MEUS
LUGARES PEQUENO TRATADO DO IMAGINÁRIO AFETIVO DAS CIDADES
VOLUME II
Este Livro de Memórias Afetivas da Cidade é parte da prática lúdica da disciplina de Expressão Gráfica na Arquitetura do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco, ministrada pelos professores Diego Inglez e Lula Marcondes, e com monitoria dos alunos Marcello Andrade e Otávio Japiassu.
O Projeto Meus Lugares - Pequeno Tratado do Imaginário Afetivo da Cidade, tem como objetivo principal conduzir os alunos do curso de Expressão Gráfica na Arquitetura em uma jornada lúdica e poética aos mais variados e inusitados recantos da cidade para que eles potencializem, por meio do design, as qualidades encontradas nesses locais. Essas qualidades se apresentam neste livro com diferentes interpretações e sentidos e são o epicentro das ideias transformadoras das diferentes propostas criadas pelos alunos. Por fim, o presente livro é fruto de um delicado trato com a cidade e seus recantos onde a sensibilização do olhar se fez necessária para enxergar além das aparências e entender a dimensão da riqueza por trás das ações humanas no seio da cidade.
Equipes e Lugares:
Acorda Pra Ilha! (Ilha de Deus)
Eu Vivo, Olinda Vive (Olinda Histórica)
Ana Carolina
Alice Abreu
Gabriela Malheiros
Kamilla Borges
Maria Allyne
Lorena Lins
Maria Carolina
Mariane Dantas
Thamara Belchior
Pedro Augusto Sarah Nogueira
Atrás dos Prédios, o Parque (Teatro do Parque) Camila Souza
Casas Fortes (Casa Forte)
Camilla Motta
Gabriela Neves
Clara Cavalcanti
Íris Ferreira
Karolina Santana
Leila Mirelle
Maria Júlia
Maria Carolina Maria Luísa
O Mercado é Nosso! (Mercado Eufrásio Barbosa) Bruna Cerqueira
Prazer, Setúbal (Setúbal)
Eduardo Laet
João Guilherme
Larissa Vasconcelos
Juliana Bacelar
Vanessa Santana
Rebeca Klaus Victória Costa
Você Praça, Acho Massa (Praças do Recife) Brunna Bispo
Onde Fica esse Buraco? (Forte do Buraco)
Camila Nunes
Amanda Joyce
Juliana Pereira
Lais Costa
Maria Eduarda
Larissa Lima
Mariana Basílio
Letícia Mendes
A Casa dos Afetos (Mercado de Casa Amarela)
Se Joga no Pátio (Pátio de Santa Cruz)
Bianca Andrade
Giulia Battistella
Joyce Ellen
Juliana Marques
Mariana Maciel
Marcelo Araújo
Teresa Cahú
Tatyane Souza
Verlândia Nascimento Sabores da Memória (Restaurantes do Recife) Seu Hemetério Bombou (Bomba do Hemetério)
Alícia Micheline
Alana Rosa
Isabela Santos
Amanda Gonçalves
Laura Rocha
Laysa Dias
Maria Helena
Lúcia Romaguera
Mariana Fonsêca
Maria Paula
Índice Acorda Pra Ilha! (Ilha de Deus)
Atrás dos Prédios, o Parque (Teatro do Parque)
O Mercado É Nosso! (Mercado Eufrásio Barbosa)
Você Praça, Acho Massa! (Praças do Recife)
A Casa dos Afetos (Mercado Casa Amarela)
Seu Hemetério Bombou (B. do Hemetério)
Eu Vivo, Olinda Vive!
Casas Fortes (Casa Forte)
Prazer, Setúbal! (Setúbal)
Onde Fica Esse Buraco? (Forte do Buraco)
Se Joga no Pátio (Largo de Santa Cruz)
Sabores da Memória (Restaurantes)
Chico Science (Letra da música “Man-
pe qui ae d b p& ). to o tos f s a! a o r ar ret op nos rda p ç r a ca o esp rb (fo ira t e s. r Ob
guetown”) Estou enfiado na lama. É um bairro sujo. Onde os urubus tem casas. E eu não tenho asas. Mas estou aqui em minha casa
Josué de Castro
Onde os urubus têm asas Vou pintando, segurando as paredes
Acorda pra Ilha!
do mangue do meu quintal
Grupo:
Manguetown
Ana Carolina Fonseca Gabriela Malheiros
Andando por entre os becos
Geovana Thamara Belchior
Andando em coletivos.
Maria Allyne Lima
Ninguém foge a cheiro sujo
Maria Carolina Pereira
Da lama da manguetown Andando por entre os becos, Andando em coletivos
Local:
Ninguém foge a vida suja
Ilha de Deus
Dos dias da manguetown Esta noite sairei Vou beber com meus amigos há E com asas que os urubus me deram ao dia Eu voarei por toda a periferia Vou sonhando com a mulher Que talvez eu possa encontrar E ela também vai andar Na lama do meu quintal. Manguetown [...] [...] Fui no mangue catar lixo, Pegar caranguejo, Conversar com urubu. [...]
A Ilha de Deus é uma das comunidades mais antigas do Recife. Cercada por três rios – o Beberibe, o Tejipió e o Jordão, no bairro da Imbiribeira e do Pina e habitada por mais de duas mil pessoas que basicamente sobrevivem da pesca, da produção de artesanatos e da reciclagem de lixo sólido. Um fato marcante no processo Com base nisso, chegamos a escolha de consolidação da ocupação da Ilha da nossa problemática. Nas nossas de Deus é a relação com o crescimen- visitas à Ilha de Deus, conversando e to da criação de camarões em vivei- observando o dia a dia dos moradores, ros no entorno da Ilha. Esta atividade vimos como a poluição dos rios afeta o econômica, aliada a já praticada contexto socioambiental da comunipesca tradicional fortaleceu a ativida- dade. Além disso, a falta de mercado de pesqueira como principal fonte de de trabalho e o abandono dos poderes renda e fixou ainda mais a população públicos também agrava a situação no local. Porém, mesmo com esse dos ilhéus. cenário
de
desenvolvimento,
há
alguns anos a população sofre devido à poluição proveniente da cidade do Recife que atinge seus rios, comprometendo sua maior fonte de renda, a pesca. A partir de uma pesquisa de campo inicial, para entendermos toda a dinâmica econômica da Ilha, percebemos uma adversidade: o impacto que o lixo gera no cotidiano da população local.
"o mangue É um paraiso sem o cor-de-rosa e o azul do paraiso celeste, mas com as cores negras da lama, paraiso dos caranguejos."
O projeto “Acorda pra Ilha!” surge então com o objetivo de tornar os recifenses conscientes da existência desse lugar encantador – que muitos não conhecem – e do quanto o nosso lixo é prejudicial para a manter a Ilha de Deus viva, pois sem a pesca não há trabalho, sem trabalho os moradores migrarão para outros lugares e sem- morado res não há Ilha.
“seres humanos que se faziam assim irmÃos de leite dos caranguejos. que aprendiam a engatinhar e andar com caranguejos da lama e que depois de terem bebido na infÂncia este leite de lama, de se terem enlambuzado com o caldo grosso da lama dos mangues e de se terem impregnado do seu cheiro de terra podre e de maresia, nunca mais se podiam libertar desta crosta de lama que os tornava tÃo parecidos com os caranguejos, seus irmÃos, com as duras carapacas tambem enlambuzadas de lama. ” Josué de Castro
Ao decorrer da pesquisa desenvolvida, o grupo “Acorda pra Ilha!’’ produziu materiais com objetivo de evidenciar e enaltecer o bairro da Ilha de Deus, por meio do conceito exposto.
