volume III
intervenção na cidade gráfica
1
Este livro de Memórias Afetivas da Cidade é parte da prática lúdica da disciplina de Expressão Gráfica na Arquitetura do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco, ministrada pelos professores Igor Villares e Lula Marcondes, e com monitoria do aluno Otávio Jupiassú. Recife, abril de 2019
O projeto “Intervenção na Cidade Gráfica”, surgiu como um meio de aplicar na realidade os conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina “Expressão Gráfica na Arquitetura” ministrada no 3º período do curso de Arquitetura e Urbanismo pelos professores Igor Villares e Lula Marcondes. A partir das experiências desenvolvidas nos semestres anteriores com o exercício “Meus Lugares - Pequeno Tratado do Imaginário Afetivo da Cidade”, em que os alunos escolhiam bairros, ruas ou praças da Região Metropolitana do Recife para desenvolver campanhas de valorização e (re)conhecimento da cidade, solicitamos aos alunos que procurassem eleger uma problemática no entorno que os cerca e intervir nesta realidade de modo a transformá-la, colaborando com a transformação e melhoria de estabelecimentos comerciais e de serviços populares. A ideia foi levar ao público que normalmente não acessa o mercado formal de design as ferramentas e recursos gráficos no sentido de melhorar a comunicação visual de seus empreendimentos. Ao incitar os alunos a oferecer seus serviços para clientes reais, resolvendo problemas cotidianos através dos recursos de comunicação visual, do design gráfico e das artes como um todo, proporcionamos aos mesmos uma tomada de consciência com relação ao mundo contemporâneo, a cidade em que vivem, o campo profissional que escolheram e os desafios que destas condições decorrem. Os resultados falam por si só.
Equipes e Lugares:
Cantinho da Irmã
Vai de Barco
Júlia Patriota
Eduarda Melo
Natália Medeiros
Larissa Mendonça
Wilton Correia
Laura Knauer Manuella Pinto
José do Livro
Mariana Simplício
Bruno Neves Augusto Parin
Tio do Bolo
Douglas Ferreira
Aline Moraes
Ricardo Brendel
Beatriz Soares
Vinícius de Pádua
Júlia Didier Pollyanna Coimbra
Sr. Acarajé
Vinícius Bastos
Ana Hasmann Estácio Anacleto
Josias Marceneiro
Jessica Rangel
Letícia Maia
Karina França
Marcela Harrop
Lucas Tavares
Thayane Flor
ARO
PE no Surf
Ana Zulmira
Beatriz Barreto
Daniela Jucá
Bruna Times
Gabriela Anjos
Giovana Nogueira
Lara Vaz
Thiago Valadares
Marielle Batista Mecânico Marisson: Na Terra e na Água Beatriz Duque Giovanna Chaves Letícia Rodrigues Mirelle Falcão
Índice Cantinho da Irmã
08
José do Livro
12
Sr. Acarajé
ARO
Mecânico Marisson: Na Terra e na Água
Vai de Barco
Tio do Bolo
Josias Marceneiro
PE no Surf
16
20
24
28
32
36
40
7
Cantinho da IrmĂŁ
A ocupação de Brasília Teimo-
Diante da proposta feita pelos
sa teve início nos anos de 1950 é professores de trabalhar com um conhecida pela praia bastante dispu- cliente real e modificar positivatada aos fins de semana e por ser mente o trabalho, conhecemos a um polo gastronônico. É o bairro do nossa cliente Dona Virgínia. Reside Recife com maior densidade popula- em Brasília Teimosa e após perder cional. “O complemento ‘Teimosa’ seu
emprego
há
alguns
anos,
veio da persistência dos moradores, começou a vender comida em casa. que resistiram às diversas tentativas Possui uma lanchonete que funciode expulsão”, explica o arquiteto e na de segunda a sábado, a partir
Cantinho da Irmã
urbanista José Luiz da Mota Mene- das 19 horas, na calçada de sua Grupo: zes. É uma área que foi integrada às casa. Durante o dia ela empresta o Júlia Patriota Zonas Especiais de Interesse Social espaço para um amigo, o Sr. Josias, Natália Medeiros (ZEIS), regiões de assentamento que trabalha com marcenaria. Wilton Correia para população com baixa renda, Quando ele termina seu trabalho, o Cliente: Virgínia que tem o objetivo de regularizar as local é limpo para que à noite as Local: áreas através de padrões urbanisti- mesas da lanchonete sejam coloca- Rua Badejo, n° 321 cos. Na rua Aritana, principal de das. O estabelecimento não tem Bairro de Brasília Teimosa Brasília Teimosa, pequenos e gran- nome, mas a cliente é conhecida na des comerciantes dividem o mesmo região como irmã da sopa. espaço.
Os
ambulantes
também
marcam presença. É possível encontrar de tudo. Material
de
construção,
O local é simples, não possui
Apesar de vender variados
roupas, tipos de comidas, ela ficou conheci- elementos visuais de representação
cabeleireiro, frutas, verduras, barbe- da por vender sopas. Além de servir gráfica relacionados ao seu trabaaria,
e
sorveteria.
