Revista H#13

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Índice

EDItOrial

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Editorial

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Atualidade

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Determinação: querer é conseguir

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É sempre igual todos os anos: nos primeiros dias de janeiro acreditamos cegamente que vamos cumprir as promessas que fizemos ao passar das doze badaladas e nem queremos ouvir falar na probabilidade (remota!)

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de não cumprir alguma delas. No entanto, aquilo que se calhar nunca nos apercebemos é que as resoluções para o novo ano são, muitas vezes, exatamente as mesmas que fizemos para o ano que acabou de passar e curiosamente as mesmíssimas que fizemos

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para o outro ano antes desse. Na verdade, todos somos peritos em repetir promessas até porque, se virmos com atenção, a maioria das resoluções são sempre iguais: emagrecer, ter uma vida mais saudável ou deixar de fumar, por exemplo. Assim, o que interessa mesmo é conseguirmos dar o próximo passo, ou seja: cumpri-las. Contudo, para as alcançar

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28 Dentro 29 Pinta o 31

Opinião A saúde nas nossas mãos O que Dizem os Especialistas Depressão «Não é vergonha procurar ajuda» Em Foco Resoluções de Ano Novo “Mudar de vida” para um 2015 mais saudável

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Um Dia Todas Serão Assim 14 Serviço de Nutrição 15 Calendário & Ações Farmácias 16 Farmácia Almeida Vaz Cuidamos de Si 17 Complicações do pé na diabetes 20 Maquilhagem corretiva Disfarçar as imperfeições da pele H Júnior 25 Diverte-te 26 Trocado em Miúdos

& Fora de Casa desenho

Bebé e Mamã Mommy Makeover Recuperar a silhueta após o parto Dia a Dia Cuidar do cuidador Cuide Aqui da sua Saúde Disfunção Erétil Menos tabus, Mais informação Viva Mais 40 Dê a volta à depressão através da alimentação 42 Tai chi: A arte marcial que ajuda a cuidar da saúde 44 Receita saudável

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NOVIDADES

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Saúde Digital

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Atuar Olhar Psicologia para todos Breves

temos de ser determinados, temos de ter força de vontade e temos de ter quem nos apoie e ajude. No fundo, e para tudo se tornar mais fácil, precisamos de

Edição: Hollyfar – Marcas e Comunicação, Lda. – Rua Aquiles

saber que não estamos sozinhos no percurso e que

Machado, nº 5F 1900-077 Lisboa

temos quem acredita em nós.

Coordenador Editorial: Maria João Costa Lobo (Holon) e Inês

Agora confesse: voltou a pensar que seria bom

Marujo (Hollyfar) • Colaboram nesta edição: Ana Albernaz,

retomar aquela resolução de ano novo que quebrou

Carmen Silva, Andreia Cruz, Catarina Neves, Lisa Gonçalves,

a meio de janeiro, não foi? Se assim foi, acredite:

Margarete Ribeiro, Maria Luísa Teixeira e Nídia Rodrigues • Fotografia: David Oitavem

estamos consigo! Temos maneiras de o ajudar a levar as suas resoluções até ao fim através dos serviços

Publicação bimestral • E-mail: revistah@grupo-holon.pt •

que temos disponíveis nas Farmácias Holon, seja a

Tiragem deste número: 50.000 exemplares • Os artigos assinados apenas veiculam a posição dos seus autores.

deixar de fumar ou a passar a ter uma alimentação mais saudável, por exemplo.

Layout: Series – Comunicação e Design, Lda. – Rua Rodrigues

Nós acreditamos que vai conseguir cumprir com os

Sampaio, 31, 1º Dto. 1150-278 Lisboa; Site: www.series.

seus objetivos; acredite em nós para o ajudar.

com.pt • United Creative – Estrada da Luz nº 90, 10ºH 1600-160

Farmácias Holon, um dia todas serão assim! Miguel Goulão

Lisboa; Site: www.unitedcreative.com • Paginação: Helena Diretor: Miguel Goulão • Propriedade: Holon – Comunicação Global,

Freitas • Execução Gráfica: Finepaper – Rua do Crucifixo,

Unipessoal, Lda. • Capital Social: 5.000,00 euros • Órgãos Sociais:

86, 3º Dto. 1100-184 Lisboa; E-mail: info@finepaper.pt •

Pedro Miguel Domingues Pires e Nuno Alexandre Antunes Machado

Impressão e Acabamento: Lidergraf Sustainable Printing

(gerentes) • NIPC: 508025621 • Telefone: 219 666 100; E-mail:

– Rua do Galhano, 15 4480-089 Vila do Conde; Site: www.

geral@grupo-holon.pt

lidergraf.pt • Número de Depósito Legal: 361265/13

Diretor 3


atualidade

Dádivas de sangue no IPO-Porto crescem 10,5%

Viagra: Subida das vendas com entrada de genéricos no mercado português A chegada dos genéricos do Viagra às farmácias portuguesas fez aumentar as vendas da terapêutica para tratar a disfunção erétil. De acordo com o INFARMED, em 2013, venderam-se 115 mil embalagens do comprimido azul, um valor que duplicou nos primeiros 9 meses de 2014 (210 mil embalagens), com a entrada dos genéricos no mercado português em janeiro do ano passado. O aumento das vendas é justificado pela queda do preço do medicamento para cerca de metade do valor. Ainda assim, a Sociedade Portuguesa de Andrologia considera que a compra do Viagra ou dos genéricos com a mesma substância ativa (sildenafil) deveria ser comparticipada, pois estes medicamentos continuam a ser dispendiosos para alguns doentes. Pepe Cardoso, Presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia, em entrevista à TSF, explicou desconhecer o motivo pelo qual o Estado não comparticipa estas terapêuticas, reforçando que «o bem-estar sexual de um doente faz parte da saúde geral e alguém que não está bem sexualmente vai ter depressões, problemas com a família e ter conflitos, por exemplo, no trabalho, sendo menos produtivo».

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Crise aumenta internamentos em hospitais públicos Um estudo realizado por três investigadores da Universidade Nova de Lisboa revelou que entre 2009 e 2012 houve um aumento significativo do número de internamentos nos hospitais públicos portugueses. Julian Perelman, investigador da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e um dos autores do estudo, explicou à TSF que o registo de internamentos acima do normal nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (mais 3,2% depois de 2009 e 3,1% depois de 2011) deveu-se à crise. No entanto, a duração dos internamentos diminuiu durante o período de recessão. O estudo concluiu ainda que entre 2009 e 2012 cresceram as gravidezes com complicações e o número de enfartes agudos do miocárdio, um evento clínico que surge associado ao stress causado pelo desemprego.

Em 2014, o Instituto Português de Oncologia do Porto recebeu 9.329 dádivas de sangue, mais 886 do que em 2013, um aumento de 10,5%. Também o número de pessoas que doaram sangue pela primeira vez no IPO-Porto cresceu de 1.640 para 2.080, mais 440 novos dadores, um aumento de 27%. O presidente do conselho de administração afirmou, em comunicado, que «a dádiva de sangue é um pilar do IPO-Porto. Os nossos doentes precisam frequentemente de transfusões, pelo que a aposta na sustentabilidade das dádivas está no centro da nossa atuação». «Graças à solidariedade e coragem dos que se dirigem ao IPO-Porto para doar sangue, temos conseguido manter as nossas reservas num nível muito satisfatório», conclui Laranja Pontes.

Consumo prolongado de anticolinérgicos aumenta risco de demência Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Washington revelou que a toma prolongada de alguns fármacos, nomeadamente ansiolíticos, antidepressivos e anti-histamínicos pode aumentar o risco de demência. Durante a investigação, publicada na revista JAMA Internal Medicine, foram estudados, ao longo de sete anos, indivíduos com 65 anos ou mais, consumidores diários de medicamentos anticolinérgicos nos últimos 10 anos e sem diagnóstico de demência. Concluiu-se que o risco de demência para quem toma medicamentos desta classe pode aumentar até 50%. Das 3.434 pessoas que participaram no estudo, citado pelo Diário de Notícias, 797 desenvolveram demência. A principal foi o Alzheimer, tendo sido diagnosticada em 637 indivíduos. «O consumo elevado de anticolinérgicos está associado ao aumento do risco de demência», revela o estudo. «É preciso fazer um esforço para alertar os profissionais de saúde e as pessoas com mais idade sobre o risco associado à medicação e que é importante minimizar o consumo de anticolinérgicos», lê-se ainda nas conclusões.



OPINIÃO

A saúde nas nossas mãos

Catarina Fonseca Diretora técnica da Farmácia Normal (Lisboa)

«A farmácia tem um papel preponderante no envolvimento e no compromisso do doente com a sua saúde permitindo assim a tomada de decisão e uma participação efetiva nos assuntos que a ela dizem respeito.»

O povo português tem uma característica muito própria que é uma certa inércia na resolução tanto dos seus problemas como dos problemas do país. Invariavelmente ouvimos frases do tipo “Este país não anda para a frente por causa do Governo” ou “Se estamos como estamos a culpa é deles (Governo)”. Estas frases demonstram, não só uma evidente desculpabilização da consciência do cidadão, mas também uma atitude passiva do tipo “alguém resolverá o problema”. Este comportamento é transversal a todas as áreas e a saúde não é exceção, sendo vários os exemplos que o comprovam. Seja qual for o problema de saúde, desde a diabetes à hipertensão passando pela dislipidemia (colesterol alto) e pelas doenças respiratórias, se não está controlado há sempre um bode expiatório. Se a culpa não é do centro de saúde é do médico, se não é do médico é do(s) medicamento(s), se não é do medicamento de marca é do genérico. A saúde, como quase tudo na nossa vida, está nas nossas mãos, e em grande parte temos um papel decisivo sobre ela. Todos nós somos responsáveis por cuidar do estado da nossa saúde e não devemos, ou melhor, não podemos fugir a essa responsabilidade. A Farmácia tem um papel preponderante no envolvimento e no compromisso do doente com a sua saúde permitindo assim a tomada de decisão e uma participação efetiva nos assuntos que a ela dizem

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respeito. Este processo passa por explicar ao doente que medicamentos está a tomar, para que doenças os está a tomar, a maneira correta de os tomar, outros cuidados a ter para evitar o agravamento da doença, como monitorizar o seu estado de saúde e como ter um acompanhamento farmacoterapêutico adequado. Nas Farmácias Holon, são vários os serviços que permitem ao utente melhorar, recuperar e cuidar com mais empenho da sua saúde. Para este efeito existem equipas multidisciplinares que englobam farmacêuticos, nutricionistas, podologistas e enfermeiros, que vão permitir uma abordagem integrada do tratamento da doença. Tomando por exemplo um doente diabético, para além de aprender todos os cuidados a ter com a medicação, utilização dos dispositivos de medição da glicemia e monitorização dos parâmetros, na consulta de nutrição aprende a adequar o seu plano alimentar à doença e na consulta do pé diabético aprende a vigiar e cuidar dos seus pés, um dos principais locais de complicações da diabetes não controlada. Este exemplo permite-nos ter a perceção de que o doente tem à sua disposição todos os conhecimentos possíveis para que possa ser o principal responsável pelo resultado da sua saúde. No entanto, para que o trabalho de todos resulte em sucesso é fundamental o comprometimento do doente e a vontade em tomar a saúde nas próprias mãos.


