Exponential Magazine - Nº 17 (dezembro/2018)

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Foto: br.fotolia.com

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KAIO SERRATE ANALISA OS PRINCÍPIOS QUE ORGANIZARAM O MUNDO DO TRABALHO NA ERA INDUSTRIAL.

COM PINTA DE SUPER-HERÓI DA DC/MARVEL, O VIGILANTE MASCARADO MADE IN BRAZIL SURGE PARA COMBATER NOSSO INIMIGO MAIS ÍNTIMO: A CORRUPÇÃO.



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Saiba tudo que vai rolar no último evento exponencial de 2018!

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credite se puder: 2018 está chegando ao fim! Foi um ano repleto de emoções, né? Teve SXSW, Future Talks, Festival Path, Exponential Conference, Copa do Mundo, HackTown, Space Ship, Eleições, Festival da Transformação... Definitivamente, um ano tão louco como esse não poderia acabar sem uma celebração épica, né? E é justamente esse o assunto principal desta que é a última edição da Exponential Magazine em 2018. Estamos falando, claro, do Exponential Hangover, evento que vai fechar o ano em grande estilo no Rio de Janeiro! Nesta edição você vai ficar sabendo tudo sobre esse evento incrível! Temos também uma matéria sobre o paladino mascarado que não é nem o Batman e nem o Mister M. É o Doutrinador, super-herói brasileiro que chega aos cinemas para combater o inimigo mais tradicional dos brasileiros: nossa velha conhecida corrupção. Será que presta esse troço? Confira a matéria (ideal mesmo é ver o filme, nesse caso) e tire suas próprias conclusões. A edição nº 17 tem também uma matéria escrita pelo Kaio Serrate falando sobre os padrões que caracterizam o mundo do trabalho na era industrial. Se você se identificar demais, tenho péssimas notícias pra você. Já o entrevistado desse mês de dezembro é ninguém menos do que um grande amigo pelo qual eu tenho uma enorme admiração: o professor, engenheiro e empreendedor Felipe Menezes, sócio-fundador da WTF!School e portador dos óculos mais maneiros da história das festas banhadas por luzes neon. Vale a pena ouvir o que essa fera tem a dizer! E não se esqueça que ainda temos um mês de dezembro inteiro pela frente, ou seja, muita coisa ainda pode acontecer neste ano muito louco, cansativo e cheio de emoções. Boa leitura! ;) Bruno Seidel

O Doutrinador chega aos cinemas para o desespero dos bandidos de colarinho branco. Foto: divulgação EM.

Kaio Serrate fala sobre o trabalho na padrão Inustrial.

Entrevista com Felipe Menezes, fundador da WTF!School

Curte escrever sobre futurismo, inovação ou tecnologia? Gostaria de usar esse espaço para apresentar seu projeto ou divulgar algo bacana? Então chega mais! Essa revista nasceu para ser colaborativa. Quanto mais cabeças pensando em rede, mais exponencial será o conhecimento! :)


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alestras incríveis com gente foda, networking, festa temática e bebedeira desregrada para celebrar um ano especial, que marcou a vida de todo mundo! É com esse espírito que surge o Exponential Hangover, o último evento de 2018! Será o grande momento de celebração dessa comunidade incrível que exponencializou a porra toda mundo afora.

Foto: divulgação EM.

Depois de Campus Party, SXSW, Future Talks, Festival Path, Exponential Conference, Black Sheep Project, Hack Town, Web Summit, Festival da Transformação e tantos outros eventos que fizeram a galera pirar o cabeção, chegou a hora de curtir a ressaca disso tudo em grande estilo. E o palco escolhido para essa celebração foi o Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa, cartão postal do Brasil. Além de cinco palestras que abordarão temas como inovação, futurismo, marketing, entretenimento e conhecimento, termos a participação do VJ Bruno Franco (a.k.a. Mono) com suas projeções malucas e pirotécnicas. Também haverá, claro, um espaço dedicado à confraternização, troca de ideias e interação entre os participantes. Para quem não tiver como marcar presença no dia, calma: abundância é o nosso lema! Vamos ter transmissão ao vivo via streaming para alentar aqueles que estiverem longe, assim como já rolou em eventos anteriores. É só ficar de olho que o link será divulgado pelo Whatsapp minutos antes do início das palestras.

