Revista H#19

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Índice 3

Editorial

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Atualidade

EDItOrial

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Há novidades na H! 14

Neste início de ano decidimos continuar a inovar integrando algumas novidades na revista H. Assim, resolvemos trazer até si duas novas rubricas: “Na

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primeira pessoa” e “Ponto de Vista”. Na rubrica “Na primeira pessoa”, propomo-nos levar até si

Opinião Entre a paixão e a razão O que Dizem os Especialistas Gripes e constipações Desmistificar e evitar o contágio

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Em Foco Conhece os medicamentos que toma?

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Um Dia Todas Serão Assim 14 Farmácia Luz 17 Calendário & Ações Farmácias

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Na Primeira Pessoa 49

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testemunhos reais de utentes Holon que, através dos nossos serviços e com a ajuda e o envolvimento das Farmácias Holon, conseguiram atingir os seus

Cuidamos de Si 19 A Saúde na planta dos pés 22 Rosácea Reconheça os sintomas e proteja-se!

primeira pessoa. Por outro lado, na coluna de opinião “Ponto de Vista”, Bibi Sattar, a presidente da instituição de

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H Júnior 27 Diverte-te 28 Trocado em Miúdos 30 Dentro & Fora de Casa 31 Pinta o desenho

Dia a Dia «Fazer do exercício físico um hábito» Cuide Aqui da sua Saúde Sistema Imunitário O exército que há em nós! Ponto de Vista Inovação social – Políticas públicas na área da saúde Viva Mais 43 Vamos separar as águas 45 BTT Pedalar em “todo o terreno” 47 Receita saudável Atuar Ordem dos Farmacêuticos Promover o uso responsável do medicamento

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NOVIDADES

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Saúde Digital

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Breves

objetivos, melhorando significativamente a sua qualidade de vida. Tudo isto relatado, claro está, na

Bebé e Mamã «Não é preciso ter medo da febre!»

solidariedade social aTTitude, partilhará regularmente connosco o seu conhecimento e experiências na área da saúde. Para além destas novidades que agora partilhamos, continuamos focados em trazer o melhor da informação sobre saúde até si. Para isso, preparámos

Edição: Hollyfar – Marcas e Comunicação, Lda. – Rua Aquiles

esta edição 19 da H sobre os medicamentos e o real

Machado, nº 5F 1900-077 Lisboa

conhecimento que temos dos mesmos. Será que sabe

Coordenador Editorial: Maria João Costa Lobo (Holon) e Inês

tudo sobre eles? Saiba mais no nosso artigo “Em

Marujo (Hollyfar) • Colaboram nesta edição: Ana Albernaz,

Foco”.

Maria Luísa Teixeira, Sara Oliveira, Sara Patrício • Fotografia: David

Carmen Silva, Catarina Monteiro, Cláudia Carmona, José Fangueiro,

Não perca ainda o nosso recente e criativo Manifesto

Oitavem e Arquivo

Holon, onde declaramos de uma forma simples

Publicação bimestral • E-mail: revistah@farmaciasholon.pt

aquilo que somos e aquilo por que somos, explicando

• Tiragem deste número: 30.000 exemplares • Os artigos assinados apenas veiculam a posição dos seus autores.

a nossa génese e o que nos identifica enquanto farmácias. Farmácias Holon, um dia todas serão assim.

Miguel Goulão

Paginação: Helena Freitas • Execução Gráfica: Finepaper Diretor: Miguel Goulão • Propriedade: Holon – Comunicação Global,

– Rua do Crucifixo, 86, 3º Dto. 1100-184 Lisboa; E-mail:

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Diretor da Revista 3


ATUALIDADE

Investigadores portugueses na lista dos mais citados do

Este processo sinaliza a importância da aposta na formação médica com vista à criação de condições de recuperação sustentada do SNS, em termos de resposta e de qualidade assistencial diferenciada.

mundo Seis investigadores portugueses integram a lista dos cientistas mais citados do mundo da Thomson Reuters 2015, que inclui 3.126 nomes, entre os quais Isabel Ferreira, Mário Figueiredo, José Bioucas-Dias, Nuno Peres, Delfim Torres e Miguel Araújo, avançou o “Diário de Notícias”. «Este é um dos dados com peso para os rankings internacionais das universidades, e o número de pessoas nesta lista por milhão de habitantes constitui uma das medidas do impacto da ciência de um país», explica Mário Figueiredo, engenheiro eletrotécnico e investigador do Instituto de Telecomunicações, no Instituto Superior Técnico (IST). Para o cientista, na lista pelo segundo ano consecutivo, seis é «um bom número». «Estamos bem posicionados nesse parâmetro, entre a França e a Alemanha». Este é o resultado de um trabalho de anos. «O número de citações só se reflete oito a 10 anos depois da publicação de um artigo», diz Delfim Torres, matemático, professor e investigador na Universidade de Aveiro. As citações mostram a influência que esses trabalhos têm nas respetivas áreas. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, confessa-se satisfeito, por este ser «o resultado de uma política científica de várias décadas». É um «motivo de orgulho», confessa.

Saúde com mais médicos O Serviço Nacional de Saúde (SNS) acaba de integrar mais de 3.500 médicos no âmbito da formação médica de especialistas, distribuídos por dezenas de unidades dos cuidados de saúde primários e de hospitais do SNS. Este grupo compreende 2.082 internos do ano comum que, após a conclusão do mestrado integrado em Medicina, iniciam uma prática clínica efetiva, ao mesmo tempo que 1.569 jovens médicos iniciam a sua formação específica no âmbito de mais de 40 especialidades. As especialidades mais preenchidas foram a de Medicina Geral e Familiar com 473 internos, seguida da Medicina Interna, com 201, correspondendo às necessidades prioritárias do país, tendo em vista uma gestão estratégica de recursos humanos. 4

Mais de 2 mil consultas relacionadas com gripe nos centros de saúde Os centros de saúde realizaram numa semana 2.179 consultas relacionadas com a gripe, antes de o surto gripal atingir o pico. De acordo com o “Diário de Notícias”, este ocorre entre o final de dezembro e o início de janeiro. Para responder às necessidades da população, 63 centros de saúde, de todos o país, vão estar a funcionar com horário alargado. Segundo Graça Freitas, subdiretora-geral da Saúde, «um milhão de pessoas já foram vacinadas de forma gratuita». De 1 de outubro a 31 de dezembro «foram dispensadas 550 mil vacinas, o que corresponde a 80% das doses colocadas em farmácias», adiantou a Associação Nacional das Farmácias.

DGS lança manual de Cessação Tabágica Para ajudar os fumadores a deixarem o vício, a Direção-Geral da Saúde lançou o manual “Cessação Tabágica e Ganho Ponderal - Linhas de Orientação”. Cerca de 84% dos fumadores em cessação engordam e a média de aumento de peso é de quatro a cinco quilos após um ano – entre 13 a 14% chega mesmo a ganhar mais de 10 quilos. Este é um fator que leva muitos a desistirem e a voltar ao vício. O diretor do Programa Nacional de Promoção de Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde (DGS), Pedro Graça, disse ao “Diário de Notícias” que «não é inevitável, mas é provável que a pessoa vá ganhar algum peso. No entanto, os ganhos em termos de benefícios para a saúde compensam». O especialista diz que, se seguir à risca as dicas dadas no manual, «o risco de ganhar mais peso é menor e mais facilmente o ex-fumador volta ao peso que tinha anteriormente». No manual fazem-se diversas recomendações, baseadas na evidência científica mais recente, facilitando a adesão terapêutica, a continuação do processo e reduzindo o risco do aumento de peso corporal.



OPINIÃO

Entre a paixão e a razão Pedro Correia de Oliveira, Farmácia Barreto do Carmo (Almeirim)

«Alguém terá de ter a coragem de afirmar que o número de farmácias é já, efetivamente, excessivo. Isso implica também que o número de profissionais formados tenha de ser mais consonante com a realidade nacional. Estamos num setor regulado e com qualidade, mas com custos que a razão tem de admitir para não matar a paixão.»

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As farmácias em Portugal continuam de coração aberto. O coração e a razão, neste mundo dos cuidados de saúde, vão de braço dado por obrigação, já que não podem mesmo viver um sem o outro. Se acaba a paixão, a doença avança, pois a qualidade do serviço baixa. Se acaba a razão e a racionalidade de recursos, a paixão não sobrevive. A subsistência da rede de farmácias depende da sua distribuição geográfica que, conjugada com a densidade populacional, é a razão. Os serviços que prestam à comunidade dependem da formação e qualificação dos profissionais, eles são os detentores da paixão. As farmácias, como parte do serviço público de saúde, são complementares ao Sistema Nacional de Saúde e, com ele, estão integradas e interligadas. No entanto, e como é sabido também pelo próprio legislador, o mercado da saúde é imperfeito. Vive do que vende mas não vende o que quer, nem determina, em geral, o preço do bem ou do serviço prestado. Desta maneira não pode, em consciência, encerrar Extensões de Centros de Saúde e outros serviços, reduzir funcionários e horários de abertura, cortar nas horas extraordinárias ou promover a concentração de serviços e depois, nos setores que tutela, defender o contrário. Não devem, portanto, tomar medidas por estados de alma, como aconteceu no passado, pois o resultado foi a inviabilidade económica das farmácias, sobretudo das mais pequenas. No entanto, nem tudo foi negativo. Ficou aberto o caminho para novas responsabilidades atribuídas às farmácias, sendo que, para assumirem essas responsabilidades, que são os novos serviços que podem prestar e outras que, felizmente, vão ser atribuídas, estas precisam de colaboradores apaixonados e qualificados para as desempenhar.

Mas isso não se faz com o esquema retributivo em vigor, sendo que, por outro lado, sabemos que a despesa não pode aumentar. Resta um caminho: assumir que as unidades de saúde, que são as farmácias, deverão ter uma dimensão, tanto em espaço físico como no número e qualificação de profissionais, que permita responder com qualidade ao que a comunidade espera delas. As farmácias esperam essas novidades há muito e estão preparadas para as colocar em prática, como confirma um recente estudo da Universidade Católica. Segundo esse mesmo estudo, os portugueses querem que as farmácias disponibilizem mais serviços, como o apoio ao doente crónico, a marcação de consultas e a renovação automática de receitas. Assim, só vejo um caminho para conciliar tais objetivos: que o poder político assuma que este não é um setor onde as regras gerais de concorrência possam ser aplicadas na sua plenitude. Alguém terá de ter a coragem de afirmar que o número de farmácias é já, efetivamente, excessivo. Isso implica também que o número de profissionais formados tenha de ser mais consonante com a realidade nacional. Estamos num setor regulado e com qualidade, mas com custos que a razão tem de admitir para não matar a paixão. Escrevo estas linhas às 02:55 da manhã, numa localidade onde, a estas horas, já não posso ir ao centro de saúde, não posso abastecer o automóvel, não posso ir aos correios, nem tenho sequer um café aberto. Posso, no entanto, ir à farmácia, onde serei atendido por um profissional qualificado. Até poderei lá ir apenas para tirar uma qualquer dúvida que tenha ou, em opção e de uma forma ainda mais cómoda, poderei facilmente ser aconselhado por telefone. Este conforto tem um preço. Quem o sabe calcular?


O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

Gripes e constipações Desmistificar e evitar o contágio H - Persiste ainda alguma confusão entre o que são gripes e constipações. Traços gerais, qual a diferença entre uma coisa e outra? Alexandra Malheiro – Quer as gripes, quer as constipações são infeções de origem vírica, mais comuns no outono e no inverno. Têm ainda em comum a forma de contágio de pessoa para pessoa, através de gotículas expelidas pelo indivíduo doente. As partículas víricas, expelidas pelos doentes quando falam, tossem ou espirram, podem ser inaladas por alguém que se encontre em contacto muito próximo. Da mesma forma, o contágio pode dar-se quando, por exemplo, estendemos a mão a alguém doente que, tenha tossido ou espirrado, usando essa mão como “barreira”, e se depois, com a nossa mão, tocarmos na boca, olhos ou nariz. O contágio pode também ocorrer por contacto com superfícies contaminadas, como é o caso de objetos antes manipulados por alguém doente, onde o vírus pode sobreviver algum tempo.

Maleitas comuns da época fria, as constipações e gripes são, por vezes, confundidas devido a alguns sintomas comuns. Alexandra Malheiro, especialista de Medicina Interna do Hospital Lusíadas, no Porto, ajuda a esclarecer algumas dúvidas e alerta para os cuidados a ter ou fazer automedicação.

H – Mas há diferenças ao nível dos sintomas? AM – Sim. No caso da constipação, os sintomas mais comuns são espirros, nariz congestionado, rinorreia (“pingo do nariz”), tosse e, por vezes, dor de garganta no primeiro dia. Já na gripe, a febre e as dores musculares são os sintomas mais característicos, embora possa também cursar com todos ou alguns dos outros descritos.