-
Por Trás Dos Prédios O Parque
O Teatro do Parque histórico centro Por
espaços
privados,
como
cultural da cidade do Recife, localiza- shoppings com salas de cinama que do na Rua do Hospício, no bairro da tentam atrair mais pessoas ultiliBoa Vista, está fechado desde 2010 zando imax, salas vips, chandon para reforma de uma infiltração em sendo servido durante a sessão; sua coberta, entretanto as obras que Cada vez mais as ruas ficam abanso começaram em janeiro de 2015 donadas, consequentemente mais
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
duraram apenas 6 meses, deixando inseguras. Estamos perdendo de a
reforma
inacabada.
O
Teatro vivenciar a cidade, seus espaços,
comemorou o seu centenário em seu encontros; O Parque se enconagosto de 2015 de portas fechadas, tra escondido no meio desse caos, e desde então tudo está parado. no meio desses prédios, mas ele Quando o parque fechou, o seu não foi esquecido. “ATRÁS DOS entorno começou a mudar, antes PRÉDISOS, O PARQUE”. É isso que devido a ele os bares e arredores queremos mostrar, que o parque ficavam abertos até a adrugada, existe, resiste, e que ele não foi hoje fecham no fim da tarde. O esquecido por nós, e não queremos movimento e a programação cultural que ele seja esquecido pela cidade que
o
Teatro
perdeu. goumerts
proporcionava
Atualmente, começaram
se como um todo.
restaurantes a
Dentro desse contexto, a ideia do
surguir trabalho foi criar imagens e frases
numa área que antes era predomi- que fizessem a população olhar e nantemente popular. Apesar disso, o relfetir sobre a atual situação do
Por Trás Dos Prédios O Parque Grupo: Camila Souza Camilla Motta Clara Cavalcanti Karolina Santana Maria Júlia Lemos Local: Teatro do Parque
Teatro ainda está muito vivo na Teatro, tendo como principal inspi- “Parem o mundo, eu quero descer.” e memória afetiva das pessoas . ração para a realização do trabalho “É proibido proibir”. A frase que Pensamos em todo contexto atual o movimento de Maio de 68, que inspirou o trabalho foi: “Sob o calçade Recife, uma cidade que substitu ocorreu na frança. O movimento mento a praia”, usada para pedir seus cinemas de rua, seus espaços comandado
por
estudantes
que mais locais de lazer, “a praia” em publicos por prédios com playgrou- reivindicavam causas sociais. Para Paris , e carrega um duplo sentido, nd, academia, salão de belza; os prostestos criaram frases de pois na época existia um bar no efeito e imagens simbólicas, tais subsolo de Paris, onde havia uma frases e imagens chamam atenção praia que era ponto de enconro dos como forma de protesto rápido estudantes da época. entre elas, as connhecidas são “Sejam realistas, exijam o impossivel.”,
A aplicação da frase do trabalaho “Atrás dos pédios, o Parque ” faz analogia com a frase “Sob o calçamento a praia” onde o Parque simboliza espaços de convivência cultural da cidade, cada vez mais necessarias nos dias atuaisdiantes de um cenário que a arquitetura que mais se desenvolve são pédios que negam o espaço público. Assim, os prédios “escondem” o Teatro esquecido no meio da cidade, o negando, criando um duplo sentido da mesma forma que o próprio prédio do Teatro esconde detro dele um parque. Já as imagens ultilizadas no movimento francês eram todas monocromáticas, com o objetivo de facilitar a reprodução das mesmas, de maneira que as imagens pudessem ser espalhadas ela cidade com rapidez e eficácia com a ultilização do estencil. Na tentativa de expressar essa técnica graficamente, utiizamos o arco-iris que fica localizado na fachada principal, marca registrada do teatro, jutamente com os prédios, porém o que chama mais atenção na imagem é o arco-íris atrás deles. Pensamos em como ficaria a arte nas camisas e bolsas, colocamos a imagem em negativo devido a aplicaçao em estencil. Das duas frases que escolhemos, vimos que “O PARQUE R.EXISTE” se encaixava melhor na camisa, e “ATRÁS DOS PRÉDIOS O PARQUE” na bolsa. Fizemos dois modelos de cartaz com as duas frases, já o cartão postal foi elaborado com a fonte ultilizada no letreiro do teatro, escrito “PARQUE”
O PARQUE R.EXISTE
o teatro do parque foi inaugurado em 1915. esta fechado para reforma desde 2010. obras que so comecaram em janeiro de 2015. pararam 6 meses depois, ainda inacabadas. a empresa responsavel pela obra faliu. e o teatro esta abandonado. mas nao esquecido.
o teatro do parque foi inaugurado em 1915. esta fechado para reforma desde 2010. obras que so comecaram em janeiro de 2015. pararam 6 meses depois, ainda inacabadas. a empresa responsavel pela obra faliu. e o teatro esta abandonado. mas nao esquecido.
o teatro do parque foi inaugurado em 1915. esta fechado para reforma desde 2010. obras que so comecaram em janeiro de 2015. pararam 6 meses depois, ainda inacabadas. a empresa responsavel pela obra faliu. e o teatro esta abandonado. mas nao esquecido.
o teatro do parque foi inaugurado em 1915. esta fechado para reforma desde 2010. obras que so comecaram em janeiro de 2015. pararam 6 meses depois, ainda inacabadas. a empresa responsavel pela obra faliu. e o teatro esta abandonado. mas nao esquecido.
Mercado Eufrรกsio Barbosa
O Mercado foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), devendo ser preservado e jamais alterado em sua arquitetura). Lá funcionavam 28 lojas de artesanatos, dez bares e lanchonetes e dez lojas de Foto interna do Mercado
abastecimento
de
carne,
peixe,
ervas, frutas e verduras. Desde
O projeto prevê a recupera- 2006, foi fechado para reformas ção
estrutural,
O Mercado é Nosso
restauração
do estruturais e os poucos artesãos Grupo: jardim e do Teatro Fernando Santa que trabalhavam no local foram Bruna Cerqueira Cruz que esteve desativado e sem deslocados, segundo a prefeitura, Eduardo Laet funcionalidade durante anos, onde para o Mercado da Ribeira. Larissa Vasconcelos funcionaria um cineteatro, além da
Vanessa Santana
reforma dos banheiros e boxes de artesanato, instalação de restauran-
Local:
te, lanchonetes, bibliotecas, espaço
Mercado Eufrásio Barbosa
para exposições, salas multiuso e salas explicando a história do mercado e sua evolução urbana. O espaço central, onde se realizava shows e eventos
culturais,
permanecerá
disponível, com tratamento acústico
O Mercado Público Eufrásio
e limite de capacidade. Um espaço
Barbosa, localizado na Avenida O Eufrásio, como é cultural- Doutor Joaquim Nabuco, no bairro dará barracas para diferentes usos, mente conhecido, além de ser um do Varadouro em Olinda, Pernambuao ar livre, hoje desativado, acomo-
além de ensaios e apresentações. O belíssimo prédio histórico, faz a co, foi construído em 1865, funcioprojeto traz ainda a proposta de uma introdução do Sítio Histórico. A nando como a Primeira Casa da passarela interligando o jardim do proposta da reforma foi desenvolvi- Alfandega Real nos séculos XVII e
Mercado Eufrásio Barbosa ao pátio da em 2012, mas a obra só teve XVIII. Sua estrutura é remanescente do Mosteiro de São Bento. início em 2015, agravando ainda da Antiga Fábrica de Doces “Amorim mais a deterioração do edifício. O Costa”, fundada no início do século projeto ficou mais voltado para o XX em 1904 e em 1979 foi arrema-
turismo, onde as sugestões dos tada pela Prefeitura de Olinda, anos moradores precisaram passar pelo depois passando por uma grande crivo do Banco Interamericano de reforma, sendo reinaugurada em Desenvolvimento (BID), a quem 1990 na condição de Mercado Públicoube à responsabilidade de avaliar co Municipal Eufrásio Barbosa. os projetos que estão sendo inseriO Mercado representa histódos pelo PRODETUR (Programa de ria, vivências, cultura, arte em geral: Loja de Artesanato em 2002
Desenvolvimento do Turismo), só artesanato, música, capoeira, maraaceitando projetos que tenham catu, dentre outros. Além de servir à
uma vinculação direta com o desen- população, o Mercado Eufrásio volvimento do turismo, visando o Barbosa ajuda no abastecimento da benefício próprio. Tal reforma foi cidade por meio do turismo, propororçada em quase R$ 13 milhões
cionando emprego para a população local. Possuía ambientes para o uso da população, a exemplo do Maracatu Nação Pernambuco que ensaiava no local, o grupo de capoeira Angola que jogava nas terças e quintas-feiras,
Loja de Artesanato em 2013
shows
e
eventos
culturais
também realizados nesse ambiente.
