A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
M AG A Z I N E
QUAL É O ROLÊ DE
ELON MUSK?
O EMPRESÁRIO MAIS POP STAR DOS ÚLTIMOS TEMPOS DIVERGE OPINIÕES MESMO AO TENTAR RESGATAR CRIANÇAS NA TAILÂNDIA.
Foto: Krisztian Bocsi—Bloo mberg/Getty
Images
VOCÊ, QUE FUMA MACONHA! LUIZ AUGUSTO ARAÚJO TRAZ PARA A RODA UM ASSUNTO CADA VEZ MAIS DISCUTIDO COM SERIEDADE: A DESCRIMINAÇÃO DAS DROGAS.
BEM TUA CARA MESMO! DIEGO CAMPOS FALA SOBRE O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E RECONHECIMENTO FACIAL NAS LOJAS 7-ELEVEN DO SUDESTE ASIÁTICO.
Foto: br.fotolia.com
Foto: br.fotolia.com
@ENCONTRESABER YOUTUBE.COM/ENCONTRESABER FB.COM/ENCONTRESABER
A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
PÁG. 4 e 5
M AG A Z I N E
Ao tentar salvar crianças na Tailândia, Musk foi chamado de marketeiro e não curtiu. Foto: Business Insider
Foto: Business Insider
PÁG. 6 Daniela Taminato conta como foi a 1ª edição do Inconformakers. Foto: br.fotolia.com
A
gosto é um mês icônico para a comunidade Exponential! Podemos chamar essa Magazine nº 13 de "edição especial de aniversário". Isso porque fechamos o ciclo de 1 ano desde a primeira edição, publicada em agosto de 2017. Foi em agosto também, de 2016, que o grupo matriz, o Exponential Group, foi criado. Ou seja, só aumenta a responsa de fazermos bonito. E é por isso que trouxemos para a matéria de capa desse mês um assunto que todo mundo diz que não gosta, mas ninguém deixa de acompanhar: fofoca! Sim, vocês gostam de fofoca, por mais que digam o contrário. E o babado da vez coloca em evidência o Tony Stark (ou Lex Luthor?) da vida real, o Luciano Huck (ou Eike Batista?) da exploração espacial, o Cristiano Ronaldo (ou Neymar?) do empreendedorismo: Elon Musk! Pra quem não sabe, o bilionário popstar tentou salvar os meninos que estavam presos na caverna da Tailândia no resgate que comoveu o mundo nesse mês de julho. Mas, ao invés de sair por cima e sambar sob chuva de prata, ele acabou se envolvendo numa briga internética com um dos protagonistas do salvamento, que o mandou enfiar o submarino no brioco (sim, tava nesse nível). Ok, ok! Além desse momento Nelson Rubens, a Magazine traz também um report que a Daniela Taminato fez sobre a 1ª edição do Inconformakers, além de um artigo escrito pelo Luiz Araújo sobre a liberação das drogas (leia antes do Natal). E mais: uma matéria escrita pelo Diego Campos sobre o uso de reconhecimento facial em lojas de varejo no sudeste asiático (uma das melhores matérias já publicadas aqui na Magazine, segundo a minha opinião). Por fim, uma entrevista com o samurai da inovação: Ale Uehara, fundador e CEO da MJV Technology & Innovation Brasil. Só por esse badge já vale a conferida! Boa leitura! ;) Bruno Seidel
PÁG. 7 e 8 Luiz Augusto Araújo acende e repassa a pauta sobre a legalização das drogas. Foto: br.fotolia.com
PÁG. 9 Diego Campos fala sobre o uso de reconhecimento facial e inteligência artificial em mais de 11 mil lojas na Ásia. Foto: br.fotolia.com
PÁG. 10 Entrevista com Ale Uehara, faixa preta no assunto Open Innovation.
