Exponential Magazine - Nº 29 dezembro/2019)

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M AG A Z I N E O HOMEM DAS CAPAS

TIAGO MATTOS PUBLICITÁRIO, EDUCADOR, EMPREENDEDOR, FUTURISTA, AUTOR E PAI DO VALENTIN. AS VÁRIAS ENCARNAÇÕES DESSE FREQUENTADOR DE CAPAS DE REVISTAS.

Foto: Arquivo Pessoal

A NERDAIADA PIRA! VEM AÍ A CCXP 19, EM SÃO PAULO, UM DOS MAIORES EVENTOS GEEKS DO MUNDO! EM Foto: Divulgação

PARE O MUNDO! MUNDIAL DE CLUBES DA FIFA SE DESPEDE DO FORMATO ATUAL PARA REINVENTAR A HEGEMONIA DO FUTEBOL. Foto: Divulgação EM



Foto: Ana Branco / Agência O Globo

PÁG. 4 e 5 As várias encarnações desse cara que adora estampar uma matéria de capa. Foto: fenae.org.br

PÁG. 6 e 7

E

ssa revista certamente nunca existiria se não fosse por ele. Tiago Mattos, o cara que está na capa dessa edição de dezembro é o grande responsável por conectar, através do Friends of Tomorrow, entusiastas do Futurismo espalhados pelo Brasil. E foram essas mesmas pessoas que, uma vez conectadas, impulsionaram uma comunidade incrível que ganhou o nome de Exponential. E, adivinha, foi assim que surgiu essa publicação periódica que chega à sua 29ª edição. Tá certo que a pauta "Futurismo" já não é o carro chefe da comunidade e nem dessa revista já faz algum tempo, mas isso se deve a um fenômeno que o próprio Tiago costuma defender: a ideia de popularizar essa discussão, de transitar entre outras áreas de interesse. "Torço para que o Futurismo seja mais Orkut e menos Pinterest", disse ele, uma vez. Se foi "praga" jogada pelo Tiago ou não, essa revista está ganhando um ar mais "pop" a cada edição. Tanto é que temos, dessa vez, matérias que falam de assuntos como a CCXP e até futebol. Num texto escrito pelo Guilherme Rangel, vamos saber mais sobre essa tal de Comic Con Experience, o maior evento geek do Brasil e que vai reunir centenas de milhares de nerds e fãs da cultura pop nesse mês de dezembro, em São Paulo. Agora, se tem um evento que coloca em discussão o futuro do esporte mais popular do planeta, esse é o novo Mundial de Clubes que a FIFA pretende implementar a partir de 2021. Pois aqui temos uma matéria sobre o torneio que reúne os campeões continentais e que, em dezembro, terá equipes como Liverpool e Flamengo disputando o topo do mundo. E já que é pra falar de coisas simples e que abrem nossa mente para o novo, a entrevistada dessa última edição de 2019 é a super simpática Clarisse Gomes, uma das fundadoras do Inova Simples. Vale a pena conferir o que essa guria tem pra dizer. Como pode ver, essa edição está para todos os gostos! Então, aproveita que é digrátis! Boa leitura! ;) Bruno Seidel

O que esperar da 6ª edição da CCXP, a maior reunião de nerds e fãs de cultura pop do Brasil? Foto: Divulgação EM

PÁG. 8 e 9 O cenário do futebol vai ganhar uma chacoalhada com o novo formato do Mundial de Clubes da FIFA. Foto: fifa.com

PÁG. 10 Uma conversa para simplificar a inovação com Clarisse Gomes. Foto: Divulgação EM

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TÁ NA CAPA R

eencarnação é uma palavra constante na trajetória pessoal e profissional de Tiago Mattos. Na verdade, é uma constante na vida de muita gente, mas que ganhou um diagnóstico repleto de observações e ensinamentos na visão desse publicitário, redator, educador, empreendedor, futurista, autor, pai, porto-alegrense e torcedor do Sport Club Internacional. E essa mesma trajetória, com todas suas idas e vindas, já impactou direta e indiretamente a vida de muitas pessoas. Inclusive a sua, embora você nem suspeite disso. Mas, antes de entendermos o combo de encarnações que resultou nesse Tiago Mattos aí, que hoje sorri na capa da revista e na pauta desta matéria, vamos resgatar as peças desse dominó exponencial e entender como elas ajudaram a estruturar esse cidadão. E como esse mesmo cidadão já impactou a vida de incontáveis indivíduos. Tiago começou sua carreira profissional como publicitário em 1997. Desde o começo, observe, ele tinha uma meta pessoal de "evoluir" a cada dois anos. Trocar de patamar. Mudar de prateleira. Um plano que, nas palavras dele, "foi arquitetado com um misto de intuição, ingenuidade e ambição". A ideia do então moleque de 18 anos era manter um crescimento acelerado. E, com o amparo de ótimos mentores, dedicação, talento e um reconhecida dose de sorte, os caminhos foram se abrindo. Ainda como publicitário e redator da DCS (uma das mais tradicionais agências do Rio Grande do Sul), Tiago conquistou títulos relevantes como Prêmio Redator do Ano, Young Creative e Grand Prix. Tudo ia bem, mas a vontade de se reinventar e de viver uma nova encarnação falou mais alto: "Por mais que, hoje, eu consiga entender bem proporção real desses feitos, também reconheço que esses acontecimentos vieram na hora certa. Foram cirúrgicos para construir uma parte importante da minha auto-estima", afirma Tiago. Foi um daqueles momentos de provocação que se instalam em nossas vidas e que nos possibilitam uma rara coragem de dar um "reset" e de se transformar. Depois de onze anos no mercado publicitário, Tiago abriu mão de uma posição confortável para assumir a Perestroika ao lado de seu sócio, Felipe Anghinoni, ex-diretor de criação da LiveAd.