Nosso objetivo é mostrar a importância do Eufrásio, e fazer uma denúncia à população sobre o novo projeto de restauro, evidenciando nas mudanças em benefício do turismo, trazendo uma conscientização sobre a importância de manter a sua funcionalidade voltada para a população olindense, trazendo
assim
o
turismo
por
consequência. Partindo daí, a escolha gráfica de inicio foi baseada em tons neutros e mais sombrios, para demonstrar
Cartão Postal
aquarelado,
problematização
“denúncia” abordada.
Posteriormente, diversificadas
a
optamos
cores, para
na
pelas
no
cultura Olindense; o seu valor histórico, seu significado econômico, sua
tância fundamental, principalmente para manter sua funcionalidade e
Photoshop, onde utilizamos tons
serventia. O mercado é nosso, do
cinza, as quais, em duas cortamos o
povo, e mantendo-se dessa forma,
fundo e as esquadrias. A logomarca
consequentemente, se tornará atra-
presente na blusa e no cartaz, foi
tivo para o turismo, não se fazendo
criada à partir das linhas de força
necessária
da modulação das esquadrias e das de uma fotografia do Mercado,
cipar, assistir e prestigiar a arte e a
mantidos. A restauração é de impor-
programa
características da fachada frontal,
do
ção conterrânea continuem sendo
mercado representa. As imagens tratadas
Eufrásio
suas vivências, e o serviço à popula-
ao
simbolismo artístico e cultural que o foram
o
representação cultural e artística,
textura
remeter
Queremos
povo, onde os turistas possam parti-
projeto Moradora Olidense
a
elaboração
“gourmet”
para
de atrair
um o
turismo, que (o mesmo quem mercado ou projeto ‘gourmet’?) também
representada através de traçados
é importante para a cidade e para a
no programa Illustrator, baseada
população olindense.
também no cartaz de uma moradora Olindense. O cartão postal originou-se de uma fotografia tratada nos programas Photoshop e Illustrator, onde cortamos o fundo da imagem e colocamos a cor laranja em degradê.
Cartaz
Apresentação de grupo de dança
Camisa
Você Praça, Acho Massa!
Você Praça, Acho Massa! Grupo: Brunna Bispo Camila Nunes Juliana Pereira Maria Eduarda Batista Mariana Basílio Local: Praças do Recife
A vida contemporânea ofusca o olhar para as praças e elas, silenciosamente, nos oferecem, por meio do verde de suas árvores, o ar fresco que atravessa nosso rosto e acalma nossa alma. O Recife nos oferta a paz com suas lindas O recifense tem a característica de praças, que contrastam com o trânsito um povo politizado, com veia artísti
-
caótico; com a pressa dos pedestres e a ca, por isso, essa inquietação. construção dos arranha céus.
Através do voluntariado da população
Nossa proposta de trabalho é desafiante: pode-se promover estruturas para demonstrar,
graficamente,
que
existe eventos culturais e sociais, ao promo
refúgio do “caos” no meio do próprio “caos”.
-
ver nesses espaços cada vez mais
Optamos por escolher três praças modelo movimentos organizados, elevando para fazer essa representação: Praça da os valores de um povo inteligente, República; Praça do Entroncamento e Praça que é capaz de trazer mais vida à do Derby.
cidade, “oxigenando-a” com a arte e
Essas três praças se assemelham por estarem a cultura, de uma forma livre, ao meio localizadas em meio aos trânsitos e grande do verde das árvores, resgatando a fluxo de pedestres, mas, principalmente, por história do surgimento das praças e suas belezas naturais, suas histórias, manten- suas particularidades. do-se preservadas, porém, pouco utilizadas.
As praças invertem o olhar do pedes
-
A população recifense clama por espaços tre, oportunizando-o observar a públicos que possam explorar e usufruir os cidade sem a pressa de ir e vir; possi
Ei! Tu aí que ta na tua “bolha”, já -
olhasse o verde que ecoa?
seus direitos ao acesso à cultura e aos bilitando perceber a velocidade dos
O verde da praça
movimentos sociais.
Que traz a graça
carros e não se importar com o giro
O recifense tem a característica de um povo do ponteiro do relógio.
Que acho massa
politizado, com veia artística, por isso, essa As cidades que cultivam as praças
O verde encanto
inquietação.
Que em cada canto
contam com o “verde” das árvores
A população recifense clama por espaços para proporcionar mais saúde à
Acho um recanto
públicos que possam explorar e usufruir os população que terá mais tempo e
O muro do prédio
seus direitos ao acesso à cultura e aos tranquilidade para apreciar o azul do
Me da tédio
movimentos sociais.
A praça é meu remédio
céu, deitado nos seus jardins.
Ei! Tu aí que tá no prédio, já olhasse além da janela?
Praça do Derby
Ei! Tu aí que tá no trânsito, já andasse além do asfalto?
Praça do Entroncamento
Ei! Tu aí que tá no shopping, já observasse além das vitrines?
Praça da República 19
Caminhando somos
por
conduzidos
Casa a
Amarela, O Mercado possui um produto que
visitar
seu nunca falta e que nenhum dinheiro
“coração”, ponto de encontro de compra: o afeto das pessoas, suas vendedores, fregueses, amigos e histórias e suas memórias. O lugar pedestres, cada um com seu propó- tão
querido
por
todos
que
lá
sito e sua particularidade, fazem do frequentam parece ter em si alma e Mercado de Casa Amarela um centro poesia.
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
de trocas, de mercadorias, mas, principalmente, de afetos.
Com o objetivo de reconhecer e de tornar visível as relações entre a
A Casa dos Afetos
Inaugurado no ano de 1930, o história do Mercado e do afeto entre Grupo: Mercado de Casa Amarela, com sua as pessoas, conseguimos sintetizar Bianca Andrade Lima imponente arquitetura de ferro, o trabalho proposto através de Joyce Ellen Herculino S. Soares cobertura de telhas francesas, aber- registros orais e fotografias cotidia- Mariana Oliveira Maciel turas convidativas e reveladoras, nas. Como forma de valorizar o Teresa R. Dutra Cahú mostra-se um ícone popular e Mercado, o qual está inserido em Verlândia Nascimento Silva acolhedor. Logo cedo, o Mercado um espaço onde a comunicação acorda para se movimentar, com um transcende do mercador e freguês, Local: comércio extremamente heterogê- revelando-se um ponto único para o Mercado de Casa Amarela neo, desde alimentos e bebidas aos convívio social e preservando o que mais variados tipos de serviços.
nele há de mais importante: as pessoas que dali fazem parte.
O Mercado tem uma rica história, bem como pode ser considerado um pedaço afetivo do bairro de Casa Amarela, e possui toda uma razão de ser. A população, além de frequentá-lo para ''fazer a feira'', vai também afim de passar o tempo, trocar ideias, jogar dominó, pois o Mercado se tornou um lugar de convívio. Para muitos comerciantes, o Mercado é uma extensão de suas casas, um segundo lar onde lá cultivam suas relações dando um novo significado à palavra família e afeto, um exemplo disso é o casal de vendedores de carne quente Seu Juba e Dona Moça que lá trabalham a 67 anos.
Para eles, nenhum ouro é capaz de pagar a felicidade que sentem ao estar no mercado.
