F125 cc
A v e n t u r a
Edição Nº1 Jan 2012 Bimestral
Revista Oficial do F125cc
http://www.facebook.com/forum125 http://www.youtube.com/user/ForumMoto125cc Um agradecimento especial a todos os membros do F125cc, principalmente aos que nesta 1ª Edição da nossa publicação on-line foram mencionados e cujos conhecimentos e viagens contribuiem para que esta nova Aventura seja possível. E ainda um enorme abraço ao nosso campeão Filipe Paiva pela amavél disponibilidade em participar nesta nossa 1ª entrevista. 125 Saudações
Ficha Técnica Propriedade: F125cc Autoria & Design: Carla Pinto Contacto: forum125cc@sapo.pt Copyright 2012, este documento é propriedade do F125cc, podendo ser livremente reproduzido desde que devidamente recenssados os respectivos meios de comunicação. Janeiro 2012
Indice Editorial……………….…………………………………………............. 4 A Equipa do F125cc …………………………………………......... 5 Mota do Mês …………………………………………………….......... 8 Como mudar o pinhão de ataque ……………………..... 14 Entrevista a Filipe Paiva ……………………………………....... 18 Passeio às Fragas de S. Simão e Foz d’Arge ………. 24 Geocaching ……………………………………………………….......... 34
Editorial
C
aros Camarigueiros esta é a primeira de muitas publicações do nosso F125cc neste caso a F125cc Aventura, contamos com esta publicação esclarecer dúvidas sobre modelos, bricolages nas nossas pequenas grandes 125cc e não só, passeios e afins assim como entrevistas com quem já vive o mundo das duas rodas há mais tempo e tem experiencias nos diversos sectores das duas rodas. Contamos com todos vós para que este projecto seja um sucesso e uma mais valia para todos pois foi graças a vossa dedicação que o nosso cantinho cresceu e se tornou uma referencia no mundo das 125cc, continuamos a contar com todos, quem participa quem apenas lê quem nos visita
para a difusão deste novo projecto.
F
125cc Aventura, porquê este nome, poderão perguntar? Porque desde a saída da famosa Lei das 125cc que muitos de nós se não a maioria mesmo se aventurou no mundo das duas rodas, muitos acordaram o bichinho à muito adormecido outros despertaram esta nova Aventura dedicada a todos vós. Marco Machado Administrador F125cc.com
A Equipa F125cc Nelson Fernandes aka “Fogueiras” (Moderador)
A ultima vez que reparei tinha 33 anitos feitos sempre na cidade de Coimbra. Atormetado por uma paixão antiga (as duas rodas) descobri o Forum 125cc em uma das minhas procuras, nessa que é a “biblia” dos tempos modernos, a internet desde logo me apaixonei..... Passado uns tempos, realizei o sonho de adolescente..... ter um ferro todo catita!!!!Adquiri uma Honda Rebel, modelo de 95 e desde então o sorriso ainda não desapareceu dos lábios. Alexandre Lourenço aka “Alex” (Moderador) Vim “parar” e este GRANDE forum através de um camarada daqui já inscrito, como gosto de andar de moto e ja ando desde os meus 10 anos, inscrevi-me, e cá estou eu... Com a ajuda de TODOS estes novos companheiros acabei por me tornar moderador...
Carlos Castanha aka “Carlos” (Moderador)
Nasci em 1963, estou casado à 22 anos, tenho dois filhos LINDOS , desde 1981 que conduzo veículos de 2 rodas e sou um dos beneficiados com a lei das 125 e que me fez apaixonar pela minha actual moto Honda PCX em 2010 e através desta experiência vim a descobrir o F125cc por mera casualidade e onde fui muito bem recebido, e que mais tarde fui convidado a ser Moderador o que mantenho até hoje essas funções.