Algumas das capas de revistas que colocaram o trabalho de Tiago Mattos em destaque: Você S/A (junho/2013); Pequenas Empresas Grandes Negócios (agosto/2017); Panorama (novembro/2019).

2019

JORNADA EXPONENCIAL

nascimento do Valentin

2017 Faculty na SU

Para chegar onde chegou, Tiago passou por diversas etapas e processos de reinvenção.

2015

autor do livro V.LE.F.

2014 1979 nasce no dia 10 de outubro, em Porto Alegre - RS.

1997

2008

início da carreira na propaganda.

sócio-fundador da Perestroika

2012 GSP na Singularity University

sócio-fundador da Aerolito

Começou uma nova encarnação na vida do ex-publicitário e agora educador. E também empreendedor. Em pouco tempo à frente do novo desafio, Tiago e Felipe transformaram a Perestroika numa referência de empreendimento, de revolução no sistema de ensino, de reconhecimento e de engajamento dos seus alunos, que passaram a assumir o papel de fãs, tendo a escola como uma "lovemark". Tudo isso ajudou a triplicar o tamanho da Perestroika em apenas um ano e, claro, elevou Tiago a um patamar desejado por todo tipo de empreendedor aventureiro. Mais uma oportunidade para se estabilizar na carreira e planejar a manutenção de um padrão de vida privilegiado, certo? Pois ainda viria o joelho da curva. Em 2012, Tiago foi aprovado para ganhar uma bolsa e participar do GSP12 da Singularity Univeristy, um programa de imersão de 10 semanas na unidade da Nasa, no Vale do Silício. Com os mais aclamados futuristas do planeta.


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NÃO SÃO PEDRAS! O objetivo de quem quer que fosse se submeter a esse programa da Singularity era bem ousado: “impactar positivamente 1 bilhão de pessoas em 10 anos”. E sempre com uma palavra chave que permeia os avanços tecnológicos e o poder real de impacto: “exponencial”. Pensar e trabalhar com Futuro, ali, ia muito além de previsões e tecnologias. Pois nascia assim o "futurista Tiago Mattos". Nas palavras dele, “a Perestroika e as iniciativas que eu tinha ajudado a co-criar me catapultaram para a Singularity. E lá, entendi que havia um novo ciclo para mim, ligado a Futurismo.” Repare que essa nova encarnação (a quarta, se não erramos as contas), não surge do zero. Não é um refresh total de alguém que largou tudo para começar algo novo. É um resultado do acúmulo de experiências e vivências que o levaram até essa nova etapa. Dificilmente o Tiago publicitário, sem a mutação proporcionada pela Perestroika, teria trilhado o mesmo caminho. Tiago fez valer a bolsa e o tempo que passou estudando e aprendendo sobre “Futuros” na Singularity. Foi até escolhido como orador da turma e teve seu arrepiante discurso mencionado pela Forbes. Voltou inspirado e disposto a repassar seus conhecimentos. Usando a “máquina da Perestroika” a seu favor, organizou o curso Zero G (2013), inédito em abordar os mesmos ensinamentos recém aprendidos na SU. O curso, cujo nome faz menção à “gravidade zero” do simulador da Nasa, trouxe conceitos totalmente inovadores, contou com a presença do também futurista Federico Pistono (amigo e colega de Tiago no GSP) e, claro, toda aquela peculiaridade diferencial da Perestroika. Foi também uma forma de aproximar Tiago de profissionais que viviam a inovação e a tecnologia no dia a dia, como o trio formado por Santiago Andreuzza, Cícero Rolim (Baboo) e Paulo Bridi. Os três recém haviam deixado o mundo corporativo ao largar seus empregos na IBM e fundar a Bode, uma startup de tecnologia que tinha tudo o que Tiago precisava para mergulhar de vez em sua nova encarnação. Inicialmente, Tiago se ofereceu para fazer um “estágio” com seus novos colegas, mas a ideia logo evoluiu, a Bode virou Aerolito e, em setembro de 2014, os quatro uniram seus poderes para viraram sócios-fundadores. Aerilito: O novo time de sócios que Tiago está formando.