O Espaço Cultural Olho da Rua abriga Galeria e Bistrô no primeiro piso e Sala de Cursos e Ateliê no segundo piso. O espaço foi criado para ser um local imerso em sinergia criativa onde diferentes faces da Arte e Cultura se encontram e se expressam.

De uma coisa pode ter certeza: um ano repleto de reviravoltas e emoções não poderia terminar sem uma ressaca épica. E é justamente isso que estamos tramando!

Rua Bambina, 6, Botafogo Rio de Janeiro, RJ facebook.com/OlhoDaRua06


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Inez desenvolve projetos em parceria com empresas na área de estratégia de negócio, inovação e brand development, bem como na elaboração de treinamentos específicos. Trabalha há mais de 30 anos na área de marketing, tendo sido responsável pelo destino de marcas importantes como OMO, Doriana, J&J, Devassa, Baden Baden, entre outras. Da comunicação à distribuição, do posicionamento de preço ao conteúdo no Facebook, do Camarote na Sapucaí ao evento de lançamento na fábrica para os funcionários, liderou equipes multifuncionais com diferentes níveis de experiência e expertise.

Allan é designer de experiências e pesquisador em Prospectiva Estratégica e Futurismo da Evoke Futures. Ele é também chapter leader do meetup Speculative Futures no Rio de Janeiro, professor convidado das aulas de prototipagem da Escola Design Thinking, da Echos, e associado da Association of Professional Futurists (APF). Antes, foi um dos curadores das atividades e exposições do Laboratório de Atividades do Amanhã, do Museu do Amanhã; e atuou por 8 anos como jornalista de tecnologia e inovação.

Vanessa é co-fundadora da White Rabbit, agência de exploração de tendências e cenários futuros aplicados para o despertar de uma nova consciência. Com 13 anos de experiência em pesquisa de mercado, mídia, imagem de marca e posicionamento em grandes empresas, é especialista em como as pessoas conectam umas com as outras através da tecnologia e o universo digital.

Bruno é degustador de chocolates e outros doces; Quase dando "fatality" no curso de ciências da computação; Daltônico; Viciado em aprender; Jogador com histórico desde o Atari; Artista audiovisual; Acredita na imortalidade, vida extraterrestre e na quarta dimensão.

Monique é apaixonada por pessoas, tecnologia e aprendizado. Após 7 anos em uma multinacional, ela decidiu criar uma meta de fazer muitos cursos e, após 15 meses, participou de mais de 100 eventos educacionais. Ela compartilha seus aprendizados através das suas redes sociais, que são: @monique.wasserman, @encontresaber e @meuamigoaplicativo.


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Fotos: divulgação EM.

O Gaia Comfort Hostel está oferecendo 10% de desconto dos dias 6 a 11 de dezembro para quem for no Exponential Hangover! Além do preço super em conta, você ficará hospedado no melhor hostel da zona sul do Rio, a poucos metros do evento (dá pra ir a pé bem de boa). Basta confirmar sua presença no evento e utilizar o comprovante de inscrição na hora de reservar sua estadia no Gaia! Mas corre que as vagas são limitadas!! Reserve já pelo site ou com a ajuda do bot em

gaiahostel.com.br

Ainda não tem seu ingresso para o Exponential Hangover?! Então corre porque as vagas são limitadas!

http://bit.ly/exponential-hangover OBS.: Quem colabora com a curadoria de conteúdo dos Exponentials no apoia.se/exponential tem direito a um cupom de desconto exclusivo! Fica a dica! ;)


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UM VIGILANTE MASCARADO SURGE PARA ATACAR A IMPUNIDADE QUE PERMITE QUE POLÍTICOS E DONOS DE EMPREITEIRAS ENRIQUEÇAM ÀS CUSTAS DA MISÉRIA E DO TRABALHO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA. Foto: divulgação EM.