Tratamento sintomático H – E como se tratam estas doenças? AM – Sendo doenças víricas, a solução de ambas passa, sobretudo, pelo tratamento sintomático.

Em geral, são doenças autolimitadas, porém a gripe, nalguns casos, sobretudo nos de maior debilidade prévia do indivíduo infetado, pode assumir proporções mais complicadas e de maior gravidade, podendo ainda ser “enxertada” de uma sobreinfeção bacteriana e, em última análise, levar à morte do indivíduo.

H - Em que situação se deve recorrer à urgência? AM – Deve evitar-se ir às urgências, a não ser nas circunstâncias em que os sintomas não sejam limitados a dois ou três dias, quando se acompanhar de febre elevada superior a 39ºC, ou se aos sintomas se juntarem ainda falta de ar ou vómitos incontroláveis.

H - Quais os principais problemas que podem advir pelo facto das pessoas se automedicarem ou tratarem de forma errada? AM - A automedicação passa, frequentemente, por medicação antibiótica que, não só é ineficaz em doenças víricas, como comporta, além do risco de toxicidade, alergias e possibilidade de condicionar resistências levando a uma perda de eficácia dos antibióticos quando estes sejam mesmo necessários. O ideal é recorrer sempre ao aconselhamento de um profissional de saúde antes de se tomar qualquer tipo de medicação.

«Vacina é importante medida preventiva» H – Existem cuidados preventivos que se podem adotar? AM - A gripe dispõe de vacina, anualmente atualizada, face às estirpes mais prováveis em cada ano. No que toca ao contágio e, em relação a ambas as 7


doenças, devemos evitar o contacto muito próximo com indivíduos doentes, lavar as mãos com frequência (ou usar solução alcoólica), sobretudo após contacto com o doente ou superfícies que este tenha manipulado. O doente deve tossir e espirrar sempre para um lenço que depois se possa eliminar e lavar as mãos com frequência. H - A vacina da gripe é recomendada em qualquer caso? AM - Qualquer pessoa pode ser vacinada, a partir dos seis meses, exceto situações específicas que contraindicam a vacinação, mas os grupos de maior risco de desenvolverem complicações devem ter preferência, nomeadamente: idosos (> 65 anos), crianças, grávidas, doentes crónicos (sobretudo pulmonares), diabéticos e doentes com imunidade deprimida (Ex: oncológicos, HIV+). Além disso, aconselha-se que a vacinação seja efetuada entre outubro e dezembro para melhor eficácia.

H – Contudo, há ainda quem receie vacinar-se contra a gripe, devido a alguns mitos que persistem. Pode esclarecer melhor este tema? AM - Após a vacinação contra a gripe é comum o aparecimento de dor e vermelhidão no local da administração da injeção ou aparecimento fugaz de sintomas gripais, como sejam uma febrícula e dores musculares, de duração habitualmente inferior a 48 horas, facilmente controláveis com paracetamol. Daqui surge o mito de que após a 8

vacinação algumas pessoas desenvolvem gripe. Da mesma forma, a vacina da gripe não protege de outras infeções víricas, nomeadamente, as responsáveis pelas constipações ou resfriados

que, sendo muito comuns, levam algumas pessoas a afirmar que não obstante terem-se vacinado, continuam a ter vários episódios daquilo que entendem, erradamente, por gripe, duvidando, assim, da eficácia da vacina.

Cuidados a adotar A pensar nestas questões e dúvidas a Direção-Geral de Saúde (DGS) criou um micro site da gripe, que pode ser consultado em https://www.dgs.pt/microsite-da-gripe.aspx. Aqui é possível encontrar resposta a algumas perguntas frequentes sobre a gripe sazonal e esclarecimento sobre as diferenças entre a gripe e a constipação. Além disso, a DGS deixa algumas recomendações a adotar no caso de ter gripe:

Cuide-se • Fique em casa, em repouso; • Não se agasalhe demasiado; • Meça a temperatura ao longo do dia; • Se tiver febre pode tomar paracetamol (mesmo as crianças). Não dê ácido acetilsalicílico às crianças; • Se está grávida ou amamenta não tome medicamentos sem falar com o seu médico; • Utilize soro fisiológico para a obstrução nasal; • Não tome antibióticos sem recomendação médica. Não atuam nas infeções virais, não melhoram os sintomas nem aceleram a cura; • Beba muitos líquidos: água e sumos de fruta; • Se viver sozinho, especialmente se for idoso, deve pedir a alguém que lhe telefone regularmente para saber como está.

Evite transmitir a gripe • Reduza, na medida do possível, o contacto com outras pessoas; • Lave frequentemente as mãos com água e sabão. Caso não seja possível, utilize toalhetes; • Use lenços de papel de utilização única (deite nos sanitários ou no lixo comum); • Ao espirrar ou tossir proteja a boca com um lenço de papel ou com o antebraço; não utilize as mãos.



em foco

Conhece os medicamentos que toma? Toma muitos comprimidos por dia? Sabe para que servem ou confunde-os? Já se recusou a fazer a medicação porque acha que lhe faz mal? Acredite que não é um caso isolado. No entanto, a solução para estes problemas está bem perto de si, na sua farmácia.

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EM FOCO

Adelina de Oliveira tem 88 anos e vive sozinha na sua casa em Sobral de Monte Agraço. Mantendo ainda uma perfeita autonomia, tendo em conta a sua idade, «a única coisa que já não faço é cozinhar», revela a idosa, especificando que as refeições «vêm do centro de dia». Há duas coisas que não falham na sua rotina diária: rezar o terço e tomar a sua medicação. «Tomo os comprimidos todos os dias», assegura. Não sabe os nomes dos medicamentos que toma, mas diz «conhecê-los mais ou menos pelas caixas». Sabe, contudo, quais são as suas maleitas: «tomo um comprimido para o colesterol, outro para a tensão e à noite ainda tomo um para dormir», revela. Paula Cerqueira Afonso, diretora técnica da Farmácia Cerqueira, uma Farmácia Holon situada na Cova da Piedade (Almada), salienta que, «na maioria dos casos, os utentes sabem para que efeitos tomam os medicamentos; por exemplo, se é para a “tensão alta”, diabetes, ou colesterol». No entanto, isto não significa que «saibam exatamente, dentro de cada grupo terapêutico, o tipo de ação desse mesmo fármaco», aponta a farmacêutica, sublinhando que «em doentes com um maior número de medicamentos, com fármacos para várias patologias e com idades mais avançadas isto torna-se mais complicado».

A primeira grande dificuldade dos doentes polimedicados reside «no número de medicamentos que têm que tomar. Quanto maior o número, mais difícil será de conhecê-los e conseguir cumprir a posologia prescrita», alerta a farmacêutica Paula Cerqueira Afonso.

A polimedicação Sebastião Calça, 79 anos, de Viseu, faz parte deste grupo de doentes descrito pela farmacêutica. Tomando cerca de oito comprimidos por dia, é considerado um doente polimedicado. Apesar de saber o nome dos males que o afligem, «”tensão alta”, colesterol, diabetes e asma», não consegue, contudo, distinguir entre a panóplia de caixas que tem em casa, que medicamentos servem para quê. Infelizmente, Sebastião Calça não é um caso isolado. A primeira grande dificuldade dos doentes polimedicados reside, precisamente «no número de medicamentos que têm que tomar. Quanto maior o número, mais difícil será de conhecê-los e conseguir cumprir a posologia prescrita», alerta Paula Cerqueira Afonso. Para contornar este problema, Sebastião Calça refere que possui «uma caixinha comprada na farmácia onde as meninas do Centro Social, que vêm cá a casa todos os dias, me separam a medicação». Para além do elevado número de medicamentos tomados, outro dos entraves à compreensão correta da medicação, é a condição geral do utente. Especialmente a capacidade que este tem em compreender o que lhe é explicado e de mais tarde continuar a lembrar-se daquilo que lhe foi dito pelo médico, pelo farmacêutico ou por ambos. Poder-se-ia pensar, contudo, «que esta situação estaria diretamente relacionada, em primeiro lugar, com a idade e, em segundo lugar, com as habilitações da pessoa. Todavia,

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doentes, por vezes, mais novos têm mais dificuldade em assimilar toda a informação necessária, assim como doentes com mais habilitações nem sempre são os que melhor cumprem as indicações dadas», revela a farmacêutica.

O abandono da medicação Nos últimos anos tem «havido um aumento do número de apresentações no mercado do mesmo fármaco, na mesma dosagem e forma de apresentação, o que leva a que exista um maior risco de haver confusão no que respeita à ação dos mesmos e a forma como devem ser tomados», alerta Paula Cerqueira Afonso. Neste sentido temos, por exemplo, os casos da Sinvastatina ou do Omeprazol, em que «chegamos a ter mais de 20 apresentações com a mesma dose, forma de apresentação e unidades», indica a diretora técnica. Isto obriga a que haja uma maior preocupação, por parte do farmacêutico, para evitar que em cada receita seja dispensada uma embalagem com um aspeto visual diferente daquele a que o utente está habituado, «pois caso isso aconteça estamos a aumentar o risco de duplicação de medicação ou, pelo contrário, pelo facto de o doente não identificar a embalagem, até deixar de a fazer», refere Paula Cerqueira Afonso. Aos 90 anos, Geraldina Barreto, da Sobreda da Caparica, costuma guardar os seus medicamentos na mesa de cabeceira. A idosa conhece os medicamentos que toma basicamente pela cor e dimensão dos comprimidos, assim como pelo tamanho das caixas. Por exemplo: «o amarelo é o da diabetes, o pequenino é para a tensão e esta caixa maiorzinha é para o estômago», explica. A dona Geraldina também conhece as doses e a hora a que devem ser tomadas. Porém, «quando me sinto indisposta acho sempre que é dos remédios e, por isso, já não os tomo mais», confessa. Geraldina Barreto é um caso paradigmático de outro dos problemas que condiciona diretamente o estado de saúde do indivíduo: deixar de fazer a medicação. Por acaso, nestas situações, a idosa costuma recorrer ao médico e «quando digo que me senti mal com uns comprimidos, ele passa-me outros». Mas, muitas vezes, não é isso que acontece e as pessoas deixam simplesmente de tomar a medicação, pondo em risco a sua saúde. «Para termos uma boa adesão à terapêutica, temos de ter os doentes “convencidos” de que os seus medicamentos lhe irão trazer uma melhor qualidade de vida», assegura Paula Cerqueira Afonso.

Os mais baratos Não obstante, mesmo quando nas farmácias conseguem manter as apresentações e assim, de certo modo, diminuir o risco de os doentes


deixarem de fazer a medicação, com «as constantes mudanças de preços dos vários medicamentos e dos vários laboratórios temos cada vez mais doentes a optar pelo mais barato em detrimento da apresentação que tomava anteriormente», declara Paula Cerqueira Afonso. Sebastião Calça optou por começar a tomar medicamentos genéricos, abandonando os chamados originais. «A minha reforma é baixa, por isso tomo genéricos», avança o idoso, especificando que «ainda cheguei a ter dúvidas se faziam o mesmo efeito que os comprimidos “normais”, mas na farmácia explicaram-me que sim».

A consulta farmacêutica As farmácias explicam, ensinam, acompanham… no fundo, assumem-se, hoje em dia, como um polo de apoio ao utente que vai para além da venda de medicamentos. É numa destas unidades de saúde, por exemplo, que Sebastião Calça vai regularmente medir a tensão e verificar como estão os seus diabetes. «Para além de me ser explicado o que posso fazer para me sentir melhor, foi-me dado um cartão onde são anotados os meus valores, que depois levo ao médico quando vou à consulta», refere. Para além deste tipo de acompanhamento, as farmácias e as suas equipas têm ainda vindo a assumir um papel fundamental no que respeita à adesão à terapêutica. Ou seja, abraçaram o compromisso de fazer aquilo que está ao seu alcance para que os utentes tomem os medicamentos certos, na posologia adequada e à hora correta para que as suas patologias estejam controladas, sobretudo quem sofre de doenças crónicas. No entanto, para cumprir esta missão, os farmacêuticos perceberam que, em determinadas situações, o atendimento ao balcão não era suficiente, pois o utente poderia, por exemplo, ficar com dúvidas sobre o que lhe fora dito, não perceber a mensagem e ter vergonha de voltar a pedir uma nova explicação ou, simplesmente, esquecer-se daquilo que lhe fora explicado. Para salvaguardar estas e outras situações, foi criada há alguns anos a consulta farmacêutica, que é «um serviço prestado pelo farmacêutico, que consiste no acompanhamento do doente através de visitas programadas à farmácia, com a finalidade de contribuir para resultados clínicos positivos. Envolve a identificação, prevenção e resolução de problemas relacionados com medicamentos», explica Paula Cerqueira Afonso. Esta consulta tem ainda a vantagem, de acordo com a diretora técnica, de «podermos dar a informação necessária ao médico para que juntos tomemos as melhores decisões para a saúde e qualidade de vida do doente». Na maioria dos casos, «são os doentes que, quando sugerido, aceitam o convite e iniciam a consulta», aponta a farmacêutica, explicando

que «os próprios reconhecem o benefício do serviço e, com o tempo, verificam uma melhoria do seu estado de saúde». Contudo, há situações em que são os familiares mais próximos a solicitarem a consulta. «Numa população envelhecida, temos muitas situações de filhos que, não tendo capacidade de verificar diariamente a medicação dos pais nem acompanhá-los a todas as consultas, sentem a necessidade deste acompanhamento», declara Paula Cerqueira Afonso. A consulta farmacêutica é um serviço que apesar de, em Portugal, ainda não ser reconhecido institucionalmente, tem evoluído significativamente nos últimos anos. «Tem havido um aumento da adesão, com o reconhecimento do benefício para a saúde, quer por parte do doente quer por parte dos médicos que também os acompanham», anuncia a farmacêutica, que por isso, acredita que «nos próximos anos vamos ter muitos doentes a serem acompanhados pelas farmácias, com grande benefício para eles, mas também com benefício para todo o sistema de saúde».