Nas
calçadas no local, ela prepara lanches para o lho. A princípio foi pensado em usar
estreitas os pedestres apressados filho vender em uma praça próxima irmã da sopa como ela já é conhecida no local, mas optamos por um
driblam os moradores tranquilos que a uma escola da região.
se juntam para conversar na frente A cliente já teve serviços para nome menos restritivo, uma vez das lojas e das casas. Na mesma via, entregas de quentinhas, mas por que ela não vende apenas sopa. Foi parada de ônibus, ponto de táxi e enquanto deu uma pausa neste criado
uma
logotipo
usando
estacionamento formam um trânsito serviço. Na lanchonte, Dona Virgí- elementos do seu dia a dia como que não tem hora para acontecer. nia trabalha com janta, servindo uma Não existe horário de pico. Além das sopa,
macaxeira
calçadas, os pontos de encontro também
trabalha
e
inhame,
com
panela
com
fumaça,
para
e representar o trabalho da Dona
lanches Virgínia, junto à fumaça incorpora-
mais frequentados pela comunidade como hamburguer, pizza e pão-piz- mos a simbologia de um coração, são os restaurantes e bares. Alguns za. De bebidas ela serve refrigeran- para demonstrar o seu amor pelo o criaram fama e são pontos turísticos te e sucos, sendo estes terceiriza- que faz com tanta dedicação no seu vistitados por estrangeiros.
dos.
dia a dia.
9
Produzimos cardápios personalizados, com espaços em branco para que a cliente possa preencher com as comidas e bebidas que for vender no dia, ou para o caso dela querer
retirar
ou
acrescentar.
Elaboramos um cavalete personalizado para chamar atenção das pessoas
que
transitam
o
local.
Elaboramos um avental personalizado que ela use no seu ambiente de trabalho. Pensando nisso, escolhemos Dona Virgínia para ser a nossa cliente neste trabalho. Criamos para ela a marca “Cantinho da Irmã”, que faz referência como ela é conhecida: “Irmã da sopa”.
Dona Virginia fez questão de enfatizar que todo o seu trabalho transparece “Amor, sinceridade e dedicação”.
Ao longo dos estudos elaborados pelo grupo, desenvolmemos materiais gráficos como pesquisa observando
as
necessidades
do
cliente. Foi a partir desses estudos e
sugestões,
que
elaboramos
alguns desses materiais ao decorrer do curso. Trabalhamos no início com cores quentes como o vermelho, laranja e amarelo. Mas observamos que a junção de todos esses elementos o material esta ficando sobrecarregado de informações que não seriam necessárias ao observador o detalhamento de todos esses elementos. A partir desse trabalho chegamos a conclusão que seria melhor trabalhar com a cor amarela nos
produtos da
nossa cliente,
propondo um trabalho mais homogêneo da sua marca. 10
Cantinho da Irmã
Cantinho da Irmã
Sopas
R$
Lanches
R$
Bebidas
R$
Cantinho da Irm~a Cardápio do dia Sopa de Carne Sopa de Feijao
Cantinho da Irmã
Lanches Coxinha Hamburguer Pizza
11
Quem mora no Recife sabe como as Tudo ruas,
principalmente
abrigam formais
diversos e
informais.
no
começou
quando
decidiu
centro, largar seu emprego de taxista, e
comerciantes como já possuía um irmão que Associar
a havia
trabalhado
numa
grande
Avenida Conde da Boa Vista com livraria e possuía muitos livros em camelôs já se tornou algo cultural, casa, teve a ideia de pegar alguns e por exemplo, para os moradores da ir para a rua tentar vender e disse-
ipe equ a d &b op s). t o sto af o ta! r r a p pre os o n a ç d a car bor esp (fo rar i t e s. r Ob
cidade. A rua é o abrigo de muitos minar o conhecimento. Em média, que não possuem outras formas de dependendo do período, vende de se sustentarem, a não ser pela infor- quatro a cinco livros diariamente,
Zé do Livro
malidade.
sempre negociando seus preços Grupo: com o cliente. Quando questionado Augusto Parin A Rua do Lazer, conhecida por ser sobre quais gêneros eram os mais Bruno Neves uma rua bastante presente na vida vendidos, afirmou: "História, filoso- Douglas Ferreira dos estudantes da Universidade fia, psicologia, geralmente essas Ricardo Souto Católica de Pernambuco, e local de coisas assim, de estudante". Sua Vinícius de Pádua encontro entre pessoas que por ali relação com a Rua do Lazer e a passam, possui parte dessa diversi- Universidade é a melhor possível, dade comercial que a cidade do conta
ainda
que
possui
muitas Local: Recife proporciona. José Lucena amizades ao redor e como ele é Rua do Lazer Filho, a procura de um local para conhecido entre os professores, Bairro de Santo Amaro exercer seu sustento, a escolheu e incluindo alguns que são seus cliense fixou ao lado de um poste próxi- tes fixos. mo à entrada do Bloco D da Universidade. De segunda a sexta, Seu Zé, como é conhecido ali, vende livros em uma simples lona na calçada para pagar suas contas, e tem sido assim por mais de 15 anos. Com os seus 62 anos de idade, aparência humilde, José já foi taxista, e conta que abandonou o emprego pela sua paixão de ler, sentimento esse que existe desde criança.
"Eu sou muito grato pelos livros, eu acolhi "Livro novo eu não eles e eles me acolhequero nem de graça.” ram". Logo de manhã, José pega um ônibus para sair de Rio Doce, local onde reside, para a Universidade, que o benefecia ao deixá-lo depositar todos seus pertences e os livros que irá vender durante o dia. Assim é a sua rotina durante os últimos 15
"Só sei vender assim, no chão.”