Alma e Poesia em forma de Mercado
Em Casa Amarela existe algo especial: Um Mercado que é sensacional Este lugar que é comércio e que Também é casa, onde muita gente ali passa E deixa um pouco de si. É um lugar onde todos se conhecem E as amizades prevalecem Lá vem a Dona Moça bem contente Exclamando sem parar: - “Eu adoro tudo isso E aqui é o meu lugar Meus amigos, minha família O Mercado é o meu lar!
Inicialmente o grupo estava tentan- família, de forma que a casa dessa do identificar uma problemática que grande família seja o Mercado. escolhemos "Casa dos chamasse a atenção do público exte- Então, Afetos" para sintetizar em apenas rior, que não vive e convive n(o) mercado todos os dias, afim de três palavras o sentimento acolhevoltar sua atenção para o local e dor, amoroso e familiar, que circula para tentar evidenciar e criar uma no Mercado, remetendo às trocas de proposta para o mesmo; porém com afetos que ocorrem todos os dias e o passar do tempo e das visitas o que podem passar despercebidas de Mercado foi se mostrando uma vez em quando. Logo o intuito do verdadeira casa, com sua própria nosso trabalho é evidenciar essas família, composta por todos que lá trocas de afetos entre as pessoas, passam, trabalham, convivem.
que são o elemento chave do merca-
O nome "Casa dos Afetos" foi esco- do, o que dá vida a ele, pois sem elas lugar, focando assim nas trocas de lhido porque o trabalho se refere ao o mercado seria apenas um comérafetos das pessoas. Mercado de Casa Amarela, que tem cio qualquer, e com cada uma dessas Outro ponto que merece notabilidaum "feeling" bastante familiar e pessoas e a troca de afetos entre de no conceito é a receptibilidade do afetivo entre as pessoas que confi- elas, que é particular e muito espeMercado e das pessoas de lá, que guram a população do mercado, que cial, o mercado sai desse posto e se também evidenciamos no trabalho não é composta apenas de comer- torna casa, se torna abraço, se torna gráfico mostrando o portão de entraciantes e fregueses, esse rótulo já acolhimento. da do mercado, que além de indicar não existe mais, lá todos são conheque o lugar está de portas abertas cidos, amigos, companheiros, todos Todo esse afeto se mostrando tão para todos que lá forem, mostra a sabem o que acontece com o avô de presente em cada canto do Mercado, belíssima e marcante arquitetura do Ana Paula se ele adoecer, com Dona fez com que o grupo escolhesse, ao local. Moça caso ela não apareça um dia, invés de evidenciar uma problemátipois as pessoas de lá se tratam como ca, exaltar essa marca registrada do
SEU HEMETÉRIO BOMBOU
MAR ACA TU& MÚSIC A&CARNAVAL&AR TE&CULTURA &BACNARÉ&DAN ÇA&ORQUESTRA&ARTE SANATO&BOI MIMOSO&SAM BA&BOMBOU.MARACATU&MÚSICA&CARN AVAL&ARTE&CULTURA&BACNARÉ&DANÇA&ORQU ESTRA&ARTESANATO&BOI MIMOSO&SAMBA&BOMB OU.MARACATU&MÚSICA&CARNAVAL&ARTE&CULTURA& BAC NARÉ&DANÇA&ORQUESTRA&ARTESANATO&BOI MIMOSO &SAMBA&BOM BOU.MARACATU&MÚSICA&CARNAVAL&ARTE&CULTURA&BACNARÉ &DANÇA&ORQUESTRA&ARTESANATO&BOI MIMOSO&SAMBA&BOMBOU.MARACATU&MÚSICA&CAR NAVAL&ARTE&CULTURA&BACNARÉ&DANÇA&ORQUESTRA&ARTESANATO&BOI MIMOSO&SAMBA&B OMBOU.MARACATU&MÚSICA&CARNAVAL&ARTE&CULTURA&BACNARÉ&DANÇA&ORQUESTRA&ARTES ANATO&BOI MIMOSO&SAMBA&BOMBOU.MARACATU&MÚSICA&CARNAVAL&ARTE&CULTURA&BACNA RÉ&DANÇA&ORQUESTRA&ARTESANATO&BOI MIMOSO&SAMBA&BOMBOU.MARACATU&MÚSICA&CAR NAVAL&ARTE&CULTURA&BACNARÉ&DANÇA&ORQUESTRA&ARTESANATO&BOI MIMOSO&SAMBA& BO MBOU.MARACATU&MÚSICA&CARNAVAL&ARTE&CULTURA&BACNARÉ&DANÇA&ORQUESTRA&ARTESAN ATO&BOI MIMOSO&SAMBA&BOMBOU.MARACATU&MÚSICA&CARNAVAL&ARTE&CULTURA&BACNARÉ& DANÇA&ORQUESTRA&ARTESANATO&BOI MIMOSO&SAMBA&BOMBOU.MARACATU&MÚSICA&CARNAVA Seu José L&ARTE&CULTURA&BACNARÉ&DANÇA&ORQUESTRA&ARTESANATO&BOI MIMOSO&SAMBA&BOMBOU. MARACATU&MÚSICA&CARNAVAL&ARTE&CULTURA&BACNARÉ&DANÇA&ORQUESTRA&ARTESANATO&B OI MIMOSO&SAMBA&BOMBOU.MARACATU&MÚSICA&CARNAVAL&ARTE&CULTURA&BACNARÉ&DANÇA
Nos anos 40, a região que vinha a ser o bairro era um matagal, com sítios e vacaria, e começou a ser habitada a partir de pessoas vindas do interior do estado à procura de melhores condições e oportunidades de vida, que foram instalando suas moradias aos poucos. Naquela época, a região não possuía transporte, escolas, postos de saúde, nada. O bairro foi batizado a partir da história de José Hemetério, habitante do local que possuía uma bomba d’água em sua casa, aonde outros moradores iam se abastecer: daí o nome “Bomba do Hemetério”. Progressivamente, os habitantes da região foram pedindo por reivindicações na área, e, hoje, a Bomba está muito mais evoluída do que um dia já foi: dispõe de escolas, postos de saúde, áreas de lazer, transporte, ruas asfaltadas, programas culturais e entre outras coisas que ajudaram o bairro a ganhar força. Vale ressaltar que a Bomba do Hemetério só conse-
guiu se expandir e tornar o que ela é hoje por meio do esforço de seus habitantes, que segundo eles mesmos, o bom é estar junto e dizer “Vamos fazer?”, que é exatamente uma característica do povo dessa comunidade: enquanto moradores de outros bairros, quando encontram uma dificuldade, um empecilho em seu bairro, mudam seu local de moradia. Já os moradores da Bomba tentam encontrar uma solução, ajudar uns aos outros, pois possuem esse sentimento de afetividade por eles mesmos e pelo bairro, além de serem muito receptivos e prestativos com quem é de fora. A escolha desse bairro para o desenvolvimento do trabalho teve como objetivo desmistificar a suposta imagem que as pessoas tem da Bomba, que por ser uma periferia, já recebe uma reputação de um lugar violento e sem atrativos culturais, e fizemos disso a nossa problemática. A princípio, não sabíamos o que esperar do lugar,
SEU HEMETÉRIO BOMBOU Grupo: Alana Rosa Amanda Gonçalves Laysa Dias Maria Lúcia Romaguera Maria Paula Cavalcanti Local: Bomba do Hemetério
até por que algumas integrantes sequer haviam ouvido falar dele. Com as visitas, fomos mudando nosso olhar e criando um carinho por esse bairro tão rico e ao mesmo tempo tão inexplorado e desvalorizado pela cidade. A cultura da Bomba do Hemetério é algo muito forte entre os moradores, que sempre quiseram tornar o
lugar reconhecido no Recife, trazendo à tona todas as manifestações culturais que existem por lá. Dentre as coisas que nos chamou a atenção, está o projeto “O que é da Bomba é bom”, feito por Dona Eli, artesã que homenageia o bairro em seus produtos, fazendo ecobags, bolsas, sandálias, blusas, pesos de porta, acessórios e entre outros, utilizando o símbolo de uma bomba d’água e as cores do bairro (vermelho, laranja, amarelo, azul e preto).