A PIM Em vários casos, na sequência da consulta farmacêutica, surge a necessidade de associar a preparação individualizada da medicação (PIM). A medicação é embalada semanalmente numa embalagem descartável, totalmente selada, que permite a individualização das tomas. «Esta preparação vai permitir uma melhor adesão à terapêutica e facilidade na toma, garantindo uma maior efetividade e segurança dos medicamentos», sublinha a diretora técnica da Farmácia Cerqueira. Há já alguns meses que a medicação de Adelina de Oliveira é preparada na farmácia porque «já tenho medo de confundir os comprimidos», específica a idosa. Apesar do filho até viver perto, «nem sempre tem tempo para me arranjar os remédios e, por isso, vou à farmácia e as meninas lá tratam disso». No fundo, como aponta a idosa, «é como se a farmácia viesse comigo para casa», o que deixa Adelina mais tranquila, pois assim «sei que estou a tomar os remédios todos certinhos». Fazer a preparação individualizada da medicação permite ao farmacêutico, mais uma vez, ajudar o doente a aderir à terapêutica e, com efeito, contribuir para a melhoria do seu estado de saúde. De acordo com Paula Cerqueira Afonso, «o objetivo deste serviço é, precisamente, controlar as doenças crónicas, aumentando a efetividade dos medicamentos que o doente toma e garantindo a sua segurança (previne efeitos secundários indesejados, duplicações e interações entre medicamentos)». Em consequência, há claramente «uma melhoria da qualidade de vida, com uma otimização da terapêutica e dos seus custos associados», conclui a farmacêutica.

Aguda versus crónica Existem várias doenças responsáveis pela troca de medicamentos ou a falta de adesão. No entanto há três que arriscamos dizer que são as “culpadas” mais frequentes. As primeiras duas, a hipertensão e a diabetes, por razões semelhantes. «Na maior parte dos casos são patologias em que a terapêutica é com mais do que um medicamento e nem sempre temos essas associações na mesma apresentação», declara Paula Cerqueira Afonso. Na prática, isto significa que os doentes para aquele problema de saúde tomam dois ou mais medicamentos, podendo confundir a forma de os tomar ou não compreender a função dos mesmos. Por outro lado, são duas patologias que com o avançar do tempo acabam por estar diretamente relacionadas com outras, quer sejam causa quer sejam consequência. O que significa, de acordo com a farmacêutica, «que passamos a ter doentes polimedicados, por vezes com mais de dez medicamentos em simultâneo, sendo fácil de perceber por que motivo pode haver troca, falha ou até mesmo excesso na toma dos medicamentos». Quanto à terceira patologia, ou grupo de patologias, falamos das doenças respiratórias, como a asma ou a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). Neste caso, «apesar de também existirem situações de polimedicação, muitas vezes a dificuldade prende-se com o tipo de apresentações utilizadas, pois na maior parte dos casos temos de recorrer a inaladores, cuja eficácia depende da forma correta de inalação», explica a diretora técnica, acrescentando que «uma inalação efetuada de forma incorreta origina uma eficácia reduzida e, consequentemente, um menor controlo da doença e um agravamento do estado de saúde». Em qualquer uma destas três patologias, segundo Paula Cerqueira Afonso, «um doente que esteja bem controlado pode facilmente abandonar a terapêutica por não sentir, no imediato, as vantagens em continuar com a medicação». São situações em que o objetivo da terapêutica também é evitar complicações futuras e impedir o agravamento da doença. No entanto, torna-se mais fácil haver adesão à terapêutica nas situações de doença aguda, «em que o benefício da mesma é imediato e o utente, não se sentido bem, percebe a vantagem de cumprir a toma de toda a medicação, do que nas doenças crónicas que a perspetiva é de continuar medicado durante períodos prolongados não tendo um benefício tão visível ou mesmo imediato», remata a farmacêutica.

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UM DIA TODAS SERÃO ASSIM

«Desde o seu nascimento que a Farmácia Luz foi muito mais do que um simples local de venda de medicamentos. Cedo criou um envolvimento com a comunidade, passando a fazer parte da vida quotidiana da aldeia.»

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Farmácia Luz Feita de pessoas para as pessoas

Se visitar a Malveira da Serra, uma aldeia em pleno Parque Natural da Serra de Sintra, encontra a Farmácia Luz, situada mesmo no centro desta localidade. A Farmácia Luz abriu portas em 1980, pelas mãos de Ângela Pinto, «com o objetivo de servir uma população que, até então, tinha de se deslocar alguns quilómetros para comprar os seus medicamentos», recorda a diretora técnica e proprietária da farmácia. Desde o seu nascimento que a Farmácia Luz foi muito mais do que um simples local de venda de medicamentos, uma vez que desde cedo criou um envolvimento com a comunidade, passando a fazer parte da vida quotidiana da aldeia, um local onde cada um sabe que pode pedir ajuda na resolução de qualquer problema de saúde. Para além dos habitantes da Malveira da Serra e das aldeias vizinhas, muitos dos utentes da farmácia são estrangeiros que por ali passam ou que por ali residem e que têm necessidades muito próprias, quer por estarem longe do seu médico habitual quer por, na maioria das vezes, não falarem português. Aqui encontram profissionais prontos a ajudar e a compreender o seu problema. «Como se pode perceber, não há monotonia no dia a dia desta farmácia,

exigindo uma constante adaptação da sua equipa às diferentes necessidades dos seus utentes», constata Ângela Pinto. Apesar de estar localizada numa aldeia, a proprietária da farmácia esteve sempre atenta à evolução da sociedade, procurando que a sua farmácia se modernizasse, de forma a poder responder às constantes necessidades dos seus utentes. Assim, a Farmácia Luz sofreu já diversas remodelações, sendo que cada intervenção se transformou numa etapa de um crescimento contínuo. Contando sempre com o apoio de uma sólida equipa, foi possível construir uma farmácia feita de pessoas e para pessoas, com uma constante preocupação com o bem-estar de todos. Foi com esta visão que embarcou no projeto Holon, vendo-o como um projeto inovador, que permite uma maior proximidade com os seus utentes, proporcionando-lhe um atendimento que se procura de excelência e podendo oferecer serviços que correspondem às suas reais necessidades. Em dezembro de 2015, com as obras de alteração de imagem da Farmácia, começa um novo desafio. Um desafio com o mesmo objetivo de sempre: procurar servir melhor os seus utentes, de pessoas para pessoas.




Fevereiro Um Dia Todas Serão Assim

Rosácea: Elimine a vermelhidão do seu rosto! Campanha de sensibilização.

CALENDÁRIO

Bexiga hiperativa: Rastreio através de questionário.

“A Escola também ensina a comer” Um Dia Todas Serão Assim

AÇÕES FARMÁCIAS

“A Escola e a Contraceção” A Farmácia Holon Leiria aderiu em força ao projeto “A Escola e a Contraceção” junto de mais de 400 alunos das escolas secundárias da cidade de Leiria. Objetivo primordial: informar os jovens sobre métodos contracetivos, contraceção de emergência e esclarecimento de mitos relacionados com a temática. As sessões decorreram num ambiente descontraído, sem constrangimentos, propício à colocação de dúvidas por parte dos alunos. A intervenção da equipa da Farmácia Holon Leiria foi avaliada com nota máxima, quer pelos alunos, quer pelos professores, deixando inclusivamente a porta aberta para eventuais novos projetos.

Desde cedo se previne a diabetes! No âmbito dos festejos do Dia Mundial da Diabetes (14 de novembro), a Farmácia Sá realizou uma ação de sensibilização sobre esta temática na Escola Secundária Filipa de Vilhena. A ação teve como objetivo sensibilizar alunos e colaboradores da escola para a importância da prevenção da Diabetes tipo II. Foi feita a avaliação da glicemia a 205 indivíduos, entre jovens (161) e adultos (45). No final da medição, os participantes receberam o resultado do teste, esclarecimentos sobre a diabetes e conselhos para a adoção de um estilo de vida mais saudável, menos sedentário e com uma alimentação cuidada.

A Creche da Ramalha recebeu, no passado dia 14 de dezembro, a visita da Farmácia Holon Pragal. Numa sessão de culinária divertida, cada criança

elaborou uma espetada de fruta, uma forma lúdica de falar sobre hábitos de alimentação mais saudáveis. A educação para a saúde deve começar em tenra idade pois as preferências e hábitos alimentares adquiridos ao longo desta fase da vida são consistentes no tempo e podem contribuir, na idade adulta, para a determinação do estado de saúde.

Fale connosco, vai ver que não dói nada. A dor crónica afeta um em cada cinco adultos em Portugal, estando a sua prevalência a aumentar. A campanha de sensibilização, que decorreu durante o mês de dezembro, permitiu chamar a atenção para este problema, muitas vezes vivido silenciosamente. Através da aplicação de um questionário, foi ainda possível identificar situações em que o controlo da patologia não está a ser alcançado. Uma análise preliminar dos dados, que estão ainda a ser recolhidos, permitiu identificar que 383 utentes das Farmácias Holon referiam sofrer de dor crónica com uma intensidade de 7,1 numa escala de 1 a 10 (intensidade máxima de dor sentida na semana anterior à aplicação do questionário). A análise mais aprofundada das respostas irá permitir conhecer melhor o impacto da dor crónica na vida das pessoas e identificar estratégias para alcançar melhores resultados terapêuticos.

O dia-a-dia com a diabetes A promoção da educação da pessoa com diabetes é uma premissa fundamental no tratamento desta doença. Foi com este objetivo que a Farmácia Luciano e Matos organizou uma sessão de esclarecimento, onde os participantes puderam colocar dúvidas sobre a gestão da doença no dia a dia, relativamente aos medicamentos e à alimentação. No final, foram dados alguns exemplos de como preparar lanches saudáveis.

Reconhecer a importância da saúde oral A Farmácia Cunha Miranda visitou a escola Cristóvão Falcão, em Portalegre, para realizar uma sessão de esclarecimento sobre a Higiene Oral e a Alimentação. Com o apoio da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Portalegre, foi possível disponibilizar um modelo anatómico representativo da boca, utilizado como modelo pelos alunos, para colocarem em prática as técnicas de higienização dos dentes e conhecimentos adquiridos na sessão. No final, a professora Catarina Sarmento, responsável pela organização dos projetos de educação para a saúde do agrupamento de escolas do Bonfim, revelou que «os professores consideraram muito interessante e de valor pedagógico as intervenções ocorridas». 17


na primeira pessoa «Depois de mais de 30 anos a fumar, foi o Serviço de Cessação Tabágica Holon da Farmácia Magalhães que me deu a força necessária e me mostrou o percurso certo para largar o vício do tabaco», Mássimo de Maria

Nome: Mássimo de Maria Idade: 48 anos Localidade: Almada Nacionalidade: Italiana Profissão: Operador turístico Objetivo atingido: Deixar de fumar

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Mássimo de Maria fumava desde os 17 anos. Em média, cerca de 40 cigarros por dia, o que nos leva a acreditar que fumou mais de 400 mil cigarros. No entanto, e por motivos de saúde, viu-se recentemente obrigado a deixar de fumar, depois de lhe ser feito um implante de um stent cardíaco, utilizado para prevenir ou evitar a obstrução do fluxo de sangue por entupimento dos vasos. Mássimo tentou largar o vício do tabaco por duas vezes, mas sem sucesso. «Numa das vezes, cheguei a recorrer ao Centro de Saúde de Almada mas não tiveram disponibilidade de horários para me receber e me acompanharem de forma efetiva na resolução do meu problema», conta Mássimo. Assim, e depois de tomar conhecimento do Serviço de Cessação Tabágica Holon através dos folhetos de divulgação, resolveu deslocar-se à Farmácia Magalhães onde acabou por realizar um total de cinco consultas, com recurso a estratégias comportamentais e terapêutica farmacológica. «O processo não foi fácil mas a motivação e o apoio dado pela minha companheira foram uma grande ajuda», confessa o operador turístico.

