornada! Despeço-me, nicolina juventude, Para o ano, já sabes, cá te espero, Com ou sem comida, vinho... Saúde Será o meu cesto sempre sincero! E toque a banda! Liceu, 4 de dezembro de 2013


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Crónica

Crónica muito pouco isenta (como de resto são todas as crónicas) Paulo César Gonçalves, antigo aluno do Liceu de Guimarães

Mãe de Portugal e Berço de tradições únicas, Guimarães é uma terra de muitas particularidades. Talvez por isso tenha a si associado um sem número de histórias que confundem mito e realidade. Não sou paladino do excessivo rigor, do cinzentismo ou da crueza do óbvio: é precisamente nessa mais do que aparente confusão que reside a beleza das coisas. Desde tempos quase imemoriais que vive no seio dos Vimaranenses a celebração estudantil mais antiga do País: as Festas Nicolinas. Ainda que várias sejam as teorias quanto à sua real origem, importará muito mais referir que as mesmas foram abraçadas de corpo e sobretudo Alma pela Fundadora Cidade. Com altos e baixos, souberam resistir ao desgastante e incessante marchar do tempo, estando nelas cristalizado um Amor de contornos quase míticos e, porque não escrevê-lo, místicos. Dizem, e eu concordo, que são as festas estudantis mais originais que existem. Acrescento: As mais bonitas, as mais tocantes; aquelas que, de forma mais capaz, conseguem transpor o plano do imaginário colectivo de uma cidade, transformando-se em realidade vivida (e sentida!). As Nicolinas são a verdadeira alma de Guimarães! As Festas de todos os estudantes vimaranenses, “velhos” ou “novos”, são alimentadas por um espírito único: o Nicolino! Definir o papel que parece desempenhar? Perpetuar, espalhar e fomentar, nas gentes de Guimarães, o Amor transversal à causa Nicolina. Solidificar a mais profunda Alma Vimaranense através da fortíssima e indissociável ligação às Nicolinas, nos seus fazendo viver como realidade sempre presente esta festa. Os de Guimarães anseiam pela celebração porque nesse espaço de tempo, se

é que é possível defini-lo assim, é-se ainda mais Vimaranense! É por isso mesmo que um Nicolino, esteja ele em Paris, na Suécia, em Edimburgo, na Polónia, nos Estados Unidos ou na Austrália, sabe que a 29 de novembro a cidade sai à rua para celebrar o começo dos velhos e tradicionais festejos a São Nicolau ou, como o erudito João de Meira (e estamos em ano de centenário da morte deste génio Vimarano) os baptizou, no seu Pregão de 1904, a “Festa Nicolina”. São conhecidos casos de várias pessoas que viajam propositadamente de destinos longínquos para poderem estar, nessa mesma noite, no “Cano”, nos “Palheiros” ou no “Campo da Feira”. As ruas de Guimarães são, por essa altura, palco de reencontros. É esta magia que faz correr, de mão em mão, de geração em geração, o apego à “Antiga Folga”. Não há que enganar. Quem aceitou o amável convite para escrever estas humildes linhas é um Nicolino de longa data ou, como tão bem dizem aqueles que antes de mim apanharam esta “febre”, um “Velho (Nicolino)”. Será, porventura, discutível chamar-se “Velho” a alguém com trinta anos sendo esta uma das particularidades das Festas. Então e os “novos”? Ora, os “novos” enfeitam os corredores e as salas de aula das Escolas de Guimarães. Os “novos” são aqueles que têm por missão “transportar o facho”. Também eu já fui um “novo”. Partilho, em seguida, um pouco daquele que foi, para mim, o inesquecível dia de “baptismo”: (…) “A fachada do Liceu está apinhada de gente, gente estudante, que se estende pelo espaço existente. Bombos, caixas, peles, cordas, baquetas, maçanetas, cintos e lenços...Dançam por entre mãos e vigor,

. As “minhas” Nicolinas, nasceram, cresceram e vivem (ainda) no Liceu. Talvez seja por isso que, todos os anos, qual Romaria, a (minha) noite do Pinheiro (já com Ele bem ao Alto) acaba no “verdadeiro sítio da Saudade”. As Festas são de todas as Escolas. As “minhas” são do Liceu. Sempre e para sempre!


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Crónica

por entre gestos e sons, por entre sorrisos, exemplos e afagos. Por entre afetos. Há os que preparam os instrumentos e os que ajudam. Há os que ensaiam os toques e os que apenas assistem. Há os mais velhos e os mais novos. Pelo meio deste espetáculo, deste arco-íris também sonoro, escuta-se timidamente o toque de entrada. A indiferença é quase total. Alguns, os mais novos, com toda a certeza caloiros como eu, perguntam entre si se vão às aulas. Alguns dos mais velhos, condicionados pelo rugir da tonitruante batida mas ainda assim atentos às coisas da Tradição e às dúvidas dos novatos, respondem de pronto: "Aulas? Hoje começam as Nicolinas! É dia do Pinheiro! Não há aulas para ninguém. Isto é o Liceu! O Liceu!" Ainda que a resposta não tenha sido diretamente para mim, foi-o em conteúdo. Foi o dia. O dia em que eu percebi.” Não me peçam, nunca, para ser isento. Não o sou. Jamais o serei. As “minhas” Festas, as “minhas” Nicolinas, nasceram, cresceram e vivem (ainda) no Liceu. Talvez seja por isso que, todos os anos, qual Romaria, a (minha) noite do Pinheiro (já com Ele bem ao Alto) acaba no “verdadeiro sítio da Saudade”. As Festas são de todas as Escolas. As “minhas” são do Liceu. Sempre e para sempre! Contudo, as Festas são tão minhas como são de qualquer outro. As Nicolinas são de todos e para todos! Presentemente, as Festas gozam de grande adesão, sobretudo o seu número mais popular, o Pinheiro, o anúncio ao mundo de que começou o tempo de folia. No entanto, julgo ser de fulcral importância referir os restantes números das Nicolinas, de importância inquestionável. É (e foi) necessário um trabalho de sapa para chegarmos a esta data com tamanha pujança. Mas nunca é suficiente! É necessário sensibilizar as Escolas para a causa Nicolina, para a tradição, para TODOS os números, de igual modo. É preciso que se saiba que é unicamente em Guimarães que os estudantes do ensino secundário usam com orgulho o tradicional traje académico português e, mais do que isso, se saiba porquê. É preciso que as novas gerações saibam quem foi a Senhora Aninhas, Madrinha dos Estudantes de Guimarães, por-

