#16 Newsletter ACES Espinho/Gaia - Prevenção da Doença

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ACES Espinho/Gaia

Editorial

Nesta edição da Newsletter do ACES Espinho-Gaia abordamos diferentes vertentes da prevenção da doença. Os rastreios de saúde infantil e juvenil têm sido, entre muitos outros fatores, um dos principais impulsionadores da melhoria do estado de saúde e esperança de vida da população portuguesa. Reforça-se assim a importância do papel do médico de família na sua implementação e cumprimento nos prazos adequados, e de se garantir altas taxas de cobertura.

Destaca-se ainda a importância de os médicos de família terem um papel ativo na promoção da atividade física dos utentes, devendo ser feito um planeamento progressivo e adaptado às características individuais de cada doente.

Por último, vemos a prevenção na ótica da Saúde Pública, explorando-se a forma como a vigilância de vetores permite a identificação e controlo da entrada e disseminação em território nacional de determinadas doenças.

Salientando-se que a prevenção é uma das peças essenciais da Saúde e que cada vez mais precisamos de ter uma visão integradora do planeamento em Saúde e da gestão dos cuidados, agrademos desde já a contribuição de todos.

O Núcleo Editor da Newsletter

Edição nº 16

Rastreios do ACES outubro - dezembro 2022

NEWSLETTER
| 2 Índice Editorial ..................................................................................................................................... 1 Índice 2 Rastreios em Saúde Infantil e Juvenil 3 A Prevenção na Prática de Atividade Física ..................................................................... 4 REVIVE – Rede de Vigilância de Vetores ........................................................................... 6 Atualização de Normas ......................................................................................................... 8 Procedimentos do ACES Espinho/Gaia na área da Atuação em Situações de Emergência 9 Ficha Técnica ..........................................................................................................................10

Rastreios em Saúde Infantil e Juvenil

Recentemente decorreu o I Curso Materno-Infantil da Zona Norte, organizado com a colaboração do ACES Espinho/Gaia. Um dos temas abordados foi “Rastreios e Vacinação: o que mudou?”, pela Dra Joana Silva, Pediatra do CHEDV.

No primeiro ano de vida, relembrou a importância da verificação nas primeiras consultas dos seguintes rastreios: Rastreio Auditivo Neonatal (otoemissões acústicas, a realizar no máximo até aos 30 dias de vida); Rastreio de Cardiopatias Congénitas (por oximetria de pulso, a realizar após as 24h de vida, antes da alta); Rastreio Oftalmológico Neonatal (reflexo pupilar vermelho); Rastreio retinopatia da prematuridade; Diagnóstico Precoce (a realizar entre 3º e 6º dia de vida – desde 2018 com rastreio de 26 doenças, incluindo o hipotiroidismo congénito, fibrose quística e doenças hereditárias do metabolismo).

O Rastreio da Displasia de Desenvolvimento da Anca deve ser realizado desde o nascimento até à aquisição da marcha. A partir dos 3 meses, os melhores indicadores da doença são a limitação da abdução das ancas, a dismetria dos membros, o sinal de Galeazzi e o teste de Klisic.

Entre os 12 e os 36 meses é de considerar o Rastreio da Anemia ferropénica, em grupos de risco (associados com prematuridade, dietéticos e doenças crónicas como a doença celíaca, Crohn, giardíase). Este rastreio é ainda recomendado no período da adolescência.

No caso do Rastreio de Perturbações do Desenvolvimento, nomeadamente as do espetro do autismo fomos alertados para a necessidade da realização do M- Chat-R aos 18 meses e entre os 24-36 meses.

O Rastreio de Saúde Visual Infantil de base populacional está a decorrer em dois períodos: 2 e 4 anos, para despiste das ambliopias. Não substitui a avaliação realizada nas consultas de saúde infantil.

As idades-chave integradas para o Rastreio Dentário são 4, 7, 10 e 13 anos. Aos 4 anos deverá ser o médico de família a emitir o chequedentista, sendo o gestor local de saúde oral, através da escola, o responsável pela emissão do mesmo nas restantes idades. Em todas as crianças ou jovens com cáries, fora das idades-chave, deverá ser o médico de família a emitir o cheque-dentista de tratamento.

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USF Nova Via amcarvalho@arsnorte.minsaude.pt

A Prevenção na Prática de Atividade Física

A prática do médico de família tem uma importante componente preventiva e, neste contexto, é frequentemente solicitado para uma avaliação com vista à identificação de condições de risco de morte súbita e de problemas de saúde suscetíveis de agravamento durante a prática desportiva - o Exame Médico Desportivo.

Este consiste na realização da história clínica, do exame físico e na avaliação do eletrocardiograma.

Em Portugal, este exame é obrigatório para intervenientes inscritos nas diferentes federações desportivas, mas não o é para a prática de atividades não federadas.