Se anteriormente Mássimo via o cigarro como um escape, hoje tem dificuldade em estar com pessoas que fumam, já que o incomoda ser fumador, mesmo que passivo. Por outro lado, são vários os pontos positivos de ter deixado de fumar: tem maior facilidade na realização das tarefas do dia a dia, voltou a sentir o verdadeiro sabor da comida e sente que, finalmente, se libertou da pressão psicológica de moldar a vida diária à volta dos cigarros. No que toca ao Serviço de Cessação Tabágica Holon, os elogios são vários. «O atendimento que encontrei foi personalizado e sempre positivo. Agradeço a ajuda da técnica de farmácia Diana Azenha e de toda a restante equipa com quem consegui estabelecer um relacionamento próximo. Isso fez toda a diferença», declara Mássimo Maria, adiantando que «ajudaram-me a enfrentar a raiz do problema e mostraram-me o percurso certo a seguir». Para finalizar, Mássimo dá um conselho a quem quer deixar de fumar: «Não percam tempo! Comecem já». Parabéns Mássimo, o objetivo foi atingido!


A saúde na planta dos pés CUIDAMOS DE SI

Sabia que um adulto dá, em média, 4 mil a 6 mil passos por dia, o que equivale a cinco voltas à Terra ao longo da sua vida? Agora que conhece este facto, considera que dá aos seus pés a atenção que eles merecem?

José Fangueiro, Podologista

Um apoio deficiente do pé modifica a biomecânica corporal, provocando alterações nas articulações que se iniciam nos pés e se refletem no corpo, sobretudo na coluna vertebral, resultando em desconforto e incapacidade para a realização das atividades diárias. Por esta razão, é extremamente importante valorizar o apoio dos pés. Para quem pensa que as palmilhas que vêm nos sapatos são suficientes, desengane-se! Estas são palmilhas comerciais que têm apenas a função de forro interno, exceto no caso de algum calçado para desporto de alta performance, que são feitas de material mais macio,

mas que, ainda assim, não são produzidas especificamente para os diferentes tipos de pés. O termo ortótese provém etimologicamente do grego “orthos”, designando todos os objetos, fixos ou móveis, anexos ao calçado através dos quais é possível corrigir alterações da marcha ou deformidades do pé de caráter reversível e compensar desequilíbrios anatómicos e funcionais de caráter irreversível. As ortóteses plantares personalizadas, habitualmente conhecidas por palmilhas, são feitas a partir do molde dos pés de cada pessoa, permitindo melhorar, de forma personalizada, a função do pé.

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Em que situações é aconselhado o uso de palmilhas? As palmilhas personalizadas dão mais qualidade de vida a quem sofre de dores nos pés, tornozelos, joelhos e costas. Na maioria dos casos, estas dores devem-se ao uso de calçado inadequado ou má postura, e podem ser evitadas ou reduzidas apenas com o uso de palmilhas personalizadas. As pessoas que sofrem de diabetes, devido ao risco acrescido de complicações no pé, também podem beneficiar do uso de palmilhas personalizadas. Neste caso, estas são executadas para garantir o contacto total da superfície plantar com as palmilhas, utilizando materiais macios e forro de memória lenta, conferindo maior conforto durante a marcha e permitindo que o peso descarregado sobre os pés seja distribuído de uma forma uniforme aliviando as zonas de maior pressão que apresentam maior risco de ulceração. Para quem pratica desporto como hobby ou profissão, as palmilhas são executadas e desenvolvidas de acordo com o tipo de atividade praticada. São constituídas por materiais com caraterísticas adequadas à prática desportiva que melhoram a performance, flexibilidade, resistência, a absorção do impacto do calcanhar no solo e um forro de memória rápida para um conforto extra. Na população geriátrica, o uso de palmilhas é fundamental porque com o passar dos anos, os pés têm tendência a desenvolver problemas. O desconforto e a dor são consequências naturais do envelhecimento, mas muito se pode fazer para melhorar o conforto, aliviar a dor e manter a saúde dos pés. Por volta dos 50 anos de idade, os pés já perderam cerca de metade da capacidade de absorção de choque conferida pelo tecido adiposo (gordura da planta do pé responsável pela absorção dos impactos quando caminhamos). Em associação ao aumento de peso corporal, esta situação pode afetar os ossos e os ligamentos. Estudos clínicos demonstram que a partir desta idade, estamos 80% mais suscetíveis ao aparecimento de artrite do pé e do tornozelo, assim como 90% mais sujeitos ao desenvolvimento de deformações das articulações do pé e dos dedos dos pés. O aparecimento destes problemas pode ser reduzido com o uso de palmilhas personalizadas. Nas crianças, os pés estão ainda em desenvolvimento, são frágeis e podem ser facilmente afetados pelo uso de calçado inadequado. Mau apoio dos pés (calcanhares inclinados), dores nos pés, tropeçar frequentemente, valgismo dos joelhos (joelhos unidos) são alguns dos sinais que podem indicar potenciais problemas. Um dos problemas mais presentes na criança é o pé plano (ou pé chato). Neste caso, as palmilhas constituem um método de tratamento eficaz, impedindo o excesso de pronação (inclinação do pé para dentro). A correção atempada deste problema é fundamental não só para assegurar um crescimento correto, mas também para prevenir o aparecimento de futuras complicações estruturais e funcionais no organismo. O podologista é o profissional de saúde habilitado para identificar problemas de postura relacionados com o apoio do pé e aconselhar as medidas corretivas mais adequadas, nomeadamente a realização de ortóteses personalizadas.

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CUIDAMOS DE SI

Rosácea Reconheça os sintomas e proteja-se! A Rosácea é uma doença de pele crónica que se caracteriza por uma vermelhidão permanente e crises inflamatórias que afetam determinadas zonas da face, tais como nariz, maçãs do rosto, queixo e testa. Para além

Sara Patrício, Farmacêutica

da vermelhidão, nas zonas afetadas podem observar-se vasos sanguíneos dilatados e pequenas pápulas ou pústulas que, habitualmente, são confundidas com a acne.

À medida que a doença progride, a vermelhidão tende a tornar-se mais intensa e persistente.

da pele do rosto, especialmente nas zonas do queixo e nariz, dilatam e tornam-se visíveis (telangiectasias).

Ainda não se conhece a causa exata da Rosácea, mas pensa-se que os fatores genéticos e ambientais tenham um papel fundamental no seu aparecimento. A patologia surge maioritariamente nos adultos de pele clara, entre os 30 e 50 anos, mas pode ocorrer em indivíduos de qualquer idade. Embora seja mais frequente nas mulheres, os homens apresentam formas mais graves da doença.

Pápulas e Pústulas – Podem surgir protuberâncias no rosto que se assemelham a borbulhas de acne. Nariz aumentado – Pode ocorrer um espessamento da pele na testa, queixo, maçãs do rosto e especialmente, no nariz. Esta condição é mais frequente nos homens e, e em casos mais extremos, o espessamento provoca um aumento de tamanho do nariz.

Como reconhecer o problema? Fique atento(a) aos seguintes sintomas: Vermelhidão facial - A pele tem a tendência para corar facilmente ou adquire uma vermelhidão permanente. Os pequenos vasos sanguíneos

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Envolvimento ocular – Cerca de 50% das pessoas com Rosácea podem apresentar pálpebras inchadas, olhos irritados e avermelhados acompanhados de ardor e/ou secura ocular.



Conheça os fatores de risco e proteja-se! Existem fatores que podem desencadear ou agravar a Rosácea, pelo que é necessário reconhecê-los para que possam ser evitados, nomeadamente: Exposição Solar – Este é um dos fatores desencadeadores mais comuns de manchas e vermelhidão. Conselho: Evite os horários de radiação solar mais intensa. Use sempre protetor solar com FPS superior a 30. Dê preferência a produtos próprios para peles sensíveis, os quais contêm ingredientes como óxido de zinco e dióxido de titânio. Mudanças de clima e temperatura – Ambientes excessivamente quentes ou a proximidade a uma fonte de calor podem aumentar o fluxo sanguíneo na face, causando vermelhidão. Conselho: Diminua a exposição a climas extremos e a alterações bruscas de temperatura. Os banhos muito quentes e saunas também devem ser evitados. Alimentação – Determinados alimentos ou refeições podem despoletar vermelhidão facial. São disso exemplo, refeições muito quentes ou picantes, chocolate, citrinos, produtos lácteos, entre outros. Conselho: Mantenha um registo da sua alimentação diária de modo a auxiliar na identificação dos alimentos que desencadeiam as manchas e vermelhidão. Bebidas alcoólicas – Embora seja incorreto associar a Rosácea ao alcoolismo, é aconselhado que se pratique uma ingestão moderada deste tipo de bebidas. Exercício físico – O exercício físico intenso pode levar a um sobreaquecimento corporal e, em consequência, tende a exacerbar os sinais de Rosácea. Conselho: Opte por uma prática de exercício físico moderado, preferencialmente ao ar livre ou em locais bem ventilados. Ingira constantemente bebidas frescas durante o treino, refresque o rosto com água termal e faça pausas de modo a evitar um sobreaquecimento.

Conselho: Evite o uso prolongado de corticoesteróides tópicos e produtos cosméticos de uso tópico que contenham álcool ou perfume na sua formulação. Evite também a automedicação, procurando o aconselhamento de um profissional de saúde.

O tratamento Sendo uma doença crónica, os tratamentos para a Rosácea visam o controlo da doença e não a sua cura. Como tal, a alteração de alguns hábitos diários e estilos de vida têm um papel fundamental. Existem vários subtipos de Rosácea e, por isso, é fundamental procurar ajuda de um especialista que avalie as várias opções de tratamento possíveis e elabore um plano terapêutico personalizado. De acordo com a fase da doença e o tipo de pele, o tratamento pode ser composto por produtos de aplicação exclusivamente tópica, como cremes ou géis ou, em casos mais severos, poderá ser associado o tratamento por via oral. Os tratamentos para a Rosácea podem ser bastante eficazes na diminuição das pápulas e na melhoria da aparência da pele, porém é necessário estar consciente de que a terapêutica tem de ser efetuada a longo prazo. Geralmente, a fase inicial é composta por um tratamento de controlo da doença seguida de um tratamento de manutenção. Nos casos em que o tratamento tópico e oral não é suficiente, existem alguns tratamentos estéticos como Laser, ou Luz Intensa Pulsada, e Escleroterapia que têm demonstrado ser eficazes apresentando resultados clínicos muito satisfatórios.

Cuidados diários essenciais Para atenuar a vermelhidão, não deve descuidar alguns cuidados diários com a sua pele. Deixamos-lhe algumas indicações: • Evite a utilização de produtos cosméticos com ingredientes irritantes e que provoquem um agravamento dos sintomas de vermelhidão; • Use um produto de limpeza suave para limpar a pele de manhã e à noite, evitando friccionar a pele em excesso;

Fatores Emocionais – Para além dos efeitos visíveis no rosto, é uma doença que tem associada uma grande componente emocional.

• Os homens devem preferir o uso da máquina de barbear elétrica em vez de lâmina;

Conselho: Adote estratégias para gerir os períodos de maior ansiedade.

• Utilize cremes hipoalergénicos com ingredientes ativos que atuam sobre a microcirculação, testados dermatologicamente para pessoas com Rosácea;

Condições médicas – Alterações hormonais, nomeadamente na gravidez e menopausa, hipertensão arterial, tosse crónica e patologias como a acne e a dermatite seborreica podem aumentar a vermelhidão facial característica da Rosácea. Medicamentos e produtos de uso tópico – A pele com tendência ao aparecimento de vermelhidão é, na maioria dos casos, uma pele sensível e, como tal, devem ser adotados alguns cuidados adicionais visto que muitos cosméticos e medicamentos tópicos podem agravar o problema. 24

• Aplique um protetor solar com FPS igual ou superior a 30; • Se for o caso, opte por utilizar maquilhagem corretora adaptada. Existem, no mercado, opções de maquilhagem específica para peles sensíveis e sticks corretores, de cor verde, que cobrem e neutralizam a vermelhidão e os vasos dilatados, características desta doença.










