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Jornal Araguaia 2010/2

Aqui você faz a diferença

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A cereja do bolo Trilhas sonoras marcam o público e podem até mesmo transformar filmes em cult. Para especialista, melhores músicas do cinema brasileiro são da década de 60. Pág. 12

Doar Medula Óssea é doar vida

E mais... Ciclovia: opção de transporte ecologicamente responsável pág.2

O CINEMA DE FÉ E MILAGRES. Pág. 4 Brasileira para consumo masculino. Pág. 6 Pêra, uva, maçã ou salada mista?Pág. 7 Um sonho que acabou. Pág.8 A FALTA DE SEGURANÇA COMPROMETE O ESPORTE. Pág. 8 Já pensou em doar medula? Veja como fazer e a importnacia da doação. pág. 3

O Jornal Araguaia é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade Araguaia. Participaram desta Edição os alunos da disciplina Produção de Jornal Impresso II, do segundo semestre de 2009, sob a orientação da professora Patrícia Drummond, e os alunos da disciplina de Diagramação, sob a orientação do professor Flávio Gomes. Eixo temático: Redes Sociais e Comportamento.

Vicio e Esporte! Uma mistura que não se combinam. Pág. 11

Textos: Marianne Carrijo e Rodolfo Dias, Eduardo José, Valdeison Santos e Arisvan Nunes, Camilla Soares e Rycky Lawson Edição: Gerliézer Paulo, Thaís Freitas, Mayara Oliveira e Francielle Rodrigues Diagramação: Camilla Soares e Rycky Lawson Edição Geral: Professora Patrícia Drummond


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CIDADES

Ciclovia: opção de transporte ecologicamente responsável Mesmo ignoradas pelo poder público, as bicicletas são alternativa para o trânsito caótico da cidade, além de contribuir para a qualidade do meio ambiente Marianne Carrijo e Rodolfo Dias

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Foto: Rodolfo Dias

De acordo com a última contagem da população, feita em Goiânia pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2007, Goiânia tinha aproximadamente 1,2 milhão de habitantes. Para se ter uma idéia, esse número se equipara com a quantidade de automóveis existentes na cidade, conforme os dados do Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO). Todos os dias, 277 novos veículos invadem as ruas da nossa cidade, nos tornando donos de 3,2 % da frota nacional, que é de 27,8 milhões de automóveis. Com isso, o caos no trânsito começa a mostrar a sua cara: hoje, já existem 50 pontos de congestionamento na capital, incluindo-a nas estatísticas relacionadas às metrópoles brasileiras, segundo a Agência Municipal de Trânsito (AMT). Como se não bastasse o problema logístico do trânsito, há outro dado preocupante: a

emissão de poluentes causadores do efeito estufa e da degradação da camada de ozônio. Atualmente, Goiânia libera cerca de 400 toneladas desses poluentes, o que fica acima da quantidade máxima permitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Goiânia é uma cidade relativamente plana, onde as bicicletas poderiam ser uma saída interessante para grande parte da população. O trânsito agradeceria, pois iria diminuir o número de carros circulando, além de gases nocivos lançados na atmosfera. A saúde pública também agradeceria, pois o número de pessoas sedentárias na cidade seria reduzido. É claro que o excesso de veículos automotivos e a violência das ruas torna perigosa a aventura ciclística na capital goiana. Mas o estímulo ao uso da bicicleta deveria ser considerado como essencial para ajudar a transformar Goiânia em uma

capital da mobilidade sustentável. Afinal, é necessário estar inserido num amplo projeto de mobilidade urbana que promova meios alternativos de locomoção e transforme o trânsito da cidade. Adeptos Durante o trabalho e também nas horas vagas, o que não pode faltar ao contador Wesley Alves Rocha, de 40 anos, é uma bicicleta. Ele costuma se locomover de casa para o trabalho a bordo de sua “magrela” porque a considera um meio saudável e eficiente de transporte. Wesley reclama, contudo, da falta de ciclovias em Goiânia. “Nós, ciclistas, não temos espaço nas ruas; os carros não nos respeitam, corremos até riscos de acidentes”, afirma. O professor de karatê Ricardo Luiz Urzêdo há 26 anos usa a bicicleta como o seu principal meio de transporte em Goiânia.


CIDADES

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Todos os dias, diz, ele faz o trajeto de sua casa, no Jardim América, até o seu trabalho, no Setor Jaó. E estima que, se fosse de carro, moto ou ônibus, levaria aproximadamente o mesmo tempo: 30 minutos. “Pedalar é bom e faz bem a saúde”, argumenta. São registrados 2,5 acidentes por dia com ciclistas. Os dados são do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO). A gerente de Educação de Trânsito do órgão, Nadir de Castro, acredita, entretanto, que os números são maiores. “Pequenos acidentes não são computados, apenas os que têm vítima. E, como não há fiscalização, como existe com as motos, não há acompanhamento”, destaca. Nadir considera que o problema com os ciclistas é histórico no município e no Estado. “A cidade cresceu sem levar em conta o veículo mais utilizado pelas classes sociais mais baixas”, pondera. Projeto de lei O vereador Maurício Beraldo (PSDB) - que diz ter usado bicicleta durante 20 anos - teve apresentado no Plenário da Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 169, de 15 de março de 2007, que cria o Sistema Municipal Cicloviário. Segundo Beraldo, somente em Goiânia existem mais de 200 mil bicicletas.

“Nossa cidade é plana e permite a existência de ciclovia. Onde não for possível construíla, pediremos que a prefeitura implante as ciclofaixas ou faixas compartilhadas, especificamente para nossos ciclistas”, declara o vereador. Mas Beraldo ressalta que os usuários terão de seguir as Leis do Código de Trânsito Brasileiro - pouco respeitadas. Neste caso, precauções e a educação no trânsito vão desde o uso de equipamentos de segurança (retrovisor, capacete, luz traseira) até o respeito à sinalização (como, por exemplo, não andar na contramão e parar nos semáforos). Segundo o vereador, o Sistema Municipal Cicloviário prevê a criação de ciclovias, ciclofaixas, faixas compartilhadas, bicicletários (estacionamento) em terminais de ônibus e pára-ciclos nas praças, além das ciclovias fechadas - assim como existem as pistas de cooper, ao redor das praças. Na opinião do parlamentar, investimentos nesta área só trarão benefícios à população, ao meio ambiente, ao trânsito e para o poder público. “Pedalar faz bem à saúde, gera economia para o bolso do ciclista, e não polui, o que é ótimo para o meio ambiente. E ainda pode melhorar o caos no trânsito, no que diz respeito ao fluxo de veículos na

Grande Goiânia, defende Maurício Beraldo. De fato, cada carro a menos nas vias é sinal de menos poluição no ar, menos violência no trânsito, menos prejuízo à saúde pública, mais fluidez no tráfego e mais qualidade de vida. O Plano Diretor de Goiânia estabelece como diretrizes priorizar os deslocamentos não motorizados, os coletivos e as pessoas, respectivamente. Propõe, ainda, uma malha cicloviária de 140 quilômetros na cidade com bicicletários (para estacionamento) e ciclofaixas nas vias já existentes. É preciso, portanto, adequar a rede viária básica, implantar a cicloviária, difundir o uso de bicicletas e desenvolver projetos de educação que conscientizem os motoristas, os pedestres e os ciclistas para as regras de segurança a serem compartilhadas. Para implantar um projeto dessa magnitude e envergadura é preciso, sobretudo, vontade política e administrativa do poder público goianiense. Pois ele envolve, ao mesmo tempo, intervenções físicas e urbanísticas, um amplo processo de educação e de estímulo às noções de cidadania, além de mudanças fundamentais de comportamento. É necessário promover os direitos e deveres sobre a mobilidade e provocar uma nova cultura de resgate e de valorização coletiva da vida.