ventura a mais romântica de todas as figuras ligadas às Nicolinas. É preciso que as novas gerações saibam quem foi Jerónimo Sampaio, o “Catedrático da Juventude e da Alegria”. É necessário saber quem foi o Comandante José Luís de Pina, Professor do Liceu de Guimarães. É preciso que as novas gerações saibam quem foi o Engenheiro Hélder Rocha, o saudoso e inesquecível Nicolino Mor, Pregoeiro nos anos de 1935 e 1936; É preciso que as novas gerações conheçam muitas outras figuras e muitos outros episódios, que chegaram até nós fruto da tradição oral ou através das inestimáveis obras de homens como A.L. de Carvalho ou Lino Moreira da Silva, entre vários outros.

É fulcral o papel das Escolas, para que no futuro possamos ter outra “Senhora Aninhas”, outro “Jerónimo Sampaio” ou outro “Nicolino Mor. Talvez até já “floresçam” por aí. Conhecer a nossa Terra e as cores que a preenchem é conhecermo-nos de forma mais vincada. Como tão bem defendia Tolstoi: “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia.” Comecemos por pintar a nossa, com o “Pinheiro”, com as “Novenas”, com as “Posses” e o “Magusto”, com o “Pregão”, com as “Maçãzinhas” e as “Danças de São Nicolau”. Até com as “Roubalheiras”! Porque as Nicolinas fizeram-se e fazem-se de figuras. E não há “ciência” que as pague!


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Destaque

Malala Yousafzai: A coragem de uma menina

Dia Mundial da Declaração Universal dos Direitos do Homem (10 de dezembro) Artigo 26.º 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.

Malala luta desde que nasceu. Momentos depois do parto, ninguém deu os parabéns à família, antes condolências. Afinal, era uma menina que nascia. Todavia, essa menina, aos 11 anos, já dava entrevistas à televisão paquistanesa sobre a importância da educação. Em 2009, saltou a fronteira e começou a escrever um blogue na BBC - sob anonimato - onde relatava o que se estava a passar no Paquistão sob o domínio talibã. Desde então, os talibãs tentaram silenciá-la. Na sua terra natal, o Vale do Swat, era uma pessoa conhecida e mal vista pelos talibãs. Filha de um professor, lutava abertamente para que as meninas também pudessem frequentar a escola, contrariando as ordens dos fundamentalistas. Em 9 de outubro de 2012, Malala voltava da escola para casa com algumas amigas. Nessa terça-feira, os militantes talibãs invadiram o autocarro da escola, perguntaram "Quem é Malala?" e dispararam um tiro contra a cabeça da adolescente. A sua situação parecia grave: após uma operação de emergência, foi transportada de avião para Inglaterra onde, durante os meses seguintes, lutou para sobreviver ao atentado. A jovem vive nesse país até hoje, juntamente com a família. A bala, que podia ter calado para sempre a menina que só queria ir à escola, não a matou nem a domou. "Eles pensavam que as balas nos iam silenciar, mas enganaram-

-se. E desse silêncio nasceram milhares de vozes", disse numa entrevista à BBC. Quando tomou consciência de que tinha sobrevivido, Malala, primeiro, agradeceu a Deus; depois, descobriu que tinha uma missão a cumprir. Depois de muitas cirurgias e cuidados intensivos, num hospital inglês, a jovem retomou a palavra, destemida, agora, a partir de um palco muito maior. A ativista que nunca tinha saído da sua aldeia foi ouvida na Organização das Nações Unidas (ONU) no dia em que completou 16 anos, numa entrevista à BBC, em programas de televisão, e levada pela imprensa ao mundo. Foi nomeada Embaixadora da Consciência, pela ONG Amnistia Internacional e indicada para o Prémio Nobel da Paz. A coragem de Malala levou a ONU a criar um programa global de educação para meninas chamado "I am Malala", título que a jovem também elegeu para a sua autobiografia, uma longa história de apenas 16 anos de vida: "Eu sou Malala" - A menina que os talibãs queriam matar por lutar pelo direito à educação". Nesse testemunho, resume o seu principal desejo: "Quero que todos saibam: não peço ajuda para mim mesma. Só desejo apoio para a minha causa: paz e educação". Este ano foi criado o Fundo Malala com o objetivo de angariar apoios para a educação de meninas em todo o Mundo.


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Destaque

Quero que todos saibam: não peço ajuda para mim mesma. Só desejo apoio para a minha causa: paz e educação

• Imediatamente após o lançamento da sua autobiografia, foi distinguida pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento. Essa distinção, que recebe o nome do dissidente russo e Prémio Nobel da Paz Andrei Sakharov, é concedida desde 1988 para homenagear pessoas ou organizações que dedicaram ou dediquem a vida à defesa dos direitos humanos e das liberdades civis. O presidente desta organização, Martin Schulz, louvou a jovem de 16 anos como "uma pessoa de coragem exemplar, num país onde meninas são alvo de atiradores". O destino transformou a paquistanesa Malala Yousafzai numa figura simbólica da luta contra a repressão de meninas e mulheres. Logo ficou claro que os talibãs fracassaram no intuito de fazê-la calar. Líderes mundiais elogiaram a bravura de uma menina que fez frente aos terroristas. Os médicos que lhe traçaram um prognóstico muito reservado reconheceram a sua determinação e coragem.