QUER ESCREVER PARA A EXPONENTIAL MAGAZINE? Curte escrever sobre futurismo, inovação ou tecnologia? Gostaria de usar esse espaço para apresentar seu projeto ou divulgar algo bacana? Manda um e-mail para exponentialmagazine@gmail.com ;) OBS.: os artigos publicados na Magazine correspondem às opiniões de seus autores e não necessariamente representam o posicionamento da comunidade Exponential.
Foto: Divulgação EM
A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
FICOU PISTOLA! D
urante quase três semanas de aflição, o mundo acompanhou atento a situação dos 12 meninos e seu treinador do time de futebol juvenil dos Javalis Selvagens, que ficou aprisionado na caverna Tham Luang, no norte da Tailândia. A extraordinária história, que ainda vai render muitos filmes, documentários e palestras motivacionais, teve um final feliz no último dia 10 de julho, quando todos foram resgatados com vida, para o alívio do mundo inteiro. Durante os momentos de tensão e incertezas, contudo, entrou em cena o bilionário pop star Elon Musk dando uma de Luciano Huck e revelando planos de salvar a equipe através de um minissubmarino que, segundo o próprio Musk e a equipe da Space X, teria condições de executar a missão de resgate com êxito. Aí, pronto: a mídia do mundo todo passou a dar atenção ao magnata super-herói, que chegou a ir para a Tailândia e até levou o submarino ao país como sugestão. A ideia, contudo, não chegou a ser colocada em prática e os 12 meninos e seu treinador acabaram sendo salvos por uma equipe de resgate internacional.
Vernon Unsworth, o "amigo virtual" de Elon Musk. (SQN)
4
Acontece que um dos integrantes da equipe de resgate, o mergulhador britânico Vernon Unsworth, classificou a tentativa de Musk como uma “manobra publicitária” e que, conforme disse em uma entrevista à BBC, “não tinha qualquer possibilidade de funcionar". Ele ainda teria dito, de forma bem direta, para o empresário enfiar o submarino "no lugar onde dói". Unsworth, que vive parte do ano na Tailândia, entrou na caverna Tham Luang quando os meninos ainda estavam desaparecidos e repassou informações sobre a estrutura e os pontos de alagamento. Ele também ajudou a selecionar, para atuar no resgate, um grupo com os maiores especialistas em mergulho do mundo.
O bilionário reagiu a essa declaração de maneira nada elegante. Em sua conta no Twitter, que possui 22 milhões de seguidores, Musk se referiu ao mergulhador como "pedo guy” (pedófilo): "Nós vamos fazer (um vídeo mostrando) o minissubmarino entrando na caverna 5 sem problemas. Desculpe, cara pedófilo, você pediu por isso", soltou Musk. Aí, já viu, né?! A treta estava armada! Musk foi além e ainda questionou o trabalho de Unsworth em mais uma mensagem via Twitter que não condiz em nada com sua reputação de bom moço: "Nunca vi esse britânico expatriado que vive na Tailândia em nenhum momento quando estávamos na caverna". Logo depois, o bilionário apagou as mensagens da sua conta no Twitter, mas o estrago já estava feito: Unsworth chegou a afirmar que tomaria medidas legais contra as acusações: "Isso não acabou. Acho que ele me chamou de pedófilo. Isso mostra que tipo de pessoa ele é". O b a r ra c o n ã o f e z b e m p a ra a popularidade do dono da Tesla. As ações da empresa caíram mais de 3,5% na semana seguinte. Internautas criticaram a atitude de Musk e chegaram a questionar a sua saúde mental e sua capacidade de conduzir as corporações que ele administra.