Doar Medula Óssea é doar vida 3

Eduardo José

procura o Hemocentro faz questão de se cadastrar. Isso é fruto de todo um trabalho que vem sendo feito junto à mídia; as telenovelas, principalmente, têm dado uma atenção especial ao assunto”, destaca. Marina conta que o Estado de Goiás tem cerca de 80 mil pessoas cadastradas, mas frisa que a meta é aumentar: “O Hemocentro deseja chegar até o fim do ano com 100 mil cadsatros realizados”. A assistente social lembra, ainda, a importância do Redome. “Somente 25% dos pacientes conseguem encontrar um doador compatível na família. A grande maioria não tem a mesma sorte e precisa recorrer ao registro de doadores de medula óssea”, argumenta.

Doação de medula óssea. Foto: Eduardo José Você já pensou em ser doador de medula óssea? Para isso, basta ter entre 18 e 55 anos e estar com boa saúde. Depois, é só procurar um local onde possa ser feita a retirada do sangue para avaliação e o registro do doador. Em Goiânia, esse serviço é oferecido pelo Hemocentro. Na unidade, todo material coletado é analisado e enviado para o Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome), um banco de dados em que ficam registrados os dados e os Antígenos Leucocitários Humanos (HLA) de cada doador. Quanto mais

pessoas se cadastrarem, melhor: um doador pode representar uma possibilidade a mais de cura para quem tem leucemia. Segundo a assistente social do setor de Captação de Sangue e Medula do Hemocentro, Marina Tosta de Almeida, a boa notícia para todos os pacientes que necessitam de um transplante é que o número de doadores, no cadastro de medula óssea, vem aumentando, consideravelmente, nos últimos anos. “Há dez anos, pouco se falava e pouco se discutia a respeito. Hoje, a maioria dos doadores de sangue que

Confusão Por falta de conhecimento, algumas pessoas confundem medula óssea com medula espinhal. A medula óssea é a matriz do sangue, que fica na parte interna dos ossos (semelhante ao tutano dos ossos do boi). Na medula óssea estão as células-mãe que dão origem aos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. A medula espinhal é a que não pode sofrer nenhum tipo de comprometimento, ou a pessoa corre o risco de ficar paraplégica. Na doação da medula óssea é feita somente a retirada do líquido do doador, que se repõe em duas semanas (14 dias). A doação da medula óssea também pode ser realizada quantas vezes houver compatibilidade entre doador e paciente.


Jornal Araguaia O tipo mais conhecido e mais comentado de câncer no sangue é a leucemia, mas existem aproximadamente 70 doenças diferentes com indicação de transplante de medula óssea. Quanto à leucemia, a pessoa pode nascer com a doença ou adquiri-la depois. A leucemia não é transmissível e a Medicina ainda não tem uma explicação do que leva uma pessoa a desenvolver a doença. “Muitas vezes, em uma pessoa saudável, que tem uma vida normal, é diagnosticada a leucemia. É uma doença que não tem como prevenir, portanto, enquanto estamos saudáveis, façamos a nossa parte”, pondera Marina Tosta. A assistente social ressalta que os Centros de Transplantes vem aumentando os investimentos nessa área. E pede cuidado em relação às redes sociais. Segundo ela, as informações, muitas vezes, são colocadas de maneira incorreta na internet. “Nos sites oficiais do governo, do Ministério da Saúde, do Hemocentro, do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Associação de Medula Óssea é possível ter acesso às informações corretas”, orienta. Parcerias importantes Um dos trabalhos que vem contribuindo

para levar esperança a quem precisa de um transplante em Goiás é a parceria do Hemocentro com algumas empresas privadas, órgãos públicos e instituições de ensino. A iniciativa tem ajudado muito o Hemocentro a captar mais doadores, tanto para medula óssea como de sangue. “A bolsa de sangue doada, estando em perfeita condição e não sendo detectada nenhuma doença, em questão de horas estará salvando a vida de uma pessoa”, frisa a assistente social do setor de Captação de Sangue e Medula do Hemocentro, Marina Tosta de Almeida. A profissional explica que, no caso da doação de sangue, o doador, em geral, espera alguém da família precisar ou um amigo pedir para ir até o Hemocentro doar. “Se todo doador doasse duas vezes ao ano, não faltaria sangue para ninguém na rede pública”, acrescenta. Para a doação de sangue, os critérios são quase os mesmos do doador de medula óssea: é preciso ter entre 18 e 65 anos de idade, pesar mais de 50 quilos, não estar gripado, não doar em jejum, e não ter nenhum diagnóstico de doença infectocontagiosa como as hepatites B e C, HIV,

CIDADES sifílis e malária. No caso da hepatite A, se a pessoa teve a doença até os dez anos de idade, ela pode ser tanto doadora de sangue como de medula óssea. Referência Em Goiás, o Hospital Araújo Jorge é referência e está autorizado e habilitado para realizar as doações de medula entre pessoas da mesma família. Em outros casos, fora do nosso Estado é o Instituto Nacional do Câncer (Inca) que determina sobre as doações. O Ministério da Saúde irá chamar o doador e indicar onde ele irá fazer o transplante. O Hemocentro Goiás já solicitou ao Ministério da Saúde que o Hospital Araújo Jorge seja cadastrado e também possa realizar todo o processo de doação de medula óssea. Atualmente, no Brasil, são 14 Centros de Transplantes espalhados por todas as regiões. Caso um doador de Goiás seja compatível, ele terá que esperar para saber quem é o paciente, onde mora, qual a região, para somente depois fazer a doação. Todo o processo de traslado do doador, para qualquer região do país, é financiado pelo Ministério da Saúde.

O CINEMA DE FÉ E MILAGRES

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Produções cinematográficas no Brasil destacam crenças religiosas em seus roteiros Adda Émilly

O cinema surgiu no apagar das luzes do século 19 e se espalhou pelo planeta com rapidez. Em vários países se afirmou como uma das formas de arte e entretenimento mais ricas em conteúdo; o século 20 foi o auge das produções. Para Pedro Butcher, escritor do livro “Cinema brasileiro hoje”, os anos 90 são consagrados como a retomada das produções cinematográficas no Brasil, em processo que gerou filmes de grande impacto como O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna(2000)

Central do Brasil, com roteiro de Marcos Bernstein e João Emanuel(1998), baseado na história do diretor Walter Salles e Cidade de Deus, escrito por Bráulio Mantovani(2002), adaptado do romance epônimo de Paulo Lins. Na visão de Alberto Moreira, doutor em Ciência da Religião e professor pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás(PUC/GO), as produções cinematográficas brasileiras ganharam forças e expõem a religiosidade em grande parte dos documentários realizados. “A indústria cultural sabe como fazer excelentes

lucros com o mundo das religiões”, afirma Moreira. O Auto da Compadecida, como o nome diz, é um auto, uma teatralização acerca da figura de Maria, mostrando a face de compadecimento que o cristianismo sempre identificou com Nossa Senhora. Baseada na peça do mesmo nome, escrita por Ariano Suassuna, a história se passa no Nordeste na época do cangaço. O filme mostra um período de violência, de vida dura, de seca e de muitos perigos, em que a religião ameaçava tanto com o inferno e as penas eternas, numa época em que Jesus e Deus pareciam tão distantes da vida das pessoas, por isso se apegavam muito à figura de Maria. O Auto da Compadecida apresenta a face materna e misericordiosa de Nossa Senhora, que para os católicos, tem uma dignidade muito especial, pois foi elevada de corpo e alma para junto de Deus. “Cada cineasta utiliza uma linguagem cinematográfica própria. Alguns mostram o diabo como um homem jovem, muito rico, bonito e sedutor, o que às vezes até me parece mais realista”, comenta o especialista Alberto Moreira. Geralmente a religiosidade do povo brasileiro aparece nos filmes de uma forma estereotipada; ou como folclore, caricatura e gozação. Mas muitas produções, como O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna(2000)