O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

Licenciada em Psicologia Clínica e com um Mestrado em Psicologia, Aconselhamento e Psicoterapia e uma Pós-Graduação em “Metodologia Projetiva na Avaliação Psicológica”, Inês Caetano tem contactado com inúmeros casos de depressão na sua prática clínica. A especialista alerta que «ninguém está imune» e mostra-se preocupada com a incidência entre os jovens.

Depressão «Não é vergonha procurar ajuda»

H – Quais os sintomas mais comuns da depressão?

sono, perda ou aumento de peso, entre outros.

Inês Caetano - A depressão é uma doença psiquiátrica caracterizada por variados sintomas, podendo variar na sua duração ou ser recorrente. Constitui uma das formas mais intensas de sofrimento humano, podendo mesmo levar ao suicídio. Os sintomas de depressão envolvem diversos aspetos no indivíduo e manifestam-se de formas diferentes de pessoa para pessoa. Podem ser emocionais como: sentimento de tristeza ou vazio, diminuição do interesse ou prazer nas atividades diárias, sentimentos de desvalorização, entre outros. Também (e/ou) podem apresentar sintomas físicos como: fadiga, alterações no

H - Em Portugal há muitas pessoas a sofrer de depressão? IC - Em 2011, Portugal era o País Europeu com maior taxa de depressão e o 2º maior do Mundo. Segundo um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Saúde, os casos de depressão têm vindo a aumentar nas mulheres com mais de 45 anos e nos homens com idades próximas dos 60. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nos próximos 20 anos, a depressão deve tornar-se a doença mais comum do Mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. 7


H - Podemos falar em causas mais comuns?

IC - Sim. Pessoas em cujas famílias exista elevada prevalência de casos de depressão e ainda aquelas que, por temperamento, são mais suscetíveis às consequências do stress e ansiedade resultantes da vida quotidiana.

IC - As causas podem variar de pessoa para pessoa. A depressão é uma doença para a qual têm sido identificados fatores genéticos e fatores ambientais.

H - Podemos falar em idade para a depressão? H - E a crise económica tem contribuído para o aumento do número de casos?

IC - A depressão afeta pessoas de todas as idades. A frequência mais elevada tem flutuações em muito relacionadas com mudanças socioeconómicas. No entanto, não posso deixar de destacar o mais recente relatório da OMS (maio de 2014) que demonstra ser a depressão a causa predominante de doença e incapacidade em raparigas e rapazes entre os 10 e 19 anos.

IC - Tal como outras situações potenciadoras de desigualdade social, a crise económica pode ser indutora de stress individual, familiar ou empresarial, conduzindo assim a um aumento de número de casos de depressão.

Erradicar os mitos Papel da família

H - Persistem algumas ideias preconcebidas acerca da depressão, como por exemplo que se trata de uma doença de quem não tem nada para fazer. Quais as mais comuns? IC - Existem várias ideias preconcebidas ou até “mitos” acerca da depressão. Diz-se que “só não se cura quem não quer”, atribuindo algo como o “querer” e a “vontade” de ficar curado como diretamente relacionado com o processo de ficar bem. Igualmente se diz que quem se deixa deprimir manifesta um sinal de fraqueza, porque as pessoas “têm de ser fortes”, agir e não ser passivas. Existe também um preconceito grande relativamente à medicação, mais especificamente aos antidepressivos, sendo que a maior parte das pessoas acha que se iniciar o tratamento, será uma medicação que terá de tomar uma vida inteira.

H - E face a todos estes mitos, é a própria pessoa a procurar ajuda? IC - Nem sempre. Há casos em que o doente não consegue reconhecer ou se recusa a aceitar que sofre desta patologia. Por vezes, são terceiros (amigos, familiares, colegas, outros profissionais de saúde) a suspeitar do diagnóstico e a procurar ajuda.

H - Como é normalmente feito o diagnóstico? IC - O diagnóstico da depressão é Clínico. Passa por realizar uma História Clínica, preferencialmente com o próprio doente, na qual se deve pesquisar os sintomas predominantes de forma detalhada. 8

é fundamental H - Quais as formas de tratamento mais eficazes?

«O mais recente relatório da OMS (maio de 2014) que demonstra ser a depressão a causa predominante de doença e incapacidade em raparigas e rapazes entre os 10 e 19 anos»

Estar atento aos sintomas H - Há fatores externos e internos que podem contribuir para o aparecimento da doença? IC - Sim. Como fatores internos podemos citar doenças hormonais, distúrbios neurológicos, endócrinos, doença crónica, invalidez, envelhecimento, entre outros. Como fatores externos, refiro situações de stress, perda de um ente querido, separações, desemprego, solidão, diagnóstico de uma doença grave, relações interpessoais infelizes, entre outros.

H - E há pessoas mais propensas à depressão?

IC - Para o tratamento da depressão é indispensável uma correta avaliação clínica e consequente terapêutica, a qual pode incluir toma de medicamentos antidepressivos, acompanhamento psicoterapêutico ou uma conjugação de ambas.

H - E qual o papel da família no tratamento da depressão? IC - O papel da família é sem dúvida fundamental. Tal como antes disse, não só os sintomas da depressão passam muitas vezes despercebidos como também existem alguns preconceitos associados à doença. Quanto maior for o conhecimento que a família tem sobre a depressão, mais fácil será detetar os primeiros sinais da doença e pôr em marcha o processo de recuperação.

H - Como se pode prevenir a depressão? IC - A prevenção é a melhor abordagem, pois permite uma intervenção precoce pela parte dos especialistas, impedindo um agravamento dos sintomas iniciais. Na prevenção desta doença, é importante que as pessoas procurem ocupações, atividades de lazer, entretenimento ou desportivas, criem relações com outras pessoas, explorando interesses em comum ou fazendo novas amizades.



em foco

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Resoluções de Ano Novo “Mudar de vida” para um 2015 mais saudável

Deixar de fumar, perder os quilinhos a mais ou começar a fazer (mais) exercício físico são algumas das intenções que surgem na lista de muitos na passagem de ano. Difícil é transformá-las em resoluções efetivas, mas como diz o velho ditado “com perseverança, tudo se alcança”.

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EM FOCO

“Muda de vida, se não vives satisfeito. Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar…” já cantava António Variações num dos seus êxitos que, em época de mudança de ano, ecoa na cabeça de muitos portugueses. Conforme explica a psicóloga clínica Débora Água-Doce, «Ano Novo, vida nova! E é mesmo assim! No início do ano, fazem-se projetos e sonha-se com um futuro melhor. Um novo ano é sinónimo de resoluções e janeiro representa a ideia de um reinício». E como muitos dos projetos incluem «o desenvolvimento pessoal ou o ajuste de algo que “gostamos menos em nós”», no início do ano acentua-se a procura das consultas de Psicologia.

Exemplos de mudança

«No início do ano, fazemse projetos e sonha-se com um futuro melhor. Um novo ano é sinónimo de resoluções e janeiro representa a ideia de um reinício», explica a psicóloga clínica Débora Água-Doce

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Não terá sido o caso do “corajoso” José Santos que, numa resolução impetuosa de “Ano Novo” traçou como objetivo deixar de fumar. Imediatamente, «os amigos e familiares presentes duvidaram da minha decisão e vaticinaram o fracasso da minha intenção, o que acabou por servir de fator extra de motivação», conta o técnico de telecomunicações que conseguiu, sem qualquer ajuda médica, livrar-se do vício do

tabaco há mais de dez anos. História semelhante conta Andreia Miranda que, na última passagem de ano, decidiu que estava na hora de mudar «mesmo» de hábitos de vida. Perder os quilos em excesso que lhe roubavam qualidade de vida, adotando uma alimentação mais saudável e começando a praticar exercício regularmente foram as medidas adotadas. «Sem desculpas do estilo “hoje não” ou “começo a correr para o mês que vem”, tem conseguido cumprir o plano que definiu e nota melhorias na sua saúde». Ter mais tempo para os filhos foi o que levou Maria Simões a «mudar completamente de vida. Despedi-me do meu stressante emprego de comercial numa multinacional, vendi a casa nos subúrbios de Lisboa e regressei às origens, dedicando-me agora à exploração agrícola de uns terrenos da família». E, neste caso, a resolução de Ano Novo acabou por afetar toda a família. Os benefícios não foram apenas para a saúde da entrevistada, mas também contribuíram para «uma vida familiar muito mais serena e sem as frequentes birras do meu filho mais novo, que era afetado pelo ritmo frenético do nosso dia a dia na capital. A performance escolar do mais velho também melhorou e, hoje em dia, são mesmo eles que comentam que fizemos bem em mudar-nos. Sentimo-nos todos muito mais saudáveis!».


Manter o compromisso Se há quem inicie a empreitada de mudança de hábitos de vida sozinho, esta é mais fácil de concluir se contar com a ajuda especializada de alguns profissionais de saúde. Marta Barbosa, da Farmácia Nova Iorque, conta que «a Farmácia é cada vez mais procurada pela sua vasta oferta de produtos e serviços que visam ajudar os nossos utentes no que toca à sua saúde e bem-estar, muitas vezes associadas a resoluções de Ano Novo». Mas o que leva as pessoas a tomar este tipo de resolução nesta altura do ano? Na opinião da farmacêutica, «a sugestão familiar e a pressão social são os principais indutores de mudança de estilos de vida». Para Débora Água-Doce, é «a necessidade de fugir à rotina, de querer sentir adrenalina por algo desconhecido. E claro, a esperança de que seja um ano risonho repleto de emoções» encabeçam a lista de motivações. O problema é que entre a resolução e a realização vai um longo caminho e muitas das intenções acabam por cair em saco-roto. De acordo com a psicóloga clínica, «a percentagem

dos que atingem os objetivos é menor. Talvez 40%...», avança. Mas o sucesso no plano definido para o novo ano depende da verdadeira força motriz. «Quando nos comprometemos connosco próprios a mudar alguma coisa, só descansamos quando o objetivo estiver atingido. É mais difícil manter a força de vontade quando foi uma mudança imposta pela família e/ou amigos», defende Marta Barbosa, para quem «manter em mente o objetivo a atingir (ou a manter) é mais difícil em ambientes de tentação. Por isso é que se diz que a automotivação é como o banho: como o efeito não dura, deve ser repetido diariamente!». Assim, a farmacêutica aconselha a «manter um registo quinzenal dos seus progressos para que os resultados obtidos continuem a incentivar a sua evolução». E, se ajudar, «desafiar os seus colegas/amigos/ familiares a mudarem também». Até porque, «todas as caminhadas parecem mais fáceis quando temos companhia». Além disso, «sem uma boa planificação, corre-se o risco de daqui a um ano estar tudo igual, adicionando ainda uma dose de frustração pelos objetivos não estarem cumpridos traduzidos por “realmente eu não tenho sorte nenhuma, nunca consigo atingir os meus objetivos”… “nunca vou conseguir”», alerta a criadora do blogue «A Psicóloga que também é Blogger”.