Foto: Divulgação EM
A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
Passado o chilique, Musk reapareceu para se retratar nas redes sociais e pediu desculpas pelo ocorrido: "Suas ações contra mim não justificam minhas ações contra ele, e por isso peço desculpas ao Sr. Unsworth e às empresas que represento como líder", escreveu Musk na rede social. "A culpa é minha e só minha." Ele ainda disse que suas palavras foram "ditas com raiva depois que Unsworth falou várias inverdades e sugeriu que eu participasse de um ato sexual com o minisubmarino, que foi construído como um ato de bondade e de acordo com as especificações do líder da equipe de mergulho". (Ou seja, para Musk, atos sexuais e amor podem ser coisas diferentes)
Ilustração: Davies Surya
O mesmo popstar que hoje tem discussões de nível colegial nas redes sociais e que chegou até a ser comparado com o empresário brasileiro Eike Batista nos grupos Exponentials é um campeão de popularidade entre os amantes da inovação. Há seis meses, ele enviou um foguete com um Tesla Roaster para o espaço e, no ano passado, recebeu agradecimentos do governador de Porto Rico por montar um sistema de energia solar capaz de fornecer eletricidade para um hospital infantil após a passagem de um furacão. Parece que até mesmos os "superheróis da vida real", tidos como "mitos dos tempos modernos", estão sujeitos a seus lapsos de fúria.
Ilustração: Davies Surya
Não nos esqueçamos de que Musk é, acima de tudo, um humano, que "levou um fora" e não reagiu bem (e ainda teve a decência de pedir desculpas).
Se até o intocável Elon Musk ficou de beiço e xingou muito no Twitter, que mal tem a gente dar nossos deslizes de vez em quando, não é mesmo? ;)
5
A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
S E R O D FAZEMADOS INCONFOR
P
ela segunda vez estive no palco do Campus São Paulo - A Google Space: dessa vez pra tratar de tecnologia aplicada com o propósito de solucionar desafios globais da humanidade: frio, como minimizar desastres de enchentes, acesso à higiene básica, educação financeira para pessoas que acabaram de sair de situação de rua, tecnologia aplicada para promover a igualdade racial, uma nova forma de um capitalismo mais consciente... foi uma noite inspiradora e de muita realização! Pessoas incríveis subiram ao palco para contar suas histórias de inspiração! Abri o evento com um Call for Action. O amigo Marc Tawil falou brilhantemente sobre o Capitalismo Consciente. Em seguida um case matador da startup Pluvi.On reconhecida pela ONU e representada no palco pela Mariana Marcílio. Contando do programa “Call for Code” da IBM, ele que topa sempre meus projetos doidos, o querido Marcelo Spaziani. Depois um case de parceria entre startup de educação CONQUER e o Projeto Lavanderia com Josef Rubin e Lucas Caldeira Brant. Pra fechar o sensacional Antonio Pita contando da startup Black Diaspora. Fazemos parte de uma bolha dentro do país: somos extremamente privilegiados por poder pensar em inovação quando a maioria da população brasileira (afinal o país extrapola a realidade das cidades grandes) só tem a permissão se pensar em como sobreviver no mês seguinte. O que me deixou mais EMOCIONADA foi perceber que há essa consciência de privilégio entre os Exponentials. A equipe que me ajudou no InconforMAKERS foram aqueles inconformados que sabem que a AÇÃO é o que faz a real diferença na mudança do mundo.
6
inato por Daniela Yoko Tam
E quando falamos de impacto, falamos de sair das teorias e predições de futuros possíveis (que também são super importantes), nos apoderamos do AGORA e realmente nos tornamos agentes no HOJE para que o FUTURO seja como queremos que ele seja. Empregando todo o conhecimento das informações que temos nos grupos, utilizando toda a riqueza de informações dos debates entre os vários grupos Exponentials para causar TRANSFORMAÇÃO. Todo o evento foi feito sem nenhuma grana: o Google Campus cedeu o espaço e a estrutura, toda a equipe foi voluntária, os palestrantes não receberam para compartilhar histórias e conhecimento. Para a inscrição no evento, apenas pedimos a doação de agasalhos e cobertores que foram encaminhados ao Projeto Lavanderia que contou sua história no palco. O emocionante foi verificar que nas doações muita gente trouxe roupas e agasalhos novos, ainda com etiqueta. A escala do impacto é pequeno, mas para um indivíduo de rua que receber esse agasalho, pode ser a diferença entre um frio cortante na noite e sua sobrevivência na cidade. Parece dramático, mas a realidade do hoje é dramática. O que me deixa muito otimista é poder enxergar uma força MAKER nos Exponentials. Isso é o que me motiva a continuar dando meu tempo e minha energia nos InconforMAKERS. Até agora recebendo agradecimentos e ideias de gente que ficou INSPIRADA para fazer parte da MUDANÇA! Muito trabalho colaborativo para fazer acontecer: contei com a ajuda de pessoas incríveis e super talentosas na equipe. Valeu a pena e vai ter MAIS! Agradecimentos especiais a Andrey Vieira, Beatriz Massaioli, Danielle Schneider, Diego Campos, Fabiana Gomes, Marcos Hirano, Maria Aparecida Moura, Milena Alves, Priscila Alvarino, Robert Wagner, Robson Luis, Rodrigo de Oliveira, Rossana Larronda e Stefani Santana.