Foto: Divulgação EM

Dividido entre Perestroika e Aerolito, Tiago começou a viver um híbrido entre sua exemplar encarnação de empreendedor e sua nova empreitada, agora como futurista. Em 2015, veio o curso Tomorrow, uma versão atualizada do Zero G e, claro, reforçada pelo amparo técnico dos demais sócios da Aerolito. Enquanto se consolidava como uma referência em Futurismo no Brasil, graças ao seu papel de professor/curador do Tomorrow e sócio-fundador da Aerolito, Tiago materializava seus ensinamentos de empreendedor em seu novo projeto: o livro VLEF (sigla para o mantra da Perestroika: “Vai lá e Faz!”). O livro é uma catapulta para novos empreendedores. Um combo de lições e ensinamentos que Tiago vivera em todas suas encarnações e experiências. Chegou a figurar entre as dez publicações de negócios mais vendidas do Brasil e foi até referenciado por Eduardo Leite, atual governador do Rio Grande do Sul, em seu discurso de posse. A referência, em questão, destacava a frase “Não estamos vivendo uma era de mudanças, e sim uma mudança de eras”. E foi exatamente uma mudança de eras que começou a se desenhar na vida de Tiago a partir do surgimento da Aerolito. Com o sucesso do curso Friends of Tomorrow (uma versão atualizada do Zero G e do Tomorrow), realizado em diversas cidades do Brasil e com dezenas de edições, o tal do impacto positivo exponencial que a Singularity tanto prega, de impactar bilhões, começou a se consolidar na prática. Foram muitas vidas transformadas direta e indiretamente. Em 2017, Tiago entrou para o time da Singularity University. Foi professor-convidado da Universidade Hebraica de Jerusalém no programa Trans-disciplinary Innovation Program (TIP), e da Universidade de Lisboa (Lisbon School of Economics and Management), no programa Futures, Strategic Design & Innovation. Falou sobre futurismo para os mais diversos tipos de audiência: desde palcos de grandes eventos internacionais ao programa “The Noite”, com Danilo Gentili (SBT). Foram incontáveis ideias de empreendimentos, sociedades, startups, eventos, amizades, namoros, comunidades e grupos no Whatsapp que surgiram em decorrência da viralização dessas ideias e das conexões por elas possibilitadas. Uma explosão irreparável e exponencial. E mesmo com toda essa bagagem e responsa nas costas, adivinha, mais uma troca de encarnação começa a emergir nesse ano em que Tiago chegou aos 40. A alcunha de “futurista” foi intencionalmente riscada de sua credencial. Citando sempre como referência um texto escrito por Airton Luiz Mendonça com o título de “Mude e Marque”, Tiago costuma fatiar as fases da sua vida em encarnações que seguem um ciclo pautado por início; aprendizado; desaprendizado; reaprendizado; virtuosidade e; fatalmente, saturação. A incapacidade de ser sugado confortavelmente pela saturação foi justamente o que empurrava Tiago para sempre tentar algo novo e se reinventar (ou reencarnar). A mais recente dessas mudanças foi anunciada com seu desligamento oficial da Perestroika. A mesma Perestroika que ele ajudou a erguer e a exponencializar, agora, junta-se ao seu currículo de feitos do passado. Deixou de ser o norte do propósito, virou legado. Quanto a isso, nada mal, afinal de contas, o próprio Tiago define legado como algo mais importante do que propósito: “Não adianta ter um propósito se não deixar um legado. E não é você quem define seu legado. São os outros. Legado é a única forma de ser imortal” (Ray Kurzweil talvez não curta essa última frase). Seja como for, a vida pessoal de Tiago também protagonizou o surgimento de um legado em 2019: o nascimento de Valentin, seu primeiro filho (e o primeiro neto de seus pais). Motivo de muita alegria, de repensar a vida, o propósito e, claro, o legado. Nessa nova encarnação de “pai”, Tiago deixa para trás antigas histórias de sucesso que, por sua vez, produziram um admirável e irreparável legado. A criação da franquia que deu origem a essa revista, entre tantos outros exemplos, consta nessa lista. E enquanto o “pai do Tintin” agora se empenha em dar o melhor futuro possível para seu filho, cabe aos contemplados desse enorme legado fazer valer essa mudança de rota que a vida tomou, repensar possíveis novas encarnações e, por fim, construir seu próprio legado. Em escala exponencial.

FONTE:

medium.com/@tiagomattos @tiagomattos

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E A MORTE DOS GEEKS por Guilherme Rangel

Geek n: anglicismo e gíria inglesa que se refere a pessoas peculiares ou excêntricas, fãs de tecnologia, eletrônica, jogos eletrônicos ou de tabuleiro, histórias em quadrinhos, mangás, livros, filmes e séries.