livro
anos, na rua, na calçada, e ao lado do poste que se tornou quase uma marca sua. "Se eu passar aqui a noite esse poste me dá boa noite. Ele só não vai ao meu enterro porque não anda", comenta. Seu Zé conhece seu público-alvo e exerce um importante papel para os alunos da Universidade, principalmente para os que não possuem poder aquisitivo para comprar certos livros de primeira mão, além de aumentar a acessibilidade ao conhecimento ao disponibilizar livros de conteúdo acadêmico. Algo que era sua paixão e hobby, acabou se tornando a única fonte de sustento da sua família. 13
Ao desenvolver a marca para o projeto, buscamos elementos que
Os produtos
Também foram criadas peças gráficas para marcador de página, um
pudessem traduzir de maneira clara Por isso a escolha de uma paleta de produto útil para os compradores e o trabalho do cliente, para que a cores para os produtos desenvolvi- que contribui na divulgação e
comunicação com os possíveis com- dos pela equipe que sintetizasse memorização da marca, atuando pradores fosse efetiva, agregando esse espírito, de modo que pudés- também como cartão de visitas. Para valor à atividade desenvolvida. semos atender às especificidades completar a proposta, o logotipo foi impostas, sem ser chamativa em aplicado numa camiseta, de modo Foi natural a escolha do poste, excesso, contudo trazendo frescor e que o próprio Seu José possa carreprincipal característica física do local limpeza ao local, e até mesmo se gar sua marca. onde Seu José se encontra, e o livro, integrando visualmente ao entorno o único produto comercializado. A arborizado. integração desses elementos em um
único símbolo facilita o reconheci- A principal necessidade identificada mento e a associação com o local e o foi o desenvolvimento de uma nova produto.
lona, tendo em vista que a atual,
comum e azul, não agrega valor e As variações de cor admitidas para a já está desgastada. Assim, criamos marca são o branco e o preto, possi- uma peça com dimensões mais bilitando a aplicação sobre os mais adequadas à calçada, e que favorediversos fundos, sejam eles mono- ça a disposição e organização dos cromáticos ou coloridos.
livros. Fazendo alusão às estantes
das livrarias, um texto desenvolvido Uma preocupação sempre demons- ao longo de uma linha contínua cria trada pelo cliente foi o aspecto da prateleiras virtuais, num amarelo discrição, pelo fato do mesmo prati- que contrasta com o fundo em tons car uma atividade informal. de verde.
+ +
14
=
Paleta de cores adotada
Marcador de pรกgina, formato 5 x 18 cm frente e verso
Lona para livros, formato 1,10 x 1,80 m
Camiseta, Cor base do projeto e logo branca
15
Sr. AcarajĂŠ
or
o mel h
a ist av bo da
Lo
O intuito deste trabalho tem
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
como objetivo auxiliar o microempreendedor, que seja desprovido de noções de marketing a alavancar o seu negócio através de métodos de divulgação e identidade visual. Em busca de possíveis clientes para a realização da intervenção na identidade visual de um estabelecimento encontramos enquanto andávamos
Sr. Acarajé
pelo centro da cidade do Recife nos
Grupo:
entornos da Av. Conde da Boa Vista
Ana Hasmann
um senhor de idade vendendo algum
Estácio Anacleto
tipo de produto num carrinho, mas
Jessica Rangel
não dava para identificar do que se
Karina França
tratava, porque o mesmo estava
Lucas Tavares
sem identificação e não havia nada
Local:
que apontasse o que era.
Bairro da Boa Vista Nascido em Recife, Ailton Barbosa é filho de ambulante com poucos
recursos
que
não
pode
terminar os estudos, cursando até o 5° ano do ensino fundamental,
Apesar de ser um negócio para legalmente registrado, com CNPJ família. devidamente registrados, o pequeno
precisando
trabalhar
cedo
ajudar
sustento
da
no
Aprendeu aos 12 anos a fazer negócio não possuía um nome fantaacarajé com a sua mãe que recebeu sia, era apenas, dessa forma o grupo os seus conhecimentos através da sugeriu vários nomes, entre eles: Sr sua mãe que consequentemente Acarajé, Acarajé da Boa, Tabuleiro aprendeu com uma baiana que da Baiana e Acarajé do Ailton, sendo conheceu no bairro do Recife Antigo a primeira opção a escolhida pelo vendendo milho verde.
cliente. Pôde-se constatar que na A maioria dos seus irmãos e sua barraca vende quatro tipos descendentes dependem do acarajé diferentes de acarajés, tendo três para sobreviver, sendo considerada variedades de tamanhos, pequeno, Apenas quando nos aproxi- a principal fonte de renda da sua médio e grande e todos contem mamos e pudemos analisar, obser- família alguns vendem em pontos camarão na sua composição, exceto vamos que se trata de acarajés, mas específicos da cidade. Desde jovem um dos de tamanho pequeno, diferentes dos convencionais que trabalhou como ambulante, neste tratando-se apenas de massa e são comumente vendidos, eles eram ano de 2019 completando 40 anos recheio. bem menores e geralmente vendidos de serviços prestados, teve os mais em várias porções.. Por conseguinte, variados tipos de trabalho, onde o grupo se apresentou ao senhor trabalhou em uma construtora e há Ailton Barbosa, o dono do carrinho três anos vende acarajé na esquina de acarajés, e o abordou sobre o da Av. Conde da Boa Vista. Tem o intuito do trabalho filantrópico reali- sonho de expandir o negócio do zado pelos estudantes de arquitetura acarajé, abrir um restaurante voltada Universidade Católica de Pernam- do para comidas regionais, onde o buco que estão cursando a disciplina mesmo fala “comidas da terra” e ter de Expressão Gráfica, logo após a o acarajé como carro chefe, mas explicação o senhor Ailton Barbosa por falta de recurso, ainda é algo aceita de bom grado participar desse inalcançável. exercício. 17
