Índice
EDItOrial
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Editorial
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Atualidade
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O desafio de intervir Apesar de ultimamente o foco da comunicação
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social estar maioritariamente nas doenças infeciosas, é nas doenças não transmissíveis que nos países desenvolvidos se perdem mais anos de vida. De
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acordo com a Organização Mundial da Saúde, dos 57 milhões de mortes registadas em 2008, 36 milhões – quase dois terços – foram consequência das doenças não transmissíveis, sobretudo da doença
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cardiovascular, do cancro, da diabetes, e das doenças
seja, aproximadamente 13 pessoas por dia. O mais
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Opinião Uma visão estratégica distinta O que Dizem os Especialistas Doenças respiratórias: «Não podemos ignorar sintomas»
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Em Foco Prevenção e higiene oral: Cuidar do “cartão-de-visita”
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Um Dia Todas Serão Assim 14 Intervenção da farmácia na doença respiratória crónica 15 Calendário & Ações Farmácias 16 Farmácia Holon Barreiro Cuidamos de Si 18 Esporão do Calcâneo 20 Hiperpigmentação: Quando a pele adquire manchas
respiratórias. E Portugal não é exceção. Em 2011, morreram por diabetes 4536 pessoas, ou
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H Júnior 25 Diverte-te 26 Trocado em Miúdos
Dentro & Fora de Casa Pinta o desenho
Bebé e Mamã Dentes de Leite: Temporários mas fundamentais Dia a Dia Medicamentos de “pessoas” perigosos para os animais Cuide Aqui da sua Saúde Inspire. Expire. Viva Mais 40 A Influência da saúde oral no estado nutricional do idoso 42 Equitação: «Valores de caráter ético e estético» 44 Receita saudável
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NOVIDADES
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Saúde Digital
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Atuar SPP: 40 anos a promover a saúde respiratória dos portugueses Breves
recente relatório anual do observatório nacional da Diabetes, com dados de 2013, indica que houve Edição: Hollyfar – Marcas e Comunicação, Lda. – Rua Aquiles
quatro amputações por dia em doentes diabéticos.
Machado, nº 5F 1900-077 Lisboa
Dados do mesmo ano referentes às doenças
Coordenador Editorial: Maria João Costa Lobo (Holon) e Inês Marujo (Hollyfar) • Colaboram nesta edição: Ana Albernaz,
respiratórias, apresentados pela Fundação Portuguesa
Carmen Silva, Ana Cláudia Dias, Catarina Rola, Lisa Gonçalves, Maria Luísa Teixeira, Mariana Rosa, Susana Henriques, Telma Machado •
do Pulmão, indicaram que estas são responsáveis por
Fotografia: David Oitavem
2,9 por cento da totalidade dos óbitos no nosso país.
Publicação bimestral • E-mail: revistah@grupo-holon.pt • Tiragem deste número: 15.000 exemplares • Os artigos
As Farmácias Holon, através das suas equipas
assinados apenas veiculam a posição dos seus autores.
multidisciplinares e serviços, estão capacitadas para
Layout: Series – Comunicação e Design, Lda. – Rua Rodrigues Sampaio, 31, 1º Dto. 1150-278 Lisboa; Site: www.series.
dar resposta a estes desafios. Pergunte como, ao seu farmacêutico.
Ema Paulino
com.pt • United Creative – Estrada da Luz nº 90, 10ºH 1600-160 Lisboa; Site: www.unitedcreative.com • Paginação: Helena Diretor: José Pedro Freitas Pinto • Propriedade: Holon –
Freitas • Execução Gráfica: Finepaper – Rua do Crucifixo,
Comunicação Global, Unipessoal, Lda. • Capital Social: 5.000,00
86, 3º Dto. 1100-184 Lisboa; E-mail: info@finepaper.pt •
euros • Órgãos Sociais: Pedro Miguel Domingues Pires e Nuno
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Alexandre Antunes Machado (gerentes) • NIPC: 508025621 •
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Telefone: 219 666 100; E-mail: geral@grupo-holon.pt
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Diretora de Projetos e Serviços 3
atualidade
Eficácia dos medicamentos pode depender da hora a que são tomados A conclusão é de um estudo da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, divulgado pela “TSF”, que registou as horas em que os órgãos do corpo humano são mais ativos. As conclusões permitem dizer que há um momento do dia mais adequado para tomar uma aspirina ou o comprimido para o colesterol. De acordo com os investigadores, que analisaram durante cinco anos os padrões de milhares de genes dos mamíferos, o relógio biológico funciona mesmo. O coração está mais ativo de manhã, os pulmões à hora do almoço, o fígado e os rins depois das 18h00. O estudo conclui ainda que o fígado é o órgão com mais ritmo, com horas de maior atividade antes do nascer do dia e ao pôr do sol. Os medicamentos são mais eficazes se forem tomados à hora de ponta, ou seja, quando os orgãos estão mais ativos. Os investigadores explicam que algumas drogas não ficam muito tempo no corpo, por isso, é fundamental que sejam tomados à hora certa. São ainda necessários mais estudos para cada grupo de medicamentos mas, pela primeira vez, é conhecido o ciclo horário de cada órgão do corpo humano.
DGS lança site exclusivo
“Uso do Medicamento –
para doença por vírus Ébola
Somos Todos Responsá-
A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou um site - http://www.ebola.dgs.pt/ - exclusivamente dedicado à doença por vírus Ébola, uma das ações de comunicação delineadas pela “Plataforma de resposta à doença por vírus Ébola”. De acordo com a DGS, este pretende ser um instrumento de comunicação dirigido a cidadãos e a profissionais do setor da saúde. Para os cidadãos, o site disponibiliza informação sobre a doença por vírus Ébola: o que é; como prevenir; quais os sintomas e as formas de transmissão; procedimentos em caso de dúvida face à suspeita de infeção; perguntas e respostas, entre outros. Já os profissionais de saúde podem aceder a informação adequada sobre orientações técnico-normativas a adotar.
Dicas e receitas para comer melhor O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável lançou um blogue sobre alimentação e saúde, chamado Nutrimento. Trata-se de um espaço interativo destinado à população onde pode encontrar materiais de qualidade, dicas sobre alimentação saudável a baixo custo, notícias ou simplesmente receitas. Pretende-se que o blogue tenha a função de alimentar a troca de informação, de ideias, o debate sobre temas da atualidade relacionados com a alimentação, a divulgação das boas práticas e da investigação sobre esta temática.
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veis” Este é o mote da campanha lançada pela Ordem dos Farmacêuticos. Uma ação que se dirige aos cidadãos em geral, mas também aos profissionais de saúde, já que a adesão à terapêutica por parte do doente não é só da responsabilidade do utilizador final. Também os médicos, enfermeiros ou farmacêuticos podem contribuir, através de aconselhamento aos utentes. De acordo com dados da OMS, metade dos cidadãos não toma corretamente os medicamentos. O uso de medicamentos é um componente essencial para a prevenção, tratamento e, quando possível, cura da doença, sendo que o seu uso responsável garante o acesso do cidadão ao medicamento correto, na dose adequada à sua necessidade individual; no período de tempo indicado e pelo menor custo possível para si e para o sistema de saúde. A Ordem dos Farmacêuticos salienta que globalmente estima-se que o uso responsável do medicamento possa gerar poupanças de 370 mil milhões de euros, correspondentes a cerca de 8% da despesa mundial em saúde. No âmbito da campanha, a Ordem dos Farmacêuticos vai promover sessões de esclarecimento e debate, a realizar até ao final de 2014, enquanto no próximo ano, deverão ser apresentadas recomendações sobre o uso racional do medicamento dirigidas especificamente a Portugal.
OPINIÃO
Uma visão estratégica distinta O tempo passa e cá estamos nós outra vez. Findou o verão e já cheira a outono. Com ele começa um novo ano letivo para a larga maioria das famílias portuguesas. Como de costume, há ansiedade, entusiasmo, choro, alegria, reencontros, separações, muito caos e, sobretudo, a promessa de um futuro melhor no horizonte. Enviamos os nossos filhos para a escola com a convicção e a esperança que dela tirem o valor e a aprendizagem que os leve a uma vida melhor do que a nossa. Os desafios que enfrentarão no futuro não serão menores do que os nossos, muito pelo contrário. Mas não é a dimensão do desafio que determina o sucesso e sim a preparação, capacidade, disciplina e determinação que colocamos na realização dos objetivos a que nos propomos.
Dr. João Carlos Moreira Diretor Técnico da Farmácia Adriano Moreira (Castelo de Paiva)
Não há melhor investimento que famílias e País possam fazer do que a formação. E essa formação começa cedo, na escola, continuando pela vida fora num longo processo de enriquecimento e valorização. Sem aprendizagem contínua não há crescimento nem melhoria, não há criação de valor. Queremos todos um Portugal melhor e mais rico. Sem nos valorizarmos, eliminando desperdícios e ineficiências e potenciando qualidades e virtudes, investindo em nós e na formação da nossa sociedade, não conseguiremos afastar de vez estes ciclos de sacrifícios a que periodicamente somos sujeitos. Também a nossa exigência tem de ser maior. Começando em nós próprios, deverá estender-se a toda sociedade. Se não queremos ser definidos
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pelo baixo preço – o baixo salário, a baixa pensão – então temos de ser melhores em tudo o que fazemos e mais exigentes naquilo que aceitamos. Só assim trilharemos o caminho do sucesso. As farmácias portuguesas enfrentam, lado a lado com a população, todos os sacrifícios que nos têm sido colocados. E não há dúvida de que houve mudanças grandes no setor. Já foram abundantemente referidas, na comunicação social, a dificuldade de abastecimento, as dívidas acumuladas, os prejuízos sofridos. Todas as farmácias nacionais passaram por dificuldades, maiores ou menores, e muitas fizeram escolhas estratégicas diferentes cujos resultados só viremos a entender com o passar do tempo. Há uma rede de farmácias em Portugal com uma visão estratégica distinta, uma visão de futuro sem renegar o passado da farmácia e a sua proximidade com a população. Essa rede são as Farmácias Holon, da qual orgulhosamente a nossa farmácia faz parte. Somos já mais de 220 farmácias espalhadas pelo País, de norte a sul. Todas independentes mas na comunhão de um projeto. A nossa visão é de uma farmácia assente na valorização do serviço prestado e de uma cada vez maior integração da farmácia como pilar fundamental dos cuidados de saúde. Alargamos a oferta de serviços, privilegiamos o acompanhamento, prestamos um atendimento pró-ativo, atuamos na prevenção. Temos projetos de ação na comunidade e queremos ser cada vez mais a referência de cuidados farmacêuticos da população.