Estratégias para trilhar o caminho da mudança • Foque-se apenas em 2 ou 3 objetivos. «Que objetivos podem introduzir alterações positivas na sua vida? Muitos projetos podem levar à dispersão, dificultando o enfoque de energia para o resultado final», explica Débora Água-Doce. • Questione-se: Os meus objetivos são exequíveis? Ou demasiado ambiciosos? «Se os objetivos forem desajustados aos recursos de que dispõe, pode estar a entrar numa “ratoeira” que apenas conduzirá a frustração», aconselha a psicóloga. • Crie objetivos quantificáveis e concretos, estes garantem a manutenção da motivação e o alcance do sucesso. • Estes objetivos, realmente são importantes para si? Existem motivos para os querer? São objetivos definidos por si ou formulados a partir do que os outros esperam de si? «É muito difícil manter a motivação se não forem mesmo os seus objetivos», alerta. • Elabore um plano para alcançar os seus objetivos, focando-se nas seguintes questões: O que preciso? Que contactos podem ser úteis? Quais são as pessoas que me poderão auxiliar? • Se possível, divida o seu plano em etapas mais pequenas. «É mais fácil cumprir pequenos passos e ir sentindo pequenas vitórias. Atribuir a si mesmo uma pequena recompensa por cada fase que conseguir atingir, é alimento para a sua motivação».

Perder peso e deixar de fumar encabeçam lista de resoluções No top das resoluções de Ano Novo encontram-se a perda de peso e deixar de fumar. Embora a adoção de estilos de vida mais saudáveis e ter mais cuidado com a aparência, «no sentido de melhoria da autoestima, também sejam resoluções com importâncias crescentes», nas palavras da farmacêutica. Já a psicóloga clínica enumera uma lista em que se incluem: «“Este ano vou deixar de fumar”. “Vou emagrecer”. “Vou inscrever-me no ginásio”. “Vou dedicar mais tempo à minha família”.” Vou cuidar mais de mim”. “Vou fazer uma poupança”. “Vou fazer voluntariado”. “Vou adotar um animal”. “Vou saltar de paraquedas” (risos)».

• Estabeleça metas! «Escolha datas para obtenção de resultados, sem datas atribuídas para cada pequena fase do seu plano, o ano acabará por passar e nada será alcançado…». • Comprometa-se consigo próprio. «Faça um “contrato”! É importante que o seu plano exista em concreto, de outra forma corre o risco de, com o tempo, acabar por se esquecer daquilo a que se tinha proposto. Escreva-o e mantenha-o por perto. Este exercício aumenta o seu grau de compromisso». • E se mesmo assim não conseguir? «Não desista! Reveja os seus objetivos. Eram realmente importantes para si?».

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Serviço de Nutrição Holon Segundo dados da Direção-Geral da Saúde, os hábitos alimentares da população portuguesa têm-se alterado e tendem cada vez mais

Um Dia Todas Serão Assim

a afastar-se da saudável dieta mediterrânica. As Farmácias Holon dispõem de um Serviço de Nutrição, através do qual os utentes podem obter esclarecimentos acerca de questões alimentares.

A excessiva ingestão de energia proveniente de gordura de origem animal, de sal e o baixo consumo de substâncias protetoras presentes nos frutos e hortícolas, associada à inatividade física, são alguns dos principais determinantes do aparecimento de obesidade e de doença crónica. Este fenómeno é global e implica elevados custos sociais e económicos. Para travar esta pandemia do século XXI é preciso atuar desde cedo. Conscientes do seu papel na promoção da saúde da população, as Farmácias Holon disponibilizam um Serviço de Nutrição diferenciado, prestado por uma equipa de dietistas e nutricionistas.

Cada caso é um caso: a cada utente o seu plano No Serviço de Nutrição Holon, pode encontrar soluções no sentido de melhorar o seu estado clínico e não apenas a sua vertente estética. Assim, cada utente é avaliado tendo em conta o seu historial clínico, sendo o plano alimentar elaborado de forma personalizada com o objetivo de atingir os resultados propostos, quer seja a perda de peso, a descida da tensão arterial, a normalização dos valores de glicemia, ou a diminuição do colesterol.

• Dislipidémias (colesterol ou triglicéridos elevados); • Distúrbios alimentares; • Doenças cardiovasculares; • Doenças gastrointestinais e intolerâncias alimentares;

Um serviço para todos

• Doenças osteoarticulares;

Este Serviço de Nutrição destina-se a todos os indivíduos, de qualquer idade, saudáveis com interesse ou dúvidas relativamente à sua alimentação ou com patologias relacionadas direta ou indiretamente com a alimentação, tais como:

• Insuficiência renal e hepática;

• Excesso de peso e obesidade;

• Neoplasias;

• Diabetes (tipo 1 e 2);

• Doenças respiratórias associadas a malnutrição.

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• Doença celíaca;

Educar para prevenir A prevenção é sempre importante e é a pensar nisso mesmo que as Farmácias Holon desenvolveram um conjunto de projetos de intervenção na comunidade sobre alimentação e hábitos de vida saudáveis. Com estes projetos, que vão desde workshops, rastreios, sessões de esclarecimento, atividades escolares, caminhadas ou feiras da saúde, os farmacêuticos e nutricionistas/dietistas saem da farmácia e vão ao encontro da população procurando responder às suas dúvidas e informar, sempre com o objetivo de mudar maus hábitos e contribuir para a saúde dos portugueses.

• VIH; Esteja atento e participe no próximo evento realizado pela sua Farmácia Holon!


Um Dia Todas Serão Assim

CALENDÁRIO

Março Campanha de Sensibilização e Rastreio do Cancro Colorretal Semana do Sono (campanha de sensibilização) Sessões Sénior: Incontinência Urinária

Abril Preparação para caminhadas e peregrinações (sessões de esclarecimento)

Um Dia Todas Serão Assim

AÇÕES FARMÁCIAS

Higiene Oral e Alimentação

A Escola e a Pediculose

A Farmácia Nova do Montijo tem vindo a realizar ações em várias escolas do 1º ciclo sobre o tema da Higiene Oral e Alimentação. Até agora cerca de 250 alunos já participaram e nos próximos 2 meses está prevista a participação de mais 220 alunos. Um exemplo de sucesso do trabalho conjunto entre a comunidade escolar e os profissionais de saúde em benefício de uma sociedade mais saudável no futuro.

As Farmácias Holon Campo Grande e Holon Costa da Caparica levaram até às escolas da sua área de influência o projeto A Escola e a Pediculose, abrangendo um total de 169 crianças do 1º ciclo. O projeto, que explica às crianças o que são e como se apanham os piolhos, é também uma mais-valia para professores e encarregados de educação já que a prevenção e o tratamento deste problema tão comum são temas também abordados.

Farmácias Holon presentes no Trail Centro Vicentino da Serra de Portalegre A Farmácia Portalegrense esteve presente no Trail Centro Vicentino da Serra de Portalegre realizado no dia 11 de janeiro. No evento, marcaram presença dois podologistas das Farmácias Holon, disponíveis para assistir

os atletas. As queixas mais comuns foram escoriações, entorses, tendinites e alterações biomecânicas dos pés, sendo que para cada problema foi feito o tratamento mais adequado ou o encaminhamento para cuidados de saúde mais especializados.

Rastreio de Doenças Respiratórias: Espirometrias

Entre os dias 17 de novembro e 19 de dezembro de 2014 decorreu o Rastreio de Doenças Respiratórias nas Farmácias Holon, com o objetivo de sensibilizar a população para as patologias respiratórias crónicas. Foram realizadas 1.211 espirometrias por técnicos de Cardiopneumologia, tendo-se verificado alterações da função respiratória em 33,1% dos participantes no rastreio. Todas as pessoas com alterações da função respiratória foram referenciadas ao seu médico assistente ou ao médico especialista.

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Um Dia Todas Serão Assim

Farmácia Almeida Vaz dada através de uma diferenciação positiva - mais exigente e responsável tendo como objetivo a excelência. Desta maneira e por constatarmos que a sua visão e objetivos estavam alinhados com as restantes Farmácias Holon, escolhemos associar-nos, beneficiando assim do seu conhecimento, espírito de iniciativa, estrutura profissional diferenciada e capacidade negocial. A intervenção no espaço físico resulta assim de um alinhamento com a marca Holon». A proprietária afirma: «A identificação dos diferentes segmentos torna mais claro o contacto visual do cliente com a oferta de produtos dando lugar de destaque à marca própria e aos laboratórios parceiros. No exterior destaca-se a identificação dos vários serviços disponibilizados e a caixa de luz identificadora da farmácia e sua ligação ao grupo».

Aberta ao público desde setembro de 1985 no Bairro dos Lóios em Marvila, concelho de Lisboa, a Farmácia Almeida Vaz foi sofrendo algumas alterações ao longo dos tempos sem nunca perder a sua estrutura inicial.

A Farmácia Almeida Vaz foi recentemente sujeita a uma intervenção no sentido de ficar mais funcional e ainda mais focada num cada vez melhor atendimento ao seu público. Constança Vaz, proprietária da Farmácia afirma: «Nestes cerca de 30 anos de funcionamento muita coisa mudou, quer ao nível do conceito de saúde e do papel dos seus prestadores como ao nível do contexto socioeconómico. Tentamos acompanhar essa mudança dentro das nossas possibilidades, indo ao encontro das efetivas necessidades dos clientes mas sem nunca esquecer a sustentabilidade da farmácia». «A escolha do caminho a seguir, numa ótica de gestão responsável, sempre foi alicerçada na análise objetiva e em propostas de intervenção concretas feitas por especialistas consultores nas diferentes áreas. Dadas as dimensões das farmácias em geral, e da Farmácia Almeida Vaz em particular, só com uma estrutura centralizada munida dos profissionais adequados se pode ter esse apoio», afirma Constança Vaz, que continua dizendo: «A resposta às dificuldades resultantes da contração do mercado e uma maior concorrência causada pela profunda alteração legislativa do setor, aliadas à situação de crise geral, tem de ser

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O facto de estar localizada num bairro com algumas dificuldades económicas é considerado como um fator desafiante: «Estamos num bairro social com uma população diversificada em termos etários mas com maior percentagem de pessoas com idades acima dos quarenta anos e com fragilidades económicas. Privilegiamos assim a intervenção farmacêutica através do aconselhamento na dispensa dos medicamentos e outros produtos de saúde, identificando situações que requeiram um acompanhamento mais especializado direcionando para os respetivos serviços alargados agora a novas áreas, como a Cessação Tabágica e Doenças Respiratórias». Ainda será cedo para falar em resultados práticos resultantes das alterações que se operaram ao espaço mas a expectativa é alguma: «A intervenção ainda é recente e estamos expectantes quanto ao seu retorno, no entanto, estamos ainda mais empenhados em dar o nosso melhor, com motivação e coesão da equipa, tendo como objetivo a prestação de um serviço de excelência que nos realize profissionalmente». Este foi mais um passo da Farmácia Almeida Vaz, no sentido de fazer transmitir aos seus utentes o reconhecimento da sua farmácia de sempre.


cuidamos de si

Margarete Ribeiro, Podologista

Complicações do pé na diabetes A diabetes é uma doença ainda sem tratamento satisfatório, pelo que nem sempre é possível evitar as complicações que advêm desta patologia. Para uma melhor compreensão do pé diabético é necessário saber diagnosticar e tratar as patologias mais frequentes. Os doentes diabéticos têm maior probabilidade de vir a possuir uma doença cardíaca e de sofrerem um acidente vascular cerebral. A diabetes é, ainda, causa de cegueira, amputações dos membros inferiores ou de parte destes, de insuficiência renal entre outras, sendo de grande importância que estes doentes sejam acompanhados devidamente, com o intuito de atenuar e prevenir todas as complicações associadas à doença. O controlo da diabetes é extremamente importante para evitar complicações a longo prazo. Para além da equipa que o doente deve ter a acompanhá-lo, a família tem um papel importante na ajuda do seguimento do tratamento, na dieta que o doente deve ter e na prática de exercício físico.

