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PREVENÇÃO SAÚDE
CONSULTA DO VIAJANTE O QUE COMER EM VIA GEM? Planear uma viagem implica escolher o destino e o que visitar. Mas também informar-se sobre os cuidados de saúde a ter, para evitar imprevistos que comprometam as férias.
Durante meses sonhamos com as férias, com a vontade de sair da rotina em busca de destinos longínquos ou, mesmo que próximos, que permitam descansar. Entre tantos detalhes a preparar há um que não pode faltar: conhecer a alimentação. Diogo Medina, médico de Saúde do Viajante, partilha uma dica simples que poderá fazer a diferença na altura de escolher o que comer: «basta fixar a frase ‘descascar, desembalar, aquecer ou esquecer’». A explicação para cada um destes verbos é simples: «Descascar» porque «devemos preferir as frutas e os vegetais descascados e lavados por nós e evitar os buffets de fruta e as saladas que se ingerem, em geral, fora de casa». Depois o «desembalar», acaba por ser uma boa alternativa, uma vez que «os alimentos embalados, desde que dentro do prazo de validade e mantidos em boas condições de conservação são, genericamente, seguros». Neste contexto, Diogo Medina explica, por exemplo, que é mais seguro optar pelos gelados de preparação industrial embalados, em detrimento dos gelados de bola servidos em cone. Da mesma forma, é mais seguro consumir leite embalado do que leite não pasteurizado ou até mesmo «evitar molhos que não estejam embalados», indica. Já no que concerne ao «Aquecer», o perito em Saúde do Viajante diz que se «deve dar preferência aos alimentos bem cozinhados, que tenham sido servidos quentes». Há ainda que evitar «car
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nes mal passadas, peixes crus ou alimentos que estão expostos em buffets ou em mercados, os quais não sabemos como ou há quanto tempo foram confecionados». Por fim, no caso do verbo «Esquecer» a situação é mais simples: «se os alimentos não cumprirem estas três simples regras (descascar, desembalar ou aquecer), então são para esquecer!».
ÁGUA ENGARRAFA DA É A MAI S SEGURA
Uma das principais preocupações de muitos viajantes está relacionada com a água que se pode consumir. É seguro ou não beber água que não esteja engarrafada? Em vários locais do mundo - particularmente no continente africano e em alguns países da Ásia e da América do Sul -, a água da torneira não é segura para beber, mesmo quando é filtrada. Porquê? «Ao consumirmos água contaminada, corremos o risco de contrair doenças transmitidas por bactérias, vírus e parasitas. Por isso, nestes locais, reserve a água da torneira, mesmo se for filtrada, apenas para a higiene pessoal, a limpeza da casa e para cozinhar», explica Diogo Medina. Assim, a recomendação vai para se beber e lavar a fruta e os vegetais sempre com água engarrafada e devidamente selada. Se estiver fora de casa, não se esqueça: evite beber bebidas com gelo, uma vez que não sabe com que água este foi feito. Caso não haja água engarrafada ou a possibilidade de tratar a da torneira, tenha em atenção que «os filtros apenas eliminam as bactérias e os parasitas, mas não alguns vírus», alerta. Nestes casos, o perito em Saúde do Viajante deixa instruções para tratar a água com segurança: «É necessário colocá-la a ferver e mantê-la em ebulição durante 1 minuto ou, em alternativa, deitar 2 gotas de lixívia pura por cada litro de água a tratar, misturar bem e deixar repousar durante 30 minutos».
PERIGOS ESCONDIDOS
Os cuidados com a alimentação em viagem são iguais para todas as pessoas, mas, em alguns casos, podem ser especiais ou acrescidos. «No caso de viajantes muito jovens, cuja alimentação depende dos pais, é importante que estes se assegurem que controlam os alimentos e bebidas dadas aos mais pequenos», salienta Diogo Medina. Isso poderá passar, por exemplo, por utilizar exclusivamente água engarrafada na preparação dos alimentos dos bebés e crianças mais pequenas. E embora muitos acreditem que os riscos são maiores nos países das regiões tropicais, não se deve negligenciar os cuidados nos países fora dessa faixa do globo, como é o caso do Nepal ou
da Mongólia, ou de países centro-asiáticos. Por essa razão, até prova em contrário, «fora de Portugal, particularmente em viagens inferiores a um mês, é boa ideia não beber água da torneira e ter os cuidados mencionados com a alimentação», adverte o perito em Saúde do Viajante. Se permanecer no destino por mais do que 30 dias, Diogo Medina recomenda que se informe junto das autoridades locais sobre a qualidade da água da rede pública, pois certamente terá influência na qualidade da alimentação disponível no país que vai visitar. Um outro aliado a não esquecer e que ajuda a prevenir as infeções é a vacinação. Antes de viajar, não esqueça, marque uma Consulta do Viajante e informe-se sobre a recomendação de vacinação no destino que escolheu. Consulte ainda a página da internet www.consultadoviajante.com ou fale com o seu Farmacêutico Holon.
*O artigo foi redigido antes da declaração do Estado de Emergência, que proíbe as viagens