Doenças respiratórias «Não podemos ignorar sintomas» O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
Licenciada em Medicina, Inês Gonçalves especializou-se em pneumologia e alerta para o crescente aumento do número de casos de doenças respiratórias entre a população, fruto de maus hábitos, assim como de diagnósticos tardios. Aderir à terapêutica e mudar hábitos de vida é essencial para o tratamento eficaz destas patologias. H - É comum as pessoas confundirem a falta de ar causada pela DPOC com sintomas de asma. Qual a diferença? Inês Gonçalves - A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma patologia provocada pela exposição ao tabaco (ativa e passiva) e/ou outros gases nocivos indoor ou outdoor. Ainda hoje, infelizmente, e sobretudo em países não industrializados, encontramos indivíduos a cozinhar com combustíveis sólidos (ex. lenha), dentro e fora das habitações, expostos ao fumo. Fora também das habitações verifica-se a exposição à poluição: automóveis, fábricas, combustão de miomassa, etc. Essa exposição ao longo dos anos pode provocar inflamação crónica e estreitamento do lúmen dos brônquicos, e destruição da parede dos alvéolos pulmonares, levando ao aparecimento de sintomas como tosse, expetoração de predomínio matinal, pieira, cansaço e falta de ar (dispneia) de agravamento progressivo ao longo dos anos, infeções respiratórias de repetição com ou sem internamentos e/ou idas frequentes ao serviços de urgências. A asma brônquica é uma patologia respiratória crónica, obstrutiva, que pode ter causa alérgica ou não. E tem caráter familiar. Os sintomas são tosse seca ou com expetoração mucosa, gatinhos no peito (pieira) e falta de ar (dispneia). As queixas são de predomínio noturno e entre as crises os doentes estão bem (exceto na asma grave). As crises acontecem geralmente quando os indivíduos entram em contacto com aquilo a que são alérgicos, como as infeções respiratórias com o frio ou com o exercício físico. Muitas vezes os sintomas da asma brônquica são confundidos com a DPOC, sobretudo quando o diagnóstico é feito mais tardiamente e também nos doentes fumadores.
H - Ainda prevalecem ideias erradas acerca destas doenças? IG - Os doentes atribuem os sintomas da DPOC à idade, ou seja, o cansaço e a falta de ar são devidos à idade e tentam evitar as situações que possam agravar os mesmos. Se ficam com falta de ar ao subir um 2.º andar, deixam de subir escadas, passam a andar de carro, e aprendem a subvalorizar. Muitos negam as queixas e não procuram ajuda médica por isso. A DPOC pode ser diagnosticada a partir dos 40 anos, não é exclusiva de doentes idosos. Os doentes com falta de ar devido a DPOC devem continuar a fazer as suas atividades diárias (ajustadas à sua gravidade) e nunca se entregarem ao sedentarismo, que muito contribui para o agravamento dos sintomas. Estes doentes devem ser referenciados à reabilitação respiratória e, na sua impossibilidade, cami7
nhar diariamente uma ou duas vezes por dia. A tosse diária, com expetoração matinal, também é considerada por muitos doentes como “normal” em quem fuma, mas é um dos primeiros sintomas da inflamação persistente das vias aéreas. A DPOC não é exclusiva dos fumadores, acontece nos indivíduos expostos ao tabaco passivo e outros gases nocivos. Em relação à asma brônquica, muitos doentes desconhecem que é uma doença crónica. O diagnóstico pode ser feito em criança e o doente pode passar anos sem crises, o que não significa que “teve em criança asma e já não tem mais”. Tem sempre asma, pode ter os sintomas mais ou menos controlados, mas tem o diagnóstico de asma e deve manter um seguimento médico e fazer a terapêutica de acordo com a prescrição médica.
a terapêutica inalatória, prefere comprimidos, apesar da evolução dos dispositivos. Contudo, a vantagem da terapêutica inalatória é que ela funciona como uma terapêutica tópica e, com isso, permite a utilização de doses muito mais baixas e com menores efeitos adversos do que quando administrado por via oral ou endovenosa. A terapêutica crónica é sempre difícil de gerir, quando o doente se sente melhor acaba por suspendê-la com todas as consequêncais que daí advém.
H - Uma pessoa diagnosticada com DPOC e/ ou asma pode esperar ter uma vida o mais “normal” possível? IG - Quanto mais tarde se fizer o diagnóstico e se iniciar a terapêutica, menos próximo do normal ficará o doente. Aquele doente em que foi feito um diagnóstico precocemente e que teve uma boa orientação e adesão terapêutica, vai ter uma melhor qualidade de vida e uma maior sobrevida. A cessação tabágica desempenha um papel crucial no controlo da sintomatologia, aquele que, mesmo fazendo a medicação, continua a fumar vai ter certamente mais complicações.
H - O diagnóstico na fase inicial da doença é muito importante? IG - Sim, especialmente na DPOC. Todo o fumador com mais de 40 anos, com ou sem sintomatologia, deve fazer uma espirometria para o diagnóstico. A prevalência da DPOC em Portugal ronda os 14%, número esse provavelmente inferior ao real, porque se pensa que muitos doentes ainda não foram diagnosticados. O doente deve ser aconselhado a deixar de fumar e iniciar a medicação de acordo com a gravidade da DPOC, só assim se impede a queda rápida e acentuada da função respiratória e, com isso, o agravamento dos sintomas, idas às urgências e hospitalizações. Em relação à asma brônquica, o diagnóstico precoce também é muito importante, porque iniciando precocemente a terapêutica os sintomas são controlados e os doentes podem ter uma vida o mais próximo possível do normal.
H - Qual a importância de um bom tratamento e controlo das doenças respiratórias? IG - O tratamento feito de acordo com a gravidade da DPOC controla os sintomas, melhora a qualidade de vida do doente, impede internamentos (o doente com DPOC quando sofre um internamento por exacerbação, diminui substancialmente a sua sobrevida) e impede a deterioração acentuada da função pulmonar e mortalidade. Também no caso da asma brônquica, de acordo com a gravidade, o tratamento controla os sintomas, evita exacerbações e agravamento da doença. Com isso melhora-se a qualidade de vida dos doentes, evita-se dias de trabalho/ escola perdidos, internamentos e reduz-se a morbilidade e mortalidade. No fundo, o bom tratamento e controlo das doenças respiratórias permite poupar recursos económicos.
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«Todo o fumador com mais de 40 anos, com ou sem sintomatologia, deve fazer uma espirometria para o diagnóstico.» H - E que importância tem uma correta adesão à terapêutica? IG - A terapêutica deve ser feita rigorosamente de acordo com a prescrição médica e não quando o doente acha que deve fazer ou parar. A suspensão da medicação é responsável pela piora dos sintomas, exacerbações e, em alguns casos, de internamento hospitalar. O doente respiratório geralmente não aprecia
H - Quais são as melhores opções de tratamento em termos de eficácia? IG - Na DPOC temos o GOLD - Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease com as normas orientadoras que permite diagnosticar, classificar e tratar em conformidade. A terapêutica inalatória continua a ser a terapêutica padrão. Nos últimos anos, têm sido desenvolvidos novos fármacos para o tratamento da DPOC que se têm mostrado muito eficazes, com mínimos efeitos adversos, e que podem ser tomados uma ou duas vezes por dia, ajudando assim à adesão terapêutica). Na asma brônquica temos o Gina - Global Iniciative for Asthma. Para além da terapêutica inalatória, temos a imunoterapia específica (as chamadas vacinas) e as novas terapêuticas biológicas como o uso de anticorpos monoclonais, que fazem a diferença no tratamento das asmas alérgicas.
Depressão Além da perda de qualidade de vida, agravamento de patologias concomitantes, como a insuficiência cardíaca ou a Diabetes Mellitus, as doenças respiratórias surgem muitas vezes associadas a casos de depressão. Conforme explica a Médica Pneumologista «a DPOC, sobretudo nos estádios mais avançados, está associada à uma maior limitação das atividades diárias, nas atividades laborais, na atividade sexual, na prática de desporto ou até para brincar com filhos e netos. As consultas hospitalares são mais frequentes, assim como os internamentos que são igualmente mais longos, há maior quantidade de medicação, uso de oxigénio ou de ventiladores para auxílio na respiração, dependência de terceiros, reforma antecipada… No fundo, situações que levam frequentemente à ansiedade e depressão».
em foco
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Prevenção e higiene oral Cuidar do “cartão-de-visita”
Órgãos não vitais, os dentes são importantes na saúde do indivíduo e na sua interação com o meio ambiente, contudo são muitas vezes negligenciados. Qual será então a melhor forma de conservar os dentes mais saudáveis?
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EM FOCO
«A preservação da saúde oral tem implicações diretas no bem-estar físico, mental e social e, assim, na nossa saúde», refere o médico dentista Ricardo Rainha.
Conforme começa por explicar o médico dentista Octávio Ribeiro, os dentes são «importantes na mastigação (corte e trituração dos alimentos), deglutição (contribuem na pressão negativa, necessária para deglutir), na fala (muitos sons são efetuados apenas com a interação dos tecidos moles com os dentes), nas interações sociais (sorriso, beijo, etc.) e a nível neuromuscular e psicomotor (os dentes são derivados embriologicamente do tubo neural e a sua presença e posicionamento pode condicionar a nível sistémico o nosso corpo)». Ricardo Rainha, médico dentista, alerta ainda para o mau hálito, que «poderá ser um entrave ao desenvolvimento de uma relação entre duas pessoas. Muitas vezes, a causa do mau hálito é um dente cariado ou uma infeção derivada de um dente!». Assim, mais do que a sua importância estética – são como que um “cartão-de-visita” - não se podem negligenciar todos estes aspetos, porque «a preservação da saúde oral tem implicações diretas no bem-estar físico, mental e social e, assim, na nossa saúde», refere Ricardo Rainha. Embora esteja «convencionado socialmente que se deve visitar o consultório duas vezes por ano», Octávio Ribeiro refere que não existem estudos a indicar esta ou qualquer outra periocidade. «O que importa é fazer uma boa saúde oral e consultar regularmente um especialista».
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manter os dentes mais limpos. A mesma coisa acontece durante a refeição com os legumes. Não nos podemos esquecer também da riqueza nutricional das frutas e legumes», refere Octávio Ribeiro. No fundo, a dieta deve ser equilibrada e em horários regulares, e «açúcares, alimentos ácidos, refrigerantes, guloseimas devem ser ingeridos com moderação», conclui Ricardo Rainha. Além disso, embora possa parecer contraproducente, Octávio Ribeiro defende que «mascar pastilhas sem açúcar estimula a produção de saliva e esta, por sua vez, possui na sua constituição, os componentes necessários para uma boa saúde oral, tanto dentária como dos tecidos adjacentes».
Escolher a escova ideal
Truques naturais
Na hora de escovar os dentes, há alguns cuidados a ter em conta. Tudo começa pela escolha da escova, que «deve possuir cerdas de dureza média, arredondadas e cabeça pequena, para não traumatizar bochecha e língua, e facilitar a limpeza dos dentes posteriores», aconselha Ricardo Rainha, para quem a escovagem deve ser feita idealmente três vezes ao dia. «Porém, diante de impossibilidades, deve-se insistir mais na escovagem noturna, antes de dormir, pois durante o sono, a temperatura da boca aumenta, a produção de saliva diminui e as bactérias proliferam».