«Não é preciso ter medo da febre!» Elemento importante das defesas do organismo contra as doenças, a febre é um dos primeiros sinais de alerta de que algo pode estar mal com a saúde do seu filho. Contudo, muitos pais correm para o médico

Bebé e mamà Margarida Lobo Antunes, pediatra do centro PIN – Progresso Infantil, começa por explicar que, ao contrário da ideia generalizada, «a forma correta de medir a temperatura depende da idade da criança. Não devemos utilizar os termómetros timpânicos abaixo dos três meses de idade, porque o canal auditivo externo é mais estreito e, por vezes, não está totalmente desobstruído, não permitindo assim uma medição correta», alerta. Também o pediatra Hugo Rodrigues defende que, «apesar de não ser completamente consensual, a temperatura mais fiável continua a ser a temperatura retal para bebés até aos 12 meses. A partir daí pode ser utilizada a temperatura oral («na boca»), axilar («debaixo do braço») ou timpânica («no ouvido»), embora estas sejam mais falíveis». Depois de selecionar a forma correta de medir, há que ter em atenção a temperatura registada

mal o termómetro marca 38ºC e, conforme frisam os pediatras, «não devem entrar em pânico!». pois «o local em que é medida a temperatura vai determinar se o valor é considerado febre», esclarece Margarida Lobo Antunes (ver caixa Definições de Febre). As causas possíveis da febre envolvem, na maioria das vezes, microrganismos (vírus, bactérias, fungos e parasitas), embora o pediatra José Aparício, Responsável do Atendimento Urgente Pediátrico do Hospital Lusíadas Porto, refira que, «por vezes, situações de stress ou doenças hormonais podem estar na origem de quadros febris nas crianças. Em situações raras e atípicas as crianças podem aparecer com valores de febre que não correspondem à realidade porque o adulto que cuida da criança cria um quadro de elevação da temperatura no termómetro que não corresponde à temperatura corporal da criança».

Desmistificar ideias preconcebidas Um dos principais receios dos pais é que «a temperatura suba indefinidamente e depois não baixe, mas isso não é verdade. Todos os picos febris se comportam da mesma forma, com uma primeira fase de subida da temperatura (que, em situações normais, nunca ultrapassa os 42ºC), uma segunda em que a temperatura se mantém elevada e uma terceira fase, de descida térmica, em que o organismo perde calor para o exterior, de forma a retornar aos valores normais», explica o pediatra Hugo Rodrigues. Outro dos mitos é que os picos febris mais elevados têm mais probabilidade de causar convulsões febris. Na realidade, de acordo com Hugo Rodrigues, a maior parte das convulsões

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Sinais de alarme - Criança com febre abaixo dos 3 meses; - Criança com febre alta que não cede à medicação em dose adequada; - Febre e “pintas”; - Febre e dificuldade respiratória; - Febre com outros sintomas, vómitos, dor abdominal, queixas urinárias. Os especialistas recomendam que as crianças com febre não devem ir à escola. «É mau para elas, que estão doentes e podem estar queixosas, e não é bom para as restantes crianças, porque podem ser contagiadas com a doença», explica a pediatra Margarida Lobo Antunes. Na eventualidade do estabelecimento de ensino ter espaço de isolamento, ter pessoal alocado apenas para a criança doente e cumprir as regras essenciais da higiene e desinfeção das mãos pode, na opinião do pediatra José Aparício, «ser considerada a possibilidade de a criança ficar no estabelecimento de ensino, mas, nesta situação, sempre analisando caso a caso». surge na fase de subida térmica, «muitas vezes com temperaturas de 38-39ºC, pelo que não é preciso um valor muito elevado para surgir uma convulsão». José Aparício aconselha os pais a estarem «atentos e vigiar, com apoio médico, o quadro clínico febril, sem medos que a febre possa causar “pneumonia”, “gripe”, “meningite”, “ataques cerebrais” ou “atraso do desenvolvimento”».

Baixar a temperatura corporal Quando a criança apresenta uma temperatura corporal com um valor que é considerado febre, os pais não devem entrar em pânico nem ir a correr para o médico. Devem sim, tomar certas medidas para que a temperatura estabilize e a criança fique confortável. José Aparício defende que «é importante que os pais vejam que a elevação da temperatura em caso de doença é, na maioria das vezes, benigna funcionando como uma resposta de defesa à agressão por microrganismos. Assim sendo, os pais devem preocupar-se com temperaturas acima dos 39-40ºC, principalmente se responde mal às medidas de arrefecimento natural e às medidas farmacológicas como o paracetamol. Também se a elevação da temperatura perturba o estado geral da criança, se se associa a mais sonolência ou a vómitos ou recusa alimentar, devem os pais procurar ajuda para a criança ser observada». Margarida Lobo Antunes advoga ainda que é muito importante reforçar a ingestão de líquidos, «para manter a criança hidratada», e, 34

dado que o apetite pode estar reduzido, «não devemos forçar a ingestão de alimentos».

Definições de febre

A evitar

a) Temperatura retal – mais de 38ºC; b) Temperatura axilar – mais de 37,4ºC; c) Temperatura oral – mais de 37,6ºC; d) Temperatura timpânica – mais de 37,6ºC.

Nestes casos, há comportamentos que se devem mesmo evitar. «Quando a temperatura está a subir (as crianças ficam a tremer, com as mãos frias e a pele mais “arroxeada”), não deve despi-las nem dar banho», começa por enumerar o pediatra Hugo Rodrigues. Embora considere que não é correto sobreaquecer, «forçar o arrefecimento quando o organismo está a tentar elevar a temperatura do corpo é desagradável e aumenta o desconforto», continua. Na fase em que a temperatura começa a descer (as crianças ficam vermelhas, quentes e transpiradas) pode «dar um banho de água tépida e retirar a roupa. Aí sim, estamos a ajudar o organismo a perder calor», explica o pediatra. José Aparício acrescenta que «nunca devemos agasalhar a criança, cobrindo-a com roupa, só porque a mesma está com arrepios de frio ou pede para ser coberta». Este especialista defende ainda que não se devem utilizar compressas com gelo ou colocar compressas com álcool. «Estas medidas servem apenas para refrescar a pele, mas não baixam a temperatura corporal core e podem agravar os tremores. Um banho de água tépida pode ajudar após a administração da medicação». O Responsável do Atendimento Urgente Pediátrico do Hospital Lusíadas Porto salienta ainda que o ibuprofeno «não deve ser a primeira escolha para tratar a febre em pediatria e, em alguns casos, como a Varicela, não deve nunca ser usado para tratar a febre ou dor».

Bebés têm picos de febre? Por terem as defesas mais “alerta” e menor número de anticorpos é comum os bebés registarem os chamados “picos de febre”, até por não terem contactado ainda com muitos vírus. O pediatra Hugo Rodrigues explica que «a febre é um mecanismo de defesa do organismo», que serve essencialmente dois propósitos: 1) Otimizar as nossas defesas, «porque há mecanismos que funcionam melhor em temperaturas corporais ligeiramente mais elevadas»; 2) Inativar alguns microrganismos, «uma vez que alguns são mais sensíveis à elevação da temperatura e se tornam mais fáceis de combater nessas situações». É por este motivo que se diz que «a febre em si não deve ser tratada, mas apenas o desconforto que ela provoca (isto quer dizer que se uma criança tiver febre, mas estiver bem-disposta não precisa de fazer nenhum tipo de medicação)», conclui Hugo Rodrigues.



dia a dia

«Fazer do exercício físico um hábito» Os ginásios assumem-se, cada vez mais, como centros de saúde e bem-estar. Amados por muitos mas não tanto por outros, certo é que os ginásios têm evoluído e conseguem hoje agradar “a gregos e a troianos”. Atualmente, já não há desculpa para não se praticar exercício físico, pois há cada vez mais ginásios à medida de cada um. Como bem precioso que é, a saúde precisa de ser cuidada e preservada. Uma das maneiras de o fazer é através da prática regular de exercício físico. Em resumo: mexa-se pela sua saúde. E, de preferência, já hoje! A sociedade atual prima por comportamentos sedentários: os empregos e as profissões implicam cada vez menos movimentos físicos; os momentos de lazer passam cada vez mais por estar sentado no café, no cinema ou mesmo em casa… É preciso contrariar esta tendência de inatividade. Como? Precisamente através da prática de exercício físico. A sabedoria popular diz que “não devemos 36

deixar para amanhã o que se pode fazer hoje”. E este ditado aplica-se na perfeição à situação. O sedentarismo é inimigo da saúde e, por isso, é urgente pôr-lhe um travão.

Qualidade de vida Praticar uma atividade física regular é sinónimo de qualidade de vida. Os benefícios da prática disciplinada de exercício físico «são imensos», aponta José Maria Fonseca, diretor técnico do ginásio Sempre ao Rubro GYM, em Mafra. Realçamos, em termos gerais, quatro grandes áreas em que a prática regular de exercício físico contribui para um aumento da qualidade de

vida: «1) condição física geral, nomeadamente melhoria do sistema osteoarticular e muscular, resultando em mais mobilidade, menos cansaço e mais capacidade para todas as tarefas do dia a dia; 2) mais saúde, verificando-se melhorias em termos cardiovasculares, cardiorrespiratórios e estabilização glicemica, do colesterol e da pressão arterial; 3) bem-estar mental, pois com o exercício é libertada a hormona do bem-estar que nos faz sentir bem, há uma grande redução dos níveis de stress, mais facilidade em adormecer e sono mais descansado; e 4) sociabilização, dado que salvo raras exceções em que as pessoas praticam exercício sozinhas, a prática regular de uma atividade é um excelente meio de sociabilização, integração e interação», salienta o diretor-técnico.

A motivação Pode parecer difícil alcançar tudo isto, mas a verdade é que é fácil, visto que todos estes benefícios podem ser conseguidos num só local: o ginásio. Se, por um lado, abrange as quatro grandes áreas benéficas do exercício físico, referidas anteriormente, por outro lado, «possui profissionais qualificados, especialistas em exercício físico e saúde que sabem orientar as pessoas da melhor forma e garantem a máxima


segurança possível para cada indivíduo», expõe José Maria Fonseca. É ainda importante focar «a importância da motivação», continua o diretor técnico, explicando que os ginásios «procuram acompanhar e motivar todas as pessoas que querem tornar-se ativas, pois têm consciência de que o processo de transformação de sedentário em ativo é difícil». Hugo Morais, 38 anos, do Feijó, corrobora. Apesar de frequentar o ginásio há pouco mais de quatro meses, já nota diferenças no seu dia a dia. Desde que começou a praticar exercício físico regularmente que tem «mais força/ endurance e motivação, em geral, no dia a dia». Tendo, precisamente, como objetivo ganhar força/endurance, no ginásio, Hugo procura fazer aulas de grupo, como body pump e passadeira, porque são atividades que o ajudam a atingir as suas metas em termos da condição física.

A evolução Os ginásios, ao longo dos anos, têm vindo a evoluir consoante as tendências e as necessidades. «Quando surgiram os primeiros nem aulas de grupo existiam», revela o diretor técnico do Sempre ao Rubro GYM. No entanto, atualmente, pode dizer-se que existem aulas para todos os gostos e necessidades, «desde aulas de uma hora, 45 minutos ou 30 minutos, sendo que até começam a surgir as de 15 e 20 minutos», acrescenta. Os ginásios evoluem, assim, tendo como premissa «a necessidade de tornar as pessoas

mais ativas» e, neste sentido, «procuram criar condições para que estas se sintam bem enquanto praticam exercício físico», aponta José Maria Fonseca. Por outro lado, o diretor técnico sublinha que também se notou, nos últimos anos, uma grande evolução ao nível do treino personalizado. «Neste tipo de treino o cliente trabalha exclusivamente com um profissional e os resultados são mais rápidos e quase garantidos», explica. Resumindo, quem frequentou ginásios há algum tempo se regressar agora «vai ficar surpreendido com as diferenças», assegura José Maria Fonseca, justificando, a título de exemplo, que «temos vários clientes que diziam que nunca iriam inscrever-se num ginásio e que dificilmente iriam tornar-se pessoas ativas e, hoje em dia, treinam regularmente e adoram fazer parte da nossa família».

Ganhar o gosto Este sentimento de pertença derivado do convívio e da sociabilização é, como referido anteriormente, um dos benefícios do ginásio. Susi Baixinho, de 34 anos, residente em Mafra, que o diga. Quando se inscreveu num ginásio, em 2009, as razões prendiam-se sobretudo com a saúde. «Estava com peso a mais», conta. Ao fim destes anos todos, Susi revela que, em consequência da prática regular de exercício físico, «já não fico tão cansada ao subir escadas e tenho mais agilidade». Para além disso, no próprio ginásio, também graças a uma melhor condição física, já se aventura a fazer exercícios mais “puxados”.