Doença arterial periférica A doença arterial periférica é caraterizada pela presença de aterosclerose e calcificação da túnica média, levando a um vaso rígido. É uma doença que afeta principalmente os membros inferiores, podendo não apresentar sintomatologia. No entanto, o quadro clínico desta doença caracteriza-se por claudicação intermitente, dor em repouso, incapacidade funcional, ferimentos com difícil cicatrização e gangrena. A claudicação, que normalmente alivia com o repouso, é o sintoma mais frequente. A fadiga e a diminuição da velocidade do caminhar são sintomas mais subtis, sendo que a dor em repouso e a isquemia crítica são os sintomas mais graves apresentados pelos doentes.

Neuropatia Outra consequência da diabetes é a alteração da condução nervosa, a qual se denomina de neuropatia. Esta enfermidade afeta mais de 50% dos doentes com mais de 25 anos de evolução da diabetes, sendo considerada a patologia que mais afeta o sistema nervoso. O acometimento sensitivo e autónomo contribui para as alterações mecânicas e posturais do pé do indivíduo com diabetes. Estas alterações, juntamente com a diminuição da sensibilidade, estão na origem do aparecimento de lesões em zonas de excesso de pressão. É por isso importante o utente consultar o podologista de maneira a diminuir as pressões exercidas em determinados pontos do pé.

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É ainda de salientar que 60 a 70% dos doentes com história de úlceras têm neuropatia e 15 a 20% deles têm neuropatia associada a problemas vasculares.

do membro em causa.

O diagnóstico de neuropatia diabética baseia-se no quadro clínico que o doente apresenta e numa série de testes neurológicos que o profissional de saúde deve efetuar.

Uma das maneiras de prevenir as úlceras é detetá-las num estado inicial, através da análise e avaliação das alterações de pressões. Entender melhor a biomecânica do pé e indicar o aparecimento de uma possível úlcera é de extrema importância para o tratamento e prevenção das mesmas.

Úlceras diabéticas

Infeção dos pés

As úlceras diabéticas são desencadeadas por uma tríade de patologias que abrange a doença vascular periférica, as infeções e a neuropatia. Cada uma destas patologias pode estar presente de forma isolada ou em combinação com outras patologias.

A infeção dos pés em diabéticos é uma complicação frequente, complexa, de alto custo, com gravidade local e sistémica. Esta complicação pode determinar a amputação imediata do local infecionado em cerca de 25 a 50% dos casos.

É sabido que 85% dos casos de amputações dos membros inferiores ou parte destes é precedido de úlceras diabéticas. Os principais fatores de risco para a evolução das úlceras são a nefropatia, a idade do doente, a proteinúria, a insuficiência renal em estado terminal e a doença vascular periférica. A ulceração nos doentes diabéticos é, normalmente, indolor devido a perdas sensitivas a que está sujeito, o que faz com que este nem sempre dê a devida importância às pequenas lesões. Na maior parte das vezes, o paciente procura ajuda médica quando a úlcera já está infecionada, o que pode levar a uma amputação

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As infeções podem variar muito, os doentes podem apresentar uma simples celulite ou uma celulite necrozante, um abcesso profundo ou uma gangrena. Normalmente, as infeções são consequência de traumas, de úlceras e de lesões interdigitais. As fissuras, as úlceras, a perda de sensibilidade dolorosa, a insuficiência vascular e a disfunção imunológica tornam o paciente mais suscetível a contrair a infeção. A amputação é definida como sendo a extração cirúrgica de um membro ou de parte deste. Este termo normalmente é associado, pelos doentes, a terror, derrota e mutilação, que leva à incapacidade e à dependência.

As amputações dos membros inferiores ou de parte destes é, sem dúvida, a complicação mais grave da diabetes e por isso suscitam alguma preocupação. Um doente diabético tem um risco 15 vezes superior de ser amputado do que um doente que não possua a doença. As amputações são o maior problema do doente, no entanto, são necessárias para evitar complicações ainda mais graves. Assim, as amputações do membro inferior têm como objetivo eliminar o tecido necrótico e o foco infecioso que o paciente apresenta. Quando existe uma amputação não há apenas uma perda do membro, existe todo um mecanismo entre o tronco e os membros inferiores que fica afetado. É de se notar que por mais insignificante que possa parecer a amputação esta acarreta sempre alterações no caminhar do amputado. Este tem maior probabilidade de sofrer quedas que um não amputado, uma vez que apresenta défices mecânicos e sensoriais. Muitas vezes o grande responsável pelas agressões sofridas nos pés é o calçado, no caso da pessoa com diabetes este pode ser um verdadeiro inimigo se não possuir as características adequadas. De maneira a evitar qualquer transtorno associado ao pé diabético, dever-se-á ter um correto acompanhamento podológico, assim como prevenir as possíveis complicações. A prevenção das patologias é o melhor tratamento.



CUIDAMOS DE SI

Catarina Neves, Farmacêutica

Maquilhagem corretiva Disfarçar as imperfeições da pele As imperfeições superficiais na pele, sobretudo em regiões expostas como o rosto, mãos e decote podem ser a causa de desconforto social, uma vez que podem induzir uma diminuição dos índices de confiança. Neste sentido, surge a necessidade de encontrar uma solução adaptada que permita o aumento da qualidade de vida nestes casos. A prevenção ou cura é o principal objetivo a ter em conta na presença de lesões, porém nem sempre é possível alcançar este objetivo, o que leva à presença de imperfeições cutâneas. Atualmente existem métodos que permitem atenuar ou disfarçar as diferentes alterações, desde as lesões permanentes às lesões transitórias.

As diferentes imperfeições da pele As imperfeições cutâneas são numerosas e podem apresentar-se sob vários aspetos, podendo ser classificadas de acordo com a origem: congénitas (nascença) ou adquiridas (tabela). Malformação vascular ou hemangioma Lesões vasculares

Telangiectasias Veias varicosas Hiperpigmentação/Hipopigmentação pós-inflamatória Melasma

Distúrbios de pigmentação

Lêntigos Nevos Olheiras Tatuagens Atróficas

Cicatrizes

Hipertróficas Estrias Cicatrizes de queimadura Acne Esclerodermia

Patologias cutâneas

Lupus eritematoso Vitiligo Psoríase Pós laser

Pós dermoabrasão Alterações pós Pós peeling cirúrgicas transitórias Pós rinoplastia Pós blefaroplastia

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- Rosto – bases e corretores (líquido, mousse, cremoso, bastão ou compacto), pó (solto ou compacto); - Área dos olhos – produtos em creme ou em pó, lápis, delineadores, rímel; - Lábios – batons, brilho, lápis. Na escolha dos produtos, para além da região do rosto em que vão ser utilizados, é necessário também ter em atenção as características individuais da pele de modo a possibilitar a escolha da formulação mais adequada. No mercado está disponível uma grande variedade de formulações, nomeadamente produtos de base oleosa, base aquosa, sem óleo ou sem água. Formulações de base oleosa: indicadas para peles secas, nestas os pigmentos encontram-se suspensos em óleo; Formulações de base aquosa: indicadas para peles normais, constituem emulsões constituídas por grande quantidade de água e pequena quantidade de óleo;

Maquilhagem corretiva

Formulações sem óleo: indicadas para peles oleosas e contêm derivados de silicone em alternativa ao óleo;

Os métodos utilizados com a finalidade de atenuar ou disfarçar imperfeições constituem a maquilhagem corretiva, apresentando-se assim como uma solução, que tendo por base os princípios da cor, permite disfarçar olheiras, borbulhas, cicatrizes e neutralizar a vermelhidão.

Formulações sem água: preparações mais oclusivas de óleo em cera que conferem uma melhor cobertura, pois os pigmentos utilizados são opacos e resistentes à água.

A maquilhagem corretiva pode ser dividida em três etapas: neutralização, uniformização e fixação.

Existem características específicas a ter em conta na escolha dos produtos, tais como:

1. Neutralização:

- Promoção de uma aparência natural;

A neutralização constitui o primeiro passo da maquilhagem corretiva e tem por base a complementaridade de cores, ou seja, duas cores complementares quando sobrepostas são neutralizadas:

- Cobertura adequada de modo a camuflar a imperfeição;

- Sobreposição de duas cores complementares no círculo cromático;

- Facilidade de aplicação para estimular a continuidade da utilização;

- O verde neutraliza o vermelho, utilizando-se em casos de couperose, cicatrizes rosadas e angiomas;

- Longa duração para minimizar a manutenção durante o dia;

- Resistência à água;

- Ausência de perfume, substâncias irritantes ou fotossensibilizantes; - O amarelo neutraliza o violeta, utilizando-se para disfarçar olheiras e varizes; - O coral neutraliza o castanho, utilizando-se em casos de hiperpigmentação;

- Ausência de substâncias comedogénicas; - Presença de fotoproteção.

- Por norma os tons claros são utilizados para realçar e os tons escuros são usados para aprofundar traços.

Passo-a-passo para uma maquilhagem natural:

2. Uniformização

1. Limpar a pele com produtos adequados ao tipo de pele

A uniformização consiste na homogeneização da tez através da utilização de base ou pincel corretor de cor semelhante ao tom de pele.

2. Hidratar a pele 3. Aplicar proteção solar

3. Fixação 4. Disfarçar as imperfeições com os corretores A fixação consiste na finalização, em que é utilizado pó compacto para promover uma maior duração da maquilhagem ao longo do dia.

5. Uniformizar o tom da pele com base 6. Fixar a maquilhagem com pó

Escolha dos produtos Existe uma grande diversidade de produtos utilizados na maquilhagem corretiva que variam de acordo com a região da face em que vão ser utilizados, nomeadamente:

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Referências bibliográficas: http://skinaffairs.wordpress.com/2011/07/18/maquilhagem/; http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/utentes/estetica_e_bem_estar/maquilhagem_correctiva_a_arte_ de_esconder_imperfeicoes_cutaneas_atraves_da_cor/3; http://www.eau-thermale-avene.pt/especialistas-pele/imperfeicoes-da-pele.










