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PARKOUR OS “NINJAS” URBANOS

O parkour está a ganhar cada vez mais adeptos. Sedentos da adrenalina gerada por uma atividade radical, pode ser praticado em todos os contextos, basta haver obstáculos a transpor!

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Criado em França, nos anos 80, o parkour é inspirado em técnicas militares e de salvamento, e tem como principal objetivo a deslocação de um ponto a outro de modo rápido e direto, transpondo os obstáculos, como muros, automóveis, escadas, que surjam pela frente. «O parkour consiste na interação do meio que nos rodeia através de movimentos e acrobacias de modo a criar desafios ou percursos. Existem várias técnicas usadas para ultrapassar obstáculos de forma rápida e eficiente, em que o praticante define o seu próprio estilo», explica Luís Duarte, diretor da secção de ginástica do Sporting Club de Portugal. «Este tipo de treino foi adaptado do meio militar, num campo de treino, ao meio urbano e natural, criando oportunidades infinitas devido à variedade de ambientes e obstáculos», anota Luís Duarte. Em meados dos anos 80, esta prática tornou-se famosa pelo mundo, através da demonstração destas proezas em filmes, anúncios, espetáculos e documentários. DESPORTO PERIGOSO?

Aparentemente, é um desporto perigoso! Mas, Luís Duarte explica que há formas de atenuar os potenciais perigos: «Se o praticante

tiver uma boa noção dos seus limites não se vai pôr em risco. Em toda a prática desta modalidade há um processo por detrás de cada salto/percurso. Este método permite ao praticante avaliar se é capaz de realizar o salto pretendido. Se este processo for ignorado, estamos mais suscetíveis a que o parkour se torne perigoso. Se a prática for levada duma forma gradual, ou seja, começar pelos movimentos mais fáceis e distâncias menores e, à medida que vai evoluindo, aprender-se-ão os movimentos mais complexos e distâncias maiores». O parkour é uma atividade «extremamente completa», já que trabalha todas as qualidades físicas (força, resistência, componente aeróbia, flexibilidade, coordenação motora, velocidade e equilíbrio e noção corporal). Assume ainda uma grande componente psicológica (controlo do medo, concentração, criatividade, noção dos seus limites, etc.), aliado a uma componente social (entreajuda, trabalho de equipa, espírito de sacrifício e convívio), destaca o técnico Luís Duarte. COM VONTADE DE APRENDER

Em Portugal, o parkour começou a ser praticada em meados de 2000 por um grupo de amigos que depois vieram a difundir a modalidade pelo país fora com workshops, demonstrações e espetáculos. Em 2006, é formada a “Line Team”, equipa que se veio a destacar em Portugal pelos vídeos no Youtube. Em 2014, nascia assim um projeto de aulas, Parkour By Line Team, com o objetivo de cativar novos praticantes. Atualmente, são organizados encontros de parkour na rua que chegam aos 80 praticantes. De forma mais estruturada, o Sporting Club de Portugal integrou esta tendência desportiva urbana na sua secção de ginástica. «Conseguimos fazer crescer o desporto, visto que o Sporting se tornou mais um dos locais onde é possível ensinar esta modalidade de forma segura e divertida, contribuindo ativamente para o desenvolvimento da modalidade. De modo geral teve uma boa adesão e já contamos com mais de 30 atletas inscritos», finaliza Luís Duarte.

QUEM PODE PRATICAR ESTE DEPORTO?

Qualquer pessoa pode praticar independentemente da idade, género e condição física, uma vez que é um desporto inclusivo, tendo os professores o cuidado de adaptar cada aula ao nível do praticante. QUAIS OS CUIDADOS A TER?

Respeitar os próprios limites; seguir o processo passando por todas as etapas de aprendizagem; verificar condições do meio que nos rodeia (material onde vamos interagir); saber lidar com a pressão. EM QUE CASOS NÃO É RECOMENDADO?

Esta atividade oferece a possibilidade de podermos treinar de uma forma adaptada, ou seja, se um braço está lesionado, podemos treinar apenas usando as pernas ou vice-versa.

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