Se no início eram sobretudo as razões relacionadas com a saúde que a levaram a frequentar o ginásio, hoje confessa que gosta mesmo de fazer exercício físico. E, para além disso, há também o fator social, pois amizades foram sendo feitas neste meio tempo. Por tudo isto, Susi Baixinho afirma, sem qualquer hesitação: «atualmente, gosto mesmo de frequentar o ginásio».

Mensalidades a descer Todos os indivíduos têm a sua personalidade e quase se pode dizer o mesmo dos ginásios. Presentemente, existem ginásios para todos os gostos. «As pessoas procuram essencialmente um local onde se sintam bem», aponta José Maria Fonseca. Daí a importância de «tornar todo o processo o mais divertido possível para que se tenham experiências positivas sempre que se vai ao ginásio», acrescenta. Isto ao mesmo tempo que se trabalha para alcançar os objetivos práticos. De acordo com o diretor técnico, quem frequenta um ginásio procura, sobretudo, «perder peso, tonificar o corpo e melhorar a postura corporal». No que toca à oferta, os ginásios têm, deste modo, apresentado cada vez mais «soluções em termos de atividades (mais variedade, mais diversão) e simultaneamente os preços das mensalidades têm vindo a descer para que qualquer pessoa possa iniciar a sua prática de exercício regular sem que tal decisão seja um verdadeiro problema nas suas finanças pessoais», elucida José Maria Fonseca. Na verdade, quando começou a sua formação nesta área, «uma mensalidade num ginásio era mais do dobro do que é atualmente em alguns grandes e pequenos ginásios», remata.

Gostar para criar hábito Para se iniciar a prática regular de exercício físico é aconselhado consultar o médico e/ou um especialista em exercício físico para saber o que se pode e não se pode fazer. No entanto, na perspetiva de José Maria Fonseca, «o mais importante é procurar uma atividade de que se goste, pois praticar exercício já é difícil por si só. Se as pessoas escolherem uma atividade de que não gostam estão muito perto de atingir o insucesso no que diz respeito à possibilidade de fazer do exercício físico um hábito».

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Sistema imunitário O exército que há em nós! O sistema imunitário desempenha a notável função de nos

cuide aqui da sua saúde

defender contra doenças causadas por microrganismos. Sem este sistema de defesa estaríamos sempre doentes. Mas afinal, como funciona o sistema imunitário? Podemos reforçá-lo? Existem vitaminas ou plantas capazes de o melhorar? Encontre aqui as respostas a estas e outras questões, sobre o nosso maior escudo de defesa: o sistema imunitário!

Maria Luísa Teixeira, Farmacêutica

O sistema imunitário abrange o conjunto de órgãos e tecidos que nos conferem uma proteção contra agressores externos capazes de provocar doenças, tais como vírus, bactérias, parasitas, fungos, etc. As células deste sistema, designadas genericamente como leucócitos, podem ser divididas em vários grupos conforme as suas funções, tal como os soldados. A ação conjunta de todos estes “soldados” está rigorosamente coordenada, como num exército, para que o agente infecioso possa ser combatido e removido do corpo o mais depressa possível.

A resposta a infeções A infeção é uma das causas de doença mais comuns, que pode representar uma simples gripe ou uma doença mais debilitante, tal como hepatite crónica ou até mesmo doenças mais graves que colocam a vida em perigo, como a SIDA. Os microrganismos causadores destas doenças têm de ultrapassar múltiplas barreiras antes de se instalarem no organismo e provocarem a infeção.

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Os primeiros obstáculos que impedem a entrada de agentes microbianos no nosso organismo são barreiras físicas, como a pele. Se o microrganismo conseguir ultrapassar essas barreiras, poderá então invadir o organismo, iniciando-se uma verdadeira batalha antimicrobiana. Caso haja esta invasão, uma primeira linha de defesa imunológica consiste em mecanismos que estão já pré-formados, ou que são rapidamente desencadeados, que se designam por “imunidade inata”. Utilizando a analogia do exército, nesta primeira fase verifica-se a ação da força de intervenção rápida, efetuada por soldados sempre prontos a atuar. Por sua vez, a “imunidade adquirida” resulta da ampliação do exército em ação, através da chamada de mais soldados ao local da batalha, bem como do desenvolvimento de estratégias que permitam ao exército imunológico sair vencedor. Assim, esta linha de defesa resulta numa resposta imunológica mais demorada e muito eficaz. Além disso, é através desta resposta mais tardia que se forma a memória imunológica: a formação de anticorpos e de células de memória, que são como soldados vigilantes e especializados, preparados para atacar rapidamente determinados agentes invasores. Desta forma, num contacto posterior, quando um agente estranho semelhante invadir o organismo haverá uma resposta mais rápida e eficaz, fazendo com que o microrganismo seja eliminado com mais facilidade.

Doenças do sistema imunitário Infelizmente, o sistema de defesa não é infalível, havendo pessoas mais suscetíveis para desenvolver doenças do sistema imunitário. Vejamos em maior detalhe o que acontece nas doenças autoimunes e nas alergias, que são apenas dois exemplos de patologias que resultam de alterações no funcionamento do sistema imunitário. Doenças autoimunes - Os mecanismos imunológicos de defesa contra agentes patogénicos têm de ser sujeitos a um intricado controlo para evitar que a resposta imunitária acabe por se tornar lesiva para as nossas células ou os nossos tecidos. Quando este mecanismo de regulação não funciona corretamente, desenvolvem-se as conhecidas doenças autoimunes (como a artrite reumatoide ou o lúpus), em que os leucócitos agridem as células do próprio organismo. Alergias - As doenças alérgicas (por exemplo: rinite, asma ou eczema) correspondem a um tipo particular de doenças designadas de hipersensibilidade. Com efeito, a alergia resulta de uma resposta exagerada do sistema imunitário a algo que é inócuo, como moléculas de pólen ou de pó da casa. Existe uma forte predisposição genética para o desenvolvimento destas respostas imunitárias de características alérgicas.

Dez dicas para fortalecer o seu sistema imunitário

Fortalecer o sistema imunitário

Se deseja manter o seu sistema imunitário forte e saudável, eis as 10 dicas que deve seguir: • Não fume; • Tenha uma alimentação rica em frutas, vegetais e grãos integrais e evite as gorduras saturadas; • Faça exercício físico com regularidade; • Mantenha um peso saudável; • Mantenha a pressão arterial sob controlo; • Se consumir bebidas alcoólicas, beba com moderação; • Durma o suficiente; • Lave as mãos com frequência; • Faça check-up de saúde com regularidade; • Saiba gerir o stress.

O funcionamento do sistema imunitário é extremamente complexo, ainda que alguns aspetos relacionados com este sistema não estejam totalmente esclarecidos, nomeadamente de que forma a alimentação, o exercício físico, certas plantas medicinais, a idade ou o stress influenciam o correto funcionamento do nosso escudo protetor, vejamos o que se conhece, à data, sobre estas variáveis.

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Alimentação - Manter uma alimentação variada e saudável é crucial para garantir o correto funcionamento do sistema imunitário. De facto, as pessoas que vivem em pobreza e que se encontram mal nutridas são mais vulneráveis a doenças infeciosas. Existe evidência científica que comprova que a falta de determinados micronutrientes, nomeadamente zinco, selénio, ferro, cobre, ácido fólico e vitaminas A, B6, C e E leva à alteração da resposta imunitária.


Exercício Físico - O exercício físico regular é um dos pilares de um estilo de vida saudável. Melhora a saúde cardiovascular, baixa a pressão arterial, ajuda a manter o peso adequado e protege contra doenças. Mas, será que ajuda a manter o sistema imunitário saudável? Efetivamente, o exercício físico, a par da alimentação saudável, contribuem para nos mantermos saudáveis e, por isso, ajuda também a manter o sistema imunitário saudável. O seu contributo pode ser tão direto como melhorar a circulação do sangue, que permite que as células do sistema imunitário se movimentem corretamente pelos vasos sanguíneos e exerçam a sua função com eficácia.

ponto de vista

Inovação social políticas públicas na área da saúde

Plantas medicinais - Certamente já encontrou em diversas superfícies comerciais suplementos alimentares à base de plantas (ex.: equinácia, alho ou ginseng) que alegam reforçar o sistema imunitário. Na verdade, a evidência científica existente neste contexto é escassa e os estudos realizados nem sempre têm a qualidade necessária que permita tirar conclusões. Não obstante, a falta de evidência científica não comprova que estas plantas não exerçam efeito terapêutico, indicando simplesmente que até à data não foi possível comprová-lo perentoriamente. Idade - O processo de envelhecimento leva à redução da capacidade imunológica. Desta forma, os idosos têm maior propensão para contrair doenças infeciosas, como a pneumonia que representa uma das principais causas de morte em pessoas com mais de 65 anos. Felizmente, existem métodos eficazes para prevenir as doenças infeciosas respiratórias. Em Portugal, as vacinas da gripe e da pneumonia encontram-se disponíveis e representam uma estratégia importantíssima para a diminuição da mortalidade associada a estas doenças nos idosos. Stress - Existe uma ligação muito próxima entre as emoções e a saúde física. Uma variedade de sintomas como indisposição gástrica, tonturas e até doenças cardíacas estão relacionadas com o efeito do stress emocional. A evidência científica atual indica que o stress, as emoções negativas e o isolamento social apresentam consequências negativas também para o sistema de defesa. Estas emoções levam a uma alteração na libertação de determinadas hormonas que tem um impacto negativo sobre o sistema imunitário. Referências bibliográficas: Sociedade Portuguesa de Imunologia, http://www.spimunologia.org/rubrica. aspx?id_seccao=5&id_rubrica=76&ord=2; Harvard Medical School, http://www.health.harvard.edu/ staying-healthy/how-to-boost-your-immune-system; Imunogenetics – National Institutes of Health, http:// www.imgt.org/IMGTeducation/Tutorials/ImmuneSystem/UK/the_immune_system.pdf; Instituto de Educação e Psicologia – Universidade do Minho.

Bibi Sattar, presidente da aTTitude

As políticas públicas na área da saúde apresentam atualmente inúmeros desafios. Considerando que as necessidades ao nível dos cuidados primários e continuados são cada vez maiores e os recursos são escassos e limitados, torna-se fundamental a atuação no contexto da prevenção e do diagnóstico precoce. Felizmente, hoje os grandes desafios começam a ser encarados como oportunidades, graças à inovação social que tem sido o cenário onde instituições, organismos públicos e entidades da sociedade civil procuram respostas inovadoras e “out of the box” para solucionar os seus maiores problemas. Por exemplo, o recente aparecimento em Portugal de sites informativos e aplicações informáticas sobre saúde permitem claramente aumentar o nível de conhecimentos e ajudam a população (doentes, profissionais de saúde, cuidadores, familiares e amigos) a encontrar conselhos, melhores práticas e respostas. A *literacia em saúde*, como definido pela Organização Mundial de Saúde, desempenha uma função cada vez mais importante, permitindo-nos um papel mais ativo, quer na prevenção, quer na gestão da doença. Também a existência de instrumentos inovadores, por exemplo ao nível do financiamento (títulos de impacto social ou social impact bonds) poderão ajudar a reforçar a atuação por parte da sociedade civil e de organismos públicos em algumas áreas prioritárias no setor da saúde. Por isso, se é certo que no momento presente os desafios são inúmeros, também é certo que as soluções podem ser imensas, sobretudo no desenvolvimento e no aumento da qualidade de vida das populações. 41



VIVA MAIS

Vamos separar as águas A água é o maior constituinte corporal correspondendo a 60-70% do peso do corpo. O seu défice pode até ser causa de morte quando a perda é superior, ou igual, a 20%. É um elemento que não fornece calorias e o aporte hídrico pode ser assegurado tanto pelo consumo de água na sua forma livre, como pela fração existente nos alimentos. Beba água pois uma

Cláudia Carmona, Nutricionista

Catarina Monteiro, Nutricionista

boa hidratação é condição essencial para ser saudável.

A água tem muitas funções importantes no nosso corpo: permite a condução de informação entre os neurónios, transporta os nutrientes, remove resíduos e ajuda a regular a temperatura corporal. Segundo a legislação portuguesa, existem três categorias de águas potáveis: água mineral natural, água de nascente e outras águas para consumo humano. As águas minerais naturais e as águas de nascente são caracterizadas pela sua pureza original. Ambas com origem subterrânea, que as protege de agressões externas. São ainda águas microbiologicamente sãs que não sofreram qualquer contaminação humana ou tratamento químico. As demais águas, destinadas ao consumo humano, são as que foram submetidas aos

tratamentos necessários para as tornar potáveis. Por fim, temos ainda as águas gaseificadas, com gás carbónico natural ou adicionado. A diversidade de águas e de composições minerais, permite ao consumidor adequar a sua escolha da água à sua necessidade. Por exemplo: as águas de fraca mineralização são mais indicadas para prevenir e combater cálculos renais, para prevenir a hipertensão e ainda para utilização na preparação de biberões ou da alimentação infantil. Já as águas fortemente mineralizadas proporcionam um aporte elevado em cálcio e magnésio, contribuindo para o fortalecimento dos ossos e dos dentes, podendo ajudar a prevenir a osteoporose.