CIDADES

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ou O Pagador de Promessas, de Anselmp Duarte(1962), baseada na peça teatral homômina de Dias Gomes, registraram aspectos profundamente humanos, às vezes cômicos ou trágicos, mas autênticos e ricos desta religiosidade. Como o catolicismo entre nós é a religião mais antiga e que mais marcou a cultura popular, é natural que muitos filmes e novelas estejam recheados de figuras, motivos ou alusões tiradas deste universo religioso. “Um exemplo bem humorado é o filme Deus é Brasileiro, com direção de Cacá Diegues(2003) e o documentário Fé, de Ricardo Dias(1999) que são excelentes registros da diversidade e da riqueza das expressões religiosas do povo brasileiro”, relata Moreira. Religião: o mundo das crenças Para Genivalda Araújo Cravo, doutoranda em Ciência da Religião pela PUC-GO, a fé já provou que o pensamento é poder e em conjunto gera uma força energética que pode transformar, curar, acalmar e mudar diagnósticos médicos que são colocados no rol dos milagres, que a ciência médica não consegue explicar. “Eu, pessoalmente, presenciei um caso de um garoto, aqui em Goiânia, que foi desenganado pelos médicos, com diagnóstico de morte cerebral. Os familiares e amigos procederam rituais de oração coletiva e o menino curou-se. Os médicos ficaram sem

entender, pois tinham as chapas do cérebro antes. Após três dias do acidente, o menino recebeu alta. Eles não conseguem entender até hoje”, relata Genivalda. Para Clóvis Cruvinel da Silva, aposentado, o filme O Auto da Compadecida é rico das crenças católicas, porém não seguido em sua totalidade. Mas o que importa é a presença fervorosa da mãe protetora, a padroeira do Brasil; pondera. “A devoção é oriunda da fé, do amor e de conhecimento. A fé das pessoas geram milagres, pois, através do sofrimento você suplica e é atendido. Além de tudo, creio em Maria Santíssima, a compadecida do filme. Ela é minha mãe e mãe de todos nós, brasileiros, que recebemos a graça de tê-la como intercessora”, acrescenta Clóvis. Segundo o padre João Irias, representante da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Morrinhos-GO, a fé é importantíssima na vida de todos os cristãos, “pois aquele que crê e suplica o nome de Jesus Cristo é sempre atendido. Afinal Jesus Cristo é símbolo do amor, do perdão, da cura e da salvação”. “Uma prova de amor que podemos mencionar é o tamanho da fé de Maria. Ela foi a escolhida para ser mãe do salvador e deu o seu sim. Então, Maria, senhora de todas as bênçãos, concebe o filho de Deus, por obra e graça do Espírito Santo, e é associada para sempre à obra redentora do Cristo e à missão do Espírito Santo, na história da salvação”, completa o pároco.

A fé dos católicos, assim como a fé dos membros de outras denominações religiosas, é uma força e motivação poderosa, que pode mover a vida e as decisões das pessoas, pode transformar vidas e destinos, pode também servir de legitimação para muita violência e preconceito contra pessoas de outra fé. Nesses últimos 2 mil anos, a fé dos cristãos já mostrou que tanto pode chegar ao martírio e à doação da própria vida no seguimento de Jesus ou no serviço aos pobres, como Madre Teresa de Calcutá, como também pode, no outro extremo, justificar o ataque aos índios, a escravidão, o preconceito contra pessoas de opção religiosa, política ou sexual diferente da usual. A religião, além de ser uma convicção interior das pessoas, também se organiza social e historicamente em instituições, ritos, costumes, doutrinas, comportamentos e valores. Já a teologia é uma compreensão ou uma ciência construída a partir da própria fé religiosa; é uma reflexão dos próprios membros da comunidade religiosa sobre a experiência, raízes, fundadores e sobre a forma de interpretar os livros sagrados. “A fé pode chegar a tudo”, conclui Alberto da Silva Moreira, doutor em Ciência da Religião pela Katholische Theologie na Westfalische-Wilhelms-Universitat de Munster e professor no Departamento de Filosofia e Teologia (graduação em Teologia, Mestrado e Doutorado em Ciências da Religião) da PUC/GO.

Vida que imita a arte

Tema de filme, violência policial é realidade sentida na pele por vítimas. Casos são frequentes em Goiás Valdeison Santos e Arisvan Nunes Um jovem, estudante de Comunicação Social, estava voltando para a casa, no Parque Amazônia, quando foi abordado por uma viatura da Polícia Militar (PM). Antes mesmo de falar seu nome, foi agredido com socos e pontapés. “Eles sequer pediram um documento meu,” conta Luís (nome fictício, já que o entrevistado preferiu não se identificar). Casos como o dele, infelizmente, não são raros no Estado. Apenas em sete meses - entre janeiro e agosto de 2010 -, a Corregedoria da Polícia Militar de Goiás abriu 1861 sindicâncias para apurar denúncias de violência policial. O assassinato de Pedro Henrique Queiroz pelo policial militar Gevani Carvalho da Silva, que trabalhava em uma blitz, ganhou repercussão nacional em 2008. Pedro Henrique estava no carro de um amigo, acompanhado da mulher e do filho - que havia sido batizado -, quando foi alvejado, após o veículo cantar pneu em uma esquina do Jardim América, em Goiânia. A família do jovem, de 22 anos, estampou camisetas, cartazes e carros com a mensagem de

que não gostariam que o rapaz fosse apenas mais um número nas estatísticas da violência fardada. De acordo com o coronel Camargo, corregedor da PMGO, a polícia investiga todos os casos de crimes cometidos pelos militares. O Conselho de Disciplina julga os praças, enquanto os oficiais são levados ao Conselho de Justificação. Os casos que extrapolam a esfera acadêmica ficam a cargo do Poder Judiciário Segundo o site oficial do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), somente em 2010, 19 policiais goianos foram exonerados por praticar violência ou outros crimes graves contra a sociedade ou contra cidadãos. A jornalista Rosana Melo - que cobre a área no jornal diário O Popular - revela que estes fatos causam muita revolta até mesmo em quem já está habituado a conviver com fatos violentos no dia-a-dia, como ela. Na outra ponta da Corregedoria Militar está a Casa da Juventude Padre Burnier, entidade da sociedade civil organizada, que acolhe vítimas e familiares de pessoas que sofreram com a violência policial. De acordo com o presidente da instituição, padre Marcos Labarrére, hoje, cerca de 20 famílias são atendidas no local. A Casa da Juventude

fica no setor Universitário, na capital. A polícia no cinema A violência policial é discussão recente também no cinema. Filmes como Tropa de Elite, lançado em 2007 - com continuação em 2010 -, mostra a realidade do trabalho da polícia nos morros cariocas. “Os traficantes queimam as pessoas vivas. Os soldados doBope torturam e assassinam,” afirmou, à época, o roteirista do filme, Bráulio Mantovani, à revista Movie, 8ª edição. Dirigida por José Padilha, a obra mostra policiais subindo o Morro do Turano, no Rio de Janeiro, em busca de um traficante, de apelido Baiano. A tropa especial da PM carioca faz tudo o que pode - e o que não pode também, incluindo tortura a moradores do Morro - para chegar até o criminoso e seus comparsas. Quando o traficante é, finalmente, alcançado, é morto pelos policiais do Bope com um tiro no rosto. O filme termina com o soldado Matias - interpretado pelo ator Anndré Ramiro - atirando no rumo do espectador. A cena é interpretada pelo roteirista Bráulio Mantovani como um recado: “O próximo é você”.