Após conversar com o cliente sobre ideias para a logomarca do negócio, o grupo apresentou duas propostas, tratando-se do desenho de um dos acarajés comercializados que foram vetorizados no programa Illustrator, onde a primeira era um acarajé idêntico ao produto e um outro possuindo bigode e uma boina adicionados a sua composição que tinha o intuito de caracterizar a aparência do microempreendedor, além do nome Sr Acarajé abaixo da ilustração. Depois de debater com sua esposa (que o cliente fez questão de ter participação ativa nos processos de escolha) foi escolhida a opção que representava o seu semblante. O próximo passo foi o desenvolvimento de um cardápio que pudesse auxiliar aos clientes do estabelecimento a identificar os tipos de acarajés vendidos e os seus respectivos preços. Para isso, o conceito base era fazer algo simples, com cores que não se sobrepusessem aos da logomarca e apenas com as informações consideradas necessárias. Para isso, foram apresentados dois tipos introdutórios de cardápio, que foram impressos e entregues ao Ailton para que ele levasse para casa e averiguasse junto com a sua esposa. após o seu feedback, foi criado uma nova concepção do cardápio, onde buscou-se mesclar as ideias dos dois apresentados e mesclar em um só. A criação de um banner seria a próxima etapa a ser realizada, o proposito seria coloca-la em frente da barraca para a sua identificação, mas devido o material do carrinho ser feito de metal, não seria viável e por isso optou-se por utilizar um adesivo contendo a logomarca criada. Durante as primeiras visitas, o grupo perguntou ao seu Ailton se havia alguma predileção por alguma cor específica que quisesse incorporar ao trabalho que estávamos fazendo, onde o mesmo respondeu sobre a importância da cor branca, por representar uma sensação de higiene, limpeza e por isso que ele usa uma bata ao trabalhar. Com essa afirmativa, chegamos à conclusão de que deveríamos colocar a logo em sua bata e assim traria mais identidade ao seu trabalho. Outro ponto abordado com o cliente era se o mesmo teria interesse em efetuar encomendas, afirmando que nunca havia pensado nessa possibilidade, mas que estava disposto a isso se tivesse os meios necessários. Prontamente o grupo propôs a confecção de cartões de visita, que teriam a logo e um espaço para escrever o telefone ou informação adicional, uma vez que o mesmo ainda não tinha um número para contato fixo. Também foi desenvolvido um carimbo que permitisse ao cliente estampasse a logo do negócio e assim, se desejar, reproduzir mais cartões de forma mais barata sem ter que necessariamente confeccioná-los diretamente numa gráfica e usá-lo em saquinhos de papel (figura 9) para colocar os acarajés para a sua clientela, que antes eram postos em guardanapos plásticos que não ajudavam a suportar o óleo proveniente da fritura. 18
“Pode
me ajudar muito e estou grato, vejo que através de vocês possa surgir alguma possibilidade de melhora no momento. Aminha palavra por vocês é gratidão.” Ailton Barbosa 19
O
DE ÃO Ç A CI SO AS
A IND OL E SD RE DO A L CIC RE
Por definição, lixo é tudo que se joga fora e que se tira de um lugar para deixá-lo limpo. De acordo com
DESABAFO DE UM CATADOR Conheço minha cidade como a palma da mão E amo de coração, pois nela moro e trabalho E o que tenho e valho vou construindo aos pouquinhos Puxando um simples carrinho de catador, minha sina com suor e muito espinho [...] É do lixo que tiramos a comida e o sustento Enfrentando chuva e vento, sol que arde e tempo frio É um eterno desafio, todo dia sempre a pé Realidade injusta até, de catador, do papeleiro Daqueles que são lixeiros, tratados como a ralé [...] Já afirmamos com clareza Catadores e lixeiros, nós queremos ser parceiros De um mundo solidário, onde o rico e o operário Respeitem os seres vivos e se tornem mais ativos Na luta pela justiça: no lixo toda injustiça.
PO ESI A P O R L U I Z A A R A Ú J O
os jornais e fontes de estatísticas locais, mais de 98% do lixo de Recife não é reciclado e não recebe tratamento adequado. O descarte desse material acaba sendo realizado nas ruas e compro-
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
ARO
metendo o meio ambiente. O que Grupo: boa parcela da comunidade não Ana Zulmira sabe é que, o que é descarte para Daniela Jucá eles é uma fonte de renda para os Gabriela Ferreira coletores de lixo.
Lara Vaz Marielle Batista
Tal fato ocorre com os integrantes da ARO, Associação de Recicladores Local: de Olinda, localizada no aterro sani- Aterro Sanitário de Aguazinha tário de Aguazinha (Olinda- PE). A associação conta com cerca de 11 colaboradores que vivem do lixo sem nenhum auxílio privado ou estatal. A realidade desses catadores é imersa em diversas dificuldades que permeiam todo o dia a dia. Em 2013, eram gerados cerca de 2mil toneladas de lixo por dia,
“Ao reciclar vocês não tão só ajudando a mim como tá ajudando também o meio ambiente” Lúcia, coletora da ARO.
gerando um custo de 200milhões por ano com coleta e reciclagem. De acordo com Fernando Jucá, engenheiro civil da UFPE, os bairros que possuem moradores com maior poder econômico geram 2 ou 3 vezes mais de lixo do que aqueles
ATERRO SANITÁRIO DE OLINDA
bairros com moradores de menor renda.
21
Diante do desafio proposto pelos professores de modificarmos de forma positiva a vida de algum empreendedor, mergulhamos na oportunidade de dar voz a quem, mesmo de forma indireta, colabora com a cidade e com o meio ambiente. Dessa forma, vimos a possibilidade de atuar com a sociedade e o meio ambiente de forma simultânea através da ARO.
Temos a vontade de dar continuidade ao trabalho, pois acreditamos, assim como eles, que através da reciclagem do lixo, alguns problemas podem ser melhorados, ou ao menos amenizados, assim como na potencialidade e importância desse
projeto para a sociedade como um todo afim de gerar uma mudança de hábitos nas pessoas como um todo e atentando para os benefícios da reciclagem para com o meio ambiente, afinal, precisamos dele para viver.