Fotos: Divulgação EM

A

CCXP 2019 está chegando e, com ela, chega o fim de uma era: o monopólio dos geeks.

Mas, como uma convenção dedicada a histórias em quadrinhos, filmes de ficção científica, superheróis e aventura, desenhos animados e videogames se tornou um termômetro para a maneira como consumimos cultura pop? A ideia de fazer uma convenção para falar de quadrinhos e coisas afins não é nova. A mais influente de todas, a San Diego Comic Con, surgiu em 1970 e, na sua primeira edição, juntou apenas 300 pessoas. 50 anos depois, ela reúne centenas de milhares de pessoas, movimenta anualmente centenas de milhões de dólares e é o palco onde se anunciam e divulgam, em primeira mão, os blockbusters que vão dominar os cinemas de todo o mundo, em painéis que incluem os nomes mais poderosos da indústria do entretenimento. O nome “Comic Con” (o “CC” de CCXP) confunde um pouco as coisas e faz você pensar que são focadas em histórias em quadrinhos – ou “comics”, como eles gostam de dizer lá na gringa. O fato é que as Comic-Cons se transformaram – parafraseando o poeta Jorge Ben Jor – grandes feiras de Acari: têm de tudo e são um sucesso. Hoje em dia elas incluem, sim, muitos quadrinhos, mas também têm filmes, videogames, livros, desenhos animados, brinquedos colecionáveis, jogos de tabuleiro, séries de TV, serviços de streaming, grupos de dança K-Pop, muita fast food de baixa qualidade...e Cosplay!

Talvez a maior atração das Comic Cons sejam as pessoas que se vestem como os personagens da sua série/livro/filme/desenho/quadrinho favorito: os cosplayers. Os corredores das Comic Cons estão povoados dessas figuras interessantíssimas. Existem duas categorias que valem realmente a pena ver: a primeira é a dos realmente bons, com trajes, maquiagens e interpretações que conseguem capturar não só a aparência dos personagens que estão representando, mas também seu espírito. A outra, que é ainda mais divertida, é a das fantasias horríveis, mal-ajambradas, improvisadas, mas que demonstram um amor enorme pelos personagens e um bom humor ainda maior. Imperdível! O fato é que, com a popularização das Comic Cons, o grande dilema que os geeks vivem hoje é que o monopólio dos seus temas de estimação foi perdido. A tecnologia democratizou a nerdice. Antigamente, ser geek era como fazer parte de um clube exclusivo, cheio de palavras estranhas e referências obscuras. Para adquirir esse conhecimento arcano era necessário fazer pesquisas em revistas difíceis de se encontrar, assistir a episódios de séries antigas em fitas VHS, aprender japonês para escavar pedaços de informação sobre o seu mangá favorito num site escrito em kanji. Era quase uma questão de honra gastar todo o dinheiro economizado naquele boneco colecionável raro do Venom feito em Hong Kong, que um vendedor de Goiânia trouxe para o Brasil e que faria, na sua coleção, um objeto de inveja dos seus pares. E para conquistar o respeito dos seus pares era preciso saber de cabeça o nome de mais de 50 pokémons e suas evoluções. Ryan Reynolds, que interpreta o Deadpool, é uma das atrações confirmadas dessa CCXP.


A N O 3 | N º 2 9 | E D I Ç Ã O D E D E Z E M B R O D E 2 0 1 9 É um lugar onde ninguém confunde Daenerys Targaryen com a Loira do Banheiro. E, quando você deixa crescer a costeleta e deixa de cortar o cabelo, te chamam de Wolverine. É um mundo onde se encontra camiseta do Harry Potter na Riachuelo e amizades são abaladas por causa de spoilers.

Um dos maiores prazeres da CCXP, aliás, é voltar às suas origens e passar um tempo no Artists’ Alley, onde estão os autores de histórias em quadrinhos famosos e não tão famosos, e dar uma olhada nos trabalhos dos mais de 500 artistas que estão expondo seus trabalhos. A sensação é de estar em um mercado persa, onde cada canto oferece a oportunidade de uma descoberta e surpresas sem fim.

Os irresistíveis "cospobres" são uma atração à parte.

Hoje em dia, graças à internet, aos smartphones e aos streamings da vida, todo cidadão deste pálido ponto azul onde vivemos tem acesso instantâneo aos mais obscuros objetos de desejo da cultura geek. Desvendar qualquer assunto está a uma busca de Wikipedia de distância. Nesse novo mundo, ficou mais fácil ser geek do que ficar de fora desse clube. Segundo o site Statista, hoje há quase 2,5 bilhões de jogadores de videogame ativos. E a indústria dos videogames é maior do que a indústria do cinema e da música – juntas!

Artists’ Alley, o coração da CCXP.

A CCXP é um leviatã. Segundo algumas fontes, ela é, em número de participantes, a maior do planeta, com mais do que o dobro da prima rica de San Diego.