A ativista, que nunca tinha saído da sua aldeia, foi ouvida na Organização das Nações Unidas (ONU) no dia em que completou 16 anos, numa entrevista à BBC, em programas de televisão, e levada pela imprensa ao Mundo. Se um talibã voltasse a cruzar o seu caminho, Malala Yousafzai olharia para ele nos olhos e dir-lhe-ia que a educação é um direito de todos. Depois, que fizesse o que entendesse: que a matasse ou a deixasse viver. Prof. Rosa Manuela Machado (adaptado a partir de www.dw.de)


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Opinião

Quando a inclusão não deve ter limites… Maria de Belém Cunha Carla Ricardo Torres (Docentes de Educação Especial)

A escola, enquanto organismo social, evoluiu através dos tempos, influenciada pelos poderes culturais, técnicos, sociais e pedagógicos. Atualmente, e pelo contexto económico dramático que o mundo vive, a escola passa por uma série de transformações que exigem respostas diferentes e diversificadas de modo a que possa continuar a ser vista como um organismo moderno, atual, flexível e capaz de dar respostas prontas e eficazes a todos. A crescente mutação que se vai operando nas sociedades da pós-modernidade exige uma educação de qualidade para todos, que contribua para a formação de cidadãos participativos na construção de uma sociedade assente na cooperação, na parceria e na solidariedade, onde o paradigma dominante seja a escola de todos. A construção desta escola representa não só a convergência de uma multiplicidade de interesses partilhados pelos vários intervenientes no processo educativo, mas também no máximo interesse social. O sistema educativo regular tem, assim, de disponibilizar todos os meios necessários para dar resposta às necessidades de todos os seus alunos, incluindo, natural-

mente, os alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), identificados com a Educação Especial (EE). A inclusão desta população nas estruturas regulares de ensino reclama, obviamente, os esforços e a criação de sinergias de toda uma sociedade alargada, desde a família, a escola, forças comunitárias e sociais, políticas, etc, ainda que seja erradamente pensado por muitos que a proposta de inclusão seja unicamente da responsabilidade dos serviços da EE (Veyer et al, 1997). Se a inclusão de alunos com NEE deve ser, antes de mais, um princípio, a sua prática deve ser entendida como um processo que requer uma análise cuidada das suas múltiplas vertentes, humanas e físicas, onde teremos de agir necessariamente sobre as estruturas (flexibilização organizacional), sobre as atitudes e seus agentes (formação) e sobre os contextos ou envolvimentos. Falar de EE, é falar de todo um conjunto de recursos e possibilidades de adequações específicas no processo de ensino e aprendizagem que se diferenciam da maioria dos seus pares. Estabelecer ferramentas programáticas e instrumentos diferenciados de acessibilidade aos curricu-

Com o alargamento da escolaridade obrigatória para os 18 anos de idade (Lei 85/2009 de 27 de agosto e DL 176/2012 de 2 de agosto) um novo problema emerge, não apenas para os alunos com deficiência e para as suas famílias, mas também para as escolas, que têm de concorrer com uma obrigação legal e com uma organização curricular e disposições organizativas que colidem por vezes, e de forma irremediável, com o pressuposto de garantia de sucesso escolar individual destes alunos.


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Opinião

la, garantindo uma educação obrigatória para todos os cidadãos e que corresponda ao sucesso individual na medida de cada um, é uma preocupação mundial na atualidade, cuja rutura com modelos mais elitistas se inicia com a Conferência Mundial sobre NEE – Uma educação para Todos – realizada em Salamanca de 7 a 10 de junho de 1994, perseguindo desde então uma orientação inclusiva, privilegiando as escolas regulares de ensino como contextos por excelência de combate a atitudes discriminatórias. Determina-se assim a extinção da EE como uma modalidade de resposta educativa especializada exterior à escola, obrigando a uma reordenação de recursos identificados com este serviço, a critérios de elegibilidade mais consensuais e fundamentados do ponto de vista educativo, a medidas mais eficazes e operacionalmente mais racionais. Cada vez mais, e porque a EE reside agora na interioridade da escola, torna-se urgente que esta seja capaz de responder a novos desafios, não apenas perante a deficiência, mas também sobre a diferença e a diversidade das populações altamente heterogéneas que hoje compõem o tecido escolar. As es-

Com o alargamento da escolaridade obrigatória para os 18 anos de idade um novo problema emerge, não apenas para os alunos com deficiência e para as suas famílias, mas também para as escolas, que têm de concorrer com uma obrigação legal e com uma organização curricular e disposições organizativas que colidem por vezes, e de forma irremediável, com o pressuposto de garantia de sucesso escolar individual destes alunos. colas, desta forma, devem proporcionar oportunidades curriculares que correspondam às capacidades e interesses distintos dos seus alunos, desenvolver uma gestão mais flexível das propostas curriculares, diversificar ofertas educativas, fomentar a ajuda entre alunos e docentes (co.teaching), garantir os apoios aos alunos com dificuldades e necessidades específicas e promover relações e ações estreitas com a comunidade e com as famílias. Com o alargamento da escolaridade obrigatória para os 18 anos de idade (Lei 85/2009 de 27 de agosto e DL 176/2012 de 2 de agosto) um novo problema emerge, não apenas para os alunos com deficiência e para as suas famílias, mas também para as escolas, que têm de concorrer com uma obrigação legal e com uma organização curricular e disposições organizativas que colidem por vezes, e de forma irremediável, com o pressuposto de garantia de sucesso escolar individual destes alunos.