Ruben Baptista aka
Carla Pinto aka “Cpinto” (Administradora)
“Ruben” (Moderador)
Chamo-me Ruben Baptista, já conto com 30 anos em cima das costas e sou um eterno apaixonado pelas duas rodas. Com um historial motard reservado mas enriquecedor iniciado na cidade do Grande Porto/ Gaia desde 98, retalho agora alcatrão numa KSL Custom (Keeway Superlight Spc. Ed. personalizada) pela qual tenho um enorme prazer em conduzir. O F125cc adoptou-me e é com muito orgulho que o represento como Moderador. Saudações Ferrosas!
Carla Pinto, 36 anos. Embora por enquanto seja assistente de bordo da Virago do Marco Machado, a 1ª vez que andei de mota devia ter à volta de uns 5-6 anos. Aproveitava a boleia de um vizinho que me levava até casa, juntamente com a filha, empoleiradas no depósito da sua mota. Sim, naquela altura, início de 80 ninguém ligava a normas de segurança. E enfim, a sensação do vento na cara nunca mais se foi embora… cá estou.
João Maia aka “JJMaia” (Moderador) Sou o João Maia, passo a vida entre Leiria e Coimbra, a estudar Engenheira Mecânica e a fazer “malabarismos electrónicos” nas minhas montadas. Vim parar ao F125cc por pesquisa sobre a Lei das 125cc, por cá fiquei e algum tempo depois recebi o convite para ser moderador.
A “Mota do Mês” foi e continua a ser o primeiro passatempo Oficial do F125cc, destinado apenas a membros, surgiu de uma ideia para que os nossos membros pudessem mostrar as suas motas e ao mesmo tempo promover todas as marcas e modelos 125cc disponíveis no mercado Português.
Os membros concorrentes enviam um máximo de 10 fotos mensais (1 foto por candidato) que depois são expostas para votação dos restantes membros do F125cc. O vencedor recebe então um prémio simbólico. Agosto, foi mês de férias para todos, daí não haver nenhuma Miss Agosto F125cc.
Como mudar o pinhão de ataque? O nosso companheiro MIX (São Martinho do Bispo, Coimbra) tem alguns tópicos de DIY (bricolage motociclista) e como tal escolhemos para esta 1ª edição um tutorial de alteração de pinhão de ataque. Embora tenha sido feita numa Honda CBF 125, pode aplicar-se a uma grande maioria de outros modelos. Basta seguir as imagens (com muito cuidado), salientamos sempre que os leitores mais inexperientes devem consultar profissionais.
Filipe Paiva Piloto da Selecção N a c i o n a l d e Tr i a l
Para esta 1ª Edição da “F125cc Aventura”, fomos em busca de um representante profissional do mundo das duas rodas. Fomos directos ao Filipe Paiva, piloto da Selecção Nacional de Trial que já conta entre os seus títulos um Vice-Campeonato e um orgulhoso 3º lugar no Europeu de Trial. Conterrâneo por assim dizer do F125cc, natural da Lousã, aproveitamos a “desculpa” de sermos vizinhos e perguntamos ao Filipe se teria 5, 10 minutos para nos aturar e responder a umas perguntas para estrearmos em grande este novo capítulo do F125cc, e felizmente o Filipe disse que SIM! Segue a entrevista ao nosso campeão e algumas imagens que mostram na perfeição a garra do desporto Trial.
