Revista H#12

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Índice

EDItOrial

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Editorial

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Atualidade

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O Natal, o Ano Novo e a Crescer Bem

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Todos os dias damos. Alguma coisa damos. Nem que seja um olhar ou um aceno. Até indiferença damos.

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Damos sempre algo de nós aos outros com a nossa presença, com o nosso viver e com a nossa atenção. Nesta edição da H abordamos o tema da doação

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com a atenção que o assunto merece. São pequenos gestos que salvam vidas, a dádiva de sangue, de medula óssea e de órgãos, que partem daquele que se predispõe a dar para fazer a grande diferença porque, efetivamente, ao dar está a salvar vidas. No fundo, está a dar mais Natal e mais Ano Novo ao que recebe e que por sua vez será também dador, nem

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Opinião A confiança depositada em nós O que Dizem os Especialistas Transplantes: «Continua a ser essencial aumentar o número de dadores»

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Em Foco Pequenos gestos que salvam vidas Um Dia Todas Serão Assim 14 Recolha de Amostras Biológicas 15 Calendário & Ações Farmácias 16 Farmácia Holon Beja Cuidamos de Si 17 Diabetes: Não tem cura… Mas pode prevenir-se! 20 Psoríase: Aprenda a controlar os sintomas H Júnior 25 Diverte-te 26 Trocado em Miúdos

que seja da sua presença, do seu carinho e atenção

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Dentro & Fora de Casa Pinta o desenho

Bebé e Mamã Alimentação do bebé: Dieta cuidada, crescimento harmonioso Dia a Dia Paracetamol com conta, peso e medida Cuide Aqui da sua Saúde Insónias: Quando adormecer se torna um pesadelo… Viva Mais 40 Fuja das dietas restritivas! 42 Ténis: Um desporto para toda a vida 44 Receita saudável

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NOVIDADES

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Saúde Digital

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Atuar Instituto Português do Sangue e da Transplantação Breves

e até indiferença - que será sempre mais do que se daria se não houvesse a dádiva inicial. Edição: Hollyfar – Marcas e Comunicação, Lda. – Rua Aquiles Machado, nº 5F 1900-077 Lisboa

Em suma, vivemos um ciclo que começa com a Coordenador Editorial: Maria João Costa Lobo (Holon) e Inês

Humanidade e que com a Humanidade se torna

Marujo (Hollyfar) • Colaboram nesta edição: Ana Albernaz,

eterno. Como eterno é o crescimento que numa

Andreia Cruz, Carla Cardiga, Carmen Silva, Juliana Moreira, Mariana

criança deverá ser sempre alegre, feliz e inocente.

Rosa, Maria João Mendes, Marcelo Dias, Maria Luísa Teixeira,

Neste contexto as Farmácias Holon associaram-se à

Tatiana Campenhe • Fotografia: David Oitavem

Crescer Bem e desde junho apoiam crianças e suas

Publicação bimestral • E-mail: revistah@grupo-holon.pt •

famílias para que todos os dias haja Natal e Ano Novo

Tiragem deste número: 15.000 exemplares • Os artigos assinados apenas veiculam a posição dos seus autores.

nas suas casas.

Layout: Series – Comunicação e Design, Lda. – Rua Rodrigues Sampaio, 31, 1º Dto. 1150-278 Lisboa; Site: www.series.

Com a sua ajuda fazemos as crianças sorrir todos os

com.pt • United Creative – Estrada da Luz nº 90, 10ºH 1600-160

dias. Porque o Natal é quando o Homem quiser! Farmácias Holon, um dia todas serão assim! José Pedro Freitas Pinto Diretor

Lisboa; Site: www.unitedcreative.com • Paginação: Helena Diretor: José Pedro Freitas Pinto • Propriedade: Holon –

Freitas • Execução Gráfica: Finepaper – Rua do Crucifixo,

Comunicação Global, Unipessoal, Lda. • Capital Social: 5.000,00

86, 3º Dto. 1100-184 Lisboa; E-mail: info@finepaper.pt •

euros • Órgãos Sociais: Pedro Miguel Domingues Pires e Nuno

Impressão e Acabamento: Lidergraf Sustainable Printing

Alexandre Antunes Machado (gerentes) • NIPC: 508025621 •

– Rua do Galhano, 15 4480-089 Vila do Conde; Site: www.

Telefone: 219 666 100; E-mail: geral@grupo-holon.pt

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atualidade

Diabetes: Todos os dias 160 pessoas são diagnosticadas com a doença Segundo o “Relatório do Observatório Nacional da Diabetes 2014 - Diabetes factos e números”, cerca de 40% da população tem diabetes ou pré-diabetes, o que corresponde aproximadamente a 3,1 milhões de pessoas, entre os 20 e os 79 anos. O documento revela ainda que todos os dias são diagnosticados 160 novos casos da doença. «A obesidade é um fator primordial para o aparecimento da diabetes tipo 2 e cerca de 80% dos diabéticos estão na situação de excesso ponderal […]. A vida sedentária que cada vez mais pessoas levam também contribui bastante para esta situação e por isso é necessário educar e informar as pessoas para a importância de um estilo de vida saudável», explicou Isabel Torres, diretora do Serviço de Endocrinologia do Instituto Português de Oncologia do Porto, em comunicado. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o número total de óbitos por diabetes mais do que duplicou entre 1983 (1.237 mortes) e 2013 (4.546 mortes), registando-se um crescimento médio anual de 4,4%, durante este período de tempo.

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Sociedade Portuguesa de

Ministro da Saúde quer

Pneumologia desaconselha

mais de 60% das cirurgias

uso de cigarro eletrónico

sem internamento, em

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) defende que o cigarro eletrónico é «um retrocesso» na luta contra o tabagismo, pelo que recomenda que não seja utilizado enquanto os efeitos e a eficácia não forem provados. «O cigarro eletrónico não deve ser utilizado enquanto não se conhecerem os efeitos que tem na saúde, e não deve ser utilizado na cessação tabágica enquanto não houver ensaios clínicos fiáveis», afirmou a coordenadora da Comissão de Trabalho de Tabagismo, Ana Figueiredo, de acordo com um comunicado da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, citado pelo “Diário de Notícias”. Segundo o presidente da SPP, Carlos Robalo Cordeiro, «é urgente» que a questão do cigarro eletrónico seja regulamentada. Isto «para que dentro de 20 anos não tenhamos uma nova geração de fumadores, conquistados através dos cerca de 7.000 sabores existentes no mercado e das atrativas campanhas publicitárias como as que em tempos conferiram glamour ao cigarro». Os dados do relatório “Prevenção e Controlo do Tabagismo em números - 2013”, do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, revelam que mais de 90% dos fumadores portugueses iniciaram o consumo antes dos 25 anos e que existe uma tendência para o aumento do consumo de tabaco entre os jovens.

2015 Em 2015, quase 60% das cirurgias realizadas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão ser feitas em ambulatório, de acordo com o Programa Orçamental da Saúde, publicado no site do Parlamento, como complemento da proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano. O ministro da Saúde ainda quer, porém, ir mais além e chegar aos 70% nesta meta das operações realizadas com menos de 24 horas de internamento, com o objetivo de «reduzir os tempos médios de internamento e as infeções hospitalares». Segundo o jornal “Público”, o programa orçamental prevê que das 564 mil cirurgias agendadas para 2015, 234 mil sejam feitas em regime de internamento e as restantes 330 mil em ambulatório – o que corresponde já quase a 60%. Está ainda prevista a realização de 100 mil cirurgias urgentes, um número que tem vindo a cair já que se pretende evitar esta solução limite.



OPINIÃO

Cristina Teixeira Diretora técnica da Farmácia Vitória (Paredes)

A confiança depositada em nós Com a chegada do inverno, aproxima-se o fim da época de vacinação contra a gripe, que todos os anos se revela numa preocupação com os nossos utentes e o seu bem-estar. A maioria das pessoas que nos visitam diariamente são idosos, pelo que é alto o risco de que contraiam o vírus da gripe e queremos estar preparados para a entrada do outono, com tudo a postos para os proteger. Mais de 90 por cento das vacinas são vendidas e administradas entre outubro e novembro, mas é em agosto que começamos a trabalhar na aquisição das mesmas aos armazenistas, calculando as necessidades para que nada falte quando chegar o tempo. Como Farmácia Holon que procura prestar um serviço de excelência, é para nós também condição 6

essencial que todos os farmacêuticos da equipa tenham a formação necessária para a aplicação da vacina e que o equipamento esteja a postos: 80 por cento das vacinas adquiridas na Farmácia Vitória são administradas nas nossas instalações, o que para mim, como diretora técnica, é sinal de muito orgulho pela confiança que os nossos utentes têm em nós. O sucesso da Farmácia Vitória assenta em dois pilares: o foco no utente e a total disponibilidade da equipa para o receber. É a confiança em nós depositada todos os dias que queremos continuar a merecer e que nos motiva a fazer mais e melhor a cada dia. Neste final de ano, queremos reafirmar a certeza de que em 2015 continuaremos a cimentar estes pilares!

«É a confiança em nós depositada todos os dias que queremos continuar a merecer e que nos motiva a fazer mais e melhor a cada dia.»


O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

Fernando Macário «Continua a ser essencial aumentar o número de dadores»

Com 23,9 dadores por cada milhão de habitantes, Portugal encontra-se na linha da frente na área da transplantação mundial. Contudo, Fernando Macário, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, revela alguns dos problemas que ainda persistem neste campo, a começar pela falta de informação «de qualidade». H - A colheita de órgãos tem vindo a diminuir, a que se deve? FM - Diminuiu entre 2009 e 2012, mas começou a recuperar em 2013 e no primeiro semestre de 2014. As causas de diminuição foram multifatoriais, sobretudo ligadas a um menor número de potenciais dadores e a problemas de organização, entretanto identificados e em correção.

H - Quais os tipos de transplantes mais realizados em Portugal? FM - Os transplantes mais realizados no nosso país são os de rim (450), fígado (242), coração (56), pulmão (16), pâncreas (25), córnea e medula-óssea.

H - Atualmente, quantos doentes aguardam transplante? FM - De acordo com os números do final de 2013 do relatório do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, aguardam por transplante de rim 1.910 doentes, de coração 20, de fígado 166, de pâncreas 34, e de pulmão 23.

©Esfera de Ideias H - Qual a situação atual da transplantação em Portugal?

H - Em quantos hospitais é realizada a colheita e o transplante de órgãos?

Fernando Macário - Portugal tem unidades de transplantação, em todas as áreas, em número suficiente e com excelente qualidade. Contudo, apesar de termos uma taxa de dadores cadáver superior à média europeia, a limitação continua a ser a falta de órgãos para transplantar.

FM - Pode ser efetuada colheita de órgãos para transplantação em todos os hospitais com unidades de cuidados intensivos. Em 2013 foram efetuadas colheitas em 39 hospitais.

