Revista H#14

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Índice EDItOrial

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Editorial

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Atualidade

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A segurança alimentar também está nas nossas mãos. Literalmente.

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Quando se fala em segurança alimentar, uma das perguntas que se impõe desde logo é: lava sempre as mãos antes de cozinhar? Se a sua resposta é não, saiba que, infelizmente, faz parte da maioria. É que segundo um estudo recente da Universidade Davis na Califórnia, 65% das pessoas não lava as mãos antes

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de preparar as refeições sendo que, mesmo quando as lavam, muitas vezes não o fazem devidamente, ou seja, com sabonete. Por outro lado e para piorar ainda mais o cenário, o mesmo estudo comprovou que apenas 10% das pessoas lavam as mãos durante o tempo mínimo recomendado (cerca de 20 segundos). Na verdade, toda esta falta de higiene leva muitas vezes a episódios de doenças causadas por bactérias,

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Opinião Não coma gato por lebre O que Dizem os Especialistas «Em Portugal desvaloriza-se o sono» Em Foco Segurança Alimentar “Da quinta para o prato, tornar os alimentos seguros”

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Trocado em Miúdos Dentro & Fora de Casa Pinta o desenho

Bebé e Mamã Bebé Chorar para comunicar Dia a Dia Autismo Uma perturbação neurológica misteriosa Cuide Aqui da sua Saúde Um desafio chamado glucose Viva Mais 40 A verdade sobre as oleaginosas 42 Crossfit Resultados mais rápidos e eficazes 44 Receita saudável

Um Dia Todas Serão Assim 14 Produtos Holon A qualidade e segurança ao seu serviço 15 Calendário & Ações Farmácias 16 Farmácia Pablo

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Cuidamos de Si 17 Pé diabético e amputação Uma realidade possível de evitar 20 Dermatite seborreica Saiba como atenuar os sintomas

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NOVIDADES

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Saúde Digital

H Júnior 25 Diverte-te

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Atuar Associação Portuguesa de Urologia Desmistificar o tabu Breves

vírus e algumas toxinas, onde nem sempre é fácil identificar a origem. Assim, dedicámos este número da revista H à segurança alimentar, uma vez que é muito importante saber precaver-nos e perceber como

Edição: Hollyfar – Marcas e Comunicação, Lda. – Rua Aquiles

evitar este tipo de problemas, seja na manipulação

Machado, nº 5F 1900-077 Lisboa

dos alimentos ou no armazenamento dos ingredientes

Coordenador Editorial: Maria João Costa Lobo (Holon) e Inês

antes de os cozinhar.

Marujo (Hollyfar) • Colaboram nesta edição: Ana Albernaz,

O grande objetivo que temos de atingir será conseguir

Andreia Cruz, Carmen Silva, Ana Luísa Pinto, Cláudia Carmona,

que estes cuidados de higiene sejam levados em

Maria Ana Faustino, Patrícia Parrinha e Susana Henriques • Fotografia: David Oitavem

conta e enraizados nos hábitos diários de todos. Para esse efeito, o Serviço de Nutrição Holon está à

Publicação bimestral • E-mail: revistah@farmaciasholon.pt

sua disposição para o ajudar a perceber e a pôr em

• Tiragem deste número: 30.000 exemplares • Os artigos

prática todos os processos importantes de prevenção,

assinados apenas veiculam a posição dos seus autores.

prestando ainda o melhor aconselhamento e dando

Layout: Series – Comunicação e Design, Lda. – Rua Rodrigues

dicas de segurança alimentar importantes. Lembre-se:

Sampaio, 31, 1º Dto. 1150-278 Lisboa; Site: www.series.

a segurança alimentar também está, literalmente, nas

com.pt • United Creative – Estrada da Luz nº 90, 10ºH 1600-160

suas mãos. Farmácias Holon, um dia todas serão assim! Miguel Goulão

Lisboa; Site: www.unitedcreative.com • Paginação: Helena Diretor: Miguel Goulão • Propriedade: Holon – Comunicação Global,

Freitas • Execução Gráfica: Finepaper – Rua do Crucifixo,

Unipessoal, Lda. • Capital Social: 5.000,00 euros • Órgãos Sociais:

86, 3º Dto. 1100-184 Lisboa; E-mail: info@finepaper.pt •

Pedro Miguel Domingues Pires e Nuno Alexandre Antunes Machado

Impressão e Acabamento: Lidergraf Sustainable Printing

(gerentes) • NIPC: 508025621 • Telefone: 219 666 100; E-mail:

– Rua do Galhano, 15 4480-089 Vila do Conde; Site: www.

geral@farmaciasholon.pt

lidergraf.pt • Número de Depósito Legal: 361265/13

Diretor da Revista 3


atualidade

Mulheres em vias de engravi-

Mais de metade das crianças

Linha do Sono ajuda

dar não devem beber álcool

portuguesas entre os

os portugueses a lidarem

6 e 12 anos não tem cáries

com insónias

O número de crianças com 6 anos sem cáries dentárias subiu de 33% para 54% entre 2000 e 2013. Uma evolução semelhante à registada nas crianças de 12 anos, em que 53% não tem nenhuma cárie dentária. Os valores descem quando se trata dos jovens com 18 anos: apenas 32,4% dos adolescentes não tem cáries. Estes dados, que resultam do III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 6, 12 e 18 anos, elaborado pela Direção-Geral da Saúde em parceria com a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), mostram uma evolução favorável nas várias faixas etárias até aos 18 anos. O secretário-geral da OMD e um dos autores do estudo, Paulo Melo, salientou que «os ganhos conseguidos são assinaláveis e resultam de um trabalho de colaboração entre a OMD e os Ministérios da Saúde e da Educação. A rede de escolas tem tido um papel decisivo nos resultados alcançados e é também por isso que temos de nos congratular com a abertura do Ministério da Saúde para alargar o programa cheque-dentista até aos 18 anos». Para além da redução de cáries dentárias, o estudo mostra uma evolução igualmente favorável no caso de dentes tratados e com menos dentes perdidos, sendo que esta melhoria da situação de saúde oral verificada nas crianças e jovens é transversal a todas as Regiões de Saúde de Portugal. O estudo mostra ainda que os hábitos básicos de higiene oral nas crianças e jovens estão a aumentar. Aos seis anos, 79% das crianças diz escovar os dentes todos os dias, aos 12 anos são quase 90% e aos 18 anos 96%. Para Paulo Melo, citado em comunicado, esta «aposta na prevenção e no tratamento precoce vai traduzir-se em enormes ganhos no futuro, ainda temos um caminho a percorrer, mas seguramente que não vamos ter daqui a 30 ou 40 anos um número de idosos desdentados tão elevado como temos agora. Menos doenças orais também significa mais saúde, porque a saúde oral não pode ser dissociada da saúde em geral».

Os portugueses com dificuldades em dormir dispõem agora de uma nova ajuda: uma linha de apoio telefónico para aconselhar sobre insónias. O serviço conta com a colaboração de dois psicólogos e tem como «grande objetivo melhorar a qualidade do sono dos portugueses», disse Filipa Jardim da Silva, da Oficina de Psicologia, promotora da iniciativa. A psicóloga explicou à TSF que o projeto nasceu na sequência de um estudo realizado no ano passado pela Oficina da Psicologia, segundo o qual 54% dos portugueses inquiridos revelou sentir-se cansado após uma noite de sono e cerca de 45% confessou não dormir bem devido ao stress, ansiedade ou depressão. O estudo mostrou ainda que só um em cada quatro portugueses se sente revigorado após uma noite de sono, enquanto 46% afirma que, em média, dorme apenas cinco a sete horas por dia; e 28% não dorme bem devido a problemas pessoais ou profissionais. De acordo com a psicóloga, cada vez mais se assiste a «problemas de saúde física e psicológica que decorrem de uma má rotina do sono ou de um sono com má qualidade», para os quais contribui o «ritmo frenético» do dia a dia das pessoas em que muitas vezes apenas lhes sobram quatro, cinco, seis horas para dormirem.

O Colégio de Obstetrícia e Ginecologia do Reino Unido aconselhou as mulheres que estão a tentar engravidar a não consumirem bebidas alcoólicas durante esse período, pois é a única forma de garantir que o bebé não é afetado pelo álcool. Segundo noticiou o Diário de Notícias, a instituição britânica explica que se o álcool for consumido quando a mulher está a tentar engravidar e durante os primeiros três meses de gestação, pode agravar-se o risco de aborto. Durante a gravidez o feto também pode ser prejudicado, uma vez que o álcool passa da mãe para a criança através da placenta. Philippa Marsden, do Colégio de Obstetrícia britânico, comentou que «durante os primeiros meses de gravidez, a abordagem mais segura é a abstenção. Depois do primeiro trimestre, é aconselhável não ultrapassar os limites recomendados se a mulher decidir beber álcool. O mesmo se aplica às mulheres que estão a amamentar». De acordo com os especialistas britânicos, após os três primeiros meses de gravidez, as mulheres podem beber apenas um ou dois copos de álcool mas até duas vezes por semana. No entanto, as opiniões divergem, visto que nos EUA, os médicos dizem que o consumo de álcool durante a gravidez não é seguro em nenhum momento da gestação. A ingestão de bebidas alcoólicas pode prejudicar o desenvolvimento do feto e aumentar o risco de ocorrência de nados-mortos ou partos prematuros. «Se a mulher deixar de beber a determinada altura da gravidez, pode fazer a diferença para o bebé. No entanto, em certas ocasiões, o dano já está feito e não é reversível», concluiu.

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OPINIÃO

Não coma gato por lebre Margarida Miranda Diretora técnica da Farmácia Cunha Miranda (Portalegre)

«A médio e longo prazo, teremos um problema de saúde pública devido ao consumo excessivo de antiinflamatórios e analgésicos, realidade que já existe em Inglaterra e nos EUA.»

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É do conhecimento geral que as farmácias têm um importante papel para a promoção da saúde das nossas populações. Desde a província até aos grandes centros citadinos, as nossas equipas cumprem um sem número de papéis que vão desde desempenhar a função de farmacêuticos até de amigos e confidentes dos utentes. Quantas vezes somos procurados só para “desabafar” quando estes necessitam de algum conforto, ou até quando precisam de um “ombro amigo para chorar”? A resposta é simples: são várias as vezes em que estamos lá para ouvir, compreender, incentivar e por vezes até aconselhar. Como todos sabemos, na farmácia procura-se saúde mas também se recebem outros “remédios”, que podem até não o ser na verdadeira aceção da palavra mas que também são importantes. Por isso, todos dizem que têm a sua farmácia e interiorizam-na claramente como sua. Escolhem-na tendo em conta uma série de fatores (racionais e emocionais) que vão desde a competência, à simpatia, passando pela empatia, acessibilidade ou proximidade. Na verdade, todos eles servem na hora de fazer a escolha pela sua farmácia. Nas nossas farmácias Holon temos equipas multidisciplinares cujo foco está “em si”. Zelamos pela sua saúde e apresentamos uma série de serviços em várias áreas que vão desde a nutrição à podologia, ao pé diabético, à reabilitação auditiva, à consulta farmacêutica e ao PIM (preparação individual da medicação). As nossas equipas estão devidamente preparadas e aptas para o

aconselhar, encaminhar e acompanhar no seu percurso. Nas nossas farmácias Holon não promovemos o uso e abuso do medicamento mas sim o uso racional do mesmo e não resisto aqui em referir que quem toma medicamentos de forma irracional, adquirindo-os onde a acessibilidade aos mesmos não é controlada, arrisca a sua saúde. Certamente que todos sabem ao que me estou a referir: parafarmácias, supermercados e atualmente bombas de gasolina, quiosques, cafés e restaurantes. Sei que muitos já mostraram a sua discordância com esta última medida, pois apesar de ter sido criada para justificar a acessibilidade ao medicamento, na verdade é um perigo para pessoas menos informadas. Como farmacêutica não posso deixar de prever que, a médio e longo prazo, teremos um problema de saúde pública devido ao consumo excessivo de anti-inflamatórios e analgésicos, realidade que já existe em Inglaterra e nos EUA, daí concluir que o preço que vamos pagar vai ser muito alto. Por isso recomendo: não coma gato por lebre. Se quiser ser servido com qualidade, conhecimento e know-how dirija-se a uma Farmácia Holon perto de si, experimente e faça a sua avaliação. Acredito que vai ter uma agradável surpresa! A todos os leitores que já frequentam as nossas farmácias e que nos dão o previlégio de fazermos parte da sua vida, o meu muito obrigado. Esperamos conseguir superar todas as vossas expectativas. A todos: bem hajam.