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uper-heróis costumam corresponder à realidade e aos perigos enfrentados por seus respectivos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, temos os Vingadores e a Liga da Justiça que combatem, através de alianças e suas respectivas lideranças, aqueles que ameaçam a paz, o progresso e todas as conquistas da humanidade. Superman, Homem de Ferro e Capitão América são bons exemplos disso. Já no Japão é mais comum catástrofes colossais como Godzilla e outros monstros que são combatidos por heróis como Ultraman ou robôs gigantes de séries Super Sentai. Algo que, em um país traumatizado por bombas nucleares e grandiosos desastres naturais, faz todo sentido. E no Brasil? Qual tipo de vilania tira o sono e a esperança dos brasileiros? Parece que a resposta está na boca do povo: a corrupção! E que tipo de super-herói poderia combater esse inimigo aos moldes do que vemos em filmes da DC ou da Marvel? Esse é O Doutrinador, herói do filme homônimo que estreou nos cinemas brasileiros nesse mês de novembro, logo após o término das eleições presidenciais. Com referências a filmes como V de Vingança e Tropa de Elite, a produção tem boas cenas de luta e perseguição, caracterizadas por efeitos em slow motion e uma cinematografia capaz de explorar bem os tons escuros dos cenários, algo muito comum em filmes e séries do Batman ou do Demolidor. Mas se você está a fim de ver o filme pela crítica ou pelo contexto social no qual a obra é inserida, reduza suas expectativas e entenda que você assistirá apenas a um bom filme de ação. Basicamente, nada mais do que isso, ok? Com pouco menos de 2h de duração, o filme explora pouco a complexidade do tema e cai na velha armadilha de apresentar personagens canastrões (que, no caso, são os malvados vilões). Ao menos há um cuidado interessante em não transparecer nenhuma parcialidade ou referência direta a algum político ou partido, algo que poderia ser desastroso nos tempos atuais. O Doutrinador deverá ganhar uma série no ano que vem, o que pode ser uma boa chance de explorar melhor a complexidade dos personagens e ir a fundo na discussão sobre política. Por enquanto, está mais para um filme de ação dos anos 90 no qual a história só serve para justificar boas cenas com lutas e tiros.

Direção: Gustavo Bonafé Produção: Sandi Adamiu, Marcio Fraccaroli e Bruno Wainer Roteiro: Luciano Cunha, Gabriel Wainer, Rodrigo Lages, L.G. Bayão e Guilherme Siman Elenco: Kiko Pissolato, Tainá Medina, Samuel de Assis, Nicolas Trevijano, Tuca Andrada, Marília Gabriela, Natallia Rodrigues, Natália Lage, Helena Ranaldi, Eucir de Souza, Lucy Ramos, Eduardo Moscovis e Helena Luz Duração: 110 minutos

Foto: divulgação EM.


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por Kaio Serrate

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ara compreender as mudanças no universo do trabalho é fundamental assimilar que os pilares do modo de vida da sociedade industrial estão caindo por terra e sendo substituídos por um novo paradigma pós-digital. Transformação cuja velocidade acelera exponencialmente. Alguns estudiosos afirmam que a humanidade já passou por transformações tão abrangentes quanto a atual, outros dizem que nenhuma se compara a essa. O que podemos reconhecer é que essa é a mais veloz. O universo do trabalho nos dá pistas visíveis da mudança de paradigma. Antes de analisá-las, acho importante compreender os princípios que organizaram o mundo do trabalho na era industrial. Ou seja, nos últimos dois séculos. Recorro a Alvin Toffler, um dos pensadores que melhor compreendeu e traduziu os caminhos que estamos percorrendo, para falar da organização do trabalho na sociedade industrial. No livro A terceira onda, Toffler sintetizou 6 princípios que condicionaram a estrutura da organização social e do trabalho na era industrial. Vamos a eles.

A lógica da sociedade industrial pressupõe a padronização dos produtos, dos processos, dos sistemas de distribuição, dos preços e – importantíssimo – dos gostos à serviço da produção em escala. Esse esforço organizado de padronização de preferências pessoais, tendo as mídias de massa como principal instrumento, permitiu o surgimento de empresas globais de bens de consumo. O esforço para padronizar predileções e senso estético explica que no vilarejo mais alto do Himalaia haverá alguém querendo uma Coca-Cola, e que na região mais isolada da Patagônia haverá alguém calçando um tênis Nike.