Questionar então se a escola é capaz de levar a bom porto projetos pessoais de inclusão, se é capaz de aceitar o grau de adequações curriculares e de avaliação necessários que os seus alunos com NEE impõem, se regista condições objetivas e reais para se ajustar a esta nova realidade, não será também questionar quais os limites da inclusão ou se ela em si mesma tem limites? Não tendo, como é nossa crença, eles (limites) poderão na maioria das vezes ser impostos por ação externa (legislação), mas também e quiçá por ação interna, quando os imaginários e as representações sociais dos agentes do ensino sobre a EE e o que ela representa são de todo pessimistas, desajustados ou descaraterizados do momento ideológico-educativo atual. Hoje e aqui, importa sobretudo refletir e entender que a qualidade da inclusão depende diretamente da qualidade da escola que temos. •


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Universo ESMS Educação Especial - Quando a Inclusão não deve ter Limites…

Igualdade de oportunidades de acesso e sucesso escolar O grupo da Educação Especial candidatou para acreditação (15 horas/ 0.6UC) uma Ação de Formação para docentes da Escola Secundária Martins Sarmento subordinada ao tema “Quando a Inclusão não deve ter Limites… Igualdade de oportunidades de acesso e sucesso escolar”, cuja monitorização caberá à Professora Maria de Belém Cunha. Esta ação

teve início no dia 7 de dezembro, com um Seminário aberto a toda a comunidade escolar e orientado pelo Dr. Serafim Queirós (DGEstE) e pelo Dr. Vitor Tété Gonçalves (Agrupamento Eugénio de Andrade, Porto) • Profª. Maria de Belém Cunha e Profª. Carla Ricardo Torres

Back to School

Comissão Europeia na Martins Sarmento Decorreu, no passado dia 31 de outubro, no auditório da Escola Secundária Martins Sarmento, a quarta edição da iniciativa "Back to School", organizada pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, com a colaboração da Direção-Geral da Educação. A iniciativa, promovida pela Comissão Europeia, realizou-se em escolas dos distritos de Braga, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Beja e Faro. Ao longo de um dia foi "embaixador" da instituição europeia o Dr. Rui Miguel Cordeiro da Silva, da Direção-Geral para as Redes de Comunicação, Conteúdos e Tecnologias da Comissão Europeia, e ex-aluno desta escola. Conversou com os atuais estudantes sobre a Europa e partilhou as suas experiências de trabalho, ao mesmo tempo que promoveu o debate sobre temas relacionados com a União Europeia. Este evento teve por objetivo contribuir para a divulgação da cultura, das oportunidades e das especificidades do trabalho na Europa e, a nível mais pessoal, permitiu que o convidado contactasse com a realidade atual da

sua antiga escola e mostrasse, pelo seu exemplo profissional, possibilidades vocacionais com as quais os novos alunos se possam identificar. Estiveram presentes alunos das turmas 11º SE, 12º SE, 12º LH e 2º PR, acompanhados por professores das áreas de Direito, Economia, Português e História. Os alunos foram muito participativos, colocando questões pertinentes e mostrando curiosidade e espírito crítico. A organização do evento esteve a cargo dos docentes Carla Menezes e António Moura. •

Universo ESMS

Será nada fazer agir? Poderá o facto de um sujeito não fazer nada ser considerado uma ação? Considerando a rede concetual da ação (agente, intenção, finalidade, motivo, deliberação, decisão) aplicada a esta questão sobre a ação, podemos dizer que, para agirmos, necessitamos de um agente que pratica a ação: - que pode ou não ter uma intenção (pois o agente pode ter vontade de não fazer nada, ou pode não ter vontade de fazer nada; por exemplo, ter de ficar em casa sem fazer nada porque está a chover); - que tem ou não uma finalidade; ou seja, pode existir um motivo para nada fazer, nem que seja apenas não fazer nada porque nada lhe apetece fazer; - que pode ou não ter uma deliberação, porque o sujeito pode não fazer nada porque acha que é melhor, ou não, não fazer nada, ou, simplesmente, pode não fazer nada por não fazer nada, no sentido em que nem sequer pensou nas consequências de nada fazer; - que toma também uma decisão, que é a de não fazer nada. Concluindo, não fazer nada pode ser considerado uma ação, na medida em que tem subjacente um agente, uma intenção, uma finalidade, um motivo, uma deliberação e uma decisão. Mas não fazer nada pode também não ser considerado uma ação, na medida em que essa ação (neste caso, ausência dela) pode ter um agente, um motivo, uma decisão, uma finalidade e não ter uma deliberação; pode ainda ter uma deliberação e não uma finalidade ou pode não ter nenhuma delas. Confuso? O melhor é não pensares em nada! • Maria Inês Martins, 10º CT4

Todas as novidades da escola em

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Universo ESMS •Cuidados de saúde e segurança

Cuidados de saúde e segurança na noite do Pinheiro

Nicolinas 2013

Maçazinhas A crise não nos larga (como se vê pela dimensão da maçã!), mas as emoções que se vivem ano após ano, nas Maçãzinhas, não se deixaram afetar. E este ano, em que o evento voltou ao Toural, as alunas da nossa escola, ricas em espírito Nicolino, preencheram as varandas do Toural com o seu sorriso e inquietação, enquanto esperavam os rapazes, que, com força e dedicação traziam as maçãzinhas na ponta da lança para trocar por presentes ou, quem sabe, por alguma mensagem especial. Uma velha Nicolina, orgulhosa pela continuação da tradição. • Prof.ª Frederica Sampaio

A noite do pinheiro é vivida intensamente pelos nossos alunos e pela comunidade educativa em geral. Assim reza a tradição! Os alunos do 3º PS (Profissional Técnico de Saúde), em colaboração com o serviço de psicologia, com o GAIA e o curso de multimédia, dinamizaram uma série de intervenções junto das várias turmas da escola, nas manhãs dos dias 26 e 27 de novembro, no sentido de sensibilizar a comunidade educativa para alguns cuidados essenciais a ter a nível de saúde e de segurança na noite de festa que é a do Pinheiro. Deixamos qu alguns: • Agasalha-te e alimenta-te bem de forma a poderes enfrentar o frio típico da noite do pinheiro, pois estamos em época de avaliações! • O álcool dificulta a tomada de decisões e reações adequadas às várias situações de perigo. Se te aperceberes de confusões, afasta-te! • Não andes sozinho(a). As pessoas exageram e podem surgir vários perigos. • Traz o teu telemóvel com um núme-

ro de contacto da pessoa a quem se deve ligar em caso de emergência. Assim é mais fácil estabelecer o contacto em caso de necessidade! • Faz parte da tradição sangrar e deixar o sangue na caixa/bombo como resultado de se tocar toda a noite. Se não queres doenças apanhar, cuidado terás de tomar. Esta informação foi ainda divulgada na página da escola, na página do facebook da escola, com a colaboração do professor do curso profissional de multimédia, que elaborou ainda a base de um póster e cartazes de divulgação que foram afixados na escola e utilizados na divulgação junto das turmas. Um grupo de alunos da turma foi também à escola eb 2,3 João de Meira fazer esta sensibilização junto dos alunos mais velhos. Foi ótimo poder levar esta informação a todos os colegas e ajudar a alertar para os cuidados básicos de segurança nesta noite que é de todos nós! • Alunos do 3º PS