O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

Teresa Paiva «Em Portugal desvaloriza-se o sono»

Teresa Paiva, neurologista, neurofisiologista e diretora-clínica do CENC - Centro de Medicina do Sono, em Lisboa, explica que o sono é muito importante para a manutenção de uma boa saúde. Por outro lado, a maior parte das doenças interfere com o sono ou o sono com elas, daí ser tão importante conseguir dormir o número de horas recomendado. H - Por que razão o sono é tão importante para o bem-estar do ser humano? Teresa Paiva- O sono é muito importante para a nossa saúde em geral e, em particular, para a nossa saúde psicológica, emocional e cognitiva. Daí que quando as pessoas dormem mal ou fora de horas estão a pôr em risco a sua saúde, dado que o risco de diabetes tipo 2 aumenta, assim como o de hipertensão arterial, de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), de cancro, de demência, de acidentes e de morte precoce. Estamos a falar de riscos demasiados sérios para serem ignorados.

H - Assim sendo, quais as vantagens de se dormir bem? TP - Quando dormimos, o nosso cérebro reorganiza tudo aquilo que se passou durante o dia e tudo o que é importante para o nosso futuro. O cérebro só vai escolher aquilo que é importante,

contudo aquilo que ele valoriza não é necessariamente o mesmo que nós valorizamos. E isto faz com que o sono seja a nossa ferramenta de aprendizagem. Do ponto de vista emocional, o sono também é extremamente importante, daí que quando não dormimos ficamos irritáveis ou deprimidos. Resumindo, o sono é sempre um garante da nossa estabilidade em termos emocionais.

H - Em média, quantas horas deve dormir o adulto e a criança? TP - O adulto deve dormir entre sete a oito horas, no entanto há quem precise de dormir mais horas e outros que precisam de dormir menos. Quanto às crianças, se forem recém-nascidas precisam de dormir muitas horas, até aos dez anos necessitam de dormir 14 horas e aos dez anos precisam de dormir dez horas. Já um adolescente deve dormir cerca de oito a nove horas.

H - Ser-se noctívago, é um mito ou uma realidade? TP - É uma realidade. Uma pessoa noctívaga é aquela que se deita um pouco mais tarde do que o normal e não gosta de se levantar de manhã, mas deita-se antes da uma da manhã. No entanto, quando as pessoas estão acordadas durante a noite e dormem de dia e fazem-no por rotina, ou seja, invertem o ciclo, significa que sofrem da Síndrome do Atraso da Fase de Sono, sendo que esta doença requer tratamentos muito específicos e complexos.

H - E quanto à sesta, é recomendável que se durma? TP - É recomendável para quem gosta, pois quem não gosta não deve dormir. Depois, não é de todo recomendável para determinadas pessoas como aquelas que têm crises epiléticas relacionadas com o sono, aquelas que sofrem 7


de insónias ou os idosos, pois se dormitarem durante o dia terão dificuldades em dormir à noite. Contudo se, por outro lado, estivermos no Alentejo à tarde com 40 graus, o melhor é dormir a sesta. No fundo, dormir ou não dormir a sesta varia de caso para caso. Mas é verdade que as pessoas têm tendência para ter sonolência a seguir a uma refeição abundante, como acontece depois da hora do almoço. Alerto ainda que dormir a sesta ao fim do dia não se deve fazer em situação nenhuma, exceto quando se trabalha por turnos.

achar-se que é preguiçosa, o que é uma barbaridade. No caso da síndrome das pernas inquietas, tenho doentes que levaram 40 anos a ser diagnosticados. Porém, estas são doenças sérias que afetam a vida das pessoas. Em Portugal há cinco mil indivíduos que sofrem de narcolepsia que não estão diagnosticados.

H - Há assim uma tendência para desvalorizar a gravidade das doenças do sono e o seu impacto na saúde? TP - Em Portugal desvaloriza-se o sono. Exemplo disso são os programas emitidos na televisão durante o prime-time que terminam todos depois da meia-noite. É que se ainda começássemos a trabalhar tarde, mas a questão é que começamos a trabalhar cedo. Logo, se se fica a ver o programa e depois tem de se acordar cedo quando é que se dorme?

H - Quais os distúrbios mais frequentes relacionados com o sono? TP - Há cerca de cem doenças relacionadas com o sono. Para além disso, o sono agrava quase todas as doenças, desde as de pele, passando pelas oftalmológicas e ainda as doenças autoimunes, as infeciosas, as reumáticas, as cardíacas, as psiquiatras e neurológicas, assim como os cancros. Todas estas doenças interferem com o sono ou o sono com elas. Mas falando das patologias específicas do sono, temos, em primeiro lugar, os “maus tratos” que damos ao sono, como dormir pouco, que afetam 45 a 50 por cento da população mundial, as insónias; a síndrome das pernas inquietas, os movimentos periódicos do sono e a apneia do sono. Há ainda doenças menos frequentes como o sonambulismo e as parassónias do sono REM. Por fim, existem ainda as chamadas doenças raras do sono como as hipersónias, a narcolepsia e a Síndrome do Atraso da Fase de Sono, muito comum nos adolescentes e nos portugueses, que são o povo do mundo que se deita mais tarde.

Apneia do Sono - Surge sobretudo no sexo masculino, a partir dos 40 anos, e caracteriza-se pela existência de paragens respiratórias (apneias) durante o sono. necessário avaliar-se o problema da pessoa e aí pode-se recorrer à fototerapia.

H - A ciência tem, então, avançado bastante relativamente aos tratamentos das doenças do sono?

H - Como se tratam estas doenças? TP - Todas as doenças se resolvem mediante um diagnóstico correto. Por exemplo, a insónia pode ter inúmeras causas, logo para ser tratada tem de se ter em conta todas essas causas. Os tratamentos podem implicar medicação ou técnicas comportamentais como alteração do estilo de vida. Porém, todos os tratamentos das doenças do sono são ajustados ao doente em questão, logo é impossível estabelecer regras genéricas. Nos quadros das apneias do sono, há um tratamento de primeira linha para os casos mais graves e de maior sonolência, que é a utilização de ventiloterapia. No quadro das pernas inquietas, o tratamento em princípio é mais farmacológico, mas há medidas comportamentais que as pessoas devem pôr em prática. Quanto à Síndrome do Atraso da Fase de Sono, os tratamentos são mais complexos porque é 8

TP - A ciência tem avançado imenso não só ao nível do tratamento, como também do diagnóstico destas doenças. E, neste sentido, todos os anos surgem novas recomendações. Trabalho há 40 anos nesta área e as alterações são abismais.

H - Como caracteriza o diagnóstico das doenças do sono no nosso país? TP - Há pessoas que perdem anos a andar de médico em médico sem que lhes seja feito o diagnóstico correto. Por exemplo, no caso da narcolepsia, um atraso no diagnóstico é terrível. Mundialmente, o atraso médio é dez anos, mas em Portugal é bem maior. E assim temos uma pessoa que sofre de um problema grave, adormecendo por todo o lado, e a tendência é

Insónias - Dificuldade em conciliar o sono ou em permanecer adormecido; alteração no padrão do sono que ao despertar leva à perceção de que o sono foi insuficiente. A insónia não é uma doença, mas um sintoma que pode ter diversas causas emocionais e físicas. Narcolepsia - Sonolência diurna excessiva, muitas vezes sob a forma de ataques de sono, associado ou não a cataplexia (perda do tónus muscular, com quedas no chão, deixar cair a caneta a escrever, etc.). Síndrome das pernas inquietas - Distúrbio neurológico caracterizado por sensações desagradáveis nos membros inferiores, que estão presentes ou aumentam com a inatividade e se agravam durante a noite, estando associadas à necessidade de movimento de forma a aliviar essas sensações. Síndrome do Atraso da Fase de Sono - Perturbação interna do organismo em que o indivíduo deita-se muito tarde (a partir das 2 horas) e levanta-se muito tarde (depois das 10 horas da manhã).



em foco

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Segurança Alimentar “Da quinta para o prato, tornar os alimentos seguros” São inúmeras as ameaças à segurança alimentar, a começar na cadeia de produção, passando pelo armazenamento, até à confeção. Será que tem os devidos cuidados com os alimentos que ingere diariamente?

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EM FOCO

Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) dedicou o Dia Mundial da Saúde, que se comemora a 7 de abril, ao problema da segurança alimentar, sob o lema “Da quinta para o prato, tornar os alimentos seguros”. De acordo com esta entidade, o consumo de alimentos não seguros está associado à morte de cerca de 2 milhões de pessoas por ano, a maioria crianças, e a água e alimentos contendo bactérias prejudiciais, vírus, parasitas ou substâncias químicas são responsáveis por mais de 200 doenças, desde diarreia a cancro. Em 2014, «havia mais de 100 mil casos de cólera em 22 países, que resultaram em mais de 1.700 mortes. Este ano, os surtos de cólera em 13 países causaram mais de 200 mortes num universo de mais de 13 mil casos».

Problema não exclusivo dos países pobres

No que diz respeito aos produtos hortofrutícolas, rejeite os que têm folhas velhas e raízes podres. Devem estar secos ou com pouca humidade, isentos de insetos ou parasitas.

E se muitos de nós pensamos que este tipo de problemas, relacionado com alimentos não seguros, se circunscreve aos países de terceiro mundo, a verdade é que as ameaças podem estar em qualquer prato: carnes, mariscos, arroz cozido, massa cozida, leite, queijo e ovos são tipos de alimentos comuns que, muito rapidamente, se podem tornar perigosos para a saúde, quando inseguros. De acordo com a OMS, «uma grande proporção de casos de doenças transmitidas por alimentos é causada por alimentos inadequadamente preparados ou extraviados em casa, em restaurantes, ou mercados», pelo que se torna «urgente que todos os manuseadores de alimentos e consumidores compreendam a importância da adoção de práticas de higiene básicas ao comprar, vender e preparar os alimentos para proteger a sua saúde e a da comunidade em geral». A Ordem dos Nutricionistas alerta para a questão no nosso país e refere que a higiene durante o processo de confeção dos pratos e a adoção de medidas para combater os microrganismos devem ser consideradas prioritárias, pois ainda há muito trabalho a ser feito em Portugal. De acordo com os representantes dos nutricionistas, ainda há uma maior preocupação com o tratamento da doença do que com a sua prevenção, e não deveria ser assim: «prevenir poupa dinheiro ao Estado e poupa saúde aos cidadãos».