H - Um dos transplantes mais realizados é o de rim. Já é mais comum a realização de doação em vida ou a realização de transplante cruzado? FM - A doação em vida corresponde a cerca de 11% de todos os transplantes renais efetuados. Já o transplante cruzado só foi efetuado uma vez em Portugal, mas espera-se o incremento desta modalidade (ver caixa). 7


Os desafios na área da transplantação passam por aumentar o número de dadores e de órgãos disponíveis, aumentar a sobrevida dos órgãos transplantados, apostar no transplante renal de dador vivo, assim como na prevenção das patologias que levam à falência de órgãos. H - De que forma se pode promover uma maior sensibilização para a doação de órgãos junto da população?

Primeiro duplo transplante

FM - Sobretudo através de campanhas de informação junto da população em geral, dos profissionais de saúde e dos doentes, que sensibilizem para esta matéria e alertem para a necessidade da doação de órgãos.

com dadores vivos

cruzado de rins

H - Ainda persistem algumas ideias erradas associadas a crenças que impedem o aumento do número de dadores? FM - Penso que não, é mesmo uma questão de necessidade de mais informação de qualidade.

H- O que significa ser dador vivo? FM - Um gesto de altruísmo e amor que pode melhorar muito a qualidade de vida de alguém que nos é próximo. Deve, no entanto, ser uma decisão tomada com muita ponderação e perfeito conhecimento do processo e dos riscos envolvidos.

H - Um dos problemas apontados é a necessidade de facilitar o acesso dos doentes transplantados aos cuidados de saúde. Porquê esta necessidade? FM - As barreiras ao seguimento dos doentes transplantados devem ser minimizadas para que não se corra o risco de se perder todo o investimento no transplante por falhas no seguimento. Como os centros de transplantação estão todos localizados em Lisboa, Porto e Coimbra, os doentes têm de se deslocar para ser seguidos e receber medicação. Em casos muito bem definidos e de forma rigorosamente protocolada pode ser possível seguir doentes transplantados renais estabilizados em serviços de nefrologia geral mais perto da sua residência. Podem ainda ser criadas formas de cedência de proximidade dos medicamentos imunossupressores. H - No fundo, quais os desafios futuros na área da transplantação? FM - Aumentar o número de dadores e de órgãos disponíveis, aumentar a sobrevida dos órgãos transplantados com esquemas de imunossupressão inovadores que diminuam a rejei8

©Esfera de Ideias ção e as complicações a longo prazo, apostar no transplante renal de dador vivo com programas eficazes de apoio ao dador. Também será importante apostar na prevenção das patologias que levam à falência de órgãos, diminuindo o número de doentes com necessidade de serem transplantados.

Em abril de 2013 realizou-se em Portugal o primeiro e, até agora, único transplante cruzado de rins com dadores vivos. Dado que a lista de espera para transplantação de rim inclui quase duas mil pessoas, o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, Fernando Macário, espera que este procedimento seja adotado mais vezes. Mas em que consiste este procedimento que envolveu trabalho em quatro blocos operatórios? No transplante realizado em Coimbra, 32 profissionais trabalharam à volta de dois doentes e dois dadores, que se tinham inscrito no Programa Nacional de Doação Renal Cruzada. Neste caso, o marido que queria doar um rim à sua esposa, acabou por doá-lo a uma outra pessoa, uma vez que havia incompatibilidade. Essa incompatibilidade verificava-se também num homem que queria doar um rim à sua irmã e que acabou por doá-lo à mulher que estaria para receber o rim do seu marido. No fundo, o dador A deu ao recetor D e o dador C deu ao recetor B, porque eram compatíveis.

Dia Nacional do Transplante A história da transplantação em Portugal conta já com «três décadas de atividade contínua, desde os primeiros transplantes com rim de cadáver, em Lisboa e Coimbra em 1980, que abriram caminho a uma atividade contínua e sistematizada», nas palavras de Fernando Macário, na página da petição para a Institucionalização do Dia Nacional do Transplante. Conforme salienta, «nestes 30 anos, a transplantação em Portugal teve um trajeto notável (…) com crescente maturidade técnica e resultados clínicos que colocam Portugal na vanguarda da transplantação mundial». Contudo, considera que ainda há muito a fazer: «as condições de trabalho em algumas unidades de transplantação podem, e devem, ser melhoradas; é preciso captar para a transplantação jovens profissionais incentivando-os com melhores condições de trabalho, estabilidade e carreira atrativa; as barreiras éticas em algumas áreas devem ser melhor definidas e discutidas pelos profissionais envolvidos; as tomadas de decisão e legislação devem ser efetuadas com clara auscultação dos profissionais; deve ser feito um esforço de organização da colheita de dados para monitorização efetiva da qualidade clínica da transplantação em Portugal e, nesse ponto, os registos da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) deverão ser olhados como uma fonte de informação fundamental». Assim, para dar maior visibilidade à atividade da transplantação em Portugal, «de forma a permitir uma melhor compreensão da doação de órgãos em vida e no cadáver», a SPT propõe a criação de um Dia Nacional do Transplante a 20 de julho (data em que foi realizado o primeiro transplante renal em Portugal). Até agora a data tem sido comemorada «com muita dificuldade de divulgação eficaz» e, segundo revela Fernando Macário, no próximo ano será comemorada em Coimbra. A petição pode ser assinada em http://www.spt.pt/site/peticao/_peticaodianacional_add.php ou presencialmente num dos pontos de recolha da SPT.



em foco

Pequenos gestos que salvam vidas A dádiva de sangue, medula óssea e de órgãos está, praticamente, ao alcance de todos nós. É caso para dizer que um pequeno gesto da parte daquele que se predispõe a ser dador pode fazer toda a grande diferença porque, efetivamente, ao dar está a salvar uma vida.

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EM FOCO

Quando se dá sangue, medula óssea ou mesmo um órgão, doa-se também alegria, esperança e, sobretudo, vida. De tal modo que nos cartões de dadores que estas pessoas possuem, deveria estar escrito “dadores de vida” porque, efetivamente, é isso que elas são.

Todos aqueles que apresentam um bom estado de saúde, hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 quilogramas e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos podem dar sangue. Para uma

Se Susana Silva, administrativa de 37 anos, não prescindisse de umas horas aos domingos de manhã, duas vezes por ano, para ir até à sede do clube desportivo da sua freguesia dar sangue, tal como tantos milhares de portugueses, provavelmente iria haver um momento em que num hospital, algures no país, alguém a precisar de receber uma transfusão viria a ter a sua vida ameaçada por não haver sangue disponível. Foi precisamente para evitar este tipo de situações, que Susana se tornou dadora há 5 anos. «A minha mãe tinha falecido há pouco tempo e ela precisara de levar transfusões de sangue e, por isso, achei que era a minha vez de fazer alguma coisa por alguém», conta a administrativa. Dar sangue quando se está em condições para isso é um ato de altruísmo, é um momento em que se dá, mas também se recebe. Recebe-se paz de espírito e alegria porque após a dádiva vai-se para casa com a consciência de que se ajudou alguém em necessidade. E (quase) todos podemos dar a “mão ao próximo”, até porque nunca sabemos se um dia não vamos ser nós a precisar da dádiva de um estranho benfeitor.

primeira dádiva, o limite de idade é aos 60 anos.

Quem pode dar De acordo com as indicações do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), todos aqueles que apresentam um bom estado de saúde, hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 quilogramas e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos podem dar sangue. No entanto, para uma primeira dádiva, o limite de idade é aos 60 anos. Pelo contrário, o IPST desaconselha a dádiva de sangue em caso de alguma vez se ter consumido drogas injetáveis ou se ter tido contatos sexuais com múltiplos(as) parceiros(as). As pessoas que sofrem de epilepsia, diabetes insulinodependente ou hipertensão grave também não poderão dar sangue. Há ainda impedimentos temporários à dádiva, nomeadamente em situações de parto, nos últimos seis meses, e amamentação. Se a pessoa foi submetida a uma operação, endoscopia, ou se fez tatuagens ou piercings também deve

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esperar alguns meses até voltar a dar sangue. Existem também algumas diferenças relativamente ao género. Se o dador for homem, pode dar sangue de três em três meses, ou seja, quatro vezes por ano. No caso da mulher, o recomendado é a dádiva de quatro em quatro meses (três vezes por ano). E dar sangue não custa nada ao nosso organismo. Por outras palavras, é quase como se o corpo nem se apercebesse que acabara de perder uns mililitros (ml) deste líquido vermelho. Isto porque cada pessoa tem em circulação cinco a seis litros de sangue, dependendo da sua superfície corporal, e uma unidade de sangue total (o sangue doado) representa aproximadamente 450ml, sendo que o organismo consegue repor rapidamente o sangue “perdido”. O processo da dádiva é ainda completamente seguro, pois não há qualquer possibilidade de contrair doenças. Todo o material utilizado é estéril, descartável e usado uma única vez.

A medula óssea Mas a dádiva não termina no sangue. Há ainda outro “material” salvador de vidas produzido no nosso corpo que podemos doar sem qualquer prejuízo para nós e para a nossa saúde: a medula óssea. E se tivermos em atenção que apenas 25% dos doentes tem um dador familiar compatível, qualquer um de nós pode responder às 75% de hipóteses de cura de um doente. Frederico Falcão, de 24 anos, (cujo testemunho foi cedido pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia) é dador de medula desde os 19, quando «uma grande amiga e colega da minha mãe precisava de um transplante urgente, por isso, fui fazer os exames que me foram requisitados. Infelizmente, não foi encontrado dador compatível e a senhora acabou por falecer». No entanto, Frederico ficou inscrito no registo do Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão (CEDACE) e a 3 de janeiro de 2011 foi contactado porque aparentemente a sua medula era compatível com a de alguém que precisava de um transplante. «Contactaram-me para fazer novas análises para aferir de modo mais apurado a compatibilidade com o/a paciente e foi o que fiz, determinando-se uma forte compatibilidade», conta Frederico. A seguir seguiu-se a realização de uma série de exames para se verificar o seu estado de saúde. Como estava tudo bem, procedeu-se à etapa seguinte: a colheita da medula.


Dar para salvar Existem dois processos de colheita. O primeiro é a colheita de células progenitoras do sangue periférico: o sangue vindo da veia do dador circula através de um aparelho chamado separador celular que recolhe apenas as células necessárias para o transplante, devolvendo as restantes ao dador. O segundo é a colheita de medula óssea: as células progenitoras do interior dos ossos pélvicos são colhidas diretamente, pelo que se requer uma breve anestesia e 24 horas de hospitalização. No caso do Frederico, «foi-me dito que poderia escolher qualquer um dos dois métodos para fazer a colheita, mas que o/a paciente beneficiaria mais com o método em bloco operatório e, por isso, aceitei este método sem problema». O internamento durou cerca de 24 horas, «para controlar a recuperação do organismo, sendo que se sente algum desconforto no local onde foi feita a colheita, mas nada de anormal e é perfeitamente suportável». No fim, «correu tudo muito bem, tanto para mim como para o/a paciente, deixando todas as partes envolvidas muito satisfeitas». E hoje, porque provavelmente salvou uma vida, apesar de desconhecer quem beneficiou com o seu gesto porque o processo foi anónimo, «sinto-me diferente», confessa Frederico Falcão.