Foto: Divulgação EM

Foto: Divulgação EM

E aqui, na Terra Brasilis, a CCXP mostra que o fenômeno da democratização da cultura geek pode ser sentido com toda sua força.

Em 2018 foram mais de 260 mil pessoas, contra cerca de 130 mil da badalada convenção californiana! Nos corredores assombrados por YouTubers e Digital Influencers, povoado por cosplayers e lotados de curiosos, encontramos filas intermináveis para as atrações oferecidas pelos grande estúdios, gigantes de TV a cabo e de streaming, lojas onde se vendem todos os tipos de livros, histórias em quadrinhos e colecionáveis, competições de dança e videogames. A sensação é de estar em um universo à parte – ou universos, porque cada canto é dedicado a uma parte das subculturas geek.

E tem mais, muito mais! A um mês da abertura e com todos os ingressos já esgotados – inclusive os caríssimos mega-masterblaster ingressos FULL, que valem 2 mil reais cada! – a CCXP se tornou uma referência essencial para tudo que diz respeito a esse universo de consumo. Sua ascensão revela que a cultura geek agora faz parte do mainstream. Hoje, discutir quem é melhor, Marvel ou DC, se transformou em algo quase tão corriqueiro quanto discutir se o Palmeiras é melhor que o Corinthians.

Nesse novo mundo, os eSports estão se tornando a bola da vez (sem a intenção de trocadilho). É um mundo onde o primeiro campeão mundial de Fortnite ganhou mais dinheiro do que o campeão de Wimbledon.

A temporada final de Game of Thrones faz o mundo parar para ver e gera discussões tão acaloradas como antes faziam as novelas daz 8.

Nesse novo mundo, séries de TV viram assuntos durante festas, jantares e nos breaks das aulas de academia.

Nada como encontrar seus ídolos de infância

Foto: Divulgação EM

Vemos pai que investe para o filho ser profissional de Fortnite e League of Legends em vez de meia do São Paulo.

É um mundo onde filmes de super-herói se transformaram nos eventos mais esperados e badalados do ano – e até concorrem ao Oscar de melhor filme! Suas bilheterias internacionais estão na casa dos bilhões de dólares e seus lançamentos são eventos de apelo global. Hoje, investir em super-herói está melhor do que comprar Bitcoin.

Esse é o novo mundo onde os geeks estão gradualmente desaparecendo, porque todos somos geeks. Bem-vindos à sociedade pós-geek. A não ser que você goste de jogos de tabuleiro. Aí você é geek raiz, mesmo!

Matéria escrita por Guilherme Rangel, palestrante, futurista, startupper, empreendedor, publicitário e consultor. Apaixonado por inovação, criatividade e desenvolvimento humano, é formado em Publicidade e Propaganda pela Escola de Comunicações e Artes/USP. Trabalhou no Brasil e no exterior em agências como a Fischer América, TBWA\BR, Impact BBDO Dubai, Young & Rubicam Middle East, FCB e Gyro.


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uriosamente, o esporte mais popular do mundo não possui um torneio mundial de clubes super almejado e valorizado internacionalmente. Veja bem: não estamos falando de seleções, porque aí colocaríamos na conta a Copa do Mundo FIFA, realizada a cada quatro anos e que dispensa apresentações. Agora, quando o assunto é clubes, que são quem realmente fazem girar a economia desse esporte absurdamente lucrativo, é seguro afirmar que a maior competição do planeta é a UEFA Champions Leage. Para os europeus, ser campeão do velho continente é bem mais importante do que ser campeão mundial. O Mundial de Clubes da FIFA é um belo exemplo (negativo) de como tradição, calendário e nível de dificuldade impactam no prestígio da competição. Um torneio que é disputado anualmente no mês de dezembro desde 2005, reaproveitando um formato que colocava em campo os campeões da Europa e da América do Sul em um jogo único, que valia o tal do “título mundial” (ou “título intercontinental”, para outros). Os times europeus nunca levaram isso tão a sério como seus adversários sul-americanos, asiáticos ou africanos, afinal, são adversários bem mais fracos do que aqueles derrotados durante a Champions League. O fato de ser uma competição relativamente “recente” (a FIFA realizou 15 edições do Mundial até hoje), tendo apenas sete times (em níveis absurdamente destoantes) e encaixada na sobra do calendário (dezembro é o meio da temporada europeia) faz com que o Mundial, apesar de ser “Mundial”, tenha cara de um campeonato estadual (só que “do mundo”).

Mas a FIFA está disposta a mudar essa realidade. Não é a primeira vez, claro: quando resolveu transformar a Copa Toyota Intercontinental num torneio (e não um jogo único) envolvendo representantes de todos os continentes, a investida não foi das mais felizes. Teve aquele Mundial de 2000 disputado no Brasil, com oito clubes participantes (estava lá o Real Madrid de Raul e o Manchester United de Beckham), cuja final foi disputada entre Corinthians e Vasco no Maracanã. Um torneio que foi feito para ser anual, mas que protagonizou uma série de escândalos envolvendo patrocinadores e acabou dando lugar à versão recalchutada que temos hoje da Copa Intercontinental (só que com semifinais e presença quase figurativa dos campeões dos outros continentes).