Começou com 4 anos de idade no mundo motorizado sempre com o apoio e incentivo do seu pai Manuel Carvalhinho. Que conselho daría a um pai com um filho/a dessa idade, que quer ser piloto? FP: O meu pai foi quem me colocou o bichinho das motas! A ele devo tudo, porque sem ele, sem os passeios que dávamos pela Serra da Lousã e por todo Portugal, sem os incalculáveis kilometros percorridos em conjunto também com o Luís Martins, nunca teria chegado a ser um piloto da selecção nacional de trial. O melhor conselho que posso dar, e que darei ao meu filho também, é que só temos uma vida e não a podemos desperdiçar com desportos que não nos fazem crescer como pessoa e que são uma roleta russa pelos perigos que acarretam. No que diz respeito ao mundo das duas rodas, na minha opinião o melhor desporto motorizado é aquele que nos aproxima da nossa natureza, que nos faz conhecer como pessoa e ganhar consciência e respeito pelos outros. O Trial, para além de ser um desporto SEGURO (os acidentes graves no trial são uma migalha de pão seco comparando com outro qualquer desporto motorizado) é um desporto onde o contacto com a natureza é uma constante, permitindo-nos ir onde nenhuma outra moto pode chegar e conhecer sítios únicos no planeta. Aliando estes factos ao de podermos partilhar e desfrutar com as pessoas que nos são mais chegadas, temos uma fórmula de felicidade que todos deviam experimentar e sentir! Sendo natural da Lousã, podemos dizer que a geografia desta zona o ajudou a desenvolver neste desporto? FP: Em muito mesmo! Tenho a sorte de ter nascido e crescido na Lousã, vila que tem uma serra com o mesmo nome que é absolutamente incrível em termos paisagísticos! Existe todo o tipo de terreno na Lousã e o meu predilecto, o terreno rochoso, existe numa das zonas mais belas do concelho e que considero já, pelo tempo aí passado ao longo da minha vida, como a minha segunda casa. Chama-se Cerro da Candosa, um imponente maciço quartzítico junto a Vila Nova do Ceira, bem no limite leste do concelho da Lousã e já dentro do concelho de Góis. Ainda tem a Malaguti Grizzly 50 com que começou? FP:Tenho apenas fotografias…com muita pena minha! Quando me iniciei no mundo das motas com o meu pai não fazia ideia do percurso que me aguardava…e da importância de ter a primeira mota um dia mais tarde! Ver alguém que treina e participa em competições desde tão tenra idade, faz-nos pensar que há mesmo que nasça já com um destino traçado. Recordas-se do momento em que teve a certeza que ia ser piloto? Ou nem nunca sequer pôs em dúvida ? FP: Na minha opinião o destino não existe! No meu caso foi tudo uma grande casualidade, que sempre aproveitei ao máximo e que me fez lutar pelo sonho que tinha em ser campeão nacional…e mais recentemente em ser piloto da selecção nacional de Trial. O sonho é que comanda a vida, é que nos faz suar e sofrer mas nunca nos faz desistir até conseguirmos atingir o nosso objectivo.
Continua a treinar com afinco, como podemos ver pelo teu percurso. Até que ponto os treinos são o seu segredo para o êxito? Como se consegue chegar onde está neste momento? Que conselhos pode dar para quem lhe quiser seguir os passos?
profissional, onde “apenas” se tem que preocupar com andar o melhor possível em cima da mota de trial. A experiencia pode-te dar dois “sintomas” no trial, a pressão ou a liberdade. No meu caso, dá me muita liberdade uma vez que o meu percurso se encontra na recta final, e porque me preocupo mais hoje em dia com os jovens pilotos que ainda têm um mundo de oportunidades pela frente e que podem sugar conhecimento da minha parte, ao qual estou completamente ao dispor para partilhar. Quem me dera, quando comecei no trial, poder ter alguém disposto a ensinar e partilhar experiência para que pudesse andar melhor de mota de trial!