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OPINIÃO

6 Brasileira para consumo masculino Marielly Dias Como é a imagem da mulher brasileira para o mundo? O retrato do verossímil ou uma idealização da mulher sem defeitos? A verdade é que não são todos os tipos de mulher brasileira que protagonizam filmes e propagandas ... Inicialmente, a conquista dos europeus trabalhava com a idéia de que o Brasil seria o paraíso perdido. E as índias eram vistas e utilizadas como base de troca. Os portugueses as usavam para satisfazer vontades carnais; o índio, como se tivesse, nas mãos, uma espécie de arma ... Segundo especialistas, o fato é bem possível de ser comprovado nos relatos dos primeiros exploradores: “Vide a carta de Pero Vaz de Caminha, que já cita a beleza e o comportamento das índias”, afirma, por exemplo, a professora da Faculdade Araguaia Sandra Paro, mestre em Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). O filme Caramuru: a invenção do Brasil (2001), obra de Guel Arraes e Jorge Furtado, é um retrato fiel dessa tese.

Diogo Alves - protagonista da história, vivido por Selton Mello - se envolve em uma série de confusões, que resultam em sua deportação, designada pelo então rei de Portugal. A temática utilizada pelos idealizadores do filme se desenvolve no contexto de 1500, em que a caravela de Vasco de Atahyde naufraga. Após o naufrágio, Diogo, portanto, consegue chegar a terras brasileiras. Ele mantém contato com diversos nativos, mais especificamente da tribo dos tupinambás, em que estão inseridas as belas Paraguaçu e Moema, sua irmã - interpretadas, respectivamente, por Camila Pitanga e Deborah Secco. Um interesse mútuo tanto entre Diogo e Paraguaçu quanto entre Diogo e Moema - se desenvolve e um triângulo amoroso é, então, estabelecido no decorrer do filme. O clima é mantido até o momento em que os portugueses desembarcam oficialmente no Brasil. Diogo, visto como uma ponte que iria facilitar o contato com os nativos, resolve voltar com a embarcação para Portugal, sem, contudo, levar as duas índias. Inconformadas com a partida do amado, Paraguaçu e Moema seguem a nado (?) o navio, mas apenas Paraguaçu consegue partir com a embarcação. Moema, por sua vez, quae se afoga e decide retornar à tribo. A produção cinematográfica é

divertida, mas incita questionamentos. Por exemplo, quando exibe apenas belas índias, criando estereótipos de uma imagem feminina que não é maioria. Onde estão escondidas aquelas mulheres que vivem de amamentar os seus filhos e não conseguem manter o corpo escultural? Ou aquelas - guerreiras, e não apenas belas - que cozinham para o restante da tribo; que caçam e levam alimento para os demais? Acredito que, para impressionar os homens - sempre fissurados em mulher bonita -, o relato, no cinema, tenha se rendido à mesma filosofia das propagandas de cerveja, embora com um roteiro mais - digamos - elaborado. Não seria interessante pensar em uma reformulação no uso da imagem feminina? Penso que sim, afinal, a mulher brasileira tem particularidades e atributos que vão muito além da mera estampa ... Mas, de acordo com a professora Sandra Paro, “tudo é uma questão cultural, e, se há uma necessidade de mudança, ela acontecerá, independentemente das produções cinematográficas”. O que resta a mim - e a outros milhões de brasileiras que não se veem nas imagens dos filmes -, como mera telespectadora, é esperar por essa tão desejada mudança ... Por enquanto, que fique, aqui, o meu protesto.


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OPINIÃO

Um filme chamado polêmica Jacquelline Prisicila e Guilherme Eduardo A vida de Lula é resumida e muito bem contada pelo o filme de Fábio Barreto. O filme foi exibido em todo o país e recebido com aplausos e muitas criticas. A historia dividiu opiniões. Enquanto uns viam no filme a dedicação de dona Lindu, mãe de Lula,na criação de seus filhos, após serem abandonados pelo pai e caminhassem rumo à marginalidade. Outros viam que Luiz Inácio da Silva seria, ao longo de sua vida profissional e sindicalista, um conciliador. Um homem de diálogo e que não aceitava injustiças. O protagonista passou a imagem de um homem perfeito, sem máculas. Tão

perfeito, que se politizou de forma mágica. Saiu de um sindicalismo que aceitava tudo para o sindicalismo combativo das grandes Greves do ABC Paulista, sem que saibamos que caminhos trilhou. O diretor não conseguiu justificar cinematograficamente as “teses” apresentadas (a da mãe dedicada e da imagem de Lula como um sindicalista conciliador), até porque abandonou os irmãos de Luiz Inácio e transformou o sindicalista num semi-deus. O diretor (e depois presidente) do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, sucessor do menino que apanhava do pai bruto e alcoólatra, não comete deslizes de nenhum tipo. “O filme foi feito para aproveitar a popularidade do presidente, o que é um fato comum porque o cinema sempre faz isso”, foi o que disse Lisandro Nogueira. De certa forma foi um fracasso porque a expectativa sobre o filme era muito grande e que não correspondeu à espera do publico,porque o melodrama partiu para um caminho comum no cinema. O

filme, na verdade, não aconteceu, já que a direção não foi muito feliz e que todo o dinheiro investido não foi bem utilizado. A produção e direção do filme, deixou claro que na receberam incentivos e recursos públicos. Enquanto em algumas das principais redes de cinema do Brasil, a entrada do filme custava até R$18, uma promoção que teve a parceria da Força Sindical e da CUT (Central Única dos Trabalhadores) junto com os responsáveis pelo filme, permitiu que mais de 12 milhões de pessoas comprassem seus ingressos a R$5. Por conta de idéias como esta, o filme foi encarado pela oposição como eleitoreiro já que algumas lideranças enxergaram na produção uma chance da pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, pegar carona na popularidade do presidente. Segundo Lisandro, é como usarem uma figura tão conhecida como a da Lula para fazerem biografias e que se o filme partiu para o lado eleitoreiro, também não o deixaria surpreso.

Pêra, uva, maçã ou salada mista? Alinne Nery No meu tempo as coisas não eram desta forma. “Menina, menos sempre é mais na hora de se vestir.” Ah... Como escutei essas frases de minha mãe e até de minha avó. Menos exibicionismo, mais discrição. Sempre achei exagero ou caretice. Gente, não seria um top ou uma minissaia que diria aos outros quem eu era. Mas hoje me peguei pensando nisso, em como as mulheres têm cada vez mais se tornado objetos para diversão masculina. Como temos banalizado nossa própria imagem! Como podemos admirar mulheres cachorras, frutas, carnes, verduras... Meu Deus! Somos seres humanos e até onde sei não temos patas, não latimos, muito menos ficamos de quatro... No país do carnaval aprendemos

