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Ramsés II (1279-1213 a.Cc
atingiam uma altura de pelo menos 4 m. 35 São um testemunho da grande demanda de tijolos de barro que os israelitas tiveram que produzir no período da sua servidão. 36
A exploração dos descendentes de Jacó estava relacionada ao medo da sua força,
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resultando na ordem do faraó de matar a descendência masculina dos hebreus (Êx 1.15-22). Moisés nasceu durante aquele período, tendo sido salvo da morte certa por
uma filha do faraó e adotado por ela (Êx 2.1-10).
À primeira vista, a decisão própria e espontânea da filha do faraó de adotar a criança que ela encontrou parece improvável na sociedade daquele tempo. 37 Também não é crível que o ingresso de uma criança hebreia na corte do faraó tenha passado despercebida. Aquela filha do faraó mencionada no relato veterotestamentário deve ter ocupado uma posição grandiosa e livre. Não se diz quem teria sido essa filha do faraó. No entanto, em todas as épocas a corte egípcia abrigava mulheres que desempenhavam papéis influentes.
A mais conhecida é a hitita Naptera, com quem Ramsés II (1279-1213 a.C.) se casou após a morte da sua esposa principal. Naptera era filha de Hattusilis III e de sua esposa Puduhepa. Os pais de Naptera estabeleceram a posição de sua filha no contrato de casamento. Na qualidade de esposa principal de Ramsés, mesmo depois do seu casamento ela manteve contato com seus pais, que zelavam por seus direitos. 38 Os direitos de Naptera eram “equiparados” 39 aos do seu esposo e, com isso, tal como sua mãe Puduhepa, era “civilmente capaz” 40 , ou seja, podia firmar contratos e operar legalmente.
Para poder adotar Moisés, a filha de Seti I deve também ter sido alguém com direitos e autonomia comparáveis. Seti I governou por 14 anos e seu sucessor foi Ramsés II.
c) Ramsés II (1279-1213 a.C.)
Em seu governo de 66 anos de duração, Ramsés II tornou-se o “faraó dos recordes” 41 . Levou adiante em grande estilo as obras de seu pai no leste do delta do Nilo 42 e, à semelhança de seu pai, Seti I, perpetuou-se mediante obras monumentais em todo o Egito.
Com a transferência do centro político para o norte, Tebas de modo algum perdeu sua importância como cidade de Amon, rei dos deuses, e como necrópole dos faraós. “Tebas permaneceu sendo o centro cultural do reino” 43 e tornou-se “cidade sagrada”, guardiã de um passado imponente. 44 Mas também outras localidades no sul do Egito mantiveram sua importância cultual e religiosa. Assim, para Seti foi óbvio mandar instalar sua sepultura no Vale dos Reis em Tebas. A sepultura tinha 100 m de comprimento. Seti I construiu em Abidos um templo com colunatas e salões sustentados por pilares. Em uma inscrição dedicatória desse templo, Ramsés II relata seus planos de construir vários templos novos e de completar outros que seu pai iniciara. 45 Assim, no templo do deus nacional Amon em Carnac, cujo início remonta à 11ª dinastia, e no templo de Amon- -Mut-Khonsu em Luxor identificam-se etapas de construção de Seti I e de Ramsés II. O templo mortuário de Ramsés II é o chamado Ramesseum em Tebas Ocidental. Ramsés II ficou famoso com a edificação do Templo da Rocha em Abu Simbel e pelas numerosas
Cf. Pusch, Pi-Ramesse, pg. 132. Veja o comentário sobre Êx 1.14; 5.7s,l8s. Cf. Noth, Das zweite Buch Mose, pg. 15. Cf. Cornelius, pg. 243-246. Hirmer/Otto, vol. II, pg. 367. Cornelius, pg. 246 Keel/Küchler/Uehlinger, vol. 1, pg. 502s. Veja o comentário sobre Êx 1.11. Hirmer/Otto, vol. II, pg. 365. Cf. Otto, Ägypten, pg. 169. Cf. Beyerlin (ed.), pg. 55.