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Cuidados em casa As novas ameaças à segurança alimentar surgem constantemente: alterações na produção de alimentos, distribuição e consumo; alterações no ambiente; patógenos novos e emergentes; resistência antimicrobiana, entre outras. Todas colocam desafios aos sistemas nacionais de segurança alimentar e é por isso fundamental que as autoridades estejam despertas para estas questões, mas também que cada um de nós cumpra o seu papel em casa, para garantir a confiança nos alimentos que chegam ao prato. Assim, na hora de escolher os alimentos tenha em atenção algumas caraterísticas das matérias-primas, que deve começar logo pela escolha do local para a sua aquisição. No caso da carne, verifique se a consistência é firme e seca, com cheiro agradável, sem parasitas visíveis e, no caso das aves, se estão limpas, sem penas e sem sinais de fraturas ou amputações. Já o peixe deve ter os olhos cristalinos, convexos, pupila negra e brilhante, guelras vermelhas e brilhantes, assim como pigmentação viva e brilhante, muco transparente, corpo rígido e barbatanas intactas. No que diz respeito aos produtos hortofrutícolas, rejeite os que têm folhas velhas e raízes podres. Devem estar secos ou com pouca humidade, isentos de insetos ou parasitas. Os ovos são dos alimentos que causam maiores preocupações, pelo que deve assegurar-se que a casca está íntegra e limpa, sem sinais de condensação. Em qualquer um destes casos, a rotulagem deve ser bem percetível, indicando o prazo de validade e as condições de conservação.

Uma questão económica Ingerir um alimento não seguro não representa apenas riscos para a saúde dos consumidores. Também coloca muita pressão nos sistemas de saúde e afeta as economias nacionais. Por esse motivo, a agência das Nações Unidas assegurou que «vai continuar a prestar apoio aos governos para tornar a segurança alimentar numa prioridade de saúde pública de maior relevo e enfrentar estes desafios, melhorando a prevenção, a deteção e a resposta às ameaças de saúde associadas aos alimentos não seguros».


As doenças provocadas pelos alimentos podem ter um peso socioeconómico considerável, pois as pessoas atingidas podem ficar incapacitadas de trabalhar e até morrer. Por outro lado, as consequências económicas podem ser muito graves para a empresa ou estabelecimento responsável pela doença transmitida.

Cinco chaves para uma alimentação mais segura As orientações da OMS recomendam cinco chaves para uma alimentação mais segura, com orientações práticas sobre como manusear e preparar a comida:

Casos suspeitos em plataforma de acesso europeu Os casos suspeitos na alimentação que envolvam contaminantes químicos, aditivos alimentares e resíduos de pesticidas vão estar disponíveis numa base de dados que envolve várias entidades portuguesas e que poderá ser consultada por outros organismos europeus.

1 - Mantenha os alimentos limpos; 2 - Alimentos crus e cozinhados devem estar separados; 3 - Os alimentos devem ser bem cozinhados; 4 - Manter os alimentos a temperaturas seguras; 5 - Usar água potável.

Higienização das mãos As mãos representam o principal veículo de transmissão de contaminações, pelo que há que ter em atenção à sua lavagem e limpeza, que deve ser realizada: • Antes de iniciar a manipulação de alimentos ou após cada intervalo;

Este sistema nacional de gestão de dados do controlo oficial de alimentos resulta de um protocolo entre o Instituto Ricardo Jorge, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que participam no projeto-piloto do SSD2, uma plataforma de dados do controlo oficial de alimentos que será uma ferramenta adequada e eficaz na harmonização da comunicação de dados entre Portugal e a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA).

Cuidados com o frigorífico É essencial considerar alguns cuidados básicos no dia a dia, no que diz respeito às boas práticas de higiene e segurança alimentar. A Associação Portuguesa de Dietistas alerta que, caso contrário, poderão surgir consequências ao nível da saúde do consumidor, como intoxicações alimentares. Um desses exemplos é o frigorífico, que deve ter a higiene e limpeza adequadas e não ter ocupado mais do que aproximadamente 2/3 da capacidade máxima do equipamento, de modo a permitir a adequada refrigeração. Além disso, arrume o seu frigorífico da seguinte forma: Zona superior › lacticínios, charcutaria, alimentos confecionados Zona intermédia › carne e pescado crus

• Sempre que exista mudança de tarefa; Zona inferior › fruta, hortícolas e produtos em descongelação • Após mexer no cabelo, olhos, boca, nariz ou ouvidos; • Depois de comer, fumar, tossir ou espirrar;

Refrigere rapidamente os alimentos cozinhados e/ou perecíveis (preferencialmente a temperaturas inferiores a 5ºC), pois os microrganismos podem multiplicar-se muito depressa se os alimentos estiveram à temperatura ambiente. Mantendo a temperatura abaixo dos 5ºC, a sua multiplicação é retardada ou mesmo evitada.

• Sempre que utilizar os sanitários; • Após manusear equipamentos ou materiais sujos;

Separe a carne e peixes crus de outros alimentos, já que os seus exsudados podem conter microrganismos prejudiciais à saúde, que podem ser transferidos para outros alimentos, durante o seu armazenamento.

• Depois de mexer em sacos ou caixotes do lixo ou material contaminado;

Guarde os alimentos em embalagens ou recipientes fechados, para que não haja contacto entre alimentos crus e cozinhados.

• Após manusear produtos químicos.

Não armazene alimentos durante muito tempo, mesmo que seja no frigorífico.

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Um Dia Todas Serão Assim

Produtos Holon A qualidade e segurança ao seu serviço Desenvolvidos a pensar na saúde e bem-estar dos nossos clientes, os Produtos Holon são objeto de um extenso processo de investigação e desenvolvimento para garantir a maior eficácia e a máxima segurança. Em perfeita sintonia com a missão das Farmácias Holon, os Produtos Holon são desenvolvidos com base em elevados padrões de qualidade sempre a pensar na saúde e bem-estar dos seus consumidores. De forma a transmitir simplicidade e rigor, a identidade dos Produtos Holon foi desenvolvida para facilitar a orientação do profissional Holon

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que assim se pode focar na melhoria da saúde e qualidade de vida de cada utente com a garantia de confiança de uma marca que procura a liderança em termos de beleza e bem-estar.

e os bebés e as mamãs. Desta forma garante-se a consumidores de todas as faixas etárias uma experiência duradoura de franca satisfação. Produtos Holon, pela sua saúde e bem-estar!

Os Produtos Holon estão presentes em várias categorias: desde os básicos do dia a dia, aos primeiros socorros, da medicação familiar ao emagrecimento, nunca descurando os seniores


Um Dia Todas Serão Assim

CALENDÁRIO

Maio

Mês do coração: avaliação do Risco Cardiovascular

Junho

Projeto Escola: a alimentação e o sol

VIII Encontro Holon contou com mais de 400 participantes

Um Dia Todas Serão Assim

AÇÕES FARMÁCIAS

Farmácias Holon sensibilizam para adesão à terapêutica No dia 28 de fevereiro decorreu na freguesia do Bárrio (Alcobaça) o evento Mais Saúde, que reuniu médicos, enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e a população em geral, com o objetivo de debater a questão da humanização dos cuidados prestados à pessoa dependente e aos seus familiares. As Farmácias Serra e Belo Marques estiveram representadas pela farmacêutica Maria João Mendes numa apresentação sobre a adesão à terapêutica, onde foi dada a conhecer a Consulta Farmacêutica Holon e a Preparação Individualizada da Medicação, temáticas que geraram muito interesse junto da audiência.

Experience Day para bebés e mamãs No passado mês de março as Farmácias Holon marcaram presença no Experience Day promovido pela Mais Vida Portugal. A pensar no bem-estar das mamãs e bebés que por lá passaram, foram realizadas medições da glicemia e da pressão arterial e dada a conhecer a linha de produtos HolonBaby e HolonCare.

Trabalho das Farmácias Holon

O VIII Encontro Holon, que decorreu nos dias 18 e 19 de abril na Figueira da Foz sob o lema “Focados no Cliente”, contou com a presença de mais de 400 pessoas. Neste evento de dois dias foi possível às farmácias participarem em diversos workshops de elevado interesse, visitarem a zona de exposição com 32 stands e participarem no jantar seguido do espetáculo apresentado por Herman José. No dia 19, os participantes puderam assistir à Conferência “Os desafios da Farmácia do futuro”, que contou com a intervenção de alguns ilustres oradores, onde se destacaram Pedro Pires, administrador das Farmácias Holon e Carlos Maurício Barbosa, Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos.

distinguido no VII Encontro do Coração e Família Decorreu nos dias 12, 13 e 14 de março mais uma edição do Encontro do Coração e Família, organizada em conjunto pela delegação Norte da Fundação Portuguesa de Cardiologia e pelo Centro Hospitalar do Porto. As Farmácias Holon fizeram-se representar por Maria João Mendes do serviço de Intervenção Farmacêutica, que apresentou os resultados da Avaliação do Risco Cardiovascular. Os resultados apresentados foram fruto de um estudo feito pelas Farmácias Holon em parceria com a MSD e mereceram a distinção como um dos três melhores trabalhos na área de Prevenção Cardiovascular.

Projeto Holon: “A Escola também ensina a comer” Num momento em que os dados referentes ao excesso de peso e à obesidade infantil em Portugal são alarmantes, a farmácia Alfeizerão decidiu implementar o projeto “A Escola também ensina a comer”, no ATL da Fundação S. Martinho do Porto. As crianças puderam participar na criação de uma roda dos alimentos gigante e, com isto, aprender os fundamentos básicos de uma alimentação saudável. Mais um exemplo do contributo das Farmácias Holon para a promoção da saúde e de estilos de vida saudáveis. 15


Um Dia Todas Serão Assim

Farmácia Pablo Esta Farmácia centenária está situada na histórica vila de Grândola no Distrito de Setúbal e é uma referência na sociedade grandolense há já várias décadas, servindo a sua população desde 1901 quando foi fundada por José Rodrigues Pablo.

Recentemente a Farmácia Pablo mudou de instalações, abrindo o seu espaço numa nova localização, numa zona de maior passagem e de melhor visibilidade. Aliada a esta vontade de mudança de localização, surgiu a oportunidade de operar uma modernização total do novo espaço, tornando-o mais atrativo, amplo e convidativo, ideal para receber os utentes. Foi com esta ideia em mente que a gerência da Farmácia Pablo resolveu avançar para a obra, projetando uma farmácia com imagem e conceito totalmente Holon: «A imagem Holon é pensada e idealizada de acordo com o que de melhor e mais moderno uma farmácia pode oferecer, sem nunca esquecer a parte estética que é também uma mais-valia das Farmácias Holon», afirma o diretor técnico Hugo Cartaxo. Desta maneira, o resultado da obra não foi uma surpresa para a gerência da Farmácia Pablo, uma vez que já conheciam o trabalho feitos noutras Farmácias Holon: «foi depois de visitar algumas Farmácias Holon que percebi que a imagem Holon resultaria bem também na nossa farmácia». Por outro lado, continua Hugo Cartaxo, «pertencer à rede de Farmácias Holon ajuda bastante no destaque versus as outras farmácias da zona. A personalização do serviço e a qualidade 16

reconhecida da marca Holon ajudam-nos a marcar a diferença». Ainda é cedo para fazer um balanço dos resultados que esta aposta trará, mas a confiança é grande: «Não podemos deixar de estar otimistas se pensarmos que há apenas 9 meses a Farmácia Pablo se encontrava encerrada e a enfrentar um processo de insolvência e que atualmente evolui no sentido de se transformar no espaço farmacêutico de referência para a comunidade grandolense». Para o futuro próximo espera-se dar continuidade ao bom trabalho que se tem vindo a desenvolver, investir na prestacão de serviços farmacêuticos diferenciados e de qualidade e continuar a dar resposta às necessidades cada vez maiores da comunidade grandolense. Para terminar, Hugo Cartaxo deixa um agradecimento: «Gostaria de deixar uma palavra de agradecimento a toda a equipa Holon que foi incansável no propósito de criar um espaço de excelência para a Farmácia Pablo, e naturalmente um agradecimento àqueles que no passado tiveram a ousadia de sonhar com um projeto com a dimensão e o alcance das Farmácias Holon».