Mais do que usar o melhor dentífrico ou a escova mais eficiente, há pequenos truques que podem ajudar a manter a dentição saudável. «O consumo de frutas e legumes com grande regularidade é muito importante na conservação dos dentes. É importante acabar as refeições principais com frutos fibrosos, como a maçã ou a pêra, uma vez que, as suas fibras ajudam a
A escova dentária deve estar posicionada de modo a que as cerdas façam um ângulo de 45º com os dentes. As cerdas devem estar em contacto com a gengiva e com os dentes. É ainda importante «efetuar movimentos rotatórios, de modo a que a escova massaje a gengiva e lave os dentes. Criar um sistema que permita que todos os dentes fiquem lavados, sem se esquecer
de nenhum», salienta Octávio Ribeiro. E, porque uma boa escova não dura sempre e vai perdendo a sua eficácia, esta «deve ser trocada de três em três meses. Ou então mais cedo, no caso de as cerdas começarem a dobrar». Além disso, «para preservar a escova dentária e a saúde, devemos certificar-nos que esta fica completamente seca entre utilizações. As escovas podem ser meios de cultura para fungos e bactérias, que depois de um tempo podem multiplicar-se em níveis significantes. Depois de usar a escova, devemos agitá-la vigorosamente sob água corrente e guardá-la, de forma que possa secar», alerta Ricardo Rainha.
Aconselhamento individualizado Certamente já ficou parado em frente às prateleiras de dentífricos e indeciso entre qual escolher. Em pasta ou líquido? Para dentes sensíveis ou para combater o tártaro? Os médicos dentistas ajudam, mas pode sempre pedir aconselhamento junto do seu farmacêutico, no momento da compra.
Escovar corretamente em dois minutos A escovagem adequada deve durar, em média, dois minutos. «Escovam-se os dentes com movimentos suaves e curtos, com especial atenção para a margem gengival, para os dentes posteriores, difíceis de alcançar, e para as áreas situadas ao redor de restaurações e coroas», elucida Ricardo Rainha. Não esquecer ainda que se devem escovar todas as superfícies dos dentes: «do lado da língua, da bochecha e as faces que mastigam. Não se deve aplicar uma força muito grande, pois isto fere a gengiva e causa abrasão aos dentes, mesmos motivos pelos quais se devem evitar pastas dentífricas muito abrasivas. Escova-se também a língua, local onde muitas bactérias ficam alojadas e produzem halitose». No final ou no início, «deve-se usar fio dentário entre os dentes com movimentos semelhantes aos dos de engraxar os sapatos e utilizar novo segmento de fio para cada espaço. Em casos em que o espaço interdentário é grande, poderá ser usado um escovilhão para remover placa bacteriana ou restos de alimentos que aí se acumulem».
É que, apesar de os colutórios oferecerem sensação de frescura e hálito puro, «não substituem a escovagem mecânica», frisa Ricardo Rainha. Aliás, este médico dentista é perentório: «Esqueça a onda de colutório da publicidade que supostamente limpava todas as superfícies dentárias. Lembre-se sempre: quem escova, como o próprio nome diz, é a escova». O importante mesmo é não esquecer o uso do
fio dentário, que ajuda na prevenção de cáries entre os dentes e na diminuição de acumulação de tártaro. Este deve ser utilizado em pelo menos uma escovagem diária e, Octávio Ribeiro aconselha na última, «uma vez que não estamos condicionados pelo tempo». A fita dentária também deve ser preferida ao fio, uma vez que pode provocar menos lesões gengivais, nomeadamente cortes da gengiva por uso de força excessiva.
Octávio Ribeiro esclarece que «os dentífricos “líquidos” não estão totalmente no estado líquido. São dentífricos com maior capacidade de adesividade às estruturas dentárias e teoricamente com maior capacidade de penetração em zonas mais difíceis de aceder com as pastas convencionais». E haverá diferença entre comprar o dentífrico no supermercado ou na farmácia, em termos de segurança e eficácia? Ricardo Rainha explica que «a grande maioria dos dentífricos disponíveis nos supermercados contêm concentrações ideais de flúor (acima das 1000 ppm), bem como de outros compostos como o bicarbonato de sódio. Nas farmácias, existem ainda pastas dentífricas com propriedades adequadas a patologias (como a gengivite, periodontite, predisposição para cáries, esmalte danificado, sensibilidade dentária, entre outras) que só poderão ser corretamente diagnosticadas pelos profissionais de saúde oral». Além disso, na farmácia pode usufruir de um atendimento personalizado.
«Não há elixires mágicos» Um dos produtos cujo consumo tem aumentado nos últimos anos é o elixir. Contudo, este deve ser utilizado apenas «para situações pontuais e por períodos curtos de tempo (15 dias). Isto é, apenas devem ser utilizados no caso de sensibilidade dentária ou no caso de sangramento das gengivas, numa decisão com o suporte do seu médico dentista», recomenda Octávio Ribeiro. 13
Intervenção da farmácia na doença respiratória crónica A Asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) estão entre as patologias respiratórias crónicas mais prevalentes em todo o
Um Dia Todas Serão Assim As doenças respiratórias crónicas atingem cerca de 40% da população portuguesa, sendo uma das principais causas de morbilidade e mortalidade no nosso país. Se a farmácia, situada na primeira linha no sistema de saúde, está estrategicamente posicionada para atuar junto da população para a promoção da saúde, as Farmácias Holon estão particularmente preparadas para intervir de forma integrada no âmbito destas patologias, pois as suas equipas estão dotadas de formação específica e o histórico de atuação neste âmbito é reconhecido.
Um novo serviço farmacêutico Este projeto nasce do sucesso alcançado em 2013, quando as Farmácias Holon promoveram uma campanha de sensibilização para a DPOC e
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mundo. É fundamental que estas situações sejam identificadas, encaminhadas e devidamente acompanhadas. E as Farmácias Holon podem fazê-lo. realizaram espirometrias gratuitas nas farmácias, em parceria com a Associação de Doentes Respira. Cerca de 17% dos participantes nesta ação foram encaminhados para consulta médica e a mais de mil doentes foi proposto o acompanhamento pela Consulta Farmacêutica, em questões como a medicação de emergência ou utilização correta dos dispositivos de inalação, aparentemente simples mas que tantas vezes comprometem o bem-estar do doente respiratório crónico. Conscientes do papel crucial que podem desempenhar na prevenção e acompanhamento destas doenças, as Farmácias Holon dão mais um passo e preparam o novo Serviço de Intervenção da Farmácia na Doença Respiratória Crónica.
Valências do serviço Este serviço procura intervir no diagnóstico precoce e na avaliação do grau de controlo, através da
realização de testes respiratórios, bem como da aplicação de questionários validados para o efeito, da Asma e DPOC. Tem também por objetivo promover hábitos de vida mais saudáveis – incluindo a cessação de hábitos tabágicos - e a adesão à terapêutica, fatores com forte impacto no controlo das doenças respiratórias.
Já pode respirar melhor! Se sente que a sua capacidade respiratória pode estar comprometida ou está diagnosticado com uma doença respiratória, recorra ao novo Serviço de Intervenção Farmacêutica Holon e obtenha um aconselhamento especializado. Fale com o seu farmacêutico e comece a respirar melhor.
Um Dia Todas Serão Assim
CALENDÁRIO
Outubro _04 de outubro: Praça do Rossio, lançamento do portal ONCO+ _11 de outubro: Dia Mundial dos Cuidados Paliativos _16 de outubro: Dia Mundial da Alimentação
_ Rastreios Capilares _Sessões “A escola e a pediculose” _Campanha de sensibilização “Meio Minuto de silêncio”, em parceria com a APCP _Sessões “Pergunte à sua Nutricionista”
Novembro _14 de novembro: Dia Mundial da Diabetes _19 de novembro: Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
_Sessões “Dia a dia com a Diabetes” _Espirometrias nas Farmácias Holon
FIP | Banguecoque Um Dia Todas Serão Assim
AÇÕES FARMÁCIAS
Farmácia Romeiro realiza sessões “Cuidados com o sol” e “A Escola e a acne depois do sol” A Farmácia Romeiro dinamizou uma sessão de esclarecimento dirigida à população sénior, que decorreu na Junta de Freguesia de Mina d’Água (Amadora), subordinada ao tema “Cuidados com o sol”. No arranque do ano escolar, esta farmácia promoveu ainda várias sessões na Escola José Cardoso Pires sob o tema da acne depois do verão, que abrangeram cerca de 100 alunos do 9.º ano de escolaridade.
O International Pharmaceutical Federation (FIP) World Congress 2014, que decorreu nos primeiros dias de setembro em Banguecoque, Tailândia, juntou profissionais de farmácia e ciências farmacêuticas de todo o mundo para aprofundar a questão premente de acesso a medicamentos e cuidados de saúde em geral. As Farmácias Holon, com base na sua experiência, marcam presença neste evento através da apresentação de vários pósteres sobre o papel do farmacêutico comunitário.
Feira da Saúde em Almada As Farmácias Holon estiveram representadas pela Farmácia Central de Almada e Farmácia Nuno Álvares na Feira da Saúde, promovida pela Santa Casa da Misericórdia de Almada no dia 02 de outubro. Durante todo o dia foram realizadas avaliações do risco cardiovascular e rastreio nutricional a cerca de 90 participantes. A Enfermeira Luzia Vieira, do Serviço do Pé Diabético Holon, conduziu uma sessão de esclarecimento sobre a Diabetes e os cuidados essenciais para a saúde do pé.
Farmácia Luciano & Matos na I Meia Maratona de Coimbra Integrada nas Running Wonders – Circuito Mundial de Meias Maratonas em Patrimónios Mundiais, a Corrida do Conhecimento que decorreu em setembro contou com a participação da equipa da Farmácia Luciano & Matos. As Farmácias Holon estiveram representadas também com os produtos de marca própria. HOLONPROTECT Pernas Ativas Bálsamo e HOLONCARE Creme Hidratante foram usadas pelos fisioterapeutas responsáveis por massagens de recuperação no final da corrida.
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Um Dia Todas Serão Assim
Farmácia Holon Barreiro Localizada numa das principais artérias da cidade, a Farmácia Holon Barreiro é uma das mais recentes a abraçar a rede Farmácias Holon na totalidade do seu conceito. sua saúde e bem-estar. Como nos diz Inês Baptista, Diretora Técnica da Farmácia, «através do modelo Holon de ser e estar na farmácia, é possível perceber o reconhecimento e a confiança que os clientes depositam em nós, o que é muito gratificante». Pertencer à rede de Farmácias Holon permite que a farmácia se destaque, se torne mais completa e personalizada a cada cliente, colocando à sua disposição serviços e produtos de reconhecida qualidade e pertinência, que são a chave da diferenciação. Utilizando os recursos disponibilizados pela rede Farmácias Holon no âmbito dos projetos e serviços, a Farmácia Holon Barreiro tem efetuado várias intervenções na comunidade envolvente, através da realização de rastreios para Avaliação do Risco Cardiovascular e projetos educativos no contexto escolar local.