FP: Os treinos e, principalmente, a preparação na pré época é que são o segredo para qualquer desporto. Em altura de competições a minha vida “normal” altera-se por completo. O melhor exemplo é em termos de alimentação, onde ajusto completamente aquilo que como para aquilo que vou fazer, preparando o corpo ao máximo para o desgaste físico que me aguarda. O trial é um desporto que exige muito a nível físico mas também temos que estar bem preparados É arqueólogo de profissão, já alguma vez juntou o útil mentalmente, já que a concentração e a abstracção perante ao agradável e aproveitou um treino ou outro para o que nos rodeia durante uma prova de trial é fundamental! escavações? Como sabe em Portugal, o desporto é o futebol, e os restantes desportos ficam quase na clandestinidade. Tem tido alguns apoios ou o que conseguiste até hoje vem de sacrifícios pessoais e familiares? FP: Infelizmente essa é a realidade! Apenas existe um desporto em Portugal, tudo o resto é ignorado e desconhecido! Todos estes triunfos e vitórias são apenas possíveis porque existe um leque de entidades e empresas que acreditam no meu trabalho e me apoiam, nomeadamente a Câmara Municipal da Lousã, Licor Beirão, Mata Borrão, RDS Pneus, Jornal Trevim, Arneirauto, ginásio Spazio Life, Jitsie, Quintal de Além do Ribeiro, Serpins Moto, Raptor Titanium, Alpinestars, José Maria de Jesus Cardoso, Mário Cunha e Cunha, ProGrip, Go Pro by Espaços Sonoros, Água Serrana e www.trialmotor.com . Sem eles, era-me impossível reunir dinheiro suficiente para competir nos Campeonatos Nacionais Outdoor e Indoor, bem como realizar provas internacionais para o Campeonato da Europa e Campeonato do Mundo de Trial e chegar mesmo até à Selecção Nacional de Trial. No entanto, tudo o que consegui até hoje devo, primeiramente, aos meus pais. Em 2010 alcançou mais um título, qual é a sensação de ser um Vice- Campeão? E o 3º lugar no Europeu de Trial fá-lo pensar em percursos ainda maiores? As coisas tornam-se “sérias” depois dos títulos? Ou a experiência dá-lhe alguma liberdade? FP: A sensação é que ainda ficou alguém acima de ti! E que precisas de treinar e suar mais para vencer! Os podiums internacionais foram bem mais saborosos, já que lá fora o nível é bem mais elevado e normalmente, quanto mais difícil, melhor sabe! Se tivesse menos 10 anos, concerteza o percurso seria a internacionalização e tentar aprender com os melhores do mundo, realizando um percurso similar a um piloto
FP: Esta pergunta daria uma dissertação! Mas para tentar resumir ao máximo, foi através dos treinos na mota de trial que vim a descobrir um sítio arqueológico do período Paleolítico inédito (com cerca de meio milhão de anos e, provavelmente, o mais antigo de Portugal), que me levou a realizar um mestrado em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre e elaborar a tese “Contribuição para o Estudo da Pré História do Vale do Ceira; As Indústrias Líticas da Quinta do Conde de Foz de Arouce” que defendi em 2009 em Tarragona (Catalunha), na Universidade Rovira e Virgilli. Muitas vezes costumo dizer aos meus amigos que tenho uma sorte colossal, já que tenho o privilégio de estudar as rochas de quartzito ao pormenor microscópico (já que a minha tese focalizou, entre muitos assuntos, análises traceológicas a artefactos pré históricos elaborados em quartzito com o auxilio de um microscópio de electrões) e poder saltar entre as rochas com uma mota de trial, aliando duas paixões gigantes que tenho num só momento! Este conhecimento é me fundamental em termos de análise de terreno numa competição, sabendo logo automaticamente qual o tipo de rocha que confere mais tracção e onde buscar a tracção onde ela não existe, adaptando assim o melhor traçado mediante essa análise. Esse conhecimento só me foi possível adquirir ao longo dos anos de formação em arqueologia pré histórica. Pergunta mazinha para terminar … Título de Campeão Mundial vs Ossadas de Espécie Desconhecida? FP: Completamente as ossadas de uma espécie desconhecida, que porventura me daria bem mais anos de vida alegre para estudar e compreender essa espécie, do que ser Campeão Mundial de Trial! Esse título está muito bem entregue ao Toni Bou!