Pé diabético e amputação Uma realidade possível de evitar cuidamos de si

O mau controlo metabólico, com consequente manutenção de valores de glicemia elevados ao longo do tempo, é o grande responsável pelo aparecimento das mais importantes e graves complicações da diabetes.

Patrícia Parrinha, Enfermeira

O pé diabético revela a dimensão da sua gravidade ao assumir-se como o principal motivo de internamento hospitalar de pessoas com diabetes, sendo responsável por cerca de 70% das amputações dos membros inferiores, devido a causas não traumáticas. Por norma, com um início e uma evolução silenciosas, esta complicação é muitas vezes detetada tardiamente, o que agrava, em muito, o prognóstico da situação. Desta forma, a prevenção e o diagnóstico precoce, assumem-se como fatores determinantes para prevenir ou atrasar o início e a evolução das complicações, e consequentes amputações. Os problemas associados ao pé diabético são consequência do efeito de dois fatores: neuropatia e aterosclerose. O primeiro surge devido a uma disfunção do sistema nervoso periférico, traduzindo-se numa alteração da perceção de sensações como a dor, o calor ou o frio. É ainda responsável pela atrofia e fraqueza musculares, pele seca, deformações, zonas de pressão que favorecem a formação de calosidades, entre outras. Com a perda de sensibilidade, muitas destas alterações podem não ser detetadas atempadamente, e evoluem para lesões mais graves, como as úlceras.

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O segundo é o resultado dos danos provocados nas artérias devido sobretudo à acumulação de gordura e à manutenção de valores elevados de açúcar no sangue. Estes danos impedem a correta oxigenação dos tecidos, comprometem a cicatrização das lesões e aumentam o risco de infeção, com consequente gangrena e possível amputação. Na maioria dos casos estes dois fatores estão presentes, tornando-se por isso fundamental a aposta na prevenção.

Prevenção Prevenir as complicações inerentes ao pé diabético implica por um lado, o controlo da própria doença, através da manutenção de valores de açúcar do sangue dentro dos intervalos considerados normais, e, por outro, o cuidado diário dos pés, dando especial atenção a aspetos como:

. Temperatura da água; . Lavagem e secagem do pé; . Hidratação; . Cuidados com as unhas; . Cuidados com as calosidades; . Calçado e meias; . Utilização de fontes de calor; . Observação de possíveis alterações dos pés.

Diagnóstico precoce Se a prevenção assume um papel de extrema importância quando falamos da complicação em causa, o diagnóstico precoce da mesma é fundamental para um prognóstico positivo, compreendendo-se desta forma que todas as pessoas com diabetes devem ser acompanhadas com frequência numa Consulta do Pé Diabético. Nesta consulta, o objetivo é prevenir, diagnosticar e tratar as principais com18

plicações que surgem no pé da pessoa com diabetes. A abordagem correta passa pela avaliação da existência de neuropatia (através da realização de testes de sensibilidade), avaliação do estado da circulação arterial, deteção e tratamento de lesões não ulcerativas (pele seca, deformações, patologias na pele e nas unhas, entre outros), bem como a educação sobre os cuidados especiais a ter com os pés. Após esta avaliação, que deverá ser assegurada por um profissional qualificado, médico, enfermeiro ou podologista, será atribuída à pessoa uma classificação de baixo, médio ou alto risco. De acordo com esta classificação, é determinada a frequência da avaliação, sendo que, segundo a Direção-Geral da Saúde, nenhuma pessoa deverá passar mais do que um ano sem a fazer. Apesar de hoje em dia se reconhecer a importância de uma atitude preventiva como o caminho para uma melhor saúde e qualidade de vida, o facto é que a nossa sociedade continua longe daquilo que seria o ideal no que toca à prevenção. Os números apresentados todos os anos na área da diabetes reforçam essa realidade. Em 2013, segundo o Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes, a prevalência da diabetes voltou a aumentar, com um maior número de internamentos associados ao pé diabético e um consequente aumento das amputações dos membros inferiores, ocorrendo atualmente uma média de 1.600 casos todos os anos, em Portugal. A Direção-Geral da Saúde, em 2010, chamava ainda a atenção para o facto de que em caso de amputação, o esforço acrescido do membro remanescente faz com que surjam problemas em cerca de um ano e meio. No caso de não ter havido compensação do membro amputado através da utilização de prótese, e passados, em média, cinco anos sobre a primeira amputação, mais de metade dos casos já terá sofrido amputação do outro membro. O pé diabético é, por tudo isto, reconhecido como uma das complicações da diabetes com maior impacto, quer pela morbilidade que causa, quer pelas consequências socioeconómicas que gera.



CUIDAMOS DE SI

Dermatite seborreica Saiba como atenuar os sintomas De origem desconhecida, a dermatite seborreica é uma doença não Susana Henriques, Farmacêutica

contagiosa que afeta indivíduos de diferentes idades, sobretudo homens. É impossível impedir o reaparecimento desta doença crónica, mas podem adotar-se alguns hábitos de modo a controlar as manifestações cutâneas.

A dermatite seborreica ou eczema seborreico é uma doença inflamatória crónica e com caráter recidivante. É uma inflamação na pele que causa principalmente descamação e vermelhidão em algumas áreas da face como as sobrancelhas, cantos do nariz, couro cabeludo e corpo. Sendo de caráter crónico alterna entre períodos de crise e de remissão dos sintomas. É, em geral, observada em faixas etárias distintas: nos recém-nascidos (2-12 semanas de idade), na adolescência, em indivíduos de meia-idade (30 a 50 anos) e idosos e verifica-se uma maior incidência no sexo masculino. O couro cabeludo é o local mais comprometido, sendo a caspa a manifestação mais frequente da dermatite seborreica em adultos. A causa não é totalmente conhecida. Pensa-se que os indivíduos afetados sofram de uma predisposição genética para a doença, em

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que a função normal das glândulas sebáceas (produtoras de sebo) está alterada, havendo uma reação desproporcionada que pode ser desencadeada por vários fatores: clima (descidas de temperatura e humidade), stress emocional ou ansiedade, alimentos com elevado teor de gordura, consumo de álcool, ambientes com fumo, banhos quentes ou outras condições clínicas (particularmente a doença de Parkinson e o VIH).

sobre o couro cabeludo do bebé. Escamas semelhantes também podem ser encontradas nas pálpebras, nas orelhas, ao redor do nariz e na virilha. Na generalidade dos casos, a crosta láctea desaparece antes de concluído o primeiro ano de vida.

A presença de um fungo, o Pityrosporum ovale, agrava a doença. Este microorganismo concentra-se particularmente em regiões ricas em glândulas sebáceas, originando eritema (vermelhidão) e prurido (comichão).

No adolescente e no adulto a dermatite seborreica é crónica e surge especialmente em zonas de abundantes glândulas sebáceas. Habitualmente, afeta o couro cabeludo, mas também pode envolver outras áreas da face, como as sobrancelhas, barba, pálpebras, vincos do nariz, lábios e atrás das orelhas. No resto do corpo, afeta sobretudo a região cervical, axilas, zona infra-mamária, umbigo e pregas genitocrurais.

Em recém-nascidos a dermatite seborreica – conhecida como crosta láctea – é uma condição inofensiva e temporária. É caracterizada por crostas grossas e amarelas ou acastanhadas

Tanto em adultos como em crianças a doença não é contagiosa nem causada por falta de higiene. Refira-se ainda que não se trata de uma alergia, nem tão pouco de uma doença perigosa.



• Tomar banhos pouco demorados, com água morna e secar o corpo delicadamente com uma toalha de algodão macia e sem esfregar; • Evitar tecidos sintéticos e produtos muito abrasivos; • Controlar o stress físico e a ansiedade; • Remover completamente com água o champô e o condicionador dos cabelos; • Evitar tocar excessivamente nas lesões, devido ao risco de infeção com consequente aparecimento de cicatrizes e sobreprodução sebácea; • Manter-se sempre bem hidratado. A desidratação pode aumentar e desencadear processos inflamatórios nas células e assim alterar a estrutura das várias camadas da pele.

Tratamento O tratamento da dermatite seborreica é estabelecido de acordo com a idade do doente e com a intensidade e extensão das manifestações clínicas. Não existe medicação que acabe definitivamente com a doença, mas os seus sintomas poderão ser controlados.

Sintomas De forma geral, os sintomas da dermatite seborreica são: • Oleosidade na pele e no couro cabeludo; • Escamas brancas que descamam (caspa) ou escamas amareladas que são oleosas e “ardem”; • Prurido (comichão), que pode piorar caso a área seja infetada pelo ato de “coçar” a pele;

A diversidade dermocosmética é cada vez maior e combina vários princípios ativos cuja finalidade é a melhoria dos sintomas e do aspeto físico, minimizando o uso de fármacos. Em geral, nas formas de dermatite seborreica discretas, as lavagens, associadas à aplicação de loções, cremes ou champôs, são suficientes. Estes produtos podem conter um ou vários princípios ativos com as seguintes funções: Antiseborreicos

• Leve vermelhidão na área;

Antiproliferativos

• Possível perda de cabelo.

Emolientes

Prevenção Não existe forma de prevenir o desenvolvimento ou o reaparecimento da dermatite seborreica, mas há alguns cuidados que podemos ter para melhorar esta condição. O especial cuidado com a higiene é importante: o uso de champôs e cremes adequados ao tipo de pele e couro cabeludo é essencial. Os produtos de higiene devem ser neutros, hipoalergénicos, sem sabão e suaves, de modo a não fragilizar a pele e couro cabeludo.

Combatem o excesso de oleosidade Reduzem a divisão celular na epiderme, responsável pela formação das escamas Amaciam as escamas facilitando a sua remoção

Queratolíticos

Promovem a remoção das escamas aderentes

Antifúngicos

Combatem a disseminação do fungo

Além dos produtos anteriores, é por vezes necessária a utilização de fármacos mais potentes, tais como, os corticosteroides. Já nas formas graves e disseminadas, está indicada a administração sistémica de fármacos ou tratamento com radiação UV. A combinação de várias classes de medicamentos num mesmo produto ou a terapia rotacional são as opções que produzem maior eficácia e menor recidiva.

Cuidados que ajudam na melhoria dos sintomas: • Evitar o consumo de produtos com elevado teor de gordura, assim como, de bebidas alcoólicas; 22

Aconselhe-se na sua Farmácia Holon sobre a melhor forma de controlar a dermatite seborreica.










Bebé e mamÃ

Bebé Chorar para comunicar Uma vez que é através do choro que o bebé comunica, é importante distinguir os “diferentes” choros, pois se, por vezes, o bebé chora porque está com fome ou desconfortável, noutras ocasiões o seu choro pode ser sinal de dor. Ao conhecerem o choro do seu bebé, os pais conseguirão mais facilmente “corrigir” a situação que está a provocar mal-estar na criança.

A principal forma de comunicar do bebé é o choro. E são diversas as causas do mesmo: a fome, o desconforto, a dor, a fadiga ou até a hiperestimulação. No entanto, só a partir dos três/quatro meses de idade, o bebé «começa a perceber o efeito que a demonstração de emoções negativas tem no adulto e o choro poderá, então, ser uma forma de solicitar colo e mimo», refere Ana Rita Monteiro, psicóloga clínica e instrutora de massagem do bebé pela International Association of Infant Massage. No entanto, também é a partir desta idade, ainda segundo a psicóloga, que «os pais estão mais preparados para interpretar o choro do bebé e perceber a sua causa». E se por vezes é fácil perceber o motivo que leva o bebé a chorar, noutras ocasiões a interpretação dá-se por tentativa-erro. Se o bebé começar a chorar ao início da noite, por exemplo, pode ser sinónimo de «uma descompressão de um dia repleto de imagens, sons, atividades e estímulos novos», alerta Ana Rita Monteiro.

