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PREVENÇÃO SAÚDE
COVID-19 PLANO DE VACINAÇÃO EM MARCHA
Quando serei vacinado? Como funciona a proteção conferida pela vacina? Depois de imunizado, posso fazer a minha vida normal? Conheça as respostas a estas dúvidas e fale com o seu médico ou enfermeiro de família para perceber em que fase será vacinado.
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O plano de vacinação contra a covid-19 já arrancou e está pensado para que todos os portugueses possam ser vacinados durante o ano de 2021. A estratégia contempla três fases. Na primeira, que teve início em dezembro, foram vacinados os grupos prioritários, mais vulneráveis à doença, como profissionais de saúde, profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, entre outros. Desde fevereiro de 2021, e ainda a decorrer, a Fase 2 tem como público-alvo as pessoas de idade superior ou igual a 50 anos, com pelo menos uma das seguintes doenças: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal, DPOC ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração. Na lista também estão incluídas as pessoas com 80 ou mais anos. A Fase 3, «em data a determinar após a conclusão da segunda fase», incluirá a restante população. A vacinação em curso em todo o país recorre à rede do Serviço Nacional de Saúde, sendo as pessoas contactadas para se deslocarem ao local onde a vacinação decorre. Nos lares e estruturas similares, a vacinação acontece no local e é realizada por profissionais do SNS. Para além dos utentes
destas instituições, os profissionais de saúde e outros profissionais prioritários também são vacinados, mas no âmbito dos Serviços de Saúde Ocupacional das instituições onde trabalham ou de outros serviços de saúde próprios. Em caso de dúvida, fale com o médico ou enfermeiro de família para perceber em que fase será vacinado. POSSO SER INFETADO PELA VACINA?
Gabriela Plácido, professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, explica que «as vacinas são preparações biológicas que contêm um agente estranho (mas sem capacidade infeciosa) ou estruturas específicas desse agente. Quando administradas, vão desencadear a produção de anticorpos específicos contra esse agente. A ativação de um sistema de memória permite ao organismo ficar preparado para, em caso de exposição futura a um agente realmente infecioso, se defender e o eliminar, o mais rapidamente e evitar a progressão da doença». No caso da covid-19, «as vacinas têm este propósito, preparar o organismo para que um eventual contacto, seja controlado e evite a doença». Neste momento, já foram aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento seis vacinas – BioNTech-Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Novavax, Sanofi-GSK, Janssen – Johnson & Johnson, sendo a principal diferença entre elas, a forma como induzem o corpo a adquirir imunidade ou proteção. AS VACINAS SÃO SEGURAS?
Dada a urgência em travar a pandemia, os cientistas conseguiram produzir vacinas em tempo recorde, o que levantou algumas dúvidas sobre a sua segurança. Gabriela Plácido esclarece: «a aprovação de medicamentos, sejam eles para tratamento ou para prevenção (caso das vacinas), é um processo extremamente rigoroso e controlado em todas as suas etapas». A celeridade do processo ocorreu por várias razões, nomeadamente, pela gravidade da situação, que levou a uma união de esforços. Também os diferentes métodos usados na produção da vacina, «não foram uma descoberta atual. Mesmo no método mais recente, a etapa inicial de investigação já estava em estudo há vários anos, embora no contexto da doença oncológica». Utilizou-se este conhecimento e direcionou-se para o desenvolvimento da vacina contra a covid-19. Outro aspeto que permitiu encurtar o tempo foi «a facilidade em encontrar voluntários para os ensaios clínicos». A docente reforça que «as vacinas servem para nos proteger. Há razões para temer não ser vacinado. Pois isso, sim, pode significar doença, sofrimento, sequelas ou morte». Além disso, ao nível da comunidade, a vacina vai permitir a interrupção das cadeias de transmissão.
E DEPOIS DA VACINA?
Se já recebeu as duas doses da vacina, está completamente vacinado contra a covid-19, mas a proteção só é efetiva entre 7 a 14 dias após a segunda toma, dependendo da vacina tomada. Ainda não se sabe quando tempo dura a proteção individual conferida pela vacina. Certa é a impossibilidade de uma pessoa vacinada ficar infetada pelo SARS-CoV-2 e transmitir o vírus a terceiros. Quem está vacinado está também mais protegido em relação às formas graves da doença. Mesmo assim, deve continuar a adotar medidas de proteção (máscaras, etiqueta respiratória, distanciamento social e higienização das mãos). Se tiver um contacto de risco ou desenvolver sintomas de covid-19, deve manter-se em isolamento e seguir os procedimentos habituais, como se não estivesse vacinado.
EFEITOS SECUNDÁRIOS Depois da toma da vacina podem ocorrer alguns efeitos secundários, que variam de pessoa para pessoa: • Dor ou inchaço no local da injeção; • Cansaço; • Dores de cabeça, musculares e articulares; • Arrepios e febre; • Aumento de volume de gânglio linfático na axila do braço onde a vacina foi administrada; • Náuseas ou vómitos; • Pequenas manchas de cor rosada na pele.