Bebé e mamÃ

Mommy Makeover Recuperar a silhueta após o parto A gestação traz uma série de mudanças ao corpo da mulher, transformações que são sentidas principalmente nos seios e abdómen. Com o nascimento do

de outrora, mas também já é comum o recurso à cirurgia plástica. Atualmente é possível fazer tudo isto através de um mommy makeover, que, conforme explica o cirurgião plástico Tiago Baptista Fernandes «consiste na realização de vários procedimentos cirúrgicos, na mesma cirurgia, com o objetivo de recuperar os “estragos” na silhueta corporal provocados pela gravidez, parto e amamentação».

bebé e após passar o período de enamoramento, recuperar

Importante deixar o corpo

a figura surge no topo das

estabilizar

preocupações. Embora a perda de peso seja uma questão de tempo, a flacidez após a gravidez e a gordura localizada podem instalar-se ad eternum e provocar desconforto ao olhar para o espelho. Há mulheres que lutam durante anos para retomar a silhueta pós-parto e que tentam inúmeras dietas e exercício físico para voltar a ter o corpo

Entre os procedimentos mais frequentes estão a «lipoabdominoplastia circunferencial, com remodelação das nádegas e a mamoplastia de aumento com ou sem lifting», refere o fundador do Instituto Português de Cirurgia Plástica (IPCP), acrescentando que «o novo tratamento da celulite (Cellulaze), é normalmente efetuado no bloco, aproveitando a anestesia». Já na clínica da cirurgiã plástica Luísa Magalhães Ramos as áreas de intervenção mais frequentes

são a mama, «por perda de volume e por ficarem descaídas - ptose» e o abdómen, «devido ao abaulamento típico dessa região», «sendo que existe também uma forte componente de contorno corporal através da lipoescultura». Contrariando a ideia de que o procedimento pode ser feito ainda no bloco operatório após a cesariana, Tiago Baptista Fernandes esclarece que, «se a vontade, o desconforto e a falta de autoestima for imediata, podemos realizar as cirurgias apenas três meses após deixar de amamentar, ou um mês após o parto se não tiver amamentado. No entanto, mais importante do que dar prazos fixos, é deixarmos o corpo estabilizar, e depois atuarmos».

Salvaguardar o bem-estar do bebé Como em qualquer procedimento cirúrgico, há que analisar o estado de saúde da mulher, sendo contraindicado o procedimento em casos de problemas graves de saúde, seja do foro físico 31


Cirurgia plástica “já não é vista como uma futilidade” Se durante décadas havia quem considerasse este tipo de procedimento “uma futilidade” e fosse tabu assumir que se realizou a cirurgia, atualmente assiste-se a uma mudança de mentalidades.

ou psicológico, ou se as mães estiverem a amamentar. «Não nos podemos esquecer nunca do bem-estar do bebé», sublinha o diretor clínico do IPCP. Luísa Magalhães Ramos alerta ainda que as mulheres que desejem engravidar novamente devem esperar para fazer a cirurgia e que as fumadoras «devem fazer cessação tabágica pelo menos um mês antes da data da cirurgia». Embora possa ser realizado por qualquer mulher, salvo as exceções já referidas, maioritariamente quem realiza este procedimento encontra-se na faixa dos 35 aos 45 anos.

Cuidados no pós-operatório A duração do pós-cirúrgico, de vigilância, repouso e cuidados específicos varia de acordo com a cirurgia realizada e consoante a recuperação de cada pessoa, «pois não somos todos iguais», ressalva o fundador do IPCP, adiantando que pode variar entre os 5 e os 20 dias em média. Em relação aos cuidados pós-operatórios, Luísa Magalhães Ramos defende que, «no início, é importante ter bastante apoio em casa, sobretudo se considerarmos que a maioria das mulheres que realiza esta cirurgia tem filhos pequenos, que necessitam de bastante aten32

ção e que implicam também esforços físicos (pegar ao colo, colocar nas cadeirinhas, etc.)». É também muito importante seguir todas as recomendações médicas e aderir à terapêutica. Para além disso, as drenagens linfáticas no período pós-operatório e a massagem e tratamento de cicatrizes, mais tardiamente, são muito importantes para se obter o melhor resultado possível, advoga a cirurgiã plástica.

Facilidades de pagamento Já em relação ao custo de um procedimento de mommy makeover, «não podemos propriamente falar em custo médio, mas sim em intervalos de valores porque as variáveis são muitas, (o leque de opções cirúrgicas é muito grande), a duração e dificuldade, as técnicas a aplicar envolvidas, se pode ser efetuado em ambulatório ou se exige internamento, o tipo de anestesia, entre outras», esclarece Tiago Baptista Fernandes. Se no caso da clínica da cirurgiã Luísa Magalhães Ramos preferem «fornecer orçamentos a quem nos contacta diretamente», no IPCP os custos podem variar entre os dois mil e os dez mil euros, em média, havendo «planos de financiamento mediante análise de risco, mas a prática normal é o pagamento da totalidade».

«Desde a década de 50 que, em Portugal, se recorre à Cirurgia Plástica Estética para subir os níveis de felicidade, competitividade e consequentemente de produtividade», considera Tiago Baptista Fernandes, frisando que «a procura pela Cirurgia Estética tem vindo a aumentar exponencialmente, em busca de uma aceitação maior por parte da sociedade e do próprio». O diretor clínico do Instituto Português de Cirurgia Plástica afiança que «só quem não “vive na pele” de quem sente como a modificação do corpo afeta a mulher a todos os níveis (físico, psicológico, familiar, sexual e social), baixando assim a sua autoestima, felicidade e prazer em viver, poderá alguma vez pensar que é fútil». A experiência de Luísa Magalhães Ramos também lhe confere uma perceção semelhante, afiançando que «as mulheres mais jovens, na sua maioria, encaram com naturalidade recorrer à cirurgia plástica quando algum ponto as incomoda, o que não quer dizer que achem que é a primeira opção. Muitas, antes de recorrer à cirurgia plástica tentam mudanças do estilo de vida através de uma alimentação mais saudável, exercício físico, exercícios próprios para recuperação pós-parto, etc. e a meu ver, é assim que deve ser. Só se deve recorrer à cirurgia plástica depois de se tentar resolver o problema de outras formas. Claro que há situações que nunca seriam passíveis de correção sem cirurgia e nestas situações é fundamental o diagnóstico do cirurgião plástico».



Cuidar do cuidador Ser cuidador é um dos maiores gestos de altruísmo que existe. No entanto, é igualmente desgastante emocional e fisicamente, daí que quem cuida também precisa de ser cuidado. As associações de doentes, ao conseguirem prestar algum apoio aos cuidadores, têm

dia a dia O Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006 revelava que 5,2 milhões de portugueses, ou seja, 54 por cento da população, sofriam de, pelo menos, uma doença crónica. Destes, cerca de 2,6 milhões, 29%, sofriam de duas ou mais patologias. Algumas doenças crónicas, pela sua gravidade ou pelo grau de incapacidade que conferem, não atingem só o doente, como, muitas vezes, o seu núcleo familiar. Não só pela preocupação e pelo receio que causam, mas porque é precisamente deste núcleo que surge, frequentemente, a figura do cuidador. Ser cuidador é um ato de coragem e de altruísmo pois, no fundo, coloca-se em primeiro lugar a satisfação das necessidades daquele de quem se cuida, o doente. E, neste sentido, a pessoa que cuida esquece-se muitas vezes dela própria, aniquilando-se, de certo modo. O cuidador informal é, então, o indivíduo que assume como função a assistência a uma outra pessoa que, por várias razões, foi atingida por uma incapacidade, de grau variável, que não lhe permite cumprir, sem ajuda de outro, todos os atos necessários à sua existência enquanto ser humano.

O doente primeiro Ser cuidador é um “emprego” de 24 horas por dia, durante sete dias por semana. Vasco Lopes, de 76 anos, é cuidador, há 14 anos, da esposa, de 79 anos, que sofre da doença de Parkinson. «Não a posso deixar sozinha, pois ela tem tendência a cair», conta o cuidador. A vida do doente e do seu cuidador é preenchida muitas vezes por rotinas. Para o cuidador, o importante é conseguir o bem-estar daquele de quem ele cuida e, deste modo, alimentar, trocar de roupa e tratar da higiene pessoal do doente, são apenas algumas das tarefas da sua respon34

vindo a contribuir, pouco a pouco, para o combate do sentimento de solidão que muitas vezes estas pessoas experienciam.


sabilidade. Mas Vasco Lopes alerta para outra dessas funções, extremamente fundamental para a qualidade de vida de quem padece de uma doença: a toma da medicação. Todos os dias, várias vezes ao dia, dá injeções à mulher: «administro-lhe uma às 9 horas da manhã, sendo que a administração da próxima injeção está dependente dos sintomas que poderão surgir e, por isso, tanto pode ser às 11 horas como às 14 horas ou mais tarde». Até ao momento, refere que tem tido «saúde suficiente para cuidar dela», mas a sua preocupação é o dia de amanhã: «só Deus sabe quem irá primeiro e caso seja eu, vai ser complicado porque a reforma dela não chega para pagar um lar porque a despesa com medicamentos é muito elevada».

Desgaste emocional Daí que para Vasco Lopes, assim como para tantos outros cuidadores, se viva um dia de cada vez. De preferência, «com boa disposição, já que não nos podemos deixar absorver pelos problemas que vão surgindo diariamente», completa Fátima Campos, de 70 anos, cuidadora há 20 anos do marido, que também sofre da doença de Parkinson. Sendo esta uma das maneiras que Fátima Campos encontrou para lidar com a pressão psicológica de se ser cuidadora. O ato de cuidar de alguém acarreta um elevado desgaste emocional e, por isso, é «fundamental que os cuidadores reservem uma parte do dia (mesmo que sejam apenas alguns minutos) para fazerem algo de que gostem, como forma de se abstraírem das dificuldades do dia-a-dia e recuperarem algumas forças para a prestação de cuidados», aconselha Ana Margarida Cavaleiro, diretora do departamento de Formação e Projetos da Associação Alzheimer Portugal, acrescentando que «nem sempre é fácil conseguir encontrar este espaço de descanso, mas é muito importante que o façam, sob pena de se tornar demasiado difícil continuar a prestar cuidados».