Medos sem fundamentos Atualmente ainda existem alguns medos, muitos dos quais infundados, no que diz respeito à dádiva de medula óssea. Sofia Sá Cardoso, farmacêutica e diretora executiva da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) explica que «ainda há pessoas mal informadas acerca de como se processa a dádiva de células de medula óssea propriamente dita, sendo que há muita gente que confunde medula óssea com espinal medula e pensa mesmo que corre o risco de ficar paralítica ao dar medula óssea». E, por outro lado, ressalva a responsável da APCL, «o processo de registo como potencial dador de medula não implica que a pessoa venha algum dia a ser “ativada” como dador(a), pois, infelizmente, a probabilidade de isso acontecer e de ter o privilégio de salvar uma vida, é muito pequena». À semelhança do que acontece com a dádiva de sangue, todos aqueles que têm entre 18 e 45 anos, peso mínimo de 50 quilogramas, altura superior a 1,5 metros, sejam saudáveis, e nunca tenha recebido transfusões após 1980 podem inscrever-se como potenciais dadores de medula óssea.

Dadores de sangue isentos A dádiva de sangue é algo tão importante que a legislação em vigor contempla uma pequena benesse para o dador. Assim sendo, a lei prevê a isenção do pagamento de taxas moderadoras para os dadores benévolos de sangue, nas prestações em cuidados de saúde primários, ou seja, nos centros de saúde. No que diz respeito aos critérios para atribuição de isenção aos dadores de sangue, segundo a circular normativa Nº 30/2013 de 30 de setembro, da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), os dadores de sangue podem beneficiar da isenção do pagamento de taxas moderadoras nas seguintes condições: se tiverem efetuado mais de 30 dádivas na vida ou se tiverem duas dádivas nos últimos 12 meses, incluindo os candidatos à dádiva impedidos temporária ou definitivamente de dar sangue desde que tenham efetuado dez ou mais dádivas válidas.

A medula óssea e a Farmácia Além de diretora-executiva da Associação Portuguesa contra a Leucemia (APCL), Sofia Sá Cardoso é farmacêutica e, por isso, acredita que «as farmácias podem ser um excelente local para esclarecimento acerca do processo de doação de medula óssea, de divulgação dos requisitos para se poder registar como potencial dador e dos locais onde tal se pode fazer». Na verdade, as farmácias «poderiam inclusivamente ter alguns boletins de inscrição e ajudar as pessoas a preenchê-los, caso tivessem dúvidas, antes de se dirigirem aos organismos competentes para efetivar o registo», opina a responsável da APCL, acrescentando que «os farmacêuticos têm obrigação de saber quais são os critérios gerais de exclusão para que uma pessoa não possa registar-se como dadora, podendo assim funcionar como ótimos educadores e informadores desta causa».

O último gesto Depois do sangue, da medula óssea, a pessoa pode ainda doar órgãos. Pode doá-los em vida, como é o caso de um rim, desde que haja compatibilidade com o doente que dele necessita. Mas é após a morte que o indivíduo assume realmente o papel de salvador de vidas ao doar todos os seus órgãos. A doação de órgãos é assim o último gesto de altruísmo que se pode ter. E o que se tem de fazer para que isso aconteça? Nada, porque assim que se nasce tornamo-nos automaticamente potenciais dadores de órgãos. Existe, porém, a possibilidade de renegar este direito/dever. E, neste sentido, o Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA) foi criado com o objetivo de viabilizar um eficaz direito de oposição à dádiva, assegurando e dando consistência ao primado da vontade e da consciência individual nesta matéria. Os órgãos são recolhidos nos hospitais, sendo que existe o cargo de coordenador hospitalar de doação que, entre outras, tem a função de identificar e avaliar todos os potenciais dadores através de visitas diárias às unidades de cuidados intensivos ou outros serviços hospitalares onde se prestem cuidados de suporte ventilatório e disponibilizar a informação adequada à família dos potenciais dadores.

Centros de dadores de medula óssea Centro de Histocompatibilidade do Sul Alameda das Linhas de Torres, nº 117, 1769001 Lisboa www.chsul.pt - chsul@chsul.pt | Tel 21 750 41 00 Centro de Histocompatibilidade do Centro Edif. S. Jerónimo - 4º Piso, Praceta Prof. Mota Pinto, 3001-301 Coimbra www.histocentro.min-saude.pt | geral@histocentro.min-saude.pt | Tel 239 480 700 Centro de Histocompatibilidade do Norte Pavilhão “Maria Fernanda”, Rua Roberto Frias, 4200-467 Porto www.chnorte.min-saude.pt | geral@chnorte. min-saude.pt | Tel 22 557 34 70

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Um Dia Todas Serão Assim A pensar na sua maior comodidade, as Farmácias Holon disponibilizam desde 2013 o Serviço de Recolha de Amostras Biológicas. Em algumas farmácias* da rede está diariamente disponível um enfermeiro ou técnico de análises clínicas para realizar as colheitas de amostras biológicas para análise. O seu farmacêutico está capacitado para prestar todos os esclarecimentos necessários, informando-o sobre os procedimentos a adotar na recolha das amostras e qual a preparação necessária para cada tipo de colheita. As Farmácias Holon trabalham exclusivamente com laboratórios de referência para o processamento das suas análises, por forma a garantir toda a segurança no tratamento das amostras e a máxima acuidade dos resultados. O tempo de entrega das suas análises vai depender dos testes a realizar, mas pode contar com a eficiência das Farmácias Holon para que os obtenha tão rapidamente quanto possível e com a maior comodidade. Pode ainda optar por levantar

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Serviço de Recolha de Amostras Biológicas As Farmácias Holon estão atentas à comunidade e pretendem oferecer um conjunto de soluções integradas de saúde e bem-estar, olhando de forma holística para doentes e consumidores. Procuram a todo o momento corresponder às suas necessidades e expectativas, melhorando o nível de atendimento prestado e aumentando a capacidade de resposta com serviços diferenciados e de valor acrescentado. os resultados na sua Farmácia, ou recebê-los no conforto da sua casa por e-mail . Seja qual for a Farmácia Holon a que recorre para utilizar o serviço de Recolha de Amostras Biológicas, estabelecemos para si um leque variável de protocolos, acordos e convenções com entidades públicas e privadas, para que possa usufruir das melhores condições na realização das suas análises. As Farmácias Holon pretendem assim comple-

mentar a oferta assegurada pelo serviço Check Saúde, onde pode obter um conjunto alargado de parâmetros e medições, com entrega imediata de resultados. Estamos cada vez mais próximos de si. Entre na sua Farmácia Holon e descubra todas as vantagens em voltar! * Consulte as farmácias com o serviço de Recolha de Amostras Biológicas no portal www.grupo-holon-pt.


Um Dia Todas Serão Assim

CALENDÁRIO

Janeiro Intervenção da farmácia na Asma e DPOC Sessões “Alimentação na Infância” Programa de Cessação Tabágica

Fevereiro Sessões “Nutrição no Idoso” Sessões “A Escola e a Contraceção”, no âmbito do Dia dos Namorados

Espirometrias nas Farmácias Holon Um Dia Todas Serão Assim

AÇÕES FARMÁCIAS

Projeto de educação alimentar em Vieira de Leiria Para assinalar o Dia Mundial da Alimentação, a Farmácia A. Guerra Pedrosa promoveu uma ação de educação alimentar em contexto pré-escolar, na creche “Jardim dos Pequeninos”. Com o principal objetivo de promover comportamentos alimentares saudáveis com o envolvimento de toda a comunidade escolar, a farmácia contou com a dietista Catarina Rola do serviço de Nutrição Holon para dinamizar um “loto” da alimentação e a construção da Roda dos Alimentos, entre outras atividades.

Na sequência do sucesso alcançado por este projeto em 2013, desde novembro e até ao final de dezembro continuam a decorrer as espirometrias nas Farmácias Holon, efetuadas por técnicos cardiopneumologistas. Este exame constitui o meio de diagnóstico preferencial para detetar o grau de comprometimento das vias aéreas respiratórias, estando disponível de norte a sul do país sem qualquer custo para o utente.

I Trail Vila de Niza A Farmácia Ferreira Pinto e a Farmácia Seabra (Niza) estiveram presentes na 1ª edição do Trail Running da Vila de Niza, que se realizou no passado dia 9 de novembro. O evento contou também com a presença de duas podologistas das Farmácias Holon, que estiveram disponíveis para assistir os atletas no final da corrida e cuja prestação foi essencial para o seu bem-estar.

Farmácia Holon Barreiro assinala Dia do Não Fumador Para assinalar o Dia Mundial do Não Fumador, comemorado a 17 de novembro, a Farmácia Holon Barreiro saiu à rua para propor à população fumadora a troca de um cigarro por uma peça de fruta. A ação “Um cigarro por uma maçã” serviu também para conhecer melhor os hábitos tabágicos na comunidade, e em simultâneo divulgar o Serviço de Cessação Tabágica que a farmácia passa agora a oferecer. Foram assim distribuídos folhetos sobre a nova valência à população, lançando o desafio: “Agora é o momento certo para deixar de fumar”!

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Um Dia Todas Serão Assim

Farmácia Holon Beja da valorização do espaço de atendimento, que levou à integração na rede de Farmácias Holon. A Farmácia Holon Beja aposta num serviço de qualidade e continuidade, a funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano. Conta com uma equipa jovem e altamente motivada, empenhada e direcionada para a prática farmacêutica. «Uma das grandes vantagens de pertencer às Farmácias Holon reside no facto de os farmacêuticos poderem contar com todo o apoio desta estrutura para desempenhar a sua atividade com eficiência e eficácia», revela Filipa Cruz, uma das proprietárias.

A Farmácia Holon Beja aposta num serviço de qualidade e continuidade, a funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano.