«Pertencer à rede das Farmácias Holon permite que a farmácia se destaque, se torne mais completa e personalizada a cada cliente», atesta Inês Baptista, Diretora Técnica da Farmácia Holon Barreiro.
A Farmácia Holon Barreiro é um projeto que conta com pouco mais de nove meses de existência, mas que já vai dando os primeiros passos com firmeza. Todos os dias encontramos nesta farmácia uma equipa jovem, dinâmica e muito motivada para a melhoria contínua sempre em prol do cliente e da sua satisfação. Ao entrar na nova Holon Barreiro, os clientes sentem-se bem recebidos, existe sempre um sorriso para oferecer e disponibilidade para ajudar no que for necessário. O cliente reconhece que o atendimento é distinto, diferenciado, com profissionalismo e competência. Existe sempre uma cuidada atenção da equipa na procura das necessidades de quem entra, um cuidado concreto na intervenção para a melhoria da
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Exemplo disso são as sessões “A escola, o sol e a alimentação” que a farmácia promoveu. Contando com a presença de uma das profissionais da equipa de Intervenção Farmacêutica e da dietista que assegura o serviço de Nutrição na Farmácia Holon Barreiro, foi possível chegar a cerca de 200 alunos desta cidade, sedimentando também um dos objetivos do projeto Holon: a educação para a saúde e a importância da prevenção desde cedo, promovendo a adoção de hábitos saudáveis. A expetativa da equipa é continuar a apostar no futuro. Como refere ainda Inês Baptista, «pretendemos que a Farmácia Holon Barreiro continue a prestar um serviço de excelência à população, mostrando-se próxima dos clientes, disponível e proactiva na comunidade onde está inserida e atenta às necessidades dos nossos clientes, com a finalidade de ser um local de promoção de saúde e bem-estar».
Esporão do calcâneo O esporão do calcâneo é, normalmente, associado à fasceíte plantar, embora raramente seja a causa de dor.
cuidamos de si
Sintomas
O tratamento
A dor é o principal sintoma e pode ser de diferentes tipos:
O tratamento do esporão calcâneo visa o alívio da dor. Uma combinação de corticosteroide com um anestésico local pode ser injetada na área dolorida do calcanhar. As ligaduras funcionais e o uso de suportes plantares, com o objetivo de estabilizarem o calcanhar são medidas que, além de reduzirem a dor, diminuem a distensão da fáscia.
• Dor que começa de manhã, quando são dados os primeiros passos ou após períodos prolongados de repouso; • Dor pulsante na zona plantar do calcanhar;
A tensão excessiva da fáscia plantar na inserção com o tubérculo médio do calcâneo, desencadeia um processo de formação de novo tecido de ligação que, com o tempo, provoca a formação óssea. Define-se como uma espícula óssea, que se desenvolve na parte anterior do calcâneo, especificamente na sua inserção com a fáscia plantar. Este esporão ósseo não provoca diretamente dor, porém, a tensão associada à ligação da fáscia pode originar a fasceíte plantar. Por isso, o esporão do calcâneo pode existir com ou sem inflamação, associados ou não à fasceíte plantar. O osso do calcanhar (calcâneo) é o de maior tamanho em toda a estrutura óssea do pé e funciona como base de equilíbrio. Em cada passo que damos, imprimimos todo o peso do corpo no calcanhar, pelo que o impacto na planta do pé e suas estruturas associadas é intensa e constante.
• Dor no repouso e na deambulação; • Dor ao colocar o calçado. Há que ter sempre presente que a dor no calcanhar nem sempre significa a presença de um esporão. É ainda importante destacar que raramente tem inflamação visível, avermelhamento ou outro sinal aparente na pele, e que é frequente entre pessoas que praticam desporto, pessoas com excesso de peso e pessoas com Pé Plano ou Pé Cavo.
A maioria dos esporões do calcâneo dolorosos cura sem necessidade de cirurgia. A cirurgia de remoção do esporão só deve ser realizada quando a dor interferir no caminhar. No entanto, os resultados da cirurgia são imprevisíveis. Ocasionalmente, a dor persiste após a cirurgia. Na sua Farmácia Holon, encontra consultas de podologia com profissionais de saúde especializados, que farão um exame clínico ao pé, ajudando-o a resolver o seu problema.
Orientações saudáveis • Usar sapatos com solas suaves, amortecedores e salto adequado (altura não superior a 2,5 cm); • Evitar ficar em pé por períodos prolongados;
Os esporões do calcanhar (ou do calcâneo) são excrescências ósseas no calcâneo que podem ser consequência de uma tensão excessiva deste osso por parte dos tendões ou da fáscia (o tecido conjuntivo que adere ao osso). Comummente, os esporões do calcâneo podem ser diagnosticados durante o exame físico. Quando existe um esporão, a aplicação de pressão no centro do calcanhar provoca dor. Radiografias podem ser realizadas para confirmar o diagnóstico, mas elas podem não detetar esporões recém-formados. Os esporões do calcanhar são quase sempre dolorosos enquanto se desenvolvem, especialmente quando a pessoa está a andar. Por vezes, desenvolve-se uma pequena acumulação de líquido (bolsa) por baixo do esporão, a qual se inflama. Esta afeção, chamada bursite calcânea inferior, costuma fazer com que a dor se torne pulsátil, e também pode aparecer sem que exista esporão. Por vezes, o pé adapta-se ao esporão de tal modo que a dor diminui à medida que o esporão cresce. Por outro lado, um esporão indolor pode transformar-se em doloroso em consequência de uma pequena lesão na zona, como pode acontecer durante o exercício. 18
• Controlar o excesso de peso corporal; • Fazer exercícios fortalecedores da musculatura da planta do pé; • Não iniciar corridas, caminhadas ou saltos sem a devida preparação da musculatura do pé.
Referências bibliográficas: Bergmann, J. (1990). History and mechanical control of heel spur pain. America: Churchill Livingstone; Hicks, J. (1954). The mechanics of the foot:the plantar aponeurosis and the arch. America; Kwong, P., Kay, D., Voner, R. e White, M. (1988). Plantar fasciitis: mechanics and pathomechanics of treatment Sharkey, N., Ferris, L. & Donahue, S. (1998). The foot and ankle in sport (1.ªed.). Mosby; Viladot, A. (2000). Quince leciones sobre patologia del pie (2.ª ed.). Barcelona: Springer-Verlag.
CUIDAMOS DE SI
Hiperpigmentação Quando a pele adquire manchas “Hiperpigmentação” designa todo um conjunto variado de distúrbios associados à pigmentação normal da pele. A pigmentação é um mecanismo de defesa da pele face à exposição de radiações UV emitidas pelo sol. Os melanócitos - células específicas da epiderme – produzem melanina, um pigmento castanho que proporciona uma cor uniforme à pele. As manchas aparecem quando os mecanismos de pigmentação estão debilitados, mais especificamente, quando existe um aumento na produção de melanina. Existindo este excesso de melanina, a mesma pode acumular-se, isto é, não se distribui uniformemente na superfície da pele que, em última instância, adquire localmente um tom mais escuro: as manchas. Estas, de tom acastanhado, podem ser de maior ou menor tamanho, contrastando com a tonalidade normal da pele em volta. Apesar de consideradas inestéticas, são benignas e indolores.
Os diferentes tipos e causas de hiperpigmentação O aparecimento de manchas castanhas é provocado por vários fatores, entre os quais se destacam a exposição excessiva ao sol, a idade, modificações hormonais, predisposição genética, traumatismos cutâneos, doenças inflamatórias da pele e até certos medicamentos. A hiperpigmentação pode adquirir diferentes formas, nomeadamente: Sardas ou efélides: são pequenas manchas castanhas que escurecem e se multiplicam com o sol, normalmente associadas a indivíduos de pele e olhos claros, com cabelo ruivo ou loiro. De origem genética, costumam aparecer durante a infância, acentuando-se com a puberdade, e regridem por volta dos 30 anos. Melasma: traduz-se pelo aparecimento de zonas castanhas, repartidas de forma simétrica na testa, nariz e bochechas. Está relacionado principalmente com as modificações hormonais e agrava-se pela exposição solar. Este problema afeta, maioritariamente, indiví20
duos do sexo feminino, de pele morena. Quando surge durante a gravidez, denomina-se por “cloasma” ou “pano da gravidez”. Entre outros fatores agravadores, destacam-se desequilíbrios hormonais, determinados cosméticos e medicamentos, particularmente contracetivos orais (pílula). Além destes, outros medicamentos que podem estar associados ao melasma incluem: anti-inflamatórios não esteróides (ex: iboprufeno, mais conhecido como Brufen), anti maláricos, amiodarona, fármacos quimioterapêuticos, antiepiléticos, tetraciclina, metais pesados e fármacos psicotrópicos. Lentigos: são pequenas manchas castanhas, arredondadas, que surgem no rosto, no pescoço e nas mãos. Os lentigos podem estar relacionados com a idade (lentigos senis ou manchas da idade) ou a uma exposição solar excessiva (lentigos solares ou actínicos). Estes últimos resultam da incapacidade da epiderme em controlar os efeitos nefastos dos raios ultravioleta. As pessoas de pele clara, mais vulneráveis ao sol, são as mais afetadas. Hiperpigmentação pós-inflamatória: problema que ocorre frequentemente e é consequência de diversos traumatismos que podem afetar a pele, tais como: cortes, queimaduras, infeções, reações cutâneas a medicamentos ou ainda patologias dermatológicas comuns (eczema, acne, etc.). Nestes casos, a pele pode ficar mais escura nos sítios onde ocorreu a lesão. Este tipo de hiperpigmentação observa-se principalmente nas peles mais morenas ou escuras, mais ricas em melanina. Todos os tipos de manchas castanhas acentuam-se com a exposição solar sem proteção.
Quais são as precauções a ter? De forma a prevenir o aparecimento ou o aumento das manchas castanhas, devem tomar-se algumas precauções: - Evitar a exposição solar direta; - Evitar o sol entre as 11h00 e as 16h00, por ser demasiado agressivo; - Proteger-se tanto quanto possível com vestuário; - Utilizar chapéu de abas largas e óculos de sol; - Escolher produtos solares com índice de proteção solar elevado (50+); - Renovar a aplicação do protetor solar de duas em duas horas.