ÉÉÉ DO BRASILLL!!!

São Paulo (2005)

Para dar certo dessa vez, a FIFA quer fazer o Mundial em um formato bem mais ousado, com 24 clubes, sendo oito da Europa, seis da América do Sul e as demais vagas divididas entre os outros continentes. A primeira edição desse novo Mundial já tem data e local: será do dia 17 de junho a 4 de julho de 2021, na China.

Internacional (2006)

Repare que só o fato de termos oito times europeus na disputa já eleva (e muito) o nível de dificuldade da competição. Estamos falando de algo “nível Champions League”. Mas isso também reduz para praticamente zero as chances de clubes de fora da Europa levantarem a taça. Com os 24 times distribuídos em oito triangulares, possivelmente teremos oitavas-de-final, quartas, semi, e final. Vai precisar bem mais do que “um dia de sorte” como o que aconteceu com o São Paulo (2005), o Internacional (2006) e o Corinthians (2012), que conseguiram a proeza de surpreender os gigantes europeus em um jogo único.

Corinthians (2012)

OS MAIORES CAMPEÕES

Fotos: fifa.com

3 títulos mundiais 7 títulos mundiais

4 títulos mundiais

REAL MADRID (ESP)

AC MILAN (ITA)

4 FIFA

1 FIFA

Peñarol Boca Jrs. Barcelona Internazionale Nacional Bayern de Munique São Paulo (URU)

(ARG)

(ESP)

(ITA)

3 FIFA

1 FIFA

(URU)

(ALE)

(BRA)

1 FIFA

1 FIFA


A N O 3 | N º 2 9 | E D I Ç Ã O D E D E Z E M B R O D E 2 0 1 9 A UEFA, que organiza a Champions League anualmente, não curtiu muito essa decisão da FIFA, pois tem sua principal competição ameaçada. A ideia de ter um torneio capaz de rivalizar com a Champions já provocou ações na própria entidade europeia, que já anunciou que pretende modificar o sistema de disputa da competição, podendo até realizar uma liga anual com direito a rebaixamento e divisões de acesso. Já a Conmebol, que cuida do futebol sul-americano e da Copa Libertadores da América, também já anunciou que tomará medidas impactadas pelo surgimento do novo Mundial. A questão é como distribuir as seis vagas na competição. Para o Mundial de 2021, essas vagas ficariam não somente com o atual campeão da Libertadores, mas também com o campeão da pouco valorizada Copa Sul-Americana e da Supercopa dos Campeões da Libertadores, torneio até então aposentado nos anos 1990 e que conta somente com a participação de times que já venceram a Libertadores (hoje, são 25 clubes no total). Os campeões de 2019 da Copa Sul-Americana (Independiente Del Valle, do Equador) e da Libertadores (Flamengo) também já têm vaga assegurada. Mas, calma, nada disso foi confirmado oficialmente pela Conmebol e nem pela FIFA. A edição do Mundial de Clubes de 2019, que será realizado no Qatar entre os dias 11 e 22 de dezembro, deve ser a penúltima nesse atual formato enxuto e com apenas sete clubes. Os principais favoritos ao título são o Liverpool, campeão europeu (claro), e o Flamengo, que recentemente venceu a Copa Libertadores da América. Ainda estarão na disputa o Al-Sadd, do Qatar ("time da casa"); Espérance Sportive de Tunis, da Tunísia (campeão africano); Hienghène Sport, da Nova Caledônia (campeão da Oceania) e; Monterrey, do México (campeão da Concacaf). Recentemente, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, reuniu-se com os presidentes de Real Madrid, Milan, Boca Juniors, River Plate, AméricaMEX, Auckland City, Guangzhou Evergrande e Mazembe. No encontro, foi criada a Associação Mundial de Clubes, que tem o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, como primeiro presidente. O objetivo da Associação é discutir os interesses dos clubes junto à FIFA, impedir que os mesmos sejam prejudicados pela entidade máxima do futebol mundial e, claro, acompanhar de perto a organização desse novo Mundial.

Foto: Getty Images

Liverpool: atual campeão europeu e grande favorito ao título mundial.