que estar sempre desejável é uma qualidade. Estudar? Procurar instrução? Para que? Precisamos apenas da “calça da Gang”, alguns ml’s de silicone e duas ervilhas na cabeça para virarmos ícones desta juventude alienada. Temos como produto de exportação mulheres pêra, melão, jaca, melancia, um verdadeiro hortifruti... Segundo um guia lançado em Londres para as Olimpíadas de 2012, nós brasileiras nos vestimos de maneira sexy para qualquer ocasião e temos uma noção de espaço pessoal menor do que em outras culturas. Como podemos analisar essa descrição? Qual será a imagem que passamos de nós, mulheres brasileiras, para os “gringos”? Para começar vamos analisar a produção cinematográfica brasileira. Qual é o retrato da mulher de nosso País, exibido para os espectadores das telonas? Em Caramuru, dirigido por Guel Arrais e Jorge Furtado, vemos que recebemos de nossos amigos portugueses apenas a sobra de seu reino. No filme temos índias que

dividem o mesmo homem, mulheres que traem maridos, maridos que traem as mulheres, em fim uma verdadeira orgia verde amarela. Lançamos filmes com histórias de prostitutas brasileiras que deram certo, como o recente Bruna Surfistinha, dirigido por Marcelo Corpanni. Transformamos estas pessoas em heróis e heroínas de nossa pátria. Não que não sejam merecedoras de respeito, mas devemos nos espelhar em coisas melhores... Ou não? Até as músicas refletem como somos vistas. Segundo as “filósofas” do século 21, Tati Quebra Barraco e Mulher Melancia, devemos ser cachorras, rebolar a bunda a todo instante e chegamos ao cúmulo de achar vantagem ter a fama de putona. Louco mesmo é saber que além de tudo, tem gente que acredita que isso traduz sucesso profissional. É. Acho que era muito mais fácil ser mulher no tempo de nossas avós, com menos silicone, menos arruaça e mais verdade, afinal no tempo delas havia espaço e liberdade para sermos só e simplesmente mulheres

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ESPORTES

Um sonho que acabou Emilly Miranda e Juliana Lopes

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Preparamos uma entrevista esp e c i a l , c o m Ju lio N u n es , ele q u e jo g o u n o Na c i o n al-S P, S an to s -S P, G7 - PR , E q u i f l e x -P R , Rio B ran co PR , e a t é e m Po rtu g a l n o D rag õ e s Sa n d i n e n se s. Conquistou corações por onde pa s s o u , c o r a ç õ e s a p a i x o n a d o s p e l o fu t e b o l a ssi m c o mo o d e le . Com 25 anos ele vive uma re a l i d a d e b e m di f e r e n t e , m o r a c o m se u s p a i s e m U b e r l â n d i a , i n t e r i o r de M i n a s G e r a i s . Tu d o q u e u m d ia fo i rea lid ad e ho j e f i c a a p e n a s n a le mb ran ça e n a sa u d a d e . Descubra oque levou o jovem ta l e n t o d e s i s t i r d e s e u g r a n d e so n h o . Em que momento o futebol ap a re c e u e m su a v id a ? J ul i o Nune s - D e s d e c r i a n ç a e u go st a v a d e j o ga r, p a rtic ip av a d e jo g o s i n t e g r a d o s n o c o lég io , n o s fin s de s e m a n a s e m p r e e s t a v a b a t e n d o um a b o l i n h a c o m a f a m í l i a , m a s e u go st v a m e sm o era d e jo g a r n a ru a de c a sa . E r a a p aix o n ad o . co m 11 an o s c o m e ç e i e m u ma e s c o lin h a d e fu t e b o l , A A B B - C r u z e i r o . Vo c ê j o g a v a em q u e p o s iç ã o ? J ul i o Nune s - N o a ta q u e . Seus familiares te incentivaram pa r a o m e i o f ut e b o lís tico ? J ul i o Nune s - S i m p o r q u e e u jo g a v a b e m , m e u p ai s emp re me deu a p o i o , m i n h a mã e a s v ez e s br i g a v a c o m i g o p o r q u e e u j o g a v a co m g a r o t o s m a i s v e l h o s d o q u e eu , m a s e l a sa b ia q u e e u g o s tav a mu i t o d e j o g a r e n t ã o t a m b é m m e ap o i a v a . Vo c ê s e e s p e l h a v a e m a l g u é m , alg um j o g a do r ? J ul i o Nune s - O s j o g o s q u e vi a n a t e l e v i s a o e r a u m g r a n d e in c e n t i v o . Q u a n d o c r i a n ç a c o m e c e i me e sp e l h a r n o Be b eto ap ó s v er a co p a d e 9 4 . Q ua l e r a sua ex p ec ta tiv a co m o jo g a d o r d e f u t e b o l ? J ul i o Nune s - N a v e r d a d e er a poder ser reconhecido pro f i ssi o n a l m e nte por g ran d e s cl u b e s e u m d i a s e r r e c o n h e c i d o mu n d i a l m e n t e . E q u a n t o a o s o b j e i t v o s ? Vo c ê pe n s a v a e m f az e r o q u e c o m o di nhe i ro que g a n h a s s e ? J ul i o Nune s - E u p e n s a v a pr i m e i r a m e n t e e m m e e s t a b i l i z a r

f i n a n c eiramente e ajudar minha fa mília . C o m o e r a fic ar longe de c as a, d e s u a família?? J u lio N une s - No começo é d i f í cil, mas depois você se a c o s tu ma . H o je vemos o exemplo de J o v e n s que vieram de favelas e p e r ife r ias e atualme nte jogam e m g randes times renomados e g a n h a m uma furtuna. E muitas v ez e s os jogadore s inic iante s já c o m eç am ganhando o s ufic ie nte para melhorar a situação fin a n ce ir a. O fute bol també m foi a s s im e m s ua c ar re ir a? J u lio N une s - Não eu começei d e b a i xo em clubes de médio porte a t é m e profissionalizar, as vezes m e u s pais me ajudavam, pois, no B r a s i l pequenos e medios clubes d e f u t ebol não oferecem condições p a r a que o jogador se mantenha s o z i n h o, isso depende também de p a t r o c ínio, somente quando fui p ara P ortuga l tive oportunida de de g an h a r um gra nde s a lá rio. E m algum momento você ima g inou o fute bol c omo for ma d e g a nhar dinheiro? J u lio N une s - Primeiramente a c h o q ue voc ê de ve a ma r tudo o que f a z . . . Em relação ao futebol, posso a f i r m a r que joguei por amor, o d in h eiro e s ta va e m s e gundo pla no. Temos atualme nte o e xe mplo de j o g a d ores que desperdiçaram sua c a r re i ra ao se envolverem com o mu n d o das drogas , fe s tas e or gias . Vo cê ac re dita que a me dida e m q u e o fute bol proporc iona uma v i d a l uxuosa, pode deslumbrar a c a b eç a de alguns jogadore s ? J u lio N une s - Sim acredito! N o m eio futebolístico quando se g a n h a dinheiro ele vem de forma mu ito rá pida e a lguns joga dore s s e p e r d e m na luxuosidade pois além d o d i nheiro vem a fama que é um g r a n d e problema tabémm, e isso f a z c om que o jogador se perca p ro fis s iona lme nte ultiliz a ndo de ma n eira irra c iona l s e u dinhe iro, f a z e n do com que ele destrua sua p ró p ria c a rre ira . Vo cê deixou o futebol quando s u a car re ir a de s lanc hava? Por quê? J u lio N une s -Sim, sãoo