As cólicas Uma das razões na origem do choro, como referido anteriormente, é a dor, sendo que, frequentemente, esta é provocada por cólicas.

«Por vezes, o bebé chora de uma maneira diferente de quando está com fome ou frustrado: fica muito agitado, contraindo a barriga e fletindo as pernas, visivelmente com dores provocadas pelas cólicas», expõe Filipa Monte, farmacêutica-substituta da Farmácia Belém, em Lisboa, explicando que «este choro inconsolável dura geralmente três horas por dia e pelo menos três dias por semana». As cólicas surgem geralmente a partir das seis/oito semanas de vida e vão diminuindo de intensidade aos três/ quatro meses. Para diminuir o aparecimento das cólicas é necessário, no entanto, garantir que o bebé não ingere demasiado ar aquando do aleitamento, quer seja por amamentação quer seja pelo biberão. «A mãe deve assegurar-se de que o bebé agarra bem o peito, isto é, o mamilo e a aréola devem entrar na boca da criança. Se se usar biberão deve verificar-se se o orifício da tetina se adapta à capacidade de deglutição do bebé e que o biberão não produz vácuo quando a criança chupa», salienta a farmacêutica-substituta desta Farmácia Holon. Na verdade, segundo Filipa Monte, existem atualmente biberões com válvulas antisoluço e outros com sistema anticólica. Por outro lado, como salvaguarda, a farmacêu31


Técnicas para acalmar o bebé Existem variadas técnicas que podem ser usadas pelos pais, que ao começarem a conhecer o seu bebé elegem aquelas que produzem mais efeito. «Instintivamente, o ser humano tende a pegar e a confortar o bebé que chora, sendo esta a primeira “técnica” a ser usada», garante Ana Rita Monteiro, acrescentando que também «a massagem, quando incluída na rotina desde cedo e sistematicamente, pode ser uma boa resposta ao choro inconsolável da criança».

tica explica que é ainda importante que «o bebé tenha o nariz desobstruído quando for mamar (poderá usar-se soro fisiológico antes do aleitamento) e que no final seja sempre colocado para arrotar».

Os pais No entanto, o choro do bebé também é, sobretudo nas suas primeiras semanas de vida, motivo de aflição para os pais, daí que Ana Rita Monteiro aconselhe que estes tenham em mente que para o bebé «tudo é novo e potencialmente ameaçador». Neste sentido, explica que «até aos três meses todo o choro deverá ser atendido, pois o bebé não tem maturidade suficiente para lidar sozinho com a sua angústia e desorganização emocional». Contudo, a partir do segundo ano de vida, «e quando surgirem as primeiras birras, os pais deverão saber frustrar o bebé, contrariar as birras e minimizar a atenção dada a estes episódios de choro», indica a psicóloga, acrescentando que «é muito importante que os pais tenham ajuda dos familiares para que possam descansar e ter um pequeno intervalo quando se sentem demasiado cansados e frustrados». Mas os profissionais de saúde, nomeadamente os farmacêuticos, também desempenham um papel importante no que respeita ao apoio aos pais. Não só em termos «de escuta ativa e de tranquilizar as suas angústias porque pais que se sentem compreendidos serão sempre melhores cuidadores», como elucida Ana Rita Monteiro. Mas também porque o farmacêutico, através do aconselhamento, pode «explicar as medidas e as técnicas para acalmar o bebé e recomendar, por exemplo, o uso da chupeta ideal, bem 32

como associar ao seu uso (em SOS) a sacarose», conclui a psicóloga.

Choro preocupante É importante distinguir o choro “normal” dos bebés de outras situações que necessitam de ajuda médica. A farmacêutica Filipa Monte alerta para as seguintes situações: - Vómitos ou diarreia; - Choro contínuo durante mais de duas horas; - Febre, corrimento nasal amarelado ou esverdeado ou tosse; - Se o bebé parecer doente entre os episódios de cólicas; - Lactente com menos de duas semanas ou mais do que quatro meses.

Alívio das cólicas De acordo com Filipa Monte, para alívio das cólicas existem vários suplementos em gotas com «láctase, que pode ser dado logo a partir do nascimento para que o bebé consiga digerir melhor o leite; com lactobacillus e probióticos; com funcho, camomila e erva-cidreira; e dimeticone e simeticone, que pretendem diminuir a flatulência responsável pelas cólicas». Porém, a farmacêutica destaca que se pode ainda proceder ao aconselhamento de «fórmulas infantis (leites) adequadas a minimizar o aparecimento de cólicas, com proteínas hidrolisadas e teor de lactose inferiores, assim como dar a conhecer a existência de fórmulas sem lactose».

Por vezes, quando os bebés choram acabam por necessitar de um estímulo que lhes permita redirigir a atenção e acalmar. «Nos primeiros meses de vida as imagens altamente contrastantes (pretas e brancas) são um excelente auxílio para recém-papás», revela a psicóloga. Assim sendo, basta expô-las no campo de visão do bebé, sendo que «atualmente já se encontram à venda pequenos livros de imagens contrastadas, mas se os pais estiverem atrapalhados podem sempre imprimir rapidamente o olho-de-boi, círculos alternados pretos e brancos ou uma espiral em tom escuro», sublinha. Uma outra técnica com bons resultados no primeiro mês de vida é o swaddling, que consiste em envolver o recém-nascido num pano ou manta. «É uma prática comum há muitos séculos em determinadas culturas e nas últimas décadas com maior recurso no Ocidente», refere Ana Rita Monteiro, alertando que «embora não seja uma técnica recomendada pela Academia Americana de Pediatria alguns estudos revelam que poderá ter um efeito protetor no síndrome de morte súbita do lactente (SMSL)». Os cuidadores que usam esta técnica fazem-no principalmente pelo seu efeito calmante e tranquilizante do recém-nascido, dado que reproduz a contenção a que estavam habituados no útero da mãe e lhes permite regular a temperatura corporal. No entanto, o swaddling «deve ser usado apenas até à quarta/quinta semana de vida, dado que a partir desta altura o bebé sente necessidade de uma maior amplitude de movimentos e deve ser realizada de forma segura evitando a displasia da anca». Deste modo, segundo a psicóloga, «o cuidador deverá ter especial atenção às pernas do recém-nascido, enrolando-o na manta de forma a permitir o movimento livre dos membros inferiores». Uma técnica a implementar desde o primeiro dia de vida «é a rotina», assegura Ana Rita Monteiro, explicando que um bebé sem rotinas é «um bebé facilmente irritável e emocionalmente instável». Por isso, todas as partes do dia devem ser estruturadas e rotineiras: a hora do banho, a hora do deitar, a da papa e da brincadeira, assim como todas as outras, não devem diferir drasticamente de dia para dia. «Mudar o ambiente ou a hora do banho de dois em dois dias, por exemplo, será o suficiente para que o bebé se sinta perdido e incapaz de prever o que se segue no seu dia», conclui a psicóloga.



dia a dia

Autismo Uma perturbação neurológica misteriosa Com manifestações distintas e origens desconhecidas, o autismo é uma perturbação que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Os primeiros sintomas surgem em tenra idade, mas podem ser contrariados através de um diagnóstico precoce e da aplicação de inúmeras terapias. Sem se compreender exatamente as causas, nem se conhecer uma cura, o autismo continua a ser um mistério por desvendar para a comunidade científica. São várias as investigações que demonstram que aquilo que motiva o seu aparecimento é uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Mas ainda são muitas as dúvidas que pairam sobre esta perturbação neurológica que afeta, segundo estimativas norte-americanas, 65 mil pessoas em Portugal. Miguel, de 11 anos, é uma delas. A agitação constante, a falta de interesse pelos brinquedos e a fala pouco desenvolvida semearam desde cedo, junto de Sofia, a dúvida de que algo não estava bem com o seu filho. «Comecei a desconfiar que o Miguel tinha algum problema por volta dos dois anos de idade». Aconselhada por um amigo, Sofia Cândido levou o filho a uma consulta num centro de desenvolvimento infantil e o diagnóstico confirmou-se: Miguel estava 34

dentro do espetro do autismo.

Diversidade de manifestações O autismo insere-se num contínuo de perturbações, designadas perturbações do espetro do autismo (PEA), caracterizadas por dificuldades ao nível da comunicação, do relacionamento social e por alterações ao nível do comportamento. «Importa esclarecer que não se trata de uma doença mas de um conjunto de características e sintomas que perturbam significativamente a vida do indivíduo, ao nível escolar, social, familiar, profissional/ocupacional e que podem variar na sua gravidade e modo como se manifestam», clarifica Ana Catarina Cunha, psicóloga clínica. Na verdade, cada caso é um caso, sendo o leque de sintomas destas perturbações bas-

tante vasto. No entanto, como explica Joana Martinho, professora de ensino especial, há pontos em comum. «O que “une” estas crianças é uma interação e relacionamento difíceis, uma comunicação e linguagens diferentes, por vezes incompreensível ou difícil de decifrar, e a manifestação de comportamentos peculiares, como rodopiar vezes sem conta sobre si, olhar fixamente para o movimento dos dedos e atirar vezes sem conta um objeto para o chão».

Importância do diagnóstico precoce Até se alcançar um diagnóstico final, por vezes tem de se percorrer um longo caminho. Os profissionais de saúde e educadores nem sempre valorizam os primeiros sinais desta perturbação. No caso de Sofia, as suas suspeitas foram relativizadas pela pediatra que acompanhava o seu filho Miguel, dizendo que se tratava simplesmente de «ansiedade de mãe» e «muito mimo». O diagnóstico precoce é, contudo, extremamente importante. Quando mais depressa se detetar a doença, mais rapidamente se iniciam as terapias e melhores serão os resultados. «Os estudos científicos realizados neste âmbito revelam que a intervenção precoce conduz a um


melhor prognóstico, permitindo estimular o desenvolvimento das crianças, pela maior neuroplasticidade associada à idade precoce», realça Inês Leitão, psicóloga clínica e psicoterapeuta. Existem vários modelos ou métodos de diagnóstico e intervenção do autismo. O Modelo Denver (ESDM), popular há vários anos nos Estados Unidos da América, permite traçar um diagnóstico desde muito cedo, entre os 12 e os 48 meses de idade, por se tratar de uma abordagem que engloba todas as áreas do desenvolvimento da criança. Em termos de intervenção, este modelo, implementado em Portugal no ano passado por intermédio da cooperativa de solidariedade social Focus, é habitualmente aplicado «em casa, na creche, jardim de infância e/ou centro, por terapeutas formados e pais, durante jogos espontâneos e as rotinas diárias», pode ler-se na página da instituição. Em suma, o ESDM é um modelo terapêutico baseado no relacionamento e envolvimento dos pais e outros familiares, tendo por base atividades lúdicas. Existem, no entanto, inúmeros métodos de intervenção. TEACCH, DIR/Floortime, ABA, são apenas alguns exemplos de terapias, que devem ser adotadas de acordo com as especificidades de cada caso. Na opinião da professora Joana Martinho «pode optar-se por seguir apenas uma ou por utilizar-se um pouco de cada uma delas de acordo com as características, perfil de funcionalidade e faixa etária de cada criança». A psicóloga Ana Catarina Cunha defende uma metodologia semelhante, acreditando que «uma abordagem eclética e que tenha em conta as várias necessidades e dimensões nas crianças com PEA será a melhor forma de intervir e promover o seu desenvolvimento global». Miguel faz terapia ABA (Análise Comportamental Aplicada) desde os 7 anos. As sessões de duas horas e meia, duas vezes por semana, têm ajudado a «limar os comportamentos mais desajustados», realça a mãe. Para além da terapia da fala e ocupacional na escola, este menino de 11 anos faz ainda natação adaptada e hipoterapia, atividades que Sofia descreve como «os seus momentos de descontração e prazer».

autismo apresentam dificuldades em dirigir a atenção e o olhar e, consequentemente, em interagir com aqueles que as rodeiam e em imitar os sons proferidos, estas acabam por apresentar alguns atrasos ao nível da linguagem oral. Daí que muitas delas sejam submetidas a sessões de terapia da fala. As crianças em idade escolar aprendem a contar e a ler mas têm dificuldades em interpretar as frases. Para além disso, o raciocínio abstrato pode também apresentar-se como um obstáculo. «As dificuldades de imaginação e criatividade são evidentes nas tentativas de construção de histórias», realça Joana Martinho. As dificuldades ao nível da concentração também perturbam a assimilação de conteúdos e o desenvolvimento de atividades pedagógicas. Perante estas e outras particularidades, as crianças com autismo exigem a adoção de ações educativas específicas. A professora Joana Martinho concretiza: «Algumas estratégias, como o recurso à pista visual, a antecipação das atividades ou acontecimentos com um horário e/ou plano de trabalho podem revelar-se importantes para a captação e manutenção da atenção, colaboração e participação nas atividades ou tarefas propostas».