Foto: Getty Images

Uma coisa boa deve ser dita sobre a FIFA, apesar de todos os comprovados escândalos de corrupção e sujeira que rola solta entre os engravatados do futebol: há uma preocupação histórica e persistente em praticar a inclusão de países e continentes subvalorizados no cenário do futebol mundial. Isso aconteceu quando a Copa do Mundo definiu cotas fixas de seleções africanas e asiáticas no torneio, bem como em todas as competições organizadas pela entidade. Podem até ser meros sacos de pancada na maioria das vezes, mas essa mesma política de inclusão já colocou na vitrine do mundo notáveis atletas e equipes de países africanos, asiáticos e daqueles lugares que a gente só sabe que existe por causa do futebol. Algo parecido está sendo feito com a Copa do Mundo de seleções, que passará a ter 48 equipes (e não mais 32) a partir de 2026. Claro que vai ter muito jogo feio de doer (que ninguém é obrigado a assistir, diga-se), mas isso não vai alterar o desempenho final dos melhores times, que brigarão pelo título nas etapas decisivas. Você talvez nem sentirá a diferença (contando que não seja um colecionador do álbum de figurinhas, porque esse investimento aí, sim, vai aumentar bastante).

Com a criação de um novo Mundial de Clubes mais acirrado, mais prestigiado e estrategicamente inclusivo, capaz de rivalizar com a poderosa Champions League, a FIFA potencializa seu propósito de inclusão nesse esporte ainda tão monopolizado pelos europeus (com esporádicos lugares ao Sol para equipes sul-americanas). Numa perspectiva otimista, o novo Mundial pode unificar o mundo em torno de uma única competição (algo que já acontece com a Copa), em vez de manter os continentes em castas intransponíveis e níveis técnicos tão díspares. Poderá também ser um sinal de que o mundo está mais globalizado, que as fronteiras geográficas já não são tão determinantes como foram um dia, que o planeta é um só e que o intercâmbio de etnias e culturas pode ser mágico. Se isso vai mesmo acontecer, só o futuro dirá. Ainda é cedo para prevermos que tipos de impacto no esporte e na cultura global essas mudanças vão causar. E, quando se trata de apostas, todo palpite oscila entre o provável e o absurdo, afinal, o futebol é uma caixinha de surpresas.


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com Clarisse Gomes Gerente de Inovação na Delloite e co-fundadora do Inova Simples

1 - Você é natural da pequena cidade de Jacinto-MG, onde falta até água e o pouco acesso a recursos básicos é uma realidade. Mesmo assim, você conseguiu formar-se como engenheira, hoje trabalha em uma grande empresa e é uma referência no assunto "inovação". Isso tem a ver com a tal da "meritocracia"? CG - Estou longe de ser uma referência. Sou uma pessoa curiosa e abraço o aprendizado diário com muito entusiasmo. Olhar para trás me deixa orgulhosa, mas nada me anima mais do que o que está por vir. Não busco um ponto de chegada, um “chegar lá” final e definitivo. Existe o caminho e ele precisa ser divertido, com os pequenos e grandes impactos que nos desafiamos gerar e com as mudanças de direção que escolhemos. Acredito que todas as oportunidades que tive têm a ver com meritocracia, com a inspiração e suporte de muitas pessoas e com a paixão e dedicação com que me joguei nelas.

2 - Como é conciliar seu trabalho de gerente de Inovação na Deloitte com seu projeto paralelo, o Inova Simples? CG - Não consigo separar o que é trabalho da minha vida. Eu acredito no poder da inovação e vivo o mesmo que falo com meus clientes. Apesar de serem atividades diferentes, a atuação na consultoria, no @inovasimples e na sala de aula têm a mesma pauta. Conciliar a agenda é o principal desafio e me apego à disciplina para conseguir ter espaços de criação. Fecho a agenda com antecedência e, aos domingos, detalho as atividades bloqueando horários para cada uma delas, desde reuniões, leituras, geração de conteúdo e atividades pessoais.

larisse é engenheira civil pela UFMG com MBA em Empreendedorismo pela UFF e certificação em Tecnologia e Inovação pelo MIT. É gerente de Inovação na Deloitte, apoiando a transformação de empresas baseadas em engenharia. Implementou programas de inovação aberta pioneiros e premiados no setor, como o Global Challenge Digital Day e a aceleradora de construtechs Vetor. É professora de inovação em escolas de negócio e tem um canal de conteúdo com a missão de tornar a inovação acessível, o Inova Simples.

4 - Na sua palestra, durante a Exponential Conference², você falou em "afeto" e sobre "impactar com a capacidade de afetar". Quais são os exemplos de empresas que hoje estão acertando nessa missão de implementar a inovação com afeto? CG - Vejo muitas empresas com propósitos inspiradores. Dando dois exemplos de setores diferentes, a Prestes é uma construtora do Paraná que tem como propósito criar comunidades felizes. Eles constroem prédios com grande foco no mercado Minha Casa Minha Vida, mas basta algumas horas de conversa e uma visita ao escritório para você reconhecer que o job to be done deles vai muito além. A Natura é outra empresa que admiro muito. A inovação lá está completamente ligada a sustentabilidade, e eles têm sido muito coerentes na evolução para uma empresa cada vez mais consciente.