Outra coisa que se destaca na comunidade é a grande quantidade de troças carnavalescas, maracatu e escolas de samba; é como os moradores do local costumam a dizer: “Se não fosse pela Bomba, o Recife não teria carnaval”, pois a maioria dos blocos saem de lá. Como exemplo, destacamos a escola Gigantes do Samba, o Maracatu Nação e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, que são grandes nomes no carnaval da cidade. Também é importante salientar que durante todo o ano, a Bomba do Hemetério possui programas culturais, como o Festival de Delícias da Comunidade, Circuito da Bomba Cultura, Arraial de Seu Hemetério, Bombarte, Cine Bomba, ensaios e apresentação de maracatu, escolas de samba, Bacnaré, entre outros.
Hemetério, Bombarte, Cine Bomba, ensaios e apresentação de maracatu, escolas de samba, Bacnaré, entre outros. Logo em nossa primeira visita á Bomba, notamos um ambiente de caráter caloroso e, percebemos dessa forma, que a vivência dos moradores se assemelha bastante á vida interiorana, talvez pelo fato do bairro ter surgido a partir de pessoas do interior. Assim como isso também reflete na sensação de segurança no local, por ter sempre várias pessoas andando nas ruas, sentadas nas calçadas e conversando com os vizinhos, gerando um relacionamento amigável entre eles. No decorrer do desenvolvimento do trabalho, fomos nos envolvendo e sendo cativadas pelo lugar e começamos a dar mais valor á cultura local; o bairro possui grande potencial para crescer ainda mais e se tornar lugar de atrativos turísticos mais conhecido no Recife.
A Bomba nos deixa uma lição que se há um objetivo e todos estiverem dispostos a alcançá-lo em conjunto, dá certo: foi o que vem acontecendo desde seu surgimento. E foi assim que Seu Hemetério Bombou.
“ME CONSIDERO DA BOMBA ATÉ MORRER. VIVER NO BAIRRO É UMA QUESTÃO DE COMPROMISSO SOCIAL. ACREDITO MUITO NA TRANSFORMAÇÃO DA BOMBA, SEMPRE ACREDITEI. HOJE EM DIA, ESTUFO O PEITO E DIGO: ‘SOU BOMBENSE’. ” ANDRÉ LUIZ LIRA, MORADOR DA BOMBA DO HEMETÉRIO
O processo criativo do trabalho se deu com o princípio de querer dar outra cara à Bomba, mostrar e enfatizar a alegria daquele povo, e por isso foi dado vida e cor ás fotos editadas a partir das cores do bairro (vermelho, laranja, azul, amarelo e preto) e adicionamos o verde, que é a cor da escola Gigantes do Samba. Utilizamos também a imagem de uma bomba d’água, que fala sobre o início da história daquele lugar, presente em nossos produtos. A ideia da capa foi mostrar uma bomba jorrando cultura, e tudo de bom que há nela, e foi daí que veio o título do trabalho: Seu Hemetério Bombou, realçando a explosão de cultura local e força da região.
EU VIVO, Olinda vive! TEATRO MAMULENGO SÓ RISO BODEGA
DE VEIO
CENTRO DE PRODUÇÃO CULTURAL
A relação de uma cidade com cia. Os habitantes, dentro do amor que seu habitante se dá de um número varia- sentem pelo lugar onde moram, encondo de maneiras e em diferentes níveis. tram espaço para críticas e manifestaTanto quanto a mobilidade urbana, ou o ções aos rumos que vem sendo tomapovoamento de seus bairros, o vínculo dos – ou melhor, que não vem sendo afetivo cidadão-cidade faz parte do tomados- de um certo tempo para cá. A situação que se encontra
quadro analítico de um centro urbano e,
mais do que o trânsito diário de corpos, enfim, é a de um problema já conhecido ou números constantes em registros em outros centros urbanos: O frenético oficiais, a memória, coletiva e individual, consumo cultural, turístico e superficial
Eu vivo, Olinda vive!
do cidadão é dado balizador da saúde de da sua imagem, enquanto sua essência Grupo: uma cidade. Pode-se afirmar que a se mostra pouco acessível. O significado Kamilla Borges cidade permanece viva enquanto for ente que a Cidade alcança intuitivamente no Lorena Lins vivo nos olhos, pele e sentimento de seus consciente coletivo muitas vezes não Maria Alice Abreu habitantes, e para atingir essa plenitude é ultrapassa os temas comuns do carnaval Mariane Dantas uma-parada-rápida-no-alto-da-sé, Pedro Azevedo necessária uma harmonia entre preserva- ou quando na verdade a Cidade respira e Sarah Nogueira
ção, planejamento e intervenção. Olinda,
cidade
histórica, transpira perene. Tal qual O Cortiço, de
patrimônio da Humanidade, esculpe sua Aluísio Azevedo, Olinda acorda e abre Local: identidade na arquitetura colonial, raízes os olhos as cinco horas da manhã, mas Sítio Histórico de Olinda culturais, ruas boêmias e no modo de quem os vê senão quem a habita? Amante voraz da sua cidade, o
viver de seu povo. Ela, porém, enfrenta
uma crise que põe em ameaça a experi- morador desenha suas memórias nas ência do viver a cidade. O morador, vê, inúmeras fachadas e, tal qual possuísse aflito, a cidade em que vive, desfalecer-se em mãos um azulejo antigo, pontilha lembranças e afetos, deixando sua
em abandono. Atualmente
Olinda
tem
um marca em cada detalhe, enquanto
caráter exótico, de grande museu, aberto reacende, a cada novo dia, a cidade que
DE QUAL LADO VOCÊ QUERIA ESTAR?
para visitação, porém, ao mesmo tempo, dentro
dele
viave.
apresenta um convite árido à permanên-
De qual lado você gostaria de estar?
“Entre sobrados e praças ancestrais, o maior patrimônio da Cidade se mostra nos corpos (rostos) dos que a veem de dentro. O morador reivindica seu direito à rua e a rua reivindica seu direito à vida.”
Entre sobrados e praças ancestrais, o maior patrimônio da Cidade EU VIVO, OLINDA VIVE! se mostra nos rostos dos que a veem de dentro. O morador reivindica seu direito à rua e a rua reivindica seu direito à vida.