Como eliminar as manchas? A hiperpigmentação da pele não representa nenhum tipo de perigo. No entanto, várias pessoas desejam atenuar ou fazer desaparecer as manchas castanhas por motivos estéticos. Existem, atualmente, diferentes tratamentos bastante eficazes: cremes despigmentantes, crioterapia com azoto líquido, laser, luz pulsada, peeling, etc. Em todas as situações, os tratamentos necessitam de uma rigorosa proteção solar ao longo do tratamento, mas igualmente após o mesmo, pois o risco de reincidência é considerável em caso de exposição aos raios ultravioleta. Para evitar o melasma, as mulheres devem ter especial atenção ao uso de proteção solar durante a gravidez ou uso de anticoncecionais hormonais (pílula). O cloasma pode desaparecer espontaneamente após a gravidez, não exigindo, por vezes, nenhum tipo de tratamento. Quando optam por fazê-lo, as mulheres devem efetuá-lo somente após o período de amamentação. As áreas hiperpigmentadas pós-inflamatórias podem recuperar a tonalidade normal da pele dentro de um período de 3 a 6 meses, ou mais. Entretanto, se essas lesões forem expostas ao sol a recuperação pode ser mais lenta e difícil, especialmente nos indivíduos de pele 22
mais escura. Em geral, o tratamento é feito com o uso de substâncias despigmentantes, aplicadas na pele. A associação destes agentes clareadores com alguns tipos de ácidos geralmente aumenta a sua eficácia. O resultado é mais difícil quando o pigmento se localiza mais profundamente na pele, exigindo persistência no tratamento. Peelings superficiais podem acelerar o processo, facilitando a penetração dos despigmentantes e ajudando a remover o pigmento das camadas superiores da pele. De realçar que o tratamento deve ser prolongado de modo a apresentar os resultados esperados e sempre orientado por um especialista. Enquanto os resultados não são visíveis, poder-se-á recorrer ao uso de maquilhagem corretiva para disfarçar e uniformizar o tom de pele.
Dentes de leite Temporários mas fundamentais O bebé deve começar a ser acompanhado pelo médico dentista após o nascimento do primeiro dente, sendo que na primeira consulta
Bebé e mamÃ
«realiza-se uma observação, identificam-se prioridades/necessidades e informa-se os pais sobre as principais atitudes a desenvolver, a fim de promover bons hábitos de saúde oral».
Quem acredita que apenas é necessário ter cuidados de saúde oral com o bebé após a erupção do primeiro dente, está enganado. Os cuidados a ter com a boca iniciam-se mesmo antes desta começar a ser habitada por aqueles pequenos blocos brancos, de vários tamanhos e formatos, vulgarmente conhecidos como dentes, e cuja importância e cujo papel vão para além da mastigação dos alimentos. Como assegura Ana Coelho, médica dentista da
clínica dentária Sorriso Natural, em Valongo, os cuidados de saúde oral «devem começar antes da erupção do primeiro dente, com a realização da limpeza da cavidade oral com uma gaze humedecida». Após o nascimento do primeiro dente, a médica dentista explica que deve-se passar à etapa seguinte, ou seja, à escovagem, sendo que esta «deve ser realizada pelo menos duas vezes por dia, idealmente após o pequeno almoço e antes de dormir». Não esquecer que a instituição de hábitos alimentares corretos con-
tribui para a manutenção de uma boa saúde oral. É também após o nascimento do primeiro dente que a criança deve começar a ser acompanhada por um médico dentista, ou seja, «a primeira consulta de medicina dentária deve ser realizada, idealmente, após a erupção do primeiro dente», reitera Ana Coelho, explicando que «nesta primeira consulta realiza-se uma observação, identificam-se prioridades/necessidades e informa-se os pais sobre as principais atitudes
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Cuidados a ter com as crianças Dos cuidados que se devem ter com as crianças, Ana Coelho destaca os seguintes: • Limpeza da cavidade oral com gaze humedecida, quando ainda não houve erupção dos primeiros dentes; • Escovagem dentária duas vezes ao dia, sendo a última obrigatoriamente antes de dormir; • Encorajar uma dieta saudável e equilibrada, evitando alimentos açucarados, principalmente entre as refeições; • Desencorajar a utilização da chupeta após o primeiro ano de idade; • Não permitir a utilização de biberão enquanto a criança dorme.
a desenvolver, a fim de promover bons hábitos de saúde oral».
Entre os 6 meses e os 2 anos e meio A primeira dentição é constituída por dentes temporários, normalmente chamada dentição de leite (ou decídua), e é composta por 20 dentes, que surgem geralmente entre os seis meses e os dois anos e meio. Durante a erupção dos dentes a criança apresenta as gengivas inflamadas, o que provoca algum desconforto. Por essa razão, é normal o bebé colocar as mãos na boca, bem como alguns objetos que podem estar “sujos”. Assim, a criança está sujeita a pequenas infeções na boca ou mesmo gastrointestinais. Normalmente, os primeiros dentes de leite a nascer são os incisivos centrais inferiores, por volta dos seis meses de idade, seguindo-se os incisivos centrais superiores e os laterais (já perto do 12.º mês). Por volta dos 18 meses erupcionam os primeiros molares de leite e aos dois anos e meio, em média, a erupção dos dentes de leite fica completa com o surgimento dos caninos e segundos molares, perfazendo, então, os 20 dentes que constituem a dentição de leite. Contudo, as crianças não são todas iguais e, neste sentido, tanto se podem encontrar bebés cujo primeiro dente surgiu aos quatro meses como bebés em que este só aparece após o primeiro ano de vida. O importante a reter é que, independentemente do mês de vida da criança em que os dentes começam a erupcionar, e apesar de serem temporários, é necessário cuidar bem dos dentes de leite. «São vários os motivos que tornam os dentes temporários (de leite) tão especiais e importantes», declara a médica dentista, destacando, entre esses motivos, «a mastigação e deglutição, a fonética, a estética e a manutenção do espaço necessário à erupção dos dentes permanentes». 32
A gravidez e os dentes Quanto à dentição definitiva, constituída por 32 dentes, por volta dos seis/sete anos surgem os segundos molares, que são os primeiros molares definitivos. No entanto, a dentição permanente só fica completa durante a adolescência ou já mesmo na idade adulta após a erupção dos dentes do siso.
Um problema chamado cárie Se parte dos problemas de saúde oral pode ser prevenida com o estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis, outra boa parte dos problemas pode ser evitada através de uma boa higiene oral. Porém, atualmente, apesar das melhorias verificadas, muito graças às campanhas de prevenção realizadas ao longo dos anos que têm alertado para a importância dos bons hábitos de higiene oral, «a cárie dentária continua a ser o principal problema de saúde oral nas crianças», revela Ana Coelho. De acordo com a médica dentista, a cárie «pode afetar os dentes temporários, podendo interferir na formação dos dentes permanentes e saúde em geral, e produzir episódios de dor». Ana Coelho alerta ainda que «a perda precoce de dentes leva muitas vezes ao desenvolvimento de distúrbios de fonação, redução da capacidade mastigatória, problemas de integração social pela estética percecionada (baixa autoestima) e instalação de hábitos orais nocivos, favorecendo a instalação de más oclusões».
Os cuidados de saúde oral na grávida também são de extrema importância. Há que pôr um ponto final em alguns mitos, como o da gravidez estragar os dentes da mãe. Na verdade, a gravidez não estraga os dentes, pois os bebés não “roubam” o cálcio às mães. Aquilo que acontece é que durante a gravidez ocorrem alterações nos hábitos alimentares da grávida que podem aumentar o risco de desenvolvimento de cáries. Por exemplo, o facto de fazerem refeições com maior regularidade e a presença de saliva mais ácida pelas náuseas e vómitos. Durante a gravidez é ainda normal as gengivas sangrarem com maior facilidade, devido a alterações hormonais que ocorrem durante esta fase.
dia a dia
Medicamentos de “pessoas” perigosos para os animais Os medicamentos utilizados para tratar as pessoas podem ser extremamente prejudiciais para os animais, assim como determinados alimentos. Pela saúde e bem-estar do seu amigo de quatro patas, nunca o medique sem antes consultar o médico veterinário. Hoje em dia, as pessoas já não têm um cão ou um gato de estimação, em vez disso têm o “Martim” ou a “Constança”. Mais um elemento da família a quem tratam como gente. E, por isso, estas criaturas de quatro patas são, muitas vezes, tratadas pelos seus parentes humanos como semelhantes. Se isto tem um lado positivo, pois é sinal do quanto os animais são importantes na vida do ser humano, por outro, tratar os animais como semelhantes têm um lado perverso, na medida em que as pessoas assumem que eles são iguais a elas a todos os níveis, incluindo ao nível do funcionamento do organismo. Quando não se podia estar mais errado. Neste sentido, há certo tipo de alimentos “humanos” que são prejudiciais para os animais e podem mesmo causar a morte, como o chocolate, o leite, o queijo, a cebola, o alho, as uvas, os talos da maçã e o abacate (ver caixa). Sendo estes apenas alguns exemplos. Se assim é em relação à alimentação, no que toca aos medicamentos o perigo mantém-se ou aumenta. «É importante perceber que o organismo do animal é diferente do nosso e, consequentemente, um fármaco que nos é inofensivo pode ser altamente tóxico para
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o animal, mesmo que seja administrado em pequenas quantidades», afirmam a enfermeira veterinária Adriana Melo e o médico veterinário Estêvão Reis. Existem vários medicamentos de perigo elevado, sendo que «no caso dos gatos o mais relevante é o paracetamol, que mesmo em pequenas doses é tóxico e pode levar à morte do animal». Já no que refere aos cães, os elementos da equipa do Hospital Veterinário da Mata de Santa Iria (HVMSI) indicam que são animais «ligeiramente mais “tolerantes” mas são comuns intoxicações com ácido acetilsalicílico, diclofenac, paracetamol e ibuprofeno». Sendo o perigo da toma de medicamentos humanos uma realidade que muita gente desconhece, é frequente surgirem animais nos centros veterinários vítimas deste desconhecimento por parte dos seus proprietários. No entanto, quando chega o momento da verdade, «as pessoas não se lembram, não valorizam essa informação ou não querem mesmo mencionar que deram os medicamentos aos animais por medo de terem feito algo errado», contam os profissionais. De acordo com a dupla de entrevistados, a situação mais comum é a «administração de paracetamol e ibuprofeno quando os animais se encontram mais prostrados ou mesmo de antibióticos para tratar feridas e outros tipos de infeções não tratáveis com antibióticos».
A toxicidade Quando a estes amigos de quatro patas lhes são ministrados medicamentos de uso humano, os seus organismos ressentem-se. «Os anti-inflamatórios de uso humano são metabolizados no fígado por proteínas bioativas, que têm uma atividade reduzida no cão e, sobretudo, no gato. Isto leva a uma acumulação de produtos intermediários tóxicos que danificam as células hepáticas e em alguns casos os glóbulos vermelhos», apontam Adriana Melo e Estêvão Reis. Trocado em miúdos: «o paracetamol é tóxico para os gatos». Os sinais clínicos mais evidentes são, segundo os elementos do HVMSI, «mucosas ictéricas (amareladas) e/ou anémicas (pálidas), náuseas, vómitos, salivação excessiva, aumento da frequência cardíaca, dificuldade em respirar (animal respira de boca aberta), edema (acumulação de líquido) na face e nas extremidades ou generalizado». E se não for logo socorrido, o animal pode mesmo «ter convulsões e entrar em coma ou morrer por anóxia cerebral ou falência hepática», revelam Adriana Melo e Estêvão Reis. No caso dos antibióticos o risco maior prende-se com a criação de resistências bacterianas, ou seja, «em doses insuficientes, com intervalos entre tomas incorretos, com tempo de tratamento curto ou a excessiva utilização do mesmo antibiótico, os microrganismos podem criar
resistências e o mesmo não surtir o efeito desejado». Além disso, o antibiótico administrado pode não ser o mais indicado para a situação em questão e prologar o problema, «uma vez que é frequente a administração de antibióticos por autorecriação dos donos para tratar afeções virais e de outras etiologias, nas quais o antibiótico não é necessário», alertam ainda os elementos da equipa do HVMSI.