coisas da vida, quando encerrou o campeonato em Portugal, eu vim visitar minha família e em um jogo com os amigos acabei rompendo o ligamento do joelho direito atrapalhando a volta para o time, pois ficaria de seis a oito me s e s pa ra do, s e ndo a s s i m acabei de s is tindo. Julio, voc ê re te nde al gum di a voltar a jogar? Julio N une s - Não.. Em outra ocasião acabei machucando novamente o mesmo joelho e foi ai que vi que eu nao teria mais condições de jogar. Seria impossível e u volta r a joga r. E c omo é o s e ntime n t o, qual a sensação de ver se u sonho ac abado? Julio N une s - Ver seu sonho qua s e s e re a liz a ndo e l ogo em seguida tudo acabar realmente. N ã o é fá c il, é uma das pi or es coisas do mundo, mas você acaba aprendendo a gostar de outros tipos de tra ba lho. Com você foi assim? Aprendeu de fato, a gos tar de outro t i po de tr abalho? Julio N une s - Sim, aprendi a lida r c om a s itua ç ã o e a g or a est ou c urs a ndo e nge nha ria a mbi ent al , é uma área que me interessa bastante, e digamos que eu esteja feliz com is s o. O que você espera daqui pra frente? Quais são seus planos? Julio Nunes - Estou vivendo um momento de transição, onde tento aplicar as melhores expectativas possiveis. De agora em diante espero conquistar tudo que planejei para meu futuro, mas de outra forma, não pelo futebol, mas com o esforço do meu trabalho. Hoje tenho a certeza de que quero me formar na faculdade e também no futuro constituir minha família e para isso estou investindo em uma pequena empresa no ramo de no ramo de transportes rodoviários, da qual pretendo colher frutos tornando-a de grande porte em breve. A atitude de Julio Nunes de s e guir e m fre nte me s mo s em poder fa z e r na da dia nte de um sonho findado deve servir de exemplo pa ra toda s a s pe s s oa s qu e um di a tive ra m s e us s onhos inte rrom pi dos. Não se pode parar é preciso sonhar, me s mo que s e ja m novos s onhos...


Jornal Araguaia A FALTA DE SEGURANÇA COMPROMETE O ESPORTE

ESPORTES

Mesmo com vários pontos positivos no incentivo a educação social, alguns locais de praticas esportivas estão comprometidos devido a falta de segurança adequada. Marcus Vinicius

Foto: Marcus Vinicius As leis de incentivos ao esporte do Estado de Goiás, dão segurança e continuidade há projetos educativos que se destacam a nível nacional, como é o caso dos Jogos abertos do estado de Goiás e a construção e manutenção de quadras poliesportivas nos bairros municipais. Mas estes locais enfrentam muitos problemas com a falta de segurança própria, o que de fato trouxe a redução no numero de freqüentadores nestes ambientes. Assim ocorre com vários locais destinados a pratica esportiva.As quadras e os ginásios dos bairros sofrem com a ação de vândalos e usuários de drogas que destroem estes locais para se satisfazerem as suas vontades, e os grandes palcos de eventos esportivos, por não possuir um controle interno de segurança para coordenar os seus visitantes, são danificados aos poucos, tanto pelas mãos humanas, quanto pelo esquecimento (ou abandono) dos responsáveis que não conseguem fazer com que os projetos de reformas saiam dos papeis. O Autódromo Internacional de Goiânia Ayrton Senna, foi inaugurado em outubro de 1974 e completa 36 anos em 2010, devido à falta de reforma, a estrutura do local passa por vários problemas que se agravam com o tempo. Construído com a capacidade para 100 mil pessoas, com um circuito moderno e com um traçado de extrema segurança para sediar importantes corridas nacionais e internacionais, hoje seu espaço é utilizado para corridas oficiais de carros alternativos, eventos automotivos e treinamento de ciclistas e maratonistas. Geraldo Assunção (65) é vigia do autódromo desde a sua inauguração em outubro de 1974. Ele conta que já viu de tudo no local “Aqui tem um espaço enorme e acontece de tudo, é quase impossível controlar a entrada das pessoas, muitas pessoas vêm aqui para apenas se divertir, mas muita gente também vem pra fazer coisa errada”.

O vigia acrescenta que há mais ou menos dois anos diminuíram a quantidade de pessoas que freqüentavam o ambiente apenas para pratica de manobras arriscadas, mas que ainda é comum essa pratica no local “ Antes, todo fim de semana vinha umas 500 pessoas empina moto e da cavalo de pau nos carro, hoje não vem tanta gente como antes, mas ainda tem alguns que ficam na parte de cima do circuito fazendo suas maluquices” Sobre os recursos destinados ao autódromo Geraldo Assunção diz não ter noção o quanto é destinado e que a ultima reforma foi feito ainda em 1998, mas que em 2006 foi feito o ajuste da pista principal. “A ultima reforma mesmo foi há mais de 10 anos só que em 2006 eles (trabalhadores) vieram e ajustaram a pista principal” O Gerente do Autódromo Ayrton Senna, Frederico Lacerda, concorda que o local necessita de uma reforma urgente e conta que já existe um projeto feito pelo Alemão projetista de circuitos internacionais Hermam Tilk, mas no memento está aguardando as decisões políticas para o trabalho ser analisado pela nova gestão do Estado. “ Existe um projeto de reforma para 2011, feito por Hermam Tilk, mas estamos aguardando passar a política para ver o interesse do próximo governo em reformar o Autódromo” O Mineiro e comerciante Aroldo Santos 68, é morador da região de campinas há 42 anos, e nos finais de semana presta serviços comunitários a associação do bairro ajudando na limpeza do Ginásio Poliesportivo de Campinas e do centro cultural Gustav Ritter. Por estar sempre presente pela praça, Aroldo Santos fala que o local tem muitos fatores positivos, mas sofre com a falta de segurança principalmente à noite nos arredores do Ginásio, que por ser mais escuro, abriga moradores de rua e usuários de droga. Aroldo Santos diz que gosta de fazer a limpeza

dos lugares, mas se lamenta em não poder ajudar mais, e principalmente de não ver interesse dos responsáveis em ajudar essas pessoas que utilizam à praça para sobreviver. “É uma pena ver que aqui de fora tem pessoas necessitadas,usando drogas, sendo que poderiam estar aqui dentro aprendendo algum esporte.fala Aroldo Nunes. O Centro Recreativo de Iniciação Esportiva do Setor dos Funcionários mais conhecida como a praça dos esportes, é considerado um dos centros responsáveis s pela inclusão da criança do jovem e do adulto no esporte. São 12 modalidades diferentes para pratica de Esporte, e os alunos matriculados podem escolher até duas modalidades para participarem das atividades. Hoje o centro possui mais de 2.700 pessoas matriculadas no total dos três turnos, mas esse numero vem diminuindo gradativamente com o passar dos anos. A falta de segurança é o principal motivo para o afastamento dos alunos segundo a Coordenadora de Iniciação esportiva Renata Carvalho. “Nos não possuímos licitação de segurança, e com a construção do cais na praça e a retirada do batalhão da PM trouxe insegurança aos alunos que consequentemente abandonaram as atividades”. A Coordenadora acrescenta falando que está em andamento um projeto para a proteção do local “Estamos aprovando um projeto de proteção ao centro, que está incluso fazer um muro para dividir as dependências do centro com o cais para reforçar a segurança”. Completa a Coordenadora. Os Jogos Abertos do Estado de Goiás acontece em vários municípios da região do Estado. São 12 microrregiões dividas por aproximação para a realização desse evento que ocorre quase todo fim de semana em uma cidade diferente. O projeto que tem destaque nacional na educação esportiva, também sofre coma falta de segurança adequada nas cidades onde são realizados os eventos. Segundo o Presidente da Agel (Agencia Goiana de Esporte e Lazer) Prof: Danivaldo Frutuoso (Prof: Cafu) O Jogos Abertos é um sucesso por onde passa mas algumas cidades ainda falta uma estrutura e uma segurança adequada “É sempre bom realizar eventos em cidades rurais, porque a gente percebe o entusiasmo das pessoas, mas a infra-estrutura destes locais e a segurança ainda é falha” Para a solução deste problema o Presidente explica que está sendo feito um projeto de segurança que será apresentado para instituições de segurança publica e privada, e afirma a importância que tem a gestão governamental para a ajuda ao esporte “Estamos analisando um projeto que necessita de muitos recursos, vamos mostrar-lo as entidades de segurança publica e privada e ver o que eles acham, mas mesmo que ocorra uma mudança política esse projeto não pode deixar de ser realizado porque é necessário sanar esse problema de segurança o mais rápido possível” completa o Presidente.