Acompanhando o fenómeno de desertificação que se faz sentir em grande parte das cidades do interior do País, a cidade de Beja, é caracterizada pelo envelhecimento populacional, florescimento de grandes superfícies comerciais, crescimento de espaços residenciais na periferia, e encerramento de estabelecimentos de comércio tradicional. A antiga Farmácia Pacheco, localizada no coração da cidade (Jardim do Bacalhau), depois de muitos anos de serviço à comunidade, viu-se também forçada ao encerramento da sua atividade. Em agosto de 2014, reabriu ao público com uma nova missão e uma nova marca: Farmácias Holon. «Fruto da sua adesão à marca Farmácias Holon, a Farmácia Holon Beja é hoje uma nova farmácia, com um novo conceito e uma nova gerência ao serviço da promoção da saúde e bem-estar. Estamos perante uma farmácia moderna, dinâmica, completa e atenta à comunidade», revela Lara Ramalho. A diretora técnica da Farmácia Holon Beja acrescenta ainda que foi o reconhecimento da qualidade na prestação de serviços farmacêuticos, da capacidade para envolver a comunidade e os parceiros sociais na concertação de estratégias, ou

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A avaliação da Farmácia Holon Beja pelos clientes, ao longo de três meses de existência, tem sido muito favorável. Destacam a reabertura e reabilitação de um serviço fulcral à comunidade, a disponibilidade total de horário, a complementaridade da oferta de serviços, medicamentos e produtos de saúde e conforto, e o atendimento profissional, personalizado e especializado. «A realização dos rastreios de nutrição e do pé diabético, bem como a realização da sessão de esclarecimento da diabetes, permitiu não só divulgar os serviços disponíveis, mas também a aproximação à comunidade, o maior conhecimento das suas necessidades e adequação dos serviços às suas expectativas. Foi também uma das formas encontradas para dinamizar a promoção da educação para a saúde da população. Pretende-se dar continuidade a estas sessões e rastreios, pois o feedback dado pelos utentes foi bastante positivo», clarifica Lara Ramalho. A diretora técnica conclui: «No futuro esperamos continuar a investir na prestacão de serviços farmacêuticos diferenciados e de qualidade, estar atentos e dar resposta às necessidades múltiplas e crescentes da comunidade». Para a consolidação dos objetivos delineados, a Farmácia Holon Beja continuará alicerçada nas Farmácias Holon, empenhada em merecer a preferência dos seus clientes.


cuidamos de si

Diabetes Não tem cura… mas pode prevenir-se! Numa sociedade em constante e repentina mudança, o aumento do stress diário, incremento de maus hábitos de vida e consequente sedentarismo aliado ao envelhecimento da população, são fatores preponderantes para o aumento da incidência da diabetes mellitus. A boa notícia é que estas situações podem ser prevenidas. Considerada uma doença silenciosa por manifestar sintomas tardiamente, a diabetes mellitus para além de ser a principal causa de cegueira, insuficiência renal e amputação dos membros inferiores (complicações tardias), é hoje em dia o principal motivo de morte, por aumentar o risco de enfarte do miocárdio (EM) e de acidente vascular cerebral (AVC). Na sequência do surgimento destas complicações tardias, fruto de um mau controlo metabólico, e consequente manutenção de glicémias elevadas durante os anos de evolução da doença, esta patologia é também, por isso, responsável por elevados gastos em saúde. Segundo o Relatório Anual do Observatório

Nacional de Diabetes, só em Portugal, foram gastos em saúde com a diabetes cerca de 1.250 a 1.500 milhões de euros no ano de 2012.

Fatores de Risco Intrínsecos: • Idade ≥ 45 anos; • História familiar de diabetes (pais);

Fatores de risco Comuns a outras patologias, surgem alguns fatores de risco, isto é, condições que aumentam a probabilidade de ser afetado por uma determinada doença. Estes podem ser intrínsecos à patologia, e portanto não controláveis, ou de caráter extrínseco, por norma associados a maus hábitos de vida e por isso passíveis de ser minimizados.

• Diabetes gestacional prévia. Fatores de Risco Extrínsecos: • Excesso de peso e/ou obesidade; • Vida sedentária; • Maus hábitos alimentares;

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• Hábitos Tabágicos; • História de doença cardiovascular prévia: EM e AVC; • Hipertensão arterial;

• Manter um peso saudável e IMC ≤25;

doença dos 4P´s: poliúria, polidipsia, polifagia, e perda de peso, que são consequência de uma hiperglicemia mantida, ou seja, a manutenção de elevados níveis de açúcar no sangue.

• Ingerir sempre o pequeno-almoço antes de iniciar o dia;

Atenção aos sintomas característicos:

nos hábitos e rotinas corretos, para si e para toda a sua família, devendo procurar:

• Dislipidémia (colesterol e triglicéridos). • Diminuir a ingestão de gorduras, em particular gorduras saturadas;

O que pode fazer para prevenir a diabetes Em primeiro lugar, informe-se! Assumir a responsabilidade pela sua saúde, adotar hábitos mais saudáveis e fazer disso um estilo de vida é fundamental para a prevenção desta patologia. As escolhas que fazemos têm reflexo direto na nossa saúde e consequentemente na nossa qualidade de vida, sendo assim o produto de uma construção social e cultural que deverá ser iniciada desde tenra idade.

• Polidipsia: aumento da sede e boca seca; • Aumentar a ingestão de fibra, através de frutas, legumes, cereais integrais;

Um estudo britânico publicado na “PLOS Medicine” e citado no site da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, refere que crianças que têm como rotina a ingestão diária

• Polifagia: aumento da fome (normalmente por doces);

• Diminuir a ingestão excessiva de açúcar; • Perda de peso; • Praticar atividade física, diariamente ou no mínimo 3x/semana entre 20 a 30 minutos (caminhar, nadar/hidroginástica, dançar); • Avaliar periodicamente a pressão arterial e dislipidémia; • Excluir o consumo de tabaco.

O conceito “estilo de vida” engloba fatores como hábitos alimentares, nível de stress e atividade física (DGS, 2007). É neles que tem que se focar,

• Poliúria: aumento da frequência das micções;

Visitar o seu médico anualmente e seguir as suas indicações deverá ser outra medida de prevenção, tanto da diabetes mellitus como de outras patologias muito comuns e intimamente relacionadas, como hipertensão arterial ou dislipidémia (níveis de colesterol e triglicéridos elevados).

Diagnóstico da diabetes Mesmo sendo uma patologia silenciosa, existe um conjunto de sintomas típicos, daí que a diabetes mellitus seja caracterizada clinicamente pela

• Aumento persistente da glicemia no organismo. Aliada à presença destes sintomas surge a avaliação analítica, fundamental para o diagnóstico. É por isso de extrema importância estar atento aos sinais e consultar o seu médico ou farmacêutico para que seja realizado o despiste ou diagnóstico da diabetes mellitus. A prevenção da diabetes depende assim da responsabilização que cada um de nós deverá ter no controlo de fatores de risco extrínsecos, através da adoção de estilos de vida saudáveis e da vigilância de sintomas. Referências bibliográficas: Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) - http://www.apdp.pt/; Programa Nacional para a Diabetes – DGS – http://www.dgs. pt/programa-nacional-para-a-diabetes.aspx; PORTUGAL. Direção Geral de Saúde (2007) - A atividade física e o desporto: um meio para melhorar a saúde e o bem-estar. Lisboa: DGS.

do pequeno-almoço correm

Análise

Valores Pretendidos

menos risco de terem diabetes

Glicemia em jejum

≤ 126mg/dl

Glicemia após 75 gr de glucose ou Glicémia ocasional Hemoglobina Glicada (Hgb A1c)

≤ 200 mg/dl ≤ 6,5%

tipo 2 quando forem adultos.

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CUIDAMOS DE SI

Psoríase Aprenda a controlar os sintomas A psoríase é uma doença crónica, não contagiosa, que afeta cerca de 80 milhões de pessoas em todo o mundo. Estima-se que entre 2 a 3% da população europeia sofra de psoríase. Em Portugal esta patologia atinge cerca de 250 mil pessoas. A psoríase caracteriza-se pela inflamação da pele, responsável pela renovação mais rápida das células epidérmicas, que acabam por se acumular e conduzir ao espessamento da pele, com lesões avermelhadas e descamação características, denominadas de placas ou escamas. A pele dos doentes com psoríase apresenta-se assim seca, com comichão e por vezes dor, podendo as lesões estar limitadas a zonas como o couro cabeludo, as unhas, os joelhos, os cotovelos, as orelhas e o tronco ou afetar uma vasta área corporal. Embora a sua causa não seja exatamente conhecida, esta doença parece estar associada a alterações do sistema imunitário, sendo os linfócitos T ativados para combater as células saudáveis da pele (em vez de infeções, como normalmente acontece). Além disso, parece haver uma predisposição genética para o desenvolvimento desta doença, uma vez que cerca de um terço dos doentes com psoríase tem também um familiar afetado. É uma patologia que se desenvolve por ciclos, alternando entre períodos de exacerbação dos sintomas e outros assintomáticos. Sabe-se ainda que, tanto o seu início, como os surtos sucessivos, podem ser desencadeados por diversos fatores, tais como: • Infeções; • Irritações, lesões na pele e queimaduras; • Stress; • Frio; • Alterações hormonais; • Obesidade; • Tabagismo; • Álcool; • Certos medicamentos. 20



A psoríase afeta igualmente homens e mulheres e pode surgir em qualquer idade, no entanto, o seu início é mais frequente em adultos jovens. É mais comum em indivíduos caucasianos da Europa do Norte, mas tem sido diagnosticada um pouco por todo o mundo.

• Tratamentos tópicos: aplicam-se localmente nas lesões; • Fototerapia: terapia com luz ultravioleta; • Terapêuticas sistémicas convencionais: administração de fármacos em comprimidos ou injetáveis, que atuam em todo o organismo;

Tipos de psoríase

• Terapêuticas biológicas: administração de fármacos através de injeções ou perfusões, que atuam no sistema imunitário.

Os tipos de psoríase são definidos de acordo com a localização, gravidade e aparência das lesões, sendo que o mesmo doente pode desenvolver mais do que um tipo. A forma mais comum é a psoríase em placas, que se caracteriza por lesões avermelhadas com contornos bem definidos, escamas acinzentadas e possibilidade de sangramento aquando da remoção das mesmas. Localiza-se habitualmente nos joelhos, cotovelos, zona inferior das costas e couro cabeludo, no entanto, pode surgir em qualquer região da pele. De um modo geral, tem uma distribuição simétrica, ou seja, nos dois lados do corpo. Embora menos comuns, estão ainda identificados outros tipos de psoríase: gutata (pequenas lesões em forma de gota), inversa (machas de pele vermelha e inflamada, mas sem descamação), ungueal (depressões nas unhas em forma de pontos, com descolamento, espessamento ou descoloração da unha), pustular (lesões avermelhadas e dolorosas, que apresentam na sua superfície pústulas esbranquiçadas), eritrodérmica (forma mais grave da doença, que pode afetar o corpo inteiro), do couro cabeludo (em placas ou gutata) e artrite psoriática (inflamação das articulações em doentes com psoríase, é uma complicação rara da doença).

Tratamento A psoríase não tem cura, no entanto, existem diversas opções terapêuticas que, de um modo geral, ajudam a controlar os sintomas da doença. Nem todos os tratamentos funcionam do mesmo modo em todos os doentes e a resposta de cada doente aos vários tratamentos pode até alterar-se ao longo do tempo. Muitas vezes é necessário experimentar várias opções terapêuticas até que seja encontrada a mais adequada a cada caso. Regra geral, os tratamentos para a psoríase agrupam-se em quatro categorias: 22

Algumas dicas Para além do tratamento prescrito pelo médico, há alguns cuidados a ter para reduzir o desconforto e melhorar a aparência dos doentes com psoríase, contribuindo para a qualidade de vida e o bem-estar dos mesmos: • Banho diário. Dar preferência a duches rápidos, com água morna e um produto de limpeza com pH neutro e óleo, para ajudar a remover as escamas e acalmar o prurido. • Hidratação. Os doentes com psoríase devem aplicar um creme hidratante adequado à sua pele depois do banho e enquanto a pele ainda está húmida, devendo esta aplicação ser reforçada sempre que necessário. • Produtos suaves. Sabonetes, desodorizantes e maquilhagem devem ser hipoalergénicos, sem álcool e perfume. • Não esfregar as lesões. A pele deve ser seca com toques suaves, devendo dar-se especial atenção às dobras da pele. • Moderar a exposição solar. Embora benéfica, a exposição solar apenas deve ser feita após a aplicação de um protetor solar adequado, uma vez que o seu excesso pode agravar os sintomas ou desencadear novos surtos da doença. Consulte o seu farmacêutico e saiba quais os cuidados mais adequados à pele com psoríase.