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Universo ESMS

Dia da Filosofia

Filosofia para todos Dar a conhecer a Filosofia e algumas temáticas que esta disciplina aborda aos alunos do Ensino Profissional foi o objectivo do Encontro Dialogado, organizado, a 21 de novembro, Dia Mundial da Filosofia, pelo Núcleo de Estágio de Filosofia, formado pelos professores estagiários Patrícia Crista e Manuel Ferreira, orientados pelo professor Carlos Félix. A iniciativa, sob o lema "Filosofia de Todos e de Ninguém", contou com a presença dos alunos e alguns professores das turmas 1.º PDE, 1.º MIM e 1.º TAS. A sessão decorreu das 8:25h às 9:55h, no pequeno auditório da Escola Secundária Martins Sarmento, com a finalidade de apresentar a Filosofia aos alunos que não frequentam esta disciplina. A abordagem começou, desde logo, com a explicação da essência da atividade filosófica, "Filosofia de todos", porque todos podem e devem refletir sobre as questões filosóficas, e "de ninguém", porque as respostas àquelas questões não são unívocas e definitivas. O primeiro tema, do âmbito da ontologia e antropologia filosófica, desenvolvido pela professora Patrícia Crista, levou os presentes a questionarem-se sobre a sua identidade, "quem sou eu?", tendo por base a visualização do excerto do filme "O mundo de Sofia", realizado por Eric Gustavson, a partir da obra homónima de Jostein Gaarder. O segundo tema, apresentado pelo professor Manuel Ferreira, abordou a questão da Ética, como reflexão sobre as atitudes e decisões que tomamos. Foi projetado um pequeno excerto de uma entrevista ao neurocirurgião João Lobo Antunes, onde é colocado um dilema ético, típico da medicina: perante a insuficiência de recursos, quem vai usar os recursos disponíveis? (No caso em análise, há uma única cama vaga numa unidade de cuidados intensivos hospitalares, quando chegam dois doentes.) Qual o critério para selecionar as pessoas que beneficiarão dos equipamentos?

Dia da Filosofia 21 Novembro 2013

Pequeno auditório

8h25

Aberto a professores e às turmas 1º PDE, 1º MIM

Filosofia de Todos e de Ninguém Núcleo de Estágio de Filosofia

• Sob o lema "Filosofia de Todos e de Ninguém", esta iniciativa contou com a presença dos alunos e alguns professores das turmas 1.º PDE, 1.º MIM e 1.º TAS. A partir deste dilema e de casos concretos, a plateia, após questionamento, refletiu sobre os diversos critérios éticos. Julgamos que esta atividade despertou o interesse dos alunos presentes, que participaram na discussão com muito entusiasmo. Valeu a pena! Para recordar: o Dia da Filosofia come-

mora-se, todos os anos, na terceira quinta-feira do mês de novembro. Este ano foi no dia 21. • O Núcleo de Estágio de Filosofia da ESMS


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3º PAS

Profissionais em ação: Animação dos 0 aos 100 Os alunos da turma do 3º ano do Curso Profissional de Animador Sociocultural encontram-se a estagiar em diferentes instituições do concelho de Guimarães e, como tal, de acordo com as características de cada uma delas, também o seu público-alvo é distinto. Os alunos que estagiam no Agrupamento de Escolas de São Torcato (Ana Costa, Isabel Salgado e Maria Carvalho), na Obra Social do Sagrado Coração de Maria – Casa de Vila Pouca (Diana Freitas e Rui Fernandes) e no Patronato de São Sebastião (Ana Pereira e Tiago Neves) trabalham diretamente com crianças. No seu dia-a-dia, prestam apoio durante as refeições, auxiliam nas tarefas de higiene e colaboram na realização de diferentes atividades, como as comemorações das Nicolinas e do Natal. Têm ainda apresentado, através de dramatizações, declamações e em interação com os alunos, obras que integram o Plano Nacional de Leitura direcionados a cada ano letivo. Por sua vez, os estagiários do Centro Social e Paroquial de Mascotelos – Santiago (Ana Freitas, Cláudia Soares, Maria Assua, Miguel Xavier e Rita Leite) e da Fraterna (Branca Mota, Catarina Castro, Cátia Ribeiro e Juliana Fernandes) têm trabalhado com adultos e idosos, para além de crianças, nomeadamente através da realização de jogos, dinâmicas de grupo, sessões de cinema e saídas. Salientam-se, em particular, as atividades de comemoração do Dia de São Martinho, do Dia do Pijama, das Nicolinas e da preparação das atividades de Natal, assim como o acompanhamento dos utentes durante as aulas de música e das visitas da biblioteca itinerante às instituições.

• Cláudia Soares, Maria Assua, Rita Leite, Miguel Xavier e Ana Freitas, alunos estagiários do Centro Social e Paroquial de Mascotelos A adaptação ao estágio por parte dos alunos foi, na generalidade, fácil e rápida, ainda que alguns estagiários tenham sentido alguma dificuldade inicial, sobretudo no trabalho com certos idosos, sobretudo os portadores de patologias mais específicas, como a doença de Alzheimer. Em jeito de balanço, ainda que haja, a todo o momento, por parte de todas as disciplinas do Curso, um forte contributo para o desenrolar da componente prática do estágio, os alunos salientam em particular os conhecimentos e competências adquiridos e desenvolvidos através das disciplinas de Expressões e de Animação Sociocultural como principal suporte para as suas tarefas.

