Revista Sancho Notícias nº 23

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Oferta Educativa 2012/2013

FICHA TÉCNICA: TÍTULO Sancho Notícias sanchonoticias@gmail.com PROPRIEDADE Escola Secundária D. Sancho I DIRETOR António Pereira Pinto REDAÇÃO Carolina Martins, Helena Torres, Paula Azevedo DESIGN GRÁFICO Paula Azevedo CAPA E CONTRACAPA Estefânio Lemos DATA DE PUBLICAÇÃO Junho de 2012 NÚMERO 23 PERIODICIDADE Semestral TIRAGEM 1000 Exemplares DISTRIBUIÇÃO Gratuita MORADA Avenida Barão da Trovisqueira 4760-126 V. N. de Famalicão Tel: 252 322 048 Fax: 525 374 686

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Editorial Diz-nos Mircea Eliade que o mito é uma história sagrada que narra acontecimentos de uma forma imaginativa e fabulosa, mas que nos transmite uma verdade, verdade essa que, pela sua importância na organização social, se estabelece como reguladora da comunidade. Hoje como ontem, os mitos e as crenças continuam com essa função e mantêm essa aura de “sagrado”, de poderoso, de invencível e de imortal no desporto e no cinema, na música e na “socialite”, na política, na TV e, agora, nas redes sociais. Hoje como ontem, alimentamo-nos de mitos e de crenças, sejam elas verdadeiras ou não. Os mitos e crenças sempre se mantiveram como pilares da ordem social. A utopia, em contraposição, surge como subversão dessa ordem indispensável ao progresso. É na utopia, na imaginação e na criatividade que estará a solução para este nosso mundo que está a questionar os seus próprios fundamentos. Dos feitos do povo hebreu narrados na Bíblia, aos feitos ímpares do povo grego narrados em obras como a Ilíada e a Odisseia, povoadas de seres que, em imaginação, nada ficam a dever aos filmes de hoje sobre a conquista do espaço, dos romanos aos lusitanos, de Camões e das profecias do Bandarra até ao mundo de hoje, sempre vivemos num mundo povoado de mitos, crenças e utopias, que se tornam mais visíveis e importantes em momentos de crise em que todo o nosso mundo parece desabar. A utopia projeta-nos para o futuro, os mitos e as crenças, remetem-nos para um passado fabuloso e transmitem-nos alguns modelos de vida que nos indicam um caminho. Hoje como sempre, precisamos de criar os nossos mitos e crenças, quais modelos de vida e projetos de futuro, muitas vezes inalcançáveis. Hoje, mais do que nunca, precisamos de “heróis” (não de vilões), esses seres superpoderosos que são o que nós quereríamos ser, mas que não podemos, esses seres capazes de “mover montanhas”. Por isso, concentramos neles todas as nossa esperanças. Porque vivemos num mundo racionalizado, frio e calculista, regulado e ordenado, precisamos destes momentos de superação, de transcendência. Assim fugimos ao anonimato, deixamos de ser mais um que vive a rotina do seu dia a dia para pertencermos, nem que seja por fugazes momentos, à tribo dos vencedores, soberbamente comandada pelo nosso herói. É assim no futebol, mas também o é na política. Infelizmente, hoje, a Europa está em crise de valores, mas também de líderes carismáticos, esses “heróis civilizadores”, que, com um projeto arrojado e revolucionário, nos conduzam para a “ilha dos amores” ou para o “dolce fare niente” a que já estávamos habituados (será que é possível e razoável? Parece-me que não. Temos mesmo que “mudar de vida”!). Faltam-nos hoje, em Portugal e na Europa, líderes capazes de nos mobilizar para a sua necessária reconstrução. Também é certo que é nestas alturas de crise que emergem os grandes líderes, os “heróis civilizadores” capazes de novos e arrojados projetos de transformação. Esperemos que não apareçam os ditadores, mas sim “Kennedys” e “Luther Kings”, “Afonsos Henriques” e “Infantes D. Henrique”. A nossa escola, pelo seu passado, também já tem os seus mitos e também vive de crenças. Na sua já provecta idade, há certamente histórias fantasiadas de professores e de alunos que por cá passaram. Quando os mais antigos contam histórias sobre esse passado, não deixarão de lhe acrescentar “o sal e a pimenta quanto baste”, fantasiando episódios que farão parte do imaginário da escola, das crenças e dos seus mitos, mais ainda quando estamos a iniciar um novo processo de mudança. Não esqueçamos, contudo, que, precisando de mitos e de crenças, e cada terra tem os seus, precisamos também da utopia, da esperança, da ousadia, da criatividade e, especialmente, do saber para sermos aquilo que queremos ser. António Pinto (Diretor)

Nota Redatorial A elevada quantidade de artigos recibidos foi motivo de regozijo para a equipa. Contudo, por limitações de espaço, não foi possível publicar a totalidada dos trabalhos; pela mesma razão, alguns artigos tiveram de ser reduzidos, no entanto, foi nossa preocupação tentar não os alterar na sua essência. A todos agradecemos a colaboração e desejamos BOAS FÉRIAS!

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O mito é o nada que é tudo... A nostalgia do passado e a expectativa do futuro Amélia Figueiredo

“Mitos e crenças” são parte da cultura do homem, interferindo na formação da sua identidade. As crenças são as “regras” pelas quais vivemos. São oriundas da nossa educação, da cultura, do ambiente em que vivemos, do exemplo de pessoas que são importantes para nós e, por isso, procuram quase sempre explicar a realidade dos factos, misturando-a com fantasia ou ficção; os mitos são narrativas repletas de simbologia, retratando o modo de ver, sentir e dimensionar a realidade e, como tal, fazem igualmente parte do próprio processo de formação da identidade. Todos os que passaram por esta “casa” contribuíram um pouco para construir a sua identidade e, por isso, fazem parte da sua história… Até aqui, viajámos juntos… juntos, ultrapassámos muitos obstáculos, chorámos alguns insucessos, mas também gozámos muitos sucessos... agora chegou o momento de seguir viagem sozinha... As subidas e descidas foram realidades sempre presentes. As experiências compartilhadas no percurso até aqui foram a alavanca para alcançarmos a alegria de chegar ao destino projetado. Levo no meu coração os sonhos de todos os alunos com quem tive o privilégio de trabalhar ao longo de todos estes anos…, afinal sempre foram muitos os anos que passei nesta escola, desde setembro de 1976, da qual me despeço para enfrentar um novo desafio na minha vida. Vi alguns de vós a desabrochar para a vida … existem momentos que jamais sairão da minha memória. Sei que barafustei, berrei, zanguei-me ... mas tenho consciência de ter estado sempre atenta e disponível para, na hora certa, ouvir, compreender, orientar e ajudar a resolver os vossos problemas. Como educadora, felicito-vos pela compreensão e resignação com que aceitastes as minhas censuras aos vossos atos, por vezes, a dureza das palavras invia-

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bilizava outra solução mais entendedora e calma, mas os adultos são assim e, por vezes, as circunstâncias assim o exigiam !... O meu pedido de desculpa autêntico, verdadeiro e sincero, sei que todos me perdoarão, com um abraço sem mágoa, pois a vossa sensibilidade irá permitir que entendam quais eram as minhas razões, pelo que recordarão não só as tristezas, mas também as alegrias que partilhámos. Acima de tudo, fica a amizade, o carinho, a enorme ternura que sempre senti por vós. Por todos vós! Alunos, colegas, funcionários…amigos que aqui fiz e com os quais partilho todos os momentos de descoberta e aprendizagem que vivi; todos contribuíram para o meu crescimento e formação tanto a nível profissional como pessoal. Não esquecerei nenhum de vós, podem estar certos disso. A todos agradeço por estes anos magníficos. Certamente que não se apagarão da minha memória. Estou plenamente convicta de que nesta hora do até já me apetece levar-vos para sempre comigo, prender a vossa atenção a tudo o que aconteceu e, acima de tudo, desejar-vos as maiores felicidades. O meu agradecimento àqueles que, mesmo de fora, mas sempre presentes, me quiseram bem e me apoiaram nos bons e nos maus momentos. Divido com todos vós os méritos e conquistas, porque eles também vos pertencem. Estou orgulhosa por ter tido o privilégio de pertencer a esta família que é a escola D. Sancho I. Ao sair nesta paragem, espero lembrar-me de tudo o que sempre pensei que tinha vontade de fazer, mas para o qual não tinha tempo… Será que preparei a mente e planeei as minhas futuras atividades? Do que irei sentir mais falta? Colocando em prática antigos sonhos e projetos, irei conseguir ocupar esse “espaço”? Espero ter capacidade para estar mais ativa do que nunca. Equilibrar lazer, vida social e atenção à família. Neste momento de viragem, em que já sinto a nostalgia do passado e a expectativa do futuro, só me ocorre uma frase: OBRIGADA E ATÉ SEMPRE! pois tenho a certeza que nos vamos encontrar várias vezes por aí...


O mito é o nada que é tudo...

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Mensagens para a professora Amélia ue to Mui tudo o q seria a va, não por iona ada sciplina ue a lec ns por g i r bé ob . A di ora q Para s u s o ! e n o f i ã aç pro ens a) me , mas a no cor . alun x e o u ess es ( rita fico favo úvida, a de suc a Marqu d ir Rit sem a carre m u

Na vida de todos nós, há etapas que começam, que vão evoluindo e que terminam para dar oportunidade a novas etapas. Neste momento em que termina uma dessas etapas para começar outras, de nós pais, merece o reconhecimento por todo o trabalho que desenvolveu na partilha de conhecimentos, na facilidade da passagem de saberes, na troca de experiências, na manifestação de momentos de amizade e carinho que viveu com os nossos filhos. O nosso muito obrigada, Professora Amélia.

Encarregado de Educação de ex-aluno

Pela sua atitude interessada e dedicada, mais que uma professora, tornou-se uma amiga! Com os seus valores, a sua exigência e disponibilidade levou os alunos a bom porto! Foi um gosto crescer com a sua ajuda! Obrigada por tudo, professora Amélia!

Joana Costa (ex-aluna)

Nestes anos vividos, dia após dia, muitas pessoas passaram por mim. Apenas algumas ficarão sempre na minha memória. Há vários anos (25 já lá vão), a Amélia Figueiredo, minha professora, tão bem me ensinou, me acarinhou, me guiou e me acompanhou nas angústias, medos, derrotas e vitórias. Os anos passaram e o destino de novo nos aproximou, não como professora e aluna, mas sim como colegas e grandes amigas. São pessoas como ela que ficam para sempre no meu coração. Ser amigo é: ouvir, confiar, acreditar, animar e ajudar. Ela em mim confiou, acreditou, ajudando-me, animando-me e contribuindo para o meu crescimento como professora. Só me resta dizer: a Amélia foi, é e será uma grande amiga! Cristina Pereira, antiga aluna e atual professora da escola

AOS MEUS MITOS

Anselmo Freitas, professor de Filosofia Ah , que saudade de um rosto a arder no inferno de querer o que quer a Vontade . Do Sol da infância, de um sorriso claro, imenso, a inundar o céu. Que saudade da alegria tensa de caminhar na errância de viver de verdade . De um olhar tão denso, tão mudo que nele pare tudo o que não merece lembrança.

Que saudade de acertar de errado, de dizer que sim à toa, de amar o mito alado, de voar longe da terra, como só a águia voa. Ah , no teu mar imenso, a beijar na noite a claridade . Mitos meus, meus esquecimentos, _ cuido de vós como quem só vive para cumprir, obediente , vossa antiguidade . Meu céu na terra, ânsia animal , minha intensidade!

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Mitos e Crenças...