EVOLUÇÃO DA LOGOMARCA
Como ponto inicial, elegemos a sede da associação, em Olinda, onde eles se reúnem e dividem todo o material recolhido que será vendido para o benefício comum. A nossa proposta é valorizar e divulgar o trabalho dos recicladores, que muitas vezes são escanteados socialmente, e evidenciar a importância dessa atividade na cidade do Recife. Inicialmente, desenvolvemos uma nova logomarca que foi aplicada em todos os produtos criados. O primeiro produto foi uma camisa para os 11 associados devido a necessidade de criar uma certa identidade e, também, da melhora do design já existente e ao desgaste das camisas já utilizadas por eles. Um boné, em decorrência da exposição ao sol nos dias de coleta no sítio histórico. Além disso, foi desenvolvido um panfleto que tem por função divulgar e facilitar o trabalho deles, contendo todas as informações necessárias da associação, como por exemplo, contato do catador, local de atuação e conteúdos e dados básicos sobre os benefícios da reciclagem; uma placa com a logomarca para ser inserida no carrinho de coleta facilitando a identificação dos catadores e criando uma fidelização dos voluntários. Os outros produtos tem por função a divulgação do trabalho dos recicladores e a arrecadação de fundos para dar sequencia a realização do trabalho exercido por eles. São eles: lambe-lambe para serem fixados em locais de grande circulação no sítio histórico e em outras áreas de atuação dos recicladores; Ecobag, boné e sacolas de papel semente remetendo ao caráter sustentável e a questão da preservação do meio ambiente. 22
PRODUTOS DESENVOLVIDOS
Fig. 1 - Camisa frente
Fig. 2 - Camisa costas
Fig. 4 - Boné
Fig. 3 - Ecobag
Fig. 5 - Sacola reciclável
Fig. 6 - Panfleto
Reciclar é um ato que deveria ser aplaudido Se lixo é tudo aquilo que não tem mais serventia Aonde ia ser guardado tanto entulho, todo dia? Se ninguém se preocupasse O mundo que seria um lixo E pra isso não ia ter reciclagem Na Associação ARO em Olinda Tem um grupo de pessoas lindas Que trabalham com transformação Lata amassada volta a ter função O plástico velho não vai pro mar E o planeta agradece essas mãos Que se importam em reciclar Reciclar é um ato que deveria ser aplaudido Lúcia é uma das catadoras da ARO Podemos dizer que Lúcia também é professora Nos ensinando a ter empatia e cuidado É muito mais que merecedora de um prêmio milionário Quem cuida do meio ambiente Tem zelo por natureza Nunca pode ser chamado de inconsequente Por dentro tem muita beleza Reciclar é um ato que deveria ser aplaudido CORDEL POR RAFAELLA CAVALCANTE
23
Mecânico Marisson: Na Terra e na à gua
Ao iniciarmos a procura por
que ele fosse mais do que o condu-
um cliente, uma das integrantes do tor do carro, e sim, um mecânico! grupo segeriu o serviço de um mecâ- Dessa forma, consertando o motor nico muito conhecido por sua famí- do automóvel, descobriu seu verdalia, mas que não tinha seu trabalho deiro talento. formalizado, ou seja, sem nome e nem identidade visual.
Atualmente, trabalha como mecâ-
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
nico de automóeis e jet-skis e A partir disso, resolvemos possui trinta e dois clientes fixos ajudá-lo a formalizar a sua marca e com os mais variados serviços. entramos em contato com ele que logo aceitou o convite, informando
Então, para oficializar seu
que gostaria de usar redes sociais trabalho, iniciamos com a criação para divulgação de seu trabalho.
do logotipo. Representamos materiais usados no seu dia-a-dia, como
O cliente escolhido trabalha engrenagem e chave de fenda, com algo que é muito mais do que além de automóveis e jet-ski, as apenas uma profissão para ele, uma razões de seu trabalho. paixão antiga. Hoje, Marisson possui 32 Marisson Ramos iniciou sua clientes fixos, os quais são satisfeicarreira profissional como motorista tos com o serviço prestado. de
turismo.
E
em
uma
Mecânico Marisson: na Terra e na Água
Grupo:
Giovanna Maria Chaves V. Melo Letícia Rodrigues W. Queiroz Maria Beatriz Muniz P. Duque Mirelle de Lima B. Falcão Cliente: Marisson Mecânico Local: Ipsep, Recife
dessas
viagens, em 1997, foi necessário
“Não me vejo trabalhando com nenhuma outra coisa. Minha paixão são os motores”
25
Produtos
Logomarca
Camisa
CartĂŁo de Visita
26
Rede Social: instagram
Evolução da logomarca Para a criação da logomarca, primeiramente conversamos com o cliente para saber um pouco sobre o seu trabalho. A partir disso, decidimos usar:
+
+ Engrenagem
peça muito utilizada em motores
Chave de fenda
um instrumento importante para mecânico
+ Jet-Ski
Automóvel
Para aprofundar ainda mais o serviço prestado com a formação da logomarca, decidimos ser claras em relação a que serviços seriam prestados: conserto de automóveis e jet-ski, destacamos esse serviço já que raramente se encontra mecânicos de jetski em Recife.
A escolha da cor verde foi feita pelo próprio Marisson, por ser sua cor favorita.