A realização deste exame em centros especializados – Centros de Medicina Desportiva - está reservada aos atletas de alto rendimento, à sobreclassificação de atletas a escalão superior ao escalão etário, e ao aconselhamento face a contraindicações eventualmente identificadas para a modalidade a praticar.

Alguns desportos recreativos podem ser tão vigorosos quanto os competitivos. O equilíbrio entre os riscos e benefícios do exercício físico depende de vários fatores, incluindo o nível de condicionamento físico inicial, a natureza e intensidade da atividade, a presença e extensão de doença cardíaca e o benefício psicológico e físico do mesmo.

O American Heart Association recomenda que, indivíduos:

●assintomáticos, fisicamente ativos e sem doença cardiovascular conhecida

- continuem os seus exercícios habituais, moderados ou vigorosos, e progridam gradualmente conforme tolerado. Se desenvolverem sinais ou sintomas de doença cardiovascular, interrompam o exercício e procurem orientação médica;

●assintomáticos, fisicamente ativos e com doença cardiovascular conhecida – com avaliação há menos de 12 meses, continuem a praticar exercícios de intensidade moderada, a menos que desenvolvam sinais ou sintomas, o que requer interrupção imediata do exercício e reavaliação médica;

●fisicamente inativos e sem doença cardiovascular conhecida - iniciem exercícios de intensidade leve a moderada sem orientação médica e, desde que permaneçam assintomáticos, progridam gradualmente na intensidade;

●fisicamente inativos e com doença cardiovascular conhecida ou com sinais/ sintomas sugestivos de doença cardiovascular – procurem orientação

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Dr.ª Patrícia Correia USF Nova Via spmendes@arsnorte.minsaude.pt

médica antes de iniciar um programa de exercícios, independentemente da intensidade.

O médico de família deve estar informado sobre o tipo de atividade física que o utente pratica, e fazer uma abordagem preventiva e de aconselhamento adequado.

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REVIVE – Rede de Vigilância de Vetores

Unidade de Saúde Pública

As alterações climáticas, responsáveis pelo aumento da frequência e intensidade de temperaturas extremas bem como a ocorrência de eventos climáticos extremos (cheias e secas), constituem um grave risco para a saúde pública humana, quer pelo aumento de doenças associadas à água, aos alimentos e poluição do ar, quer pelo aumento de doenças transmitidas por vetores.

As doenças transmitidas por vetores são doenças infeciosas transmitidas aos seres humanos e a outros vertebrados, por vetores como mosquitos e carraças, infetados por agentes patogénicos.

Uma vez que o número de agentes etiológicos transmitidos por vetores, assim como a sua área de distribuição e incidência na Europa tem vindo a aumentar nos últimos anos, revela-se fundamental identificar e determinar a sua prevalência para se determinar a potencial incidência destas doenças. A transmissão aos seres humanos exige que exista um contacto com o vetor infetado com o parasita, sendo esta exposição influenciada por uma diversidade de fatores, respetivamente o comportamento humano, condições socioeconómicas, práticas de gestão ambiental e cuidados de saúde primários.

Para fazer frente a esta situação a tónica incide na prevenção, pois a vigilância de vetores permitir-nos-á detetar atempadamente qualquer alteração na abundância e na diversidade, facilitando a tomada de decisão por parte das autoridades de saúde no sentido de serem adotadas estratégias que contribuam para o controlo das populações de vetores eliminando ou reduzindo o impacto na saúde pública. De modo a instigar estas ações, foi celebrado um protocolo entre as Administrações Regionais de Saúde (ARS), Direcção-Geral da Saúde (DGS) e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) / Centro de Estudos de Vetores de Doenças Infeciosas (CEVDI), que desenvolveu a Rede de Vigilância de Vetores – REVIVE, com o intuito de identificar quais as espécies de vetores existentes em Portugal, a sua localização geográfica e a caracterização do seu papel enquanto vetor de agentes de doença. O REVIVE iniciou-se com a vigilância de culicídeos (mosquitos e larvas) em 2008, a nível nacional, sendo em 2011 alargado à vigilância de ixodídeos (carraças).

Em Portugal, as doenças mais frequentes causadas por agentes transmitidos por ixodídeos são a febre escaro nodular (FEN),também denominada por febre da carraça, e a borreliose de Lyme (BL), ambas doenças de

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Dr.ª Manuela Pinto Unidade de Saúde Pública mapspinto@arsnorte.minsaude.pt

declaração obrigatória, quanto aos culicídeos destacam-se a malária, as filarioses linfáticas e outras, e várias arboviroses entre as quais a febre amarela e o dengue.