Ali, defronte à prefeitura, um senhor musicalizado toca pífano e ensina uma chinesa tímida fluente em espanhol a tocar pandeiro. Os fantasmas os assistem rindo indiscriminadamente. Regidos pela sombra do Mourisco, três taxistas espreguiçam-se e murmuram segredos ouvindo sucessos da Banda Karametade. Quatro fotógrafos passam por ali naquele mesmo instante e mal percebem um sagui correndo pelo fio elétrico acima de suas cabeças. Um deles perceabeu. Essa foto promete. Seis jovens de Jaboatãodescem a ladeira ouvindo som de instrumento desconhecido. Na Oficina da rabeca, ali mesmo onde eles passavam, Valério testa mais uma rabeca de Imbúia. Encomenda especial para Natal. Na mesma ladeira, um deles lê “Ateliê Zé Som” e se pergunta quando vai ser o conserto. Ali dentro, Zé pinta quadros com as pontas dos dedos. Cidade misteriosa. Naquela noite, um artista de rua se atira em círculos de fogo que iluminam os rostos das crianças extasiadas e sai do outro lado mais forte do que quando entrou. Herói do povo e simpático aos seus fãs, surpreende quem o puxa pra conversar: fala pelos cotovelos. Mesmo com problemas que dificultam a moradia no Sítio Histórico, como a falta de iluminação e segurança, saneamento básico precário e ainda a quantidade de casas que estão fechadas percebe-se que os moradores não perderam o espírito da tradição olindense, pois buscam promover eventos que retomam antigos hábitos e estilam, assim, a cultura e o vivenciar da cidade. Exemplo disso é a Seresta, um evento que acontece há muitos anos nas sextas-feiras à noite e que consiste em um grupo de pessoas que percorrem algumas ruas da localidade, cantando e tocando. Também tem o ECOAR, evento organizado pelo grupo Ecoa, que é formado por moradores, artistas e empreendedores que prospectam tornar a região um lugar melhor para se morar, se divertir e trabalhar; este evento já se encontra na sua 2º edição e propicia um ambiente de cultura bastante rico e amplo, com comidas, músicas, shows e artesanatos. Exemplo disso é a Seresta, evento que já acontece há muitos anos, nas sextas à noite, e que consiste em um grupo de pessoas que percorrem algumas ruas da localidade, cantando e tocando músicas da cultura popular brasileira. E o ECOAR, evento organizado pelo grupo Ecoa, que é formado por moradores, artistas e empreendedores que prospectam tornar a região um lugar melhor para se morar, se divertir e trabalhar; este teve sua segunda edição na rua Treze de Maio e contou com a parceria de outros projetos como a Feirinha da Amizade (evento independente que ocorre eventualmente na região) e o EMO (Eu Morador de Olinda), que é um movimento que promove eventos como o “Ocupe Calçadas”, cujos objetivos principais também são trazer o morador para as ruas e melhorar a suas condições de vida.
EU VIVO, OLINDA VIVE!
Bodega de veio, Olinda - PE
EU VIVO, OLINDA VIVE!
Para um melhor estudo, conceituação e abordagem do tema fez-se necessária a restrição do estudo in loco a algumas ruas do Sítio Histórico. A primeira é a Rua do Amparo, que fora escolhida devido à grande concentração de estabelecimentos fortemente ligados à cultura olindense: a igreja, ateliês, restaurantes e pousadas, fazendo com que haja uma constante movimentação nas calçadas. A segunda é a Rua Treze de Maio, que apresenta alto potencial de uso por apresentar um restaurante bastante reconhecido no bairro (A Casa do Cachorro Preto), além de um museu de Arte Moderna e um teatro atualmente sem uso e espaços de entretenimento para a população local, porém, enfrenta problemas com a falta de segurança e o consumo de drogas no local, tornando-a uma rua morta. A terceira é a Rua do Bonfim, cujo critério fora puramente afetivo devido à hospitalidade e carinho de alguns moradores da localidade. E por fim Os Quatro Cantos, ponto onde as três ruas convergem, apresenta também estabelecimentos expressivos como pousadas, ateliês e bares em toda a sua extensão, e trata-se de uma rua bastante conhecida no bairro e de um ponto de encontro para moradores e forasteiros. Com isso, foi introduzido na representação gráfica dos produtos gerados na camisa e nos cartões-postais recortes simbólicos e peculiares das ruas escolhidas por serem espaços convidativos à ocupação, ponto de encontro dos moradores ou por possuir potencial para tal. Na camisa, da esquerda para a direita, temos respectivamente: a Bodega de Véio (Rua do Amparo), o Teatro Mamulengo Só Riso com duas casas características de Olinda (Treze de Maio) e a Igreja do Bonfim (Rua do Bonfim). E nos postais temos detalhes característicos da Bodega de Véio (Rua do Amparo), o Bar do Peneira (Quatro Cantos) e a escadaria (Rua Treze de Maio).
Bar do Peneira, Olinda - PE
Casas Fortes
Os
contrastes
presentes
no A casa morada onde o exército se
bairro de Casa Forte, entre os casarões fortaleceu, ao lado da igreja, passou a históricos e a nova arquitetura verticaliza- ser conhecida como Casa Forte, nome da, trouxeram o interesse necessário que se prolongou e se estabeleceu até para se tornar alvo de estudo e de os dias atuais. compreensão pela equipe, que por meio de pesquisa de campo, conheceram a história e fizeram um contraponto entre o passado e o presente para entender como houve o avanço desse novo tipo
Casas Fortes
arquitetônico e a sua correlação com a
Grupo:
arquitetura do passado colonial do local.
Gabriela Neves Íris Ferreira Leila Vasconcelos
Através de fotos antigas em
Maria Carolina Machado
livros e em sites, foi observada a evolu-
Maria Luísa Andrade
ção desse modelo, o qual vem predominando a paisagem dos arredores da Praça de Casa Forte – local escolhido
Local:
como foco das pesquisas – e que faz com
Praça de Casa Forte
que o olhar não seja mais voltado a beleza
delicada
dessas
edificações
históricas, mas sim para os arranha-céus, A expectativa para o futuro é que
causando um desconforto na equipe.
tenhamos uma maior valorização da história, bem como, da arquitetura, não só O trecho canção “Arquitetura de Casa Forte como de todas as regiões. era chamado o atual bairro de Casa Forte de Vertigem”, composta por China, faz É válido ressaltar que, todos os novos em meados do século XVI. O engenho alusão ao modelo arquitetônico atual modelos arquitetônicos têm a sua imporficava próximo ao rio Capibaribe e sobre- que está presente no bairro de Casa tância e é necessário que todos eles Engenho de Casa Forte. Assim
possam conviver harmonicamente.
vivia com o plantio de açúcar e as Forte. construções típicas da época, como as senzalas, ficavam localizadas em um local chamado Campina Casa Forte, onde atualmente se localiza a praça. Propriedade de Diego Gonçalves e doadas através de Duarte Coelho, o local teve vários proprietários que deram nome ao engenho assim que assumiam sucessivamente. No ano de 1645, após a derrota na Batalha do Monte das Tabocas em Vitória de Santo Antão, os holandeses se dirigiram até o Engenho de Casa Forte, na época, sendo propriedade de Anna Paes e o lugar serviu de acampamento para os mesmos. Dias depois, o major Carlos Blaer revistou a casa dos revolucionários ao redor e fez as esposas dos mesmos de refém. No dia 17 de Agosto, o exército Pernambucano chegou ao engenho de Casa Forte com a missão de resgatar as mulheres presas, travando uma batalha que culminou na derrota dos holandeses.
Recife alcança um céu de concreto armado Arranha-céu Paisagem urbana De cimento e lama Sol enquadrado Que nunca vai brilhar aqui no meu quintal
Verticalização por metro quadrado De muros altos, olhos
tensos pra guardar o medo Que mora ao lado
Modelo da Camisa
Modelo dos Cadernos
Modelo da Camisa
Modelo das Ecobags
Modelos dos Cartões Postais
Nos Cartões Postais, foram utilizadas imagens fotografadas pela equipe e editada de uma forma a dar ênfase aos casarões antigos, possibilitando esse contraste com o novo modelo de arquitetura verticalizada.
O trabalho teve como objetivo apresentar Setúbal, não só como uma localidade a mais na Cidade do Recife e sim como um “bairro” ímpar e independente. Apesar de carregar consigo uma longa história, o local ainda não é oficialmente denominado um bairro, e sim como uma extensão de Boa Viagem. Portanto, a equipe resolveu explorar a região e destacar o que é que Setúbal tem. Conhecido por uns e declarado ser: “escondido por um paredão de edifícios”, Setúbal é fortemente marcado por ainda possuir algumas casas antigas e tantos moradores prontos para contar suas histórias de décadas. É dono de muitos casos e causos, contos e pontos, mas se mostra atual. Confunde-se entre o antigo e o novo, tornando-se contemporâneo.