27
Em diversas civilizações, a presença
Nesse contexto, desejando uma
do rio foi um divisor de águas para o maior visibilidade a este meio e aos desenvolvimento
de
cidades
e que dele vivem, fomos cativadas
diferentes povos. No Egito foi possí- por Sr. Anísio, que cresceu ao lado vel erguer-se um império em pleno do Capibaribe e faz dele o seu deserto por viabilizar o desenvolvi- sustento desde os 14 anos e atualmento da agricultura, o transporte mente mantém seu negócio transde cargas e meio de locomoção. Em porte fluvial junto a sua família. Ele recife não foi diferente, sendo uma relata, com tristeza, as mudanças cidade banhada por diversos rios o decorrentes da crescente poluição,
Vai de Barco
transporte fluvial foi de extrema como a redução da fauna fluvial: “A Grupo: importância para o desenvolvimento poluição é exageradamente demais Laura Knauer da então mais rica capitania do mas por conta da poluição diminuiu Larissa Mendonça Brasil Colônia graças a um dos muito a quantidade de peixes, Mª Eduarda Melo produtos mais caros da época, o porque tinha muita diversidade de Manuella Rivoredo açúcar. Com o crescimento urbano, o peixe tinha camarão, tinha pitu e Mariana Simplício rio foi sendo aterrado para dar muitos outros animais.”Sr. Anísio espaço a novas edificações e aveni- passou tempo demais ao lado do Local: das, bem como cada vez mais rio, para saber o quanto ele foi Bairro da Torre esquecido e negligenciado pelos impactado pela poluição, mas recifenses.
Hoje,
a
navegação também que ainda resiste: “(...) o
perdeu espaço para os automóveis, rio ainda tem vida, ainda tem sendo cada vez menos utilizada pela jacaré, ainda tem capivara e alguns população.
peixes ainda resistem à poluição. (...)” .
“ Para mim, o rio é como se fôsse meu pai.”
- Sr. Anísio
29
Inicialmente, pensamos em um nome para substituir o anterior, “passeio de barco pelo rio capibaribe”, que é muito extenso e informal, além de não remeter a uma marca e sim ao serviço que está sendo prestado. Chegamos com o nome “Vai de Barco” como forma descontraída de convidar as pessoas a experimentar esta alternativa de locomoção. Em seguida, desenvolvemos o logo da marca,que foi utilizada nos produtos que nós desenvolvemos, usando como inspiração o barco de Sr. Anísio, seu formato e sua cor. Para o nosso primeiro produto, decidimos criar um novo cartão de visita, para suprir a necessidade gráfica do cliente. Decidimos, também, incluir em nossos produtos um boné por conta da radiação solar a qual eles são expostos diariamente, além de camisetas para que houvesse uma padronização e uma formalidade maior. Pensamos em uma bandeira para ser fixada no barco para que gere curiosidade e interesse aos que passam por ele.
30
Criamos uma página no Instagram, já que é a rede social mais utilizada atualmente, para divulgar o trabalho de seu Anísio, e também para que seja possível uma interação com os clientes. Também refizemos a capa da página no Facebook, que era bem semelhante ao cartão de visitas anterior, para que o novo design fosse incorporado nas diferentes mídias.
31
TĂtulo do Projeto
Dono de um sorriso encantador,
A escolha do Tio do Bolo como
Araquitan
foco deste trabalho aconteceu,
Wanderley
Pereiras
vende há três anos bolo de pote. O
pois nosintervalos
tio do bolo, como ele é conhecido
de aulas, o lanche dos integran-
na
Universidade
Pernambuco,
nem
parte
ramo,
Católica
de
tes deste grupo era o bolo de
sempre
fez
pote de Araquitan. Logo,
após
percebeu-se a necessidade de um
descobrir o talento de sua amada
trabalho gráfico em cima de sua
esposa e a necessidade financeira,
marca, pois o mesmo
surgiu a ideia de criar o bolo de
não existia.
pote.
Araquitan se tornou conhecido
Um projeto familiar, começou com
entre os alunos da Unicap pela
salgados e doces andando pelas
venda de bolos de
ruas do Recife, sua esposa produ-
pote bastantes saborosos, contu-
zia
do, sem praticamente nenhum
deste
e
Araquitan
mas
vendia.
Sem
Tio do Bolo
sucesso nas vendas por não ter
design gráfico ou algum
um local fixo, resolveu se estabe-
tipo de marketing que chamasse
lecer nas imediações da Unicap,
atenção
alí, conseguiu entrar para a asso-
produto muitas vezes se
ciação que compõe a feira do
tornava
térreo
alunos ou possíveis clientes, fato
do
bloco
G,
onde
se
de
sua
marca,
despercebido
seu pelos
mantém nas segundas, terças e
esse que poderia
quartas.
a
prejudicar suas vendas. Dessa
semana, Araquitan tomou a deci-
forma, a proposta do grupo é
são de se estabelecer na entrada
contribuir positivamente
do bloco A durante as quintas,
com o empreendimento através
sextas e sábados.
de um marketing que desperte
Para
completar
interesse e atraia um maior número de consumidores, além disso, é também uma forma de incentivo para um pequeno sustenta
empreendedor sua
família
através
dessas vendas e que deseja expandir seu comércio. Hoje, o Tio do Bolo que está locali-
que
Grupo: Aline Melo Beatriz Cavani Júlia Didier Vinícius Bastos Local: Bairro de Santo Amaro A ideia inicial era o negócio se chamar MCCP, as iniciais de sua esposa, porém com base em uma pesquisa feita entre
os
alunos
e
clientes
de
Araquitan, foi observado que ele era conhecido como “Tio do Bolo”. Todos usavam essa referência para dizer onde
estavam
ou
iam.