Desafios e batalhas Quer esteja em questão um doente com Parkinson, com cancro, com uma demência (como a doença de Alzheimer), que tenha sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) ou com qualquer outra patologia que o impeça de fazer o seu dia-a-dia sem o apoio de alguém, há desafios e batalhas que os seus cuidadores enfrentam todos dias que são semelhantes. Uma dessas “batalhas” é travada entre o cuidador e o próprio doente. Vasco Lopes refere que

A doença crónica na Farmácia As farmácias têm-se vindo a assumir como polos de apoio aos doentes crónicos e aos seus cuidadores, graças aos serviços que disponibilizam, nomeadamente, como aponta a farmacêutica Ângela Pinto, da Farmácia Paula Santos, em Pêra, a consulta farmacêutica, o acompanhamento farmacoterapêutico, a preparação individualizada da medicação (PIM), a nutrição e o pé do diabético. A farmacêutica explica que «a crescente complexidade dos regimes terapêuticos a que temos vindo a assistir, muito por causa do aumento da esperança média de vida e consequente aumento do número de doenças crónicas concomitantes, impõe ao farmacêutico uma atitude de constante vigilância da efetividade e segurança da terapêutica instituída aos seus doentes». Assim sendo, a intervenção farmacêutica no doente crónico vai «desde a dispensa ativa (aconselhamento quanto à forma de tomar o medicamento e cuidados a adotar) à monitorização contínua do processo de uso do medicamento (por exemplo, adesão à terapêutica, toma correta) e alcance dos objetivos terapêuticos definidos», indica Ângela Pinto. Para além dos benefícios para o doente decorrentes da adesão a estes serviços disponibilizados nas farmácias, para os cuidadores, as principais vantagens prendem-se com «o melhor controlo das patologias crónicas inerentes à intervenção farmacêutica. Tal conduz à minimização das intercorrências hospitalares e prevenção/atraso das complicações associadas, nomeadamente eventos cardiovasculares como o AVC e o enfarte agudo do miocárdio (EAM)», explica a farmacêutica. O melhor controlo da doença é sinónimo de que «a qualidade de vida do doente tende a melhorar o que, naturalmente, beneficiará também o cuidador», continua Ângela Pinto, acrescentando que, «deste modo, os cuidadores devem sentir-se apoiados pela Farmácia, pelos seus profissionais e por todos os serviços que a Farmácia disponibiliza».

a esposa «muitas vezes não quer sair de casa por causa da doença». E esta situação traduz um dos grandes desafios de quem cuida, que é lidar, como salienta Fátima Campos, com o «desinteresse e alheamento dos doentes por tudo aquilo que os rodeia». Situações complicadas para o cuidador, que o obriga a conseguir encontrar maneiras «de “dar a volta” ao doente para este fazer o que se pretende», refere a cuidadora. Mas as preocupações não ficam por aqui e também não são poucas, olhando, por exemplo, para as demências, mas com a noção de que muitas destas preocupações são transversais a outras doenças incapacitantes, assim que surgem os primeiros sinais os cuidadores são invadidos por questões inquietantes como: «onde obter um diagnóstico para perceber o que se está a passar, como lidar com a pessoa com demência, que apoios existem, onde recorrer quando têm dúvidas, quem os pode ouvir, o que são as demências, como evoluem e quais os sintomas e que mundo novo é este?», elucida Ana Margarida Cavaleiro.

Em busca de ajuda Haverá momentos, quando o cansaço e o desgaste emocional começarem a ganhar terreno, em que o cuidador vai vacilar e achar que não está à altura do desafio. São sobretudo nestas ocasiões que poderão ocorrer «o isolamento dos cuidadores, as dificuldades em encontrar apoios, assim como surgir a necessidade de terem formação», alerta a diretora do departamento de Formação e Projetos. Mas é importante saberem que não estão sozinhos, neste campo as associações de doentes têm vindo a assumir um papel fundamental. Por exemplo, como informa Ana Margarida Cavaleiro, na Alzheimer Portugal, podem-se «encontrar serviços que tentam responder às necessidades dos cuidadores, como a formação, pois é imprescindível que estes recebam formação sobre como devem agir com as pessoas com demência nas mais variadas áreas de sintomatologia».

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cuide aqui da sua saúde

Disfunção Erétil Menos tabus, Mais informação A disfunção erétil (DE), que em Portugal afeta cerca 500 mil homens, pode surgir em qualquer idade, sendo que a sua incidência aumenta com o envelhecimento. No entanto, a DE não é um processo natural do envelhecimento, podendo ser um sintoma de um problema de saúde mais grave.

Maria Luísa Teixeira, Farmacêutica

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A disfunção erétil (DE), vulgarmente conhecida como impotência sexual, é a incapacidade persistente em atingir e manter ereção suficiente que permita um desempenho sexual satisfatório. Embora se trate de uma doença benigna, afeta a saúde física e psicossocial, apresentando um impacto significativo na qualidade de vida do doente. Todos os indivíduos com sintomas de DE devem falar com o seu médico e com o seu farmacêutico, para que seja feito um correto diagnóstico, tratamento e acompanhamento. A saúde sexual não é um tabu para os profissionais de saúde, não hesite em falar abertamente sobre este assunto nas consultas médicas e nas visitas à farmácia! A ereção resulta de um processo complexo envolvendo o cérebro, hormonas, nervos da zona pélvica e vasos sanguíneos que irrigam o pénis. Na presença de estímulo sexual ocorre um aumento do fluxo sanguíneo ao pénis assim como uma diminuição da drenagem, que conduz à ereção. As causas mais comuns de DE incluem doenças, tais como doença cardíaca, diabetes, obesidade, hipertensão arterial, tabagismo, alcoolismo crónico, a toma de certos medicamentos, entre outras. As causas psicológicas da DE representam 10 a 20% dos casos e incluem depressão, ansiedade, stress e/ou cansaço.

Prevenção A adoção de estilos de vida saudáveis, a correção e controlo das doenças crónicas associadas (ex.: ansiedade, depressão, hipertensão arterial, colesterol elevado no sangue, doenças renais, doenças cardiovasculares), assim como a correção de hábitos tabágicos, alcoólicos e medicamentosos diminui significativamente a probabilidade de desenvolver DE. A mudança de estilos de vida constitui um desafio diário que requer determinação e foco. As Farmácias Holon dispõem de serviços de Nutrição e Cessação Tabágica, que poderão apoiar nesta mudança.

Como tratar? Atualmente existem uma série de medidas terapêuticas, tanto farmacológicas como não farmacológicas, disponíveis para o tratamento da DE. O tratamento mais adequado dependerá sempre da(s) causa(s) e da severidade da DE contrapostas às expectativas do indivíduo.

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Alteração do estilo de vida Optar por uma alimentação saudável, praticar exercício físico regular, deixar de fumar ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas são medidas simples que podem ter um impacto significativamente positivo na saúde sexual dos indivíduos. Por vezes, a adoção de um estilo de vida saudável é suficiente para recuperar totalmente a saúde sexual. Conversar com o(a) parceiro(a) sobre este problema de saúde pode ajudar a reduzir o stress e a encontrar novas formas de intimidade até que o desempenho sexual melhore.

Sabia que indicação do Viagra® para a DE foi descoberta por acaso? Aquando da sua descoberta, o Viagra® começou por ser testado para o tratamento da angina (uma situação cardíaca que resulta da constrição dos vasos sanguíneos que irrigam o coração). Apesar de os resultados clínicos para esta indicação não serem animadores, este fármaco revelou um curioso efeito adverso: os indivíduos em estudo desenvolviam ereções consequentes à toma do fármaco. Este facto motivou o reposicionamento da investigação e o desenvolvimento do Viagra®, que se viria a tornar um dos medicamentos mais famosos da Indústria Farmacêutica.

Medicação Os comprimidos (uso oral) utilizados na DE são normalmente medicamentos que requerem receita médica para serem dispensados na farmácia, uma vez que a instituição desta medicação carece sempre de uma avaliação médica prévia. Estes fármacos, que devem ser tomados antes da relação sexual, atuam através do aumento do fluxo sanguíneo para o pénis, permitindo atingir uma ereção quando há estímulo sexual. Existe também a possibilidade de fazer a reposição hormonal, quando os doentes apresentam valores baixos de testosterona plasmática, sendo estes medicamentos veiculados através de sistemas adesivos. Por fim, a injeção de hormonas diretamente no pénis permite o relaxamento do músculo, aumentando o fluxo sanguíneo e tornando-o ereto. É importante salientar que a associação de medicamentos na DE está desaconselhada, uma vez que reações adversas podem surgir com maior frequência (nomeadamente pénis ereto que não retorna ao seu estado flácido na ausência de estimulação sexual e que pode conduzir a DE definitiva).

Cirurgia A cirurgia é aplicada num conjunto restrito de doentes com DE após avaliação médica especializada. Das diversas intervenções cirúrgicas possíveis nesta doença, destacam-se: a implantação de dispositivos para provocar a ereção, a reconstrução das artérias para aumentar o fluxo sanguíneo para o pénis ou o bloqueio das veias que provocam a saída do sangue do pénis.

Bomba de vácuo Indicada nos doentes com contraindicação específica para a medicação oral, a bomba de vácuo deve ser colocada no pénis sempre que se pretender ter uma relação sexual, uma vez que esta puxa o sangue para o pénis, tornando-o ereto.

Atenção aos suplementos A utilização de suplementos alimentares à base de plantas e de infusões de plantas para o tratamento da DE (bem como de qualquer outra doença) é controversa, uma vez que a sua eficácia e segurança nem sempre é devidamente investigada. Além disso, a qualidade pode não estar assegurada, uma vez que estas preparações não têm a obrigação de cumprir os exigentes critérios de

qualidade que se verificam nos medicamentos. Estes suplementos de venda livre, que não são comercializados nas farmácias, estão facilmente acessíveis aos indivíduos, favorecendo o seu consumo inadequado e sem o devido aconselhamento por parte de um profissional de saúde. Como consequência poderão surgir outros problemas de saúde e interações clinicamente relevantes com os medicamentos. Assim, antes de iniciar a toma de qualquer tipo de suplemento de venda livre, é fundamental procurar o aconselhamento de um profissional de saúde. A saúde sexual não é um tabu para os profissionais de saúde, não hesite em falar abertamente sobre este assunto nas consultas médicas e nas visitas à farmácia!

Referências bibliográficas: http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/8466118.stm; https://www.infarmed.pt/ prontuario/frameprimeiracapitulos.html; http://www.vitalhealth.pt/homem2/ entrevistahomem/275-500-mil-portugueses-tem-disfuncao-eretil; http://www.spandrologia.pt/?pid=33#disfuncao_erectil; https://www.saudedehomem.pt/factos-sobre-disfuncao-eretil; http://www.healthline.com/health-slideshow/erectile-dysfunction-foods-diet#9.

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Dê a volta à depressão através da alimentação Uma alimentação saudável e equilibrada pode ser a chave

VIVA MAIS

para se atingir o equilíbrio emocional, ajudando a recuperar de depressões e a prevenir o seu aparecimento. Atualmente, devido ao contexto socioeconómico marcado pelo agravamento das condições de vida, a incidência de perturbações do foro mental tem vindo a aumentar. Segundo a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), ¼ dos portugueses sofre ou já sofreu de depressão e 65% conhece alguém que já foi vítima da mesma patologia.