Matéria escrita por Daniela Yoko Taminato Dani é comunicóloga, marketeira e administradora. Apaixonada por livros, viciada em mochilões, ligada no mundo da inovação e das organizações exponenciais.
Foto: br.fotolia.com
A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
LEGALIZE JÁ?!? por Luiz Augusto Araújo e Cammilla Horta
s drogas ilícitas são um tabu. Por não serem permitidas pela lei, a sociedade rejeita seu uso e seus usuários publicamente, mas é a mesma sociedade que gera demandas cada vez maiores pelas mesmas drogas. Ainda assim, usuários que não conseguem se esconder dos olhos do público são marginalizados e criminalizados.
A
Para descobrirmos quais drogas fazem realmente mal à saúde, temos que recorrer à química avançada, à pesquisa clínica em seres vivos e testes exaustivos que podem exigir muito tempo até que tenham resultados conclusivos para consumos em curto, médio e longo prazos. Com isso, fica a impressão de que há um impasse eterno entre pessoas contra e pessoas a favor da liberação das drogas.
Nem toda droga vicia, seja lícita ou ilícita. Mesmo que o vício possa causar comportamento violento, não é do comportamento violento de viciados que surge a maior parte da violência ligada ao tráfico, que vem da complexa dinâmica entre locais de produção e distribuição de drogas, a polícia e o exército, que tentam – pelo menos via de regra – desempenhar seu papel de reforçar a lei.
Acredito que a abordagem “legalize já”, apesar de ter sua utilidade, já desempenhou seu papel. Até porque numa cultura de moral – pelo menos publicamente – tão contrária a drogas ilícitas, abordagens assim acabam sendo vistas como radicais e tendem a afastar quem tem a opinião contrária ainda mais para o outro extremo.
Muitas drogas são consideradas ilícitas em quase todos os países(1), outras sempre foram legais e nunca foram sequer contestadas. Uma droga ser ilícita não significa que ela seja necessariamente prejudicial à saúde ou mais prejudicial à saúde do que outras drogas lícitas. Do ponto de vista químico há um espectro enorme de variáveis a serem avaliadas e talvez uma das principais seja a dose. Como dizem os farmacêuticos: “Qual é a única diferença entre um remédio e um veneno? A dose!” Podemos levar esse conceito além e aplicá-lo a qualquer coisa que possa ser ingerida ou colocada de alguma forma para dentro do corpo humano. Água demais mata. Oxigênio demais mata. Um pouquinho de cianeto não faz mal nenhum.
Como recomeçar essa conversa de uma forma mais diplomática? Lembrando que, por mais diplomática que seja, a lei que está posta continua sendo contrária(2). Abordar o assunto legalização é já começar remando contra uma enorme maré de uma política velha sustentada por tabus culturais muito enraizados no mundo inteiro. Trazer especialistas em química, biologia, farmácia e medicina é importante, mas não tão importante quanto se imagina. Apesar de fundamental para um embasamento racional, talvez a maior barreira com relação a este tema seja irracional, diretamente ligada ao moralismo e à religião, à noção de pecado, da “pureza do corpo e da alma” e de estarmos “poluindo nossos corpos” com drogas ilícitas.