Em suma, a experiência de formação em contexto de trabalho tem sido muito positiva, quer em termos pessoais, quer profissionais, permitindo um constante crescimento a nível emocional e técnico. Dessa forma, têm procurado demonstrar que um animador sociocultural, mais do que alguém que trabalha para o outro, é alguém que trabalha com o outro… • 3º PAS

SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS N.º 10 ANU; SAP; EIS; RA; EMA; IA; SA; RUI; MAIO; S; T; PIAS; RAPAS; RAIOS; V; SEPARAMOS; B; ES; ROR; TER; SO; RO; ASARONA; EM; LAR; MAR; P; PANDEIROS; P; AL; MUA; MAS; PA; SAI; ST; AM; VIU; RAM; A; T; VIA; A; SIAR; UMAR; T; IR; ROI; ROR; IA; PEGASO; ORADAS.

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Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

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Universo ESMS

Desporto

Escola com pedalada: A Bicicleta como hábito de deslocação ativa Como sugere o título, chegou a hora de pedalar pela nossa escola! Não é uma tarefa fácil neste contexto de crise e desânimo coletivo, mas cada um de nós pode, à sua maneira, fazer um esforço para ser um pouco mais feliz, tornando a escola um lugar especial nas nossas vidas, pois é para lá que nos deslocamos diariamente e aí são dedicadas muitas horas do nosso trabalho em prol da aprendizagem e do ensino. O desafio proposto passa pelo esforço de pensarmos nas pequenas mudanças que podemos experimentar em cada um de nós e que marcam a diferença entre uma escola de rotinas enfadonhas e obrigações penosas ou um espaço de ideias acolhidas com entusiasmo e de projetos mobilizadores. Toda a comunidade educativa beneficia se a escola se tornar um lugar onde a saúde é valorizada e estimulada. Para o efeito, cada um de nós, pode contribuir para esse propósito através de melhorias individuais no plano nutricional, ambiental, emocional, social e, sobretudo, na adoção de um estilo de vida mais ativo. É neste último ponto que incidem as preocupações dos professores de Educação Física da nossa escola, tentando estimular nos alunos o gosto pela prática de atividades físicas formais e informais que cumprem as necessidades de gasto energético dos nossos adolescentes, contrariando as doenças provenientes de uma vida sedentária. Nesta perspetiva, está a nascer na nossa escola um movimento de “inconformados” que pretende recolocar a BICICLETA na ordem do dia e, se possível, incutir na comunidade educativa novos hábitos de deslocação ativa no trajeto para a escola. A bicicleta foi, no passado, um meio de deslocação muito popular. Os hábitos de mobilidade alteraram-se a favor do carro, traduzindo um aumento desmesurado do trânsito e a inevitável dificuldade em partilhar o espaço transitável com a bicicleta. Apesar destas contrariedades, muitos

• Toda a comunidade está convidada a participar no Estágio de Natal da

ERDAL, cujo tema é “Interpretar Guimarães de Bicicleta - mapa 2012”: uma aventura fascinante de BTT para redescobrir os encantos dos caminhos rurais que envolvem a cidade de Guimarães através do projeto “mapa 2012”. ainda acreditam no potencial da bicicleta como meio de deslocação eficaz e agradável, que evoca sensações de liberdade e é benéfico à saúde, rejeitando a inevitabilidade do domínio do automóvel. É preciso reverter esta tendência que negligencia as necessidades de atividade física das crianças e limita as suas opções de mobilidade, tornando-as mais dependentes. Redescobrir as potencialidades da bicicleta e atribuir-lhe um papel de destaque numa renovada abordagem do transporte ativo nas rotinas de deslocação dos alunos para a escola parece ser a medida adequada capaz de interferir positivamente na adoção de estilos de vida saudáveis. Sobre este assunto gostaria de colocar algumas questões que desafiam a nossa capacidade de observação enquanto membros desta comunidade: a nossa escola possui um parque de estacionamento para bicicleta? Se sim, onde se localiza e

se oferece as condições de segurança exigidas? Estas perguntas serão respondidas na próxima edição do nosso “Pregão” e talvez muitos fiquem surpreendidos com as respostas. Neste âmbito, algumas turmas participarão num inquérito realizado à comunidade para um estudo realizado sobre os seus hábitos de transporte para a escola e que importância tem a bicicleta nestas deslocações. Um passo importante foi dado nesse sentido, pois a nossa escola oferece uma opção de prática da bicicleta através da ERDAL, onde te podes inscrever e dedicar à atividade desportiva todas as quartas-feiras a partir das 15 horas. Para o efeito, podes contactar o professor Ricardo Lopes através do mail: ricardo.lopes@esmsarmento.pt • Prof. Ricardo Lopes


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O Pregão Dezembro de 2013

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Gabinete de Apoio e Informação ao Aluno - Gaia A ESMS inclui no seu Grupo de Projetos o Gabinete de Apoio e Informação ao Aluno (GAIA). Tendo em conta os pressupostos da Educação para a Saúde no sentido de fomentar um ambiente escolar saudável e equilibrado, quer dentro, quer fora da sala de aula, o projeto mencionado atua através de uma equipa interdisciplinar ao nível da saúde, da psicologia, da educação sexual e da cidadania, dando cumprimento aos princípios estabelecidos no regulamento interno e outros, previstos no Estatuto do Aluno e Ética Escolar (EAEE). No presente ano letivo, conta com um reforço na equipa no âmbito de serviços de psicologia, apoio prestado por duas psicólogas que estão a colaborar com a comunidade escolar. Neste sentido, os apoios são agora disponibilizados em diferentes âmbitos, que se transcrevem: 1. Âmbito da cidadania: Abordando questões como: - Constituição da República Portuguesa/ Convenção Europeia dos Direitos do Homem; - Organização política; - Direitos e deveres do cidadão; - Direitos e deveres dos trabalhadores; - Estatuto do Aluno e Ética escola;r - Outras temáticas solicitadas/ propostas pelos alunos. 2. Âmbito da educação para a saúde e educação sexual: - Colaboração com os DT/Professores responsáveis pelo desenvolvimento do respetivo projeto Educação Sexual na escola (ES); - Realização de sessões de abordagem às temáticas: - Aspetos psicoafectivos da sexualidade; - Métodos contracetivos; - IST’s; - Importância das atitudes; - O valor da família;