Lisa Gonçalves, Dietista

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Nídia Rodrigues, Dietista

Segundo a OMS, a depressão é uma doença do foro mental, que se carateriza por um estado de humor deprimido, perda de interesse ou prazer pelas atividades diárias, sentimentos de culpa ou baixa autoestima, distúrbios do sono e do apetite e falta de energia e concentração. Estes sentimentos podem tornar-se crónicos

ou recorrentes incapacitando os indivíduos de cuidar das suas responsabilidades diárias. Não existe uma causa única para a depressão. Esta parece estar relacionada com uma combinação de fatores biológicos, sociais e psicológicos. O estilo de vida e os hábitos instituídos na rotina diária contribuem para gerar situações que potenciam os estados de depressão e ansiedade. Neste sentido, a adoção de uma alimentação saudável e equilibrada, que permita incluir os nutrientes essenciais ao equilíbrio emocional em associação com a prática de atividade física


regular, auxilia no processo de recuperação da depressão, bem como pode mesmo prevenir o seu aparecimento. As células nervosas (neurónios) são responsáveis pela regulação do comportamento e das funções corporais. Para isso, elas enviam informação de uma célula para a outra através de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores. O funcionamento bem-sucedido do sistema nervoso depende da libertação de quantidades suficientes de neurotransmissores, entre os quais serotonina, dopamina, noradrenalina e acetilcolina. Ao combinar a prática de atividade física com a ingestão de alimentos que aumentam a produção dos neurotransmissores, contribuímos para um bom funcionamento cerebral. O mais estudado é a serotonina. Trata-se do neurotransmissor responsável pela regulação do humor, sono, atividade sexual, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade à dor, movimentos e funções cognitivas. A sua produção pode ser aumentada com o consumo de alimentos ricos no aminoácido triptofano, vitamina B6 e magnésio, bem como de hidratos de carbono complexos. Se houver uma baixa ingestão destes nutrientes, a produção de serotonina fica comprometida, contribuindo para os estados depressivos. É também importante evitar ficar muitas horas sem comer, pois ocorre uma redução dos níveis de açúcar (glicose) no sangue, o que afeta negativamente os níveis de serotonina. O ideal é fazer em média, 5 a 6 refeições por dia: pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia, de modo a manter os níveis de açúcar constantes. Além disso, deve-se reduzir o consumo de açúcares refinados (doces, bolos, pão branco, bolachas, açúcar de mesa, outros), preferindo as variantes integrais, e assegurar uma ingestão adequada de fruta, produtos hortícolas, peixe, carnes brancas, ovos e leguminosas (feijão, grão, lentilhas, outros) de modo a obter os nutrientes essenciais para o cérebro. Alguns alimentos, pela sua composição nutricional, ajudam a melhorar o humor:

Aveia Cereal que contém altas doses de triptofano. Além do aminoácido que auxilia o organismo a libertar a serotonina, também tem bons níveis de selénio, que colabora para a produção de energia. É uma boa opção para o pequeno-

-almoço ou para um lanche, juntamente com iogurte ou leite magro.

Banana Contém três substâncias que auxiliam o humor: os hidratos de carbono (frutose), magnésio e a vitamina B6 que estimulam a produção de serotonina. É ótima como opção de lanche rápido.

Brócolos Rico em ácido fólico, que é importante para a libertação da serotonina. Além de garantir o bom humor, renova as células e previne defeitos no sistema nervoso dos fetos, portanto é essencial para as gestantes. Inclua-os na sopa ou como acompanhamento do prato ao almoço e jantar!

Espinafres e hortaliças de folha verde escura Têm efeito antidepressivo por serem ricos em magnésio – que atua na produção de energia, potássio e vitaminas A, C e do complexo B, que ajudam a manter o sistema nervoso em equilíbrio.

Frutos Oleaginosos e Sementes São exemplo as nozes, castanhas, amêndoas, cajus, avelãs, sementes de abóbora e de girassol. São ricas em ácido fólico, zinco, magnésio, selénio e também em triptofano. Além de auxiliarem na manutenção do bom humor, também ajudam a melhorar a qualidade do sono. Constituem um ótimo snack para meio da manhã ou da tarde.

As sementes de chia e linhaça são ricas em ómega 3, que está associado a um melhor controlo das emoções, ansiedade, perturbações do sono e disfunção sexual.

Leite e derivados Produzem um efeito relaxante em toda a musculatura graças ao triptofano, que é precursor da serotonina. Além disso, são fontes de vitamina B12, que têm um papel importante na transmissão dos impulsos nervosos. Para quem é intolerante à lactose ou à caseína (proteína do leite), pode optar pela bebida de soja, preferencialmente enriquecido em cálcio, vitamina B12 e vitamina D.

Pimenta A sensação de ardência é provocada pela capsaicina – substância presente na pimenta – e faz com que o cérebro produza mais endorfina, neurotransmissor responsável pela sensação de euforia. A pimenta-de-cheiro, a vermelha e a malagueta são as melhores para o humor.

Chocolate Preto Além do açúcar, contém tirosina – um aminoácido que estimula a produção de dopamina – e minerais importantes como o cobre, manganês e magnésio (nutriente que fica em falta no período pré-menstrual). Dispara a produção de endorfina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pelo relaxamento. Os mais recomendados são os com 70% de teor de cacau pelo alto poder antioxidante. No entanto consuma-o com moderação, devido ao seu elevado valor calórico. Inclua estes alimentos na sua alimentação diária e dê a volta à depressão! 41


VIVA MAIS

Tai chi: A arte marcial que ajuda a cuidar da saúde Coreografias graciosas, ao ritmo de respirações lentas e profundas. Assim se caracteriza a prática moderna do tai chi, uma arte marcial chinesa com cerca de 700 anos, que atualmente cativa milhões de pessoas em todo o mundo. Criado como um método de defesa pessoal para ser aplicado em combates, o tai chi popularizou-se mais recentemente como uma prática terapêutica que visa proporcionar bemestar físico e mental aos seus praticantes. «Yang Chengfu abriu o tai chi para a comunidade em geral e simplificou-o, tornando-o numa espécie de ginástica e de uma atividade boa para a saúde», explica Luís Virgílio Cunha, professor de tai chi na Academia de Artes Orientais, em Lisboa, ao lembrar que nas primeiras décadas do século XX o alcance e os propósitos desta arte marcial foram alargados.

Benefícios para a saúde As sequências de tai chi, realizadas com o corpo corretamente alinhado, são muitas vezes inspiradas no chi kung - disciplina caracterizada por um conjunto de exercícios físicos e mentais utilizados na medicina tradicional chinesa - trazendo inúmeros benefícios para a saúde. Fortalecimento dos ossos, aumento do equilíbrio, da flexibilidade e da coordenação, redução das pulsações e da pressão arterial, alívio das dores e diminuição do stress são algumas das vantagens associadas à prática de tai chi, apontadas pela American Tai Chi and Qigong Association (ATCQA). Esta arte marcial pode, por isso, ajudar no tratamento e prevenção de inúmeras doenças, 42

nomeadamente cardiovasculares, ortopédicas e do foro psíquico. As particularidades do tai chi tornam-no acessível a todas as pessoas, podendo ser praticado por indivíduos de qualquer faixa etária, inclusivamente idosos. Para Luís Virgílio Cunha, quem se entrega ao tai chi basta «ter perseverança e querer treinar a paciência». Apesar de incentivar ao relaxamento e à ausência do uso da força, esta é uma arte marcial exigente. Nas aulas de tai chi o corpo deve estar descontraído mas não pode deixar-se dominar pela preguiça, caso contrário os exercícios serão mal executados e não irão produzir os efeitos esperados. «É preciso aprender a usar os movimentos para fortalecer e desenvolver o corpo: os ossos, os tendões, as articulações e os órgãos internos», explica Luís Virgílio Cunha. «É necessário fazer (os exercícios) com consciência», acrescenta o professor de tai chi. Para além dos benefícios para a saúde física e mental, quem pratica esta arte marcial chinesa muitas vezes entra num processo de autodescoberta, tomando consciência das suas dificuldades e limitações e tornando-se num indivíduo mais tolerante em relação aos outros. «Esta disciplina é um tesouro que encerra métodos que nos fazem desenvolver capacidades humanas», conclui o professor Luís Virgílio Cunha.

Tai chi na terceira idade Ao contrário do que acontece noutras artes marciais como o karaté ou o kung fu, a prática de tai chi não exige grande esforço e não é agressiva para o corpo dificilmente se contraem lesões durante os exercícios. Devido à delicadeza dos movimentos, muitos consideram que esta modalidade é particularmente indicada para a população mais idosa. São inúmeras as vantagens para a saúde associadas à prática de tai chi, entre elas a melhoria do equilíbrio, que pode prevenir a ocorrência de quedas, muito comuns nos idosos e que geralmente provocam lesões graves e de difícil tratamento. Apesar de todos os benefícios associados ao tai chi, antes de se iniciar a prática desta arte marcial recomenda-se à população idosa a consulta de um médico.



VIVA MAIS

Receita Saudável Pudim de pão e banana (8 porções) As escolhas que faz à mesa podem condicionar a forma como se sente. Se se sente irritado, stressado, ansioso ou deprimido, pode não estar a fazer a alimentação mais correta. Para tentar evitar estes estados menos bons, poderá ser boa ideia assegurar o consumo de determinados alimentos, tais como, carnes magras, peixe, ovos, laticínios magros, frutos secos e sementes, soja, bananas, kiwi, citrinos, cereais integrais e vegetais de folha verde. Assim, deixamos uma receita para o ajudar. 44

Valores nutricionais porção (200gr) Energia (kcal)

Proteínas (g)

Gorduras (g)

Hidratos de carbono (g)

Fibra (g)

237

8

5

41

6

Ingredientes: 300g de pão integral do dia anterior 2 ovos 1 colher de sopa de creme vegetal 1 colher de sobremesa de essência de baunilha 50g de açúcar mascavado 500ml de leite magro ou bebida de soja 4 bananas Creme vegetal para untar Açúcar, canela e flocos de aveia q.b. Modo de Preparação: Ligue o forno a 180ºC. Barre uma forma tipo bolo inglês com creme vegetal e polvilhe com açúcar e canela e reserve. Corte o pão em pequenos pedaços e coloque-os na forma untada. Descasque as bananas, corte-as em rodelas grossas e junte ao pão, de forma salteada. Entretanto, misture os ovos com o leite, o creme vegetal, o açúcar e a baunilha. Deite o preparado sobre o pão e as bananas e aguarde até que ensope bem. Polvilhe com açúcar, canela e flocos de aveia e leve ao forno durante 45 minutos. Retire, deixe arrefecer e sirva.

Banana A banana é uma fruta muito completa, rica em fibras, potássio, fósforo e magnésio. É ainda uma boa fonte de hidratos de carbono, que nos fornecem energia de forma imediata. Devido a isso a banana é uma das frutas mais calóricas, 1 banana (150g) fornece 140kcal, no entanto, deve ser consumida pelas suas vantagens nutricionais. Ao ser rica em potássio e magnésio, ela desempenha um papel importante na regulação da tensão arterial, no equilíbrio dos fluidos do corpo e no funcionamento muscular, prevenindo cãibras. Além disso, é uma importante fonte de triptofano, ácido fólico e vitamina B6, substâncias fundamentais no processo de síntese da serotonina, hormona responsável pelo bom humor e sensação de bem-estar.