Passeio às Fragas de S. Simão e Foz d’Arge de Ramos Pinto Com uma tarde livre e uma cabeça a precisar de arejar e respirar ar puro, qual a melhor terapia? Um passeio na minha leoa, claro! Como vem sendo hábito, contadores a zero, depósito cheio, pressão dos pneus verificada, água na mala e como não está muito calor e não quero chegar tarde, pelas 15h pus-me ao caminho. Destino provável - Castanheira de Pêra e a sua praia fluvial. Contudo, a estrada, as informações das gentes locais e o destino... acabaram por traçar outro percurso, simplesmente LINDO, ficando o previsto para outra ocasião. Conheço muita coisa por essa europa fora e há muito tempo que defendo que a nós, Portugal, só nos falta organização, estruturas ( que paulatinamente vão aparecendo, que se verá aqui ) e força de divulgação no mundo e seremos iguais ou mesmo melhores que quaisquer outros.
Mas, vamos ao passeio: Saída rumo à N110, com algum vento, mas nada de preocupante. Logo no começo, um azar. Uma caravana de 6 camiões, intervalada com alguns carros... Felizmente uma alma caridosa, accionou os semáforos de velocidade perto de Ceras. Transito parado e, vai daí, a minha leoa esgueirou-se por ali fora a tempo de chegar ao 1º camião que foi ultrapassado mal abre o sinal. “Ufa...que alívio... “só possível com 2 rodas. Estava para parar nas bombas do Tojal para tomar café, mas dada a caravana que ficou para trás, toca a seguir viagem que se faz tarde. A vontade era tanta de não ser apanhado que até passei a saída para Figueiró dos Vinhos e Arega ( ah velhos tempos do Rali TAP...), onde queria passar. Acabei por parar mais à frente no Ferrador... Um boas-tardes geral aos 3 clientes presentes e após um café e uma água pedidos, um deles ao balcao e ao meu lado, diz-me: “ Linda scooter. Agradeci, falamos um pouco sobre scooters, pois ele tem uma Vespa e pedido de ajuda para o passeio que queria dar. Palavra puxa palavra e aí vou eu com outro destino... após lhe ter mostrado a minha Leoa em pormenor.” Assim, indicação registada e eis-me a caminho com cortada em Almofala. Alguns, poucos, km andados, eis a indicação do primeiro destino recomendado. Até lá chegar surge a ribeira d’Arge.
Chegada ao primeiro destino, Ana de Aviz. Atravessada a aldeia, logo à saída temos a praia fluvial, pitoresca, fresca e salpicada por várias famílias e seus filhos. Verdadeiramente aprazível.
Aqui, no local onde tirei a 1ª, das duas fotos anteriores, encontro um homem de calção de banho que, sentado à sombra das grandes árvores existentes à borda da estrada, observa tudo aquilo. Após ter tirado as fotos, entabulei conversa com ele sobre a beleza do local, ao que ele me respondeu: “Sabe, sou daqui da zona e há 6 anos que não conseguia vir aqui, sentir este cheiro e esta paz.” Sintomático. Perguntei-lhe qual seria o melhor caminho para a melhor referência para passeio que tinha recebido no primeiro encontro no Ferrador... Lá me explicou que teria que voltar para traz, o que fiz e cheguei ao cruzamento desejado. No caminho encontro um miradouro com uma paisagem soberba, arrebatadora mesmo, onde dei descanso à leoa e água ao dono. As estradas não são largas, mas estão boas, contudo, com alguns perigos, o que me leva a ter uma condução mais cuidadosa, devido aos muitos detritos dos camiões de transporte de eucaliptos e por algumas pedras que rolaram para a estrada, mesmo em curvas. Seguindo os ensinamentos, condução cautelosa, à vista e mais junto ao eixo da via e problema resolvido. Por 3 vezes, resolvi parar e tirar as pedras para a berma.