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
Prazer, Setúbal! Grupo: João Guilherme Vasconcelos Juliana Bacelar
Ao longo de toda pesquisa, surgiram grandes personagens. Suas particularidades e peripécias os unem através do carinho mútuo pela vizinhança. Alguns são de fora e apenas trabalham por lá, outros nasceram na região e deixam bem claro que não pretendem ir embora dali. Todos falam sobre a tranquilidade que o verde da vegetação atrai. Foram resgatadas como herança do bairro algumas vendinhas de rua, biroscas, bancas de revistas e inúmeras declarações para Biana, que é de longe a anônima mais famosa do local, tendo seu nome incansavelmente exposto nos muros que compõem Setúbal. A ideia era mostrar esse conceito a todos, o que é visto por seus moradores e habitantes rotineiros. Esperava-se agregar uma nova visão a essa localidade e com isso, nasceu também o desejo de quebrar paradigmas e atrair a atenção para o extenso conteúdo cultural e interativo que Setúbal tem a oferecer.
Rebeca Klaus Victoria Costa Local: Setúbal
Querida, é tão bom relembrar o passado, Setúbal era composto em sua maioria por mangues, sendo pouco habitado. Paralelamente, nesse mesmo período o mundo vivia a 2ª Guerra Mundial. Os militares americanos ficavam escondidos em meio ao manguezal para defender o litoral caso os alemães aparecessem. Em 1970, o verde ainda predominava, porém já era possível notar os primeiros sinais de mudança em seu entorno. Foram erguidos edifícios ao lado da Praça de Boa Viagem, e pequenos edifícios onde residiam os militares da aeronáutica. Em meados de 1980, vê-se uma maior urbanização, com uma maior presença de casas, formando uma comunidade ao longo do Rio Jordão, que atualmente encontra-se o canal. Hoje, vemos um cenário completamente diferente, com uma predominância residencial, além de importantes pontos comerciais e serviços. Os moradores sentem saudades do tempo onde vizinhos se reuniam para usufruir do espaço público; brincar na rua, jogar bola nos antigos campos de futebol, que foram feitos pelos próprios moradores. Outra saudade é a praia, que naquele tempo era mais extensa e não existiam tantos perigos.
Passa tudo, passa tempo, diferente do passado, vemos que Setúbal tornou-se independente de outras localidades, um exemplo disse são as variadas alternativas para lazer. Seus arredores dispõem, desde restaurantes tradicionais, como o tio Pépe à populares como Subway e novidades atuais como cafeterias e pubs. Vemos também o desejo dos moradores em tornar a rua um lugar de encontro como antigamente, trazendo eventos criativos que buscam adaptar os velhos tempos com a nossa realidade atual. A rua é fechada dando espaço à foodtrucks, brincadeiras de rua para movimentar o bairro e promover uma integração entre pessoas de diferentes gêneros e faixas etárias, vê-se também eventos culturais, como a Primeira edição do Cine de Rua em Setúbal.
Com amor, Setúbal, com o auxílio do Coletivo, buscam melhorias não só para aqueles que moram, mas sim para todos que recepciona. Através de abaixo assinados conseguiu-se a implantação de uma ponte para pedestre sob o canal para facilitar a acessibilidade dos visitantes ao Parque Dona Lindu, conseguiu-se também a implantação de um parque para cães onde antes era um estacionamento mal utilizado, e aos sábados há a realização da feira agroecológica. O “pedacinho” de Recife é responsável pela criação do bloco carnavalesco Amantes de Biana que de forma descontraída dá vida a uma personagem de Setúbal que é citada em pichações pelas imediações.
Iguais e opostos, diferente do que muitos pensam, Setúbal não é apenas um bairro de elite. É possível notar projetos sociais do Coletivo Setúbal, uma alternativa para promover interação e melhor qualidade de vida a todos os moradores. Em contrapartida, a Avenida Boa Viagem faz parte de Setúbal, mas não se considera ”setubalence” isso contribui para a visão externa do local, a que o bairro seria elitista e não rico em detalhes.
Que tal darmos um presente há Setúbal? Vamos concluindo o trabalho com a sensação de que Setúbal merece seu devido reconhecimento. Exploramos a área, fizemos pesquisas e conhecemos os costumes locais através dos mais diversos moradores. Entre eles, encontramos em comum um desejo: o de que Setúbal seja oficialmente um bairro. Acreditamos que o local tem elementos suficientes para isso, desde o início de sua história até os dias atuais. Vimos que não é preciso defini-lo apenas como uma “extensão de Boa Viagem”, pois Setúbal tem identidade própria. Fica aqui nossa sugestão: que tal darmos um presente à Setúbal? Queremos que ele seja reconhecido, queremos chamá-lo de bairro, torná-lo independente. Nossa proposta une-se a um apelo já registrado por seus moradores e ao Coletivo Setúbal, que tanto luta para conquistar essa denominação.
Onde fica esse buraco?
e passou a ser conhecido por Forte
Como surgiu:
A ideia inicial consistia em falar do Buraco, pela proximidade do sobre todos os fortes de Recife e a Buraco de Santiago, hoje Tacaruna. importância deles para a história Reconstruído em 1705 em alvenaria pernambucana.
Em
disso de pedra com três faces retas e
razão
pesquisamos sobre os mesmos e uma abaluartada. notamos que havia alguns proble- Foi
posteriormente
classificado
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
mas a respeito do tema escolhido, como de 2ª classe, devido ao mal como: a abrangência do tema, a estado de conservação e no séc. XX dificuldade de acesso a documentos encontrava-se abandonado e em e a discrepante situação que se ruínas. Tombadas em 1938 e destombadas
encontravam.
No entanto, quando nos aprofunda- em 1950 para que a Marinha do mos no tema percebemos a necessi- Brasil construísse a Base do 3º dade de reavivar à população uma Distrito Naval, foi dinamitada e parte
esquecida
de
sua
própria demolida em 1958, tendo parte de suas pedras aproveitadas nas obras
cidade.
O forte do Buraco se adaptou ao de
prolongamento
do
porto
do
nosso propósito, pois, além de apre- Recife. O que restou foi tombado sentar
uma
história
atraente, pelo Iphan em 2005.
encontrava-se abandonado e em Motivados pela sua atual situação
Onde fica esse buraco? Grupo: Amanda Joyce Lais Costa Larissa Lima Letícia Mendes Local: Forte do Buraco
de abandono e péssima conserva-
ruínas.
Um dos fatos que mais intrigou a ção, nossa missão é devolvê-lo ao equipe foi a sua localização. Este fica imaginário da população e dar-lhe entre Recife e Olinda, sendo no início vida novamente, não deixando que da era colonial uma das ligações sua memória se esvaia com tempo. entre essas duas cidades. Projeto:
Na formulação do projeto gráfico foi
O projeto partiu do desenvolvimen- pensado como diretriz os mapas da to de uma campanha, tendo como cidade, novos e antigos, tendo como objetivo trazer o Forte do Buraco de foco a localização do objeto estudavolta ao imaginário popular, como do. Partindo de um ícone de localizaparte da história das duas cidades. ção, desenvolvemos nossa logotipo, Nos apoiamos no projeto já existen- com a frase que intitula o projeto: te do governo, que consiste em “Onde fica esse buraco? ”. Que carrereativar a ligação entre as cidades ga duplo sentido: o buraco referente por esse ponto e utilizar a área para ao nome do forte e lazer, com uma ciclotrilha.
História: O Forte Madame Bruyne fazia parte do sistema fortificado de defesa da cidade do Recife, considerado um dos melhores do século XVII. Construído em 1630 pelos holandeses, apresentava o formato de um polígono quadrangular regular, com quatro meio-baluartes
nos
vértices.
Em
1654 foi tomado pelos portugueses
a referência
popular dada a algo escondido.