- Violência no namoro; - Abusos sexuais; - Outros temas solicitados/ propostos pelos alunos. 3. Âmbito de aspetos psicopedagógicos 4. Articulação com o órgão de gestão/ dt/ professores no âmbito: - Casos de (in)disciplina/ disciplinares; - Acompanhamento de alunos que revelam problemas de: - Integração escolar; - Assiduidade; - Sociabilidade; - Outros. 5. Articulação com outras estruturas de apoio ao aluno como: - Gabinete de Psicologia; - Gabinete de Educação Especial; - Projeto Saúde.Escola; - Centro de Saúde; - CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco); - Associação de Pais e Encarregados de Educação; - Associação de estudantes;

- Outros. 6. Organização e dinamização de pequenos estágios para contacto com o mundo do trabalho em várias áreas relacionadas com os cursos científico-humanísticos, que deverão funcionar nos períodos de interrupção letiva. Posteriormente poderás encontrar novas informações na página da escola, na rádio escola e no gabinete do GAIA. O atendimento pode ser efetuado de acordo com o horário afixado junto ao gabinete e aqui divulgado ou através do endereço eletrónico gaia@esmsarmento.pt, sendo ajustável às necessidades da comunidade escolar. •

• Horário de funcionamento 2013/2014 GABINETE DE APOIO E INFORMAÇÃO AO ALUNO (GAIA) - ATENDIMENTOS 2ª

8.15

Psic. Ana Luísa (GP)

9.10

Prof. Moura (GAIA) Prof. Frederica (GAIA) Psic. Ana Luísa (GP)

10.10

Psic. Ana Luísa (GP)

10.55

Psic. Ana Luísa (GP)

11.55

Psic. Ana Luísa (GP)

13.15

Psic. Ana Luísa (GP)

Psic. Ana Luísa (GP) Prof. Frederica (GAIA) Prof. Frederica (GAIA) Psic. Patrícia Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Ana Luísa (GP) Prof. Moura (GAIA) Psic. Patrícia Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Patrícia Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Patrícia Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Patrícia

14.15

Psic. Ana Luísa (GP)

Psic. Ana Luísa (GP)

16.05

Psic. Ana Luísa (GP)

Psic. Ana Luísa (GP)

16.40

Psic. Ana Luísa (GP)

Psic. Ana Luísa (GP)

GP - atendimento no Gabinete de Psicologia (frente à Sala de Professores) GAIA - atendimento no Gabinete de Apoio e Informação ao Aluno (junto ao bar)

Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Patrícia Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Patrícia Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Patrícia

Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Ana Luísa (GP) Psic. Ana Luísa (GP)


Escola Secundรกria Martins Sarmento O Pregรฃo

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Reportagem fotogrรกfica

Ceia Nicolina na ESMS


O Preg達o Dezembro de 2013

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O Pregão Dezembro de 2013

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Columna Para alguns, a priori, parecerá que o Latim é uma língua morta. Porém, após uma breve reflexão sobre o assunto, facilmente concluiremos que esta língua está bem viva no nosso quotidiano. Comecemos por falar de ti. A palavra “aluno” deriva do verbo latino alo, -is, -ere, que significa “alimentar, desenvolver”. “Aluno” é “aquele que é alimentado”. A educação é o melhor alimento que um professor dá para o desenvolvimento daquele enquanto pessoa. Por sua vez, “professor” em Latim diz-se magister e significa “o que comanda, o que dirige, o chefe, o guia, o que ensina”. Esta palavra provém de magis, que significa “mais”. Daqui surgiram em Português “maestro”, “mestre” ou “magistrado”, “aqueles que dirigem e sabem mais”. Não é por acaso que a função ou atividade de um professor é também designada por “magistério”. Por outro lado, se costumas ir às compras ao supermercado, certamente já viste embalagens de Cerelac. Já te passou pela cabeça que essa marca provém de dois étimos latinos? Sim, Ceres era a deusa da agricultura e dos cereais, e lac significa “leite”, salientando-se assim os elementos que compõem as famosas farinhas lácteas tão do agrado dos bebés. Aliás, fica aqui o conselho: consome la(c)ticínios (ai o [des] Acordo Ortográfico…!) todos os dias, de modo a continuares saudável. É que é muito importante para um aluno, e para o ser humano em geral, o lema Alma sana in corpore sano, ou seja, “alma sã em corpo são” – expressão latina cujas iniciais deram origem à famosa marca desportiva ASICS. Já agora, praticar desporto é uma forma agradabilissima (apeteceu-me tirar o acento, para recordar a forma original do grau superlativo) de aproveitar o dia! Como Horácio e Ricardo Reis recomendam nas suas

A palavra “aluno” deriva do verbo latino alo, -is, -ere, que significa “alimentar, desenvolver”. “Aluno” é “aquele que é alimentado”. A educação é o melhor alimento que um professor dá para o desenvolvimento daquele enquanto pessoa.