A Unidade de Saúde Pública (ACES Espinho/Gaia) desenvolve, ao nível local, atividades que incluem a colheita de vetores e seu envio para o INSA/CEVDI para identificação de agentes patogénicos, bem como ações de educação para a saúde. Mais uma vez, é importante fomentar a literacia neste âmbito, nomeadamente no que diz respeito aos ixodídeos retirados dos utentes que se dirigem às Unidades Funcionais do ACES. Com a publicação deste artigo criou-se a oportunidade de uniformizar procedimentos sobre a remoção e acondicionamento destes vetores.

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Fonte: Orientações para a Execução da REVIVE, Departamento de Saúde Pública, 2022 1. Utente portador de carraça 2 . Remove carraça de acordo com o protocol o 3. Coloca a carraça em frasco fechado com uma erva no interior 4. Preenche boletim de identificação da amostra 5. Envia amostra para a USP por correio interno Receciona a amostra na USP
Envia amostra
INSA/CEVDI Unidade Funcional Unidade Saúde Pública
Preenche Boletim Ixodídeos de acordo com boletim de identificação amostra
para o

Atualização de Normas

Divulgamos por todos os profissionais a atualização das seguintes Normas, publicadas em janeiro de 2023:

Normas 021/2011 da Direção-Geral da Saúde, elaborada no âmbito do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias e do Departamento da Qualidade na Saúde;

https://www.dgs.pt/normas-orientacoes-e-informacoes/normas-ecirculares-normativas/norma-n-0212011-de-28092011-atualizada-a02022023-cuidados-respiratorios-domiciliarios-prescricao-deaerossolterapia-por-sistemas-de-nebulizacao.aspx

Norma 001/2023 sobre Organização dos cuidados de saúde na preconceção, gravidez e puerpério;

https://www.dgs.pt/normas-orientacoes-e-informacoes/normas-ecirculares-normativas/norma-0012023-de-27-de-janeiro-de-2023organizacao-dos-cuidados-de-saude-na-preconcecao-gravidez-epuerperio.aspx

Norma 005/2022 sobre a Terapêutica Farmacológica para a COVID-19;

https://www.dgs.pt/normas-orientacoes-e-informacoes/normas-ecirculares-normativas/norma-0052022-de-28052022-atualizada-a04012023-terapeutica-farmacologica-para-a-covid-19.aspx

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Procedimentos do ACES Espinho/Gaia na área da Atuação em Situações de Emergência

Os contextos de emergência são, por si só situações de grande complexidade e stress, exigindo uma atuação rápida e coordenada, alicerçada em competências técnicas adquiridas e apoio logístico específico.

Neste contexto a CQS do ACES Espinho/Gaia propôs a criação de um grupo de trabalho (GT) nesta área, GTASE – Grupo de Trabalho para Atuação em Situações de Emergência, com o intuito de elaborar/rever procedimentos, reunir consensos, discussão e consultoria sobre materiais/formação e demais temáticas ligadas a situações de emergência

O GT é composto pelos seguintes elementos:

Rui Carvalho – USF Espinho

Isabel Breda – USF Anta

João Meireles – USF S. Félix/Perosinho

Teresa Natália – UAG

Estes documentos encontram

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Ficha Técnica

A Newsletter do ACES Espinho/Gaia é uma ferramenta de comunicação interna e externa do ACES, que pretende partilhar e divulgar os projetos e atividades realizadas nas várias unidades funcionais.

A partir da próxima edição não haverá um tema central, sendo assim os temas para os artigos serão de carácter livre.

A intenção do Núcleo Editor da Newsletter é que os profissionais, de forma individual ou em nome da Unidade Funcional, apresentem entrevistas, artigos sobre temas de interesse, atividades e programas/projetos desenvolvidos nas Unidades ou em que participem no exterior ou com entidades externas.

Gostaríamos de propor também uma página para sugestões de leitura, música, sugestões de podcasts, documentários/filmes, ou outras atividades lúdicas, pelo que poderão enviar-nos as vossas sugestões, com imagem e um pequeno texto de apresentação.

Todos os interessados deverão enviar os seus artigos (documento Word) para o e-mail scasantos@arsnorte.min-saude.pt até ao dia 20 de Março, de acordo com a seguinte estrutura:

1. Título;

2. Nome do(s) autor(es) da notícia, local de trabalho e contacto de e-mail;

3. Fotografia;

4. Texto, com máximo de 350 palavras.

Contamos com a vossa colaboração!

Grupo de trabalho para Newsletter ACES Espinho/Gaia:

• Marta Guedes, ECSCP

• Dália Santos, ECSCP

• Maria João Teles, USF Boa Nova

• Carina Silva, USP

• Ana Cecilia Chaves, USP

• Sandra Santos, representante do CCS

Em caso de dúvida ou necessidade de contacto:

scasantos@arsnorte.min-saude.pt

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