Viver com o autismo

Nem todas as crianças com autismo apresentam um défice cognitivo. Esta condição é característica apenas de alguns dos indivíduos que sofrem desta perturbação. No entanto, as crianças com autismo apresentam, de uma forma geral, algumas particularidades em termos de aprendizagem.

Uma criança com síndrome de autismo exige cuidados redobrados não apenas em contexto escolar. Também os pais e os restantes membros da família devem adaptar-se às especificidades destas crianças. «Tudo tem de ser programado e progressivo», confessa Sofia Cândido. «A família tem de se ajustar. Por exemplo, é difícil fazer programas em espaços públicos, pois muitos estímulos não são bons para as nossas crianças», acrescenta a mãe.

Logo à partida, surgem normalmente complicações na aquisição e no desenvolvimento da linguagem oral. Uma vez que as crianças com

Também a vida enquanto casal acaba por ser influenciada por esta perturbação, devido à atenção que requer uma criança com autismo.

O desafio da aprendizagem

«O casal sofre com a pressão, a ansiedade e a vida a dois sofre um afastamento. O foco é salvar e ajudar a nossa acriança e acabamos por nos esquecer do resto», confessa. Sofia Cândido lembra que o Estado português não disponibiliza apoios para as crianças que sofrem de autismo, realçando que «quem tem meios económicos pode avançar, quem não tem sente-se completamente frustrado e indignado com as ajudas». A dependência de algumas destas crianças e a ausência de apoios faz com que o dia de amanhã seja uma incerteza. «O futuro destas crianças para nós pais é assustador. É uma palavra da qual tentamos abstrair-nos diariamente, porque veda-nos a esperança e retira-nos a vontade de viver», desabafa a mãe.

Dia Mundial da Consciencialização do Autismo O Dia Mundial da Consciencialização do Autismo assinala-se, todos os anos, a 2 de abril, com o propósito de consciencializar a população para esta perturbação que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. Desde 2007, ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) criou esta efeméride, que neste dia se desenvolvem ações de sensibilização, um pouco por toda a parte. Este ano, a Federação Portuguesa de Autismo (FPDA) assinalou a data desenvolvendo um debate denominado “Stop Discriminação”, no qual se discutiu «o nível de inclusão dos autistas na vida ativa». Vários edifícios em todo o mundo foram também iluminados de azul, no âmbito do movimento “Light It Up Blue/Iluminar de Azul”. O azul é a cor associada ao autismo, dado que a incidência desta perturbação é superior nos rapazes.

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cuide aqui da sua saúde

Um desafio chamado glucose O seu nome científico tem sabor a mel, evocando uma ligação íntima ao açúcar, no entanto, apenas o nome é doce, porque a doença, se não controlada, pode ter consequências muito amargas. Já descobriu do que vamos falar?

Ana Luísa Pinto, Farmacêutica

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“autoimune”. Não se sabe ao certo porque é que o sistema imunitário age desta maneira, pensa-se que tal resulte de predisposição genética associada a determinados fatores ambientais, como por exemplo infeções. Na diabetes mellitus do tipo II, a forma mais frequente de diabetes, existe um défice e uma resistência à insulina. É tratada com medidas de alteração do estilo de vida e com antidiabéticos orais e/ou insulina.

Diabetes mellitus do tipo I Picar o dedo todos os dias A doença é para toda a vida. Com ela, as tiras de controlo dos níveis de glucose no sangue e a “injeção para o açúcar”, que fornece a insulina que o organismo não produz, mas que lhe é indispensável. Pode manifestar-se em qualquer idade, mas é mais frequente em crianças e adolescentes, que desde cedo se habituam a uma rotina rigorosa. Sabem que é necessário “picar o dedo” para que uma gota de sangue vertida numa tira de diagnóstico ajude a perceber como anda a glicémia. Mantêm cuidados acrescidos com a alimentação e a higiene. Lavam e secam muito bem os pés, perscrutam a pele em busca de manchas, lesões ou feridas que possam infetar. Comem disciplinadamente.

De olho nos sintomas Os sinais e sintomas nem sempre são óbvios, mas há alguns típicos da doença a que os adultos devem estar atentos. Uma criança com diabetes tem: • Vontade extrema de urinar: os rins reagem ao excesso de açúcar no sangue eliminando-o através da urina; • Sede invulgar: além de urinar mais e em maior quantidade, bebe mais água do que o habitual, numa tentativa de repor o equilíbrio. Se assim não acontecer, há risco de desidratação;

Diabetes mellitus: uma doença do sistema endócrino, por envolver uma glândula – o pâncreas – e uma hormona – a insulina. O que está em causa é a forma como o organismo utiliza a glucose, açúcar produzido e armazenado pelo fígado, mas também fornecido pelos alimentos e que constitui a principal fonte de energia do corpo humano. Para que a glucose possa ser utilizada pelo organismo é necessária a intervenção do pâncreas, que produz insulina lançando-a no sangue. Esta hormona funciona como uma chave que vai facilitar o acesso da glucose às células. Assim, à medida que a insulina circula vai diminuindo a glicémia (nível de “açúcar no sangue”), o que, por sua vez, faz diminuir a atividade do pâncreas. Contudo, sem insulina, ou com insulina em quantidade insuficiente, a glucose permanece no sangue o que poderá conduzir a complicações de saúde graves. É isto que acontece na diabetes, uma subida anormal e descontrolada da glicémia. Na diabetes mellitus do tipo I, também designada por insulinodependente, verifica-se que o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina, o que deixa os doentes dependentes de injeções desta substância para o resto da vida. A responsabilidade é do próprio sistema imunitário que destrói as células pancreáticas produtoras da hormona. Por essa razão, esta é uma doença dita 38

• Fome excessiva: a falta de insulina impede o açúcar de penetrar nas células e de aí se transformar em energia; • Perda de peso: apesar de comer mais do que o habitual, na ausência de glucose, o organismo aproveita as reservas de gordura para abastecer as células; • Fadiga: como resultado de todo o esforço para lidar com os sintomas referidos anteriormente. Numa criança pequena é difícil distinguir a sede do hábito de pedir água que muitas têm. Um aumento do apetite dificilmente será encarado pelos pais como preocupante. A emissão exagerada de urina também pode passar despercebida. No entanto, esta doença pode manifestar-se de uma forma mais subtil: peso excessivo das fraldas, a cama molhada e a incontinência noturna constituem sinais de alerta.

Prevenir as complicações Reconhecer os sinais precoces da diabetes e iniciar o tratamento é fundamental para prevenir as complicações associadas à doença. Algumas são de curto prazo e requerem cuidados imediatos, sob pena de causarem convulsões e até perda de consciência.


Numa criança diabética, saltar uma refeição ou um esforço físico excessivo podem fazer descer os níveis de açúcar no sangue – hipoglicémia – originando sintomas como suores, tremores, fraqueza, fome, tonturas e náuseas. Pode também acontecer o contrário, os níveis de açúcar subirem – hiperglicemia – porque a criança está doente ou comeu de mais. Vontade acrescida de urinar, sede extrema, boca seca, visão nublada, fadiga e náuseas são os sintomas a vigiar. Outra complicação possível é a cetoacidose diabética, que ocorre quando os níveis de insulina no organismo são extremamente baixos, o que faz com que este utilize lípidos, em vez de glucose, para obter energia, produzindo ácidos denominados cetonas. Perda de apetite, náuseas, vómitos, febre, dores de estômago e um hálito com odor doce e frutado são sintomas desta condição. A prazo, são outros os riscos, envolvendo o coração e a rede de vasos sanguíneos, os nervos, os rins, os olhos, os pés, a pele e os ossos. Sem a diabetes controlada, os órgãos e tecidos vão sendo danificados progressivamente, as consequências podem ser incapacitantes ou até pôr em causa a própria vida.

Para toda a vida As complicações referidas não são inevitáveis, mas sim consequências de uma diabetes não controlada. É que, seja numa criança, seja num adulto, a diabetes embora não tenha cura, é tratável. O tratamento diário de uma criança com esta patologia deve incluir como componentes fundamentais: a insulinoterapia, um plano alimentar, exercício físico, autovigilância, educação e apoio psicossocial. A insulina é, neste caso, o único medicamento capaz de manter a glicemia em valores considerados saudáveis, sendo as suas doses definidas em função dos níveis de glucose. É natural que o tratamento com este fármaco vá sendo adaptado em função da idade e de outros fatores próprios de cada criança. Uma alimentação equilibrada é essencial para controlar a diabetes. Não é necessário confinar a criança a uma dieta rígida, desprovida dos alimentos mais atrativos. Uma criança diabética beneficia de todos os alimentos, mas é preciso vigiar aqueles que são as principais fontes de glucose – os hidratos de carbono. Não se trata de eliminá-los, mas apenas de os dosear, optando preferencialmente pelos integrais e pelos que contêm fibra, de modo a que não haja desencontros com a administração de insulina que façam disparar ou baixar em demasia a glicémia. A restrição de doces é importante, mas deve ser suficientemente flexível para abrir exceções. Os alimentos gordos são também um alvo a controlar, pois contribuem para o excesso de peso e os problemas a ele associados a longo prazo. As crianças diabéticas acabam por aceitar e saber bem a lição: os chocolates, os chupas, as batatas fritas, entre outras guloseimas, é “só quando o rei faz anos” e uma fatia de bolo numa festa de aniversário é “fininha”. Chegam mesmo a ensinar aqueles que as rodeiam, na verdade, este é o regime alimentar ideal para toda a família. A alimentação destes doentes – o tipo de alimentos e a frequência das refeições – deve ser adequada ao grau de atividade física. A prática de exercício físico é importante para todas as pessoas, de todas as idades, sendo parte imprescindível do tratamento da diabetes. Para estes doentes são necessários alguns cuidados adicionais, nomeadamente, a ingestão de uma refeição suplementar antes, depois ou mesmo durante o exercício físico prolongado ou não programado, é que a hipoglicémia pode ocorrer durante o exercício, imediatamente após, algumas horas depois ou mesmo mais tarde, durante a noite. A prática desportiva tem ainda um importante papel a nível psicológico e social, na medida em que permite que a criança se sinta igual às outras, partilhando interesses e ocupações, apesar da doença.