Os mitos de um povo crente… Domingos Manso, prof. de Filosofia

A política, a ciência e a técnica acrescentaram qualidade existencial à condição humana, mas não a preencheram totalmente. Há ainda muito sofrimento, muita exclusão, muita dominação e muita injustiça. E os responsáveis são, provavelmente, os homens do poder. Os restantes seres humanos parecem somente obedecer, subjugados que estão pela árdua tarefa da sobrevivência, da dignidade, da lucidez, da incerteza, da esperança, da felicidade. Se a sobrevivência estiver garantida ao ponto de não constituir preocupação, ocorrerá naturalmente a felicidade. A única coisa que desejam é que os poderosos não se ponham a complicar demasiado. Mas isso, como se sabe, é impossível. Aos comuns mortais, move-os o altruísmo, a cobiça, a curiosidade, a dominação. São estes que constroem as realidades, as narrativas e os mitos. Eis a realidade: «A miséria, tal como a abundância, esmaga-nos»1. Após a ilusão do diheiro fácil, que nos afogou na abundância do consumismo, a crueldade da miséria. Eis a narrativa: ou pagamos o que devemos, ou não pagamos. Se pagamos de imediato, como nos é exigido, empobrecemos. Se não pagamos, não deixaremos de empobrecer por falta de crédito e confiança. O que posso dizer da miséria?! Vamos menos vezes às compras; gastamos menos dinheiro; compramos produtos mais baratos, consumimos mais refeições congeladas, mais conservas, mais salsichas, menos iogurtes, menos vinho e muito menos cerveja; substituímos a carne de vaca pela de porco, a dourada pelo carapau, o camarão pelo tremoço, o vinho pela água, o azeite pelo óleo, o carro pelo autocarro, o nordeste brasileiro pelo nordeste transmontano; cortamos no telemóvel, nos medicamentos, nas consultas ao médico, nos ginásios, nas danças, nas saídas à noite; nas idas ao restaurante, ao cinema, ao teatro, ao museu; nos passeios ao domingo ou fim de semana, nas férias, no lazer e em tudo que cheire a cultura. Que posso dizer do dilema económico?! Que somente os dilemas morais são sérios e difíceis, os outros, nomeadamente os económicos, são falsos e, como tal, resolúveis, se vontade houver por parte dos poderosos. Que posso dizer dos mitos?! Narrativas construtoras de coisas ou pessoas que não existem, mas que se supõe reais. Quimeras só possíveis por hipótese e que passam porque temos uma comunicação social acrítica, um povo de bran-

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dos costumes e uma “comunidade pacífica de revoltados.” - Mito 1: “Empobrecer fortifica-nos.” Mas estávamos assim tão ricos, tão anafados, tão doentes, tão gulosos?! Por que é que são sempre os mesmos a voltar ao ponto de partida? Por que é que tem de ser o rendimento do trabalho a emagrecer e não o do capital? - Mito 2: “É possível fazer mais com menos.” Na vida, com menos faz-se menos, só excecionalmente se faz mais. Experimentem fazer uma omeleta somente com um ovo. - Mito 3: “O Estado Social europeu é incomportável.“ Tretas.Preferem o trabalho escravo sem direitos tal como o dos chineses? A saúde mercantilista dos norte-americanos? A miséria social dos árabes? A exclusão pela miséria e pela guerra dos africanos? - Mito 4: “O privado faz sempre muito melhor que o Estado.” Podem até fazer mais, mas nem sempre fazem melhor, nem sempre servem quem mais precisa, nem sempre são mais baratas as suas medidas. - Mito 5: “Investiu-se em demasia na educação.” Pudera, o atraso que trazíamos era de tal ordem, que o muito que se fez parece em demasia. Pegue-se somente nos números referentes à população ativa com ensino superior: França 32%; Alemanha 27%; Espanha 33%; Reino Unido 35%, Portugal 16%. - Mito 6: “As humanidades não são necessárias para nada.” De facto, a deriva economicista do euro, acompanhada da ganância do dólar, deu nisto. Mas atentem nas palavras de uma investigadora da universidade: “Postas as humanidades nas prateleiras das bibliotecas mais antigas, dá-se o início inevitável de uma crise humanitária. Sem a leitura, sem a reflexão, sem o pensamento associado ao que fomos, para onde vamos, quem somos, o que queremos, o que é a paz, a guerra, o amor, a vontade, a esperança(…) transformamonos em autómatos. Isto é (...) deixa de conhecer o mundo onde vive, deixa de pensar, deixa de ser competente a ler o que os outros escrevem, a ouvir o que os outros lhe dizem, a escrever as suas opiniões… Deixa de se amar a si, deixa de amar os outros… deixa de ser homem.” - Mito 7: “Os exames é que aferem o verdadeiro conhecimento.” Como a crónica já vai longa, digo somente isto: a ação, seja ela qual for, não deve ter somente como fim a construção de uma obra ou objeto exterior, mas a formação daquele ou daqueles que estão envolvidos nesse processo. Salvarão os exames, mesmo os da troika, este povo de crença ilimitada. 1 Mounier, Emmanuel, O Personalismo, Moraes Editores, Lisboa, 1976, p.42.


Mitos e Crenças...

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O assassínio dos Médici André Pedrosa, 1106

A conspiração dos Pazzi. Assim permaneceu para a história o enigma da tentativa de assassinato dos irmãos Lourenço e Julião de Médici, protagonizada a abril de 1478, na catedral de Florença, pelos membros da família Pazzi. «No século XV, a Itália estava muito longe de ser um país unificado, o que só aconteceria na segunda metade do século XIX. Roma, Florença, Nápoles, entre outras, eram capitais de Estados rivais, desejosos de se apoderarem uns dos outros»*. Com efeito, a família Médici destacava-se pela sua influência e autoridade junto das hierarquias do Poder, sendo por de mais natural que o número dos seus adversários crescesse de modo proporcional ao incremento da sua primazia sobre a Itália de quatrocentos.A família de banqueiros administrava um verdadeiro monopólio de empresas comerciais, que geria audaciosamente, proporcionando o intercâmbio de interesses necessário à manutenção da sua posição nas oligarquias que dominaram a Itália do século XV – o estabelecimento de uma clientela que congregava a classe política e os escalões superiores da Santa Sé. A família Pazzi seria facilmente reconhecida como um potencial adversário dos Médici na disputa pela supremacia do negócio da banca, opondo os clãs rivais numa contenda que a cidade florentina, pela sua dimensão, não poderia suportar – o triunfo de uma família implicaria o afrouxar da atividade da outra, de maneira que pareceu evidente a total implicação dos Pazzi na tentativa de assassinato dos dois irmãos. Contudo, não será decerto rigoroso atribuir-lhes, em exclusivo, o conjunto da responsabilidade, erroneamente assim considerada durante os quinhentos anos posteriores, à falta de melhor e mais visível esclarecimento. Lourenço de Médici incorreu numa série de erros políticos que prejudicaram a determinação do seu estatuto, de modo que muitos dos seus apoiantes e aliados procuraram a proteção de outras cidades e benfeitores. Um desses erros terá passado por uma divergência de interesses com o Papado a propósito da aquisição de uma cidade, pela qual competiam Lourenço e o Papa. Este recorreu aos Médici. Não obstante, a surpreendente recusa da família em aceder à solicitação do Papa terá desagradado em Roma, de modo que muito do anterior privilégio foi sendo substituído por subtil oposição: não só o Papado recorreu aos Pazzi na questão do empréstimo, como deixou Julião de Médici de fora na designação de cargos-chave na Igreja e nomeou Francesco Salviati arcebispo de Pisa sem consultar Lourenço, atitude extraordinária, tendo em conta que Pisa se encontrava sob

jurisdição do governo florentino. As pesquisas de Simonetta introduzem novo elemento no enredo: Frederico II de Montefeltro, duque de Urbino, autor de uma carta dirigida ao Papa, na qual se torna claro que a condução dos acontecimentos não foi orientada pela família Pazzi, tão pouco terá sido fruto do seu engenho o plano de assassinar os irmãos Médici. Na realidade, terá sido da responsabilidade do próprio duque a conceção da conjura, da mesma forma que terá disponibilizado o seu exército para restabelecer a ordem em Florença após o homicídio. Assim, com facilidade seria possível derrubar a primazia da família, de modo que todo o esquema não seria mais que uma sequela do tradicional pugilato das elites urbanas, em permanente rivalidade e competição – com este propósito, Montefeltro reuniu o apoio do Papado, de Salviati e do clã dos Pazzi. A concretização dos seus desígnios não terá sido, de todo, eficaz. Julião é, com efeito, assassinado; Lourenço, contudo, escapa ao massacre e reage imediatamente, numa questão de horas, Francesco e Iacopo dei Pazzi foram executados; todo e qualquer suspeito foi decapitado, esquartejado ou lançado das janelas superiores do Palazzo Vecchio; Salviati, arcebispo de Pisa, foi enforcado; tudo somado, perfazia um brutal resultado de cem mortes. Não chegou a existir qualquer confirmação do envolvimento do duque de Urbino ou da Santa Sé – o episódio ficaria registado como a conspiração dos Pazzi. Poderá o leitor, enfim, constatar que hoje, porém, muito mais nos é dado a conhecer sobre os contornos e reais circunstâncias de uma intriga que deixou perplexo o Homem do Renascimento. *Canal de História, Os Grandes Mistérios da História, 1ª edição, Clube do Autor, S.A., 2010

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Mitos e Crenças...

A lenda da Boca do Inferno Márcia Bertoluci, 12.08

Consta que em Cascais havia o castelo de um homem feiticeiro com um aspeto feroz e satânico, que um dia decidiu casar-se. Consultou a sua lâmina de cristal de rocha para saber onde morava a mulher mais bela das redondezas. Pediu aos seus cavaleiros que lha trouxessem e, assim que o homem a viu, ficou estupefacto com a sua beleza. Diz-se que lhe deu uma fúria de ciúmes e tratou de a esconder da cobiça alheia para preservar o seu amor; na verdade, escondeu-a do mundo para se proteger a si mesmo, que não a soubera cativar. Decidiu, então, fechá-la numa torre, ordenando a um guardião que a vigiasse. O tempo foi passando lentamente e tão só se sentia o guardião como a cativa do seu senhor. O horizonte de ambos era o mar… Certo dia, o guardião questionou-se relativamente à mulher que ali estava privada do mundo. Foi ao seu encontro e assim começou uma relação assente na cumplicidade dos segredos e da solidão. Algum tempo depois, decidiram fugir. O feiticeiro, conhecedor de tudo, ficou furioso. Tornou a noite numa horrenda tempestade e fez com que os rochedos se abrissem por entre as patas do cavalo. Despenharam-se no abismo cavaleiro e prisioneira, tendo sido engolidos pela boca do mar numa espécie de remoinho. O buraco nos rochedos, porém, nunca mais fechou, como se a ferida da natureza quisesse perpetuar esta história. Muitas vezes, volta o vento e retoma a fúria do mar. Por isto mesmo, e porque o povo da região nunca esqueceu a história, se chama àquele local de mistério Boca do Inferno. Fernando Pessoa / Aleister Crowley / Boca do Inferno Crowley era um ocultista famoso. Pessoa, profundo conhecedor e praticante de astrologia, lendo numa publicação inglesa o seu horóscopo com alguns erros, escreveu-lhe a corrigir. Efetivamente Crowley ficou admirado com os conhecimentos de Pessoa e resolveu vir até Portugal para conhecer o poeta. Este apercebeu-se rapidamente dos desequilíbrios psíquicos e espirituais graves de Crowley, mas prestou-se a colaborar na encenação do seu suicídio na Boca do Inferno, o que permitia ao mágico escapar incógnito não só das suas amantes como também das autoridades e do público.

Penedo das Letras - História e lenda esquecida

Alexandra Oliveira e Mariana Correia 1008 “No dia 6 de dezembro de 1832, veio a este sítio e subiu a estas pedras sua majestade o Senhor D. Miguel I” - é isto que se pode ver bem gravado no alto do penedo das letras em Braga, na freguesia

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de Oliveira São Pedro. Diz-se que o local inspirou, ao longo de tempos, lendas e narrativas de amores proibidos e que por ali se refugiava o Rei D. Miguel para se esquecer dos conflitos com a sua mãe. Porém, o povo sempre afirmou que o rei vinha ao Penedo das letras para cortejar uma moça da terra.


Mitos e Crenças Revisitar a Caverna: a sabedoria escondida dos mitos. Anselmo Freitas, prof. de Filosofia

Toda a nossa vida assenta em dois tipos de ilusões: aquelas que sabemos que o são e aquelas em que acreditamos.

Que os grandes mitos antigos encerram uma sabedoria, está, obviamente, mais que estabelecido. Quanto mais não fosse, pelo carácter plurissignificativo dos conceitos e narrativas que envolvem. Será necessário distinguir, portanto, o mito no sentido genérico de falso conhecimento ou ilusão, de mito no sentido de sabedoria concentrada, narrativa, simbólica e metafórica, como acontece com o caso da alegoria da caverna. É quando o jogo é a sério que se vê quem é quem ou o que é o quê, e aí entra logo em ação o jogo da caverna; fingidos a fingirem espontaneidades. Tal é o jogo das cavernas, de tal modo a preocupação pela imagem por todo o lado impera. Somos o que sobra do que fingimos, e as cavernas em que habitam todo o tipo de prisioneiros, até os voluntários, cheiram sempre a morte a ao mofo de tudo o que não se transforma em vida. Só o homem é esse animal que finge. Que finge até à exaustão, até ao vómito, até ao ponto de não saber deixar de fingir. O que finge assim e não como o poeta que assumia, descarado, o fingimento (o que, obviamente, já não é bem fingir) mas como o animal silencioso, ativamente passivo (talvez a forma mais praticada de fingimento). Há que reconhecer que o homem é um mitomaníaco. Daí o êxito das cavernas e de todas as teorias, nossas ou alheias, que concorrem para a nossa consolação. Basta ver - e considerando desta vez a caverna global e atual de infinitas paredes-écrans em rede - o êxito dos mitos do chamado “pensamento único”, também ele uma fogueira alimentadora das sombras do capitalismo global. Teorias-sombra que os tontos repetem a cada passo, não vá alguém pensar que não são modernos e inteligentes. A madrinha má da Branca de Neve a querer, como todos nós, enganar-se ao espelho (e tudo pode ser espelho). E de onde virá esse império do mito – agora no sentido de falso -; essa vida assanhada pela ilusão? Será uma compensação, ainda em vida, da morte como verdade final? Será a fraqueza da vontade? Será a cegueira de quem não sabe o que quer, mas quer sem saber? Mas, voltando à noção de mito inicial, isto é, à expressão metafórica e narrativa da verdade, o que há a concluir é