As tarefas são especializadas e simplificadas com o objetivo de aumentar a produtividade do trabalhador. Tal qual máquinas e matérias-primas, os trabalhadores passaram a ser um elemento da linha de montagem, submetidos a processos definidos pela burocracia.


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Os tempos de trabalho e de vida da mão-de-obra são sincronizados. Todos devem chegar pontualmente em um mesmo horário e trabalhar de forma coordenada e pré-definida. O empregado deve dividir as vinte e quatro horas do dia em três blocos de oito horas: oito horas para o trabalho, oito horas horas para o sono e oito horas para a vida privada. Períodos de férias também se concentram em épocas específicas do ano.

A sociedade industrial busca sempre maximizar a produtividade e a eficiência, perseguindo a otimização contínua da relação entre a quantidade de bens produzidos e a quantidade de recursos empregados para produzi-los. Você pode até torcer o nariz para o que leu, mas convém lembrar que a lógica industrial resultou em níveis de desenvolvimento e de qualidade de vida inéditos.

A especialização do trabalho e dos produtos está a serviço da economia de escala. É a padronização que derruba os custos e habilita a produção em quantidades cada vez maiores. Faz sentido organizar mais trabalhadores em fábricas cada vez maiores. O mesmo raciocínio vale para escolas, hospitais e presídios. A lógica da economia de escala permeia as principais estruturas de convívio social.

A sociedade pós-digital é mais receptiva à topografia das redes distribuídas. O avanço da computação e da internet comercial habilitou o surgimento de novas tecnologias, de outras formas de criar valor e de outras estruturas de organização social.

Está mudando porque passou a ser possível mudar.

Você já ouviu a expressão “conhecimento é poder”? As informações sensíveis, o conhecimento relevante e o poder ficam restritos à cúpula das organizações no paradigma industrial. A distribuição das responsabilidades e dos benefícios percorre uma rígida distribuição hierárquica. Inspiradas pelo estado e pelas organizações militares, a empresa também assume a forma de pirâmide.

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Matéria escrita por Kaio Serrate para o site kaioserrate.com.br Kaio é fundador do LabFazedores, educador corporativo e coach certificado. É autor do livro Trabalhe melhor: reflexões sobre o universo do trabalho e das empresas para profissionais do século XXI. http://kaioserrate.com/os-principios-do-trabalho-no-modelo-industrial


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Professor, engenheiro e fundador da WTF!School

1 - Muita gente clama por um futuro melhor para a Educação, mas a evolução parece lenta e poucas soluções eficientes têm surgido, apesar dessa preocupação geral. O que você acha que essa maioria das pessoas tem dificuldade em enxergar? Vejo que a maior dificuldade está em desapegar do modelo existente e entender que este modelo serviu para uma lógica industrial e agora não é mais adequado. A dificuldade de enxergar estas mudanças não reside apenas na gestão dos ambientes de ensino, mas também no mindset dos pais, alunos e professores. Penso que precisamos entender de fato qual o papel das instituições de ensino, que atualmente é muito focado em repasse de conteúdo. No meu ponto de vista, deveria focar em favorecer um ambiente de aprendizagem, socialização, autonomia e senso de responsabilidade. Outro ponto importante, é entender que o resultado deste processo é que determina, sistemicamente e a longo prazo, a qualidade de muitos aspectos de uma nação. Se não mudarmos a educação, não evoluiremos como sociedade. 2 - Como a WTF! School se diferencia das escolas tradicionais e de outras iniciativas que visam a modernização do ensino? Nosso propósito é DESENVOLVER PROTAGONISTAS DA TRANSFORMAÇÃO. Fazemos isso com experiências de aprendizagem, consultorias sob medida e eventos inspiradores. Tudo o que fazemos tem base em quatro pilares: Wisdom: não focamos em conhecimento específico, e sim sabedoria para a vida, de forma holística, integral. Technology: tecnologia é vetor de mudança e, como um meio de evolução, precisamos nos utilizar dela, botando a mão na massa, para melhorar o mundo. Future: considera uma v i s ã o s i s t ê m i c a p a ra e n t e n d e r m o s o resultados de nossas ações no tempo e no espaço. Impacto Positivo: é o significado do nosso ponto de exclamação, pois podemos conectar ações deste tipo em tudo que fazemos. Acreditamos que o processo de aprendizagem é mais efetivo quando há emoção envolvida, então criamos todas as experiências pensando em uma jornada transformadora.