Porque a diabetes do tipo I não se previne, nem se cura, o objetivo é mantê-la sob controlo. Isto pode ser difícil quando os doentes são crianças, implicando um esforço suplementar dos adultos, no sentido de as encorajarem a adotar comportamentos saudáveis e a executar a autovigilância da doença. Se estas crianças perguntarem “Porquê?”, devem ser dadas as seguintes respostas: porque não podem descurar a alimentação, sob pena de queda/elevação súbita dos níveis de açúcar; porque os seus arranhões e feridas infetam facilmente; porque cortes ou humidade nos pés as deixam em risco, etc. Com o tempo - de acordo com o seu grau de maturidade cognitivo e afetivo e com garantia de supervisão e ajuda - elas aprendem a medir a glicémia e a injetar a insulina. Aprendem a viver com a doença, sabendo que isso implica um compromisso para toda a vida.

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A verdade sobre as oleaginosas Uma alimentação saudável e equilibrada pode ser a chave para se atingir o equilíbrio emocional, ajudando a recuperar de depressões e a prevenir o seu aparecimento.

VIVA MAIS

Cláudia Carmona, Nutricionista

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Maria Ana Faustino, Nutricionista

As frutas oleaginosas são um tipo de fruto seco altamente nutritivo, pois possuem na sua composição uma combinação específica de vitaminas e minerais, além de gorduras, proteínas e fibras. Devido ao seu teor elevado de vitamina E, estas frutas são consideradas antioxidantes. Contêm também ácido fólico, uma importante vitamina do complexo B, que previne o aumento da homocisteína no sangue, um aminoácido que quando elevado é indicador de doença cardiovascular. O magnésio está presente em grande quantidade e exerce um efeito benéfico no controlo da tensão arterial. Segundo um estudo realizado pela faculdade

de Harvard, quem consome frutos secos uma vez por semana apresenta uma redução de 7% no risco de doenças. Esta redução chega aos 20% quando o consumo de frutos secos é diário. De acordo com vários estudos, existe uma associação entre o aumento da ingestão de frutos secos e a redução do risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo II, cancro do colon e diverticulose. Em 2003, a Food and Drug Administration (FDA), declarou que o consumo diário de 42 gramas de frutos secos podia «reduzir o risco de doenças cardiovasculares».


Amêndoas As amêndoas são sementes de uma árvore de fruto, a amendoeira. Estas podem ser classificadas em duas categorias: doce (Prunus amygdalu var. dulcis, que significa “amêndoa doce”) e é a versão das amêndoas habitualmente consumidas, e amarga (Prunus amygdalu var. amara). A amêndoa “amarga” contém um químico tóxico chamado ácido hidrociânico que pode ser mortal para os humanos se for consumida em cru. Esta variedade de amêndoa é a que se utiliza para fazer o óleo de amêndoa, sendo o agente tóxico removido aquando da extração do óleo. Uma mão cheia de amêndoas, cerca de 30 g ou 23 amêndoas, contém 186 Kcal, e é uma boa fonte de minerais como o fósforo, potássio, magnésio e cálcio. É dos frutos secos mais ricos em proteína, sendo o pinhão o mais rico de todos. A amêndoa contém ainda quantidades significativamente elevadas de vitamina E, ácido fólico e arginina, sendo este último um aminoácido prescrito para o relaxamento dos vasos e o equilíbrio da pressão arterial.

Ideias para usar as amêndoas na sua alimentação diária - Assar as amêndoas antes de as servir faz realçar o seu sabor; - Salpicar amêndoas laminadas sobre a granola, cereais de pequeno-almoço ou iogurte; - Utilizar como manteiga de amêndoa (semelhante a manteiga de amendoim); - Usar bebida de amêndoa em smothies e batidos, ou com os cereais; - Adicionar lascas de amêndoas ao arroz, couscous, massa ou outros pratos a gosto; - Usar farinha de amêndoa moída como forma saudável de panar peixe ou aves.

Composição nutricional das oleaginosas por 100 g. Fruto oleaginoso

Proteínas (g)

Hidratos de carbono (g)

Gorduras (g)

Calorias (Kcal)

Amêndoa

21,6

7,2

56

619

Amendoim

25,4

10,1

47,7

571

Amendoim torrado com sal

26,2

6,6

51,8

598

14

6

66,3

677

Caju torrado com sal

19,6

19,4

50

607

Noz

16,7

3,6

67,5

689

Pinhão

33,2

5

51,7

618

18

12,6

53

599

Avelã

Pistácio torrado com sal

Fonte: Tabela da Composição de Alimentos. Lisboa: Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. 2006

Referências bibliográficas: http://www.dana-farber.org/Newsroom/News-Releases/Large-study-links-nut-consumption-to-reduced-death-rate.aspx; http://www.alimentacaosaudavel.org/ amendoa.html; http://www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt; http://www.eufic. org. Grotto.D.; “101 alimentos que podem salvar a sua vida”; Academia do Livro; 2ªEdição; novembro 2008.

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VIVA MAIS

Crossfit Resultados mais rápidos e eficazes Com a promessa de resultados mais rápidos e eficazes, o Crossfit é a nova moda do mundo fitness. Já conhece esta modalidade? Apesar de ter sido criado no início de 2000, nos EUA, pela mão do treinador Greg Glassman, só recentemente o Crossfit começou a ganhar adeptos em Portugal e é já uma das modalidades mais procuradas nos ginásios. Perder gordura e tonificar músculos em poucas semanas é a promessa, mas os praticantes garantem que está na moda porque funciona. Este programa de força e condicionamento físico com movimentos funcionais, constantemente variados e executados em alta intensidade, consiste «num conjunto de movimentos que os indivíduos praticam quotidianamente, como correr, sentar ou pegar em objetos, podendo ser praticados por qualquer pessoa, inclusive grávidas, idosos e crianças, desde que acompanhado por profissionais qualificados», explica Pedro Silva, coach de Crossfit no ginásio Solinca, de Cascais.

Fugir à rotina Outro dos atrativos desta modalidade é a constante novidade dos exercícios: «Estes movimentos são levados a cabo em sequência, expondo-se o praticante constantemente a diferentes tipos de treino. A filosofia de treino do Crossfit prepara o praticante para o inesperado, para qualquer desafio que possa surgir», esclarece o treinador. Normalmente, o praticante-tipo de Crossfit é alguém que «habitualmente já treine no ginásio e que se começou a cansar da rotina que estes treinos adquirem», comenta Pedro Silva. Daí que, muitas vezes, estes praticantes após experimentarem um treino de Crossfit «sentem logo a intensidade e a dinâmica que não conseguem nos treinos tradicionais no ginásio». Também aparecem os praticantes curiosos que, «porque os amigos começaram a fazer 42

Crossfit, foram experimentar e pela vertente de companheirismo que esta atividade suporta, acabam por se motivar em grupo e atingir os resultados mais facilmente». Foi o que aconteceu com Filipa Pereira que, desafiada por um amigo, resolveu experimentar e se rendeu «ao ambiente familiar e à entreajuda que se vive durante os treinos».

Acompanhamento personalizado Já os cuidados a ter na modalidade são os mesmos que em qualquer atividade física, garante o treinador. «Ter um estilo de alimentação saudável e equilibrado, fazer um bom aquecimento muscular e articular no início de cada sessão de treino, e pedir ajuda aos treinadores sempre que surja alguma dúvida na execução de algum movimento, principalmente nos que requerem carga adicional para não surgir nenhuma lesão». Com três aulas por semana, qualquer pessoa pode começar a notar resultados em apenas três semanas, garantem os diferentes sites especializados nesta modalidade, que reúnem milhares de fãs em todo o mundo, numa competição saudável, «principalmente consigo mesmo, uma vez que de treino para treino vai querer melhorar a sua performance». No fundo, «a regularidade depende sempre dos objetivos do praticante» e cada treino tem a duração de uma hora e inclui a combinação de ginástica, com atletismo, natação e halterofilismo, a parte do treino que impulsiona o ganho de massa muscular e a tonificação do corpo. Como sublinha Pedro Silva, «cada pessoa delimita a intensidade até onde poderá ir,

consoante a sua capacidade. Tendo como base o tipo de treino funcional, os treinos poderão passar apenas por situações mais simples e adaptadas a um caso específico, não tendo obrigatoriamente de ter a intensidade como se vê habitualmente nas competições, pois nem todos os praticantes têm de se tornar obrigatoriamente atletas».

Aumento de Box’s Embora não haja dados sobre o número oficial de praticantes no nosso país, «tem havido um aumento de Box’s afiliadas à marca Crossfit», ascendendo atualmente a 42, informa o treinador. Com cada vez mais participações ao nível das competições organizadas em Portugal, «há também uma maior participação de atletas portugueses em competições organizadas por todo o Mundo, principalmente no evento principal da modalidade, os Crossfit Games», refere Pedro Silva.

Benefícios - Aumento da força; - Redução de medidas e percentual de gordura; - Melhora a flexibilidade; - Melhora a capacidade cardiovascular e respiratória; - Aumento da explosão e velocidade; - Aumento da resistência muscular; - Melhora o equilíbrio; - Reduz o stress; - Definição de tónus muscular; - Excelente treino preparatório para atletas; - Melhora no desempenho em corridas de longa e curta distância; - Fortalece o corpo como um todo.



VIVA MAIS

Receita Saudável Manteiga de amêndoa caseira A manteiga de amêndoa é rica em proteína e gorduras saudáveis. É por isso uma opção diferente para colocar no pão ou nas tostas integrais nos lanches. No entanto, devido ao seu valor de gordura, deve ser consumida com moderação.

Ingredientes:

Amêndoa

100 g de amêndoas sem pele Sal Modo de Preparação:

As amêndoas são um alimento

Disponha uma folha de papel vegetal ou um tapete de silicone num tabuleiro, coloque as amêndoas sem pele espalhadas e leve ao forno bem quente (220 graus) até começarem a ficar douradas. Coloque as amêndoas numa picadora durante cerca de 15 minutos. Comece a triturar as amêndoas e vá parando a máquina a cada cinco minutos para recolocar no fundo a massa de amêndoa que fica agarrada às paredes da picadora, com uma espátula. Quando as amêndoas estiverem com a textura cremosa, coloque uma pitada de sal e volte a bater para incorporar. Está pronta a colocar num frasco e usar. Guarde no frio.

nutritivo rico em gorduras saudáveis

Informação Nutricional por 100g Energia (kcal)

Proteínas (g)

Gorduras (g)

Hidratos de carbono (g)

Magnésio (mg)

619

21,6

53,5

7,2

259

– gorduras mono e polinsaturadas – essenciais ao bom funcionamento do nosso organismo. As gorduras presentes neste fruto seco são cardioprotetoras e por isso é aconselhada a sua ingestão diária. Por dia recomenda-se o consumo máximo de 50 gramas de frutos secos no geral.

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Halibut Derma Creme Halibut Derma® Creme é um creme fluído e muito suave, para uso diário na muda da fralda. Com um perfume muito suave e hipoalergénico, é o ideal para manter o rabinho do bebé protegido e hidratado sempre que muda a fralda. Halibut Derma® Creme foi considerada marca de eleição dos consumidores na categoria de “Cremes para a muda da fralda” pelo segundo ano consecutivo! Esta distinção foi atribuída pela “Escolha do Consumidor” e envolveu a avaliação do consumidor a 9 marcas que atuam no segmento de “Cremes para a muda da fralda”.