O veterinário é que sabe Apesar dos perigos que a medicação de uso humano representa para os animais, há, no entanto, alguns remédios que lhes podem ser ministrados. Contudo, «o medicamento tem de ser receitado pelo médico veterinário após consultar o animal, pois só assim há a garantia de que é dada a dose correta do medicamento certo para a situação em questão», afirmam
Adriana Melo e Estêvão Reis, explicando que há «alguns antibióticos de uso humano que podem ser utilizados nos animais, no entanto, as doses não são iguais e o intervalo entre tomas também é geralmente diferente». Na verdade, «as doses podem até variar de animal para animal, consoante a situação a tratar», salientam. Mas os acidentes e as distrações acontecem, e se, eventualmente, o animal tomar um medicamento de “pessoa”, os elementos da equipa do HVMSI explicam que o dono «deve ligar para uma clínica ou hospital veterinário com serviço de urgência. Se souber o que causou os sinais clínicos ao animal deve levar a embalagem do medicamento e anotar a quantidade administrada». Após o telefonema, o animal deve ser levado para observação, dado que «os diferentes tipos de tratamento serão prescritos pelo médico veterinário depois da avaliação clínica do animal».
Alimentos perigosos Chocolate - Quando o cão ingere chocolate pode vomitar, ficar desidratado, ter dores abdominais, ficar muito agitado, ter um ritmo cardíaco irregular, aumento da temperatura corporal, convulsões e pode mesmo morrer.
Leite e queijo (assim como outros produtos derivados do leite) – Podem causar vários problemas quando consumidos em excesso, nomeadamente gases, diarreia e vómitos, entre outros.
Cebola - Pode danificar as células vermelhas fazendo com que os animais fiquem mais fracos e mais parados. Se comerem muitas cebolas podem mesmo chegar a precisar de uma transfusão sanguínea. Alho - O efeito que tem nas células vermelhas surge apenas após alguns dias, contudo os cães ficam cansados e relutantes em se mexer. A cor da urina pode ficar desde laranja e até vermelha escura e, tal como no caso das cebolas, pode ser necessário uma transfusão de sangue. Uvas – Tal como as passas podem causar falência renal. Para além disso, os cães podem também vomitar, ficar com diarreia, sem energia e podem ainda ficar desidratados e com falta de apetite. A falência dos rins pode levar à morte do animal ao fim de três ou quatro dias.
Abacate - Algumas variedades de abacate podem ter um efeito tóxico nos cães. Ficam com o estômago sensível, com dificuldades respiratórias, com líquido no peito mas o mais perigoso é mesmo o caroço do abacate, que ao ser engolido pelos animais, pode provocar obstruções no trato gastrointestinal. Talo da Maçã – Provoca nos animais tonturas, dificuldades em respirar, convulsões, desmaios, hiperventilação, choque e até mesmo coma.
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Inspire. Expire. A asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) são, de entre as doenças respiratórias
cuide aqui da sua saúde
obstrutivas crónicas, as mais comuns. Apresentam sintomas semelhantes, mas os tratamentos são bem diferentes.
Respirar é um ato tão natural que nem nos apercebemos da sua importância. Através da boca e do nariz, o ar penetra no nosso corpo. Mas isto é apenas o início. Depois de passar pela faringe, laringe e traqueia, o ar divide-se pelos brônquios principais, direito e esquerdo, e entra nos pulmões. Tal como os troncos de uma árvore, os brônquios principais dividem-se sucessivamente em ramificações cada vez mais pequenas, os bronquíolos. É na terminação dos bronquíolos que se encontram os alvéolos pulmonares, uma espécie de pequenos sacos, onde se dá a troca de oxigénio e dióxido de carbono entre o sangue e o ar inspirado.
Os brônquios e os bronquíolos são basicamente tubos com paredes musculares que contêm diversos tipos de células: umas responsáveis pela produção de muco e outras responsáveis pela contração e relaxamento do músculo. Quando a parede muscular das vias aéreas está relaxada, dilatam-se, facilitando a entrada e a saída do ar. Pelo contrário, quando há a contração do músculo, as vias aéreas estreitam-se e a ventilação é dificultada. As doenças respiratórias obstrutivas caracterizam-se por uma maior produção de muco e pelo
estreitamento, mais ou menos reversível, das vias aéreas. E isto reflete-se em sintomas como tosse, pieira e dificuldade em respirar. Apesar de vários estudos apontarem a elevada prevalência das doenças respiratórias em todo o mundo, os números exatos não são conhecidos, pois, por falta de sensibilização para estas doenças, muitos casos não são diagnosticados e devidamente tratados. De entre as doenças respiratórias obstrutivas crónicas, as mais comuns são a asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Ambas afetam os pulmões e, fre-
O que é diferente na asma e na DPOC? DPOC
ASMA
Afeta mais…
• Fumadores. • Adultos.
• Fumadores e não fumadores. • Qualquer faixa etária.
É provocada porquê?
• Contacto prolongado com o fumo dos cigarros ou outros tóxicos inalados (poeiras, químicos, etc.); • Fatores genéticos.
• Contacto com estímulos que, normalmente, não são prejudiciais a indivíduos não asmáticos, como o pólen, o pelo dos animais, os ácaros presentes no pó da casa, o fumo, o ar frio ou o exercício físico intenso; • Fatores genéticos.
O que acontece?
• O contacto prolongado com as substâncias irritantes causa a inflamação dos alvéolos pulmonares, o que leva à sua destruição; • Dá-se a destruição dos cílios, que são como pequenos pelos que revestem as vias aéreas e ajudam a eliminar as secreções; • A função dos pulmões fica afetada e a obstrução das vias respiratórias é persistente. • Mesmo com tratamento, a obstrução não é revertida.
• Uma reação inflamatória que resulta no estreitamento das vias aéreas e na produção exagerada de muco. • Na asma, o estreitamento das vias aéreas é reversível, quer espontaneamente, quer com a utilização de medicamentos.
Sintomas
• Falta de ar, tosse geralmente com expetoração, cansaço excessivo; • Trata-se de uma doença crónica (para toda a vida) e progressiva (vai piorando ao longo do tempo), os sintomas vão aumentando com a idade e a capacidade física vai-se degradando; • Se a doença está mal controlada, podem ocorrer “crises”, que se caracterizam por um agravamento dos sintomas que, muitas vezes, necessitam de internamento hospitalar.
• Falta de ar, pieira (“chiadeira”), tosse e aperto no peito; • Sintomas intermitentes; • É frequente ocorrerem episódios de agudização da doença, “crises”, sobretudo se a doença estiver mal controlada.
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quentemente, apresentam sintomas semelhantes, no entanto a distinção entre uma e outra é essencial para o seu correto tratamento.
cas, o que significa que ainda não têm cura.
O que pode esperar
O que é comum na asma
do seu farmacêutico?
e na DPOC?
Deteção dos primeiros sintomas e encaminhamento para diagnóstico precoce. Os sintomas destas doenças podem, por vezes, passar despercebidos. Queixas como cansaço, tosse frequente e expetoração devem ser valorizadas e expostas ao seu farmacêutico. Através da aplicação de determinados questionários e da realização de testes da função respiratória, é possível detetar situações de provável comprometimento respiratório, em que é pertinente o encaminhamento para o médico para a realização de exames de diagnósticos mais específicos.
O tratamento para ambas as doenças passa por evitar ou minimizar o contacto com fatores de risco, com especial destaque para a cessação tabágica; pela toma de medicamentos que ajudem a controlar a inflamação (corticosteroides) e medicamentos que diminuam ou revertam o estreitamento das vias aéreas (broncodilatadores). Ambas as doenças são crónicas, pelo que o seu tratamento, depois de instituído pelo médico, deve ser feito continuamente: • Tratamento de manutenção para tomar todos os dias. • Medicação SOS para tomar quando necessário. • Recorrer frequentemente à medicação SOS pode ser sinal de que o tratamento de manutenção não é o mais adequado ou não está a ser tomado corretamente. • Vacinação contra a gripe para fazer todos os anos. Uma gripe pode agravar muito o estado de saúde de um doente com uma doença respiratória crónica e trazer complicações graves. O controlo da doença através da toma correta dos medicamentos permite a melhoria dos sintomas, como a falta de ar e a diminuição da ocorrência de exacerbações. Frequentemente, a ausência de sintomas leva a que os doentes respiratórios deixem de tomar a medicação. É importante saber que estas doenças são cróni38
Monitorização da doença e revisão da terapêutica. No caso da doença já diagnosticada, Asma ou DPOC, é importante fazer uma vigilância/acompanhamento da mesma, para saber qual o seu grau de controlo, isto é, se se verifica uma melhoria dos sintomas e da qualidade de vida. A não melhoria dos sintomas ou a existência de agudizações frequentes, as chamadas “crises”, podem significar que o tratamento instituído não está adequado ou que o doente não está a fazê-lo corretamente. Detetar precocemente estes problemas permite reduzir o número de internamentos hospitalares e a instituição de terapêuticas mais complexas e dispendiosas, assim como melhorar a qualidade de vida dos doentes e das suas famílias. Ensino da correta utilização dos dispositivos de inalação. Para a asma e a DPOC, o modo
preferencial de administração de fármacos é a via inalatória, pois permite que o medicamento seja libertado diretamente no seu local de ação: as vias respiratórias. Assim, a maioria dos medicamentos usados para o tratamento destas doenças são administrados com recurso a dispositivos de inalação, muitas vezes chamados de “bombas”. Existem vários tipos de dispositivos inalatórios, que o médico deve prescrever atendendo às características do doente e da sua doença. Da correta escolha do dispositivo e da utilização correta do mesmo depende o sucesso do tratamento. A utilização incorreta dos dispositivos de inalação tem uma influência francamente negativa na eficácia dos medicamentos usados. De acordo com os resultados de vários estudos publicados, uma percentagem elevada de doentes usa incorretamente os dispositivos e cerca de 25% dos doentes afirmam não receber instruções de utilização. Os erros mais frequentemente detetados foram: • Não expirar antes da inalação; • Não reter a respiração depois da inalação; • Utilização incorreta dos dispositivos, não respeitando as suas instruções específicas de uso. Porque cada dispositivo tem a sua técnica de inalação é necessário que, para cada um, o ensino de utilização e igualmente a avaliação do seu uso sejam realizados, sobretudo quando não se observa a melhoria dos sintomas. Cessação tabágica. Os hábitos tabágicos são um fator de agravamento das doenças respiratórias. No caso da DPOC o efeito do fumo do tabaco é ainda mais notável. Em indivíduos fumadores com DPOC, parar de fumar é, aliás, a
única medida comprovadamente eficaz capaz de retardar a deterioração respiratória. Vacinação. A vacinação contra as infeções respiratórias é uma parte crucial do tratamento das doenças crónicas, em particular da DPOC. Uma infeção não complicada para um indivíduo saudável, pode representar um grave perigo para um doente crónico, pois o seu organismo está mais frágil e com menor capacidade para responder à infeção, o que pode resultar num agravamento da doença crónica, aparecimento de novas complicações e maior dificuldade em recuperar da infeção. A vacina contra a gripe
(anual) e a vacina pneumocócica (dose única) estão indicadas nos indivíduos com doença respiratória crónica.
a meios de saúde mais caros. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para manter a qualidade de vida.