Tenho pena que haja pouca consciência sobre estes perigos e de quem tem a responsabilidade de verificar as estradas onde existem trabalhos. Mas, civicamente, convenhamos que também não me custou muito, fiquei bem comigo mesmo, evitando talvez algum acidente a um menos avisado. Uns minutos perdidos sem qualquer importância para quem anda a passear. À medida que me aproximo das Fragas, começo a encontrar um nº considerável de carros. Bom sinal. Temos gente! Dado ao declive da estrada, tive alguma dificuldade em arranjar um local para a minha leoa não escorregar...e ficar à sombra, mas lá consegui
Acabado leoa e
de quem
estacionar me aparece
a ?
O homem dos calções de banho de Ana de Aviz...afinal vinha para ali ao banho e viver as Fragas, segundo ele. Vive em Lisboa, funcionário da Remax e stress com fartura...uma trilogia que dá cabo de qualquer um, convenhamos... Mais um que quis ver a leoa...e falar de scooters, pois está a pensar comprar uma, para se deslocar em Lisboa, naquele inferno de transito e parquímetros. Adorou a leoa...mas não gostou nada do preço.Como eu o compreendo e continuo a não entender a política da Honda. Enfim é o que temos. NUNCA mais vou para estes passeios sem uns calções de banho e uma toalha. Podem crer ! Fiquei todo roídinho, pois a água estava mesmo boa... Segundo recolhi junto da empregada do bar nas Fragas, devia ir visitar a Aldeia de Xisto de S. Simão. Trajecto entendido, de moto, pois também se pode ir das Fragas, a pé, para a aldeia, pus-me a caminho. Chegada à entrada da aldeia, tudo muito bem conservado ou em obras de conservação.
Sente-se que algumas das casas serão de fim de semana. Numa, um rádio a tocar numa sala de porta aberta, ecoa pela aldeia e vale, como se de um concerto se tratasse. Por aquelas bandas, um rádio a tocar dá para a aldeia toda, dominando o silêncio e monopolizando o noticiário que todos têm que ouvir. Vida de aldeia. Fiquei com a curiosidade de ver esta aldeia à noite, pois tem a iluminação de rua e particular bem cuidada. Adeus Aldeia de Xisto! Já de regresso, rumo direito a Figueiró dos Vinhos aproveitei para descansar mais um bocadito e dar dois dedos de conversa com uns taxistas que passavam o tempo, jogando às cartas. Perguntando sobre o melhor caminho de regresso, depois de falarmos do que tinha visto, foi-me logo imposto, mais uma visita - a Foz d’Argea. A não perder, segundo eles. Segui, claro, o seu conselho e rumei à Foz d’Argea. No trajecto passei por umaterra curiosa Enchecamas. Antes de regressar a casa, passando pela Arega, fiquei a contemplar a paz transmitida por esta linda Foz. Mais um dia bem passado e com a grande vantagem de ter aguçado o apetite para outros passeios, por esta linda zona centro, tão pouco divulgada e até conhecida.
Para quem não souber, o Geocaching é um passatempo e desporto ao ar livre que pode bem ser praticado com a família, amigos e até ao desafio entre equipas. Neste momento é praticado tanto em Portugal como a nível internacional. Os praticantes precisam apenas de um GPS e claro, espírito de aventura e aconselhamos MUITA vontade e alguma forma física, porque as aventuras de Geocaching podem tornar-se algo exigentes. O desporto em si consiste em encontrar caixas escondidas (caches), mediante coordenadas GPS. Quem “iniciar” uma “Cache” deixará, nos sites próprios para este fim, as coordenadas e algumas pistas. A dificuldade de encontrar ou não o esconderijo faz com que haja vários níveis a superar. Ao encontrar a caixa, deixamos um objecto (convém serem sempre coisas pequenas, porque as caixas normalmente também o são. Dentro da caixa está também a coordenada para o tesouro final, esse só se encontra se encontrarmos todas as outras caixas que estiverem nesse roteiro. Deixamos o objecto, assinamos a folha de registo que também está na cache, tiramos a indicação da coordenada do tesouro final, fechamos, voltamos a esconder no mesmo sítio e… Siga para a próxima coordenada! É uma caça ao tesouro moderna e bastante divertida, em que temos a oportunidade de conhecer cantinhos do nosso Portugal (e até estrangeiro para os mais aventureiros e afortunados) que de outro modo não nos passaria pela ideia que pudessem existir. Em 29 de Novembro de 2009 contavam-se 948 950caches activas em 221 países. Em 31 de Dezembro de 2010contavam-se 1 265 747 caches activas no mesmo número de países.