9 que, de facto, muito temos a aprender. E é nesse sentido que pensamos que o mito da caverna é demasiadas vezes reduzido a uma simplicidade interpretativa exagerada. No mito da caverna, a ignorância não é indicada como “vazio de saber”, mas sim como uma sabedoria com certas características formais e de conteúdo, as quais mimetizam a verdadeira sabedoria. A isso acresce que, no conflito dos saberes, essa “sabedoria” vence; quanto mais não seja pela facilidade de acesso, pela baixa intensidade de trabalho que exige, pela consolação animal da pertença à carneirada, etc. Aaahh, que bom… Estar ligado à rede é viver; e ser pro-activo; e eu e o meu telemóvel somos tão íntimos, etc, etc. Meu deus, que pachorra! Portanto, a alegoria da caverna apresenta a questão do conhecimento também como terreno da luta social e até política. Recorde-se que o prisioneiro que se liberta acaba por voltar para libertar os outros que vivem a falsa vida e a falsa sociedade, o fingimento naturalizado. Outra mensagem que nos parece presente na alegoria, e que decorre da análise anterior, assenta no facto de Platão afirmar que “naquelas condições”, isto é, conhecendo do real e de si mesmos apenas sombras, a comunicação não seria possível. Temos, portanto, falsa consciência, falsa identidade (pensar que se é o que não é e que se não é o que é), desequilíbrio, logo, não existência. De facto, os prisioneiros são apresentados, desde o início, como passivos. Praticamente são só olhos que seguem um menu apresentado na parede da caverna. Olhos sem cérebro e vontade que vivem o que olham; écrans-espelho na agora caverna total em que tudo é écran, e do telemóvel à net podemos agora titilar com tudo, pasmados de formas e de cores, na estupidez vivida da despersonalização total. Admirável mundo novo em que podemos imaginar e sentirmo-nos sendo tudo. O pessoano Álvaro de Campos ficaria deleitado com esse “nada que é tudo”. É verdade que, por vezes, quanto mais não seja por desespero, mais vale fingir que se sente do que coisa nenhuma, mas viver é outra coisa. Viver, como poderia ter dito Sócrates, é não ter o cuidado da vida. É assim que o covarde é o mais morto dos vivos. A criança é quem mais vive, em parte, por aquela mesma razão. Mas nós, mitomaníacos que somos, detestamos as mitofobias, e por isso o prisioneiro arrastado para fora da caverna quer matar o seu libertador. A verdade, de facto, é algo de inconveniente, e preferimos, quase sempre, mudar de ilusão, pois aguentar a verdade não é para todos. E é assim que se podia resumir tudo: onde há caverna não há verdade, nem sabor, nem vida, mas apenas as reles imitações dessas coisas.

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Lendas vivas... Alexandra Oliveira e Mariana Correia 1008

Literatura Luís Vaz de Camões, célebre poeta português, nasceu em 1524 e morreu a 10 de junho de 1580. É considerado uma das maiores figuras da literatura da língua portuguesa e um dos grandes poetas do Ocidente. Escreveu inúmeras obras e peças destacando-se Os Lusíadas.

William Shakespeare nasceu a 26 de abril de 1564 e morreu a 23 de abril de 1616. Foi poeta e dramaturgo, sendo considerado o maior escritor inglês e o mais influente escritor da arte teatral do mundo. Escreveu célebres obras tais como Romeu e Julieta, Hamlet, Sonho de uma Noite de Verão entre muitas mais.

História

Vasco da Gama nasceu em Sines por volta de 1460 e morreu na Índia a 4 de dezembro de 1524. Foi um navegador e explorador português. Destacou-se na época dos Descobrimentos por ter sido o comandante dos primeiros navios a navegar da Europa para a Índia.

Matemática

Pitágoras de Samos , matemático e filósofo grego , nasceu em 570 a.C. e morreu em 497 a.C. Descobriu propriedades interessantes e curiosas sobre os números. Criou o teorema de Pitágoras.

Napoleão Bonaparte nasceu a 15 de agosto de 1769 e morreu a 5 de maio de 1821. Foi um líder político e militar durante os últimos tempos da Revolução Francesa. Foi imperador da França mais de 10 anos, adotando o nome de Napoleão I.

Pierre Simon Marquis de Laplace nasceu a 23 de março de 1749 e morreu a 5 março de 1827. Foi um matemático, astrónomo e físico francês. É conhecido principalmente por ter criado a equação de Laplace.

Ciências

Albert Einstein nasceu a 14 de março de 1879 e morreu a 18 de abril de 1955. Foi um físico teórico alemão. Foi eleito o mais memorável físico de todos os tempos. É conhecido por desenvolver a teoria da relatividade. Recebeu o Nobel de Física em 1921.

Música

Francis Albert Sinatra nasceu a 12 de dezembro de 1915 e morreu a 14 de maio de 1998. Foi um cantor e ator norte-americano, considerado uma das maiores vozes do século XX e com mais de 50 anos e carreira. Lançou centenas de canções imortalizadas na sua voz, como «New York», «Killing me softly», entre outras.

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Antoine Laurent de Lavoisier nasceu a 26 de agosto de 1743 e morreu a 8 de maio de 1794. Foi um químico francês, considerado o criador da química moderna. Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Bob Nesta Marley nasceu a 6 de fevereiro de 1945 e morreu a 11 de maio de 1981. Foi cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos. Grande parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos.


Os nossos mitos/As nossas crenças...

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Superstição da sexta-feira 13 Márcia Bertoluci, 12.08

Quantos de nós já não ouviram falar da “maléfica” sexta-feira 13? Haverá necessidade de ter medo deste número? Há duas lendas de há muitos anos atrás associadas a esta superstição. A primeira dizia que num banquete estavam presentes 12 deuses e que, sem ser convidado, apareceu Loki (Deus da Discórdia, do fogo e da maldade) que provocou a morte a Beldor, que era o favorito dos deuses. A segunda conta que Friga (deusa do amor e da beleza) se transformou em bruxa quando as tribos nórdicas se converteram ao cristianismo. Esta, para se vingar, todas as sextas feiras se reunia com 11 bruxas e o demónio para rogar pragas aos humanos. Foi também numa sexta-feira 13 de 1307 que o rei da França mandou perseguir os templários excomungando-os, perseguindo-os ou queimando-os na fogueira. Por outro lado, há quem veja o número 13 como sorte, visto que 1+3=4, correspondendo aos quatro elementos: terra, ar, água e fogo.

Sexta feira 13 – Fomos ver p’ra crer No passado dia 13 de abril (sexta-feira), a turma 1206 deslocou-se a Montalegre

no âmbito do projeto interrogar a ciência (PIC). A participação neste projeto teve como motivação a vontade de vivenciar as atividades comemorativas do dia das bruxas, em Montalegre. A acrescentar a esta curiosidade, os alunos manifestaram interesse em participar no referido projeto, fazendo o máximo de registos para, em jeito “jornalístico”, dar conta da experiência e dos saberes adquiridos sobre mitos e crenças. À chegada a Montalegre, já era notório o ambiente festivo alusivo à ocasião, quer por parte dos habitantes, quer pelos inúmeros visitantes. As ruas já se encontravam animadas por vários grupos e decoradas com barraquinhas de artigos associados a esta comemoração. O grupo desde logo se sentiu envolvido pelo ambiente peculiar e aguardou com expectativa o espetáculo noturno. Apesar de as condições climatéricas não terem sido as desejáveis, a animação nas ruas não foi afetada. Durante o espetáculo, os participantes puderam assistir ao esconjuro feito pelo Padre Fontes e beber a queimada, ficando assim livres de todos os males. A finalizar este ritual, assistiu-se a um espetáculo piromusical nas muralhas do castelo. Para uma melhor compreensão e contextualização da vivência deste ritual, o grupo agendou um encontro com o senhor Padre Fontes, para partilhar ideias e reflexões sobre Ciência e Pseudociência, adquiridas com a leitura do livro Um mundo Infestado de demónios de Carl Sagan. À inesquecível satisfação dos momentos noturnos, acrescia a expectativa de conhecer e conversar com o senhor Padre Fontes e saciar, através da entrevista, a curiosidade de todos. Num ambiente familiar, o nosso entrevistado abriu-nos o seu espaço (em Vilar de Perdizes) e recebeu-nos de uma forma tão espontânea e tão acolhedora que o calor que emanava da lareira apenas nos reconfortava o físico. Nesta atmosfera, a conversa não se fez esperar e à primeira oportunidade, as perguntas surgiram.

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Sexta-feira 13...

Como surgiu a ideia de festejar todas as sextas- feiras 13? Sendo padre, não é dia santo nenhum. Geralmente, os dias santos são marcados pelas igrejas a nível mundial. Há os dias santos que agora até querem cortar, mas nós aqui decidimos inventar um dia santo diferente, que não tem santo nenhum nem diabo nenhum, mas é uma mistura de santos e diabos. (risos) A razão de fazermos isto foi para promover o turismo, a nível local e regional. Com o pretexto do tema aliciante da magia e bruxaria, a coincidência da sexta com o 13, que não são muitas e criar acontecimentos numa época em que não acontece nada. É também para dar movimento à restauração e à hotelaria e fomentar o crescimento, uma vez que quem vem classifica-nos ou desclassifica-nos. Se tem bom serviço voltam. Esta foi uma iniciativa que caiu bem na nossa mentalidade celta, mítica, religiosa, pagã, supersticiosa, curiosa… Somos todos curiosos das coisas desta área, da bruxaria, do ocultismo, magia, mauolhado, inveja… essas atitudes que afetam a sociedade menos educada. É uma forma das pessoas se questionarem e brincar com aquilo que as aterroriza ou ameaça, e foi daí que nasceu, aqui em Vilar de Perdizes, a tradição da queimada. Fazíamos uma queimada, que nasceu à lareira da minha casa materna aos meus 5/10 anos. Quando estávamos gripados, os meus pais punham a caçarola ao lume com aguardente, chegavamlhe o fogo e à luz da candeia, nós tínhamos uma cor quase de desenterrados (risos), aquele azulado com um amarelado, e passávamos com a caçarola pela cara de cada um para vermos a cara que fazíamos, vendo as almas do outro mundo, vendo as bruxas. São coisas da minha infância. Mais tarde, como padre aqui em Vilar de Perdizes, rodeei-me de colegas galegos que tinham a mesma tradição, mas com mais aparato, com mais esconjuro.

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Um colega galego em 1973/72, participava em convívios e serões, aqui, e fazíamos os mesmos rituais. Ele ci tou um esconjuro dos galegos e assim me associei aos congressos de medicina popular em 73. No fim dos congressos, que eram ao sábado, fazíamos uma queimada na rua, com uma caldeira de 40/50 litros de aguardente, no centro social, onde toda a gente podia participar. Fazíamos o esconjuro numa forma mais aportuguesada, e a partir daí realizávamos, todos os anos, esse ritual em Vilar de Perdizes. A câmara sugeriu que fizéssemos isso mesmo em Montalegre, com publicidade chamativa e programa criativo, com grupos musicais e teatrais, feira de produtos, conseguiu chamar-se muita gente. A câmara viu que dava uma boa semente e aproveitou para semear no ano seguinte. Dá muitos frutos, sim dá! Estas comemorações prendem-se com a crença em bruxas. Elas existem mesmo? Tu é que sabes se e-xistes ou se não existes. (risos) Bruxas são uma crença medieval de pessoas que se diziam bruxas, que se embruxavam, que tinham poder, que tinham mau-olhado, que podiam atormentar as pessoas, animais e negócios. Fantasias que queremos desmitificar com esta brincadeira das sextas 13 dia, das bruxas. Em todas as aldeias havia dias das bruxas às sextas e terças. As bruxas juntavam-se num sítio específico. Aqui em Vilar de Perdizes são os campos de Valdim; em Montalegre é o Areal do Pereira, um sítio onde se acampava, numa encruzilhada qualquer, e ali faziam os combinados de patifarias que iam pregar aos homens ou mulheres, ou a quem fosse. Mas isso são tudo crenças! Como se dizia que o diabo andava à noite na rua, que não se podia andar na rua à noite, que não se podia assobiar à noite, pois chamava-se o diabo e que não se podia brincar com o lume, porque mijava-se na cama (risos). Há assim uma série de crenças que eram mais os pais que nos metiam esse medo para nos controlarem. Mas hoje já ninguém nos controla (risos).


Sexta-feira 13... Nesta entrevista, pretendemos fazer uma ligação entre a ciência e as crenças. Estando no séc. XXI, em que a ciência se afirma cada vez mais, qual é o lugar deste tipo de crenças? A ciência ajuda a evolução no campo da cultura tradicional, das crenças. Há coisas que a ciência não atinge, o sobrenatural. Mas o que é natural, da nossa criação e da nossa imaginação, a ciência pode selecionar e dizer, isto é falso e isto é como 2+2 serem quatro, não é por brincar com o lume que vais mijar na cama, ou assobiar de noite que vai fazer o diabo vir atrás de ti. E é isso que a ciência vai esclarecer e ajudar a entender que nem tudo o tem fumo é fogo… Sabemos que organiza os congressos de medicina popular desde 1983, em Vilar de Perdizes. Qual é o objetivo desta iniciativa? O primeiro foi só para alertar a região para não perder a tradição no campo da herbanária, dos chás como produto natural, saudável e equilibrado que os pode ajudar, e também para transmitir o conhecimento uns aos outros. A partir de 1975, estive no serviço médico da periferia e fiquei encarregue de criar postos médicos e instalar os médicos nas aldeias. Consegui pôr aqui, nesta aldeia, um posto médico. Arranjei casa e espaço para o médico dar consultas e fui à casa dos padres das outras aldeias para fazerem o mesmo. Comecei a dar conta que as pessoas iam ao médico por pequenos problemas, pequenas gripes e trocavam o chá pelas pastilhas do médico. Achei que isso era um exagero e que quem era mais afetado eram os velhos e as crianças. Os velhos nunca tinham tomado dessas coisas e agora estavam

13 a tomar tudo e mais alguma coisa e as crianças, que eram virgens nesse campo, começavam a ser vítimas disso. Eu fiz um alerta e também fui vítima. Recebi um processo disciplinar, pois pus lá no consultório um letreiro a dizer “Pés quentes, cabeça fresca, canais a-bertos, boa urina, merda p’ra medicina. (risos) Como na sexta-feira 13, veio aí toda a comunicação social local, regional, revistas, televisões galegas e portuguesas, deu eco e toda a gente soube disso. E desde aí, continuamos. E as pessoas, depois desses mesmos congressos de medicina popular, deixaram de ir tantas vezes ao médico por causa de uma gripezinha? Sim, depois passaram a conhecer mais os chás, a cultivá-los e a pô-los na horta. Fiz concursos de hortas várias vezes. Sabemos que desde menino sempre teve uma paixão pelas plantas. Acredita nos seus poderes? A Bíblia diz “sejam as raízes, as folhas e as flores o teu elemento e o teu remédio”. É assim em todas as civilizações. Nós alimentamo-nos delas, ou comemos ou não comemos. Todos esses produtos nos mantêm saudáveis e equilibrados. Para terminar esta entrevista, queremos pedir-lhe que deixe uma mensagem aos jovens. O mundo e o futuro é vosso! Estamos à vossa espera! Muito obrigado, senhor Padre Fontes, pelo tempo que disponibilizou e vamos com a certeza de que esta conversa vai produzir frutos.