elipe Menezes é fundador da WTF! School, uma escola livre com foco em experiências transformadoras que pretende desenvolver protagonistas da transformação. Engenheiro (mas tem coração) e entusiasta de futurismo, mestre em engenharia, professor universitário, palestrante e empreendedor. Pai do Pedro e do Lucas, adora tecnologia, mas mora num sítio. Curte filosofar, mas também bota a mão na massa. Tem uma relação bem próxima com startups: já fundou uma e quebrou outras. Acredita que pode mudar o mundo através da educação.

3 - Você passou grande parte da sua vida atuando como professor universitário. Como você enxerga, hoje, o ensino superior no Brasil? Perdendo importância. Muitas profissões (de hoje, pois nem sabemos quais teremos no futuro) não exigem um diploma universitário. Considerando ainda que atualmente muitas universidades não entregam experiências de aprendizagem efetivas, o que fará as pessoas procurarem este sistema? Outro fator importante é que cada vez mais as pessoas deixarão de ter uma única profissão. Teremos várias atividades e que mudarão ao longo do tempo, aí fica a pergunta: existe curso universitário para este cenário? Algumas profissões, como advogado, médico, etc, exigem uma formação, e muitas empresas (cada vez menos) ainda exigem um diploma. O que ainda permite uma “sobre-vida” ao modelo atual, mas que segue cada vez mais ameaçado. 4 - Além de engenheiro e metido a maker, você tem uma impressora 3D em casa que imprime desde porta copo à armação dos seus óculos super estilosos. Como é ter uma "mini fábrica" em casa? Divertido e viciante! Eu mesmo construí minha impressora com a ajuda de dois amigos. Com a impressora eu fiz meu óculos para não precisar comprar outra armação. Esse é um movimento que está crescendo com o acesso mais democrático às novas tecnologias. Racionalmente pensando, não faz sentido ter uma mini fábrica em casa, pois estes recursos ficam a maior parte do tempo ociosos. No entanto, é muito bacana resolver problemas específicos com as próprias mãos. Este dias, eu modelei e imprimi um suporte para garantir uma fixação no ângulo que eu queria de uma TV na parede! 5 - Quais modelos de educação mundo afora mais te inspiram? Dos que conheço posso citar modelos utilizados pelo Projeto Âncora, School of One, Quest to Learn, Minerva School, Singularity University, Green School, entre outras. São iniciativas que focam na aprendizagem para a vida, personalizadas e que respeitam as diferenças de repertório, cultura e interesse de cada aluno.

6 - Sendo pai de dois guris, como você os vê imersos no sistema de ensino que temos pra hoje? Já sofri mais do que atualmente. Tenho um filho de 9 e outro de 6. Quando o mais velho ingressou no ensino fundamental, eu questionava tudo e sofria de ansiedade por querer mudar as coisas na escola. Com o tempo fui entendendo que podemos criar mecanismos na vida familiar para tirar um pouco da responsabilidade da escola no desenvolvimento deles. Por exemplo, não cobro notas altas e nem valorizo quando elas acontecem. Faço isso para diminuir o espírito de competição e explicitar à eles que o processo de aprendizagem é mais importante do que uma métrica questionável. Provavelmente você que está lendo questiona os métodos escolares hoje, mesmo sendo um “produto” deste processo. Acho que o segredo é não permitir que a escola limite criatividade, autonomia, vontade de aprender. Penso que não devemos nos focar em exigir que a escola tradicional promova isso.

