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BEBÉ E MAMÃ

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RECÉM-NASCIDO BEBÉ COM FE BRE! E AGORA?

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O aumento da temperatura corporal é sempre um motivo de apreensão para os pais e um dos principais sintomas que levam as crianças às urgências. Mas nem sempre é sinónimo de doença. Saiba como agir e quando deverá levar o seu bebé ao médico.

A febre nas crianças é um problema de saúde muito comum. No entanto, apesar de ser um motivo de preocupação e ansiedade para os pais, na maioria das vezes não representa um risco para a saúde. Ainda assim é um sinal de alerta a que se deve estar atento, sobretudo nos bebés. Como explica o médico pediatra Hugo Faria, a febre «é um aumento da temperatura corporal em relação à temperatura basal e corresponde a uma resposta do organismo a um processo inflamatório (uma inflamação sistémica de qualquer causa)». No caso do bebé recém-nascido, a causa mais frequente são as infeções. Geralmente, são causadas «por uma bactéria ou um vírus, e a gravidade subjacente tem grande variedade - desde simples infeção viral autolimitada até a uma infeção bacteriana grave”, esclarece o médico do Hospital CUF Descobertas. O problema é que, quando se trata de um recém-nascido, o sistema imunitário é ainda imaturo e está particularmente vulnerável a agentes infeciosos, motivo pelo qual Hugo Faria diz que «a febre é sempre um sinal de alarme e deverá motivar uma avaliação médica».

SINAI S DE ALE RTA

É aqui que começa a fórmula para o stress e angústia dos pais: bebé recém-nascido - pior, se for o primeiro filho - e temperatura alta. O que poderá ser, então, considerada temperatura elevada? Hugo Faria assume que esta definição «não é simples, uma vez que depende do método de avaliação. Porém, considera-se, habi-

tualmente, febre no recém-nascido, quando a temperatura retal é superior a 38ºC». Em caso de dúvidas sobre a melhor forma para medir a temperatura do bebé e, apesar de os aparelhos que fazem a medição no ouvido serem adequados, o pediatra esclarece: «No recémnascido deverá ser avaliada temperatura retal com termómetro digital». Mais do que nunca, é importante usar um instrumento de medição fiável, sempre o mesmo, e fazer a medicação de forma correta em intervalos regulares: 3 a 4 vezes por dia e a cada 3 ou 4 horas durante a noite. Entre os sintomas de febre que o recém-nascido poderá manifestar destaca-se a prostração ou irritabilidade, gemido, recusa alimentar, extremidades frias e tronco quente, bem como a pele marmoreada.

O QUE FA ZER?

Nestes momentos, nada melhor do que manter a calma. Embora «qualquer bebé recém-nascido com febre deva ser avaliado pelo médico, com urgência», uma vez que «há um risco acrescido de se tratar de uma infeção grave», Hugo Faria explica que, quando o bebé tem febre, os pais devem «despi-lo, colocá-lo num local fresco da casa e evitar agasalhá-lo, pois isso aumentará a temperatura corporal ainda mais». Se, ainda assim, a febre não ceder, «podem aplicar-se compressas molhadas com água tépida no tronco». Em caso algum se deverá recorrer ao banho frio, pois diminuir a temperatura da pele engana os recetores de temperatura do corpo e poderá gerar um aumento da temperatura corporal - exatamente o contrário do pretendido nesta situação. Nos casos de febre alta ou de temperatura que cause desconfor

to físico significativo ao bebé, o pediatra afirma que esta «poderá ser tratada com paracetamol - seguindo as dosagens indicadas -, salvo indicação médica em contrário». Contudo, se a criança estiver confortável e não existirem outros fatores de risco, não é obrigatório administrar antipiréticos quando a temperatura alcançar os 38ºC ou 38,5ºC.

AS TEMIDAS CONVULSÕES

Quando se fala de febre, é inevitável não pensar nas temidas convulsões febris, que muitas pessoas associam a temperaturas mais elevadas. José Manuel Aparício, pediatra do Hospital Lusíadas Porto, revela que a maior parte das convulsões surge na chamada «subida térmica». Ou seja, «o início do pico febril - entre os 38 e os 39ºC - em que o organismo está ainda a começar a elevar a sua temperatura para combater a infeção». Conforme sublinha, «só em alguns casos as temperaturas febris elevadas poderão traduzir em situações clínicas de maior gravidade, como infeções no sangue, pulmão, rim ou do sistema nervoso central». Estas situações não são por norma comuns, segundo o pediatra, e quando surgem costumam ocorrer em quadros de crianças «geneticamente suscetíveis ou com patologia de base».

QUANDO IR AO HO SPITAL ?

Ainda que os pais possam ligar para a Linha Saúde 24 para esclarecer dúvidas, um bebé recém-nascido, que tenha febre, deverá ser sempre observado em regime de urgência/ atendimento permanente. Leve o seu filho ao hospital se este tiver: • Idade inferior a 3 meses e a temperatura retal for superior a 39°C; • Choro fraco sob a forma de gemido ou se for muito agudo e persistente, apresentando, além disso, a pele pálida ou arroxeada e grande prostração; • Sonolência excessiva ou vómitos abundantes; • Dificuldade em respirar; • Convulsão causada pela febre; • A febre persistir mais de 48 horas, sem sintomas associados que apontem para a causa.

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