REVISTA IMAGINEACREDITE

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•POLÍTICA

Guinada contra as drogas no Brasil começou com um áudio do presidenciável Jair Bolsonaro

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urante muitos anos, sobretudo os primeiros do século XXI, o Brasil assistiu de maneira inerte o flagelo da dependência química de álcool e outras drogas crescer assustadoramente. Tudo isso motivado por políticas governamentais baseadas em ideologias que em nada ajudavam a libertar as pessoas do mundo das drogas. Com isso, cresceram as taxas de suicídio, de homicídios violentos e de dependentes em situação de rua. Neste cenário, era necessário um governo que tomasse medidas efetivas para combater a realidade de maneira lúcida e eficaz. Contudo, talvez por falta de interesse ou desconhecimento, nenhum candidato ao posto de Presidente da República Federativa do Brasil propusera a adoção de medidas mais enérgicas para o setor. Foi ai que surgiu Jair Messias Bolsonaro. Eleito sem negar ao povo o seu desconhecimento sobre muitas áreas e prometendo promover um governo composto por especialistas sem qualquer tipo de amarras, a preocupação do hoje presidente do Brasil com os dependentes químicos foi confidenciada a um dos seus coordenadores de campanha, no dia 18 de agosto de

Edu Cabral com o presidente eleito Jair Bolsonaro, em sua residência no Rio de Janeiro

2018, ainda durante a campanha presidencial. Naquele dia, por meio do Whatsapp, Bolsonaro enviou a Eduardo Cabral um áudio com os seguintes dizeres: “Cabral, manda um áudio curtinho para mim, com sugestões para tratar dependentes químicos”. O áudio curtinho solicitado pelo então presidenciável, que já liderava as pesquisas de intenções de votos, parece não ter chegado da forma como ele esperava, uma vez que, devido à sua solicitação, as lideranças do movimento contrário às drogas no Brasil se reuniram e produziram um documento com

alguns apontamentos necessários para combater o flagelo da dependência química no país. O documento, de aproximadamente duas páginas, foi assinado por Pablo Kurlander, então presidente da Confederação Nacional de Comunidades Terapêuticas (Confenact) e gestor geral da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract); Célio Luis Barbosa, presidente da Federação Norte e Nordeste de Comunidades Terapêuticas (Fennoct); Ana Martins Godoy Pimenta, presidente da Federação Nacional das Comunidades Terapêuticas Católicas, vice-secretária da Confenact, e coordenadora nacional da Rede de Grupos de Mútua Ajuda Pastoral da Sobriedade; Márcia Regina Batista Valle, presidente da Federação das Comunidades Terapêuticas Evangélicas no Brasil (Feteb); Clóvis Benevides, secretário estadual da Assistência Social de Pernambuco; Quirino Cordeiro Jr., Coordenador Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde; e Helanio Eduardo Cabral Silva, da coordenação da campanha presidencial em Pernambuco. Além desses nomes, os apontamentos também contaram com a contribuição do então ministro do Desenvolvimento Social e Agrário,


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