7
A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
É muito interessante observar aqui que, apesar de, em linhas gerais, o Estado ter se tornado cada vez mais laico ao longo da história das civilizações, ele continua de certa forma definindo para as religiões o que é e o que não é “pecado”. Cientistas e médicos evitam muito o envolvimento nesse assunto pelo medo de perseguição. Por isso, temos relativamente poucos especialistas abordando o tema. O envolvimento deles é necessário, e em si já é uma tarefa monumental. A questão que fica é: como abordar o tema na mídia de forma a construir um debate racional, que ouça as diferentes opiniões e seja pautado por conhecimento, minimizando a influência de pessoas e entidades que não tenham interesse na promoção e no avanço deste debate? Padres cientistas, talvez? (É para descontrair, mas há muitos padres cientistas!)
Leituras sugeridas e referências: (1) Isso ocorre porque, desde 1961, há tratados internacionais que estabelecem o que são as drogas (e as substâncias controladas). Link para tratados: https://www.unodc.org/unodc/en/treaties/index.html Muitos dos tabus em relação a algumas das substâncias podem ter raiz nesses tratados: os opióides medicinais já eram bem conhecidos quando os países concordaram sobre a necessidade de serem controlados, e isso fez com que seu uso medicinal, ainda que sujeito a controle, não seja necessariamente um “tabu”. Diferente do que ocorre, por exemplo, com a cannabis medicinal: como não existia conhecimento científico consolidado na época que foi determinado o controle, mas a planta e o THC entraram na lista das convenções que, apesar de legitimarem o uso científico e medicinal de QUALQUER substância, acabaram por causar um incentivo negativo para pesquisas com algumas das substâncias, sujeitas a um controle mais rígido, porque dificultaram o acesso a elas. (2) A Lei está baseada em consensos internacionais que são muito difíceis de modificar. Em muitos países, a liberação ou proibição de drogas está necessariamente vinculada aos Tratados Internacionais. Ou seja, a norma interna não pode mudar se o Tratado não for alterado antes – nem pra ser mais dura, nem mais flexível – no caso dos Tratados de Drogas, eles são estabelecidos como controles “mínimos”, ou seja, caso o país queira implementar controles adicionais, ele pode. O que não pode é controlar menos. Alguns países não permitem essa flexibilidade, exigem que o entendimento mundial mude para que o entendimento nacional possa ser alterado. •https://g1.globo.com/bemestar/noticia/oms-afirma-que-consumo-de-drogas-causa500-mil-mortes-anuais.ghtml •https://www.cartacapital.com.br/saude/250-milhoes-de-pessoas-usam-drogas-nomundo •https://istoe.com.br/185924_ALCOOL+MA TA+9+VEZES+MAIS+QUE+DROGAS+ILICIT AS+DIZ+PESQUISA/ •https://g1.globo.com/rn/rio-gr ande-do-norte/noticia/78-das-mortes-tem-relacao-como-trafico-de-drogas-diz-secretaria-de-seguranca-do-rn.ghtml •http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/06/onu-diz-que-183-mil-mortes-tiveramrelacao-com-drogas-em-2012.html •https://www.youtube.com/watch?v=xZTXkR07zmo •https://super.abril.com.br/saude/brasil-e-um-dos-paises-com-menos-mortes-por-usode-drogas/ •http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/09/brasil-e-o-segundo-maiorconsumidor-de-cocaina-e-derivados-diz-estudo.html •https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/10/111006_homicidios_br asil_ranking _joao_rw
Foto: br.fotolia.com
Texto originalmente publicado em: coletivomula.wordpress.com/2018/07/17/legalize-ja/
Artigo escrito por Luiz Augusto Ferreira Araújo
8
Luiz Augusto Ferreira Araújo, homem, branco, heterossexual, cis, nascido em Belo Horizonte em 17 de maio de 1982. Pai do Luke, divorciado. Formado em Engenharia de Controle e Automação, tradutor por vocação, empresário de traduções e tradutor juramentado de português, inglês e espanhol. Entusiasta e estudioso de tecnologia, comunicação, ciência, política, artes, filosofia, história, psicologia, futebol, etc. Gosta de estudar, conversar, ajudar, ser ajudado e gosta de incomodar. Sem dúvida prefira conversar 10 minutos do que escrever mini-bio.