No passado dia 8 de Janeiro de 2012 aceitámos o desafio do Vinnys e da Sofy para experimentar Geocaching e … ficámos fãs! A verdade é que esta actividade já não é novidade nenhuma para milhares de aventureiros, mas nós ainda ficamos naquela do “Geo-quê” ? Às 14H lá estávamos nós no ponto de encontro em Penacova, de GPS em punho e Virago preparada para trepar a serra à descoberta destes pequenos tesouros. A 1ª e 3ª caches foram fáceis de encontrar, foram uma espécie de aquecimento e intervalo para nos preparar para as que vinham a seguir. Cache nº 2. É engraçado como passado 5 minutos de estar a “Geocachar”,nós simplesmente TEMOS de encontrar a próxima. Esta estava onde “os caminhos se cruzavam” … o pior, é que os caminhos se cruzavam em vários sítios, mas também a encontramos. Se a 1ª cache foi encontrada em menos de 5 minutos, esta 2ªlevou-nos bem à volta de 30 ou 45 minutos de vontade. Mas conseguimos, e até encontrámos o que poderia ser uma Pousada de sonho, em completa paz e sossego, protegida pela Natureza.
A 4ª cache, bem… essa estava mesmo guardada para o meio da tarde… mas o local do esconderijo é uma daquelas surpresas impensáveis. A caminho de lá, a pé por uma picada de um eucaliptal, que parecia nunca mais acabar, a ideia geral é que nos tínhamos enganado, que não podia estar certo…Como é que é possível que alguém fosse para ali esconder o que fosse. Mas à chegada, percebemos que não só era a cache um tesouro, como o próprio local do esconderijo. Digno de uma tarde calma e sem pressas, com um Sol de Inverno quente, os pássaros, o cheiro a eucalipto fresquinho. Valeu a pena descer a picada, embora subi-la de regresso à estrada tenha sido impróprio para cardíacos.
Seguimos rumo ao “Penedo de Castro” vivemos outro tipo de experiências que o Geocahing pode proporcionar. Primeiro, encontrámos apenas os restos de uma caixa de plástico? Será que vandalizaram a cache? …. Procurámos até já estar mesmo de noite e não encontrámos, fica o segredo para quem o descobrir. Bom, um tanto desanimados, fomos curar o mal com o farnel. Sim, graças ao Vinnys ninguém morreu à fome, se bem que parecíamos autênticas crianças, qual frio e qual fome? Estávamos a caminho do carro de apoio onde vinha o lanche, quando damos pela chegada de uma família, o casal e dois miúdos de papel e pilha na mão, rumos às rochas do penedo. Pensámos, “vieram ao mesmo”. Conversa, petisco e mais conversa, e a família regressa do penedo, de volta ao carro também de mãos vazias. Entram no carro, e ficam a olhar para nós naquele impasse do “fala, não fala” … Sai do estacionamento, aproxima-se, abre o vidro “Boa noite, … então vieram ao mesmo?” E nós, “ não há cache” … e eles “pois não” … E enfim, graças a uma caixa escondida, ficámos à conversa um bocado e “também somos de Coimbra”… É engraçado! Sai uma pessoa de casa para ir procurar caixas escondidas, e encontra lugares lindíssimos e perdido, novos amigos e conhecidos, convive-se, petisca-se… Reencontramos os verdadeiros tesouros. de Carla Pinto
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