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Sexta-feira 13

A ignorância ou o pior de todos os demónios … Atualmente, a ciência parece progredir rapidamente, mas, quando olhamos para ao passado, damos conta que os estudos rigorosos de Galileu sobre a velocidade da luz foram incipientes, já que estavam condicionados pela ciência da época. Coube a A. Fizeau, mais de 200 anos após Galileu, a glória de determinar a velocidade de propagação da luz pelo “Método da Roda Dentada”. A ciência constrói hipóteses que podem ser testadas em busca de um conhecimento temporariamente duradouro, não procura o nosso acordo nem vai ao encontro dos nossos pré-conceitos, apela à criatividade e à especulação, ao colocar hipóteses, que serão testadas até se concluir qual a que mais se aproxima da verdade em determinado momento. No entanto, como afirma Carl Sagan, devemos estar conscientes das nossas limitações e o cientista deve continuar à procura de novos dados. Deve manter a mente aberta para que a verdade não fique comprometida, já que as verdades científicas são sempre provisórias. Ante as descobertas, oscilamos entre o deslumbramento acrítico e o ceticismo pseudoinformado pelas notícias, quantas vezes, incapazes de detetar argumentos falaciosos e fraudulentos. A mediatização das notícias e a especulação jornalística adulteram frequentemente os conteúdos. Resumem e sintetizam, reduzindo, por vezes, a um título o que pretendem vender. Quem lê?! Uma população cada vez mais afastada do que são a ciência e a terminologia científica, alheia ao insucesso e ao erro, mas cada vez mais interessada nos resultados, nas descobertas e nas promessas de eterna juventude e outros mundos. Vítimas do buraco na camada do ozono, das alterações climáticas, da poluição e da talidomida, olhamos com desconfiança para a ciência, que, aliada à descrença na razão humana e ao relativismo que constitui uma tendência da atualidade, mergulha o ser humano em zonas de desconfiança e trevas. Empurramos os nossos medos para o subconsciente e eles povoam os nossos sonhos sob todas formas. Mas, para quê questionar a ciência se é mais fácil aceitar a superstição e pseudociência? A impotência da medicina atira-nos para a fé e o silêncio desta, para a crença em curandeiros e bruxas. Dantes, os demónios escolhiam os ímpios e os descrentes. Hoje, os descrentes escolhem a ignorância e alimentam os seus próprios demónios com medo do conhecimento. Somos assolados pelas trevas da nossa ignorância e temos sonhos povoados por demónios privados que em festas e romarias exorcizamos. Afastamos o burro no 1º de maio, festejamos o dia 13 e o dia das bruxas e dizemos que certas ações parecem obra do demónio. Ao longo dos séculos, substituímos curandeiros por médicos, mezinhas por remédios, possuídos por esquizofrénicos, demónios por extraterrestres e raptos por abduções e, surpresa das surpresas, continuamos mergulhados na escuridão da nossa ignorância, com medo de demónios, piores que os de outrora. Ah! Mas eu não acredito em demónios! – Afirmamos convictos. Porém, não acreditarmos nos demónios não nos protege deles, devemos sim, identificá-los para os combater. Urge acabar com a iliteracia científica. A ignorância e a persistência na relativização da importância de conhecermos a terminologia científica devem acabar. Pensa-se que aquele que não acredita na ciência não acredita em nada. Mas é um erro, aquele que não acredita na ciência acredita em quase tudo o que é pseudociência e vive não em função da experiência, mas da crença.

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O saber em Projeto Outros projetos que interrogam a Ciência Tema: Muda-se o tempo, altera-se o clima? No âmbito das disciplinas de Geografia, Português, Ciências Naturais e Ciências Físico-Químicas, os alunos do 8.º ano estão a trabalhar a temática do aquecimento global. Após o visionamento do filme “Verdade Inconveniente” e a leitura de literatura de apoio, os alunos elaboraram um texto dramático, cuja representação está em fase de preparação. A peça de teatro será apresentada durante o mês de junho; serão convidados os encarregados de educação e os formandos do PIC.

Tema: O Homem e o Conhecimento Envolvendo as disciplinas de Português, Geografia, Ciências Físico-Química e EMRC, a partir do “Poema para Galileo”, de António Gedeão, os alunos do 10.º ano elencaram questões proporcionadas pelo texto. Em trabalho de articulação disciplinar, durante as aulas de EMRC, os professores das diversas disciplinas envolvidas analisaram o poema, sublinharam a importância do contexto sociocultural e fizeram demonstrações laboratoriais sobre o contributo de Galileu para a ciência. O produto final será a realização de um debate em formato de programa televisivo. Tema: Biotecnologia aplicada à ciência – Da distrofia muscular ao “atleta perfeito” Com a colaboração dos docentes de Filosofia, Biologia e Educação-Física, os alunos do 11.º ano procederam à implementação de experiências em laboratório virtual. Trabalharam um artigo científico e pesquisaram sobre as diferentes técnicas de diagnóstico de doenças em casos clínicos de modo a apresentarem os resultados aos seus pares. O objetivo será a produção de um poster que resuma as conclusões do trabalho. Será também produzido um artigo científico que responda à questão: “Deve a ciência corrigir as anomalias da natureza e manipular os processos evolutivos naturais?”. Tema: Poetizar a ciência A partir do poema “A Pedra Filosofal”, de António Gedeão, e de um videoclip de Manuel Freire, procedeu-se a uma discussão sobre conceitos relacionados com a ciência presentes no poema e foram selecionados sete temas científicos, nomeadamente: alquimia, descobrimentos, origem da vida, natureza, arte, energia nuclear ecomunicação. Estes temas foram explorados pelos alunos e, consequentemente, reproduzidos em sete painéis de caráter artístico. Tema : Mãos de preto Partindo da análise de um conto de autor previsto no programa de 10º Ano da disciplina de Português, os grupos de alunos encontram-se a pesquisar informação para que possam responder a cinco questões sobre a temática. O possível produto final será a criação de um cartaz ou uma peça de teatro.

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Mitos do Saber...

A China e os seus mitos Lei Ye, 1207

Eu sou o Lei e venho da China. O meu país é muito marcado pela superstição e pela mitologia. É um país com uma longa história, em que as crenças passaram de geração em geração. Para nós, o gato não tem sete, mas nove vidas. Acreditamos que o eclipse é por causa do cão de Deus ter comido a Lua, como castigo aos homens. As cobras têm muito valor, por isso, quando aparece uma cobra em casa, é bom presságio se estiver nos locais onde se guardam alimentos; pelo contrário, se estiver em cima de um sítio alto, é sinal de má sorte. Porém, nunca devemos matar a cobra, pois o seu sangue vai originar males ainda maiores. Quando damos presentes ou flores, se for pelo aniversário ou casamento, tem de ser sempre um número par, pois significa que essa data se vai repetir. Pelo contrário, se for a um doente ou para um funeral, tem de ser ímpar, para que tal não volte acontecer. Quando alguém está a comer, não se deve ver ao espelho, senão pode ficar gago. Estes são alguns exemplos de crenças populares. A nossa mitologia é muito rica e, a nível religioso, podemos ser taoistas ou budistas. Acredito em Pan Ku, pai dos Deuses, que foi o primeiro ser consciente e criador. No princípio do mundo, não havia nada, apenas o caos e a escuridão. Todo o universo era um imenso ovo negro e dentro dele estavam Yin e Yang, opostos que coexistem, mantendo o equilíbrio. Dentro deste ovo havia, também, um terceiro elemento: Pan Ku, que crescia com o ovo, tornando-se gigantesco. Durante dezoito mil anos, o ovo flutuou, chocando os três elementos que estavam no seu interior. Passado este tempo, Pan Ku despertou e viu-se na escuridão. Enfurecido, mexeu-se dentro do ovo e, com um machado, partiu-o, separando o Yin e o Yang, dando início à criação do mundo e acabando com a escuridão total. O mais pesado, Yin, separou-se e afundou, transformando-se em terra. Yang, mais leve, subiu, formando o céu. Entre eles, ficou Pan Ku, a segurá-los, evitando que se juntassem novamente, trazendo a escuridão de volta. Pan Ku persistiu, mantendo Yin e Yang separados, até que um dia percebeu que não havia mais escuridão. Tranquilo, deitouse e morreu fisicamente, pois a sua alma continua viva. O seu corpo começou a transformar-se: o olho esquerdo no sol, o direito na lua, a sua respiração tornou-se no vento, o trovão surgiu da sua voz grave. O seu corpo deu origem aos continentes; o seu sangue formou os rios e os mares e o cabelo originou as árvores e flores. Dos seus dentes e ossos, surgiram as rochas e os minerais preciosos; o suor transformou-se na chuva, os seus músculos nas terras férteis e dos seres que habitavam seu corpo, como pulgas e bactérias, surgiram os animais, entre os quais o dragão. Na cultura ocidental, o dragão tem um significado negativo, mas no Oriente, é considerado símbolo de proteção e é uma mistura de muitos animais. Tem olhos de tigre, corpo de serpente, patas de águia, chifres de veado, orelhas de boi e bigodes de carpa. Está relacionado tanto com água, pois é protetor dos rios e oceanos, como com o ar. Quando havia seca, os povos pediam ao dragão que fizesse chover. Segundo o calendário chinês, 2012 é o ano do dragão, um ano de muita prosperidade. Vamos a ver…

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Mitos do Saber...

O sociólogo Moisés Espírito Santo defende que crenças, mitos e superstições servem para preencher espaços vazios da imaginação. São um jogo importante da comunicação, porque as pessoas precisam de contar histórias. Antigamente, faziam-no à lareira, hoje, têm muitos outros recursos.

Crença

Desmitificação

Comer cenoura faz bem A cenoura é rica em vitamina A e a deficiência grave em vitamina A causa cegueira, mas aos olhos? uma coisa não tem nada a ver com a outra. O álcool produz uma sensação momentânea de calor ao dilatar os vasos sanguíneos e ao O álcool dirigir o sangue até à superfície da pele, mas, em pouco tempo, a temperatura interior do combate o frio. corpo diminui e sente-se mais frio. Por isso, em situações de embriaguez, devemos agasalhar a pessoa e nunca tentar despertá-la com água fria. A mudança de lua in- Durante a lua cheia e a lua nova, existe uma força maior para o centro da Terra, o que fluencia o parto? aumenta a pressão pélvica e, consequentemente, as contrações. Segundo o mito do Convento de Mafra,ratos gigantes habitam os subterrâneos do convento Os ratos do Convento e, durante a noite, saem para comer tudo aquilo que podem apanhar: cães, gatos, pessoas… Trata-se de histórias falsas. Não se nega a existência de ratos, mas estes vivem nos esgotos, de Mafra o que é perfeitamente normal, pois este é um edifício antigo e de grandes dimensões. Além disso, o convento fica próximo da tapada de Mafra, junto ao campo, onde existem habitualmente ratos a circular. Mito que surgiu na sequência do desaparecimento do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578. Por falta de herdeiros, o trono português terminou nas mãos do Mito sebastianista rei Filipe II de Espanha. Basicamente, é a esperança na vinda de um messias salvador, traduzindo uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa. Apesar do corpo do rei ter sido removido para Belém, o povo nunca aceitou o facto, divulgando a lenda de que se encontrava ainda vivo, apenas esperando o momento certo para voltar… No teatro vicentino, os sinais que anunciavam o início da dramatização eram manifestados Pancadas de Molière através de gritos. Já no século XVII, em França, como as plateias eram barulhentas e agitadas, as peças tinham uma cena inicial para acalmar o público e impor o silêncio. Com o mesmo objetivo, Molière criou as suas três pancadas, usadas até hoje para avisar a plateia que o espetáculo vai começar. A tradição de entrar em algum lugar com o pé direito para dar sorte é de origem romana. Nas grandes celebrações dos romanos, os donos das festas acreditavam que, entrando com Entrar com o pé direito tal pé, evitariam agouros na ocasião da festa. A palavra “esquerda” significa, do latim, sinistro, daí já fica óbvia a crença do lado obscuro dos inocentes pés esquerdos. Foi assim que esta crença se espalhou por todo o mundo.

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Crenças e expressões idiomáticas...