odes, carpe diem: “aproveita o dia presente”, porque a vida é curta e devemos aproveitá-la enquanto podemos. Outra coisa que muitos desconhecerão é que várias palavras que imaginamos de origem inglesa afinal têm origem latina. Sabias que a palavra computador é formada a partir da preposição cum e do verbo puto, -as, -are, o qual significa “calcular, pensar”? Pois é, esse fantástico aparelho é “aquele que pensa connosco”. Quando te enganares (porque “errare humanum est”) e tiveres de apagar algum dado, carrega na tecla delete (lê-se “délété”, abrindo todas as vogais e acentuando a segunda sílaba), que é uma forma do imperativo do verbo latino deleo, -es, -ere (“apagar, destruir”); ao pressionares essa tecla, estás a dar uma ordem muitas vezes irreversível: “apagai, destruí”! Todavia, sair e passear é bem melhor do que ficar fechado dentro de quatro paredes a trabalhar no computador. Por isso, procura a saída mais próxima, normalmente acompanhada do termo latino exit (que significa “ele sai”, formado a partir do verbo exeo, -is, -ire, “sair”) e vai visitar a nossa linda cidade. Já conheces o Castelo, o ex libris (“símbolo de pertença colocado num livro; marca; aquilo que fica”) da cidade de Guimarães? É ainda mais belo e imponente in loco (“no local”) do que em fotografias. Talvez lá encontres mesmo alguns turistas brasileiros à procura de um

ônibus (do latim omnibus, que significa “para todos” e que passou a designar certos veículos de utilização coletiva). Para além destas expressões, existem muitas e muitas outras que utilizamos no dia-a-dia e cujo significado original se encontra encoberto. É caso para dizer “etc., etc., etc.” (abreviatura do latim et cetera, ou seja, “e outras coisas mais”). A posteriori, terás oportunidade de conhecer mais profundamente outras expressões. Fica atento a esta coluna nas próximas edições do jornal! Para não te esqueceres de a ler, coloca uma legenda (“o que deve ser lido”; do verbo lego,-is, -ere, “ler”) na tua agenda (“o que deve ser feito”; do verbo ago, is-,ere, “fazer, agir”). Não tarda, também tu estarás um expert (do adjetivo expertus) em Latim. • João Miguel Ferreira (Professor de Português, Latim e Grego)


Jornal ‘O Pregão’ online em http://issuu.com/opregao

Equipa de ‘O Pregão’ Dulce Nogueira João Miguel Glória M. Machado Jorge C. Faria José L. Faria José M. Teixeira

Se pretendes ver publicado o teu artigo ou trabalho no jornal da escola, envia-o para o email: o.pregao@esmsarmento.pt

10 www.esmsarmento.pt

Palavras Cruzadas 10 1

2

3 4

"Para se ter sucesso, é necessário amar genuinamente o que se faz. Caso contrário, levando em conta apenas o lado racional, simplesmente desistimos. É o que acontece com a maioria das pessoas."

Steve Jobs

2 3 4 5 6

T Q Q 3 4 5 10 11 12 17 18 19 25 26 27

S S 6 7 13 14 20 21 28 29

dezembro

calendário 2013/14

S 2 9 16 24 31

S 4 11 18 25

janeiro

D S T Q Q S 1 2 3 5 6 7 8 9 10 12 13 14 15 16 17 19 20 21 22 23 24 26 27 28 29 30 31

8

8

9 10 11 12 13

H

9

E S C O L A

10 11 12

17: Fim do 1º período

7

L U T U A

7 D 1 8 15 23 30

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E S M S S A

1

Post it

5

13 14 15

Prof. António Costa antonio.costa@esmsarmento.pt

D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

fevereiro

06: Início do 2º período

V

Sítios e Blogs http://www.viajecomigo.com Site ideal para consultar antes de se fazer à estrada pois aqui tem notícias, conselhos, sugestões, pontos de vista pessoais, promoções e concursos. http://concursosarte.com Site português com tudo que é informação sobre concursos para os criativos. Aqui encontramos um diretório de concursos e workshops relacionados com arte em todo o mundo.

1

Representação da figura humana ou parte dela sem roupa (artes plásticas); “Serviço de Atendimento Permanente”; aqui está; rádio (s.q.).

2

Grande ave corredora; atravessava; apelido; nome masculino.

3 4

Um dos meses do ano; carlinga do navio (pl.).

5 6

Pomos de lado para determinado fim.

7

Letra grega; substância extraída da raiz seca do ásaro; sobre.

8

Parte inferior do pão; grande massa e extensão de água salgada que cobre a maior parte (73%) da superfície da Terra.

9 10

Bombos de festa.

11 12

Assola; “estere”; amerício (s.q.); observou.

13

Fechar parcialmente as asas (a ave) para descer mais depressa; humedecer.

14

Passear; desgasta; grande quantidade; passava.

15

Cavalo alado nascido do sangue de Medusa decapitada, que se colocou ao serviço de Zeus, carregando-lhe o raio, e que foi transformado em constelação; ermidas fora do povoado.

1

Também não; olhar; apanhadeiras; “Associação Industrial Portuguesa”.

2

Ganhar humidade (a madeira); grande brilho; casa de habitação; acusada.

3

Criadas de quarto; “área protegida”; vagueavas.

4

Fizeram funcionar; peça metálica para regular a pontaria, nas armas de fogo.

5

Instante; depois de; despidos; contração de preposição a e artigo definido o (pl.).

6

Pusera em circulação; título do cardeal que presidia à Dataria Apostólica.

8

Cada uma das camadas dos terrenos sedimentares; precoce.

9

Andava; assentimento; memória do computador; maior.

10

Ficamos em pior estado; circunscrição judicial.

11

Cursos de água natural; aquelas; regressar.

12

Vias ladeadas de árvores; estar; recipiente para líquidos; seguia.

13

Momentos; saudável; qualquer pedaço de madeira; bigorna de aço, sem hastes, usada pelos ferradores e nos estabelecimentos de cunhar moedas.

Cortas rente; distância do centro ao limite da circunferência em geometria (pl.). Pertences; grande quantidade; possuir; desacompanhado.

Alumínio (s.q.); mula; dificuldade; a parte mais larga dos membros dianteiros das reses. Memória do computador; exemplar de ofício na correspondência oficial.


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