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Jornal Araguaia

ESPORTES

O esporte como uma fonte de estudos Muitos alunos que não conseguem bolsas de estudos através de provas, utilizam a prática do esporte como um auxílio financeiro para conseguir fazer uma graduação. Alex Rodrigues

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Faculdade Araguaia, tem um time de Basquete masculino e feminino. Estes são alguns dos integrantes da equipe Faculdade Araguaia/AABB. Foto: Emilly Miranda

Lazer, saúde e ainda um meio de se ligar aos estudos. O esporte pode ser visto por esses três lados. Em meio às dificuldades para se fazer um curso de graduação, uma porta que se abre para os estudos é através dos vários tipos de bolsas que hoje em dia são sorteadas, concorridas através de concursos, distribuídas pelo governo enfim, são muitos os meios para se ganhar uma bolsa. Na maioria deles se exige muito conhecimento do aluno com relação a disciplinas e sobre o mundo em geral. Uma nova forma que estão utilizando para dar oportunidade a pessoas que queiram estudar, algumas faculdades do estado de Goiás, estão dando bolsas para os alunos que consigam jogar pela Faculdade. Eles fazem um teste com os alunos dispostos a jogar, e os melhores são contratados para disputar campeonatos e jogos em geral, pelo time da instituição de educação, em troca da sua habilidade no esporte, a faculdade paga com bolsas de estudo que variam entre as diversas instituições. Em conversa com Gustavo Mendes, jogador de futebol da faculdade ALFA, ele diz que está fazendo o que gosta 2 vezes. “Eu faço o curso de Publicidade e Propaganda e ainda jogo futebol. Tenho uma bolsa de 15% que já me ajuda bastante no pagamento

da mensalidade. Uso o dinheiro que gastaria com mensalidade para comprar matérias para desenvolver melhor meus trabalhos profissionais na área da publicidade”. O professor de educação física Rodrigo Oliveira, formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) disse que esse tipo de bolsa, ajudou até mesmo ele, que é preparador físico e que já foi procurado por algumas universidades para treinar fisicamente os atletas. “Antigamente essa área não existia para a educação física nas Faculdades, e se for parar pra pensar ela é de extrema importância, porque hoje as equipes não querem fazer feio diante das outras instituições de ensino”. O esporte que tem mais equipes feitas por alunos, é o futebol. São 6 equipes tradicionais que costumam disputar as competições de futebol. ALFA, PUC-GO, FASAM, Objetivo, UNIP e Padrão. Todos os anos, essas equipes costumam montar um torneio com premiação, o que envolve, atletas, direção da faculdade e os demais alunos da faculdade, que gostam cada vez mais da rivalidade ‘sadia’ que existe entre as equipes. “A vontade de vencer desses alunos empolgam qualquer um. Encaram como se jogassem pelo seu time de coração, e fazem sempre

grandes jogos, que cada vez mais, chamam a atenção das pessoas, que sempre param para conferir”, afirmou Diângelo Alves, acadêmico de Direito da PUC-GO. Um coadjuvante que vem surpreendendo nas 2 últimas temporadas, é o time de futsal da FASAM, que cada vez com mais alunos querendo participar vem fazendo boas campanhas. O mais novo contrato pelo time é o aluno de Direito, Diego Stefani, que saiu de outra instituição de ensino e foi para a FASAM para poder participar desses torneios. “Sou goleiro e na minha antiga faculdade, não faziam esse tipo de eventos, por gostar de futebol, cheguei aqui e consegui passar no teste. Assumi o compromisso de jogar pela minha faculdade e estou feliz por isso. Nosso grupo é muito unido e feito de amigos”. O basquete, também tem representantes, como é o caso da Faculdade Araguaia, que ainda em 2010 criou parceria com uma equipe e fornece bolsas aos alunos, para poderem jogar pelo time. O vôlei também vem surgindo, e já tem 4 equipes no estado. As faculdades que possuem cursos de Educação Física e que possuem uma estrutura maior para treinamentos, poderiam ser os grandes destaques dessas competições, mas nem todas elas participam desses campeonatos, o que seria uma grande porta para eles obterem grandes profissionais, já que alunos de educação física, na grande parte das vezes estão ali por causa dos esportes. Essas competições costumam ser disputadas nos finais de semana, e os jogos acontecem nas faculdade mesmo, ou em área pertencentes a empresas parceiras, que apóiam esse tipo de trabalho. A mídia em cima desse tipo de evento vem crescendo bastante, já que o público jovem que é o que costuma participar, consome muito, e os anunciantes saem bem satisfeitos, trazendo cada vez mais parceiros para a manutenção dos torneios.


ESPORTES

Jornal Araguaia

Vicio e Esporte! Uma mistura que não se combinam

Grandes ídolos do futebol brasileiro acabaram destruindo suas carreiras por não conseguir controlar os seus vícios, Mane Garrincha foi exemplo de uma brilhante carreira destruída pelos seus desejos. Marcus Vinicius

Foto: Marcus Vinicius No dia 28 de outubro de 1933, na cidade de PauGrande em Magé no Rio de Janeiro , nascia aqui na terra o “anjo das pernas tortas”, assim conhecido Manoel Francisco dos Santos ou simplesmente “Mane Garrincha”, um eterno personagem dos espetáculos apresentados nos gramados brasileiros, mas infelizmente um personagem também das trágicas historias que acontecem com esportistas que não sabem controlar suas emoções e seus defeitos. O filme Mane Garrincha a estrela solitária, produzido em 2007 por Jorge Moreno e baseado no livro Estrela Solitária de Ruy Castro, conta em anglos positivos e negativos a historia de um ícone do futebol, que foi do auge de uma brilhante carreira a perdição do vício da bebida alcoólica. A facilidade com que Mané Garrinha jogava, arrancava aplausos até de quem não se importava por futebol, e todo esse talento o levou ao time profissional do botafogo em apenas um teste, e pra não falar que era fácil à missão do craque, o seu marcador era o melhor lateral esquerdo em atividade e titular absoluto da seleção brasileira, Nilton Santos, que a partir daquele dia considerou aquele ligeiro ponta direita como seu irmão caçula. Naquele dia não deixaram ele sair da concentração do time antes de assinar um contrato. Em Branco! E logo no primeiro jogo como profissional, marcou 3 gols na vitória do Botagogo contra o Bom sucesso por 6x3. A vida de Garrincha passaria então de simples e próxima a natureza, para luxuosa em um apartamento, perto das riquezas e as impurezas da cidade grande. A fama cresceu por causa dos espetáculos apresentados nas partidas, mas o juízo de um profissional estava longe de ser uma virtude de Mané. Com a companhia de excelentes jogadores, Garrincha conseguiu o bicampeonato Carioca pelo botafogo e foi além, trouxe o bicampeonato mundial para o Brasil de 1958 e 1962, com a participação de um elenco que contava com jogadores, como, Zagallo e Pelé.