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Sinexsensi 0,5 mg/ml, sol. para pulverização nasal Sinexsensi é uma solução para pulverização nasal, que contém cloridrato de oximetazolina. Indicado no alívio sintomático local da congestão nasal (nariz entupido), associada a constipações ou rinite. O efeito mantém-se por 6 a 8 horas. Indicado em adultos e crianças com mais de 10 anos:1-2 pulverizações em cada narina, máx.2-3 vezes por dia. Crianças com idades de 6 e 10 anos: 1 pulverização em cada narina, máx.2-3 vezes por dia. Não usar em crianças menores de 6 anos. Leia atentamente o folheto informativo ou fale com o médico ou farmacêutico.

Cranfort Uma em cada três mulheres que sofrem de infeções do trato urinário (ITU) têm pelo menos uma recorrência no primeiro ano. Arando Americano (Vaccinium macrocarpon Aiton) O Arando é amplamente conhecido como uma fonte excelente de antioxidantes e pela sua atividade anti-adesão única, que ajuda a proteger o organismo contra bactérias que causam ITU. Esta atividade anti-adesão única deve-se a um composto natural no fruto chamado proantocianidinas (PACs). O CRANFORT tem como ingrediente o Arando Americano.

Scalibor Scalibor® Protetor Band é o método com mais provas dadas na prevenção da picada do flebótomo, o inseto transmissor da Leishmaniose Canina. Possui uma forma de libertação patenteada que faz com que a substância ativa se liberte de uma forma gradual e regular, permitindo uma proteção prolongada de 6 meses e a melhoria da adesão à terapêutica. Indicações terapêuticas: Eliminação das pulgas (Ctenocephalides felis) nos cães e prevenção de novas infestações durante 4 meses; eliminação de carraças (Ixodes ricinus; Rhipicephalus sanguineus) e prevenção de novas infestações durante 6 meses; prevenção da picada do mosquito (Phlebotomus perniciosus) durante 6 meses; efeito anti alimentar em mosquitos adultos (Culex pipiens pipiens) durante 6 meses. Espécies-alvo: Cães. Precauções especiais para utilização em animais: Em caso de lesões cutâneas remover a coleira até os sintomas ficarem resolvidos. Nº e data de AIM: 388/01/11NFVPT de 31 de outubro de 2011 e 388/02/11NFVPT de 21 de novembro de 2011. Leia atentamente as informações constantes do acondicionamento secundário e do folheto informativo e, em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, consulte o Médico Veterinário.



saúde digital

Associação Portuguesa de Dietistas www.apdietistas.pt A página oficial da Associação Portuguesa de Dietistas destina-se aos profissionais da área, mas também aos utilizadores de uma forma geral, por disponibilizar informações relativas à alimentação e à nutrição. Na secção “Nutrição e Saúde” é possível aceder-se aos valores energéticos dos alimentos, à explicação do regime alimentar mediterrânico e, ainda, a algumas recomendações no âmbito da higiene e segurança alimentar. Os hábitos de higiene que devem ser adotados e a forma como se deve acondicionar e preparar os alimentos são algumas das indicações compiladas pela Associação Portuguesa de Dietistas.

Papa Bem www.papabem.pt A plataforma online Papa Bem pretende apoiar as famílias e outros cuidadores na tarefa de promover o crescimento saudável das suas crianças desde a gravidez até aos 5 anos de idade. O site disponibiliza um conjunto diversificado de informações sobre alimentação, atividade física, sono e parentalidade, sob a coordenação da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa (ENSP-UNL), para esclarecer os pais ou educadores.

Escreva-nos, 48

dê-nos a sua opinião e sugestões para o e-mail: revistah@farmaciasholon.pt


Associação Portuguesa de Urologia Desmistificar o tabu Atualmente, cerca de 33% das mulheres e 16% dos homens com mais de 40 anos têm sintomas de incontinência urinária. Segundo os

atuar

dados da Associação Portuguesa de Urologia, isto quer dizer que a incontinência urinária afeta 20% da população portuguesa com mais de 40 anos e que um em cada cinco portugueses nesta faixa etária sofre deste problema. implicações na qualidade de vida, atingindo o âmbito físico, social, sexual e psíquico, com consequências a nível emocional.

A Associação Portuguesa de Urologia (APU) é uma sociedade científica que congrega todos os médicos que se interessam pelo estudo das doenças do aparelho urinário do homem e da mulher e do aparelho genital masculino. Fundada em 15 de novembro de 1923 é uma das mais antigas sociedades urológicas e tem atualmente cerca de 400 sócios, abrangendo a quase totalidade dos urologistas portugueses. À APU cabe a promoção do desenvolvimento científico, da investigação e da educação em Urologia, assim como o relacionamento entre urologistas e associações de urologia, tanto nacionais como internacionais. Além de organizar anualmente, e de modo alternado, um congresso ou um simpósio, a APU também patrocina encontros de educação pósgraduada.

Problema de saúde pública Entre os vários problemas do foro urológico que o médico urologista pode tratar, um dos mais comuns são as perdas involuntárias de urina. A APU tem vindo a alertar para esta questão, que define como «um problema de saúde pública, com um impacto social e económico considerável», considera o presidente da associação, Arnaldo Figueiredo. Além disso, as mais pequenas perdas de urina têm

Uma vez que estamos perante um tema do foro íntimo, «a incontinência urinária ainda é encarada como um tabu, que condiciona a vida do doente a vários níveis: pessoal, familiar, social e laboral», alertam. No entanto, apenas 10% dos doentes contactam o médico. Os restantes recorrem à automedicação ou à autoproteção, daí que esta associação queira alertar para este tipo de problema e consciencializar os portugueses para não terem receio de falar sobre ele.

Isolamento social A incontinência pode conduzir a «uma fuga do contacto social e ao isolamento, porque está sempre presente o medo e a vergonha de que os outros sintam o cheiro», explica, salientado que outra das áreas afetadas é a relação conjugal, «uma vez que a intimidade do casal é prejudicada». O diagnóstico da incontinência urinária tem início no historial clínico do doente, que descreve em que condições sofre de perdas de urina. Para que se possa optar pelo tratamento mais adequado tem de se fazer um diagnóstico assertivo dos mecanismos e circunstâncias que promovem a incontinência urinária e este processo pode iniciar-se logo junto do médico de família. Após a definição dos sintomas, «um exame físico dirigido com pequenas manobras que tentam mimetizar a perda de urina é possível chegar a um diagnóstico bastante preciso».

Tratamentos mais eficazes No que concerne aos tratamentos, na última década

foram feitas importantes descobertas nesta área. Existem, inclusivamente, formas de incontinência urinária que são tratadas «com medicamentos ou técnicas de reabilitação, e a maioria das cirurgias quase não implicam internamento, sendo a vida normal retomada horas ou poucos dias depois», explica Arnaldo Figueiredo. O tratamento cirúrgico desempenha um papel preponderante na incontinência urinária de esforço, tanto na mulher, como no homem. Além disso, é importante salientar que para a incontinência urinária de esforço «a cura é possível em cerca de 90% dos casos». Na incontinência urinária por imperiosidade, «o tratamento com fármacos orais (cuja ação estabiliza o músculo inibindo a sua contração involuntária) consegue melhorias sintomáticas na maioria dos doentes. Nos casos em que não é possível terapêutica oral, pode recorrer-se à administração de fármacos diretamente na bexiga, um procedimento simples e com boa eficácia e segurança».

Fatores de risco Uma das principais iniciativas da associação foi a Semana da Incontinência Urinária, que decorreu entre 9 e 15 de março. Durante esta semana foram desenvolvidas várias iniciativas com o intuito de desmistificar o problema e alertar para os fatores de risco. Estes podem ser intrínsecos, «como é o caso da raça, da predisposição familiar ou de anormalidades anatómicas e neurológicas. Podem ser fatores obstétricos e ginecológicos, de que são exemplo a gravidez, o parto e a paridade, os efeitos laterais da cirurgia pélvica (exemplo cancro da próstata) e radioterapia ou o Prolapso genital. Ou podem ser fatores promotores, como a Idade, as comorbidades, a obesidade, a obstipação, o tabaco, as atividades ocupacionais, a ITU, a menopausa ou a medicação», explica a APU. 49


breves

Ausência de glúten torna

Doentes com gota têm menos

Terapia pode ser tão eficaz

bolota em fruto ideal para

probabilidade de desenvolver

como os fármacos na

celíacos

Alzheimer

disfunção erétil

Um estudo desenvolvido pela Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica do Porto demonstrou que a bolota, e respetiva farinha, é uma boa alternativa à farinha de trigo, cevada e aveia, para os indivíduos celíacos, por não conter glúten. Este fruto, de acordo com a investigação, é também rico em fibra, proteína e compostos antioxidantes. Durante o estudo, conduzido por Manuela Pintado, investigadora da ESB da Católica do Porto, foram otimizadas bebidas de café de bolota, com aroma a café mas sem cafeína, e demonstradas as propriedades antioxidantes deste fruto, nomeadamente a proteção da oxidação do DNA. Segundo informações divulgadas em comunicado, a equipa de investigação desenvolveu, paralelamente, uma bebida de bolota fresca que, além das propriedades antioxidantes, demonstrou, pela primeira vez, a capacidade de promover o crescimento de bactérias benéficas presentes na nossa flora intestinal.

As pessoas que sofrem de gota têm menor probabilidade de vir a ter Alzheimer. Esta é uma das conclusões de um estudo publicado na revista científica British Medical Journal. A investigação, desenvolvida por cientistas norte-americanos, mostrou que os indivíduos que sofrem de gota, sujeitos ou não a tratamento para a doença, têm 24% menor probabilidade de vir a desenvolver Alzheimer do que a população geral. De acordo com o Diário de Notícias, os cientistas acreditam que a explicação para esta tendência está no ácido úrico, uma substância que os doentes com gota têm em excesso no seu sistema e que poderá ter algum efeito protetor no cérebro. «Pensa-se que o ácido úrico é mau, pois surge associado a doenças cardiovasculares», disse ao New York Times um dos responsáveis pelo estudo, Hyon K. Choi, da Universidade de Harvard. «É a primeira vez que os dados sugerem que o ácido úrico talvez tenha algum benefício», concluiu.

Um estudo realizado pelo SexLab – Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto – concluiu que, em alguns casos, a terapia e os medicamentos têm um efeito semelhante no tratamento da disfunção erétil. «É a primeira vez que se faz um estudo onde se compara diretamente a eficácia de uma psicoterapia, neste caso a terapia cognitivocomportamental, com a eficácia da medicação no tratamento da disfunção erétil. É um trabalho arriscado porque sabemos que a medicação é obviamente muito eficaz no tratamento do sintoma, mas sabemos também que a eficácia da medicação tende a perder-se com o tempo» explicou ao jornal Público Pedro Nobre, coordenador do estudo recentemente apresentado no congresso da European Society for Sexual Medicine. No âmbito do estudo, os participantes foram divididos em dois grupos e durante 12 semanas um deles teve acesso apenas a medicação diária e o outro a sessões terapêuticas semanais. Pedro Nobre, também diretor do SexLab, reforçou que as conclusões de resultados semelhantes entre terapia e medicação tiveram como base homens em que a disfunção é de «etiologia psicológica» e que «esta é uma parte importante mas que está longe de ser o todo da disfunção erétil». Não foram avaliados os casos com razões orgânicas ou com outras doenças que pudessem condicionar os resultados. O investigador também ressalvou que as conclusões ainda são preliminares, pois resultam de uma amostra parcial de 15 homens, nove dos quais foram sujeitos a terapia e seis ao tratamento farmacológico mais comum, com os chamados inibidores da PDE-5, que ajudam a irrigar o pénis.

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