Crença / hábito Bater três vezes na madeira Passar debaixo da escada

Gato preto

Partir um espelho

Colocar flores nas sepulturas

Explicação A origem mais provável está relacionada com o facto de os raios caírem com frequência sobre as árvores. Os povos antigos teriam interpretado este aspeto como sinal de que tais plantas seriam as moradoras terrestres dos deuses. Assim, sempre que se sentiam culpados por alguma coisa, batiam no tronco com os dedos para chamar as divindades e pedir perdão. Alguns acreditam que a superstição surgiu na Europa Medieval. Quando um castelo era atacado, a ponte era recolhida e um dos únicos meios de invadir era usar escadas. A defesa derramava óleo a ferver sobre os invasores. Quem segurava ou subia as escadas recebia um banho mortal. Portanto, passar por baixo de uma escada passou a significar má sorte. Os egípcios estavam convencidos de que os gatos possuíam alma, e prova disso são os restos mumificados destes felinos encontrados nas escavações arqueológicas. Na Idade Média, as bruxas fazem do gato preto um elemento imprescindível para efetuar seus rituais e feitiços. Acreditava-se que os gatos pretos eram bruxas transformadas em animais. Hoje em dia, os supersticiosos creem que, quando um gato preto atravessa o seu caminho, é sinal de azar. Os místicos, no entanto, têm outra versão: quando um gato preto entra em casa, é sinal de dinheiro a chegar e acariciar um gato atrai boa sorte. É provável que esta crença tenha a ver com a ideia de que o nosso reflexo é outra versão do original e, se causamos defeitos no espelho, causamos danos a nós mesmos. Assim, partir o espelho é fazer o mesmo com o alma, acreditando-se que a quebra de um espelho traz má sorte durante sete anos. Este período deve-se ao facto de as alterações fisiológicas no corpo ocorrerem de sete em sete anos. Na atualidade, enfeitam-se as sepulturas com flores como sinal de afeto, mas a intenção original era proporcionar algo vivo no momento da morte. A coroa circular encerrava simbolicamente o espírito e impedia-o de voltar.

Meeting Roménia

Artur Passos, Adjunto do Diretor

De 29 de fevereiro a 3 de março, uma delegação de três professores da Escola Secundária D. Sancho I esteve em Bacau (Roménia) a participar num encontro do projeto “Strenghtening the Orientation From School to Job “(SOS), juntamente com outros elementos de instituições da Turquia, Itália, Hungria e Lituânia. O meeting, onde também participou uma delegação do Ministério da Educação turco, teve lugar na escola Coleguil Tehnic ‘Letea”. Da agenda de trabalhos, fez parte, entre outras tarefas, a apresentação das conclusões de um inquérito submetido a empresas que aceitam estudantes/formandos para formação em contexto de trabalho. Este projeto, que se encontra na fase final, procurou preparar professores/ formadores a fim de orientarem convenientemente os estudantes/formandos para o atual mercado de trabalho.

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Crenças e Expressões Idiomáticas...

Expressão Lágrimas de crocodilo

Queimar as pestanas

Memória de elefante À grande e à francesa Dose para cavalo

Parte uma perna

Origem

Significado

O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu-da-boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora Choro fingido a vítima. Usa-se ainda esta expressão, apesar do facto real que a originou já não ser usual. Foi, inicialmente, uma frase ligada aos estudantes, querendo significar aqueles que estudavam muito. Antes do aparecimento da eletricidade, recorriaEstudar muito -se a uma lamparina ou uma vela para iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto do texto quando se pretendia ler, o que podia dar azo a “ queimar as pestanas “ O elefante fixa tudo aquilo que aprende, por isso, é uma dos principais atrações Ter boa memória; do circo. recordar-se de tudo. Expressão relativa aos modos luxuosos do general Jean Andoche Junot, auxi- Viver com luxo e liar de Napoleão, que chegou a Portugal na primeira invasão francesa, e dos ostentação. seus acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala pela capital. O cavalo, por ser forte, necessita de doses exageradas de remédio para que Quantidade excessieste possa produza o efeito desejado. Com a ampliação do sentido, dose para va; demasiado. cavalo é o exagero na ampliação de qualquer coisa. Este termo foi criado durante uma das muitas guerras em que os americanos estiveram envolvidos. Antes de partir para a frente da batalha, os soldados diziam uns aos outros: “parte uma perna”. Este seria o melhor destino que eles Boa sorte poderiam ter durante o combate. Afinal, mesmo ferido, o soldado continuaria vivo e, melhor, seria dispensado, retornando ao seu lar.

Mascote do Pena Aventura Park

No passado mês de março, a turma 902 venceu o concurso promovido pelo Pena Aventura Park para a elaboração de uma mascote. A participação da Escola Secundária D. Sancho I contou com o trabalho desenvolvido pelas várias turmas de Educação Visual dos 7º, 8º e 9º anos. A proposta apresentada, elaborada pelos alunos André Rodrigues, Davide Costa, Luís Azevedo e Rui Cruz, teve como objetivo dar uma resposta qualificada ao desafio lançado pelo parque aventura às escolas para a constituição de uma mascote representativa do programa “Dê Mais Emoção à Sua Escola”. “Foxy” foi a selecionada de um conjunto de 60 propostas apresentadas por cerca de 20 escolas. A mascote será implementada sob a forma de uma bandeira gigante no dia 15 de julho, data da comemoração dos 5 anos de inauguração do Pena Aventura Park.

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O Saber em Ação

Visita de Estudo a Lisboa e Mafra Francisca Carmo, 1201

Nos dias 27 e 28 de janeiro, as turmas de 12º ano dos cursos de Ciências e Tecnologias e Ciências Socioeconómicas realizaram uma visita de estudo a Lisboa e a Mafra, no âmbito das disciplinas de Biologia, Física, Psicologia, Matemática e Português. No primeiro dia, visitaram o Pavilhão do Conhecimento, onde tiveram a oportunidade de ver três exposições: “Física no dia-a-dia” baseada na obra de Rómulo de Carvalho, “O mar é fixe mas não é só peixe” e “Explora”. Os alunos apreciaram bastante, pois as experiências foram surpreendentes, interessantes e gratificantes. De seguida, dirigiram-se para o Centro Cultural de Belém, onde puderam ver e admirar a exposição de arte do Museu Coleção Berardo. À noite, após o jantar na pousada, alunos e professores realizaram uma caminhada noturna até ao centro de Lisboa; num momento de alegre convívio, visitaram o Hard Rock e aproveitaram o som da música numa esplanada. No segundo dia, rumaram a Mafra para se juntarem ao resto das turmas de 12º ano.

Visita de estudo ao Convento de Mafra Ana Sofia Sá e Sara Ribeiro, 1208

No dia 28 de janeiro, no âmbito do estudo do romance Memorial do Convento de José Saramago, as turmas do 12º ano de Línguas e Humanidades rumaram a Mafra, onde se encontraram com os colegas que tinham viajado na véspera para Lisboa. Chegados a Mafra, algumas turmas iniciaram a visita ao convento, enquanto outras assistiram a uma dramatização da obra.A visita ao palácio foi muito interessante, instrutiva e enriquecedora visto que possibilitou aos alunos uma melhor contextualização e compreensão da obra a nível histórico e ficcional. A adaptação dramática foi de qualidade excelente, tendo em conta a versatilidade e profissionalismo dos atores, que conseguiram prender a atenção do público durante todo o espetáculo. Esta visita de estudo superou as expectativas dos alunos, tendo funcionado como uma grande motivação para a leitura da obra saramaguiana. Por fim, e antes do regresso a casa, ainda visitaram a cidade de Óbidos, onde tiveram oportunidade de provar a famosa ginginha e desfrutar das maravilhas do local…

Falar verdade a Mentir volta a fazer rir! Alunos do 801 e 802

No dia 18 de abril, as turmas do 8º ano da escola secundária D. Sancho I assistiram à peça Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garrett, no auditório VITA, em Braga. Deslocaram-se de autocarro acompanhados pelos professores: Liliana Miranda, Luís Guincho e Olímpia Moreira. A obra é de leitura obrigatória no 8º ano, sendo a ida ao teatro uma forma de complementar a leitura da mesma. Com o desenrolar da ação, as várias peripécias divertiram a audiência. Já no final, a companhia de teatro “ Arte D` Encantar” surpreendeu o público ao convidar o Tiago do 802, da nossa escola, para subir ao palco. Foi um momento muito engraçado e muito aplaudido por todos. Os alunos demonstraram um grande interesse e um comportamento exemplar.

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O Saber em Ação Alunos dos cursos profissionais da D. Sancho I realizaram estágio em Barcelona

No passado dia 29 de março, partiram para Barcelona dezoito finalistas dos cursos profissionais da Escola Secundária D. Sancho I, a fim de realizarem o seu estágio em empresas daquela cidade, no âmbito do projeto “Empowerment” - qualificar para o trabalho em contexto europeu (Programa Leonardo Da Vinci). De salientar que este tipo de estágios constituiu uma oportunidade de formação privilegiada, pois apenas três escolas secundárias a disponibilizaram em Portugal. O grande objetivo deste projeto é integrar os alunos no mundo do trabalho, proporcionando-lhes a possibilidade de o fazerem num mercado competitivo e europeu, contribuindo para a formação de uma mão de obra mais qualificada e capaz, conhecedora de ambientes multiculturais e com capacidade de integração.

No regresso, os alunos trazem uma mala repleta de memórias, experiências e expectativas. Eis alguns testemunhos… Ana Fonseca, Curso de Técnico de Contabilidade

Num dia inesperado, surgiu-me a possibilidade de poder inscrever-me no projeto da D. Sancho “Empowerment - qualificar para o trabalho em contexto europeu”,projeto esse que entusiasmou vários alunos, incluindo eu própria. O facto de poder participar num estágio na cidade de Barcelona alicia qualquer aluno e, quando se é escolhido, o sonho torna-se realidade. Estagiei na Gremi d’Instal•ladors del Baix Llobregat, na periferia da cidade de Barcelona, onde realizei muitas tarefas na área da Contabilidade.

Esta foi uma experiência fantástica, não só pelo facto de ter conhecido aquela magnífica cidade, mas também por poder tirar partido dos conhecimentos lá adquiridos; esta experiência irá certamente melhorar o meu currículo e deu-me a possibilidade de me tornar mais independente a vários níveis. Uma iniciativa como esta deveria ser tomada por outras escolas, pois é um programa bastante enriquecedor para os alunos envolvidos. É uma sorte para os alunos frequentarem uma escola que proporciona tal oportunidade aos seus alunos.

Carina Barroso - Curso de Técnico de Análises Laboratoriais

Depois das provas de seleção, da entrevista e das aulas de espanhol, os dezoito os alunos selecionados viajaram até à maravilhosa cidade de Barcelona para lá ficar por um período de seis semanas a realizar estágio. Eu fui uma das privilegiadas. Quando chegámos ao Hostel Sant Jordi, fomos bem recebidos por todos os membros. No dia 2 de abril, começaram “as práticas”, como lhes chamam os espanhóis. Hydrolab Microbiologica foi o laboratório de águas residuais que me acolheu em estágio e a minha tutora chamava-se Isabel Martinéz. Sem dúvida que poder estagiar em Barcelona é uma porta que se nos abre. Quem sabe, um dia, teremos a possibilidade de trabalhar em Espanha e noutros países da Europa? Agradeço à escola não só esta oportunidade única que me deu, assim como a possibilidade de usufruir de outra cultura que pude conhecer melhor, novas pessoas, uma nova língua e novos costumes. Para além disto, fezme crescer enquanto pessoa e ser mais autónoma.

Foi uma experiência que jamais poderei esquecer, bem como muitas das pessoas que conheci. Até um dia, Barcelona!

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O Saber em Ação

A mí me gusta Barcelona

Bruna Silva - Curso de Técnico de Secretariado

Tudo começa com um único passo e nós começámos com dois. Neste caso, dia 29 de março, chegámos a Barcelona e quisemos de imediato conhecer esta lindíssima cidade. Estávamos a 10 minutos do maior monumento de Barcelona, La Sagrada Família. Nos dias seguintes, continuámos a maravilhar-nos com a beleza da cidade: as Ramblas, a praia e outros aspetos admiráveis. Foi uma escolha bem feita, aqui passámos de tudo: bons e maus momentos, saudades, ansiedade, tristeza, amor, alegria e felicidade. Mas, não há nada como ver com os próprios olhos o que é verdadeiramente Barcelona e perceber o porquê de ela ser a inspiração de vários autores e poetas. Contudo, Barcelona não é apenas paisagem, ruas e monumentos. Nada estará completo se não tivermos connosco boas pessoas e bons amigos. O ambiente em nossa casa foi, desde o princípio, de cooperação, amizade e animação. Para combatermos as saudades, necessitámos de apoios e, na nossa casa, era o que não faltava. Inicialmente, a nossa vida fora esplêndida: tempos livres para passear, uma casa só para nós, o facto de podermos conviver com pessoas da nossa idade e fazer novas amizades. Até que começou o nosso quotidiano atribulado de estágio. Horas de desencontro, menos tempo para pa-

ssear e para descansar; mas tinha de ser, tínhamos de pôr em prática as nossas capacidades profissionais e fazer aquilo que realmente nos levou até lá. Houve alturas em que a única coisa que queríamos era desistir e voltar a Portugal. Mesmo assim, com apoio dos nossos colegas, e principalmente da nossa monitora (Mireia Férnandez), não desistimos e ganhámos sempre força e coragem para ultrapassar o obstáculo dos sentimentos. Os estágios foram muito favoráveis para o desenvolvimento das nossas capacidades, embora muitas vezes não tenhamos ficado satisfeitos. Aprendemos a lidar com as situações que menos nos agradavam e a encarar a vida de outra maneira. A melhor coisa do estágio foi o facto de termos a oportunidade de conhecer muita gente de outros países e de outras culturas, pessoas que jamais iremos esquecer e que vão fazer parte do nosso desenvolvimento humano e intelectual para sempre. Saudades? Claro que tivemos saudades. Dos pais, dos tios, dos primos, dos avós, dos professores e da escola, mas, principalmente, dos amigos que tivemos que deixar. Eles sabem que isto foi para o nosso bem e para crescermos enquanto PESSOAS. Daqui levámos uma bela experiência de vida e um conhecimento alargado da cidade. Mil e uma coisas visitámos e isto é realmente lindo… valeu a pena.