Apesar dos elevados custos económicos associados ao tratamento das doenças crónicas respiratórias, trata-se de uma situação em que tratar é menos dispendioso do que não tratar. Não tratar a asma ou a DPOC traz elevados custos pessoais, pois são doenças incapacitantes que diminuem a qualidade de vida das pessoas e dos seus familiares; custos sociais, já que provocam absentismo escolar e laboral; e económicos, já que o agravamento da doença requer o recurso
Referências bibliográficas: DGS Utilização de Dispositivos Simples em Aerossolterapia. Norma de Orientação Clínica da Direção-Geral da Saúde 010/2013, atualizada a 18/12/2013; http://www.manualmerck. net/ - Doenças do Aparelho Respiratória, consultado em 27/10/2014; Rodrigo Athanazio - “Airway disease: similarities and differences between asthma, COPD and bronchiectasis” – CLINICS (2012).
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VIVA MAIS
A influência da saúde oral no estado nutricional do idoso
A alimentação, além de ser uma necessidade fundamental, constitui um dos fatores ambientais que mais afeta a saúde, como tal assume um papel primordial ao longo da vida do ser humano.
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A saúde oral contribui para a qualidade de vida dos idosos, quer a nível nutricional, melhorando a capacidade destes apresentarem uma ingestão alimentar adequada, quer a nível social, aumentando a sua autoestima e levando-os a participarem ativamente nas relações interpessoais.
O envelhecimento é um processo natural e inevitável, que acarreta inúmeras alterações fisiológicas, psicológicas e sociais, que comprometem progressivamente o funcionamento do organismo, e influenciam o estado nutricional dos indivíduos geriátricos. De acordo com o European Nutrition for Health Alliance, mais de 50% das pessoas idosas hospitalizadas com mais de 60 anos e 77% com mais de 80 anos sofrem de malnutrição. Um bom estado nutricional é atingido quando existe um consumo adequado de nutrientes que asseguram as necessidades diárias individuais. Em oposição, quando as reservas nutricionais estão diminuídas ou quando a ingestão nutricional é inadequada para assegurar as necessidades metabólicas diárias, instala-se um quadro de desnutrição. Esta é uma condição muito comum entre a população idosa, que pode resultar de diversos fatores, sendo um deles a saúde oral. A saúde oral contribui para a qualidade de vida dos idosos, quer a nível nutricional, melhorando a capacidade destes apresentarem uma ingestão alimentar adequada, quer a nível social, aumentando a sua autoestima e levando-os a participarem ativamente nas relações interpessoais. A deterioração da saúde oral inerente ao processo de envelhecimento, não é apenas uma consequência inevitável deste processo, mas sim um resultado cumulativo de diversos fatores como o estilo de vida, o ambiente, o uso de fármacos e patologias. A nutrição torna-se assim um tema crucial para a saúde do idoso, tendo em conta os problemas de mastigação, assim como os problemas de deglutição, frequentemente existentes. Estes problemas surgem de alterações na dentição, nas gengivas ou à utilização de próteses dentárias indevidamente ajustadas que, entre outros fatores, podem ser causados pela diminuição da produção de saliva e consequente secura da boca (xerostomia). Ocorre ainda uma gradual atrofia das papilas gustativas, comprometendo a sensibilidade às sensações básicas do gosto (amargo, ácido, salgado e doce) e a capacidade discriminativa dos sabores. Estas alterações fisiológicas e limitações normais da saúde oral do idoso obrigam-no a alterar os seus hábitos alimentares. Existe um maior interesse por alimentos mais doces ou mais salgados, com a consistência e textura habituais alterada, podendo mesmo existir a diminuição e/ ou eliminação de determinados alimentos (tornando a sua alimentação monótona). Toda esta sucessão de acontecimentos compromete o estado nutricional do idoso, acentuando certas deficiências, especialmente vita-
mínicas e minerais. Contudo, se certas recomendações dietéticas forem seguidas, a saúde do idoso ficará salvaguardada. Garantir uma ingestão diária de água suficiente, de cerca de oito copos diários, assim como evitar alimentos processados e reduzir a adição de sal, permitirão uma diminuição menos acentuada da produção salivar e, consequentemente, menor secura da boca. Também o excesso de açúcar contribui para a secura da boca, assim como para o aparecimento de problemas de dentição e gengivas, como cáries ou tártaro. Sendo assim, um consumo regrado de sobremesas, produtos de confeitaria ou processados, juntamente com a lavagem posterior tornam-se os procedimentos básicos mais adequados.
Refeições mais ricas e mais fáceis Uma vez que tanto o tamanho das porções alimentares como a própria qualidade são modificadas nesta fase da vida, tornar as refeições existentes nutricionalmente mais ricas e, ao mesmo tempo, mais fáceis de consumir, é a solução. Para tal, opte por cozinhados simples, cozidos a vapor, sob pressão, ou em pouca quantidade de água ou estufados, e de preferência com caldo para facilitar a mastigação e aumentar o aporte hídrico. Nas refeições maiores aposte em moídos, sopas e purés com leguminosas, carne, pescado ou ovo triturados juntamente com os legumes. No pequeno-almoço e merendas, opte por papas e batidos com frutas frescas diversas e oleaginosas (que de outra forma, provavelmente excluiria da dieta devido à sua textura), permitindo assim, um maior aporte de vitaminas e minerais essenciais. Reaproveite também a água da cozedura na confeção de outros alimentos, como arroz ou massa. Dos legumes utilizados, o espinafre, o nabo, a nabiça, a beterraba e o aipo devem ser consumidos em menor frequência dado o elevado teor de nitratos e fitatos que podem dificultar a absorção de nutrientes. E ainda, para uma dentição mais forte e saudável garanta no seu dia a dia alimentar o consumo de iogurtes, com pouca ou sem adição de açúcar, leite meio-gordo ou magro enriquecido com cálcio e vitamina D ( em caso de excesso de peso) e queijos pouco gordos (preferencialmente fresco ou requeijão) que poderá petiscar entre as refeições ou como complemento dos pratos principais. Note-se, no entanto, que cada idoso é um ser único com necessidades nutricionais muito próprias, recomendando-se desta forma, um aconselhamento personalizado com um profissional de nutrição, dietista ou nutricionista, junto da sua Farmácia Holon. 41
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Equitação «Valores de caráter ético e estético» A equitação é arte e é ciência, mas é, igualmente, um «veículo de formação, pelo desembaraço que proporciona, pelos valores da disciplina, humildade, dedicação e perseverança que desenvolve, e pela ligação à natureza através do cavalo, animal com o qual é fácil estabelecer grande empatia e amizade». A equitação, no fundo, caracteriza-se por uma simbiose entre o ser humano e o cavalo porque se, por um lado, «se ensina o cavalo a suportar o peso do cavaleiro e a obedecer-lhe», paralelamente, «se ensina o cavaleiro a saber utilizar as suas “ajudas” naturais – as pernas, as mãos e o peso do corpo – na condução e domínio geral do cavalo», explica Manuel Veloso, equitador-chefe da Escola Nacional de Equitação (ENE). A equitação é, então, uma arte na medida em que nela «se experimentam sensações e estados de espírito que se regem por aspetos e valores de caráter ético e estético», continua o equitador, mas é também uma ciência «por se apoiar numa série de outras ciências como a pedagogia, a etologia ou a ciência do comportamento, a anatomia do cavalo e o conhecimento do seu esqueleto e sistema muscular, enfim, todo um conhecimento do cavalo, que permita que o seu ensino decorra paralelamente com o desenvolvimento harmónico das suas forças morais e físicas, para que o cavalo trabalhe “a gosto” e sem medo do seu cavaleiro» conclui Manuel Veloso.
Atividades equestres As atividades equestres são variadas. No entanto, podem classificar-se em três grupos. Um deles é o desporto equestre, 42
cujo aparecimento de forma regulamentada teve origem, segundo o equitador-chefe, «na primeira metade século XX, primeiro apenas com as então chamadas disciplinas olímpicas – dressage, salto de obstáculos e concurso completo de equitação – e depois, mais tarde, com as restantes – raide de endurance, corridas de galope, trote atrelado, volteio de competição, horseball, atrelagem», etc. A equitação de lazer é outro grupo, podendo ser praticada em picadeiro. Manuel Veloso explica que é «muito procurada pela juventude, como veículo de formação, pelo desembaraço que proporciona, pelos valores da disciplina, humildade, dedicação e perseverança que desenvolve, e pela ligação à natureza através do cavalo, animal com o qual é fácil estabelecer grande empatia e amizade; mas também pelos adultos nomeadamente pelos quadros citadinos, como atividade antistress». Para além do picadeiro, a equitação de lazer pode ser, igualmente, praticada no exterior, onde o contacto com a natureza é favorecido, sendo a «chamada equitação de plena natureza», indica o equitador. Por fim, num terceiro grupo inclui-se a equitação terapêutica e hipoterapia. «Trata-se da utilização do cavalo com fins terapêuticos na área da reabilitação. No primeiro caso, através do ensino da equitação, colhendo importantes contributos
ao nível motor, cognitivo, social e emocional e no desenvolvimento da autoconfiança e autoestima e, no caso da hipoterapia, mais destinada a doentes com deficiências graves, tais como a paralisia cerebral, sendo os benefícios neuromotores conseguidos tão só através do contacto físico e dos movimentos do cavalo», explica Manuel Veloso.
Benefícios da equitação No geral, os benefícios da prática da equitação são variados e repercutem-se ao nível físico, psicológico e social. Em termos do primeiro, permite «desenvolver a coordenação motora e a independência das ações, a postura e o controlo do equilíbrio e ainda o desembaraço geral físico e mental», diz o equitador-chefe, acrescentando que, no relativo ao psicológico, a equitação possibilita o desenvolvimento da perceção de si próprio, a rapidez de reflexos e melhora a autoconfiança». Quanto ao social, «proporciona um ambiente desportivo saudável de cooperação e ao mesmo tempo competitivo». No entanto, deve-se ter em atenção, como alerta Manuel Veloso, que a equitação «antes dos sete anos não é recomendada, a menos que o centro disponha de póneis, pois de outra forma pode ser responsável pela deformação da criança».
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Receita Saudável Tortilha de legumes no forno (6 pessoas) Com o envelhecimento, a capacidade de mastigação fica comprometida devido à perda de dentição e/ou uso de próteses. Por conseguinte, há uma maior restrição no consumo de determinados alimentos que, a longo prazo, pode levar a uma ingestão nutricional deficiente. Assim sendo, torna-se essencial procurar alternativas de pratos que sejam fáceis de mastigar e deglutir e que ao mesmo tempo forneçam os nutrientes essenciais a uma boa saúde. O recurso a empadões, estufados de carne ou peixe com legumes ou de ovo com legumes, fruta cozida, assada, sopas de grão ou feijão são uma boa opção.