Bebé e mamÃ

Alimentação do bebé Dieta cuidada, crescimento harmonioso

A implementação de uma dieta saudável é preponderante para o desenvolvimento dos bebés desde os

primeiros meses de vida. Fazer escolhas alimentares adequadas a cada etapa de crescimento da criança é, por isso, essencial. No momento da preparação das refeições, os pais devem saber quais são os alimentos obrigatórios e proibidos na dieta do bebé. Logo após o nascimento, o leite é o primeiro elemento a constar no regime alimentar do recém-nascido. A Organização Mundial de Saúde (OMS) defende, desde 1991, que até aos seis meses, o leite, preferencialmente materno, deve ser o único alimento ingerido pelo bebé.

A introdução de alimentos complementares deverá acontecer, de acordo com a OMS, apenas depois dos seis meses de idade. No entanto, os especialistas consideram que antes desse período o bebé já está apto a ingerir alguns alimentos. «Será sempre uma escolha dos pais, desde que tal nunca aconteça antes dos quatro meses», lembra Ana Gaião, nutricionista das Farmácias Holon.

Por isso, a partir dos quatro meses, aos biberões podem juntar-se as primeiras colheradas. O bebé começa a comer sopa de legumes e papas sem glúten, pois o leite torna-se insuficiente para satisfazer totalmente as suas necessidades nutritivas. A batata, a cenoura, a abóbora, a cebola, o alho francês, a alface, a curgete, o brócolo e a couve branca, são os ingredientes mais indicados para os primeiros purés de legumes.

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Durante as refeições, aconselha-se que os pais promovam novos sabores, cores e texturas, e que não desistam perante a primeira cara feia do bebé ao provar um novo alimento. Nesta fase são recorrentes as neofobias alimentares (rejeição de novos sabores) mas, como indica Ana Gaião, «deve insistir-se com a prova, sem forçar demasiado. É importante oferecer-se por diversas vezes o mesmo alimento, não introduzindo novos alimentos com intervalos inferiores a 4-5 dias». O bebé pode começar a comer carne, preferencialmente de coelho ou de aves, como o frango, o peru e a avestruz, nas sopas de legumes, com seis meses de idade. O peixe só deve ser introduzido aos sete meses, nomeadamente os peixes magros como a pescada, o linguado e a solha. Aos seis meses, as papas já podem conter glúten e a ingestão de leite continua a estar presente e a ocupar um lugar central na dieta do bebé. Nesta etapa, recomenda-se entre três a quatro refeições diárias de leite, que vão diminuindo à medida que a criança vai crescendo. Mas já nem todos os leites são adequados ao bebé. O leite materno ou as fórmulas lácteas para lactentes são as melhores opções, já que «a mucosa do intestino da criança com menos de 12 meses ainda não está preparada para a digestão do leite de vaca», conforme explica Ana Gaião. «A introdução precoce poderá resultar em alergia à proteína do leite de vaca», acrescenta a nutricionista. A carne e o peixe começam a ser servidos como prato, aos oito meses, deixando de ser triturados na sopa de legumes. Com esta idade, o bebé já pode comer papas lácteas e fruta. A maçã e a pera, cozidas ou assadas com casca e caroço, e a banana, são geralmente os primeiros frutos a serem introduzidos. Os frutos potencialmente alergénicos, como o morango, o kiwi ou o maracujá, devem ser evitados no primeiro ano de vida. As refeições podem gerar alguma tensão e desconforto junto dos pais que, por vezes, ficam alarmados com a rejeição ou intolerância do bebé em relação a determinados alimentos. Contudo, Ana Gaião realça que todas as recomendações alimentares, emitidas por pediatras e nutricionistas, não são rígidas e devem respeitar a individualidade de cada um. «É necessário estar atento aos gostos e preferências da criança, às tolerâncias e possíveis intolerâncias, e compreender que cada uma terá o seu período de adaptação ao novo alimento», explica.

Importância de uma alimentação saudável A implementação de uma dieta adequada e cuidada é, contudo, indispensável. A adoção de 32

hábitos alimentares pouco saudáveis durante o primeiro ano de vida do bebé pode comprometer o desenvolvimento da criança e dar origem a vários problemas de saúde. Por outro lado, como lembra Ana Gaião, «os hábitos alimentares na vida adulta de um indivíduo começam a ser desenhados na primeira infância», por isso, «se a criança foi estimulada, desde sempre, a consumir produtos açucarados e/ou salgados, será certamente um adulto com hábitos de consumo desse tipo». Existem alguns alimentos totalmente proibidos na dieta dos bebés. O chá ou sumo constam dessa lista. Para além do leite, a criança apenas deve beber água, que lhe deve ser oferecida várias vezes ao dia, em poucas quantidades. O sal também não é recomendado nas refeições do bebé, durante o primeiro ano de vida. A partir dos nove meses, as sopas das crianças ficam mais ricas com a introdução das leguminosas. O feijão branco, preto ou frade e a lentilha são as leguminosas que, numa primeira fase, podem ser incluídas na sopa de legumes, devendo ser bem demolhadas e cozinhadas inicialmente sem casca e em pequenas porções. A partir do primeiro ano de vida, depois de vários meses a seguir um plano alimentar detalhado, os pais podem respirar de alívio. Após o primeiro aniversário, a criança já pode adotar a dieta familiar, que apenas tem de respeitar uma única regra: ser saudável. Ana Gaião ressalva que «o padrão alimentar familiar deverá promover uma alimentação completa, variada e equilibrada».

Erros que deve evitar • Utilizar os alimentos como recompensa ou punição: se os alimentos, a sopa por exemplo, forem associados ao castigo, o bebé nunca irá gostar de os comer. • Desistir de repetir os alimentos após a rejeição do bebé: deve insistir-se com a prova e se necessário apresentar o alimento de diferentes formas (passados, desfiados, aos cubos, inteiros). • Adotar maus hábitos alimentares no seio familiar: a família deve fazer uma alimentação saudável, servindo de exemplo para o bebé.



dia a dia

Paracetamol com conta, peso e medida Os medicamentos salvam vidas, mas se forem tomados incorretamente podem originar graves problemas de saúde e, em última instância, a morte. O paracetamol é um exemplo paradigmático, na medida em que é um dos medicamentos mais frequentes na casa dos portugueses, mas que se for consumido em excesso pode provocar problemas.

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O paracetamol é provavelmente a substância ativa mais conhecida dos portugueses, estando indicada para «a redução de febre (ação antipirética) e para o alívio temporário de dores leves a moderadas (ação analgésica), tais como: dores associadas a gripes e resfriados comuns, dor de cabeça, de dentes e de garganta e reações pós-vacinais», como informa o farmacêutico Miguel Calçada Correia, da Farmácia Miguel Calçada, uma Farmácia Holon em Quarteira. No entanto, o facto de ser uma substância amplamente conhecida, não é sinónimo de que seja consumida na dose correta e apenas nas situações para as quais está indicada. Muitas vezes, as pessoas resolvem tomar este tipo de fármacos sem procurar o conselho de um profissional e podem estar a pôr a sua saúde em risco. «A automedicação é uma prática comum para a maior parte da população, sendo os medicamentos à base de paracetamol aqueles a que as pessoas recorrem com maior facilidade e frequência», revela o farmacêutico, acrescentando que «infelizmente, ainda são frequentes algumas situações preocupantes em que as pessoas se automedicam com mais do que um medicamento contendo paracetamol, sem que se apercebam. Por exemplo, tomam um

fármaco para as dores e ao mesmo tempo um antigripal».

Danos no fígado O paracetamol se não for consumido na dose certa, na hora indicada e na situação correta pode ser prejudicial para a saúde. «O maior risco associado ao uso de paracetamol é a ingestão de doses superiores às recomendadas», avisa Miguel Calçada Correia. A sobredosagem tanto ocorre devido à toma única de uma dose excessiva, como pelo uso crónico de quantidades superiores às recomendadas. E hoje em dia sabe-se que doses excessivas de paracetamol «podem causar danos no fígado, que poderão ser fatais ou resultar na necessidade de um transplante». No entanto, ainda de acordo com o farmacêutico, apesar de ser menos frequente, o consumo excessivo «pode também causar dano renal». Nas crianças, «os casos de intoxicação podem ocorrer devido à ingestão de medicamentos deixados ao seu alcance ou pela administração excessiva por parte dos pais ou cuidadores,


por ansiedade e receio na presença de febre», alerta Miguel Calçada Correia. Sendo que o risco é maior «na presença de febre, jejum ou desidratação prolongados, como em situações de vómitos ou diarreia persistentes».

As alternativas Apesar de haver uma certa tendência para se recorrer ao paracetamol assim que surgem sintomas, certo é que nem sempre se verifica a necessidade de consumir este medicamento, existindo algumas medidas não farmacológicas, ou seja, que não implicam a toma de remédios, que podem ser suficientes para resolver situações de febre. Miguel Calçada Correia aponta, neste sentido, medidas como «a ingestão em abundância de água, a utilização de roupa ligeira, o repouso e banho de água tépida». Contudo, mesmo em termos de medicamentos, existem alternativas com resultados muito satisfatórios em relação aos antigripais que contêm paracetamol na sua composição. «Ao nível da homeopatia, há antigripais com grande eficácia e que apresentam um nível de segurança superior», salienta o farmacêutico. Mas não só. O paracetamol atua sobre a dor e a febre, mas não sobre uma eventual inflamação. Deste modo, «o ibuprofeno é um analgésico que, para além de combater a febre e a dor, atua sobre uma eventual inflamação, revelando-se como uma alternativa eficaz». Ainda segundo o farmacêutico, o ácido acetilsalicílico também pode ser considerado uma opção viável, sendo usado em situações de «dores, febre e inflamação». Porém, alerta para os efeitos secundários, sobretudo os mais frequentes: «dores abdominais, vómitos, náuseas, contração involuntária e convulsiva dos brônquios e irritação gastrointestinal. Por isso, não é indicado para asmáticos e pessoas com úlceras, sob pena de agravar o problema». É ainda contraindicado a grávidas, «pois pode causar malformações no feto e prolongar o trabalho de parto» e também «não se recomenda a crianças e adolescentes, devido ao risco de desenvolverem a síndroma de Reye», conclui Miguel Calçada Correia.

Aconselhamento farmacêutico Estes são apenas alguns aspetos que demonstram a importância de não se tomar qualquer medicamento sem antes consultar o médico

ou o farmacêutico. E os farmacêuticos, como “especialistas” do medicamento, desempenham um papel vital na hora de aconselhar o fármaco certo. «Temos um papel fundamental no uso racional dos medicamentos devido à proximidade que estabelecemos no dia a dia com o doente», sublinha Miguel Calçada Correia, acrescentando que «cabe a nós enquanto profissionais de saúde educar para um uso correto e seguro deste tipo de fármacos, de forma a diminuir as situações de intoxicação por paracetamol». Sintetizando, cabe ao farmacêutico informar sobre a dose necessária, o intervalo entre as tomas e o tempo necessário de tratamento, pois para além dos benefícios, é importante que as pessoas conheçam os malefícios do medicamento a fim de fazer o uso moderado e correto do mesmo.