A empresa na Escola No âmbito do projeto “A Empresa na Escola”, promovido pelo Município de Vila Nova de Famalicão, ocorreu, no passado dia 23 de março, uma reunião entre o Diretor da Escola, o Vereador da Educação e do Desporto da Câmara e o Presidente do Conselho de Administração da Argatintas. O referido projeto tem como propósito promover a interligação entre a escola e a estrutura empresarial local, sendo de louvar o facto de a referida empresa se ter disponibilizado para colaborar na iniciativa, tornando possível a consolidação deste desafio e a implementação d´A Empresa na Escola D. Sancho. Trata-se de um projeto que envolve várias valências e se destina especificamente aos alunos das áreas das ciências.

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O Saber de Português... Texto inédito apresentado no Torneio de Leitura O amor é… Foi num dia cinzento de inverno, enquanto a chuva fustigava as altas janelas do salão nobre, que tu, pequena Suri, chegas junto a mim e questionas: − Mana, o que é o amor? Eu fiquei perplexa e fixei apenas esses teus grandes olhos escuros que me olhavam de uma forma tão sincera e inocente! Mas eu não sabia a resposta, era algo tão complicado para mim, como é que iria traduzir de uma forma simples para que tu pudesses perceber?! Tu sentaste-te ao meu lado, seguraste-me na mão e acrescentaste: − Não faz mal mana, se não sabes a resposta agora, eu posso esperar aqui contigo até que a resposta surja. Os meus olhos inundaram-se de orgulho, mas eu tinha realmente de pensar em algo para te dizer. Foi então que vasculhei nas minhas mais profundas memórias, procurei em cada sorriso, cada lágrima, cada ação, cada dia que passei, mas nada… Tentei lembrar-me de cada matéria lecionada, mas não… Será possível que uma matéria desta importância me tenha escapado?! Será possível que alguma vez me tenham dito uma definição

e eu não assimilei, não, não pode ser possível! Olhei novamente para ti, sentada no sofá, agora já a dormir profundamente, cansada de tanto esperar. Foi quando vislumbrei esse teu rosto inocente pousado nas minhas pernas, embalada nesses teus sonhos de criança, que eu soube o que era o amor. Amor, amor é agarrar a tua mão cada vez que choras porque tiveste um pesadelo, amor é limpar-te as lágrimas depois de um dia mau, amor é rir contigo depois de uma traquinice qualquer, amor é abraçar-te quando os teus planos falham, amor é estar aqui, ali ou onde precisares, é estar com as mãos abertas e os braços estendidos para te pegar. Amor, pequena Suri, é ter-te aqui prostrada em minhas pernas, tão leve, tão indefesa… É pegar-te todos os dias e proteger-te, é defenderte com a minha própria vida. Amar, amar é dares de ti mesmo o melhor por alguém em troca de nada. Amar é muito mais do que possas imaginar, é algo tão poderoso que nada nem ninguém pode descrever nem controlar, amar é ter-te aqui pronta para tudo, amar é dar-te o melhor de mim. Amar é entregares-te de corpo e alma. Amar é simplesmente dares-te!

Oferta de livros à escola A livraria/papelaria Fonte Nova, situada na Alameda Luís de Camões, 142 R/C, honrou a biblioteca da nossa escola através da oferta de um número substancial de livros, que, certamente, serão de grande utilidade e interesse para os utilizadores do referido espaço. A cultura não tem preço, mas estas dádivas são sempre bem-vindas. A escola agradece à Fonte Nova a iniciativa.

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O Saber de Português...

LEITURA – uma realidade A leitura – uma competência transversal – começa a ser uma boa prática na nossa escola. É mais ou menos consensual que os alunos leem mais. Queremos acreditar que as atividades previstas no projeto do PNL e no PAA muito têm contribuído para esta agradável realidade. Assim, os professores de Português, com os seus alunos e nas suas aulas, desenvolveram as leituras previstas para este segundo período. Em paralelo, os alunos foram desafiados a participar no Concurso Nacional de Leitura que levou três alunos do terceiro ciclo e três do ensino secundário à fase distrital, que se realizou em Braga, no Dia Mundial do Livro (23 de abril). Para além disso, pela primeira vez, foi disputado o torneio de leitura que contou com a participação de 30 turmas e desenvolvido em três fases. A fase final constou do programa da Semana da Leitura que ocorreu de 5 a 9 de março.

Apesar de alguma controvérsia por parte dos alunos relativa ao regulamento a que um torneio está sujeito, a atividade suscitou entusiasmo e veio a revelar-se muito positiva, como publicamente foi dito pelo Vereador da Cultura e do Desporto, Dr. Leonel Rocha, presidente do júri desta fase do torneio. Convém destacar que o programa da Semana da Leitura se revelou variado e apelativo, uma vez que contou com a participação dos diferentes elementos da comunidade educativa, nomeadamente com a presença de um escritor famalicense, cujo nome é já uma sólida referência no panorama literário e cultural do nosso país – Jorge Reis-Sá. Agradecemos a colaboração de todos os que contribuíram para que a leitura continue a ser uma realidade, pois muitos e agradáveis momentos foram vividos e sentidos ao longo deste ano letivo.

Encontro com o escritor Jorge Reis-Sá No passado dia 9 de março, por volta das 14:30, recebemos na nossa escola o escritor famalicense, Jorge Reis-Sá, no âmbito da 2ª fase do projeto do Plano Nacional de Leitura (“Eu descubro um escritor”). O encontro realizou-se no auditório, tendo o convidado falado um pouco de si e da sua obra, do que o inspira e do seu percurso profissional e literário. Os alunos aproveitaram a oportunidade para colocar questões decorrentes da leitura dos livros Todos os dias e Equilíbrios pontuados. No final, todos concordaram que o encontro com Jorge

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Reis-Sá foi cativante, informal e divertido, tendo motivado para a leitura das suas obras. Foi evidente a empatia entre os alunos e o escritor, que, numa posterior troca de correspondência eletrónica, afirmou: “senti-me tão perto de todos vós que não resisti a dizer-vos do meu pai, do meu filho e, claro, do processo criativo que, não raras vezes, é tão mais circunstancial do que poderá parecer”. Resta-nos agradecer ao autor a sua disponibilidade e simpatia. Esperamos que tenha apreciado este encontro, que, para nós, foi um interessante momento de partilha literária e vivencial.


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O Saber da Ciência... Dádiva de sangue

Quarta-feira, dia 18 de abril, decorreu mais uma vez, na nossa escola, a colheita de sangue pelo Instituto Português do Sangue (IPS) com a colaboração da Associação de Dadores de Sangue de V. N. de Famalicão. Esta atividade, dirigida a toda a comunidade escolar, foi previamente divulgada em todas as turmas e no sítio da escola, tendo tido grande adesão. Conscientes da importância deste ato, e na tentativa de o promover mais ativamente, este ano realizou-se na entrada da escola num autocarro do IPS devidamente equipado. Conheça alguns mitos e verdades sobre a doação de sangue Para dar sangue é preciso fazer uma inscrição prévia. Mito Basta aparecer no Instituto Português de Sangue (IPS), Centros Regionais de Sangue de Lisboa, Porto e Coimbra ou no hospital mais próximo com serviço de colheita. Tive várias doenças no passado e, por isso, não posso dar sangue. Mito Ao oferecer-se para dar sangue, será submetido a um exame clínico no decurso do qual o médico esclarecerá as suas dúvidas. O sangue doado vai fazer-me falta. Mito Um adulto possui, em média, entre 4,5 e 5,5 litros de sangue. No decorrer da dádiva, ser-lhe-ão colhidos cerca de 450 ml de sangue (menos de 10% do total que tem). O tempo necessário para repor o volume de 0,5 l de sangue doado é de +- 12 horas. O meu tipo de sangue é o mais comum, logo, não é tão necessário. Mito Todos os tipos de sangue são necessários. Você pode precisar de sangue. Não há qualquer restrição à dádiva de sangue. Mito Para ser dador precisa de ter entre 18 e 65 anos de idade, mais de 50 Kg de peso, os níveis da hemoglobina acima dos 12,5 (mulheres) ou dos 13,5 (homens) e hábitos de vida saudáveis. Só se pode dar sangue uma vez por ano. Mito Pode repetir a dádiva, sem qualquer inconveniente para a sua saúde e bem estar (homens de 3 em 3 meses e mulheres de 4 em 4 meses). Quando se dá sangue fica-se mais fraco. Mito O sangue colhido é rapidamente reposto em circulação pelo organismo. Momentos após a dádiva, qualquer pessoa pode voltar à sua ocupação normal. Não tenho muito tempo livre e dar sangue demora muito tempo. Mito Desde a inscrição, passando pela triagem clínica, colheita e refeição, todo o percurso demora cerca de 30 minutos.

Alimentação... Água MITO: Bebê-la antes ou durante as refeições faz aumentar o peso. FACTO: Com zero calorias, a sua ingestão reduz a sensação de fome, podendo até ajudar a emagrecer. Gorduras MITO: Devem ser interditas, num regime alimentar saudável porque são prejudiciais à saúde.

FACTO: A gordura é essencial para a saúde, quando em quantidades adequadas. A ingestão de determinados ácidos gordos encontra-se associada a um risco reduzido de doença cardiovascular. Hidratos de Carbono MITO: O arroz e a massa no mesmo acompanhamento são uma bomba calórica a evitar. FACTO: Se, juntos, tiverem o mesmo valor calórico de uma dose,

o equilíbrio está garantido. Iogurtes 0% MITO: Os iogurtes 0% não engordam. FACTO: Apesar destes iogurtes conterem 0% de matéria gorda, têm o mesmo valor calórico (ou até superior) à custa de um aumento em hidratos de carbono. Pão MITO: Pão integral engorda menos que o pão branco.

FACTO: O pão integral tem a mesma quantidade de calorias que o pão branco, porém tem um maior conteúdo de fibras. Bolachas MITO As bolachas de água e sal são as que engordam menos. FACTO: As bolachas de água e sal engordam como as outras bolachas. Além da farinha, contêm mais gordura e sal, do que, por exemplo, as bolachas Maria.

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O Saber da Ciência...

Formações no âmbito do projeto PELT Ao longo do 2º período, foram realizadas diversas sessões de formação/informação no âmbito do Projeto PELT (Programa das Escolas Livres de Tabaco). No dia 6 de janeiro, dirigida aos pais/encarregados de educação dos alunos do 7º ano; a maioria dos pais esteve presente. No dia 23 de janeiro, uma sessão para os diretores de turma que estão a aplicar o programa “Querer é poder I” e “Querer é poder II” nos 7º e 8º anos, respetivamente, e outra para um grupo de assistentes operacionais. No dia 26 de março, estiveram presentes outros assistentes operacionais e pessoal dos serviços administrativos. As formadoras foram as enfermeiras Arminda Azevedo, Fátima Gomes e Sameiro Jorge do ACES Ave III Famalicão. Destas formações fica a mensagem:SEM TABACO - Mais VIDA: mais SAÚDE, mais INDEPENDÊNCIA, mais VIGOR, mais ENERGIA, mais BEM-ESTAR, mais MOTIVAÇÃO, mais SUCESSO, mais RESISTÊNCIA, mais EQUILÍBRIO, mais PRAZER, mais DINHEIRO, mais LIBERDADE!

VI Semana Europeia de Prevenção do Cancro do Colo do Útero O grupo de Ciências da Natureza, em parceria com a Equipa de Educação para a Saúde da escola D. Sancho I, assinalaram a VI Semana Europeia de Prevenção do Cancro do Colo do Útero com palestras, que decorreram nos dias 25 e 26 de janeiro, no auditório desta escola. As oradoras, Joana Silva e Joana Ribeiro (antiga aluna desta escola), bolseiras de investigação científica da Liga Portuguesa Contra o Cancro, abordaram vários conteúdos desta temática focando, essencialmente, a relação entre o HPV (vírus do papiloma humano) e o cancro. Estas sessões elucidaram muitos dos nossos alunos acerca dos sintomas, tratamentos e medidas preventivas desta doença.

Laboratórios Abertos Vindos da escola EB1 Conde S. Cosme e da EB1/JI Luís de Camões, estiveram connosco alunos do primeiro ciclo e participaram nos Laboratórios Abertos 2012, organizados pelos grupos disciplinares de Física e Química e de Ciências da Natureza, com a participação, este ano, do grupo disciplinar de Eletricidade. Seis laboratórios abriram as suas portas para os seus mais queridos visitantes. Com um toque cada vez mais cativante, nestes laboratórios realizaram-se experiências que deixaram os mais pequenos de boca aberta. Esta também foi uma oportunidade para os alunos da nossa escola mostrarem as suas capacidades como cientistas e técnicos pois, foram eles que efetuaram todas as experiências, explicando com mestria os fundamentos das mesmas. Esta atividade revelou, mais uma vez, a capacidade de entrega dos nossos alunos quando estão motivados para a execução de tarefas. Desde os alunos do 10º aos alunos do 12º ano, desde as experiências até ao acompanhamento das turmas ao longo da visita, demonstraram sempre simpatia, responsabilidade e dedicação. Agradecemos aos nossos alunos e participantes.