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Valores nutricionais Energia (kcal)
Proteínas (g)
Lípidos (g)
Hidratos de carbono (g)
Fibra (g)
232
13
14
15
3
Ingredientes: 8 ovos 1 alho francês (parte branca) 2 cenouras 1 cebola 2 dentes de alho 2 tomates maduros ½ pimento 1 courgette pequena com casca 3 batatas médias 100 ml de leite meio-gordo Coentros picados q.b. Sal e pimenta q.b. 3 colheres de sopa de azeite Modo de preparação: Coloque as batatas com casca a cozer em água e sal. Rale a cenoura e corte os legumes. Faça um pequeno estufado com o azeite. Num recipiente à parte bata os ovos com o leite e tempere com sal e pimenta. Reserve. Pele e corte as batatas às rodelas e adicione ao estufado de legumes. Acrescente os ovos batidos e junte os coentros picados. Coloque num tabuleiro próprio para ir ao forno. Leve ao forno pré-aquecido a 180 ºC durante mais ou menos 30 minutos. Acompanhe a tortilha com salada de alface.
Ovo O ovo é um alimento com uma elevada densidade nutricional. É extremamente rico em proteínas de elevado valor biológico (contém todos os aminoácidos essenciais) distribuídas pela clara e gema. É também uma excelente fonte de vitaminas, tais como a vitamina A, D, E, B2, B6, B12 e ácido fólico. Contém ainda colina, luteína e zeaxantina, substâncias importantes para o sistema nervoso e visão. Apesar de ser muito rico em colesterol, hoje em dia sabe-se que o colesterol sanguíneo é mais influenciado pelo teor de gordura saturada e hidrogenada da alimentação do que pela ingestão de alimentos ricos em colesterol. Por isso, pode ser incluído na alimentação, sendo uma alternativa saudável à carne e ao peixe.
A-Derma Phys-AC: tratar
NOVIDADES
HolonActive Gastro é agora HolonProtect Gastro HolonProtect Gastro é um suplemento alimentar que auxilia na manutenção e restauro da microflora intestinal, em especial durante e/ou depois de tratamento com antibióticos e em situações de diarreia. Apresenta propriedades benéficas na manutenção da imunidade gastrintestinal, especialmente na proteção das células intestinais contra a ação de bactérias dos tipos Escherichia coli e Clostridium difficile.
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acneicas
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Scalibor no combate à Leishmaniose: prevenir é o melhor remédio Scalibor® Protetor Band é o método com mais provas dadas na prevenção da picada do flebótomo, o inseto transmissor da Leishmaniose Canina. Possui uma forma de libertação patenteada que faz com que a substância ativa se liberte de uma forma gradual e regular, permitindo uma proteção prolongada de 6 meses e a melhoria da adesão à terapêutica.
Vitacê, porque a gripe não é o único inimigo do inverno! Um dos mais potentes estimulantes das defesas do organismo está de volta. Para reforço do organismo face às agressões a que está especialmente sujeito no outono e inverno, Vitacê é formulado com os mais importantes nutrientes para o Sistema Imunitário: Vitamina C, Zinco, Probióticos e ainda Echinacea, uma planta medicinal com efeitos comprovados no tratamento de constipações e resfriados comuns.
Bisolvon xarope em saquetas: Vai consigo para todo o lado Bisolvon xarope apresenta-se agora também em saquetas individuais. Indicado para a tosse com muco, facilita a expetoração. Não necessita de água, o que o torna mais cómodo e prático, e transportável para todo o lado. Para adultos e crianças com mais de 12 anos. Bisolvon® (cloridrato de bromexina) é um medicamento não sujeito a receita médica. Leia atentamente o folheto informativo. Em caso de agravamento ou persistência dos sintomas consulte o seu médico ou farmacêutico. Adjuvante mucolítico do tratamento antibacteriano das infecções respiratórias em presença de hipersecreção brônquica. Precauções/contra-indicações/informações indispensáveis: gravidez, aleitamento, hipersensibilidade à composição, úlcera gastroduodenal, doença hepática e insuficiência renal, asma, lesões cutâneas. Não associar com um antitússico nem com um secante de secreções; pode haver um aumento no fluxo das secreções. Posologia: adultos e crianças> 12 anos: 5 ml (1 saqueta) 3 x/dia
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saúde digital
The Tobacco Atlas www.tobaccoatlas.org A World Lung Foundation e a American Cancer Society dão corpo a este portal informativo, que visa alertar para os malefícios do tabaco e as suas consequências, com impacto a nível mundial. Aglomerando de forma inédita números e estatísticas associadas ao tabaco em várias áreas, apresenta também caminhos e soluções para o futuro, numa perspetiva de promover a redução do consumo e consequente mortalidade associada ao tabaco.
Sociedade Portuguesa de Pneumologia www.sppneumologia.pt A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) reformulou recentemente o seu site, investindo num visual mais apelativo e novos conteúdos direcionados à promoção do conhecimento da pneumologia e divulgação de uma vasta biblioteca científica. A renovação procura também reforçar a maior internacionalização da SPP, que em simultâneo anunciou o estreitamento de relações com a European Respiratory Society (ERS).
Escreva-nos, 48
dê-nos a sua opinião e sugestões para o e-mail: revistah@grupo-holon.pt
atuar
O aumento das doenças
Sociedade Portuguesa de Pneumologia 40 anos a promover a saúde respiratória dos portugueses
que afetam cerca de 40% da
saúde respiratória, a SPP tem vindo a participar nos mais variados fóruns de debate a nível nacional e internacional estando representada em organizações como a European Respiratory Society (ERS) e a European Lung Foundation (ELF).
população e são a segunda
Aposta na prevenção
respiratórias em Portugal,
causa de morte, tem alertado os especialistas que consideram que a prevenção é a chave. A Sociedade Portuguesa de Pneumologia tem vindo a desenvolver trabalho neste campo nos últimos 40 anos e aposta agora numa nova conduta, baseada num conhecimento multidisciplinar. Fundada a 17 de janeiro de 1974, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) surge com o objetivo de promover e proteger a saúde respiratória dos portugueses, fomentando educação e formação profissional relacionadas com a patologia respiratória. Trata-se de uma Sociedade Cientifica que conta com cerca de 1500 sócios inscritos, um pouco por todo o mundo. Com um papel ativo na defesa da
Conforme declarou Carlos Robalo Cordeiro, presidente da SPP, no âmbito das comemorações do 40.º aniversário, «apesar dos números da saúde respiratória serem alarmantes, a SPP acredita que é na prevenção, no diagnóstico precoce e na referenciação igualmente precoce de doentes que reside parte do sucesso do combate às doenças respiratórias. A SPP tem vindo a desenvolver ações educativas e de sensibilização que fomentam o diagnóstico precoce, de modo a intervir atempadamente e a conseguir abrandar o aumento das doenças respiratórias». «A história da SPP tem mostrado ultimamente que temos uma margem de progressão muito boa e ótimos profissionais a trabalhar na sociedade. Temos o futuro garantido», afirmou o presidente.
Novas tecnologias Recentemente a SPP apostou num novo site, com um visual que surge num contexto de maior internacionalização da sociedade, que também anunciou acordos com a Sociedade Respiratória Europeia. O novo site disponibiliza acesso a uma vasta biblioteca científica, na qual a SPP destaca a Revista Portuguesa de Pneumologia, mas também permanece dedicado à divulgação da pneumologia
e das práticas clínicas que lhe estão associadas. Nele também se podem encontrar informações relacionadas com as comissões de trabalho da SPP, bem como recomendações ou informações relacionadas com congressos. «A presença no online é hoje fundamental para a promoção do conhecimento e troca de experiências», afirmou o presidente da SPP, aquando da apresentação da nova imagem, ocasião em que aproveitou para falar do reforço da relação com a ERS através de acordos que visam uma maior colaboração entre estas duas entidades. «Os associados da SPP podem agora, em simultâneo, ser Sócios da ERS, de pleno direito, sem encargos adicionais diretos. Esta é uma condição societária que terá eficácia a partir de 1 de janeiro de 2015», acrescentou o Presidente da SPP, que explicou que o acordo implica que os sócios conjuntos de ambas as entidades tenham acesso a todos os instrumentos que a ERS disponibiliza aos seus membros, sem restrições, incluindo no âmbito editorial e de formação.
Vacinómetro Lançado em 2009 pela SPP e pela Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMCG), com o apoio da Sanofi Pasteur MSD, este projeto, pioneiro em Portugal, permite monitorizar em tempo real a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe nos grupos alvo recomendados pela Direção-Geral da Saúde, quer nos grupos prioritários habituais, quer no novo grupo de indivíduos, com idades entre os 60 e os 64 anos, para os quais a vacinação passou a ser aconselhada.
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breves
Devo vacinar-me
O exercício físico reduz o risco
contra a gripe?
de cancro da mama
Segundo um estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde (INS), a ideia de que a vacina contra a gripe está associada a efeitos secundários ou que induz a doença é um dos motivos que leva os grupos de risco (pessoas idosas ou com patologias crónicas e profissionais de saúde) a não se vacinarem. Baltazar Nunes, do INS, esclarece que durante o período de vacinação contra a gripe há incidência de outros vírus respiratórios que poderão ser responsáveis pelo desenvolvimento de sintomatologia semelhante à da gripe. A vacinação contra a gripe nos grupos de risco é fundamental para prevenir ou minimizar complicações graves associadas à doença, sendo recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
Múltiplos estudos científicos conduzidos ao longo dos últimos 20 anos demonstraram de forma consistente que o aumento da atividade física está relacionado com menor risco de cancro da mama. De acordo com a American Cancer Society, a diferença do risco entre as mulheres mais ativas e as mais sedentárias ronda os 25%. O mecanismo fisiológico que justifica este efeito protetor não está clarificado, mas, ao que tudo indica, o exercício físico exerce um efeito regulador endócrino de hormonas como o estrogénio ou a insulina que podem estimular o crescimento do cancro da mama.
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Exposição pré-natal a poluentes atmosféricos aumenta o risco de doenças respiratórias Um estudo recentemente realizado em Espanha, e divulgado pelo portal “Medscape”, revela que a exposição de grávidas a poluentes resultantes do tráfego rodoviário durante o segundo trimestre de gravidez (nomeadamente o benzeno e o dióxido de azoto) conduz a uma significativa redução da função pulmonar dos seus filhos, em idade pré-escolar. Verificou-se que quanto maior a exposição a estes poluentes, maior o risco de desenvolvimento de doenças respiratórias. Esta exposição é potencialmente evitável através da implementação de medidas regulamentares e legais. Segundo os investigadores, a incidência das doenças respiratórias pode ser reduzida se os decisores políticos limitarem a exposição a este tipo de poluentes.