A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
DEEP-RETAIL Foto: br.fotolia.com
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E RECONHECIMENTO FACIAL NAS LOJAS 7-ELEVEN DA TAILÂNDIA por Diego Campos
Foto: Divulgação EM
Apesar de parecer meio Black-Mirror, este tipo de tecnologia está ganhando tração no mercado asiático, particularmente na China, com alguns exemplos que listo a seguir:
BingoBox, loja de conveniência sem caixas em Shanghai. Você deve fazer login em um sistema com QR Code antes de entrar na loja e então um sistema de reconhecimento facial toca um alarme se alguém não autorizado entrar. Depois, basta passar o código dos produtos e o usuário paga com sua conta Wechat ou Alipay.
Foto: Divulgação EM
KPRO, um braço da KFC na China, que permite com que os usuários paguem com um sorriso. Um terminal “sorria para pagar” instalado em setembro de 2017 permite que os usuários loguem e paguem com usa conta Alipay, usando escaneamento facial.
Foto: Divulgação EM
D
esde março de 2018, as lojas da rede 7-eleven na Tailândia anunciaram o início do uso de reconhecimento facial e inteligência artificial em suas mais de 11 mil lojas. A rede irá utilizar a tecnologia da americana Remark Holdings para identificar usuários recorrentes, sugerir produtos aos consumidores, analisar o tráfego nos corredores das lojas, monitorar estoque de produtos na prateleira e até mesmo analisar as emoções dos clientes enquanto trafegam pela loja.
Foto: Divulgação EM
Empreendedor, designer estratégico, futurista, especialista em marketing, fundador da Sopa.ag, fotógrafo e mochileiro. Não exatamente nesta ordem.
Texto originalmente publicado em: http://bit.ly/2LhGoHw
Mais recentemente, a “Farmácia do Futuro” da Alipay inaugurou seu sistema de pagamento por reconhecimento facial que permite com que os usuários de remédios controlados que esqueceram suas identificações possam realizar a compra. Isto mostra a força com que os gigantes chineses da BAT (Baidu, Alibaba e Tencent) estão entrando na área da saúde.
Também a loja de doces Lolli & Pops revelou seus planos de usar reconhecimento facial para melhorar a experiência de seus clientes fieis e recorrentes. Ao entrar na loja, os vendedores poderão ver quais as preferências e compras anteriores para fazer recomendações assertivas, sabendo inclusive se o consumidor tem alergias. O programa será introduzido em diversas lojas ainda em 2018. Reconhecimento facial in-store significa também acesso a uma mina de ouro em dados do consumidor. Informações s o b r e a j o r n a d a d o c o n s u m i d o r, comportamento de compra e estado emocional poderão permitir que os lojistas desenhem modelos detalhados dos consumidores individuais que eles atendem. Em breve, estes sistemas poderão conhecer o consumidor muito profundamente, até melhor do que os próprios consumidores. Esta é uma tendência chamada de DEEP RETAIL. Então ficam as provocações: como colocar a tecnologia de reconhecimento facial para trabalhar no profundo conhecimento e entendimento dos clientes? Como atender às crescentes expectativas dos consumidores tendo estes dados em mãos?
9
A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
ENTREVISTA com Alexandre Uehara Líder em Open Innovation na MJV Technology & Innovation Brasil
1 - Como especialista em inovação e tendo um olhar apurado nesse segmento, como você enxerga o papel dos vários grupos Exponentials na identificação de talentos, conexões e oportunidades para pessoas que pretendem se destacar nessa área? AU - Os vários grupos Exponentials se tornaram uma parte importante desse ecossistema que não é só de negócios e oportunidades, mas também de conexão e networking. Digo que estamos vivendo uma fase de colaboração e de constante aprendizado, vide o Design Thinking, Metodologias Ágeis, etc… e é isso que tenho sentido também nos grupos. Quando falamos em Inovação, muitos associam à tecnologia, mas o mais importante são as pessoas. Por isso temos de aproveitar o que de mais importante tem nos grupos, que somos nós, as pessoas.