Uso do Medicamento – Somos Todos Responsáveis A iniciativa “Uso do Medicamento – Somos Todos Responsáveis”, desenvolvida pela Ordem dos Farmacêuticos (OF) com o apoio da Federação Internacional Farmacêutica, «tem como objetivo primordial alertar a população, promover as boas práticas e debater a temática do Uso Responsável do Medicamento, nomeadamente a sua pertinência, contexto internacional e nacional e propostas para a sua aplicação, de forma a maximizar o investimento em medicamentos, com vista à obtenção de ganhos em saúde», explica Ema Paulino, presidente da secção regional de Lisboa da OF. Existe, atualmente, ampla evidência internacional de que «subsiste um potencial não aproveitado no investimento que se faz anualmente em medicamentos. Por exemplo, a Organização Mundial da Saúde estima que 50% dos cidadãos em todo o mundo não tomam corretamente os medicamentos, por diversas razões, e um estudo efetuado pela IMS Health estimou que é possível poupar em todo o mundo cerca de 370 mil milhões de euros através da utilização otimizada do medicamento, o que corresponde a cerca de 8% da despesa mundial em saúde, resultado de internamentos hospitalares, morbilidades e mortalidades evitáveis», salienta Ema Paulino. A farmacêutica deixa ainda o apelo de que «cada um de nós, individualmente, pode e deve contribuir para o uso responsável do medicamento». Neste sentido, explica que a utilização incorreta de medicamentos, alguns utilizados em larga escala pelos cidadãos, pode resultar em problemas de saúde muito graves, «como é o caso do paracetamol. Sendo largamente utilizado pelas suas propriedades farmacológicas antipiréticas, analgésicas e anti-inflamatórias, esta substância tem vindo a ser alvo de escrutínio internacional, devido ao potencial de abuso intencional (para efeitos de suicídio), assim como não intencional». Em Portugal, o paracetamol é comercializado como medicamento sujeito a receita médica e medicamento de venda livre, consoante a dosagem. Contudo, o cuidado na sua dispensa deve ser transversal, dado que «a sua utilização incorreta, fora de tempo e/ou na dosagem incorreta, poderá provocar intoxicações por paracetamol, ocasionando crises hepáticas, falência hepática e, em casos mais graves, a morte», reforça Ema Paulino, acrescentando que, «como se verifica, a toxicidade dos medicamentos, nomeadamente do paracetamol, é um exemplo claro da importância da consciencialização da população acerca do uso responsável do medicamento».

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cuide aqui da sua saúde

Insónias Quando adormecer se torna um pesadelo…

Destinado a recuperar as capacidades físicas, intelectuais e mentais, o sono assume extrema importância na saúde e bem-estar. Dormir não é um luxo, mas sim uma necessidade do nosso organismo. Os seres humanos têm um relógio biológico interno, chamado ciclo circadiano, que nos indica quando devemos dormir e acordar.

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Uma noite de sono é uma sucessão de vários ciclos, cada um dos quais compreende duas fases: o sono lento, que se divide em quatro estádios progressivamente mais profundos, e o sono paradoxal, um sono leve, com sonhos, que marca o fim de cada ciclo.

Não consigo dormir!

O ciclo circadiano é controlado pelo sistema nervoso e é influenciado pela luz solar. Por volta das 3 horas da madrugada, a glândula pineal, situada no centro do cérebro, liberta a melatonina, hormona responsável por melhorar a qualidade do sono paradoxal. Ao amanhecer, a luz inibe a atividade da glândula pineal que abranda a produção da referida hormona.

Uma noite mal dormida acontece a todos uma vez por outra. Ou porque nos deitámos tarde ou porque tivemos de acordar mais cedo do que o costume, ou ainda porque levámos para a cama os problemas do dia. Mas é ocasional e, portanto, não tem significado. Há pessoas, porém, para quem as noites mal dormidas são a regra, não a exceção. É o que acontece quando se sofre de insónias.

A maioria dos adultos necessita de sete a oito horas de sono por noite, mas este número está sujeito a variações individuais. O número de horas de sono que cada indivíduo necessita é aquele que faz com que não sinta sono no dia seguinte. Para isso é necessário que o sono, além de ser em quantidade suficiente, seja um sono reparador. Ou

A insónia é a mais frequente perturbação do sono. Embora geralmente seja definida como dificuldade em adormecer, a insónia abrange também a dificuldade em dormir, com despertares frequentes ao longo da noite ou então um despertar muito precoce. Seja qual for a forma que a insónia assuma, o resultado é o mesmo: uma sensação de cansaço

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seja, considera-se que o sono é suficiente quando produz um estado de alerta total e uma sensação de bem-estar no dia seguinte.

e de falta de energia logo pela manhã, sonolência, irritabilidade e dificuldade de concentração. As dores de cabeça são comuns e o desconforto abdominal também. A probabilidade de um erro ou acidente aumenta. E as preocupações com o sono sucedem-se, gerando ansiedade na noite seguinte e, quanto maior a ansiedade, maior a dificuldade em adormecer. A insónia está também associada ao aumento do risco de desenvolver a longo prazo doenças como hipertensão arterial, diabetes ou doenças do foro cardíaco. A insónia não é uma doença, mas um sintoma. Pode ser consequência de diversas perturbações emocionais e físicas, podendo também resultar do uso de alguns medicamentos. O stress está entre as causas mais frequentes de insónia, na medida em que preocupações com a vida profissional ou académica ou acontecimentos como a doença ou morte de alguém próximo, o divórcio ou o desemprego podem impedir que se concilie o sono. A ansiedade e a depressão podem


ter o mesmo efeito, embora também possam causar sonolência excessiva. Alguns antidepressivos, estimulantes e corticosteroides podem interferir com o sono. O abuso de substâncias de uso corrente, como a cafeína, a nicotina (tabaco) e o álcool, interfere na qualidade do sono. A mesma influência têm determinados problemas de saúde, como as dores ou a dificuldade em respirar, causada, por exemplo, por uma crise de asma. O padrão de sono pode também ver-se alterado por lesões no “relógio interno” do cérebro provocadas, por exemplo, por uma encefalite ou pela doença de Alzheimer ou de Parkinson. Existem ainda alterações no padrão de sono que surgem devido a inversões no ritmo do sono, isto é, conciliam o sono em horas menos adequadas e não conseguem dormir quando deveriam fazê-lo. As inversões no ritmo do sono refletem geralmente um desfasamento horário devido a uma viagem de avião (especialmente de leste para oeste), turnos de trabalho noturno irregulares ou mudanças frequentes de horários.

Para além disso, há ainda pessoas que têm dificuldade em conciliar o sono simplesmente porque não experimentam cansaço, nem físico nem mental. As pessoas tendem a dormir menos com o avanço da idade e também se verificam mudanças nas fases do sono. O padrão da insónia da primeira hora da manhã é mais frequente nas pessoas de idade avançada. Algumas pessoas conciliam o sono normalmente, mas despertam várias horas antes da hora habitual, não conseguem voltar a adormecer com facilidade e, por vezes, têm um sono inquieto e pouco reparador. Embora normais, estas mudanças no padrão do sono fazem com que as pessoas adultas pensem que não estão a dormir o suficiente. No entanto, não existem provas de que as pessoas saudáveis de idade avançada requeiram medicamentos para dormir com o objetivo de evitar estas alterações normais associadas à idade.

Acertar o relógio interno Antes de procurar qualquer forma de tratamento farmacológico, o primeiro passo deverá ser tentar ressincronizar o relógio interno de uma maneira natural, ou seja, instituindo bons hábitos de dormir. Quando as medidas gerais de higiene do sono se mostram insuficientes ou ineficazes, a dificuldade em dormir se mantém por vários dias, quando a má qualidade do sono se reflete nas atividades diárias, com períodos de sonolência diurna e diminuição do rendimento físico e psíquico, deverá procurar a ajuda do seu médico ou farmacêutico. Existem determinados medicamentos capazes de provocar o sono. Estes são conhecidos como sedativos, ansiolíticos ou hipnóticos, cuja ação é mediada pela ligação a determinadas estruturas do cérebro, aumentando os efeitos de uma substância química que inibe a transmissão de sinais elétricos no mesmo. Em consequência, a atividade geral do cérebro diminui, o que provoca o sono. A maioria destes medicamentos causa tolerância ou habituação, que se traduz numa necessidade crescente de aumento da dose, para se obter o mesmo efeito. Para além disso, causam dependência, pelo que se o doente deixar de os tomar durante alguns dias, o problema original pode piorar e a ansiedade aumentar. Podem ainda provocar efeitos adversos, entre os quais a confusão, esquecimento, tremores, descoordenação motora, alterações visuais e efeitos gastrointestinais, tais como náuseas e vómitos, diarreia e alterações do apetite. Ao reduzirem o estado de alerta diurno, a toma destes medicamentos poderá também constituir um perigo para a condução ou manipulação de maquinaria. Nos idosos o risco é acrescido. Uma vez que o seu organismo não é capaz de eliminar estes medicamentos tão bem como as pessoas mais jovens,

podem estar mais expostos a experimentar tonturas diurnas, que poderão resultar em quedas, com consequências muito graves e, por vezes, fatais. O tratamento da insónia deve ser sempre avaliado por um profissional de saúde. Não tome medicamentos para a insónia sem aconselhamento especializado. Quando tomados de forma indevida, estes podem agravar o problema e fragilizar ainda mais o estado psicológico da pessoa com insónia. Diga não à automedicação! Consulte o seu farmacêutico.

Melhorar a saúde a dormir Siga estes conselhos e vai, com certeza, dormir melhor: • Crie alguma rotina nos hábitos de sono, adotando um horário regular para ir dormir e para acordar no dia seguinte (incluindo fins de semana); • Procure ir para a cama apenas quando tem sono; se demorar mais de meia hora a adormecer deve levantar-se e realizar qualquer tarefa relaxante até sentir sono e voltar para a cama. Mesmo que adormeça tarde procure levantar-se à mesma hora no dia seguinte para não alterar os seus hábitos de sono; • Não faça sestas durante o dia, pois estas impedem a alternância regular entre sono e vigília; • Evite a ingestão de excitantes como álcool, cafeína e nicotina ao longo do dia e particularmente, nas últimas horas antes de ir para a cama. Devemos ter presente que a cafeína não existe apenas no café, mas também no chá verde, chá preto, em certos refrigerantes, chocolates, medicamentos, etc; • Evite refeições pesadas e ricas em gordura no período da noite, pois são mais difíceis de digerir e perturbam o sono; • Crie um ambiente calmo e propício ao repouso, com pouca luz e ruído e com uma temperatura amena; • Habitue-se a estabelecer uma rotina verdadeiramente relaxante antes de se deitar: tomar um banho quente, beber uma bebida quente, evitar falar ao telefone, ver televisão ou ler na cama. Referências bibliográficas: Associação Portuguesa do Sono – www.apsono.com

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Fuja das dietas restritivas! Muitas pessoas procuram perder peso rapidamente e, por isso, optam por seguir dietas extremamente restritivas que,

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apesar de terem efeitos céleres, acarretam uma série de consequências menos positivas para a sua saúde.