BARRAL DERMAPROTECT® Barral DermaProtect® Creme de Banho Dermatológico foi desenvolvido para responder às exigências da pele seca e sensível, com tendência para irritações. Contribui para diminuir a secura da pele graças à presença de óleos vegetais puros que hidratam em profundidade, atenuando as irritações e o desconforto cutâneo. Sem sabão. Disponível em frasco doseador de 500ml e 1000ml.

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46

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REZITOP Rezitop é um dispositivo médico com ectoína 2%, em frasco multidose contendo 20 ml de solução. Está indicado para o tratamento e prevenção dos sintomas de rinite alérgica (ex: alergia ao pólen) e facilita a regeneração da mucosa nasal sensível. Rezitop não contém conservantes e é muito bem tolerado pelo que poderá ser utilizado em crianças, bebés e recém-nascidos. A ectoína tem propriedades de redução da inflamação, hidrata a mucosa nasal e ajuda a regenerar a mucosa nasal sensível. Modo de utilização: recomenda-se 1 a 2 aplicações em cada narina várias vezes ao dia, salvo indicação médica em contrário.

FDC VITA D APANHE SOL O ANO INTEIRO. UMA VEZ POR DIA À REFEIÇÃO. Em Portugal temos a ideia de que apanhamos sol o ano inteiro. Mas de casa para o carro, de carro para o escritório, com almoço no centro comercial e regresso à casa já de noite, não se apanha sol. O que nos coloca entre os «mil milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem de falta de vitamina D».1 Os últimos estudos científicos indicam que o sol faz muito mais pela saúde que apenas ajudar o desenvolvimento dos ossos e dentes, e atuar no sistema imunitário, no coração e cérebro. Apenas um comprimido por dia de FDC Vita D garante a dosagem ideal da “vitamina do sol” para o seu bem-estar, todo o ano. 1

Revista Visão, nº 1030

Avisos e precauções: Rezitop não deve ser utilizado após cirurgias nasais, em lesões do nariz e no caso de alergia (hipersensibilidade) à ectoína ou a qualquer um dos componentes da formulação. Rezitop deve ser imediatamente descontinuado em caso de reação alérgica. Por razões de higiene cada frasco de spray nasal deverá ser utilizado apenas por uma pessoa. Rezitop deverá ser utilizado no prazo de 6 semanas após a primeira abertura do frasco. Leia atentamente a rotulagem e as instruções de utilização Laboratório Edol - Produtos Farmacêuticos SA. Av. 25 de Abril, 6-6A 2795-225 Linda-a-Velha Portugal NIF:507072642 Fabricante: bitop AG , Stockumer Str. 28 58453 Witten, Alemanha DMK REZ 03/15 fev. 15



saúde digital

Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (ADEB) www.adeb.pt A Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (ADEB) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que presta auxílio a pessoas com a doença unipolar e bipolar. A ADEB disponibiliza junto dos seus associados um conjunto de serviços, para melhorar a sua saúde e a sua qualidade de vida e promover os seus direitos. No website da associação, é possível saber mais sobre depressão e bipolaridade através da consulta de desdobráveis e guias, que descrevem, de uma forma generalizada, estas duas doenças mentais e da leitura da “Revista Bipolar”, uma publicação semestral editada pela associação, que divulga investigações sobre estas mesmas patologias e testemunhos de doentes e familiares.

Portal da Saúde www.portaldasaude.pt O Portal da Saúde é uma plataforma online da responsabilidade do Ministério da Saúde que reúne informações relevantes e úteis para os utentes. Legislação, enciclopédias da saúde e seleção de notícias sobre o setor são alguns dos conteúdos disponíveis no portal. Questões que por vezes suscitam algumas dúvidas, como a marcação de consultas, saúde em viagem, vacinação ou direitos e deveres do utente, também podem ser esclarecidas, a partir da consulta de informação presente no website. O portal permite ainda que o utente pesquise serviços de saúde, farmácias, medicamentos e publicações científicas de interesse público.

Escreva-nos, 48

dê-nos a sua opinião e sugestões para o e-mail: revistah@grupo-holon.pt


Olhar Psicologia para todos A Olhar – Associação pela Prevenção e Apoio à Saúde Mental tem

atuar

como missão tornar a psicologia acessível a todos. Um trabalho que se tem revelado «compensador». Em Portugal, a realidade é «promotora e desencadeadora de situações que estão a destruturar e desorganizar as vidas, criando na área da doença mental um aumento infeliz que terá consequências práticas altamente penalizantes, nos tempos próximos», avisa Carlos Céu e Silva, psicólogo clínico, presidente e fundador da Olhar – Associação pela Prevenção e Apoio à Saúde Mental. Neste sentido, a instabilidade perante o futuro, assim como «a falta de um “sentimento” de proteção do Estado, em relação à justiça e à saúde, o confronto com empregos instáveis e com remunerações abaixo do digno, aliados a uma crise universal de valores, onde tudo está a ser posto em causa, e porque o ser humano não está preparado para assumir bruscamente tantas mudanças internas, é óbvio que a doença mental, nomeadamente a depressão, comportamentos aditivos vários, o stress e a ansiedade, entre outras, vão conquistando terrenos cada vez maiores e difíceis de serem dominados», revela o responsável da Olhar.

Mais de 45 mil consultas É neste contexto que a associação se move, «proporcionando um modelo de assistência psicológica virada para a comunidade, onde a resposta técnica é de qualidade, através de uma equipa experiente, e cujos preços apresentam uma responsabilidade social», indica o presidente. A associação, que já conta com doze anos, tem no seu currículo mais de 45.000 consultas realizadas. O que demonstra que tem conseguido cumprir o seu principal objetivo: «levar a psicologia e o seu trabalho tão variado a toda a população, abrangendo todas as faixas etárias e realidades».

Quase todos os domínios A Olhar é constituída por uma equipa de 25 técnicos e atua em quase todos os domínios da psicologia. No respeitante à psicologia clínica, «através de

um trabalho de psicoterapia e em avaliações», explica Carlos Céu e Silva, acrescentando que, na área educacional desenvolve «um trabalho de orientação, motivação ou organização em crianças ou jovens». Porém, na associação também se atua ao nível da terapia familiar, da neuropsicologia e ainda da terapia da fala. E, em paralelo, desenvolve-se «um trabalho de formação, para diferentes públicos; editou-se uma coleção – Olhares - que visa reunir em torno de diferentes temas, contributos de colaboradores com as mais variadas experiências; e tem-se bancas promocionais, cujo objetivo é dar a conhecer a Olhar, o seu trabalho e responder a todas as dúvidas que o cidadão comum possa ter sobre a psicologia», salienta o psicólogo.

Trabalho compensador O trabalho levado a cabo pela associação tem sido «compensador», pois, explica o presidente, a Olhar «surgiu para preencher uma lacuna real que existia na nossa sociedade relativamente à assistência na área da psicologia, dado que, na altura, para além do trabalho nos centros de saúde, era no privado que estava a alternativa». No entanto, os valores praticados neste setor representam um problema, uma vez que «são na generalidade manifestamente altos para a maior parte dos portugueses». Deste modo, através da Olhar, foi possível prestar «um serviço de qualidade a preços reduzidos», sendo que, revela Carlos Céu e Silva, «orgulhamo-nos do grau de satisfação que temos proporcionado aos nossos utentes, pois até hoje, nunca tivemos uma reclamação com proporções desagradáveis». Quanto ao futuro, «o nosso maior desafio é divulgar ainda mais o nosso trabalho e, fundamentalmente, continuar a transmitir esta imagem da Olhar, que é manter-se disponível em poder receber quem a procura, sem demora e com um profissionalismo consciente», conclui o psicólogo. 49


breves

O exercício físico evita

Teste de sangue determina

EMA: Número histórico

depressão por stress

o melhor método

de recomendações para

para deixar de fumar

aprovação de fármacos

Um estudo realizado por investigadores da Universidade da Pensilvânia e publicado na Lancet Respiratory Medecine concluiu que um teste de sangue pode ser a chave para a escolha do melhor método para cada fumador abandonar o vício. Através de um teste de sangue é possível verificar a velocidade a que um fumador metaboliza a nicotina, uma informação que permite determinar um método de tratamento mais adequado, de acordo com as informações do estudo, avançadas pelo Diário de Notícias. Durante o ensaio clínico, que contou com a participação de 1.246 pessoas, os investigadores constataram que para os indivíduos com metabolismos que processam a nicotina mais depressa, o medicamento vareniclina era mais eficaz durante o processo de deixar de fumar, do que os adesivos de nicotina. Por sua vez, as pessoas com metabolismos mais lentos beneficiam mais do uso de adesivos.

Em 2014, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou a autorização de comercialização do maior número de fármacos órfãos num ano. Dos 82 medicamentos para uso humano recomendados em 2014, 17 destinavam-se ao tratamento de doenças raras, e a sua autorização veio proporcionar terapias a pacientes que geralmente têm poucas ou nenhumas opções, revelou a entidade em comunicado. Entre eles está o primeiro medicamento para o tratamento de distrofia muscular de Duchenne (Translarna), bem como o primeiro tratamento para a protoporfíria eritropoiética, uma doença genética rara que provoca intolerância à luz (Scenesse).

Apesar de ser conhecido o efeito benéfico do exercício físico no tratamento e prevenção da depressão, o mecanismo pelo qual se verifica este efeito protetor não está totalmente esclarecido. Recentemente, uma equipa de investigadores do Instituto de Karolinska, em Estocolmo, concluiu que a prática de exercício físico aumenta os níveis de uma proteína dos músculos (a PGC-1 a1) que permite evitar e tratar a depressão, uma vez que protege o cérebro do efeito nocivo da quinurenina (molécula associada a comportamentos depressivos gerados pelo stress). Esta investigação, de acordo com o portal Sapo, poderá levar à criação de uma nova classe de medicamentos antidepressivos que atuem nos músculos.

Portugal é o segundo país no Mundo com maior taxa de utilização de contracetivos As estatísticas da Kaiser Family Foundation (instituição norte-americana que se dedica à análise de dados de saúde em todo o mundo) revelam que 87% das mulheres portuguesas em idade fértil recorre a contracetivos, sendo apenas superadas pelas norueguesas. Esta percentagem expressiva demonstra que Portugal implementou de forma exemplar a lei do Planeamento Familiar, aprovada há 30 anos, noticiou o Jornal de Notícias. A introdução de consultas e distribuição de contracetivos gratuitos nos centros de saúde permitiram ultrapassar países mais desenvolvidos. Apesar deste resultado positivo, os especialistas alertam para a importância das mulheres escolherem o método mais adequado.

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Estudo sugere que vapores do cigarro eletrónico são prejudiciais à saúde Um grupo de investigadores norte-americanos estudou os vapores dos cigarros eletrónicos e obteve resultados que sugerem que estes diminuem as defesas contra as infeções respiratórias e contêm compostos químicos nocivos para as células, segundo informações avançadas pelo Diário de Notícias. As conclusões desta investigação, liderada por Shyam Biswal da Universidade John Hopkins, foram publicadas na revista PLOS One. Estes dados vêm reforçar a ideia de que o cigarro eletrónico pode ser prejudicial à saúde, uma premissa sustentada por resultados científicos de investigações anteriores.




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