Sendo
assim, após chegar a conclusão quanto ao nome, foi conversado com o proprietário do negócio
para
que
houvesse
a
mudança, vista como a melhor solução, o nome foi adotado e tornou-se a marca dele.
zado na Unicap escolheu o local pois trabalhou durante 30 anos na Universidade. Em 2015 ele foi despedido já que sua aposentadoria estava
próxima,
seu
primeiro
ofício na Católica foi como recepcionista, depois auxiliar administrativo e 15 anos depois elevou-se a cargo de secretário do DCS (atual CCS), como ele precisava pagar mais um ano de INSS para conseguir sua aposentadoria e o mesmo não conseguia emprego, surgiu a ideia do bolo.
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Evolução da identidade visual : Opção fornecida pelo cliente: O cliente mostrou ao grupo uma logo realizada pelo mesmo, antes de consultar-se conosco, com a ideia de utilizar uma marca que englobaria negócios futuros. A sigla remete as iniciais do nome da esposa do mesmo, e percebe-se que houve a tentativa de dar destaque ao nome com a adição de um elemento geométrico, mas na visão geral, não é algo que remete a produção de alimentos. Após algumas conversas, entramos no consenso de mudar tanto o nome, quanto a forma da marca.
Rascunhos:
Tio
Bolo
do
A ideia principal girava em torno do vulgo pelo qual o cliente responde, ‘tio do bolo’, após haver aceitação do mesmo de usarmos tal nome para representar seu negócio, decidimos usar a forma circular como o elemento que vai englobar a marca, pois é uma forma simples, remetendo a forma como Sr. Araquitan produz e vende seus produtos. A escolha das cores e das fontes foi decidida pelo mesmo motivo do círculo, cores mais simples, e palatáveis, sem tons muito fortes para não haver rejeição perante os consumidores.
Após algumas reuniões, o cliente, mostrou que haviam mais alguns rascunhos de como ele desejaria sua logo, baseado nessas ideias, houveram mudanças bruscas. A forma circular com um traçado inserido continuou a mesma, apenas com uma leve mudança na sua espessura. As cores foram mudadas para um azul claro com rosa, também na inteção de tornar a marca mais leve e sem muita agressividade. No quesito das fontes a decisão de trocar por uma caligrafia manuscrita, foi baseada nas ideias do Sr. Araquitan, e concordou-se que ficava estéticamente mais tangível ao produto em questão.
Tio
do
Bolo
Produtos finais: O produto final, foi resultado de vários testes e reuniões, a logo provisória agradou o cliente, mas era de conhecimento geral, que podia-se melhorar. Novamente, optamos por manter a forma circular com o mesmo motivo do início. Houve mais uma mudança de cores, pois concordou-se que as cores anteriores remetiam um ar infantil à marca, então trocou-se para um laranja mais claro com um azul claro, trazendo duas cores simples, e que também são palatáveis. Texturas também foram adicionadas, vetorizou-se um bolo desenhado por uma integrante do grupo, e usou-se como plano de fundo, e um ícone para a marca. A fonte manuscrita foi mantida, da mesma forma que sua cor. Segue na página seguinte, os produtos finais da demanda feita pelo cliente.
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adesivo cartรฃo de visita Tio
do
Bolo
blusa
cardรกpio
banner 35
RO
J M
AR
S
I A S O
I E CEN
acabava passando despercebido.Foi assim até que em um dos seus trabalhos umas das suas clientes, dona de um espaço em uma rua movimentada, vendo a situação difícil em que ele se encontrava e cinte da dedicação de Sr. Josias por
ipe equ a d &b op s). t o f sto a o ta! r r pa pre os o n a ç d a car bor esp (fo rar i t e s. r Ob
tudo o que fazia, resolveu partir para uma troca de favores..
Josias Marceneiro
“TUDO QUE EU FAÇO É COM AMOR
Grupo:
ISSO QUE FAZ A DIFERENÇA!”
Letícia Maia Marcela Harrop
Ele faria para ela uma cozinha
Thayane Flor
americana e ela o cederia um espaço na sua varanda para que ele A escolha do local decorreu de trabalhasse com o pallet no horário umas das integrantes do grupo da manhã e tarde, enquanto à noite percorrer
Brasília
Local: Bairro de Brasília Teimosa
Teimosa
para a marcenaria seria desmontada e o conhecer o terreno de AP3, que mesmo espaço abriria as portas então encontrou seu Josias traba- para os clientes da pizzaria. lhando discretamente em uma varanda, o que acabou despertando o interesse em conhecer seu trabalho e, de forma muito simpática e com um sorriso no rosto, aceitou conversar um pouco, saber do que se tratava o trabalho de intervenção gráfica na cidade e aceitou nos contar um pouco sua história. Josias da Silva trabalhou por vário anos como garçom, mas com a crise foi dispensando, passou a tentar ganhar a vida trabalhando produzindo objetos de canos de PVC, o que acabou
contou que um amigo próximo,
não dando certo pois os pedidos não
também tentando ajudá-lo, propôs
vinham. A ideia de trabalhar com o pallet Quando achamos que Sr. Josias não surgiu, assim, da demanda que exis- poderia
surgir
com
mais
boas
tia das pessoas do bairro e na forma impressões e simplicidade ele nos que seu Josias gostava de expressar sua criatividade nas horas vagas, unindo o útil ao agradável.