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No mercado, é possível encontrar outros tipos de águas, as denominadas aromatizadas e as funcionais. Embora colocadas ao lado das tradicionais águas, estas são, na realidade, consideradas refrigerantes. Existe uma oferta alargada de sabores e formas de apresentação, com ou sem gás, das águas aromatizadas, tendo sempre por base a água mineral. No entanto, ao contrário desta, podem ter um valor calórico associado, dependendo se têm ou não açúcar adicionado. As águas funcionais são águas que, na sua lista de ingredientes, têm alguns componentes que influenciam uma ou mais funções do organismo, de forma a melhorar o estado de saúde e/ou reduzir o risco de doença. As mais comuns são as que têm fibras adicionadas, promovendo a saciedade através da sua densidade aumentada, sendo desta forma úteis no controlo do peso ou na prevenção da obstipação. No entanto, há que ter em atenção que o seu consumo exagerado pode causar desconforto abdominal, pelo que é aconselhado variar a ingestão deste tipo de bebidas com as tradicionais.

Chás e Tisanas ou Infusões O chá, sem açúcar, é uma excelente forma de hidratação e, tal como a água, não tem calorias. As infusões e as tisanas também são boas alternativas para beber água com sabores agradáveis, mas há que ter em atenção que algumas delas apresentam propriedades terapêuticas e, por esta razão, devem ser utilizadas com precaução. A palavra “chá” é vulgarmente aplicada a todo o tipo de infusão. Apesar disso, só é “chá” se for garantido que a bebida contém folhas da planta Camellia sinensis. Todas as outras deverão ser consideradas tisanas ou infusões. As tisanas ou infusões são engarrafadas em embalagens que se assemelham às tradicionais águas. Tal como as bebidas aromatizadas, também são consideradas refrigerantes e, normalmente, são denominadas de “Bebida refrigerada de sumos ou chá”. As tisanas que têm, na sua composição, açúcares e acrescentam algumas calorias (em 100 ml, significa consumir 44

32 calorias e 7 g de açúcar, o que equivale a um pacote de açúcar). Existem ainda aquelas em que o açúcar foi substituído por edulcorantes, de forma a não ultrapassar as 4 calorias por 100ml. Caso prefira uma destas tisanas, opte pela versão sem açúcar, de modo a ser uma alternativa ou complemento ao consumo de água. No que diz respeito à hidratação da população portuguesa, o Conselho Científico do Instituto de Hidratação e Saúde, recomenda o seguinte: • Beber cerca de 1,5 a 2L de líquidos por dia; • Beber pequenas quantidades de cada vez e, frequentemente, ao longo do dia, antecipando a sensação de sede; • Estar atento a sinais associados de desidratação, aumentando a ingestão de líquidos nestas situações: urina com cor intensa e com cheiro; cansaço, dor de cabeça, perda de capacidade de concentração, atenção e memória; • Aumentar a ingestão de líquidos nas seguintes situações: atividade física que o faça transpirar; temperatura ambiental elevada (incluindo ambientes aquecidos durante o Inverno) e altitude elevada (incluindo viagens aéreas); situações de doença acompanhadas de febre, vómitos ou diarreia; gravidez e aleitamento; • Redobrar o cuidado com a hidratação no caso de crianças e idosos, grupos em que a capacidade de detetar o estado de desidratação e/ou responder aos seus sinais pode estar diminuída; • Hidratar-se através da ingestão de água e de outras bebidas (como chás, infusões/ tisanas) e de alimentos ricos em água (sopas, saladas e fruta). Referências bibliográficas: Kathleen Mahan,L.;Escott-Stump,S.; Krause’s Food, Nutrition & Diet Terapy; 11th edition; Sauders; USA, 2004;pág 170 a 172; http://www. europeanhydrationinstitute.org/pt/human-hydration/hydration/; http://www.apiam. pt/conteudo/Diferentes-tipos-de-%C3%A1gua/-/48; Decreto-Lei n.º 86/90, de 16 de Março; Nunes, PA; Uma especialista em nutrição no supermercado; a esfera dos livros; 2ªEdição; http://www.ihs.pt/xms/files/recomendacoes_hidratacao/VF_RECOMENDACOES_DE_HIDRATACAO_PARA_OS_PORTUGUESES.pdf


VIVA MAIS

O fisioterapeuta pratica, dentro do BTT, o crosscountry, caracterizado pela necessidade de uma maior resistência física, já que os tombos são mais frequentes e consta, normalmente, de provas de alguma durabilidade. No entanto, o BTT tem outras variantes, nomeadamente o downhill, que consiste na descida de montanha com trilhos rolantes de terra batida, exigindo grande perícia.

Recomendações

BTT Pedalar em “todo o terreno” O BTT é um desporto que promete muita aventura e adrenalina. Sendo praticado ao ar livre, permite um contacto direto com a Natureza, trazendo benefícios para o corpo e para a mente. Foi nas montanhas da Califórnia, nos Estados Unidos da América, nos inícios dos anos 70, que surgiu o bicicleta todo-o-terreno (BTT). Conta a história que alguns atletas, querendo mais adrenalina, resolveram “levar” o ciclismo para fora da estrada, de maneira a torná-lo mais radical. Desde então, a modalidade tem vindo a conquistar adeptos por todo o mundo e Portugal não foi exceção, sendo um desporto cada vez mais popular. João Pedro Gomes, fisioterapeuta de 32 anos, residente na zona da Grande Lisboa, iniciou-se

nesta prática há cinco anos, quase por brincadeira. «Tudo começou em conversa com um amigo, que me desafiou a acompanhá-lo e eu aceitei o desafio», conta. E desde então que o BTT se tornou uma constante na sua vida.

Em contacto com a natureza O BTT, sendo praticado ao ar livre, prima por colocar o praticante em permanente contacto com a Natureza e, em consequência, acaba por apelar a um estilo de vida saudável. No entanto, é um desporto que promove, igualmente, o companheirismo e o espírito de equipa. Em termos de saúde, o BTT oferece «benefícios psicológicos, já que é uma forma de escape do stress do dia a dia e de estar em contacto direto com a Natureza», reitera o fisioterapeuta. Porém, João Pedo Gomes salienta ainda as vantagens físicas. «Tal como em vários outros desportos, o BTT contribui para melhorias ao nível, por exemplo, da coordenação, da agilidade, da resistência cardiorrespiratória, da força, entre outros».

Se quer abraçar o BTT há, no entanto, algumas recomendações que precisa de ter em conta. No que diz respeito ao equipamento, para além do capacete e da bicicleta apropriada, como aponta João Pedro Gomes, é ainda importante levar um cantil com água para evitar a desidratação e alimentos para recuperar forças. Por outro lado, é conveniente, sempre que possível, andar acompanhado, assim como levar um telemóvel ou rádio de transmissões, para a eventualidade de se sofrer algum acidente. Costuma dizer-se que “mais vale prevenir do que remediar” e, caso não se tenha um destes aparelhos, poderá ser muito difícil encontrar a pessoa numa zona deserta. Daí também ser importante, antes de se iniciar a aventura, «fazer uma inspeção global ao material a utilizar», alerta o fisioterapeuta. Já em termos físicos, João Pedro Gomes aconselha «a fazer-se um bom aquecimento» antes de se começar a pedalar e, já durante o percurso, a «não correr riscos desnecessários, ou seja, se a pessoa percebe que não consegue fazer esta ou aquela descida, é preferível que a faça com a bicicleta à mão».

Curiosidades Free ride - Envolve grandes descidas, saltos e obstáculos feitos pelo homem. Tem algumas parecenças com o downhill por se realizar também em descidas. Para se aceder aos topos das colinas, utilizam-se carrinhas ou teleféricos de esqui, mas também podem ser subidas a pedalar. Trails - É um espaço com um conjunto de saltos (construídos de formas diferentes) em terra e várias trajetórias possíveis. Trilhos - Caminhos onde os ciclistas “todo-o-terreno” costumam pedalar. Pode ser desde um corta-fogo a um caminho de cabras, sendo que, habitualmente, localizam-se nas matas, florestas e serras.

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VIVA MAIS

Receita Saudável Creme de Brócolos 6 Pessoas A sopa é uma excelente fonte de fibra, vitaminas, minerais e água, contribuindo para a prevenção da obstipação. É também a melhor estratégia para controlo do apetite antes das refeições principais. Deve ser consumida, no mínimo, uma vez por dia, sendo que o ideal é que esteja presente em ambas as refeições principais, sobretudo na infância e na adolescência. Prefira sopas de vegetais variados, de modo a oferecer diversos sabores à sua família. Uma forma de o conseguir, é colocar na base da sopa um pouco do vegetal principal da mesma. Deste modo, a sopa terá um sabor mais forte e sempre diferente. Dê asas à sua imaginação e faça sopas de cores e vegetais diferentes. Apresentamos-lhe uma sopa verde, mas que não é de ervilhas!

Cálculos por porção Calorias (kcal)

Proteínas (g)

Gorduras (g)

Hidratos de carbono (g)

Fibra (g)

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3,6

2

14,5

3,7

Ingredientes: 2 Courgettes ou chuchus 1 Ramo de brócolos (+/- 400g) 2 Cenouras 1 Pedaço pequeno de abóbora (+/- 300g) 1 Cebola grande 1 Dente de alho Sal q.b. Água q.b. 1 Colher de sobremesa de azeite

Modo de Preparação: Coloque um tacho com pouca água (cerca de três dedos de altura) ao lume. Descasque, lave e corte em pedaços todos os vegetais em cubos. Torne a passar por água os vegetais. Coloque na panela e adicione sal. Adicione mais água se a que colocou inicialmente não cobrir todos os vegetais. Deixe ferver até cozer todos os vegetais. Quando conseguir partir com facilidade um pedaço de cenoura, pode triturar com a varinha mágica. Adicione água quente até ficar com a consistência que deseja. Adicione a colher de azeite, retire do lume, deixe arrefecer e sirva.

Brócolos Os brócolos são vegetais crucíferos, cuja composição em água chega aos 90%. São muito ricos em vitamina K, vitamina C, potássio, cálcio e fósforo. Adicionalmente, ao contrário do que é mais comum no grupo dos vegetais, têm maior quantidade de proteína do que hidratos de carbono. Os brócolos são ainda uma excelente fonte de fibra, fornecendo 2,5g de fibra por cada 100g. Aos brócolos estão associadas diversas propriedades, nomeadamente acção antioxidante, auxiliando na prevenção de várias neoplasias, prevenção da obstipação e doenças cardiovasculares. Podem ser consumidos cozidos a vapor, salteados, estufados e na sopa.

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Ordem dos Farmacêuticos Promover o uso responsável do medicamento Lançada em 2014, a campanha “Uso do Medicamento – Somos Todos Responsáveis” visa alertar a população para o uso

atuar

responsável dos medicamentos, promover boas práticas de prescrição, dispensa e utilização e debater o assunto com todos os agentes envolvidos nesta problemática – farmacêuticos, indústria farmacêutica, médicos, enfermeiros, decisores políticos e cidadãos. Iniciativa em diferentes

Ema Paulino, Presidente da Direção da Secção Regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos (OF), explica que uma das atribuições desta instituição passa por colaborar na definição e execução da política de saúde, sendo, assim, a promoção da Saúde Pública a nível nacional uma das suas naturais missões, «com o intuito de promover ganhos significativos para a população, quer no plano clínico, quer no plano económico».

Contudo, tal como os estudos internacionais demonstram, nem sempre os medicamentos são utilizados da melhor forma. Como explica Ema Paulino, «subsiste um potencial não aproveitado no investimento que se faz anualmente em medicamentos», pelo que é fulcral «alertar a população, promover as boas práticas e debater a temática».

“50% dos medicamentos não são corretamente utilizados” Foi então com este enfoque que foi desenvolvido este projeto, que pretende contribuir para a diminuição da estimativa da OMS, que refere que 50% dos medicamentos não são corretamente utilizados pelos cidadãos. E as razões são diversas, «nomeadamente a não adesão à terapêutica, que resulta no tratamento subóptimo de muitas doenças, levando a resultados clínicos negativos para os doentes e intervenções mais caras»,

Assim, com esta iniciativa da OF pretende-se «sensibilizar a população para a temática, com vista à obtenção de ganhos em saúde, do ponto de vista clínico, humanístico e económico, para o indivíduo, a sociedade e o sistema de saúde». Se ainda não conhece esta campanha, que foi divulgada em diversos meios de comunicação social, visite o website www.usoresponsaveldomedicamento. com ou a página nas redes sociais Facebook e Youtube. Aqui encontrará diferentes testemunhos de profissionais de saúde, cidadãos, decisores políticos e entidades governamentais e um conjunto de recomendações transversais da OF para o Uso Responsável do Medicamento.