GIA

Brevemente, entrará em funcionamento, na nossa escola, o Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno (GIA), no âmbito da educação para a saúde e educação sexual. O atendimento e funcionamento do respetivo gabinete de informação e apoio serão assegurados por profissionais com formação nas áreas da educação para a saúde e educação sexual, em articulação com a equipa da saúde escolar do ACES Ave III Famalicão. Será sempre garantida a confidencialidade aos seus utilizadores.

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O Saber das Línguas...

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Mon avenir

Daniela Nogueira, 902

Dans l’avenir, je désirerais devenir médecin parce que j’aime aider les autres et je crois que c’est important de travailler pour améliorer la société. Pour exercer ce métier, il faut étudier beaucoup les sciences, la biologie… pendant beaucoup d’années ! Parfois je parle à propos de ce métier, avec quelques cousins de mon père qui sont médecins. Je leur demande comment ils travaillent, ce qu’ils font, les événements les plus drôles… Je voudrais étudier à l’Université de Porto et je souhaiterais travailler à l’étranger pendant un an ou plus ! Pour obtenir plus d’informations sur cette profession, je désirerais visiter un hôpital et observer comment les médecins sauvent les gens qui souffrent de graves maladies ou qui sont prêts de la mort. C’est un job très compétitif et je ne pense pas que la vie d’un médecin soit facile, mais c’est certainement très gratifiant !

Mon avenir

Margarida Machado, 902

Un jour j’aimerais être pédiatre. Je voudrais avoir ce métier parce que j’adore les enfants et j’aime aussi la médecine, alors j’ai pensé que ce serait la meilleure profession pour moi. Je voudrais obtenir un diplôme dans ce domaine et avant de commencer ma vie professionnelle, j’adorerais parler et m’informer avec mon pédiatre. J’aimerais aussi avoir un bureau seule ou en partenariat avec un collègue. En tant que professionnelle, je souhaiterais aussi aller vers les pays pauvres d’Afrique faire du bénévolat dans ce domaine. Ce serait la réalisation d’un rêve !

Multiculturalism… Under the great image that society wants to show Large numbers of people are feeling themselves like misfits because of The labels they are attached to. In many developed countries there is a mixture of different Cultures, Unified people that have different ethnicities, skin colour, etc. Lots of stereotypes were made by society. The Caucasians, for example, are on top because of ancient pressure. Unhesitatingly I can say that many people have already tried to change Racial discrimination, but unfortunately they failed. Acceptance from everybody about this theme was never accomplished. Largely the willingness and sacrifice of more people might somehow change that. Is there a time when prejudice, ethnocentrism and discrimination will stop? Somehow, I want to think positive. Maybe one day everybody will be treated equally.

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O Saber das Línguas...

Multiculturalism

José Alberto Silva, 1103

Diogo Ferreira, 1104

We must create links between us and lose ourselves in the streets of Each day of our lives, we witness a human fraternity in order to open our heart to the others, to feel what they feel and understand what they think. great diversity of human races, ethniciThe shadows that haunt our mind must be demystified and we ties, religions… when all of these groups should hear the dumb pain that people who are put aside converge on the same physical area we call feel. this phenomenon “multiculturalism”.

Nowadays, multiculturalism is not seen in the same way by everyone. Our society is full of stereotypes: we discriminate against people because of their colour of skin, their religious beliefs, their gender, their sexual orientation and many other factors that prevent us from seeing them as human beings. There is only one race: the human race, where people are a huge unity, where the beliefs and traditions of each one are respected and accepted, where violence and discrimination are considered a crime and the people who do that are severely punished. We need to change our values and begin to think a little bit more about the world around us. The problem may be right in front of us, but we cannot see it. We are unable to do that. People are focused on themselves, on their worries, their ambitions that they are blind to the needs of their own neighbour. Of course we have to think about ourselves, we are human beings like everybody else, but if we took our eyes from the mirror, from our wallet and bank account, we would realise how amazing our diversity, our customs, our rituals are… all the things that make part of our lives and define us and our history. The way of change is not so difficult. We only have to stop being the judge and put ourselves in the place of the victim, the ones who suffer in our hands, the ones whose tears mean nothing and whose bloodshed is only a way of achieving our ambitions and stupid goals.

Tea Time Há séculos que o chá se serve com toda a pompa e circunstância, num ritual de convívio social, acompanhado de várias e deliciosas iguarias. Foi o que aconteceu no passado dia 15 de março, na nossa escola, onde um elegante chá das cinco foi requintadamente servido pelos alunos do 9º ano, do curso CEF, Serviço de Cafetaria/Empregado de Mesa. Do menu constava essencialmente a chamada “finger food”, isto é, alimentos em miniatura que podem ser saboreados à mão, tais como mini sanduiches, scones, queques, biscoitos, bolos fatiados, tartes, pãezinhos, sem esquecer a manteiga e a seleção de compotas. Contudo, o rei da festa foi mesmo o chá – preto, branco, verde… - e o respetivo acompanhamento com leite. Foi, deste modo, que o grupo disciplinar de Línguas Germânicas, os alunos do curso CEF e respetivas professoras da componente técnica, trouxeram à nossa escola um dos hábitos tipicamente britânico, introduzido na corte Inglesa por Catarina de Bragança, princesa portuguesa, filha de D. João IV quando casou com Carlos III de Inglaterra.

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Le 18 avril, c’était la fête du FRANÇAIS à l’école D. Sancho.


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O Saber do Desporto... Vice-campeã Nacional No dia 26 de fevereiro, no Algarve, JÉSSICA LOPES, aluna da turma 1103, sagrou-se VICE-CAMPEÃ NACIONAL de corta mato, no escalão de juvenis. O seu nome, o nome do clube que representou (Liberdade Futebol Club) e o nome de V.N. DE FAMALICÃO entoaram nos altifalantes da organização. A D. Sancho dá os parabéns à aluna e deseja-lhe muitas conquistas desportivas.

Tag Rugby Como tem sido tradição nos últimos anos, a escola D.Sancho I sagrou-se campeã distrital de “Tag Rugby”. Assim, a equipa foi recebida pelo Diretor, Prof. António Pinto, que agradeceu, em nome da escola, a prestação da equipa pela forma como a dignificou.

Atividades de Educação Física

Dirigiu, ainda, palavras de estímulo a todos os jogadores, realçando a importância que a vertente desportiva tem na formação global e integral dos alunos. O capitão de equipa, Hugo Araújo, procedeu à entrega do troféu, agradecendo as palavras elogiosas do Diretor.

COMPAL AIR (29-02-2012)

TAG RUGBY (05-12-2012) CORTA MATO DISTRITAL (7-02-2012)

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O Saber do Desporto

Atividades Físico Desportivas: mitos e crenças Isabel Columbano, prof. de Educação Física

Na sociedade, e sobre o assunto de Saúde, proliferam um número inesgotável de mitos e crenças. Procurarei, neste artigo, desconstruir “saberes falsos” sobre as atividades físicas, desportivas e a alimentação. A escolha recaiu nestas temáticas por considerar as mesmas fundamentais na promoção da qualidade de vida das pessoas e por estarem diretamente relacionadas com a minha atividade profissional, correspondendo àquelas que ouço com mais frequência. 1-Mito: “ Se fizer muitas flexões abdominais, perco barriga…” Não é verdade. Fazer exercícios abdominais apenas desenvolve a massa muscular da parede do abdómen, não interferindo em nada com a percentagem de gordura do corpo. Se quisermos ficar com abdominais firmes e definidos, teremos de emagrecer e, para isso, é preciso conjugar estes exercícios específicos (abdominais) com uma alimentação adequada e com exercícios cardiovasculares, de resistência aeróbica (corrida, bicicleta, etc.). 2- Mito: “ Transpirar muito quando praticamos exercício físico ajuda a queimar gorduras…” É falso. Quanto mais intensa for a prática de exercício físico, maior é a probabilidade de haver perda de líquidos e não a “queima de gorduras”, uma vez que quando a temperatura muscular alcançada é elevada, utilizamos preferencialmente como recurso energético para produzir a contração muscular os açúcares em detrimento das gorduras. Em síntese, se queremos eliminar tecido adiposo, para emagrecer, devemos respeitar os seguintes princípios orientadores: usar a menor quantidade de roupa possível, evitar as horas de maior calor para a prática desportiva, beber muita água para evitar que a temperatura corporal interior aumente em demasia e para repor o equilíbrio hídrico. 3- Mito: “ A natação é a modalidade mais completa…” Todas as modalidades são benéficas para as pessoas, só que umas serão mais do que outras, pois vão ao encontro das necessidades individuais (potencialidades, limitações, aspirações, interesses) de quem as vai praticar. Sendo assim, generalizar que a natação é o desporto mais completo e benéfico do que outras modalidades, é falso. 4- Mito: “ Um jovem asmático não pode fazer atividade física…” É mentira. Pode e deve participar nas aulas de Educação Física e praticar outros desportos de lazer ou competição. Porém, deve procurar cumprir sempre o seu plano de controlo da doença prescrito pelo médico e, em conjunto com o professor de Educação Física, adotar alguns comportamentos de prudência, como tomar a dose indicada de broncodilatador antes do exercício físico, ter um período de aquecimento mais prolongado e evitar a prática desportiva em ambientes alérgenos ou em temperaturas baixas. 5- Mito ”Para emagrecer, tenho que passar fome” ou “ Para emagrecer, tenho que fazer exercício físico em jejum” É falso. Primeiro, para emagrecer não é preciso passar fome, alinhar em dietas restritivas, monótonas e rígidas. Pelo contrário, quem emagrece e consegue manter um peso saudável, até aumenta a quantidade de alimentos que ingere ao longo do dia (tendo sempre em conta as suas necessidades energéticas), mas fá-lo de uma forma repartida, cinco a seis refeições por dia. Sabe-se que o corpo humano está programado para acumular energia que não gasta sob a forma de gordura e este processo é aumentado quando se passa muitas horas sem comer, daí a necessidade de comer de três em três horas, sem sentir a sensação de fome. Segundo, para emagrecer, não se deve praticar exercício em jejum, porque a “queima” de calorias depende das reservas de hidratos de carbono do organismo. Assim, a prática de atividade física em jejum causa a diminuição da massa muscular e uma redução do metabolismo basal que, por sua vez, torna mais difícil a perda de massa gorda. Numa situação de atividade física em jejum, para além de prejudicar o desempenho desportivo, o nosso organismo assume um mecanismo de defesa que o leva a reagir de maneira inversa, “ poupando” calorias ao invés de queimá-las. Em suma, para emagrecer, devemos praticar atividade desportiva de forma regular e fazer uma alimentação rica em hidratos de carbono que são fornecedores de energia e também essenciais para a metabolização das gorduras.

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O Saber da História Descoberta das raízes romanas

As turmas 1007 e 1008 embarcaram numa enriquecedora viagem a Coimbra, desejosos de conhecer um pouco do nosso passado e das nossas origens. Inicialmente, visitámos o museu de Conímbriga, onde pudemos observar utensílios e objetos do quotidiano dos romanos. Este museu foi fundado em 1962, tendo sido as ruínas abertas ao público desde 1930. Com a visita, ficámos a conhecer um pouco da civilização romana, observámos uma maquete de um fórum romano, esculturas, mosaicos, fragmentos de estuques e frescos, em suma, o ambiente requintado das famílias mais ricas. Também apreciámos alguns modelos arquitetónicos e objetos relacionados com a religião, superstições e o culto dos mortos. Seguiu-se a visita às ruínas do exterior, onde encontrámos a história de um povoado que habitava Conímbriga na segunda metade do séc. I a.C. Graças à paz estabelecida na Lusitânia, operou-se uma rápida romanização da população indígena e Conímbriga tornou-se uma próspera cidade, tendo sido depois abandonada devido às invasões bárbaras . De seguida, visitámos o Mosteiro de Sta. Clara a Velha, fundado em 1286 como casa religiosa, ligada à ordem de Santa Clara. Foi extinto em 1311, mas, três anos mais tarde, a Rainha Santa Isabel retomou-o e lá reinstalou as clarissas. Devido à localização do convento, este foi inundado com as cheias do Mondego, o que tornou impossível a sua habitação. Assim, o rei D. João IV ordenou, em 1677, a construção de um novo mosteiro num plano mais elevado. O primitivo mosteiro ficou designado por Santa Clara a Velha. Aconselhamos esta visita, já que a viagem ao tempo passado é sempre vantajosa para percebermos como tudo começou e o porquê de estarmos aqui.