Existe um risco grande para aqueles que se aprofundam muito em um assunto, que é o de comprometer o engajamento das pessoas pela precisão do conhecimento. Usar termos difíceis e preciosismos que em nada vão impactar o entendimento não são sinais de domínio. No fim, são as maneiras mais fáceis de afastar as pessoas e colocá-las em

CG - Acho super importante. Existe um risco grande para aqueles que se aprofundam muito em um assunto, que é o de comprometer o engajamento das pessoas pela precisão do conhecimento. Usar termos difíceis e preciosismos que em nada vão impactar o entendimento não são sinais de domínio. No fim, são as maneiras mais fáceis de afastar as pessoas e colocá-las em uma posição defensiva. Conhecimento sem ação não vale nada. Não basta saber, saber como usar o que se sabe é tão importante quanto. E, neste processo de “saber usar”, precisamos nos conectar com nosso público. Mais importante do que os nomes - cada vez mais sofisticados - que damos é o propósito que queremos chegar com aquela intervenção.

CG - Existem dois conceitos muito importantes para o mercado de consumo hoje: personalização e autenticidade. Queremos que as marcas conversem com a gente, com nome e sobrenome. E queremos que seja genuíno. Por isso, é difícil que uma marca assuma uma linguagem consistente para um grupo muito amplo de personas. Não acho que haja certo ou errado, mas consistências e inconsistências. E é aí que está o perigo.

6 - Conta pra gente como foi sua experiência no Web Summit, que aconteceu em Lisboa no mês de novembro! CG - O Web Summit é a maior conferência de tecnologia, segundo a Forbes. Foram mais de 70.000 pessoas engajadas em discutir o futuro que desejamos. O evento trata de tendências, tecnologias e novos negócios e é bastante plural tivemos desde o CEO da GIPHY (sim, a empresa dos gifs que usamos todos os dias) até o secretário da Casa Branca discutindo sobre inovação, responsabilidades e expectativas para o futuro. Saio de lá com mais perguntas que respostas, o que é bom, pois reforça nossa responsabilidade na construção desse futuro, que nada mais é do que as escolhas que decidimos hoje. Fiz um resumo para cada um dos dias no @inovasimples.

uma posição defensiva.

GOMES, Clarisse 3 - Vamos combinar que "simplificar a inovação" em um país como o Brasil é "simples, porém complexo". Os índices de escolaridade, proficiência em inglês e mentalidade empreendedora não são muito favoráveis. Qual sua opinião sobre a tentativa de promover essa aproximação através da "língua do povo", usando exemplos como novelas, futebol e música popular?

5 - Hoje em dia, vemos empresas super tradicionais falando de inovação e aderindo a uma linguagem mais moderna com o objetivo de se aproximar de novos consumidores. Será que isso não soa meio brega, tipo tiozão que fala gírias pra parecer descolado?

7 - Por fim, deixe um recado para aquelas pessoas que podem ser como a Clarisse de Jacinto e que sonham em, um dia, ser uma profissional tão inspiradora e cheia de propósito como você! ;) CG - Propósito hoje é uma palavra mágica e deve estar no ranking das mais citadas. Nada contra, mas isso tem criado uma certa pressão para que as pessoas definam e divulguem seu propósito quase como uma chave de acesso ao mercado. Descobrir o seu propósito é um processo lento e não linear, depende de autoconhecimento, que é contínuo. Mudamos várias vezes ao longo das nossas vidas, e nosso propósito também pode mudar. O autoconhecimento é a única forma de termos sensibilidade o suficiente para percebermos como nossos anseios, aptidões e necessidades se conectam com o mundo. Isso é propósito. Quanto mais sintonizados estamos com a gente mesmo, mais impacto conseguimos gerar ao nosso redor.

@clafgomes Foto: stock.adobe.com


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Para você que tem dúvidas sobre a franquia de grupos Exponential, confira o nosso Guia de Sobrevivência e saiba mais sobre esse fenômeno das mídias sociais.

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E ZIN GA A M

Na 28ª edição da Magazine, lá estava ele, o campeão dos rolos com a justiça: Rowles Magalhães! Dessa vez investigado pelo MPF por suposto envolvimento com a doleira da Lava-Jato, Rowles deu sua versão e esclareceu algumas coisas mal explicadas em suas constantes aparições nos noticiários. Mas a edição de novembro também trouxe matérias sobre tecnologia, futurismo e singularidade tecnológica: Kamen Rider Zero-

MAIOR AN, É O DO BATM CENA! ERSÁRIO EM ROUBA A IV AN º QU DO 80 CITY NO ANO O DE GOTHAM VILÃ

One, o mais novo super-herói da Era Reiwa, do Japão, ganhou uma pauta de destaque. Outro assunto super interessante envolvendo tecnologia e futuros foi escrita pelo

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advogado Bernardo de Azevedo e Souza, que falou sobre drones e a prática jurídica. Já

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o entrevistado dessa vez foi o César Paz, articulador do movimento PoA Inquieta, que está fazendo acontecer em Porto Alegre. Essa e as demais edições da Exponential

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