Após estes anos de glorias, a vida do astro começou a se complicar por causa de seus problemas familiares e pessoais. O seu joelho já não era mais o mesmo, e com as infiltrações aplicadas aos poucos iam perdendo as forças. Por ser um cara muito mulherengo, quando se mudou com Iraci para o Rio de Janeiro, capital do país na época, já tinha uma filha com Anaí sua ex-mulher, que mesmo separada continuava tendo relações sexuais com Garrincha e teve mais 5 filhas.O seu caso com a cantora Elza Soares foi o mais criticado pela mídia e pelos seus companheiros que à acusavam de ter mudado os pensamentos do craque (ou de Mane). As polêmicas sobre o relacionamento com Elza Soares e o descaso de Garrincha com seus 7 filhos, marcaram um período de decadência na vida de Mane, e ele e Elza teve mais um filho, o único homem entre sete mulheres. Enquanto Elza Soares cantava nos palcos das casas de danças, Garrincha se afundava no vício, em varias partes do filme muitos personagens o questionam Mane. Porque você bebe tanto! Garrincha começa ser perseguido pela sociedade e pelas rigorosas atitudes da ditadura militar, teve que se mudar para Itália o que de fato o afastou dos gramados. Em 19 de dezembro de 1973 foi realizado um jogo de gratidão para Mané. A partir desse jogo ele não iria fazer outra coisa a não ser se entregar de vez ao vício e esperar com que as conseqüências ditassem o seu destino. Em 20 de Janeiro de 1983, Manoel Francisco dos Santos, morreu vitima de uma cirrose hepática provocada pela bebida alcoólica. Assim como Garrincha, muitos talentos do esporte abusam do poder social que a fama traz e com isso acabam destruindo suas carreiras por causa dos vícios. Por se tornarem referencias popular, quando são envolvidos em alguma polêmica ou escândalo,sofrem com a pressão da sociedade que é movimentada pelas frases da mídia. Como aparece

no filme em uma pagina de jornal a seguinte frase “Garrincha e sua garrafa inseparável”. Grandes jogadores como Cristiano Ronaldo, Adriano e Edmundo envolveram em processos judiciais devido há comportamentos indisciplinar. Destes três, o jogador Edmundo é o que tem ahstoria mais trágica e imprudente, em dezembro de 1995 ele se envolveu em um acidente de transito, no qual 3 pessoas morreram, ele era o condutor do veiculo e segundo testemunhas do processo judicial dirigia embriagado na noite do acidente, o jogador foi condenado há quatro anos e meio de prisão, pena que sua defesa tenta reverter até hoje. Dias começou a sua carreira profissional no futebol Goiano no ano de 1978 pelo time do Goiânia. Sua posição era meia-direita e por apresentar um bom futebol para uma posição que estava em ascensão logo foi contratado por outros clubes goianos e paulistas. Jogou em todos os times de Goiânia, Goiás, Vila Nova, Atlético e Goiânia, após adquirir experiência foi para São Paulo, onde jogou no Guarani, Ponte Preta e Mogi Mirim, nestes times jogou ao lado de grandes nomes da Bola como, Neto e Careca. O proveito da vida de um jogador, fez com que Dias se envolvesse com coisas que iam contra a ética de um atleta, “Bebidas, drogas e badalação, isso era o que mais acontecia naquele tempo, e não tinha exame anti-dopping, ai a galera abusava” conta o ex-jogador. Quando voltou para o estado de Goiás percebeu que muitos jogadores estavam se envolvendo com drogas lícitas e ilícitas. “Quando voltei para Goiânia não pensei que aqui todos esses problemas também estavam acontecendo, e não fiz nada pra mudar minhas atitudes, piorei! Passei a beber e a fumar cada vez mais”. Fala Dias. O ano de 1995 foi o ultimo da carreira de Dias, mesmo depois de abandonar os gramados ele continuou destruindo a sua saúde com os vícios que aprendeu em uma vida de aventuras “Parei de joga em 95, pensei que ia amenizar nos vícios, mais a depressão de parar de jogar futebol me fez continuar afundando a cara no que não presta”. O ex-jogador conta que há um ano tenta se libertar de vez dos vícios, e a agradece aos filhos Ramom, Rafael e Renata, por não desistirem do pai e conseguir leva-lo a igreja o que ele afirma que foi fundamental para a sua recuperação. “Há mais ou menos um ano estou definitivamente conseguindo parar com os vícios, Graças a Deus e aos meus filhos, hoje eu freqüento a Igreja Luz Para os Povos, e tem me ajudado muito essa experiência com um Deus verdadeiro longe das porcarias da Terra.” completa o ex-jogador. Assim é a realidade de pessoas talentosas que por uma falta de responsabilidade, não acaba somente com as suas carreiras como também destrói a sua vida, acabando com a saúde a reputação.

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Jornal Araguaia A cereja do bolo

Trilhas sonoras marcam o público e podem até mesmo transformar filmes em cult. Para especialista, melhores músicas do cinema brasileiro são da década de 60 Camilla Soares e Rycky Lawson

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Foto: Camilla Soares Atualmente, quando se fala em trilha sonora de filmes brasileiros, a primeira música que vem à cabeça é Tropa de Elite, do filme título Tropa de Elite, interpretada pela banda Tihuana. Ou, então, a canção Você não me ensinou a te esquecer ,que Caetano Veloso interpretou no filme Lisbela e o Prisioneiro. Com isso, se deixa para trás boas trilhas sonoras que também fazem parte do cinema brasileiro, a exemplo de filmes como Os Saltimbancos, Menino do Rio e Johnny Love, entre outros, que marcaram época. Segundo Leonardo Razuk, especialista em Marketing em Comunicação, professor da Faculdade Araguaia, sócio da Monstro Discos e crítico musical, as trilhas sonoras são essenciais para deixar uma espécie de marca registrada do filme na memória do público: é ouvir o primeiro acorde e se lembrar da produção cinematográfica. Ainda de acordo com especialista, os filmes brasileiros não contam com uma composição específica para isso, diferente do que ocorre no cinema norte-americano, em que músicos e compositores preparam cuidadosamente as trilhas sonoras, com base no roteiro dos filmes. Para o professor Leonardo

Razuk, as melhores trilhas sonoras, no Brasil, remetem às produções cinematográficas dos anos 60. Na opinião dele, são considerados bons intérpretes, neste segmento, artistas como Roberto Carlos, Chico Buarque e Caetano Veloso. O Jornal Araguaia ouviu, em um dos intervalos na instituição, alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Faculdade Araguaia, para saber que trilha sonora de filme brasileiro ficou grudada nos ouvidos ... Entre os estudantes - do 1°, 2° e 3° períodos -, o Oscar nacional, no quesito música, vai para Tropa de Elite. Na sequência, o vice-campeão é o filme Lisbela e o Prisioneiro, e, em terceiro lugar, está a trilha sonora de O Auto da Compadecida. De qualquer forma - à parte o gosto pessoal e preferências musicais -, uma coisa é certa: o que define como será o repertório deste ou daquele filme vai depender do contexto da música e em qual cena ela se encaixa, para que não ocorram desencontros. Não é uma escolha fácil ... Afinal, quando mal selecionada, a trilha sonora corre o risco de não chamar nem de longe a atenção do público e, ainda por cima, ser bastante criticada.

Fala, galera! Pesquisa qualitativa feita com alunos dos 1°, 2° e 3° períodos, dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Faculdade Araguaia, revelaapreferênciamusical da moçada em trilhas sonoras cinematográficas brasileiras. Confira os cinco filmes eleitos: 1º Tropa de Elite 2º Lisbela e o Prisioneiro 3º O auto da compadecida 4º Dois filhos de Francisco 5º Se eu fosse você


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