A palavra “dieta” provém do grego díaita, que significa “modo de vida”. Refere-se aos hábitos alimentares individuais, sendo que cada cultura costuma caracterizar-se por dietas particulares. O termo “dieta” é igualmente utilizado para fazer referência a dietas prescritas por razões médicas (como por exemplo a dieta DASH, que tem como objetivo o controlo da pressão arterial, diminuindo desta forma os riscos de saúde consequentes da hipertensão arterial). No entanto, a maior parte da população refere-se ao termo “dieta” como um programa temporário e altamente restritivo de ingestão alimentar, com o objetivo de perder peso. E, paradoxalmente, está associado à prática de uma alimentação saudável.

• A dieta South Beach (restrição total de hidratos de carbono ao início, evoluindo com restrição parcial, permitindo hidratos de carbono ricos em fibras, como a fruta); • A dieta de Dukan (restrição total de hidratos de carbono, sendo que inicialmente o indivíduo ingere apenas alimentos proteicos (carne de vaca, peixe e marisco); • Dietas líquidas (à base de sopa e batidos); • Dietas baseadas em alimentos (dieta do ananás, dieta dos ovos, etc.).

Nas últimas décadas, diversas dietas restritivas tornaram-se populares: • A dieta de Atkins (restrição radical do consumo de hidratos de carbono como massas, doces, açúcares, e até mesmo frutas e verduras);

Este tipo de dietas restritivas é “vendido” como a solução para a perda de peso desejada, e como algo eficaz e duradouro. Mas a ciência diz-nos que essa mesma eficácia é limitada. Na realidade, cerca de 95% das pessoas que perdem peso seguindo este tipo de dietas restritivas, voltam a recuperá-lo num período entre 1 a 5 anos.

E porque é que isto acontece? Redução da taxa metabólica. Quantidade mínima de energia (calorias) necessária para manter as funções vitais do organismo em repouso, a médio e longo prazo, torna-se mais difícil de “gerir” o peso; Não cumprimento da dieta. A adesão a este tipo de dietas nem sempre é o mais fácil, conduzindo sempre a pessoa ao insucesso; Redução dos níveis de leptina e aumento dos de grelina. A leptina é uma hormona sintetizada nos adipócitos (células que armazenam as gorduras) e que informa o nosso cérebro que estamos saciados. Já a grelina é sintetizada no estômago e estimula o nosso apetite. De facto este tipo de dietas, numa fase inicial, promove uma rápida perda de peso (normalmente, associada a uma perda de água e não à diminuição de gordura corporal). Porém, quando tudo parece ser um mar de rosas, o nosso organismo desencadeia uma série de mecanismos compensatórios que contribuem para a recuperação do peso inicial. E não ficamos por aqui, a recuperação do peso é apenas um dos inúmeros inconvenientes que podem surgir. As dietas hiperproteicas costumam estar associadas a problemas renais. O elevado consumo de alimentos de origem animal, aumenta também a quantidade de gordura saturada (gordura não saudável) ingerida, conduzindo ao aumento dos níveis de colesterol LDL (mau colesterol), e consequentemente a uma maior probabilidade de desenvolver problemas cardiovasculares. Já a restrição de hidratos de carbono proporciona quadros de tonturas, fraqueza, desmaios e obstipação. E como se não bastasse, as pessoas que se submetem a este tipo de dieta podem desenvolver problemas do foro psicológico, como depressões e distúrbios do comportamento alimentar. Não existem “milagres” nem “receitas mágicas” para perder peso. O primeiro passo para a perda de peso duradoura e saudável é, ironicamente, deixar de fazer “dietas”. É necessária uma mudança de mentalidade e dos hábitos do dia a dia. Deverá implementar um plano de alimentação saudável, sem restrições, associado à prática regular de exercício físico, para que assim possa manter o seu peso e a sua saúde a longo prazo. É esta “dieta”, ou este estilo de vida, que lhe garantimos, ao ser acompanhado por um dietista ou nutricionista nas Farmácias Holon.

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VIVA MAIS

Ténis Um desporto para toda a vida Se há umas décadas era considerado um desporto de elite, atualmente, com a proliferação de parques desportivos, o ténis já passou a fazer parte das modalidades preferidas dos portugueses. Seja para exercitar o sistema cardiorrespiratório, aliviar o stress ou simplesmente conviver com amigos, o ténis conta já com inúmeros praticantes no nosso país e até ajuda a perder calorias. Como alerta a Federação Portuguesa de Ténis, «jogar está muito para além de bater bolas. Descobrir o jogo do ténis, conhecer os fundamentos básicos da tática e da estratégia, seja no jogo de singulares, seja no jogo de pares, são dados fundamentais para se tirar o maior proveito desta modalidade». Assim, a federação recomenda aos iniciantes o recurso a um treinador de ténis devidamente credenciado e garante: «Vale a pena o investimento que vai fazer, pois o ténis é um desporto para toda a vida».

Inúmeros benefícios Tal como salienta a Associação de Ténis dos Amigos Veteranos do Minho, as vantagens e benefícios da prática de ténis são inúmeras e passam por possibilitar o aumento de confiança e autoestima; contribuir para a autorrealização do potencial intelectual e emocional; promover a saúde dos jogadores, trabalhando o sistema cardiorrespiratório e reduzindo os riscos de ataques cardíacos e outras doenças vasculares, assim como a prevenção da osteoporose. Atividade física completa, porque durante o jogo ou o treino, o tenista trabalha todo o corpo e a força muscular, a prática deste desporto possibilita ainda um elevado gasto calórico para quem quer perder peso. Uma hora de treino pode queimar entre 200 e 500 42

calorias, dependendo do nível do tenista.

Aliviar o stress Outra das vantagens apontadas por Henrique Pinto é o facto do ténis auxiliar no bem-estar físico e mental, «diminuindo a ansiedade, o stress e até casos de depressão». Daí que este engenheiro, adepto do ténis há 15 anos, não dispense a prática diária da modalidade, «faça chuva ou faça sol». Henrique Pinto salienta ainda que se trata de uma atividade bastante intensa e que exige movimentos rápidos, o que contribui para melhorar a coordenação motora e os reflexos de quem a pratica, com a vantagem de não ter contraindicações e, desde que a pessoa respeite os seus limites, é adequado a qualquer idade. Como o ténis é baseado em geometria e física, pode ajudar a desenvolver o pensamento tático semelhante a um jogo de xadrez. Além disso, permite desenvolver a coordenação pessoal e motora e as habilidades de medição à distância e «já me ajudaram em algumas situações do meu dia a dia», garante o engenheiro. Os valores éticos aprendidos e praticados em campo também são importantes: «respeito às regras e ao adversário, cooperação e bom senso», sem esquecer que é um «desporto divertido e que permite o convívio com os amigos».

Regras básicas O jogo consiste em fazer passar a bola por cima da rede com a raquete, de forma a que a mesma vá cair dentro do campo do adversário. O jogo pode ser disputado individualmente (um contra um) ou em duplas, e o objetivo é marcar pontos jogando a bola de modo que não possa ser devolvida por cima da rede e dentro das linhas de contorno pelo adversário. A bola é posta em jogo através do serviço, que deverá ser cruzado e entrar no retângulo do serviço (campo do adversário). Desporto de agilidade, que exige disciplina e empenho, pode ser praticado em courts ao ar livre ou fechados. Não se descuide dos exercícios de alongamento durante todo o dia e na hora do jogo. Fundamental ainda é a hidratação, pelo que não deve esquecer-se da garrafa da água e de ir bebendo ao longo da partida.



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Receita Saudável Aletria (4 pessoas) A aletria é uma sobremesa típica da época natalícia. Mantendo o sabor característico da receita original, aceite esta nossa sugestão de aletria para que a sua tradicional ceia de Natal seja mais saudável.

Massa Ingredientes 100gr aletria 4dl leite magro 75gr açúcar 2 gemas de ovo 1 casca de limão Canela q.b.

Modo de preparação Coza a aletria em água durante 5 minutos e escorra. Em seguida, leve o leite ao lume juntamente com a casca de limão, o açúcar e a aletria e deixe cozer. Depois da aletria estar cozida, fora do lume, misturam-se as gemas previamente batidas. Leve novamente ao lume apenas para que as gemas cozam ligeiramente. Sirva polvilhada com canela.

Valores nutricionais por dose

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Energia (kcal)

Proteínas (g)

Lípidos (g)

Hidratos de carbono (g)

230

8

3,7

41,2

As massas alimentícias são ingredientes culinários feitos com farinha, geralmente de trigo, misturada com água e sal e/ou ovo. Esta mistura é amassada e moldada em vários formatos, como esparguete, fusilli e macarrão, entre outros. O seu manuseamento é fácil, versátil e rápido. São estáveis durante o armazenamento, de baixo custo, e o seu processo de produção é simples, sendo reconhecido o seu valor nutricional. Este depende da composição da farinha que lhe dá origem e do processamento que sofre. Os hidratos de carbono, nomeadamente o amido, são os nutrientes mais representativos da massa. Como a absorção deste tipo de hidratos de carbono é mais lenta, permitem manter os níveis de açúcar no sangue (glicemia) mais estáveis e aumentam a saciedade. Como as massas são pobres em gorduras, se optar por métodos de confeção simples e sem adição excessiva de gordura e sal, são uma guarnição saudável para o seu prato. Têm ainda um conteúdo moderado de proteínas, das quais se destacam o glúten, que lhe confere elasticidade. Desta forma, são vários os benefícios das massas alimentícias, devendo fazer parte de um plano alimentar saudável.



NOVIDADES

PARAMOLAN C

APTAMIL

PARAMOLAN C é um medicamento não sujeito a receita médica que contém 500 mg de paracetamol e 250 mg de ácido ascórbico (Vitamina C) como substâncias ativas. PARAMOLAN C é um medicamento analgésico (alivia as dores) e antipirético (faz baixar a febre). Indicações: Está indicado no tratamento sintomático das afeções acompanhadas de dor ou febre, em especial nos casos de síndromes gripais e constipações. Contraindicações: Não tome este medicamento se for alérgico ao paracetamol ou a qualquer um dos componentes do medicamento, se sofrer de doença hepática e/ou insuficiência renal graves, se possuir deficiência na enzima glucose-6-fosfato desidrogenase; em caso de porfiria e porfiria hepática. Leia atentamente o Folheto Informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, consulte o seu médico ou farmacêutico.

Sabia que cerca de 80% da saúde futura depende do meio envolvente, do qual a alimentação é um fator fundamental? Os primeiros anos de vida representam o momento ideal para contribuir para o desenvolvimento do bebé e para a sua saúde ao longo dos anos, sendo o aleitamento materno a melhor opção nos primeiros seis meses de vida. Especialistas em nutrição infantil do Centro de Investigação Aptamil criaram uma gama de produtos, desenvolvidos através de pesquisa científica avançada, adaptados às necessidades específicas dos bebés. O leite materno é o alimento ideal para o bebé com todos os benefícios da amamentação. Caso este não seja possível consulte o seu profissional de saúde.

HAIRLOX® HOLONBABY Packs familiares “Juntos para ajudar” Para este Natal, os Produtos Holon, em parceria com a CrescerBem, lançam 3 packs promocionais com o mote da campanha de Natal “Juntos para ajudar”.