7 - 2018 foi um ano com vários projetos marcantes para a WTF! (Future Talks, SpaceShip e parcerias com grandes empresas), certo? Qual foi o "balanço" dessa temporada? Foi um ano de aprendizado e grande evolução. Em 2017 rodamos vários MVPs para testar nossas ideias. Em 2018 colocamos em prática coisas maiores. Lançamos o nosso primeiro SpaceShip, que é uma jornada de aprendizagem para o futuro de 8 meses de duração envolvendo assuntos como Era Digital, Propósito, Aprender a Aprender, Empreendedorismo, VR, AR, IoT, IA, Impressão 3D, Design Thinking, Metologias de Foresight, BIomimética e Economia Colaborativa. Fechamos projetos importantes com grandes empresas, entre elas a L’Óreal Brasil. Realizamos nosso Future Talks em SP, pela primeira vez. Realizamos curadoria de conteúdo para eventos de inovação, tecnologia e negócios. E ainda rodamos diversos cursos gratuitos para impactar mais pessoas e aumentar a comunidade. Ahhh... e tem várias novidades para 2019!


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Para você que tem dúvidas sobre a franquia de grupos Exponential, confira o nosso Guia de Sobrevivência e saiba mais sobre esse fenômeno das mídias sociais.

https://goo.gl/sqXtUo

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Com o término das eleições de outubro, tivemos muita choradeira de um lado e esperança de um futuro melhor para o Brasil do outro. E como esse foi um assunto que se destacou demais nesse período, chamamos o polêmico e incendiário Rowles Magalhães, figurinha carimbada do Exponential Politics, para dar seus pitacos. A edição de novembro também teve uma matéria escrita pela Gláucia Alves sobre inovação nas empresas e o curioso Wear Space anti-distrações desenolvido pela Panasonic. A entrevistada de novembro foi a incrível Francine Lima, do canal Do Campo à Mesa. Baita entrevista, por sinal! https://issuu.com/exponentialmagazine/docs/exponential_magazine_016

A Exponential Magazine chega até você graças aos seguintes apoiadores: Ana Cláudia Seibel Schuh, Andrea Bisker, André Coelho, Arthur Garcia, Bernardo de Azevedo e Souza, Brenno Faro, Bruno Sabino, Caio Vinicius de Matos, Cassiano Calegari, Cecilia Ivanisk, Ciro Avelino, Cristiano Borges Franco, Daniela Yoko Taminato, Dan Queirolo, David Medeiros Ortenzi, Debora Cristina Moraes Santos, Debora Souza, Dennis Altermann, Diogo de Souza, Diogo Monteiro, Diogo Tolezano Pires, Dom Queiroz, Eduardo Azeredo, Eduardo Seelig Hommerding, Emerson Zuccherato, Everton Kayser, Fabiane Franciscone, Fatima Fernandes Rendeiro, Felipe Couto, Felipe Menezes, Felipe Sotério, Fernanda Mello, Gi Omizzolo, Gisele Hammerschmidt, Guilherme Massena, Gustavo Nogueira, Hugo Santos, Jacques Barcia, José Luiz Gomes Ramos, Karla Rocha Liboreiro, Kelly Inoue, Leonardo Aguiar, Letícia Pozza, Lidia Cabral, Ligia Zotini Mazurkiewicz, Lucie Alessi, Lucio Mello, Luis Gustavo Delmont, Luiz Augusto Ferreira Araújo, Marcelo Amado, Márcio Silva (Frango), Mariana Francisco, Mariana Marcílio, Marcelo Tas, Mauro Federighi, Mine Caxeiro, Monique Wasserman, Natasha Pádua, Paula de Souza Avila, Paulo Henrique Azevedo, Pedro Godoy, Régis Klein Amorim, Ricardo Morgado, Ricardo Neves, Ricardo Pelin, Roberta Ramos, Roberto Wickert, Ruben Feffer Binho, Sephora Lillian, Tania Kulb, Thelma Nicoli Wiegert, Thiago Abreu, Vanessa Mathias, Victor Hugo Rocha, Victor Morganti e Vinicius Soares.


bit.ly/exponential-hangover


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