Entrevista ao professor Francisco Queiroga Adriana Jorge, Alexandra Alves, Luís Miranda, Pedro Ferraz, 1007

O arqueólogo e professor Francisco Queiroga prestigiou esta escola com uma aula sobre o tema “Arqueologia e Cultura Castreja”. Após tão produtiva apresentação, ainda nos concedeu uma entrevista esclarecedora em ambiente descontraído. A cultura castreja é um tema que não faz parte do plano de estudos do ensino básico e secundário. Para quem não esteve presente nesta conferência, pode explicar de uma forma sintética o que se entende por cultura castreja? Prof. Queiroga- A cultura castreja é muito associada ao celtismo e à imagem de Viriato, herói que faz parte das nossas origens e da nossa mitologia social; no fundo, é a cultura dos povos que viveram nesta região antes da chegada dos romanos. Apresentavam algumas características comuns, como viverem em povoados fortificados nos altos dos montes, em casas redondas… A palavra tem origem latina em “castro” (castelo). Os castros situavam-se geralmente no topo dos planaltos, o que influenciava muito o dia-a-dia dos seus habitantes; pode dizer-nos como viviam eles? P.Q.- Os castros situavam-se nas zonas de elevada altitude, mas tinham boas acessibilidades. A base da

economia estava ligada à agricultura e à criação de gado. Podemos, portanto, afirmar que a localização nas encostas era benéfica, apesar de tudo. Se olharmos com atenção para terras como Fafe e o Vale do Lima, verificamos que se parecem com os castros, mas sem as muralhas. Em Portugal, podemos encontrar muitos vestígios desta cultura, mais precisamente no norte do país, não é verdade? P.Q.- Sem dúvida, eu creio que passam já dos mil os castros conhecidos e, concretamente, no conselho de Ponte de Lima, existem tantos castros como freguesias atuais, o que nos dá ideia da ocupação do território no fim do primeiro milénio a.C.. Esta ocupação tem a ver com o facto de o Vale do Lima ser uma zona muito fértil e, portanto, mais propícia à fixação de populações.

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O saber da História...

Um fator que influenciou muito a fertilidade da zona do Vale do Lima foi o rio Lima… P.Q.- Sim, não só influenciou na agricultura como noutras áreas pois o rio Lima era um rio com um tremendo potencial mineiro; nele tínhamos depósitos aluvionares de estanho e, eventualmente, traria algum ouro. É um rio muito interessante, pois é muito rápido até um determinado ponto e depois muito lento. O professor é um conhecido arqueólogo português, com pesquisas importantes feitas no nosso concelho. O que o levou a escolher esta profissão? P.Q.- O acaso. Quando estava no liceu, gostava muito de Biologia, mas, depois, com o 25 de abril, descurei um pouco os estudos. Quando estava no final do curso, resolvi enveredar pelas letras, pois estas tinham mais saída profissional; na altura, só havia História e Direito e escolhi História. Depois disso, fui encontrando o meu caminho, estudando pontos de interesse, no fundo, a investigação. Creio que se não fosse a arqueologia, seria em biologia ou outra área qualquer, penso que aquilo que realmente é fascinante é investigar, descobrir coisas, e pode-mos descobrir em qualquer área. Nós, alunos de Humanidades, no nosso imaginário, associamos a imagem do arqueólogo à do Indiana Jones! É mesmo assim? Aventura e emoção? P.Q.-Tem muita emoção, cada vez que descobrimos uma coisa é uma emoção. O Indiana Jones transmite a ideia de que tudo em arqueologia é magnífico, o que não é bem assim… Como vê esta profissão na atualidade? Tem futuro? Aconselha-nos a seguir esta área ou considera que tem pouca saída profissional? P.Q.- Essa questão não é muito fácil de responder. No meu tempo, não existia a profissão de arqueólogo. O que havia era indivíduos que trabalhavam na arqueologia nas horas vagas e que passavam a maior parte do seu tempo, principalmente no verão, a fazer escavações. Só mais tarde, com o processo de Foz-Côa, devido a leis internacionais de proteção do património, é que os arqueólogos começaram a ser necessários e pagos e a arqueologia passou a ser considerada uma profissão. Muitos estudantes da universidade optaram por essa

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área e, ao acabarem os trabalhos como o do Alqueva, todos os que lá estavam ficaram no desemprego. Portanto, podemos tirar a lição de que nunca devemos prever o futuro com demasiado rigor. Então, considera que em arqueologia há falta de emprego e que é difícil de se conseguir uma carreira nessa área? P.Q.- Sim, mas arranjar emprego é difícil em todas as áreas, por isso, não devemos apostar numa só saída profissional. Eu licenciei-me em História, fiz um doutoramento em Arqueologia e, ao acabar o doutoramento, fui para Antropologia. Atualmente, sou professor de Antropologia e Sociologia. Penso que devemos apostar na formação contínua e na contínua adaptação às circunstâncias. Professor, quais as atividades e projetos que desenvolve atualmente? P.Q.- Na área da Arqueologia, estou a preparar um congresso sobre a guerra e uma comunicação sobre a relação da morte com as sociedades guerreiras. Em relação à arqueologia de campo, não sei quando voltarei a fazer, pois o país está em crise e nós temos que nos adaptar às circunstâncias. Sendo professor universitário deixe-nos dicas do que considera importante para obtermos sucesso na nossa vida e formação. P.Q.- É preciso, acima de tudo, a preparação e a autonomização da aprendizagem, mas creio que vocês estão bem encaminhados. Na universidade, têm toda a liberdade, mas também têm responsabilidade porque depois ninguém vos vai dar o apoio que tinham cá no secundário, portanto, têm de ser autónomos; basicamente, reservar tempo para copos, para discoteca, para aulas e para o estudo. Isso é relativamente fácil de fazer; eu sou a prova disso, pois praticava seis modalidades de desporto quando estava na universidade e fiz o curso, portanto, dá para fazer tudo, nós temos de gerir o tempo de forma autónoma e seguir os nosso próprios interesses. Essa é a verdadeira liberdade do indivíduo. Ao professor Francisco Queiroga, agradecemos a disponibilidade, a partilha, os esclarecimentos e os conselhos que nos deixou. É o exemplo evidente de que com trabalho, persistência, determinação e responsabilidade, conseguiremos atingir os nossos objetivos. Obrigado.


O saber da Matemática... 8º Campeonato Nacional dos Jogos Matemáticos Ricardo Costa, prof. de Matemática

Neste campeonato, pretendeu-se envolver o máximo de alunos participantes. Foram apurados alunos do 3º ciclo e do ensino secundário. Cada escola pôde inscrever somente um elemento por jogo e nível de ensino. Para que pudessem participar na final, foi necessário que, em cada escola, um professor se responsabilizasse pela sua divulgação junto dos alunos, bem como, pela organização da primeira fase do campeonato. No dia 11 de janeiro, realizou-se o apuramento do Jogo Hex. Os alunos Duarte Barbosa (802) e Jorge Leite (1207) foram os vencedores. No dia 18 do mesmo mês, ocorreu a eliminatória do jogo Rastros. Os

33 vencedores foram os alunos Gonçalo Bezerra (801) e José Paulo Oliveira (1205). Na eliminatória do jogo Avanço, realizada no dia 29 de fevereiro, o vencedor foi Pedro Ferraz (1007). Este jogo destinava-se somente aos alunos do ensino secundário. Em relação ao 3º ciclo, Diogo Bulhosa (801) venceu o apuramento do jogo Ouri. A final do 8º Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos (CNJM8), promovida em conjunto pela Universidade de Coimbra, a Associação Ludus, a Associação de Professores de Matemática, a Sociedade Portuguesa de Matemática, a Ciência Viva, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e Associação Académica da Universidade de Coimbra teve lugar no dia 9 de março de 2012 no estádio universitário de Coimbra. Nesta final, quatro alunos da Escola Secundária D.Sancho I ficaram em segundo na sua série, tendo um aluno atingido a fase final.

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Associação de Estudantes

Sessão sobre Coaching por João Ricardo Pombeiro No passado dia 2 de maio, a associação de estudantes, juntamente com Pelouro da Juventude da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, realizou uma sessão de coaching orientada por João Ricardo Pombeiro. Este começou por se apresentar e explicar aos alunos em que consiste o “coaching”. É um processo definido com base num acordo entre o coach (profissional) e o coache (cliente) para

atingir a meta desejada pelo cliente. O coach apoia o cliente no sentido de realizar as metas de curto a longo prazo através da identificação e uso das próprias competências desenvolvidas e também para que reconheça e supere as suas fragilidades. O palestrante fez passar a seguinte mensagem aos alunos: todos os objetivos na vida se conseguem desde que haja esforço, dedicação e muito trabalho. Os alunos saíram do auditório motivados e com ideias mais convictas em relação ao seu futuro.

Criação da Rede de Associação de Estudantes Foi no passado dia 30 de abril, que a associação de estudantes da nossa escola, juntamente com outras sete escolas do município de Vila Nova de Famalicão, assinou um protocolo de cooperação, tendo, assim, sido criada a primeira rede de Associação de Estudantes a nível Nacional. Esta permitirá um fortalecimento das relações entre os estudantes do concelho e uma maior interação entre todas as associações para futuras atividades. O protocolo foi assinado no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a presença do presidente da Câmara Municipal, Arquiteto Armindo Costa. A iniciativa, apadrinhada pela autarquia de Famalicão, pôde contar, para além da nossa associação de estudantes, com as associações da Escola Profissional Tecnológica do Vale do Ave – Forave, Escola Cooperativa Didáxis, Escola Profissional Cior, Escola Secundária Camilo Castelo Branco, Escola Secundária Padre Benjamim Salgado, Escola Superior de Saúde do Vale do Ave e, ainda, a Universidade Lusíada. Esta é mais uma das grandes iniciativas que demonstra a preocupação e o interesse da associação de estudantes da Escola Secundária D. Sancho I no bem-estar dos alunos.

Baile de finalistas Agora que terminaste mais um ciclo da tua vida escolar, nada melhor do que

barcares nesta grande comemoração.

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o festejares da melhor maneira e, para isso, a tua associação de estudantes vai ajudar a proporcionar-te um Baile de Finalistas inesquecível. A associação de estudantes da escola D. Sancho I tem o prazer de informar-te que, no dia 8 de junho, poderás contar com a entrega do teu diploma de finalista na fantástica Quinta de Salvador, em Vila Nova de Famalicão, um magnífico espaço, repleto de classe e bom gosto. Durante um jantar requintado e cheio de glamour, poderás contar com um animador para a tua festa e, ainda, como convidado especial, o DJ Hugo Azevedo. Após o jantar, a festa continua num espaço de diversão noturna; a associação de estudantes disponibiliza autocarro para transporte de todos os finalistas e assegura o regresso à escola. A Associação de Estudantes e a Rádio D.Sancho I contam contigo para em-


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Os nossos mitos... Nome

Joaquina Vilas Boas, Encarregada de Educação

Tânia Fernandes, Turma 702

Ana Azevedo, Turma 1209

Alcina Marques, Téc- Goretti Ferreira, nica da Secretaria Prof. de Português

Carlos Barbosa, assistente operacional

Música

Roberto Carlos

Adele

Bon Jovi

Tina Turner

Pink Floyd

Zeca Afonso/ Vítor Espadinha

História

D. Afonso Henriques

Vasco da Gama

Salgueiro Maia

Joana dÁrc

Nelson Mandela

Vasco Lourenço

Desporto

Terry Fox

Naide Gomes

James Rodríguez

Carl Lewis

José Mourinho

Eusébio

Ciência

Albert Einstein

Frankenstein

Einstein

Charles Darwin

Einstein

Einstein

Cinema

Charlie Chapplin

Tim Burton

Brad Pitt

Sean Connery

Kevin Costner

Roger Moore

Literatura

Luís Vaz de Camões

Sophia me Mello B. Andresen

Luís Vaz de Camões

Nicholas Sparks

Eça de Queirós

José Saramago

os meus pais, pois foram quem me educou e ensinou a ser responsável e cumpridora; fizeram com que não me tornasse uma parasita da sociedade.

a minha mãe porque me deu muita inspiração e me ensinou muita coisa

a minha família porque é quem cuida de mim, me ensinou o que sei e me apoia em tudo.

a minha mãe porque é o meu porto seguro, a guerreira em momentos de grandes batalhas, a sábia nos conselhos

o meu pai porque é um vencedor, ensinou-me a nunca desistir. A minha mãe porque é um exemplo de paciência e de bondade.

a minha mulher, os meus filhos e o meu neto porque são a minha família mais chegada e são muito meus amigos.

Deus. É Ele quem me dá força diariamente. Deus está sempre presente no meu coração.

Ninguém muda, pode parecer que sim, mas, no seu interior, continua a mesma pessoa.

FCP, é o clube que me deu alegrias durante a vida.

Cristianismo, porque me identifico com os seus princípios e valores.

O terço, trago-o sempre comigo por uma questão de fé.

Creio na igreja católica; fui educado para seguir os passos da religião católica.

Mito

Mito pessoal

Minha crença

Sendo a D. Sancho uma EcoEscola, que faz parte da Associação Bandeira Azul, participou no desafio que a Tetra Pak propôs: dar azo à imaginação e criar uma árvore com embalagens da Tetra Pak com base no tema “A conservação da Floresta”. Mais informações sobre a eco-escola no site http://ecoescolasanchoi2012. blogspot.pt/.

Projeto Eco-Escola Sérgio Marques, prof. de Física e Química

No dia 22 de março, festejouse na escola o dia Mundial da Floresta, com uma feirinha de plantas e produtos agrícolas biológicos. Esta atividade está inserida no projeto EcoEscola.

Concurso Poster Eco-Código A nossa escola participará no concurso Eco- Poster. O Eco-Código corresponde a um dos elementos do programa : Eco- Escolas. O EcoEstudante deverá conseguir identificar um conjunto de atitudes e comportamentos conducentes à melhoria do ambiente na escola, em casa e na sua região.

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