Hairlox® é um suplemento alimentar rico em minerais, vitaminas e biotina. Hairlox® contém zinco, que contribui para a manutenção de um cabelo normal e de unhas normais, e biotina, que contribui para a manutenção de um cabelo normal. Uma a duas cápsulas de Hairlox® por dia contêm as quantidades diárias de zinco e biotina necessárias à produção dos referidos efeitos benéficos. Hairlox® é um Suplemento Alimentar. Os suplementos alimentares não devem ser utilizados como substitutos de

HOLONBABY Gel de Banho + Champô: lava, limpa e hidrata com suavidade a pele sensível do bebé e os cabelos delicados, deixando-os macios e brilhantes. Formulado sob controlo farmacêutico e testado dermatologicamente, lava delicadamente, sendo adequado para uso frequente. HOLONBABY Toalhetes Hipoalergénicos (packs 2 ou 4 embalagens): apresentam elevada tolerância cutânea e são delicadamente perfumados. Testados dermatologicamente, foram formulados sob controlo farmacêutico com ingredientes naturais para a ótima tolerância e perfeito respeito pela pele do bebé. Limpam a pele suavemente, deixando-a macia e hidratada.

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um regime alimentar variado. Hairlox deve ser consumido no âmbito de um regime alimentar variado e equilibrado e de um modo de vida saudável. Precauções e Informações Complementares: Hairlox® não deve ser utilizado no caso de alergia ou quando estejam descritas interações de outro produto com qualquer constituinte da formulação. A toma diária de 2 cápsulas não é recomendada em crianças com idade inferior a 15 anos, salvo indicação médica. Não deve ser utilizado em caso de gravidez e aleitamento, salvo indicação médica. DMK HAI 15/14 dez. 14 - LABORATÓRIO EDOL, Produtos Farmacêuticos S.A. Av. 25 de Abril, nº6 2795 – 225 Linda-aVelha. Portugal NIF: 507072642

Novo Vibrocil ActilongDuo

BARRAL DERMAPROTECT Barral DermaProtect® é uma gama exclusiva de farmácia e testada por dermatologistas. Desenvolvida especialmente para a pele sensível, intolerante ou reativa, a gama DermaProtect hidrata, acalma, protege e repara. Às vezes, tudo começa no “b”!

Solução para o nariz com pingo! Numa fórmula 2 em 1, Vibrocil ActilongDuo é um medicamento composto pela associação de duas substâncias Ipratrópio + Xilometazolina, indicado nas constipações com congestão nasal e rinorreia. Aplicação confortável, ação rápida (5 a 15 min. após administração) e prolongada. Vibrocil ActilongDuo está disponível como solução para pulverização nasal apenas para adultos. Precaução em doentes com predisposição para glaucoma, com hipertiroidismo, diabetes, hipertensão ou doenças cardiovasculares. Não utilizar mais de 7 dias sem indicação médica. Leia atentamente o folheto informativo e em caso de dúvida ou persistência dos sintomas consulte o médico ou farmacêutico.



saúde digital

Dar Sangue www.darsangue.pt «A dádiva de sangue é um ato muito simples e sem qualquer reflexo no dador. Pelo contrário, faz bem. Ao coração». Este é o ponto de partida do site promovido pelo Instituto do Sangue e da Transplantação (IPST) que permite uma consulta rápida para quem quer dar sangue. Aqui encontra informação atualizada dos locais e horários disponíveis em todo o país, quer dos centros de colheita regulares, quer das brigadas móveis que diariamente estão na rua para ir ao encontro de quem ajuda a salvar vidas.

Psoríase 360 www.psoriase360.com.pt Este portal apresenta informação abrangente sobre a psoríase, uma doença crónica que afeta 2 a 3% da população europeia. Com menus simples e de consulta rápida, o público acede a um resumo sobre a patologia, os vários tipos que existem, opções de tratamento e terapêuticas associadas ou conselhos práticos para viver melhor com esta doença atualmente sem cura.

Escreva-nos,

dê-nos a sua opinião e sugestões para o e-mail: revistah@grupo-holon.pt 48


atuar

A necessidade da realização de uma cirurgia pode surgir a qualquer altura da vida, momento em que pode ser necessário sangue. O problema é que, à boa maneira portuguesa, muitos «só se lembram de Santa Bárbara quando troveja» e continua a haver falta de dadores no nosso país. O mesmo acontece com a necessidade de transplantação de órgãos, daí que a missão do IPST passe, antes de mais, por uma maior divulgação de informação. Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode doar sangue e, a não ser que realize um pedido de objeção (ver caixa), ser dador de órgãos. Em Portugal, são necessárias cerca de 1.200 unidades de sangue por dia para suprir as necessidades de hospitais e centros de saúde, e a demanda crescente de órgãos também é notória. Fruto do trabalho do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) e das inúmeras campanhas de divulgação de informação, esta realidade tem vindo a alterar-se. Em 2013, realizaram-se em Portugal 80

Instituto Português do Sangue e da Transplantação transplantes de medula óssea que envolveram dadores não aparentados por laços de família. É o valor mais alto desde a entrada em funcionamento do Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea (CEDACE), em 1998. Além disso, no final de dezembro de 2013, existiam 342.076 dadores nacionais inscritos no CEDACE.

Proteger dadores Com a missão de «garantir e regular, a nível nacional, a atividade da medicina transfusional e da transplantação, e garantir a dádiva, colheita, análise, processamento, preservação, armazenamento e distribuição de sangue humano, de componentes sanguíneos, de órgãos, tecidos e células de origem humana», cabe ainda ao IPST «assegurar o funcionamento do Sistema Nacional de Hemovigilância e do Sistema Nacional de Biovigilância, promover e apoiar a investigação nos domínios da ciência e da tecnologia das áreas da medicina transfusional, transplantação e medicina regenerativa», bem como «manter e gerir o Banco Público de Sangue do Cordão Umbilical». Entre as funções do IPST está ainda a da proteção e promoção dos direitos dos dadores. Para além da isenção das taxas moderadoras, o instituto está a negociar com as seguradoras a criação de um seguro de dador de órgãos que contemplará a morte, ainda que esta seja «extremamente rara», segundo revelou Hélder Trindade, presidente deste organismo. No caso do dador de sangue já foi criado um seguro.

Incentivar a doação Contrariando uma das ideias vigentes, o IPST refere que «todo o processo da dádiva de sangue

demora em média 30 minutos. Relembramos que não deve dar sangue em jejum. Poderá tomar uma refeição ligeira sem álcool e sem gorduras». Todos os dadores passam por um processo de triagem que se destina a avaliar o seu estado de saúde, porque «acima de tudo é importante salvaguardar a saúde do dador e do doente». Outra das medidas adotadas foi a alteração dos períodos de colheita do IPST para o horário pós-laboral, para contornar a cada vez maior dificuldade que os dadores sentem em sair do trabalho para ir dar sangue. Além da doação de sangue, o IPST informa ainda sobre as restantes necessidades em termos de dádivas. No caso dos órgãos: rim, rim + pâncreas, coração, pulmão, fígado; nos tecidos: pele, válvulas, vasos, peças osteoarticulares, membrana amniótica, córnea; e nas células: percursores hematopoiéticos (medula óssea e cordão umbilical) e células reprodutoras. Entre as iniciativas para angariação de maior número de dadores encontra-se a divulgação de fotos dos «heróis» na página no Facebook do IPST.

Registo Nacional de Não Dadores A legislação portuguesa assenta no conceito de doação presumida, significando que uma pessoa, a partir do momento em que nasce, adquire o estatuto de dador. Para que alguém se torne não dador, terá que por iniciativa própria ou através de alguém de direito que o represente (pais, no caso de menores) submeter ao Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA) os impressos próprios para objeção à colheita de órgãos disponíveis em qualquer centro de saúde. Esta objeção poderá ser total ou parcial e pode, a qualquer altura, ser anulada junto da mesma entidade. O RENNDA será sempre consultado antes de qualquer colheita de órgãos ou tecidos.

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breves

Menos 6% de dadores de sangue em 2014

Obesidade pode reduzir esperança de vida até 8 anos Um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade McGill de Montreal, no Canadá, apurou que a obesidade pode reduzir até oito anos a esperança de vida das pessoas e em 19 o número de anos sem doenças. A partir de dados retirados de um estudo sobre alimentação e saúde, realizado nos EUA, os investigadores do centro de saúde desta Universidade desenvolveram um modelo informático da incidência de doenças segundo o peso, calculando o risco de contrair diabetes e doenças cardiovasculares para adultos com pesos diferentes. «O nosso modelo informático prova que a obesidade está associada a um risco mais alto de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes que, em média, vão reduzir drasticamente a esperança de vida das pessoas e os seus anos de vida saudável», revelou Steven Grover, que dirigiu este estudo agora publicado na revista “The Lancet Diabetes & Endocrinology”. A investigação revelou que as pessoas com peso a mais, correspondente a um Índice de Massa Corporal (IMC) de 26, perdiam entre zero a três anos de expetativa de vida, conforme a idade e o género, as obesas (IMC de 30) perdiam entre um a seis anos, e as muito obesas (IMC de 35) tinham as suas vidas reduzidas entre um e oito anos, comparado com pessoas com um IMC ajustado à sua altura e dimensões.

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O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) lançou em dezembro uma campanha de sensibilização para a dádiva de sangue. Hélder Trindade, presidente do IPST, revelou à agência “Lusa” que em outubro de 2014 se registou «uma diminuição de 6% de colheitas efetivas, o que corresponde a menos 10.527 colheitas», em relação ao mesmo período no ano de 2013. A Campanha “Dador primeira vez” é dirigida sobretudo às franjas mais jovens da população, apelando ao ato solidário de efetuar a primeira doação de sangue – que no ano passado representou quase 20% dos dadores - como prevenção para esta quebra verificada nas colheitas. «As reservas têm estado garantidas, mas temos de preparar o nosso futuro, pois temos uma população muito envelhecida e muitos jovens a deixar o país», alertou Hélder Trindade.

Saúde renal começa a desenhar-se no útero Investigadores australianos defendem que as condições intrauterinas podem ser decisivas para a saúde renal de um filho, com implicações não só imediatamente após o nascimento, mas décadas depois, noticiou o “Science Daily”. A equipa de investigação da Universidade de Monash, sediada em Melbourne, identificou o baixo peso à nascença (que afeta 15% dos nados vivos em todo o mundo) e a prematuridade, como fatores de risco para se ter pressão arterial elevada e contrair doença renal crónica, ao longo da vida, devido aos valores reduzidos de nefrónios. Os nefrónios são unidades funcionais dos rins, responsáveis pela regulação da pressão arterial e pela filtragem e excreção de substâncias tóxicas do sangue e pela produção de urina. Como adiantou o professor John Bertam, que orientou este estudo, «o rim é particularmente sensível à vida antes do nascimento, porque paramos de produzir nefrónios às 36 semanas de gestação. Portanto, para um bebé nascido no tempo previsto, o processo de formação de nefrónios termina e não pode ser recomeçado». O investigador reforçou ainda a importância destes indicadores, por poderem ser proativamente usados na prevenção e deteção precoce de algumas doenças associadas ao peso à nascença, já que este é um dado que é regularmente registado em muitos países.




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