BRILHANTE,
para a escola de bicicleta. Aceitado a proposta, logo surgiram outras crianças que se alegravam ao vê-lo passar e queriam participar. Dessa forma, Josias leva atualmente cinco crianças para a escola nos dias de
” UM JOVEM ME DEU O APELIDO DE MENTE
que levasse todo os dias seu filho
PORQUE
SEMPRE DAVA AS IDEIAS DO QUE FAZER COM OS PALLET” Sr. Josias não possui um lugar próprio para a marcenaria, e tentou se estabelecer em diversos locais, que segundo ele não funcionavam devido a pouca circulação e assim
semana,
e
várias
crianças
nos
fim-de-semanas para a Igreja, na bicicleta em que ele próprio adaptou peça por peça. “O TRABALHO DE VOCÊS VAI SER MUITO BOM, COMO EU JÁ TENHO PEDIDO SEM EU TER PLACA NEM NADA, COM A DIVULGAÇÃO VAI TER MAIS SERVIÇOS!” 37
Procuramos uma forma de colocar consiga, também, promover seu que ele pudesse divulgar os trabape lhos já feitos e criar uma einteração qui a bicicleta como protagonista da trabalho. a bd intervenção, pois a entendemos Além disso, propusemos aprovei- maior com os clientes. p& Finalizamos, . o t os) o ffoto stperfil a! a o uma de como uma expressão do trabalho de tar a boa localização em que ele criando p r r a retpara o s p o o n a r aç ecacartão de marceneiro e um traço marcante em está, ainda que não efetivamente, WhatsApp ordvisita com a esp rb (fo a r i et logo para que o Sr. potencial para o trabalho de identi- como maior meio de propaganda, imagem de. rsua bs O dade gráfica que veríamos a desen- já que há uma grande quantidade Josias consiga mais clientes com volver. A partir daí pensamos em de pessoas circulando pela área, uma identidade visual que transpacolocar seu nome e seu telefone na utilizando um cavalete com o intuí- reça
sua
personalidade
bicicleta em estêncil para que ao do de melhorar ainda mais a divul- cresça no mercado. levar as crianças à escola Sr. Josias
gação. Criamos um Instagram para
Evolução da logo:
OSIA
J
sIa jO S
S
JOSIAS
sIa jO S
I
A
RC
O
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rO
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MARCENEIRO
ENE
Logo Final
38
e
assim
J
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JOSIAS
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M
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MARCENEIRO
ENE
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Daniel Brier, morou em Olinda, localizada no litoral do estado de Pernambuco (PE), natural da praia de Casa Caiada. No Brasil, costumamos dizer que o primeiro presente de todo menino é uma bola, mas para alguns pode ser uma prancha. Aos 11 anos de idade, percebeu que a prancha seria bem mais que um brinquedo de criança, era um sonho que se tornava realidade e, como ele mesmo diz:
“Tenho certeza que nasci com água salgada nas veias.’’
Fanático pelo surf, sonhador, caçador de ondas gigantes; assim podemos definir Daniel, responsável e idealizador da PE no surf. Mesmo não existindo histórico em sua família de alguém que compartilhe o amor pelo esporte, ele pretende continuar a disseminar a sua paixão nas próximas gerações. Foi no ano de 2008 quando tudo começou. Daniel, sempre teve o sonho de ser um surfista profissional, mas não teve muito apoio por motivos de o surf não ser um esporte de muito prestígio na época. Porém o sonho não para por ai, com o objetivo de se manter conectado nesse mundo do esporte radical, ele sai de Olinda pela grande quantidade de tubarões e se muda para Porto de Galinhas, litoral Sul de PE, onde inaugura sua escola de surf e torna-se criador do principal torneio local, o Gatos do Lixo.
“Sou muito feliz, pego onda no Brasil inteiro, se eu não tenhoa vida que pedi a Deus é bem parecida.’’
pe qui e a bd p& o s). t fo sto a! a o r r ret s pa p o o n a aç car ord esp rb (fo a r i et s. r Ob
PE NO SURF Grupo: Bruna Times Giovana Nogueira Beatriz Barreto Thiago Valadares Local: Praia de Porto de Galinhas, PE A escolinha foi crescendo e mais pessoas foram se agregando a ela, começando por Laura, mais conhecida por Laurita e por pintar as incríveis pranchas. Nascida na Argentina, trabalhava como salva vidas e veio ao Brasil para tentar ganhar a vida aqui, onde conheceu Daniel e começou a trabalhar com ele. E depois chegou Denis, outro apaixonado pelo surf que passa a fazer parte do time.
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A PE no surf é um nome de duplo sentido. Essa ambiguidade se encontra no ‘’PE’’ que remete tanto a Pernambuco quanto o pé na prancha. A história da criação da logomarca é muito interessante; O responsável explica que a logomarca surgiu como uma forma de homenagem a Chico Sciense, principalmente na época do ‘’mangueboy’’, como muitos surfistas eram chamados por viverem nas praias ou próximos á mangues. Esses caranguejos, pelo qual acabou lhe inspirando ainda mais. Cada ano crescendo cada vez mais, a escola desenvolveu um projeto de SURF TRIP com o intuito de levar alunos para conhecer e surfar em outras praias que são próprias para a prática do esporte. Hoje, existe uma base da PE no surf na praia do Amor, em Pipa e estão abrindo uma na Bahia, na praia de Serra Grande. No nosso primeiro contato nos mostraram a logotipo existente, e a pedido de Laurita, ela nos solicitou a permanência das cores de Penambuco e do caranguejo na nossa nova proposta. Duas opções foram apresentadas ao cliente, sendo escolhida a segunda opção com as devidas alterções. Sendo usada a fonte ISOCTEUR pela clareza e simplicidade condizendo com a escola PE no surf. O primeiro produto que pensamos foi o boné devido a alta exposição ao s durante todo o tempo de trabalho e camisas para todos os instrutores com um tecido mais leve para não incomodar durante as aulas de surf. Além desse, outro produto para facilitar o trabalho foi a criação de um catálogo mostrando o serviço oferecido pela escola
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Produtos
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