FARMÁCIA E DISTRIBUIÇÃO

Reconhecidamente, os medicamentos têm promovido, desde a sua introdução, a eficiência dos sistemas de saúde, pelos efeitos positivos que produzem, contribuindo para a redução da carga da doença e mortalidade, assim como a melhoria da qualidade de vida. Como refere a responsável, «os medicamentos acrescentam anos à vida, e, também, vida aos anos».

plataformas

esclarece Ema Paulino, que refere ainda um estudo da IMS (Institute for Healthcare Informatics) que quantificou o potencial de poupança dos sistemas de saúde, a nível mundial, através de um uso responsável do medicamento. Este valor pode ascender aos 370 mil milhões de euros por ano (mais do dobro do PIB de Portugal), «o que corresponde a 8% da despesa mundial em Saúde», frisa a farmacêutica. Entre as outras causas, salientam-se a utilização de medicamentos fora do tempo certo, devido à sua aprovação ou prescrição tardias, a utilização errada e a sobreutilização de antibióticos, os erros de medicação, a utilização insuficiente de medicamentos genéricos e a gestão incorreta da terapêutica dos doentes polimedicados. Todas estas situações geram gastos evitáveis, muitas vezes associados a internamentos hospitalares ou a outros cuidados de saúde e até a quadros fatais – em suma, associados a morbilidade e mortalidade.

Em suma, o que o projeto procura garantir é o acesso do cidadão ao medicamento correto, na dose e no tempo adequados à sua necessidade individual, e com o menor custo possível, quer para o próprio, quer para o sistema de Saúde – proporcionando, por conseguinte, o maior benefício do tratamento.

Balanço positivo Ema Paulino reconhece que, embora os resultados no contexto clínico e económico sejam difíceis de medir a curto prazo, a campanha está a ter um «impacto positivo na consciencialização para a temática e na alteração das mentalidades e paradigma das práticas associadas ao uso dos medicamentos», que se traduz no elevado número de farmácias que participaram «ativamente na dinamização» – cerca de 2.800. Além disso, garante que as plataformas utilizadas na campanha demonstram, igualmente, a envolvência dos cidadãos na campanha, «considerando os elevados níveis de participação». 49


Novo Xémose: eficácia na pele seca a muito seca e na pele atópica.

NOVIDADES

Os Laboratoires Dermatologiques D’Uriage desenvolveram uma nova geração de emolientes para a pele seca e dermite atópica. Com a patente exclusiva Uriage – Chronoxine – os cuidados XÉMOSE atuam diretamente na inflamação em curso, para um alívio imediato e reforçam a função barreira da pele, espaçando os períodos de crise e proporcionando um conforto duradouro. XÉMOSE Creme Emoliente é o cuidado ideal na pele mais seca ou atópica do bebé, criança e do adulto.

Novo Liftactiv Supreme: cuidado contínuo antirrugas e firmeza Os traços de fadiga acentuam-se ao longo do dia e, com o tempo, este fenómeno intensifica-se, alterando duradouramente a juventude da pele. LIFTACTIV SUPREME é o 1º cuidado que associa rhamnose 5% e complexo day-proof, para lutar contra o aparecimento dos sinais de idade. Ao longo do dia, a pele fica com um aspeto mais liso, os traços repousados e as marcas de fadiga atenuadas. Após um mês, o efeito lifting global, as rugas (mesmo as profundas) são atenuadas e a firmeza da pele é melhorada em 32%. Formulado para pele sensível, hipoalergénico2, com água termal de Vichy, LIFTACTIV SUPREME traz-lhe um efeito lifting diário para uma ação contínua antirrugas + firmeza.

Gama Holonvit O ritmo de vida de hoje leva a que, muitas vezes, se cometam erros ao nível do tipo de alimentos ingeridos face às necessidades diárias. Para ajudar a manter o equilíbrio de vitaminas e minerais pode ser necessária uma suplementação específica. A gama de multivitamínicos Holon, com todas as vitaminas e minerais essenciais para o equilíbrio do organismo, está especialmente indicada em situações de esforço físico e intelectual, e em situações de stress e de debilidade do sistema imunitário.

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INNÉOV PRE-HYALURON Innéov reforça presença no mercado português com lançamento de uma nova referência INNÉOV PRE-HYALURON, o primeiro produto da marca a chegar ao mercado português sob a alçada da farmacêutica global Galderma, pertencente à Nestlé Skin Health S.A.. O novo INNÉOV PRE-HYALURON vem completar a gama antienvelhecimento da marca, sendo indicado para o alisamento e preenchimento da pele. Com a idade, a produção de ácido hialurónico pode diminuir até 70%. O seu elevado peso molecular e a sua capacidade de absorver água reduzem significativamente, dando lugar à diminuição da elasticidade da pele e ao aparecimento de rugas. INNÉOV PRÉ-HYALURON relança a síntese do ácido hialurónico, desde o interior da pele, através de três ingredientes ativos que compõem a sua fórmula: glucosamina, manganês e hesperidina. A glucosamina atua como precursor na produção do ácido hialurónico, o manganês é um cofator enzimático que atua como ativador na sua síntese e a hesperidina tem um papel protetor do novo ácido hialurónico formado.

HOLONPLUS SENE HOLONPLUS Sene é um laxante por contacto que estimula a motilidade do cólon, auxiliando a regularização do trânsito intestinal através da absorção de água e eletrólitos, estando indicado na obstipação. HOLONPLUS Sene assegura o bom funcionamento do aparelho digestivo e evita a preguiça intestinal. Este suplemento alimentar é desenvolvido segundo os mais elevados parâmetros de qualidade e segurança.

Holoncare desodorizante e antitranspirante Testados dermatologicamente e hipoalergénicos, garantem ao consumidor uma escolha segura para os seus hábitos diários. HOLONCARE Desodorizante Roll-on, com uma formulação natural de aloé vera e mineral de alume, ingredientes com propriedades desodorizantes que protegem a pele de forma mais natural e eficaz. É um desodorizante sem alumínio, sem parabenos, sem álcool e sem alergénios. Garantindo assim máxima hidratação e cuidado da pele, sem regular a transpiração. HOLONCARE Antitranspirante Roll-on, protege a pele sem irritar, devido à presença de vitamina E e aloé vera bem como pela ausência de álcool. A presença de cloridrato de alumínio, com uma concentração de 10%, permite uma efetiva regulação da transpiração.

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saúde digital

Escreva-nos,

dê-nos a sua opinião e sugestões para o e-mail: revistah@farmaciasholon.pt

Uso Responsável do Medicamento www.usoresponsaveldomedicamento.com Esta é a página oficial da campanha, lançada pela Ordem dos Farmacêuticos (OF), de consciencialização para o Uso Responsável do Medicamento, com o slogan “Uso do Medicamento – Somos Todos Responsáveis”. A iniciativa, que pretende promover o uso do responsável do medicamento, de forma a maximizar o investimento em medicamentos com vista à obtenção de ganhos em saúde, disponibiliza no seu site dados e informações pertinentes sobre a temática para farmacêuticos, indústria farmacêutica, médicos, enfermeiros, decisores políticos e cidadãos.

Nutrimento nutrimento.pt Este é o blog do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), da Direção-Geral da Saúde (DGS). Um Nutrimento é uma «substância ou princípio nutriente ou nutritivo, elemento útil ao funcionamento do organismo, que é próprio dos alimentos». Este blog pretende, tal como o nutrimento, ter a função de alimentar a troca de informação, de ideias, o debate sobre temas da atualidade relacionados com a alimentação, a divulgação das boas práticas e da investigação sobre esta temática. Aqui encontra, por exemplo, dicas nutricionais, receitas, informação sobre como comer barato e saudável.

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breves

Cientistas descobrem causa da

Mais de 50% da população

esclerose lateral amiotrófica

mundial é portadora de herpes

Investigadores dos Estados Unidos conseguiram pela primeira vez traçar o rasto aos aglomerados tóxicos de uma proteína que causam uma parte dos casos de esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença neurodegenerativa sem cura que afeta progressivamente os músculos. Uma descoberta que abre caminho a novas terapêuticas, para tentar impedir a aglomeração de proteínas nas células, ou para neutralizar o seu efeito nocivo, segundo os autores do estudo. «É um grande passo», diz a principal autora do trabalho, Elizabeth Proctor, da Universidade da Carolina do Norte, «porque até agora ninguém sabia quais eram as interações tóxicas na origem da morte dos neurónios motores nestes pacientes», citou o Jornal “Diário de Notícias”. O estudo, cujos resultados foram publicados na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” no final de 2015, revela assim um potencial alvo terapêutico - o aglomerado proteico que conduz à morte dos neurónios motores -, mas constitui também um modelo para estudos noutras doenças neurodegenerativas, como a de Parkinson, ou a de Alzheimer.

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labial A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou um relatório no qual afirma que mais de metade da população mundial é portadora do vírus do herpes labial – dois terços da população mundial com menos de 50 anos está infetada com o herpes vírus humano simples de tipo I (HSV-1), avança o “Sol”. Um estudo, publicado na revista científica “PLOS ONE”, diz que 3,7 mil milhões de pessoas com menos de 50 anos são portadoras de vírus HSV-1, que é transmitido principalmente através do contacto com a boca e se manifesta através de feridas nos lábios. A OMS sublinha que o vírus é também uma «importante fonte» de herpes genital. Apesar de referir que cada vez menos crianças são infetadas com o HSV-1 nos países desenvolvidos, «graças a melhores condições de higiene e de condições de vida», explica que as pessoas destes países estão agora em risco de contrair o vírus genitalmente depois de se tornarem sexualmente ativas. «É fundamental dar acesso a informação sobre os vários tipos de herpes e sobre as infeções sexualmente transmitidas para proteger a saúde dos jovens antes destes se tornarem sexualmente ativos», considera Marleen Temmerman, diretora do Departamento de pesquisa e Saúde Reprodutiva da OMS. De momento não existe cura para o HSV-1, mas a OMS explica que está a trabalhar com parceiros para acelerar uma vacina e microbicidas para aplicação tópica, que «terão um papel crucial na prevenção destas infeções no futuro».

Medicamentos para as dores podem tratar o cancro Repurposing Drugs in Oncology é um projeto que pretende encontrar medicamentos para tratar o cancro que já estejam no mercado, porque são usados para tratar outras doenças.

Segundo um artigo científico, publicado na revista do Instituto Europeu de Oncologia – “ecancer” – e divulgado pelo “Observador”, o Diclofenac, por exemplo, é um medicamento normalmente usado para combater dores, mas que pode ser aplicado na oncologia. Outros medicamentos anti-inflamatórios não esteróides, usados para tratar artrite reumatóide, enxaquecas, febre ou dor pós-operatória, já tinham demonstrado ter potencial para serem usados na prevenção do cancro, mas agora estes medicamentos podem mesmo vir a ser usados como tratamento para o cancro. Os investigadores ligados ao projeto Repurposing Drugs in Oncology, que pretende “repropor” drogas na área da oncologia, analisaram a literatura disponível e acreditam que a informação recolhida permite iniciar os ensaios clínicos de Diclofenac no tratamento de cancro.

Poucas horas de sono aumentam risco de Alzheimer Um estudo norte-americano aponta que dormir pouco aumenta o risco de desenvolver Alzheimer, avança o “Expresso”. Segundo investigadores da Universidade de Saúde e Ciência de Portland, o cérebro costuma eliminar as toxinas associadas ao Alzheimer durante o sono. Testes efetuados em animais mostraram que a falta de descanso conduz à destruição de algumas zonas do cérebro. «Mudanças nos hábitos do sono podem de facto favorecer a evolução para um estágio de demência», diz Jeffrey Lliff, cientista da Universidade de Saúde e Ciência de Portland. O investigador indica que as novas descobertas explicam que a relação entre o Alzheimer e o sono vai além do facto de a doença afetar zonas centrais do cérebro que são responsáveis pela regulação do sono. «O fluido que normalmente está fora do cérebro, o líquido cefalorraquidiano - que é limpo - começa de facto a circular através do cérebro fora dos vasos sanguíneos», acrescenta. Jeffrey Lliff refere que o facto de o cérebro, devido à falta de horas de sono, não eliminar as toxinas associadas ao Alzheimer aumenta a probabilidade de desenvolver a doença.




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