2 - Você tem frequentado e realizado vários eventos sobre esse tema em São Paulo, certo? O que tem aparecido de mais interessante por aí? AU - O que sempre digo em minhas palestras ou workshops ou nos eventos é que temos muito conteúdo, principalmente na Internet (cuidado apenas para encontrar o melhor conteúdo), muitas coisas free e muitas palestras que são gravadas. Então aproveitem esses eventos, não só pelo conteúdo mas, principalmente, para networking. É de uma conversa com essas pessoas que encontramos coisas interessantes, seja da vida pessoal dela, seja da experência, seja de tecnologia, etc.
10
A
le Uehara é especialista em Estratégia de Inovação, apaixonado por pesquisas sobre Tecnologias Disruptivas; Open Innovation; Futurismo; Digital Transformation; Startups; Fintechs; Blockchain; Smart Cities; Meios de Pagamento; Wearables; Chatbot; Realidade Virtual, Aumentada e Mista; Beacons; Inteligência Artificial; Big Data; Cloud e IoT.
3 - Dentro das corporações tem-se falado muito sobre Inovação. Como criar uma estratégia de Inovação? AU - Não é um caminho fácil. A empresa é feita de pessoas e o primeiro e importante passo é engajar e mudar o mindset delas. Um trabalho que não é de curto prazo, pois mudança de mindset é difícil. A inovação dentro de uma organização pode começar com a criação de uma área, que vai puxar o tema para as demais áreas, mas não pode deixar restrito a área de Inovação. A inovação tem que vir dos colaboradores, tem que estar na veia. Por isso o ideal é que, a médio e a longo prazo, essa área de Inovação não exista mais e que, naturalmente, surja das pessoas.
5 - Fale sobre seu trabalho à frente da (que você está desenvolvendo com Inovação Aberta na) MJV Technology & Innovation Brasil. AU - Como vim do mundo corporativo e tenho experiência de muitos anos, sei as dores e problemas para fazer a mudança de mindset ou de criar uma área de Inovação. Assim meu trabalho hoje é ajudar as grandes corporações, seja fazendo palestras, seja fazendo workshops, seja fazendo um Design Thinking, Design Sprint, etc. E no próximo passo, trabalhar com o Open Innovation (Inovação Aberta) conectando com startups, universidades e pesquisadores, ou fazendo hackathons, ou criando um programa de ideias dentro da empresa...
4- Que tipo de domínio sobre novas tecnologias um profissional de inovação precisa ter para se manter constantemente atualizado?
6 - Que dicas você dá caso alguém queira criar uma area de Inovação na sua empresa?
AU - Depois de tanto falar de pessoas (que, como pode ver, para mim é o mais importante em Inovação), não se pode esquecer de tecnologia, pois é um impulsionador. Sou formado em tecnologia e é um tema ao qual estou sempre atento. Exemplo: Realidade Aumentada, Realidade Virtual, Realidade Mista, Internet das Coisas, Blockchain, Inteligência Artificial, etc. Programar, por exemplo, será uma habilidade que todos terão que possuir. A meu ver, todos têm que saber e conhecer as tecnologias existentes, pois no futuro elas serão “transparentes” e essenciais no nosso dia a dia.
AU - Uma empresa é feita por pessoas. Então, entenda quem são essas pessoas, entenda a cultura da organização e, aí sim, crie uma estratégia para a área de Inovação. Mas, mesmo assim, tenha em mente que a inovação tem que vir das pessoas, tem que estar na “veia das pessoas”. Ou seja, a área de Inovação é o impulsionador, mas não podem depender dela. A inovação surge dos colaboradores. Tem que criar uma estratégia para essa mudança de mindset (entre elas, a exponencialidade, que tanto discutimos nos grupos) para, então, criar o processo ou iniciativas que pode ser, por exemplo, o Open Innovation.