Produtos
@ondeficaesseburaco
Se Joga No Pรกtio
O Largo da Santa Cruz, popular-
Ali também já residiram imigran-
mente chamado e conhecido por tes, havia muitos dormitórios para Pátio da Santa Cruz, é localizado no solteiros e era um lugar bastante bairro da Boa Vista, centro do Recife. frequentado por prostitutas. PessoÉ entrecortado pelas ruas Velha, da as que não tinham muito dinheiro Santa Cruz, Barão de São Borja e moravam lá e usavam a frente de Rosário da Boa Vista, e hoje, conser- suas casas para o comércio. Além
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
va um clima de interior, com seus disso, havia um posto de gasolina casarios antigos, Igreja e pracinha no centro do Pátio, que foi desativaao centro.
do e onde hoje se encontra uma
Se Joga No Pátio
pracinha, com bancos, árvores e Grupo: Lugar de tanto encantamento, foi por onde as pessoas se espalham Giulia Battistella escolhido para ser objeto de estudo nos eventos noturnos que ocorrem Juliana Marques por ter usos interessantes. De dia, por lá.
Marcelo Araújo
se configura por seu ritmo diário de
Tatyane Souza
comerciantes que vendem, consumi-
Nos tempos atuais, o Largo da
dores que pechincham, automóveis Santa Cruz é um dos palcos de a toda hora (seja de passagem ou alguns disputando procurando
eventos
entre Local: vagas), e pedestres eles, podemos destacar o Terça do Largo da Santa Cruz por uma sombra. À Vinil, mais conhecido e um dos
noite, marcado pela boêmia, com responsáveis
culturais,
pelo
aumento
de
bares abertos, mesas e cadeiras na público no Pátio, e o Forró de 1 rua, tenda com música, pessoas Real. Seu Sebastião, do Bar e dançando e cantando. Dessa forma, Restaurante Santa Cruz, que como pátio nos leva ao objetivo princi- pleta esse ano 46 anos no Largo, seguir para o Lisbela para tomar pal: levar a população às ruas. Sem afirma já ter seus clientes, mas uma cerveja, e terminar a noite a existência desse movimento notur- que, principalmente o Terça, comendo uma pizza, por exemplo. no, o pátio seria mais um local morto proporcionou
inicialmente
um
no Recife. Os eventos que aconte- público de classes A, B e C, e que,
Apesar de já proporcionar vida à classes área, o Pátio pode melhorar considecom que as pessoas possam ocupar também passaram a frequentar. ravelmente e se tornar um lugar cem por lá, além dos bares, permite com o espaço, e assim, trazer segurança, proporcionando vida ao lugar.
o
tempo,
outras
ainda mais agradável. É importante O bar Lisbela e Prisioneiros é rever a fiação e a iluminação, reforrecente e outro que tem contribuído çar o policiamento já existente para
O pátio passou historicamente por com o público que frequenta o local que as redondezas da área também muitas transformações. Já foi beira nesses últimos anos e está dando sejam asseguradas. águas, antes de seu entorno ser fôlego novo à área. Sua arquitetura aterrado, dando lugar às ruas e edifi- remete aos bares da Lapa, reduto cações. Já foi um local muito familiar da boemia do Rio de Janeiro. Outro
A população não quer ver um e conhecido pelos recifenses como que é novo no espaço, é o Cabaret Recife morto, perigoso, sem gente, um dos mais limpos e recatados, Bar e Comedoria, em que os donos sem cultura e sem vida. Assim, o época em que aconteciam festas afirmaram ter gostado do ponto. Largo de Santa Cruz é apenas um religiosas na Igreja da Santa Cruz, Além desses estabelecimentos, entre muitos lugares do Recife que com procissões na Quaresma, além ainda há uma padaria, conhecida podem ter ocupações culturais e de blocos carnavalescos, maracatu e pelas famosas torradas amanteiga- comércio para que as pessoas caboclinho, entre outras manifesta- das, uma pizzaria, entre outros nas possam frequentar mais as ruas e ções existentes no folclore nordesti- proximidades do Pátio.
ajudar a transformar a cidade em
no, que passavam por lá, e que hoje,
um lugar mais seguro e vivo!
é uma igreja que abre poucas vezes
É possível observar que a área
ao público, apesar de conservada e é bem explorada por alguns de seus ser ainda palco para eventos não-re- frequentadores, que podem estar ligiosos, como concertos de música em um samba no Mercado da Boa clássica.
Vista, que fica próximo ao Pátio,
Casarios - uso à tarde.
Uso à noite. (Terça do Vinil)
Igreja da Santa Cruz.
DJs na Terça do Vinil.
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
Sabores da Memória Grupo: Alicia Micheline Isabela Santos Laura Rocha Maria Helena Macieira Mariana Fônseca Local: Bares, Restaurantes e Lanchonetes do Recife Quatro lugares distintos, em
de suas três mudanças, levou os
as famílias desses jovens e é um dos
dois pontos famosos da cidade, nos
clientes fielmente consigo, e hoje, na
poucos da região que resistiram
quais a memória do Pernambucano é
Rua da Guia, 183, pertinho da praça
desde a época e que possuem uma
quase que imediatamente ativada
do Arsenal, tem o prazer de dizer
clientela muito bem fidelizada e
por sabores de estabelecimentos
que recebe os filhos e netos daque-
satisfeita com a comida e o atendi-
que trazem a tona a quebra do para-
les que frequentavam a casa em seu
mento.
digma do estado, que tem fama de
primeiro espaço.
baixa longevidade dos bares, restaurantes e lanchonetes.
Indo até o Pina, uma área
O atual dono tem orgulho
com uma enorme diversidade de
em dizer que a receita do Maltado
bares, restaurantes e lanchonetes,
Iniciando a rota, passando
trazida de Cuba pelo seu avô, em
um
pelo Recife Antigo, principal ponto
1928, hoje é patrimônio gastronômi-
restaurante Prá Vocês, também traz
turpitico,
co cultural da cidade e reune familias
uma proposta maritítima em seu
nos
cardápio, mas em suas paredes
quase
dois
estabelecimentos
centenários
ocupam
seu
espaço com propostas completa-
finais
de
semana
em
seu
ambiente extremamente agradável.
mente distintas.
em
especial
se
destaca.
O
revela um diferencial muito interes-
Saindo um pouco do bairro
sante. Coberto de placas de ruas,
Na Av. Alfredo Lisboa, 172,
histórico e se aproximando da região
avenidas, logradouros, etc, nomea-
com direito a uma das vistas mais
praieira, dois lugares cujo a gastro-
dos em homenagem aos seus clien-
bonitas da cidade encontra-se o Bar
nomia combina perfeitamente com a
tes
28, que desde 1939 reune um públi-
região.
cidade imaginária, que atrai uma
assiduos,
surge
então
uma
co fiel unido pelo gosto em comum
Em plena Brasília teimosa,
série de parentes e amigos curiosos
por um whisky de qualidade e uma
numa região um tanto quanto inusi-
dos homenageados, que vão até lá
conversa descontraída de boteco. O
tada,
conhecer um pouquinho a respeito
atual dono mantém firme a proposta
frutos do mar de alta qualidade e
do seu pai (fundador do bar), de
uma vista belíssima para a praia. O
Todos esses lugares provam
garantir a procedência do seu produ-
lugar tem mais de X ANOS e come-
a possibilidade de destaque e sobre-
to e de deixar seu clientes a vonta-
çou como uma pequena mercearia
vivencia em um mercado saturado e
de, confortaveis com o ambiente.
um
cardápio
recheado
de
do lugar.
que vendia caldinho de camarão e se
tem os seus atrativos especiais que
Entrando um pouco pelas
popularizou pela cidade. O Império
os tornam parte da história de vários
ruas tradicionais e repletas de uma
dos Camarôes, já funcionou até
pernambucanos,
bela arquitetura, a lanchonete As
como boate e traz muitas lembraças
tornando a frequencia um hábito
Galerias
é
para aqueles que viveram a juventu-
familiar e uma tradição que corre ao
realmente importarnte, pois a pesar
de nos anos 80. Hoje, o lugar recebe
longo das gerações.
prova
que
tradição
que
acabam
Rua Badejo, 32 - BrasĂlia Teimosa
Rua da Guia, 183 - Recife Antigo
Av. Herculano Bandeira S/N - Pina
Av. Alfredo Lisboa, 172 - Recife Antigo