A N O 2 | N º 1 3 | E D I Ç Ã O D E A G O S T O D E 2 0 1 8
REC ÉM C HEGA D@? Para você que tem dúvidas sobre a franquia de grupos Exponential, confira o nosso Guia de Sobrevivência e saiba mais sobre esse fenômeno das mídias sociais.
bit.ly/guia-sobrevivencia Lista de spinoffs: bit.ly/listadespinoffs
NA EDIÇÃO ANTERIOR Na 12ª edição da Magazine o assunto da vez foi Open Innovation, o "jargão da vez", que ganhou uma matéria de capa assinada pela Gláucia Alves da Costa (que mulher!). Outro tema, que envolve diretamente a questão do bilinguismo e da capacidade de se comunicar fluentemente em outros idiomas, foi trazido pelo Luiz Fernando Schibelbain. E, pra completar, uma matéria sobre o uso da Inteligência Artificial na Copa do Mundo, evento que atraiu os olhos do mundo nos meses de junho e julho e que terminou com o bicampeonato da França e seus negros maravilhosos. Ah!! E o que dizer da nossa entrevistada Monique Wasserman? Que guria sensacional! *.*
A Exponential Magazine chega até você graças aos seguintes apoiadores: Ana Cláudia Seibel Schuh, Andrea Bisker, André Coelho, Arthur Garcia, Bernardo de Azevedo e Souza, Brenno Faro, Bruno Sabino, Caio Vinicius de Matos, Cassiano Calegari, Cecilia Ivanisk, Ciro Avelino, Cristiano Borges Franco, Daniela Yoko Taminato, David Medeiros Ortenzi, Debora Cristina Moraes Santos, Debora Souza, Dennis Altermann, Diogo de Souza, Diogo Tolezano Pires, Dom Queiroz, Eduardo Azeredo, Eduardo Seelig Hommerding, Everton Kayser, Fabiane Franciscone, Fatima Fernandes Rendeiro, Felipe Couto, Felipe Menezes, Filipe Braga Ivo, Gi Omizzolo, Gisele Hammerschmidt, Guilherme Massena, Gustavo Nogueira, Henrique Bastos, Hugo Santos, Ivan de Souza Cardoso, Jacques Barcia, José Luiz Gomes Ramos, Karla Rocha Liboreiro, Kelly Inoue, Leonardo Aguiar, Letícia Pozza, Lidia Cabral, Ligia Zotini Mazurkiewicz, Lucie Alessi, Lucio Mello, Luis Gustavo Delmont, Luiz Augusto Ferreira Araújo, Marcelo Amado, Márcio Silva (Frango), Mariana Francisco, Mariana Marcílio, Marcelo Tas, Mauro Federighi, Mine Caxeiro, Natasha Pádua, Paula de Souza Avila, Paulo Henrique Azevedo, Pedro Godoy, Plínio Carvalho, Régis Klein Amorim, Renato Bliacheriene, Ricardo Morgado, Ricardo Neves, Ricardo Pelin, Roberta Ramos, Roberto Wickert, Ruben Feffer Binho, Sephora Lillian, Tania Kulb, Thelma Nicoli Wiegert, Thiago Abreu, Vanessa Mathias, Victor Hugo Rocha, Victor Morganti e Vinicius Soares.
11
b_arco Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, n°426 Pinheiros
11 DE AGOSTO das 9h às 16h BETA RAMOS
FELIPE MENEZES
EDU AZEREDO
HUGO SANTOS
LAURA PEÑA
ANDRÉ SECCO RICHTER
MARI MARCÍLIO
NELY SILVESTRE
CONRADO SCHLOCHAUER
LU BAZANELLA
wtf.school/ftsp
S
C
H
O
O
L
WISDOM AND TECHNOLOGY FOR THE FUTURE!